boletim científico do centro de simulação e pesquisa … · 3. expediente. a responsabilidade...
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ISSN 2238-3042 EDIÇÃO 52 ANO 09 ABRIL 2018
Boletim Científico do Centro de Simulação e Pesquisa São Camilo
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1 • Serão aceitos trabalhos originais (pesquisa qualitativa ou quantitativa), revisão de literatura, relato de experiência, rela-to de caso, e estudo reflexivo.2 • Para cada estudo, a metodologia segue nos seguintes pa-drões:Pesquisa qualitativa: Título, resumo, palavras-chave, introdu-ção, objetivo, metodologia, trajetória metodológica, constru-ção dos resultados, considerações finais e referências. Pesquisa quantitativa: Título, resumo, palavras-chave, intro-dução, objetivo, metodologia, material e método, resultado e discussão, conclusão e referências. • Revisão de literatura: Título, resumo, palavras-chave, intro-dução, objetivo, metodologia, revisão de literatura, conside-rações finais e referências. • Relato de Experiência: Título, resumo, palavras-chave, intro-dução, objetivo, metodologia, descrição do relato de experi-ência, considerações finais e referências. • Relato de caso: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodologia, descrição de caso, considerações fi-nais e referências. • Estudo reflexivo: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodologia, descrição de reflexão, considerações finais e referências. 3 • Para apresentação dos trabalhos o texto deve vir em Word• Fonte Times New Roman, tamanho 12, justificado• No máximo 12 páginas, com espaçamentos entre linhas de 1,5 cm,• Margem superior de 3 cm, margem inferior de 2 cm, mar-gens laterais de 2 cm. • O texto não deve ultrapassar 15.000 palavras, excluindo re-ferências e tabelas. • O nº total de tabelas e ilustrações não deve ser superior a 6 e o da referências, a 20 citações. • O trabalho deve seguir o seguinte roteiro: Tema, resumo, palavra-chave introdução, método, resultado, considerações finais, referências.4 • Siglas, abreviaturas, unidades de medidas, nomes de ge-
nes e símbolos devem ser usados utilizando o modelo pa-drão internacional e de conhecimento geral. Na primeira ci-tação de siglas, elas devem vir acompanhadas do significado por extenso. 5 • Citações e referências devem seguir as normas de Van-couver. 6 • Caberá ao diretor científico julgar o excesso de ilustrações, suprimindo redundâncias. A ele caberá também a adaptação dos títulos e subtítulos dos trabalhos, bem como a prepa-ração do texto, com a finalidade de uniformizar a produção editorial. 7 • O conteúdo pode estar relacionado com apresentação de caso ilustrativo, atualização terapêutica, análise de métodos diagnósticos, apresentação de casuística etc.8 • Deverão ser enviadas as seguintes informações sobre o(s) autor (es): Nome completo, formação acadêmica, instituição a qual está vinculado, e-mail para contato, foto de rosto e uma titulação conforme prefere ser apresentado.9 • Ao enviar o texto, o autor estará automaticamente con-cordando com sua veiculação via correio e via Internet, não ficando responsável a Secretaria Técnica por sua reprodução ou utilização depois de publicado.10 • Cabe ao Departamento de Divulgação do IEP a data de publicação do artigo.11 • Ilustrações: constam de figuras e gráficos, referidos em números arábicos (exemplo: Fig.3, Gráfico 7), sob a forma de desenhos à nanquim, fotografias ou traçados (ECG etc).Se forem “escaneadas”, deverão ser enviadas em formato TIF ou JPG e ter , no mínimo, 270 DPI de resolução. CONSTAR FONTE. Quando possível deverão ser enviadas em forma ori-ginal. Somente serão aceitas as ilustrações que permitirem boa reprodução.12 • Os trabalhos devem ser encaminhados ao Núcleo de Pu-blicações do Centro de Simulação e Pesquisa São Camilo atra-vés do e-mail: [email protected]
Telefones para contato: (11) 3677-4507 / 3677-4405
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NO BOLETIM CIENTÍFICO DO CENTRO DE SIMULAÇÃO E PESQUISA SÃO CAMILO
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EXPEDIENTE
A responsabilidade pelos dados e conteúdo dos artigos é exclusiva de seus autores. Permitida reprodução total ou parcial dos artigos, desde que mencionada a fonte.
Sociedade Beneficente São CamiloPresidente: João Batista Gomes de LimaVice-Presidente: Anísio Baldessin 1º tesoureiro: Deolindo Francisco Guzi 2º tesoureiro: Adailton Mendes da Silva 1º secretário: Mateus Locatelli2º secretário: Mauricio Gris Superintendente: Antonio Mendes Freitas
Hospitais São Camilo de São PauloSuperintendente: Mário Luis Kozik
Redação e AdministraçãoOs manuscritos deverão ser encaminhados para: IEP - Hospital São Camilo Rua Tavares Bastos, 651 - PompeiaCEP 05012-020 - São Paulo - SP ou enviados para os e-mails: [email protected]
Diretora Editorial: Dra. Lucia Milito EidDiretora Científica: Profa. Dra. Ariadne da Silva FonsecaCoordenação Editorial: Elisabete RochaProdução Editorial: Elisabete RochaJornalista Responsável: Hugo Politi PacíficoEditor de Arte: Fabiana Sant´AnaProdução Gráfica: NywgrafTiragem: 1000 exemplaresDiagramação: Ei Viu! Design e Comunicação
Conselho Editorial• Adriano Francisco Cardoso Pinto• Alexander Aredes Sobrinho• Ana Lygia Pires Melaragno• Ana Lucia das Graças Gomes• Ariadne da Silva Fonseca• Carla de Oliveira Assis• Carlos Augusto Dias • Carlos Gorios• José Antonio Pinto• Eli Szwarc• Lucia Milito Eid• Marco Aurélio Silvério Neves• Rita de Cássia Calegari• Rogerio Quintela Pirotto• Tania Regina Guedes• Vânia Ronghetti• Viviane Cristina da Silva Marcellani
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SUMÁRIO
Editorial
Manutenção dos Órgãos do Potencial Doador na Morte Encefálica: avaliação do conhecimento dos discentes
Maintenance of a Potential Donor’s Organs upon Encephalic Death:
evaluation of students’ knowledge
Mantenimiento de los Órganos del Potencial Donador en la Muerte Encefálica:
evaluación del conocimiento de los discentes
Isabella Lima
Lilian Patricia Suguimoto
Yasmine Cugler Rodolpho
Johrei a Distância com Suporte de Mídia Social: uma terapia não farmacológica complementar para o tratamento dos sintomas da depressão
Johrei a Distance With Social Media Support: a complementary non pharmacological therapy for
the treatment of depression symptoms
Johrei a la Distancia con Soporte de Media Social: una terapia no farmacológica complementaria
para el tratamiento de los síntomas de la depresión
Cláudio Boghi
Rafael Silveira Xavier
Maurício Mendes Faria
Vigilância de Óbito Infantil no Espírito Santo Brasil
Children Death Surveillance in Espírito Santo - Brazil
Vigilancia de Muertes Infantiles en Espírito Santo - Brasil
Ulysses Maria Pereira Silva
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A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo realizou nos dias 1 e 2 de março, o
II Simpósio de Educação Continuada da Rede, na Unidade Pompeia. Este evento foi
construído em parceria entre Centro de Simulação e Pesquisa e o Serviço de Educa-
ção Continuada. O evento foi estruturado em dois dias. No primeiro dia ocorreram sete
workshops de diversos temas, como Técnicas de Modulagem, Construção de Cenários
e Técnicas de Debriefing, que aconteceram das 9h às 17h.
No segundo dia ocorreu a abertura oficial do evento, com representação da diretoria,
conferencias, talk show e mesa redonda com a participação de profissionais renomados
no mercado. Também tivemos a apresentação dos trabalhos científicos, e visita monito-
rada ao Centro de Simulação e Pesquisa.
O evento foi idealizado para profissionais e estudantes da área da saúde que buscam
atualização e expandir seus conhecimentos. Ter a casa cheia, nos dois dias de evento,
pode ser considerado um reflexo do empenho das equipes internas idealizadoras do
projeto e o objetivo constante da Rede em promover a geração de conhecimento cien-
tífico e a oferta de serviços e produtos competitivos, inovadores.
Este é um evento que vem se consolidando como um marco importante da Rede de
Hospitais São Camilo. Esperamos iniciar a organização do próximo Simpósio e poder
contar com a colaboração de todos para elaboração da programação científica.
Ainda para este ano estamos planejando o Congresso Internacional de Urgência e
Emergência e O Simpósio de Simulação Realística, Simpósio de Hotelaria, Simpósio de
Terapia Intensiva e Simpósio de Fisioterapia.
Cabe às Instituições, o trabalho de possibilitar momentos e atividades para transfor-
mar a postura dos profissionais perante a assistência, assim como qualificar a assistên-
cia pressupõe acrescer aos cuidados e tratamentos já instituídos estratégias de agir
com qualidade e segurança. A assistência prestada deve ter como foco o paciente, sua
família e o seu contexto de vida enquanto elementos para a construção de uma estru-
tura física, mental e comportamental capaz de possibilitar ao profissional de saúde uma
assistência integral e humanizada.
Convidamos a todos a participar dos eventos, que muito podem contribuir para o apri-
moramento profissional e a qualidade da assistência prestada.
Boa leitura a todos!!!!!!!!!
EDITORIAL
II Simpósio de Educação Continuada da Rede de Hospitais São Camilo
Ariadne da Silva FonsecaGerente do Centro de Simulação
e Pesquisa São Camilo
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Rede de Hospitais São Camilo in São Paulo held on March 1 and 2 its II Continued Education Symposium at the Pompeia Unit. This event was built in partnership between the Simulation and Research Center and the Continued Education Service. The event was structured in two days. On the first day there were seven workshops about several topics such as Modulation Tech-niques, Scenario Building and Debriefing Techniques, which were held from 9:00 a.m. to 5:00 p.m.
On the second day there were the official opening of the event, with the executive board representation, conferences, a talk show and a round table attended by renowned professionals in the market. We also had presentations of scientific works and a monitored visit to the Simulation and Research Center.
The event was idealized for health area professionals and stu-dents who seek to update and expand their knowledge. A crowd-ed venue during the two days of the event can be considered a reflex of the dedication of the internal teams who idealized the project and the Rede constant objective to promote the genera-tion of scientific knowledge and the provision of competitive and innovative services and products.
This event has been consolidated as an important milestone for Rede de Hospitais São Camilo. We expect to start the next Symposium organization and be able to count on the coopera-tion of all to prepare the scientific program.
Also for this year we are planning the Urgency and Emergency International Conference and Realistic Simulation Symposium, Hospitality Symposium, Intensive Care Symposium, and Physical Therapy Symposium.
The institutions are responsible for the work of allowing mo-ments and activities to transform the professionals’ posture to-wards assistance, and qualifying the assistance presupposes to add strategies to act with quality and safety to already imple-mented care and treatments. The assistance provided must fo-cus on the patient, their family and their context of life as ele-ments for the construction of a physical, mental and behavioral structure capable of enabling health professionals to provide an integral and humanized assistance.
We invite all of you to attend the events, which may signifi-cantly contribute for professional improvement and provided as-sistance quality.
Have a good reading!!!!!!!!!!!!
La Red de Hospitales São Camilo de São Paulo realizó los días 1 y 2 de marzo, el II Simposio de Educación Continuada de la Red en la Unidad Pompeia. Este evento fue construido en asociación entre el Centro de Simulación e Investigación y el Servicio de Educación Continuada. El evento fue estructurado en dos días. En el primer día ocurrieron siete workshops de distintos temas, como Técnicas de Modulado, Construcción de Escenarios y Téc-nicas de Debriefing que ocurrieron de las 9h a las 17h.
En el segundo día ocurrió la apertura oficial del evento con rep-resentación del directorio, conferencias, talk show y mesa redon-da con la participación de renombrados profesionales en el mer-cado. También tuvimos la presentación de los trabajos científicos, y visita monitoreada al Centro de Simulación e Investigación.
El evento fue idealizado para profesionales y estudiantes del área de salud que buscan actualización y expandir sus cono-cimientos. Tener la casa llena los dos días de evento, se puede considerar un reflejo del empeño de los equipos internos ideal-izadores del proyecto y el objetivo constante de la Red en pro-mover la generación de conocimiento científico y la oferta de servicios y productos competitivos, innovadores.
Este es un evento que se viene consolidando como un importante marco de la Red de Hospitales São Camilo. Esperamos empezar la organización del próximo Simposio y poder contar con la colabo-ración de todos para la elaboración de la programación científica.
Aún para este año estamos planificando el Congreso Interna-cional de Urgencia y Emergencia y el Simposio de Simulación Realística, Simposio de Hotelería, Simposio de Terapia Intensiva y Simposio de Fisioterapia.
Corresponde a las Instituciones, el trabajo de posibilitar mo-mentos y actividades para transformar la postura de los profe-sionales ante la asistencia, como también calificar la asistencia presupone agregar a los cuidados y tratamientos ya instituidos, estrategias de actuar con calidad y seguridad. La asistencia prestada debe tener como enfoque al paciente, su familia y su contexto de vida como elementos para la construcción de una estructura física, mental y comportamental capaz de posibilitar al profesional de salud una asistencia integral y humanizada.
Invitamos a todos a participar de los eventos que contribuirán mucho para el perfeccionamiento profesional y la calidad de la asistencia prestada.
¡Buena lectura a todos!
II Continued Education Symposium of Rede de Hospitais São Camilo
II Simposio de Educación Continuada de la Red de Hospitales São Camilo
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ResumoEste estudo tem como objetivo verificar o conhecimento dos dis-
centes sobre a manutenção dos órgãos do potencial doador em
caso de morte encefálica. A metodologia utilizada foi pesquisa
quantitativa com questionário aplicado aos alunos do 3º e 4º mó-
dulos dos períodos matutino e vespertino de uma escola de ensino
médio e técnico de São Paulo. Foi possível concluir que a grade
curricular do curso técnico em enfermagem da escola estadual
pesquisada fornece uma boa preparação aos alunos neste senti-
do, uma vez que os resultados foram surpreendentemente satis-
fatórios, tornando claro a importância de verificar, analisar e intervir
nos conhecimentos dos discentes acerca da conscientização e
capacitação para a adequada manutenção do potencial doador
de órgãos e tecidos em caso de morte encefálica, aumentando a
doação efetiva.
Palavras-chave: Enfermagem; Morte encefálica; Doadores de ór-
gãos; Doadores de tecidos.
AbstractThis study aims at checking the students’ knowledge about the
maintenance of a potential donor’s organs in case of encephalic
death. The methodology employed was a quantitative survey with
a questionnaire applied to students of the 3rd and 4th modules
in the morning and afternoon periods of a senior high school and
technical school in São Paulo. It was possible to conclude that syl-
labus of the nursing technical course of the state school surveyed
provides the students with good preparation in this sense, inas-
much as the results were surprisingly satisfactory, highlighting the
importance of checking, analyzing and intervening in the students’
knowledge regarding awareness and qualification for the suitable
maintenance of a potential donor’s organs and tissues in case of
encephalic death, increasing effective donations.
Key words: Nursing; Brain death; Organ donors; Tissue donors.
ResúmenEste estudio tiene como objetivo verificar el conocimiento de los
Manutenção dos Órgãos do Potencial Doador na Morte Encefálica: avaliação do conhecimento dos discentes
Isabella LimaTécnica em Enfermagem.
Lilian Patricia SuguimotoTécnica em Nutrição e Dietética, Técnica em Enfermagem com
Especialização em Instrumentação Cirúrgica.
Yasmine Cugler RodolphoTécnica em Enfermagem.
Maintenance of a Potential Donor’s Organs upon Encephalic Death:
evaluation of students’ knowledge
Mantenimiento de los Órganos del Potencial Donador en la Muerte
Encefálica: evaluación del conocimiento de los discentes
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discentes sobre el mantenimiento de los órganos del potencial do-
nador en el caso de muerte encefálica. La metodología utilizada fue
investigación cuantitativa con cuestionario aplicado a los alumnos
del 3er y 4º módulos de los períodos matutino y vespertino de una
escuela de enseñanza media y técnica de São Paulo. Fue posible
concluir que, plan de estudios del curso técnico en enfermería de la
escuela estatal investigada suministra una buena preparación a los
alumnos en este sentido, ya que los resultados fueron sorprenden-
temente satisfactorios, dejando clara la importancia de verificar, ana-
lizar e intervenir en los conocimientos de los discentes acerca de la
concientización y capacitación para mantener de manera adecuada
el potencial donador de órganos y tejidos en el caso de muerte en-
cefálica, incrementando la donación efectiva.
Palabras-clave: Enfermería; Muerte encefálica; Donantes de órga-
nos; Donantes de tejidos.
IntroduçãoDesde os tempos primórdios, o processo de morte e mor-
rer constitui um temor inerente em todo ser humano, uma vez que logo no início da vida ele aprende a se relacionar com o ambiente e seus semelhantes, sobretudo a nível emocional. Talvez este receio seja tão culturalmente compreensível por-que é praticamente impossível e controverso definir e con-ceituar a morte com propriedade.1
Nos dicionários, a morte conceitua-se como “a cessação permanente de tudo que é vital, o fim da vida, a causa ou oca-sião da perda da vida”,2 e apesar desse conceito ser compar-tilhado entre todos os seres humanos, sabemos que além da morte ser associada às diferentes filosofias humanas (religi-ões e crenças) e aspectos legais e éticos, ela é principalmente associada à fatores biológicos – entre os quais categorizamos os dois tipos de morte conhecidos sob um aspecto clínico: a Morte Cardíaca (MC) e a Morte Encefálica (ME).
A MC, como definida por Nichole Miller,3 é “tipicamente vis-ta quando o coração para de bater ou está batendo muito irregularmente para conseguir manter a vida. Quando o cora-ção para de se contrair, os tecidos são privados de oxigênio e se tornam isquêmicos. A Parada Cardíaca leva à falta de perfusão para todos os órgãos e a morte global das células”.
A ME por sua vez, é diferentemente conceituada em cada país. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina, na resolução CFM nº 1.480/97, define a Morte Encefálica como a parada total e irreversível da função encefálica, de causa conhecida e constatada de modo indiscutível ao serem obedecidas to-das as orientações da resolução. Algumas das possíveis cau-sas para ME incluem traumas cranianos por conta de aciden-tes, quedas ou batidas (Trauma Crânio-Encefálico), acidentes vasculares encefálicos (isquêmicos ou hemorrágicos), princi-palmente quando ocorre a herniação no encéfalo, ou algum dano anóxico que leve à morte de células neuronais que não se regeneram, além de que possa ser uma eventualidade da MC, ou uma causa dela.2
Diante da complexidade da ME, em que até mesmo as equipes hospitalares encontram suas dificuldades para a constatação desse laborioso diagnóstico e os passos que viram a partir dessa certeza, para um leigo esse quadro é as-sustador e, acima de tudo, inquietante.
Afinal, assim que for concretizado o diagnóstico da Morte Encefálica o indivíduo se torna, então, um Potencial Doador (PD) de múltiplos órgãos: paciente com o primeiro exame clí-nico compatível com ME ou MC, de quem podem ser extra-ídos órgão(s) e/ou tecido(s) para transplante.4 Um fato que deve, antes de tudo, passar pela família que ele deixou ainda em vida, os quais não apenas terão de lidar com a perda, mas também com toda a burocracia e procedimentos até o sepul-tamento, um destes sendo a entrevista familiar. Nesta, como explanado no manual “Diretrizes básicas para captação e re-tirada de múltiplos órgãos e tecidos” da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), conta com o auxílio e a so-
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lução de dúvidas acerca do diagnóstico e procura o consen-timento da família à doação de órgãos e tecidos, o que para o entrevistado significa “salvar alguma outra vida que não a de seu parente” por meio do transplante de órgãos - obedecen-do à Lei nº 9.434/97 sobre a necessidade de consentimento informado por doador em vida ou familiar; e às atribuições re-alizadas seguidamente nas Leis nº 10.211/01 e nº 11.521/07.5
O mencionado transplante de órgãos é definido pelo Mi-nistério da Saúde como um “procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão ou tecido de uma pes-soa doente (o receptor), por outro órgão ou tecido normal de um doador vivo ou morto”, indicado para pacientes que apresentem um importante comprometimento de um órgão, por vezes com comorbidades relacionadas à essa deteriora-ção e outras repercussões sistêmicas, necessitando realizar o transplante para ter melhora da sobrevida ou cura.6
Esse procedimento teve início há milhões de anos atrás, inclusive com registros de que os primeiros transplantes re-alizados ocorreram logo no início dos tempos - descrito na Bíblia, no livro de Gênesis 2:21-22 em que Adão atuou como doador, e anos depois, nas mãos de dois chineses gêmeos, Itoua To e Pien Tsio, ao realizarem a implantação de um mem-bro inferior de um falecido soldado negro em um idoso que acabara de perder sua perna. Em relação à transplantes re-alizados na era moderna, os procedimentos que obtiveram sucesso começaram com as transfusões de sangue em pe-ríodo de guerra (de 1914-1918), ao ser desenvolvida a técnica de sutura dos vasos sanguíneos pelos cirurgiões Aléxis Carrel e Charles C. Guthrie (na década de 1950) e os transplantes de córnea, que haviam começado ainda em 1905, e apenas estabelecido como uma prática em meados de 1944.7
Porém, o primeiro transplante de órgão humano bem su-cedido no mundo e em terras brasileiras foi o renal: em 1954 em Boston, nos Estados Unidos, o médico-cirurgião plástico Joseph Murray operou irmãos gêmeos idênticos, no qual o receptor do rim apresentou rejeição poucos dias mais tarde (US National Library of Medicine National Institutes of Health, 2012) - e uma década depois, em 1964 no Rio de Janeiro no Hospital dos Servidores do Estado “Pedro Ernesto” da Univer-sidade Federal do Rio de Janeiro, com participação da equi-pe de cirurgiões do urologista Alberto Gentile e, em 1965 na cidade de São Paulo, uma equipe coordenada pelo Doutor Emil Sabbaga e o professor Geraldo Campos Freire no Hos-pital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo, que sistematizou a operação de transplantes renais no país.8
Atualmente no Brasil, o procedimento é controlado e moni-torado pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), confor-me Decreto nº 2.268, de 30 de junho de 1997, entidade cujas atribuições incluem ações de gestão política, promoção da doação, logística, credenciamento das equipes e hospitais
para a realização de transplantes, definição do financiamento e elaboração de portarias que regulamentam todo o proces-so; abaixo do SNT, existem ainda outras duas unidades que auxiliam - as Centrais de Notificação, Captação e Distribui-ção de Órgãos (CNCDO) para a promoção de retiradas, trans-plantes ou enxertos de tecidos, órgãos e partes por meio da identificação e efetivação dos potenciais doadores, que ainda estão acima das Organizações de Procura de Órgãos (OPO) criadas em SP, a fim de descentralizar o serviço - o conjunto dessas unidades atuam desde a captação de órgãos até o acompanhamento dos pacientes transplantados com o obje-tivo de redução do tempo de espera dos pacientes na lista de transplantes e na melhoria da qualidade de vida dos pacien-tes que hoje aguardam pelo procedimento.9
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o Brasil é hoje o maior sistema público de transplantes do mundo, pois 95% destes foram realizados através do Sistema Único de Saúde (SUS) – conferindo ao país, consequentemente, o título de “uma das referências mundiais em transplantes”.10
Para que isso fosse possível, foram necessárias campanhas e a conscientização sobre a importância da doação de órgãos e tecidos, a fim de aumentar a porcentagem de realização dessas cirurgias e diminuir a fila de espera para transplantes do sistema: apenas no período de Janeiro até Setembro de 2016, consta no Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) que transplantaram-se 5.940 órgãos, 24.153 tecidos e 1.577 medu-las ósseas, das quais 66% das doações concretizadas provie-ram de indivíduos doadores de múltiplos órgãos – condição permitida após a constatação de ME.5
Embora a determinação conceitual de ME seja clara con-forme mencionado anteriormente, nem todo indivíduo com esse diagnóstico acaba sendo viável como um PD de múl-tiplos órgãos. Isto porque a Associação Brasileira de Trans-plante de Órgãos define que o PD deve fornecer a obtenção de um transplante de qualidade, evitando a transmissão de enfermidades infecciosas ou neoplásicas. Assim, relata que as entidades regulamentadoras de transplante de órgãos impõem como contraindicações absolutas os pacientes que vieram à óbito depois de apresentarem tumores malignos (com exceção dos carcinomas basocelulares da pele, carci-noma in situ do colo uterino e tumores primitivos do Sistema Nervoso Central), sorologia positiva para HIV ou para HTLV I e II, sepse ativa e não controlada e tuberculose em atividade. Essa exclusão é realizada após o diagnóstico e antes de ser requisitado o consentimento familiar, por meio de cuidadosa avaliação do prontuário médico, realização de exame físico e exames hematológicos do paciente.5
Entretanto, não ocorre somente a inviabilidade de trans-plante pelas patologias presentes no paciente ainda em vida, como também as amplas mudanças fisiológicas acarretadas
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após a ME: as mudanças fisiológicas (a tríade da morte, a hi-potensão, a falta de termorregulação orgânica pós falha das funções do hipotálamo central, queda da produção de hor-mônios) e a correção delas por meio artificial uma vez que o Sistema Nervoso não funciona de acordo implicam em alta incidência de complicações que possivelmente comprome-tem os órgãos do PD, além da demora dos familiares a con-cordarem com a doação também ser fator importante a ser considerado.11
A Tríade da Morte exemplificada como uma das alterações fisiológicas trata-se de uma tríade de sintomas presente em todos os seres após a morte, que incluem o esfriamento ca-davérico (Algor Mortis, Frigor Mortis - confere a crescente hipotermia no PD), rigidez cadavérica (Rigor Mortis - muscu-latura entra em rigor nas horas seguintes à morte, ocorre con-sumo de ATP e acidificação) e manchas de hipóstase (Livor Mortis - manchas cadavéricas que aparecem ao que o corpo entre em contato com superfícies).12
Segundo Roza, que discorre sobre a manutenção da hemo-dinâmica do PD pós ME no livro de Elias Knobel, “Condutas no Paciente Grave”, o tratamento a ser realizado nesse momento necessita de ser monitorado constantemente como a qual-quer outro paciente em hidratação e medicação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), exemplificando algumas possíveis causas para perdas de órgãos: o uso de soluções excessiva-mente glicosadas para correção de uma hipoglicemia levam à hiperglicemia, consequentemente geradas de um quadro de poliúria - as quais eventualmente causam desidratação intracelular e desequilíbrio hidroeletrolítico (no caso, poderia haver dano ou perda renal pela consequente hiponatremia dilucional, provocada pela retenção hídrica); altas doses de catecolaminas associadas a um tempo prolongado de uso comprometem a qualidade do coração; a exclusão de fígado e rins da lista de doação pelo uso excessivo de drogas va-soativas onde são, respectivamente, metabolizadas e então excretadas.11
Além disso, o cuidado inadequado e defasado geral-mente dedicado a esse potencial doador de múltiplos ór-gãos – muitas vezes por se priorizar a assistência à pacien-tes ainda vivos ou pelo fato de que o ensino capacitante de técnicos de enfermagem se abstém de comentar e expla-nar esse problema recorrente, assim como medidas - pode ocasionar a perda destes que, em outra ocasião, poderiam ter salvo pelo menos até 10 outras vidas na fila de espera de transplantes do Brasil. Sem o conhecimento adequado para o manuseio do PD, o profissional não tem a visão para a preservação dos órgãos a serem transplantados, resul-tando na administração da quantidade incorreta de solu-ções para reposição volêmica e medicações (fatores que, como vistos acima, podem ser cruciais para o bom funcio-
namento de um órgão), na falta de atenção à temperatura que deve ser constante acima de 35°C, aos sinais vitais mo-nitorizados sem devido valor, não realizar a mudança de decúbitos e não se atentar à manter a cabeceira elevada. Cerca de 30 a 45% dos PD acabam desenvolvendo lesão pulmonar, por conta de cuidados inadequados prestados a ele, devido à oferta exagerada de oxigênio, ou sua falta (acarretando em hipoxemia).13
Logo, entende-se que o ensino correto sobre essa falha ainda nos cursos de capacitação de auxiliares e técnicos e a intensa e adequada atenção dedicada ao potencial doador de órgãos e tecidos post-mortem é indispensável para se ob-ter sucesso durante todo o processo de transplantação, ofe-recendo ao PD o melhor atendimento possível com os cuida-dos adequados e, consequentemente, levando um órgão de qualidade e em funcionamento para seu novo receptor.
Não somente a equipe de enfermagem deve estar capa-citada com conhecimento técnico-científico para identificar essas alterações orgânicas associadas à ME e quais os cui-dados e assistência a serem prestados relacionados à res-posta sistêmica do organismo, uma vez que médicos e outros profissionais da saúde também entram em contato com o PD durante sua manutenção, evitando a perda desses órgãos vi-áveis para transplante.5
ObjetivosVerificar o conhecimento dos discentes sobre a manutenção dos órgãos do potencial doador em caso de morte encefálica.
Metodologia da Pesquisa
Tipo de PesquisaTrata-se de uma pesquisa de campo e de natureza
quantitativa.O presente estudo foi desenvolvido no Centro Estadu-
al de Educação Tecnológica Paula Souza ETEC Parque da Juventude, localizado na região da zona norte da cidade de São Paulo.
Foi composta pela aplicação de um questionário seguido de uma intervenção e reaplicado o questionário aos dis-centes igual ou maiores a 18 anos do 3º e 4º módulo dos períodos matutino e vespertino do curso técnico de en-fermagem de uma escola técnica localizada na região da zona norte de São Paulo.
Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pes-quisa do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza ETEC Parque da Juventude.
Foi utilizado o termo de consentimento livre e esclareci-do, pois a pesquisa foi realizada com dados de discentes voluntários.
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Os dados foram coletados no mês de março de 2017, após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
A coleta de dados foi realizada pelos próprios pesquisa-dores as quintas e sextas-feiras das 08 às 10h00 e 13:00 às 15:00 horas.
Os dados foram inseridos em um banco de dados do pro-grama Word e apresentados de forma descritiva e por meio de gráficos, tabelas e figuras.
Discussão e ResultadosEncontram-se relacionados abaixo os dados de pesquisa
realizada com 37 alunos do 3º módulo do período matutino e 4º módulo dos períodos matutino e vespertino respecti-vamente do Curso Técnico em Enfermagem de uma Escola Técnica Estadual, localizada na zona norte da cidade de São Paulo, participantes voluntários da intervenção: Manutenção do Potencial Doador de Órgãos e Tecidos em Morte Encefá-lica. Visão dos Discentes em Enfermagem.
Portanto, após a análise, obtivemos os seguintes resul-tados:
Um dos pontos abordados foi se os alunos doariam ou autorizariam a doação dos órgãos de um parente em morte encefálica.
Foi observado que os discentes apresentaram interesse e disposição para a autorização para a possível doação de ór-gãos e tecidos de parentes próximos caso fossem eles abor-dados pela equipe intrahospitalar e/ou concordariam com a doação de seus próprios órgãos e tecidos.
Então, de acordo com o Gráfico 1, os dados coletados na Pré Intervenção foram os seguintes: do 3º módulo, turma da manhã, dos 18 estudantes que participaram da pesquisa, 2 optaram pela alternativa A (“Sim, eu doaria, mas não autoriza-ria”) e os restantes 16 optaram pela alternativa D (“Eu doaria e autorizaria a doação”); do 4º módulo, turma da manhã, dos 9 estudantes participantes, 1 optou pela alternativa B (“Não doa-ria, nem autorizaria”) e os restantes 8 optaram pela alternativa D; e do 4º módulo, turma da tarde, dos 10 estudantes parti-cipantes, 10 optaram pela alternativa D. Nenhum estudante optou pela alternativa C (“Sim, eu autorizaria, mas não doaria”).
Não doaria - Nem autorizaria Não doaria - Autorizaria Doaria - AutorizariaDoaria - Não autorizaria
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3º Módulo (manhã) 4º Módulo (manhã) 4º Módulo (tarde)
Gráfico 1 - Percepção dos estudantes quanto à doação e autorização de órgãos de um parente em morte encefálica Pré Intervenção.
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Após a intervenção, observamos que o interesse para a possível autorização da doação de órgãos e tecidos de pa-rentes próximos caso fossem eles abordados pela equipe intrahospitalar e/ou que concordariam com a doação de seus próprios órgãos e tecidos foi mantido, ainda que uma pequena quantidade de participantes tenha alterado sua opinião de acordo com a realidade apresentada na aula oferecida à turma.
De acordo com o Gráfico 2, os dados coletados na Pós Intervenção foram os seguintes: do 3º módulo, turma da manhã, dos 18 estudantes que participaram da pesquisa,
1 participante optou pela alternativa doaria e autorizaria, 2 participantes optaram pela alternativa não doaria e nem autorizaria e os restantes 15 estudantes optaram pela al-ternativa doaria e autorizaria; do 4º módulo, turma da ma-nhã, dos 9 estudantes participantes, 1 deles optou pela alternativa não autorizaria e não doaria e os restantes 8 es-tudantes optaram pela alternativa doaria e autorizaria; e do 4º módulo, turma da tarde, dos 10 estudantes participantes da pesquisa, os 10 ainda optaram pela alternativa doaria e autorizaria. Nenhum estudante optou pela alternativa não doaria e autorizaria.
Não doaria - Nem autorizaria Não doaria - Autorizaria Doaria - AutorizariaDoaria - Não autorizaria
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3º Módulo (manhã) 4º Módulo (manhã) 4º Módulo (tarde)
Gráfico 2 - Percepção dos estudantes quanto à doação e autorização de órgãos de um parente em morte encefálica, pós-intervenção.
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Morte EncefálicaObservamos que na pesquisa da pré-intervenção, os es-
tudantes apresentaram uma boa noção sobre a definição de Morte Encefálica, pois ainda que alguns deles tenham errado a maioria deles optaram pela alternativa considerada correta parada total e irreversível das funções encefálicas de acordo com seus próprios conhecimentos prévios acer-ca do assunto.
Assim, de acordo com o Gráfico 3, os dados coletados na Pré-Intervenção foram: do 3º módulo, turma da manhã, dos 18 estudantes que participaram da pesquisa, 1 optou pela alter-nativa “o paciente está em estado vegetativo, dependendo to-
talmente dos aparelhos e drogas para sobreviver”, 15 optaram pela alternativa “parada total e irreversível das funções ence-fálicas” e os restantes 2 participantes optaram pela alternativa “parada de uma ou mais das regiões do encéfalo, que tornam o paciente incapaz de interagir ou respirar por conta própria”; do 4º módulo, turma da manhã, dos 9 estudantes que partici-param, 3 optaram pela alternativa, 5 optaram pela alternativa e 1 optou pela alternativa; e do 4º módulo tarde, dos 10 estu-dantes participantes, 1 optou pela alternativa “Coma profun-do em que há redução extrema da possibilidade de retorno à vida” e os restantes 9 optaram pela alternativa parada total e irreversível das funções e encefálicas”.
Não doaria - Nem autorizaria Não doaria - Autorizaria Doaria - AutorizariaDoaria - Não autorizaria
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3º Módulo (manhã) 4º Módulo (manhã) 4º Módulo (tarde)
Gráfico 3 - Percepção dos estudantes com relação a definição de Morte Encefálica na Pré-Intervenção.
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Paciente vegetativo,
dependendo totalmente
de aparelhos e drogas
para sobreviver
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Após a intervenção, observamos que esta ação educativa foi objetiva e clara quanto à definição de Morte Encefálica apresentada seguindo a resolução do Conselho Federal de Medicina, pois de todos os 37 participantes da pesquisa, 36 estudantes acertaram a questão.
Gráfico 4 - Percepção dos estudantes com relação à definição de Morte Encefálica Pós-Intervenção.
Não doaria - Nem autorizaria Não doaria - Autorizaria Doaria - AutorizariaDoaria - Não autorizaria
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3º Módulo (manhã) 4º Módulo (manhã) 4º Módulo (tarde)
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Coma profundo em que
há redução extrema de
possibilidade à vida.
Paciente está em estado
vegetativo, dependendo
totalmente dos aprelhos e
drogas para sobreviver.
Parada de uma ou mais regiões
do encéfalo que toma o
paciente incapaz de interagir
ou respirar por conta própria.
Parada total e reversível das
funções encefálicas.
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De acordo com o Gráfico 4, os dados coletados na Pós Inter-venção foram os seguintes: do 3º módulo, turma da manhã, dos 18 estudantes participantes, apenas 1 optou por paciente está em estado vegetativo, dependendo totalmente dos aparelhos e drogas para sobreviver, e os 17 restantes, optaram por para-da total e irreversível das funções encefálicas; do 4º módulo, turma da manhã, dos 9 estudantes participantes, os 9 optaram por parada total e irreversível das funções encefálicas; e do 4º módulo, turma da tarde, dos 10 estudantes participantes, os 10
optaram por parada total e irreversível das funções encefálicas. Observamos que na pesquisa da pré-intervenção, os estu-
dantes apresentaram uma boa noção sobre a definição dos re-flexos medulares que ocorrem devido a integridade medular, pois ainda que alguns deles tenham errado a questão, a maio-ria deles optaram pela alternativa considerada correta. “Que há reflexos medulares exacerbados por causa da integridade medular, sem chance de retorno à vida” de acordo com seus próprios conhecimento sobre o assunto.
Gráfico 5 - Conhecimento dos alunos quanto o aparecimento dos reflexos medulares exacerbados por causa da integridade medular Pré Intervenção.
Não doaria - Nem autorizaria Não doaria - Autorizaria Doaria - AutorizariaDoaria - Não autorizaria
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3º Módulo (manhã) 4º Módulo (manhã) 4º Módulo (tarde)
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Deve ser iniciada a RCP
e ainda há chance
de ressuscitação.
Presença de reflexos
medulares exacerbados por
causa da integridade medular,
sem chance de retorno a vida.
Que o paciente está
voltando do coma.
Está se instalando um
processo cadavérico que
impossibilitará a doação.
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De acordo com o Gráfico 5, os dados coletados na Pré Intervenção foram: do 3º módulo, turma da manhã, dos 18 estudantes participantes da pesquisa, os 18 responderam que há reflexos medulares exacerbados por causa da in-tegridade medular, sem chance de retorno à vida; do 4º módulo, turma da manhã, dos 9 participantes, 8 responde-ram que há Presença de reflexos medulares exacerbados por causa da integridade medular, sem chance de retor-no a vida e 1 deles respondeu Que está se instalando um processo cadavérico que impossibilitará a doação; e do 4º módulo, turma da tarde, dos 10 estudantes participantes, 1 respondeu que deve ser iniciada a RCP e ainda há chan-ce de ressuscitação e os 9 restantes responderam que há
Presença de reflexos medulares exacerbados por causa da integridade medular, sem chance de retorno a vida. Ne-nhum estudante respondeu que o paciente está voltando do coma.
Na Pós Intervenção, Gráfico 6, consideramos que o resul-tado da intervenção foi positivo, pois dos 37 participantes da pesquisa, todos os 37 estudantes acertaram a questão ao optarem pela resposta Presença de reflexos medulares exacerbados por causa da integridade medular, sem chan-ce de retorno a vida, demonstrando que a aula ministrada após a primeira pesquisa foi objetiva e respondeu às dú-vidas quanto aos reflexos medulares que o paciente pode apresentar, mesmo após a Morte Encefálica.
Não doaria - Nem autorizaria Não doaria - Autorizaria Doaria - AutorizariaDoaria - Não autorizaria
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3º Módulo (manhã) 4º Módulo (manhã) 4º Módulo (tarde)
Gráfico 6 - Conhecimento dos alunos quanto o aparecimento dos reflexos medulares exacerbados por causa da integridade medular Pós-Intervenção.
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Deve ser iniciada a RCP
e ainda há chance
de ressuscitação.
Presença de reflexos
medulares exacerbados por
causa da integridade medular,
sem chance de retorno a vida.
Que o paciente está
voltando do coma.
Está se instalando um
processo cadavérico que
impossibilitará a doação.
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De acordo com o Gráfico 6 acima, os dados coletados na Pós Intervenção foram os seguintes: do 3º (turma da manhã) e 4º (turma da manhã e tarde) módulos, todos os estudantes que participaram da pesquisa optaram pela resposta Presen-ça de reflexos medulares exacerbados por causa da integri-dade medular, sem chance de retorno a vida.
Essa questão é o ponto alto do trabalho, analisando o co-nhecimento dos alunos sobre os cuidados específicos que devem ser realizados na manutenção do potencial doador em morte encefálica.
Observamos que na pesquisa da pré intervenção, os es-tudantes apresentaram uma boa noção sobre os cuidados e procedimentos que devem ser prescritos pela equipe médi-ca e de enfermagem. Realizados constantemente, fazendo assim a manutenção do potencial doador de órgãos e teci-dos, pois ainda que alguns deles tenham errado, a maioria deles optou pela resposta higiene, administração de drogas vasoativas, ventilação mecânica, controle de hipotermia, cor-reção de distúrbios hidroeletrolíticos e de hiperglicemia.
Gráfico 7 - Conhecimento dos alunos quanto ao cuidado com o potencial doador Pré-Intervenção
Higiene, administração de
drogas vasoativas, ventilação
mecânica, controle de
hipotermia, correção de
distúrbios hidroeletrolíticos
e de hipergliciemia
Não doaria - Nem autorizaria Não doaria - Autorizaria Doaria - AutorizariaDoaria - Não autorizaria
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3º Módulo (manhã) 4º Módulo (manhã) 4º Módulo (tarde)
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7 7 Higiene, administração de
drogas vasoativas, implantação
de marca-passo, nebulização
e uso de insulina NPH.
Cessam os cuidados com
a higiene e mantém-se
apenas a administração
de medicamentos e a
monitorização hemodinâmica.
Apenas observação dos
sinais vitais e correção de
possíveis distúrbios
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De acordo com o Gráfico 7, os dados coletados no primeiro momento da pesquisa foram: do 3º módulo, turma da ma-nhã, todos os 18 participantes optaram pela resposta higiene, administração de drogas vasoativas, ventilação mecânica, controle de hipotermia, correção de distúrbios hidroeletrolíti-cos e de hiperglicemia: do 4º módulo, turma da manhã, dos 9 participantes, 7 optaram resposta higiene, administração de drogas vasoativas, ventilação mecânica, controle de hipoter-mia, correção de distúrbios hidroeletrolíticos e de hiperglice-mia, 1 optou pela resposta Cessam os cuidados com a higie-ne e mantém-se apenas a administração de medicamentos e a monitorização hemodinâmica e 1 optou pela resposta Ape-nas observação dos sinais vitais e correção de possíveis dis-túrbio: e do 4º módulo, turma da tarde, dos 10 participantes da pesquisa, 7 optaram pela resposta higiene, administração de drogas vasoativas, ventilação mecânica, controle de hipo-
termia, correção de distúrbios hidroeletrolíticos e de hipergli-cemia, 2 optaram resposta higiene, administração de drogas vasoativas, implantação de marca-passo, nebulização e uso de insulina NPH e 1 optou pela resposta Cessam os cuidados com a higiene e mantém-se apenas a administração de me-dicamentos e a monitorização hemodinâmica
Realizada a intervenção, observa-se a melhora nos resul-tados, conforme descrito no Gráfico 8, quanto ao conheci-mento da manutenção do potencial doador, aumentando o número de acertos entre os 37 participantes da pesquisa para 36, demonstrando que a aula ministrada respondeu às possíveis dúvidas acerca do assunto, além de que foi possí-vel enfatizar a importância desse processo no momento de doação dos órgãos, uma vez que são os próprios auxiliares e técnicos de enfermagem e enfermeiros que tem maior con-tato com o Potencial Doador.
Não doaria - Nem autorizaria Não doaria - Autorizaria Doaria - AutorizariaDoaria - Não autorizaria
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3º Módulo (manhã) 4º Módulo (manhã) 4º Módulo (tarde)
Gráfico 8 - Conhecimento dos alunos quanto ao cuidado com o potencial doador Pré-Intervenção
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Higiene, administração de
drogas vasoativas, ventilação
mecânica, controle de
hipotermia, correção de
distúrbios hidroeletrolíticos
e de hipergliciemia
Higiene, administração de
drogas vasoativas, implantação
de marca-passo, nebulização
e uso de insulina NPH.
Cessam os cuidados com
a higiene e mantém-se
apenas a administração
de medicamentos e a
monitorização hemodinâmica.
Apenas observação dos
sinais vitais e correção de
possíveis distúrbios
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De acordo com o Gráfico 8, os dados coletados da pesquisa após a intervenção foram os seguintes: do 3º módulo, turma da manhã, 17 participantes responderam que a Higiene, ad-ministração de drogas vasoativas, ventilação mecânica, con-trole de hipotermia, correção de distúrbios hidroeletrolíticos e de hiperglicemia e 1 resposta para Higiene, administração de drogas vasoativas, implantação de marca-passo, nebulização e uso de insulina NPH; do 4º módulo, das turmas da manhã e tarde, respectivamente, 9 e 10 participantes, responderam que Higiene, administração de drogas vasoativas, ventilação me-cânica, controle de hipotermia, correção de distúrbios hidro-eletrolíticos e de hiperglicemia. Após a intervenção, nenhum estudante respondeu que cessam os cuidados com a higiene e mantém-se apenas a administração de medicamentos e a monitorização hemodinâmica e, respectivamente que apenas observação dos sinais vitais e correção de possíveis distúrbios.
Observamos que na pesquisa da pré intervenção, um total de 22 dos 37 participantes acreditavam que a maior dificuldade para ser concretizado o processo de transplante seria a buro-cracia na captação e 9 dos 37 acreditavam que a ausência de documentos de um potencial doador para realizar o transplan-te seria também um obstáculo, logo, pode-se concluir que 31 dos 37 discentes possuíam a errônea ideia de que seriam si-
tuações burocráticas e voltadas à documentações de doador para receptor que impediriam o transplante de ocorrer. Ainda que a burocracia exista no processo, não é uma das maiores dificuldades para a concretização da doação, portanto, a inter-venção foi principalmente necessária para esse momento da pesquisa.
Portanto, os dados colhidos na pesquisa pré intervenção para a questão 5 estão apresentados no Gráfico 9 e foram in-terpretados a seguir: do 3º módulo, turma da manhã, dos 18 participantes, 2 responderam que há Inadequada manutenção do potencial doador cadáver, 5 responderam que há Ausên-cia de documentos do doador autorizando a doação e os 11 restantes responderam que há Burocracia na captação; do 4º módulo, turma da manhã, dos 9 participantes, 3 responderam que há Inadequada manutenção do potencial doador cadáver; 4 responderam que há Ausência de documentos de potencial doador para realizar o transplante; e 2 responderam que há burocracia na captação; e do 4º módulo, turma da tarde, ape-nas 1 estudante respondeu que há Inadequada manutenção do potencial doador cadáver; e os 9 restantes responderam que burocracia na captação; Não houve nenhuma resposta dos participantes sobre há Falta de informação dos fisiotera-peutas.
Não doaria - Nem autorizaria Não doaria - Autorizaria Doaria - AutorizariaDoaria - Não autorizaria
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3º Módulo (manhã) 4º Módulo (manhã) 4º Módulo (tarde)
Gráfico 9 - Percepção dos estudantes frente os obstáculos do prcesso de doação de órgão e tecidos de doadores cadáver - Pré-Intervenção.
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Inadequada manutenção do
potencial doador cadáver
Falta de informação dos
fisioterapeutas
Ausência de documentos de
potencial doador para realizar
o transplante
Burocracia na captação
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Visto que os acertos para a Questão 5 no primeiro momen-to da pesquisa foram insatisfatórios, após a intervenção reali-zada, houve um aumento significativo e importante quanto a visão dos estudantes, demonstrando que a aula esclareceu as dúvidas e apontou o verdadeiro problema para a perda de órgãos e tecidos intrahospitalar por conta da falta de co-
nhecimento e preparo dos profissionais de enfermagem no momento da manutenção do Potencial Doador. Assim, dos 37 estudantes, 32 compreenderam que o maior problema para a concretização da doação de órgãos seria a inadequada ma-nutenção do potencial doador cadáver.
Gráfico 10 - Conhecimento dos alunos quanto o aparecimento dos reflexos medulares exacerbados por causa da integridade medular Pós-Intervenção.
Não doaria - Nem autorizaria Não doaria - Autorizaria Doaria - AutorizariaDoaria - Não autorizaria
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Inadequada manutenção do
potencial doador cadáver
Falta de informação dos
fisioterapeutas
Ausência de documentos de
potencial doador para realizar
o transplante
Burocracia na captação
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Estes dados podem ser observados no Gráfico 10 e foram interpretados a seguir: do 3º módulo, turma da manhã, dos 18 estudantes participantes da pesquisa, 15 responderam que há Inadequada manutenção do potencial doador cadáver; 2 responderam que há Ausência de documentos de potencial doador para realizar o transplante; e 1 participante respon-deu haver Burocracia na captação; do 4º módulo, turma da manhã, dos 9 participantes, 7 responderam haver Inadequa-da manutenção do potencial doador cadáver; 1 respondeu que há Ausência de documentos de potencial doador para realizar o transplante; e 1 respondeu haver Burocracia na captação; e do 4º módulo, turma da tarde, dos 10 estudan-tes participantes da pesquisa, todos responderam que há Inadequada manutenção do potencial doador cadáver. Não houve nenhuma resposta dos participantes sobre há Falta de informação dos fisioterapeutas.
ConclusãoEste estudo evidenciou o conhecimento dos discentes so-
bre a manutenção dos órgãos do potencial doador em caso de morte encefálica e a importância desse processo desper-tando a necessária reflexão e ênfase na possível perda de uma doação por erros intrahospitalares, uma vez que nem toda a equipe que entra em contato com o Potencial Doador possui o conhecimento adequado para mantê-lo estável he-modinamicamente até o momento da captação.
Para esta pesquisa, foi desenvolvido e aplicado um ques-
tionário, composto por 5 (cinco) questões fechadas, sendo uma delas de cunho pessoal, em um total de 40 (quarenta) alunos do 3º módulo manhã, 4º módulo manhã e 4º módulo tarde; seguiu-se à aplicação do questionário uma interven-ção explicativa sobre o tema abordado, e posteriormente foi reaplicado.
Assim, foi possível constatar a importância de levantar questões específicas referentes à assistência de enferma-gem ao Potencial Doador, cultivando o interesse dos dis-centes, a fim de que estejam preparados para lidar com os desafios e as dificuldades encontrados no âmbito hospitalar quanto ao processo de mantê-lo em adequadas condições para a efetiva captação e doação de seus órgãos e tecidos.
Notou-se que a grade curricular do curso técnico em enfer-magem da escola estadual pesquisada fornece uma boa pre-paração aos alunos neste sentido, uma vez que os dados obti-dos na pesquisa pré-intervenção foram surpreendentemente satisfatórios, embora alguns se opusessem à doação de ór-gãos. É digno de nota que os alunos tenham demonstrado um considerável aumento no conhecimento após a intervenção, por isso observa-se a importância da capacitação técnico--científico dos discentes e profissionais de enfermagem.
Com base no exposto, conclui-se que é extrema importân-cia verificar, analisar e intervir os conhecimentos dos discen-tes acerca da conscientização e capacitação para uma ade-quada manutenção do potencial doador de órgãos e tecidos em caso de morte encefálica, aumentando a doação efetiva.
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Referências1 • Laureys S. Death, unconsciousness and the brain. Na-ture: Neuroscience, Nova Iorque, v. 6, n. 11, p.899-909, nov. 2005. Disponível em: <www.nature.com/reviews/neuro>. Acesso em: 10 mar. 2017.
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3 • Westphal GA et al. Diretrizes para manutenção de múltiplos órgãos no potencial doador adulto falecido: Parte I. Aspectos gerais e suporte hemodinâmico. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, Joinville, v. 3, n. 23, p.255-268, maio 2011. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rbti/v23n3/v23n3a03.pdf>. Acesso em: 22 fev. 2017.
4 • Boni RC et al. O Processo de Doação e Transplante. São Paulo: Life’s Donor, 2017. 33 p.
5 • Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Diretrizes Básicas para captação e retirada de múltiplos órgãos e tecidos da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. São Paulo: ABTO; 2009.
6 • Cordeiro RR, Eddo O. Ao Paciente Transplantado. In: Viana R. Enfermagem em Terapia Intensiva: Práticas Ba-seadas em Evidências. São Paulo: Atheneu, 2011. Cap. 41. p. 463-470.
7 • Agnolo CMD et al.. Jornal Oficial da Associação Brasi-leira de Transplante de Órgãos. Morte encefálica: assis-tência de enfermagem. Jornal Brasileiro de Transplantes. São Paulo, p. 1258-1262. jan. 2010. Disponível em: <http://www.abto.org.br/>. Acesso em: 22 fev. 2017.
8 • Conselho Federal de Medicina (CFM). Resolução CFM n. 1.480, de 21 de agosto de 1997. Determina os procedi-mentos para a determinação da morte encefálica. Diário Oficial da União 21 ago 1997; (1):18227.
9 • BRASIL. Portaria n° 2.601, de 21 de outubro de 2009. Considerando a Lei N° 9.434, de 04 de fevereiro de 1997.
10 • Brasília (Distrito Federal). Decreto n° 9.434, de 04 de fevereiro de 1997.Legislação brasileira sobre doação de órgãos humanos, Brasília, n.41, p. 101, 2001.
11 • Roza BA et al. Captação de órgãos para transplan-tes. In: Knobel E. Condutas no Paciente Grave. São Paulo: Atheneu, 2006. p. 1753-1764.
12 • Registro Brasileiro de Transplantes (Brasil). Associa-ção Brasileira de Transplantes de Órgãos. Dados numé-ricos da doação de órgãos e transplantes realizados por estado e instituição no período de Janeiro a Setembro de 2016. Disponível em: <http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/RBT/2016/RBT20163t-let.pdf>. Acesso em: 22 fev. 2017.
13 • Araujo JPM et al. Padronização da assistência de en-fermagem na manutenção de múltiplos órgãos no po-tencial doador adulto. CuidArte: Enfermagem, São Paulo, v. 8, n. 2, p.130-136, jul. 2010. Disponível em: <http://fun-dacaopadrealbino.org.br >. Acesso em: 29 abr. 2017.
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ResumoNo Brasil, uma das terapias energéticas utilizadas é o Johrei da
religião Messiânica, que é ministrado por membros da Igreja que
fizeram o curso e receberam uma medalha chamada Ohikari, pela
qual se acredita que é canalizada a Luz Divina para a palma da mão
do praticante (ministrante) de onde é transmitida para o receptor
sem a necessidade do toque físico. Embora estudos experimen-
tais tenham demonstrado a eficácia de diferentes terapias ener-
géticas na redução de depressão e dor, pouco se sabe sobre o
efeito do Johrei na área da saúde. Portanto, o presente estudo teve
como objetivo avaliar a eficácia do Johrei a Distância, por meio de
uma mídia social para redução de sintomas de depressão. Neste
estudo, foram selecionados 68 participantes (pacientes) dos quais
40 receberam Johrei num período de 6 meses consecutivos em
horário e data marcada, e 28 pacientes foram selecionados como
grupo de controle. Dessa amostra foram analisados dois eventos
de interesse para o estudo do Johrei como uma terapia comple-
mentar ao tratamento da depressão. O primeiro evento estudado
foi a redução de antidepressivos nos pacientes submetidos ao Jo-
hrei a Distância e o segundo evento foi a sensação de bem-estar
nos participantes. Para a realização deste estudo foi utilizada uma
técnica de análise de dados categóricos denominada Estudos de
Coorte, que consiste em uma pesquisa observacional, a fim de es-
tabelecer um nexo causal entre o evento ao qual o grupo (coorte)
foi exposto e o desfecho final após esta exposição, geralmente as-
sociado à saúde desta população estudada. Os resultados suge-
rem que o Johrei aparenta ter um efeito positivo na redução do uso
de antidepressivos pelos participantes e no aumento da sensação
de bem-estar dos mesmos.
Palavras-chave: Johrei; Terapia Energética; Depressão; Medicina
Integrativa; Espiritualidade.
AbstractIn Brazil, one of the energy therapies used is the Johrei of Mes-
sianic religion, which is given by members of the Church who took
the course and received a medal called Ohikari, through which it
Johrei a Distância com Suporte de Mídia Social: uma terapia não farmacológica complementar para o tratamento dos sintomas da depressão
Cláudio Boghi Mestre em Física Nuclear Médica, Mestre em Computação pela Universidade de São Paulo e Professor Universitário e Consultor na Universidade Anhembi Morumbi. Rafael Silveira Xavier Doutor em Computação Natural pele Universidade Presbiteriana Mackenzie, Professor Universitário na Anhembi Morumbi e Pesquisador na Universidade Presbiteriana Mackenzie São Paulo.
Maurício Mendes FariaMestre em Ciência da Computação pela Faculdade Campo Limpo Paulista – Faccamp-SP e Professor Universitário e Consultor na Universidade Anhembi Morumbi.
Johrei a Distance With Social Media Support: a complementary non
pharmacological therapy for the treatment of depression symptoms
Johrei a la Distancia con Soporte de Media Social: una terapia no farmacológica
complementaria para el tratamiento de los síntomas de la depresión
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is believed that Divine Light is channeled into the palm of the prac-
titioner’s hand (minister) from where it is transmitted to the receiver
without the need of physical touch. Although experimental studies
have demonstrated the effectiveness of different energy therapies
in reducing depression and pain, little is known about the effect of
Johrei on health. Therefore, the present study aimed to evaluate the
effectiveness of Johrei at Distance, through a social media to reduce
symptoms of depression. In this study, 68 participants (patients) were
selected, of whom 40 received Johrei in a period of 6 consecutive
months at a scheduled time and date, and 28 patients were selected
as control group. From this sample, we analyzed two events of inter-
est for the study of Johrei as a complementary therapy to the treat-
ment of depression. The first event studied was the reduction of an-
tidepressants in patients who were submitted to Distance Johrei and
the second event was the feeling of well-being in the participants.
For this study, it was used a technique of categorical data analysis
called Coorte Studies, which consists of an observational study in or-
der to establish a causal link between the event to which the group
(coorte) was exposed and the final outcome after this exposure, usu-
ally associated with the health of this studied population. The results
suggest that Johrei appears to have a positive effect on reducing the
use of antidepressants by the participants and increasing their sense
of well-being.
Key words: Johrei; Energy Therapy; Depression; Integrative Medicine;
Spirituality.
ResúmenEn Brasil, una de las terapias energéticas utilizadas es el Johrei de
la religión Mesiánica y es ministrado por miembros de la Iglesia que
hicieron el curso y recibieron una medalla denominada Ohikari, por
la cual se cree que es canalizada la Luz Divina hacia la palma de la
mano del practicante (ministrante) de donde se transmite al receptor
sin la necesidad del toque físico. Aún estudios experimentales hayan
demostrado la eficacia de distintas terapias energéticas en la reduc-
ción de depresión y dolor, poco se sabe sobre el efecto del Johrei en
el área de salud. Por lo tanto, el presente estudio tuvo como objetivo
evaluar la eficacia del Johrei a la Distancia por medio de una media
social para la reducción de síntomas de depresión. En este estudio,
se seleccionaron 68 participantes (pacientes) de los cuales 40 reci-
bieron Johrei en un período de 6 meses consecutivos en horario y
fecha marcada, y 28 pacientes fueron seleccionados como grupo de
control. De esa muestra se analizaron dos eventos de interés para
el estudio del Johrei como una terapia complementar al tratamiento
de la depresión. El primer evento estudiado fue la reducción de an-
tidepresivos en los pacientes sometidos al Johrei a la Distancia y el
segundo evento fue la sensación de bienestar en los participantes.
Para la realización de este estudio se utilizó una técnica de análisis
de datos categóricos denominada Estudios de Cohorte que consiste
en una investigación observacional, con la finalidad de establecer un
nexo causal entre el evento al cual el grupo (cohorte) fue expuesto y
el desenlace final después de esta exposición, generalmente asocia-
do a la salud de esta población estudiada. Los resultados sugieren
que, el Johrei aparenta tener un efecto positivo en la reducción del
uso de antidepresivos por los participantes y en el incremento de la
sensación de bienestar de ellos.
Palabras clave: Johrei; Terapia Energética; Depresión; Medicina Inte-
grativa; Espiritualidad.
IntroduçãoMokiti Okada, cujo nome religioso é Meishu-Sama, nasceu
no dia 23 de dezembro de 1882, no bairro de Hashiba, na ci-dade de Tóquio, Japão. Desde criança, dedicou-se às artes e se preocupava com os problemas da humanidade.
Seu maior legado, segundo a Igreja Messiânica Mundial, foi outorgar à humanidade a permissão de qualquer ser hu-mano ser capaz de transmitir a poderosa Luz de Deus, que purifica o corpo e o espírito e elimina a verdadeira causa de todos os sofrimentos humanos, trazendo saúde, paz e pros-peridade ao mundo, conhecido pelo nome de Johrei. Pode-
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-se dizer que Joh = Purificar, Rei = Espírito, logo para Meishu--Sama, toda a origem da doença física está no espírito.
O Johrei é entendido como “purificação do espírito pela Luz de Deus”.1 Consiste em um método de canalização de energia através de uma medalha chamada Ohikari, outor-gada pela Igreja Messiânica Mundial. A transmissão desta energia é feita por meio da imposição de mãos pelo minis-trante.
A energia do Johrei atua limpando o corpo físico e o espí-rito, purificando-os. Durante a aplicação da técnica, dores e sofrimentos são vistos como formas de purificação física ou espiritual; dessa forma, o receptor do Johrei, ao invés de se lamuriar, deve adotar uma postura de gratidão, entenden-do-os como manifestação da “graça divina”.2
Desta forma, na perspectiva deste trabalho, o Johrei a Distância é caracterizado como uma terapia energética, em que, o ministrante realiza a imposição de mãos remotamen-te para aplicação da técnica.
Uma grande ajuda aos pacientes de doenças crônicas ou terminais, constitui-se na abordagem espiritual onde os indivíduos tendem a aproximar-se dos valores e crenças para alívio de grandes dores ou perdas, ou enfrentamento de situações não esperadas.3 Nesta perspectiva o Johrei a Distância nos pacientes com depressão se apresenta, além uma terapia não farmacológica, como um lenitivo espiritu-al, pois no horário estipulado, tanto o ministrante do Johrei quanto os pacientes estão em sintonia com a espiritualidade, colaborando para o bem-estar dos pacientes e melhorando a receptividade dos mesmos a esta terapia energética.
A depressão afeta mais de 120 milhões de pessoas no mundo, se caracterizando como o segundo problema men-tal mais comum.4,5 Clinicamente a depressão é caracteriza-da por uma reação desproporcional de tristeza em relação a uma causa externa, como por exemplo luto, perda de emprego e outras questões sociais.5,6 Embora existam tra-tamentos alopáticos consolidados na literatura médica para o tratamento da depressão, pesquisas sugerem que apenas uma minoria dos pacientes que recebem estes tratamentos obtém uma cura ou um bem-estar prolongado.5
O objetivo deste estudo é apresentar o Johrei a Distân-cia como uma técnica de medicina integrativa para o auxí-lio no tratamento de pessoas com depressão, atuando em dois quesitos principais: conforto do paciente e redução da dosagem de antidepressivos. Além disso, o trabalho visa mostrar que o Johrei a Distância tem a mesma eficiência do Johrei presencial na geração de bem-estar e saúde.
Medicina Integrativa e EnergéticaO paradigma médico convencional é baseado essencial-
mente em processos bioquímicos, medicação alopática e
procedimentos invasivos como métodos de intervenção e manutenção da saúde. Em contrapartida ao paradigma convencional existe o paradigma holístico e integrativo.7,8 Esta abordagem valoriza os avanços da medicina mo-derna, mas concomitantemente considera os aspectos relevantes da medicina complementar e alternativa, que inclui os sistemas médicos orientais e as terapias energé-ticas.9,10 A medicina integrativa enfatiza a necessidade de observar os diversos aspectos que interferem na saúde de uma pessoa: incluindo corpo, mente e espírito.9 Além de enfatizar que não é apenas o médico ou terapeuta que fornece a cura, esta é fruto também da participação ativa do paciente por meio de prática de exercícios físicos re-gulares, dietas e outras práticas auxiliares.9 Dessa forma, a medicina integrativa combina os tratamentos de medicina convencional com tratamentos não convencionais segu-ros e efetivos. Atuando nas esferas biológica, psicológica, social, e espiritual relacionadas à doença e ao processo de cura.11
As técnicas não convencionais utilizadas em medicina integrativa podem ser divididas em duas categorias: pro-dutos naturais e práticas de mente e corpo.11 As técnicas baseadas em produtos naturais utilizam substâncias en-contradas na natureza, como ervas, vitaminas, minerais, geralmente em uma dosagem diferentes daquelas utili-zadas em medicina convencional e são consideradas su-plementos alimentares e não drogas. A abordagem nas práticas de mente e corpo envolve o uso de técnicas que afetam, ou atuam, no estado mental, nas funções corpo-rais e nos sintomas dos usuários desses métodos. Dentre os exemplos dessas técnicas estão a meditação, a quiro-praxia, a massoterapia, e a medicina energética.
O termo medicina energética7 (do inglês energy medici-ne) surgiu a partir da percepção e da crença de terapeutas e pacientes na existência de energias biológicas sutis que permeiam e englobam o corpo humano. Acredita-se que essas energias podem ser acessadas de várias formas por diferentes práticas de medicina complementar e alternati-va para fins de diagnóstico e terapias.
Medicina energética é um dos domínios da medicina in-tegrativa que foca na capacidade do biocampo humano promover o bem-estar e a saúde. O conceito do biocampo humano na medicina energética tem suas raízes em di-ferentes culturas ancestrais que desenvolveram diversas modalidades de terapias como por exemplo, gigong, do--in, pranayama, medicina ayurvédica, kudalini yoga, entre outras. Entretanto, apenas recentemente a ciência ociden-tal começou a avaliar o potencial e os benefícios dessas terapias.12
O Centro Nacional de Medicina Complementar e Alter-
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nativa dos Estados Unidos (NCCAM) divide as modalida-des de medicina energética em duas classes principais. As modalidades da primeira classe, são categorizadas como modalidades de energia verdadeira (ou verificável),13 usam campos eletromagnéticos que podem ser mensuradas por meio de tecnologias convencionais, como, eletrocar-diograma, eletroencefalograma, e ressonância magnética nuclear, um exemplo de terapia desta modalidade é a ele-troacupuntura. As da segunda classe, são denominadas de modalidades putativas (ou sutis), pois estas manipulam energias do corpo humano que não podem ser mensu-radas pela ciência e tecnologia corrente.13 Esta segunda classe são também denominadas energias de biocampo e buscam afetar os campos energéticos que envolvem e penetram o corpo humano, por meio da aplicação de pressões no corpo, manipulação de partes específicas do mesmo e imposição de mãos como, por exemplo, Reiki, Johrei, passes espirituais e outras técnicas de energia sutil.
Métodos
Participantes Os participantes deste experimento foram seleciona-
dos por meio de uma página da mídia social Facebook, denominada, “Projeto de Pesquisa Científica Baseada no Johrei”. Todos os participantes tinham de 17 até 80 anos e possuíam diversos níveis de depressão. O grupo de parti-cipantes que era de 104 pessoas, destas, 28 participantes formaram o grupo de controle, ou seja, não receberam Jo-hrei a Distância e 76 receberam a terapia durante o perío-do de 01/10/2016 a 30/04/2017, totalizando 6 meses de tratamento.
Procedimentos do ExperimentoO Johrei a Distância foi aplicado coletivamente, durante
sessões diárias de 20 minutos nas quais o ministrante, por meio da imposição de mãos, intencionava a cura para cada paciente listado naquele dia. Para o estudo da redução dos antidepressivos e da sensação de bem-estar foram selecionados, além dos 28 pertencentes ao grupo de con-trole, 40 participantes, dos 76 que receberam Johrei, que sofriam de depressão por mais de 9 meses e recebiam in-tervenção medicamentosa de antidepressivos. A escolha desse grupo de 40 participantes foi feita por questões de confiabilidade do estudo e aderência estatística. Foi op-tado alocar a este grupo, apenas aqueles que sofriam da doença por um período suficiente para que a mesma e o medicamento usado para trata-la tivessem um efeito es-tatisticamente significativo na saúde dos participantes. Na Figura 1 é descrito o fluxo de execução do experimento.
Figura 1 - Diagrama de fluxo do experimento
Análise EstatísticaUtilizou-se uma técnica de análise de dados categóricos
denominada Estudos de Coorte, que consiste em uma pes-quisa observacional, a fim de estabelecer uma relação causal entre o evento ao qual o grupo (coorte) foi exposto e o desfe-cho final após esta exposição, geralmente associado a saúde desta população estudada.
A escolha desta técnica foi pautada nos seguintes aspectos:• A seleção dos controles ao contrário dos estudos de caso--controle padrão é relativamente simples, visto que os dados utilizados pelo experimento foram coletados por questionário on-line em que os participantes não tinham a obrigatorieda-de de respondê-lo; • Os dados poderão ser coletados durante o estudo o que decresce a possibilidade de vícios no momento da obtenção das informações;• Se os pacientes que fizeram parte do experimento atende-ram aos critérios de inclusão aos Coortes estudados, o méto-do se mostra efetivo para análise de adequabilidade ou não ao tratamento dos grupos expostos.
Dentro do Estudo de Coorte são definidas algumas me-didas de aderência baseadas em chance e probabilidade. A
Avaliado para elegibilidade
(N=104).
Incluídos (n=68)
28 foram atribuídos ao
grupo de controle. (41%)
40 foram atribuídos Johrei
a distência. (59%)
Excluídos (n=7)
Recebei Johrei a menos
de 2 meses.
Excluídos (n=29)
Quem sofre de depressão
a menos de 9 meses (17).
Recebiam Johrei e não
tomavam medicamentos (12).
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chance (do inglês, odds), é a razão entre a probabilidade de ocorrência e a probabilidade de não ocorrência de um evento específico, como descrito na Equação 1.
Equação 1
chance =
onde p é a probabilidade de ocorrência do evento.
A primeira destas medidas é definida como razão de chan-ces ou razão de possibilidades (do inglês, odds ratio; abrevia-tura O.R.), que significa a razão da chance (odds) do evento ocorrer pela chance do mesmo não ocorrer, conforme Equa-ção 2.
Equação 2
OR =
onde E é o primeiro grupo e é o grupo de controle.
Nesta medida, se o resultado for igual a 1, a chance de res-posta positiva não difere entre os indivíduos expostos e não--expostos. Se o resultado for maior do que 1, a chance de resposta positiva é maior entre os indivíduos expostos. E por fim se o resultado for menor do que 1, a chance de resposta positiva é maior entre os indivíduos não expostos.
A segunda medida é definida como risco relativo (do inglês, relative risk; abreviatura R.R.), significa a relação da probabili-dade do evento ocorrer no grupo exposto contra a probabili-dade do evento ocorrer no grupo de controle. Nesta medida se o resultado for igual a 1, a probabilidade de resposta positi-va não difere entre os indivíduos expostos e não-expostos. Se o resultado for maior do que 1, a probabilidade de resposta positiva é maior entre os indivíduos expostos. E por fim se o resultado for menor do que 1, a probabilidade de resposta positiva é maior entre os indivíduos não expostos. Como des-crito na Equação 3. Vale ressaltar que o conceito de chance é diferente do conceito de probabilidade.
Equação 3
RR =
onde E é o grupo exposto e é o grupo controle.
ResultadosO experimento com a técnica de Coorte foi dividida em
duas análises, em que o fator de exposição em ambas foi a aplicação do Johrei a Distância. Na primeira o evento de in-teresse foi a Redução de antidepressivos, conforme a Tabela 1 e na segunda, o Bem Estar foi estudado como o evento de interesse, conforme a Tabela 2.
Tabela 1 - Johrei a Distância x Redução de Medicamentos
Conforme Tabela 1, das 40 pessoas que faziam uso de medicação e receberam Johrei a Distância, 39 pessoas re-duziram a ingestão de medicamentos e uma não. Dos 28 pa-cientes de que não receberam Johrei a Distância apenas 3 apresentaram redução no uso da medicação. Desta forma, de um total de 68 participantes, 42 pessoas que reduziram medicação e 26 não apresentaram redução.
Segundo o estudo de Coorte realizado, a probabilidade dos pacientes que receberam Johrei a Distância, reduzirem a medicação é de 0,975. A probabilidade deste mesmo grupo de pacientes não reduzirem o uso de medicação é de 0,025. Desta maneira a chance de haver redução de medicamentos para o grupo que recebeu Johrei a Distância é de 39. Para o grupo de controle, pacientes que não receberam Johrei a Distância, a probabilidade de redução no uso de medicamen-tos foi de 0,107 e a probabilidade de não redução da medica-ção foi de 0,893. Desta forma, a chance de haver redução da medicação no grupo de controle foi de 0,120.
O cálculo da razão de chance que é fruto da razão entre as chances dos pacientes que receberam Johrei e grupo de controle reduzir a medicação foi de 325. Segundo a regra de análise da razão de chances, se o resultado for maior que 1, a chance de resposta positiva é maior entre os indivíduos ex-postos. Em outras palavras, isto indica que existe uma corre-lação entre a exposição ao Johrei a Distância e a redução de medicamentos, ou seja, as pessoas que receberam Johrei a Distância tem uma maior chance de reduzir a medicação em relação às pessoas que não receberam este tratamento.
O risco relativo, que é a análise da probabilidade do evento ocorrer no grupo exposto (0,975) contra a probabilidade do
Johrei Dist. Sim
Redução de Medicamentos
Não Totais
Sim
Não
Totais
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3
42
1
25
26
40
28
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evento ocorrer no grupo de controle (0,107), no estudo reali-zado foi de 9,1. Segundo a regra de análise deste estudo e se o resultado for maior do que 1, a probabilidade de resposta positiva é maior entre os indivíduos expostos. Desta forma, no contexto deste trabalho, esta medida indica que a probabili-dade do grupo exposto ao Johrei a Distância reduzir a dosa-gem da medicação é maior que a do grupo de controle.
Tabela 2 - Johrei a Distância x Bem Estar
Conforme Tabela 2, das 40 pessoas que receberam Jo-hrei a Distância, 34 pessoas relataram uma sensação de bem-estar logo após de terem recebido a terapia. Dos 28 pacientes de que não receberam Johrei a Distância apenas 4 relataram uma sensação de bem-estar. Desta forma, de um total de 68 participantes, 38 relataram bem estar e 30 não relataram nenhuma melhora.
Segundo o estudo de Coorte realizado a probabilidade dos pacientes que receberam Johrei a Distância, e relata-ram bem-estar foi de 0,850. A probabilidade deste mes-mo grupo de pacientes não descreveram sentir bem es-tar após o Johrei a Distância foi de 0,150. Desta maneira a chance dos pacientes expostos ao Johrei a Distância apresentarem um quadro de bem estar foi de 5,667. Para o grupo de controle, pacientes que não receberam Johrei a Distância, a probabilidade de apresentarem um quadro de bem-estar foi de 0,143 e a probabilidade de não sentirem uma sensação de bem-estar foi de 0,857. Desta forma, a chance dos participantes no grupo de controle descreve-rem um quadro de bem estar foi de 0,167.
O cálculo da razão de chance que é fruto da razão entre as chances dos pacientes que receberam Johrei a Distân-cia e grupo de controle de sentirem (relatarem) bem-estar foi de 34. Segundo a regra de análise da razão de chan-ces, se o resultado for maior que 1, a chance de resposta positiva é maior entre os indivíduos expostos. Em outras palavras, isto indica que existe uma correlação entre a ex-posição ao Johrei a Distância e a descrição de uma sensa-ção de bem-estar pelo paciente, ou seja, as pessoas que receberam Johrei a Distância tem uma maior chance de
sentir-se melhor em relação as pessoas que não recebe-ram este tratamento.
O risco relativo, que é a análise da probabilidade do evento ocorrer no grupo exposto (0,850) contra a probabi-lidade de o evento ocorrer no grupo de controle (0,143), no estudo realizado foi de 5,95. Segundo a regra de análise deste estudo e se o resultado for maior do que 1, a proba-bilidade de resposta positiva é maior entre os indivíduos expostos. Desta forma, no contexto deste trabalho, esta medida indica que a probabilidade do grupo exposto ao Johrei a Distância ter uma sensação de bem-estar é maior que a do grupo de controle.
Nos estudos de biocampo relatadas nas literaturas tais como: Reiki (MIWA, 2012), Passe Espírita,14 Toque Terapêu-tico15 entre outras, tem demostrado efetividade na redução da ansiedade, dores e depressão.
A redução da depressão e melhoria do bem-estar foram relatados em participantes que receberam Johrei a Dis-tância no horário e dia estipulado durante os 6 meses de terapia. O Johrei é considerado uma transmissão de ener-gia imediata que é canalizada através da mão do emissor (ministrante) e enviada para um receptor a uma distância média de 30 cm, conforme estabelecido pelas práticas da Igreja Messiânica Mundial.
O Johrei a Distância proposto por este trabalho também se caracteriza por uma transmissão imediata de energia pela palma da mão de um ministrante direcionada a um re-ceptor, entretanto esta técnica não é limitada por questões espaciais, ou seja, o receptor não necessita estar próximo do ministrante.
Os participantes que receberam Johrei a Distância re-portaram um aumento na sensação de bem-estar e uma redução no uso da medicação após a terapia.
A redução dos níveis de depressão e aumento de bem--estar apontam para a efetividade do Johrei a Distância conforme visto nas Tabelas 1 e 2. A homeostase e os circui-tos neuroendócrinos envolvidos na depressão podem ser melhorados pela recepção das terapias de biocampo. Em-bora este estudo não tenha focado nos efeitos bioquímicos da recepção do Johrei a Distância nos participantes, os au-tores deste trabalho acreditam que esta terapia específica pode ter um efeito positivo nos processos homeostáticos e na circuitaria neuroendócrina.14
Não foi considerado no estudo aspectos de gênero, fai-xa etária e religião. Porém observou-se que a maioria dos participantes são da religião messiânica e que já conhece o Johrei tradicional e se interessaram pela técnica do Johrei a Distância.
Este trabalho possui limitações como, uma análise dos aspectos bioquímicos envolvidos na aplicação do Johrei a
Johrei Dist. Sim
Bem Estar
Não Totais
Sim
Não
Totais
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4
38
6
24
30
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Referências1 • Igreja Messiânica Mundial do Brasil. (2004). Curso de for-mação de membros. São Paulo: Fundação Mokiti Okada.
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Distância, utilização de métricas padronizadas da literatura médica para realizar uma análise mais profunda dos resul-tados obtidos. Além disso, este trabalho poderia ser reali-zado num contexto clínico hospitalar o que promoveria um redesenho do estudo realizado para a análise de aspectos terapêuticos e práticas médicas que não foram delineadas no estudo corrente.
Considerações FinaisO presente resultado sugere que o Johrei a Distância re-
duziu o uso de medicamentos e aumentou o bem-estar das pessoas envolvidas o que denota esta terapia como uma prática de medicina integrativa eficaz para o tratamento não farmacológico dos sintomas da depressão. Pode-se constatar também que o uso de uma terapia remota gerou resultados similares aos obtidos pelas terapias energéticas presenciais descritas nas literaturas.
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ResumoA vigilância dos óbitos infantis proporciona maior visibilidade às
elevadas taxas de mortalidade no país, aprimorando o registro
dos óbitos, e possibilitando a adoção de medidas para prevenir os
óbitos evitáveis pelos serviços de saúde. Analisar as investigações
de óbitos em menores de um ano ocorridos no Estado do Espírito
Santo, Brasil, no período de 2006 a 2013. Estudo epidemiológico
descritivo, cujos dados foram obtidos do Sistema de Informações
sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação sobre Nas-
cidos Vivos (SINASC). Foram realizadas análises estatísticas des-
critivas, por meio dos cálculos de frequência absoluta e relativa,
além do mapeamento das taxas de mortalidade infantil e taxas de
investigação dos óbitos infantis, por município. Foram notificados
5.318óbitos infantis, sendo que 3.055 (60%) foram investigados e
2.263 (40%) não investigados. Observou-se maior predomínio de
óbitos investigados do sexo masculino, de raça/cor parda, e do
tipo de parto cesáreo. Além disso, verificou-se que o município
de Atílio Vivacqua apresentou a maior taxa de óbitos investigados
(13,61/1000 nascidos vivos), enquanto que Apiacá apresentou a
maior taxa de óbitos infantis não investigados (17,27/1000 nasci-
dos vivos). Sugere-se o treinamento e capacitação das equipes de
saúde, bem como a formalização e o fortalecimento dos comitês
de investigação de óbito infantil para o planejamento de ações e
medidas a fim de aprimorar a vigilância dos óbitos infantis.
Palavras chaves: Vigilância em saúde; Mortalidade infantil; Saúde
Materno-Infantil; Dados epidemiológicos.
AbstractThe surveillance of infant deaths provides greater visibility to the
high mortality rates in the country, improving the recording of
deaths, and enabling the adoption of measures to prevent deaths
preventable by health services. Analyzing the investigations of
deaths in children under one year in the Espirito Santo State, Bra-
zil, from 2006 to 2013. Descriptive epidemiologic al study, whose
data were obtained from the Information System on Mortality and
the Information System on Alive Born. Descriptiv estatístical ana-
Vigilância de Óbito Infantil no Espírito Santo Brasil
Ulysses Maria Pereira SilvaEnfermeiro, Especialista em Epidemiologia. Especialista em
Educação Permanente em Saúde pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS), Especialista em Controle de Infecção
Hospitalar e Gestão em Serviços de Saúde pela Faculdade
Multivix Nova Venécia, Especialista em Auditoria em Serviços de
Saúde pela Faculdade de Nanuque (FANAN) e Especializando
em Enfermagem Obstétrica pela Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG).
Children Death Surveillance in Espírito Santo - Brazil
Vigilancia de Muertes Infantiles en Espírito Santo - Brasil
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37
lyzes were carried out by absolute and relative frequency calcula-
tions, as well as the mapping of infant mortality rates and investiga-
tion rates of infan deaths by city. 5,318 infant deaths were reported,
of which 3,055 (60%) were investigated and 2,263 (40%) were not
investigated. It was observed a greater prevalence of investigated
deaths of males, race/brown color, and type of cesarean delivery.
Be sides, it was found that Atilio Vivacqua City had the highest rate of
deaths investigated (13.61 /1000 live births), while Apiaca City pre-
sented the highest rate of uninvestigated infant deaths (17.27/1000
aliveborn). It is suggested training and qualification of health teams,
as well as the formalization and strengthening of infant death inves-
tigation committees to plan actions and measures to improve the
surveillance of infant deaths.
Key words: Health surveillance; Child mortality; Maternal and Child
Health; Epidemiological data.
ResúmenLa vigilancia de las muertes infantiles proporciona mayor visibilidad
a las elevadas tasas de mortalidad en el país, perfeccionando el re-
gistro de las muertes y posibilitando la adopción de medidas para
prevenir las muertes evitables por los servicios de salud. Analizar las
investigaciones de muertes en menores de un año ocurridas en el
Estado de Espírito Santo, Brasil, en el período de 2006 a 2013. Es-
tudio epidemiológico descriptivo, cuyos datos fueron obtenidos del
Sistema de Informaciones sobre Mortalidad (SIM) y del Sistema de
Información sobre Nacidos Vivos (SINASC). Se realizaron análisis es-
tadísticos descriptivos por medio de los cálculos de frecuencia ab-
soluta y relativa, además del mapeo de las tasas de mortalidad infan-
til y tasas de investigación de las muertes infantiles, por municipio.
Fueron notificadas 5.318 muertes infantiles, siendo que 3.055 (60%)
fueron investigadas y 2.263 (40%) no investigadas. Se observó mayor
predominio de muertes investigadas del sexo masculino, de raza/
color parda, y del tipo de parto cesáreo. Además, se verificó que, el
municipio de Atílio Vivacqua presentó la mayor tasa de muertes in-
vestigadas (13,61/1000 nacidos vivos), mientras que, Apiacá presentó
la mayor tasa de muertes infantiles no investigadas (17,27/1000 naci-
dos vivos). Se sugiere el entrenamiento y capacitación de los equipos
de salud, como también la formalización y el fortalecimiento de los
comités de investigación de muerte infantil para la planificación de
acciones y medidas con la finalidad de perfeccionar la vigilancia de
las muertes infantiles.
Palabras claves: Vigilancia en salud; Mortalidad infantil; Salud Mater-
no Infantil; Datos epidemiológicos.
IntroduçãoA mortalidade infantil corresponde aos óbitos de crianças
menores de um ano de idade em determinado local e pe-ríodo, sendo um dos indicadores responsáveis por avaliar a situação de saúde de uma determinada região ou país.1
Este indicador é de grande importância para estimar o ris-co de um nascido vivo morrer durante o seu primeiro ano de vida, uma vez que altas taxas de mortalidade infantil re-presentam baixo nível de desenvolvimento socioeconômi-co e baixas condições de vida e saúde. Além disso, a taxa de mortalidade infantil pode ser classificada em alta (50 ou mais/1000 nascidos vivos), média (20 a 49/1000 nascidos vi-vos) e baixa (menos de 20/1000 nascidos vivos).2
A mortalidade infantil infelizmente é um problema mundial de saúde pública, em especial em países e regiões mais po-bres. Em consequência disso, em 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs oito objetivos de desenvolvi-mento do milênio, onde 189 nações, incluindo o Brasil, firma-ram o compromisso de combater a pobreza além de outros males da sociedade. Dentre os objetivos, destaca-se a redu-ção da mortalidade infantil para 2/3 a ser alcançada até o ano de 2015.3
No Brasil, a taxa de mortalidade infantil decresceu de 26,1/1000 nascidos vivos em 2000 para 14,0/1000 nascidos
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vivos em 2011, alcançando o objetivo do milênio antes mes-mo do período estimado. Entretanto, a taxa permanece em nível elevado se comparada com os países desenvolvidos, como Canadá e Japão, e com os países em desenvolvimento como Argentina, Chile, Uruguai e Cuba.4
No Espírito Santo, em 2014, a taxa de mortalidade infan-til era a mais baixa do País, chegando a 9,6/1000 nascidos vivos.5 Além das ações propostas pelo Ministério da Saúde (MS), o Espírito Santo elaborou políticas próprias, como a Rede Bem Nascer, que por meio de incentivo financeiro esta-dual para obras e/ou aquisição de equipamentos, tem como principal objetivo a redução da mortalidade materno-infantil.6
Ressalta-se que a conquista na redução da mortalidade in-fantil também ocorreu em virtude da inquestionável diminui-ção da pobreza observada nos últimos anos, como a criação de programas de políticas públicas intersetoriais, entre eles o Programa Bolsa Família.7
Na área da saúde, destaca-se a ampliação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) que fortaleceu as ações primárias da saúde, em especial, aquelas direcionadas à saúde materno--infantil, como o planejamento familiar, pré-natal, incentivo ao aleitamento materno, imunização e atenção às doenças pre-valentes na infância(5). Além disso, em 2011, o MS tornou pú-blico o programa Rede Cegonha, que destinou investimentos para qualificar a assistência à mulher e ao recém-nascido.8
Além dessas atividades no âmbito da saúde individual e coletiva, o MS também vem desenvolvendo ações de vigi-lância em saúde.Nesse sentindo, destaca-se a vigilância dos óbitos infantis, a qual proporciona visibilidade às elevadas ta-xas de mortalidade no país, aprimorando o registro dos óbi-tos, e possibilitando a adoção de medidas para prevenir os óbitos evitáveis pelos serviços de saúde.
Nessa perspectiva, para auxiliar as políticas públicas e ações de intervenção para melhoria da vigilância ao óbito, em meados da década de 1990, o MS recomendou aos Estados a institucionalização de comitês estaduais, regionais, munici-pais e hospitalares de investigação de óbitos infantis, com o intuito de avaliar a qualidade da assistência ofertada à mulher e a criança.9
A criação desses Comitês fundamenta-se no Manual dos Comitês de Prevenção do Óbito Infantil e Fetal, elaborado em 2004. Este Manual sistematiza as experiências dos comitês e da vigilância do óbito infantil e fetal, ampliando a mobilização e o comprometimento dos gestores e profissionais de saúde para a organização de um sistema de acompanhamento dos óbitos com maior potencial de prevenção.9
Entretanto, somente em 2010, o MS definiu como obriga-toriedade a vigilância dos óbitos materno, infantil e fetal por parte dos profissionais envolvidos na atenção materno-infan-til (9). Apesar desses avanços, a investigação de óbito infantil
no Espírito Santo ainda é baixa. Segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), somente 60% dos óbitos infantis foram investigados entre 2006 a 2013.10
Cabe ressaltar que a investigação do óbito infantil possibili-ta a identificação e a percepção dos problemas relacionados à assistência materno-infantil, levando a melhor compreen-são do contexto e também um melhor monitoramento dos níveis de mortalidade, elementos estes, indispensáveis para o planejamento em saúde.
Portanto, o presente estudo, tem como objetivo analisar as investigações de óbitos em menores de um ano ocorridos no Estado do Espírito Santo, Brasil, no período de 2006 a 2013.
MetodologiaRealizou-se um estudo descritivo comparativo dos óbitos
menores de um ano de idade ocorridos no Espírito Santo, en-tre os anos de 2006 a 2013. O Espírito Santo é composto por 78 municípios, se abrange uma área geográfica de 46.095,583 km², com a população estimada em 3.512.672 habitantes, sen-do o décimo quarto estado mais populoso do Brasil.
A coleta dos dados foi realizada por meio do Sistema de In-formações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informa-ção sobre Nascidos Vivos (SINASC), ambos pertencentes ao Ministério da Saúde.
As variáveis de interesse utilizadas nesse estudo foram ex-traídas do SIM, são elas: sexo, raça/cor, região de saúde, faixa etária materna, escolaridade materna, tipo de parto e faixas de semana gestacional.
Inicialmente, a análise dos dados foi realizada por meio de aná-lises estatísticas descritivas, com cálculo de frequência absoluta e relativa, utilizando o software Microsoft Excel, versão 2010.
Em seguida, calculou-se as taxas de mortalidade infantil, dividindo-se o número de óbitos ocorridos entre os anos de 2006 e 2013 em cada município do Estado pelo número de nascidos vivos registrados pelo SINASC, multiplicado por mil.
Para a análise da investigação do óbito infantil, calculou-se as taxas de óbitos infantis investigados, incluindo no numera-dor os óbitos infantis investigados e no denominador o núme-ro de nascidos vivos, multiplicado por mil. E para as taxas de óbitos infantis não investigados, tomou-se por numerador o número de óbitos infantis não investigados; e por denomina-dor, o número de nascidos vivos, multiplicado por mil. Por fim, foram elaborados mapas ilustrativos da situação dos óbitos investigados e não investigados no Estado do Espírito Santo, por município
O processamento dos dados e o mapeamento dos resulta-dos foi realizado por intermédio do software TerraView versão 4.3.0, utilizando-se a malha digital do Estado do Espírito Santo disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-ca (IBGE) do ano 2010.
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ResultadosNo período de 2006 a 2013, ocorreram 5.318 óbitos infantis no
Espírito Santo, sendo que 3.055 (60%) foram investigados e 2.263 (40%) não investigados, conforme escrito na tabela 1.
Verificou-se que no período compreendido entre 2006 e 2009 a proporção de óbitos não investigados foi maior do que a propor-ção dos óbitos investigados, mudando esse cenário no período de 2010 a 2013, onde a proporção de óbitos investigados se tornou maior do que aqueles não investigados. Além disso, observou-se maior frequência de óbitos infantis entre os anos de 2006 e 2009 em comparação ao período de 2010 a 2013 (Tabela 1).
Evidenciou-se que a região Metropolitana apresentou tanto a
maior frequência de óbitos infantis investigados (65,2%) quanto de óbitos infantis não investigados (36,9%) (Tabela 1).
Também verificou-se maior ocorrência de óbitos infantis inves-tigados do sexo masculino(57,2 %), de raça/cor parda (47,0%), e na faixa etária materna entre 20 a 34 anos (53,3%) (Tabela 1).
Quanto à escolaridade materna, observou-se que os óbitos ocorridos em mulheres com baixa ou nenhuma escolaridade apresentaram menor frequência de óbitos investigados em com-paração às mães com maior escolaridade (Tabela 1).
Além disso, observou-se maior predomínio de óbitos investi-gados no tipo de parto cesáreo e na faixa de semana gestacional entre 37 a 41 semanas de gestação (Tabela 1).
Tabela 1 - Investigação de Óbito.
Variável Categoria
Investigação do Óbito
Sim (%) Não (%)
Ano
Sexo
Raça/Cor
Região de saúde
Faixa etária materna
Escolaridade materna
Tipo de parto
Faixas de semanas gestacional
2006-20072008-20092010-20112012-2013
FemininoMasculino
BrancaPretaAmarelaPardaIndígenaIgnorado
CentralNorteMetropolitanaSul Ignorado
9 a 14 anos15 a 19 anos20 anos a 34 anos35 anos ou maisIdade ignorada
Nenhuma1 a 3 anos4 a 7 anos8 a 11 anos12 anos e maisIgnorado
VaginalCesárioIgnorado
Menores de 22 semanas22 a 27 semanas28 a 31 semanas32 a 36 semanas 37 a 41 semanas42 semanas e mais Ignorado
462 (15,1)560 (18,3)981 (32,1)
1052 (34,4)
1299 (42,8)1739 (57,2)
1048 (34,3)84 (2,7)1 (0,0)
1437 (47,0)9 (0,3)
476 (15,6)
343 (11,2)298 (9,8)
1993 (65,2)417 (13,6)
4 (0,1)
36 (1,2)513 (16,8)
1627 (53,3)305 (10,0)574 (18,8)
113 (3,7)129 (4,2)
668 (21,9)1067 (34,9)290 (9,5)
788 (25,8)
1193 (39,1)1418 (46,4)444 (14,5)
95 (3,1)524 (17,2)467 (15,3)576 (18,9)836 (27,4)
24 (0,8)533 (17,4)
1038 (45,9)809 (35,7)265 (11,7)151 (6,7)
1003 (45,2)1217 (54,8)
783 (34,6)63 (2,8)3 (0,1)
828 (36,6)2 (0,1)
584 (25,8)
459 (20,3)408 (18,0)836 (36,9)557 (24,6)
3 (0,1)
15 (0,7)315 (13,9)
1022 (45,2)180 (8,0)731 (32,3)
118 (5,2)109 (4,8)
430 (19,0)557 (24,6)148 (6,5)
901 (39,8)
909 (40,2)859 (38,0)495 (21,9)
58 (2,6)354 (15,6)310 (13,7)350 (15,5)638 (28,2)
27 (1,2)526 (23,2)
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Em relação ao município de ocorrência dos óbitos,observou--se que o município de Governador Lindenberg apresentou a maior taxa de mortalidade infantil do Espírito Santo, alcan-çando quase 29 óbitos infantis a cada 1.000 nascidos vivos, conforme a figura 1-A.
Contudo, no que se refere à região de saúde, verificou-se que o município de Água Doce do Norte apresentou a maior taxa de mortalidade infantil (21,2/1000 nascidos vivos)da região Norte, enquanto que Irupi apresentou a maior taxa de mortalidade in-fantil (22,03/1000 nascidos vivos) da região Sul (Figura 1A).
Quanto à investigação do óbito infantil, observou-se que os municípios de Atílio Vivacqua (13,61/1000 nascidos vivos), Mu-curici (12,01/1000 nascidos vivos) e Serra (11,45/1000 nascidos vivos) apresentaram as maiores taxas de óbitos investigados. (Figura 1-B)
Em contrapartida, os municípios de Apiacá (17,27/1000 nas-cidos vivos), Alto Rio Novo (16,61/1000 nascidos vivos) e Gover-nador Lindenberg (13,65/1000 nascidos vivos) apresentaram as maiores taxas de óbitos infantis não investigados. (Figura 1-C)
DiscussãoNo Espírito Santo, no período de 2006 a 2013, ocorreram 5.318
óbitos infantis, sendo que 3.055 (60%) foram investigados e 2.263 (40%) não investigados, representando um percentual baixo de óbitos investigados. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, o ideal é que se investigue 100% dos óbitos infantis, con-tudo, a proporção de óbitos infantis no Brasil ainda não é a ideal, em especial nos estados da região Norte e Nordeste.9
Esse fato decorre, especialmente, devido ao acesso aos serviços de saúde de baixa qualidade, que na maioria das ve-zes não possuem um sistema de vigilância de óbito infantil instalado, ou quando instalado, é ineficaz.9
Entretanto, evidencia-se uma melhora nos percentuais de óbitos infantis investigados no período de 2010 a 2013 no Espírito Santo, bem como, a redução dessas mortes. Essa mudança pode ter ocorrido devido o Governo Brasileiro as-sumir o compromisso de redução nacional dos óbitos infan-tis, em 2000 por meio dos objetivos do milênio. Além disso, destacam-se a implantação e fortalecimento das políticas de saúde direcionadas à mulher e a criança no Brasil e Espírito Santo, entre elas a Rede Bem Nascer (própria do Estado do Espírito Santo), a Rede Cegonha, e os Comitês de Investiga-ção de Óbito Infantil, Fetal e Materno.5
Por intermédio do aumento da investigação dos óbitos in-fantis observou-se também uma redução dos óbitos, uma vez que foi possível identificaras regiões prioritárias para ocorrência dessas mortes e as suas principais causas, levan-do a uma melhor alocação de incentivos financeiros, defini-ção de estratégias, e capacitação das equipes.
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Graus Decimais
Obitosinfantis
0 ˜ 44 ˜ 88 ˜ 1212 ˜ 2020 ˜ 29
Obitosinfantis
0 ˜ 44 ˜ 88 ˜ 1212 ˜ 2020 ˜ 29
Obitosinfantis
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A
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Graus Decimais
Tabela 1 - Distribuição das taxas de óbitos em menores de um ano, Espírito Santo, Brasil, 2006-2013. A • Taxa bruta de óbitos infantis; B • Taxa bruta de óbitos infantis investigados; C • Taxa bruta de óbitos infantis não investigados.
0 1 2 3
Graus Decimais
B
C
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Contudo, ainda existem regiões de saúde no Espírito Santo, que ainda não conseguiram implantar e fortalecer essas políti-cas de maneira eficaz e eficiente, dado que, regiões Sul e Nor-te ainda persistem com números elevados de óbitos infantis em relação ao quantitativo de nascidos vivos em cada região.
Além disso, a região Norte apresentou a menor frequência de investigação de óbitos. Isso pode ser explicado, pela re-ferida região apresentar o maior vazio assistencial do Estado, não tendo nenhuma referência de alto risco para as gestan-tes e nem mesmo um Hospital Infantil de referência, sendo o mais próximo localizado na capital, Vitória. Outro fator im-portante é a realidade das maternidades da região Norte do Estado, que convivem com estruturas precárias de casas e fundações de saúde fundada no início do século passado, bem como, com recursos financeiros limitados dependentes do setor público para a sua sustentação financeira, fazendo com que não adotem as boas práticas de cuidado a mulher e o recém-nascido.
Em contrapartida, a região Metropolitana, onde estão loca-lizados os municípios mais populosos e a capital, apresen-tou a maior ocorrência de investigação de óbitos infantis. Destaca-se que a grande Vitória possui a maior infraestrutura e alocação de recursos para área de saúde, além de maior fiscalização e atuação da Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (SESA-ES).6
No presente estudo também verificou-se alto índice de in-vestigação de óbitos infantis em partos cesáreos. De acordo com a SESA-ES o Estado apresentou alto índice de cesaria-na entre os anos de 2006 a 2013, correspondendo a 36.366 (67,0%) partos cesáreos de um total de 54.435 partos.11 Além disso, Morray et al,12 em estudo realizado nos Estados Uni-dos, analisaram a qualidade da intervenção cirúrgica diante das tecnologias disponíveis, e afirmam que a falta de tecno-logias apropriadas podem levar ao adoecimento, e possivel-mente a morte da criança no parto cesáreo.
Neste trabalho também identificou-se baixa frequência de investigação de óbitos infantis em mães com nenhuma ou baixa escolaridade, o que pode está relacionada com o me-nor acesso aos serviços de saúde ou com a condição socioe-conômica. As mulheres com baixa ou nenhuma escolaridade na maioria das vezes convivem diretamente com as desi-gualdades sociais e econômicas, sendo fatores diretamente relacionados com a mortalidade infantil.13
Desse modo, são necessárias ações e políticas igualitárias para as diversas realidades brasileiras, em especial, para as regiões com baixo nível socioeconômico, promovendo polí-ticas públicas de saúde coerentes com cada realidade bra-sileira.14
Nesse sentido, torna-se necessário maior apoio técnico e operacional do Ministério da Saúde e das Secretarias de Saú-
de, bem como dos gestores municipais e regionais para ca-pacitar as equipes de saúde para melhor eficiência e eficácia na vigilância dos óbitos infantis no Estado.
Esse trabalho limitou-se a utilização dos dados do Sistema de Mortalidade Infantil (SIM) e do Sistema Nacional de Nas-cidos Vivos (SISNAC), não sendo possível identificar as princi-pais justificativas dos óbitos infantis não investigados, o que é essencial para definição de diretrizes e estratégias para a vigilância do óbito. Contudo, isso não anula os resultados al-cançados diante da dimensão de variáveis utilizadas.
ConclusãoEvidenciou-se que no Espírito Santo o processo de vigilân-
cia de óbito infantil ainda não atingiu os valores ideias, em especial, a região Norte, onde a frequência de óbitos inves-tigados ainda é baixa. Desta forma, torna-se fundamental o planejamento de intervenções e políticas de saúde direcio-nadas às regiões e os municípios prioritários.
Além disso, deve-se intensificar os serviços de vigilância em saúde, em especial, a vigilância do óbito infantil, com o intuito de compreender as causas desses óbitos de modo a promover ações para evitá-los. Também, recomenda-se a formalização e o fortalecimento dos comitês de investigação de óbito infantil, por meio da definição de recursos específi-cos para o seu funcionamento, favorecendo assim o plane-jamento de ações e medidas para o alcance dos resultados esperados.
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ATIVIDADE Nø DE PONTOS
Congresso nacional da especialidade
Congresso da especialidade no exterior
Congresso/jornada regional/estadual da especialidade
Congresso relacionado à especialidade com apoio da
sociedade nacional da especialidade
Outras jornadas, cursos e simpósios
Programa de educação à distância por ciclo
Artigo publicado em revista médica
Capítulo em livro nacional ou internacional
Edição completa de livro nacional ou internacional
Conferência em evento nacional apoiado pela
Sociedade de Especialidade
Conferência em evento internacional
Conferência em evento regional ou estadual
Apresentação de tema livre ou pôster em congresso ou
jornada da especialidade
Participação em banca examinadora (mestrado,
doutorado, livre-docência, concurso, etc.).
Mestrado na especialidade
Doutorado ou livre docência na especialidade
Coordenação de programa de residência médica
Projetos de pesquisa aprovado
Elaboração de manual de rotinas
Congresso internacional
Apresentação congresso internacional (São Camilo)
Reuniões Científicas
Coordenação de Eventos
Eventos
Atividades Científicas
Atividades Acadêmicas
Atividades Institucionais
TOTAL OBRIGATÓRIO ANUALMENTE Do total obrigatório anualmente, 20 pontos deverão ser em atividades institucionais.
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05
15
10
0,5/h (mín.1 e máx.10)
0,5/h (máx.10)
05
05
10
05
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02
02 (máx. 10)
05
15
20
5/ano
20
10
+15
+03
1,0/h
5,0 (máx. 20)
REGRAS DE PREMIAÇÃO
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BENEFÍCIOS DIAMANTE PRATAOURO BRONZE
Pontos mínimos para atingir a premiação
Confecção de Banner / Assessoria
Inscrição em Congresso Nacional
Inscrição em Congresso Internacional
Viagem (passagem)
Pacote completo para Congresso Nacional
(passagem, inscrição, banner)
Pacote completo para Congresso Internacional
(passagem, inscrição, banner)
Intercambio internacional
200
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
80
Sim
Sim
Sim
Sim
Não
Não
Não
140
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Não
Não
60
Sim
Sim
Não
Não
Não
Não
Não
COTAS PARA PREMIAÇÃO
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