bndes: perspectivas do investimento em infraestrutura

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Por Gilberto Borça Jr. e Pedro Quaresma Perspectivas de investimento na Infraestrutura 2010-2013 Economistas da APE Visão do Desenvolvimento nº 77 22 fev 2010 Visão do Desenvolvimento é uma publica- ção da área de Pesquisas Econômicas (APE), do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco- nômico e Social. As opiniões deste informe são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente o pensamento da administração do BNDES. Mapeamento realizado pelo BNDES prevê injeção de R$ 274 bilhões no setor O BNDES é o princi- pal banco financiador dos investimentos de longo prazo da indús- tria e da infraestrutura no Brasil. Por esse mo- tivo, possui relaciona- mento estável com a maior parte das em- presas relevantes desses segmentos, acompanhando de forma permanente as tendências dos diferentes mercados. Seu caráter de banco de desenvolvimento faz com que as empresas o percebam como um parceiro estratégico, possibilitando maior compartilhamento de informações. Por força de sua posição, o BNDES é um locus importante que reúne um rico con- junto de informações sobre os horizontes dos investimentos produtivos no Brasil. A partir de informações disponíveis na instituição, o BNDES, desde 2006, vem realizando periodicamente levantamen- tos sobre as perspectivas de investimen- to na economia brasileira. Tais pesquisas têm a característica comum de serem baseadas no conhecimento dos técnicos das áreas setoriais do Banco, os quais, por terem acesso aos planos de investi- mentos das empresas, possuem maior capacidade de análise da trajetória a ser seguida pelos diferentes setores. As pesquisas de 2006 e 2007 tiveram o mérito de antecipar o ciclo de investimen- tos que então se acelerava. Durante os piores meses da crise financeira interna- cional, a partir da segunda metade de 2008, foram feitos acompanhamentos mais freqüentes dos dados, podendo-se perceber que o horizonte dos investimen- tos tornou-se bem mais volátil. Mesmo assim, observou-se forte resiliência de

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Brasil: Investment in infraestuture

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Page 1: Bndes: Perspectivas do Investimento em Infraestrutura

Por Gilberto Borça Jr. e Pedro Quaresma

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Perspectivas de investimentona Infraestrutura 2010-2013

Economistas da APE

Visãodo Desenvolvimento

nº 77 22 fev 2010

Visão do Desenvolvimento é uma publica-ção da área de Pesquisas Econômicas (APE),do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social. As opiniões deste informesão de responsabilidade dos autores e nãorefletem necessariamente o pensamento daadministração do BNDES.

Mapeamentorealizadopelo BNDESprevê injeçãode R$ 274bilhões nosetor

O BNDES é o princi-pal banco financiadordos investimentos delongo prazo da indús-tria e da infraestruturano Brasil. Por esse mo-tivo, possui relaciona-

mento estável com a maior parte das em-presas relevantes desses segmentos,acompanhando de forma permanente astendências dos diferentes mercados. Seucaráter de banco de desenvolvimento fazcom que as empresas o percebam comoum parceiro estratégico, possibilitandomaior compartilhamento de informações.Por força de sua posição, o BNDES é umlocus importante que reúne um rico con-junto de informações sobre os horizontesdos investimentos produtivos no Brasil.

A partir de informações disponíveis nainstituição, o BNDES, desde 2006, vemrealizando periodicamente levantamen-

tos sobre as perspectivas de investimen-to na economia brasileira. Tais pesquisastêm a característica comum de serembaseadas no conhecimento dos técnicosdas áreas setoriais do Banco, os quais,por terem acesso aos planos de investi-mentos das empresas, possuem maiorcapacidade de análise da trajetória a serseguida pelos diferentes setores.

As pesquisas de 2006 e 2007 tiveram omérito de antecipar o ciclo de investimen-tos que então se acelerava. Durante ospiores meses da crise financeira interna-cional, a partir da segunda metade de2008, foram feitos acompanhamentosmais freqüentes dos dados, podendo-seperceber que o horizonte dos investimen-tos tornou-se bem mais volátil. Mesmoassim, observou-se forte resiliência de

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Grandes projetos vão demandarmelhorias no marco regulatórioe mecanismos de financiamento

alguns setores, como por exemplo, pe-tróleo e gás e aqueles relacionados ainfraestrutura básica. No caso dos inves-timentos na indústria, o impacto da crisefoi bem mais pronunciado, em especial,nos segmentos exportadores.

Com o fim do período mais agudo dacrise financeira internacional, o objetivodessa edição do Visão do Desenvolvi-mento é apresentar o novo levantamen-to sobre as perspectivas de investimen-tos na Infraestrutura, agora para o perío-do 2010-2013. Os valores encontradosatingem o montante de R$ 274 bilhões.O trabalho engloba, a exemplo das pes-quisas anteriores, os setores de: energiaelétrica, telecomunicações, saneamento

e logística (rodovias, ferrovias e portos).Trata-se de um conjunto de setores re-presentativos, uma vez que, segundo es-timativas do BNDES, respondeu por 95%o total dos investimentos emInfraestrutura em 2008.

Investimentos em Infraestrutura

Os investimentos em Infraestrutura sãode vital relevância para o funcionamentoda economia. Eles não apenas elevam suacompetitividade sistêmica – melhorandoas condições de transporte, de comuni-cação e de fornecimento de energia –mas também geram efeitosmultiplicadores e dinamizadores nos de-

sincronia entre a obtenção dolicenciamento necessário e sua adequa-ção às condições peculiares dos projetosreduzem não apenas os custos do inves-timento, mas também viabilizam a expan-são adequada do fornecimento de ener-gia elétrica ao país.

Conclusões

Os projetos na área de Infraestrutura secaracterizam por serem de elevado portee demandarem uma vultosa gama de re-cursos, além de possuírem prazos dilata-dos de maturação. São de grande im-portância estratégica, tanto em termosde competitividade sistêmica via efeitosmultiplicadores,quanto de sus-tentação de ta-xas de cresci-mento de lon-go prazo mais elevadas para a economiaatravés de efeitos aceleradores.

A partir de 2007, houve uma generali-zação do processo de crescimento do in-vestimento na economia brasileira, o qualhavia se iniciado no segmento industrial.Setores ligados a Infraestrutura básicapassaram a ganhar maior importância, aqual foi reafirmada com o lançamentodo PAC – que consistia em uma açãocoordenada do governo federal para am-pliar e sustentar a realização de investi-mentos públicos no setor, atuando tam-bém, de maneira positiva sobre as expec-tativas de longo prazo do setor privado.

Os esforços para ampliar os investimen-tos no segmento de Infraestrutura forambem sucedidos. A partir do agravamentoda crise internacional em meados de

2008, os investimentos ligados àInfraestrutura mantiveram-se praticamen-te inalterados. Nesse sentido, o horizontede médio prazo dos investimentos é posi-tivo. O mapeamento de projetos em seto-res da Infraestrutura para 2010-2013 mos-tra uma perspectiva de inversões da ordemde R$ 274 bilhões, com um crescimentoacumulado de 37,3% frente ao período2005-2008. Os destaques ficam por contados investimentos em energia elétrica, sa-neamento e logística. As decisões de in-vestir são fortemente influenciadas pelaspolíticas públicas e definições do marcoregulatório.

Esse cenário positivo de investimentostraz simultaneamente benefícios e desafi-

os importantespara o país. Asinversões em sa-neamento bási-co têm forte im-

pacto social. Os projetos em energia elé-trica e logística, por sua vez, ajudam a sus-tentar o crescimento econômico e elevam aprodutividade da economia. No entanto, osdesafios à sustentação do crescimento dosinvestimentos deverão ser maiores que osenfrentados nos últimos anos. Com os mer-cados externos ainda em processo incipientede recuperação, as políticas públicasestruturantes de longo prazo (PAC, PDP, PICTI)tenderão a aumentar em importância. A exis-tência de grandes projetos na área deInfraestrutura, por sua vez, demandará no-vos aperfeiçoamentos no marco regulatório,assim como mecanismos estáveis de finan-ciamento de longo prazo, com atuação in-tegrada de bancos públicos e privados emercado de capitais.

Gráfico 1: Evolução dos Investimentos em Energia Elétrica e Telecomunicações R$ Bilhões

Fonte: GT do Investimento. Elaboração APE/BNDES

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1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Projeção

Energia Elétrica

Telecom.

Page 3: Bndes: Perspectivas do Investimento em Infraestrutura

Fonte: GT Investimento. Elaboração APE/BNDES

Tabela 1Investimentos Mapeados na Infraestrutura 2010-2013Setores R$ Bilhões %

Energia Elétrica 92 33,6

Telecomunicações 67 24,5Saneamento 39 14,2Ferrovias 29 10,6

Transp. Rodoviário 33 12,0

Portos 14 5,1

Infraestrutura 274 100,0

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mais setores, acelerando outros investi-mentos. São importantes do ponto devista macroeconômico porque possuemlongos prazos de maturação e envolvemgrandes somas de recursos. Além disso,caracterizam-se por serem de grande por-te e indivisíveis, sendo, por conta disso,concentrados no tempo, acompanhandoem linhas gerais os ciclos de expansãodos setores a que se destina.

Essas características dos grandes proje-tos de Infraestrutura podem ser percebi-das no Gráfico 1, que mostra dois gran-des ciclos de investimento vivenciadospelo setor no Brasil. Entre 1997 e 2001, osetor de telecomunicações, associado aoseu processo de privatização, foi objetode inversões intensivas em capital, queconsolidaram a universalização da tele-fonia fixa e implementaram a telefoniamóvel no país. Atualmente, as empresasdo setor realizam investimentos em ma-nutenção e atualização de capacidade,que requerem uma menor mobilizaçãode recursos.

Em contraposição, no início da décadade 2000, o segmento de energia elétrica

recebia poucos investimentos. Problemasde ordem fiscal e de marco regulatórionão geravam incentivos e atratividadesuficientes para a realização de grandesinversões. O equacionamento desses pro-blemas, a ampliação da demanda porenergia elétrica – devido ao recente cres-cimento da economia – e a adoção depolíticas públicas direcionadas ao setor,fizeram com que novos projetos de in-vestimento voltassem a acontecer. Asusinas hidrelétricas de grande porte emconstrução na Região Norte do país sãoexemplos desse processo, levando o se-tor elétrico a liderança em termos de in-vestimentos na Infraestrutura.

Isso fica claro analisando-se a Tabela1. Dos R$ 274 bilhões a serem investidosna Infraestrutura no período 2010/13, cer-ca de 1/3 – R$ 92 bilhões – são destina-dos ao setor de energia elétrica. Em se-guida estão os setores de telecomunica-ções – já na fase posterior ao seu boomde inversões – e saneamento, com inves-timentos da ordem de R$ 67 e 39 bilhões,respectivamente.

Na Tabela 2, comparam-se os investimen-

ação da oferta de terminais arrendadosde movimentação de contêineres. Ape-sar de a crise internacional ter levado auma momentânea redução das transa-ções comerciais, reduzindo a pressão dedemanda nesses terminais, a necessida-de de expansão permanece premente emum cenário de médio prazo. Acrescenta-se a este panorama os investimentos pú-blicos complementares nos principais por-tos brasileiros no âmbito do ProgramaNacional de Dragagem Portuária, investi-mentos estes integrantes do PAC.

Embora as perspectivas de investimen-to na Infraestrutura sejam, tanto do pon-to de vista global quanto setorial, pro-missoras, existem alguns fatores críticosque podem, em alguma medida, preju-dicar o desempenho esperado. O Qua-dro Resumo faz um apanhado geral dosfatores aos quais os gestores de políti-cas públicas devem estar atentos.

A definição e aperfeiçoamento do mar-co regulatório no setor de Portos, assimcomo o maior volume de concessões nosegmento de Rodovias, são importantes

para a atração de investimentos,viabilizando melhoria na logística para opaís e, conseqüentemente, aumento dacompetitividade sistêmica.

Não menos importante, a adequaçãode fontes estáveis de financiamento paraos grandes projetos de saneamento sãofundamentais, estendendo as coberturasdas redes pluvial e de esgoto à popula-ção. Da mesma forma, as perspectivasgeradas pela Copa do Mundo de 2014no Brasil tornam imperativas melhoriasconstantes na malha ferroviária, fornecen-do agilidade e flexibilidade no transpor-te entre importantes centros do país.

A dinâmica concorrencial do setor deTelecomunicações obriga as grandes em-presas a realizarem inversões em segmen-tos específicos de mercado. As constan-tes e rápidas mudanças tecnológicas acir-ram a disputa intrasetorial na busca porganhos relativos de market share.

Os grandes projetos de construção deUHEs na Região Norte do país são depen-dentes dos trâmites burocráticos eregulatórios a que estão sujeitos. A

Setores Fatores Críticos Perspectivas Investimentos 2010-2013

Portos e Transp. Rodoviário Regulação (Concessão) Ampliação das Concessões de Rodovias; e incentivos ao setor privado em Portos através da consolidação do novo marco regulatório.

R$ 47 bilhões

Ferrovia e Saneamento Dependentes do Orçamento Fiscal Fontes públicas/privadas adequadas à execução e implementação do projetos de investimento

R$ 69 bilhões

Telecomunicações Concorrência Investimentos em nichos específicos de mercado: Tecnologia 3G, WIMAX e TV Digital

R$ 67 bilhões

Energia Elétrica Licenciamentos Grandes UHE´s na região norte (Jirau, Sto Antônio e Belo Monte), Usina Nuclear de Angra III e Usinas de Energia Eólica

R$ 92 Bilhões

Quadro Resumo dos Investimentos em Infraestrura

Fonte: APE/BNDES

Page 4: Bndes: Perspectivas do Investimento em Infraestrutura

Tabela 2Crescimento dos Investimentos Mapeados na Infraestrutura 2010-2013

2005-2008 2010-2013 % % a.a.Energia Elétrica 68 92 35,7 6,3Telecomunicações 66 67 0,8 0,2Saneamento 22 39 77,1 12,1Ferrovias 16 29 81,7 12,7Transp. Rodoviário 23 33 45,4 7,8Portos 5 14 203,0 24,8Infraestrutura 199 274 37,3 6,5

Valores (R$ bilhão) CrescimentoSetores

Fonte: GT Investimento. Elaboração APE/BNDES

Energia deve puxar investimentos,com R$ 92 bilhões no períodoe crescimento de 6,3% ao ano

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tos previstos na Infraestrtura para o perío-do 2010-2013 com aqueles realizados en-tre 2005-2008. Os números têm o méritode identificar a fase do ciclo – acelera-ção, estabilidade e desaceleração – emque cada setor se encontra. Os dados ge-rais apontam para uma taxa de crescimen-to acumulada de 37,3% dos investimen-tos na Infraestrutura, o que significa umcrescimento real de 6,5% ao ano no perí-odo 2010-2013.

A seguir, listam-se as principais caracte-rísticas e determinantes dos investimen-tos em Infraestrutura por setor:

Energia ElétricaNo setor de energia elétrica, conforme

já mencionado, estima-se que os investi-mentos atinjam cerca de R$ 92,0 bilhões,representando um aumento anual médiosuperior a 6,0%. Os principais projetos, parao horizonte 2010-2013, são as hidrelétri-cas no âmbito do PAC. Destacam-se asUHEs de Jirau e Santo Antônio, ambas nocurso do Rio Madeira, orçadas em maisde R$ 23 bilhões e com grande volume derecursos a serem despendidos nos próxi-

mos 4 anos – cerca de R$ 20 bilhões. Alémdisso, no mesmo período, estima-se queos gastos previstos na UHE de Belo Mon-te atingirão valores em torno de R$ 8,0bilhões. Outro projeto de grande porte nosetor de energia é a Usina Nuclear de An-gra III, com previsão de investimentos decerca de R$ 4,0 bilhões entre 2010-2013.Por fim, existem mais 70 projetos de in-vestimentos em energia eólica com leilõesjá efetuados, os quais perfazem um totalprojetado de investimentos em torno deR$ 8,0 bilhões nos próximos 3 anos.

TelecomunicaçõesO setor de Telecomunicações vem, des-

de seu grande ciclo expansivo entre 1997-2001, realizando investimentos menos in-tensivos em capital. Esse fato ocorre nãoapenas porque suas inversões são concen-tradas no tempo, mas também por doisoutros determinantes básicos. O primeiroé a necessidade de realizar investimentosapenas na margem, para a manutenção eatualização da capacidade instalada,como por exemplo, os montantes míni-mos requeridos pelo órgão regulador

(ANATEL). O segundo corresponde a umalógica concorrencial, onde as empresascompetem em nichos específicos de mer-cado pela introdução de novas tecnologiasna busca por crescimento de market share– é o caso, da terceira geração da telefo-nia móvel (3G), da disseminação da TVdigital e utilização do sistema Wimax deacesso à internet (sistema de banda largasem fio e a distância). Em função dessecenário, o setor apresenta uma relativa es-tabilidade de seus investimentos no perí-odo 2013-2010 vis-à-vis 2005-2008.

SaneamentoNo setor de saneamento, entre 2013-

2010, estão pre-vistos investimen-tos que somamR$ 39,0 bilhões,quase dobrandoo montante relativamente ao período2005-2008. Os fatores impulsionadoresdesses projetos são não apenas os inves-timentos no âmbito do PAC, mas tam-bém: i) o descontigenciamento de créditopara o setor público (município e compa-nhias de saneamento); ii) oferta de crédi-to em volume adequado – FGTS, FAT, efontes de mercado como FDIC´s em razãoda fácil colateralização permitida no se-tor; iv) recursos não onerosos de OGU(convênios com os Ministérios das Cida-des, Integração e Saúde/FUNASA); v) forteingresso do setor privado no setor, quepretende responder por cerca de 30% dasconcessões nos próximos 10 anos.

FerroviasNo setor ferroviário, os investimentos es-

timados são da ordem de R$ 30,0 bilhões,

correspondendo a uma taxa de cresci-mento anual média de 13,0%. Osdeterminantes dessas inversões são: (i) aexpansão da rede existente, com a cons-trução de novas linhas e expansão de fer-rovias – notadamente a Transnordestina,Norte-Sul e Ferronorte-Rondonópolis; e (ii)a previsão de implantação do TAV (Tremde Alta Velocidade) entre Campinas e Riode Janeiro.

Transporte RodoviárioNo setor de transporte rodoviário, o

mapeamento dos investimentos atinge ovalor de R$ 33,0 bilhões, representandoum aumento acumulado de 45% no perí-

odo 2013-2010frente a 2005-2008, perfazen-do uma taxaanual média de

expansão de 7,8%. Os principais projetosdo setor estão concentrados nas novasconcessões do sistema já existente – 2ªEtapa do Programa Federal e 2ª Etapa doPrograma do Estado de São Paulo –, asquais já agregaram 5 mil quilômetros àmalha concedida de 15,0 mil km.

PortosNo setor portuário, os investimentos pre-

vistos para 2010-2013 são da ordem deR$ 14,0 bilhões, i.e., quase triplica-se omontante relativamente a 2005-2008. Comisso, a taxa anual média de crescimentodo setor atinge mais de 25,0% ao ano.Os grandes determinantes dos projetos deinvestimento são: (i) a implantação denovos portos administrados pelo setor pri-vado a partir do aperfeiçoamentoregulatório de fins de 2008; e (ii) a ampli-

Page 5: Bndes: Perspectivas do Investimento em Infraestrutura

Tabela 2Crescimento dos Investimentos Mapeados na Infraestrutura 2010-2013

2005-2008 2010-2013 % % a.a.Energia Elétrica 68 92 35,7 6,3Telecomunicações 66 67 0,8 0,2Saneamento 22 39 77,1 12,1Ferrovias 16 29 81,7 12,7Transp. Rodoviário 23 33 45,4 7,8Portos 5 14 203,0 24,8Infraestrutura 199 274 37,3 6,5

Valores (R$ bilhão) CrescimentoSetores

Fonte: GT Investimento. Elaboração APE/BNDES

Energia deve puxar investimentos,com R$ 92 bilhões no períodoe crescimento de 6,3% ao ano

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tos previstos na Infraestrtura para o perío-do 2010-2013 com aqueles realizados en-tre 2005-2008. Os números têm o méritode identificar a fase do ciclo – acelera-ção, estabilidade e desaceleração – emque cada setor se encontra. Os dados ge-rais apontam para uma taxa de crescimen-to acumulada de 37,3% dos investimen-tos na Infraestrutura, o que significa umcrescimento real de 6,5% ao ano no perí-odo 2010-2013.

A seguir, listam-se as principais caracte-rísticas e determinantes dos investimen-tos em Infraestrutura por setor:

Energia ElétricaNo setor de energia elétrica, conforme

já mencionado, estima-se que os investi-mentos atinjam cerca de R$ 92,0 bilhões,representando um aumento anual médiosuperior a 6,0%. Os principais projetos, parao horizonte 2010-2013, são as hidrelétri-cas no âmbito do PAC. Destacam-se asUHEs de Jirau e Santo Antônio, ambas nocurso do Rio Madeira, orçadas em maisde R$ 23 bilhões e com grande volume derecursos a serem despendidos nos próxi-

mos 4 anos – cerca de R$ 20 bilhões. Alémdisso, no mesmo período, estima-se queos gastos previstos na UHE de Belo Mon-te atingirão valores em torno de R$ 8,0bilhões. Outro projeto de grande porte nosetor de energia é a Usina Nuclear de An-gra III, com previsão de investimentos decerca de R$ 4,0 bilhões entre 2010-2013.Por fim, existem mais 70 projetos de in-vestimentos em energia eólica com leilõesjá efetuados, os quais perfazem um totalprojetado de investimentos em torno deR$ 8,0 bilhões nos próximos 3 anos.

TelecomunicaçõesO setor de Telecomunicações vem, des-

de seu grande ciclo expansivo entre 1997-2001, realizando investimentos menos in-tensivos em capital. Esse fato ocorre nãoapenas porque suas inversões são concen-tradas no tempo, mas também por doisoutros determinantes básicos. O primeiroé a necessidade de realizar investimentosapenas na margem, para a manutenção eatualização da capacidade instalada,como por exemplo, os montantes míni-mos requeridos pelo órgão regulador

(ANATEL). O segundo corresponde a umalógica concorrencial, onde as empresascompetem em nichos específicos de mer-cado pela introdução de novas tecnologiasna busca por crescimento de market share– é o caso, da terceira geração da telefo-nia móvel (3G), da disseminação da TVdigital e utilização do sistema Wimax deacesso à internet (sistema de banda largasem fio e a distância). Em função dessecenário, o setor apresenta uma relativa es-tabilidade de seus investimentos no perí-odo 2013-2010 vis-à-vis 2005-2008.

SaneamentoNo setor de saneamento, entre 2013-

2010, estão pre-vistos investimen-tos que somamR$ 39,0 bilhões,quase dobrandoo montante relativamente ao período2005-2008. Os fatores impulsionadoresdesses projetos são não apenas os inves-timentos no âmbito do PAC, mas tam-bém: i) o descontigenciamento de créditopara o setor público (município e compa-nhias de saneamento); ii) oferta de crédi-to em volume adequado – FGTS, FAT, efontes de mercado como FDIC´s em razãoda fácil colateralização permitida no se-tor; iv) recursos não onerosos de OGU(convênios com os Ministérios das Cida-des, Integração e Saúde/FUNASA); v) forteingresso do setor privado no setor, quepretende responder por cerca de 30% dasconcessões nos próximos 10 anos.

FerroviasNo setor ferroviário, os investimentos es-

timados são da ordem de R$ 30,0 bilhões,

correspondendo a uma taxa de cresci-mento anual média de 13,0%. Osdeterminantes dessas inversões são: (i) aexpansão da rede existente, com a cons-trução de novas linhas e expansão de fer-rovias – notadamente a Transnordestina,Norte-Sul e Ferronorte-Rondonópolis; e (ii)a previsão de implantação do TAV (Tremde Alta Velocidade) entre Campinas e Riode Janeiro.

Transporte RodoviárioNo setor de transporte rodoviário, o

mapeamento dos investimentos atinge ovalor de R$ 33,0 bilhões, representandoum aumento acumulado de 45% no perí-

odo 2013-2010frente a 2005-2008, perfazen-do uma taxaanual média de

expansão de 7,8%. Os principais projetosdo setor estão concentrados nas novasconcessões do sistema já existente – 2ªEtapa do Programa Federal e 2ª Etapa doPrograma do Estado de São Paulo –, asquais já agregaram 5 mil quilômetros àmalha concedida de 15,0 mil km.

PortosNo setor portuário, os investimentos pre-

vistos para 2010-2013 são da ordem deR$ 14,0 bilhões, i.e., quase triplica-se omontante relativamente a 2005-2008. Comisso, a taxa anual média de crescimentodo setor atinge mais de 25,0% ao ano.Os grandes determinantes dos projetos deinvestimento são: (i) a implantação denovos portos administrados pelo setor pri-vado a partir do aperfeiçoamentoregulatório de fins de 2008; e (ii) a ampli-

Page 6: Bndes: Perspectivas do Investimento em Infraestrutura

Fonte: GT Investimento. Elaboração APE/BNDES

Tabela 1Investimentos Mapeados na Infraestrutura 2010-2013Setores R$ Bilhões %

Energia Elétrica 92 33,6

Telecomunicações 67 24,5Saneamento 39 14,2Ferrovias 29 10,6

Transp. Rodoviário 33 12,0

Portos 14 5,1

Infraestrutura 274 100,0

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mais setores, acelerando outros investi-mentos. São importantes do ponto devista macroeconômico porque possuemlongos prazos de maturação e envolvemgrandes somas de recursos. Além disso,caracterizam-se por serem de grande por-te e indivisíveis, sendo, por conta disso,concentrados no tempo, acompanhandoem linhas gerais os ciclos de expansãodos setores a que se destina.

Essas características dos grandes proje-tos de Infraestrutura podem ser percebi-das no Gráfico 1, que mostra dois gran-des ciclos de investimento vivenciadospelo setor no Brasil. Entre 1997 e 2001, osetor de telecomunicações, associado aoseu processo de privatização, foi objetode inversões intensivas em capital, queconsolidaram a universalização da tele-fonia fixa e implementaram a telefoniamóvel no país. Atualmente, as empresasdo setor realizam investimentos em ma-nutenção e atualização de capacidade,que requerem uma menor mobilizaçãode recursos.

Em contraposição, no início da décadade 2000, o segmento de energia elétrica

recebia poucos investimentos. Problemasde ordem fiscal e de marco regulatórionão geravam incentivos e atratividadesuficientes para a realização de grandesinversões. O equacionamento desses pro-blemas, a ampliação da demanda porenergia elétrica – devido ao recente cres-cimento da economia – e a adoção depolíticas públicas direcionadas ao setor,fizeram com que novos projetos de in-vestimento voltassem a acontecer. Asusinas hidrelétricas de grande porte emconstrução na Região Norte do país sãoexemplos desse processo, levando o se-tor elétrico a liderança em termos de in-vestimentos na Infraestrutura.

Isso fica claro analisando-se a Tabela1. Dos R$ 274 bilhões a serem investidosna Infraestrutura no período 2010/13, cer-ca de 1/3 – R$ 92 bilhões – são destina-dos ao setor de energia elétrica. Em se-guida estão os setores de telecomunica-ções – já na fase posterior ao seu boomde inversões – e saneamento, com inves-timentos da ordem de R$ 67 e 39 bilhões,respectivamente.

Na Tabela 2, comparam-se os investimen-

ação da oferta de terminais arrendadosde movimentação de contêineres. Ape-sar de a crise internacional ter levado auma momentânea redução das transa-ções comerciais, reduzindo a pressão dedemanda nesses terminais, a necessida-de de expansão permanece premente emum cenário de médio prazo. Acrescenta-se a este panorama os investimentos pú-blicos complementares nos principais por-tos brasileiros no âmbito do ProgramaNacional de Dragagem Portuária, investi-mentos estes integrantes do PAC.

Embora as perspectivas de investimen-to na Infraestrutura sejam, tanto do pon-to de vista global quanto setorial, pro-missoras, existem alguns fatores críticosque podem, em alguma medida, preju-dicar o desempenho esperado. O Qua-dro Resumo faz um apanhado geral dosfatores aos quais os gestores de políti-cas públicas devem estar atentos.

A definição e aperfeiçoamento do mar-co regulatório no setor de Portos, assimcomo o maior volume de concessões nosegmento de Rodovias, são importantes

para a atração de investimentos,viabilizando melhoria na logística para opaís e, conseqüentemente, aumento dacompetitividade sistêmica.

Não menos importante, a adequaçãode fontes estáveis de financiamento paraos grandes projetos de saneamento sãofundamentais, estendendo as coberturasdas redes pluvial e de esgoto à popula-ção. Da mesma forma, as perspectivasgeradas pela Copa do Mundo de 2014no Brasil tornam imperativas melhoriasconstantes na malha ferroviária, fornecen-do agilidade e flexibilidade no transpor-te entre importantes centros do país.

A dinâmica concorrencial do setor deTelecomunicações obriga as grandes em-presas a realizarem inversões em segmen-tos específicos de mercado. As constan-tes e rápidas mudanças tecnológicas acir-ram a disputa intrasetorial na busca porganhos relativos de market share.

Os grandes projetos de construção deUHEs na Região Norte do país são depen-dentes dos trâmites burocráticos eregulatórios a que estão sujeitos. A

Setores Fatores Críticos Perspectivas Investimentos 2010-2013

Portos e Transp. Rodoviário Regulação (Concessão) Ampliação das Concessões de Rodovias; e incentivos ao setor privado em Portos através da consolidação do novo marco regulatório.

R$ 47 bilhões

Ferrovia e Saneamento Dependentes do Orçamento Fiscal Fontes públicas/privadas adequadas à execução e implementação do projetos de investimento

R$ 69 bilhões

Telecomunicações Concorrência Investimentos em nichos específicos de mercado: Tecnologia 3G, WIMAX e TV Digital

R$ 67 bilhões

Energia Elétrica Licenciamentos Grandes UHE´s na região norte (Jirau, Sto Antônio e Belo Monte), Usina Nuclear de Angra III e Usinas de Energia Eólica

R$ 92 Bilhões

Quadro Resumo dos Investimentos em Infraestrura

Fonte: APE/BNDES

Page 7: Bndes: Perspectivas do Investimento em Infraestrutura

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Grandes projetos vão demandarmelhorias no marco regulatórioe mecanismos de financiamento

alguns setores, como por exemplo, pe-tróleo e gás e aqueles relacionados ainfraestrutura básica. No caso dos inves-timentos na indústria, o impacto da crisefoi bem mais pronunciado, em especial,nos segmentos exportadores.

Com o fim do período mais agudo dacrise financeira internacional, o objetivodessa edição do Visão do Desenvolvi-mento é apresentar o novo levantamen-to sobre as perspectivas de investimen-tos na Infraestrutura, agora para o perío-do 2010-2013. Os valores encontradosatingem o montante de R$ 274 bilhões.O trabalho engloba, a exemplo das pes-quisas anteriores, os setores de: energiaelétrica, telecomunicações, saneamento

e logística (rodovias, ferrovias e portos).Trata-se de um conjunto de setores re-presentativos, uma vez que, segundo es-timativas do BNDES, respondeu por 95%o total dos investimentos emInfraestrutura em 2008.

Investimentos em Infraestrutura

Os investimentos em Infraestrutura sãode vital relevância para o funcionamentoda economia. Eles não apenas elevam suacompetitividade sistêmica – melhorandoas condições de transporte, de comuni-cação e de fornecimento de energia –mas também geram efeitosmultiplicadores e dinamizadores nos de-

sincronia entre a obtenção dolicenciamento necessário e sua adequa-ção às condições peculiares dos projetosreduzem não apenas os custos do inves-timento, mas também viabilizam a expan-são adequada do fornecimento de ener-gia elétrica ao país.

Conclusões

Os projetos na área de Infraestrutura secaracterizam por serem de elevado portee demandarem uma vultosa gama de re-cursos, além de possuírem prazos dilata-dos de maturação. São de grande im-portância estratégica, tanto em termosde competitividade sistêmica via efeitosmultiplicadores,quanto de sus-tentação de ta-xas de cresci-mento de lon-go prazo mais elevadas para a economiaatravés de efeitos aceleradores.

A partir de 2007, houve uma generali-zação do processo de crescimento do in-vestimento na economia brasileira, o qualhavia se iniciado no segmento industrial.Setores ligados a Infraestrutura básicapassaram a ganhar maior importância, aqual foi reafirmada com o lançamentodo PAC – que consistia em uma açãocoordenada do governo federal para am-pliar e sustentar a realização de investi-mentos públicos no setor, atuando tam-bém, de maneira positiva sobre as expec-tativas de longo prazo do setor privado.

Os esforços para ampliar os investimen-tos no segmento de Infraestrutura forambem sucedidos. A partir do agravamentoda crise internacional em meados de

2008, os investimentos ligados àInfraestrutura mantiveram-se praticamen-te inalterados. Nesse sentido, o horizontede médio prazo dos investimentos é posi-tivo. O mapeamento de projetos em seto-res da Infraestrutura para 2010-2013 mos-tra uma perspectiva de inversões da ordemde R$ 274 bilhões, com um crescimentoacumulado de 37,3% frente ao período2005-2008. Os destaques ficam por contados investimentos em energia elétrica, sa-neamento e logística. As decisões de in-vestir são fortemente influenciadas pelaspolíticas públicas e definições do marcoregulatório.

Esse cenário positivo de investimentostraz simultaneamente benefícios e desafi-

os importantespara o país. Asinversões em sa-neamento bási-co têm forte im-

pacto social. Os projetos em energia elé-trica e logística, por sua vez, ajudam a sus-tentar o crescimento econômico e elevam aprodutividade da economia. No entanto, osdesafios à sustentação do crescimento dosinvestimentos deverão ser maiores que osenfrentados nos últimos anos. Com os mer-cados externos ainda em processo incipientede recuperação, as políticas públicasestruturantes de longo prazo (PAC, PDP, PICTI)tenderão a aumentar em importância. A exis-tência de grandes projetos na área deInfraestrutura, por sua vez, demandará no-vos aperfeiçoamentos no marco regulatório,assim como mecanismos estáveis de finan-ciamento de longo prazo, com atuação in-tegrada de bancos públicos e privados emercado de capitais.

Gráfico 1: Evolução dos Investimentos em Energia Elétrica e Telecomunicações R$ Bilhões

Fonte: GT do Investimento. Elaboração APE/BNDES

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Projeção

Energia Elétrica

Telecom.

Page 8: Bndes: Perspectivas do Investimento em Infraestrutura

Por Gilberto Borça Jr. e Pedro Quaresma

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Perspectivas de investimentona Infraestrutura 2010-2013

Economistas da APE

Visãodo Desenvolvimento

nº 77 22 fev 2010

Visão do Desenvolvimento é uma publica-ção da área de Pesquisas Econômicas (APE),do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social. As opiniões deste informesão de responsabilidade dos autores e nãorefletem necessariamente o pensamento daadministração do BNDES.

Mapeamentorealizadopelo BNDESprevê injeçãode R$ 274bilhões nosetor

O BNDES é o princi-pal banco financiadordos investimentos delongo prazo da indús-tria e da infraestruturano Brasil. Por esse mo-tivo, possui relaciona-

mento estável com a maior parte das em-presas relevantes desses segmentos,acompanhando de forma permanente astendências dos diferentes mercados. Seucaráter de banco de desenvolvimento fazcom que as empresas o percebam comoum parceiro estratégico, possibilitandomaior compartilhamento de informações.Por força de sua posição, o BNDES é umlocus importante que reúne um rico con-junto de informações sobre os horizontesdos investimentos produtivos no Brasil.

A partir de informações disponíveis nainstituição, o BNDES, desde 2006, vemrealizando periodicamente levantamen-

tos sobre as perspectivas de investimen-to na economia brasileira. Tais pesquisastêm a característica comum de serembaseadas no conhecimento dos técnicosdas áreas setoriais do Banco, os quais,por terem acesso aos planos de investi-mentos das empresas, possuem maiorcapacidade de análise da trajetória a serseguida pelos diferentes setores.

As pesquisas de 2006 e 2007 tiveram omérito de antecipar o ciclo de investimen-tos que então se acelerava. Durante ospiores meses da crise financeira interna-cional, a partir da segunda metade de2008, foram feitos acompanhamentosmais freqüentes dos dados, podendo-seperceber que o horizonte dos investimen-tos tornou-se bem mais volátil. Mesmoassim, observou-se forte resiliência de