erica nicacio hornink - unifal-mg.edu.br · esa – estágio supervisionado em administração ......

154
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS – UNIFAL–MG ERICA NICACIO HORNINK UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE MARKETING NA ABERTURA DE NOVOS CURSOS DE GRADUAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DE MINAS VARGINHA MG 2014

Upload: lethuan

Post on 04-Jan-2019

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS – UNIFAL–MG

ERICA NICACIO HORNINK

UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE MARKETING NA ABERTURA DE

NOVOS CURSOS DE GRADUAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DE MINAS

VARGINHA MG

2014

Page 2: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

ERICA NICACIO HORNINK

UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE MARKETING NA ABERTURA DE

NOVOS CURSOS DE GRADUAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DE MINAS

Dissertação apresentada como parte dos

requisitos para obtenção do título de

Mestre em Gestão Pública e Sociedade

pela Universidade Federal de Alfenas,

campus Varginha.

Área de concentração: Gestão Pública e

Sociedade.

Orientador: Professor Dr. Luiz Henrique

de Barros Vilas Boas.

VARGINHA MG

2014

Page 3: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

Hornink, Erica Nicacio.Utilização das ferramentas de marketing na abertura de novos

cursos de graduação : um estudo de caso em uma universidade federal do Sul de Minas / Erica Nicacio Hornink. - 2014.

153 f. - Orientador: Luiz Henrique de Barros Vilas BoasDissertação (mestrado em Gestão Pública e Sociedade) -

Universidade Federal de Alfenas, campus Varginha, 2014.Bibliografia.

1. Marketing - Educação. 2. Ensino superior - Marketing. I. Vilas

Boas, Luiz Henrique de Barros. II. Título.

CDD: 378

Page 4: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …
Page 5: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

Dedico ao meu amor Gabriel, que me

incentivou e apoiou na realização deste

trabalho.

Page 6: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

AGRADECIMENTOS

Ao professor Luiz Henrique de Barros Vilas Boas por ter orientado a

construção desta dissertação.

Aos professores Fernando de Souza Coelho e Gustavo Ximenes Cunha pelas

contribuições durante a qualificação.

Aos professores e colegas de turma do curso de Gestão Pública e Sociedade

pelos ensinamentos e trocas de experiência.

Ao Marcel, secretário do PPGPS, pela solicitude e colaboração durante todo o

mestrado.

Ao Presidente da Câmara Municipal de Varginha Leonardo Vinhas Ciacci e

Ex-presidente Vérdi Lucio Melo por terem autorizado minha formação neste

mestrado.

Aos colegas da Câmara Municipal de Varginha que possibilitaram que este

mestrado fosse realizado concomitante ao meu trabalho e acompanharam seu

desenvolvimento, em especial Márcia, Robson, Mirella e Carla.

A todos professores da Instituição pesquisada que prontamente se

dispuseram a contribuir com o trabalho, permitindo que suas entrevistas fossem

utilizadas nesta dissertação.

À minha família pelo apoio, carinho e compreensão, em especial minha mãe

que compreendeu minhas ausências e meu marido que me auxiliou e apoiou

durante toda a construção desta dissertação.

Aos amigos Katia, Marcelo, Letícia, Danielle, Denise, Simone, Sônia, Marli,

Rosângela, Cleide, Ivenise, Bruna, Luciana e todos os amigos que de alguma forma

contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho.

Aos amigos de Alfenas que me acompanharam nestes anos de trabalho, em

especial Fábio, Adriana, Raquel, Flávio, Cris, Vinícius, Erica, Rogério, Malu, Paulo,

Marcelo, Luciana, Cláudia, Neto, Cátia e Mário Sérgio.

A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.

Page 7: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

RESUMO

O ensino superior no Brasil tem crescido nos últimos anos, com abertura de

novas universidades e expansão das existentes, sendo necessário compreender

como este processo está ocorrendo, principalmente com foco no marketing. Para

compreender parte deste processo, realizou-se um estudo de caso em uma

Universidade Federal do Sul de Minas Gerais a fim de investigar se estão sendo

utilizadas ferramentas de marketing na elaboração e abertura de novos cursos, visto

que a universidade estudada é centenária e que dobrou a quantidade de cursos de

2009 a 2013. Para tanto, realizou-se análise de conteúdo nos Projetos Político

Pedagógicos dos cursos implantados e nas entrevistas dos professores que

participaram efetivamente da elaboração dos Projetos e das pró-reitoras de

graduação do período analisado. Encontraram-se poucos indícios da utilização

direta das ferramentas de Marketing nos Projetos e entrevistas, sendo que

provavelmente as ferramentas não devem ter sido utilizadas com todo seu potencial,

sendo utilizadas de maneira inconsciente, sem o real reconhecimento de sua

utilização. A ferramenta que apresentou mais indícios de utilização foi a Pesquisa de

Marketing, caracterizada na busca de informações na internet e projetos de outras

universidades, seguida pelo Benchmarking. Conclui-se que as ferramentas de

marketing podem auxiliar na implantação de novos cursos, apresentando um modelo

de como isto pode acontecer, porém é necessário que se realize uma capacitação

interna, a fim de que concepções prévias possam ser esclarecidas, organizadas,

sistematizada e procedimentalizadas.

Palavras-chave: Ferramentas de marketing. Novos cursos. Instituições de Ensino

Superior.

Page 8: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

ABSTRACT

Higher education in Brazil has grown in recent years with the opening of new

universities and expansion of the existing ones, being necessary to understand how

this process is taking place, especially with a focus on marketing. To understand a

part of this process, we performed a case study on a Federal University in the South

of Minas Gerais in order to investigate whether marketing tools in the development

and opening of new courses are being used, given that the university studied is

centennial and doubled the amount of courses from 2009 to 2013. For this, we

performed content analysis in Politico-Pedagogical Projects of implemented courses

and interviewed teachers who effectively participated in the preparation of projects

and Graduation prorector of the period. We have found few evidences of direct use of

marketing tools in the projects and in the interviews, and probably the tools were not

used to their full potential, being used unconsciously, without actual recognition of

their use. The tool that presented more evidence of use was the Marketing Research,

characterized by search for information on the internet and other university projects,

followed by Benchmarking. The conclusion is that marketing tools can help

implement new courses, presenting a model of how this can happen, but it is

necessary to conduct an internal training, so that preconceptions can be clarified,

organized, systematized and procedured.

Keywords: Marketing tools. New courses. Higher Education Institutions.

Page 9: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Diagrama síntese da Educação Superior no Brasil, a história

da Universidade estudada e o surgimento das Ferramentas de

Marketing no tempo...................................................................... 41

Figura 2 - Tipo de universidades pesquisadas nos artigos apresentados

no Colóquio Internacional de Gestão Universitária nas Américas

abordando o tema marketing em cursos de graduação de IES.... 51

Figura 3 - Modelo de Análise das etapas e ações realizadas na pesquisa... 56

Figura 4 - Fases da técnica de Análise de Conteúdo.................................... 58

Figura 5 - Esquema sugestivo para aplicação das ferramentas de

marketing na criação de cursos de graduação............................. 94

Page 10: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Síntese das Ferramentas de Marketing apresentadas................. 40

Quadro 2 - Descrição das categorias criadas para análise dos PPPs............ 62

Quadro 3 - Relação das categorias encontradas nos PPPs com as

ferramentas de marketing............................................................. 64

Quadro 4 - Indícios de Ferramentas de Marketing encontrados nas

Entrevistas.................................................................................... 69

Quadro 5 - Síntese de meios de potencializar as Ferramentas de Marketing

na abertura de novos cursos........................................................ 93

Page 11: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Número de cursos da universidade por ano................................. 23

Tabela 2 - Artigos publicados na Revista Gestão Universitária da

América Latina.............................................................................. 46

Tabela 3 - Artigos apresentados nos Colóquios Internacionais de

Gestão Universitária nas Américas............................................... 50

Tabela 4 - Unidades de Registros encontradas nos Projetos por curso e

Categoria...................................................................................... 66

Page 12: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AEGES – Associação de Especialistas em Gestão da Educação Superior

AI – Ato Institucional

AMA – American Marketing Association

ANDIFES – Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de

Ensino Superior

APQC – American Productivity & Quality Center

BCG – Boston Consulting Group

BI – Bacharelado Interdisciplinar

CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CEAD – Centro de Educação à Distância

CECIERJ – Fundação Centro de Ciência e Educação Superior a Distância do

Estado do Rio de Janeiro

CEDERJ – Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do

Rio de Janeiro

COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

EAD – Educação à distância

ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio

ESA – Estágio Supervisionado em Administração

ESOMAR – European Society for Opinion and Marketing Research

FAAP – Fundação Armando Alvares Penteado

FACINTER – Faculdade Internacional de Curitiba

FOFA – Força, Fraqueza, Oportunidade, Ameaça

Page 13: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

FORPROF – Fórum Estadual Permanente de Apoio a Formação Docente

FSA – Faculdade Santo Agostinho

GT – Grupo de Trabalho

GUAL – Gestão Universitária na América Latina

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IES – Instituição de Ensino Superior

IFES – Instituição Federal de Ensino Superior

INEP – Instituo Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

INPEAU – Instituto de Pesquisas e Estudos em Administração Universitária

LDB – Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional

MEC – Ministério da Educação

ONU – Organização das Nações Unidas

PARFOR – Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica

PDI – Plano de Desenvolvimento Institucional

PingIFES – Plataforma de integração de dados das IFES

PIS – Programa de Integração Social

PNE – Plano Nacional de Educação

PPP – Projeto Político Pedagógico

ProUni – Programa Universidade para Todos

RAE – Revista de Administração de Empresas

REGE – Revista de Gestão USP

REUNI – Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das

Universidades Federais

SEED – Secretaria de Educação a Distância

Page 14: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

SINAES – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

SISU – Sistema de Seleção Unificado

SWOT – Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats

UAB – Universidade Aberta do Brasil

UCA – Universidade Nacional de Caaguazú

UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina

UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina

UNMdP – Universidade Nacional de Mar del Plata

UNTREF – Universidade Nacional de Tres de Febrero

UTIC – Universidade Tecnológica Intercontinental

UTN – Universidad Tecnologica Nacional

UV – Universidad Veracruzana

Page 15: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 16

1.1 OBJETIVO …................................................................................. .... 17

1.2 JUSTIFICATIVA 17

2 BREVES NOTAS SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR

NO BRASIL ….................................................................................... 25

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE MARKETING …................. 31

3.1 MARKETING ….................................................................................. 31

3.2 AS FERRAMENTAS DE MARKETING............................................... 33

3.2.1 Pesquisa de Marketing …................................................................... 33

3.2.2 Benchmarking …................................................................................. 34

3.2.3 Análise SWOT …................................................................................ 35

3.2.4 Diferenciação e Segmentação …........................................................ 36

3.2.5 Matriz BCG …..................................................................................... 38

3.2.6 Composto de Marketing ….................................................................. 38

3.2.7 Síntese das Ferramentas de Marketing ….......................................... 40

3.3 MARKETING EDUCACIONAL …........................................................ 42

3.4 EVIDÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DO MARKETING EM INSTITUIÇÕES

DE ENSINO ….................................................................................... 43

4 METODOLOGIA …............................................................................. 55

4.1 Revisão Bibliográfica …...................................................................... 57

4.2 Técnica Análise de Conteúdo …......................................................... 57

4.2.1 Identificação das categorias …........................................................... 59

4.2.2 Exploração do material …................................................................... 63

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO ….............................................................. 65

5.1 DADOS SINTÉTICOS DAS ANÁLISES DE CONTEÚDOS …............ 65

5.2 ANÁLISE POR CURSO ….................................................................. 70

5.2.1 Curso de Ciências Biológicas modalidade a distância (Biologia EAD) 70

5.2.2 Curso Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Economia: Ciências

Atuariais; Administração Pública; Ciências Econômicas com Enfase

em Controladoria …............................................................................. 73

5.2.3 Curso Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia:

Page 16: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

Engenharia Ambiental e Urbana; Engenharia de Minas; Engenharia

Química …........................................................................................... 75

5.2.4 Curso de Ciências Sociais – Bacharelado e Licenciatura ….............. 78

5.2.5 Curso de Fisioterapia …...................................................................... 79

5.2.6 Curso de História …............................................................................ 82

5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol – Bacharelado e Licenciatura 83

5.2.8 Curso de Pedagogia a distância (Pedagogia EAD) …........................ 84

5.2.9 Curso de Química Licenciatura a distância (Química EAD) …........... 85

5.2.10 Novas propostas de cursos …............................................................ 88

6 POTENCIAIS CONTRIBUIÇÕES DAS FERRAMENTAS DE

MARKETING EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR …......... 90

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …........................................................... 97

8 LIMITAÇÕES DA PESQUISA E SUGESTÕES PARA ESTUDOS

FUTUROS …...................................................................................... 101

REFERÊNCIAS ….............................................................................. 103

APÊNDICES …................................................................................... 112

Page 17: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

16

1 INTRODUÇÃO

O mercado de ensino superior no Brasil tem crescido muito nos últimos anos,

com a abertura de novas universidades e expansão das universidades existentes.

Segundo dados do último relatório do Censo da Educação Superior do INEP

(INEP, 2013, p. 33), em 2009 o Brasil possuía 2.314 Instituições de Educação

Superior, chegando em 2011 com 2.365 instituições. Segundo o mesmo relatório

(Ibid, p. 77), em 2009 realizaram-se 5.954.021 matrículas em cursos de graduação e

em 2011 este número subiu para 6. 739.689 matrículas.

Desta forma, este mercado em grande expansão tem exigido que as

universidades se diferenciem uma das outras (COLOMBO, 2008) e se destaquem

para que o seu público-alvo seja atraído e a universidade consiga mais alunos.

Nesse sentido, as universidades privadas estão criando estratégias baseadas no

mercado para assim obter o melhor resultado possível.

Quando se fala em criar estratégias de mercado para atrair alunos é comum

se pensar imediatamente em universidades particulares, as quais utilizam

estratégias de marketing há mais tempo, principalmente para atrair e manter alunos

(COSTA et al., 2011; LINHARES, 2009; SCAGLIONE; PIZA, 2011).

Por outro lado, percebe-se que existe pouco estudo de marketing no setor

público, principalmente em universidades públicas, que normalmente apresentam

uma concorrência grande para o ingresso, devido à gratuidade e qualidade dos

cursos oferecidos.

No entanto, a gestão pública brasileira vem passando por algumas

modificações. Se no passado a gestão pública era mais burocrática, atualmente é

possível perceber uma gestão gerencial (BRESSER-PEREIRA, 2005) e societal

(TENÓRIO, 1998; PAULA, 2005).

Ao analisar o ensino superior, é possível perceber que existe esforço do

Governo Federal em instituir mecanismos para avaliar as instituições existentes,

sejam elas públicas ou privadas, com o objetivo de promover a efetivação da diretriz

da qualidade no ensino superior.

Desta forma, para uma instituição abrir um novo curso de graduação existem

diversos procedimentos que devem ser realizados. Algumas instituições apontam

nos projetos dos novos cursos a demanda existente para a abertura do mesmo, o

Page 18: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

17

que demonstra uma preocupação em atender e satisfazer o mercado, o que

caminha ao encontro de um dos princípios de marketing.

Neste contexto, esta dissertação visa investigar como as universidades

públicas fazem uso de ferramentas de marketing para abertura de novos cursos de

graduação.

1.1 OBJETIVO

Investigar o uso das ferramentas de marketing durante o processo de

criação de novos cursos de graduação em uma Universidade Federal do Sul de

Minas Gerais, no período de 2009 à 2013, e propor um modelo de utilização destas.

Objetivos específicos:

a) Identificar indícios de utilização das ferramentas de marketing nos

documentos do Projetos Político Pedagógicos (PPPs) dos cursos abertos no

período em questão, assim como por meio de entrevistas;

b) Contextualizar o uso das ferramentas de marketing na universidade estudada.

c) Relacionar os indícios de utilização das ferramentas de marketing

encontrados nos documentos dos PPPs com os das entrevistas;

d) Compreender os possíveis usos das ferramentas de marketing na abertura de

novos cursos de graduação em uma Universidade Federal do Sul de Minas;

e) Propor um modelo de aplicação das ferramentas de marketing na criação de

novos cursos de graduação.

1.2 JUSTIFICATIVA

A gestão pública brasileira sofreu diversas modificações e tem avançado para

uma gestão focada em resultados e com a participação da sociedade (PAULA,

2005).

Antigamente a gestão pública tinha um foco patrimonial, onde a reverência ao

Page 19: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

18

soberano garantia a legitimidade das regras por ele instituídas (OLIVEIRA, 2013, p.

17), assim a gestão era realizada com base na dominação tradicional ou patriarcal, a

qual assegurava ao soberano a autoridade sobre os indivíduos.

Com o tempo, regras impessoais e universais foram sendo criadas para

regular relações sociais e sustentar a ordem capitalista emergente, que exigia

segurança, objetividade e previsibilidade do Estado (OLIVEIRA, 2013, p. 18) e assim

a gestão burocrática emerge, buscando substituir o modelo clientelista utilizado no

patrimonialismo, porém que ainda hoje é encontrado em muitas instituições públicas.

Desta forma, “administração pública burocrática se caracteriza pela

profissionalização, a ideia de carreira, a hierarquia funcional, a impessoalidade, o

formalismo, em síntese, o poder racional legal” (COSTA, 2008, p. 865-866), onde a

estrutura social direciona suas atividades coletivas a um aparelho impessoal,

hierarquicamente organizado, com métodos racionais (MOTTA, 1981, p. 7).

Porém, a gestão burocrática apresentava algumas disfunções como a

despersonalização das relações humanas, exageros de autoridade, resistência à

mudança, hierarquização das decisões, o que desgastou seu modelo e levou

intelectuais a criarem novas formas de gestão, como a gestão pública gerencial e a

gestão pública social.

A gestão pública gerencial, cujo precursor do Governo Federal foi Bresser-

Pereira, propôs profissionalizar e utilizar práticas de gestão do setor privado no setor

público. Sua proposta era ter o foco em resultados, a orientação para o cidadão-

consumidor e capacitação de recursos humanos (OLIVEIRA, 2013, p. 24),

introduzindo descentralização de processos e delegação de poder. Também

propunha a realização de parcerias entre sociedade e Estado, onde o Estado não

era mais o prestador do serviço, mas o controlador e fiscalizador.

A gestão pública social ou societal, delineada por Paes de Paula e Prestes-

Motta, propôs uma gestão participativa, com a promoção do engajamento popular e

o controle social. Assim a “gestão social enfatiza a elaboração de experiências de

gestão focalizadas nas demandas do público-alvo” (PAULA, 2005, p. 41), onde o

gerenciamento mais participativo e dialógico fazem parte do processo decisório

exercido pelos diferentes sujeitos sociais (TENÓRIO, 1998, p. 16).

Neste sentido, as universidades públicas começaram a focar também em

resultados, assim como as universidades privadas, porém com um outro objetivo

Page 20: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

19

que não o lucro, mas o desenvolvimento de pesquisa e inovação, de projetos de

extensão e ensino de qualidade.

Assim, é possível perceber que a gestão pública brasileira vem tentando criar

mecanismos de controle e avaliação em todas as áreas e na educação não é

diferente.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)1,determina em seu

artigo 12 que os estabelecimentos de ensino deverão elaborar e executar sua

proposta pedagógica, ou seja, “toda instituição educacional, independentemente do

seu nível, deve assumir o trabalho de refletir sobre sua intencionalidade educativa e,

consequentemente, definir suas ações” (FELICIO, 2010, p. 147). No caso das

instituições de ensino superior (IES), estas devem criar os Projetos Político

Pedagógicos (PPPs) para todos seus cursos.

Os PPPs são definidos por Veiga (2003, p. 271) “como um documento

programático, que reúne as principais ideias, fundamentos, orientações curriculares

e organizacionais de uma instituição educativa”. Ainda segundo a autora ( ibid, 2008,

p. 14), para se criar um PPP é necessário a realização de pesquisas, estudos,

reflexões e discussões com professores, especialistas em educação, alunos e ex-

alunos.

No mesmo sentido, Neves (2008, p. 110) define o PPP como “um instrumento

de trabalho que mostra o que vai ser feito, quando, de que maneira, por quem, para

chegar a que resultados”.

Assim, é possível perceber que a construção de um PPP para um novo curso

não é fácil e muitos elementos são necessários, tais como: a finalidade, a estrutura

organizacional necessária, o currículo, o tempo de formação de alunos, o processo

de decisão, as relações de trabalho e as avaliações (VEIGA, 1995 apud PINHEIRO,

2008, p. 79).

Estes elementos devem ser derivados do planejamento estratégico da

instituição, o qual é composto pelo PDI, ensino pedagógico, administração financeira

e mercadológica.

A LDB (BRASIL, 1996) também estabelece as seguintes finalidades da

educação superior:

Art. 43º. A educação superior tem por finalidade:I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do

1 Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. (BRASIL, 1996)

Page 21: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

20

pensamento reflexivo;II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para ainserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimentoda sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando odesenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão dacultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meioem que vive;IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos etécnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saberatravés do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissionale possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentosque vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora doconhecimento de cada geração;VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, emparticular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados àcomunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando àdifusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e dapesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. (LDB, 1996)

Assim, percebe-se que a LDB aponta em seu inciso II a importância de formar

pessoas aptas a inserir no mercado de trabalho, em seus diversos setores,

contribuindo para o desenvolvimento da sociedade brasileira, adquirindo

conhecimentos e sendo capaz de colaborar para a solução dos problemas da

sociedade, ou seja, demonstra que os cursos devem ser voltados a necessidade do

mercado e contribuir para o desenvolvimento do país.

Neste mesmo sentido, o inciso VI da mesma lei traz a importância de

estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, ou seja, novamente

aponta para a necessidade dos cursos serem voltados a resolução de problemas

existentes na sociedade, estabelecendo uma relação de reciprocidade entre

universidade-comunidade, na qual a comunidade apresenta suas demandas e a

universidade pode contribuir solucionando problemas/demandas existentes.

No entanto, para que as universidades alcancem suas finalidades propostas

pela LDB é necessário que seus cursos sejam planejados e preocupados com a

demanda latente existente no mercado, caso contrário, sem o conhecimento das

necessidades e desejos da sociedade, não haverá uma contribuição significativa.

Pensando em conseguir avaliar e acompanhar o ensino superior, em 2004,

criou-se o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), por meio

da Lei nº 10.861, considerado um marco na história que avalia as instituições de

ensino superior, seus cursos, assim como o desempenho dos estudantes.

Nesse sentido, em 2006, o MEC lançou a Plataforma de Integração de Dados

Page 22: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

21

das IFES (PingIFES), sendo este um sistema unificado para as instituições federais

enviarem seus dados (ex.: matriculados, diplomados etc), por meio do qual se

concretiza o SINAES e os índices de avaliação, assim como dados para fomentar a

matriz de financiamento das instituições.

Com essas ações, o governo seguiu uma tendência, que vem acontecendo na

Europa e na América Latina, onde são criados e consolidados sistemas de avaliação

das instituições de ensino superior a partir de uma concepção em que os órgãos

responsáveis por esse processo têm como objetivo desenvolver e implementar

estratégias que assegurem a qualidade da instituição e da formação dos estudantes

(BRASIL, 2005, p. 9).

Assim, criaram-se dez dimensões de avaliação, por meio de elementos

centrais, com o objetivo de “promover uma perspectiva orgânica e norteadora da

elaboração e das ações pertinentes ao desenvolvimento da avaliação externa”

(BRASIL, 2005, p.15).

A primeira dimensão incorpora a missão e o plano de desenvolvimento

institucional (PDI). A missão de uma instituição deve estabelecer a direção central da

instituição, apontando para a destinação de recursos e identificação de

oportunidades (HONORATO, 2004, p. 62), sendo que o PDI deve estar alinhado com

a missão da instituição, apresentando a filosofia de trabalho da instituição, seus

valores, sua visão de futuro, materializando assim em objetivos estratégicos e

respectivas metas. Segundo o MEC (BRASIL, 2005, p. 15), o PDI deve se articular

com os Projetos Político Pedagógicos dos Cursos da instituição.

A segunda dimensão incorpora a perspectiva científica e pedagógica

formadora: políticas, normas e estímulos para o ensino, a pesquisa e a extensão,

sendo que na área de ensino de graduação e pós-graduação é apontado como

necessário demonstrar a relação das atividades de ensino com as demandas locais,

regionais, nacionais e/ou internacionais, com os Projetos Pedagógicos dos Cursos e

suas propostas curriculares.

Percebe-se, nesta dimensão, uma preocupação em criar cursos que atendam

uma demanda, o que é também uma preocupação do marketing, ou seja, criar

produtos ou serviços que atendam a demanda do mercado ao qual este pertença.

A terceira dimensão incorpora a responsabilidade social das Instituições de

Ensino Superior (IES), que destaca a inclusão social, o desenvolvimento econômico

Page 23: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

22

e social, que incluem atender as demandas de desenvolvimento local, regional,

nacional e internacional, o meio ambiente e a preservação da memória e do

patrimônio cultural.

A quarta dimensão incorpora a comunicação com a sociedade. A quinta

dimensão inclui as políticas de pessoal, carreira, aperfeiçoamento, condições de

trabalho. A sexta dimensão a organização e gestão da instituição. A sétima dimensão

diz respeito a infraestrutura física e recursos de apoio. A oitava dimensão é

planejamento e avaliação, sendo que é necessário apresentar a relação entre o PDI,

os Projetos Político Pedagógicos dos Cursos e a autoavaliação institucional,

incluindo a definição de ações futuras. A nona dimensão são as políticas de

atendimento aos estudantes e a décima dimensão a sustentabilidade financeira da

instituição.

Assim, segundo recomendações do MEC, os Projetos Político Pedagógicos

dos cursos devem apresentar:

[…] o histórico do curso; sua contextualização na realidade social, o quepossibilita articulá-lo às distintas demandas da sociedade; a aplicação daspolíticas institucionais de ensino, de pesquisa, quando for o caso, e deextensão, bem como todos os elementos das Diretrizes CurricularesNacionais, assegurando a expressão de sua identidade e inserção local eregional. (BRASIL, 2005, p. 35)

Desta forma, Benini e Oliveira (2007, p. 131) apresentam que o desafio do

novo milênio é que as mudanças do ensino superior venham ao encontro das

exigências do mercado econômico-social, ou seja, destaca a necessidade dos

cursos do ensino superior serem baseados em demandas do mercado, percebendo-

se a necessidade das instituições de ensino superior em apreenderem a adaptarem-

se às exigências da sociedade vigente (ibid, p.134) e criarem cursos de acordo com

as necessidades destas exigências.

Para alcançar estes objetivos, as universidades podem utilizar algumas

ferramentas de marketing no desenvolvimento de novos cursos contribuindo para

que este novo desafio das instituições de ensino público seja enfrentado por meio da

criação de cursos que atendam às demandas e necessidades do mercado,

contribuindo assim para que o desenvolvimento da região seja alcançado.

O trabalho de Benini e Oliveira (2007, p. 140-141) apresenta indícios da

preocupação das universidades em discutir e implantar reformas curriculares, em

todos os níveis, com pretensão de atender as demandas existentes na sociedade.

Neste contexto de mudanças, percebem-se indícios nas IES do uso destas

Page 24: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

23

ferramentas de marketing. Entretanto, seu uso se mostra ainda pouco estudado e

sistematizado, fazendo-se necessário um ponto focal como estudo de caso para

exploração inicial da questão.

A escolha do ponto focal trata-se de uma lente micro de um universo macro

das IES, sendo que o contexto do programa Reuni caracteriza um interessante

período para se trabalhar a questão do uso das ferramentas de marketing tendo em

vista a grande expansão dos cursos num curto prazo.

A universidade escolhida para foco foi uma das que apresentou um dos

maiores crescimentos proporcionais no período do Reuni, sendo esta uma instituição

centenária, a qual permaneceu por um longo período como escola de ensino

superior, oferecendo apenas dois cursos e, no final dos anos 90, iniciou novos

cursos, subdividindo estes em modalidades de licenciatura e bacharelado em 2002,

quando mais um curso foi aberto.

Em 2005, quando transformou-se a escola em universidade, possuía apenas

6 cursos e entrou em um processo de expansão e abertura de novos cursos,

conforme é possível ver na Tabela 1, alcançando 32 cursos em 2013 (533% de

crescimento).

Tabela 1 - Número de cursos da universidade por ano.

Ano Nº cursos novos Total de cursosAté 2005 - 6

2006 5 112007 5 162008 - 162009 16 322010 - 322011 - 312012 1 322013 - 32

Fonte: Website da universidade

Este crescimento dos cursos fez parte de incentivos do Governo Federal, a

partir do Programa de Expansão do Ensino Superior e o Reuni. Estes programas

favoreceram as universidades a abrirem novos cursos, sendo as escolhas destes de

autonomia das instituições, que submeteram suas propostas de projetos ao

Ministério de Educação.

Este exponencial crescimento pode ter ocorrido acompanhado do uso

consciente ou inconsciente de ferramentas do marketing, como Pesquisa de

Marketing, Benchmarking, Análise SWOT, Diferenciação e Segmentação, Matriz

Page 25: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

24

BCG e Composto de Marketing.

Assim, este trabalho busca compreender se uma Universidade Federal do Sul

de Minas Gerais fez uso destas ferramentas para a abertura dos novos cursos, e

caso identificado, de que maneira se deu a sua utilização

Page 26: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

25

2 BREVES NOTAS SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL

A compreensão da dinâmica atual de funcionamento das instituições públicas

de ensino superior no Brasil, assim como dos processos de criação de novos cursos

nestas, demanda da contextualização histórica que se conectará com os aspectos

culturais, políticos e pedagógicos que envolvem o ambiente universitário e seus

servidores.

Criou-se o ensino superior no Brasil em meados de 1800, quando a família

real portuguesa se instalou no Brasil e sentiu-se a necessidade de profissionalizar a

mão de obra, ressaltando-se as demandas da família real e da corte portuguesa.

Assim, por decreto em 1808, criaram-se o Curso Médico de Cirurgia na Bahia

e a Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica no Hospital Militar do Rio de Janeiro.

Depois em 1810, por meio da Carta Régia, instituiu-se a Academia Real Militar, que

deu início à atual Escola de Engenharia da UFRJ.

Este primeiro período, que foi entre 1808 e o início da República em 1889,

marcou-se pela abertura dos cursos num modelo de escolas autônomas. A partir da

Primeira República, entre 1889 e 1930, o sistema se descentraliza e surgem

diversas escolas, tanto públicas (estaduais ou municipais), quanto privadas.

A universidade surge oficialmente em 1920, quando o então presidente

Epitácio Pessoa institui, com base no decreto nº 11.530/1915, a primeira

universidade oficial, com autonomia didática e administrativa.

Surgem neste período as discussões das funções e papéis da universidade

em duas posições: “os que defendem como suas funções básicas a de desenvolver

a pesquisa científica, além de formar profissionais, e os que consideram ser

prioridade a formação profissional” (FAVERO, 2006, p. 22).

Naquela época, criou-se a universidade para ser um espaço de investigação

científica e de produção de conhecimento, não se preocupando com as

necessidades da realidade onde ela fazia parte (FAVERO, 2006, p. 19).

As três primeiras foram a Universidade Nacional do Rio de Janeiro, a

Universidade do Distrito Federal (que também se localizava no Rio de Janeiro) e a

Universidade de São Paulo (estadual).

Assim o Brasil passou pela revolução de 1930, logo em seguida passando

Page 27: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

26

pelo Estado Novo. Com o fim da era Vargas, em 1945, o país entra numa nova fase,

na qual as universidades passam a lutar por suas autonomias.

Em 1968, em um contexto de crise institucional culminado no AI-5 (Ato

institucional), a Reforma Universitária surge da mobilização estudantil fazendo

pressão para o Governo buscar medidas para solucionar os problemas

educacionais.

Neste mesmo ano o governo criou por decreto (nº 62.937/68) o Grupo de

Trabalho (GT) encarregado de estudar as medidas que deveriam ser tomadas para

resolver a crise da universidade. O GT se constituiu por representantes dos

Ministérios da Educação e Planejamento, do Conselho Federal de Educação e do

Congresso (MENDONÇA, 2000, p. 147), e seu objetivo era “estudar a reforma da

Universidade brasileira, visando à sua eficiência, modernização, flexibilidade

administrativa e formação de recursos humanos de alto nível para o

desenvolvimento do país” (BRASIL, 1983, p. 15).

O relatório do GT apontou para a falta de flexibilidade necessária para

oferecer produto/serviço universitário amplamente diversificado e capaz de

satisfazer às solicitações de um mercado de trabalho cada vez mais diferenciado

(BRASIL, 1983), o que demandou uma reforma.

Após esta Reforma, o ensino superior ampliou suas matrículas,

principalmente nas instituições privadas, que não tinham grande preocupação com a

qualidade de ensino e a pesquisa, como acontecia com as instituições públicas.

Nos anos 70, abriram-se muitos cursos no período noturno pelas instituições

privadas, os quais visavam suprir uma demanda reprimida, uma vez que muitos

brasileiros terminavam o ensino médio e viam no ensino superior a possibilidade de

ascensão ocupacional (DURHAM, 2003, p. 23).

Naquela época, as universidades tinham autonomia para criar novos cursos e

vagas sem o controle do Conselho Federal de Educação, razão pela qual escolas de

ensino superior passaram por um processo de fusão e incorporação a fim de adquirir

a autonomia que a universidade oferecia.

Na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 207, diz-se que “as

universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão

financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre

ensino, pesquisa e extensão”, ou seja, o tripé de ensino-pequisa-extensão ficou

Page 28: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

27

assegurado pela Constituição Federal.

Assim, o ensino superior se desenvolveu e se constituiu, sendo que em 1996

se criou a nova Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394/96), que tinha como uma de

suas finalidades a formação dos alunos em diferentes áreas do conhecimento, aptos

para a inserção em setores profissionais e participação no desenvolvimento da

sociedade.

Com a LDB, as universidades foram obrigadas a associar o ensino e a

pesquisa como condição para se credenciar e com periodicidade aconteciam

processos de avaliações para a instituição se recredenciar.

Ressalta-se que até 1997 não se permitia, legalmente, que instituições de

ensino superior fossem lucrativas, portanto as instituições privadas eram

predominantemente confessionais ou comunitárias, sem fins lucrativos (DURHAM,

2003, p. 24-25).

Após a LDB, houve algumas reformas no ensino superior, sendo que a

primeira delas aconteceu durante os governos de Fernando Henrique Cardoso, que

ao assumir o país implantou suas políticas, cujos eixos centrais eram o ajuste fiscal

e a implantação do Estado mínimo (VALLE, 2009, p. 58), tendo a privatização como

um dos eixos centrais (CHAVES, 2008, p. 333).

Apesar de Fernando Henrique Cardoso tentar transformar as universidades

federais em organizações sociais, a comunidade acadêmica protestou e conseguiu

frustrar os projetos em ambas tentativas. (RIBEIRO, 2007, p. 75).

A ideia era alterar o financiamento do ensino superior de instituições para

indivíduo, por faixa de renda, assim como foi feito na Coreia, onde aconteceu a

terceirização da universidade. Entretanto, o sistema de ensino superior seguiu as

diretrizes da ONU, a qual determina que o ensino superior deve se tornar mais

diversificado e flexível, assim expandindo suas vagas, porém com contenção dos

gastos públicos (CHAVES; LIMA; MEDEIROS, 2008, p. 334), ou seja, esta

diversificação aconteceu no setor privado, diversificando assim as fontes de

financiamento.

Segundo Ristoff (2008, p. 45), se a palavra de ordem até meados de 2000 era

expandir, esta palavra passou a ser democratizar. Assim, a segunda geração da

reforma aconteceu durante o governo Lula, no qual foi instituído o ProUni, a criação

de novos campi nas instituições federais de ensino superior, a proposta de expansão

Page 29: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

28

do ensino noturno público, a criação de novas universidades federais, o Reuni e a

expansão da educação a distância, em 2006, por meio da Universidade Aberta do

Brasil (UAB).

Ainda na tentativa do processo de democratização, criou-se o Programa de

Universidade para Todos (ProUni), instituído pela Lei nº 11.096/2005, que visa

aproveitar as vagas ociosas das instituições privadas de ensino superior (com ou

sem fins lucrativos) e preenchê-las com estudantes que tenham cursado todo o

ensino médio na escola pública ou com bolsas de estudos integrais ou que sejam

portadores de deficiência ou professores da rede pública de ensino para cursos de

licenciatura, normal superior e pedagogia destinados à formação do magistério da

educação básica. Estes alunos podem conseguir bolsas integrais, de 50% ou 25%,

as quais são custeadas pelo poder público com transferência do recurso público

mediante isenção fiscal (CSLL2, COFINS3, PIS4 e Imposto de Renda das Pessoas

Jurídicas).

Outro programa também desenvolvido, buscando atender a uma necessidade

de expansão do ensino superior, foi o Reuni, que é o Programa de Apoio ao Plano

de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais. Sua criação se

concretizou por meio do Decreto nº 6.096 que surge com o propósito de congregar

esforços para a consolidação de uma política nacional de expansão da educação

superior pública (BRASIL, 2007, p. 4).

O objetivo do Reuni é

criar condições para a ampliação do acesso e permanência na educaçãosuperior, no nível de graduação, para o aumento da qualidade dos cursos epelo melhor aproveitamento da estrutura física e de recursos humanosexistentes nas universidades federais, respeitadas as característicasparticulares de cada instituição e estimulada a diversidade do sistema deensino superior. (BRASIL, 2007, p. 10)

Assim, as universidades aderiram voluntariamente ao programa, submetendo

suas propostas ao Reuni, dentro das dimensões estruturantes: 1. ampliação da

oferta de educação superior pública, 2. reestruturação acadêmico curricular, 3.

renovação pedagógica da educação superior, 4. mobilidade intra e interinstitucional,

5. compromisso social da instituição e 6. suporte da pós-graduação ao

desenvolvimento e aperfeiçoamento qualitativo dos cursos de graduação (BRASIL,

2007, p. 11 e 12).

2 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.3 Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social.4 Contribuição para o Programa de Integração Social.

Page 30: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

29

Segundo o relatório que analisou a expansão das Universidades Federais

(BRASIL, 2012, p. 27) existem três importantes dimensões da expansão das

Universidades: política, pedagógica e de infraestrutura.

A dimensão política cumpriu seu objetivo que era de possibilitar uma maior

democratização do acesso, com aumento de vagas, assim como com a criação de

novas universidades e novos campus universitário. Porém, verificou-se que apenas

a comunidade interna participou das discussões, necessitando “ampliar as

discussões com a comunidade externa, seja para definição de seus cursos, seja

para a discussão da localização de seus campus de modo a implantar cursos

relacionados com a vocação dos municípios onde serão implantados”(BRASIL,

2012, p. 28).

Na dimensão pedagógica verificou-se que mais de 80% dos reitores

afirmavam que houve revisão da estrutura acadêmica, assim como, houve

preocupação de todos em criar programas voltados para o sucesso dos estudantes

(BRASIL, 2012, p. 29), o que demonstra uma preocupação em atender demandas

do mercado.

Na dimensão da infraestrutura constatou-se que houve um processo de

investimento em infraestrutura, dada a situação precária que as instituições se

encontravam.

Constatou-se no relatório (BRASIL, 2012, p. 31) que houve planejamento para

a expansão, como: estudo na definição dos locais das universidades e cursos que

levaram em consideração a localização geográfica e sua importância no contexto

das micro e mesorregiões, disponibilização de infraestrutura de apoio, melhores

condições para disponibilização de serviços necessários (rede de internet, transporte

e infraestrutura para apoio aos estudantes, professores e técnicos administrativos).

Neste contexto, também é importante destacar que o ingresso nas

universidades federais está sendo realizado por meio do Exame Nacional do Ensino

Médio – ENEM, o qual foi criado em 1998 com o objetivo de avaliar o desempenho

do estudante ao final do ensino médio. Porém, com a criação do ProUni, este exame

sofreu algumas modificações, sendo utilizado como critério para a seleção de bolsas

e, em 2009, apresentou uma nova versão, a qual vinculou-se ao Sistema de Seleção

Unificada – SISU, que seleciona estudantes exclusivamente pela nota obtida no

exame para as universidades federais.

Page 31: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

30

Desta forma, atualmente, para estudar em uma universidade federal faz-se

necessário a realização do ENEM e, em seguida, escolher em qual universidade

deseja estudar de acordo com a sua nota.

As políticas nacionais que desencadearam os atuais programas de ingresso e

permanência dos estudantes nas universidades, assim como aquelas que

incentivam a criação dos cursos superiores, são determinantes para a escolha

destes, seja consciente ou inconscientemente.

Neste contexto, torna-se importante que a criação dos cursos de graduação

estejam alinhados aos anseios dos estudantes, atendendo a uma demanda da

região e do mercado de trabalho.

Diante deste percurso histórico, percebe-se um caminhar do ideário elitista da

universidade para um democrático e com foco nas demandas socioeconômicas para

o desenvolvimento do país.

Esta mudança de foco, ressaltada na LDB de 1996, aliada ao processo

crescente de autonomia universitária garantida anteriormente na Constituição de

1988, possibilitaram a revisão da estrutura da universidade e seus cursos, alinhando

estas com as políticas governamentais e demandas socioeconômicas.

É neste atual contexto que se viabilizam nas universidades públicas os usos

de ferramentas de marketing como meios poderosos de atrelar os interesses da

universidade com os da comunidade.

Page 32: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

31

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE MARKETING

Pretende-se neste capítulo apresentar o conceito de marketing e suas

principais ferramentas, para posteriormente apresentar o marketing educacional e

algumas evidências da utilização das ferramentas de marketing em Instituições de

Ensino Superior.

Desta forma, espera-se fundamentar os conceitos inerentes ao marketing e

suas ferramentas estratégicas para, posteriormente, identificar nos PPPs indícios da

utilização das ferramentas de marketing, assim como compreender como são

utilizadas alguma ferramenta de marketing na construção do PPPs e criação de um

novo curso.

3.1 MARKETING

Segundo a Associação Americana de Marketing (2013), “marketing é a

atividade, conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, entregar e

trocar ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e sociedade

em geral” (tradução nossa5), sendo utilizado e adaptado aos diversos segmentos

existentes no mercado. Sua teoria guia essas diversas aplicações, porém com

algumas adaptações que se fazem necessárias para sua utilização.

Comumente se ouve falar em diversos termos relacionados ao marketing,

como marketing de serviços, marketing educacional, marketing político, marketing

esportivo, marketing promocional, marketing industrial, marketing infantil, marketing

odontológico, entre outros. Entretanto, apesar das diferenciações, a base da teoria é

a mesma, a teoria de marketing, sendo porém realizadas adaptações para

segmentos específicos.

O marketing surgiu inicialmente como uma função exclusiva das instituições

privadas, com o objetivo de identificar a necessidade e criar oportunidade na

comercialização de produtos, onde o foco era a obtenção de lucro da instituição.

5 Marketing is the activity, set of institutions, and processes for creating, communicating, delivering,and exchanging offerings that have value for customers, clients, partners, and society at large.

Page 33: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

32

Com o tempo, percebeu-se que não eram apenas produtos que poderiam ser

contemplados, mas também serviços. Desta forma, foram se ampliando as

possibilidades de aplicação do marketing.

Percebeu-se também que instituições que não visavam lucro também

poderiam se beneficiar de suas ferramentas, auxiliando as instituições a atingir suas

missões e visões.

Em suas primeiras definições, o marketing tinha como foco produtos

tangíveis, porém, em 1969, os autores Kotler e Levy (1969) ampliaram essa

definição, expandindo o conceito de marketing, o qual passou a incluir as

organizações sem fins lucrativos.

O estudo de marketing no Brasil é relativamente novo, teve seu início em

1954, trazido pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da

Fundação Getúlio Vargas, que foi utilizado como uma expressão para

“mercadologia” segundo Cobra (2005, p. 6).

Nos anos 80, o marketing passou a ser utilizado como uma ferramenta que

estuda as relações entre consumidores e produtores de bens e serviços,

principalmente voltado ao setor privado e recentemente tem contribuído para o

sucesso do setor público e organizações que não visam o lucro financeiro.

Assim, Levitt (1980, p. 88) afirma que:

A maneira como a empresa gere o seu marketing pode se tornar a maispoderosa forma de diferenciação. Na verdade, isso pode ser como algumasempresas do mesmo setor diferem-se mais uns dos outros.6

Drucker (1975, p. 70) define o objetivo de marketing como “conhecer e

compreender o cliente tão bem que o produto e o serviço lhe sejam talhados e se

vendam por si próprios”.

Pensando no marketing aplicado à área educacional, pode-se dizer, a partir

da definição do objetivo de Drucker, que o objetivo de marketing em uma

universidade é que a instituição compreenda o estudante do ensino médio tão bem

que todos queiram estudar na instituição ou mesmo que os cursos oferecidos pela

instituição sejam compatíveis com os desejos e necessidades dos alunos.

6 Tradução nossa: “The way a company manages its marketing can become the most powerfulform of differentiation. Indeed, that may be how some companies in the same industry differ mostfrom one another.”

Page 34: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

33

3.2 AS FERRAMENTAS DE MARKETING

Considerando que, a proposta desta pesquisa é de investigar o uso das

ferramentas de marketing durante o processo de criação de novos cursos de

graduação em uma Universidade Federal do Sul de Minas, apresenta-se a seguir as

ferramentas de marketing7 que podem ser utilizadas na abertura de novos cursos:

Pesquisa de Marketing, Benchmarking, Análise SWOT, Diferenciação e

Segmentação, Matriz BCG e Composto de Marketing, para posteriormente identificar

indícios de uso das mesmas nos PPP´s e entrevistas da universidade em estudo.

3.2.1 Pesquisa de Marketing

A Pesquisa de Marketing é uma ferramenta muito utilizada nas instituições de

maneira em geral. Segundo Mattar (2007, p. 4), a pesquisa de marketing faz parte

do sistema de informação de marketing (SIM) da empresa e visa coletar dados

pertinentes e transformá-los em informação que venha ajudar os gestores na

resolução de problemas. A European Society for Opinion and Marketing Research

(Esomar) e a American Marketing Association (AMA, 1988) definem a Pesquisa de

Marketing como:

[…] a função que liga o consumidor, o cliente e o público ao marketingatravés da informação – informação usada para identificar e definir asoportunidades e problemas de marketing, gerar, refinar e avaliar a ação demarketing; monitorar o desempenho de marketing, e aperfeiçoar oentendimento de marketing como um processo. Pesquisa de marketingespecifica a informação necessária destinada a estes fins; projeta o métodopara coletar informações; gerencia e implementa o processo de coleta dedados; analisa os resultados e comunica os achados e suas implicações.(AMA, 1988 apud MATTAR, 2007, p. 4)

Mattar (2007, p. 4) destaca que existe diferença entre pesquisa de mercado e

pesquisa de marketing. A pesquisa de mercado restringe seu foco para o mercado

da empresa ou de seu produto, enquanto que a pesquisa de marketing é mais

7 Ferramentas de Marketing para abertura de novos curso são conjunto de instrumentosque o marketing apresenta, os quais podem ter sido desenvolvidos pelas diversas áreasdo conhecimento, os quais podem ser utilizados no planejamento estratégico paraabertura, implantação e acompanhamento de novos cursos.

Page 35: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

34

ampla, contemplando todo o tipo de dados que diz respeito à atividade de marketing

da empresa, inclusive abrangendo a pesquisa de mercado.

As etapas da Pesquisa de Marketing são: 1. Formulação do problema de

pesquisa, 2. Planejamento da pesquisa, 3. Execução da pesquisa e 4. Comunicação

dos resultados (MATTAR, 2007, p. 6-7).

Quanto a classificação, ela pode ser exploratória, quando o pesquisador não

tem muito conhecimento do assunto, e conclusivas, podendo se subdividir em

descritivas e explicativas.

As pesquisas exploratórias podem ser realizadas de diversas maneiras,

utilizando levantamentos de experiências, bibliográficos, documentais, estatísticos,

ou mesmo utilizando fonte de dados secundários de pesquisas já realizadas, como,

por exemplo, dados do IBGE.

As pesquisas conclusivas, descritivas e explicativas, são realizadas

normalmente com objetos de pesquisa que o pesquisador tem um conhecimento

prévio. Sendo que as pesquisas descritivas descrevem as características do objeto

de pesquisa, utilizando técnicas padronizadas de coleta de dados como questionário

e observação sistemática e as pesquisas explicativas buscam identificar os fatores

que determinam ou contribuem com a ocorrência dos fenômenos/fatos.

Dentre muitos tipos de Pesquisa de Marketing existentes, pode-se citar:

pesquisa de motivação, de imagem, de promoção e vendas, de força de vendas, de

localização, estudos para construção de cenários, de segmentação, de

comportamento de compras, de conceito, marca, produto em si, embalagem,

qualidade percebida, posicionamento, entre outros (MATTAR, 2007 p. 37 e 38).

3.2.2 Benchmarking

Também existe a ferramenta de Benchmarking, a qual iniciou por volta de

1970 na empresa Xerox nos Estados Unidos da América e desde então tem sido

utilizada pelas empresas. A APQC8 (1993 apud ANDERSEN, 1996, p. 3) definiu

Benchmarking como “a prática de ser humilde o suficiente para admitir que alguém é

8 APQC - American Productivity & Quality Center - é uma organização sem fins lucrativos que auxiliaempresas a realizarem o benchmarking.

Page 36: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

35

melhor em algo, e ser sensato o suficiente para aprender como alcançá-lo e superá-

lo”9.

Desta forma, o Benchmarking é um processo de conhecer, medir e comparar

processos de negócios, em organizações líderes em qualquer setor, em busca de

adquirir e aprimorar conhecimentos que ajudarão sua instituição melhorar.

O Benchmarking pode ser realizado em instituições que atuam em

setores/ramos diferentes, pois o importante é conhecer o processo que agrega valor

a uma empresa, adaptar e melhorar para a implantação na instituição. Porém, é

importante a instituição ter ciência que é preciso adaptar os procedimentos

encontrados para o contexto da instituição.

Neste sentido, Levy e Ronco (2012, p. 5) afirmam que o Benchmarking é uma

maneira de identificar os melhores métodos, práticas e processos de uma instituição,

levando para a sua instituição e melhorando o mesmo, a fim de identificar

oportunidades de melhoria.

Segundo Langdord (2010, p. 45), o Benchmarking é considerado favorável se

algumas condições forem cumpridas, como: realização de comparações

apropriadas, interpretação dos dados considerando os diferentes contextos, a

utilização de parâmetros válidos, confiáveis e generalizáveis, a administração

estiver comprometida e disposta a agir nas deficiências encontradas, assim como se

o custo da iniciativa e processo de mudança for inferior aos benefícios resultantes.

3.2.3 Análise SWOT

Outra ferramenta de marketing muito utilizada pelas instituições para análise

de cenários é a Análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Treats)

traduzido no Brasil como Força, Fraqueza, Oportunidade e Ameaça, também

conhecido como FOFA. Esta ferramenta tem como objetivo identificar os pontos

fortes e fracos de uma instituição, assim como as oportunidades e ameaças no

ambiente na qual a mesma está inserida, para com base neste levantamento criar

9 Tradução nossa: Benchmarking is the practice of being humble enough to admit that someone elesis better at something, and being wise enough to learn how to match and even superpass them atit. (APQC, 1993)

Page 37: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

36

estratégias que destaquem seus pontos fortes, eliminem seus pontos fracos,

aproveitem as oportunidades e enfrentem as ameaças.

Os pontos fortes e fracos são levantados a partir de uma análise interna da

instituição, a qual examina todos os aspectos da cobertura da organização, como

instalações, localização, produtos e serviços (DYSON, 2002, p. 632). Este ambiente

interno é controlado pelos dirigentes da instituição, sendo resultados das estratégias

previamente definidas pela organização. Assim, a instituição deve ressaltar ao

máximo seus pontos fortes, procurando minimizar ou, se possível, eliminar os pontos

fracos.

No ambiente externo à instituição há as oportunidades e as ameaças, as

quais, apesar de não ser possível seu controle, é importante conhecer e monitorar, a

fim de aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças.

Desta forma, é possível perceber que o uso desta ferramenta auxilia o gestor

realizar uma análise de cenário e tomar as decisões com maior assertividade.

3.2.4 Diferenciação e Segmentação

Outras ferramentas importantes do marketing, desenvolvidas por Wendell

Smith (1956), foram a Diferenciação de produto e a Segmentação de mercado.

Segundo Smith (1956, p. 4), é importante realizar a diferenciação de produtos

que são produzidos por várias instituições, pois a diferenciação do produto visa

estabelecer uma posição de mercado nos segmentos que são definidos e

penetrados, sendo realizada por meio do uso de publicidade e promoção (ibid., p. 5-

6).

Levitt (1980, p. 83) afirma que “no mercado, a diferenciação está em toda

parte”, apesar de nem sempre ela estar saliente. A diferenciação, segundo o autor

(id., p. 87), não se limita apenas a entregar ao cliente o que ele espera, mas reforçar

o que ele espera com coisas que ele nunca tenha pensado antes, surpreendendo

positivamente o cliente.

Neste mesmo sentido, a segmentação de mercado segundo Smith (1956, p. 6

e 7) consiste numa visão de mercado heterogêneo, no qual são agrupados as

Page 38: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

37

diferentes preferências em segmentos de mercado, numa busca por maximizar a

satisfação do consumidor, construindo assim uma posição no mercado mais segura

e estável.

Para segmentar um mercado, Hooley, Piercy e Nicoulaud (2011, p. 152)

apresentam três requisitos fundamentais que são: os clientes devem diferenciar-se

entre si, a segmentação deve ser identificada por características mensuráveis e os

segmentos devem ser isolados dos demais.

Assim, “as variáveis utilizadas para segmentar os mercados podem ser

agrupadas em três classes: 1. Características básicas do cliente, 2. Atitude do

cliente e 3. Comportamento do cliente” (HOOLEY; PIERCY; NICOULAUD, 2011, p.

153).

Das muitas variáveis utilizadas para segmentação, as mais utilizadas são por

características demográficas (sexo, idade, localização geográfica, subcultura),

socioeconômicas, pelo ciclo de vida da família, de personalidade e de estilo de vida.

A estratégia de diferenciação do produto é uma ferramenta utilizada,

principalmente em mercados horizontais10 de grande dimensão (SMITH, 1956, p. 4),

pois devido à alta competição é necessária a diferenciação do produto em relação a

seus concorrentes.

As ferramentas de diferenciação de produtos e segmentação de mercado

podem contribuir para que a instituição se diferencie dos seus concorrentes, assim

como estabeleça estratégias para os diferentes segmentos que atendam suas

demandas e fidelizem seus clientes.

Como estamos falando de produto, diferenciação e segmentação, é

importante apresentar o conceito do ciclo de vida do produto (LEVITT, 1965), o qual

é dividido em 4 estágios: desenvolvimento de mercado, crescimento de mercado,

maturação de mercado e declínio de mercado. Assim, quando uma instituição

desenvolve um novo produto, ela tem que planejar uma série de ações a serem

empregadas nos estágios subsequentes, evitando assim o declínio e prolongando

sua permanência no estágio de maturação, e, se possível, reinventando sua

utilidade a fim de desenvolver novos mercados a partir do estágio de maturação,

criando assim uma estratégia de longo prazo.

10 Kalakota e Robinsin (2001 p. 296) definem mercados horizontais como mercados de bens eserviços comuns que abrangem diversos segmentos.

Page 39: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

38

3.2.5 Matriz BCG

Com base na ferramenta do ciclo de vida do produto, Bruce Henderson (1970)

desenvolveu a Matriz BCG11, a qual permite analisar os diversos produtos da

instituição dentro dos quadrantes desenvolvidos.

Cada produto da instituição deve ser classificado em um quadrante, sendo

que no quadrante “Em questionamento” estão os produtos que possuem uma baixa

participação no mercado, por estarem em desenvolvimento, estes exigem

investimento para que sua participação possa crescer. Normalmente os produtos

“Em questionamento” que são bem-sucedidos, se tornam “Estrela”.

No quadrante “Estrela” estão os produtos que possuem uma alta participação

no mercado, porém devido a investimentos realizados e contínuos, ainda não produz

um fluxo de caixa positivo, porém o mesmo pode conseguir se estabilizar, tornando-

se uma “Vaca leiteira”.

No quadrante “Vaca leiteira” estão os produtos que se estabilizaram, os quais

a empresa não precisa realizar altos investimentos e o retorno é contínuo. Os

produtos classificados como “Vaca leiteira” são os produtos que mantêm a

instituição, permitindo que ela invista nos produtos “Em questionamento” e “Estrela”,

porém é preciso ficar atento para não perder muito o mercado e os produtos se

tornarem “Abacaxi”.

No quadrante “Abacaxi”, também conhecido como “animais de estimação”,

estão os produtos com baixa participação do mercado e baixo crescimento, o que

gera baixo lucro ou até prejuízo. Os produtos deste quadrante precisam ser

estudados e avaliada sua continuação no mercado.

3.2.6 Composto de Marketing

A ferramenta do Composto de Marketing são os 4 P´s desenvolvido por

McCarthy (1960) que são: Produto, Preço, Praça e Promoção.

11 BCG – Boston Consulting Group.

Page 40: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

39

O primeiro elemento é o Produto, que alguns autores (ROSSI, 2006,

KOTLER; FOX, 1998) destacam como sendo o elemento mais importante da

organização, pois sem ele a instituição não tem o que vender, ou do que fazer

promoção, ou mesmo o que precificar. Desta forma o produto influi diretamente na

elaboração e estruturação dos demais elementos do composto de marketing.

O produto, segundo a teoria de marketing, é definido por Kotler e Lee (2008,

p. 60) como “qualquer coisa que possa ser oferecida no mercado, por uma

organização ou indivíduo, para satisfazer uma vontade ou necessidade do

consumidor”.

O produto pode ser físico ou abstrato, como é o caso de um serviço. O

importante é a instituição conhecê-lo muito bem antes de disponibilizá-lo ao

mercado, identificando com detalhe cada produto, suas características, produtos

relacionados e acessórios, embalagem, marca, variedade, qualidade, design,

tamanhos, serviços complementares, garantias, retornos.

Além de conhecer bem o seu produto, é importante também a empresa

conhecer quais são os produtos que concorrerão no mercado com o seu produto.

Buscar as diferenças, vantagens de cada produto, o diferencial que cada um

apresenta. Conhecer bem o produto oferecido e seus concorrentes é uma ação

estratégica que auxilia a instituição alcançar seus objetivos.

O Preço é outro elemento que deve ser detalhado e bem analisado, pois ele

possui grande influência na decisão de compra. Fatores como condições de

pagamento, desconto, prazo, financiamento, número de prestações e crediário

realmente podem atrair ou repelir clientes.

A Praça são os canais de distribuição, que Kotler e Lee (2008, p. 110) definem

como “meios que você utiliza para entregar ofertas e meios que os cidadãos

possuem para acessá-las”. Em universidades públicas são o local onde a instituição

oferecerá seus cursos e suas modalidades (presencial ou à distância). A boa escolha

da praça pode influenciar a participação, utilização, compra de produto/serviço,

satisfação, entre outros.

O último P é o da Promoção, que está ligado diretamente à comunicação de

marketing. Por meio da promoção, o público-alvo conhece o produto, assim como

suas ofertas e diferenciais, desejam experimentar/adquirir, confiando que o mesmo

pode lhe trazer os benefícios esperados.

Page 41: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

40

A promoção é constituída pela propaganda, publicidade, relações-públicas,

eventos, marketing direto, materiais impressos, canais de comunicação pessoal,

merchandising entre outros e “seu público-alvo são a sua fonte de inspiração e

aqueles cuja opinião e resposta mais importam” (KOTLER; LEE, 2008, p. 156). Toda

a promoção tem como objetivo atingir seu público-alvo, atraindo sua atenção para o

produto destacado.

Conforme se pode perceber, o composto de marketing é um conjunto, uma

mistura de itens, sendo sua composição fundamental para o sucesso da instituição.

Todas instituições, tendo ou não fins lucrativos, encontram nos 4 Ps o conhecimento

e a base para sua interação com o mercado (YANASE, 2011, p. 33).

Como o marketing também pode ser usado para serviço, realizou-se um

paralelo dos 4 P´s para a visão do consumidor ou cliente que chamaram de 4 C´s

(LAUTERBORN 1990), que se equivalem. O Produto visto como Cliente (solução

para), o Preço é o Custo, a Praça é a Conveniência e a Promoção é a Comunicação.

3.2.7 Síntese das Ferramentas de Marketing

Quadro 1 - Síntese das Ferramentas de Marketing apresentadas

Ferramentas O que faz? Desenvolvidopor

Ano

Pesquisa deMarketing

Metodologia estruturada que identifica um problema,coleta dados, analisa e transforma em informação que

ajudam os gestores na resolução do problema.

diversosautores

desde1910

Diferenciaçãoe

Segmentação

Diferencia os produtos perante seus concorrentes esegmenta seu público para maximizar sua satisfação. Wendell Smith 1956

Composto deMarketing

Auxilia a instituição a identificar e aprimorar com base nos4Ps (Produto, Preço, Praça e Promoção).

JeromeMcCarthy

1960

Análise SWOT Identifica os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades eameaças.

AlbertHumphrey

1960

Matriz BCG Analisa os diversos produtos em quadrantes “emquestionamento”, “estrela”, “vaca leiteira” e “abacaxi.

BruceHenderson

1970

Benchmarking Auxilia na busca de adquirir e aprimorar osconhecimentos baseando na experiência de empresas

líderes.

Empresa Xeroxnos EUA

1970

Fonte: Elaborado pela autora

Page 42: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

41

Apresenta-se no Quadro 1 a síntese de todas as ferramentas de marketing

apresentadas neste tópico, citando a finalidade da ferramenta, assim como o

precursor que desenvolveu a ferramenta e o ano. Vale destacar, que a ferramenta de

pesquisa de marketing começou a ser desenvolvida, formalmente, em 1910, porém

a mesma vem sendo aprimorada até hoje.

Buscando sintetizar e relacionar numa linha do tempo a história do ensino

superior no Brasil, a história da universidade estudada e o surgimento das

ferramentas de marketing, apresenta-se na Figura 1 uma síntese dos principais

marcos na linha do tempo que inicia-se no ano de 1800 até os dias atuais.

Observa-se no diagrama o contexto da reforma universitária em 1968, pouco

antes da primeira expansão da Universidade e a segunda mudança significativa

(transformação em centro universitário) alguns anos após a nova LDB em 1996 e

posteriormente a transformação em universidade, concomitantemente às outras

políticas governamentais que procuraram ampliar o acesso ao ensino superior no

Figura 1 - Diagrama síntese da Educação Superior no Brasil, a história da Universidade estudada e o

surgimento das Ferramentas de Marketing no tempo.

Fonte: Elaborado pela autora

Page 43: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

42

Brasil.

Quanto às ferramentas de marketing, observa-se no diagrama que a maior

partes delas foram desenvolvidas entre 1910 e 1970, décadas antes das grandes

expansões universitárias no Brasil.

Nas empresas brasileiras, as ferramentas de marketing chegaram na década

de 60 e, ainda hoje, é um paradigma para as instituições públicas, como as

universidades que vêm intensificando seu uso por meio do marketing educacional

como apresenta-se a seguir.

3.3 MARKETING EDUCACIONAL

Como exposto anteriormente, o marketing educacional surgiu da teoria de

marketing aplicado ao ensino.

Colombo (2008, p. 18) explica que o marketing educacional surgiu no Brasil,

em instituições privadas, na última década do século XX, pela necessidade das

instituições de ensino estabelecerem estratégias para evitar a diminuição no número

de alunos. Com base nesta afirmação percebe-se que o marketing passou

inicialmente a fazer parte das instituições de ensino com o objetivo de se manter no

mercado, conseguindo auferir o lucro desejado.

O autor (op. cit, p. 25) ainda cita algumas características do serviço

educacional: intangível, pois não pode ser testado, experimentado ou avaliado com

antecedência; perecível, pois deve ser consumido no momento em que é produzido

(aula); e o contato frequente, sendo diário na maioria dos casos.

Há diversos estudos que apontam a utilização do marketing em universidades

particulares (COSTA et al. 2011; LINHARES, 2009; SCAGLIONE; PIZA, 2011),

entretanto, ainda surgem dúvidas quando se fala em utilizar, formalmente, o

marketing em universidades públicas.

Naudé e Ivy (1999, p. 126-127) apontam que quando se fala em marketing em

universidades públicas é comum surgirem diversos questionamentos como quem é o

“cliente” nas instituições públicas, quais são as partes interessadas, assim como o

que a orientação de marketing significa neste ambiente.

Page 44: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

43

Na realidade, as universidades públicas também podem utilizar ferramentas

de marketing em sua gestão, assim como vem acontecendo com as instituições

privadas. Esta utilização é possível desde a criação de novos cursos focados nos

desejos e necessidades dos alunos, assim como no mercado de trabalho, nas

estratégias utilizadas para atrair e reter os alunos, no conhecimento que a

universidade tem de seu mercado, concorrentes e parceiros, até na maneira como a

instituição de ensino se comunica com a sociedade.

Desta forma, percebe-se que a utilização das ferramentas de marketing pode

contribuir para que a instituição de ensino obtenha uma diferencial competitivo,

contribuindo para o alcance de seus objetivos e metas.

Vale lembrar que, conforme destaca McDonald (2008, p. 4), em instituições

sem fins lucrativos, a satisfação do cliente pode ser um substituto para a

lucratividade, ou seja, em instituições de ensino público a satisfação dos alunos é

um dos objetivos das instituições e não o lucro financeiro em si.

3.4 EVIDÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DO MARKETING EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO

A partir dos conceitos de marketing apresentados, realizou-se uma busca por

artigos que evidenciassem a utilização do marketing em IES brasileiras, para

verificar como esta utilização vem ocorrendo.

Realizou-se uma busca no periódico Capes e Google Acadêmico12 pelas

palavras marketing e ensino/educação, porém de acordo com os resultados

encontrados, observou-se a escassez de artigos com o tema procurado, visto que

poucas revistas apresentam artigos sobre o marketing nas IES e, mesmo nestas, há

poucos trabalhos publicados. Os periódicos que apresentaram algum artigo

relacionado ao marketing em IES foram as Revistas RAE, REGE, Vértice, FSA e

GUAL.

Buscou-se também eventos em que o tema fora apresentado e discutido.

Neste sentido, encontrou-se um artigo apresentado na Intercom e diversos artigos

apresentados no Colóquio Internacional de Gestão Universitária nas Américas.

12 scholar.google.com

Page 45: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

44

Iniciando pelas revistas pesquisadas, a Revista RAE (Revista de

Administração de Empresas), da Fundação Getúlio Vargas, iniciou suas publicações

em 1961 e, durante todos estes anos, encontraram-se apenas dois artigos que

abordam o marketing em IES.

Em 1989, Martins (1989) publicou um artigo no qual realizou a identificação e

caracterização das atividades do marketing educacional nas IES, por meio de um

levantamento em 31 instituições da grande São Paulo. Martins (op. cit.) percebeu

que o esforço total de marketing de uma IES compreende um razoável elenco de

atividades, normalmente desconhecido pelos administradores escolares. Mesmo

assim, muitos institutos executam determinadas atividades de marketing, sem que

seus responsáveis as tenham reconhecido como tais.

Depois desta publicação de 1989, somente em 2006 se encontrou um outro

artigo na RAE, o qual apresenta o trabalho desenvolvido pelas autoras Ikeda e

Oliveira (2006) que publicaram o artigo da pesquisa desenvolvida com ex-alunos da

pós-graduação para estudar a criação de valor em serviços educacionais na

perspectiva do estudante.

A Revista de Gestão USP - REGE, é uma publicação trimestral para

divulgação de trabalhos de natureza acadêmica de temas relacionados à

Administração de Empresas. Apesar de a revista ser antiga, a mesma disponibiliza

em sua página eletrônica os artigos publicados a partir de 2005. Realizando uma

busca com a palavra-chave “marketing”, obtiveram-se 161 artigos, entretanto,

apenas três artigos abordam diretamente o marketing em IES, nos demais, o

conceito não apareceu relacionado com IES.

Apresenta-se no artigo de Provinciali et al. (2005) um levantamento de dados

de perfil e percepções dos alunos de 4 IES do curso de Administração. Assim, os

autores identificam que a maior dificuldade observada para a inserção profissional é

a desarticulação entre teoria e prática e, a partir dos dados levantados, os autores

esperam contribuir para que as IES adotem ações estratégicas para elevar a

qualidade dos cursos e do futuro profissional.

O artigo de Castro et al. (2007) levantou a opinião dos estagiários sobre as

oportunidades de desenvolvimento oferecidas pelas empresas e, por meio disso,

identificaram as expectativas e necessidades que os motivam a buscar esses

programas e como esses aspectos são satisfeitos. Os resultados apontam que os

Page 46: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

45

alunos esperam uma oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos na

faculdade e o crescimento profissional dentro da empresa, além do reconhecimento.

Kitahara et al. (2008) apresentam em seu artigo os resultados de uma

pesquisa realizada com egressos do curso de Administração da USP, a fim de

verificar se os ex-alunos percebem a adequação do conhecimento adquirido no

curso às necessidades de seu exercício profissional, adequando às expectativas do

mercado global. Na conclusão, os autores depreendem que os alunos “não

perceberam de maneira significativa as alterações curriculares e sua devida

utilização na prática empresarial, ainda que os professores tenham realizado esforço

substancial nesse sentido” (KITAHARA et al., 2008, p. 44).

Desta forma, é possível constatar que os artigos publicados na REGE que

abordam o marketing em IES são de levantamento de dados que podem contribuir

para a gestão da universidade, curso ou programa de estágio.

A Revista Vértice é uma publicação interdisciplinar do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF) que divulga desde 1997 trabalhos

nas áreas de Educação, Letras, Linguística, Engenharias, Filosofia, Teologia,

Psicologia, Sociologia, Serviço Social, Administração, Ciências Contábeis, Turismo e

Ciências Agrárias. Realizando uma busca com a palavra-chave “marketing”,

encontraram-se 3 artigos, sendo que apenas o artigo de Costa et al. (2011) tratou o

tema no contexto dos cursos de graduação de instituições de ensino.

Costa et al. (2011) buscaram identificar as competências de marketing dos

gestores de duas IES, sendo uma pública e outra privada. De acordo com a

pesquisa, constatou-se que as IES utilizam o marketing de maneira diferenciada,

sendo que a instituição pública utiliza algumas ferramentas do marketing de forma

instintiva e não organizada e a privada utiliza de maneira mais aprofundada e com

maior profissionalismo.

A Revista FSA é uma publicação da Faculdade Santo Agostinho (Teresina –

PI) que visa divulgar trabalhos das áreas de Administração, Antropologia,

Arqueologia, Ciência da Informação, Ciências Contábeis, Comunicação, Direito,

Educação, Geografia, História, Letras, Linguística, Museologia, Serviço Social e

Turismo desde 2004. Realizando uma busca com a palavra-chave “marketing”,

encontraram-se 12 artigos, sendo que apenas o artigo de Malvezzi e Zambalde

(2013) abordou o marketing no contexto dos cursos de graduação de instituições de

Page 47: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

46

ensino.

Malvezzi e Zambalde (2013) apresentam uma análise do marketing no

processo de inovação tecnológica da Universidade de Lavras, que diagnosticou que

não existem ferramentas e canais para promover o marketing das inovações

tecnológicas. Desta forma, os autores alertam que se faz necessária a implantação

do marketing interno, a fim de que todos tomem conhecimento das oportunidades e

políticas de inovação.

A Revista Gestão Universitária na América Latina (GUAL) é um periódico que

possui como foco estimular a pesquisa e o debate sobre questões emblemáticas que

atingem a Gestão Universitária e a Educação Superior na América Latina, vinculada

ao Instituto de Pesquisas e Estudos em Administração Universitária, da Universidade

Federal de Santa Catarina – INPEAU/UFSC. Ela iniciou em 2007 com periodicidade

anual, sendo que a partir de 2011 se tornou quadrimestral, com uma edição especial

no final de cada ano.

Realizando a busca na revista com a palavra-chave “marketing”, encontraram-

se 9 artigos. Verificando os artigos encontrados, observou-se que somente a partir

de 2011 que artigos relacionados ao marketing começaram a ser publicados,

conforme apresentado na Tabela 2.

Tabela 2 - Artigos publicados na Revista Gestão Universitária da América Latina

Ano 2007 a 2010 2011 2012 20132014

(apenas 1ª edição) Total

Total de artigospublicados

23 47 59 58 15 202

Artigos compalavra-chave“marketing” no

contexto degraduação em IES

0 2 1 3 2 8

Fonte: dados da pesquisa realizada no website da Revista Gual13

Constata-se que a quantidade de artigos publicados relacionados ao

marketing ainda é muito pequena, chegando apenas a cerca de 4% de todos artigos

publicados.

Em 2011, encontraram-se dois artigos. O artigo de Scaglione e Piza (2011)

13 REVISTA GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA LATINA – GUAL. Florianópolis, SC:UFSC, 2007. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/gual>. Acesso em: 20 demarço de 2014.

Page 48: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

47

traz o resultado de uma pesquisa bibliográfica desenvolvida na área de marketing,

que apresenta em sua conclusão que as instituições de ensino particular devem

procurar o apoio do marketing educacional, oferecendo uma educação de boa

qualidade, através de contratação de bons professores e demais prestadores de

serviço; melhorando continuamente sua infraestrutura, de modo a contemplar as

expectativas dos alunos, assim mantendo uma alta credibilidade dos serviços

oferecidos pela instituição.

Martins et al. (2011) fazem uma análise geral do mercado educacional, sob a

ótica do marketing, por meio de pesquisa bibliográfica e documental. Os resultados

apontam para a necessidade de ações estratégicas de marketing, visando o

fortalecimento das IES no concorrente mercado, em especial o marketing de

relacionamento se destaca em estabelecer harmonia e melhorar a satisfação do

aluno.

Em 2012, encontrou-se apenas o artigo de Reichelt (2012), no qual se

apresentam os resultados do desenvolvimento e teste de um modelo que buscou

compreender os antecedentes da lealdade no contexto da educação, como um típico

serviço de natureza continuada, no qual se pressupõe uma grande importância do

relacionamento.

A autora (op. cit.) conclui que os fatores que influenciam o valor percebido são

a qualidade percebida, a resposta emocional, a percepção de preço monetário, a

percepção de preço comportamental e a reputação, confirmando que a Satisfação

com o Relacionamento aumenta a satisfação geral dos clientes em relação aos

serviços prestados e isto evidencia que ações de Marketing de Relacionamento,

bem realizadas, podem incrementar a satisfação dos clientes em relação aos

serviços prestados por empresas de serviços de natureza contínua.

Em 2013, encontraram-se três artigos, sendo que no artigo de Gomes et al.

(2013) se apresenta o resultado de uma pesquisa que analisou o plano de marketing

de 42 instituições de ensino superior do sul do Brasil e indica em seus resultados

que apenas 13 instituições adotam efetivamente o plano de marketing, com

predominância nas universidades privadas. Apenas uma universidade federal adota

o plano de marketing e a justificativa é que, no entendimento dos gestores, ainda

existe a crença e a visão de que um bom planejamento e plano de marketing não é

necessário para universidades públicas.

Page 49: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

48

No final dos resultados, os autores apresentam dois excertos da fala de um

respondente que resume a situação das IES em relação ao marketing: “grande parte

dos gestores das universidades brasileiras ainda não dão a devida importância ao

marketing e às ferramentas de gestão. Mais que isso, professores e coordenadores

de curso ainda não entendem o que é marketing e para que serve” (GOMES et al.,

2013, p. 205), finaliza afirmando: “Com isso, as ações de marketing ficam

prejudicadas, já que o marketing não faz parte ainda, verdadeiramente, da cultura da

universidade” (idem).

No segundo artigo de 2013, os autores Guimarães et al. (2013) apresentam

os resultados da pesquisa realizada em três IES de Caxias do Sul, investigando qual

a inovação de marketing que estas instituições realizaram nos anos de 2010 e 2011.

A instituição F1 teve como foco de inovação a divulgação dos cursos e flexibilização

das aulas; a instituição F2 pesquisas de perfil dos alunos, comunicação e estrutura

da organização; e a instituição F3 divulgação da IES, comunicação e atendimento às

demandas dos alunos.

Os autores concluem que o principal foco das inovações está ligado aos

processos de comunicação e suporte ao aluno, o que evidencia a preocupação das

IES em melhorar o relacionamento (marketing de relacionamento) com os alunos por

meio dos serviços complementares e disponibilização de novos canais de

comunicação.

O terceiro artigo encontrado em 2013 foi dos autores Cervi e Froemming

(2013) que buscaram conhecer como o Estágio Supervisionado em Administração

(ESA) propicia interação entre a universidade e a comunidade empresarial, a fim de

criar uma imagem positiva, estabelecendo vínculos de relacionamento entre as duas

partes. No final do trabalho, os autores concluem que a ESA é um canal de

marketing de relacionamento, capaz de fortalecer a imagem da universidade e do

curso de administração, porém a universidade em questão subutiliza esta prática,

apresentando uma fragilidade neste importante canal de interação e relacionamento.

Em 2014, até o momento da pesquisa, apenas a 1ª edição do ano tinha sido

publicada, na qual encontraram-se dois artigos. No artigo de Slhessarenko et al.

(2014), buscou-se levantar quais as causas que contribuíram para a evasão do

curso nos anos de 2010 e 2011, para, com base nas informações levantadas, propor

estratégias de marketing procurando reduzir esta evasão. Na conclusão, os autores

Page 50: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

49

apresentam que estratégias devem focar no bem-estar do aluno, sua orientação e

adequação ao curso, preparando professores e melhorando a didática de ensino.

Santini et al. (2014) avaliaram a relação entre os constructos tradicionalmente

utilizados no Marketing de Relacionamento (qualidade percebida, confiança e

comprometimento) e sua influência na retenção de acadêmicos, refletindo sobre a

possibilidade do efeito moderador da marca da IES, como potencializador nas

relações.

Observa-se que há um predomínio de trabalhos realizados em instituições

privadas na revista GUAL, as quais vêm trabalhando o marketing há mais tempo.

Entre os eventos realizados, encontrou-se um artigo apresentado na Intercom

e diversos artigos apresentados no Colóquio Internacional de Gestão Universitária

nas Américas.

A Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da

Comunicação teve em seu XXIV Congresso Brasileiro de Ciência da Comunicação o

artigo de Mund, Durieux e Tontini (2001) no qual se buscou identificar quais fatores

associados ao processo decisório de marketing levaram o aluno a escolher a

Universidade Regional de Blumenau para estudar.

Na conclusão, os autores concluem que o “marketing tem tido pouca

influência estratégica na opção do aluno pela Universidade” (MUND et al., 2001, p.

9), sendo que entre os Ps do mix de marketing, a praça não é valorizada pela

administração, os fatores de qualidade do produto são considerados apenas por

25% dos entrevistados na hora de escolher a instituição, a propaganda das outras

instituições têm avançado mais que da universidade e o preço não foi considerado

importante pela maioria dos alunos.

Os autores concluem ainda que pelo fato da instituição ser pública ela “não

precisa prestar conta de seu desempenho e, com esta cultura pública, faz pouco

para o mercado e desconhece o que são concorrência e competitividade” (MUND et

al. 2001 p. 11).

Além deste artigo encontrado na INTERCOM, encontrou-se o Colóquio

Internacional de Gestão Universitária14, que é o principal evento existente para se

14 Colóquio Internacional de Gestão Universitária nas Américas é um evento realizado pelaUniversidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio do Instituto de Pesquisas e Estudos emAdministração Universitária (INPEAU), em parceria com a Universidad Nacional de Mar del Plata(UNMdP), Associação de Especialistas em Gestão da Educação Superior (AEGES), UniversidadeNacional de Tres de Febrero (UNTREF), Universidad Tecnologica Nacional (UTN), UniversidadeTecnológica Intercontinental (UTIC), Universidad Nacional de Caaguazú (UCA), Universidad

Page 51: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

50

discutir a gestão universitária na América Latina.

O evento é anual e teve início em 2000, porém em 2002 não foi realizado o

evento, portanto se realizaram 13 Colóquios, totalizando 2118 artigos apresentados,

conforme apresentado na Tabela 3.

Tabela 3 - Artigos apresentados nos Colóquios Internacionais de Gestão Universitária nas Américas

Evento AnoTotal de artigosapresentados

Resultados apartir da busca

pela palavra“marketing”

Artigos que abordam omarketing aplicado na

graduação de IES

I Colóquio 2000 32 0 0

II Colóquio 2001 84 2 2

III Colóquio 2003 40 7 1

IV Colóquio 2004 176 43 11

V Colóquio 2005 247 12 5

VI Colóquio 2006 153 60 12

VII Colóquio 2007 155 25 1

VIII Colóquio 2008 73 0 0

IX Colóquio 2009 176 43 4

X Colóquio 2010 257 28 4

XI Colóquio 2011 226 55 5

XII Colóquio 2012 115 1 0

XIII Colóquio 2013 384 34 5

Total 2118 310 50 Fonte: Dados da pesquisa realizada no website do evento15

Dentre os 2118 artigos apresentados no Colóquios, realizou-se uma busca

com a palavra-chave “marketing”, filtrando-se 310 artigos, conforme Tabela 3

(destaca-se que o sistema digital do evento busca a palavra indicada em qualquer

parte do artigo).

Após pré-seleção dos artigos, fez-se a leitura dos títulos dos trabalhos, para

descartar aqueles que não tinham relação direta com marketing aplicado em cursos

de graduação em IES. Em alguns casos, necessitou-se a leitura do resumo e a

busca pela palavra marketing no interior do artigo.

Constatou-se que em muitos artigos a palavra marketing estava presente

apenas nas referências bibliográficas, em outros artigos a palavra marketing

aparecia como nome de disciplina, portanto nestes casos foram descartados os

artigos.

Encontraram-se 50 artigos que tratavam do marketing aplicado no contexto de

Veracruzana (UV) e Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).15 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Repositório de Conteúdo Digital. Disponível

em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/25876>. Acesso em: 2 de abril de 2014.

Page 52: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

51

cursos de graduação de Instituições de Ensino Superior (Tabela 3).

Analisando todos os artigos encontrados, observou-se que o marketing ainda

é pouco utilizado em IES ou pouco estudado, visto que dentre os 2118 artigos que

abordam o tema da Gestão Universitária, em apenas 50 artigos discutiu-se o

marketing.

Observou-se também que os trabalhos que abordam o tema do marketing

estão presentes principalmente em IES privadas (Figura 2).

Dentre os artigos que trataram o marketing em instituições públicas e privadas

está o trabalho de Otero et al. (2001), no qual se investigou a retórica do Marketing

saiu da sala de aula e está sendo aplicada nos procedimentos administrativos da

instituição, auxiliando a mesma no alcance de seus objetivos.

No artigo de Laux e Laux (2004) se apresentam considerações sobre a

gestão universitária, apresentando o histórico do ensino superior e buscando expor

os principais conceitos e modelos de gestão, resumidamente o que uma instituição

universitária deve fazer para ser bem gerida, sendo que um dos itens é a

importância da gestão voltada para o marketing de excelência, porém também

Figura 2 - Tipo de universidades pesquisadas nos artigos

apresentados no Colóquio Internacional de Gestão Universitária

nas Américas abordando o tema marketing em cursos de

graduação de IES.

Fonte: Dados da pesquisa no website do evento.

Page 53: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

52

destaca a resistência das instituições em assumir a prática do marketing como

maneira de obter vantagens competitivas do mercado. Nas considerações finais

apontam a necessidade de repensar a universidade, avançando as estratégias

dinâmicas e adequáveis à realidade.

Rossés et al. (2006) apresentam o resultado de uma pesquisa de marketing

de relacionamento a partir dos 4P´s realizado em 11 universidades do Rio Grande do

Sul, sendo 8 privadas e 3 públicas. Constatou-se o maior uso dos itens Produto e

Promoção, sendo que as IES privadas valem-se do Preço como forma de obtenção

de recursos.

Na conclusão, os autores apresentam duas ideias que emergiram: “as IES

praticam as variáveis de marketing, mas têm dificuldade de delimitá-las; e, o

planejamento de marketing não é eficaz uma vez que nem todas as variáveis

básicas são praticadas” (op. cit., 2006, p. 12). Entre os itens Elementos de Marketing

de Relacionamento avaliado, observou-se que o marketing tradicional, de banco de

dados e internet são os mais praticados. Desta forma, os autores afirmam que as

técnicas de marketing de relacionamento já utilizadas poderão ser aprimoradas nas

universidades, em especial nas IES pesquisadas.

Mainardes et al. (2009) fizeram uma revisão nos conceitos de marketing

educacional, principalmente no marketing-mix aplicado à educação, para, na

sequência, fazer uma caracterização e comparação da aplicação do marketing no

Brasil e em Portugal.

Laux (2011) investigou o segmento de ensino brasileiro, baseado na

abordagem de três determinantes críticos que são o aluno, o docente e a gestão da

IES. No capítulo “La nueva universidad y el marketing”, o autor apresenta que um

dos princípios que orientam a nova universidade é sua comunicação com o mercado

e seu ambiente interno, citando o caso da Fundação Armando Álvares Penteado

(FAAP) que utilizou ferramentas de marketing para se desenvolver e sobreviver no

mercado, assim como apresenta a dificuldade do gestor em focar no seu principal

elemento que é o aluno-cliente. Desta forma, o autor conclui que a gestão da nova

universidade passa por mudanças da mentalidade dos gestores, administradores,

mantenedores, os quais devem se atualizar nos conceitos e valores humanos.

No artigo de Acioli et al. (2011) se apresentou o levantamento de dados

realizados com os alunos da instituição para dois cursos superiores de tecnologia, a

Page 54: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

53

fim de conhecer sua percepção.

Dentre os artigos que abordaram o marketing em instituições públicas, no

artigo de Cassimiro et al. (2006) se apresentou a importância do relacionamento

com os ex-alunos e analisou por meio de pesquisa as estratégias empregadas, a

estrutura organizacional desenvolvida, o relacionamento do programa com a

associação de ex-alunos existente, assim como os principais interesse dos ex-

alunos em se relacionar com a instituição.

Apesar de o artigo não ser especificamente de marketing de relacionamento,

os autores afirmam que a lógica da estratégia do relacionamento com os ex-alunos

está alinhada com os conceitos de marketing de relacionamento, pois envolve trocas

recíprocas, é proposital, produz benefícios para as partes e representa um processo

de troca e envolvimento através de interações dentro de um contexto. Na conclusão,

relataram a dificuldade no desenvolvimento e introdução do programa, porém

recomendam que as instituições introduzam de forma modular, minimizando os

riscos e racionalizando os recursos.

Outro artigo que aborda o marketing em instituições públicas é de Alves e

Vital (2006), que elaboraram e implantaram o planejamento estratégico para a

Universidade Estadual do Amazonas, utilizando uma pesquisa realizada junto a um

grupo de docentes, discentes e dirigentes que indicaram os pontos fortes, fracos,

oportunidades e ameaças (análise SWOT) e com estes dados se propôs a utilização

do BSC como ferramenta de gestão para a instituição.

Penha et al. (2009) investigaram a percepção dos alunos da Universidade

Federal do Ceará em relação ao REUNI e a proposta de adesão da universidade

com foco no marketing educacional, baseado nos fatores que podem influenciar o

comportamento do consumidor.

Piñol (2010) levantou o relacionamento que a Instituição de Educação

Superior Federal estabelece com seus públicos, observando os registros no website

da instituição e do jornal de maior circulação local. Verificou-se a inexistência de

relacionamento com alguns públicos e com outros existe pouca comunicação, a qual

pode ser melhor explorada.

Gnecco Jr e Ramos (2010) analisaram o impacto de ações de marketing

voltadas a promoção dos cursos de graduação da UFSC, em especial o projeto

“conhecendo a UFSC”, que se mostrou como uma estratégia de marketing capaz de

Page 55: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

54

expandir os conhecimentos da população sobre os serviços oferecidos pela

instituição.

Kruger Jr et al. (2011) pesquisou sobre as possíveis causas e soluções para a

evasão em um curso de administração de uma universidade pública no Sul do Brasil,

porém contatou-se que os respondentes evitam falar no assunto, não conseguindo

identificar realmente as causas.

Borges et al. (2013) apresentaram um estudo de quais variáveis de

personalidade de marca que os alunos identificam numa IES por meio de focus

group realizado com 43 alunos. Alguns autores identificaram 92 atributos de

personalidade de marca e neste estudo os autores encontraram 73 atributos, sendo

que 52 deles não constam nas pesquisas dos autores anteriormente identificados,

totalizando a existência de pelo menos 144 atributos diferenciados que podem

representar a personalidade de uma marca.

Silva et al. (2013) pesquisaram o nível de satisfação dos alunos quanto a

biblioteca da UFSC, tendo em vista que o marketing de relacionamento na gestão do

serviço tem assumido um papel de inter-relação com os clientes, buscando

identificar seu comportamento e satisfação. A pesquisa aproximou a biblioteca de

seus usuários, revelando a necessidade de melhorar a percepção do cliente com a

melhoria no estacionamento, redução de ruído, sala para atividades individual ou

pequenos grupos.

Desta forma, contatou-se que o marketing vem sendo utilizado em instituições

de ensino público, porém este campo ainda tem muito a ser explorado e melhorado.

Diversos artigos encontrados são sobre levantamento diagnóstico, os quais

procuram identificar perfil, preferências, opiniões, níveis de satisfação, entender o

por que da evasão, entre outros.

Outros temas presente nos artigos foram de promoção, imagem da IES e

marca. A gestão também foi tema de alguns artigos, nos quais se apresenta o

marketing como um dos instrumentos para auxiliar na gestão universitária.

Nota-se, no entanto, que não se encontraram trabalhos sobre a utilização de

ferramentas de marketing na abertura de novos cursos de graduação e, neste

sentido, este trabalho espera fazer sua contribuição.

Page 56: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

55

4 METODOLOGIA

Considerando que o objetivo geral desta pesquisa foi investigar como a

universidade faz uso de ferramentas de marketing nos processos de abertura de

novos cursos de graduação, optou-se por realizar uma pesquisa exploratória, a qual

tem como finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo

em vista a hipótese da pesquisa (GIL, 2010, p. 27).

Segundo Malhotra (2001, p. 155), “a pesquisa qualitativa proporciona melhor

visão e compreensão do contexto do problema”. Neste mesmo sentido, Gil (2010, p.

27) destaca que “as pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de

proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato” e ainda

complementa que “este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema

escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas

e operacionalizáveis".

Baseando-se nos princípios da pesquisa qualitativa, planejaram-se e

executaram-se as etapas conforme representado na Figura 3, sendo a 1ª delas

preparatória e a 2ª a investigação em si.

Na etapa preparatória, a revisão bibliográfica possibilitou, concomitantemente,

a definição do corpus do trabalho, assim como o levantamento das ferramentas de

marketing que seriam investigadas nele.

Uma vez definido o corpus e as ferramentas, fez-se a busca pelos PPP´s da

instituição e período escolhido, assim como a construção de roteiro de entrevista

semiestruturado, o qual focou em buscar indícios do uso das ferramentas de

marketing pelos professores envolvidos nas criações dos cursos. Esta etapa

possibilitou elementos para constituição das categorias da análise de conteúdo que

se inseriu na etapa investigativa. Destaca-se que as categorias refletiram

diretamente as ferramentas de marketing encontradas na bibliografia e com

possibilidade de uso na criação de novos cursos de graduação.

Durante a etapa investigativa realizaram-se as entrevistas e a análise do

conteúdo destas, assim como dos PPP´s e os dados destas investigações

possibilitaram correlações analíticas visando compreender o uso das ferramentas

nos contextos dos cursos criados.

Page 57: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

56

Figura 3 - Modelo de Análise das etapas e ações realizadas na pesquisa

Fonte: Elaborado pela autora

Page 58: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

57

4.1 Revisão Bibliográfica

Durante a primeira etapa desta dissertação, se realizou uma revisão

bibliográfica, a fim de conhecer os trabalhos realizados que abordam o marketing em

cursos de graduação em IES. A busca inicial se deu nos periódicos Capes, com as

palavras-chave “marketing” e “IES”, assim como na página do Google Acadêmico16.

A partir dos artigos encontrados, realizou-se uma nova busca com a palavra-

chave “marketing” na página eletrônica das revistas RAE, REGE, Vértice, FSA,

GUAL e dos eventos Intercom e Colóquio Internacional de Gestão Universitária nas

Américas, uma vez que somente nestas revistas e eventos encontrou-se algum

trabalho relacionado ao tema.

Verificou-se se os artigos abordavam o marketing aplicado em cursos de

graduação. Em alguns artigos, a palavra marketing apareceu apenas nas referências

bibliográficas, em outros artigos, a palavra marketing aparecia como nome de

disciplina, portanto, nestes casos foram descartados.

Destacaram-se nos artigos relacionados ao marketing em cursos de

graduação seus objetivos e resultados, os quais estão descritos na seção “3.4

Evidências da utilização do marketing em instituições de ensino”.

Considerando-se a escassez de estudos sobre a utilização de ferramentas

de marketing por universidades públicas brasileiras, optou-se por realizar um estudo

de caso de uma universidade federal, a qual, apesar de ser uma instituição

centenária, passou por um grande crescimento nos últimos anos, chegando a dobrar

a quantidade de cursos nos últimos 5 anos.

4.2 Técnica Análise de Conteúdo

Para realizar esta pesquisa, optou-se por utilizar a técnica de análise de

conteúdo, que é definida por Bardin como:

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter porprocedimentos sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo das

16 Disponível em <http://scholar.google.com.br/>. Acesso em: 3 de março de 2014.

Page 59: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

58

mensagens indicadores (qualitativos ou não) que permitam a inferência deconhecimentos. (BARDIN, 2011, p. 48)

Esta técnica pode ser realizada em pesquisas quantitativas, as quais focam

na quantidade de vezes que aparecem um determinado elemento, ou em pesquisa

qualitativa, na qual as inferências são realizadas a partir da presença de unidade de

registro dentro de um contexto, como será utilizado.

A técnica de análise de conteúdo é desenvolvida em torno de três polos,

conforme demonstra a Figura 4: “1. a pré-análise; 2. a exploração do material; e 3. o

tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação” (BARDIN, 2011, p. 125).

Optou-se por considerar como corpus nesta pesquisa os PPPs construídos

nas aberturas dos novos cursos no período de 2009 a 2013 e entrevistas realizadas

com pró-reitoras de graduação e professores membros da elaboração destes PPPs.

Inicialmente, levantaram-se os dados secundários por meio de pesquisa

documental, que segundo Gil (2010, p. 51), “vale-se de materiais que não receberam

ainda tratamento analítico, ou que podem ser reelaborados de acordo com os

objetivos da pesquisa”.

Realizou-se, inicialmente, esta pesquisa documental na página eletrônica da

universidade, com o objetivo de encontrar todos os Projetos Político Pedagógicos

dos cursos abertos a partir de 2009.

No entanto, tendo em vista que os PPPs são dinâmicos e que podem e

devem ser alterados e aprimorados, conforme a necessidade, os PPPs

disponibilizados não eram os de abertura dos cursos, pois tinham sido aprimorados.

Neste contexto, solicitou-se à reitoria da universidade os PPPs elaborados

para a abertura dos cursos. Após o recebimento dos documentos, categorizaram-se

os mesmos conforme categorias que serão apresentadas.

Figura 4 - Fases da técnica de Análise de Conteúdo

Fonte: Elaborado pela autora, com base em Bardin, 2011.

Page 60: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

59

Após receber os PPPs, realizou-se o levantamento dos dados primários por

meio de entrevista, uma vez que é um importante instrumento para a área das

ciências sociais (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 196), sendo definida por Gil (2010

p. 109) como:

[...] técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lheformula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam àinvestigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interação social. Maisespecificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma daspartes busca coletar e a outra se apresenta como fonte de informação.

Para a realização das entrevistas utilizou-se a técnica de entrevista em

profundidade, realizadas individualmente, utilizando roteiro semiestruturado

(Apêndice A), a qual apresenta algumas perguntas anteriormente elaboradas e tem

a vantagem da flexibilidade na sequência das perguntas, sendo que o entrevistador

pode realizar perguntas complementares a fim de compreender melhor o objeto

estudado (MANZINI, 2012 p. 156).

Realizaram-se estas entrevistas com as pró-reitoras de graduação e

professores membros da comissão elaboradora dos primeiros PPPs, visando

compreender como levantaram-se as demandas, assim como, se existem indícios

de utilização de ferramentas de marketing na construção dos PPPs dos cursos

implantados.

Realizaram-se 11 entrevistas nos meses de abril e maio de 2014, sendo 9

realizadas com professores que participaram da criação do curso e 2 entrevistas

com a antiga pró-reitora de graduação e a atual.

Os cursos oferecido como Licenciatura e Bacharelado (cursos de Letras e

Ciências Sociais) entrevistou-se apenas um professor que participou da construção

e implantação tanto da licenciatura, quanto do bacharelado.

Destaca-se que os professores entrevistados estiveram envolvidos na

construção inicial dos PPPs dos cursos e, em vários casos, se tornando os primeiros

coordenadores dos cursos.

4.2.1 Identificação das categorias

Elaboraram-se os indicadores ou categorias dos PPPs com o rótulo de

Page 61: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

60

elementos presentes nas ferramentas de marketing apresentadas no referencial

teórico: Pesquisa de Marketing, Benchmarking, Análise SWOT, Diferenciação e

Segmentação, Matriz BCG e Composto de Marketing. Classificaram-se as

entrevistas nas categorias das ferramentas de marketing apresentadas no

referencial teórico.

Dividiu-se o Composto de Marketing nos 4Ps: produto, preço, praça e

promoção, sempre considerando a teoria de marketing apresentada para esta

ferramenta.

O produto recebeu as categorias: CURSO que reúne características e

informações do curso analisado, CONCORRENTES com qualquer informação sobre

seus concorrentes, DIFERENÇA que apresentam quaisquer diferenças e/ou

semelhanças com outros cursos, seja da mesma instituição ou não, e CENÁRIO

com informações do cenário, mercado de atuação da profissão do curso e

contribuição para a sociedade.

O preço recebeu a categoria RECURSOS PREVISTOS, uma vez que as

universidades públicas não cobram mensalidades, porém existe um custo para

implantação de um novo curso, assim como para sua manutenção, portanto será

buscado identificar se existe a menção de alguma previsão para cobrir esses custos

existentes na elaboração dos PPPs.

A praça recebeu a categoria LOCALIZAÇÃO, que visa classificar os trechos

que apresentam preocupação na escolha da localização onde o curso seria

oferecido, apresentando informações/dados da região e público-alvo que levou a

abertura do curso, e MODALIDADE onde são apresentadas vantagens e

desvantagens para a modalidade (presencial ou à distância) escolhida.

A promoção recebeu a categoria COMUNICAÇÃO, a qual vai reunir qualquer

assunto relacionado ao nome da categoria, como divulgação e imagem, por

exemplo.

A ferramenta Diferenciação tem como característica principal apresentar

características que as tornem únicas, visando estabelecer uma posição de mercado,

por tanto pode estar presente na categoria COMPARAÇÃO, a qual classificará todos

os trechos que apresentarem diferenças e semelhanças com outros cursos, da

mesma instituição ou não, como citado anteriormente.

A ferramenta Segmentação, como definida por Smith (1956), é inadequada

Page 62: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

61

para a abertura de novos cursos, uma vez que a universidade pública não deve

realizar ações específicas para cursos de graduação, ressaltado pelo princípio da

democratização do ensino superior no Brasil.

A segmentação que existe na universidade pode acontecer no cadastro de

estudantes com situação socioeconômica vulnerável, os quais podem receber ajuda

específica, por meio de programas de apoio do Governo Federal, porém esta

segmentação para a obtenção do auxílio é realizada para toda a instituição,

independente do curso ao qual o aluno está matriculado. Desta forma, a ferramenta

segmentação não receberá nenhuma categoria.

A ferramenta matriz BCG permite posicionar o curso dentro dos quadrantes

em questionamento, estrela, vaca leiteira e abacaxi. Desta forma, esta ferramenta

pode conter elementos da descrição do curso, porém não obrigatoriamente, no

entanto serão utilizadas inicialmente as categorias CURSO e CENÁRIO

anteriormente apresentadas.

A ferramenta análise SWOT pode realizar a análise de cenários por meio da

identificação dos pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças, assim utilizaremos

as categorias CURSO, CONCORRENTE, RECURSOS PREVISTOS,

LOCALIZAÇÃO, COMUNICAÇÃO, DIFERENÇAS, CENÁRIO descritas

anteriormente, e RECURSOS EXISTENTES que identificará trechos que

apresentem a descrição de estrutura e equipamentos existente.

A ferramenta Benchmarking apresenta como característica o aprendizado por

meio da identificação das melhores práticas e abertura para adquirir e aprimorar os

conhecimentos, neste sentido a categoria desta ferramenta será INTERCÂMBIO, a

qual apresentará trechos que descrevem indícios que houve a troca de experiências

com outros cursos ou outras universidades ou parcerias

A ferramenta Pesquisa de Marketing é uma pesquisa ampla. Seus indícios de

utilização poderão ser levantados com as categorias CURSO, CONCORRENTE,

DIFERENÇA, LOCALIZAÇÃO, MODALIDADE, ESTRUTURA EXISTENTE,

CENÁRIO e COMUNICAÇÃO citadas anteriormente.

No Quadro 2, apresentam-se as categorias e descrições que foram utilizadas

na fase de classificação das unidades de registro.

Ressalta-se que existem diversas categorias que estão presentes em mais de

uma ferramenta. Optou-se por inicialmente realizar a busca destas categorias para

Page 63: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

62

posteriormente aprofundar a análise, verificando a existência de indícios da

utilização de cada ferramenta de marketing nas entrevistas.

Antes de iniciar a exploração do material, preparou-se todo este para análise.

Separaram-se e codificaram-se os PPPs, a fim de facilitar a posterior análise.

Compôs-se os códigos dos PPPs por duas letras das iniciais do curso, o

número da página, traço e número do parágrafo. Caso o parágrafo apresente mais

de uma unidade de registro, o mesmo foi dividido, recebendo uma letra ao final.

Exemplo: fi9-5a → unidade de registro do curso de fisioterapia, que está na página 9

do PPP, na segunda parte do 5º parágrafo.

Quadro 2 - Descrição das categorias criadas para análise dos PPPs.

Categoria Descrição

Cenário Descreve informações do cenário, mercado de atuação da profissão do curso ou contribuições para a sociedade

Comparação Diferença e/ou semelhança com outros cursos, da mesma instituição ou não

Comunicação Divulgação e imagem

Concorrente Qualquer informação sobre seus concorrentes

Curso Descrição, características e informações do curso analisado

Estrutura existente Descrição de estrutura física e equipamentos disponíveis

Estrutura prevista Menção de alguma previsão de recurso para cobrir custos para implantação e manutenção do curso

Intercâmbio Indícios de troca de experiências com outros cursos ou instituições

Localização Informações/dados da região e público-alvo

Modalidade Vantagens, desvantagens e entraves para a modalidade (presencial ou à distância) escolhida.

Fonte: Elaborado pela autora

No caso das entrevistas, realizou-se a transcrição das mesmas, com o auxílio

do software Express Sbribe17, a fim de se produzir o texto escrito a partir das falas.

Finalizada a transcrição, sistematizou-se esta em uma tabela contendo três colunas,

onde a primeira coluna à esquerda recebeu o código do curso da entrevista,

composto por duas letras, a coluna do meio ficou a transcrição e na coluna da direita

foi utilizada para classificar segundo as ferramentas de marketing definidas na seção

“3.2 As ferramentas de marketing”.

Finalizada a etapa de pré-análise, iniciou-se a fase de exploração do material,

na qual classificaram-se todas as unidades de registros presentes nos PPPs e

entrevistas, segundo categorias apresentadas.

17 Software Express Sbribe: http://www.nch.com.au/scribe

Page 64: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

63

4.2.2 Exploração do material

Realizou-se, a codificação do material, que corresponde a uma

transformação, efetuada segundo regras especiais, dos dados brutos do texto, por

meio de recorte que permita uma representação do conteúdo (BARDIN, 2011, p.

133).

Classificaram-se os recortes pertinentes em unidades de registro e unidades

de contexto. A unidade de registro é a unidade de significação codificada, a qual

será distribuída nas categorias criadas.

Nos PPPs as unidades de registro foram as passagens que apresentaram

conteúdos das características das categorias definidas, as quais poderão apresentar

alguns elementos que podem constituir uma ferramenta de marketing e as unidades

de registro das entrevistas foram passagens que apresentaram elementos da

ferramenta de marketing.

A categorização dos elementos encontrados no corpus é definida por Bardin

como

[…] uma operação de classificação de elementos constitutivos de umconjunto por diferenciação e, em seguida, por reagrupamento segundo ogênero (analogia), com critérios previamente definidos. As categorias sãorubricas ou classes, as quais reúnem um grupo de elementos (unidade deregistro) sob um título genérico, agrupamento esse efetuado em razão dascaracterísticas comuns destes elementos. (BARDIN, 2011, p. 145)

Após a realização da classificação das categorias, compararam-se os dados

das categorias presentes nos PPPs (Quadro 3) com os dados obtidos e analisados

das entrevistas.

A existência de unidades de registro classificadas nas categorias dos PPPs e

entrevistas pode indicar indícios da utilização de uma ferramenta, porém esta

relação não é obrigatória.

O objetivo da criação das categorias foi fornecer, por condensação, uma

representação simplificada dos dados brutos, a fim de cruzar as duas categorias

criadas, relacionar e propor inferências com base nas unidades de registro

levantadas.

Page 65: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

64

Quadro 3 - Relação das categorias encontradas nos PPPs com as ferramentas de marketing.

Categorias/Ferramentas Compostode Marketing

Diferenciação MatrizBCG

AnáliseSWOT

Benchmarking

Pesquisa deMarketing

Cenário X X X X

Comunicação X X X X

Concorrente X X X X

Curso X X X X

Diferenças X X X X

Estrutura existente X X

Estrutura prevista X X X

Intercâmbio X

Localização X X X X

Modalidade X

Fonte: Elaborado pela autora

Finalizada a etapa de exploração do material, realizou-se o tratamento dos

resultados apresentados no capítulo “5. Análise e discussão” desta dissertação.

Page 66: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

65

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO

Para compreender o uso das ferramentas de marketing na criação dos cursos

da “universidade”, seguiu-se a metodologia previamente detalhada, analisando-se os

PPPs e as entrevistas realizadas com os responsáveis ou envolvidos na elaboração

destes por meio da análise de conteúdo.

Após as classificações, sistematizaram-se os dados, inicialmente, em quadros

sintéticos, e posteriormente, fez-se a análise por curso, correlacionando as análises

dos PPPs e entrevistas no sentido de compreender o uso das ferramentas de

marketing em cada um destes.

5.1 DADOS SINTÉTICOS DAS ANÁLISES DE CONTEÚDOS

Analisando os projetos dos 17 cursos implantados entre 2009 e 2013,

encontraram-se 11 projetos, visto que elaboraram-se dois cursos de Bacharelado

Interdisciplinar (BI) em dois projetos que abrangiam quatro cursos cada projeto.

Elaboraram-se os cursos dos Bacharelados Interdisciplinares com propostas

e estruturas diferentes dos demais cursos da instituição. Inicialmente o aluno

ingressa no curso de Bacharelado Interdisciplinar de Ciência e Economia ou

Bacharelado Interdisciplinar de Ciência e Tecnologia, que tem a formação básica em

3 anos, para depois optar entre os cursos específicos.

Os cursos específicos do Bacharelado Interdisciplinar de Ciência e Economia

são Ciências Atuariais, Administração Pública ou Ciências Econômicas com Enfase

em Controladoria.

As opções para o curso de Bacharelado Interdisciplinar de Ciência e

Tecnologia são os cursos de Engenharia Ambiental e Urbana, Engenharia de Minas

ou Engenharia Química.

Desta forma, nos 11 projetos analisados por meio de análise de conteúdo,

encontraram-se 198 unidades de registro, distribuídas em 8 categorias, conforme

Tabela 4, sendo que as categorias “Comparação” e “Comunicação” não tiveram

nenhuma unidade de registro encontradas.

Page 67: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

66

Encontram-se no Apêndice (B, C, D, E, F, G, H, I, J, K e L) todas as unidades

de registros dos PPPs e sua classificação.

Observou-se que todos projetos apresentam o cenário no qual se propuseram

os cursos, assim como as previsões de estruturas, como contratações de

professores, construções de estrutura física ou as compras de livros para os novos

cursos.

O curso do BI de Ciência e Tecnologia foi o que mais detalhou o cenário, o

qual implantou-se com a chegada da universidade na “cidade 2”.

Tabela 4 - Unidades de Registros encontradas nos Projetos por curso e categoria.

Curso/ Categorias

Cen

ário

*(1

, 3,

4,

6)

Con

corr

ent

e*(

1,

2, 4

, 6)

(C

urs

o*(

1,

3, 4

, 6)

Est

rutu

ra E

xist

en

te*(

4,

6)

Est

rutu

ra P

revi

sta

*(1

,4,6

)

Inte

rcâ

mb

io*(

5)

Loca

liza

ção

*(1

, 2,

4,

6)

Mod

alid

ade

*(1

)

Total de

Unidades

de

Registros

Ciências Biológicas EAD 12 1 2 1 7 5 1 6 35

BI Ciência e Economia: CiênciasAtuariais; Administração Pública;

Ciências Econômicas com Enfase emControladoria

2 1 3 0 3 0 2 0 11

BI Ciência e Tecnologia: EngenhariaAmbiental e Urbana; Engenharia de

Minas; Engenharia Química16 3 5 0 3 0 2 0 29

Ciências Sociais – Bacharelado 1 1 4 1 3 0 0 0 10

Ciências Sociais – Licenciatura 1 1 4 1 5 0 0 0 12

Fisioterapia 6 1 4 3 7 0 1 0 22

História 7 0 0 2 7 0 1 0 17

Letras – Bacharelado 3 1 2 0 6 0 0 0 12

Letras – Licenciatura 2 1 2 0 9 0 0 0 14

Pedagogia EAD 5 0 13 1 4 0 0 5 28

Química EAD 4 0 0 0 3 1 0 0 8

Total 59 10 39 9 57 6 7 11 198

Média 5,36 0,91 3,55 0,82 5,18 0,55 0,64 1 18

Desvio Padrão 4,78 0,83 3.53 0,98 2,14 1,51 0,81 2,24 9,1* Ferramentas de marketing: 1. Composto de marketing; 2. Diferenciação; 3. Matriz BCG; 4. Análise SWOT; 5. Benchmarking;6. Pesquisa de Marketing.

Fonte: Elaborado pela autora

O projeto do curso de Pedagogia EAD foi o que mais detalhou as informações

referentes ao curso, o que pode ser explicado por ele ter sido criado similar ao curso

presencial que já é oferecido a alguns anos pela universidade.

A categoria intercâmbio apareceu em apenas dois projetos: do curso de

Page 68: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

67

Ciências Biológicas EAD e do curso de Química EAD.

Observou-se que a categoria modalidade apareceu apenas nos cursos a

distância, sendo que ela esteve presente em 2 dos 3 cursos EAD da universidade,

que foram os dois primeiros cursos a distância implantados por esta.

Analisando a média e o desvio padrão das unidades de registro encontradas

nos projetos dos cursos, observa-se que nas categorias Concorrente, Curso e

Estrutura Existente os dois valores estão próximos, o que indica que houve pouca

variação entre a quantidade de unidades de registro encontradas entre os cursos.

Dentre as categorias que apresentaram uma maior média, estão as

categorias Cenário e Estrutura Prevista, porém a categoria Estrutura Prevista

apareceu de uma maneira mais uniforme, visto que o desvio padrão é bem menor

que a categoria Cenário, que apresenta um desvio padrão próximo da média da

categoria, o que significa que houve uma grande variação.

No caso a categoria “Cenário”, os cursos que apresentaram maiores

quantidades de unidades de registro na categoria foram os cursos de Ciências

Biológicas EAD e de do BI em Ciência e Tecnologia.

Além da análise dos projetos, entrevistou-se as duas pró-reitoras que

acompanharam as implantações dos cursos: a ex-pró-reitora (2006-2009) que

presidiu todas as comissões dos cursos implantados em 2009, que explicou como

aconteceu a expansão, e a pró-reitora atual que acompanhou a criação e

implantação do curso de Pedagogia a distância e explicou como atualmente a

universidade está construindo novos cursos.

A ex-pró-reitora explicou que, na expansão, a universidade procurou abrir

cursos de formação de professores que era uma proposta do Governo e que, até

2006, a universidade tinha apenas um curso de licenciatura.

Segundo a ex-pró-reitora, os cursos foram escolhidos segundo levantamento

junto a Secretaria de Educação da região, e pretendia-se

[…] atender as necessidades regionais, que impacto social que traria essescursos a sociedade, então nós fizemos um levantamento dos cursos jáexistentes, da demanda de professores, e daí nós levantamos quais seriamas áreas deficitárias, o que nos direcionaria para a abertura destes cursos(ENTREVISTA EX-PRÓ-REITORA, 2014).

Destaca-se que a universidade participou das duas expansões do Reuni

(Reuni I e Reuni II), sendo que no Reuni I houve a maior abertura dos cursos de

licenciatura.

Page 69: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

68

A demanda era verificada, segundo a ex-pró-reitora (em entrevista, 2014),

“pelo número de escolas do ensino fundamental e ensino médio” e percebeu-se que

“a maioria dos professores não tinha formação específica”(id.).

Outra justificativa apresentada para a criação dos cursos foi potencializar a

contratação e os concursos de professores.

Segundo relato, elaboraram-se os projetos com base em muita pesquisa:

Nós estudávamos muito, muito esses cursos [...] Então nós estudávamosprojetos de outras universidades. Estudávamos como nós poderíamosatender à nova realidade, nova realidade institucional e nova realidaderegional. (ENTREVISTA EX-PRÓ-REITORA, 2014)

Desta forma, observa-se pela fala apresentada que a principal ferramenta

utilizada para a pesquisa foram os buscadores na internet e procurava-se nas

páginas eletrônicas das universidades informações de seus cursos e Projetos

Político Pedagógico.

Segundo a ex-pró-reitora, os levantamentos eram também levantados junto à

Secretaria de Estado e Ministério de Educação:

Dados da licenciatura pegam com a Secretaria de Estado, mas essescursos nós tínhamos levantamento junto ao Ministério. Por que ele tem todoo levantamento da região, dos cursos que tem, então a gente estudava todoeste levantamento do Ministério para ver quais, onde está, a inserção desteprofissional e se existia realmente uma demanda. A partir do momento dainexistência no raio de tantos quilômetros a gente julgava a pertinência docurso. E aí, eu propus o curso de bacharelado em Ciência e Economia na“cidade 3” e Ciência e Tecnologia na “cidade 2”. (ENTREVISTA EX-PRÓ-REITORA, 2014)

Do mesmo modo que nos PPPs, para os dois cursos de BI, que se

subdividem em mais 3 cursos no segundo ciclo, entrevistou-se um professor por BI,

visto que o projeto do BI foi único para o conjunto de cursos, totalizando 9

entrevistas.

Ressalta-se que entrevistou-se um professor do curso de Química EAD,

porém o mesmo apontou que criou-se e implantou-se o curso, inicialmente, pelo

mesmo professor da Biologia EAD, portanto ambas entrevistas foram consideradas

para o curso de Química EAD.

Com base nos excertos das entrevistas com os professores, apresenta-se um

quadro sintético com as ferramentas de marketing que se obtiveram indícios de uso

na construção dos PPPs durante a entrevista (Quadro 4).

Observa-se que a ferramenta Pesquisa de Marketing aparece como a mais

utilizada para as criações dos cursos.

Page 70: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

69

Quadro 4 - Indícios de Ferramentas de Marketing encontrados nas entrevistas

Cursos / FerramentasComposto de

MarketingAnáliseSWOT Benchmarking Diferenciação

Pesquisa deMarketing

Biologia EAD X X

BI Ciência eEconomia

X X

BI Ciência eTecnologia

X X X

Ciências Sociais(Bacharelado e Licenciatura)

X

Fisioterapia X X X

História X

Letras (Bacharelado e Licenciatura)

X X

Pedagogia EAD X

Química EAD X X

Fonte: Elaborado pela autora

No entanto, a ferramenta Pesquisa de Marketing não apenas levanta as

informações, as características dos cursos, do mercado, mas também investiga o

que o seu potencial aluno espera e do que o mercado de trabalho necessita. Ela

pode ser utilizada para entender as demandas do público-alvo, no caso dos alunos e

do mercado, e procurar atender estas expectativas oferecendo cursos que além de

oferecer o que o aluno e/ou mercado esperam, oferece o que ele necessita, mesmo

sem ter consciência.

Desta forma, o que aparece nas entrevistas são apenas indícios de utilização,

ou seja, uma utilização parcial da ferramenta, auxiliando principalmente no

levantamento de dados do curso e não contribuindo como uma ferramenta

realmente de marketing que contribui para criar um curso para atender as

expectativas do seu público-alvo.

Observando a Tabela 4 e Quadro 4, constata-se também que apesar de

diversas unidades de registro encontradas nos projetos, não se identificaram as

mesmas nas entrevistas, o que demonstra que diversas ações podem estar sendo

realizadas instintivamente, sem a utilização consciente e planejada de ferramenta de

marketing.

Para verificar a existência de indícios da utilização das ferramentas de

marketing na implantação de novos cursos na Universidade será analisado cada

curso separadamente.

Page 71: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

70

5.2 ANÁLISE POR CURSO

Realizando uma análise individual de cada curso buscou-se encontrar

indícios da utilização de ferramentas de marketing nos projetos e entrevistas para

assim correlacioná-los.

5.2.1 Curso de Ciências Biológicas modalidade a distância (Biologia EAD)

Para contextualizar a criação e implantação do curso de Biologia EAD é

importante destacar que criou-se este simultaneamente ao curso de Química EAD,

sendo estes os dois primeiros cursos a distância da Universidade.

Ambos apresentaram algumas informações similares, tanto no projeto na

parte que explica a parceria realizada entre Universidade, Capes e prefeituras

(mantenedoras dos polos de apoio presencial), quanto na entrevista, visto que o

“Professor 1” participou da criação e implantação de ambos os cursos.

O curso de Biologia EAD apresentou em seu projeto que a Universidade

buscou uma parceria com instituições de ensino que já atuavam no ensino a

distância. Classificou-se esta informação como uma unidade de registro na categoria

Intercâmbio, que indica indícios da utilização da ferramenta do Benchmarking, a qual

propõe que se identifique instituições que sejam exemplos e tenha humildade para

aprender com ela.

No projeto, citou-se que dentre as instituições que se estabeleceram parcerias

estavam a Miniweb Cursos, a Faculdade Internacional de Curitiba (Facinter) e a

Fundação CECIERJ (Consórcio CEDERJ).

Durante a entrevista com o “Professor 1” (2014) também se evidenciou

indícios da utilização da ferramenta de Benchmarking:

[…] Houve um interesse em se buscar quem no Brasil se fazia curso adistância para tentar implementar aqui, uma vez que várias federais játinham. Então nós fomos para o Rio de Janeiro para conhecer o que seriauma ponte para a criação da universidade virtual aqui, com cursos degraduação. É uma fundação que agrega, a época agregava 6 universidadescariocas públicas, estudais e federais. Aí a gente foi ver como elestrabalhavam. Ficamos impressionados, porque eles trabalhavam de uma

Page 72: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

71

maneira muito profissional. Foi uma equipe de professores para conhecer.

Outro indício encontrado durante a entrevista, que pode evidenciar a possível

uso da troca de experiência, foi na passagem:

Como a “universidade” não tinha nenhuma experiência em graduação adistância, eles (CEDERJ) aportaram com a plataforma virtual, elesaportaram com material didático, com material de multimídia, não é muitomultimídia, mas tem alguma coisa, e com todo o suporte técnico e logísticopara implementação. (ENTREVISTA “PROFESSOR 1”, 2014)

Nesta passagem, observa-se que os professores da universidade tentaram

aprender com a experiência de outra instituição que atuava na área de ensino a

distância, porém percebe-se pela fala que a ferramenta não foi plenamente utilizada,

visto que a universidade, num primeiro momento, optou por utilizar a estrutura e

modo de fazer da outra instituição, sem adaptar a sua realidade e necessidade, que

é um dos princípios da ferramenta de Benchmarking.

Quando questionado se o modelo foi transposto para a “Universidade” ou teve

alguma adaptação, o “Professor 1” (2014) respondeu:

Num primeiro momento foi exatamente, foi o bloco, foi exatamente igual,material didático impresso deles, só que no acordo no qual haveria umalogo marca da “Universidade” na capa, mas com todo reconhecimento domérito deles. A plataforma deles, inclusive o contato telefônico caso desseproblema na plataforma com DDD do Rio de Janeiro.

No entanto, quando questionado se houve alguma alteração depois,

explicou-se que com a liberação de vagas do Governo Federal e a contratação de

novos docentes, com especialização na área de ciências da computação e,

especialistas na área educacional, houve a substituição da plataforma, o que

demonstra que a universidade aprendeu com a outra instituição e passou, depois de

um tempo, a criar sua própria estrutura, de acordo com sua necessidade e realidade:

Então quem veio de fora, a experiência do EAD fez a parte pedagógicacrescer, quem veio da ciência da computação ou da parte de umapedagogia mais informatizada, ou de uma informática mais pedagógica, nãosei, reestruturou melhor o conceito de educação on-line. E o pessoal daciência da computação ajudou muito na formatação, não no sentido dainformática em si, mas assim seria uma formatação dos servidores, para secolocar de forma adequada, em todo trabalho síncrono que era necessáriofazer para que a plataforma funcionasse. Na substituição da plataformacarioca, porque ela tinha alguns vieses complicados para quem estavacomeçando. A gente hoje entende que ela era boa em alguns aspectos, masna época que a gente tava começando era muito complicado por umaplataforma de distribuição mundial, livre, que é o Moodle18, e isto foi rápido.(ENTREVISTA “PROFESSOR 1”, 2014)

Como o “Professor 1” contribuiu também na construção e implantação do

18 Moodle é um pacote de software para a produção de cursos e websites em internet. Paraconhecer mais acesso o link: <http://docs.moodle.org/all/pt_br/Sobre_o_Moodle>.

Page 73: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

72

curso de Química EAD, quando questionado o porquê do curso ele responde se

referindo a ambos curso, sendo que é possível perceber que a experiência e

estrutura do curso na modalidade presencial foi um grande influenciador para a

abertura dos cursos:

Quero crer que seja pelo desafio de dois cursos “brabos”, dentro de umaestrutura institucional que já tinha a biologia e a química no presencial, ocorpo docente muito bem constituído, com boa formação e boa produçãocientífica. [...] mas a biologia presencial, quando o curso de biologia EADcomeçou, a biologia presencial já tinha 10 anos. Então tinha um corpodocente estruturadíssimo para isto. […] Então houve uma opção nauniversidade de começar então por quem já sabe fazer o arroz com feijão ejá tem bastante gente envolvida. (ENTREVISTA “PROFESSOR 1”, 2014)

Uma das justificativas citadas para a abertura dos cursos à distância de

Biologia foi a demanda da região que era muito grande. Quando questionado como

realizou-se o levantamento desta demanda, constatou-se que a Secretaria de

Educação foi a principal fonte de pesquisa:

Isto eu acho que é frente à Secretaria de Educação, que liga váriosmunicípios da região aqui. Então você tem uma noção de demandareprimida de quem está no ensino fundamental, vai passar para o ensinomédio, vai passar para o ensino superior, quantos que vão passar para oensino superior, há um calculo que eu não sei precisar como isto é feito,mas já tem uma estimativa de alguma coisa assim. (ENTREVISTA“PROFESSOR 1”, 2014)

Desta forma, observa-se indícios também da utilização da ferramenta

Pesquisa de Marketing, onde se procurou levantar informações sobre o curso,

concorrentes e principalmente o cenário conforme é possível ver na Tabela 4

anteriormente apresentada.

Observou-se também que as escolhas das cidades em que os cursos a

distância seriam oferecidos não se realizaram pela universidade, pois conforme

relatado na entrevista:

A lógica era a seguinte, os prefeitos faziam os contatos com asuniversidades e as universidades baseada nesta sugestão das prefeituras, odesejo das prefeituras, ela traçava planos de contato. A gente ia para asprefeituras, avaliava a estrutura física, a potencialidade de ter um polo ali, seé que já não tinha um ali, mas era incipiente e tal, lavrava um“contratozinho” e mandava pra Brasília um elenco de possíveis municípiosque estavam afim, que já tinham informalmente se colocado a disposição desanar a deficiência, de construir estrutura, aquisição de bens móveis e atéimóveis. Então mandava lá para Brasília. Brasília pegava o mapa do Brasil,jogava aquelas intenções municipais e via, deixa eu ver, aqui está muitoconcentrado, aqui está mais disperso, então vamos mudar, vamos deixaraqui mais ou menos homogêneo. Então eles tinham na época, estou falandoem 2009, o desejo de ter um polo num raio de 100 km, para cada município,nos 5300 municípios brasileiros. Ter um polo a cada 100 km, buscavam estadistribuição. Que os Estados fornecessem esta homogeneidade. Então porexemplo, a “universidade” não ia oferecer polo em Chuí, ela não ia oferecer

Page 74: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

73

polo no Amazonas, ela ia oferecer polo na região. Então daí surgiu estalógica de pegar o interesse da região. (ENTREVISTA “PROFESSOR 1”,2014)

Desta forma, é possível observar uma preocupação do Governo Federal em

escolher as cidades que ofereceriam polos, as quais tinham que manifestar seu

interesse, além de cumprir alguns pré-requisitos. De toda forma, de alguma maneira,

houve influência política, visto que as prefeituras tinham que manifestar interesse e

estarem predispostas a atenderem e se adaptarem as exigências caso sua cidade

fosse escolhida.

No final do PPP de Biologia EAD está anexado o ofício do

SEED/CAPES/MEC, no qual se informa a disponibilização de vagas para a

Universidade consolidar a implementação do Sistema Universidade Aberta do Brasil,

com as vagas distribuídas em 2008 para esta universidade, o que também é citado

na entrevista que houve um planejamento da Estrutura necessária para a abertura

do curso.

Desta forma, encontraram-se indícios da utilização das ferramentas de

Benchmarking e de Pesquisa de Marketing na construção e implantação do curso de

Biologia EAD, apesar de diversas unidades de registro encontradas no projeto do

curso.

5.2.2 Curso Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Economia: Ciências Atuariais;

Administração Pública; Ciências Econômicas com Enfase em Controladoria

O curso de Bacharelado Interdisciplinar (BI) em Ciência e Economia,

conforme já apresentado, surgiu com uma proposta diferente dos demais cursos da

Universidade.

No projeto do curso de BI em Ciência e Economia encontrou-se a unidade de

registro (PPP CE14-4, 2014) que indicou indícios da utilização da ferramenta

Diferenciação, como a “flexibilização curricular”, “oportunizar maior autonomia para

os alunos”, “possibilidade de integração com o mercado”.

Alinhado ao projeto, quando perguntado na entrevista se o curso foi criado

com algum diferencial, foi explicado: “Não tinha na região, foi justamente esta uma

Page 75: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

74

das análises [...] as ciências atuariais e BI nesta visão de parte econômica não

existia em nenhum local” (ENTREVISTA “PROFESSOR 2”, 2014).

Assim, evidenciou-se que existem indícios de que a ferramenta Diferenciação

tenha sido utilizada na criação do curso de alguma forma, pois criou-se um curso

numa dinâmica diferente dos que existiam em outras universidades.

Vale destacar que o professor entrevistado auxiliou na elaboração do projeto

do curso de BI em Ciência e Economia, principalmente com foco no curso de

Ciências Atuariais, que é um curso novo no país, com apenas 2 universidades que

ofereciam o curso, as quais seguiram algo parecido com o que existia nos EUA e

Europa.

No projeto, a escolha da “cidade 3” para a implantação do novo campus da

Universidade se justificou por sua “localização estratégica, a meio caminho entre

São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte” (PPP CE14-5, 2014), além de estar

“numa das mesorregiões mais desenvolvidas do estado, possuindo várias cidades

de porte médio (população entre 100 mil e 200 mil habitantes)” (PPP CE14-5, 2014).

Porém, na entrevista, quando questionado o porquê da escolha da cidade o

“Professor 2” explicou: “Alguns políticos, algumas pessoas da “cidade 3” procuraram

na época a “Universidade” com este interesse” (ENTREVISTA “PROFESSOR 2”,

2014).

Percebe-se portanto que o novo campus da universidade foi aberto na “cidade

3” por força dos políticos locais, visto que esta abertura não foi contemplada no

REUNI, mas sim como uma expansão à parte, na mesma época que a universidade

expandia por meio do REUNI II. De toda forma, tal indicação não excluí a localização

estratégica do município, do ponto de vista socioeconômico.

Segundo relato da ex-pró-reitora de graduação da época, a escolha dos

cursos na “cidade 3” ocorreram com base em uma pesquisa que identificou “os

cursos que já eram oferecidos na cidade e procurou-se cursos diferentes destes,

pois a ideia era somar e não competir com o que já era oferecido na cidade”

(ENTREVISTA EX-PRÓ-REITORA, 2014).

Apesar de não ser identificada nenhuma unidade de registro na categoria

“Intercâmbio” no projeto, quando questionado se houve alguma troca de experiência

na criação do curso, percebe-se que houve uma busca por pessoas e instituições

que pudessem contribuir na criação e implantação do curso, mesmo que não de

Page 76: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

75

uma maneira aprofundada, por uma questão de tempo:

Sim, quando terminou o processo para submeter ao MEC e passou aquiinterno, eles consultaram algumas pessoas, [...] eles procuraramprofissionais da área sim. Então é uma área, era novo, mas foi feita umasondagem, foi feito um trabalho meio que, talvez não com o planejamentoque merecesse muito mais pela questão de prazo, de edital, e aí estasexpansões foram feitas dentro de edital, em nível federal, e aí você ficapreso a isto. (ENTREVISTA “PROFESSOR 2”, 2014)

Desta forma, com base no projeto e entrevistas analisados, encontraram-se

indícios de utilização da ferramenta de Pesquisa de Marketing no levantamento das

instituições de ensino superior presentes no município, assim como alguns indícios

de que se planejou o curso utilizando, mesmo que parcialmente, a ferramenta

Diferenciação.

5.2.3 Curso Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia: Engenharia

Ambiental e Urbana; Engenharia de Minas; Engenharia Química

Os cursos de BI em Ciência e Tecnologia foram também os cursos que

iniciaram em um novo campus da universidade, na “cidade 2”, sendo que o

professor entrevistado participou ativamente da elaboração e implantação de todos

cursos propostos no novo campus na “cidade 2”.

Quando questionado qual a motivação inicial para a abertura dos cursos, o

mesmo explicou que

A primeira coisa foi uma indução do Ministério da Educação para aberturade cursos voltados ao desenvolvimento para formação de recursoshumanos para o desenvolvimento tecnológico e inovação, esta foi a primeiracoisa, e um dos levantamentos também para indução foi a carência daformação de engenheiros para suporte as taxas de crescimento do país.(ENTREVISTA “PROFESSOR 3”, 2014)

Observa-se portanto, que inicialmente abriu-se o curso atendendo a uma

indicação do Governo Federal, que apontava para as universidades públicas a

necessidade de abrir cursos na área de desenvolvimento tecnológico e inovação, a

fim de contribuir com o crescimento do país.

Assim, no projeto do curso, apresentou-se a finalidade dos cursos como

“integrar e contribuir com o incremento da inovação tecnológica e formação de mão-

de-obra qualificada” (PPP CT14-6).

Page 77: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

76

De toda forma, quando questionado porquê da escolha dos cursos para o

segundo ciclo de Engenharia Química, Engenharia de Minas e Engenharia

Ambiental e Urbana foi explicado:

Engenharia de Minas veio de uma forma muito fácil pela questão da regiãoter pouquíssimos cursos e por “cidade 2” e a região ser o principallaboratório de estudo de geologia e da área minerária do Sul de Minas, estafoi a primeira. E foram feitas diversas reuniões com a prefeitura e com osetor produtivo da região onde se teve esta convergência, então as própriasempresas aqui do setor eles apresentaram a carência de formação deengenheiros químicos, engenheiros de alimentos, de processo. A mineraçãoera muito evidente e a engenharia ambiental ela já veio como um curso quejá estava em andamento para ser oferecido em “cidade 1”, umanecessidade de ter um curso de engenharia ambiental em universidadepública nesta região, então ele foi um embrião para esta formação destaplataforma em comum para os 3 cursos. (ENTREVISTA “PROFESSOR 3”,2014)

Assim, percebe-se que a localização foi uma grande influenciadora para a

abertura dos cursos, em especial o curso de Engenharia de Minas, o que demonstra

indícios da utilização da ferramenta Composto de Marketing, principalmente a Praça.

Analisando o projeto do curso, também verificou-se a existência de duas

unidades de registro da categoria “Localização”, que tem relação com a ferramenta

Composto de Marketing e Pesquisa de Marketing.

A ferramenta de Pesquisa de Marketing também apresenta na citação

indícios de utilização, visto que preocupou-se em conversar com a prefeitura e

empresários da cidade para verificar as necessidades das empresas da região.

Quando questionado como foi o contato com os empresários ele explicou:

A princípio essas reuniões foram reuniões de estudos de viabilidade para aimplantação do campus aqui no município. Então nós tínhamos diversasreuniões com a prefeitura, com a Alcoa, com as Indústrias Nucleares Brasil -INB e foi nesta forma: a gente procurou as principais empresas e foramcontando, contando as necessidades, indicando para a gente as carênciasda região e na verdade nós estávamos atrás de parcerias paracomplementar os recursos necessários para a implantação, porque osrecursos que foram disponibilizados pelo MEC não seriam suficientes paratanto. (ENTREVISTA “PROFESSOR 3”, 2014)

Assim, constata-se que além da busca por informações sobre a necessidade

das empresas da região, também esperava-se encontrar parcerias para a

implantação dos cursos.

O PPP apresenta também a estrutura empresarial do município, com dados

levantados pelo IBGE 2007, apresentando a grande quantidade de empresas nos

setores de mineração e industrial, o que justifica a implantação do curso nesta

cidade e reforça indícios da utilização da ferramenta de Pesquisa de Marketing.

Page 78: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

77

Apresenta-se também todos os cursos superiores de graduação oferecidos

pelas instituições de ensino, o que demonstra a inexistência dos cursos propostos e

a importância da implantação de cursos superiores na área de ciência e tecnologia.

Um dos objetivos do curso é “formar cidadãos de nível superior para o

mercado de trabalho” (PPP CT23-2), o que demonstra que se planejou o curso para

atender a uma demanda existente na região.

O projeto do curso de BI em Ciência e Tecnologia apresenta a demanda de

recursos para os próximos anos, tanto de docentes e técnicos administrativos,

quanto a previsão de infraestrutura, equipamento e investimento, o que demonstra

um planejamento.

Apresenta também dados da pesquisa realizada pelo Conselho Federal de

Engenharia, Arquitetura e Agronomia, na qual se afirma que “há bastante espaço

para a expansão da oferta de ensino em engenharia, sobretudo em áreas de alta

tecnologia, pois, a grande maioria da oferta atual está restrita na área de engenharia

civil”(PPP CT14-5).

Corroborando com os indícios da utilização da ferramenta Pesquisa de

Marketing apresentados, quando questionado o porquê da implantação de um novo

campus na “cidade 2” explicou-se que foi por uma “questão estratégica: porte do

município, da cidade não dispor de uma universidade pública e por ser uma cidade

de polo regional” (ENTREVISTA “PROFESSOR 3”, 2014).

Assim, apresentou-se que os dados foram levantados

[…] através de consultas em registros do e-MEC e nos sites das instituiçõesde ensino, em todas as instituições do Sul de Minas e perto da região aqui,no entorno do estado de São Paulo. Em relação aos cursos oferecidos,números de vagas, porque a gente tinha já a “universidade Y” aqui no Sulde Minas que já tinha uma tradição grande, muitos dos cursos também foiem cima disto, para não ter sombreamento, não gerar competição entre oscursos que estivessem próximo, oferecidos por universidades públicas.(ENTREVISTA “PROFESSOR 3”, 2014)

Desta forma, constata-se mais alguns indícios que a ferramenta de Pesquisa

de Marketing foi utilizada.

Na análise do projeto do curso do BI em Ciência e Tecnologia, observou-se

que a categoria “Cenário” foi a mais encontrada (encontrou-se 16 unidades de

registro), maior quantidade encontrada em todas as categorias de todos os cursos.

Como a categoria “Cenário” está relacionada a ferramenta Pesquisa de Marketing,

este pode ser mais um indício que demonstra que a ferramenta possivelmente foi

Page 79: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

78

utilizada.

Evidenciou-se nas entrevistas com o “Professor 3” e com a ex-pró-reitora de

graduação, que pensaram-se os cursos na “cidade 2” com uma proposta nova

(assim como o curso de BI em Ciência e Economia), que tinha como base o

processo de Bolonha e a Universidade Nova, os quais estavam sendo difundidos e

incentivados pelo MEC.

A Universidade Federal do ABC havia implantado cursos com esta nova

proposta, com o apoio da Andifes19 e da Academia Brasileira de Ciência, e teve um

papel importante na troca de experiência da universidade:

Nós tivemos o contato mais próximo da Universidade Federal do ABC,porque houve este espelhamento maior. Como nós não tínhamos umaexpertise na área de engenharia nos aproximamos das universidades comas quais tínhamos um contato maior, uma maior facilidade pela proximidade.Então tivemos muito apoio de vários docentes e de direção, de reitoria da“universidade y” e da Escola de Engenharia de São Carlos da USP.(ENTREVISTA “PROFESSOR 3”, 2014)

Desta forma, percebe-se que de alguma forma preocupou-se em identificar

instituições de referência na área para trocar experiências com as mesmas, no

intuito de aprender com quem estava se destacando, o que vai de encontro com o

princípio da ferramenta de Benchmarking.

Assim, bom base nos dados apresentados, percebe-se indícios de utilização

das ferramentas Composto de Marketing, Benchmarking e Pesquisa de Marketing.

5.2.4 Curso de Ciências Sociais – Bacharelado e Licenciatura

Criaram-se os cursos de Ciências Sociais (bacharel e licenciatura), segundo o

“Professor 4”, para atender uma necessidade interna da universidade de

professores:

O motivo chave foi que a universidade oferece um conjunto de disciplinas daárea de ciências sociais e até aquele momento não havia um professor deantropologia, de sociologia ou de ciência política na universidade, então aideia de se ter este curso é para que ele também pudesse dar conta dasdemais disciplinas na universidade. (ENTREVISTA “PROFESSOR 4”, 2014)

19 “A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – Andifes,criada em 23 de maio de 1989, é a representante oficial das universidades federais nainterlocução com o governo federal, com as associações de professores, de técnico-administrativos, de estudantes e com a sociedade em geral.” (ANDIFES, 2014)

Page 80: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

79

Assim, os cursos se iniciaram com apenas dois professores de matérias

específicas, sendo que no primeiro ano teve predominância de matérias básicas

como história, filosofia, para depois serem contratados professores que atenderiam

também outros cursos.

Segundo a entrevista realizada com “Professor 4” (2014), não se pensou em

nenhum diferencial do curso e buscou-se por meio eletrônico “os projetos

pedagógico de outras universidades, com dinâmicas curriculares que não fugissem a

uma tendência na área em diversas instituições”, o que demonstra, mesmo que

minimamente, indícios da utilização da ferramenta de Pesquisa de Marketing.

Nos projetos dos cursos de Ciências Sociais Bacharelado e Licenciatura se

constataram que as universidades particulares não têm privilegiado a formação dos

docentes e bacharéis na área de Ciências Humanas, por considerarem “fora de

moda”, porém existe a necessidade do mercado e social, que no caso está sendo

suprida pelas instituições públicas de ensino superior, o que também corrobora com

os indícios de utilização da ferramenta de Pesquisa de Marketing.

Observa-se também que de algum forma, levou-se em consideração o perfil

do aluno que entraria no curso, visto que o mesmo se ofertou apenas no período

noturno com a justificativa de privilegiar uma “grande parcela da população que, por

exercer ocupações profissionais durante o dia, vê-se excluída das vagas oferecidas

pela universidade no período diurno” (PPP SB12-1; SL12-1).

Desta forma, apesar dos cursos apresentarem diversas categorias nos

projetos dos cursos, a ferramenta que possivelmente tenha sido utilizada na criação

do curso foi a ferramenta de Pesquisa de Marketing, porém segundo as evidências

de utilização, a ferramenta provavelmente foi subutilizada.

5.2.5 Curso de Fisioterapia

Criou-se o curso de fisioterapia, inicialmente, pela ex-pró-reitora de graduação

e seus funcionários, visto que não havia professor da área no momento inicial de

criação.

Assim, para construção do projeto do curso se buscou a definição do curso

Page 81: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

80

em instituições reconhecidas da área, como a World Confederation for Physical

Therapy.

A justificativa para a abertura do curso no projeto foi a importância da atuação

do fisioterapeuta na área da saúde e pela necessidade de mercado, porém o único

levantamento apresentando para afirmar esta necessidade de mercado foi que o

curso em universidade pública mais próxima está numa distância de 320 km.

Realizou-se a entrevista com a primeira professora contratada para o curso,

que ajudou na implantação do mesmo.

Inicialmente, explicou-se a abertura do curso de fisioterapia pela falta de

cursos na região, o que demonstra indícios da utilização da ferramenta pesquisa,

mesmo que usada apenas para levantamento inicial de dados:

Na região existiam vários cursos, mas todos de escolas particulares. Aescola federal mais próxima que se tinha aqui era acho que em BeloHorizonte, tinha a UFMG, tinha em Juiz de Fora, UFJF, e tinha a USP deRibeirão Preto. Existia um número grande de escolas particulares, porémnão nas escolas públicas. (ENTREVISTA “PROFESSORA 5”, 2014)

Observou-se que em diversas passagens da entrevista (“PROFESSORA 5”,

2014) evidências da preocupação em analisar os fatores externos a universidade

que influenciariam o curso, o que pode ser um indício da utilização da ferramenta

análise SWOT:

E eles tinham uma transformação feita em 1985, aumentado os cursos defisioterapia para 5 anos. E ele funcionou muito tempo com 5 anos, depoisquando o governo começou a abrir para abertura de escolas particulares,surgiu no mercado muitos cursos na região e para esses cursos seremmantidos, eles fizeram, tiraram o currículo mínimo e coincidiu naquelaépoca, e permitiu que se tivesse funcionando cursos com cargas horáriasbaixíssima. Aí o que que aconteceu no mercado, estas escolas particularesbaixaram os cursos para 4 anos, e tinha uma carga horária muito baixa,neste momento surge o curso de fisioterapia da “universidade” que já vinhacom o objetivo de 4 anos e meio, com uma carga horária bem superior aoque existia de cursos particulares. Ele era um curso que tinha uma bagagempara ser muito melhor. Coincidindo com este período de surgimento, deimplantação do curso de fisioterapia o MEC veio com portaria estipulandouma carga horária mínima, um tempo mínimo de funcionamento que seriaos 5 anos e aí, nós já conseguimos que o curso da “universidade”implantado que a primeira turma começasse com 5 anos, então nós jámontamos todo nosso projeto pedagógico com esta adaptação. Então elerealmente entrou no mercado com um diferencial sim. Com um curso comuma carga horária bem superior, com um ano a mais, com todo umaperspectiva bem de formar um bom profissional. E existia também, desde que ele foi criado até o momento da implantação agente estava sofrendo uma transformação também no intuito de valorizar apolítica e prática da saúde coletiva, parte da saúde coletiva. Esta visão dePSF, que era uma visão que a fisioterapia não tinha muito esta cara, [...] nósjá fomos construindo [...]Vimos com estas outras universidades que elestambém estavam tentando remodelar para poder adaptar a esta novaexigência (PSF).

Page 82: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

81

A preocupação nossa era uma preocupação primeiro com as políticas desaúde nacional, com as diretrizes, com esta visão de se formar umprofissional com uma visão geral, não um especialista. Então nós tentamoso tempo todo na construção do projeto esta visão do todo, de forma queeles, tanto é que no projeto de criação tinham coisas tendenciosas, nóstentamos montar, planejar um perfil de um profissional quando ele sair nomercado ele possa seguir qualquer área que ele deseja, ele tem comotrabalhar em qualquer área, ele tem como trabalhar na saúde coletiva,trabalhar a parte hospitalar, então houve uma preocupação neste sentidosim.

Desta forma, percebe-se aproveitou-se no curso a mudança na legislação

(oportunidade do ambiente externo) para potencializar um ponto forte que já havia

pensado antes.

Quando questionado se houve a troca de experiência com outras

universidades, observou-se em diversas passagens que tratam do tema na

entrevista com a “Professora 5” (2014):

Sim, sim. Na época nós buscamos contato com a Universidade deDiamantina, Universidade Federal do Vale do Mucuri, que eles tambémtinham um curso a pouco tempo e eles estavam fazendo umareestruturação de projeto político pedagógico, nós trocamos muitas ideiascom eles, com o pessoal da UFMG, da USP de Ribeirão, então nósconsultamos outras universidades federais para ver o que estava sendofeito, o que estava se mudando, no intuito de construir este projeto. E naépoca, nós tivemos participação do pessoal da enfermagem, da Escola deEnfermagem que nós somos vinculados.[…] Vimos com estas outras universidades que eles também estavamtentando remodelar para poder adaptar a esta nova exigência (PSF).Na construção do projeto não (íamos), agente ligava, contato por e-mail,contato com pessoas que a gente tinha contato, pedia se eles podiamdisponibilizar o projeto político pedagógico, nós fizemos 2 visitas a 2universidades para ver construção de laboratórios, de clínicas, isto nósfizemos no primeiro ano. E aí, lógico que neste contato você aproveitavatrocando estas experiências, o que estava funcionando, o que não estava.

No final da entrevista a “Professora 5” (2014) relatou que

Estes dias eu encontrei um rapaz que ofereceu emprego para um alunonosso, na área esportiva que ele gostava, e ele disse: nossa eu estouencantado como o menino é preparado, você vê que ele tem bagagem, temconhecimento, tem imaturidade de um recém-formado, mas você vê que eletem base.

Com base neste relato da “Professora 5”, observa-se que de alguma forma os

professores estão interessados em conhecer como os alunos estão se saindo no

mercado de trabalho, apesar de não ter sido feito nenhuma pesquisa formal, porém

existe a percepção que esta informação é relevante para o aprimoramento do curso.

Com base nos dados analisados, percebe-se indícios de utilização das

ferramentas Análise SWOT, Benchmarking e Pesquisa de Marketing, principalmente

na implantação do curso.

Page 83: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

82

5.2.6 Curso de História

O curso de história foi proposto por dois professores que foram contratados

para dar aula de história da educação e ensino de história na pedagogia e geografia

que se mostraram favoráveis a abrir o curso de história, quando a reitoria começou a

pensar em novos cursos.

A justificativa para a abertura do curso foi que “o curso seria importante

porque na “cidade 1” e na região do Sul de Minas não há um processo de

valorização histórico, e também na própria “universidade”” (ENTREVISTA

“PROFESSOR 6”, 2014).

Apesar de apresentarem esses dados, não realizou-se nenhuma pesquisa

para confirmá-los, que segundo o “Professor 6” a constatação podia acontecer a

olho nu, bastando andar pela cidade.

Quando questionado se o curso tinha algum diferencial, o professor

respondeu:

Eu acho que o diferencial era ser um curso enxuto e bem objetivo, não eraum curso que queria trazer nenhuma novidade, não é um curso que queriaimplantar nem algo muito novo, não queria experimentar algo, porque nóspartimos do princípio assim, como é um curso novo, com poucas vagas, agente tem que ir no que é certo. A gente tem que dar um tiro só, fazer comaquilo que é mais certeza que vai dar certo. (ENTREVISTA “PROFESSOR6”, 2014)

Isto quer dizer que propôs-se o curso, porém sem oferecer nenhum diferencial

dos outros cursos oferecidos.

A troca de experiência aconteceu, segundo o “Professor 6” (2014), com o

estudo na área curricular e nas ementas: “Ah sim, houve muito estudo, muito na

área curricular, muito na área assim de ementas”; o que demonstra uma utilização,

mesmo que inicial, da ferramenta de Pesquisa de Marketing.

No projeto do curso de História se apresentaram os dados do levantamento

de informações que se realizou na região, no qual se constatou que a instituição

mais próxima que oferecia o curso está a 220 km de distância e que a região tem

necessidade de formação nesta área, entretanto, sem informar dados ou fontes

sobre esta demanda.

Percebeu-se também que no projeto a maioria das unidades de registro

encontradas se classificaram como “Cenário” e “Estrutura Prevista”, o que pode ser

Page 84: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

83

explicado pelo fato dos professores que construíram o projeto serem da área e

terem uma experiência pessoal que pode ter auxiliado na construção da proposta do

curso.

No entanto, a única ferramenta que encontrou-se indícios de utilização foi a

ferramenta Pesquisa de Marketing, entretanto, conforme exposto anteriormente,

deve ter sido utilizada apenas para fazer um levantamento básico, não usando a

potencialidade da ferramenta.

5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol – Bacharelado e Licenciatura

Nos projetos dos cursos de Letras de Bacharelado e de Licenciatura se

observou que existe um alinhamento entre o curso implantado de letras e a proposta

do Governo Federal de expansão do ensino superior, em especial curso de

licenciatura, demonstrando um forte elemento da análise SWOT, que consiste na

análise das oportunidades externas.

Neste sentido, a universidade já possuía os cursos de licenciatura em

matemática, física, química, ciências biológicas e geografia.

Assim o curso de letras veio a completar as licenciaturas oferecidas, inclusive

atendendo a demanda gerada pela lei 11.161/2005 que torna obrigatória a oferta do

idioma espanhol nas escolas de ensino médio.

Uma das justificativas para a abertura do curso foi o fato de que na região

nenhuma universidade pública oferecer o curso de letras, sendo que as particulares

oferecem letras, porém não oferecem o espanhol, ou seja, há demanda e não há

quem ofereça a formação deste profissional.

Criou-se o curso de bacharel para atender uma área carente de profissionais

de letras, os quais atuam nas áreas de tradução, interpretação, revisão e

comunicação de massa e editoração na região, o que segundo “Professor 7” “não

faz sentido” (2014).

No projeto se previu a utilização de até 20% da carga horária do curso na

modalidade a distância, utilizando a estrutura existente na universidade. Este fato foi

curioso, pois a universidade até o momento não tem o curso de letras a distância,

Page 85: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

84

porém inovou em prever esta porcentagem a distância, que vai de encontro com o

as diretrizes do MEC, assim como das tendências do uso das tecnologias

educacionais na educação.

Desta forma, encontraram-se indícios da utilização das ferramentas Análise

SWOT e Diferenciação nos projetos dos cursos.

5.2.8 Curso de Pedagogia a distância (Pedagogia EAD)

No projeto do curso de Pedagogia EAD se apresentou um panorama do

ensino básico, que justificou a abertura do curso, que também atende a um

programa do governo para a formação de professores da educação básica

(PARFOR) em nível de graduação e pós-graduação.

Quando questionou-se o “Professor 8” durante a entrevista, sobre o porquê da

abertura do curso, o mesmo informou que abriu-se o curso por “uma demanda

apresentada pela pró-reitoria de graduação ao CEAD, que se confirmou durante a

elaboração do curso quando a Secretaria de Educação da “cidade 1” requisitaram

vagas para professores, para fazer a formação dos professores”.

Os motivos iniciais para a abertura do curso de Pedagogia EAD se

explicitaram durante a entrevista da pró-reitora de graduação (2014):

Estes cursos de EAD já vinham de uma política de educação a distância [...]Porque dentro da Universidade Federal a gente não faz um trabalho muitopreciso de demanda regional, atende muito as demandas instituídas emnível de política, que vem em nível de Ministério, então a formação depedagogos era uma demanda levantada pelo FORPROF, que é aquelefórum do Estado para as demandas de capacitação do pessoal da rede. Edentro disto o grupo de pró-reitores do Fórum Estadual de Pró-reitores deGraduação fizeram um levantamento das demandas por área. Estelevantamento das demandas por área é que surgiu todos os projetos deEAD e o jogo dos polos, porque as universidades ela coordenam estetrabalho no FORPROF, então é uma demanda instituída de Estado.

Desta forma, observa-se que a abertura do curso de Pedagogia EAD resultou

de uma demanda levantada pelo FORPROF e não pela Universidade e esta decidiu

acatar tal demanda e abrir o curso, sendo que durante o processo de criação a

própria Secretaria de Educação Municipal da “cidade 1” fez uma solicitação formal

para a Universidade, o que corrobora com os dados indicados pelo FORPROF,

assim como com o incentivo à abertura de um curso que era realmente uma

Page 86: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

85

necessidade na região.

Durante a entrevista com o “Professor 8”, percebeu-se que não se apresentou

nenhum diferencial significativo, uma vez que tentou-se criar um curso muito

próximo do presencial, como é possível observar:

Eu não sei se um diferencial, porque uma coisa que a gente pensoutambém, em relação ao presencial, que não fosse um curso, que não fosseum curso diferente, porque para gente ter uma mobilidade dos alunos,porque os cursos até parece que não sei se pelas normas, não sei se até20% deles podem fazer no EAD, então a gente pensou num curso muitocomplementar com o presencial. Então quando você me fala de um cursodiferencial, eu não sei, eu não vejo. (ENTREVISTA “PROFESSOR 8”, 2014)

Quando questionado se houve troca de experiências com outras

universidades, percebe-se que ocorreu somente pesquisa via internet:

Nós fizemos via web mesmo, via internet mesmo, acessamos os projetospolítico pedagógicos dos cursos e nos organizamos a partir disto, mas o quenos orientou mesmo foi o nosso presencial, pois a ideia era que nossosalunos pudessem estar tendo esta mobilidade com as disciplinas, pensandoem alguns com reprovação, ou mesmo que em algum momento estivessemimpossibilitados de fazer presencial, pudessem fazer a distância.(ENTREVISTA “PROFESSOR 8”, 2014)

Observando as categorias encontradas no projeto do curso de Pedagogia

EAD, percebe-se que a principal categoria encontrada foi a categoria “Curso”, visto

que o curso se baseou no curso presencial da própria Universidade, conforme se

observou na citação apresentada.

Desta forma, encontrou-se poucos indícios da utilização de ferramentas de

marketing no curso de Pedagogia EAD, somente alguns indícios da ferramenta

Pesquisa de Marketing, porém que parece ter sido utilizada apenas na busca de

outros Projetos Político Pedagógicos.

5.2.9 Curso de Química Licenciatura a distância (Química EAD)

Como apresentado no curso de Biologia EAD, é importante destacar que se

criou o curso de Química EAD ao mesmo tempo que o curso de Biologia EAD,

sendo estes os dois primeiros cursos a distância da Universidade.

Ambos apresentaram algumas informações similares, tanto na parte dos

PPPs que explica a parceria realizada que foi a mesma, quanto na entrevista, visto

que o “Professor 1” participou da criação e implantação de ambos os cursos.

Page 87: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

86

Desta forma, foram entrevistados dois professores: um que atuou

principalmente na construção do projeto (“Professor 1”) e o “Professor 9” que atuou

na implantação do projeto.

No projeto do curso de Química EAD se observou que, assim como

apresentado no curso de Biologia EAD, utilizou-se a ferramenta de Benchmarking,

visto que se construiu o curso utilizando experiências educativas de outras

universidades, ou seja, indica que houve uma troca de experiência entre uma

universidade que já oferecia o curso em questão e a universidade que estava

iniciando um novo curso na instituição.

No mesmo sentido, como se apresentou no curso de Biologia EAD, indícios

da utilização da ferramenta Benchmarking pode ser evidenciado na explicação do

“Professor 1”:

Houve um interesse em se buscar quem no Brasil se fazia curso a distânciapara tentar implementar aqui, uma vez que várias federais já tinham. Entãonós fomos para o Rio de Janeiro para conhecer o que seria uma ponte paraa criação da universidade virtual aqui, com cursos de graduação. É umafundação que agrega, a época agregava 6 universidades cariocas públicas,estudais e federais. Aí a gente foi ver como eles trabalhavam. Ficamosimpressionados, porque eles trabalhavam de uma maneira muitoprofissional. Foi uma equipe de professores para conhecer. [...] A gentevoltou com a ideia de implementar o curso de química, que tipo lá a genteteve uma entrevista com o pessoal da química. (ENTREVISTA“PROFESSOR 1”, 2014)

Outro indício encontrado, e apresentado também no curso de Biologia EAD,

que pode evidenciar o possível uso da troca de experiência, foi na passagem:

Como a “universidade” não tinha nenhuma experiência em graduação adistância, eles (CEDERJ) aportaram com a plataforma virtual, elesaportaram com material didático, com material de multimídia, não é muitomultimídia, mas tem alguma coisa, e com todo o suporte técnico e logísticopara implementação. (ENTREVISTA “PROFESSOR 1”, 2014)

Como comentado, nesta passagem, observa-se que a universidade tentou

aprender com a experiência de outra instituição que já atuava na área de ensino a

distância, porém percebe-se pela fala que a ferramenta não foi plenamente utilizada,

visto que a universidade num primeiro momento optou por utilizar a estrutura e modo

de fazer da outra instituição, sem adaptar a sua realidade e necessidade, que é um

dos princípios da ferramenta de Benchmarking.

Quando questionado o porquê do curso de Química EAD, percebe-se que a

experiência e estrutura do curso na modalidade presencial foi um grande

influenciador para a abertura dos mesmos:

Quero crer que seja pelo desafio de dois cursos “brabos”, dentro de uma

Page 88: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

87

estrutura institucional que já tinha a biologia e a química no presencial, ocorpo docente muito bem constituído, com boa formação e boa produçãocientífica. [...] Química estava bem estruturado. Eu acho que foi uma épocamuito próxima que ela foi reconhecida com conceito 4, a química presencial,o corpo de professores mais ou menos estrangeiro, vindo de São Paulo,vindo até de outros países, estruturando uma produção científica muitobalizado, como tem até hoje, um grupo extremamente forte. Então houveuma opção na universidade de começar então por quem já sabe fazer oarroz com feijão e já tem bastante gente envolvida. (ENTREVISTA“PROFESSOR 1”, 2014)

No entanto, ao questionar se houve alguma consulta pensando no aluno,

constatou-se que não houve, sendo que o “Professor 9” explicou que a abertura do

curso ocorreu por uma decisão da pró-reitoria de graduação, pois inicialmente os

professores da química eram contra a abertura do curso na modalidade à distância.

No projeto do curso de Química EAD, em sua justificativa, apresenta-se um

levantamento da relação de candidato-vaga do curso presencial de licenciatura em

química da instituição para verificar a demanda existente, que indicou uma demanda

reprimida na região.

Além desta demanda reprimida, levou-se em consideração para a abertura da

nova modalidade que muitos alunos concluem o ensino médio e não possuem

condições financeiras para se deslocar para os centros que oferecem cursos de

nível superior gratuito ou que não tem condições financeiras para cursar o ensino

superior numa instituição privada. Tal consideração alinha-se com a proposta política

educacional do MEC no projeto da Universidade Aberta do Brasil, no qual se

pretende a interiorização e a democratização do ensino superior.

Desta forma, justifica-se a abertura de cursos a distância como uma forma de

“viabilizar a formação de pessoas que por vários motivos vêm sendo excluídas do

processo educacional, principalmente atendendo às questões de localização ou de

disponibilidade de tempo nos horários tradicionais de aula” (PPP QE-40).

É apontado também a necessidade de contratação de mais professores para

a implantação do curso, assim como aquisição de automóvel e contratação de

motorista, o que demonstra que houve uma visão de longo prazo na implantação do

curso, com os aspectos de infraestrutura para o mesmo.

Nos anexos do PPP de licenciatura em química EAD é apresentado o ofício

enviado pelo SEED/CAPES/MEC à universidade que reitera o objetivo de consolidar

a implantação do Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB ao longo dos

próximos 4 anos, sendo que a primeira distribuição de vagas contemplará 450 vagas

Page 89: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

88

para docentes e 250 para técnicos, em nível nacional, e que a instituição analisada

receberia 4 vagas para docentes e 2 vagas para técnicos, conforme acordado pela

ANDIFES.

Desta forma, encontrou-se indícios da utilização das ferramentas de

Benchmarking e de Pesquisa de Marketing na construção e implantação do curso de

Química EAD, sendo que o projeto apresentou o menor número de unidades de

registro encontrados.

5.2.10 Novas propostas de cursos

Para se compreender o processo atual de criação e implantação de novos

cursos, entrevistou-se a pró-reitora de graduação (2014) que explicou:

Nós entendemos que quando abre um edital o tempo é muito curto prapensar. [...] O que nós estamos fazendo hoje, nós estamos discutindo comas unidades, o que você unidade entende que é importante neste momento,tanto para a universidade fortalecer os cursos já existentes, como para acomunidade. Então as unidades fazem uma análise de potencial. […] Ela(unidade) faz uma análise e ela está construindo projetos, dentro destaanálise de cada unidade, de cada área. […] Então a gente tem feito algunsestudos, neste sentido para elaborar projetos para uma futura participaçãoem editais para que a gente não faça curso que não tenha demanda.

Conforme se observa no excerto da entrevista, evidencia-se que a pró-reitoria

de graduação da Universidade está se empenhando para criar cursos que além de

serem de interesse dos professores da Universidade, que também atendam uma

demanda previamente estudada por uma comissão.

Quando questionada como são formadas essas comissões esclareceu-se:

Na verdade a gente tem um corpo docente com formação diversificada,então por exemplo, vamos fazer um projeto de psicologia, então quantospsicólogos tem nesta unidade, eles se juntam, alguns outros professoresque tem experiência em construção de projeto e também, na psciologia, foise buscado assessoria em outras Universidades Federais. Eles estãotrabalhando na discussão, na construção de projeto. Então está mais oumenos assim, onde não tem gente da área, busca-se pessoal deUniversidades Públicas da região para dar apoio.

Desta forma, percebe-se que, em algumas áreas, está sendo incentivada a

troca de experiência com outras universidades federais, a fim de conhecer outras

realidades e que os projetos dos cursos sejam construídos da melhor maneira

possível.

Page 90: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

89

Uma experiência citada na entrevista com o “Professor 2” foi de uma

comissão de professores montada para estudar a viabilidade de um novo curso na

Universidade, sendo que após 6 meses de estudo, após uma sondagem, diversos

contatos com outras instituições que oferecem o curso, conselhos ligados ao novo

curso e estudos divulgados pela Capes, chegaram à conclusão que não existe

demanda de alunos na região, além da inexistência de professores disponíveis para

atuar no curso, o que levou a comissão a desistir de propor este curso.

Desta forma, observa-se que a utilização de ferramentas na proposição de

novos cursos depende essencialmente do conhecimento sobre as ferramentas de

marketing dos professores que compõem comissões para propor um novo curso.

Curiosamente, quando questionado como a pró-reitora via o uso de

ferramentas de marketing na implantação de novos cursos, percebeu-se que existe

uma negação:

Olha, eu não vejo um grande sucesso nisto não. […] Porque a gente atendemuitas políticas do Governo Federal, definidas para o país, então você teruma ferramenta que atenda esta diversidade, com um único mantenedor euvejo que a coisa não amarra. (ENTREVISTA PRÓ-REITORA, 2014)

No entanto, ela destacou a importância de conhecer bem o curso que vai ser

proposto, sendo que quando não tem pessoas da área na própria Universidade é

buscado auxílio em outras universidades.

Neste sentido percebe-se que duas ferramentas poderiam auxiliar neste caso,

tanto o Benchmarking, quanto a ferramenta Composto de Marketing, principalmente

no estudo do Produto, que no caso seria no estudo do Curso a ser proposto.

Outra ferramenta que pode auxiliar na identificação de demandas de cursos e

região é a ferramenta Pesquisa de Marketing, que visa levantar informações e dados

para que a tomada de decisão e a construção do curso atenda as expectativas dos

alunos e mercado.

Percebe-se, portanto, que assim como outros estudos (GOMES et al., 2013;

COSTA et al., 2011) identificaram, possivelmente existe o desconhecimento das

ferramentas que o marketing disponibiliza, sendo que algumas ferramentas estão

sendo parcialmente utilizadas, porém sem o conhecimento formal, mas sim de forma

instintiva e não organizada.

Page 91: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

90

6 POTENCIAIS CONTRIBUIÇÕES DAS FERRAMENTAS DE MARKETING EM

INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Buscou-se trazer contribuições oriundas das análises dos PPPs dos cursos

da “universidade” e da compreensão das ferramentas de marketing no contexto das

Instituições de Ensino Superior, uma vez que observou-se que o assunto marketing

aplicado a Instituições de Ensino Superior ainda é pouco realizado e pesquisado.

Segundo os dados apresentados da pesquisa realizada na Revista da Gestão

Universitária da América Latina, alguns trabalhos começam a ser publicados na

revista a partir de 2011, o que demonstra que o assunto começou a ser pesquisado

e trabalhado nas instituições universitárias a pouquíssimo tempo.

Diversos fatos podem ser atribuídos a esta pouca quantidade de estudo do

marketing aplicado em IES. Conforme apresentado no artigo de Gomes et al. (2013),

o marketing de uma maneira geral ainda não faz parte da cultura universitária.

Seguindo neste mesmo sentido, Costa et al. (2011) constatam que as

instituições públicas utilizam algumas ferramentas de marketing de forma instintiva e

não organizada, como pode ser constatado também nesta pesquisa.

Assim, espera-se que as ferramentas de marketing apresentadas comecem a

contribuir também na abertura de novos cursos, com destaque às ferramentas

Pesquisa de Marketing, Benchmarking, Análise SWOT, Diferenciação e

Segmentação, Matriz BCG e Composto de Marketing.

A ferramenta de Pesquisa de Marketing sugere-se que além do levantamento

de dados da região, do MEC e dos cursos existentes, que também sejam

pesquisados o perfil dos alunos que entram no curso, quais as características do

mercado, o que os futuros empregadores esperam dos profissionais formados, se

existem professores disponíveis no mercado para atuar nas disciplinas do curso,

entre outras informações.

A ferramenta Benchmarking pode auxiliar os professores a aprender com a

experiência de quem já oferece o curso. Durante a entrevista, percebeu-se que

muitas vezes são realizadas trocas de experiências com outras instituições, porém

de maneira informal.

Alguns professores citaram que não existia a necessidade de troca de

Page 92: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

91

experiência com outras universidades, visto que os professores envolvidos estavam

chegando de outras instituições. No entanto, para potencializar o uso da ferramenta

Benchmarking, sugere-se que sejam realizadas visitas às outras universidades,

busque-se contato com coordenadores dos cursos, adquirindo e aprimorando os

conhecimentos sobre o novo curso que a universidade pretende criar.

Desta forma, os professores e coordenadores dos novos cursos poderão

agregar valor ao seu novo curso, com base na experiência e conhecimento adquirido

na outra instituição, adaptados a realidade do novo curso da universidade.

A ferramenta Análise SWOT pode auxiliar a universidade a identificar suas

forças e fraquezas, assim como as oportunidades e ameaças no ambiente que ela

está inserida. As forças são os pontos positivos do curso, os quais podem ser

destacados a fim de atrair alunos. As fraquezas são os pontos que podem ser

melhorados e trabalhados, portanto é importante os propositores do curso terem

clareza do que ainda pode ser melhorado.

Como o curso está inserido em um contexto, torna-se importante verificar o

que está acontecendo, o que as legislações relacionadas ao curso definiram para o

mesmo, assim como se existe algum projeto em votação ou na iminência de ser

alterado, a fim de aproveitar as oportunidades que possam aparecer e que as

ameaças enfrentadas com conhecimento da área e legislação envolvida.

As ferramentas de Diferenciação e Segmentação são ferramentas que podem

ser usadas principalmente quando se for definir como o aluno ingressará no curso,

seu perfil, o perfil do egresso, os objetivos específicos e currículo.

Algumas diferenciações são propostas pelo MEC, como cursos oferecidos

pela universidade estudada em duas modalidades, presencial e a distância. Nos

cursos da modalidade presencial, os alunos ingressam por meio da prova do ENEM

e nos cursos a distância são realizados vestibulares na cidade onde os mesmos

serão oferecidos, com o objetivo de atingir principalmente a população da

microrregião.

Desta forma, percebe-se que existem algumas diferenças entre os cursos,

ambos seguindo as diretrizes do MEC, porém com particularidades e características

próprias.

Após a implantação do curso, também é possível utilizar estas ferramentas, a

fim de melhorar cada vez mais o curso, buscando satisfazer os alunos e atender às

Page 93: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

92

demandas de mercado, diferenciando-se dos demais cursos da instituição e região.

A ferramenta Matriz BCG pode ser usada para classificar os cursos da

universidade nos quadrantes e buscar o equilíbrio entre os cursos e quadrantes.

Vale destacar que é preciso ter cuidado quando analisar e classificar os cursos, visto

que cursos inseridos em mercado de baixo crescimento e baixa participação do

mercado podem ser cursos que visam atender necessidades sociais, mesmo estes

não estando em crescimento. Isto significa que a universidade pode e deve criar

cursos que apesar de ter baixo crescimento, existe carência no mercado.

Como exemplo temos os cursos de licenciatura, os quais estão inseridos em

um mercado que não se encontra em crescimento, tão pouco sua valorização é

reconhecida, no entanto o baixo oferecimento dos cursos por instituições privadas e

a carência destes professores nas escolas de ensino fundamental e médio, levaram

o Governo Federal a incentivar a abertura dos mesmos pela falta de professores

formados nas áreas específicas.

A ferramenta Composto de Marketing, conhecida também como os 4P´s –

Produto, Preço, Praça e Promoção, pode auxiliar a instituição a conhecer mais o

curso que pretende oferecer, buscando destacar os diferenciais e vantagens da

instituição e do curso. A Praça, que no caso da instituição de ensino é o campus que

oferecerá o curso e a modalidade, pode auxiliar na atração dos alunos, assim como

a Promoção que é a comunicação dos cursos com seus públicos, como potenciais

alunos, empresários, comunidade local e regional, entre outros.

Neste contexto, a imagem institucional da instituição de ensino e do curso

podem ser fortalecidos com ações de divulgação dos cursos, participação em

eventos, consolidando o curso e instituição com uma imagem forte e marcante.

A não preocupação com a Promoção do curso, apesar de não apresentar um

problema imediato, pode deixar de atrair potenciais alunos da região por

desconhecimento, apesar do curso ter sido inicialmente proposto para atender à

demanda local.

Desta forma, com base em todas essas informações, será possível implantar

um curso que atenda as expectativas dos alunos e do mercado, assim como auxilie

os coordenadores de curso nas tomadas de decisões.

Sintetizando-se as informações aqui apresentadas com contribuições das

ferramentas de marketing na abertura de novos cursos em uma Universidade

Page 94: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

93

Federal do Sul de Minas, apresentam-se o Quadro 5 e Figura 5.

Quadro 5 - Síntese de meios de potencializar as Ferramentas de Marketing na abertura de novoscursos.

Ferramenta Uso na abertura denovos cursos

Meios de potencializar o uso das Ferramentas de Marketing

Composto deMarketing

Conhecer ascaracterísticas do curso a

ser oferecido, local deoferecimento, fontes definanciamento, assim

como auxiliar nadivulgação do mesmo.

Correlação entre demanda de mercado e estrutura curricular doscursos existentes para buscar a diferenciação. Deve-se definir os 4Ps: P1. Produto - que é o curso a ser oferecido, elemento maisimportante do PPP, especificando-se os aspectos de demandas,especificações, perfil do ingressante e egresso, cenário ediferencial. P2. Preço - avaliar o financiamento básico por meio dorepasse do MEC (parâmetros fixos), assim como buscar outrasfontes de recursos para implantação de infraestrutura. P3. Praça -avaliar as localidades possíveis (campi existentes ou expansão),observando as condições para oferecimento do curso, dadas asespecificidades do mesmo, para garantir qualidade na formação.P4. Promoção - criar estratégias de divulgação do curso, seja pormarketing direto ou indireto, relações-públicas, participação emeventos, entre outros.

Diferenciaçãoe

Segmentação

Buscar diferenciar o cursoa ser aberto dos demais

cursos da região,definindo o perfil do

ingressante e do egresso.

Verificar quais são os pontos convergentes e divergentes dasdiretrizes do MEC, a fim de potencializar elementos importantes naformação do aluno, oferecendo um curso que apresente um algo amais.

Matriz BCG Classificar os cursos dainstituição nos quadrantes

“em questionamento”,“estrela”, “vaca leiteira” e

“abacaxi”.

Utilizar a ferramenta para classificar os cursos existentes e osnovos cursos, a fim de equilibrar os quadrantes, e servir como umdos parâmetros para avaliação da abertura do novo curso pelainstituição.

AnáliseSWOT

Identificar os pontosfortes e fracos do curso,

assim como asoportunidades e ameaças

do ambiente externo.

Segmentar os elementos do cenário externo e interno. Para analisar o cenário externo buscar dados em documentosformais (portarias da instituição, leis municipais, estaduais efederais), junto a órgãos relacionados (Secretaria de Educação,IBGE, Conselhos profissionais, etc).Realizar reuniões e pesquisas diretas junto à administração,professores, estudante, população, onde sejam levantados ospontos fortes da universidade, do curso, assim como os pontos quepodem ser melhorados (fracos).Com base nos levantamentos realizados, fazer uma análise eadotar ações buscando ressaltar os pontos fortes, minimizando ospontos fracos, aproveitando as oportunidades externas e pensandoem novas estratégias para minimizar as ameaças encontradas.

Benchmarking Trocar experiências comoutras IFES. Auxilia na

busca de adquirir eaprimorar os

conhecimentos baseandona experiência dasuniversidades de

referência.

Levantamento na web, por PPPs de cursos similares e asistematização dos principais elementos em planilhas comparativas.Visitas a outras universidades, com contato principalmente comoutros coordenadores de outras IFES para entender o que já foirealizado pela IFES, o que deu certo e o que teve que ser alterado,aprendendo como foi este processo. A troca de experiências com professores da própria instituição quetiveram experiências prévias são bem-vindas.

Pesquisa deMarketing

Identificar problemas edemandas da região queauxiliem os gestores nadecisão e construção do

curso.

Deve-se estruturar a pesquisa de Marketing em 4 fases: 1.Formulação da questão da pesquisa, 2. Planejamento da pesquisa,3. Execução da pesquisa e 4. Comunicação dos resultados. Estapoderá ser aplicada como Pesquisa Exploratória ou Conclusiva(descritiva e/ou explicativa). Na exploratória, faz-se o levantamentobibliográfico e documental, com uso de dados secundários, para seestabelecer os princípios iniciais do curso. Na pesquisa descritiva eexplicativa, busca-se compreender o cenário para criação do curso,incluindo motivos que levam ao estabelecimento de certo cenário,que poderá ser alterado com a criação do curso.

Fonte: Elaborado pela autora

Page 95: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

94

Figura 5:

Figura 5 - Esquema sugestivo para aplicação das ferramentas de marketing na criação de cursos degraduação.Fonte: Elaborado pela autora.

Page 96: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

95

As sugestões apresentadas no Quadro 5 e Figura 5 concretizam as reflexões

realizadas neste trabalho e indicam possibilidades de uso que trariam benefícios

para as instituições públicas na criação de cursos. Ressaltando que, como todo

modelo e proposta, estes devem ser analisados previamente ao uso, para

adaptação do mesmo à realidade da instituição.

Com relação à Figura 5, baseando-se na ideia da ferramenta Pesquisa de

marketing, dividiu-se o uso das ferramentas em três fases (exploratória, descritiva e

estruturação, e conclusiva), sendo que essas trazem elementos da ferramenta, mas

não expressão a ferramenta em si.

Pelo esquema, apresenta-se que a ideia inicial do curso pode surgir da

relação entre os aspectos socioafetivos dos proponentes, com a existência de

demandas sociais, pessoais ou mesmo por uma política diretiva do governo federal

(como foi o caso do incentivo às licenciaturas pelo programa PARFOR).

A partir do mote inicial, segue-se para a etapa exploratória, na qual seguem

paralelos dois âmbitos de pesquisas (Curso e Instituição), que possibilitarão a

análise de viabilidade prévia, assim como fornecerá os elementos iniciais para

construção da proposta.

A ênfase nas pesquisas relacionadas ao curso visa a compreensão dos

currículos existentes, os diferenciais entre estes e correlacionar estes com dados de

fontes secundárias (IBGE, secretarias municipais, estaduais, MEC, Conselhos

profissionais) e com as pesquisas internas à instituição.

Com relação à instituição, destaca-se a pesquisa da motivação, imagem e

cenário, como variáveis decisivas para a construção e sucesso do curso. Além disso,

compreender a posição do curso na matriz BGC, ajuda a justificar a criação deste,

seja pela necessidade de cursos “estrela” (para dar mais força na imagem da

instituição), seja em cursos “abacaxis”, que seriam pouco focados em instituições

privadas, mas que possuem incentivos governamentais e políticos para sua criação

e estão relacionados com demandas sociais.

Da mesma forma, o alinhamento do curso com a proposta do PDI, demonstra

um planejamento estratégico na criação do curso alinhado com a missão, visão,

valores e objetivos institucionais, previamente definidos pela comunidade

universitária.

Sequencialmente, tem-se a etapa descritiva e estruturação, na qual os

Page 97: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

96

elementos constituintes do PPP deverão ser construídos e aprimorados,

possibilitando a estruturação real do curso e seus fundamentos.

Esta etapa é desenvolvida a partir dos elementos sistematizados e escolhidos

na etapa anterior, possibilitando um aprofundamento da avaliação por meio das

ferramentas Análise SWOT e Benchmarking, a partir das quais cartografa-se o

cenário interno e externo, os pontos fortes e fracos, relacionando estes com os

cursos de outras universidades para o processo de escolha dos elementos do curso

em criação, ou seja, definição dos 4 Ps (ferramenta Composto de Marketing).

Sugere-se a definição, primeiramente, do curso, assim como da diferenciação

do curso, observando os diferenciais da instituição, para, posteriormente, avaliar-se

a praça e, com isso, poder levantar as demandas de infraestrutura e pessoal.

Com esses elementos, pode-se avaliar o financiamento do curso (Preço), que,

no caso das Instituições Públicas, deve ser focado nos parâmetros estabelecidos

pelo MEC, além das possibilidades (obtidas na análise das oportunidades externas –

Análise SWOT) de financiamentos privados para construções e compras de

equipamentos.

Para última fase do processo de criação do curso, tem-se a fase conclusiva,

na qual se concluem os 4P's do Composto de Marketing e, a partir disso, define-se

os elementos faltantes do PPP, destacando-se o perfil dos ingressantes e egressos,

que possibilita a Segmentação com base no perfil definido para o ingressante do

ENEM, assim como objetivos específicos e currículo, que permitem a Diferenciação

do curso proposto.

Após implantação, tem-se a manutenção do curso com processos de

avaliação contínua (inclusive, parte desses, exigidos pelo MEC), incluindo o uso de

ferramentas de marketing como o Composto de Marketing, Matriz BCG, Análise

SWOT, Diferenciação, para adequação contínua do curso ao cenário atual, que

caracteriza o olhar sobre o ciclo de vida do curso.

Page 98: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

97

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Realizou-se o presente estudo com o objetivo de investigar o possível uso das

ferramentas de marketing durante o processo de criação de novos cursos de

graduação em uma Universidade Federal do Sul de Minas Gerais, no período de

2009 à 2013.

Abriram-se estes cursos, salvo o curso de Bacharel Interdisciplinar em

Ciência e Economia, no contexto do projeto Reuni do governo federal, o qual refletia

claramente a mudança do perfil universitário construído nas últimas décadas, do

princípio da democratização do ensino superior e da autonomia universitária.

As diretrizes gerais do Reuni deixavam claro a autonomia da universidade,

assim como que não haveria um modelo único para a abertura dos cursos.

Estas diretrizes do Reuni possibilitaram às universidades federais autonomia

na escolha e na construção dos PPPs, possibilitando para estas o uso das

ferramentas de marketing no processo de escolha e construção das propostas.

No entanto, não se sabia se a universidade estudada tinha de fato utilizado

ferramentas de marketing na construção dos PPPs dos seus cursos ou não.

Para compreender o uso das ferramentas de marketing, analisaram-se os

Projetos de Implantação ou Projetos Político Pedagógicos dos cursos abertos neste

período, assim como entrevistou-se os professores que participaram da criação e

implantação destes novos cursos da instituição.

Com base nos dados apresentados, conclui-se que existem poucos indícios

de utilização das ferramentas de marketing nos documentos e entrevistas. Sendo

que dentre os indícios encontrados, percebeu-se que as ferramentas provavelmente

não foram utilizadas em sua totalidade.

De toda forma, percebeu-se o uso, em muitos casos inconscientes das

ferramentas de marketing, ou seja, o professor reconheceu a importância daquela

ação, mas não relacionou esta como sendo uma ferramenta de marketing.

Um exemplo claro disso foi no caso do curso de Biologia e Química (ambos

EAD), no uso do Benchmarking. Sendo estes dois cursos, os primeiros EAD da

instituição, não se tinha, praticamente, experiência suficiente para construir uma

proposta própria da Universidade, fazendo-se necessário o Benchmarking.

Page 99: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

98

A partir da análise dos PPPs, constatou-se uma maior número de ocorrências

de uso nas categorias Cenário (59), Curso (57) e Estrutura (39), o que de fato está

de acordo com os itens mínimos exigidos em um PPP, assim, demonstrando o

potencial inicial do uso das ferramentas.

Essas classes estavam presentes, como elementos, das seguintes

ferramentas:

a) Cenário - Composto de marketing, matriz BCG, análise SWOT,

Pesquisa de Marketing;

b) Curso - Composto de marketing, análise SWOT, Pesquisa de

Marketing;

c) Estrutura - Composto de marketing, análise SWOT, Pesquisa de

Marketing.

Assim, tem-se três elementos comuns existentes nesses indícios, sendo que

a ferramenta de marketing que apresentou mais indícios de utilização foi a Pesquisa

de Marketing, caracterizada na busca de informações em páginas da internet e

projetos de outras universidades.

Vale destacar que apesar da pesquisa de marketing ser identificada como a

ferramenta de marketing mais utilizada, percebe-se que existiu uma subutilização,

uma vez que a ferramenta foi utilizada para um simples levantamento de

informações.

Além de aparecer em várias classes identificadas nos PPPs, a Pesquisa de

Marketing foi a ferramenta de marketing que mais se encontraram indícios de uso

nas entrevistas, totalizando 14 cursos dos 16 analisados.

Percebeu-se maior utilização da ferramenta pesquisa de mercado, que integra

a pesquisa de marketing, do que a ferramenta Pesquisa de Marketing em si. Sendo

assim, sugere-se que seu uso seja melhor aproveitado, inclusive utilizando esta

ferramenta de forma planejada.

A ferramenta Benchmarking apresentou indícios de utilização principalmente

nos primeiros cursos a distância da universidade, uma vez que ela nunca tinha

oferecido cursos nesta modalidade. Portanto, realizou-se levantamento de

instituições que já atuavam na área e identificando uma instituição referência, a qual

foi visitada e firmado uma parceria para o início do curso.

Após um determinado tempo de oferecimento dos cursos e contratações de

Page 100: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

99

professores que tinham conhecimento na área e podiam contribuir para a instituição,

esta parceria encerrou-se e a partir daí foram aplicados os conhecimentos

apreendidos, adaptando-os a realidade da universidade, assim como propõe a

ferramenta de Benchmarking.

Percebe-se que a experiência prévia dos professores contratados para a

abertura de novos cursos pode trazer grande contribuição para o mesmo, porém

sugere-se que sejam buscadas a vivência e a experiência de outros coordenadores

do mesmo curso em outras instituições de referência nacional, que podem auxiliar

para que erros já cometidos por outras instituições não sejam repetidos.

Ainda com relação ao Benchmarking, percebeu-se maiores indícios do uso

deste nas entrevistas, ressaltando a importância dos elementos deste para

construção do projeto do curso. A categoria intercâmbio foi pouco explicitada no

PPP, apesar de estar presente em diversas entrevistas, ou seja, foram informações

que se incorporaram à proposta como um todo, não deixando transparecer a troca

de informações nos PPPs elaborados.

Desta forma, o uso inconsciente das ferramentas de marketing pode estar

relacionado com a inserção destas em diversos campos do conhecimento, como em

gestão de projetos, metodologias científicas entre outras, fazendo com que essas

ferramentas façam parte dos procedimentos dos indivíduos sem que eles tenham o

real conhecimento disto, conforme apresentou o artigo de Costa et al. (2011), no

qual indica que as instituições de ensino públicas utilizam algumas ferramentas de

marketing de forma instintiva e não organizada, sendo que teve-se a mesma

constatação nesta pesquisa.

Essa concepção do uso inconsciente se ressaltou na própria visão da pró-

reitora de graduação, que apresentou indícios dos possíveis usos de ferramentas de

marketing, assim como da importância dessas, entretanto, afirmou que não vê como

as ferramentas de marketing poderiam auxiliar na criação de novos cursos de

graduação.

De certa forma, a fala da pró-reitora reflete a visão de muitos dos professores

e demais servidores sobre o que são e quais funcionalidades das ferramentas de

marketing nas instituições públicas, relacionando estas, geralmente, às instituições

privadas e à necessidade da geração de lucro.

Fica claro que, como parte de projetos de capacitação interna das

Page 101: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

100

universidades, devem-se abordar as ferramentas de marketing até mesmo como

instrumentos do planejamento estratégico para que as concepções prévias sobre as

ferramentas de marketing possam ser organizadas, sistematizadas e

procedimentalizadas.

Este trabalho não teve a pretensão de esgotar o assunto, mas iniciar uma

discussão que até o momento pouco se encontrou, a fim de contribuir para a gestão

das universidades, em especial, as universidades públicas. Nesse sentido, no

capítulo 6 (Potenciais contribuições das ferramentas de marketing em Instituições de

Ensino Superior) apresentou sínteses de possíveis utilizações, como forma trazer

novos elementos para a construção da visão e aplicação das ferramentas de

marketing nas Instituições de Ensino Superior.

De toda forma, espera-se que a partir deste trabalho as universidades

conheçam um pouco mais das ferramentas de marketing e comecem a utilizá-las,

aproveitando as potencialidades de cada uma em ajudar a instituição como um todo.

Page 102: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

101

8 LIMITAÇÕES DA PESQUISA E SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS

Pesquisas qualitativas sobre estudos de casos, como a desenvolvida neste

trabalho, possuem diversas limitações que não impedem sua realização, mas devem

fazer parte do cenário de análise para delimitar-se adequadamente os alcances dos

resultados, discussões e conclusões.

A primeira consideração que se deve fazer está relacionado com o alcance

das conclusões, uma vez que estudos de caso não permitem generalizações de

resultados, entretanto, fornecem dados exploratórios que possibilitam traçar

melhores metodologias em novos trabalhos na área, resultando na expansão do

estudo em questão, ou seja, possibilita-se a obtenção de um panorama nacional do

uso das ferramentas de marketing na abertura de cursos nas Instituições Públicas

de Ensino Superior no Brasil.

A próxima consideração se refere aos métodos utilizados, neste caso, nas

entrevistas semiestruturadas, uma vez que a mesma dependeu da memória histórica

do entrevistado, sem haver registros formais do processo de abertura de cursos,

como atas de reuniões, e-mails trocados, entre outros. Isto pode provocar algum

equívoco, confusão ou mistura de dados, uma vez que os relatos são do que

aconteceu há alguns anos. Essa limitação pode ser minimizada a partir da avaliação

conjunta desses dados com os obtidos na análise do PPP e em outras entrevistas

(como das pró-reitoras).

Outra limitação da pesquisa é o contexto político específico da abertura de

cursos na universidade estudada, que pode sofrer influência nos dados obtidos.

Além disto, existe influência do contexto político na maneira como os cursos foram

abertos, uma vez que o MEC lançou um edital e a universidade tinha um curto

período de tempo para apresentar todos os seus projetos, inviabilizando um

planejamento adequado, o que pode ser diferente quando se pesquisar cursos em

contextos distintos.

De toda forma é importante conhecer como estão sendo abertos os novos

cursos de graduação para poder refletir e repensar numa melhor maneira de fazê-lo.

Neste sentido o marketing pode trazer contribuições para as Instituições de Ensino

Superior.

Page 103: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

102

Talvez, mais do que investigar o uso ou não das ferramentas de marketing na

abertura de novos cursos, devessem-se investigar quais as concepções de

marketing existentes e quais origens dessas, para se buscar novos caminhos para a

formação e uso dessas ferramentas.

A fim de enriquecer os dados apresentados, sugere-se que novas pesquisas

sejam desenvolvidas, a fim de ampliar a pesquisa para outras universidades de

contextos próximos e também de contextos distintos, a fim de verificar se existe

diferença significativa entre distintos contextos político-históricos.

Uma interessante pesquisa que pode ser realizada a partir desta é elaborar

um formulário com escala likert, a partir dos elementos das entrevistas e PPPs, a fim

de aplicar o mesmo em larga escala, por meio de formulário eletrônico, podendo

fazer um diagnóstico da utilização de ferramentas de marketing no ensino superior

como um todo.

Desta forma, sugere-se a abertura de uma agenda de pesquisa, a fim de

incentivar e agregar pesquisadores que possam dialogar e contribuir para o tema,

pesquisando e publicando seus trabalhos a fim de contribuir com as Instituições de

Ensino Superior.

Page 104: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

103

REFERÊNCIAS

ACIOLI, M. F. C. L. et al. Cursos superiores de tecnologia: percepção dos alunos dasInstituições de Ensino Superior no Estado de Alagoas. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DO SUL, 11, 2011, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2011. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/25896/1.4.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 23 abr. 2014.

ALVES, A. C.; VITAL, M. S. Proposta para implantação de um planejamento estratégico usando a ferramenta balanced scorecard (BSC): o caso da Universidade Estadual do Amazonas. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DO SUL, 6, 2006, Blumenau. Anais... Blumenau: UFSC, 2006. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/74599/t0081.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 27 abr. 2014.

ANDERSEN, B.; PETTERSEN, P. G. Benchmarking Handbook. Londres: Chapman& Hall, 1996.

AMERICAN MARKETING ASSOCIATION – AMA. Definition of marketing. Chigaco,2013. Disponível em: <http://www.marketingpower.com/aboutama/pages/definitionofmarketing.aspx>. Acesso em: 3 out. 2013.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BENINI, M. M. G.; OLIVEIRA, V. F. Um olhar crítico ao ensino superior: inovações necessárias aos interesses da sociedade em movimento. Educação: revista do Centro de Educação, Santa Maria, v. 32, n. 1, p. 143-164, jan./jun. 2007.

BORDEN, N. H. The Concept of the marketing mix. Journal of Advertising Research, Reino Unido, v. 2, p.7-12, Sept. 1984.

BORGES, G. R.; DOCKHORN, M.; BIAVATTI, V. T. Novas formas de relação com a sociedade por meio da identificação de atributos que compõem a personalidade da marca de uma IES. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DO SUL, 8, 2013, Buenos Aires, Argentina. Anais... Buenos Aires: UFSC, 2013. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/114876/2013105%20-%20Novas%20formas%20de%20rela%C3%A7%C3%A3o%20com%20a%20sociedade.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 23 abr. 2014.

Page 105: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

104

BRASIL. Ministério da Educação. Análise sobre a expansão das universidades federais 2003 a 2012. Brasília, DF, 2012.

______ Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. [Brasília, DF: Senado Federal, 1988]. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 23 mar. 2014.

______ Decreto nº 11.530, de 18 de março de 1915. Reorganiza o ensino secundário e o superior na República, 1915. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, RJ, 18 de mar. 1915. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-11530-18-marco-1915-522019-republicacao-97760-pe.html>. Acesso em: 23 mar. 2014.

______ Decreto nº 62.937, de 2 de julho de 1968. Dispõe sobre a instituição de grupo de trabalho para promover a reforma universitária e dá outras providências, 1968. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2 de jul. 1968. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1960-1969/decreto-62937-2-julho-1968-404810-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: Acesso em: 23 mar. 2014.

______ Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007. Institui o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI, 2007. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 de abr. 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6096.htm>. Acesso em: 20 jan. 2014.

______ Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004.Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 de abr. 2004. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.861.htm>. Acesso em: 23 mar. 2014.

______ Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005. Institui o Programa Universidade para Todos – PROUNI, regula a atuação de entidades beneficentes de assistência social no ensino superior; altera a Lei no 10.891, de 9 de julho de 2004, e dá outras providências, 2005. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 de jan. 2005.

______ Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, 1996. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 de dez. 1996.

______ Ministério da Educação. Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Avaliação externa de instituições de educação superior: diretrizes e instrumentos. Brasília, DF, 2005.

______ Ministério da Educação e Cultura. Secretaria da Educação Superior. Reforma universitária: Relatório do Grupo de Trabalho. 3. ed. Brasília, DF, 1983.

Page 106: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

105

______ Plano de Desenvolvimento da Educação. Reestruturação e Expansão das Universidades Federais: Diretrizes Gerais. Brasília, 2007.

BRESSER-PEREIRA, L. C.; SPINK, P. K. (Org.). Reforma do Estado e administração pública gerencial. Rio de Janeiro: FGV, 2005.

CASSIMIRO, W. T.; PEREIRA, B. C. S. Relacionamento com ex-alunos como práticade gestão universitária: estudo do caso da FEA-USP. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DO SUL, 6, 2006, Blumenau. Anais... Blumenau: UFSC, 2006. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/74606/t0083.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 27 abr. 2014.

CASTRO, L. A. M. H. M. et al. Expectativas e satisfação dos alunos de graduação em administração da FEA-USP/SP em relação aos estágios. Revista de Gestão USP, São Paulo, v. 14, n. especial, p. 61-76, 2007.

CERVI, C.; FROEMMING, L. M. S. Relação universidade-empresa: estágio supervisionado como canal de marketing de relacionamento. Revista GUAL, Florianópolis, v. 6, n. 3, p. 210-231, set. 2013.

CHAVES, V. L. J.; LIMA, R.N.L.; MEDEIROS, L. M. Reforma da educação superior brasileira: de Fernando Henrique Cardoso à Luiz Inácio da Silva: políticas de expansão, diversificação e privatização da educação superior brasileira. In: BITTAR, M.; OLIVIERA, J. F.; MOROSINI, M. (Org). Educação Superior no Brasil – 10 anos pós-LDB. Brasília, DF: INEP, 2008. cap. 15.

COBRA, M. Administração de marketing no Brasil. 2. ed. São Paulo: MarcosCobra Editora, 2005.

COLOMBO, S. S. et al. Marketing educacional em ação: estratégias e ferramentas.Porto Alegre: Bookman, 2008.

COSTA, F. J.; SOARES, A. A. C. Uma análise da formação científica em cursos degraduação em administração: a perspectiva dos alunos. Revista de Gestão USP,São Paulo, v. 15, n. 1, p. 47-60, jan./mar. 2008.

COSTA, M. F.; SILVA, S. O.; COSTA, T. G. M. Competências de marketing exigidaspara os gestores de Instituições de Ensino Superior (IES). Vértices, Campo dosGoytacazes, v. 13, n. 1, p. 39-62, jan./abr. 2011.

DRUCKER, P. F. Administração, tarefas, responsabilidades, práticas. São Paulo,Pioneiras, 1975.

DURHAM, E. R. O ensino superior no Brasil: público e privado. In: SEMINÁRIOSOBRE EDUCAÇÃO NO BRASIL, 2003, São Paulo. Anais... São Paulo: USP, 2003.p. 42.

Page 107: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

106

DYSON, R. G. Strategic development and SWOT analysis at the University ofWarwick. European Journal of Operational Research: Elsevier, Coventry, UK, p.631-640, 2002.

FÁVERO, M. L. A. A Universidade no Brasil: das origens à Reforma Universitária de1968. Educar, Curitiba: Editora UFPR, n. 28, p. 17-36, 2006.

FELICIO, H. M. S. O papel do professor/pesquisador na construção do projetopolítico pedagógico no Ensino Superior. Olhar de professor, Ponta Grossa, p. 145-153, 2010.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed., São Paulo: Atlas, 2010.

GNECCO JÚNIOR, L.; RAMOS, V. L. O Marketing a serviço da educação – projetoconhecendo a UFSC: uma volta pelo campus sem sair da sala de aula. In:COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DOSUL, 10, 2010,Mar del Plata. Anais... Mar del Plata: UFSC, 2010. Disponível em:<https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/97093/O%20MARKETING%20A%20SERVI%C3%87O%20DA%20EDUCA%C3%87%C3%83O%20-%20PROJETO%20CONHECENDO%20A%20UFS.pdf?sequence=1&isAllowed=y>.Acesso em: 29 mar. 2014.

GOMES, G.; SILVEIRA, A.; Souza, M. J. B. Plano de marketing: um olhar maisacurado sobre a adoção em instituições de ensino superior brasileira. RevistaGUAL, Florianópolis, v. 6, n. 2, p. 185-209, abr. 2013.

GUIMARÃES, J. C. F. et al. Inovação de Marketing em Instituições de EnsinoSuperior da Serra Gaúcha. Revista GUAL, Florianópolis, v. 6, n. 2, p. 79-105, abr.2013.

HENDERSON, B. D. The Origin of Strategy. Harvard Business Review, p. 139-143,nov./dec. 1989.

HONOTARATO, G. Conhecendo o marketing. Barueri, SP: Manole, 2004.

HOOLEY, G.; PIERCY, N. F.; NICOULAUD, B. Estratégia de marketing eposicionamento competitivo. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.

HUNT, S. D. The three dichotomies model of marketing: an elaboration ofissues. 1977.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIOTEIXEIRA - INEP. Censo da educação superior: 2011 - resumo técnico. Brasília:INEP, 2013.

KALAKOTA, R.; ROBINSON, M. E-Business: estratégias para alcançar o sucessono mundo digital. 2. ed. Bookman: Porto Alegre, 2001.

Page 108: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

107

KITAHARA, J. R. et al. Nível de percepção dos alunos egressos de um curso deadministração sobre a adequação do currículo às atividades profissionais. Revistade Gestão USP, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 29-45, jan./mar. 2008.

KOTLER, P.; FOX, K. F. A. Marketing estratégico para instituiçõeseducacionais. :São Paulo: Atlas, 1998.

KOTLER, P.; LEE, N. Marketing no setor público. Porto Alegre: Bookman, 2008.

KOTLER, P.; LEVY, S. J. Broadening the Concept of Marketing. Journal of Marketing. Chicago, v. 33, p. 10-15, jan. 1969.

KRUGER JÚNIOR, P. R. et al. Pesquisando causas e possíveis soluções para a problemática da evasão em um curso de administração numa universidade pública no sul do Brasil. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DO SUL, 11, 2011, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2011. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/31139/7.16.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 25 abr. 2014.

LANGFORD, P. H. Benchmarking work practices and outcomes in Australian universities using an employee survey. Journal of Higher Education Policy and Management, v. 32, n. 1, p. 41-53, feb. 2010.

LAUTERBORN, B. New markerting litany: Four P´s passe C-words take over. 1990.Disponível em: <http://www.rlauterborn.com/pubs/pdfs/4_Cs.pdf>. Acesso em: 2 out. 2013.

LAUX, M. A. B.; LAUX, R. O. Gestão Universitária: o que há para se discutir? In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DO SUL, 4, 2004, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2004. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/35747/Maria%20Aparecida%20Bernart%20Laux%20-%20Gest%C3%A3o%20universit%C3%A1ria%20o%20que%20h%C3%A1%20%281%29.pdf?sequence=4&isAllowed=y>. Acesso em: 21 abr. 2014.

LAUX, R. O. Gestión de la educación superior en el siglo XXI: um desafio para el gestor brasileño. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DO SUL, 11, 2011, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2011. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/26113/5.7.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 1 mai. 2014.

LEVITT, T. Exploit the Product Life Cycle. Harvard Business Review, Boston, nov. 1965. Disponível em: <http://hbr.org/1965/11/exploit-the-product-life-cycle/ar/pr>. Acesso em: 2 out. 2013.

Page 109: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

108

______ Marketing success through differentiation of anything. Harvard Business Review, Boston, p. 83-91, jan./feb. 1980.

LEVY, G. D.; RONCO, S. L. How Benchmarking and Higher Education Came Together. New Directions for Institutional Research, n. 156, p. 5-13, 2012.

LINHARES, B. L. V. Marketing de relacionamento nas instituições de ensino superior particulares do estado de Roraima. 2009. 89f. Dissertação (Mestrado emGestão de Empresa) – Departamento Ciências de Gestão, Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, Lisboa, Portugal, 2009.

MAINARDES, E. W.; ALVES, H.; RAPOSO, M. O Marketing no Ensino Superior: comparativo Brasil-Portugal. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DO SUL, 9, 2009, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2009. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/36951/O%20marketing%20no%20ensino%20superior%20Comparativo%20Brasil%20Portugal.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 28 abr. 2014.

MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

MALVEZZI, F. A.; ZAMBALDE, A. L. Abordagem de marketing no processo de inovação tecnológica em uma universidade mineira. Revista FSA, Teresina, v. 10, n. 1, p. 25-39, 2013.

MANZINI, E. J. Uso da entrevista em dissertações e teses produzidas em um programa de pós-graduação em educação. Revista Percurso, Maringá, v. 4, n. 2, p. 149-171, 2012.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos da metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2003.

MARTINS, G. A. Adoção do Marketing pelas Instituições de Ensino Superior. Revistade Administração de Empresas, São Paulo, v. 29, n. 3, p. 41-48, jul./set. 1989.

MARTINS, J. V. G.; MENEZES, R.M.T.; JUSTINIANO, L. S. Atuação do departamento de marketing em uma Instituição de Ensino Superior – IES. Revista GUAL, Florianópolis, v. 4,n. 2, p. 110-122, mai./ago. 2011.

MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

MCCARTHY, J. Basic marketing: a managerial approach. Illinois: Irwin, 1960.

MCDONALD, M. Planos de marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

MENDONÇA, A. W. P. C. A universidade no Brasil. Revista Brasileira de Educação,n. 14, p. 131-150, mai./ago. 2000.

Page 110: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

109

MOTTA, F. C. P. O que é burocracia. 3. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1981.

MUND, A.L.; DURIEUX, F.;TONTINI, G. A influência do marketing na opção do aluno pela Universidade Regional de Blumenau. In: CONGRESSO BRASILEIRA DE CIÊNCIA DA COMUNICAÇÃO (INTERCOM), 24, 2001, Campo Grande. Anais... Campo Grande, 2001. Disponível em: <http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/12184364876514281962447692933210237395.pdf>. Acesso em: 10 mai. 2014.

NAUDÉ P., IVY J. The marketing strategies of universities in the United Kingdom. The International Journal of Educational Management. Bath, UK, p. 126-134, 1999.

OLIVEIRA, T. M. V.; IKEDA, A. A. Valor e serviços educacionais. RAE-eletrônica, v. 5, n. 2, 2006. Disponível em: <http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/10.1590_S1676-56482006000200003.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2014.

OLIVEIRA, V. C. S. Modelos de Administração Pública. In: SANABIO, M. T.; SANTOS, G. J.; DAVID, M. V. Administração pública contemporânea: política, democracia e gestão. Juiz de Fora: Ed. UFJF, 2013.

OTERO, W. R. I. Marketing aplicado nas instituições de ensino superior de Santa Catarina: realidade ou mito? In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DO SUL, 2, 2001, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2001. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/26053/IRIONDO.pdf?sequence=3&isAllowed=y>. Acesso em: 20 abr. 2014.

PAULA, A. P. P. Administração Pública brasileira entre o gerencialismo e a gestão social. RAE, v. 45, n. 1, jan-mar, 2005.

PENHA, E. D. S. et al. Reestruturação e expansão da universidade pública: um estudo da percepção dos alunos numa perspectiva mercadológica. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DO SUL, 9, 2009, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2009. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/39450/Reestrutura%C3%A7%C3%A3o%20e%20expans%C3%A3o%20da%20universidade%20p%C3%BAblica%20Um%20estudo%20da%20percep%C3%A7%C3%A3o%20dos%20alunos%20numa%20perspect.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 25 abr. 2014.

PINHEIRO, M. E. A ação coletiva como referencial para a organização do trabalho pedagógico. In: VEIGA, I. P.A.; RESENDE, L. M. G. (org) Escola: Espaço do projeto político-pedagógico. 13. ed. Campinas: Papirus, 2008.

PIÑOL, S. N. T. Registros na mídia: o relacionamento de uma Instituição de Superior Federal com seus públicos. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO

Page 111: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

110

UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DO SUL, 10, 2010, Mar del Plata. Anais... Mar del Plata: UFSC, 2010. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/97094/REGISTROS%20NA%20M%C3%8DDIA%20O%20RELACIONAMENTO%20DE%20UMA%20INSTITUI%C3%87%C3%83O%20DE%20EN.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 29 abr. 2014.

PROVINCIALI, V. L. N. et al. A graduação em administração sob a ótica discente: umestudo comparativo em instituições de ensino superior de Sergipe. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 19-36, abr./jun. 2005.

REICHELT, V. P. Valor percebido e seu impacto na lealdade: proposição e teste de modelo quanto ao relacionamento entre as Instituições de Ensino Superior e seus alunos. Revista GUAL, Florianópolis, v. 5, n. 3, p. 132-154, dez. 2012.

RIBEIRO, M. G. M. A reforma da universidade brasileira: novos discursos, velhas propostas. Universidade e sociedade, Distrito Federal, ano XVI, n. 39, p. 71-79, fev.2007.

RISTOFF, D. Educação Superior no Brasil – 10 anos pós LDB: da expansão à democratização. In BITTAR, M.; OLIVIERA, J. F.; MOROSINI, M. (org). Educação Superior no Brasil – 10 anos pós-LDB. Brasília, DF: INEP, 2008. cap. 2.

ROSSÉS, G. F.; ROCHA, R. A.; ROCHA, J. M. O Marketing de Relacionamento das Instituições de Ensino Superior no Rio Grande do Sul. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DO SUL, 6, 2006, Blumenau. Anais... Blumenau: UFSC, 2006. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/68258/t0073.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 26 abr. 2014.

ROSSI, G. Estratégias de produto. In: DIAS, S. R. (Coord). Marketing: estratégia e valor. São Paulo: Saraiva, 2006.

SANTINI, F. O.; GUIMARÃES, J. C. F.; SEVERO, E. A. Qualidade, comprometimentoe confiança na retenção de alunos no ensino superior. Revista GUAL, Florianópolis, v. 7, n. 1, p. 274-297, jan. 2014.

SCAGLIONE, V. L. T.; PIZA, V. T. Estratégias de marketing aplicadas a instituições de educações de educação superior privadas. Revista GUAL, Florianópolis, v. 4, n. 2, p. 167-181, mai./ago. 2011.

SHETH, J. N.; GARDNER, D. M.; GARRETT, D. E. Marketing theory: evolution and evaluation. EUA: John Wiley & Sons, 1988.

SILVA, A. A. et al. A percepção dos discentes da UFSC sobre os serviços oferecidos pela biblioteca central mensurado pelo método SERVQUAL. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DO SUL, 13, 2013,

Page 112: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

111

Buenos Aires. Anais... Buenos Aires: UFSC, 2013. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/113147/2013083%20-%20A%20percep%C3%A7%C3%A3o%20dos%20discentes%20da%20UFSC.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 27 abr. 2014.

SLHESSARENKO, M. et al. A evasão na educação superior para o curso de bacharelado em sistema de informação. Revista GUAL, Florianópolis, v. 7, n. 1, p. 128-147, jan. 2014.

SMITH, W. R. Product differentiation and market segmentation as alternative marketing strategies. The Journal of Marketing. Chicago, p. 3-8, jul. 1956.

TENÓRIO, F. G. Gestão social: uma perspectiva conceitual. Revista de Administração Pública, Rio de janeiro, v. 32, n. 5, p. 7-23, set./out. 1998.

VALLE, M. J. PROUNI: Política de acesso ao ensino superior ou privatização? 2009. 110 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2009.

VEIGA, I. P. A. Inovações e projetos político-pedagógico: uma relação regulatória ou emancipatória? Cad. Cedes, Campinas, v. 23, n. 61, p. 267-281, dez. 2003.

________. Perspectiva para reflexão em torno do projeto político-pedagógico. In: VEIGA, I. P.A.; RESENDE, L. M. G. (Org) Escola: Espaço do projeto político-pedagógico. 13. ed. Campinas: Papirus, 2008.

YANASE, M. H. Gestão de marketing e comunicação: avanços e aplicações. 2. ed.São Paulo: Saraiva, 2011.

Page 113: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

112

APÊNDICE A – Roteiro das entrevistas

Qual foi a motivação inicial para criação do curso?

Houve algum tipo de levantamento de dados durante a construção da

proposta do novo curso? (o que, como, por quem)

Qual diferencial deste curso quando comparado aos de outras universidades?

Esses diferenciais foram pensados a partir de outros cursos previamente?

Houve alguma troca de experiência com outras instituições ou cursos? Se

sim, quando ocorreu (durante a fase da proposição, implementação), como ocorreu,

quem realizou, quais foram os benefícios, quais os pontos positivos/negativos.

Page 114: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

113

APÊNDICE B – Unidades de registro do projeto do curso de Ciências Biológicas –

modalidade à distância

Cod Unidade de Registro Categorias

be5-3 Para implantar o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas a

”universidade” conta com a parceria do CEDERJ estabelecendo um

convênio onde foram consolidados os termos desta parceria (Anexo 1)

intercâmbio

be7-3 Curso na modalidade a distância, fundamentado metodologicamente na

aprendizagem independente, reforçada periodicamente por encontros

presenciais.

modalidade

be7-3 Este modelo de educação, segundo Gonzáles (2005)1, envolve a

utilização de material impresso e outras mídias que possibilitam ao

aprendiz estudar em seu próprio ambiente com formas de comunicação

síncrono e assíncrono. A idéia é a de se conjugar o uso de materiais

impressos, pois nem todo cursista possui acesso à tecnologia de

informática, e uso de multimídias, telefone, fax, redes informacionais

com um bom apoio de atendimento aos estudantes, através de tutores,

que permitam as interações necessárias ao processo educacional e

atendimentos personalizados, pois na Educação a Distância (EAD), a

organização educativa deverá estar à disposição dos alunos, não cabe

improviso.

modalidade

be7_8 O curso será ofertado nos pólos credenciados pelo MEC e

consorciados à “universidade”, apresentando infra-estrutura suficiente

para a realizarão de todas as atividades necessárias aos momentos

presenciais do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas.

curso

be9-2 Educação Aberta e a distância possibilita flexibilidade de propostas

pedagógicas, de acordo com demandas específicas da sociedade.

modalidade

be9-4 O Centro iniciou suas atividades em junho de 2003 apresentando o

primeiro projeto de curso em parceria com a “Miniweb Cursos” e

ofereceu o curso “Enfoque pedagógico em Planejamento de EAD” com

carga horária de 60 horas, capacitando professores da instituição. O

curso foi ofertado online pela Miniweb Cursos de São Paulo, sendo

concluído em fevereiro de 2004.

intercâmbio

be9-5 Em fevereiro de 2004, a Fundação de Apoio da “Universidade”

formalizou uma parceria com a Faculdade Internacional de Curitiba

(Facinter), objetivando ofertar cursos de especialização na modalidade

a distância, permitindo que a “universidade” conhecesse a dinâmica de

trabalho exigida para esta modalidade de ensino e também

intercâmbio

Page 115: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

114

possibilitando que vários professores da Instituição recebessem

capacitação via o curso “Metodologias Inovadoras Aplicadas à

Educação”. Esta parceria se amplia em 2006, com oferta de cursos

tecnológicos em oito (08) diferentes áreas do conhecimento.

be10-

2

A implantação de cursos na modalidade a distância na “universidade” é,

pois, uma necessidade e também uma exigência. Certas circunstâncias

demandam determinadas posturas e não se pode recusar a assumi-las

porque se impõem como inevitáveis. É assim que a direção da

“universidade” entende o seu papel de timoneiro nesse processo de

travessia e de construção. Como afirma Morin: “do passado ao futuro

por intermédio do presente”.

cenário

be13-

3

O Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas presente nesse

projeto, traduz inovação e a participação integrada da “universidade” e

outras Universidades representadas pelo Consórcio CEDERJ, criando a

possibilidade do intercâmbio e produção de conhecimento na área,

objetivando a concretização de projetos que tenham por base esta

modalidade de ensino a Distância.

intercâmbio

be19-

2

Os cursos na modalidade a distância vêm auxiliar na democratização

do saber e contribuir com o desenvolvimento social, cultural e

tecnológico. Oferecem possibilidades de qualificação profissional e

possibilitam o acesso à cidadania como direito da pessoa social por

apresentarem flexibilidade pedagógica, aprendizagem individualizada,

sem entraves geográficos e/ou temporais.

modalidade

be19-

3

Esta flexibilidade possibilita à Educação a Distância (EAD) tratar de

maneira individualizada os alunos com ritmos diferentes, pois permite a

cada um desenvolver atividades em seu próprio tempo, exigindo do

estudante uma aprendizagem autônoma baseada nos princípios do

aprender a aprender, construindo caminhos para um saber responsável.

Por outro lado, torna possível a capacitação de muitos profissionais que

em outra estrutura estariam impossibilitados de dar continuidade aos

seus estudos.

modalidade

be9-4 Os candidatos a um curso por EAD necessitam de autodisciplina, para

dedicarse aos estudos e motivar-se para o uso da tecnologia que

permite mediar a interatividade entre todos os participantes do processo

pedagógico nas relações: aluno/ professor; aluno/aluno; aluno/material.

Nesta modalidade estimula-se a comunicação um-para-muitos, um-

para-um e muitos-para-muitos.

modalidade

be21-

4

A ”universidade” receberá todo o suporte para implantação e

capacitação de seus professores e técnicos ofertados pelo CEDERJ e

poderá produzir material didático como mesmo padrão de qualidade

intercâmbio

Page 116: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

115

deste experiente Consórcio.

be32-

3

Segundo o Plano Nacional de Educação (PNE) vigente, o sistema de

ensino superior deve contar com a diversificação de instituições de

ensino que atendam a demanda existente contribuindo para o

desenvolvimento do País e reduzindo os desequilíbrios regionais. A

estratégia de acessibilidade da demanda existente pode ser efetuada

por meio da Educação a Distancia (EAD). Esta alternativa de formação

regular foi introduzida no sistema educacional brasileiro por meio da Lei

e Diretrizes e Bases da Educação, a Lei n°9.394/1996.

cenário

be32_

33

Conforme o relatório final da comissão assessora para a educação

superior à distância, portaria ministerial n° 335/2002, a demanda

projetada para o ingresso de alunos do ensino médio, em 2004, seria

de 03 milhões de alunos a serem matriculados em cursos de

graduação, para tal seria necessário a abertura de cerca de 875 mil

novas vagas. Neste relatório, a EAD foi considerada a forma viável

necessária para a inclusão desta população aos cursos de ensino

superior, considerando a dimensão do país e a infra-estrutura disponível

e o nível de educadores capacitados para facilitar este processo.

cenário

be33-

1

A folha on-line trouxe a informação de que em 2005, havia 82 cursos de

graduação e tecnológicos à distância credenciados e mais de 109 mil

alunos matriculados, segundo o Anuário Brasileiro Estatístico de EAD

de 2006.

concorrente

be33-

2

É por isso que a elevação do padrão de escolaridade da população

brasileira, incluindo a expansão do ensino superior, é uma questão

estratégica, tanto por desenvolver a competência nacional em ciência e

tecnologia, condição essencial para desenvolvimento não subordinado,

como para assegurar a elevação da qualidade de vida da população e a

redução da exclusão social e cultural.

cenário

be33-

3

A Constituição Federal prevê que o dever do Estado com a educação

efetiva mediante a garantia de acesso igualitário, garantindo a

qualidade do ensino. Em Minas gerais contam com uma área de

586.528.293 Km², distribuídos em 853 municípios ocupados por uma

população estimada para o ano de 2005 de 19.237.450 habitantes.

cenário

be33-

4

Referente a área da educação, Minas Gerais conta com 958.991

matriculas em ensino médio, ou seja, esta população deverá ter a

condição de ingressar no ensino superior (INEP, 2004). Outro fator

contribuinte a necessidade de formas alternativas ao atendimento desta

demanda refere-se diminuição acentuada da taxa de escolarização de

pessoas acima de 18 anos de idade e a taxa de ocupação da

população a cima de 10 anos na semana ser de 69,4% pra homens e

cenário

Page 117: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

116

48,7 para as mulheres. A tabela 2 abaixo ilustra tal enunciado.

be34-

1

Tabela 2 cenário

be34-

2

A educação em Minas Gerais é coordenada nas macro-regiões por

instancias designadas como Superintendência Regional de Ensino

(SER), perfazendo o total de 46 cobrindo todos os municípios do

estado.

cenário

be35-

1

Analisandos dados de vestibular ofertados na “universidade” a partir de

2000 (dados da Copeve), e avaliando número de candidatos por vagas

de forma gerais pode-se constatar a média de 20,69 candidatos por

cada vaga ofertada nesta instituição federal. Considerando a demanda

reprimida da região, já que esta universidade, como qualquer outra

instituição federal possui alunos de toda parte do território nacional, a

região sul e sudeste mineira não tem todos seus cidadãos atendidos

para a realização do curso de nível superior. Assim podemos

caracterizar uma população, que chamaremos de demanda reprimida,

para ser atendida por estes cursos na modalidade a Distância, além de

candidatos que concluem o segundo grau (Tabela 4) que não possuem

condições financeiras para se deslocar para os centros que oferecem

cursos de nível superior gratuito ou que financeiramente não podem

buscar o setor privado para realizar seus sonho de continuar os

estudos.

cenário

be35-

2

Tabela 4 cenário

Page 118: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

117

be35_

36

O ensino a distância busca viabilizar a formação de pessoas que por

vários motivos vêm sendo excluídas do processo educacional

principalmente atendendo às questões de localização ou de

indisponibilidade de tempo nos horários tradicionais de aula. Segundo

Dilvo Ristoff 5, a demanda hipotética de professores do ensino médio

para 5ª a 8ª séries é atualmente de 725.951 docentes, contra 354.475

com formação específica, resultando em uma defasagem de quase 354

mil docentes para a rede de ensino médio no Brasil. Além disso, muitos

atuam como profissionais fora de sua área de habilitação ou não

possuem formação inicial.

cenário

be36-

1

Um dos aspectos importantes da presença da Universidade no

município é permitir que o aluno não precise se deslocar para outra

localidade ou Estado, para realizar a continuidade de seus estudos. Boa

parte desses alunos que saem de seus lares para estudar, não retorna

a seus municípios de origem, o que seria desejável em razão da natural

importância de uma melhor participação social no desenvolvimento das

regiões do Estado. Dessa forma, o ensino a distância contribui na

medida em que permite formar profissionais sem deslocá-los de seus

municípios.

localização

be36-

2

O número de candidatos ao vestibular possui uma demanda que tende

a crescer no futuro, se considerarmos a expectativa do aumento de

egressos do ensino médio. Levando-se em consideração a crescente

procura por profissionais capacitados no mercado de trabalho, fazem-se

necessárias, portanto, medidas no sentido de oferecer à população

mais horizontes de qualificação.

cenário

be38-

4

Os pólos de apoio presencial poderão funcionar nos horários de 09 às

22 horas de segunda a sextas-feiras e aos sábados de 08 às 12 horas.

curso

be38_

39

A descrição da infra-estrutura mínima, do ponto de vista organizacional,

necessária ao curso é:

• Firmamento do convênio formal com a “universidade”;

• Definição do coordenador do pólo e de seu conselho administrativo;

• Promoção da seleção dos tutores, sob orientação e acompanhamento

da universidade;

• Promoção da seleção de secretário acadêmico e de bibliotecário.

estrutura prevista

be39-

1

Sob o aspecto operacional e físico, deverão ser disponibilizados:

• Uma sala para o coordenador, uma secretaria acadêmica e espaço

para reuniões;

• Uma sala para os tutores presenciais;

• Uma biblioteca com número de títulos e exemplares suficientes para

atender à demanda dos alunos e também periódicos (que podem ser

estrutura prevista

Page 119: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

118

em forma eletrônica) na área de Sistemas de Informação;

• Um laboratório de informática com microcomputadores interligados em

rede e com acesso à Internet, com número de máquinas compatível ao

número de vagas oferecidas no pólo;

• Dois laboratórios de Biologia e um laboratório de Química com os

materiais que a Universidade irá detalhar, para que seja possível a

realização das aulas práticas do curso;

• Uma ou mais salas de aula para aplicação das provas presenciais e

outras atividades;

• Salas para monitoria e estudos;

• Equipamentos para as atividades: DVD player, projetor multimídia,

câmeras de vídeo (webcams), TV, vídeo, etc.

• Outros recursos: softwares (em especial com ênfase em software

livre) para os microcomputadores, materiais didáticos para os

laboratórios, impressora, FAX, telefone, etc.

• Banheiros.

be40-

4

Será indispensável que a “universidade” estabeleça a contratação de

professores para completar o quadro de docentes necessários ao

andamento do curso. Considerando a expansão por que passa a

“universidade” no atual momento, a equipe de elaboração deste projeto

entende ser possível sanar esta necessidade com a liberação de novas

vagas para a Instituição prometidas pelo MEC, além da concessão de

bolsas para docentes e pessoal técnico-administrativo implementadas

pela UABCAPES⁄ MEC (Anexo 8).

estrutura prevista

be43_

44

Para o bom funcionamento do curso, solicitamos a cooperação dos

Municípios conveniados a disponibilidade de custeio das despesas com

palestrantes para a realização de seminários, disponibilidade de

ambientes para a realização das atividades acadêmico-científica-

culturais, ajuda para locomoção dos convidados, entre outras possíveis

necessidades para o efetivo desenvolvimento da proposta.

estrutura prevista

be44-

2

A estrutura física do CEAD da “universidade” conta com instalações

para: ambiente recepção; sala da coordenação; sala de reuniões,

laboratório de informática e sala de arquivos e distribuição de material.

O CEAD possui uma secretaria acadêmica com móveis e equipamentos

compatíveis com as demandas do momento. Atualmente, tem

disponível 20 computadores com processadores Pentium IV, FAX, uma

impressora laser e uma multifuncional. No processo de ampliação de

suas atividades precisará de adequações em seu espaço físico e de

seu acervo de moveis e equipamentos, buscando sempre atender a

dinâmica de crescimento e desenvolvimento tecnológico exigido para a

estrutura existente

Page 120: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

119

EAD.

be44-

3

Diante da proposta pedagógica do Curso de Licenciatura em Ciências

Biológicas na Educação pela modalidade a distância, visualizamos a

necessidade de futuras contratações de professores e de técnico-

administrativos para a “universidade”, capacitações específicas em EAD

para a implementação desta proposta e investimentos na estrutura

física e humana do CEAD “universidade” virtual.

estrutura prevista

be44-

5

Apontamos ainda a necessidade de aquisição de automóvel para

transporte da equipe de EAD da “universidade” ente os pólos, a

contratação de motorista para as atividades presenciais nos pólos. De

acordo com a proposta, necessitaremos de recursos financeiros

provenientes dos municípios para a realização das Atividades

Acadêmico-científico-culturais a cada ano letivo.

estrutura prevista

be68 Anexo 6 – Concessão de vagas pela Secretaria de Educação à

Distância à “universidade” - OFÍCIO Nº 324 SEED/CAPES/MEC

Aproveitamos para cumprimentá-lo e informar sobre o pleito de vagas

para docentes e técnicos. Nosso principal objetivo é consolidar a

implementação do Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB ao

longo dos próximos 4 (quatro) anos. A primeira distribuição em 2008

contemplará 450 vagas para docentes e 250 vagas para técnicos.

Nesta etapa, conforme a matriz acordada pela ANDIFES, Vossa

Universidade estará recebendo 04 vagas para docentes e 02 vagas

para técnicos. As vagas de técnicos estão distribuídas nas seguintes

carreiras: 01 Técnico de Nível Superior em Informática e 01 Assistente

de Administração.

estrutura prevista

Page 121: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

120

APÊNDICE C – Unidades de registro do projeto do curso de Bacharelado

Interdisciplinar em Ciência e Economia: Ciências Atuariais;

Administração Pública e Ciências Econômicas com Ênfase em

Controladoria

Cod Unidade de Registro Categorias

ce13-

3

Com esta perspectiva objetiva-se implantar o Bacharelado

Interdisciplinar em Ciência e Economia. Este bacharelado compreende

uma modalidade de curso de graduação com duração de três anos,

seguido de mais um ano e meio, que compreende a formação

específica.

curso

ce14-

3

É evidente que com o novo perfil desenhado não mais se propõe a

formação daquele egresso do sistema de currículos mínimos rígidos.

Devem ser considerados todos os referenciais curriculares e também as

diretrizes específicas dos cursos, inserindo-os num modelo pedagógico

adequado aos objetivos do curso.

curso

ce14-

4

A implantação do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e

Economia e dos três cursos, traz em sua proposta a característica

fundamental de flexibilização curricular, que atende tanto ao acadêmico

quanto à universidade, uma vez que, com esta proposta, ambos terão

maior autonomia e possibilidades de integração ao mercado, além da

estrutura curricular que promoverá a formação mais abrangente, global,

interdisciplinar, com visão holística do meio, considerando não somente

os aspectos técnicos da produção e economia, mas, sobretudo, seus

impactos, tornando-a socialmente mais justa.

curso

ce14-

5

O Sul de Minas possui localização estratégica, a meio caminho entre

São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. É uma das mesorregiões

mais desenvolvidas do estado, possuindo várias cidades de porte

médio (população entre 100 mil e 200 mil habitantes).

localização

ce15-

1

“Cidade 3” constitui um dos principais municípios desta mesorregião,

destacando-se nas atividades econômicas, facilitadas pelo intercâmbio

com os centros mais dinâmicos do país. As rodovias BR -381 (Fernão

Dias) e BR – 491 constituem suas principais vias de acesso.

localização

ce15-

2

As atividades agrícolas, historicamente consolidadas no município, têm

maior expressão na cafeicultura, que constitui atividade propulsora da

economia local. O município conta com diversos armazéns,

cooperativas de agricultores, e outras formas de organização

cenário

Page 122: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

121

empresarial , enfatizando o papel de “cidade 3” na economia nacional.

ce15-

3

Tendo em vista sua posição geográfica e a facilidade de aquisição de

matérias-primas e escoamento da produção, o município detém

indústrias de diversos ramos, com destaque ao beneficiamento de

produtos agrícolas e indústrias de transformação, inclusive com a

presença de empresas multinacionais.

cenário

ce15-

6

Além disto, representa um importante centro educacional para região.

“Cidade 3” possui, atualmente, quatro instituições de ensino superior e

a recente implantação do CEFET-MG.

concorrente

ce94-

1

12 RECURSOS NECESSÁRIOS PARA IMPLANTAÇÃO:

12.1 Recursos Humanos:

(docentes e técnicos p/ 2008 e 2009)

estrutura prevista

ce94_

98

12.2 Recursos Bibliográficos

Referências Bibliográfica | Qtd | Valor Unitário (R$) | Total (R$)

estrutura prevista

ce99 12.3 Infra-estrutura

Ano | Cursos | Infra-estrutura

estrutura prevista

Page 123: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

122

APÊNDICE D – Unidades de registro do projeto do curso de Bacharelado

Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia: Engenharia Ambiental e

Urbana. Engenharia de Minas e Engenharia Química

Cod Unidade de Registro Categorias

ct4-2 A expansão do ensino superior no Brasil, além de atender a um legítimo

desejo da sociedade, é uma condição sine qua non para

sustentabilidade do desenvolvimento do país.

cenário

ct14-3 Com esta perspectiva objetiva-se implantar o Bacharelado

Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia que compreende uma

modalidade de Curso de Graduação com duração de três anos, como

primeiro ciclo de formação com opção de ser seguido por um segundo

ciclo, de mais dois anos que compreendem a formação específica do

acadêmico em Engenharia, Ciência e Tecnologia.

curso

ct14-4 Essa formação exporá os sujeitos a temas variados. Ao passar por

esses componentes vocacionais, o acadêmico terá condições e

informação suficiente para fazer sua escolha pela carreira com mais

maturidade.

curso

ct14-5 Conforme pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Engenharia,

Arquitetura e Agronomia (CONFEA, 2006) há bastante espaço para a

expansão da oferta de ensino em engenharia, sobretudo em áreas de

alta tecnologia, pois, a grande maioria da oferta atual está restrita na

área de engenharia civil.

cenário

ct14-6 Assim, a “universidade”, além do Bacharelado em Ciência e Tecnologia,

propõe a implantação de três cursos de graduação – Engenharia

Ambiental e Urbana, Engenharia de Minas e Engenharia Química com a

finalidade de integrar e contribuir com o incremento da inovação

tecnológica e formação de mão-de-obra qualificada.

curso

ct15-2 A reestruturação curricular dos cursos de engenharia vem ao encontro

desta proposta de implantação do curso de Bacharelado em Ciência e

Tecnologia seguido pelos cursos de Engenharia, na medida em que o

projeto pedagógico traz como característica fundamental, justamente, a

flexilidade curricular, que atende tanto ao acadêmico quanto à

Universidade, uma vez que, com esta proposta ambos terão maior

autonomia e possibilidade de integração ao mercado e às inovações

tecnológicas, além de uma estrutura curricular que promoverá a

formação mais abrangente, global, interdisciplinar, com visão holística

do meio, considerando não somente os aspectos técnicos da produção

curso

Page 124: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

123

e produtividade, mas, sobretudo os impactos da engenharia, tornando-a

mais socialmente justa.

ct16-1 De acordo com SILVA, P. R. (2008) no texto de referência “A Nova

Formação em Engenharia Frente aos Desafios do Século XXI”,

apresentado no III Seminários Nacional do REUNI, a Engenharia está

presente em todas as ações e planos governamentais e institucionais

de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) quer seja no desenvolvimento

econômico e social propriamente dito, até a geração de tecnologias

avançadas que permitirão uma maior competitividade do país no

mercado internacional, contituindo seu valor e importância em fato

incontestável. Por outro lado registra à falta de engenheiros em número

e qualidade suficientes para suprir as demandas atuais e futuras,

sobreturo no que se concerne às tecnologias inovadoras.

cenário

ct16-2 Segundo estatísticas do CONFEA o estoque de engenheiros ao final de

2008 será de 620 em todo o país, o equivalente a 6 para cada 1.000

pessoas economicamente ativas, número este bem abaixo a de países

desenvolidos como EUA e Japão que apresentam uma relação de

25/1.000. A China e Índia forma, respectivamente 300 mil e 200 mil

engenheiros por ano, contra menos de 30.000 no Brasil. Há portanto,

bastante espaço para a expansão da oferta de vagas em cursos de

engenharia, sobretudo em áreas de alta tecnologia.

cenário

ct16-3 Em relação à tecnologia cabe resgatar dados divulgados pelo MEC

sobre CT&I onde as empresas no Brasil não têm tradição de

investimento, com participação inferior a 16% enquanto EUA e Coréia

do Sul é 80% e 53% na França, para citar alguns exemplos. Dos 84%

não oriundos da iniciativa privada no Brasil, 97% são da produção

científica das universidades, em sua grande maioria, feita em áreas

básicas, não dirigidas a inovação tecnológica que transformam

conhecimentos em produtos ou ferramentas produtivas.

cenário

ct16_

17

Ainda, segundo SILVA, P. R. (2008), não somente pela argumentação

do MEC, mas também de inúmeras opiniões de especialistas e

pesquisadores de outros órgãos do setor produtivo, da ciência e

tecnologia, é preciso que se coloque, com urgência, o ensino de

engenharia na perspectiva de uma formação mais abrangente, global,

interdisciplinar, com visão holística do meio, considerando não somente

os aspectos técnicos da produção e produtividade, mas, sobretudo os

impactos da engenharia, tornando-a mais socialmente justa. Considera

ainda, que o novo perfil desenhado para o engenheiro deve-se

contrapor ao egresso do sistema de currículos mínimos rígidos, típico

profissional formado para um determinado “pacote tecnológico”,

cenário

Page 125: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

124

devendo, agora, contemplar referenciais curriculares e diretrizes

específicas dos cursos de engenharia (Resolução CNE/CES nº

11/2002) em consonância com novos modelos pedagógicos adequados

a promover maior autonomia do acadêmico, possibilitando sua

integração com mercado e com as inovações tecnológicas, além de

uma estrutura curricular com formação mais abrangente, nos moldes do

ciclo de formação do BCT.

ct17-1 Em relação ao campus proposto para oferecimento dos cursos de CBT

e Engenharias, “cidade 2”, destaca-se pela sua inserção no Sul de

Minas onde possui localização estratégica, com proximidade de

grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte é

uma das regiões mais desenvolvidas do estado de Minas Gerais,

possuindo várias cidades de porte médio (população entre 100 mil e

200 mil habitante) em sua circunvinhança, como cidades.

localização

ct17-2 O município de “cidade 2” se destaca também no turismo, como

estâncias hidroclimáticas e ainda é cercada por um notável pólo

educacional, com três universidades públicas, sendo elas:

“universidade y”, “universidade z”, “universidade x”.

concorrente

ct17-3 Na escala hierárquica dos centros urbanos brasileiros, classificados

pelo IBGE, “cidade 2” caracteriza-se como “Capital Regional” em função

da centralidade que a cidade desempenha sobre outros municípios da

região no processo de distribuição de bens e serviços. Desta forma,

“cidade 2” polariza diretamente outras 23 pequenas cidades no entorno.

localização

ct17-4 No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

(IDH-M) da “cidade 2” cresceu 8,10%, passando de 0,778 em 1991 e

para 0,841 no ano de 2000.

cenário

ct17-5 A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a

Longevidade com 39,5%, seguida pela Renda com 34,2% e pela

Educação com 26,3%. Hoje a expectativa de vida em “cidade 2” é de 76

anos.

cenário

ct17-6 Outro fator importante é a diminuição da mortalidade infantil, passando

de 20,70 mortes por mil nascidos vivos, em 1991, para 13,27 por mil

nascidos vivos em 2000. Contribuindo ainda mais, a renda do cidadão

da “cidade 2” cresceu 34,2%, elevando o patamar de crescimento do

IDH.

cenário

ct18-1 No entanto, o destaque da cidade está na Educação. Em 1991, o índice

já era considerado de alto desenvolvimento (0,836) e cresceu mais de

26% na última pesquisa (0,886). De acordo com os dados revelados em

2000, a taxa de analfabetismo da “cidade 2” é de apenas 7,3% entre a

população adulta com mais de 25 anos.

cenário

Page 126: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

125

ct18-2 “Cidade 2” se destaca também no ranking de responsabilidade social.

Depois de Belo Horizonte, “cidade 2” é o município que apresentou o

melhor resultado no Índice Mineiro de Responsabilidade Social. Os

dados, obtidos pela Fundação João Pinheiro (FJP) em 2004, mostram,

por exemplo, que 99,43% da população da cidade vivia em domicílios

com água encanada e banheiro.

cenário

ct18-3 “Cidade 2” conta com um bom número de estrada de acesso às

principais cidades da Região Sudeste do país e com a capital federal.

Quanto ao transporte ferroviário, importante meio de escoamento de

produção, também possui ligação com os principais centros urbanos do

país, bem como, também é servida do meio de transporte aéreo, com

um aeroporto com pista de asfalto de 1.250 metros de

cenário

ct18-4 Quanto às finanças do município a arrecadação municipal, a

arrecadação anual é de cerca de R$ 200.000.000,00 por ano.

cenário

ct18-5 Em relação a sua estrutura empresarial, tabela a seguir registra sua

pujança nos setores de mineração e industrial.

cenário

ct18-6 cenário

ct18-7 Quanto ao Ensino Superior, a “cidade 2” conta com duas universidades

privadas e com uma Autarquia Municipal de Ensino, parceria com

Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG, as quais oferecem

diversos cursos, conforme tabela que se segue.

concorrente

ct19-1 Tabela:

Cursos Superiores de Graduação oferecidos na cidade

concorrente

ct20-1 Diante do exposto evidencia-se a importância da implantação de cursos

superiores na área da ciência e tecnologia, o que corrobora com a

proposta por hora apresentada neste projeto.

cenário

ct23-2 O Bacharelado em Ciência e Tecnologia é um curso superior de

graduação com características não profissionalizante estruturado de

forma a possibilitar condições para que o discente possa adaptar o seu

percurso formativo ao longo itinerário curricular, de acordo com os seus

interesses tendo dois objetivos principais:

- Formar cidadãos de nível superior para o mercado de trabalho,

dotados de visão atualizada da dinâmica científica e tecnológica na

sociedade moderna, com base analítico-conceitual sólida necessária

para futura profissionalização em diferentes áreas da ciência e

tecnologia, com formação humanística, empreendedora aliadas à

curso

Page 127: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

126

prática por meio de projetos e diferentes tipos de ferramentas,

permitindo sua aplicação na solução de problemas da sociedade e

contribuindo para o desenvolvimento tecnológico, científico e social do

país.

- Servir como formação superior de primeiro ciclo para os cursos de

Engenharia que adotarem o modelo de formação em dois ciclos.

ct72-1 Recursos necessários para implantação

Recursos humanos

estrutura prevista

ct72-2 estrutura prevista

ct73 Previsão de infra-estrutura, equipamentos e investimentos (quadro

detalhado)

estrutura prevista

Page 128: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

127

APÊNDICE E – Unidades de registro do projeto do curso de Ciências Sociais –

Bacharelado

Cod Unidade de Registro Categoria

sb3-1 Este texto tem por objetivo apresentar o projeto de implantação, na

“universidade”, do curso de Ciências Sociais na modalidade

Bacharelado. Este novo curso de graduação está inserido nas

propostas de expansão da Universidade que tem como um dos seus

eixos norteadores, a ampliação na oferta de cursos da área de Ciências

Humanas em seu repertório de ensino, pesquisa e extensão.

curso

sb11-

2

Além disso, é importante destacar que as faculdades privadas da região

não têm privilegiado a formação de docentes e bacharéis para a área

de Ciências Humanas. Ao contrário, sistematicamente, assiste-se ao

fechamento de cursos de Letras e História sob a alegação de que tais

cursos estão “fora de moda”.

concorrente

sb11_

12

Este argumento, entretanto, é falso e esconde o real motivo para a

extinção destes cursos: a área de humanidades não oferece lucro e não

confere status às instituições. Resta, assim, como única alternativa

àqueles que pretendem aperfeiçoar-se ou seguir carreiras ligadas à

área de Ciências Humanas, que tais cursos sejam oferecidos por uma

instituição pública.

cenário

sb12-

1

O curso de Ciências Sociais será oferecido no período noturno,

privilegiando, portanto, grande parcela da população que, por exercer

ocupações profissionais durante o dia, vê-se excluída das vagas

oferecidas pela universidade no período diurno. Sendo assim, o projeto

de expansão que se encontra em curso proporciona uma excelente

oportunidade para que a “universidade” possa se firmar como instituição

de referência na região do Sul de Minas por oferecer cursos da área de

Ciências Humanas.

curso

sb12_

13

7.2 Objetivos do curso

O curso de Bacharelado em Ciências Sociais, oferecido pela

“universidade”, pretende:

·Formar cientistas sociais com sólida formação na área de Ciências

Humanas, considerando de fundamental importância, especialmente, o

conhecimento dos autores e obras clássicas do pensamento filosófico,

político e social;

·Formar cientistas sociais com sólidos conhecimentos acerca das

vicissitudes históricas enfrentadas no processo de formação da

curso

Page 129: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

128

sociedade e das instituições políticas brasileiras;

·Formar cientistas sociais com amplos e sólidos conhecimentos

culturais;

·Capacitar cientistas sociais para propor, coordenar e assessorar

pesquisas fomentadas por instituições públicas e/ou privadas;

·Capacitar cientistas sociais para propor, coordenar e assessorar

projetos fomentados por instituições públicas e/ou privadas;

sb16-

2

8.2 Sobre as disciplinas “Seminários Temáticos”

Foram incluídas na estrutura 04 (quatro) disciplinas denominadas

“Seminários Temáticos” que visam ao estudo de temas específicos de

Sociologia, Ciência Política e Antropologia. Os estudos serão realizados

à distância, sob supervisão de professores orientadores e,

posteriormente, serão organizados os seminários em formato de

mesas-redondas.

curso

sb23_

24

9. Dos recursos necessários

9.1 Recursos humanos a serem contratados

O quadro abaixo indica o número e a área de atuação dos docentes

necessários para consolidação e implementação do curso de Ciências

Sociais – Licenciatura. O planejamento obedece às necessidades

sugeridas pela dinâmica curricular do curso. Eis a distribuição:

Tabela: Ano de contratação | Professor a ser contratado | Conjunto de

disciplinas.

Estrutura prevista

sb24_

25

Além dos docentes, acredita-se ser importante a contratação de 02

(dois) servidores técnicos encarregados de dar o suporte necessário

para o desenvolvimento do curso. Como o curso exige crescimento do

acervo bibliográfico, parece lícito salientar a necessidade de acréscimo

no quadro de funcionários da biblioteca de nossa instituição.

Estrutura prevista

sb25-

1

9.2 Recursos humanos disponíveis na “universidade”

·Prof. Dr. “A” - Graduado em Filosofia, mestre e doutor em Filosofia da

Educação.

·Prof. “B” - Graduada em Psicologia e doutoranda em Educação.

·Prof. “C” - Graduado em Sociologia e doutorando em Educação.

·Prof. “D” -Graduado em Filosofia e doutorando em Educação.

·Prof. Dr. “E” - Graduado em História, mestre e doutor em Educação.

·Prof. “F” - Graduado em História e doutorando em Educação.

Estrutura existente

sb25-

2

9.3 Recursos materiais

Os cursos das áreas de Ciências Humanas exigem, prioritariamente,

expansão do acervo bibliográfico (Cf. Anexo 01). No que se refere à

área física, a expansão que já se encontra em andamento pode

atender, plenamente, as condições exigidas pelo curso. Entretanto, é

Estrutura prevista

Page 130: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

129

importante que se reserve uma área física, com capacidade para vinte

(20) estudantes, dotada de equipamentos necessários para a prática da

pesquisa (Cf. Anexo 02).

Page 131: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

130

APÊNDICE F – Unidades de registro do projeto do curso de Ciências Sociais -

Licenciatura

Cod Unidade de Regristro Categoria

sl3-1

(idem

)

Este texto tem por objetivo apresentar o projeto de implantação, na

“universidade”, do curso de Ciências Sociais na modalidade

Bacharelado. Este novo curso de graduação está inserido nas

propostas de expansão da Universidade que tem como um dos seus

eixos norteadores, a ampliação na oferta de cursos da área de Ciências

Humanas em seu repertório de ensino, pesquisa e extensão.

curso

sl11_

12

(idem

)

Além disso, é importante destacar que as faculdades privadas da região

não têm privilegiado a formação de docentes e bacharéis para a área

de Ciências Humanas. Ao contrário, sistematicamente, assiste-se ao

fechamento de cursos de Letras e História sob a alegação de que tais

cursos estão “fora de moda”.

concorrente

sl12-b

(idem

)

Este argumento, entretanto, é falso e esconde o real motivo para a

extinção destes cursos: a área de humanidades não oferece lucro e não

confere status às instituições. Resta, assim, como única alternativa

àqueles que pretendem aperfeiçoar-se ou seguir carreiras ligadas à

área de Ciências Humanas, que tais cursos sejam oferecidos por uma

instituição pública.

cenário

sl12-1

(idem

)

O curso de Ciências Sociais será oferecido no período noturno,

privilegiando, portanto, grande parcela da população que, por exercer

ocupações profissionais durante o dia, vê-se excluída das vagas

oferecidas pela universidade no período diurno. Sendo assim, o projeto

de expansão que se encontra em curso proporciona uma excelente

oportunidade para que a “universidade” possa se firmar como instituição

de referência na região do Sul de Minas por oferecer cursos da área de

Ciências Humanas.

curso

sl12_

13

7.2 Objetivos do curso

O curso de Licenciatura em Ciências Sociais, oferecido pela

“universidade”, pretende:

·Formar professores de Sociologia com aplos conhecimentos na área

de Ciências Humans, considerando de fundamental importância,

especialmente, o conhecimento dos autores e obras clássicas do

pensamento filosófico, político e social;

·Formar cientistas sociais com sólida formação técnica e intelectual

para propor projetos de educação em espaços escolares e não-

curso

Page 132: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

131

escolares;

Formar cientistas sociais conhecedors das vicissitudes históricas

enfrentadas no processo de formação da sociedade e das instituições

políticas brasileiras;

·Formar cientistas sociais com amplos conhecimentos culturais.

sl17-

1a

8.2 Sobre as disciplinas “Seminários Temáticos”

Foram incluídas na estrutura duas (02) disciplinas denominadas

“Seminários Temáticos” que visam ao estudo de temas específicos de

Sociologia, Ciência Política e Antropologia. Os estudos serão realizados

à distância, sob supervisão de professores orientadores.

Posteriormente, sob coordenação do professore responsável pela

disciplina, serão organizados os seminários em formato de mesas-

redondas.

curso

sl24_

25

(idem

)

9. Dos recursos necessários

9.1 Recursos humanos a serem contratados

O quadro abaixo indica o número e a área de atuação dos docentes

necessários para consolidação e implementação do curso de Ciências

Sociais – Licenciatura. O planejamento obedece às necessidades

sugeridas pela dinâmica curricular do curso. Eis a distribuição:

Tabela: Ano de contratação | Professor a ser contratado | Conjunto de

disciplinas.

Estrutura prevista

sl25-1

(idem

)

Além dos docentes, acredita-se ser importante a contratação de 02

(dois) servidores técnicos encarregados de dar o suporte necessário

para o desenvolvimento do curso. Como o curso exige crescimento do

acervo bibliográfico, parece lícito salientar a necessidade de acréscimo

no quadro de funcionários da biblioteca de nossa instituição.

Estrutura prevista

sl26-1 9.2 Recursos humanos disponíveis na “universidade”

·Prof. Dr. “A” -Graduado em Filosofia, mestre e doutor em Filosofia da

Educação.

·Prof. “B” - Graduada em Psicologia e doutoranda em Educação.

·Prof. “C” - Graduado em Sociologia e doutorando em Educação.

·Prof. “D” - Graduado em Filosofia e doutorando em Educação.

·Prof. Dr. “E” - Graduado em História, mestre e doutor em Educação.

·Prof. “F” - Graduado em História e doutorando em Educação.

Estrutura existente

sl26-2 9.3 Recursos materiais

Os cursos das áreas de Ciências Humanas exigem, prioritariamente,

expansão do acervo bibliográfico (Cf. Anexo 01). No que se refere à

área física, a expansão que já se encontra em andamento pode

atender, plenamente, as condições exigidas pelo curso. Entretanto, é

importante que se reserve uma área física, com capacidade para vinte

Estrutura prevista

Page 133: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

132

(20) estudantes, dotada de equipamentos necessários para a prática da

pesquisa (Cf. Anexo 02).

sl27_

41

Anexo 1 – Recursos bibliográficos Estrutura prevista

sl42-1 Anexo II – Laboratórios de pesquisa em Ciências Sociais

Tabela: Descrição | Quantidade | Unidade | Custo

Estrutura prevista

Page 134: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

133

APÊNDICE G – Unidades de registro do projeto do curso de Fisioterapia

COD Texto Categoria

fi19-2 A Fisioterapia, de acordo com a World Confederation for Physical Therapy

(WCPT,1999), presta serviços a pessoas e populações com o fim de

desenvolver, manter e restaurar o movimento e a capacidade funcional em

todos os ciclos de vida, no contexto da promoção, prevenção, tratamento e

reabilitação.

cenário

fi19-3 O curso de graduação em Fisioterapia da “universidade”, seguindo as

Diretrizes para a formação de fisioterapeutas do Conselho Nacional de

Educação, se compromete com uma “formação generalista, humanista,

crítica e reflexiva, capacitado a atuar em todos os níveis de atenção à

saúde, com base no rigor científico e intelectual”.

curso

fi19-4 O Curso está planejado numa concepção que procura integrar

conteúdos/disciplinas priorizando a adoção de metodologias

problematizadoras para o ensino, a inserção de novas tecnologias de

informação e comunicação, o estímulo a uma postura ativa do aluno na

construção do conhecimento.

curso

fi20-1 A implantação do curso de Fisioterapia, na universidade justifica-se

principalmente pela importância de atuação do fisioterapeuta na área

saúde e pela necessidade de mercado.

cenário

fi20-2 A Organização Mundial da Saúde definiu Fisioterapia como sendo a

ciência que estuda a atividade humana, utiliza recursos terapêuticos e

físicos para prevenir e tratar dificuldades físicas que interferem no

desenvolvimento e na independência do cliente em relação às atividades

de vida diária, trabalho e lazer. É a arte e a ciência de orientar a

participação do indivíduo em atividades selecionadas para restaurar,

fortalecer e desenvolver a capacidade, facilitar a aprendizagem das

habilidades e funções essenciais para a adaptação e produtividade,

diminuir ou corrigir doenças, promover e manter a saúde.

cenário

fi20-3 A Fisioterapia vem se caracterizando como profissão relevante nas

equipes de saúde, em especial, na expansão da atenção primária, nos

trabalhos de promoção e prevenção envolvendo estratégias que atinjam

todos os grupos populacionais. O Fisioterapeuta é percebido, neste

espaço, como profissional que contribui de forma diferenciada, por deter

em seu arsenal de trabalho, a visão da análise das atividades propostas

com os respectivos objetivos. É evidente que nenhum profissional da

saúde realiza, por si só, a Educação em Saúde, mas a Fisioterapia tem

cenário

Page 135: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

134

inegável responsabilidade na instigação da humanização das relações das

equipes, em relação às populações atendidas. Tal constatação é fruto de

análise dos conteúdos presentes e emergentes nos trabalhos relevantes

da Fisioterapia, que são objetos de matérias em todas as edições das

revistas do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.

fi20-4 A Fisioterapia tem sido cada vez mais conclamada a compor as mais

diversificadas equipes e muito tem alcançado no que diz respeito à

melhora da competência e da independência funcional para a vida

cotidiana, inclusão social e qualidade de vida da diversa população

atendida. A Fisioterapia atua na assistência à saúde em toda a sua forma,

desde a primária até a terciária, pertencendo a todos os grupos nestas

etapas. Atende também a faixa de assistência domiciliar e esportiva.

cenário

fi20_21 As intervenções do Fisioterapeuta em instituições hospitalares têm se

voltado para as conseqüências do dia-a-dia da enfermidade e da própria

internação hospitalar, bem como para as rupturas provocadas pela

hospitalização, seja na rotina diária, na descoberta de diagnósticos

inesperados ou na ocorrência de possíveis seqüelas e suas

conseqüências para a vida dos seres humanos, dentro e fora do hospital.

Neste sentido, a intervenção profissional nos contextos hospitalares é

voltada para a promoção da saúde e qualidade de vida, mesmo durante o

período de hospitalização, como também para a recuperação e/ou

manutenção da capacidade funcional, melhora da auto-estima, do estado

de humor e da aceitação de diagnóstico, com vistas à aderência ao

tratamento e à qualidade de vida.

cenário

fi21-1a Face à expansão do campo de trabalho, o Curso de Fisioterapia na

universidade justifica-se também pelo projeto de interiorização do ensino

público federal gratuito e de qualidade, uma vez que num raio de

aproximadamente 300 km não há a graduação em Fisioterapia nestas

condições.

localização

fi21-1b No Estado de Minas Gerais, a escola pública que oferece a graduação em

Fisioterapia nas condições supracitadas fica distante 320 km, na capital do

estado.

concorrente

fi21-2 O curso de Fisioterapia tem por finalidade:

1. Contribuir para a melhoria das condições de saúde da população;

2. Estimular a interdisciplinaridade, as inovações curriculares e os

métodos de ensino-aprendizagem;

3. Promover a integração do ensino do profissional de Fisioterapia com os

serviços de saúde públicos e privados;

4. Apoiar a formação multiprofissional e o trabalho em equipe;

5. Contribuir, por meio do estímulo à pesquisa e à extensão, para o

curso

Page 136: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

135

desenvolvimento cultural e científico de seus alunos e professores;

6. Integrar-se às demais unidades e órgãos da universidade com o

objetivo de satisfazer todas as necessidades do ensino, da pesquisa e da

extensão;

7. Prestar serviços à comunidade através da ação profissional.

fi23-3 A proposta do curso de Fisioterapia da “universidade” mantém o princípio

de transcender o enfoque tecnicista característico na história da formação

em Fisioterapia.

curso

fi49-3 Os discentes do curso de Fisioterapia dispõem de uma infraestrutura com

salas de aulas de uso comum com outros cursos equipadas com

retroprojetores, projetores multimídia, TV, videocassete, DVD e lousa.

Contam, ainda, com apoio do Laboratório de Prática de Ensino, espaço

dedicado à elaboração e utilização de materiais destinados ao ensino.

estrutura

existente

fi58_69 Relação de Recursos: Humanos, Bibliográficos e Materiais estrutura

prevista

fi69-1 No Projeto de expansão da infra-estrutura física da “universidade” está

previsto a construção de um prédio voltado para abrigar os alunos e

professores do curso de fisioterapia.

estrutura

prevista

fi69-2a Além de salas de aula, dos laboratórios de Biologia Celular e Molecular,

Anatomia, Bioquímica, Fisiologia e Biofísica, que são comuns aos cursos

da área da Saúde,

estrutura

existente

fi69-

2b_70

está prevista a construção de laboratórios profissionalizantes, que

auxiliarão o pleno aprendizado discente, tanto teórico quanto prático. Para

tanto, planeja-se a construção dos seguintes laboratórios ao curso de

fisioterapia:

Laboratório 1: Cinesioterapia / Recursos Terapêuticos e Manuais /

Semiologia / Prótese e Órtese;

Laboratório 2: Agentes Biotérmicos / Agentes Bioelétricos / Disfunção

Crânio Mandibular / Gerontologia;

Laboratório 3: Saúde da Mulher / Dermato-Funcional / Disfunção Músculo -

Esquelética / Esportiva;

Laboratório 4: Neurologia / Pediatria/ Cardiologia / Respiratório,

Laboratório 5: Piscina terapêutica/ hidroterapia.

estrutura

prevista

fi70-1 Na Clínica Escola de Fisioterapia serão realizados os atendimentos à

comunidade em geral e reunirá toadas as condições para a preparação e

exercício profissional num único espaço. Estará destinada à prática das

diversas disciplinas. A Clínica/Laboratório está projetada a se tornar um

centro de estudos, pesquisa e atendimentos.

estrutura

prevista

fi70-2 A Clínica de Fisioterapia contemplará a seguinte área física e instalações:

RELAÇÃO DOS LABORATÓRIOS NECESSÁRIOS AO

estutura

prevista

Page 137: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

136

FUNCIONAMENTO DO CURSO DE FISIOTERAPIA: PROPOSTA DE

INSTALAÇÃO

Para a instalação do curso de Fisioterapia, sugerimos a

construção dos seguintes laboratórios, conforme cronograma, a saber:

fi70-3 Laboratórios prontos estrutura

existente

fi70_71 Laboratórios a construir estrutura

prevista

fi71_79 Lista dos Laboratórios com Descrição, Valor , Unidade e Total

Laboratório 1: Cinesiologia/ Cinesioterapia/ Recursos Terapêuticos e

Manuais / Semiologia / Prótese, Órtese e Tecnologias Assistivas;

Laboratório 2: Agentes Biotérmicos / Agentes Bioelétricos / Exames

Diagnósticos / Disfunção Crânio Mandibular / Gerontologia e Geriatria

Laboratório 3: Saúde da Mulher / Dermato-Funcional / Disfunção Músculo

-Esquelética / Disfunções reumáticas.

Laboratório 4: Neurologia / Pediatria / Cardiologia / Pneumologia

Laboratório 5: Piscina Terapêutica e Hidroterapia

estrutura

prevista

Page 138: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

137

APÊNDICE H – Unidades de registro do projeto do curso de História

Cod Unidade de Registro Categoria

hi10-

1

No atual contexto político e econômico brasileiro, as Universidades

públicas federais são convocadas a participarem do processo de

valorização dos profissionais que atuam na educação básica. Sabe-se

que no caso brasileiro, a educação básica está a cargo dos Municípios

e dos Estados, porém são as diversas Instituições de Ensino Superior

que formam os profissionais para trabalhar neste campo da atividade

educativa.

cenário

hi10-

2

Durante a década de 1990, o aumento da demanda por educação

básica promoveu um significativo aumento da oferta de cursos voltados

para a formação de professores. Contudo, muitos destes cursos,

baseados apenas em princípios mercadológicos, não tinham um projeto

para formação de professores de médio e longo prazo, ao contrário, são

identificados com uma formação aligeirada do professor, sem a devida

valorização do conhecimentos científicos da área de atuação e com

pouca ou quase nenhuma formação em pesquisa.

cenário

hi10-

3

Neste contexto, a “universidade”, como Instituição pública de ensino

superior, tem muito a contribuir. O aumento na oferta de cursos de

Licenciatura, especialmente no período noturno, demonstra o empenho

da Instituição em contribuir na melhoria dos processos de formação e

qualificação dos docentes da educação básica. Após a organização e

implantação dos cursos de Licenciatura nas áreas de Ciências

Biológicas, Química, Física, Matemática, Pedagogia e Geografia, é

chegado o momento de implantar um curso de Licenciatura em História.

cenário

hi10-

4

Considerada como pioneira e tendo na área de saúde seus cursos mais

tradicionais, a Instituição entende que a introdução gradual de cursos

na área de Ciências Humanas é um passo importante para a

consolidação da Universidade.

cenário

hi10_

11

Localizada na região sul do Estado de Minas Gerais, a “cidade 1” tem

importância singular para o desenvolvimento econômico e cultural para

a região. Ao contrário da região central do Estado, “cidade 1” se

desenvolveu economicamente a partir da expansão da economia

cafeeira e tem como uma de suas referências nacionais as suas

Instituições de ensino superior. Entretanto, falta-nos uma cultura

histórica sobre a cidade, a região e sobre nossa relação com o país e o

mundo. Dessa forma, um curso de História nos auxiliaria sobremaneira

cenário

Page 139: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

138

a entender nossas particularidades, em outras palavras, compreender o

local no nacional e este no internacional.

hi11-1 No Estado de Minas, as Instituições públicas que oferecem cursos de

História estão localizadas, em sua maioria, na região central do Estado,

são elas: “universidade a”, “universidade b”, “universidade c” e

“universidade d”. A Instituição mais próxima é a “universidade d”,

localizada a 220 Km de distância de “cidade 1”, cidade e região com

características históricas consideravelmente diferentes. Outra

Instituição pública que oferece o curso de História no Estado de Minas

Gerais é a “universidade e”, distante 420 Km de “cidade 1”.

localização

hi11-2 Compreendemos, portanto que existe na região, uma necessidade

premente de formação de profissionais da História, não apenas que

trabalhem com a docência, mas que divulguem entre os diversos

grupos e Instituições sociais uma cultura histórica. A formação de

professores de História em uma Instituição de ensino qualificada e que

tem vínculos com a pesquisa favorece a criação de hábitos, condutas e

experiências relacionadas ao levantamento e conservação do

patrimônio histórico, bem como com a defesa dos organizamos que são

guardiões de memória, como Museus e Bibliotecas.

cenário

hi11-3 Neste sentido, com a implantação de um curso de História, a

“universidade” pretende contribuir para a construção de uma cultura

histórica na cidade e na região, bem como se firmar como uma

Universidade que está aberta a consolidação dos diversos campos do

saber.

cenário

hi23_

24

9.1 Recursos Humanos

Professores e pesquisadores que deverão ser contratados e

respectivas disciplinas.

estrutura prevista

hi24- Recursos Humanos da “universidade” e as respectivas Disciplinas para estrutura existente

Page 140: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

139

1a os Cursos de História.

Quadro: Professor | Disciplinas (existente)

hi24-

1b

Recursos Humanos da “universidade” e as respectivas Disciplinas para

os Cursos de História.

Quadro: Professor | Disciplinas (a ser contratado)

estrutura prevista

hi24-

2a

Previsão de utilização de Recursos Humanos para a efetivação do

curso na “universidade”

estrutura existente

hi24-

2b

Previsão de utilização de Recursos Humanos para a efetivação do

curso na “universidade”

Quadro: Ano | Docentes a serem contratados | Docentes da

“universidade” | “Técnicos-administrativos a serem contratados

estrutura prevista

hi24-

3

9.2 Recursos materiais e de infra-estrutura

No projeto de expansão da infra-estrutura física da “universidade” está

previsto a construção de um prédio voltado para abrigar os cursos e

professores da área de Ciências Humanas. Espera-se que esta

estrutura tenha um número de salas de aula compatível com a

incorporação dos cursos de Pedagogia, História e demais disciplinas do

núcleo pedagógico das Licenciaturas.

estrutura prevista

hi24-

4

Além das salas de aula, o curso de História necessita de um

Laboratório de História, a ser destinado à pesquisa sobre recuperação

de acervo documental e histórico, bem como para aulas práticas que

contemple a análise de iconografias, mapas, cartografia histórica, etc...

Faz-se necessário também um Laboratório de Ensino de História que

contemple os recursos necessários à formação do futuro licenciado.

estrutura prevista

Page 141: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

140

hi24_

-25

Os recursos necessários para dar início às atividades nesses

laboratórios seguem abaixo discriminados.

Laboratório de História – 2008

Quadro: Descrição | Quantidade | Unidade | Custo

Laboratório de Ensino de História – 2008

Quadro: Descrição | Quantidade | Unidade | Custo

estrutura prevista

hi26_

32

9.3 Recursos bibliográficos iniciais

Para aquisição nos anos e 2007 e 2008

Quadro: Descrição do exemplar | Quantidade | Unidade | Custo

Para aquisição nos anos e 2009 e 2010

Quadro: Descrição do exemplar | Quantidade | Unidade | Custo

estrutura prevista

Page 142: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

141

APÊNDICE I – Unidades de registro do projeto do curso de Letras Português-

Espanhol Bacharelado

Cod Unidade de Registro Observações

lb18-1 A proposta, feita pela “universidade”, de implantar o Curso de Letras

com habilitação dupla em português e espanhol, na modalidade

Bacharelado, vem suprir a demanda do bacharel para atuar nas áreas

onde o uso formal dos idiomas estudados se faz necessário: tradução,

interpretação, revisão de textos, comunicação midiática.

cenário

lb18-2 O Curso de Letras em sua Modalidade Bacharelado está sendo

delineado para formar tradutores, intérpretes, assessores,

comunicadores, revisores na área de tradução, comunicação midiática

e editoração.

curso

lb18-3 Alinhada à proposta do Governo Federal, de expansão do ensino

superior e melhoria da qualidade do ensino básico, a “universidade”

implantou cinco licenciaturas: Matemática, Física, Química, Ciências

Biológicas e Geografia. Para completar este leque, propõe incluir o

estudo da língua portuguesa, de maneira a preparar o profissional para

trabalhar com este idioma, e da língua espanhola, de acordo com a Lei

No. 11.161, de 5/8/2005, que torna obrigatória a oferta do idioma

espanhol nas escolas de ensino Médio. Para tanto, faz-se necessário

formar profissionais que atenderão a esta demanda.

cenário

lb18-4 Além disso, a implantação deste curso pauta-se no fato de que as

universidades públicas da região não oferecem o curso de Letras, e as

particulares que oferecem Letras não oferecem espanhol.

concorrente

lb18-5 Outro ponto é a carência de profissionais bacharéis que atuem nas

áreas de tradução, interpretação, revisão e comunicação de massa e

editoração na região.

cenário

lb29-1 RECURSOS NECESSÁRIOS À AMPLIAÇÃO

Docentes e técnicos ano a ano (2008 a 2012)

estrutura prevista

lb29-2 Recursos humanos da “universidade” estrutura prevista

Page 143: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

142

lb29_

30

Recursos Materiais

Laboratório Multidisciplinar de Fonética e Editoração, em sala de 75m²,

climatizada, com revestimento acústico, iluminação anti-reflexo e

entrada de energia/lógica (data/voice), com os itens abaixo.

(relação item, quantidade, preço)

estrutura prevista

lb30-1 5.9.3 Recursos Bibliográficos

Os recursos bibliográficos estão divididos em obras teóricas e obras

literárias, conforme especificado no ÂPENDICE A do Projeto do Curso

de Letras – Licenciatura. As obras específicas do Bacharelado são

apresentadas neste Projeto.

estrutura prevista

lb30-2 5.9.3.1 Obras Teóricas

As obras teóricas serão adquiridas, parceladamente, nos semestres

que antecedem sua utilização. Segue um quadro prevendo o

investimento por semestre e a lista das obras cotadas se encontra no

APÊNDICE A . O Projeto de Implantação do Curso de Licenciatura

apresenta o planejamento das obras comuns às duas modalidades. O

Projeto de Implantação do Curso de Bacharelado só contempla as

literaturas técnicas específicas do curso.

estrutura prevista

Page 144: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

143

Tabela: período | adquirir em | para disponibilizar em | subtotal.

lb33-3 O curso de Letras poderá trazer contribuições para a Educação a

Distância, através da elaboração de material teórico e didático, e

poderá, para isso, contar com as infra-estruturas física e tecnológica, já

existentes no CEAD. A estrutura curricular do Curso de Letras prevê a

oferta de até 20% da carga horária do curso na modalidade à distância.

curso

lb39_

40

APÊNDICE A – Obras teóricas específicas do Curso de Letras –

Bacharelado

Tabela: Ano/Disciplina | Autor | Título/Editora/Edição/etc | Preço

Unitário | Preço Total (3 unidades)

estrutura prevista

Page 145: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

144

APÊNDICE J – Unidades de registro do projeto do curso de Letras Português-

Espanhol Licenciatura

Cod Unidade de Registro Categorias

ll17-1 A proposta, feita pela “universidade”, de implantar o Curso de Letras

com habilitação dupla em português e espanhol, na modalidade

Licenciatura, vem suprir a demanda por professores de português e de

espanhol.

cenário

ll17-2 O Curso de Letras em sua Modalidade Licenciatura está sendo

delineado para formar professores para a educação básica, para cursos

preparatórios, professores particulares na área do magistério.

curso

ll17-3

idem

Alinhada à proposta do Governo Federal, de expansão do ensino

superior e melhoria da qualidade do ensino básico, a “universidade”

implantou cinco licenciaturas: Matemática, Física, Química, Ciências

Biológicas e Geografia. Para completar este leque, propõe incluir o

estudo da língua portuguesa, de maneira a preparar o profissional para

trabalhar com este idioma, e da língua espanhola, de acordo com a Lei

No. 11.161, de 5/8/2005, que torna obrigatória a oferta do idioma

espanhol nas escolas de ensino Médio. Para tanto, faz-se necessário

formar profissionais que atenderão a esta demanda.

cenário

ll17-4

idem

Além disso, a implantação deste curso pauta-se no fato de que as

universidades públicas da região não oferecem o curso de Letras, e as

particulares que oferecem Letras não oferecem espanhol.

concorrente

ll28-1

idem

RECURSOS NECESSÁRIOS À AMPLIAÇÃO

Docentes e técnicos ano a ano (2008 a 2012)

estrutura prevista

ll28-2

idem

Rec ursos humanos da “universidade” estrutura prevista

ll29-1 Recursos Materiais

Laboratório Multidisciplinar de Fonética e Editoração, em sala de 75m2,

estrutura prevista

Page 146: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

145

idem

climatizada, com revestimento acústico, iluminação anti-reflexo e

entrada de energia/lógica (data/voice), com os itens abaixo.

(relação item, quantidade, preço)

ll29-2 5.9.3 Recursos Bibliográficos

As obras teóricas serão adquiridas, parceladamente, nos semestres

que antecedem sua utilização. Segue um quadro prevendo o

investimento por semestre e a lista das obras cotadas se encontra no

APÊNDICE A. O Projeto de Implantação do Curso de Licenciatura

apresenta o planejamento das obras comuns às duas modalidades. O

Projeto de Implantação do Curso de Bacharelado só contempla as

literaturas técnicas específicas do curso.

estrutura prevista

ll29_3

0

5.9.3.1 Obras Teóricas estrutura prevista

ll30-1 5.9.3.2 Obras Literárias – Literaturas Portuguesa e Brasileira estrutura prevista

Page 147: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

146

As obras literárias, tanto de língua portuguesa como de língua

espanhola, incluídas na tomada de preço, são apresentadas no

APÊNDICE A1. O valor das publicações nacionais, em 8/11/2007,

somou R$ 4.121. O valor das obras importadas, em 9/11/2007 (US$

1,750), somou R$ 2.825.

ll33-3

idem

O curso de Letras poderá trazer contribuições para a Educação a

Distância, através da elaboração de material teórico e didático, e

poderá, para isso, contar com as infra-estruturas física e tecnológica, já

existentes no CEAD. A estrutura curricular do Curso de Letras prevê a

oferta de até 20% da carga horária do curso na modalidade à distância.

curso

ll39_4

3

APÊNDICE A – Obras teóricas para o Curso de Letras – Licenciatura e

Bacharelado

Tabela: Disciplina/Ano | Autor | Título/Editora/Edição/etc | Preço

Unitário | Preço Total (3 unidades)

estrutura prevista

ll43_4

4

APÊNDICE A1 – Obras Literárias estrutura prevista

ll45_4

6

ANEXO A – Especificação dos itens a serem adquirido para o

Laboratório de Fonética e Editoração

estrutura prevista

Page 148: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

147

APÊNDICE K – Unidades de registro do projeto do curso de Pedagogia –

modalidade a distância

Cod Unidade de Registro Categoriaspe9-1 A implantação de cursos na modalidade a distância na universidade

constituiu uma necessidade e também uma exigência. Certas

circunstâncias demandam determinadas posturas e não se pode recusar

a assumi-las porque se impõem como inevitáveis.

cenário

pe15-2 Os cursos oferecidos visam assegurar a formação para os professores

que estão em exercício e que não possuem formação superior ou que

estejam atuando em área distinta de sua formação inicial ou no caso de

formação pedagógica para os docentes graduados não licenciados.

curso

pe15-3 O curso de Pedagogia a distância visa proporcionar oportunidades de

formação e qualificação de docentes e profissionais da área de educação

por meio de metodologias inovadoras, nos níveis de escolaridade: Séries

Iniciais do Ensino Fundamental e Educação Infantil.

Curso

pe17-1 Os cursos na modalidade a distância vêm auxiliar na democratização do

saber e contribuir com o desenvolvimento social, cultural e tecnológico.

Oferecem possibilidades de qualificação profissional e possibilitam o

acesso à cidadania como direito da pessoa social por apresentarem

flexibilidade pedagógica, aprendizagem individualizada, sem entraves

geográficos e/ou temporais.

modalidade

pe17-2 Esta flexibilidade possibilita à Educação a Distância (EaD) tratar de

maneira individualizada os alunos com ritmos diferentes, pois permite a

cada um desenvolver atividades em seu próprio tempo, exigindo do

estudante uma aprendizagem autônoma baseada nos princípios do

aprender a aprender, construindo caminhos para um saber responsável.

Por outro lado, torna possível a capacitação de muitos profissionais que

em outra estrutura estariam impossibilitados de dar continuidade aos

seus estudos.

modalidade

pe17-3 Os candidatos a um curso por EaD necessitam de autodisciplina, para

dedicar-se aos estudos e motivar-se para o uso da tecnologia que

permite mediar a interatividade entre todos os participantes do processo

pedagógico nas relações: aluno/professor; aluno/aluno; aluno/material.

modalidade

pe17-4 Os dados estatísticos sobre os Professores do Brasil fornecidos pelo

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

(INEP, 2003), referentes à qualificação dos profissionais da Educação,

revelam que o número de profissionais com licenciatura nas áreas de

ciências naturais: Química, Biologia e Física é insuficiente para atender

às necessidades atuais do ensino médio, o que torna relevante a

cenário

Page 149: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

148

existência de cursos que possam minimizar tal situação.pe17_1

8

Desta forma, o curso de graduação em Pedagogia poderá fornecer aos

estudantes oportunidade de formação, competência e habilidade para

atuar nas séries iniciais do ensino fundamental e na educação infantil.

curso

pe17_1

8a

Dentre os benefícios propostos por este curso, na modalidade a

distância, incluem-se: a) horário flexível, respeitado o prazo limite

estabelecido para o término do curso; b) possibilidade de realização do

curso no próprio município de origem ou próximo a ele; c) atendimento

individualizado; d) material didático básico, elaborado especialmente

para o curso.

modalidade

pe18-3 Os dados do Censo Escolar de 2007 mostram que apesar de termos um

quantitativo alto de professores com formação em nível superior

específica para atuar nos níveis de ensino da educação básica, ainda

temos um contingente considerável de profissionais que estão atuando

sem a formação necessária.

cenário

pe18_1

9

Com relação à pré-escola temos os seguintes números de profissionais

que não apresentam a formação adequada: 5,6% têm nível superior sem

licenciatura e 7,5% cursaram o ensino médio ou o ensino fundamental. E

nas séries iniciais do ensino fundamental na etapa do 1º ao 5º ano temos

ainda a seguinte situação: apenas metade dos professores que atuam

nessa primeira fase tem curso superior em Pedagogia (50,1%). Foram

também identificados 6,3% dos professores com formação superior sem

licenciatura, 5,6% com nível médio e menos de 1% com nível

fundamental.

cenário

pe19-1 Estes dados nos mostram uma realidade que não exige apenas

formação continuada dos profissionais que já estão atuando, mas

também, exige formação inicial. Diante deste quadro a proposta do curso

de Pedagogia a distância da universidade representa uma iniciativa

importante na área de formação de professores, pois possibilitará por

meio das tecnologias da informação que dispomos na educação a

distância disseminar a formação em nível superior de Pedagogia, bem

como, democratizar este nível de ensino que contribuirá para a melhoria

e qualidade da educação oferecida por estes profissionais.

cenário

pe19-2 Assim, o Curso de Pedagogia a distância atenderá as demandas

regionais do PARFOR prioritariamente, bem como demandas sociais

caso não haja o preenchimento total das vagas estando inserido na

promoção do desenvolvimento sustentável da região e na disseminação

dos valores éticos e de cidadania tornando-se mais uma oportunidade de

formação juntamente com o curso de graduação presencial para a região

do sul de Minas.

curso

pe19-4 O Curso de Pedagogia tem a finalidade de preparar profissionais

comprometidos com a formação humana e profissional, capacitados para

curso

Page 150: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

149

desenvolver pesquisas e alternativas para a Educação.pe20-1 OBJETIVO GERAL DO CURSO: Formar professores para o exercício da

docência na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

O curso também oferecerá estudos que visem a preparação para atuar

em atividades relacionadas à gestão educacional e pesquisa.

curso

pe21-1 O curso de Pedagogia na modalidade a distância propiciará a formação

de profissionais com conteúdos programáticos dispostos em disciplinas.

A metodologia a ser usada alternará momentos presenciais e atividades

realizadas em ambiente interativo, na Internet, com suporte de material

impresso e CD-ROM.

curso

pe21-1a Além da liberdade de tempo e de lugar, a liberdade de buscar

atendimento, aconselhamento, orientação, sempre que o discente

precisar. As interações, tão necessárias ao processo de aprendizagem,

serão mediadas por tecnologias de informação e comunicação.

modalidade

pe21_2

2

Durante o curso haverá tutores presenciais disponíveis nos pólos e

tutores a distância, para responder aos questionamentos e indagações

através de emails e fóruns online, ocasiões em que ocorrerão interações

entre professor/aluno e aluno/aluno, complementando os encontros

presenciais realizados em sala de aula nos pólos. Tais momentos serão

agendados previamente no cronograma do curso. Os fóruns serão

temáticos e organizados de forma a existir um mediador, que pode ser o

tutor a distância ou um dos professores envolvido no curso. A ferramenta

Correio eletrônico é uma comunicação ―um para um e atende a

requisitos de suporte individual, mas também de ―aproximação e de

motivação.

curso

pe22-1 A ferramenta Fórum deve ser também muito utilizada, cabendo aos

professores a organização dos conteúdos, a difusão de temas para

debate, o estabelecimento dos limites de tempo para que eles ocorram.

É necessário considerar que muitos discentes podem não possuir acesso

à Internet em casa ou no trabalho. Por outro lado, um sistema

desenvolvido via Web viabilizará o trabalho dos tutores e as tarefas de

gestão do projeto. Assim, os discentes poderão utilizar os laboratórios de

informática disponíveis nos pólos que serão equipados com salas de

informática e presença de técnicos, além de um sistema de atendimento

via fax, telefone, correio eletrônico e convencional.

curso

pe22-2 As orientações metodológicas para a produção dos materiais específicos

de cada disciplina serão apresentadas aos professores que construirão

as atividades e conteúdos. Os professores além da criação e

participação de chats e fóruns, também realizarão aulas via

webconferência e/ou teleconferência (Vídeo-aula). Os materiais que

comporão o curso são: 1) O Guia acadêmico do Curso e do Ambiente

Virtual de Aprendizagem; 2) Livro utilizado para apresentar um panorama

curso

Page 151: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

150

geral de cada disciplina; 3) Materiais Audiovisuais complementares.pe38-1 Os pólos de apoio presencial deverão funcionar nos horários de 13 às 22

horas de segunda a sexta-feira e aos sábados de 08 as 18 horas.

curso

pe38-2 A descrição da infra-estrutura mínima, do ponto de vista organizacional,

necessária ao curso é:

•Firmamento do convênio formal com a universidade;

•Definição do coordenador do pólo e de seu conselho administrativo;

•Promoção da seleção dos tutores, sob orientação e acompanhamento

da universidade;

•Promoção da seleção de secretário acadêmico e de bibliotecário.

estrutura prevista

pe38-3 Sob o aspecto operacional e físico, deverão ser disponibilizados:

•Uma sala para o coordenador, uma secretaria acadêmica e espaço para

reuniões;

•Uma sala para os tutores presenciais;

•Uma brinquedoteca;

•Uma biblioteca com número de títulos e exemplares suficientes para

atender à demanda dos alunos e também periódicos (que podem ser em

forma eletrônica) na área de Sistemas de Informação;

•Um laboratório de informática com microcomputadores interligados em

rede e com acesso à Internet, com número de máquinas compatível ao

número de vagas oferecidas no pólo;

•Uma ou mais salas de aula para aplicação das provas presenciais e

outras atividades;

•Salas para monitoria e estudos;

•Equipamentos para as atividades: DVD player, projetor multimídia,

câmeras de vídeo (webcams), TV, vídeo, etc.

•Outros recursos: software (em especial com ênfase em software livre)

para os microcomputadores, materiais didáticos para os laboratórios,

impressora, FAX, telefone, etc.

•Banheiros.

estrutura prevista

pe43-1 A estrutura física do CEAD da “universidade”, conta com instalações

para: ambiente recepção; sala da coordenação; sala de reuniões;

laboratório de informática e sala de arquivos e distribuição de material. O

CEAD possui uma secretaria acadêmica com móveis e equipamentos

compatíveis com as demandas do momento. Atualmente, possui 20

computadores com processadores Pentium IV, FAX, uma impressora

laser e uma multifuncional.

estrutura existente

pe43-1a No processo de ampliação de suas atividades precisará de adequações

em seu espaço físico e de seu acervo de móveis e equipamentos,

buscando sempre atender a dinâmica de crescimento e desenvolvimento

tecnológico exigido para a EaD.

estrutura prevista

pe43-2 Diante da proposta pedagógica do Curso de Pedagogia na modalidade a estrutura prevista

Page 152: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

151

distância, visualizamos a necessidade de futuras contratações de

Professores e de Técnico-Administrativos para a “universidade”,

capacitações específicas em EaD para a implementação desta proposta

e investimentos na estrutura física e humana de seu CEAD.pe43-4 O curso de Pedagogia a distância da “universidade” visa oferecer uma

formação integral aos estudantes do curso a partir de uma perspectiva

que compreende a docência como o eixo dessa formação, bem como as

demais atividades que esse futuro profissional poderá desenvolver

relacionadas aos aspectos da gestão e também da atuação em espaços

não-formais.

curso

pe43_4

4

As perspectivas de inserção desse curso na região sul de minas irá

contribuir com a formação principalmente dos nossos professores que

ainda atuam sem ter a formação específica em Pedagogia que lhes

fornecerá um cabedal de conhecimentos de base e também que

complementará sua atuação, bem como, será a formação inicial para

aqueles estudantes que estão buscando seu primeiro curso de

graduação e que ainda não estão nas salas de 44 aulas e que fazem

parte da demanda social também atendida pela oferta do curso.

curso

Page 153: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

152

APÊNDICE L – Unidades de registro do projeto do curso de Química Licenciatura –

modalidade a distância

Cod Unidade de Registro Categoria

qe17_

18

A proposta da parceria visa: 1. Realizar cursos de nível superior a

distância que ofereçam ao aluno autonomia de estudo e construção de

conhecimento crítico e independente, utilizando-se da experiência

educativa das Universidades envolvidas. 2. Promover a articulação

entre as Universidades e outras instituições para desenvolver projetos

em parceria.

intercâmbio

qe38-

1

Segundo o Plano Nacional de Educação (PNE) vigente, o sistema de

ensino superior deve contar com a diversificação de instituições de

ensino que atendam a demanda existente contribuindo para o

desenvolvimento do País e reduzindo os desequilíbrios regionais. A

estratégia de acessibilidade a demanda existente pode ser efetuada por

meio da Educação a Distância (EAD). Esta alternativa de formação

regular foi introduzida no sistema educacional brasileiro por meio da Lei

de Diretrizes e Bases da Educação, a Lei nº 9.394/1996.

cenário

qe40-

3

Analisando dados de vestibular ofertados na “universidade” a partir de

2000 (dados da Copeve), e avaliando número de candidatos por vaga

de forma gerais pode-se constatar a médica de 20,69 candidatos por

cada vaga ofertada nesta instituição federal. Considerando a demanda

reprimida da região, já que esta universidade, como qualquer outra

instituição federal possui alunos de toda parte do território nacional, a

região sul e sudeste mineira não tem todos seus cidadãos atendidos

para a realização do curso de nível superior.

cenário

qe40-

4

Assim podemos caracterizar uma população, categorizada por

demanda reprimida, para ser atendida por estes cursos na modalidade

a Distância, além de candidatos que concluem o Ensino Médico e que

não possuem condições financeiras para se deslocar para os centros

que oferecem cursos de nível superior gratuito ou que, financeiramente,

não podem buscar o setor privado para realizar a sequência dos

estudos.

cenário

qe40_

41

O ensino a distância busca viabilizar a formação de pessoas que por

vários motivos vêm sendo excluídas do processo educacional

principalmente atendendo às questões de localização ou de

indisponibilidade de tempo nos horários tradicionais de aula. A demanda

hipotética de professores para o Ensino Médico é de quase 354 mil

cenário

Page 154: ERICA NICACIO HORNINK - unifal-mg.edu.br · ESA – Estágio Supervisionado em Administração ... 5.2.7 Curso de Letras Português e Espanhol ... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS …

153

docentes, sendo que muitos daqueles que hoje estão em sala de aula,

não possuem habilitação para exercer tal atividade.

qe45-

2

Será indispensável que a “universidade” estabeleça a contratação de

professores para completar o quadro de docentes necessários ao

andamento do curso. Considerando a expansão por que passa a

“universidade” no atual momento, a equipe de elaboração deste projeto

entende ser possível sanar esta necessidade com a liberação de novas

vagas para a Instituição prometidas pelo MEC.

estrutura prevista

qe50_

51

Diante da proposta pedagógica do Curso de Química – Licenciatura

modalidade a distância, visualizamos a necessidade de futuras

contratações de professores e de técnicos administrativos para a

“universidade”, capacitações específicas em EAD para a

implementação desta proposta e investimentos na estrutura física e

humana do CEAD.

estrutura prevista

qe51-

2

Apontamos ainda a necessidade de aquisição de automóvel para

transporte da equipe de EAD da universidade entre os pólos, a

contratação de motorista para as atividades presenciais nos pólos. De

acordo com a proposta, necessitaremos de recursos financeiros

provenientes dos municípios para a realização das Atividades

Acadêmico-científico-culturias a cada término de ano levito.

estrutura prevista