bioética

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Casos para discussão.

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Biotica

BioticaBiologia 3anoAdoo comercial Belinda e KimberleyEm julho de 2000, em St.Louis, estado de Missouri/EUA, um casal Aaron e Tranda Wecker tiveram duas filhas gmeas, chamadas de Kiera e Keyara. Em outubro de 2001 a me as deu para adoo para um casal de San Bernardino, na Califrnia, por cerca de US$6.000,00.O casal Richard e Vicky Allen recebeu as duas meninas e as mantiveram por dois meses. A me biolgica, Tranda Wecker solicitou que antes de ser oficializada a adoo, ela gostaria de poder passar dois dias com as filhas. O casal Allen consentiu. Ela entregou as meninas a um casal britnico, Allan e Judith Kilshaw, que pagaram o equivalente a US$12.000,00. As meninas foram renomeadas de Belinda e Kimberley. Um outro casal, Amy e Eddie White, da cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, admitiu que tambm tinha disputado as gmeas. Iriam pagar US$10.000,00, porm no tiveram tempo suficiente para juntar o dinheiro para realizar o pagamento.Ainda na Califrnia, o casal Kinshaw teve um contato com o casal Allen e ratificaram a sua posse e disposio em levar as crianas para a Gr-Bretanha. O casal Allen se disps a entrar na justia para garantir a guarda das gmeas.

Adoo comercial Belinda e KimberleyO casal Kinshaw, a me biolgica e as gmeas foram para o estado de Arkansas, nos Estados Unidos, onde as leis de adoo so mais fceis e rpidas. Eles mentiram que j moravam no estado pelo menos por um perodo prvio de 30 dias. Obtiveram a adoo e rumaram diretamente para a Gr-Bretanha.Em 16 de janeiro de 2001 o jornal The Sun publicou a histria e no dia seguinte a justia inglesa determinou que as gmeas deveriam ficar sob a custdia do Flintshire Social Service.Em 24 de janeiro o pai, Aaron Wecker, entrou na justia norte-americana solicitando a custdia de suas filhas.Em 9 de abril de 2001 a justia inglesa determinou que as gmeas deveriam retornar para o estado de Missouri no Estados Unidos.

Anticepcionais Abortivos - ArgentinaA juza federal argentina Cristina Garzn de Lascano, da cidade de Crdoba, concedeu uma medida cautelar proibindo a produo e comercializao de sete produtos anticoncepcionais considerados abortivos, sejam drogas ou dispositivos intra-uterinos de efeitos similares, em maio de 2003.A legislao argentina protege a vida desde a concepo. O Cdigo Penal argentino, artigos 85 a 88, permite o aborto apenas nas situaes de risco de vida materno e de violao de mulher com problemas mentais.A ao legal foi movida por grupos pr-vida argentinos que durante anos criticaram a posio do Ministrio da Sade e Ao Social daquele pas por permitir a fabricao e comercializao destes produtos. As bulas ou prospectos destes produtos afirmam que os mesmo impedem a fixao do vulo fecundado.

Caso Baby Doe

Baby Doe foi um beb que nasceu em 1982, em Bloomington, no estado de Indiana (EUA), com malformaes mltiplas (trissomia do 21 e fstula traqueoesofgica). Os seus pais se negaram a assinar um termo autorizando a realizao de uma cirurgia corretiva da fstula, que tinha 50% de chances de lhe salvar a vida. Os pais, que tinham outros dois filhos sadios, alegaram que a criana era muito comprometida. Solicitaram, ainda, que fosse suspendida a alimentao e os demais tratamentos. A equipe mdica solicitou Justia autorizao para realizar a cirurgia, mas o mesmo foi negado em primeira instncia. A promotoria apelou e a Suprema Corte do Estado de Indiana se negou a apreciar o caso. Foi feita a tentativa de apelar para a Suprema Corte dos Estados Unidos. O beb, aos seis dias de vida morreu, no dando tempo para que fossem feitas outras tentativas. O advogado da famlia alegou que a me esteve sempre ao lado do beb. Afirmou que "no foi um caso de abandono, mas sim de amor".

Caso Baby FaeEm 1984, uma paciente peditrica, em estado terminal, por problemas cardacos, recebeu um transplante de corao de babuno no Loma Linda University Medical Center (EUA). Os cientistas sabiam que o corao transplantado no poderia ajud-la mais que alguns poucos dias. A paciente sobreviveu apenas 20 dias.Este caso, apesar de no ter sido o primeiro xenotransplante realizado em seres humanos, desencadeou a discusso de inmeras questes ticas. A utilizao de um beb em um experimento no teraputico, pois a paciente no teria real benefcio com o transplante, foi a primeira delas. Vrios autores discutiram a validade de sacrificar um babuno, sem que o resultado, j previsto, justificasse o ato. Com relao ao consentimento informado, dado pelos pais do beb, chegou a haver uma investigao por um comit do National Institutes of Health (NIH) sobre a validade do mesmo. Outro ponto muito discutido foi o da ampla divulgao na imprensa leiga e a possvel quebra de privacidade.

Caso beb anencfalo

Uma paciente de 23 anos de idade, no quarto ms de gravidez realiza exame ecogrfico e diagnosticada a presena de feto anenceflico. Ao ser informada do fato, a paciente e seu marido solicitam que seja interrompida a gravidez. Os membros do servio de ginecologia tem pareceres diferentes com relao a melhor conduta a ser tomada e solicitam uma consultoria ao Comit de Biotica com os seguintes questionamentos:

a) moralmente aceitvel indicar o aborto nestas circunstncias?b) moralmente aceitvel a alternativa de levar a gravidez a termo e eventualmente usar recm nascido aps sua morte como doador de rgos?

Caso beb anencfalo

Quando o caso discutido no Comit de Biotica seus membros apresentam posies contraditrias com relao a questo . Alguns defendem o direito da me em decidir com relao ao seu corpo ao mesmo tempo em que ela ser protegida de algum acidente relacionado ao processo gravidez-parto, recomendando que aborto seja realizado enquanto que outros baseados no princpio moral de defesa incondicional da vida contra-indicam a realizao do mesmo. Existe uma unanimidade por parte dos membros do Comit em reprovar a alternativa de usar o recm-nascido com doador de rgos. O mdico assistente da paciente, baseado no seu sentimento do que representava os melhores interesse da paciente, decide interromper a gravidez.

CasoCirurgia em Animal de EstimaoUma cadela, que est grvida, demonstra estar com fortes dores e desconfortos. Conduzem o seu animal de estimao a uma clnica veterinria. O mdico veterinrio realiza um exame no animal e constata uma toro de tero. A soluo do problema cirrgica e implica na interrupo da gestao em curso.A famlia no autoriza a realizao da cirurgiapoisisto configuraria o aborto dos animais que esto sendo gestados. O sistema de crenas religiosas da famlia impede que autorizem este procedimento. O mdico veterinrio insiste na necessidade da realizao do procedimento e informa que caso no seja realizado poder ocorrera morte da cadela e de seus filhotes.A famlia retira o animal da clnica e o leva para casa, reiterando a sua crena religiosa que os impede de dar a autorizao para a cirurgia.CasoContaminao Proposital em Populaes IanommisO jornalista Patrick Tierney escreveu um livro chamadoDarkness in El Dorado onde denuncia uma possvel contaminao proposital de populaes de indgenas lanommis com o microorganismo Edmonson B. Este microorganismo gera sintomas semelhantes aos do sarampo e teria sido inoculado nestas populaes pela equipe do geneticista norte-americano James Neel, da Universidade de Michigan (EUA), na dcada de 1960, em uma campanha de vacinao. As populaes Ianommis envolvidas estavam localizadas na Venezuela e no Brasil. O objetivo desta pesquisa seria estudar as reaes destas populaes, nesta poca com pouco contato com outras comunidades, quando da ocorrncia de uma doena desconhecida e contagiosa. Estes resultados foram publicados noAmerican Journal of Epidemiology. As informaes contidas neste livro, que foram coletadas durante onze anos, afirmam que a equipe de pesquisadores teria uma ordem de no tratar os indgenas doentes, mas apenas observar as suas reaes. Vrios indgenas teriam morrido em consequncia desta contaminao.CasoJohn R Darsee - Fraude em PesquisaO Dr. John R. Darsee era um mdico e pesquisador da Universidade de Harvard (EUA), tido como um dos mais promissores cientistas na rea cardiovascular dos Estados Unidos. Em 21 de maio de 1981 foi descoberto que o Dr. Darsee havia includo dados obtidos neste mesmo dia como se tivessem sido coletados semanas antes. O Prof. Braunwald e o seu assistente Prof. Robert Kloner, ambos com inmeras publicaes conjuntas com Darsee, notificaram as autoridades da Universidade de Harvard sobre o ocorrido. O Prof. Morgan fez uma averiguao sobre todos os fatos e avaliou todos os dados estatsticos gerados por Darsee. Concluiu que vrios trabalhos, especialmente cinco produzidos em co-autoria com Braunwald e Kloner, tinham graves irregularidades. No PUBMED esto citadas27 publicaes, no perodo 1977 a 1983. Destas,14 foram retratadas, isto , alguns autores mandaram carta para o editor da revista afirmando que houve alguma falha na pesquisa, a maioria referindo-se adados inexistentes ou ajustados.

CasoJohn R Darsee - Fraude em PesquisaO Prof. Brunwald, a partir de investigaes pessoais, apontou que Darsee j tinha tido problemas deste tipo quando trabalhou na Universidade de Emory (EUA). Posteriormente, foram obtidas informaes que esta prtica j era conhecida na carreira do Dr. Darsee desde quando era aluno de graduao na Universidade Notre Dame (EUA).O Dr. Darsee s reconheceu que houve fraude no episdio de 21 de maio de 1981. Ele foi julgado administrativamente pelo Instituto Nacional de Sade (NIH) como culpado e ficou impedido de receber recursos para pesquisa e ser indicado para qualquer comisso vinculada ao NIH por um perodo de 10 anos. Aps este episdio, o Dr. Darsee foi clinicar na frica do Sul.

Caso Debbie

Um residente de Ginecologia, que estava de planto em um grande hospital privado norte-americana, foi chamado a meia-noite, para atender uma paciente de 20 anos, em estgio terminal, com cncer de ovrio. A paciente no respondeu quimioterapia e estava recebendo apenas medidas de suporte. Ela estava acompanhada pela me quando o mdico chegou. H dois dias que no conseguia comer ou dormir. Estava com 34 kg de peso corporal e com vmitos frequentes. "Debbie" disse ao mdico, que no a conhecia at este momento, apenas a seguinte frase: "terminemos com isto". O mdico foi at a sala de enfermagem e preparou 20mg de morfina. Voltou ao quarto e disse s duas mulheres que iria dar uma injeo que possibilitaria a Debbie descansar e dizer adeus. A paciente nada disse, nem sua me. Em 4 minutos a paciente morreu. A me se manteve erguida e pareceu aliviada.

Caso Doao Intervivos Relacionada (Pai e Filha)Uma paciente de cinco anos de idade com insuficincia renal progressiva no tem conseguido se adaptar bem hemodilise crnica. A equipe mdica est considerando a possibilidade de realizar um transplante renal, mas a sua probabilidade de sucesso, neste caso, "questionvel". Contudo, existe uma "possibilidade clara" de que o rim transplantado no seja afetado pela doena existente. Os pais da paciente concordam com a possibilidade de realizar o transplante, mas um obstculo adicional apresentado: a paciente tem caractersticas de histocompatibilidade difceis de serem encontradas em um doador. O pai histocompatvel e possui caractersticas anatmicas circulatrias que favorecem o transplante.Caso Doao Intervivos Relacionada (Pai e Filha)Em uma consulta, realizada apenas com a presena do pai, o nefrologista d a conhecer os resultados dos exames e comenta que o prognstico da paciente "incerto". Aps refletir, o pai decide que no deseja doar seu rim filha. Ele tem vrias razes para isto, tais como: medo da cirurgia de retirada do rim; falta de coragem; o prognstico "incerto", mesmo com o transplante; a possibilidade, ainda que remota, de obter um rim de doador cadver; e o sofrimento que sua filha j passou. O pai solicitou ao mdico que "diga a todos os demais membros da famlia que eu no histocompatvel". Ele tem medo de que se os membros de famlia souberem a verdade, o acusaro de intencionalmente deixar a sua filha morrer. Ele acredita que contar a verdade poder provocar a desestruturao de toda a sua famlia. O mdico, que ficou em uma situao incmoda, aps ter refletido sobre os pontos envolvidos, concordou em dizer esposa que "por razes mdicas, o pai no podia doar o rim".Caso Doao Intervivos No Relacionada(Mdica doa rim para paciente)

Em Chicago (EUA), no dia 10 de 0utubro de 2002 ocorreu um transplante renal intervivos que apresentou uma caracterstica extremamente peculiar. A doadora do rim a atual mdica da receptora. A receptora de 34 anos, de origem latina, era de pequena estatura e tinha algumas caractersticas imunolgicas que dificultavam a sua compatibilidade com doadores cadveres. Era me de dois filhos. Ela era tratada em outro local que a encaminhou ao Centro Mdico da Universidade Loyola em janeiro de 2002.

Caso Doao Intervivos No Relacionada(Mdica doa rim para paciente)

A mdica de 56 anos, que doou o rim, nefrologista e trabalha na rea de transplante renal do Centro Mdico da Universidade Loyola de Chicago (EUA). Esta mdica ficou responsvel pelo atendimento da paciente desde a sua chegada no Centro. Ela tambm tem baixa estatura e aps se testar, sem avisar a paciente, verificou que era compatvel imunologicamente. Antes de tomar qualquer deciso verificou o estado renal de seus filhos, para afastar qualquer possibilidade, no momento, de que eles viessem a necessitar uma doao. Todos estavam bem. Informou ao seu marido e aos filhos a sua deciso, somente ento falou para a paciente sobre a sua disponibilidade em fazer uma doao intervivos. A paciente aceitou e o transplante foi realizado. Aps a sua realizao a mdica continuou atendendo a paciente que recebeu seu rim no acompanhamento ps-operatrio mensal.

Refernciahttp://www.ufrgs.br/bioetica/texabc.htm#casos