b.forest - a revista eletrônica do setor florestal - edição 09 ano 02 n° 06 2015
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Desenvolvimento Florestal: tecnologia e segurança tem tornado o Brasil mais competitivo.TRANSCRIPT
Na John Deere, sempre procuramos tornar mais eficiente o trabalho na floresta.Com esse objetivo e a visão especializada de nossos clientes, desenvolvemos a nossa novaSérie L de Skidders e Feller Bunchers de pneus. Suas grandes cabines possuem partida sem chave e opções adaptáveis de controle. Também contam com recursos de manutenção aprimorados, como o JDLink™ e diagnóstico remoto, que permitem fácil identificação de pontos críticos. Nós projetamos esses equipamentos para serem os melhores na floresta.
Ao longo dos últimos anos, temos visto nossas sugestões e ideias se transformarem em equipamentos com alto padrão de qualidade. Nós ajudamos a criar uma máquina mais durável, eficiente e confortável do que imaginávamos.
O jOgO mudOu.de nOvO.
Jack McFarland, CAG member McFarland Timber. Winnfield, Louisiana JohnDeere.com.br/Florestal
AF_6570 Game Changers - ANÚNCIO PÁG DUPLA SÉRIE L - B. Forest.indd 1 27/05/15 16:23
1EXPEDIENTE B. FOREST
Na John Deere, sempre procuramos tornar mais eficiente o trabalho na floresta.Com esse objetivo e a visão especializada de nossos clientes, desenvolvemos a nossa novaSérie L de Skidders e Feller Bunchers de pneus. Suas grandes cabines possuem partida sem chave e opções adaptáveis de controle. Também contam com recursos de manutenção aprimorados, como o JDLink™ e diagnóstico remoto, que permitem fácil identificação de pontos críticos. Nós projetamos esses equipamentos para serem os melhores na floresta.
Ao longo dos últimos anos, temos visto nossas sugestões e ideias se transformarem em equipamentos com alto padrão de qualidade. Nós ajudamos a criar uma máquina mais durável, eficiente e confortável do que imaginávamos.
O jOgO mudOu.de nOvO.
Jack McFarland, CAG member McFarland Timber. Winnfield, Louisiana JohnDeere.com.br/Florestal
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2 EXPEDIENTEB. FOREST
Indíce04
07
14
28
38
52
82
95
EDITORIAL
ENTREVISTA
PRINCIPAL
ESPECIAL
SEGURANÇA
TRÊS LAGOAS FLORESTAL
LIGNA
MERCADO
102
106
NOTAS
FOTOS
3EXPEDIENTE B. FOREST
“Minha indicação para a presidência do ICFPA
reflete o reconhecimento da importância do setor florestal brasileiro no cenário mundial”
107 VÍDEOS
Presidente executiva da Ibá
Elizabeth de Carvalhaes
Foto
: Div
ulga
ção
109 AGENDA
4 EXPEDIENTEB. FOREST
O desenvolvimento das florestas plantadas está diretamente ligado ao combate de
pragas. Além das conhecidas formigas, outras têm se tornado um desafio para os pro-
dutores florestais. Na matéria principal, conheça quais são elas, como afetam o plantio
e as formas de combate e prevenção.
Como novidade da edição e, principalmente no setor, a B.Forest passa a publicar,
mensalmente, um Boletim Informativo mercadológico assinado pela STCP. Nele, serão
encontradas informações sobre mercado, índices econômicos e de produção, entre
outras informações que o setor estava carente.
Entre os outros temas abordados estão: a escolha adequada do caminhão para o
transporte de madeira e a importância da segurança nas operações florestais - tema do
Encontro Brasileiro de Segurança Florestal, realizado no final de maio, em Curitiba.
Além disto, confira o que as grandes marcas apresentaram durante a segunda edição
da Três Lagoas Florestal e os detalhes da Ligna, feira que aconteceu no último mês, na
Alemanha.
Para fechar a edição, fique por dentro dos novos desafios de Elizabeth de Carvalhaes,
presidente executiva da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), que recentemente, assumiu
a presidência do ICFPA (International Council of Forest & Paper Associations).
Saudações florestais!
Novidades à vista!
4 EDITORIALB. FOREST
5EXPEDIENTE B. FOREST
Expediente:
Diretor Geral: Dr. Jorge R. Malinovski
Diretor de Negócios: Dr. Rafael A. Malinovski
Editora: Giovana Massetto
Jornalista: Amanda Scandelari
Designer Responsável: Vinícius Vilela
Financeiro: Jaqueline Mulik
Conselho Técnico:
Aires Galhardo (Diretor Florestal da Fibria), Antonio Solano Junior (Gerente de vendas
para América do Norte e do Sul da Caterpillar), César Augusto Graeser (Diretor de Ope-
rações Florestais da Suzano), Edson Tadeu Iede (Chefe Geral da Embrapa Florestas),
Germano Aguiar (Diretor Florestal da Eldorado Brasil), José Totti (Diretor Florestal da
Klabin), Lonard dos Santos (Diretor de Vendas da Komatsu Forest), Mário Sant’Anna Ju-
nior (Diretor Executivo Floretal da Gerdau), Rodrigo Junqueira (Gerente de Vendas da
John Deere Florestal), Sergio da Silveira Borenstain (Diretor Florestal da Veracel), Teemu
Raitis (Diretor da Ponsse Latin America).
B.Forest - A Revista 100% Eletrônica do Setor Florestal
Edição 09 - Ano 02 - N° 06 - Junho 2015
Foto de Capa: Roder
Malinovski Florestal
+55(41)3049-7888
Rua Itupava, 1541, Sobreloja - Alto da XV - Curitiba (PR) – CEP:80040-455
www.malinovski.com.br / [email protected]
© 2015 Malinovski Florestal. Todos os Direitos Reservados.
6 EXPEDIENTEB. FOREST
7EXPEDIENTE B. FOREST
Foto
: Div
ulga
ção
7ENTREVISTA B. FOREST
8 ENTREVISTAB. FOREST
Novos desafiosElizabeth de Carvalhaes Presidente executiva da Ibá
Formada em Letras com PhD em Língua
e Literatura alemã, Elizabeth de Carvalhaes
entrou no mundo florestal de uma forma
não convencional. Mulher, determinada e
respeitada no setor, a presidente executiva
da Ibá (Indústria Brasileira da Árvores) as-
sumiu recentemente a presidência ICFPA
(International Council of Forest & Paper
Associations). Em entrevista exclusiva para
a Revista B.Forest, Elizabeth fala sobre os
desafios de assumir um cargo internacio-
nal e conta como se destacou em uma
área maioritariamente masculina. Confira!
Sua ligação com o setor florestal se deu
de uma forma bem peculiar. Pode nos
contar essa história?
Iniciei minha carreira na Volkswagen.
Apesar de, no começo, não entender nada
sobre a fabricação de automóveis, fala-
va fluentemente alemão. Por isso, atuei
na área de exportação da companhia. E,
antes mesmo de completar um ano de
empresa, comecei a trabalhar com países
árabes, especialmente o Iraque, para onde
viajei em algumas ocasiões e conheci um
cenário bastante diferente do Brasil. Essa
experiência foi definitiva para minha car-
reira. Em menos de dois anos, fui promo-
vida e passei a atuar nas negociações com
governos, no Brasil e no exterior.
Depois de 26 anos lá, onde me espe-
cializei em negociações internacionais e
governamentais, e por minha atuação na
Anfavea (Associação dos Fabricantes de
Veículos Automotores), fui convidada a
assumir a presidência executiva da Bra-
celpa (Associação Brasileira de Celulose e
Papel), em 2007, onde fiquei até a criação
da Ibá, em 2014. O desafio era ampliar o
diálogo do setor com as autoridades pú-
blicas, o Congresso Nacional e os mais di-
ferentes públicos de interesse, além de re-
forçar a imagem dessa indústria e de seus
8 ENTREVISTAB. FOREST
9ENTREVISTA B. FOREST9ENTREVISTA B. FOREST
Foto: Divulgação
“A determinação é fundamental para um profissional fazer a diferença no mundo
corporativo”
Elizabeth de Carvalhaes
10 ENTREVISTAB. FOREST
“A participação do Brasil nesse conselho é importante por nos permitir interagir com outros países, debatendo temas comuns, e aprender
sobre as particularidades das diferentes regiões do mundo”
atributos, especialmente os de sustentabi-
lidade, no mercado internacional.
Já ocupou vários cargos importantes
em áreas fortemente masculinas. Como
você se sente em relação a isso?
Desde o início da minha carreira,
aprendi que a determinação é fundamental
para um profissional fazer a diferença
no mundo corporativo. Refletindo sobre
minha trajetória, aprendi que as mulheres
chegam aos resultados porque, muitas
vezes, são mais simples e vão direto ao
ponto. Nós conversamos mais e sabemos
a importância de ouvir o outro. Essa
postura tem efeitos fantásticos no nosso
dia a dia. Além disso, procuro falar na
primeira pessoa do plural, coletivizando o
poder e as decisões.
É Presidente Executiva da Ibá, que
desafios esse cargo proporcionou a sua
carreira?
A Ibá representa a cadeia produtiva de
árvores plantadas completa, da matéria-
-prima até o consumidor. São diferentes
segmentos – painéis de madeira, pisos
laminados, celulose, papel, carvão
vegetal e biomassa para fins energéticos,
entre outros – cada qual com as suas
particularidades e com demandas
específicas. Sem dúvida, este é o grande
desafio que estar à frente da Ibá me
proporciona diariamente: defender os
temas transversais a todos os segmentos,
assim como as questões específicas a
11ENTREVISTA B. FOREST
cada um.
Recentemente assumiu a presidência
do ICFPA, além de ser uma mulher
presidindo, é a primeira vez que uma
associação do Hemisfério Sul assume o
comando da entidade. Como você avalia
isso?
A indicação para a presidência do ICFPA
reflete o reconhecimento da importância
do setor florestal brasileiro no cenário
mundial. A indústria brasileira de árvores
plantadas é uma das mais sustentáveis do
mundo, e investe continuamente na busca
por soluções inovadoras para o mercado
brasileiro e global.
É uma oportunidade para oferecer um
ponto de vista diferente. É uma relação
de ganha-ganha. Além disso, destaco
a importância de, pela primeira vez, a
América do Sul liderar a entidade o que
permitirá acrescentar novos temas às
discussões.
Qual o papel da entidade a nível
mundial? Qual a importância do Brasil
nesse conselho?
O ICFPA é um fórum global de indústrias
de base florestal que visa promover a
cooperação mundial em temas de interesse
comum para as empresas de seus países
membros. A organização representa 23
associações setoriais de 33 países.
A participação do Brasil nesse conselho
é importante por nos permitir interagir com
outros países, debatendo temas comuns,
e aprender sobre as particularidades das
diferentes regiões do mundo.
Quais serão os benefícios para o
setor florestal brasileiro em ter um
representante do país na presidência?
Ao assumir a presidência, teremos
grandes oportunidades de apresentar ao
mundo o modelo brasileiro da indústria
de base florestal, além de disseminar a
agenda do setor nos principais fóruns
internacionais, a exemplo da FAO
(Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura) e o WBCSD
(World Business Council for Sustainable
Development).
O Brasil já é reconhecido mundialmente
12 ENTREVISTAB. FOREST
pelas vantagens produtivas do setor
florestal e pelos resultados do setor de
celulose e papel. Acredita que ter sido
escolhida como representante do ICFPA
confirma essa importância?
Sim. O Brasil é reconhecido
mundialmente pela sua expertise em
árvores plantadas. Além de termos as áreas
mais produtivas, o país se destaca pelo
valor social desses plantios – a geração de
emprego e renda, a fixação do homem no
campo e a promoção do desenvolvimento
das comunidades no entorno das fábricas.
Também ressalto que esta indústria
promove a geração de serviços ambientais,
a absorção de carbono e a manutenção da
biodiversidade. E, por fim, destaco que esta
indústria é altamente inovadora e detém
grande conhecimento em biotecnologia,
transgenia e nanotecnologia.
Acredita que assumindo esse cargo, o
setor florestal brasileiro poderá fortalecer
sua imagem em nível mundial?
Sim, queremos apresentar ao mundo
o potencial das árvores plantadas para
fabricar produtos essenciais no dia a dia
da população, ao mesmo tempo em que
contribuem com a conservação ambiental
e o desenvolvimento de capital humano
das comunidades ao redor do mundo.
Quais são suas principais metas como
presidente do ICFPA? E quais serão os
desafios?
À frente do ICFPA, o grande desafio
para a Ibá e para mim será equilibrar
interesses distintos em uma única agenda
global, diante de um cenário econômico
adverso. Em 2015, o foco da atuação
será a colaboração das indústrias de base
florestal na mitigação dos efeitos das
mudanças climáticas, com destaque para
a participação do ICFPA, na Conferência
das Nações Unidas, a COP21, que, em
dezembro, deverá estabelecer um novo
Acordo Climático Mundial. Entre os outros
desafios desta indústria, que serão tratados
com prioridade nos próximos anos,
destaco a importância das certificações, a
eficiência no uso de recursos naturais, o
combate ao desmatamento e um debate
mais aprofundado sobre biotecnologia
arbórea.
13ENTREVISTA B. FOREST
14 PRINCIPALB. FOREST
Estre as pragas florestais que mais devastam os plantios de pinus e eucalipto estão as
formigas cortadeiras, mas os intrusos prejudiciais às florestas vão além delas. Para comba-
tê-los é preciso saber como identificá-los e as formas de controlá-los
Pragas florestais: muito além das formigas
14 PRINCIPALB. FOREST
15PRINCIPAL B. FOREST
Percevejo bronzeado Foto: Francisco Santana
16 PRINCIPALB. FOREST
A praga de florestas plantadas mais
conhecida é a formiga cortadeira
do gênero Atta. Segundo alguns
pesquisadores, um formigueiro adulto
precisa de uma tonelada de folhas para
sobreviver durante um ano, o que signifi-
ca 86 eucaliptos e 161 pinus adultos. No
entanto, as formigas não são as únicas
pragas que causam prejuízos às florestas
plantadas. A Embrapa Florestas destaca,
entre várias outras, mais três relevantes
para pinus e cinco para o eucalipto.
Propagação
Geralmente, quando uma espécie de
planta é introduzida em um novo ambien-
te ela permanece, por um período, livre do
ataque de pragas. Porém, com o passar
do tempo, pode ocorrer uma adaptação
tanto de pragas nativas, como a introdu-
ção e estabelecimento de pragas exóticas,
geralmente da mesma região de origem
de seu hospedeiro. Em ambos os casos, o
alimento abundante, associado à ausência
de inimigos naturais (para as pragas exó-
ticas), favorece o aumento populacional
destes organismos e, consequentemente,
a ocorrência de danos e prejuízos ao pro-
dutor.
A propagação vai depender do tipo da
praga. Por exemplo, brocas de madeira
podem ser propagadas por meio de ma-
deira infestada pelas larvas; insetos suga-
dores, como os pulgões e psilídeos, como
também podem ser disseminados pelo
vento.
Pinus
O cultivo de pinus pode ser atacado
por vespa-da-madeira (Sirex noctilio), pul-
gão-gigante-do-pínus (Cinara atlântica),
gorgulho-do-pínus (Pissodes castaneus) e
o macaco-prego (Cebus apella).
De acordo com Susete do Rocio Chia-
rello Penteado, pesquisadora da Embrapa
Florestas, o ataque da vespa-da-madeira
ocorre, geralmente, em plantios com ida-
de acima de 7 anos que estejam estressa-
dos. “Os sintomas são respingos de resina
no tronco; amarelecimento da copa; orifí-
cios de emergência na casca; e galerias no
interior da madeira, provocadas pelas lar-
vas e manchas azuladas, dispostas radial-
mente, ocasionadas pelo fungo secundá-
rio do gênero Botriodiplodia”, explica. Esta
praga causa a morte das árvores ao inserir,
durante a postura, uma muco-secreção
e esporos do fungo simbionte Amyloste-
reum areolatum.
Susete esclarece que no Brasil, a ves-
17PRINCIPAL B. FOREST
“As fêmeas do pulgão-do-pinus vivem em média trinta dias,
originando cerca de 30 ninfas. O ciclo biológico pode variar em função da temperatura e nutrição da planta, tendo sido observados insetos com ciclo de 18 a até 46
dias”
Pulgão-do-pinus Foto: Francisco Santana
18 PRINCIPALB. FOREST
pa-da-madeira apresenta um ciclo bioló-
gico de um ano, com revoada de outubro
a meados de janeiro e picos populacionais
entre novembro e dezembro. Em árvo-
res de diâmetros menores, bifurcadas ou
na copa das árvores mais desenvolvidas,
pode ocorrer uma geração de ciclo cur-
to, de três a quatro meses, cujos adultos
voam entre março e maio. No período de
revoada, os insetos acasalam e a fêmea, ao
efetuar a postura, deposita na árvore, além
dos ovos, um mucofitotóxico e esporos
de um fungo simbionte, o Amylostereum
areolatum. “Cada fêmea pode depositar na
madeira entre 300 e 500 ovos, em aproxi-
madamente cinco dias de vida”, destaca.
Os ovos dão origem a larvas que, ao se ali-
mentarem do fungo, constroem as gale-
rias, afetando a qualidade da madeira. Já o
muco fitotóxico, altera os processos fisio-
lógicos da planta, debilitando sua capaci-
dade de defesa, enquanto o fungo obstrui
os vasos de condução de seiva. “O efei-
to de ambos ocasiona a morte da planta”,
determina.
No início de 1989, pela portaria 031/89
do Ministério da Agricultura e do Abasteci-
mento, foi instituído o Programa Nacional
de Controle à Vespa-da-Madeira e tam-
bém criado o Fundo Nacional de Contro-
le à Vespa-da-Madeira. O programa visa,
fundamentalmente, o manejo integrado
da praga, pela adoção de medidas preven-
tivas (manejo florestal, medidas quaren-
tenárias e monitoramento para detecção
precoce) e medidas de controle biológico,
pela utilização dos inimigos naturais (ne-
matoides e insetos parasitóides). A produ-
ção do nematóide, Deladenus siricidicola,
o mais importante inimigo natural da ves-
pa-da-madeira, é realizada pela Embrapa
Florestas. O nematóide é distribuído aos
produtores de pinus, na forma de doses de
20 ml, contendo, cada uma, cerca de um
milhão de nematoides, suficiente para o
tratamento de aproximadamente 10 árvo-
res. Os nematóides são inoculados nas ár-
vores infestadas e irão esterilizar as fêmeas
do inseto, com uma média de controle de
70%. Além do nematóide a vespa-da-ma-
deira tem outros inimigos como os parasi-
toides, Ibalia leucospoides, Rhyssa persu-
asoria e Megarhyssa nortoni.
Em viveiros e plantios de até dois anos
de idade, a praga que mais atinge a floresta
é o pulgão-gigante-do-pinus. De acordo
com Susete, os sintomas são: clorose das
acículas, com alguns ponteiros ou ramos
que se tornam marron-avermelhados; afi-
lamento de ramos e o entortamento do
19PRINCIPAL B. FOREST
caule; presença de um fungo, responsável
pelo aparecimento da fumagina, que dá
um aspecto enegrecido à planta; e a pre-
sença de formigas associadas.
“As fêmeas vivem em média 30 dias,
originando cerca de 30 ninfas. O ciclo bio-
lógico pode variar em função da tempera-
tura e nutrição da planta, tendo sido ob-
servados insetos com ciclo de 18 a até 46
dias”, explica a pesquisadora da Embrapa
Florestas. A ocorrência do pulgão é mais
frequente durante o outono e inverno,
porém é encontrada também na prima-
vera e verão. O controle é realizado pelo
parasitoide Xenostigmus bifasciatus, que
irá parasitar tanto ninfas como adultos do
inseto.
Finalizando as pragas de pinus, o gor-
gulho-do-pinus ataca plantios jovens e
estressados. “Entre os sintomas estão ra-
mos amarelados, respingos de resina no
caule, devido à postura. Os ponteiros ata-
cados ficam tortos e apresentam murcha
e clorose progressiva das acículas”, conta
Susete.
Ela explica que o desenvolvimento do
ovo à fase adulta dessa praga pode variar
em até 12 meses, dependendo da tem-
peratura. Os adultos podem sobreviver
até 20 meses. “Os picos populacionais de
Vespa da MadeiraFoto: Francisco Santana
20 PRINCIPALB. FOREST
emergência dos adultos ocorrem na pri-
mavera e verão. O monitoramento e con-
trole de P. castaneus têm sido feito com
toretes armadilha, que atraem os adultos,
que posteriormente são eliminados pelo
uso de inseticidas aplicados nos toretes
armadilha”, destaca.
Eucalipto
Entre as pragas que afetam os plantios
de eucalipto, os mais importantes são:
vespa-da-galha (Leptocybe invasa), per-
cevejo bronzeado (Thaumastocoris pe-
regrinus), psilídeo-de-concha (Glycaspis
brimblecombei), gorgulho-do-eucalipto
(Gonipterus platensis) e besouro amarelo
(Costalimaita ferruginea vulgata).
De acordo com o pesquisador Leo-
nardo Rodrigues Barbosa, a vespa-da-ga-
lha ataca as folhas do eucalipto forman-
do galhas nas nervuras centrais, pecíolos
e ramos finos. “Essas galhas causam de-
formação nas folhas, quando presentes
na nervura central e pecíolo; e desfolha e
seca de ponteiros, quando presentes nos
ramos mais finos”, completa. Segundo
ele, a fêmea da vespa-da-galha deposita
os ovos nas gemas apicais, onde se inicia
o processo de formação da galha, que se
torna visível após algumas semanas. “São
cinco os estágios de desenvolvimento. O
primeiro começa de uma a duas semanas
após a oviposição e o ciclo total dura cer-
ca de 130 dias”, observa Leonardo. Entre as
medidas preventivas está o transporte de
mudas e material vegetativo somente com
certificação de garantia de ausência do in-
seto. “Além disso, pesquisas estão sendo
conduzidas para avaliar a eficiência do pa-
rasitoide Selitrichodes neseri introduzido.
Outra estratégia importante é a seleção de
materiais genéticos resistentes”, comple-
Vespa-da-galhaFoto: Divulgação
21PRINCIPAL B. FOREST
Outro entrave encontrado no plantio do pinus é o macaco-prego, um animal que ata-
ca a copa das árvores. Alguns especialistas o consideram uma praga silvicultural, outros
defendem que ele não pode ser considerado dessa forma. O fato é que ele descasca o
terço superior do tronco para se alimentar da seiva, que tem sabor adocicado. Letícia Du-
ron Cury, pesquisadora da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva, salienta
que a medida que a superfície exposta pelo descascamento aumenta, aumenta também
a dificuldade de recobrimento do xilema por novos crescimentos da casca. O que leva a
deterioração da madeira e, no caso de anelamento, morte e queda da copa. “As árvores
atacadas ficam mais suscetíveis ao ataque da vespa-da-madeira, uma praga de pinus que
causa ainda mais prejuízos”, acrescenta.
Para o controle do ataque do macaco, são recomendadas medidas como a abertura da
floresta e limpeza da área, de forma que o ambiente torne-se menos atrativo aos animais.
Manter em dia o desbaste, fazer aceiros para evitar pontes naturais (galhos) entre a área
de pinus e a área de floresta nativa e criar barreiras de proteção às florestas de pinus com
outras culturas, tais como eucaliptos e araucárias, ou outras espécies que não sejam de
interesse do animal, são algumas das possíveis soluções para combater o macaco.
Macaco-prego
Foto: Divulgação
22 PRINCIPALB. FOREST
menta o pesquisador.
O percevejo bronzeado é outro inseto
que prejudica a produtividade do eucalip-
to. Como resultado do ataque, as folhas
ficam prateadas e, na sequência, bronze-
adas. “Os danos associados a altas infes-
tações desse percevejo promovem uma
redução na taxa fotossintética, causando
desfolha, e em alguns casos, morte das
árvores”, menciona Leonardo. De acor-
do com o pesquisador, o ciclo de vida do
inseto varia com as condições climáticas,
podendo chegar a 60 dias. O controle é
feito por meio de um inimigo natural, o
parasitoide de ovos Cleruchoides noackae
(Hymenoptera: Mymaridae), apresentando
níveis de parasitismo próximos a 60%.
Outro inseto que preocupa os produ-
tores de eucalipto é o psilídeo-de-con-
cha. A infestação é apresentada por meio
de conchas brancas nas folhas, ramos e
troncos; a presença de um fungo respon-
sável pelo aparecimento da fumagina, que
proporciona aspecto preto à planta; e a
presença de formigas associadas. A pes-
quisadora da Embrapa Florestas, Dalva
Luiz de Queiroz, aponta que cada fêmea
dessa espécie coloca entre 45 e 700 ovos,
durante o período embrionário, que tem
duração de 10 a 20 dias. “O ciclo biológico
varia de 25 a 45 dias, dependendo da tem-
peratura”, completa.
O monitoramento da praga e dos ini-
migos naturais deve ser feito por meio do
uso de armadilhas amarelas adesivas. “É
recomendada vistoria em todas as áre-
as florestais, principalmente, em plantios
com idade de até um ano e meio”, alerta
a pesquisadora. O controle biológico é re-
alizado com a vespinha parasitóide Psylla-
Gorgulho-do-pinusFoto: Divulgação
23EXPEDIENTE B. FOREST
Leptocybe invasaFoto: Divulgação
“A vespa-da-galha ataca as folhas do eucalipto formando galhas nas nervuras centrais, pecíolos e ramos finos. “Essas galhas
causam deformação nas folhas, quando presentes na nervura
central e pecíolo; desfolha e seca de ponteiros, quando presentes
nos ramos mais finos”, completa.”
24 PRINCIPALB. FOREST
ephagus bliteus (Hymenoptera: Encyrti-
dae).
Assim como o pinus, o eucalipto tam-
bém sofre com o ataque do gorgulho. O
inseto se alimenta das folhas deixando
rastros de desfolhamento nos ramos ter-
minais e cápsulas castanhas na superfície
das folhas novas. Os ovos do insetos são
depositados em cápsulas que contém de
8 a 10 unidades, que eclodem em três ou
quatro semanas. O ciclo de vida, em mé-
dia, dura de 50 a 90 dias, dependendo da
época do ano.
Para a detecção do ataque deve-se ve-
rificar a presença de adultos, larvas e ovos
nas plantas; folhas ásperas e devoradas.
Os adultos, larvas e ovos podem ser car-
regados em partes de plantas usadas para
propagação vegetativa e mudas. Já as
larvas e pupas podem estar presentes no
solo destes materiais. O controle biológi-
co tem sido realizado com a distribuição
de ovos do parasitoide Anaphes nitens e
seleção de variedades de eucalipto resis-
tentes à praga.
Por fim, os besouros amarelos também
causam prejuízo aos plantios de eucalip-
to. Os adultos se alimentam do limbo fo-
liar devorando as folhas e perfurando-as.
Quando o ataque é intenso, os insetos
prejudicam o desenvolvimento das plan-
tas. Já os besouros jovens vivem no solo
destruindo raízes. Segundo a Embrapa
Florestas, o ataque intenso do besouro em
eucaliptos provoca alteração na tendência
natural de crescimento apical, estimulan-
do a brotação e a retenção excessiva de
galhos basais. Desta forma, ocorre uma
diminuição na qualidade das árvores de
eucaliptos e dificuldades no processo de
colheita, principalmente a mecanizada.
Cada fêmea produz em média 90 ovos
e os surtos ocorrem entre setembro e mar-
ço, com picos da população ocorrendo
entre outubro e dezembro. O controle dos
adultos pode ser feito utilizando os per-
cevejos Supputius cincticeps, Tynacantha
marginata e Arilus carinatus, bem como as
aranhas Misumenops pallens, Peucetia sp.
e os fungos entomopatogênicos Beauve-
ria bassiana e Metharizium anisopliae, ini-
migos naturais dos besouros amarelos.
Como as pragas são um problema real
e muito presente nas florestas plantadas,
existem instituições que, em pesquisas
próprias ou em parceria com outras em-
presas, estudam fortemente para desco-
brir formas de combater os invasores, seja
por meio de agrotóxicos ou inimigos na-
turais.
Fale com um consultor PESA.
0800 940 [email protected]
ESCAVADEIRAS FLORESTAISO projeto, a fabricação e manutenção da Escavadeira Florestal 320D FM, possuem a qualidade Caterpillar para proporcionar uma máquina con�ável e durável para as exigentes condições �orestais. Construídas para atender as mais diversas aplicações, a Série D incorpora melhor desempenho, durabilidade e máxima produtividade.
PREÇOSESPECIAISEM JUNHO
2015
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ESCAVADEIRAS FLORESTAISO projeto, a fabricação e manutenção da Escavadeira Florestal 320D FM, possuem a qualidade Caterpillar para proporcionar uma máquina con�ável e durável para as exigentes condições �orestais. Construídas para atender as mais diversas aplicações, a Série D incorpora melhor desempenho, durabilidade e máxima produtividade.
PREÇOSESPECIAISEM JUNHO
2015
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28 PRINCIPALB. FOREST
O transporte de madeira tem diversos complicadores, o alto peso da carga, trajetos per-
corridos em terrenos adversos, declividades, entre outros. Por esse motivo, é preciso que o
caminhão utilizado no transporte tenha as especificações técnicas necessárias
Caminhão ideal
28 ESPECIALB. FOREST
Foto: Divulgação / Scania
29EXPEDIENTE B. FOREST
30 ESPECIALB. FOREST
A madeira proveniente de florestas
plantadas, seja qual for o fim a que
se destine, necessita ser transpor-
tada entre as áreas de plantio e o ponto de
processamento. Nesse tema, muito se dis-
cute sobre os complementos ideais para o
transporte desse tipo de carga, mas e o ca-
minhão, ele deve ter diferenciais para rea-
lizar essas operações pesadas? O conjunto
de características técnicas e operacionais
dos veículos reflete diretamente na produ-
tividade e custo final da operação de trans-
porte. Então, como é que se faz a escolha
da frota para o transporte de madeira?
Basicamente, o veículo para aplica-
ção florestal precisa ter uma combinação
de característica off road e rodoviária. De
acordo com Emílio Fontanello, engenheiro
de pré-vendas da Scania no Brasil, quando
o caminhão está na operação off road ele
precisa de recursos para vencer rampas, pi-
sos escorregadios, patinação, entre outros
fatores adversos. Por outro lado, quando
ele está na rodovia, precisa, também, de
um conjunto de fatores que o permita tra-
fegar em velocidade média de 80 km/h e
dentro da faixa econômica do motor.
Nemésio de Carvalho, gerente de ma-
nutenção da transportadora Expresso Ne-
pomuceno, explica que a escolha da frota
para a transportadora deve seguir vários
quesitos de avaliação. “Em cada projeto
levamos em conta: percentual de estra-
da de asfalto e de terra, tipo de terreno da
estrada de terra, número e nível de aclives
e declives, velocidades permitidas, tipo de
implemento (Bi Trem, Tri Trem, Romeu e
Julieta, Carreta 3 eixos, etc.), peso e densi-
dade da madeira a ser transportada, entre
outros de igual importância”, exemplifica.
O profissional conta que a empresa atua
com veículos de tração 6x4, 440 a 540
CV de potência, torque médio de 2300 a
2500 Nm, câmbio manual ou automático.
E pneus mistos 295/80 R22,5 ou 11.00R22.
Para determinar a escolha do caminhão
ideal é necessário conhecer um pouco so-
bre as características técnicas, ergonomia,
tecnologias disponíveis e a relação entre
caminhão e implemento.
Especificações técnicas
De acordo com as montadoras Volvo e
Scania, os veículos devem ter tração míni-
ma 6x4 para que consigam transitar de for-
ma tranquila em terrenos adversos, como
são, na maioria dos casos, as áreas flores-
tais. Emílio conta que os caminhões Scania
são equipados com botões de controle de
tração, para que o motorista consiga ajus-
31PRINCIPAL B. FOREST
Foto: Gustavo Castro/MF
“Em cada projeto levamos em conta: percentual de estrada de asfalto e de terra, tipo de terreno da estrada de terra, número e nível de aclives e declives, velocidades permitidas, tipo
de implemento, peso e densidade da madeira a ser transportada, entre
outros de igual importância”.
32 ESPECIALB. FOREST
tar o veículo e ultrapassar qualquer obstá-
culo. “Para facilitar a vida do motorista, há
na caixa de mudanças automatizada Sca-
nia Opticruise, modos de operação que
podem ser escolhidos de acordo com a
necessidade, no momento da operação:
balanço, manobra e escolha da marcha
de partida. Há também os modos potên-
cia, padrão, econômico e fora de estrada”,
destaca o engenheiro. Ele explica que, na
estrada, o motorista deve usar o modo
econômico e quando precisar vencer um
aclive pode acionar a potência; e nas es-
tradas de uso florestal escolher o off road,
por exemplo.
Os veículos Scania possuem suspensão
a mola no chassi devidamente dimensio-
nada e suspensão a mola também na ca-
bine. Já os caminhões Volvo, destinados
ao transporte florestal, como o FMX, têm
suspensão traseira semielíptica com dois
amortecedores de dupla ação e suspen-
são dianteira parabólica, também com dois
amortecedores de dupla ação.
Cabine
Para Emílio, a cabine dos veículos para a
aplicação off road deve possuir suspensão
a mola em quatro pontos. “As molas pos-
suem regulagem de pressão que conferem
Foto: Gustavo Castro/MF
33ESPECIAL B. FOREST
a mesma maciez que a suspensão pneu-
mática e com grande durabilidade, mesmo
em condições de estradas com deficiência
de conservação”, explica.
A grade frontal e o para-choque tam-
bém devem ser diferenciados, com maior
resistência e robustez. Isso por causa dos
impactos da severa operação fora de es-
trada. Nos caminhões Scania, um reforço
é o escudo protetor. Localizado logo abai-
xo do para-choque, ele é construído com
chapa que protege o cárter e o motor.
“Para ultrapassar com maior facilidade os
terrenos não pavimentados, nas aplicações
mais severas, a linha Off Road da Scania
passou por elevação tanto do chassi quan-
to do para-choque”, ressalta o engenheiro.
A linha também disponibiliza o novo ângu-
lo de ataque de 25 graus, resultado da ele-
vação do chassi e do para-choque. Com
ele, o caminhão ganha força fundamental
para transpor diversos obstáculos, como,
por exemplo, entrar em um rio, em uma
vala, ou trafegar por subidas ou descidas
íngremes.
Os caminhões Scania Off Road Euro 5,
segundo Emilio, também recebem um pino
de reboque de tração para 35 toneladas.
“Ele tem papel importante nas operações
severas. Alguns cenários podem explicar
melhor sua utilidade. No caso do setor
madeireiro, sua presença ajuda a rebocar
o caminhão, mesmo carregado, caso ele
atole dentro da floresta na época de chu-
vas, sem a necessidade de usar trator de
esteira”, explica.
Nemésio, da Expresso Nepomuceno
destaca que, para frota da empresa, fo-
ram escolhidos caminhões cujas cabines
não tenham muitos acessórios externos,
visto que a probabilidade de quebras ou
danos por impacto da madeira, ou outros
materiais do campo, aumentam significati-
vamente os custos de manutenção. “Caso
não seja possível evitar os acessórios, estes
devem ser mais robustos do que os pa-
drões”, completa.
Ainda no quesito cabine, as montadoras
tem levado em consideração o conforto do
motorista, já que o transporte de madei-
ra é um trabalho pesado. A Volvo oferece
cabines com banco com suspensão a ar,
ajustes na coluna de direção, controles no
volante, visibilidade ampla, climatização,
baixo nível de ruído e suspensão pneumá-
tica ou mecânica.
Caminhão x Implemento
No que diz respeito a transporte, o seg-
mento de madeira pode ser dividido em
34 ESPECIALB. FOREST
“Os veículos devem ter tração 6x4 para que consigam transitar de forma tranquila em terrenos adversos, como são, na maioria dos casos, as áreas florestais”.
Foto: Divulgação / Volvo
35ESPECIAL B. FOREST
duas atividades: madeira para celulose e
papel e madeira para serraria. Na ativida-
de de celulose são usados veículos do tipo
trator tracionando com implementos do
tipo Bitrem, Tritrem e Rodotrem. No seg-
mento de serraria pode-se destacar os ve-
ículos chamados rígidos ou plataforma em
operação do tipo Romeu e Julieta.
De acordo com Emílio, os modelos
Scania G 440 e G 480 6x4 são indicados
para operações com Bitrem, Tritrem e Ro-
dotrem levando em consideração a ne-
cessidade de maior ou menor potência.
Enquanto que o modelo P 360 é indicado
para operação tracionando um reboque,
conjunto denominado Romeu e Julieta.
Já na Volvo, os caminhões mais utiliza-
dos para o transporte florestal são os mo-
delos VM e FMX. De acordo com a empre-
sa, o VM 6x4 é indicado para composição
com Romeu e Julieta de 5 eixos. Já o FMX
6x4 é indicado em vários tipos de compo-
sições como: Romeu e Julieta 6 e 7 eixos,
Semirreboque 3 eixos, Bitrem, Tritrem, Ro-
dotrem e Treminhão. A equipe de enge-
nharia da empresa destaca que, devido aos
implementos mais curtos, os Tritrens tem
maior facilidade de trafegar em caminhos
tortuosos, mas devem ser tracionados por
veículos 6x4.
Tecnologias disponíveis
Como destaque em tecnologia, a Volvo
tem o I-Shift, uma caixa de câmbio inteli-
gente na qual a necessidade de troca de
marchas é avaliada pelo sistema eletrôni-
co em função da velocidade, torque, carga
do motor e outros parâmetros que buscam
a otimização da condução dentro da fai-
xa econômica. Com 12 marchas à frente
e 4 à ré, o I-Shift otimiza trocas em bai-
xas velocidades, oferecendo engates rápi-
dos e macios durante a condução em dois
modos: no econômico, cada mudança de
marcha é medida para que o motor traba-
lhe na sua mais alta eficiência ou é possível
utilizar a sua melhor performance.
Já a Scania apresenta em termos de
tecnologia um computador de bordo
com recurso Driver Support, uma espécie
de “professor” dentro do painel que ofe-
rece dicas em tempo real para melhorar
a condução. A montadora disponibiliza
também válvulas de freio específicas para
proporcionar mais segurança quando o
veículo parar em locais de piso de barro
ou ainda quando esvaziar os reservatórios
de ar. “Outra tecnologia é o freio hidráu-
lico Retarder, opcional com alta potência
de frenagem, sem contato metálico e que
aumenta a segurança da composição eco-
36 ESPECIALB. FOREST
nomizando freio e lonas de freio”, comple-
ta Emilio.
As opções são várias. É necessário o
conhecimento de cada uma delas e um
estudo para que a tecnologia disponível
se adeque com as condições e tarefas a
serem realizadas. Um ponto fundamental
na decisão da compra do caminhão é o
atendimento pós-venda, a oferta de trei-
namento e acompanhamento na opera-
ção, bem como atualização de softwares
de aplicação no veículo.
Foto: Divulgação
37ESPECIAL B. FOREST
38 ESPECIALB. FOREST
A conscientização da importância da segurança do trabalho e das técnicas de preven-
ção foi o objetivo do primeiro evento sobre segurança florestal do país. Palestrantes de
renome no setor apresentaram dados e cases de empresas que serviram de exemplo para
os participantes.
Encontro Brasileiro de Segurança Florestal reuniu profissionais do setor em Curitiba
39ESPECIAL B. FOREST
Foto: Divulgação
39SEGURANÇA B. FOREST
40 SEGURANÇA B. FOREST
O Encontro Brasileiro de Seguran-
ça Florestal, primeiro evento na-
cional sobre o tema, organizado
pela Malinovski Florestal, teve como obje-
tivos principais: a preservação da vida em
um ambiente seguro e a discussão sobre o
que tem sido feito, hoje, nas empresas flo-
restais para melhorar a segurança em to-
das as operações. Os mais de 200 partici-
pantes assistiram palestrantes experientes
abordarem temas relevantes relacionados
às operações florestais.
Realizado em Curitiba (PR), nos dias 21
e 22 de maio, o Encontro começou pas-
sando para os profissionais, a importância
de se transformar a segurança em valor. A
abertura feita pelo Dr. Rafael A. Malinovski,
diretor de negócios da Malinovski Florestal
destacou a importância da reflexão e iden-
tificação dos perigos e a diminuição dos
riscos de acidentes no setor florestal, além
de observações para criar ambientes mais
seguros para os trabalhadores. “Um am-
biente de trabalho seguro não é possível
sem a presença intensiva das lideranças das
empresas, sem trabalhar a confiança inter-
pessoal dos funcionários e sem ter uma
equipe capacitada. Por isso, é importante
discutir o assunto e tornar os trabalhadores
do setor florestal capacitados. Essa é real
importância do Encontro Brasileiro de Se-
gurança Florestal”, salientou.
Dividido em quatro blocos, a primei-
ra palestra foi ministrada pelo engenheiro
Bruno C. Bilbao Adad, consultor do Senai.
Com o tema “O Paradigma da Consciência
de Segurança”, Bruno destacou que a pre-
venção de acidentes deve estar presente a
cada momento do dia a dia. “É muito difícil
criar o hábito da prevenção, mas é muito
fácil destruí-lo”.
Para ele, o ponto de partida é a quebra
de paradigmas. “Precisamos desconstruir
a ideia de que os acidentes são imprevisí-
veis. Sabemos que não existem fatalidades,
o que existe são ações. Alguém fez o que
não deveria ou deixou de fazer algo re-
levante”, destacou. Ele afirma que os aci-
dentes ocorrem devido a uma interação
de vários fatores que estão presentes no
ambiente ou situação de trabalho muito
antes do seu desencadeamento. Sendo,
portanto, eventos previsíveis e preveníveis.
“Temos sempre a possibilidade de mudar e
fazer tudo de forma mais segura. Prevenir
é sempre o melhor caminho.”
Luciano Nadolny, analista técnico na
gerência de qualidade de vida do SESI-PR,
destacou a importância de se falar sobre
segurança, ainda mais no setor florestal,
41SEGURANÇA B. FOREST
“Um ambiente de trabalho seguro não é possível sem a presença intensiva das lideranças das empresas, sem trabalhar a confiança interpessoal dos funcionários e sem ter uma
equipe capacitada”.
Foto: Gustavo Castro / MF
42 SEGURANÇA B. FOREST
que tem se tornado cada vez mais impor-
tante para a economia nacional. Luciano
abordou a psicologia, fisiologia e a pro-
pensão a acidentes. Salientou que a segu-
rança no trabalho deve ser aprendida, por-
que para que ela seja desempenhada nas
atividades diárias é preciso ‘saber fazer’.
“Outros fatores também devem ser segui-
dos para que o trabalho seja seguro: o po-
der fazer, é preciso que a empresa ofereça
condições de trabalho seguras; e os fatores
motivacionais, ou seja, a vontade de agir
de forma segura”, acrescentou.
“Recrutamento e Seleção, Segurança
e Produtividade nas Atividades Florestais”
foi o tema da palestra de Luciano San-
tos, psicólogo, administrador de empre-
sas e colaborador da Malinovski Florestal.
Ele destacou a importância de selecionar
corretamente os funcionários. “É preciso
escolher o perfil certo para a necessidade
da vaga”, afirmou. Desta forma, para ele,
existem ganhos como elevação de curva
de aprendizagem, de desligamentos por
desmotivação e de índice de quebras de
equipamentos, além da melhora no clima
organizacional.
O FSC e as NRs (Normas Regulamenta-
doras) foram o tema da palestra de Rodrigo
Meister de Almeida, coordenador técnico
Foto: Gustavo Castro / MF
43SEGURANÇA B. FOREST
de negócios do SESI-PR, e Fernanda Rodri-
gues, coordenadora técnica do FSC (Forest
Stewardship Council) Brasil. Rodrigo desta-
cou que os objetivos das NRs são garantir
a segurança e saúde do trabalhador, mas
acredita que elas são muito rígidas e não
adaptadas à realidade brasileira. “A norma
precisa trazer objetivos. Precisamos pensar
mais na realidade de vida do trabalhador
para proporcionar a saúde e a segurança
da forma certa”, avaliou.
Finalizando as palestras da manhã, o
doutor alemão, Leif Nutto, fez uma com-
paração da segurança nas operações flo-
restais no Brasil e Europa. Contou que no
continente, existe uma preocupação com
a sanidade psicológica dos trabalhadores,
no sentido de não serem submetidos à
trabalhos muito monótonos ou repetitivos
para que haja a satisfação profissional.
Para Leif, o Brasil é teórico, o que falta
é a implementação prática, como treina-
mentos mais elaborados e bem trabalha-
dos e capacitação mais contextualizada.
“Com 8 horas de treinamento nenhum
fazendeiro se torna capacitado para ope-
rar uma motosserra em sua propriedade.
O sistema de educação pública influencia
diretamente na capacidade de cognição e
discernimento do trabalhador”, avaliou.
Foto: Gustavo Castro / MF
44 SEGURANÇA B. FOREST
“A norma precisa trazer objetivo e os fatores que serão avaliados
também. Precisamos pensar mais na realidade de vida do
trabalhador para proporcionar a saúde e a segurança da forma
certa”.
Foto: Gustavo Castro / MF
45SEGURANÇA B. FOREST
No período da tarde, Paulo Salamuni,
gerente operacional da Klabin foi o mode-
rador do bloco dois – Segurança, Produti-
vidade e Custos em Operações Florestais.
Ele destacou o desenvolvimento do setor
florestal e como o conceito de segurança
tem evoluído e se concretizado, tornando-
-se uma realidade aplicada.
Iniciando os trabalhos, Murilo Galvão
Teixeira, instrutor do SENAR-PR, abordou
a aplicação de agrotóxicos. Em sua fala,
explicou que a intoxicação por agrotóxi-
cos tem aumentando, mas não é possível
estimar um real valor por falta de meios
de controle. Para ele, a falta de eficiência
dos químicos faz com que uma quantida-
de maior que a necessária seja aplicada,
tornando assim a exposição do aplicador
maior. O profissional recomendou que os
operadores que estão em contato dire-
to com os agrotóxicos precisam fazer um
curso específico para saber a forma certa
de lidar com os produtos.
Bruno Ricardo Fernandes, coordena-
dor de colheita florestal da Cenibra, des-
tacou as técnicas de segurança durante o
processo de colheita. Apresentou um case
da empresa e ressaltou a importância do
microplanejamento e da sinalização ope-
racional de campo. “Na Cenibra, temos o
costume de fazer sinalizações orientativas
que auxiliam os operadores na percepção
de riscos. Quando elas são vistas, o ope-
rador sabe que precisa descer ancorado”,
exemplificou.
O planejamento operacional e o micro-
planejamento foi o tema tratado na pales-
tra do supervisor de colheita e transpor-
te florestal da International Papel, Renato
Melman. Ele contou que a IP tem mais de
70 mil funcionários e “trabalhar com um
número tão grande de profissionais e não
pensar em segurança é inviável”. Atualmen-
te, a segurança já é vista como um valor na
IP. “Focamos no acidente zero e esse resul-
tado depende de programas sólidos, me-
todologia, microplanejamento operacional
e liderança”, destacou. Para Melman, o mi-
croplanejamento não é uma receita igual
para todos, mas algo que deve ser customi-
zado e varia de acordo com cada situação.
Ele salientou que sempre que acontece um
acidente é preciso fazer uma avaliação do
ocorrido, estudar e acrescentar os resulta-
dos no microplanejamento, para que me-
didas sejam tomadas e a mesma situação
não ocorra novamente.
O custo da segurança para as empresas
florestais foi assunto da apresentação de
Manoel Francisco Moreira, sócio-gerente
46 SEGURANÇA B. FOREST
“Trabalho seguindo as normas de segurança pelo meu filho
de dois anos. Preciso trabalhar com segurança por mim e pela minha família, não porque a
empresa manda”.
Foto: Gustavo Castro / MF
47SEGURANÇA B. FOREST
da ARS Silvae Assessoria Florestal. Ele res-
saltou que não existe segurança sem custo
e apresentou casos em que as normas de
segurança só serviram para onerar a em-
presa e acabaram prejudicando as ativida-
des pela dificuldade que elas apresentaram.
Para Chico Moreira, como é conhecido, é
preciso pensar não somente na seguran-
ça do trabalhador, mas no conforto dele
também. Isso porque não adianta ter vá-
rias normas de segurança, se o operador
não ficar confortável em segui-las, o que,
consequentemente, faz com que ele burle
essas normas. Por isso, para ele, o funda-
mental é ter bom senso em relação às nor-
mas e suas aplicações.
Para finalizar o primeiro dia do Encon-
tro Brasileiro de Segurança Florestal, Luiz
Geraldo Groessler, gerente de logística
florestal da Fibria falou sobre segurança
e produtividade no transporte de madei-
ra. Contou que a empresa criou o Manual
Estrada Segura, o qual usa como referên-
cia para todas as operações relacionadas
às estradas. “Dessa forma, deixamos claro
para todos os nossos parceiros o que nós
fazemos e esperamos em relação a se-
gurança”, explicou. Neste manual, alguns
passos são seguidos para que os acidentes
sejam evitados, entre eles, estão planeja-
mento, controles operacionais e de com-
portamento.
Abrindo o segundo dia, Alison D’Andréa
e Douglas Santos, da New Holland trata-
ram do tema: “Parâmetros Construtivos na
Adaptação de Tratores e Implementos para
Operações Silviculturais”. Eles afirmaram
que as operações realizadas manualmente
oferecem alto risco à integridade física do
trabalhador e que a substituição das ope-
rações manuais pelas mecanizadas diminui
consideravelmente o riso de acidentes.
Manoel Carvalho, professor titular da
FABET (Fundação Adolpho Bósio de Edu-
cação no Transporte), abordou a formação
de condutores no transporte de madei-
ra. Para ele, a capacitação dos motoristas
resulta em responsabilidade profissional,
mais postura, domínio do veículo em mo-
mentos adversos, conhecimento e aplica-
ção das tecnologias disponíveis, ganho de
eficiência e produtividade, entre outros.
A palestra de Nínive Maia, engenhei-
ra florestal da Veracel teve como tema a
NR12 e as implicações florestais. Ela des-
tacou que o operador deve trabalhar den-
tro das normas de segurança não porque a
legislação exige, mas porque existem pes-
soas na vida dele que se importam com
sua saúde. “Trabalho seguindo as normas
48 SEGURANÇA B. FOREST
de segurança pelo meu filho de dois anos.
Preciso trabalhar com segurança por mim
e pela minha família, não porque a empre-
sa manda”, constata.
Emilio Paulo Fontanello, engenheiro
mecânico da Scania, falou sobre a segu-
rança no desenvolvimento de veículos au-
tomotores. Em sua apresentação demons-
trou que é possível observar detalhes de
segurança antes mesmo do motorista en-
trar na cabine. “São pequenos itens, como
o degrau escamoteável auxiliar; a trava de
grade frontal; alças laterais de cima até em
baixo, que auxiliam no embarque seguro;
entre outros, que quase ninguém percebe
como o trabalho que os engenheiros tive-
ram para proporcionar segurança ao mo-
torista.”
Finalizando o bloco 3, Douglas Lazaretti
Siebert e José Teófilo Júnior, da Gerdau de
Minas Gerais, abordaram o gerenciamen-
to de riscos. “A gestão requer a avaliação
do contexto em que estamos inseridos,
ou seja, a realização de um diagnóstico
de como estamos atendendo as expecta-
tivas de prevenção e controle de perdas”,
afirmou Douglas. Para ele, dominando o
cenário atual, é possível definir as metas
futuras e o caminho para alcançá-las, prio-
rizando as ações mais relevantes de cada
etapa.
Para abrir as palestras do bloco 4 – Pro-
gramas de Segurança – Cases das empre-
sas Florestais, Adriano Thiele, diretor de
Operações da JSL, falou sobre transpor-
te seguro. Destacou as ações da empresa
para garantir a segurança florestal: recru-
tamento e seleção, treinamento e capaci-
tação, mapeamento de risco, controle de
jornada, inspeções e blitz de segurança e
controle de peso transportado são algu-
mas delas.
Jorge Cavassin, coordenador de segu-
rança e meio ambiente da MWV Rigesa,
abordou em sua palestra a importância da
disseminação do conceito de segurança do
operador à presidência. Cavassin destacou
a importância do exemplo e boa liderança.
“Não basta apenas transmitir aos funcioná-
rios as regras da empresa, é preciso dar o
exemplo. Um bom líder é o exemplo dos
funcionários.”
O case do programa de saúde e segu-
rança da Vale foi apresentado por Lucia-
no Assis, gerente de exploração mineral
de ferrosos da empresa. “Nossa Política de
Saúde e Segurança tem como valor: vida
em primeiro lugar. E segue em dois aspec-
tos: compromissos e princípios de atua-
ção”, contou. De acordo com ele, valorizar
49SEGURANÇA B. FOREST
Os diretores da Malinovski Florestal e idealizadores do Encontro Jorge R. Malinovski e Rafael A. Malinovski Foto: Gustavo Castro/ MF
50 SEGURANÇA B. FOREST
a saúde e a segurança significa valorizar as
pessoas, para isso passos, como analisar
os riscos e cumprir medidas de prevenção,
são seguidos.
Darlon Orlamünder, gerente de logísti-
ca florestal de Monte Alegre da Klabin, dis-
correu sobre a segurança nas operações
próprias e terceirizadas. Para ele, é impor-
tante trabalhar junto com os líderes dos
segmentos. “Eles criam e mudam a cultura
de uma empresa por meio de seus funcio-
nários”, acredita. Ele também salientou que
trabalhar com segurança é responsabili-
dade de cada um, mas os líderes tem res-
ponsabilidade em dobro, já que precisam
cuidar de si mesmos e se certificar que os
funcionários também estão trabalhando
da forma correta.
Para encerrar o Encontro Brasileiro de
Segurança Florestal, os serviços de manu-
tenção foram abordados por Marcio Kir-
chmeyer Vieira, gerente geral de contratos
de manutenção da Komatsu Forest. Con-
forme o profissional, os acidentes reduzem
na mesma proporção da redução das ma-
nutenções corretivas. “Quando as máqui-
nas tem a manutenção correta, o risco de
um acidente é consideravelmente menor”,
finalizou.
O Encontro Brasileiro de Segurança
Florestal reuniu na capital paranaense, 243
profissionais, que buscaram mais informa-
ção em relação a aspectos de segurança.
A segunda edição do evento já está sendo
programada e sua data será divulgada em
breve.
Foto: Divulgação
51SEGURANÇA B. FOREST
52 TRÊS LAGOAS FLORESTALB. FOREST
A capital mundial da celulose recebeu, durante 01 a 04 de junho, a segunda edição da
Feira da Cadeia Produtiva da Indústria de Base Florestal Sustentável da região de Três La-
goas (MS).
Por: Amanda Scandelari
Três Lagoas Florestal - ponto de encontro do setor
52 TRÊS LAGOAS FLORESTALB. FOREST
Foto: Amanda Scandelari / MF
53SEGURANÇA B. FOREST
54 TRÊS LAGOAS FLORESTALB. FOREST
A cidade de Três Lagoas, no Mato
Grosso do Sul foi o ponto de en-
contro do setor florestal no início
de junho. A segunda edição da Feira Três
Lagoas Florestal, reuniu 110 empresas e, de
acordo com a organização do evento, re-
cebeu mais de 13 mil pessoas nos 3 dias do
evento. Além disso, ainda segundo a orga-
nização, o volume de negócios superou os
R$ 60 milhões. A abertura ocorreu no dia
primeiro com um coquetel e homenagens
à personalidades da cidade. Durante a ceri-
mônia, o diretor executivo do Painel Flores-
tal, Robson Trevisan, destacou que a indús-
tria de base florestal tem feito a diferença
na vida de muitas pessoas, em Três Lagoas.
A prefeita da cidade, Márcia Moura, fri-
sou que o objetivo do evento foi a interação
dos participantes com o que há de mais
moderno no setor florestal. Márcia Moura
relembrou a primeira edição da feira, reali-
zada em 2012, e destacou a transformação
que a cidade passou nesse tempo, além de
ressaltar que esta segunda edição também
aconteceu em um período de suma impor-
tância: o centenário do município.
A Malinovski Florestal esteve presente
em Três Lagoas, divulgando suas áreas de
atuação: eventos, treinamentos, consulto-
ria e comunicação & marketing. A B.Forest
também esteve lá e fez a cobertura da fei-
ra, que teve uma variedade de produtos e
marcas em exposição. Lançamentos, mar-
cas de renome nacional e internacional,
grandes máquinas estáticas e em operação,
combate à pragas e incêndios e soluções
tecnológicas e de iluminação foram os
destaques as segunda edição da feira.
Foto: Amanda Scandelari / MF
55TRÊS LAGOAS FLORESTAL B. FOREST
Penzsaur
Os autocarregáveis com tração são o
grande lançamento deste ano. Durante a
Feira Três Lagoas Florestal ficou em des-
taque a Metric Crane, uma grua específica
para trabalhar com madeira de metro, para
queima e para os segmentos industriais que
utilizam caldeiras.
Como lançamento também grua 778W
da Penzsaur, que pode ser adaptada a um
trator ou usada de forma estacionária. “Ela
é fabricada com aços e arames especiais.
A solda é feita com equipamentos contro-
lados via computador, então proporciona
melhor estabilidade e controle de solda.
Depois desse processo, a matéria-prima
passa por fornos de alívio de tensão, nos
quais o material é aquecido e resfriado len-
tamente. Dessa forma, o equipamento fica
mais resistente, sem trincas ou quebra”,
afirma Rodrigo Gonzatto Rubin, represen-
tante da Pezsaur.
Foto: Amanda Scandelari / MF
56 TRÊS LAGOAS FLORESTALB. FOREST
Komatsu
Seguindo a tendência de mercado, da
mecanização da silvicultura, a Komatsu
Forest lançou em Três Lagoas, o trator de
esteira de 32 toneladas, o D85EX, equipa-
mento destinado à reforma de áreas de
plantio. Edson Martini, diretor da Komatsu
Forest, salientou que a tecnologia de ali-
nhamento de plantio foi mudando com o
tempo. “Para as atividades que tem o toco
presente, no preparo do solo, é necessá-
rio o uso de equipamentos adequados. A
Komatsu está trabalhando para adequá-los
para esse tipo de atividade”, afirmou. De
acordo com Martini, os tratores de estei-
ra foram desenvolvidos para outro tipo de
trabalho, mas a realidade florestal requer
algumas modificações. “Estamos traba-
lhando agora para fazer as modificações
necessárias para que essa máquina tenha a
performance necessária para se tornar viá-
vel na área florestal. Isso proporcionará um
salto tecnológico na silvicultura, não só em
equipamentos de preparo, mas também
referente a operação. Nos próximos anos,
vamos passar por uma mudança nesse
mercado para tentar transformar as tecno-
logias disponíveis”, constatou.
Foto: Amanda Scandelari / MF
57TRÊS LAGOAS FLORESTAL B. FOREST
John Deere
A John Deere lançou dois equipamen-
tos das novas Séries L e M: o Feller Buncher
de esteira 903M e o Skidder 948L. O equi-
pamento da Série M tem como novidades
o aumento de 30% na faixa de corte, cabi-
ne ergonômica e economia de combustí-
vel. Já o Skidder 948L tem como destaque
o motor mais potente em relação aos mo-
delos anteriores, maior conforto na cabi-
ne com assento giratório e controles por
joystick e garra em tamanho maior.
“Depois de unir as valiosas informações
de nossos clientes testamos as máquinas
por mais de 11 mil horas. O resultado é
uma nova frota de máquinas que redefi-
nem os significados de disponibilidade,
produtividade e baixos custos operacio-
nais diários”, salientou Rodrigo Junqueira,
gerente de vendas da John Deere Flores-
tal. De acordo com ele, o lançamento das
Séries L e M marcaram a celebração dos
50 anos de fabricação de Skidders pela
empresa.
Foto: Amanda Scandelari / MF
58 TRÊS LAGOAS FLORESTALB. FOREST
TMO
As novidades da TMO são voltadas para o corte de eucalipto, a grua 770 e a mesa tra-
çadora. De acordo com a empresa, mesas traçadoras muito já são usadas em escavadei-
ras de grande e médio porte, mas o diferencial do lançamento da TMO é a possibilidade
de adaptação ao pequeno e médio produtor. Outra novidade é destinada ao segmento
de lenha de metro, um autocarregável destinado ao produtor que processa a madeira em
campo e precisa fazer o transporte.
A TMO participou da Três Lagoas Florestal em uma parceria com a Shark.
Foto: Amanda Scandelari / MF
59TRÊS LAGOAS FLORESTAL B. FOREST
Caterpillar
Em seu estande, a Caterpillar expôs diversas máquinas, incluindo lançamentos, como
a escavadeira hidráulica 318D2 L e a escavadeira florestal de nova série: 320D2 FM.
A 318D2 L é uma atualização da conhecida escavadeira hidráulica 315DL, um equipa-
mento utilitário, dedicado ao carregamento de menores volumes, áreas estreitas, logísti-
ca complexa e alimentação de picadores.
Já a escavadeira florestal 320D2 FM é uma evolução do modelo 320D FM, com motor
mais potente, maior torque de giro e redução no consumo de combustível.
Foto: Amanda Scandelari / MF
60 TRÊS LAGOAS FLORESTALB. FOREST
Minusa
Além do cabeçote Logset destinado ao processamento de eucalipto, a Minusa lançou,
na feira Três Lagoas Florestal, o Raptor, um fueiro com painel e barrote. De acordo com
o coordenador comercial da Minusa, Giuseppe Rosa, o Raptor é produzido em aço com
resistência mecânica, adequado às normas ISO 9001-2008 em todos os processos de
fabricação, atende a norma internacional de segurança EM 12642 X e, por ser mais leve,
economiza combustível e pneus.
Foto: Amanda Scandelari / MF
61SEGURANÇA B. FOREST
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62 TRÊS LAGOAS FLORESTALB. FOREST
J de Souza
Os lançamentos da J de Souza foram o Carregador Frontal CFRJ com capacidade de
12 toneladas e a garra traçadora TJPG com estrutura robusta, compacta, com sistema
hidráulico de fácil entendimento. Essa garra pode ser acoplada a uma escavadeira de 25
toneladas. O equipamento é apresentado em 12 versões, nas quais variam o tamanho da
garra, comprimento de sabre, tamanho do motor, entre outros componentes, depen-
dendo da aplicação.
Foto: Amanda Scandelari / MF
63NOTAS B. FOREST
64 TRÊS LAGOAS FLORESTALB. FOREST
Ponsse
O Scorpion continua sendo o destaque da Ponsse, mas a grande novidade é sua che-
gada ao Brasil. Segundo Camila Takikawa, analista de marketing da empresa, o Harves-
ter desembarcará no Brasil no final de junho. No Scorpion o foco é o operador. A nova
solução de grua oferece visibilidade em todas as direções, permitindo trabalho suave e
flexível em qualquer condição. A visibilidade adequada nos dois lados da cabine permite
operação eficiente e ilimitada. A estabilidade do modelo é proveniente de suas oito rodas
e do sistema de estabilização ativa. Esse sistema é baseado na detecção da direção e
posição da grua e pressionamento do chassi traseiro na direção de trabalho.
Foto: Divulgação / Ponsse
65TRÊS LAGOAS FLORESTAL B. FOREST
Timber Forest e Palfinger
A parceria entre a Timber Forest e a Palfinger não é de hoje. As empresas já desen-
volveram alguns produtos para atender alguns nichos de mercado diferentes. Durante a
Três Lagoas Florestal, as empresas montaram um estande em conjunto e colocaram em
exposição uma gama de máquinas e equipamentos. A Timber Forest mostrou a grua pa-
ralela instalada em máquina de esteira modelo Z, um carregador para instalação traseira
que não se posiciona sobre a carga, o que facilita o descarregamento dentro da fábrica.
Outra solução apresentada foi o trator agrícola com grua e cabeçote LogMax 4000.
Equipamento indicado para colheita de madeira para energia e operações de primeiro
desbaste.
Já a Palfinger apresentou um guindaste C80Z73, que pode ser acoplado na traseira do
caminhão e uma Julieta. Um guindaste para um volume baixo de madeira, mas com um
bom alcance de capacidade de carga. Também o guindaste M70R59 para movimentar o
cabeçote LogMax 4000, que está instalado no trator A67350, com reversão automática
para atender o produtor que está na transição do corte manual para o mecanizado.
67TRÊS LAGOAS FLORESTAL B. FOREST
Denis Cimaf
A Denis Cimaf levou para Três Lagoas o equipamento DAH150E, uma escavadeira
destinada a fazer supressão vegetal em geral, rebroto de eucalipto e rebaixo de tocos
para o replantio. Esse equipamento é feito com bomba hidráulica que trabalha com sis-
tema de facas em V, as quais direcionam toda a parte de vegetação para o centro, não
para as laterais. Tem motor hidráulico de pistão axial de deslocamento variável, facas de
aço forjado temperado que podem ser afiadas ser serem desacopladas e rotor acionado
por correia dentada industrial, que impede deslizamento.
Foto: Amanda Scandelari / MF
68 TRÊS LAGOAS FLORESTALB. FOREST
Rotobec
A garra traçadora com conjunto traçador e rotator Heavy-Duty, fabricados no Brasil
em parceria com a MSU, foi o lançamento da Rotobec. A garra traçadora tem como op-
ções motores de serra com 60 ou 80, sempre com serra ¾ 11H e sabres de tamanhos
variados. Os tamanhos de garras oferecidos são 0.64, 0.80 e 1.00 m², na versão para
serviços pesados da garra para feixes. Mas a principal novidade da empresa, segundo o
gerente de vendas, Fernando Strobel, são os novos prazos de garantia. “A partir do início
de junho, a Rotobec está oferendo garantia de 18 meses ou 3.000 horas.”
Foto: Amanda Scandelari / MF
69TRÊS LAGOAS FLORESTAL B. FOREST
HFort
A HFort apresentou um autocarregável com carreta coberta. A empresa pretende,
com esse lançamento, atingir mais mercados, não só o florestal. A carreta aberta é utili-
zada para o transporte de madeira em toras, mas com ela fechada as opções aumentam
e permitem o carregamento de outros produtos como animais, sacos, sementes, o que
o produtor precisar. Dessa forma, a HFort criou também uma garra que permite o trans-
porte de diversos materiais. A carreta tem capacidade de carga de 10 toneladas.
Foto: Amanda Scandelari / MF
70 TRÊS LAGOAS FLORESTALB. FOREST
K2on
A K2on expôs, em Três Lagoas, toda a sua gama de produtos. Com destaque para o
farol de 40 watts com 3500 lumens e, em média, 50 mil horas de vida útil. A empresa é
especializada em soluções de iluminação de acordo com a necessidade do cliente.
Noma
A Noma apresentou ao mercado sua nova linha cavaqueira, com soluções de trans-
porte de biomassa. De acordo com Rodrigo Fernandes, gerente de marketing da Noma,
a nova linha também atenderá os setores de carvão vegetal, carvão coque e outros. O
implemento está disponível nas configuração semirreboque 3 eixos juntos e espaçados
1+1+1 (Vanderléia), e ainda nas opções Rodotrem e Bitrens 7 e 9 Eixos. Como diferencial
é possível escolher entre a carreta de piso fixo ou móvel. A empresa apresentou também
o Tritrem Florestal 7500. Um implemento com tara reduzida.
Foto: Amanda Scandelari / MF
71TRÊS LAGOAS FLORESTAL B. FOREST
Bruno
A Bruno Industrial apresentou o picador Forest King. De acordo com Anderson Kaiser,
diretor comercial da empresa, o picador produz cerca de 100 toneladas por hora e é au-
topropelido. “Somos especializados em mudança de granulometria, desde microchips,
que estão tendo grande procura para substituir o bagaço nas usinas de cana-de-açúcar,
e também cavacos especiais para a queima em caldeiras convencionais, para fazer car-
vão”, afirmou. Anderson também destacou que a máquina é fabricada no Brasil, o que
reduz os prazos de entrega e possibilitam, que em algum casos, o cliente tenha o picador
de imediato.
Fezer
A Fezer lançou o Rodochipper 10100, um equipamento com rotor com 1000 mm de
diâmetro para madeira dura. Gustavo Renê Mostiack, diretor da empresa, explicou que
um diferencial desse equipamento, que tem capacidade produtiva de 50 toneladas por
hora, é o chassi rodoviário. “Por já estar preparado, a mudança de ambiente do picador é
72 TRÊS LAGOAS FLORESTALB. FOREST
Foto: Amanda Scandelari / MF
rápida, o que interfere é apenas o tempo de deslocamento.” Outro ponto que ele salien-
tou, foi a hélice reversível presente no radiador para fazer a limpeza do mesmo.
“O problema de queda de cavaco também foi solucionado nessa máquina. Com um
estudo da equipe de engenharia e conversas com clientes, conseguimos desenvolver a
saída e a coleta do cavaco de forma diferente para que nada se perca”, destacou.
Vermeer
A Vermeer Brasil levou para a feira Três Lagoas Florestal suas principais soluções que
atendem os segmentos: florestal, manejo de árvore e de reciclagem de resíduos de ma-
deira, o que inclui o Picador florestal WC2300, Triturador horizontal HG6000TX, Picador
de galhos BC1000XL, além da Minivaletadeira RTX250.
O WC2300 processa materiais de até 58 cm de diâmetro por intermédio de um rotor
73TRÊS LAGOAS FLORESTAL B. FOREST
de corte de alta velocidade e uma embreagem a disco. O sistema de alimentação tem
mesa de 3 m de comprimento. O Triturador horizontal autopropelido HG6000TX é um
equipamento móvel para as operações de reciclagem de resíduos de madeiras. Diferente
dos modelos rebocáveis, que necessitam de equipamentos auxiliares como tratores, o
HG6000TX permite ao operador autonomia de movimentação ao redor do campo de
trabalho.
O BC1000XL possui tanque de combustível com capacidade para 94,6 litros. O siste-
ma de controle SmartFeed® monitora o desempenho do motor e reverte automatica-
mente o rolo de alimentação quando necessário. Com boca de alimentação de 30 cm
de altura, o equipamento é capaz de picar galhos retorcidos e copas de árvores inteiras,
sem a necessidade de cortá-las previamente.
A minivaletadeira RTX250 é um equipamento compacto, com esteiras, e direcionado
para a construção de infraestrutura em obras de irrigação. A máquina é indicada para
substituir as retroescavadeiras, adotadas para esse tipo de serviço no Brasil.
74 TRÊS LAGOAS FLORESTALB. FOREST
CBI
A maior novidade da CBI já foi anunciada em abril, a venda da empresa para a Terex
Corporation dos Estados Unidos. Björn Rasmusson, diretor geral da CBI do Brasil, acre-
dita que essa venda será muito produtiva para o mercado brasileiro. “A negociação será
benéfica e irá fortalecer a empresa aqui no Brasil. Atualmente, não conseguimos colo-
car nossas máquinas à disposição do mercado com rapidez. O cliente precisava fazer o
pedido e esperar até cinco meses para receber a máquina. Isso não funciona no Brasil,
a maioria do mercado quer a máquina à pronta entrega. Agora nós teremos a opção de
fazer essa entrega imediata”, declarou.
Hidramav
A Hidramav é especializada em mangueiras hidráulicas, montadas com componentes
produzidos com tecnologia da marca italiana Intertraco, e vedações hidráulicas e pneu-
máticas. Em Três Lagoas, a empresa expôs as mangueiras 4ST com espirais para baixa,
média, alta e super alta pressão obedecendo as normas internacionais SAE e DIN. Além
das capas e os terminais hidráulicos prensáveis para as mangueiras hidráulicas.
Entre as empresas que tem como área de atuação o combate às pragas, algumas
novidades interessantes foram apresentadas ao mercado. Produtos, dosadores e até pro-
gramas e aplicativos para melhorar a produtividade foram destacados.
Mirex
Focado no plantio de eucalipto, a Mariex-S apresentou um programa que capitaliza os
recursos que podem ser envolvidos no sucesso do manejo da iscas formicidas. “O Result
é um programa que busca gerenciar os resultados principais e objetivos que cada cliente
tem. Ele trabalha de forma customizada nos programas e serviços para que se capitali-
zem os melhores resultados e a melhor eficiência que se pode ter dentro das exigências
e necessidades de cada cliente”, explicou Augusto Tarozzo, gerente comercial e marke-
75TRÊS LAGOAS FLORESTAL B. FOREST
ting da Mirex.
Outra novidade que a empresa lançou foi o Attaquímetro, uma régua dosadora que
envolve a dosificação para formigueiros que não são visíveis, formigueiros grandes sub-
terrâneos. Essa régua determina, por meio do tamanho do carreiro, a quantidade de isca
que deve ser jogada para esse formigueiro em específico.
Dinagro
Além de estreitar relacionamentos e encontrar os clientes, a Dinagro lançou um apli-
cativo para smartphone. “Ele faz o monitoramento e acompanhamento de formigas.
Também tem uma função que identifica espécies de formigas. Para isto, basta tirar uma
foto que o programa faz a identificação”, destacou Mauricio Romano, diretor comercial
da empresa. Por enquanto, o aplicativo está disponível apenas para o sistema Android.
Foto: Divulgação
76 TRÊS LAGOAS FLORESTALB. FOREST
Syngenta
A empresa, que já trabalha no mercado agrícola, teve como objetivo o lançamento
de produtos voltados para o segmento florestal, como o Touchdown. Um herbicida vol-
tado para as florestas de eucalipto, controlando plantas daninhas, tanto anuais quanto
perenes. A fórmula é à base de sal de glifosato potássico. Outro produto apresentado
pela empresa é o Priori Xtra, fungicida composto por azoxistrobina e ciproconazol. Azo-
xistrobina é um componente que inibe o transporte de elétrons na respiração do fungo.
Ele afeta o processo de geração de energia nas mitocôndrias, resultando na morte das
células. Já o ciproconazol inibe a biossíntese do ergosterol, lipídio da membrana plasmá-
tica do fungo, que exerce importante papel na integridade e manutenção da função da
membrana celular dos fungos.
Basf
A Basf apresentou o Comet, um fungicida para eucalipto que atua como inibidor do
transporte de elétrons nas mitocôndrias das células dos fungos, inibindo a formação de
ATP, essencial para a sobrevivência do fungo. O produto atua também na inibição da
germinação dos esporos, no desenvolvimento e penetração dos tubos germinativos. De
acordo com a empresa, o Comet proporciona maior atividade metabólica da planta, po-
tencializando a enzima nitrato redutase e reduzindo a queda prematura das folhas.
Outro produto apresentado foi o Valeos, um herbicida que atua no controle das prin-
cipais plantas daninhas das folhas largas. Segundo a Basf, o produto inibe a produção de
PPO, um componente fundamental para a síntese da clorofila, o que destrói as membra-
nas celulares da planta daninha e ocasiona sua morte.
FMC
A FMC, mostrou na feira um novo manejo para implantação e manutenção em flo-
resta, com os herbicidas e inseticidas. “Estamos mostrando um manejo, que chamamos
de floresta no limpo, com herbicida solar associado a outros produtos”, contou Gustavo
77TRÊS LAGOAS FLORESTAL B. FOREST
Canato, gerente de marketing florestas FMC, que explicou os benefícios das tecnologias:
“A Linha Floresta FMC é composta por soluções utilizadas durante o manejo da cultura.
Destacamos o herbicida Solara 500 (pré-emergente, pré-plantio de amplo espectro que
promove excelente residual); complementando a linha de herbicidas temos o Savana
(aplicado em pré-plantio, para controle de folhas estreitas e folhas largas), para desse-
cação temos Spotlight (aplicado em pós-emergência das invasoras) auxiliando o Preciso
(glifosato WG) no controle de folhas largas, potencializando a dessecação. O inseticida
Warrant 700 WG (para imersão de mudas) indicado para controle de pragas e o insetici-
da biológico Dipel que controla lagartas, principalmente a Lagarta parda do eucalipto”,
revelou.
Unibrás – Atta Mex-s
Em junho a Unibrás completou 43 anos e, de acordo com Felipe Alves, do departa-
mento de marketing da empresa, objetivo em Três Lagoas foi fazer o contato direto com
as indústrias, tanto os produtores pequenos quanto grandes. “Às vezes o pequeno pro-
dutor precisa de pouca quantidade e nós conseguimos oferecer isso por vender direto
da fábrica”, explicou Felipe.
Apoiotec
A empresa levou para a feira soluções completas para manejo de ervas daninhas,
com herbicidas, tecnologias de aplicação, peças e acessórios, consultoria e treinamento
de equipe. “Nossa novidade foi o pulverizador com barra pendular, para fazer aplicação
em área total”, destacou Rudolf Woch, diretor da Apoiotec. Esse produto tem sistema de
estabilidade de altura da pulverização, reservatório de 600L, faixa de aplicação de 9 a 12
metros, regulagem de altura e levante das barras manual ou hidráulico com acionamento
elétrico, bomba acoplada na TDP ou motor hidráulico, com opção de injetor proporcio-
nal na linha de aplicação.
Além do pulverizador, a empresa também apresentou o misturador e incorporador de
78 TRÊS LAGOAS FLORESTALB. FOREST
defensivo. Rudolf explica que no geral as pessoas quando vão para o campo fazer aplica-
ção ficam preocupadas se o bico está na vasão certa, se o espaçamento e a velocidade
estão adequados, mas na hora de preparar a mistura não se preocupam com o produto
que resta no tanque. “Pensando nisso, desenvolvemos um misturador com fluxômetro
de carga digital com precisão na concentração de calda e um incorporador com capaci-
dade de 20 litros, o que auxilia a preparar uma calda homogênea”, salienta.
Foto: Amanda Scandelari / MF
Guarany
A pulverização florestal e o combate a incêndios foram os destaques da Guarany. O
pulverizador costal com capacidade de 12 litros tem filtragem progressiva, filtros de metal
e cobre, mangueira com trama de ar reforçada, correias com material reforçado e almo-
fadado para proporcionar maior ergonomia e descarga com válvula de cobre.
O outro equipamento é um kit para combate a incêndios. “Estamos expondo um kit
com tanque rígido, que já vem acoplado um carretel. Esse conjunto tem um abastecedor
79TRÊS LAGOAS FLORESTAL B. FOREST
Foto: Amanda Scandelari / MF
Argus
A Argus está entrando no mercado florestal com o equipamento de proteção para os
veículos off road. De acordo com José Assunção, presidente da empresa, grande parte
dos incêndios em florestas acontece por causa das ignições das máquinas. “A partir desta
informação fizemos um kit com acionamento automático que é instalado nas máquinas.
rápido, que permite o autoabastecimento do tanque com a mesma bomba que você faz
a descarga de água no fogo. Ele é equipado com mangueira de 7 m e pode ser instala-
dos em qualquer tipo de picape, pois tem duas versões, uma de 400 e outra de 600L. É
um kit para a chegada rápida e o primeiro combate, kit pronta resposta”, contou Cândido
Simões, engenheiro florestal e gerente da divisão de proteção contra incêndios da Gua-
rany.
80 TRÊS LAGOAS FLORESTALB. FOREST
Ele é composto por um sistema de detecção e supressão automático, concebido para
reconhecer e extinguir o incêndio no início, antes que o mesmo atinja maiores propor-
ções.” Assunção explica que quando o sistema percebe que a temperatura está elevada,
o painel de controle recebe essa informação e dispara automaticamente o extintor para
que haja a extinção do fogo. O kit é certificado, desenvolvido e concebido a partir das
normas internacionais, a NFPA 17.
Completando o ciclo da cadeia produtiva da madeira, empresas de serraria também
marcaram presença, na capital mundial da celulose. Entre elas, a Mill Indústrias e a Woo-
d-Mizer
Mill Indústrias
A Mill Indústrias teve como objetivo principal mostrar para o produtor as vantagens da
verticalização da linha florestal. De acordo com Bem Hur José Taborda, representante
comercial da Mill, industrializar a matéria-prima melhora os resultados da floresta. “Indi-
camos que o produtor monte uma fábrica e produza biomassa e madeira serrada.” Ele
explicou que a Mill Indústrias oferece serviços personalizados, isso porque cada cliente
tem uma necessidade. “Temos que conversar e ver as especificações do trabalho para,
então, sugerirmos a melhor solução”, esclareceu.
Wood-Mizer
A Wood-Mizer é uma empresa que comercializa serrarias móveis e estacionárias, afia-
dores, lâminas e similares do pequeno ao grande produtor. A sua especialidade é planejar
a serraria de acordo com a necessidade do cliente. Durante a Três Lagoas Florestal, ela
mostrou para os visitantes as opções para industrializar o processo.
A organização do evento confirmou a próxima edição da Feira da Cadeia Produtiva da
Indústria de Base Florestal Sustentável da Região de Três Lagoas (MS), ela acontecerá em
2017 com uma novidade, a horário da feira. Em 2015, a feira começava às 14h e terminava
às 22h, mas na próxima começará às 9h e terminará às 18h.
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81NOTAS B. FOREST
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82 NOTASB. FOREST
Qualquer profissional florestal, acostumado a visitar grande feiras do setor, no Brasil ou
em outros países, se surpreende com a magnitude da Ligna, feira realizada em Hannover
(Alemanha) a cada dois anos. Na edição 2015, realizada entre os dias 11 e 15 de maio, a
equipe da Revista B.Forest acompanhou as novidades apresentadas para o setor florestal.
Por: Giovana Massetto
A Imponência Alemã
82 LIGNAB. FOREST
83NOTAS B. FOREST
Foto: Divulgação / Ligna
84 LIGNAB. FOREST
Mais de 96.000 visitantes caminharam pelos 11 pavilhões da Ligna e tiveram
acesso às soluções, tecnologias e inovações apresentadas por 1.567 expo-
sitores, em aproximadamente 120 mil metros quadrados. No centro nervoso
do complexo da Deutsche Messe, as tecnologias disponíveis para as operações flores-
tais abrilhantavam o evento. Nesta área, estavam disponíveis os lançamentos da Ponsse,
John Deere, Palfinger, Stihl, Doppstadt, Sennebogen, CBI, Serra, Combilift, entre outras.
A Ponsse apresentou o lançamento, que está chegando ao mercado florestal brasilei-
ro, o Havester Scorpion. A nova máquina tem foco o operador. Este diferencial permite
mais eficiência e produtividade nas operações de colheita graças a maior visibilidade,
estabilidade e posicionamento da cabine. O posicionamento da grua também permite
um trabalho mais preciso e seguro.
O diretor de marketing da Ponsse Latin America, Fernando Campos com o Harvester Scorpion Foto: Divulgação
85LIGNA B. FOREST
O ForestSight™, sistema de monitoramento remoto de máquinas foi o grande desta-
que da John Deere. O software, foi desenvolvido para produtores que desejam manter
as máquinas operando por mais tempo e com maior produtividade. O sistema, ainda não
disponível ao mercado brasileiro, é composto por um pacote formado por: JDLink (dá
acesso remoto a localização e utilização da frota gerando dados de diagnóstico), Machi-
ne Health Prognostics (realiza a inspeção da máquina e análise de dados fluido) e Remote
Diagnostics and Programming (com apoio do dealer, o sistema ajuda a reduzir o tempo
de inatividade, lendo códigos de diagnóstico à distância, bem como gravando o desem-
penho da máquina). Também estavam em exposição HV 1270 E.
Foto: Divulgação
86 LIGNAB. FOREST
A apresentação das máquinas das duas empresas confirma a tendência dos Harves-
ters de oito rodas, que ajudam a minimizar os impactos causados no solo, graças a dis-
tribuição do peso da máquina em uma maior superfície. Esta característica gera menor
desgaste nas trilhas, erosão e compactação do solo.
A empresa irlandesa Combilift, chamou atenção com exposição do Combilift-SC, um
movimentador de cargas. A solução desenvolvida inicialmente para manuseio de contai-
ners mostrou que também pode ser utilizada pela indústria madeireira, habitação modu-
lar e construção. O modelo tem capacidade de carga superior a 50 toneladas.
Foto: Divulgação
87LIGNA B. FOREST
Quem visitou a área externa também teve acesso as serrarias móveis e processadoras
de lenha, amplamente utilizadas na Europa, que aos poucos chegam no Brasil com as
tecnologias apresentadas pela Serra, Wood-Mizer, Tajfun.
Foto: Divulgação
88 LIGNAB. FOREST
Competições
A Sithl animou a área externa dos pavilhões com as clássicas disputas da Stihl Tim-
bersports, onde competidores corriam contra o relógio para desempenhar atividades
como serrar toras sozinhos ou em dupla e até mesmo talhar toras utilizando os clássicos
machados.
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
89NOTAS B. FOREST
90 LIGNAB. FOREST
Aconteceu também a 11th Lower Saxony Crane Driving Championships, uma com-
petição que envolve a operação de Harvesters e Forwarders por homens e mulheres. O
objetivo principal é simples: movimentar e empilhar toras no menor tempo possível.
Foto: Divulgação
91LIGNA B. FOREST
Pela primeira vez na Ligna, o Wood Industry Summit, proporcionou o diálogo e a
apresentação dos mercados emergentes para os fornecedores de tecnologias flores-
tais e de transformação primária da madeira. Sua realização teve o suporte direto da
KWF (German Forestry Council), Conselho alemão que reuniu delegações da Ucrânia,
Rússia, China e Brasil. Os grupos encontraram no evento uma oportunidade para trocar
informações sobre o mercado e prospectar negócios. “Nesta edição da Ligna, com o
suporte da Wood Industry Summit, conseguimos mostrar a importância do setor flo-
restal como primeiro processo madeireiro”, afirmou a Professora Doutora, Ute Seeling,
diretora da KWF.
A KWF, apresentou tembém em seu estande, localizado na área florestal da feira, os
seus programas de treinamentos, as últimas tecnologias florestais e divulgou a próxima
edição da KWF-Tagung, que será realizada entre os dias 09 e 12 de junho de 2016, na
Bavária.
A comitiva brasileira foi a segunda maior da Wood Industry Summit Foto: Divulgação
92 LIGNAB. FOREST
Foto: Divulgação
93LIGNA B. FOREST
Curiosidade
O ponto alto para os visitantes da Ligna, que buscavam por tecnologia para beneficia-
mento da madeira, foi encontrado no estande da Homag. Quem passou por lá, se depa-
rou um o Titan, um robô que apresentava o conceito integrado de produção de móveis,
uma tendência para o mercado.
Ligna 2017
Quem desejar visitar a próxima edição da Ligna, já pode se programar. Ela acontecerá
de 22 a 26 de maio de 2017, em Hannover.
Foto: Divulgação
94 NOTASB. FOREST
95NOTAS B. FOREST
Análise Mercadológica
95 MERCADOB. FOREST
Foto: Divulgação
A partir de uma demanda dos nossos leitores sobre informações do mercado de madei-
ra no Brasil, a Revista B.Forest buscou uma parceria com a STCP, para trazer, mensamente,
informações atualizadas sobre o cenário macroeconômico e sua influência no setor flo-
restal. Confira!
Por: STCP
96 MERCADOB. FOREST
Indicadores Macroeconômicos
Perspectivas Econômicas: A perspectiva para a economia brasileira em 2015 indica
retração do PIB em cerca de -1,35%, enquanto a taxa de crescimento média global
esperada é de +3,5%, conforme estimado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Analistas do mercado prevêem, para o final de 2015, a taxa de juros (Selic) próxima de
14,0%, a taxa de câmbio ao redor de BRL 3,20/USD e a inflação entre 8,5-9,0% ao ano.
• Inflação: O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu
+0,74% em maio, o que acumulou +5,34% nos cinco primeiros meses do ano e +8,47%
em 12 meses. Acima do limite superior de 6,5% fixado como meta de inflação pelo BCB
(Banco Central do Brasil). A taxa observada em maio é a maior taxa para o mês desde
2008. A estimativa de instituições financeiras para a inflação de 2015 subiu de 8,46%
para 8,79%, a qual, se confirmada, atingirá o maior patamar desde 2003 (9,3%). No en-
tanto, a expectativa oficial do governo para a inflação deste ano está em 8,26%. A alta
do dólar e dos preços administrados (como telefone, água, energia elétrica, combustí-
veis e ônibus, etc.), além dos alimentos, tem impulsionado os preços em 2015. Adicio-
nalmente a inflação de serviços, elevada pelos ganhos reais de salários, continua alta.
• Taxa de Juros: Em meados de junho/2015, o Copom (Comitê de Política Mone-
tária do Banco Central) aumentou pela sexta vez consecutiva a taxa básica de juros (Se-
lic). Mais uma vez, o aumento foi de 0,5 ponto percentual, totalizando 13,75% ao ano, a
taxa mais alta desde dezembro de 2008. Um novo aumento é esperado em 2015, dada
a estratégia de política monetária adotada pelo Banco Central para controle inflacioná-
rio.
• Taxa de Câmbio: A taxa de câmbio fechou em BRL 3,01/USD, em abril, e BRL
3,18/USD, em maio. Desde janeiro de 2015, quando a taxa iniciou o ano com BRL 2,69/
USD, o aumento acumulado até maio foi de 18%. Esse comportamento reflete a es-
calada da taxa e a desvalorização da moeda brasileira desde o ano passado, causada
entre outros pela crise econômica enfrentada pelo país. Em maio, a paridade cambial
foi afetada principalmente pela divulgação do relatório de balanço da Petrobras, o qual
apontou perda de BRL 6 bilhões em 2014, além de relato da melhoria da economia dos
EUA.
97MERCADO B. FOREST
Índice de preços de madeira em tora no Brasil
Índice de Preço Nominal de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Abr/14 = 100)
Tora de eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 15-25 cm; Lami-
nação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé.
Fonte: Banco de Dados STCP e Banco Central do Brasil (IPCA).
98 MERCADOB. FOREST
Índice Real de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Abr/14 = 100)
Tora de eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 16-25 cm; Lami-
nação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé.
Fonte: Banco de Dados STCP (atualização bimestral).
99MERCADO B. FOREST
Comentários - Tora de Eucalipto
A variação dos preços médios da tora de eucalipto (Brasil) apresentou aumento no-
minal, nos últimos 12 meses, para todos os sortimentos. Porém, em termos reais, ape-
nas os preços de toras para energia (biomassa) e laminação apresentaram crescimento
real. O aumento de preços da tora para energia está relacionado à competição pelo
uso por diferentes segmentos, em algumas regiões, embora se observe uma sobre
oferta deste tipo de madeira por conta da retração de mercado em regiões tradicionais
produtoras de madeira para energia. O aumento dos preço para toras de laminação é
devido à escassez deste sortimento no mercado, devido à área reduzida com plantios
com rotação mais longa e a retomada das exportações de lâminas e móveis.
As toras finas de eucalipto destinadas a processo/celulose mantiveram seus pre-
ços nominais estáveis, com tendência de leve queda nos preços reais. A produção de
celulose de fibra curta (proveniente de eucalipto) subiu 5,3% em março, em relação a
fevereiro, de acordo com o IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores). Em abril, houve queda
de 2,6% na produção total de celulose (inclui fibra curta, fibra longa e pasta de alto ren-
dimento), totalizando 1,3 milhão ton. Em média, 85% da produção total correspondem
à celulose de fibra curta (cerca de 1,1 milhão ton). A redução na produção de celulose
afetou a demanda por tora de processo, o que, de certa forma, refletiu na oscilação de
preços observada no período.
Os preços médios nominais de toras para serraria também apresentaram tendência
de aumento, embora em termos reais observa-se tendência inversa. A demanda por
toras grossas, principalmente para diâmetro acima de 25 cm, está em alta. Devido à
escassez deste sortimento no mercado, observa-se pressão para aumento de preços,
embora muitas empresas não tenham conseguido efetuar o repasse dos custos de mão
de obra, combustível e energia elétrica. Adicionalmente, a desaceleração da constru-
ção civil no último ano e a redução do crédito tem tornado a situação mais restritiva.
100 MERCADOB. FOREST
Comentários - Tora de Pinus
Com relação à tora de pinus, observa-se aumento nos preços nominais para todas
as classes de sortimentos, nos últimos 12 meses. Por outro lado, em termos reais ob-
serva-se que não houve recuperação do índice de inflação no período para as toras de
celulose/processo. Os preços reais para este sortimento têm apresentado quedas gra-
dativas. Essa tendência de queda nos preços deve-se principalmente à sobre oferta de
toras finas (8-15 cm) por parte de algumas empresas fornecedoras deste sortimento na
região Sul do país. Todavia, as empresas de painéis estão direcionando gradativamente
suas vendas para o mercado externo. Como parte da madeira de processo é utilizada
por este segmento, existe a perspectiva de leve aumento na demanda pelo mesmo,
com possível pressão sobre os preços.
Os valores médios de tora grossa de pinus (sortimentos de serraria, laminação e
laminação especial) apresentam tendência de alta nos preços nominais e também de
recuperação nos preços em termos reais. A demanda por maiores sortimentos segue
em alta, o que repercute nos preços do produto. Tal fato deve-se à oferta relativamente
reduzida desta matéria-prima no mercado nacional (principalmente sortimentos acima
de > 35 cm de diâmetro). Além disso, a valorização acentuada do Dólar Americano
no mercado brasileiro, nos últimos meses, tem favorecido a exportação de madeira
serrada e compensado. Isto tem refletido em aumento na procura por matéria-prima
(madeira em tora) para a produção de tais produtos destinados ao mercado externo
nos últimos meses.
100 MERCADOB. FOREST
101NOTAS B. FOREST
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102 NOTASB. FOREST
Projetado para árvores de grande diâ-
metro, o cabeçote Komatsu S172 realiza
desgalhamento com três facas contro-
ladas hidraulicamente e uma quarta faca
móvel vertical. Ele contém o sistema o
Flex Friction Control (controle flexível de
fricção), o que significa que a posição dos
galhos no caminho de alimentação é re-
gulada por um sensor na faca vertical. O
resultado é baixo atrito, sem sacrifício da
qualidade do desgalhamento.
O sistema de alimentação é baseado em
dois rolos potentes que podem lidar com
árvores realmente grandes. O cabeçote
fornece força de alimentação alta devido
ao projeto especial do motor. Quando é
necessária grande força para alimentar a
árvore, o motor reduz a velocidade de for-
ma a proporcionar mais torque. Da mes-
ma forma, se menos potência é requerida
para a alimentação, o motor acelera.
Para minimizar o tempo de inativida-
de, o S172 é equipado com roteamento de
mangueiras protegido. E para minimizar o
vazamento de óleo hidráulico o cabeçote
é equipado com acoplamentos ORFS.
Opções e recursos de personalização
abrangem desde medição, rolos de ali-
mentação e unidades de serra, até mar-
cação colorida e tratamento de toco. O
Komatsu S172 é projetado para o maior
Harvester da empresa, o Komatsu 951, e
é o cabeçote mais pesado que pode ser
entregue junto com uma grua de 10 me-
tros. O peso do cabeçote é de no mínimo
1.675 kg.
Komatsu S172 - operações de derrubada exigentes
Foto: Divulgação / Komatsu
103NOTAS B. FOREST
De janeiro a abril deste ano, a receita de exportação do setor de árvores plantadas to-
talizou US$ 2,42 bilhões, registrando crescimento de 1,8% em relação ao mesmo período
de 2014. Também nos quatro primeiros meses de 2015, o setor registrou saldo positivo de
US$ 2,03 bilhões, na balança comercial setorial, ou seja, um aumento de 14% em relação ao
primeiro quadrimestre de 2014. Os segmentos que se destacaram foram celulose, papel e
painéis de madeira.
Celulose – Entre janeiro e abril de 2015, a produção de celulose totalizou 5,42 milhões
de toneladas, alta de 4,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O volume expor-
tado registrou crescimento de 12,7% na comparação com 2014, totalizando 3,66 milhões
de toneladas.
Papel – Nos quatro meses de 2015, as exportações de papel atingiram 639 mil toneladas,
ante 642 mil toneladas no mesmo período do ano passado. A produção se manteve prati-
camente estável de janeiro a abril de 2015 e atingiu 3,4 milhões de toneladas.
Painéis de madeira – As exportações de painéis de madeira praticamente dobraram no
primeiro quadrimestre deste ano, totalizando 170 mil metros³, o que representa alta de
97,7% na comparação com o acumulado desse período em 2014.
Setor sem crise
O Estado de Mato Grosso do Sul vai atingir à marca de um milhão de hectares plantados
até o fim de 2017. É o que garantiu o presidente da Reflore – MS (Associação Sul-Mato-
-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas), Moacir Reis. De acordo
com ele, essa meta estava prevista, inicialmente, para 2020. No entanto, a demanda por
florestas plantadas aumentou e houve uma aceleração deste plantio devido ao anúncio
da duplicação da Eldorado Brasil e Fibria, cujos investimentos somam quase R$ 16 bilhões,
além da construção de uma fábrica de MDF, no município de Água Clara e de uma terceira
fábrica em Ribas do Rio Pardo. “Na pior das hipóteses, chegaremos a esta área em 2018,
mas, sem dúvida, antes de 2020”, acrescentou Reis.
Previsão antecipada
104 NOTASB. FOREST
A Eldorado Brasil lançou, no dia 15 de junho, a pedra fundamental da construção de
sua nova linha de produção de celulose em Três Lagoas (MS). A empresa terá a maior
linha de produção de celulose do mundo, com capacidade nominal para mais de dois
milhões de toneladas de celulose por ano. Com as duas linhas em operação, a Eldora-
do será capaz de fabricar até 4 milhões de toneladas de celulose por ano.
“Com o início das obras da nova linha, a Eldorado dá um passo fundamental para
ser uma das líderes do setor de celulose do mundo, com competitividade e sustenta-
bilidade em todas as etapas do processo”, afirma José Carlos Grubisich, presidente da
companhia.
A construção da nova linha de produção exige um investimento industrial estimado
em R$ 8 bilhões, sendo 30% proveniente de capital próprio e 70% de linhas de crédito
de longo prazo compatíveis com a estrutura do projeto. O processo de estruturação
de capital já está bem avançado e tem previsão de conclusão ao longo do segundo
semestre de 2015.
Além da Eldorado, a Fibria também anunciou uma expansão em seus negócios e
no início de junto, os deputados federais pertencentes à Frente Parlamentar de Silvi-
cultura, Newton Cardoso Junior, Carlos Marun e Mauro Pereira, anunciaram que uma
terceira fábrica de celulose se instalará no Mato Grosso do Sul. Nada está claramente
confirmado, mas, por enquanto, o município de Ribas do Rio Pardo é o mais cotado
para receber esta terceira fábrica.
Eldorado Brasil dá início a construção da nova fábrica de celulose
Foto: Divulgação
105NOTAS B. FOREST
A Lei Complementar Nº 567, que agiliza as vistorias para a liberação do plano de
manejo florestal para os empresários do setor madeireiro de Mato Grosso, foi publi-
cada no Diário Oficial. Com a publicação da nova lei, as vistorias prévias não serão
mais necessárias para a liberação do plano de manejo, o que irá acelerar ao processo.
A notícia da publicação foi anunciada na metade de junho em reunião realizada entre
representantes do setor madeireiro, o governador Pedro Taques e a secretária de Meio
Ambiente, Ana Luiza Peterlini.
A medida é uma resposta a um pedido feito pelo setor madeireiro ao governador
para que houvesse mais agilidade no processo de manejo florestal e o apoio do gover-
no de Mato Grosso para o desenvolvimento da atividade de forma sustentável. Foram
liberados pela Sema (Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) 43 projetos de
manejo florestal este ano, mas, segundo o Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e
Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso), estão protocolados 586 projetos
na secretaria.
Lei que agiliza vistoria de manejo florestal é sancionada
Foto: Divulgação
106 NOTASB. FOREST 106 FOTOSB. FOREST
107VÍDEOS B. FOREST
108 VÍDEOSB. FOREST
110 AGENDAB. FOREST
2015
2015
2015
JUL
AGO
SET
06
20
07
AGOSTO
4° Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Custos Florestais
Quando: 20 e 21 de Agosto de 2015
Onde: Curitiba (PR).
Informações: www.malinovski.com.br
SETEMBRO
XIV Congresso Florestal Mundial
Quando: 07 a 11 de Setembro de 2015
Onde: Durban (África do Sul).
Informações: www.fao.org/forestry/wfc
JULHO
4th International Conference on Forests and Water in a
Changing Environment
Quando: 06 a 09 de Julho de 2015
Onde: Kelowna (Canadá).
Informações: www.forestandwater2015.com
2015
OUT
04
OUTUBRO
48th International Symposium on Forestry Mechanization
Quando: 04 a 08 de Outubro de 2015
Onde: Linz (Áustria).
Informações: www.formec.org
2015
OUT
06
OUTUBRO
Austrofoma
Quando: 06 a 08 de Outubro de 2015
Onde: Hochficht (Áustria).
Informações: www.austrofoma.at
111AGENDA B. FOREST
2015
OUT
06
OUTUBRO
V Congresso Florestal Paranaense
Quando: 06 a 08 de Outubro de 2015
Onde: Curitiba (PR).
Informações: www.apreflorestas.com.br
2015
OUT
22
OUTUBRO
5° Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Gestão de Manutenção de Máqui-
nas Florestais
Quando: 22 e 23 de Outubro de 2015
Onde: Curitiba (PR).
Informações: www.malinovski.com.br
2015
NOV
06
NOVEMBRO
Expocorma 2015
Quando: 06 a 08 de Novembro de 2015
Onde: Concepción (Chile).
Informações: www.expocorma.cl
2015
NOV
19
NOVEMBRO
3º Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Silvicultura de
Florestas Plantadas
Quando: 19 e 20 de Novembro de 2015
Onde: Curitiba (PR).
Informações: www.malinovski.com.br
112 AGENDAB. FOREST