biocoop conquista prêmio mérito syngenta 2012

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Revista Canavieiros - Abril 2012 1

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Revista Canavieiros - Abril 2012

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Revista Canavieiros - Abril 2012

3Editorial

Este início de ano está sendo de merecido sucesso para a equipe responsável pela publicação da

Revista Canavieiros.

Já em fevereiro, pesquisa realizada pela FEA/USP apontou-a como a se-gunda mais importante fonte de infor-mação entre as publicações direciona-das ao setor sucroenérgetico.

No mês de março, a tiragem mensal passou de 11.000 para 20.000 exempla-res e neste mês de abril, coroando estes dois marcos, em edição especial com 21.000 exemplares, será também distri-buída na Agrishow.

O êxito da Canavieiros mostra que a meta de toda e qualquer mídia foi al-cançada: chegar a seu público alvo de forma eficaz, estabelecendo uma re-lação de credibilidade e identidade de interesses.

Para aqueles que, como eu, têm se utilizado destas páginas para manifes-tar suas opiniões, este crescimento as-susta um pouco, pois aumenta, e muito, a responsabilidade de escrever. Mas há uma recompensa: a de nos colocar em contato com mais pessoas, que são os novos leitores.

Imaginei então aproveitar esta opor-tunidade para apresentar-me a estes no-vos leitores: faço parte de uma família de produtores rurais, com negócios nos Es-tados de São Paulo e Minas Gerais. Sem muita regularidade, tenho ocupado um espaço na Revista Canavieiros, falando do agronegócio, da vida rural e dos agri-cultores, a quem chamo, carinhosamen-te, de companheiros de jornada.

Foi na edição de outubro de 2008 que iniciei minha colaboração com a Cana-vieiros. De lá para cá escrevi diversas vezes. Estive aqui em março de 2012 e agora em abril, às vésperas da realiza-ção da Agrishow, grandioso evento do Agronegócio Nacional.

E foi justamente ao lembrar-me das matérias anteriormente publicadas, que ocorreu-me um questionamento: por que escrevo? É até possível que algum leitor que venha me acompanhando neste tempo tenha também perguntado: “afinal, por que ele escreve?”

E já que o tema veio à baila, sinto que devo abordá-lo.

Acredito que um forte motivo para escrever é o fato de ser produtor rural, já na quarta geração. Nasci e fui criado em fazenda. E talvez por isso, os ecos da vida rural soem tão fortes em mim: desde cedo participei da luta desta gente sofrida e mal compreendida, os agricultores, que criam empregos, pa-gam impostos e geram riquezas, mas que ainda não aprenderam a falar mais alto e melhor defender seus legítimos interesses. Escrevo então para empres-tar minha voz a estes lutadores. E nesta hora, minha escrita é de inconformis-mo e de denuncia, buscando irmanar--me a estes homens e mulheres em seu árduo labor.

Por um bom tempo, as cidades foram para mim um conjunto de elementos estranhos. Talvez por isso, ainda hoje tenho a impressão que muitas destas pessoas urbanas acham que tudo come-ça no supermercado. É quando minha escrita busca explicar e esclarecer, no

Aos novos leitores

Boa leitura!Conselho Editorial

RC

objetivo maior de tornar o agronegó-cio e sua gente me-lhor conhecidos e respeitados.

A vida rural ainda tem os seus encantos, muito embora já os te-nha perdido em grande parte, dado à urbanização; à concentração das propriedades; à insegurança pessoal e patrimonial e à globalização. Mi-nha infância, em particular, foi ma-ravilhosa. Serelepe, sempre descalço; caçando passarinhos; nadando e pes-cando; jogando malha e bola de gude; rodando pião; jogando bola; andando a cavalo. E sempre com a molecada da fazenda.

E quando estas lembranças afloram minha escrita flui de forma natural, suave e amena. É quando busco falar da vida rural. Não sei se consegui res-ponder de forma adequada, até para mim mesmo, à pergunta formulada: por que escrevo? Mas no momento, é tudo o que sei.

E assim vou seguindo meu caminho. Com meus familiares, meus amigos e meus companheiros de jornada, na es-perança de ainda muito fazer e muito poder contar.

Até uma próxima oportunidade!

José Mario Paro Diretor Adjunto da CanaoesteConselheiro da Sicoob Cocred

Expediente:Conselho editoRial:Antonio Eduardo TonieloAugusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido VanzellaManoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio SicchieriOscar Bisson

editoRa:Carla Rossini - MTb 39.788

PRojeto gRáfiCo e diagRamação: Rafael H. Mermejo

equiPe de Redação e fotos:Carla Rodrigues - MTb 55.115Murilo SicchieriRafael H. Mermejo

ComeRCial e PubliCidade:Marília F. Palaveri(16) 3946-3311 - Ramal: [email protected]

imPRessão: São Francisco Gráfica

tiRagem desta edição: 21.000 exemplares

issn: 1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do

Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários

são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada,

desde que citada a fonte.

endeReço da Redação:A/C Revista Canavieiros

Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550Fone: (16) 3946 3300 - (ramal 2190)

[email protected]

www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros

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Revista Canavieiros - Abril 2012

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Revista Canavieiros - Abril de 2012

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Ano VI - Edição 70 - Abril de 2012 - Circulação: Mensal - Edição especial Agrishow

Índice:

E mais:

Capa - 20Biocoop conquista Prêmio

Mérito Syngenta 2011

O projeto desenvolvido e mantido pelo sistema Coperca-na, Canaoeste e Sicoob Cocred conquistou a categoria socioam-biental

10 - Notícias Copercana- Pelo 6º ano consecutivo, Sicoob Cocred em Ação, Copercana e Canaoeste pro-

movem Show em Prol do Hospital de Câncer de Barretos- Copercana realiza Assembleia Geral Ordinária

14 - Notícias Canaoeste- Cuidados na hora do plantio- Grupo Fitotécnico de Cana-de-açúcar completa 20 anos

24 - Notícias Sicoob Cocred- Acordo comercial reconhece cachaça como produto exclusivo do Brasil- Balancete Mensal

Rotação de Cultura

.................página 18

Biblioteca Canaoeste

.................página 18

Informações Setoriais

.................página 28

Artigo Técnico

.................página 30

Assuntos Legais

.................página 34

Pragas e doenças

.................página 38

Cultura

.................página 39

Classificados

.................página 42

Foto Capa: Rafael Mermejo

05 - EntrevistaDra. Sabrina Moutinho ChabregasCoordenadora da Área de Biotecnologia do CTCBiotecnologia: um conjunto de técnicas precisas para

aumentar a produtividade

08 - Ponto de Vista

Manoel OrtolanPresidente da Canaoeste

Setor sucroenergético: conquistas, oportunidades e desafios

08 - Coluna CaipirinhaMarcos Fava Nevesprofessor na FEA/USP Campus Ribeirão PretoMinha Vida é Andar por este País...

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5Entrevista

Dra. Sabrina Moutinho Chabregas

Biotecnologia: um conjunto de técnicas precisas para aumentar a produtividade

Carla Rodrigues

Revista Canavieiros: O que é a bio-tecnologia?

Dra. Sabrina: Biotecnologia é uma ferramenta extremamente importante utilizada para desenvolver vários pro-dutos, como por exemplo, a fabricação de pães, queijos, produção de insulina, entre outros. A utilização de um orga-nismo biológico como a levedura para fermentação de pães e vinhos é um pro-cesso biotecnológico. Então, apesar de parecer uma ferramenta recente porque o nome é novo, sua utilização já é bas-tante antiga. A biotecnologia passou por um desenvolvimento e outros tipos de tecnologias também recebem este nome. Hoje, biotecnologia aplicada à planta inclui o uso de marcadores moleculares para seleção assistida num programa de melhoramento e também o desenvolvi-mento de plantas geneticamente modifi-cadas através do processo de transgenia. Sendo assim, processos mais simples até processos mais sofisticados são denomi-nados de biotecnologia.

Revista Canavieiros: Em relação a cultura da cana-de-açúcar, como a biotecnologia atua?

Dra. Sabrina: A biotecnologia em

Na luta pelo equilíbrio máximo entre sustentabilidade e produtivi-dade, o Brasil, através de seus grandes institutos de pesquisas, bus-ca incansavelmente pela tecnologia ideal para suas lavouras. Assim é com a cana-de-açúcar, sua principal e mais importante cultura dentro da balança do agronegócio.

Diante de tantas pesquisas sendo desenvolvidas, a Canavieiros co-nheceu um pouco mais sobre o trabalho realizado pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) dentro da área de biotecnologia, uma ferramenta antiga, que passou pelas inovações tecnológicas e hoje é utilizada para aumentar o ganho da produtividade dos canaviais.

Confira a entrevista concedida pela Dra. Sabrina Moutinho Cha-bregas, coordenadora da Área de Biotecnologia do CTC e líder de um time de especialistas e técnicos no desenvolvimento de Cana--de-açúcar Geneticamente Modificada e Marcadores Moleculares para aplicação no Programa de Melhoramento Genético de cana.

“Se antecipo a seleção, consigo encurtar o prazo de liberação de uma nova

variedade, encurtando esse prazo, antecipo os

ganhos do produtor”

cana-de-açúcar pode ser usada no de-senvolvimento de marcadores molecu-lares, que é uma ferramenta aplicada no programa de melhoramento convencio-nal de cana-de-açúcar. Nós fazemos a análise do DNA da cana, encontrando uma série de marcas moleculares neste DNA, e depois tentamos encontrar a as-sociação de determinadas marcas com características de interesse para o me-lhoramento da cultura. Por exemplo, de

maneira muito simplificada, fazemos a análise do DNA de um clone no progra-ma de melhoramento, esta vai apresen-tar algumas marcas e produzir um perfil genético daquela variedade. Comparo isso com o perfil de outro clone que tem marcas diferentes do primeiro. Depois analisamos sua produtividade e vemos que um deles tem alto teor de açúcar e o outro tem baixo teor. Daí podemos infe-

rir que aquelas marcas no DNA podem ter alguma associação com a carac-terística desejada que é o aumento de açúcar. Então em vez de esperar aquela variedade crescer e produzir podemos analisar o DNA dela num estágio muito inicial e já prever qual é a produtividade que vai ter. Esta ferramenta, denomina-da de seleção assistida por marcadores moleculares, pode me auxiliar no pro-grama de melhoramento convencional, antecipando a seleção de novas varie-dades. Se antecipo a seleção, consigo encurtar o prazo de liberação de uma nova variedade, encurtando esse prazo, antecipo os ganhos do produtor.

Revista Canavieiros: Quais os be-nefícios que a cana tem com o uso da biotecnologia?

Dra. Sabrina: Além da ferramenta de marcadores moleculares, a biotec-nologia tem outra aplicação que é a identificação da variedade em si, onde é possível saber quais variedades estão sendo plantadas de acordo com o seu fingerprint, que é semelhante a uma

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RC

Entrevista

“A biotecnologia já existe há mais de 15 anos e na cana, só temos desenvol-

vimento ainda em nível de pesquisa, ou seja, não te-mos uma variedade trans-gênica liberada comercial-

mente para plantio”

impressão digital. Então a biotecno-logia como marcador molecular tem duas aplicações: seleção assistida - au-xiliar no programa de melhoramento- e identificação de variedades. Outra apli-cação da biotecnologia é a transgenia. Nesta aplicação é possível trazer para dentro da cana características de outros organismos, que não necessariamente cruzam com cana. Isso já acontece com o milho, soja e algodão em nível co-mercial. Estas culturas já se beneficiam desta tecnologia há mais de 10 anos. O produtor dispõe de variedades trans-gênicas de milho, soja e algodão para plantio comercial com características diferenciadas, por exemplo, toleran-tes a herbicidas e resistentes a insetos. Com a transgenia em cana-de-açúcar, o CTC tem desenvolvido projetos para aumento de teor de sacarose, aumento de produtividade (toneladas de cana por hectare), biomassa de cana, tolerância a herbicida, resistência a insetos e tole-rância a seca. Estas características vão proporcionar ganhos muito expressivos em produtividade e também algumas reduções de perdas como variedades to-lerantes a seca, ou seja, que não vão per-der produção em ambiente com restrição de água, além de variedades resistentes a ataques de insetos que vão deixar de perder pelo ataque dessas pragas.

Revista Canavieiros: Quais são os novos projetos do CTC?

Dra. Sabrina: Estamos desenvol-vendo projetos para obtenção de cana transgênica com maior teor de açúcar, aumento da biomassa da cana e produ-tividade, aumento de tolerância a seca para evitar perdas e resistência a insetos. Cada uma dessas tecnologias está sendo

incorporada individualmente na cana através da transformação genética, que é o processo chamado de transgenia, e posteriormente poderão ser combinadas entre si. O tempo de desenvolvimento de uma cana transgênica depende tanto da parte técnica, ou seja, desenvolver e selecionar essa variedade, transforma-

da da maneira apropriada, com o gene funcionando da forma necessária como também é dependente do processo re-gulatório. No Brasil, como em outros países, as plantas transgênicas precisam passar por uma série de testes antes de serem liberadas para plantio comercial. Esses testes são denominados de análise regulatória, análises de biossegurança, onde se comprova que aquela nova va-riedade é equivalente a uma variedade não transgênica em termos de sua com-posição, ou seja, que ela não apresenta risco a saúde humana, aos animais e ao meio ambiente. Este processo regula-tório no Brasil é responsabilidade da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biosegurança), subordinada ao Mi-nistério da Ciência e Tecnologia. Esta é uma comissão extremamente séria e comprometida com a análise de risco dos organismos geneticamente modi-ficados. No entanto, todo o processo

regulatório acaba acarretando em um aumento no prazo de desenvolvimento das variedades e isso implica que, além de termos no CTC uma área de biotec-nologia, também temos que ter uma área de regulamentação para lidar com esse tipo de análise que é necessária.

Revista Canavieiros: De que ma-neira a biotecnologia colabora com a sustentabilidade?

Dra. Sabrina: A biotecnologia co-labora com a sustentabilidade porque promove um aumento de produtividade por área plantada, ou seja, consegue ob-ter mais produção de uma mesma área, portanto evita o crescimento muito exagerado para outras áreas com cana--de-açúcar, por exemplo. Além disso, as características que são trabalhadas como resistência a insetos e tolerância a herbicidas permitem que já tenha essas características na planta, então conse-quentemente reduz a aplicação de her-bicidas na cultura, utiliza menos trato-res e maquinários para tratos culturais, evita o consumo de combustível, água e emissões de CO2 na atmosfera.

Revista Canavieiros: O que falta para o Brasil se tornar uma grande referência na área da biotecnologia?

Dra. Sabrina: Quando comparamos o desenvolvimento em biotecnologia que temos nas culturas de milho, soja e algodão com a cana-de-açúcar vemos que ela ainda está atrasada. A biotecno-logia já existe há mais de 15 anos e na cana, só temos desenvolvimento ainda em nível de pesquisa, ou seja, não te-mos uma variedade transgênica libera-da comercialmente para plantio. Para que isso aconteça no menor tempo pos-sível, precisamos de investimento em desenvolvimento tecnológico na cultu-ra da cana-de-açúcar e esse investimen-to tem que ser feito no Brasil, já que somos o maior produtor dessa cultura e temos que aumentar cada vez mais a nossa competitividade na produção de açúcar e etanol. O CTC direcionou seus esforços para estes desenvolvimentos e em breve, o produtor de cana terá ao seu dispor variedades mais produtivas. Com a biotecnologia, teremos o cresci-mento sustentável da produtividade das lavouras de cana-de-açúcar.

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7Ponto de Vista

Setor sucroenergético: conquistas, oportunidades e desafios

Atualmente, mais de 47% de toda a energia utilizada no Brasil vem de fontes renováveis, o que tor-

na o país reconhecido mundialmente por sua matriz energética. A cana-de-açúcar tem um importante papel nesta conquista brasileira já que é a matéria-prima para a produção de etanol, açúcar, bioeletrici-dade, além de outros produtos.

Quando fazemos um raio x do setor sucroenergético, chegamos a números surpreendentes: segundo dados da UNI-CA – União da Indústria da Cana-de--açúcar, são 430 unidades produtoras, 70 mil produtores de cana, 1,2 milhões de empregos diretos e o PIB (Produto Inter-no Bruto) setorial em 2011 foi de US$ 48 bilhões. Somos os maiores produto-res de açúcar do mundo (25% da produ-ção mundial) e o 2º maior produtor de etanol (20% da produção mundial).

O sucesso do carro flex, lançado em 2003, estimulou fortemente um cresci-mento acelerado do setor sucroenergé-tico, que cresceu cerca de 10,4% ao ano até 2008, quando esse crescimento foi interrompido pela crise financeira mun-dial, problemas climáticos e aumento acentuado nos custos de produção.

Foi aí que o setor começou a ver sua competitividade prejudicada. O gover-no cortou várias vezes a CIDE (Contri-

*Manoel Ortolan

buição de Intervenção no Domínio Eco-nômico), reduzindo a carga tributária sobre a gasolina. Para se ter uma ideia, os tributos representavam em 2003, 47% do preço de bomba da gasolina e hoje, representam 35%, enquanto que para o etanol, os tributos representam 31% desde aquela época.

Dessa forma, o consumidor acaba pagando mais imposto sobre um com-bustível limpo e de fonte renovável – o etanol -, do que sobre a gasolina, já que o valor energético desta é 30% superior. Para solucionar esses problemas o Bra-sil precisa urgentemente adotar medi-das que assegurem o restabelecimento da competitividade do etanol no merca-do interno.

Se quisermos retomar a nossa com-petitividade precisamos unir forças – setor público e privado - e trabalhar. Cabe ao setor público um planejamen-to estratégico da matriz energética de combustíveis, com políticas públicas sustentáveis que reconheçam o etanol como combustível limpo e de fonte renovável. A carga tributária deve ser observada com muita atenção, assim, o incentivo a novos projetos de unidades produtoras será consequência natural na cadeia de cana-de-açúcar. Também não posso deixar de citar o incentivo a leilões quando o assunto é bioeletrici-

dade e por último, o incentivo e apoio em inovação e tec-nologia, buscando o aumento de pro-dutividade e redu-ção de custos agrí-colas e industriais.

Por parte do se-tor privado, é ne-cessário o desenvolvimento de novas tecnologias que assegurem redução de custos. Dessa forma, é possível garantir o abastecimento do mercado interno e elevar as exportações de etanol.

O Brasil tem pela frente um cenário desafiador e sobre o qual poderá tirar pro-veito: segundo a ONU, até 2050, a popu-lação mundial pode chegar aos 9 bilhões de habitantes, e será necessário produzir 70% mais de alimentos e 46% mais de energia. São oportunidades que se abrem e que o setor produtivo brasileiro já per-cebeu e se prepara para ocupar seu espa-ço, realizando um esforço concentrado de todos os elos da cadeia para ampliar a produção. O Brasil oferece ao mundo uma alternativa energética que não polui e que não tem fim. O etanol!

*presidente da Canaoeste (Asso-ciação dos Plantadores de Cana do

Oeste do Estado de São Paulo)

RC

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Por: Marcos Fava Neves

Me deixou extremamente feliz o convite feito pelo amigo Manoel Ortolan para ter um

espaço mensal na Canavieiros. Sou um fã do setor de cana, do fornecedor inde-pendente de cana, do Associativismo e do Cooperativismo, portanto estarei em casa, relaxado, ao escrever neste espaço.

Fiquei pensando em como fazer algo diferente, afinal os cooperados já tem meus textos da Folha de São Paulo e os outros que venho fazendo por aí. Decidi que a conversa aqui será bem pessoal, de opinião, e não vai se restringir à cana.

Pretendo falar de economia, de po-lítica, de pessoas, de empresas, do agronegócio e da cana, alternadamen-te, compartilhando com o cooperado os conhecimentos que adquiri no mês anterior e em formato de tópicos, com humor e diversão. Formato “twitter”.

O nome “caipirinha” foi escolhido, pois sem cana não tem açúcar nem eta-nol (cachaça), o limão é porque algu-mas coisas ácidas serão ditas, mas sem-pre com o tom da alegria, do otimismo que quem me conhece, reconhece. Cai-pirinha nos deixa alegres e otimistas.

Agronegócio e a meta dos US$ 100 bilhões em exportações em 2012: O valor exportado acumulado em janeiro e fevereiro (US$ 11,7 bilhões) aumen-tou 11,6% quando comparado o mesmo período de 2011 (US$ 10,5 bilhões). Já estamos com quase 12% da meta. É preciso acelerar, senão não atinge. O complexo cana trouxe no bimestre US$ 1,68 bilhão contra US$ 1,62 bilhão em 2011, um crescimento de 3,8%.

Pessoas: Chegou ao fim a jornada do Marcos Jank na UNICA. Mais de cinco anos dá para cansar. Temos que saber quando assumimos uma posição, que sempre tem a hora de entrar, mas princi-palmente tem a hora de sair. A renovação faz parte da vida. Considero o trabalho do Jank excelente. Foi um trabalho de equipe, estruturante, inovador e que mu-dou a organização. Mais do que isto, ser-ve de inspiração para muitas outras as-sociações setoriais. O setor de cana deve agradecer a este profissional e ao time.

Empresas: Boas notícias vem lá do CTC. Virou uma S.A., vão aportar R$ 163 milhões em pesquisas, e multiplicar recursos via parcerias tecnológicas. Pre-tendem lançar novas variedades e inves-tir no etanol de segunda geração. Com os competentes técnicos que lá existem, podemos esperar revoluções com esta injeção e exemplo de governança.

Aprendizado de Viagem: Visitei em março o frigorífico Saudali. Um inves-timento de R$ 80 milhões feito por 42 suinocultores, que entregam o volume de suínos proporcional a sua participa-ção acionária, agregando valor na re-gião com 290 produtos processados de suínos, gerando arrecadação de R$ 4,5 milhões de impostos em 2011 e salários para 850 pessoas em Ponte Nova (M.G.), ocupando o mercado de Minas Gerais.

Cana: com esta falta de chuvas já ouvi especialistas dizerem que a safra no C.S. pode não chegar a 500 milhões de tone-ladas. A Índia vem tendo safra grande e uma safra mais alcooleira no Brasil pode compensar elevando preços do açúcar. Boa notícia: já chegamos a 3,12 milhões

de hectares mecanizados, 65% de toda a cana plantada em SP, 10% a mais que na safra anterior.O ambiente agradece.

Limão: onde está o plano estratégico da cana? Estou louco para ler e comen-tar. Haja caipirinha.

Até a próxima!

RC

Coluna Caipirinha

Minha Vida é Andar por este País...

MARCOS FAVA NEVES é professor titular de planejamento e estratégia na

FEA/USP Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat.

Marcos Fava Neves

RC

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10Notícias Copercana

Pelo 6º ano consecutivo, Sicoob Cocred em Ação, Copercana e Canaoeste promovem Show em Prol do Hospital de Câncer de Barretos

O show com os cantores Victor e Leo reuniu aproximadamente 1000 pessoas em Sertãozinho

O objetivo de tratar com dignidade pacientes vítimas de câncer sem nenhum recurso financeiro, fez

com que empresários, artistas e cidadãos conscientes de sua responsabilidade so-cial acreditassem na seriedade do projeto da Fundação Pio XII (Hospital de Cân-cer de Barretos) e investissem recursos para ajudar a manter a instituição. Pelo 6º ano consecutivo, a Sicoob Cocred em Ação, Copercana e Canaoeste promove-ram um show em prol do hospital. Em 2012, foi a vez da dupla Victor e Leo subirem ao palco e serem aplaudidos por aproximadamente 1000 pessoas. Os cantores, muito simpáticos e atenciosos com os fãs, cantaram seus sucessos du-rante mais de 2 horas.

O show foi realizado no dia 05 de abril, no Clube de Campo Vale do Sol, em Sertãozinho. Nas edições anteriores, participaram do evento os cantores:

1) Chitãozinho e Xororó (2007)2) Leonardo (2008)3) Daniel (2009)4) Zezé di Camargo e Luciano (2010)5) Sérgio Reis e Renato Teixeira (2011)

O presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, lem-brou da importância do evento para as pessoas que necessitam de tratamento no hospital. “É importante a participa-ção de todos vocês nesta noite. Agrade-ço os parceiros, as empresas, os coope-rados e também os voluntários que estão trabalhando para que tudo ocorra bem”, disse Tonielo, que também agradeceu os cantores: “É um prazer recebermos Victor e Leo em Sertãozinho, principal-mente para cantarem seus sucessos em prol de uma causa tão nobre”, concluiu.

Segundo Tonielo, em 2012, apro-ximadamente R$ 350 mil serão repas-

Carla Rossini

Equipe de voluntários que trabalhou na organização do show

sados ao hospital. “Esse recurso que repassamos ao hospital ajuda no paga-mento das despesas. Se cada um doar um pouquinho, conseguimos arrecadar recursos que são muito válidos ao hos-pital”, disse Tonielo.

O diretor do Hospital de Câncer de Barretos, Henrique Prata, ressaltou a importância da realização do evento. “Todas as ações em prol do hospital são bem vindas e contribuem muito para que possamos continuar a atender as pessoas que precisam dos cuidados realizados pela Fundação Pio XII. Não temos pala-vras suficientes para agradecer essa co-laboração de todos vocês”, disse Prata.

O HospitalExcelência em oncologia, o Hospi-

tal de Câncer de Barretos possui 70.000 m², registra 3.500 atendimentos por dia, todos 100% SUS. Mesmo com o déficit mensal de R$ 5,5 milhões, o hospital

acolhe pacientes de todo o Brasil com profissionalismo e humanização (o gran-de diferencial da instituição), recebendo 11.000 casos novos por ano. Em 2000, a instituição foi escolhida pelo Ministério da Saúde como o melhor hospital públi-co do país, em 2007 foi certificado pela ONA (Organização Nacional de Acredi-tação Hospitalar) e em 2009 tornou-se Acreditado Pleno Nível II.

O Hospital encerrou o ano de 2011 com 549.104 atendimentos realizados a 97.630 pacientes advindos de 1.527 mu-nicípios de todos os 27 estados do país (e o Distrito Federal), um recorde de co-bertura. No Hospital São Judas Tadeu (a Unidade de Cuidados Paliativos e Con-trole da Dor) foram registrados 6.984 atendimentos e no Hospital de Câncer de Jales, de junho (inauguração) até dezem-bro de 2010, foram realizados 26.664 atendimentos, a 4.966 pacientes, advin-dos de 165 municípios e 10 estados.

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Henrique Prata (diretor do Hospital de Câncer de Barretos), Victor, Antonio Eduardo Tonielo (presidente da Copercana e Sicoob Cocred), Pedro Esrael Bighetti (diretor da Copercana),

Manoel Ortolan (presidente da Canaoeste) e Leo.

Henrique Prata e Toninho Tonielo homenagearam os cantores e agradeceram a participação da plateia

A dupla cantou seus sucessos durante mais de 2 horas Aproximadamente 1000 pessoas prestigiaram o show

Victor, Luiz Carlos Tasso Júnior (diretor da Canaoeste) e Leo

O Instituto de Prevenção conta com 6 unidades móveis e duas unidades fi-xas (Barretos e Juazaeiro). As Unida-des Móveis realizam exame de mama (64.604 exames), colo uterino (26.727), pele e próstata (5.821) com a população de 7 estados brasileiros (SP, MG, MS, MT, GO, RO e BA). No ano de 2011, as unidades somadas realizaram 131.505 atendimentos, todos eles, 100% SUS.

Ao todo, o Hospital de Câncer de Barretos reúne 250 médicos que traba-lham em tempo integral e dedicação ex-clusiva e mais de 2.500 colaboradores. São mantidos 13 alojamentos (sendo 2 infantis) para 650 pacientes e seus acom-panhantes oferecidos gratuitamente e são servidas 6.000 refeições diárias. RC

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12Notícias Copercana

Copercana realiza Assembleia Geral OrdináriaDiretores e cooperados se reuniram para prestação de contas do exercício de 2011

Com a presença de cooperados e diretores, a Copercana re-alizou na tarde do dia 28 de

março a sua Assembleia Geral Or-dinária para prestação de contas da administração do exercício de 2011; destinação das sobras líquidas; elei-

Carla Rossini

ção dos membros do Conselho Fis-cal; além de outros assuntos perti-nentes ao ano de 2011.

A abertura da reunião foi realizada pelo presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, que compôs a mesa de trabalhos com os seguintes mem-

bros: o advogado da coope-rativa, Dr. Clóvis Apareci-do Vanzella; o contador da cooperativa, Marcos César Molezin e os diretores Ma-noel Ortolan e Pedro Esrael Bighetti. Após a leitura do relatório das atividades do exercício de 2011 e apro-vação dos itens em pauta na Assembleia, Tonielo en-cerrou as atividades do dia agradecendo a presença dos cooperados.

Diretoria ExecutivaAntonio Eduardo Tonielo – Diretor

PresidenteManoel Carlos de Azevedo Ortolan –

Diretor SuperintendentePedro Esrael Bighetti – Diretor SecretárioConselheirosLuis Antonio Lovato Fernando dos Reis Filho Carlos Cesar Rodrigues da Silva

Conselho FiscalEfetivoLuiz Carlos Tasso JuniorPaulo Cesar Canesin Antonio Carlos Girotto

SuplenteGaspar Carmanhan da SilveiraArlindo João PignataClaudio Agostinho Nadaletto RC

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14Notícias Canaoeste

Cuidados na hora do plantioMuda sadia é o principal fator para uma lavoura produtiva

Preocupadas com o bom rendimen-to da lavoura de seus produtores, a Copercana e a Canaoeste man-

tém parcerias com os principais progra-mas de melhoramento genético do país, sendo eles: IAC (Instituto Agronômico), CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) e RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do setor Sucroener-gético). Estas parcerias permitem que os técnicos da associação e da cooperativa plantem novas e diferentes variedades para conhecer seu desempenho e assim, indicar a muda mais adequada para as áreas que atuam.

Estas novas variedades são plantadas na Fazenda Santa Rita, em Terra Roxa, que funciona como uma fazenda experi-mental e um viveiro de mudas de cana--de-açúcar para técnicos e produtores. “Quando o fornecedor vem aqui, tem a certeza de que está adquirindo um mate-rial genético com garantia de qualidade e sanidade conhecida, e dessa forma vai ter um canavial com maior vigor e longevi-dade”, disse Gustavo Nogueira, gerente do Departamento Técnico da Canaoeste.

Carla Rodrigues

De acordo com Nogueira, é neces-sário que os produtores tenham alguns cuidados na hora de realizarem o plan-tio, uma vez que, se o plantio não for executado da maneira correta, o balan-ço final desta produção pode ser preju-dicado. “O produtor deve ter um cui-dado muito grande quando for realizar o plantio, porque é uma das operações mais caras, senão a mais cara. É o maior investimento que tem, além de ser o alicerce de toda a sua cultura. Quando o plantio é bem feito, o produtor vai colher esses frutos por vários anos. O momento que estamos passando, com um déficit hídrico, ou seja, uma umida-de mais baixa, e acabamos entrando no outono com temperaturas mais baixas, por isso, deve-se usar o maior núme-ro de ferramentas possíveis para que a cana nasça, brote rapidamente e assim não fique sujeito a ataque de fungos de solo que venham comprometer a pro-dução devido a falhas e alguns outros fatores”, explicou Nogueira.

Hoje, os produtores sofrem com ata-ques de várias pragas e doenças que possam vir a comprometer o canavial, e no momento do plantio, um fungo de solo, conhecido como podridão abaca-xi, pode ser um dos fatores prejudicais.

Segundo Nogueira, é um fungo que penetra nas áreas de corte do tolete e com a falta de umidade e temperaturas mais amenas, a cana demora mais para

Gustavo Nogueirabrotar, para nascer, permitindo um ata-que rápido desse fungo. “O fungo vai entrando no tolete e causando falhas no stand, ou seja, um menor número de ca-nas por metro linear e falhas, que vão corresponder em menor produtividade e longevidade naquele canavial que está implantando”.

Para evitar que isso ocorra, a dica do gerente é que o produtor que ainda for fazer seu plantio nesta época, com temperaturas mais baixas e um menor índice pluviométrico, utilize fungici-das no momento de cobrir essas mudas e proteja realmente seus toletes. Hoje existem no mercado algumas opções de fungicidas para a cultura da cana-de--açúcar devidamente registrados.

Gustavo ainda lembrou que se o plantio for mecânico, é muito mais im-portante a adoção dessas ferramentas, como o uso de fungicidas, para prote-ger esse tolete. “Quando realizamos o plantio mecânico, o tamanho dos tole-tes é menor, e com isso ficamos mais sujeitos ao ataque desses fungos de solo, por isso, no plantio mecânico o uso do fungicida é primordial para que se tenha sucesso no plantio”, esclare-ceu Nogueira. “O produtor deve ter um cuidado muito grande quando for realizar o plantio, porque é

uma das operações mais caras, senão a mais cara. É o maior investimento que tem...”RC

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16Notícias Canaoeste

Grupo Fitotécnico de Cana-de-açúcar completa 20 anosEm comemoração, técnicos, pesquisadores e autoridades do setor estiveram presentes em even-to para destacar a importância do trabalho realizado pelo grupo para a cadeia sucroenergética

Em abril, o Grupo Fitotécnico de Cana-de-açúcar comemorou 20 anos de existência, consolidan-

do uma experiência de duas décadas de socialização do conhecimento da cultura. Através da troca e compartilha-mento de informações, o grupo busca a evolução do setor, servindo como base para direcionar as pesquisas futuras. O evento em comemoração ao aniversário foi realizado no Centro de Convenções do Centro de Cana IAC (Instituto Agro-nômico), em Ribeirão Preto, no último dia 10, e contou com a participação de técnicos, líderes de associações e pro-fissionais ligados ao setor.

O grupo é formado por fitotecnistas de usinas e cooperativas, pesquisadores e outros profissionais de empresas de insumos, matérias-primas, máquinas, equipamentos e projetos que são liga-dos a lavoura canavieira.

O professor de Planejamento, Es-tratégia, Economia e Administração da Universidade de São Paulo/FEA--USP, Dr. Marcos Fava Neves, foi um dos palestrantes da comemoração. Em sua apresentação, Neves falou sobre o otimismo que sente em relação ao agro-negócio brasileiro e também na crença de que até 2020, os rendimentos serão positivos e melhores do que é esperado.

Carla Rodrigues

“O Brasil está num momento em que somos respeitados pela capacidade de trabalho no agronegócio que sustenta o país. Este ano vamos exportar US$ 100 bilhões. De acordo com meus estudos, se você tirar o agronegócio da balança brasileira ela vai para menos 65 bilhões. O desempenho tem sido maravilhoso e as perspectivas futuras são melhores ainda, porque nós temos um verdadeiro “tsunami” de consumo acontecendo na Ásia, e em outros lugares com o cresci-mento da população. E o Brasil é o mais apto país para colocar seus produtos, seja com as condições atuais ou melho-rando as nossas condições competiti-vas. Já sou otimista há 20 anos e todo este tempo estive certo e vou estar nos próximos 20 também”, explicou Neves.

A Canaoeste é uma das associa-ções que fazem parte do Fitotécnico e participa ativamente desde o início do programa (1992). Segundo o ge-rente do departamento Técnico da Canaoeste, Gustavo Nogueira, as ati-vidades e reuniões realizadas sempre foram importantes para a socializa-ção do conhecimento e, principal-mente, para sua transmissão. “Parti-cipamos junto ao Grupo Fitotécnico desde 1993 e ao longo desses 20 anos foram discutidos temas de relevância para o setor. Os técnicos da Canao-este participam destas reuniões, com trocas de informações e com isso nos mantemos mais informados para re-passar conhecimento aos nossos as-sociados”, disse Nogueira.

Foram prestadas homenagens aos grandes incentivadores do Grupo Fitotécnico de Cana-de-açúcar.

Marcos Fava Neves

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Para o presidente da Canaoeste, Ma-noel Ortolan, a contribuição do grupo para o setor é vista de forma muito positiva por ser um ambiente propício para assuntos técnicos acompanhado de novas tecnologias, visando uma in-tegração entre os profissionais da área. “Fazendo parte do grupo, temos espa-ço para discutir, tomar ciência e o mais importante, nos atualizarmos sobre as novidades do setor. É também uma oportunidade para os nossos técnicos estarem juntos aos técnicos das usinas, onde é permitido que cada um faça a sua parte para que ambas tenham ga-nhos”, explicou Ortolan.

A Secretária de Agricultura e Pecu-ária do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, esteve presente para pa-rabenizar o trabalho desenvolvido pelo Grupo Fitotécnico e destacou a impor-tância da pesquisa para o setor sucro-energético, principalmente para o seu crescimento. “Eu posso dizer que o gru-

Manoel Ortolan

Foi realizado o descerramento das placas relacionadas à pavimentação das ruas internas, os novos espaços do Centro de Convenções e a nova guarita do Centro de Cana

Mônika Bergamaschi Dr. Augusto Cury

po está na base de todo o desenvolvi-mento que o setor sucroenergético teve, seja do ponto de vista de variedades, da questão sanitária, de equipamentos, máquinas, implementos e de insumos, quanto na integração com universida-des, empresas, usinas, produtores, téc-nicos e indústrias. Hoje ele é o grande difusor dos trabalhos realizados e a par-ticipação de todos focando em um úni-co objetivo. É a responsável pelo seu grande sucesso”, articulou a Secretária.

O escritor e médico psiquiatra, Dr. Augusto Cury, responsável pela venda de mais de 15 milhões de livros somente no Brasil, proferiu uma palestra durante o evento sobre a formação de pensado-res e a produção de conhecimento no século 21. Para Cury a maneira como as informações são transmitidas é es-sencial para um bom entendimento de

toda e qualquer situação, principalmen-te dentro do setor sucroenergético que se renova cada vez mais. “A curva de aprendizado e o processo de incorpo-ração de conhecimento tem que ter em primeiro lugar, idéias e informações claras. É importante haver uma socia-lização das informações. Não adianta falar de maneira rebuscada, complexa, pois quem tem acesso, no caso, o pro-dutor rural, por exemplo, vai acabar não assimilando e não utilizando de manei-ra adequada as informações. Por isso é necessário que haja clareza e foco nas transmissões do conhecimento, repas-sando de maneira inteligente e objetiva, e permitindo que as pessoas que quase não têm tempo, possam fazer do seu pouco tempo uma experiência solene”, explicou Cury.

Antes de encerrar a comemoração, foi realizado o descerramento das pla-cas relacionadas à pavimentação das ruas internas, os novos espaços do Cen-tro de Convenções e a nova guarita do Centro de Cana. Além disso, também foram prestadas homenagens aos gran-des incentivadores do Grupo Fitotécni-co de Cana-de-açúcar.RC

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18Cultura de Rotação

Rastreabilidade do Amendoim

A rastreabilidade é um conceito que surgiu devido à necessidade de saber em que local é que um

produto se encontra na cadeia logística sendo, também, muito usado em contro-le de qualidade de alimentos e remédios.

Em termos práticos, rastreamento é sa-ber “o que” (o produto ou bem), “de onde” veio (a origem) e “para onde” foi (destino).

No mercado do amendoim uma das maiores exigências do Ministério da Agricultura diz respeito à rastreabilida-de, tornando-a parte integrante da ges-tão da política da qualidade em todas as etapas da cadeia produtiva.

Este processo de rastreabilidade é iniciado no momento da entrega das se-mentes aos produtores do Projeto Amen-doim, que recebem o Caderno de Campo documento que é de responsabilidade do produtor e que deve conter as informa-ções referentes às etapas de plantio, cul-tivo e colheita do grão. O preenchimento é orientado e supervisionado pelo De-partamento Técnico da Copercana.

Na etapa de pós colheita o produto é recebido pela Uname - Unidade de Grãos da Copercana para secagem, pré--limpeza e armazenamento do amen-doim em casca. A rastreabilidade do campo é mantida no recebimento atra-vés da criação do número do romaneio no sistema Copercana e de rotinas de produção e de armazenamento que ga-rantem a separação do produto a cada etapa da cadeia de produção. Como, por

*Vânia Junqueira

Vânia Junqueiraexemplo, a etiqueta que é colocada em cada Bag de amendoim armazenado.

Na etapa de expedição para a unida-de de beneficiamento trabalhamos de forma manual, a evolução do sistema de rastreabilidade será a modernização do sistema de expedição utilizando a infor-matização pela utilização de código de barras, para que a expedição do produto seja feita automaticamente.

O rastreamento é um instrumento fundamental quando a mundialização dos mercados comerciais torna mui-to difícil a identificação da origem das matérias-primas e das circunstâncias em que se realiza a produção de alimentos.

O produtor - como etapa inicial da cadeia produtiva - tem primordial im-portância no relato das informações da lavoura no Caderno de Campo, infor-mações que serão passadas para as ou-tras etapas de produção.

Assim, a rastreabilidade do amen-doim é ferramenta fundamental para a Copercana na identificação de qualquer problema que possa surgir, definindo sua origem, afim de permitir uma inter-venção rápida, resolução e o aprimora-mento continuo do sitema de produção, de forma a contribuir para produção de alimentos seguros e de qualidade.*Coordenadora de Segurança de Alimentos

Biblioteca

“General Álvaro Tavares Carmo”

A revenda competitiva no Agronegócio

Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar

a Biblioteca da Canaoeste.NOVO ENDEREçO:

Rua Frederico Ozanan, nº842 Sertãozinho-SP

“O setor de energia passa por transfor-mações que desafiam o co-nhecimento es-tabelecido. De um lado, tor-na-se cada vez mais importan-te apresentar alternativas à matriz ener-gética, o que implica avaliar as diversas for-mas alternativas de gerar energia, com prefe-rência àquelas passíveis de renovação. De ou-tro, a mudança no ambiente institucional por que passou o setor – privatização, constituição da ANEEL e do Mercado Atacadista de Ener-gia, entre outros – criou novas oportunidades de negócio e novos desafios. Paralelamente, o setor sucroalccoleiro, emergindo de uma profunda crise, apresenta uma possível solu-ção ao problema energético: a co-geração de energia. Diante de tão profundas mudanças, é reconfortante contar com um minucioso tra-balho de organização dessas novas informa-ções. Neste livro, baseado na dissertação de Zilmar, sob a competente e dedicada orien-tação da Prof. Heloisa Burnquist, o leitor en-contrará um texto rico e claro, que desfaz o nó da complexidade da nova regulamentação sobre a comercialização de energia co-gerada. Trata-se, portanto, de referência obrigatória para aqueles interessados em desvendar essa nova realidade.”

(Trecho extraído da contracapa do livro.)Citação:

SOUZA, Zilmar José de. A comercialização da energia elétrica co-gerada pelo setor su-

croalcooleiro / Zilmar José de Souza, Heloisa Lee Burnquist. São Paulo: Plêiade, 2000.

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Biocoop conquista Prêmio Mérito Syngenta 2011O projeto desenvolvido e mantido pelo sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred

conquistou a categoria socioambiental

Biocoop – recicle seus concei-tos, a natureza agradece! Foi com este título que o projeto

desenvolvido e mantido pelo sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred conquistou a categoria socioambiental do Prêmio Mérito Syngenta 2011, que visa reconhecer cooperativas que trans-formam estratégias e programas em re-ferências de gestão de implementação.

Das iniciativas mais simples aos pro-jetos mais complexos, o Mérito Syn-genta é uma vitrine democrática onde o que vale é a ideia inovadora e os resul-tados alcançados.

Para participar da premiação, a Copercana enviou três projetos nas seguintes categorias:

• Categoria Marketing – Campa-nha Copercana Premiada (que recebeu o 2º lugar na premiação a nível Brasil)

• Categoria Cooperativismo – Apli-cação de calcário nas lavouras dos coo-perados

• Categoria Socioambiental – Pro-jeto Biocoop (que recebeu o 1º lugar na premiação a nível Brasil)

Sobre o Biocoop Preocupada com o impacto ambiental

causado pelo excesso de lixo produzido dentro de suas dependências, a Coper-cana – em parceria com a Canaoeste e

Carla Rossini

Sicoob Cocred – implantou em abril de 2005, o projeto Biocoop, com o objetivo de gerenciar os resíduos passíveis de re-ciclagem através da coleta seletiva.

Desde sua implantação, o projeto é coordenado por uma bióloga – respon-sável pela triagem dos resíduos, como: papelões, papéis, sacarias de batata e cebola, plásticos em geral, caixas de madeira, lâmpadas fluorescentes, su-catas, pilhas e baterias, entre outros. Também fazem parte da Biocoop, mais 2 colaboradores – responsáveis pela co-leta e separação dos materiais.

O Biocoop é o local onde ocorre a separação dos resíduos descartados pelo sistema (tanto na matriz, quanto nas filiais). Desde sua implentação, o

Biocoop desempenha suas atividades com sucesso graças a colaboração e empenho de todos que fazem parte do Sistema, já que são os próprios colabo-radores os responsáveis pela separação primária dos materiais em seus departa-mentos antes de os mesmos serem cole-tados pela equipe da limpeza (na limpe-za diária dos setores) e posteriormente pela equipe do Biocoop.

Após serem separados, os resíduos são encaminhados para empresas de reciclagem, contribuindo assim, com a preservação ambiental. Além de incen-tivar e apoiar a coleta seletiva e recicla-gem, o Biocoop também realiza campa-nhas com outros objetivos, como manter os colaboradores e a população informa-dos sobre as questões ambientais.

Reportagem de Capa

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Dentre os trabalhos de conscienti-zação realizados pelo Biocoop, com o apoio do Sistema Copercana, Canao-este e Sicoob Cocred, estão:

- Campanha de combate à dengue, onde os colaboradores recebem via e-mail informações de como evitar a doença;

- Distribuição de canecas permanen-tes aos colaboradores com o objetivo de reduzir o consumo de copos descartáveis

e também o descarte no meio ambiente;- Palestras para os filhos dos colabora-

dores sobre meio ambiente, com brinca-deiras educativas relacionadas à coleta se-letiva e reciclagem – no Dias das Crianças;

- Campanha de incentivo ao uso de sacolas reutilizáveis nos supermercados Copercana;

- Incentivo à economia de água e energia através de placas ilustrativas em locais estratégicos, como em tornei-ras e interruptores de luz;

- Você Sabia? – informativo sobre temas ambientais enviados aos colabo-radores via e-mail;

- Em datas comemorativas, como: semana do meio ambiente, dia das crianças e dia da árvore, há distribuição de mudas de árvores com o objetivo de mostrar a sua importância para o plane-ta. No total, já foram distribuídas mais de 3.500 mudas;

- A troca de óleo de cozinha usado por óleo novo – em parceria com a Gra-nol – nos supermercados Copercana.

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sociedade nacional e internacional e a bendita criação do Biocoop, pelo sis-tema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, vem ao encontro disso, vez que o conjunto de suas ações de reci-clagem e reaproveitamento de resíduos, bem como as de educação ambiental, fomentam o crescimento econômico ajustado à proteção do meio ambiente, garantindo-o às futuras gerações, estan-do inserido, portanto, no conceito de desenvolvimento sustentável tão alme-jado por todos”, afirma o advogado.

O gerente comercial de insumos da Copercana, Frederico José Dalmaso, fa-lou que “a oportunidade que a Syngenta criou através do prêmio foi excelente já que abriu espaço para as cooperativas demonstrarem projetos e trabalhos que às vezes não são de conhecimento do público externo. E o Biocoop é uma óti-ma iniciativa do sistema. Um exemplo de projeto socioambiental que deu certo. Agradeço a Syngenta pela oportunidade e minha equipe de trabalho pelo empe-nho”, disse Dalmaso.

Reportagem de Capa

Por exemplo, o cliente troca duas gar-rafas de 2 litros com óleo usado por 900 ml de óleo novo da Granol.

Através de projetos como este, o Sistema acredita na possibilidade de mudanças nas condições do planeta em busca de uma vida melhor através da sustentabilidade. Nos últimos 3 anos, com o apoio do Biocoop, deixaram de ser descartados no meio ambiente:

- 744.55 Kg de papelão;- 73.910 Kg de papel;- Mais de 2.586 Kg de alumínio;- Mais de 102.210 Kg de plástico;- 39.340 Kg de sucata;- 101.399 unidades de caixas de ma-

deira (foram reutilizadas);- 15.628 unidades de sacarias (foram

reutilizadas);- 1.250 Kg de vidro;- 2.246 unidades de lâmpadas fluo-

rescentes

Sobre o jantar de premiaçãoO diretor da Copercana, Pedro Esra-

el Bighetti, a bióloga responsável pelo projeto Biocoop, Milena Olympio Tala-moni e o comprador de insumos da co-operativa, Jean Franco Viana viajaram para a Florianópolis no dia 26 de março para participarem do jantar de premia-ção e apresentarem o projeto para um seleto público de executivos.

Na ocasião, Bighetti aproveitou para agradecer a Syngenta pela parceria com a cooperativa. “A Syngenta é uma das em-presas que são grandes parceiras da Coper-cana, que proporcionam Dias de Campos e palestras técnicas aos nossos agrônomos e cooperados. A iniciativa da Syngenta em criar este prêmio foi excelente porque per-mite que as cooperativas apresentem seus trabalhos e benfeitorias aos cooperados e colaboradores”, disse Bighetti.

Depoimentos“A Copercana é uma cooperativa

agrícola que tem como principal obje-tivo proporcionar boas condições para os agricultores produzirem alimento e energia, mas antes de mais nada, nos preocupamos com uma produção sus-tentável. Queremos produzir cada vez mais e melhor, mas sem agredir o meio ambiente. Foi pensando nisso que re-

solvemos criar o Biocoop e começar a fazer a nossa “lição de casa”, dando bons exemplos de separação e triagem de lixo para os nossos clientes e coope-rados. A ideia deu certo e esse projeto é um sucesso na cooperativa e na comu-nidade”, disse Antonio Eduardo Tonie-lo, presidente da Copercana.

Para o presidente da Canaoeste, Ma-noel Ortolan, “produzir de forma sus-tentável é a meta das empresas. O Bio-coop é um programa fundamentado no tripé da sustentabilidade: social, econô-mico e ambiental, já que é responsável pela coleta e comercialização do mate-rial a ser reciclado, gerando receita, em-pregando colaboradores e destinando o lixo de forma correta. Entendemos que essa é a forma necessária das empresas trabalharem atualmente. Esse projeto é um exemplo para os nossos colaborado-res e para todas as pessoas que frequen-tam nossas empresas”, disse Ortolan.

O advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti disse que “a responsabilida-de ambiental hoje é uma aspiração da

Manoel Ortolan

Juliano Bortoloti

RC

Antonio Eduardo Tonielo

Frederico Dalmaso (Copercana) e Henrique (Syngenta)

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Frederico Dalmaso (Copercana) e Henrique (Syngenta)

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24A cachaça é nossa, o bourbon é deles.

Acordo comercial reconhece cachaça como produto exclusivo do Brasil

Após 40 anos de diálogo, a tra-tativa entre Brasil e EUA pelo reconhecimento da cachaça

como produto tipicamente brasileiro chega à sua reta final por um acordo co-mercial amigável. A partir de agora, a cachaça terá certificação fiscal que lhe confere exclusividade de produção e isto também pode significar a obtenção da denominação de origem na Organi-zação Mundial de Comércio (OMC).

A cerimônia que oficializou mais um passo importante deste processo ocor-reu em Washington, D.C., no dia 9 de abril, com a troca de cartas assinadas por Fernando Pimentel, ministro do De-senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Ron Kirk, representante de Comércio dos Estados Unidos, durante a encontro da presidente Dilma Roussef com Barack Obama.

O acordo garante que apenas os produtos fabricados no Brasil e que es-tejam dentro dos padrões previstos na legislação, poderão ser chamados de

Paula Venturin - Sicoob Cocred

cachaça. Como forma de retribuição, o Brasil irá reconhecer os uísques tipo Bourbon (que utiliza milho como ma-téria prima) e Tenessee (típico do es-tado homônimo) como legitimamente americanos.

Made in BrazilNas últimas décadas, os Ministérios

do Desenvolvimento, Indústria e Co-mércio Exterior (MDIC), da Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento (MAPA), das Relações Exteriores (MRE) e tam-bém o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac) intensificaram as discussões

pela legitimidade do produto, bem como sua estandardização. Desde o ano 2000, havia a obrigatoriedade do uso da expressão “brazilian rum” (rum brasi-leiro) no rótulo das bebidas exportadas aos EUA, devido à classificação norte--americana ser baseada na matéria pri-ma de origem dos destilados e, tanto o rum como a cachaça são feitos a partir da cana-de-açúcar. Segundo Reinaldo Annicchino, presidente da Associação dos Produtores Paulistas de Cachaça de Alambique (APPCA), este fator pre-judicava a diferenciação entre as duas bebidas e também limitava a projeção

O descanso e envelhecimento em tonéis de madeira dá corpo e sabor à cachaça.

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Alambique de cobre: o produtor Vetrano ao lado de suas paixões

Engenho de cana. Gravura do pintor alemão Johann Rugendas, séc. XIX

de crescimento do consumo no exterior. “Nós brasileiros, sabemos que cachaça e rum são produtos diferentes, mas o americano comum, ao ver uma garrafa e ler a denominação “brazilian rum” irá pensar que se trata de um produto in-ferior, visto que os melhores runs são produzidos na América Central. Sem contar que os impostos que incidiam na cachaça eram os mesmos do rum”, diz. Apesar de ver a decisão com otimismo, Annichino acredita que a conquista do mercado externo virá aos poucos. Apai-xonado por essa atividade centenária, o presidente da entidade afirma que o se-gredo do sucesso da cachaça de alambi-que é sua pureza, obtida pela separação

da destilação em três frações, das quais só a melhor delas, denominada “cora-ção”, é selecionada e utilizada.

Orgulho nacionalDas “casas de cozer méis” para bo-

tequins do mundo todo. Bebida revo-lucionária, presenciou a labuta dos es-cravos e foi aprimorada nos engenhos. Embalou rodas de chorinho, inspirou a viola caipira e foi tema de marchinhas de carnaval. Esta paixão antiga, datada de 1553, tem uma história humilde e ao mesmo tempo riquíssima, que se mis-tura à vida de muitos brasileiros. Um deles é BersiVetrano, que desde criança escutava histórias sobre os encantos da ‘branquinha’ no bar da família. “Não sou voltado à bebida, mas essa beleza que o pessoal contava foi se inserindo na cabeça da gente e se transformou em uma atração”, conta ele que, seguindo

os passos do pai, já foi professor e ad-ministrador. Proprietário de um sítio en-genho no município de Cravinhos (SP) e produtor de cachaça de alambique há mais de 30 anos, mostra com orgulho e didatismo, como a cana se transforma nesse líquido espirituoso.

Técnica alquímica, requer expe-riência e observação. “No início era mais vontade que conhecimento”, diz Vetranoque buscou a parceria da coo-perativa de crédito SicoobCocred nos estágios de seu investimento. Entre as mais diversas atividades econômicas nas regiões em que atua, a cooperati-va tem outros associados que também produzem a bebida.

Animado com a boa notícia do acor-do firmado na visita de Dilma, Vetra-no já está procurando um sócio para incrementar ainda mais a produção e venda de sua cachaça artesanal, cujo capricho já rendeu elogios de fregue-ses fiéis. “Para se produzir uma boa cachaça”, define, “é preciso, sentir, experimentar, observar e ouvir os de-gustadores mais exigentes”. RC

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26Notícias Sicoob Cocred

Balancete MensalCOOP. CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO

INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - MARçO/2012Valores em Reais

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28Informações Setoriais

Chuvas de março e Prognósticos Climáticos de abril a junho 2012

As poucas chuvas anotadas durante o mês de março de 2012

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoTécnico Agronômico da Canaoeste

A média das chuvas anotadas durante o mês de março (76mm) foi menos que a meta-de da média das normalidades climáticas de todos os locais que nos informaram (173mm). Chuvas próximas às normais climáticas ocor-reram apenas na Açúcar Guarani e Franca (IAC-Ciiagro). E, ainda, do mesmo modo que os quatro meses anteriores, a distribuição das chuvas foi muito irregular.

O Mapa 1 mostra que, já em meados de março, havia ocor-rência de uma larga faixa cen-

tro-norte do Estado com baixa Disponi-bilidade de Água no Solo. Exceção se fazia em estrita faixa leste do Estado de São Paulo e entre Bauru a Avaré. Baixa Disponibilidade esta que, até o final do

mês, foi se tornando crítica, exceto no extremo sudoeste do estado.

O Mapa 2 - final de março de 2011 - faz relembrar as altas somas de chuvas na Região de abrangência Canaoeste, da ABAG RP e estreita faixa norte do Es-tado (acima de 600m em alguns locais);

enquanto que, no extremo sudoeste choveu bem, mas não tanto quanto na faixa norte. Comparando-se os Mapas 2 e 3, nota-se as semelhantes condições de baixa a média Disponibilidade de Água no Solo no eixo Bauru a próximo de Assis e Centro do Estado. Ao final de Março de 2012- Mapa 3, nota-se que

Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 15 a 18 de março de 2012 Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de março 2011

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ainda ocorria média Disponibilidade de Água no Solo nas faixas leste, Assis--Ourinhos e extremo sudoeste. Entre-tanto e infelizmente, pode-se dizer que mais da metade da área sucroenergética do estado de São Paulo está sofrendo face à elevada adversidade climática.

Para subsidiar planejamentos de ati-vidades futuras, a Canaoeste resume o prognóstico climático de consenso en-tre INMET-Instituto Nacional de Me-teorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de abril a junho, conforme mostrado no Mapa 4.

• Para os meses abril a junho, prevê--se temperaturas médias próximas das respectivas médias históricas em toda Região Centro Sul;

• O consenso INMET-INPE assinala que, durante o mesmo período, poderá ocorrer iguais probabilidades de chu-vas de abaixo a acima das respectivas médias históricas em toda área sucroe-nergética da Região Centro Sul, exceto na área amarela do Mapa 4, onde está previsto ficar abaixo das respectivas normais climáticas;

• Como referência de normais climáti-cas para Ribeirão Preto e municípios vi-zinhos, pelo Centro de Cana-IAC, as mé-

dias históricas de chuvas são: 70mm em abril, 55mm em maio e 25mm em junho.

A SOMAR Meteorologia, por sua vez, prevê que para a região de abran-gência da CANAOESTE, pode receber médios volumes de chuvas ao final desta semana (20e 21 de abril) e ao final do mês de abril, se bem que com média confiabilidade das previsões. Serão chu-vas (torcemos) para salvar os plantios já efetuados. Sem irrigação e temperaturas mais baixas, os plantios doravante sem-pre terão riscos nestes meses de meno-res chuvas. Não se tem previsão de total escassez de chuvas para os meses sub-sequentes. E, repetindo, com possível surpresa (positiva) para julho, que será revisada em meses mais próximos.

A Canaoeste volta a enfatizar sobre a necessária qualidade das mudas, condi-ção mais que fundamental para assegurar a devida segurança fitossanitária ao plan-tel varietal, aos plantios e à produtividade e longevidade dos canaviais. A relação custo/benefício pelo emprego de MU-DAS SADIAS é por demais de favorável.

Face estas previsões climáticas para estes próximos meses e à elevada de-manda por matéria-prima (cana), a

Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de março 2011 Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de março de 2012.

Mapa 4:- Adaptação pela CANAOESTE do Prognóstico de Consenso entre INMET e

INPE para o trimestre abril-maio-junho de 2012. Prognóstico bem próximo do anterior.

RC

Canaoeste recomenda muitas atenções aos produtores de cana para que evitem mato-competição, perdas de cana e sua qualidade por ocasião da colheita.

Estes prognósticos serão revistos a cada edição da Revista Canavieiros. Prognósticos climáticos relevantes ou fatos serão noticiados em nosso site www.canaoeste.com.br.

Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco Canaoeste.

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Revista Canavieiros - Abril de 2012

30Artigo Técnico

Fechamento da safra 2011/2012

Thiago de Andrade SilvaGerente de Planejamento, Controle

e Topografia da Canaoeste

As tabelas, 2 e 3, mostram detalhes da qualidade tecnológica da matéria-prima nas safras 2010/2011 e 2011/2012, respectivamente.

O gráfico 1 mostra o comportamento do BRIX do caldo da safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011.

O BRIX do caldo da safra 2011/2012 ficou abaixo em todas as quinzenas, em relação à 2010/2011, sendo de forma mais acentuada na 2ª quinzena de mar-ço, exceto no mês de outubro em dian-te que ficou acima e equiparado na 2ª quinzena de novembro.

No gráfico 2 pode-se verificar o compor-tamento da POL do caldo na safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011.

Pode-se observar que a POL do cal-do apresentou comportamento parecido do BRIX do Caldo.

O gráfico 3 mostra o comportamento da PUREZA do caldo na safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011.

A Pureza do caldo da safra 2011/2012 ficou muito abaixo da obtida na 2010/2011, do início da safra até a 2ª quinzena de abril, com maior acentu-ação na 2ª quinzena de março, ficando próximo do mês de maio em diante, se igualando, praticamente, a partir da 1ª quinzena de agosto até a 1ª quinzena e outubro e 1ª quinzena de novembro.

No gráfico 4, encontra-se o comporta-

mento da FIBRA da cana na safra 2011/2012 em comparação com a da 2010/2011.

Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelosFornecedores de cana da Canaoeste nas safras 2010/2011 e 2011/2012

SAFRA 2010/2011 2011/2012 DIFERENÇAATR (kg/t) 146,41 141,63 4,78

Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste, na safra 2010/2011

Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste na safra 2011/2012

A safra 2011/2012 chegou ao fim e este trabalho tem como objetivo apresen-tar os dados obtidos até o término da

moagem em comparação com os obtidos na safra 2010/2011. A Tabela 1 contém o ATR

médio acumulado (kg/tonelada) desta safra 2011/2012, em comparação com o obtido na safra 2010/2011, sendo que o ATR desta sa-fra ficou 4,78 Kg abaixo do obtido na safra 2010/2011.

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De modo geral, a FIBRA da cana na safra 2011/2012 ficou abaixo da obtida na 2010/2011, com exceção da 1ª quin-zena de abril, ficando bem abaixo na 2ª quinzena de março e de forma menos acentuada na 2ª quinzena de maio.

O gráfico 5 contém o comportamen-to da POL da cana na safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011.

A POL da cana obtida na safra 2011/2012 ficou muito abaixo daquela obtida na 2010/2011 em todas as quinze-nas, sendo a diferença mais acentuada na 2ª quinzena de março, exceto nas duas quinzenas de outubro e novembro, tendo ficado acima nas duas 1ª quinzenas.

No gráfico 6 pode-se observar o com-

portamento do ATR na safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011.

Como o ATR é calculado a partir da POL e do ARC da cana, observa-se um comportamento semelhante ao da POL da cana, por apresentar maior participa-ção no teor de ATR.

O Gráfico 7 mostra o comportamen-to da precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada na safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011.

A precipitação pluviométrica média ficou acima dos valores observados em 2010, nos meses de fevereiro, março, abril, junho, agosto, outubro e novem-bro de 2011, sendo que nos meses de março e outubro a precipitação plu-

Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2011/2012 e 2010/2011

Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011

Gráfico 3 – PUREZA do caldo obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011

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viométrica ficou muito acima, quando comparada com a de 2010; Nos meses de janeiro, maio, julho, setembro e de-zembro a precipitação pluviométrica desta safra ficou abaixo daquela obser-vada em 2010, de forma mais acentuada no mês de setembro e com menos acen-tuação em dezembro.

O gráfico 8 contém o comportamento da precipitação pluviométrica acumula-da por trimestre na safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011.

Em 2011, observa-se um volume de chuva muito acima no 1º Trimestre e um pouco maior no 2º e 4º trimestre, se com-parado aos volumes médios de 2010. O 3º trimestre, praticamente se igualou ao volume médio observado em 2010.

Embora a precipitação pluviométri-ca tenha sido maior na safra 2011/2012 em relação à 2010/2011, a mesma não foi suficiente para compensar o prejuí-zo causado pelo déficit hídrico da safra 2010/2011, levando em conta também os prejuízos causados neste ano provin-dos de efeitos climáticos causados pelas duas geadas, ventos fortes que deitaram a cana comprometendo seu desenvolvi-mento, e ainda um déficit hídrico. Todas as ocorrências contribuíram para que a cana-de-açúcar tivesse um crescimento vegetativo menor, resultando em uma queda expressiva de produtividade e qua-lidade da matéria-prima. Isso fez com que o ATR médio ficasse 3,26% (4,78 kg/t) abaixo do obtido na safra 2010/2011.

Gráfico 4 – Comparativo das Médias de FIBRA da cana

Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011

Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2011/2012 e 2010/2011

Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada nas safras 2011/2012 e 2010/2011

Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por trimestre, nas safras 2011/2012 e 2010/2011

RC

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Código Florestal: verdades e mentiras

A votação do Código Florestal e o princípio da precauçãoO parto difícil do novo Código Florestal

Prezados leitores, o Código Flo-restal de 1965 foi alterado di-versas vezes por leis elaboradas

legitimamente pelos representantes da sociedade (Poder Legislativo) e, infe-lizmente, por impressionantes 67 me-didas provisórias oriundas do Poder Executivo, o que, por si só, as faz pa-decer de legitimidade, pois elaboradas sem discussão com os representantes do povo - inobstante serem consideradas legais em nosso ordenamento jurídico.

O resultado destas alterações últimas, feitas apenas sob o enfoque biocentris-ta, não levando em consideração outras conjecturas e, principalmente, o ser hu-mano, não poderia ser outro ao que esta-mos assistindo recentemente, qual seja, colocar na ilegalidade proprietários e produtores rurais e urbanos que histori-camente utilizaram-se de tais áreas para viver e produzirem, outrora incentivados até mesmo pelo próprio Poder Público.

Tudo isto vem culminar, como não poderia deixar de ser, na provocação

O Ministro Marco Aurélio de Mello, do STF, em palestra proferida em São Paulo, no início de março des-te ano, previu uma enxurrada de ações judiciais com a aprovação do novo Código Florestal. A razão principal é simples: dezenas de milhões de hec-tares de terras agrícolas, ocupadas em sua imensa maioria de acordo com as exigências para o desmatamento da legislação de seu tempo, ficarão na ilegalidade. Milhões de hectares de cultivos, pomares, florestas plantadas e pastagens deverão ser arrancados para cumprir a nova legislação.

A proposta do novo Código Flo-restal, tanto a votada originalmente na Câmara dos Deputados, como a aprovada pelo Senado, equaciona em

minha visão, o homem se encontra in-serido no meio ambiente natural, não podendo ficar fora dele desde que es-tabelecidas regras claras de respeito e preservação. Não posso concordar que o meio ambiente natural é um fim em si mesmo, não permitindo a presença humana nele.

Então, neste contexto atual de vo-tação do projeto de lei do novo Có-digo Florestal, vou pedir permissão para replicar neste espaço um artigo subscrito pelo Evaristo Eduardo de Miranda, doutor em ecologia e pes-quisador da EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – e pelo Dr. José Maria da Costa, ma-gistrado aposentado e advogado, no sitio jurídico www.migalhas.com.br, de 13 de março de 2012, que muito bem ilustraram tudo o que foi falado sobre o assunto.

da sociedade ao Poder Legislativo para que este corrija tais erros e excessos praticados nas alterações do Código Florestal pelo Executivo.

Em sua função primordial, o Con-gresso Nacional já deu a resposta, onde se discutiu amplamente na Câmara dos Deputados projeto de lei que revoga o atual Código Florestal e cria outro, con-tinuando no Senado Federal e, agora, voltando à Câmara, tudo sob os olhos e ingerências do Executivo Federal.

Há vários pontos de vista sobre o assunto, onde, afastando-se os radicais de ambos os lados, está se chegando ao consenso entre Poderes Executivo e Legislativo, tendo sido programada a votação final do texto de consenso para os dias 24/25 de abril deste ano, se nada mudar até lá.

Os ambientalistas radicais enten-dem que a redação da nova lei será um retrocesso ambiental, porém, ouso discordar deste entendimento, pois, em

Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

Assuntos Legais

parte a questão da exigência de Reser-va Legal nas propriedades rurais. Mas o projeto agrava, e muito, a situação das atividades agrossilvipastoris pra-ticadas nas chamadas Áreas de Pre-servação Permanente, colocando na ilegalidade cerca de cinco milhões de produtores rurais. Daí a previsão me-teorológica do Ministro Marco Auré-lio de uma “enxurrada de ações judi-ciais”, fundadas no direito adquirido, na irretroatividade da lei, no direito de propriedade, etc.

Os problemas atuais de ordenamento territorial e de uso legal das terras no Brasil são o resultado de um processo, por cujo intermédio, nos últimos anos, um número significativo de áreas foi destinado à proteção ambiental e ao uso

exclusivo de algumas populações, en-quanto uma série de medidas legais res-tringiu severamente a possibilidade de remoção da vegetação natural, exigindo sua recomposição e o fim das atividades agrícolas intensivas nessas áreas, mes-mo se exploradas há séculos.

LEgALIDADE E LEgITIMIDA-DE NO USO DAS TERRAS

No final do século passado, por ini-ciativa do Executivo (por meio de me-didas provisórias e decretos), surgiram os conceitos de Reserva Legal (RL) e de Áreas de Preservação Permanente (APPs), verdadeiras exclusividades de nossa legislação, que muitos consi-deram a mais avançada do mundo em matéria ambiental.

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A legislação define, como Reser-va Legal, uma porcentagem da área da propriedade rural, entre 20 e 80%, que deve permanecer recoberta por vegetação natural, por ser considera-da necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e re-abilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora na-tivas. Além disso, as Áreas de Preser-vação Permanente, cobertas ou não por vegetação nativa, têm a função ambien-tal de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, de proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Ou seja, o agricultor brasileiro foi de-signado como responsável por garantir todas essas funções ecológicas, geoló-gicas, genéticas, ambientais e sociais, por meio de sua propriedade rural e em sua propriedade rural, assumindo todos os ônus daí decorrentes. Não é pouco.

Assim, a partir de meados da se-gunda metade do século passado, fo-ram consideradas APPs: (I) as faixas marginais dos rios, riachos, córregos, lagos, lagoas e reservatórios de água artificiais; (II) as encostas de morros e áreas declivosas; (III) os mangue-zais, as restingas, as nascentes e olhos d’água; (IV) os locais de reprodução de espécies da fauna selvagem; (V) diversas outras situações. Em contra-posição ao que assim se fixou, é de se

dizer que a ocupação agrossilvipasto-ril de muitos desses locais já ocorrera bem antes da invenção das APPs, ao longo da história do Brasil.

Ao se entender que as definições de APPs aplicavam-se não apenas às áreas futuras a serem ocupadas pela agricultura, mas também às ocupações tradicionais, milhões de agricultores e um número enorme de cadeias produ-tivas foram colocados na ilegalidade.

Ficaram na ilegalidade, por estarem em áreas consideradas de preservação permanente, em que pese à legitimi-dade histórica da atividade produtiva, (I) a rizicultura de várzea no RS, SP e MA, (II) a criação de búfalos nas vár-zeas do AP, AM e PA, (III) o plantio de café em áreas de relevo da BA, MG, SP e PR, (IV) os reflorestamentos em áreas de declive em SP, RJ, MG, ES e TO, (V) o plantio de macieiras em SC, (VI) a vitivinicultura em SP, SC e RS, (VII) toda a pecuária tradicional no Pantanal, considerado integralmen-te como uma APP, (VIII) a pecuária leiteira e a pecuária de corte nas serras e regiões montanhosas em SP, MG, ES e NE, (IX) a cana de açúcar em várias situações topográficas em SP, RJ e, so-bretudo, no NE, (X) parte da citricul-tura na BA, SE e SP, (XI) os pequenos ruminantes de criação extensiva no semiárido nordestino, (XII) as instala-ções para criação de suínos e aves em SC, MG, PR e SP, (XIII) os projetos

de irrigação no NE, SU e SE, (XIV) a produção de flores no CE, MG e SP, (XV) o plantio de tabaco em SC e BA, (XVI) o cultivo de milho e de feijão em quase todo Brasil, além de diversas outras atividades agrícolas.

A CONSOLIDAÇãO NãO CONSOLIDADA DAS APPS NO

CóDIgO FLORESTAL

Na versão do Código Florestal aprovada na Câmara, as atividades agropecuárias desenvolvidas até 2008 em APPs seriam consolidadas, com a proibição de novos desmatamentos. O Senado manteve essa consolidação no “caput” do artigo 62: “Nas Áreas de Preservação Permanente é autorizada, exclusivamente, a continuidade das ati-vidades agrossilvipastoris, de ecoturis-mo e de turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008.”

A questão estaria resolvida, se o mesmo Senado não impusesse, nos parágrafos desse artigo, outras condi-ções: os agricultores devem arrancar cultivos e pomares, retirar o gado e re-cuperar a vegetação nativa em faixas de 15 a 500 metros de cada lado dos rios e riachos. O que se dá com uma das mãos, retira-se com a outra.

Ao longo de toda a rede hidrográfi-ca dos rios de Mato Grosso, São Pau-lo, Minas Gerais e Santa Catarina, da Amazônia e do Nordeste, isso pode

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representar a perda de mais da metade das áreas produtivas. Para quem têm diversos riachos na propriedade, isso pode inviabilizar toda a sua produção e o futuro da propriedade. Metade dos 40.000 hectares de plantios de banana no vale do Ribeira, em São Paulo, es-tarão na ilegalidade e deverão ser ar-rancados. É também o caso dos proje-tos de irrigação instalados ao lado dos rios, frutos de enormes investimentos públicos e privados, os quais deverão ser desativados.

Um dirigente do Ministério do Meio Ambiente estimou que a agricultura perderá 33 milhões de hectares. Para outros técnicos, seriam 60 milhões de hectares. As consequências sociais e econômicas precisam ser avaliadas, mesmo que alguns ambientalistas de-fendam o que chamam de desantropi-zação das áreas agrícolas, principal-mente na Amazônia.

O DRAMA DE MILHõES DE PEqUENOS AgRICULTORES

Estudos da Embrapa indicam, com base no Censo Agropecuário do IBGE, que, quanto menor a propriedade rural, pior sua situação. Os pequenos utili-zam a totalidade das terras para produ-zir e sobreviver. Para a Lei 8.629/93, pequenas propriedades são imóveis entre um e quatro Módulos Fiscais (MFs), e a dimensão destes é definida pelo INCRA para cada município.

É certo que, em parte do Brasil, o projeto do Senado propõe que essa perda de terras produtivas se limite ao máximo de 20% da propriedade com menos de 4MFs. Ora, ao longo dos rios estão os terrenos mais férteis. Na maioria dos casos, esses 20% de terras férteis garantem de 50 a 80% da renda do produtor, como ocorre ao longo do Rio São Francisco e no entorno de mi-lhares de açudes e barragens do Nor-deste brasileiro.

Uma pesquisa da Embrapa Ges-tão Territorial verificou, com base no INCRA e no Censo Agropecuário do IBGE de 2006, que os imóveis com até quatro MFs constituem 89% dos esta-belecimentos agropecuários do país, ocupam 11% do território e contribuem com 50% da produção agropecuária. E o Ministério do Meio Ambiente defen-de a retirada da agricultura das APPs, mas não quer dimensionar o alcance social e econômico dessa medida em seu potencial de “desantropização”.

O PRINCíPIO DA PRECAUÇãO

A regularização das atividades agrossilvipastoris até 2008 em APPs dará segurança jurídica aos agricul-tores. A proposta do Código Florestal elaborada pelo relator Deputado Paulo Piau, para ir à votação na Câmara dos Deputados, apresenta um surpreen-dente nível de consenso de 95% com o texto do Senado. Sua versão conteria cerca de 540 itens entre artigos, inci-sos e parágrafos, contra 571 da versão aprovada no Senado Federal. Desse total, cerca de 510 itens (95%) foram aprovados pelas duas Casas.

Nesse contexto de aparente con-senso, qual a razão de tanto conflito? Por que a Ministra Isabela Teixeira e outros ambientalistas não aceitam o que chamam de “desfiguração do Có-digo aprovado no Senado”? A questão principal está nas atividades agrícolas consolidadas em APPs.

Até a figura da Reserva Legal re-conhece diferenças entre biomas. As APPs não. Para seus dispositivos, o Brasil inteiro é uma coisa só. Exigir, porém, a mesma faixa de vegetação para um riacho intermitente na caa-tinga, ou que desce encachoeirado a Serra do Mar, ou que escoa quase im-perceptível como um arroio pela pam-pa gaúcha, ou que forma um pequeno igarapé na Amazônia, é ignorar a di-

versidade do meio ambiente no Brasil. Cada bioma pede critérios específicos para o regime de uso e proteção de suas APPs. E os Estados devem par-ticipar da avaliação e do esforço para recompor as APPs de forma adequada, considerando a ocupação das terras, as tecnologias empregadas e o contexto morfopedológico. Recompor sim, mas recompor bem.

O próprio princípio da precaução, tão invocado em outras situações, su-gere que o Governo avalie a situação das APPs ocupadas de longa data, para só depois propor sua recuperação, com critérios técnicos, onde for necessária, por meio de programas bem organiza-dos de assistência técnica aos peque-nos agricultores. Se não for assim, na enxurrada futura de ações judiciais, talvez só reste aos advogados invo-car a legislação de proteção da fauna selvagem em prol da defesa dos agri-cultores, estes, sim, desantropizados e ameaçados de extinção.

__________* Evaristo Eduardo de Miranda é

doutor em ecologia, pesquisador da Embrapa

** José Maria da Costa é ad-vogado e magistrado aposentado.

Doutorando e mestre em direito pela PUC-SP

__________Esta matéria foi colocada no ar

originalmente em 13 de março de 2012.

ISSN 1983-392X

Com este artigo, estimados leitores, espero que tenham compreendido os pro-blemas que rondam a nossa legislação ambiental territorial, servindo também de subsídio em eventuais discussões onde, não raras vezes, são lhe atribuídos di-versos adjetivos impróprios (criminosos, poluidores, degradadores, etc.) decorren-tes do trabalho que exercem, trazendo in-discutível benefício à sociedade, ao meio ambiente e ao País.RC

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Falta de cuidados aumentam a incidência de carvão

Pragas e doenças

A crise econômica que o Brasil - como também o setor sucro-energético - enfrentaram nos úl-

timos anos, refletiram diretamente nos canaviais. Os produtores e as indústrias do setor deixaram de investir na reno-vação dos canaviais, que envelheceram. Com a retomada dos investimentos em novos plantios, podemos cometer erros já vivenciados no passado cujos refle-xos aparecem no presente. A utilização de mudas sadias é essencial para ter-mos sucesso em nossa atividade. Estas mudas devem ser oriundas de viveiros onde foram realizadas todas as ope-rações fitossanitárias recomendadas, como: tratamento térmico, operações de roguing, desinfecção dos instrumen-tos de corte e diagnósticos.

Assim, a somatória de fatores e prin-cipalmente a falta de critério na utili-zação de cana e não mudas em novos plantios, como doença é produto da in-teração entre patógeno-hospedeiro-am-biente e os seus efeitos podem variar de um local para outro, devemos conside-rar conjuntamente todos os fatores com variedades, os locais onde serão planta-das e as possíveis doenças que poderão ocorrer, prevenindo assim, que futuros problemas venham acontecer.

Uma das doenças que vem aumen-tando a incidência nos últimos anos é o Carvão, doença de fácil identificação, devido à presença de um chicote com uma massa pulverulenta de esporos pretos. Esse fato deve estar ocorrendo devido aos fatores que co-mentamos anteriormente.

O carvão é uma das principais doenças em cana-de-açúcar, que teve sua primeira epidemia no Brasil na década de 1980, sobre a variedade NA56-79, que ocupava cerca de

*Daniela Aragão Santa Rosa - engenheira agrônoma Canaoeste - Pontal*Gustavo de Almeida Nogueira – Gerente do Departamento Técnico Canaoeste

60% da área de cana-de-açúcar no Es-tado de São Paulo, visto que todos os programas de melhoramento genético visam desenvolver variedades resisten-te à doença.

CARVãO É uma das doenças com grande ca-

pacidade de disseminação e podem cor-rer em surtos esporádicos quando abu-samos da utilização de variedades com resistência intermediária ou variedades suscetíveis, sem devidos cuidados. A distribuição e multiplicação de uma va-riedade, sem o prévio conhecimento da sua reação para o carvão, ou mesmo a negligência no plantio e no uso de ma-teriais sabidamente suscetíveis ou com qualidade fitossanitária duvidosa, pode-rá acarretar sérias consequências.

AgENTE CAUSALO carvão é uma doença sistêmica,

causada pelo fungo Ustilago scitaminea Sydow, é muito específico com diferen-tes tipos de raças, o que torna impor-tante os cuidados. Da esporulação até o aparecimento do chicote pode demorar até 100 dias, variando com as condições climáticas.

SINTOMA E SINALA touceira afetada pode apresentar

o ângulo de inserção das folhas mais agudo limbo foliar estreito e curto, col-mos mais finos que o normal e touceiras com superbrotamento.

CICLOOs chicotes podem conter bilhões

de esporos do carvão, que sobrevivem em resto de cultura, e são disseminados pelo vento, água de enxurrada e irriga-ção e vão a longas distâncias. Em con-dições de seca e sem chuvas, os espo-ros podem ficar dormentes até que haja umidade.

Fungo: Ustilago, visualização em microscópio

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As regiões mais jovens são vulneráveis. Se a planta de cana-de-açúcar for cortada para muda nestas condições, a nova planta irá se desenvolver com a doença. A infec-ção da gema após o plantio pode ocorrer a partir de esporos que caírem no solo e entrarem em contato com as gemas. Assim disseminando por toda a área.

A infecção ocorre no meristema api-cal da cana-de-açúcar e o sinal aparece após um longo período, assim os esporos colonizam e se reproduzem. As condi-ções favoráveis são: temperatura relati-vamente alta (25 a 30ºC) e alta umidade.

CONTROLEO uso de variedade resistente é a manei-

ra mais eficiente de controle de doenças. Quando as variedades forem de resistência intermediária o tratamento térmico das mudas é obrigatório, associado a um fun-gicida sistêmico. Devendo ocorrer o mo-nitoramento das primeiras semanas até os oito meses de idade, conhecido como “ro-guing”, retirando as plantas com sintomas colocando em saquinhos e desinfeccionan-do o material de corte a cada retirada.

Consequentemente não é indicado o uso de variedades que visualmente não possuem sintomas e sem tratamento, pois devido à demora do aparecimento dos sintomas a planta já pode estar com os esporos, dessa forma a doença irá dis-seminar por todo o canavial do produtor e dos vizinhos, através dos ventos, das chuvas. O aumento do carvão está ocor-rendo devido a não utilização de mudas certificadas oriundas de viveiros.

Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.

“O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.” Mário Quintana

Cultivando a Língua Portuguesa

* Advogada, Prof. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em

Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional,

autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em

co-autoria.

1) Maria encontrou o “ex marido” na festa....existem encontros que podem ser cordiais! Para a cordialidade estar presente

na Língua Portuguesa : com o prefixo ex usar o hífen.O correto é: ex-marido.Regra fácil: O Novo acordo Ortográfico manteve o hífen quando o prefixo for ex.

2) Pedro ficou “tranquilo” na apresentação do trabalho no Congresso....e a Língua Portuguesa está tranquila com o uso correto da expressão sem o

trema! Segundo o Novo Acordo Ortográfico, não será mais usado o trema (na regra geral).

3) SAIBA MAIS PARA NãO ERRAR:Vamos , prezados amigos leitores, evitar o pleonasmo vicioso?a) Planos ou projetos para o futuro!Alguém já fez planos ou projetos para o passado?Não vale dizer:Se for o Michael J. Fox no filme “De volta para o Futuro”!b) Criar novos empregos!Alguém consegue criar algo velho?c) Conviver junto!Alguém consegue conviver separadamente?!

PARA VOCÊ PENSAR:“Quem faz um poema abre uma janela.

Respira, tu que estás numa cela abafada,esse ar que entra por ela.

Por isso é que os poemas têm ritmo- para que possas profundamente respirar.

Quem faz um poema salva um afogado.” Mário Quintana

Renata Sborgia

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