boletim do sindicato dos professores das universidades ... · lho como tarefa dos dirigentes da...

8
Boletim do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina | Florianópolis, julho de 2014 | nº 794 Leitos fechados do HU comprometem atendimento e formação acadêmica APOSENTADORIA 3 SINDICATO 7 Para se aposentar com salário acima do teto do INSS, servidor precisa aderir ao Funpresp Projeto de lei prevê alterações nos procedimentos de escolha dos conselheiros do TC PELO ESTADO 6 Meio-passe e mais segurança são reivindicações da comunidade acadêmica da UFSC em Curitibanos

Upload: vuongnguyet

Post on 14-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Boletim do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina | Florianópolis, julho de 2014 | nº 794

Leitos fechados do HU comprometem atendimento e formação acadêmica

APOSENTADORIA 3 SINDICATO 7

Para se aposentar com salário acima do teto do INSS, servidor precisa aderir ao Funpresp

Projeto de lei prevê alterações nos procedimentos de escolha dos conselheiros do TC

PELO ESTADO 6

Meio-passe e mais segurança são reivindicações da comunidade acadêmica da UFSC em Curitibanos

2 Apufsc-Sindical | Julho 2014

Estaríamos presenciando algo “normal” se não estivéssemos no século XXI e em uma universidade que já ultrapassou meio século de existência: a precarização do tra-balho docente, o desrespeito às leis, a pre-valência do interesse de grupos distintos em lugar do coletivo, entre outros.

Quando denunciamos as condições pre-cárias de trabalho na UFSC estamos nos re-ferindo de forma abrangente ao desrespeito aos limites do corpo e da mente. A intensi-ficação do trabalho, na percepção dos pro-fessores, faz com que se vejam trabalhando mais, executando tarefas administrativas que os privam do tempo necessário para o de-senvolvimento de outras atividades. Nesse processo os docentes passam a apresentar exaustão emocional que se manifesta em nervosismo, estresse, cansaço mental, es-quecimento e insônia.

O que presenciamos são professores trabalhando em ambientes com sérias de-ficiências nas condições básicas de infra-estrutura do ambiente laboral: ausência de espaços para descanso/repouso, salas de aulas inadequadas, falta de laboratórios e de servidores de apoio e, sobretudo, falta de segurança.

Falando em segurança, a deficiência de pessoal efetivo capacitado para combater as diversas ocorrências no campus da UFSC deixa todos os servidores, alunos e público em geral com uma clara sensação de lugar inseguro, pois muito se tem divulgado sobre os diversos delitos, crimes e atos de vanda-lismo que frequentemente acontecem.

Os docentes do campus da UFSC em Curitibanos filiados à Apufsc-Sindical vêm reivindicando melhorias nas condições de trabalho, haja vista que nem mesmo espaço suficiente para trabalhar eles possuem: “se descontarmos as estações de trabalho, cada professor tem cerca de 2m² para trabalhar, guardar livros, provas e documentos”. A fal-ta de técnicos de laboratório é outra questão que exige providências, pois os docentes

se veem obrigados a organizar o ambiente e fazer a limpeza dos laboratórios para que possam ministrar aulas práticas. Acrescente--se a isso que nem mesmo a rede elétrica do campus apresenta segurança face à carga dos equipamentos em uso.

Problemas semelhantes são encontra-dos no campus de Florianópolis, apresenta-dos pelos cursos de Cinema e Odontologia. Neste último a situação ficou tão crítica que a Vigilância Sanitária interditou as clinicas odontológicas devido à absoluta falta de condições de funcionamento, incluindo até a queda de uma parede na cabeça de um alu-no. No curso de Cinema a falta de espaço físico, de servidor e de laboratórios fez com que aulas fossem suspensas.

Considerando que o ambiente é inade-quado, é fácil deduzir que o aluno que recebe os frutos do trabalho do professor não está sendo bem atendido, o que pode ser parte da causa de tantas desistências e abando-nos; basta ver a quantidade de vagas ociosas ofertadas recentemente, principalmente nos campi de Curitibanos e Araranguá.

A partir do REUNI a intensificação da precarização do trabalho na UFSC, em seus diversos campi, tomou uma proporção incompatível com o que se espera de uma universidade do porte e importância da nossa UFSC.

A Apufsc-Sindical está ciente dos proble-mas gerados pela falta de condições básicas para o bom trabalho do docente e empenha--se na busca de soluções, pois para este sindicato as pessoas são realmente impor-tantes. Entende que existem duas situações: aquela referente à precariedade no ambien-te de trabalho e que merece a atenção dos dirigentes institucionais, e outra referente à autonomia universitária.

Face a tantas solicitações decorrentes da inadequada situação em que se encontram tanto cursos como campi faz-se necessário alertar para a gestão de ambientes de traba-lho como tarefa dos dirigentes da UFSC.

A UFSC cresceu muito, impondo uma nova visão de gestão universitária. Não há mais espaço para amadorismo e sim para práticas administrativas que visem à efici-ência e eficácia organizacionais aliadas à qualidade acadêmica, imprescindíveis para a condução da universidade.

A comunidade acadêmica, incluindo os gestores institucionais, deve se responsabi-lizar por mudanças necessárias, começando pela definição dos papéis dos colegiados, que deveriam estar voltados para “planeja-mento e distribuição de tarefas com avalia-ção de resultados” ao invés de serem usados como “órgãos representativos politicamente”.

Os problemas acima destacados devem ser sanados com a aplicação de boas práti-cas administrativas, a começar por planeja-mento, organização, coordenação, liderança e controle. Estas práticas independem da tão discutida e pouco entendida autonomia universitária.

Melhorias nas condições de trabalho são obtidas com ações administrativas. Vale lem-brar que as dificuldades enfrentadas pelo campus de Curitibanos podem ser credita-das, ao menos parcialmente, ao fato de que em menos de cinco anos por lá passaram quatro administradores.

A falta de profissionalismo na gestão uni-versitária não deve ser vista como uma ques-tão de autonomia, pois autonomia é algo que se conquista preferencialmente, mas não so-mente, pela competência gerencial, pela efi-cácia e eficiência administrativas, por ações concretas decorrentes de uma ampla visão do complexo universo em que se situa uma IFES, com seus atores internos e externos.

São pessoas que ditam as normas, que definem as exigências, que determinam o que deve ser feito e são pessoas que acatam tudo isso. Portanto, a questão maior centra--se na solução para os males encontrados nas condições de trabalho na UFSC e tal ta-refa exige comprometimento, responsabilida-de e competência gerencial.

EDITORIAL

Diretoria do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina - Apufsc-Sindical

Condições de trabalho: lamentar ou solucionar?

3Apufsc-Sindical | Julho 2014

APOSENTADORIA

Professores que ingressaram no serviço público após 2013 precisam ficar atentos quanto à aposentadoria

trabalhador que ingressou no serviço público após o dia 4 de fevereiro de 2013 precisa ficar atento com relação à aposentadoria. Com a criação da Fundação de

Previdência Complementar dos Servidores (Funpresp) as regras para aposentadoria mudaram radicalmente e têm como teto os valores pagos pelo INSS, hoje em R$ 4.390,24. Para garantir uma aposentadoria acima deste valor, e ainda receber a contrapartida do governo, o servidor precisar aderir a Funpresp e contribuir com 8,5% do que exceder o teto, e terá a mesma contribuição patronal para a previdência complementar. Ou seja, se contribuírem com 8,5% terão 17% de contribuição sobre o que exceder o teto. Caso optar por não aderir, o que não é obrigatório, terá que gerenciar seus recursos, sem contrapartida, e garantir sozinho uma aposentadoria maior que o teto do INSS.

Nos últimos anos foram realizadas três reformas da Previdência. Na primeira, em 1998, os servidores perderam a prerrogativa de uma aposentadoria diferenciada dos demais trabalhadores. A segunda reforma, em 2003, acabou com a integralidade e a paridade e os servidores passaram a ter aposentadoria pela média. Em 2012 foi aprovada a terceira reforma e instituída a Previdência Complementar para quem deseja se aposentar com salário acima do teto do INSS.

Com isso, hoje existem quatro tipos de aposentadoria. A primeira é para quem tinha direito de se aposentar até dezembro de 2003 e que tinha o direito da aposentadoria integral, ou seja, mesmo salário da época da ativa, e paridade, com o mesmo reajuste dos ativos. Neste caso, não deixam mais pensões integrais para os dependentes e contribuem para a previdência mesmo após a aposentadoria.

No segundo tipo estão os que entraram no serviço público antes de 2003. Neste caso, terão aposentadoria integral e paridade se cumprirem todos os requisitos da aposentadoria voluntária que é de 35 anos de contribuição e 60 anos de idade se for homem e 30 anos de contribuição e 55 anos de idade se for mulher. Se forem do Ensino Básico, terão cinco anos a menos de contribuição. Mas em todos os casos, precisam ter 20 anos de serviço público, 10

O

anos na carreira e cinco anos no cargo.Os servidores que entraram entre

janeiro de 2004 e fevereiro de 2013 não tem direito à aposentadoria integral paridade. A aposentadoria será calculada pela média de 80% das contribuições e seus reajustes, quando aposentados, serão os mesmo do INSS, sem relação com os ativos. Contribuem com 11% do bruto e deverão também cumprir todos os requisitos da aposentadoria voluntária.

Já o quarto tipo é para quem entrou no serviço público após fevereiro de 2013. Após cumprirem todos os requisitos da aposentadoria voluntária, receberão o teto do INSS. Para garantir uma aposentadoria maior, precisam aderir ao Funpresp. Se não aderir, o servidor poderá optar por investir em fundos de pensão privados, mas sem a contribuição patronal, isso significa que terá apenas metade do valor acumulado que teria se tivesse aderido à Fundação.

De acordo com Antônio Augusto de Queiroz, analista político e diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), para o novo servidor é um bom negócio ingressar na previdência complementar, porque só na hipótese de aderir à Funpresp ele terá direito à contrapartida da patrocinadora na formação de reservas para complementação da aposentadoria. “Se não aderir, deixa de receber ou abre mão de 8,5% sobre a parcela de sua remuneração que exceda o teto do INSS, que seria capitalizada, juntamente com o que decidisse poupar, para efeito

de complementação de aposentadoria”, destaca e acrescenta que “se, por questões ideológicas, quiser questionar a reforma previdenciária, que acabou com a paridade e a integralidade, é legítimo que o faça, mas questione filiado ao fundo de pensão, porque se não houver o retorno da situação anterior, e dificilmente haverá, o servidor pelo menos estará protegido com a complementação de sua aposentadoria”.

Segundo Queiroz, em todas as empresas privadas ou estatais que instituíram o fundo de pensão, quem não aderiu se arrependeu. “Enquanto os que aderiram se aposentaram logo após completar os requisitos para aquisição do benefício pelo INSS, porque contaram com a complementação do fundo de pensão, os que não aderirem morrem trabalhando, porque não conseguem manter o padrão de vida apenas com o beneficio do Regime Geral”, alerta.

Para a Apufsc-Sindical, só uma mudança constitucional pode reverter a situação. Para isso, precisaria do apoio da ampla maioria do Congresso Nacional, o que não é fácil. Um exemplo da resistência do governo com as mudança na aposentadoria é aprovação da PEC 555, que prevê o fim da contribuição previdenciária dos servidores aposentados. Mesmo com toda a pressão de sindicatos e entidades que representam servidores, a matéria que está pronta para entrar na Ordem do Dia da Câmara dos Deputados, não é votada por determinação do Palácio do Planalto, que alega déficit na previdência.

4 Apufsc-Sindical | Julho 2014

CAPA

número de leitos fechados hoje no Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de San-ta Catarina (USFC) corresponde

ao tamanho do Hospital Florianópolis. O problema, que já é antigo, e tem ficado cada dia pior, tem como solução a contratação de pelo menos 450 novos funcionários para o Hospital, o que viabilizaria o funcionamento dos leitos. Entre os cem leitos fechados, estão trinta que nunca foram usados. Esses núme-ros fazem parte, entre outras, de duas alas, a de queimados e psiquiatria, que não existem em nenhum outro hospital na Capital e nun-ca chegaram a ser inauguradas no HU.

A não utilização desses leitos prejudica não só a população que necessita do atendi-mento no HU, mas também os mais de 800 alunos que estagiam no hospital. O profes-sor Carlos Alberto Justo da Silva, diretor do HU, destaca a importância dessas alas para a formação dos profissionais que não po-dem passar pela universidade sem contato com essas áreas delicadas.

A solução para a contratação de novos funcionários e consequente reabertura dos leitos fechados e abertura dos leitos novos é vista hoje por meio da adesão à Empre-sa Brasileira de Serviços Hospitalares (Eb-serh), que disponibiliza os recursos para os Hospitais Universitários do país todo. A empresa, de fundos públicos, mas de direi-to privado, foi criada pelo governo federal para gerir os HUs, otimizando os gastos com estes. A Universidade Federal de Santa Catarina é a única universidade com Hos-pital Universitário 100% SUS que ainda não aderiu à empresa.

O temor de muitos gira em torno de uma possível privatização do Hospital, medo que tanto Carlos Alberto, quanto Jussara Gue Martini, vice-coordenadora do curso de enfermagem e representan-te do curso no Conselho Diretor do HU, consideram inverídicos. Para Martini “Há um equívoco nessas posições no sentido de dizer que aderir à Ebserh é deixar de ser pú-

O blico, quando na própria cláusula de adesão está expresso que um hospital para aderir à empresa tem que ser 100% SUS, e essa é uma das principais razões para o Hospital de Clínicas de Porto Alegre não ter aderi-do, porque ele atende convênios e pacientes privados. Às vezes há uma dificuldade de compreensão das origens, das finalidades da própria Empresa”.

Carlos Alberto cita o artigo 3º da lei que criou a Empresa, que fala sobre a ne-cessidade de o hospital atender totalmente gratuitamente para ser vinculado a Ebserh. A lei diz que “as atividades de prestação de serviços de assistência à saúde de que trata o caput estarão inseridas integral e exclu-

sivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.” Outra questão ligada a Eb-serh é a forma de contratação de novos funcionários, que passaria a ser CLT. Para amenizar possíveis perdas na aposentado-ria, o salário dos novos concursados seria maior dos profissionais que já atuam nos hospitais.

Martini explica que os principais temo-res de que a Ebserh passaria a administrar o HU, quando na realidade o papel dela seria gerenciar os gastos, são infundados, já que cada universidade determina como vai ser o contrato com a empresa, especificando pon-tos que dizem respeito ao funcionamento individual de cada hospital. O contrato tem duração de dois anos e pode ser revisto após o final desse tempo. Antes da assinatura do contrato com a Empresa acontece a fase de

adesão onde ela diagnostica os principais problemas do hospital e número de pessoas necessárias para contratação.

A UFSC está discutindo a adesão à em-presa por meio de uma comissão designada pelo Conselho Universitário (CUn) e que é presidida pela vice reitora Lúcia Pacheco. As reuniões estavam paradas, segundo uma nota da reitoria, porque aguardavam a fina-lização de um relatório e foram retomadas no último dia 27 de junho. Nessa mesma nota a reitoria afirma que irá encaminhar uma proposta para que haja uma consulta à comunidade, por meio de um plebiscito, sobre aderir ou não à Ebserh.

Para Martini, não há tempo para uma consulta pública, já que isso demandaria tempo para esclarecimentos e o Hospital precisa de recursos para voltar ao seu ple-no funcionamento o mais rápido possível. Martini ainda ressalta que “se a Universida-de hoje disser que tem condições de manter o hospital em funcionamento e que pode-mos fazer um concurso para repor todos os profissionais que estão faltando, nem esta-ríamos aqui discutindo essa questão, mas essa possibilidade não existe, a Universida-de tem dito enquanto instituição que não há recursos para garantir os profissionais necessários que estão faltando nas Clínicas Médicas e leitos neonatais que estão fecha-dos.” O diretor do HU também falou nesse sentido, ressaltando que a questão se resu-me em “o MEC diz que se for para governo federal resolver, tem que aderir a Ebserh, se não for aderir cabe à Reitoria dizer como vai resolver o problema dos HUs”.

O HU possui hoje duzentos leitos em funcionamento e a preocupação principal de Carlos Alberto é que o hospital volte a funcionar plenamente e que tenha sua ca-pacidade de atendimento expandida. Ele ainda afirma que quem mantem efetiva-mente hoje o Hospital é o SUS e que para ele não importa o modelo jurídico de admi-nistração do HU, contanto que ele cumpra sua missão de ensino, pesquisa, extensão e

Falta de recursos impede a abertura de alas essenciais para o HU da UFSCHospital Universitário tem um terço dos leitos fechados devido ao déficit de 450 funcionários

As alas de queimados e psiaquiatria, que não existem em nenhum outro hospital da Capital, nunca chegaram a ser inauguradas

5Apufsc-Sindical | Julho 2014

CAPA

atendimento à população. No Portal do MEC há um texto expli-

cando a empresa que diz que “a Ebserh tem por finalidade a prestação de serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e te-rapêutico à comunidade, assim como a prestação às instituições públicas federais de ensino ou instituições congêneres de serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde pública, observada, nos termos do art. 207 da Constituição Federal, a autonomia universitária.” Diante disto, tanto Carlos Alberto, quanto Martini, acreditam que a empresa não fere os princípios e a missão do hospital, mas que alguns pontos devem ser discutidos antes da assinatura do con-trato com a empresa, para que não haja in-gerência dentro do Hospital.

Situação nas instituições que já aderiram à Ebserh

Dos 47 Hospitais Universitários do país ligados às 33 Universidades Federais,

23 já assinaram contrato com a Ebserh e o restante, em sua maioria, está em pro-cesso de adesão. Em contato com profis-sionais de outros Hospitais que assinaram contrato com a empresa, tanto Carlos Al-berto quanto Martini destacam que o que foi dito é que o problema de defasagem de pessoal foi resolvido. “Recentemente rece-bemos uma colega da Universidade Fede-ral do Rio Grande do Norte e ela destacava que, a partir da adesão, o HU pode ter a contratação de mais de 400 funcionários que estavam deficitários. Nós pergunta-mos sobre essa dúvida sobre a gestão, se a empresa interfere na gestão hospitalar, e o pessoal diz que não há nenhuma ingerên-

cia da empresa nas decisões cotidianas.” afirma Martini.

Apesar das boas críticas que a direção do HU daqui tem recebido, alguns pro-blemas foram diagnosticados nos Hospi-tais que aderiram a Ebserh. Em um dos casos, o Ministério Público do Distrito Federal chegou a pedir no ano passado a suspensão do contrato do Hospital Uni-versitário de Brasília com a Ebserh porque a empresa feria a autonomia universitária. Outro caso é o do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Minei-ro, no qual trabalhadores fizeram um ato em defesa do HC, mostrando que um ano após a adesão à Ebserh o hospital apresen-ta número insuficiente de trabalhadores, falta de medicamentos, roupas de cama e insumos em geral.

Para a Frente Nacional contra a priva-tização da saúde, a solução para os proble-mas de recurso e falta de pessoal não é a Ebserh, mas sim a alocação de mais recur-sos financeiros para os HUs e concursos públicos para suprir a carência de recursos humanos.

Universidades que já aderiram ao Ebserh

A rede de hospitais universitários federais é formada por 47 hospitais vinculados a 33 universidades federais, destas, 19 assinaram contrato com a Ebserh:

Universidade Federal do PiauíUniversidade Federal de AlagoasUniversidade Federal da BahiaUniversidade Federal do CearáUniversidade Federal do MaranhãoUniversidade Federal da ParaíbaUniversidade Federal de PernambucoUniversidade Federal do Vale Do São FranciscoUniversidade Federal do Rio Grande Do NorteUniversidade Federal de SergipeUniversidade Federal de Mato Grosso Do SulUniversidade Federal de Mato GrossoUniversidade de BrasíliaUniversidade Federal da Grande DouradosUniversidade Federal do AmazonasUniversidade Federal de Santa MariaUniversidade Federal do Espírito SantoUniversidade Federal de Minas GeraisUniversidade Federal do Triângulo Mineiro

“Não importa o modelo de administração, desde que cumpra a missão de ensino, pesquisa, extensão e atendimento”, diretor do HU

6 Apufsc-Sindical | Julho 2014

PELO ESTADO

studantes do campus da Univer-sidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em Curitibanos não têm direito ao meio-passe no transpor-

te coletivo da cidade e desencadearam uma campanha para tentar reduzir a passagem, hoje fixada em R$ 2,50 para percorrer pouco mais de 5km entre o Centro e o campus. O Centro Acadêmico já realizou vários encon-tros para discutir o assunto com a Prefeitura Municipal de Curitibanos, mas até o mo-mento não conseguiram sensibilizar o Po-der Público sobre a necessidade da redução dos valores da passagem. A própria admi-nistração do campus já encaminhou ofício ao prefeito municipal, José Antônio Guidi, apontando a necessidade da implantação do meio-passe aos estudantes.

No documento, o diretor geral do cam-pus, Leocir José Welter, lembra que a UFSC em Curitibanos contam com mais de 650 alunos, oriundos de diferentes regiões e per-tencentes a diferentes classes sociais. Segun-do ele, na média, o campus apresenta o maior

E

Acadêmicos do campus da UFSC em Curitibanos lutam pela implantação da meia passagem

percentual de alunos classificados como so-cialmente vulnerável de toda a UFSC, “Esta condição social de muitos alunos torna di-fícil a sua permanência na Universidade, exigindo políticas de ações afirmativas para que estes concretizem o sonho de conquistar um diploma em uma Universidade Federal”, afirma Welter.

Estudantes e direção do campus afirmam que a UFSC está promovendo o desenvolvi-mento econômico e social em Curitibanos “na medida em que propicia novas opor-tunidades de emprego e renda”. Segundo Welter, a estimativa de investimento gerado no primeiro semestre de 2014, através de seus acadêmicos, é de aproximadamente R$ 2.614.396,00. “Diante do exposto, acredita-mos que através da concessão do meio-passe aos estudantes, a prefeitura municipal desta cidade estará dando um passo importante no sentido de acolher a Universidade e os estudantes que aqui decidiram buscar sua formação, bem como dará uma contraparti-da ao investimento que vem sendo feito pela

Universidade. Para aqueles que têm condi-ção, o recurso economizado com o passe certamente será injetado na economia de Curitibanos, promovendo o desenvolvimen-to econômico e social do município”, defen-de o diretor.

Outra preocupação da comunidade uni-versitária de Curitibanos é com relação a se-gurança. A falta de iluminação e a ausência de controle de quem entra e sai do campus tem deixando professores, servidores e alu-nos aflitos, já que não existe nenhum tipo de cercamento do prédio. No período da noi-te a sensação de insegurança é ainda maior. Alguns bolsões de estacionamentos ficam isolados, facilitando a ação de marginais. Segundo os estudantes já houve caso de ten-tativas de estupro próximo a Universidade e não são raros os saques nas repúblicas que ficam próximas ao campus. Eles pedem mais apoio da própria UFSC para melhorar a si-tuação, mas também cobram ações eficazes do poder público, como rondas policiais no entorno do campus.

CAMPUS

Projeto de lei propõe disponibilização de produção científica na internet

s instituições federais de edu-cação superior e de pesquisa poderão ter de disponibilizar, em formato digital, em site pró-

prio, toda a produção científica de seus professores, pesquisadores e alunos. É o que prevê o Projeto de Lei 6702/13, apre-sentado pela deputada Iracema Portella (PP-PI).

De acordo com o projeto, a obrigato-riedade abrangerá, no mínimo, as disser-tações e teses defendidas na instituição e artigos científicos, livros, capítulos de li-vros e trabalhos apresentados em eventos pelos professores, pesquisadores e alunos

A de mestrado e doutorado.Ainda conforme o texto, os repositó-

rios digitais das diversas instituições serão integrados em rede, de acordo com nor-mas estabelecidas pelo órgão federal de ciência, tecnologia e inovação responsável.

A deputada destaca que muitas uni-versidades já mantêm repositórios ins-titucionais digitais para a disseminação de sua produção científica e técnica, mas ainda não é uma prática consolidada em todo o país, e alguns são desatualizados. Segundo ela, a Biblioteca Brasileira de Te-ses e Dissertações, mantida pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e

Tecnologia (Ibict), também é uma inicia-tiva nessa direção.

“O projeto pretende dar maior supor-te normativo a essa atividade”, afirma. “O acesso a essa informação é indispensável para a formação de pessoal e para o de-senvolvimento da investigação científica e tecnológica no País”, complementa.

TramitaçãoDe caráter conclusivo, a proposta será

analisada pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Educação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (Fonte: Agência Câmara)

7Apufsc-Sindical | Julho 2014

SINDICATO

Jurídico alerta sobre possíveis golpes contra os professores

Alguns professores que têm direito ao reajuste das cadernetas de poupança em decorrência de planos econômicos, conforme já divulgado pela Apufsc-Sindical, estão sendo procurados por advogados e entidade sque dizem representar os interesses dos servidores. O Departamento Jurídico da Apufsc-Sindical alerta que, antes de contratar qualquer serviço com esses profissionais, verifique a idoneidade dos mesmos, pois muitos poupadores que têm direito ao reajuste podem ser vítimas de golpe. A orientação é que os professores procurem os advogados do Sindicato para mais informações antes de fechar qualquer contrato.

Vale lembrar que o Idec conseguiu decisão favorável e definitiva aos consumidores de todo o país com relação ao erro de rendimento aplicado às poupanças, por decorrência da troca de plano econômico em 1989, chamado Plano Verão. Esta ação vale tanto para quem tinha poupança na Caixa Econômica Federal, como no Banco do Brasil.

Outro golpe está sendo aplicado por uma entidade que se denomina Associação dos Investidores em Aposentadoria Complementar (Assiac), que envia correspondência às vítimas afirmando que há saldo de rateio do fundo de reserva do plano de aposentadoria complementar e pecúlio recolhido anteriormente e que foi cancelado sem prévio aviso. No documento encaminhado pela suposta entidade, são colocados os valores que o aposentado tem direito a receber, mas para isso acontecer são cobradas algumas taxas antes do dinheiro ser liberado. Ocorre que depois de receber os valores dessas taxas, a Assiac desaparece, sem que os supostos recursos sejam liberados ao aposentado.

Abaixo-assinado pede aprovação da PEC 555

A Apufsc-Sindical está organizando um abaixo-assinado pedindo para que a PEC 555/06 seja votada em plenário da Câmara dos Deputados. A PEC prevê o fim da contribuição previdenciária dos servidores públicos aposentados e pensionistas. Para o Sindicato, a contribuição “é um absurdo jurídico e uma cruel injustiça. Criada pela Emenda Constitucional nº 41/03, a taxação é fruto de um remendo jurídico, já que fere princípio constitucional ao criar uma contribuição sem qualquer benefício em troca. Qual a vantagem para quem paga a contribuição? Nenhuma”, destacam os diretores da Apufsc.

Ao lado de mais de 500 outras entidades, como o Mosap, Anfip, Sindifisco, a Apufsc entra na luta nacional em favor da PEC 555, que está pronta para a inclusão na Ordem do Dia.

Depois de arrecadar as assinaturas, o documento será encaminhado à Câmara dos Deputados, Senado Federal, Governo Federal, Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores.

campanha “Conselheiro Cidadão – por um tribunal de contas da so-ciedade catarinense” que tem com principal objetivo agregar forças

da sociedade civil em torno de medidas que possam tornar o Tribunal de Contas do Esta-do de Santa Catarina (TCE/SC) e os tribunais de contas em geral mais efetivos e abertos ao diálogo com a sociedade, conseguiu uma im-portante vitória durante a eleição para a esco-lha do novo membro do órgão pela Assem-bleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) no dia 15 de julho. Uma liminar concedida pelo juiz Antonio Fornerolli, da Vara da Fazenda, determinou a suspensão do ato administrati-vo da Mesa Diretora da Alesc que determi-nou a abertura do prazo para inscrição de candidatos para o cargo de conselheiro, bem como todos os atos posteriores, caso já esco-lhido o membro, tais como homologação de candidaturas, votação, nomeação e investidu-ra no cargo. Com isso, a votação que elegeu o deputado Luiz Eduardo Cherem (PSDB) está suspensa.

Um dos pontos da campanha é o incenti-vo a candidaturas ao cargo de conselheiro por pessoas comprometidas com a efetividade do controle externo e a democratização dos tribu-nais de contas. Desde que se tornou pública, no dia 12 de maio, a campanha já ganhou a ade-são de mais de cinquenta entidades estaduais e nacionais, entre associações empresariais, ob-servatórios sociais, sindicatos de trabalhado-

Entidades barram escolha do novo conselheiro do TC de Santa Catarina

A res e patronais, além de federações estaduais e centrais sindicais, entre elas a Apufsc-Sindical.

Durante o lançamento foi apresentado o Projeto de Lei Complementar que prevê al-terações nos procedimentos de escolha dos conselheiros, dando mais transparência e en-volvendo a sociedade nesse processo. O PLC já tramita na Assembleia Legislativa.

Para o presidente da Associação Nacional do Ministério Público de Contas, Diogo Rin-gerberg, um dos organizadores da campanha, “É preciso assumir o papel de protagonistas nessa discussão. Não há um só dia que o tri-bunal de contas não interfira na vida dos ci-dadãos, seja no preço da passagem do ônibus, nos serviços de saúde ou de segurança. A fisca-lização eficiente permite melhorias significati-vas na qualidade da aplicação dos tributos”.

Por ser uma pauta aberta e um convite à participação em uma ação cidadã e coletiva, a pauta não esgotou no lançamento. Todas as ideias serão recepcionadas calorosamente pela campanha e submetidas ao debate pú-blico. “O momento requer união de forças e de ideais, para que a ampla competência con-ferida aos tribunais de contas sirva de forma efetiva para a construção de um país melhor”, afirma Jaime Klein, presidente do Observató-rio Social de São José.

Para apoiar a campanha, a Apufsc dispo-nibilizou, em todas as sedes do Sindicato, o abaixo-assinado para conseguir o maior nú-mero de adesões pela aprovação do PLC.

A partir deste mês, os associados receberão por e-mail, semanalmente, uma newsletter com as últimas notícias do Sindicato, eventos a serem realizados, artigos de opinião e outras informações para que fiquem sempre bem informados sobre o que acontece na Apufsc-Sindical.

INFORMES

Publicação mensal do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical)

DIRETORIA GESTÃO 2012/2014 PRODUÇÃO

Jornalista Responsável Clodoaldo Volpato (SC - 2028 JP)Projeto Gráfico Cristiane Cardoso (SC-634 JP)Editoração Eletrônica Bianca Enomura

Textos e revisãoJennifer Hartmann

Impressão Gráfica Rio SulTiragem 3.800 exemplaresDistribuição gratuita e dirigida

ENTRE EM CONTATO

Endereço: Sede da Apufsc, Campus Universitário, CEP 88040-900, Florianópolis/ SC

(48) 3234-5216 | 3234-3187

www.apufsc.org.br

[email protected]

O conteúdo dos artigos assinados é de responsabilidade dos autores

Presidente Marcio Campos

Vice-Presidente Alexandre Verzani Nogueira

Secretário Geral Bernadete Limongi

1ª Secretária Rose Elaine de Liz Waltrick

Diretor Financeiro Mauro Amaral Caldeira de Andrada

Diretor Financeiro Adjunto Antônio de Miranda Wosny

Diretor de Divulgação e Imprensa Raquel Carolina Souza Ferraz D'Ely

Diretor de Promoções Sociais, Culturais e Científicas Edinice Mei Silva

Diretor de Assuntos de Aposentadoria Luiz Salgado Klaes

CONSELHO FISCAL 2013/2015

Titulares João Randolfo PontesJosé Arno ScheidtSinésio Stefano Dubiela OstroskiSuplentes Altamiro Damian PréveNivaldo João dos Santos

sorteio dos pacotes de viagem a Porto Seguro, na Bahia, para os professores que fizeram o re-cadastramento e para os novos

filiados à Apufsc-Sindical aconteceu no dia 27 de junho, na sede do Sindicato, no Campus Universitário, em Florianópolis. Entre os novos associados foi contemplado o professor Cristtian Arantes Paixão e, en-tre os docentes que entregaram a ficha de recadastramento, foi sorteada a professora Carine Liste Glienke, ambos do campus da UFSC em Curitibanos.

Os ganhadores levaram um pacote de viagem com três diárias em apartamen-to DBL, tipo standard ou equivalente, em um hotel quatro estrelas, em Porto Seguro, com direito a acompanhante, café da ma-nhã e jantar, passagens aéreas de ida e vol-ta, transfer aeroporto/hotel/aeroporto e R$ 2.500,00 em dinheiro.

De acordo com o regulamento da cam-panha, os prêmios são pessoais e intrans-

Professores do campus da UFSC em Curitibanos ganharam os pacotes de viagem para Porto Seguro

O feríveis. O contemplado poderá indicar à Apufsc-Sindical a data na qual deseja rea-lizar a viagem, com no mínimo 30 dias de antecedência. Os associados ganhadores deverão, no ato do recebimento do prêmio, assinar o recibo de entrega do respectivo prêmio. Neste mesmo ato, os contemplados deverão, ainda, apresentar e entregar cópias dos seus documentos pessoais (RG e CPF) que, de posse da Apufsc-Sindical, junta-mente com os recibos, constituirão prova da entrega dos prêmios. Tais documentos serão mantidos sob a guarda da Apufsc--Sindical pelo prazo de três anos após o tér-mino da promoção.

Ainda de acordo com as regras, a res-ponsabilidade da Apufsc-Sindical com os associados contemplados encerra-se no momento da entrega do prêmio, que será comprovada mediante a assinatura do re-cibo de entrega, não cabendo ao associado ganhador discutir ou redefinir as condições e premissas da Campanha ou do prêmio.

Regras para a utilização dos auditórios do Sindicato

Para organizar melhor a utilização dos auditórios da Apufsc-Sindical por parte dos associados, a Diretoria do Sindicato elaborou regulamento visando estabelecer critérios para preservar equipamentos dispo-níveis nos locais.

Atualmente o Sindicato conta com dois espaços para realização de eventos, um na sede do Campus Universitário, com capaci-dade para 30 pessoas sentadas, e outro na sede do Edifício Max & Flora, com 40 luga-res. De acordo com o regulamento, os audi-tórios são destinados para a realização de palestras, defesas de tese, apresentação de dissertação, TCCs, conferências, seminários e demais eventos socioculturais, artísticos, técnico-científicos ou outros, promovidos por professores associados à Apufsc, desde que se adequem às instalações.

Para a utilização destes espaços é preciso à prévia autorização da Diretoria de Promoções Sociais, Culturais e Científicas. A solicitação para utilizar os auditórios deverá ser feita através do formulário preenchido que está disponível no site da Apufsc, com antecedência mínima da data do evento.

O regulamento para a utilização dos au-ditórios está disponível no site do Sindicato.

Evento de agostoXV Encontro Estadu-al de História - 1964-2014: Memórias Tes-temunhos e Estado.

Local: sede Campus Universitário da Apufsc-Sindical

12/13/14ago

CLO

DO

ALD

O V

OLP

ATO

/APU

FSC

-SIN

DIC

AL

Sorteio foi realizado durante as comemorações dos 39 anos de fundação da Apufsc-Sindical