bem estar desvalor 14-10-12

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Page 1: Bem estar desvalor   14-10-12
Page 2: Bem estar desvalor   14-10-12

Editorial

Laços e nós são duas palavras que servem bem comometáforas noque diz respeito às relações humanas.Delas soubeaproveitar apsicoterapeuta Beatriz HelenaParanhosCardella emseunovo livro cujo título é justamente “Laçose Nós - Amor eIntimidadenas RelaçõesHumanas”.Entrevistada pela revistaBem-Estar nesta edição,Beatriz chamaa atençãopara anecessidadedo amadurecimentoemocional, semo qualdiminuemmuito as chancesde uma relação darcerto. “Não hárelacionamentobomqueseja encontrado pronto, por issoéprecisodedicar-semuito paraalcançar a intimidade, acumplicidadee o companheirismo.As pessoasesperamencontrar umparceiro, masnãoparecemmuito dispostas atrabalhar pela relação, quecomo tudo navida só cresceráse forbemcuidada”.Antesde se relacionarcomo outro, procure serelacionarconsigo mesmo,entender quemvocêé, ser parceirodesi próprio. Fortaleça primeiro este laço.Que a vida lhereservarámuitos presentes.

24

Nos arredores de Lisboa, conheçapraias e cidades charmosas,além do ótimo vinho

16

Giovanna Antonelli se diz segura paraencarar papel de delegada em “SalveJorge”, a próxima novela das 21 horas

13

Terapeuta sistêmico e médicohomeopata explica a terapêutica FAO(fatores de auto organização, que visaao amadurecimento emocional

Poesia

Nuvem

Forte, o vento traz cheiro de terra molhada.

Semaviso ou licença, invade minha alma.

Faz-me querer.

Desejar ser.

Ser onde depositarias teu coração;

esse teu tão humano existir.

Mas sou nuvem.

O vento que me faz querer ser

é também o que me leva e me dilui.

Que me faz lágrima; que me faz chuva

Que me faz bênção ou praga.

E onde nunca depositarás nada.

Valdíria Carvalho Corrêa, em “Imanência”

ALIMENTAÇÃOEspecialistas são contra produtosque oferecem o colágeno pronto,já que a proteína é produzidanaturalmente pelo organismoPágina 7

ESPIRITUALIDADELivrodiz que a mudançanoplanetapelosmaias em 2012 naverdadeocorreráem 2019. Masnão seráo fimdomundoPáginas 8 e 9

COMPORTAMENTOAprenda como não transformar obloqueio causado pela timidez embarreira para o seu sucessopessoal e profissionalPáginas 10 e 11

TRATAMENTOHomeopatia ajuda a equilibrar oorganismo para não deixar queproblemas como a ansiedadesejam desencadeadosPágina 12

Agência O Globo/Divulgação

Pedro Paulo Figueiredo/Divulgação

Turismo

Thomaz Vita Neto

Televisão

Fortaleça laços eabra ‘presentes’

HeidwaldoSeleghini

DIÁRIO DA REGIÃO

Editor-chefeFabrício Carareto

[email protected]

Editora-executivaRita Magalhães

[email protected]

CoordenaçãoLigia Ottoboni

[email protected]

Editor de Bem-Estar e TVIgor Galante

[email protected]

Editora de TurismoCecília Demian

[email protected]

Editor de ArteCésar A. Belisário

[email protected]

Pesquisa de fotosMara Lúcia de Sousa

DiagramaçãoCristiane Magalhães

Tratamento de ImagensArthur Miglionni, Humberto

Pereira e Luciana Nardelli

MatériasAgência Estado

Agência O Globo

TV Press

2 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 3: Bem estar desvalor   14-10-12

O MÍSTICO PRÁTICO

Esoterismo

José Trigueirinho Netto

O misticismo é uma fase da evolu-

ção humana e por ela todos, mais ce-

do ou mais tarde, temos de passar. É

um dos processos de aproximação à

alma, núcleo profundo e elevado do

ser. À certa altura da evolução, a nos-

sa pessoa externa é atraída pela alma.

A união com esse núcleo é então aos

poucos desejada, e a atenção da per-

sonalidade se volta para ele. É aí que

começa o misticismo. Sentimentos,

pensamentos e ações interagem e se

juntam em busca de algo maior. As-

sim, pouco a pouco a personalidade

vai tendo suas forças reunidas e con-

troladas pela alma e se aproxima ca-

da vez mais dela. E o misticismo vai

crescendo. Quando por fim a perso-

nalidade é absorvida na alma e se dei-

xa coordenar totalmente por ela, ter-

mina o que se chama misticismo e

tem início outro processo: o da

união com a mônada, núcleo ainda

mais elevado do ser.

Durante a fase do misticismo, a

alma vai-se revelando cada vez mais

à personalidade. Procura influir de

forma que seja percebida, para que o

eu externo possa seguir suas indica-

ções e colaborar com o trabalho que

ela está fazendo. Desse modo, os an-

seios profundos do místico revestem-

se das coisas que ele mais ama. Se,

por exemplo, tem um ser avançado

como objeto de inspiração, a alma po-

de apresentar-se a ele em sonhos sob

as vestes daquela personagem, visan-

do a orientá-lo com mais facilidade.

Mas é preciso cuidado para que

nessa etapa do misticismo não se

criem fantasias. Quem entra no cami-

nho místico deve saber desde o iní-

cio que seu destino é a vida imaterial

e que não deve contar com proteções

especiais nem com favores das ener-

gias superiores, pois isso encheria a

sua vida de quimeras. O verdadeiro

místico não procura consolo nem

paz para si mesmo. À medida que as-

cende, compartilha o seu estado de

alegria e bem-estar. Verte sobre a vi-

da planetária o que lhe vem do mun-

do interior, embora nem sempre te-

nha consciência de estar fazendo is-

so. Se sua busca é de união supe-

rior, tudo o que lhe sucede reverte

em ações benéficas. O místico não

retém as graças que recebe. Mes-

mo que viva uma experiência pro-

funda e importante para si, entre-

ga-a ao Alto com desapego e a dei-

xa fluir sem alimentar desejo de

continuá-la. Sua principal função é a

de irradiar para todos o que está de-

senvolvendo em si.

O místico deve permanecer tran-

qüilo, neutro e impassível. Assim,

por seu intermédio a alma pode cana-

lizar energias. É importante frisar

que ele trabalha de maneira efetiva

também na vida externa, e pode-se

ver que sua atuação é bem mais con-

vincente e forte que a das pessoas co-

muns. O misticismo autêntico é o

dos dispostos a persistir, mesmo que

nada de sobrenatural estejam perce-

bendo. Há casos em que o místico

nem mesmo sabe que é místico. Atra-

vessa longos períodos sem ter sinal

algum da vida interior. Mas perseve-

ra, sem nada ver, nada saber e nada

sentir dos mundos superiores. Man-

tém-se paciente, voltado para a al-

ma. É observador e sabe valorizar o

que de positivo vai acontecendo em

sua vida, sem se esquecer de que a

maior parte da sua atenção deve es-

tar nos fatos interiores, ainda que de-

les não tenha indícios.

Tal místico não despreza solicita-

ções externas e está pronto a servir,

sem perder sua sintonia com o mun-

do interior. Sua necessidade é a de ir

para dentro de si, e precisa aprender

a fazer isso sem deixar de realizar o

que lhe cabe no plano material. Es-

ses místicos práticos são uma grande

força para o mundo. O místico práti-

co lida com as leis da matéria em um

nível que não podia atingir enquan-

to era uma pessoa comum. Cura,

transforma, transmuta, purifica, re-

genera, constrói coisas novas, des-

trói as ultrapassadas. No exercício

do misticismo, seu ego vai sendo

transcendido e sua vida vai se polari-

zando em núcleos superiores do pró-

prio ser e do universo. Deixa de ser

uma vida de deduções, reflexões e ila-

ções mentais.

Quando o misticismo começa a

crescer em alguém, é normal que des-

pontem nele o orgulho e a vaidade.

Costumam ser muito mais fortes que

os das pessoas comuns e, não raro,

vêm camuflados. Além disso, nesse

caminho há que se ter cuidado com

a imaginação, porque se torna tam-

bém mais forte. Os pensamentos e

sentimentos emitidos passam a

atuar de maneira mais incisiva e

magnética no campo mental e no as-

tral planetários. Os conceitos forma-

dos sobre as pessoas podem influir

nelas. O místico, consciente de tudo

isso, busca purificar-se e dirigir-se

decidido para a sua autêntica tarefa.

O místico prático tem de sinteti-

zar sua experiência nos diferentes

planos de consciência, fundi-los. Es-

te é um dos seus trabalhos de hoje:

manifestar algo que reúna sentimen-

to, mente e alma. O resultado já não

é tão pessoal, mas muito mais abran-

gente. É uma expressão universal, re-

ceptiva e intuitiva. Os místicos práti-

cos não se submetem ao tempo mate-

rial do mesmo modo que as pessoas

comuns. Vêem-se num eterno agora

e, assim, mais próximos da realida-

de. Os que vivem essa espécie de mis-

ticismo têm nesta época a evolução

acelerada. Há muitas forças positi-

vas introduzindo-se na Terra, forças

aqui desconhecidas. Compete a eles

abrirem-se a essas novas energias, irra-

diá-las sem se darem a perceber. Terre-

nos de todo virgens estão para ser des-

cobertos no interior do ser. �

Extraído do boletim “Sinais de Fieugiera”

(Editora Pensamento), de Trigueirinho(www.trigueirinho.org.br). Palestras do autorpoderão ser ouvidas, gratuitamente, no site:www.irdin.org.br, ou no grupo de estudos quese reúne às quintas-feiras, às 20 horas, na ruaPorfírio Pimentel, 55, Bom Jesus (2ª travessaacima da Av. Alberto Andaló). Maisinformações: [email protected]

José Trigueirinho Netto éfilósofo espiritualista, autor de77 livros, com cerca de 2,5milhões de exemplarespublicados até o momento, emais de 1,7 mil palestrasgravadas ao vivo

Os que vivem essa espécie de misticismo têm a evolução acelerada

Quem é

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 / 3

Page 4: Bem estar desvalor   14-10-12

Terapeuta Beatriz Helena Paranhos Cardella fala de

amor e intimidade nas relações humanas modernas

Gisele [email protected]

No mundo atual, marcado pelas ne-

cessidades imediatas, o amor passou a

ser mais uma tarefa da qual precisamos

nos desincumbir. O tempo todo temos

de provar que “amamos direito”, fazen-

do um relacionamento dar certo, a fim

de satisfazer nosso parceiro e a pró-

pria sociedade, que espera de nós a

perfeição conjugal. Para a terapeuta

de família Beatriz Helena Paranhos

Cardella, a modernidade, porém, exi-

ge rapidez e praticidade na resolu-

ção de conflitos e o tempo livre ne-

cessário para refletir, elaborar os sen-

timentos ou simplesmente estar jun-

to da pessoa querida, sem hora mar-

cada, é conside-

rado perdido. Debai-

xo de tantas expectativas, é

natural que o amor fique sufoca-

do e corra riscos de se perder em

meio a cobranças. E é exatamente es-

se o tema central do livro “Laços e

Nós – Amor e Intimidade nas Rela-

ções Humanas”, escrito por Beatriz.

“Os laços são as relações que esta-

belecemos na vida e que nos ligam

profundamente às outras pessoas.

Os nós, por sua vez, são os conflitos

e impedimentos que precisam ser su-

perados para atingirmos o real signi-

ficado dos laços”, explica.

O problema é que os nós nem

sempre são desfeitos facilmente, e

acabamos desistindo antes de tentar.

Amor e sofrimento, diz a autora, en-

contram-se no cerne da condição hu-

mana e estão intimamente relaciona-

dos. “Ninguém está livre de sofrer.

Contudo, podemos transformar nos-

sa maneira de compreender o sofri-

mento e desenvolver sabedoria para

lidar com a vida, conosco e com os

outros”, diz.

A obra une mais de duas décadas

de trabalho clínico em psicoterapia

e sua experiência pessoal para falar

de um dos maiores e mais sagrados

mistérios: o amor. Longe de ofere-

cer “receitas de sucesso”, o livro tra-

ta da relação humana como algo

multifacetado e coberto de possibili-

dades.

No livro, ao focalizar esses senti-

mentos sem sobrecarregar sobre o

que é certo ou errado, Beatriz nos le-

va a refletir sobre as próprias rela-

ções, o que nos possibilita entendê-

las e transformá-las, se for o caso, é

claro, bem como de acolher aspectos

significativos da intimidade, entre

eles o perdão, o companheirismo e a

aceitação.

O que funciona para uma pessoa,

ressalta, pode não funcionar para a

outra, mas a vontade de aceitar com

sinceridade a presença do outro em

nós – bem como a imagem que ele

nos devolve de nós mesmos – pode

ser determinante para alcançar uma

relação madura e criativa, explica

Beatriz no livro. “O amor não é ape-

nas um sentimento, mas uma abertu-

ra ao outro, que vai além do romance

e do erotismo; é um estado de ser,

uma atitude diante da existência,

uma reverência ao mistério”, com-

plementa.

Sobre “laços e nós” dos relaciona-

mentos, Beatriz Cardella falou com

exclusividade à revista Bem-Estar.

Revista Bem-Estar - Qual o maiordesafio hoje dos casais que querem vi-ver uma relação a dois?

Beatriz Helena Paranho Cardella -

O maior desafio é compreenderem

que uma relação amorosa é uma cons-

trução, portanto, um processo. Não

há relacionamento bom que seja en-

contrado pronto, por isso é preciso

dedicar-se muito para alcançar a inti-

midade, a cumplicidade e o compa-

nheirismo. Infelizmente, as pessoas

esperam encontrar um parceiro, mas

não parecem muito dispostas a traba-

lhar pela relação, que como tudo na

vida só crescerá se for bem cuidada.

Relacionamento

Desate os nósque enfraquecemos laços afetivos

4 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 5: Bem estar desvalor   14-10-12

Bem-Estar - Por que tanta gentedeposita no parceiro tanta expecta-tiva e responsabilidade pela felici-dade?

Beatriz - Isso é fruto de uma certa

imaturidade e falta de referências so-

bre o que seja um relacionamento.

Somos responsáveis por nosso bem-

estar e o parceiro chega para compar-

tilhar essa alegria e não para satisfa-

zer nossas necessidades. Nossas ne-

cessidades são de nossa responsabili-

dade e não do outro. Dessa forma, as

pessoas esperam um bom relaciona-

mento, mas precisam tomar cons-

ciência de que ele só acontecerá se

nós mesmos nos tornarmos boas

companhias para nós mesmos, aí po-

deremos desfrutar da companhia do

outro sem tantas expectativas.

Bem-Estar - Como entrar em umarelação sem depender do outro emo-cional ou financeiramente?

Beatriz- Buscando crescer e cons-

truir a própria vida. É preciso tornar-

se um adulto emocionalmente, não

apenas nos anos vividos. É preciso

tomar a vida nas próprias mãos e ir

em busca do que se almeja, compreen-

dendo que o parceiro vem para com-

partilhar e não para preencher. Só

compreende isso quem se tornou, de

fato, um adulto. Se esperamos do ou-

tro satisfação emocional ou material,

é porque temos carências que preci-

sam ser conscientizadas, cuidadas e

às vezes tratadas junto de um profis-

sional, para aprendermos a dar conta

de nós mesmos. Só assim poderemos

estabelecer uma relação amorosa com

alguém.

Bem-Estar - Se a pessoa muitas ve-zes tem consciência de que está emuma relação onde exista essa depen-dência, como pode sair dela?

Beatriz - Buscando se conhecer, com-

preender suas carências e sofrimentos,

seus vazios e necessidades, seus senti-

mentos, desejos, valores, aspirações,

projetos de vida, apropriando-se de sua

história, de seus conflitos, limites e re-

cursos. Fazer isso sozinho é muito difí-

cil. Hoje, existem muitos caminhos de

autoconhecimento e quem estiver de fa-

to comprometido com essa tarefa saberá

encontrar ajuda.

Bem-Estar - Por que as pessoastêm tanto medo de sair de uma rela-ção ruim e não encontrar uma pessoacom quem possa desfrutar de uma re-lação prazerosa?

Beatriz - Em geral, por um desvalor

profundo. No fundo, podem não se sen-

tir dignas de serem amadas e acreditam

que esta relação é a única possibilidade.

Quem está preso numa relação infértil,

em geral, não está sendo capaz de amar-

se e valorizar-se.

Bem-Estar - O que fazer para umrelacionamento dar certo nos diasde hoje?

Beatriz - Não há receitas nem fórmu-

las para se relacionar. É preciso antes

de tudo buscar se relacionar consigo

mesmo, saber quem se é, aprender a

conviver bem consigo mesmo, ser um

parceiro para si mesmo. Sem essa con-

dição não há possibilidade de encon-

trar uma relação que possa ser troca e

compartilhamento.

Bem-Estar - Quais os limites de ca-

da um na relação?Beatriz - Os limites são pessoais e

singulares. Cada pessoa e cada casal

funcionam de modo diferente. As-

sim, é ao longo do convívio que os li-

mites vão sendo conhecidos, revela-

dos, estabelecidos, negociados e legi-

timados. É preciso haver confiança e

respeito aos limites de cada um e es-

ses limites mudam dependendo do

momento, das circunstâncias, das ne-

cessidades de cada um.

Bem-Estar - Quais os principais pe-rigos para uma relação atualmente?

Beatriz - Os perigos são a solidão

acompanhada, pois muitas pessoas

se relacionam, mas se sentem profun-

damente sozinhas. Não cedem espa-

ço para o outro ou o outro não oferta

espaço para elas. É o conhecido indi-

vidualismo tão em voga nos dias de

hoje. Por outro lado, vemos também

casais que se misturam, pois não sa-

bem respeitar os espaços um do ou-

tro e ficam se controlando mutua-

mente. Ou ainda aqueles casais onde

um foge e o outro pressiona.

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 / 5

Page 6: Bem estar desvalor   14-10-12

Beatriz Helena Paranhos Cardella é psicóloga,psicoterapeuta e supervisora clínica há 23anos. É professora de pós-graduação emgestalt-terapia no Instituto Sedes Sapientiae,em São Paulo, e autora dos livros “O amor narelação terapêutica” e “A construção dopsicoterapeuta”, ambos editados pelaSummus. Coordena o Grupo de Estudos deTemas Clínicos, trabalho de formaçãocontinuada para psicoterapeutas e psicólogosclínicos que enfatiza a relaçãoterapeuta-paciente, o sofrimento e oadoecimento humano na contemporaneidade

Raio X

“O casamento é uma escolha consciente, um sonho íntimo compartilhado, enão mais um meio para atingir um fim, como escapar da solidão, ter companhia navelhice, contar com alguém para prover, alcançar a possibilidade de sustento, terreconhecimento social, status, etc. Se até 40 anos atrás um casamento com taisobjetivos perdurava muitas vezes até a morte de um dos parceiros, hoje estáfadado a terminar cedo.”

“Muitas vezes, o casamento passa a ser um meio para suprir carências deordem psíquica por meio do vínculo com o outro, que se torna objeto de satisfaçãoou prazer. Esta é a raiz de grande frustração e inúmeros rompimentos: quando osparceiros transferem um para o outro, ou mesmo para a relação, aresponsabilidade ilusória de dar conta de necessidades afetivas que transcendema própria relação.”

“Muitos enredos dolorosos e infelizes se perpetuam até que alguém, por umimperativo de lucidez e desejo de se libertar do sofrimento, quebra a corrente eparte em busca de novas formas de viver.”

“Na trajetória humana, sentir solidão é inevitável. Há uma espécie de solidãoque advém da condição inexorável de sermos seres únicos e singulares. É asolidão existencial. Há outro tipo de solidão que se refere à ausência de vínculoshumanos que possibilitem a experiência de compartilhamento e de sentir-seacompanhado, mesmo que seja por sim mesmo. Essa espécie de solidão é umsofrimento e e revela que a pessoa não alcançou sequer a possibilidade dacompanhia humana, de reconhecimento de sua existência por outrem e, portantopor si mesmo. Quando compreendemos e acolhemos nossa solidão, podemosexperimentar solitude, ou seja, sentimo-nos acompanhados mesmo sozinhos;ainda que não haja outro fora de nós, há outro em nós, um estado de presença, dequietude e de repouso”.

Trechos do livro

Bem-Estar - Como podemos solu-cionar os conflitos, já que muitas ve-zes eles são inevitáveis?

Beatriz - Conflitos são inevitáveis e

necessários. Eles podem ser criativos ou

destrutivos, dependendo de como são

tratados. A pior atitude diante do confli-

to é guerrear: quem está certo, quem es-

tá errado, de quem é a culpa, quem ama

mais, quem ama menos. Aqui só há dis-

puta de poder, não há amor. Quando há

amor, os conflitos servem para revelar

as diferenças e fazer negociações, apro-

fundar o conhecimento de si mesmo, do

parceiro e da própria relação. Quando

há conflito, é preciso se abrir, e o que a

maioria das pessoas faz é se fechar.

Quando há fechamento, a comunicação

para de fluir, e ao invés de crescimento,

o conflito gera distanciamento.

Bem-Estar - Por que as pessoas de-sistem tão fácil de desatar os nós emuma relação?

Beatriz – Infelizmente, as pessoas es-

tão indisponíveis para trabalhar pela re-

lação, que deve contemplar o “eu”, o

“você”, o “nós” e o que está além do

“nós”. Na maioria das vezes, as pessoas

só dizem “eu”, ou então se abandonam

em nome do “você” e depois cobram o

outro se sentindo vítimas da situação.

Para construir um “nós”, é preciso pa-

ciência, dedicação, afeto, respeito, con-

fiança, cumplicidade, disponibilidade,

transparência, lealdade, e isso não se

conquista do dia para noite. Muitas

pessoas querem viver uma relação

amorosa mas estão indisponíveis, im-

pacientes, autocentradas, fechadas,

ressentidas, carentes e muitas vezes

nem sabem quem são. Cria-se então

um círculo vicioso de sofrimento e

frustração, e uma descrença e um de-

sencanto em relação ao amor e à pró-

pria vida. A boa notícia é que quem

estiver disposto a trabalhar sobre si

mesmo para tornar-se amoroso e aber-

to terá muito mais chance de encon-

trar alguém também amoroso e aber-

to. Felizmente, o mundo está cheio

de pessoas amorosas e abertas. Preci-

samos ter olhos para vê-las. �

Divulgação

6 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 7: Bem estar desvalor   14-10-12

Especialistas em nutrição discordam da oferta do aminoácido de forma industrializada,

já que ele é produzido naturalmente pelo corpo: basta manter uma dieta equilibrada

Juliana [email protected]

Todos nós precisamos de co-

lágeno, já que ele é utilizado para

aumentar a elasticidade e firmeza

da pele, prevenir rugas, fortalecer

unhas, promover crescimento ca-

pilar, combate à flacidez, auxílio

no aumento da massa muscular,

melhora da força nas articulações

e tendões, entre outras funções.

Dessa forma, imaginamos que to-

dos nós precisamos ingerir coláge-

no, certo? Errado.

O colágeno é uma proteí-

na formada principalmente

por aminoácidos como glici-

na, prolina e lisina, sendo as-

sim, através desses ingredien-

tes, nosso corpo consegue

produzir naturalmente o colá-

geno. “Ao contrário do que

muita gente pensa, não há ne-

cessidade de ingerir o coláge-

no. Através de uma alimenta-

ção saudável, nosso corpo já

o fabrica. O colágeno pronto,

que encontramos para ven-

der, não tem uma boa absor-

ção pelo nosso organismo”,

explica a nutricionista Thaís

Pillotto Duarte.

Por ser um produto de ori-

gem animal, existe o mito de que

o vegetariano tem carência de co-

lágeno e, por isso, é necessário

ingerir. O colágeno é um ami-

noácido que também pode ser

encontrado em alimentos de

origem vegetal. A combinação

de um cereal (arroz, milho)

com uma leguminosa (feijão, er-

vilha, soja, lentilha) é capaz de

dar ao nosso organismo todos

os aminoácidos. Então, os vege-

tarianos não precisam se preo-

cupar. O corpo deles também

produz colágeno naturalmente.

De acordo com o doutor e

coordenador do Departamento

de Medicina e Nutrição da Socie-

dade Vegetariana Brasileira, Eric

Slywitc, a ideia de comer coláge-

no para ter colágeno no corpo é

tão absurda quanto imaginar que

precisamos comer cérebro para

ter cérebro e fígado para ter fíga-

do. “Depois de absorvermos os

aminoácidos, nosso organismo

irá montar as proteínas que ele

precisa. Assim, os aminoácidos

do colágeno podem ser utilizados

para algo completamente diferen-

te do colágeno. É o nosso corpo

que determina para onde os ami-

noácidos serão encaminhados, e

não a sua vontade”.

Também é possível encontrar

no mercado o colágeno hidrolisa-

do, que é o colágeno pré-digeri-

do. Parece a solução para todos os

problemas, mas não é. Se você

não tem problema na produção

de enzimas digestivas, não há van-

tagem alguma em ingerir uma

proteína já pré-ingerida. Para is-

so, o ideal é procurar um médico

e através de exames descobrir se

você precisa ou não.

A gelatina é vista como o me-

lhor colágeno, pelo fato dela ser

colágeno em pó, mas que fique

claro: ela não garante pele firme,

apenas gera um efeito de sacieda-

de. Se você já comeu gelatina al-

gum vez na vida, deve ter percebi-

do que ela gera essa sensação de

saciedade. Isso se deve ao fato do

colágeno ter efeito higroscópico,

uma capacidade enorme de absor-

ver água. Se você colocar no estô-

mago uma substância

hidroscópica, ela vai absorver lí-

quidos, ficar volumosa e ocupar

grande parte do estômago, restan-

do pouco espaço para demais ali-

mentos. Por isso, a gelatina é tão

utilizadas em dietas.

Mesmo sabendo que nosso or-

ganismo não forma colágeno on-

de desejamos, necessitamos ter

uma alimentação saudável para

que o nosso corpo produza coláge-

no. “Buscar uma alimentação ba-

lanceada, o famoso prato colori-

do. Ter uma dieta com boas fon-

tes de ômega 3, zinco, vitamina

A, complexo B, consumir bastan-

te água, variar o tipo de frutas,

mastigar bem os alimentos, reali-

zar de cinco a seis refeições saudá-

veis ao dia, praticar atividade fí-

sica e dormir bem. Tudo isso

irá contribuir para seu corpo

produzir o colágeno, sendo

assim, você terá pele, unhas e

cabelos mais fortes e boni-

tos”, garante a nutricionista

Larissa Marin. �

Alimentação

COLÁGENO APRONTA ENTREGA?

Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 / 7

Page 8: Bem estar desvalor   14-10-12

No livro “Não será em 2012”, Geraldo Lemos Neto e Marlene Nobre escrevem,

com base nas revelações de Chico Xavier, que o momento de mudança para

a humanidade não será este ano (como previram os maias), mas em 2019

Gisele [email protected]

Muito se tem falado em

2012 como o ano da provável

transformação do nosso plane-

ta. Mais precisamente 22 de de-

zembro. Isso por causa dos estu-

dos dos maias, uma civilização

mesoamericana pré-colombia-

na, detentora de importantes

conhecimentos astronômicos e

que deixou informações muito

precisas no calendário construí-

do por ela.

Mas o que existe de verda-

deiro nas previsões que tanto

têm dividido opiniões e assusta-

do tanta gente? Os escritores

Geraldo Lemos Neto e Marle-

ne Nobre, com base nas revela-

ções do médium Chico Xavier

(1910-2002), um dos mais im-

portantes divulgadores do espi-

ritismo no Brasil, escreveram o

livro “Não será em 2012”. Para

nós, não será 2012, mas 2019 o

ano-limite, o ponto final do

mundo velho”, dizem os auto-

res no livro. Esse, segundo con-

tam no livro, foi o prazo dado

por Jesus Cristo, governador

do planeta Terra, em 1969. Os

autores garantem ainda que

não estamos entregues à fatali-

dade, nem pré-determinados

ao sofrimento, mas diante de

uma encruzilhada do destino

coletivo que nos une à nossa ca-

sa planetária aqui na Terra.

“Temos diante de nós dois

caminhos a seguir. O caminho

do amor e da sabedoria nos le-

vará à mais rápida ascensão es-

piritual coletiva. O caminho

do ódio e da ignorância irá acar-

retar mais amplo dispêndio de

séculos na reconstrução mate-

rial e espiritual da coletivida-

de”, dizem.

O livro traz artigos publica-

dos no jornal Folha Espírita.

Geraldinho, com é mais conhe-

cido, conta tudo o que o mé-

dium revelou acerca das duas

hipóteses que podem aconte-

cer com o planeta, conforme as

escolhas feitas por seus habi-

tantes até 2019 e também com

relação à missão do Brasil na

“nova era”.

Em entrevista exclusiva, Ge-

raldo Lemos fala com a revista

Bem-Estar sobre as previsões

de Chico Xavier e sobre o livro.

Revista Bem-Estar - Co-mo foi conviver com ChicoXavier?

Geraldo Lemos Neto - Pelo

lado materno, sou integrante

de uma família espírita natural

da cidade de Pedro Leopoldo

(MG), a mesma cidade natal de

Chico Xavier. Faço este preâm-

bulo para dizer que desde que

me entendo por gente sempre

ouvi muitas referências à vida e

à obra de nosso amado Chico

Xavier, tendo em vista os inu-

meráveis casos colecionados pe-

la família em torno da bondade

e da mediunidade de Chico. As-

sim, desde muito cedo guardei

no coração uma vontade enor-

me de conhecer este homem di-

ferente, que a todos encantava

com sua generosidade e simpa-

tia. Então comecei a escrever-

lhe cartas de agradecimento

nas quais apenas assinava “um

amigo”, sem me preocupar em

registrar o remetente, por ima-

giná-lo uma pessoa muito ocu-

pada. Em outubro de 1981, cha-

mado por minha tia avó Nair

Machado Paschoal, fui a São

Paulo colaborar como voluntá-

rio num evento no Centro Espí-

rita União, onde Chico lança-

ria dois novos livros de sua psi-

cografia. Participei ao lado de-

la daquela noite inesquecível,

trabalhando na arrumação dos

livros que Chico autografaria.

Me impressionou assistir à figu-

ra de Chico Xavier com cari-

nho extremo recebendo milha-

res de visitantes, conversando

com eles, estimulando-os em

nome de Jesus e ofertando-lhes

rosas e livros. Quando já não

mais havia ninguém na fila,

chegou a nossa vez de abraçá-

lo. Fiquei estupefato quando

Chico chamou-me de Geraldi-

nho (conforme todos em famí-

lia me chamam) e falou que gos-

tava muito de receber as mi-

nhas cartinhas, que muito lhe

alegravam, mas que não enten-

dia o porquê de duas coisas: o

fato de eu não as assinar e a ra-

zão de não colocar o endereço

do remetente para que ele pu-

desse me responder. Em segui-

da, Chico ofertou-me um bu-

quê de rosas e me convidou a vi-

sitá-lo em Uberaba. Não preci-

so dizer que 15 dias depois lá es-

tava eu em Uberaba para conhe-

cer o seu trabalho extraordiná-

rio de assistência e consolação

em nome da Doutrina Espírita.

A partir daí, desenvolvemos

uma amizade que para mim foi

um verdadeiro tesouro em mi-

nha vida. Passei então a ir

mais frequentemente a Ubera-

ba, hospedando-me com Chi-

co, com quem pude desfrutar

de longas conversas nas madru-

gadas. Nunca me esquecerei

do amado amigo, com quem

aprendi a amar Jesus e a racio-

cinar que a doutrina espírita,

sendo a doutrina do Cristo re-

divivo, veio de Jesus para o co-

ração do povo sofredor e aflito,

sobrecarregado e sedento de

novas luzes.

Bem-Estar - Por que deci-diram escrever o livro sobreo tema em um momento emque se discute tanto se asprevisões dos Maias sobreo fim do mundo estariam ounão certas?

Lemos Neto - Desde há

muito tempo nos preocupa-

vam as revelações que Chico

Xavier nos fazia, a mim e a ou-

tros amigos, na intimidade de

sua casa de Uberaba. Depois

que o centenário de nascimen-

to dele fora tão amplamente co-

memorado pelos brasileiros, a

nossa estimada amiga Marlene

Nobre passou a conversar co-

nosco no sentido de amadure-

cermos a ideia de torná-las pú-

Espiritualidade

8 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 9: Bem estar desvalor   14-10-12

blicas. De fato, sentimos que o

momento havia chegado e re-

solvemos então colaborar em

parceria para que diversas ma-

térias sobre a transição planetá-

ria viessem a público através

das páginas do jornal “A Fo-

lha Espírita” de São Paulo.

Mais tarde, então, essas maté-

rias se tornaram o material do

livro “Não Será em 2012”.

Bem-Estar - Na sua opi-nião, por que tanto temor daspessoas na extinção do mun-do físico?

Lemos Neto – Bem, em ne-

nhum momento revelamos

qualquer informação que pu-

desse ser interpretada como ex-

tinção do mundo físico. Quem

assim interpreta não está corre-

to. O que Chico Xavier nos re-

velou e em outras oportunida-

des psicografou ou respondeu a

entrevistas diz respeito à evolu-

ção da humanidade terrestre a

caminho do mundo regenera-

do de amanhã, evolução esta

que dependerá de nosso pró-

prio livre arbítrio como indiví-

duos e como coletividade. O ca-

minho a trilhar dependerá de

nossa própria escolha, pelo

bem ou pelo mal. Não há, por-

tanto, razão para temores injus-

tificados. Fé e confiança em

Deus, trabalho ativo no bem co-

mum e desprendimento moral

são atitudes seguras que todos

devemos manter em benefício

do melhor caminho.

Bem-Estar - Como vocêdescreve o atual momento vi-vido pela humanidade e os di-ferentes níveis de evoluçãomoral?

Lemos Neto - Estamos nas

vésperas da fase mais crítica da

chamada transição planetária,

em que a Terra está deixando

de ser um mundo de expiação e

de provas onde impera a igno-

rância e o mal para ingressar na

comunidade dos planetas cha-

mados regenerados, onde impe-

ra o esclarecimento geral e o

bem coletivo. Então é natural

que neste momento crucial de

nossos caminhos evolutivos os

velhos erros de nosso mundo

ainda se debatam sobre o mun-

do novo, gerando crises e obstá-

culos que desafiam a nossa ca-

pacidade de reagir dentro dos

sábios e nobres preceitos do

Evangelho de Nosso Senhor Je-

sus Cristo.

Bem-Estar - O atual nível

da humanidade já permitea mudança do planeta dacondição de expiação e pro-vas para um planeta de re-generação?

Lemos Neto - Acreditamos

que se seguirmos pelo melhor

caminho, isto é, o caminho da

paz planetária entre nossas na-

ções, povos, religiões, raças e

gêneros, conforme nos indicou

Chico Xavier, rapidamente en-

traremos no mundo regenera-

do de amanhã, a partir de julho

de 2019. Segundo ele mesmo

nos disse, “nenhum de nós po-

de prever os avanços extraordi-

nários que teremos a partir de

2019 se apenas conseguirmos

nos suportar uns aos outros”.

Bem-Estar - O que aconte-cerá com os espíritos quenão seguirem esses precei-tos e não mudarem o compor-tamento?

Lemos Neto - Serão infeliz-

mente degredados do planeta

Terra em direção a orbes plane-

tários ainda em estágios primi-

tivos, para reaprenderem na

dor e na experiência da lei de

causa e efeito, ação e reação, re-

colhendo de retorno para si

mesmo o mal e a infelicidade

que tiverem plantado no cora-

ção de seus semelhantes. Terão

uma nova oportunidade de re-

começar, embora num cami-

nho mais árduo e difícil, mas

certamente contarão ainda

com todo o apoio divino em

seu favor, porque Deus não de-

sampara a nenhuma de suas

criaturas, por mais rebeldes ou

desviadas que possam parecer.

Bem-Estar - Se as mudan-ças não forem as espera-das, conforme suas conver-sas com Chico Xavier, pode-remos esperar realmente pa-ra os próximos anos even-tos que resultem em desen-carnes coletivos?

Lemos Neto - Se o mundo

escolher a infelicidade de uma

guerra nuclear, uma guerra de

consequências imprevisíveis e

devastadoras, aí sua assertiva

está correta. Segundo Chico, a

irreflexão da humanidade des-

viada de Deus começaria a ter-

ceira guerra mundial, mas o

próprio planeta Terra é que se

encarregaria de por fim à

insânia humana, abrindo as

suas entranhas em cataclismos

destruidores, levando a

desencarnações coletivas de

grande monta. Isto está perfei-

tamente avisado nas sagradas

escrituras desde a chamada

grande tribulação de Daniel, o

apocalipse de João, até o ser-

mão profético do próprio Cris-

to, bem como na obra de Allan

Kardec, especialmente nos ca-

pítulos 16 e 18 do livro “A Ge-

nese”. Além, obviamente, da

obra psicografada de Chico Xa-

vier como nos livros “Há Dois

Mil Anos”; “A Caminho da

Luz”; “Justiça Divina”, além

de várias entrevistas publica-

das em livros e escritas pelo es-

pírito de Emmanuel. No livro

“Não Será em 2012”, há uma

coletânea desses avisos da Espi-

ritualidade Maior em favor de

nosso próprio despertamento

espiritual, lembrando que toda

profecia em tom catastrófico é

feita justamente para nos avi-

sar dos perigos do caminho aci-

dentado mais adiante, afim de

nos precaver e nos incentivar a

mudar para a rota do bem e da

paz, da verdade e do amor. Não

se trata de fatalidade, mas de

apelo para que mudemos en-

quanto há tempo. Por isso Je-

sus já nos afirmara: “andai en-

quanto tendes luz”. �

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 / 9

Page 10: Bem estar desvalor   14-10-12

Especialistas explicam como vencer o bloqueio que pode

comprometer o sucesso na vida pessoal e profissional

Jéssica [email protected]

Medo de falar em público, de não saber

se comportar, buscar ambientes mais isola-

dos são alguns dos sinais da timidez. Ela

não é um defeito, mas pode prejudicar o su-

cesso em todas as áreas da vida, além de in-

terferir na felicidade.

O master em Programação Neurolin-

guínstica (PNL) Paulo Vitor Souza, autor

do livro “Como vencer a timidez”, explica

que há pessoas que são tímidas apenas

quando falam com alguém do sexo oposto,

outras não conseguem se relacionar direi-

to nem com os familiares. “No geral, essas

pessoas possuem baixa autoestima, carên-

cia, são perfeccionistas, possuem medo

fora do normal, desconfiam de todos,

são excessivamente ansiosas e possuem

hábitos ruins.”

Segundo Souza, a pessoa tímida, inde-

pendente do grau de timidez, possui al-

guns bloqueios psicológicos, como, por

exemplo, evitar sair para lugares como um

restaurante por vergonha, evitar falar algo

e ser mau interpretado, evitar usar certo ti-

po de roupa ou penteado para não chamar

atenção. “É como se ela estivesse em um

mundo particular, onde só faz parte quem

ela deixa, e só acontece aquilo que ela per-

mite acontecer. É por razões como essas

que é comum pessoas tímidas com 25 anos

que nunca namoraram, pessoas tímidas

com ótimos currículos e desemprega-

das...”, explica.

Alexandre Caprio, psicólogo cognitivo-

comportamental, diz que a timidez pode

ser mal interpretada ou até diagnosticada

como um transtorno. “A timidez é comu-

mente associada à introversão. Mas pode-

mos encontrar com facilidade pessoas in-

trovertidas e que não são tímidas. Uma pes-

soa contida, discreta e com vida mais reser-

vada pode sim viver muito bem. Ela pode

ter um círculo de amigos selecionados, ati-

vidades restritas, preferir um bom livro no

lugar de uma partida de futebol ou optar

por um filme em casa ao invés de uma fes-

ta”, explica.

Cuide-se

Ainda não existe uma receita mágica

que elimine de vez a timidez da vida de

uma pessoa. Mas procurar ajuda de um es-

pecialista pode ser o primeiro passo para

driblar a vergonha de se mostrar para o

mundo.

Em primeiro lugar, é preciso ter força

de vontade para vencer a timidez e depois

motivação, segundo Paulo Souza. “Com

força de vontade e motivação, o vento vai

começar a soprar a favor, então é a hora de

procurar as soluções em vez de focar nos

problemas. A pessoa deve se encontrar na

vida, ou seja, o que ela quer fazer, que so-

nhos valem a pena correr atrás, que situa-

ção ruim ela não quer que aconteça mais,

enfim, fazer um recomeço de forma dife-

rente da que está vivendo no momento”,

recomenda.

Para Alexandre Caprio, a linha cogniti-

vo-comportamental estuda e modifica a di-

nâmica entre pensamento, emoção e com-

portamento. De acordo com o especialis-

ta, quando uma pessoa acredita que vai

dar vexame, por exemplo, na hora de ler

um texto perante uma plateia, que faz com

peça que alguém vá em seu lugar. “Se o

pensamento não existir ou for modifica-

do, a emoção e o comportamento decorren-

tes dele também muda. Esse é o trabalho

do psicólogo, identificar as crenças e pro-

var a validade delas ao paciente, tornan-

do-o livre de alguns conceitos antigos que

podem estar criando uma verdadeira bar-

reira mental”, conclui.

Comportamento

Vença a timidez

10 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 11: Bem estar desvalor   14-10-12

Não bloqueie seu sucessoA timidez pode ser uma

grande inimiga quando o assun-

to é o seu sucesso, seja profissio-

nal ou pessoal. “A pessoa tími-

da tem as chances de sucesso re-

duzida devido à falta de sociabi-

lidade com outras pessoas”,

afirma Paulo Vitor Souza.

Segundo o master em PNL,

muitas vezes essas pessoas pos-

suem um bom conhecimento,

foram muito bem nos estudos,

mas acabam ficando para trás,

já que não se comunicam bem,

atrapalham-se em atividades

em grupo. “Com o tempo, essas

pessoas se sentem desmotiva-

das e frustadas consigo mes-

mas, ao ver as outras pessoas

crescendo na vida e elas fican-

do para trás”, complementa.

O psicólogo Alexandre Ca-

prio afirma que o que determi-

na alguns transtornos, como o

Transtorno de Personalidade

Esquiva e a Fobia Social, é a di-

ficuldade de se relacionar, inte-

ragir e se afirmar perante ou-

tras pessoas. Não é uma ques-

tão de preferência, mas sim de

dificuldade. “Essas limitações

podem fazer com que o indiví-

duo evite situações sociais, afe-

tivas e profissionais constante-

mente, perdendo oportunida-

des diversas. Sem a devida habi-

lidade social, diversas coisas

que a pessoa gostaria de fazer

ou vivenciar acabam não acon-

tecendo, podendo gerar grande

insatisfação e uma sensação de

fracasso pessoal”, explica.

Ainda segundo Caprio, um

homem pode, por exemplo,

não conseguir se aproximar de

uma mulher pela qual esteja in-

teressado, tornar-se orador ou

simplesmente sair e conversar

com os amigos. O especialista

afirma que essa pessoa pode se

sentir intimidada e inferioriza-

da em relação aos outros, prin-

cipalmente quando nota que os

amigos e conhecidos encaram

tais situações tranquilamente. “A

autoestima acaba sendo direta-

mente afetada, gerando cada vez

mais insegurança.” (JR)

A timidez pode prejudicar

inclusive o trabalho e o sucesso

profissional. “O profissional

que estiver perdendo oportuni-

dades de demonstrar suas habili-

dades em vista de sua timidez,

ou que frequentemente se isole

de situações ou pessoas por con-

ta da inibição ou do medo de se

mostrar aos outros, deve tomar

providências para não ter sua

c a r r e i r a a n u l a d a e m

consequência da própria condu-

ta”, alerta Katia Nascimento,

consultora de RH da Catho Onli-

ne, site de classificados de currí-

culos e vagas de emprego

Para a consultora, as exigên-

cias do mercado de trabalho e das

organizações atuais prezam pela in-

teratividade e demonstração rápi-

da de competências, por isso é ne-

cessário que quem busca o sucesso

saiba se adaptar ao contexto da em-

presa onde trabalha, para não ser

atropelado pelas solicitações do

meio corporativo.

A timidez pode alcançar ní-

veis extremos, em que, segundo

Katia, o profissional não se rela-

ciona com outros colaboradores

da empresa por causa da timi-

dez. Além disso, há pessoas que

deixam de aceitar propostas de

trabalho por não conseguirem

vencer a barreira da introversão.

“Estas ações, com o passar do

tempo, acarretam problemas tan-

to relacionados à rotina de traba-

lho quanto psicológicos, levan-

do o profissional a passar uma

impressão de antipatia ou de fal-

ta de competência ao chefe ou

pares no trabalho”, afirma

Segundo a consultora, a cul-

tura organizacional da empresa

também pode fortalecer com ati-

tudes de introspecção, vergo-

nha, sentimento de inferiorida-

de diante dos contextos e roti-

nas vividas e em relação aos pró-

prios colaboradores da empresa

Para quem ainda está à pro-

cura de um emprego, o alerta é o

mesmo: cuidado com a timidez,

ela pode prejudicar o desempe-

nho durante uma entrevista, por

exemplo. Na pesquisa “A contra-

tação, a demissão e carreira dos

executivos brasileiros”, realiza-

da pela Catho, em 2011, foi cons-

tatado que o desempenho nas en-

trevistas é o principal fator de in-

fluência do selecionados. “A de-

manda constante por profissio-

nais qualificados e a sobrecarga

dos selecionadores que preci-

sam fechar as vagas para on-

tem, faz com que a seleção te-

nha que ser pautada sobre as

impressões e avaliações aplica-

das, muitas vezes, em um úni-

co momento da seleção. Sendo

assim, o candidato deverá es-

tar bem preparado para de-

monstrar o seu potencial na

entrevista”, recomenda Katia

Uma das maneira de ameni-

zar ou não deixar ser atingido pe-

los efeitos negativos da timidez

são os cursos de oratória e comu-

nicação, que podem ajudar a que-

brar essas barreiras. “Buscar for-

mações extras nas quais a timi-

dez possa ser minimizada tam-

bém é uma atitude favorável. En-

tretanto, quando a inibição falar

mais alto, em contrapartida aos

seus objetivos profissionais e

pessoais, é indicado buscar auxí-

lio de um profissional que possa fa-

cilitar este processo de desenvolvi-

mento pessoal”, orienta a consulto-

ra de RH da Cath �

Timidez no trabalho

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 / 11

Page 12: Bem estar desvalor   14-10-12

Homeopatia pode ser usada no controle de transtornos emocionais, como a ansiedade

Jéssica [email protected]

A homeopatia é usada para

o tratamento de diversas doen-

ças. Para algumas, o tratamen-

to com homeopáticos pode pro-

porcionar a cura total; para ou-

tras, serve como paliação, po-

dendo em alguns casos atuar

juntamente com a alopatia e

fitoterapia, segundo Hei-

dwaldo Antonio Seleghini,

especialista em homeopatia,

em Rio Preto. A homeopatia

pode, por exemplo, auxiliar

no tratamento de pessoas

com transtorno de ansiedade.

Para a homeopata Gisele

Sardinha Oliveira, em Rio

Preto, a ansiedade nos dias

de hoje chega a fazer parte

do cotidiano. Isso porque as

pessoas vivem correndo con-

tra o relógio, com vários

compromissos, e esta deman-

da exagerada causa algumas

reações no organismo que,

se não forem bem adminis-

tradas, podem desenvolver

patologias. “A homeopatia

pode ajudar a equilibrar o or-

ganismo e consequentemen-

te não deixar que este proces-

so de desencadeie”, explica.

Gisele afirma que a homeo-

patia é uma maneira de tratar o

ser, o todo, ou seja, a ansieda-

de é desencadeada por várias

causas, dessa forma não é pos-

sível amenizá-la se não esti-

ver em harmonia. “Os medi-

camentos da homeopatia são

derivados de produtos natu-

rais (minerais, plantas, ani-

mais) e não trarão efeitos co-

laterais nem dependência

com seu uso”, ressalta.

Seleghini diz que para o mé-

dico homeopata a ansiedade é

mais um sintoma a ser indivi-

dualizado. Ele explica que cada

pessoa reage de uma forma dife-

rente aos estímulos externos.

“Apesar de existirem padrões

em qualquer doença, as peculia-

ridades de cada um se apresen-

ta quando o sintoma se expri-

me. O médico deve primeiro fa-

zer o diagnóstico clínico do

que levou o indivíduo a apre-

sentar o sintoma e então medi-

cá-lo através da individualiza-

ção”, explica.

Ainda segundo o especialis-

ta, individualizando as caracte-

rísticas do paciente, o médico

pode entender o que o fez adoe-

cer e prescrever o medicamen-

to mais semelhante. Essa é a

forma mais adequada de aju-

dar o paciente com o transtor-

no de ansiedade. Para o médi-

co, o fato de não usar medica-

mentos que causam dependên-

cia já é um grande benefício pa-

ra os pacientes.

A duração do tratamento

vai depender de cada pessoa,

mas Gisele diz que geralmente

de 30 a 60 dias de tratamento já

é possível observar melhora

nos sintomas. “Às vezes, conse-

guimos resolver o quadro em 6

a 8 meses de tratamento. Claro

que depende muito do que está

acontecendo, mas faremos o

melhor para conseguir o alívio

dos sintomas.”

De acordo com a médica,

os homeopáticos podem ser

indicados, além do tratamen-

to do transtorno de ansieda-

de, para insônia, trastorno

de déficit de atenção e de-

pressão, entre outros.

Cuidados

Embora os homeopáticos

não causem dependência, é pre-

c i s o l e m b r a r q u e a

automedicação ou a indicação

por não médicos é mais perigo-

sa do que medicamentos alo-

páticos, segundo Seleghini.

“Devido a atuação em vá-

rios níveis: energético, mental

e local, faz com que os sinto-

mas iniciais de doenças graves,

como câncer, por exemplo, de-

saparecem e o paciente fica apa-

rentemente bem por mais tem-

po. Como a doença permanece

não diagnosticada, quando vol-

ta a dar sintomas encontra-seem um nível tão profundo queo tratamento bem sucedido se-rá quase impossível, infeliz-mente”, alerta o especialista.

O médico ressalta que comotodo sintoma ou doença acontraindicação do tratamentocom homeopáticos é a não reali-zação do diagnóstico médico.Ele explica que ansiedade é sin-toma de várias doenças, comohipertiroidismo, por exem-plo. O médico homeopata é oúnico que pode dar seguimen-to ao tratamento, uma vezque, com os medicamentoshomeopáticos, o sintoma po-de desaparecer e a doença po-de cursar em outros níveismais profundos, se não fordiagnosticada pelo médico. �

Tratamento

EM BUSCA DE ALÍVIODivulgação

12 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 13: Bem estar desvalor   14-10-12

As relações interpessoais, para serem efetivas e gratificantes, requerem pessoas

amadurecidas, com idades emocionais e cronológicas equivalentes

Heidwaldo SeleghiniTerapeuta sistêmico

Nascer, crescer, reproduzir,

envelhecer e morrer é o ciclo vi-

tal da maioria dos seres vivos

(as bactérias simplesmente se

dividem). Apesar da morte ser

natural, boa parte dos seres hu-

manos teimam em esquecer

que um dia irá morrer.

Mas morremos diariamen-

te desde que nascemos. Morre-

mos e nascemos. Uma parte de

nós morre e uma nova forma

de ser toma o lugar. Nascemos

lactentes e nos tornamos pré

escolares. A infância vai embo-

ra e nasce o adolescente. A

“morte” do adolescente trás o

adulto jovem.

No casamento, morrem os

solteiros e nascem as esposas e

os maridos. Quando nasce uma

criança, nascem também o pa-

pai e a mamãe e assim por dian-

te, até o derradeiro passamen-

to, a morte física.

Toda perda requer um luto.

É imprescindível. A tristeza da

perda da ingenuidade infantil

deve ser compensada pela rebel-

dia adolescente. A experiência

adquirida da maturidade deve

compensar as perdas do frescor

e vitalidade da juventude.

As compensações obtidas

pelas fases subsequentes de

nosso ciclo vital deveriam ser

suficientes para elaborarmos e

finalizarmos os lutos das fases

anteriores.

Mas nem sempre é o que

ocorre. Quando não elabora-

mos as perdas, fixamo-nos emo-

cionalmente na fase da vida

que aconteceu o bloqueio.

Atualmente, com a valoriza-

ção desmedida do jovem, ficar

velho passou a ser um incômo-

do. Poucos conseguem “perder

a juventude” sem trauma.

As mulheres gastam rios de

dinheiro com cirurgias plásti-

cas e outros artifícios para se

“manterem” jovens, e os ho-

mens – já passados da meia ida-

de, tentam reviver a juventude

através da chamada idade do lo-

bo (quando estão sempre atrás

de uma chapeuzinho vermelho

novinha, mas acabam ficando

com a vovozinha...).

Permanecer emocionalmen-

te em estágios evolutivos ante-

riores do ciclo vital individual

é a uma das origens da imaturi-

dade emocional e produz inten-

so sofrimento.

As relações interpessoais,

para serem efetivas e gratifican-

tes, requerem pessoas amadure-

cidas, com idades emocionais e

cronológicas equivalentes. A in-

capacidade de realizar os lutos

das perdas naturais de nossa

história de vida faz com que

muitas vezes venhamos a atuar

de forma imatura nas situações

mais corriqueiras.

São os ciúmes injustifica-

dos. As brigas por birra e toda

sorte de agressão, física ou ver-

bal, que vise ao domínio de

uma ou mais pessoas por outra.

A insegurança de não amado.

A terapêutica FAO (fato-

res de auto organização), as-

sim como quaisquer outras

que visem ao amadurecimen-

to emocional, leva o indiví-

duo ao encontro de seus lutos

não resolvidos.

Tomar contato com os blo-

queios e de alguma forma

revivê-los (através de sonhos,

pensamentos ou terapia) ressig-

nifica as perdas, elaborando-as.

A terapêutica FAO possibi-

lita o amadurecimento emocio-

nal, minimizando o sofrimen-

to, tornando o viver mais pleno

para si e para os que convivem

com o indivíduo. �

O CICLO VITALE O FAO

Thomaz Vita Neto

Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 / 13

Page 14: Bem estar desvalor   14-10-12

Recuperado de um câncer, Reynaldo Gianecchini comemora volta ao humor em “Guerra dos Sexos”

TV Press

Fazer comédia já deixou de

ser novidade para Reynaldo

Gianecchini há algum tempo.

Mas o intérprete do aventurei-

ro Nando, de “Guerra dos Se-

xos”, garante que, desta vez, fa-

zer humor tem um significado

especial. Não só em sua carrei-

ra, mas também em sua vida.

Depois de se curar de um cân-

cer descoberto no meio do ano

passado, o ator assume que se-

ria mais complicado encarar o

ritmo de gravações de uma no-

vela nessa fase pós-tratamento

se não fosse para fazer um pa-

pel mais leve e sem grandes dra-

mas. “É diferente chegar ao set

de gravações e começar a brin-

car o tempo todo. Não é que o

drama não seja gostoso, mas

nesse momento da minha vida,

essa chance de me divertir no

trabalho é perfeita”, afirma.

Outro fator torna sua atua-

ção em “Guerra dos Sexos” es-

pecial. Reynaldo se lembra

bem de quando, aos 11 anos, as-

sistiu à primeira versão ao lado

da mãe em Birigui, no interior

de São Paulo. Na época, Mário

Gomes – em sua melhor fase – in-

terpretava o personagem que ho-

je cabe a ele. “Eu estava entrando

na adolescência e o Mário era um

cara muito maneiro para essa ge-

ração. E fez muito bem o papel”,

elogia o ator, que garante não ter

buscado material dessa época pa-

ra servir de inspiração. “Já me

lembro de muitas coisas, mas o

Silvio (de Abreu, autor) até falou

que não é exatamente um ‘re-

make’, há diferenças marcantes.

Então, não acho legal tentar co-

piar o que foi feito naquela épo-

ca”, explica.

Para construir o personagem,

Gianecchini talvez tenha enfren-

tado a maior dificuldade física

que já teve na profissão. Como

muitas de suas cenas são de ação,

seria necessário que o ator estives-

se em plena forma física. Mas,

com o tratamento do câncer, ele

perdeu peso e musculatura. O

ator foi chamado para o persona-

gem antes de descobrir que esta-

va doente e começou a ler os pri-

meiros capítulos no hospital, ain-

da em tratamento. “Eu sempre

quis fazer esta novela e, enquanto

estava internado, pensava sempre

como iria achar energia para

aguentar tudo que estava escri-

to”, conta, emocionado. Agora, já

mais forte, lamenta ter quebrado

um dedo da mão esquerda pouco

depois que as gravações começa-

ram, o que o impediu de conti-

nuar a malhação por mais um

mês. “Agora já retomei e estou

mantendo um ritmo bom. Mas

não estou com nenhum preparo

físico específico. Só faço as coisas

que já fazia”, diz.

“Guerra dos Sexos” é a quarta

novela de Silvio de Abreu em que

Reynaldo Gianecchini atua. Foi

Silvio também quem possibilitou

dois momentos importantes de vi-

rada na carreira de Gianecchini

na televisão. Primeiro em “Be-

líssima”, quando o colocou na

pele do mecânico “garanhão”

Pascoal, primeiro papel cômi-

co do ator. Depois, em “Pas-

sione”, ao convidá-lo para vi-

ver o vilão Fred. “Até então,

todo mundo só me enxergava

como o bonzinho, o moci-

nho”, afirma.

“Guerra dos Sexos” – Globo –Segunda a sábado, às 19h10

Perfil

ALÍVIO CÔMICO

Passado a limpoAlém da novela, Reynal-

do Gianecchini pretende

lançar uma biografia até o fi-

nal do ano. O livro já está

sendo escrito pelo jornalista

Guilherme Fiúza, o mesmo

que assinou “Meu Nome

Não É Johnny”, livro que

deu origem ao filme protago-

nizado por Selton Mello e

Cléo Pires. “É como se fosse

a história da minha vida,

mas contada pelo Guilher-

me. Vejo ele nesse caso qua-

se como um roteirista de ci-

nema”, adianta.

Mas a ideia não é explo-

rar apenas a época em que o

ator descobriu o câncer e co-

mo se curou. Tanto que Gia-

necchini garante não se tra-

tar de uma publicação de au-

toajuda. Até porque, segun-

do ele, assim que soube de

seu problema de saúde e se

recuperou, foi procurado

por várias pessoas que ti-

nham essa intenção. “Eu

não tinha esse plano. Mas

quando o Guilherme con-

versou comigo e me apresen-

tou a proposta dele, achei

que podia ser legal”, argu-

menta. �

Gianecchini pretendemontar umaONG emBiriguiparaajudar pessoascarentesatravésdeprojetos culturais,esportivosede outrasáreas. Aideiaédeixar suamãe à frentedaorganização

Depois daquimioterapia,o cabelodoator passou anascerencaracolado.QuandoJorgeFernando, diretor de“Guerrados Sexos”, viu,achouqueonovo visual seriaperfeitopara omotorista danoveladas 19horas

A primeiranovela deReynaldoGianecchini comSilviode Abreu foi “As FilhasdaMãe”,em 2001

Sua estreia comoatoraconteceuno teatro, noespetáculo “Cacilda”, comdireçãode José Celso Martinez

Ator assume que seria mais complicado encarar um papel mais pesado nesta fase pós-tratamento

Instantâneas

Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação

TV - 14 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 15: Bem estar desvalor   14-10-12

De orelhas em péLulu Santos está animado com a seleção de vozes no

“The Voice Brasil”, “reality show” musical da Globo.

Ele garante que o nível dos candidatos superou sua

expectativa. “Eu não esperava esse nível. Além disso,

o encontro entre os técnicos está sendo gostoso”, asse-

gura, sobre os parceiros de palco Claudia Leitte, Carli-

nhos Brown e Daniel. Lulu frisa que o clima de rixa

entre os colegas está bem acirrado. “Teve uma hora

que percebemos que estávamos perdendo a linha na

disputa entre os candidatos”, entrega, aos risos. O

cantor defende que não há uma obrigatoriedade em

só buscar vozes do seu estilo musical. Ele poderia,

por exemplo, treinar uma voz de estilo sertanejo. “Es-

tamos procurando a melhor voz”, frisa.

Sintonia cênicaCarla Marins acredita que não funciona como um suporte

para os atores menos experientes de “Malhação”, da Globo.

“Elesnão são inexperientes.É uma turmaque já veioprepa-

rada”, garante. Para ela, não existe essa discrepância entre

eles.E,mesmoquandoháalgumadiferença,elafuncionaco-

moumatrocadeaprendizados.“Porissoémuitoestimulan-

te”,afirma.Emcomumcomapersonagem,aatriz identifica

algumas características, como ser boa dona de casa e bem

controlada. “Hoje em dia, as mulheres têm de ser isso tudo:

mãe, dona de casa, trabalhar fora, mil e uma funções”, ava-

lia, entre risos.

Ninho de peruasAsgravaçõesdasegundatemporadado“realityshow”“Mu-

lheres Ricas”, da Band, está prevista para começar este mês.

Por enquanto, a única certeza é a participação de Narcisa

Tamborindeguy, que integrou a primeira edição do progra-

ma. A estreia da produção será em janeiro, durante as férias

do “CQC”.

Peça coringaA partir do próximo dia 22, a Record reprisará “Rei Da-

vi”, minissérie de Vivian de Oliveira, na faixa das 20h30. A

produção entra no lugar de “Rebelde”. Porém, entre os dias

15 e 19, a emissora transmite uma série de filmes especiais

com o objetivo de alavancar a audiência. “Rei Davi” foi exi-

bida inicialmente entre janeiro e maio de2012 e conta a his-

tória de um humilde pastor, Davi, vivido por Leandro Léo

e Leonardo Brício em diferentes fases, que é ungido Rei de

Israel, mas que passa por diversas provações até chegar no

trono. Renata Dominguez, Maria Ribeiro, Gracindo Jr.,

Marly Bueno e Cibele Lamarra, entre outros estão no elen-

co. A direção é de Edson Spinello.

Bela beijaThais Pacholek, a discreta Mirela de “Balacobaco”, já tem

trabalhoemvistaquandoterminardegravaranoveladaRe-

cord. Ela será apersonagem-título de “Dona Beija” no cine-

ma. O longa tem direção de Débora Torres e roteiro de Lú-

cia Abreu. Ainda no elenco, estão Nelson Xavier, Lima

Duarte,ZezéMottaeÂngeloAntônio,entreoutros.Ofilme

começa a ser rodado no segundo semestre de 2013 nas cida-

des mineiras de Araxá, Estrela do Sul e Paracatu, além do

Rio de Janeiro. “Dona Beija” foi exibida como novela em

1986 na extinta Manchete, protagonizada por Maitê Proen-

ça. A trama conta a história de Ana Jacinta de São José, co-

nhecida como Dona Beija, e é ambientada no Século 19.

No campo e na tevê“Carrossel”, do SBT, terá participação do jogador Neymar,

do Santos. O atacante deverá gravar cenas ainda este ano.

Contudo, as sequências só devem ir ao ar a partir de abril de

2013. Na história de Íris Abravanel, as crianças da Escola

Mundial ganharão ajuda do craque, que as treinará para

competir na Vila Belmiro, estádio do Santos.

Vozes familiaresAproduçãodo“TheVoiceBrasil”estáanimadacomaideia

depromoverumaediçãoespecialdoprogramacomumape-

quena competição entre famosos. A intenção é que celebri-

dades se passem por candidatos das audições às cegas e can-

temparaostécnicos, que estarão de costas. Se tudo cor-

rer conforme planejado, a edição com a participação

de personalidades deve ir ao ar no próximo dia 21. O

“reality show” musical é um forte concorrente a ga-

nhar uma nova edição na grade de 2013. No último

domingo, mesmo durante as eleições, a produção re-

gistrou 16 pontos de audiência.

Na terra do axéAproduçãode“OCantodaSereia”sóestáaguardandoo

fim de “Avenida Brasil” para dar início à gravação da nova

minissériedaGlobo.ÍsisValverdeseráaprotagonista.Além

dela,MarcosCaruso,JulianoCazarréeCamilaMorgadoem-

barcarão do Rio de Janeiro para Salvador, precisamente pa-

ra a Praça Castro Alves, que será o principal cenário da pro-

dução. “O Canto da Sereia” tem direção de José Luiz Villa-

marin e está prevista para estrear em janeiro de 2013.

Provável retornoRafinha Bastos está na mira da Band. O apresentador do

“SaturdayNight Live”, da RedeTV!,deve ser sondado para

voltar a comandar o programa “A Liga”, da Band. Rafinha

esteve à frente da produção desde a estreia, em 2010, até

2011,quandofezcomentáriosmaldosossobreacantoraWa-

nessaCamargono “CQC”.Oincidenteresultouno seuafas-

tamentonosdois programasdaemissora. A voltadeleao ca-

nal é defendida por uma ala na emissora porque a produção

é gravada com antecedência e, sendo editada, evitaria que o

humorista possa fazer qualquer comentário ofensivo.

SaliênciasO Multishow está animado com “Uma Rua Sem Vergo-

nha”, nova série do canal. Por enquanto, ainda não foi de-

finido quando os trabalhos começarão. O programa, adap-

tado do livro homônimo de Cláudio Henrique, terá dire-

ção de Cláudia Castro e será ambientado na Rua Prado Jú-

nior, frequentada por travestis e prostitutas nas noites de

Copacabana, na Zona Sul do Rio. A produção é da Conspi-

ração Filmes.

Vítimas especiaisO Universal Channel agendou para o dia 6 de novembro a

estreiada 14ª temporada de “Law &Order: Special Victims

Unit”.DestaqueparaaparticipaçãodeAdamBaldwineKa-

thryn Erbe, entre outros. Além disso, os mesmos atores das

temporadas anteriores, Dann Florek, Mariska Hargitay e

DannyPinno,ocapitãoCragen,odetetiveAmaroeadeteti-

ve Olívia, respectivamente.

Mais trabalhoFabiana Karla foi convidada para a próxima novela das no-

ve de Walcyr Carrasco na Globo, que substituirá “Salve Jor-

ge”. Como Cláudia Jimenez ainda está em fase de recupera-

ção de uma cirurgia, Fabiana foi escolhida para uma perso-

nagem da trama. Atualmente, a atriz está no ar em “Gabrie-

la” e no humorístico “Zorra Total”.

Bem resolvidaDaniela Escobar afirma não ter problemas em novamente

fazer outra novela dirigida pelo ex-marido, Jayme Monjar-

dim. A trama em questão é “O Caribe É Aqui”, que deverá

ser gravada a partir de novembro, no Rio Grande do Norte.

A estreia está prevista para março de 2013. Entre os traba-

lhos em que a atriz atuou e qye foram dirigidos por Jayme,

estão “A Idade da Loba”, da Band, em 1995; “Chiquinha

Gonzaga”,em1999;“AquareladoBrasil”,em2000;“OClo-

ne”,em2001;“ACasadasSeteMulheres”,em2003;“Amé-

rica”, em 2005; e “A Vida da Gente”, em 2011, na Globo.

‘Muito barulho...’Finalmente, o canal Fox decidiu a estreia de “Se Eu Fosse

Você – A Série”, “spin off” do filme protagonizado por

TonyRamoseGlóriaPires.Aproduçãosóiráaoaremmar-

çode2013enãocontarácomosatoresdosduasfranquiasde

filmes.Elesestãoenvolvidoscomasgravaçõesdanoveladas

sete da Globo, “Guerra dos Sexos”. Portanto, a ideia é apro-

veitar a espinha dorsal do roteiro e apresentar novos atores

no elenco. A produção é da Total Filmes. �

ZappingTV Press

Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 / 15 - TV

Page 16: Bem estar desvalor   14-10-12

Giovanna Antonelli volta à tevê na pele de uma delegada de polícia em “Salve Jorge”

TV Press

Passar um dia inteiro em uma

delegacia e acompanhar a rotina

de mulheres da polícia nem passa-

va pela cabeça de Giovanna Anto-

nelli. Isso até a atriz ser surpreen-

dida com o convite de Glória Pe-

rez para interpretar a delegada

Heloísa de “Salve Jorge”, novela

que estreia no próximo dia 22, às

21 horas, na Globo. Depois de

mais de 20 anos de carreira e 12

novelas no currículo, encarnar

um tipo tão distante de sua reali-

dade pareceu bem tentador. Tan-

to que Giovanna mergulhou em

uma grande pesquisa a respeito

de como atuam as delegadas brasi-

leiras. “Por mais que seja uma de-

legacia, a gente não pode julgar o

que a gente ouve de quem chega

ali por algum motivo. Essa expe-

riência me ajudou muito a encon-

trar o tom que o texto da Glória

pede para a minha personagem”,

avalia. O único fator que seria ca-

paz de fazê-la recusar o chamado,

confessa, seria ter de encarar uma

viagem longa à Turquia, país re-

tratado ao longo de toda a histó-

ria. Por isso mesmo, sua persona-

gem até aparece no país, mas só

em cenas de cidade cenográfica

ou estúdio. “Não daria mesmo.

Minha rotina atualmente não per-

mite que eu me ausente desse jei-

to. Tenho muitos filhos peque-

nos”, explica Giovanna, que, aos

36 anos, é mãe de três crianças:

Pietro, de 7 anos, e as gêmeas An-

tônia e Sofia, de 2.

Pergunta – Essa é a se-gunda novela da Glória Pe-rez que você faz e que retra-ta uma cultura de um paísdistante, mas dessa vez vo-cê não viajou com a equipe.Sentiu falta disso?

Giovanna Antonelli – Olha,

teria sido fantástico fazer uma

viagem dessas com a equipe da

novela, mas eu não teria condi-

ções de deixar meus filhos para

ir à Turquia agora. A Glória Pe-

rez foi muito importante na mi-

nha carreira para que eu chegas-

se onde cheguei, já que “O Clo-

ne” mudou a minha trajetória na

televisão. Mas, dessa vez, estou

no núcleo brasileiro. Não tenho

nada a ver com o mundo turco.

Se bem que eu faço uma delega-

da, a Heloísa, que, lá na frente,

vai fazer uma investigação sobre

o tráfico humano, tema central

dessa trama.

Pergunta – Como se prepa-rou para viver uma delegada?

Giovanna – Contei com vá-

rios workshops, palestras e do-

cumentários que foram cedidos

pela equipe para que servissem

de material de pesquisa para a

gente. Além disso, estive com

várias delegadas ao longo dessa

preparação. Algumas que a pró-

pria produção fez contato, ou-

tras que eu mesma procurei. Saí

para jantar com elas, fui a sho-

ws, visitei algumas residências,

tive uma convivência intensa

com essas mulheres.

Pergunta – O que essa ex-periência trouxe para você?

Giovanna – Me sinto mais se-

gura para que a gente consiga

mostrar outra visão das delega-

das. Embora esse seja um assunto

já tratado na televisão, muita gen-

te ainda as vê de forma equivoca-

da. Elas são muito femininas, vai-

dosas, donas de casa e mães – mui-

tas vezes, até mães solteiras. En-

fim, mulheres como as mulheres

são normalmente. Têm um lado

mulherzinha, mas ao mesmo tem-

po também existe a questão de se-

rem respeitadas no meio de ho-

mens e delegarem funções para

eles. Essa é uma conquista femini-

na muito bacana.

Pergunta – Como vai ser ofigurino utilizado em cena?

Giovanna Antonelli – Bem

normal. Para trabalhar, um jeans.

Entrevista

Em nome da lei

“Estive com várias delegadas ao longo da preparação. Saí para jantar com elas, fui a shows”, afirma atriz

Pedro Paulo Figueiredo/Divulgação

TV - 16 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 17: Bem estar desvalor   14-10-12

Fora do trabalho dela, vamos

usar roupa de “mulherzinha”

mesmo. Muda só a roupa pela

questão da praticidade que ela

precisa ter na profissão. O que eu

fiz questão de fazer foi marcar

uma mudança física maior por-

que tem pouco tempo que eu saí

do ar em “Aquele Beijo”.

Pergunta – Em que consis-tiu essa mudança?

Giovanna Antonelli – Eu dei

uma secada boa, então fiz uma

dieta de detox e me exercitei

mais. Na última novela, eu tinha

acabado de ter neném e fui para

Colômbia com a família inteira

gravar. Agora, quis vir diferente.

A gente botou cabelo também,

além de escurecer um pouco a pe-

le para ficar mais dourada.

Pergunta – Você teve con-tato com famílias de pessoastraficadas para o exterior?

Giovanna – Sim, durante os

workshops. Vieram mães e pais

de traficados. Alguns de filhos

que foram recuperados e hoje es-

tão bem. Outros, de filhos que

morreram. Eles deram depoimen-

tos emocionantes e, ao mesmo

tempo, chocantes nesse dia. É

uma realidade que ninguém ima-

gina que aconteça. Parece um

mundo paralelo mesmo, mas não

é. E “Salve Jorge” vem com uma

mensagem social muito bacana

que pode ajudar várias pessoas a

não caírem nessas mentiras. Nes-

ses contos de fadas de viajar e tra-

balhar fora antes de averiguar o

que realmente acontece.

Pergunta – A relação delacom o ex-marido Stênio, vivi-do pelo Alexandre Nero, é degrande embate. Existe algu-ma comicidade nesse conta-to entre os dois?

Giovanna – Na verdade, o

personagem do Alexandre Nero é

um advogado criminalista e a He-

loísa é uma delegada. Geralmen-

te, todo mundo que ela prende

ele vai lá e solta. É uma briga de

muitos anos já. Tem um a coisa

ali de gata e rato que a gente não

sabe muito bem o que é e nem on-

de vai dar. Os dois estão sempre

discutindo por causa da filha ou

do trabalho. Mas não chega a ser

uma comédia.

Pergunta – Você ficou sur-presa com o convite para in-terpretar uma delegada?

Giovanna – Ah, não fiquei.

Para ser bem sincera, eu adorei.

Achei o máximo terem pensado

em mim para esse papel porque é

bem diferente de tudo que eu já

fiz na televisão. Não sei exatamen-

te de quem partiu a ideia, acredi-

to que tenha vindo em conjunto

da autora Glória Perez com o dire-

tor Marcos Schechtman.

Pergunta – Você fez comé-dia em “Aquele Beijo” e, ago-ra, entra em um universo quepode trazer mais ação parasuas cenas. Que gênero lheatrai mais?

Giovanna – Acho muito baca-

na fazer comédia, mas gosto de tu-

do. Agora mesmo estou no ar na

reprise de “Da Cor do Pecado” e

adorei fazer aquela vilã. Queria

ser escalada de novo para um pa-

pel de má. Mas também adoro in-

terpretar mocinhas românticas,

mulheres fortes, guerreiras... A

gente vai dançando conforme a

música toca.

Pergunta – Mas já chegoua pedir para alguém para fazeruma nova vilã?

Giovanna – Não, nunca. Fi-

ca só no desejo pessoal mesmo.

Mas acho que isso já é aberto, eu

falei em entrevistas e todo mun-

do sabe que eu adoraria interpre-

tar uma vilã de novo. Foi o má-

ximo fazer a Bárbara de “Da

Cor do Pecado”. Não preciso fa-

lar com ninguém mais, quando

for a hora, vão lembrar de mim

e vai acontecer. E estou feliz

com o que tenho recebido. Meu

último trabalho mesmo foi mui-

to gostoso, adorei fazer a novela

do Miguel Falabella.

Pergunta – A comédia, nasua opinião, aproximou vocêdo público?

Giovanna – Eu adoro fazer

mulheres comuns porque acho

que elas retratam muito a realida-

de. Já fiz personagens mais inaces-

síveis, como a própria Jade de “O

Clone”, que vivia em outra cultu-

ra, vinha de um país distante.

Mas curto papéis do dia a dia.

Sem dúvida eles aproximam,

sim, os atores do público. Até por-

que falar dos nossos defeitos cria

uma identificação mais fácil. Mas

acho até que essa delegada de “Sal-

ve Jorge”, mesmo sem a pegada

de humor que a Cláudia tinha, po-

de conquistar isso.

Pergunta – Quais são suasatuais expectativas para suacarreira?

Giovanna – O que eu mais

quero é crescer cada vez mais pro-

fissionalmente e produzir uma pe-

ça de teatro mais para frente. Na

hora em que eu encontrar um tex-

to bacana, pelo qual me apaixone,

vou me jogar nisso. E desejo ser

cada vez mais reconhecida pelo

meu trabalho. Acho que é o que

todo mundo gosta de vivenciar.

A tevê me satisfaz bastante. Amo

fazer novelas, de verdade. Para

mim, é uma fonte inesgotável. En-

tão, enquanto eu estiver receben-

do boas oportunidades aqui, esta-

rei feliz.

“Salve Jorge” - Estreia dia 22 deoutubro, às 21 horas, na Globo

“Clube da Criança”

(Manchete, 1988) -Angeliquete

“Tropicaliente” (Globo,1991) - Benvinda

“Tocaia Grande”

(Manchete, 1995) - Ressu

“Xica da Silva”

(Manchete, 1996) - Elvira

“Corpo Dourado” (Globo,1998) - Judy

“Força de Um Desejo”

(Globo, 1999) - Violeta

“Malhação” (Globo,1999) - Isa

“Laços de Família”

(Globo, 2000) - Capitu

“O Clone” (Globo, 2001)- Jade

“A Casa das SeteMulheres” (Globo, 2003) -Anita Garibaldi

“Da Cor do Pecado”(Globo, 2004) - Bárbara

“Amazônia - De Galvez aChico Mendes” (Globo, 2007)- Delzuíte

“Sete Pecados” (Globo,2007) - Clarice

“Três Irmãs” (Globo,2008) - Alma

“Viver a Vida” (Globo,2009) - Dora

“Aquele Beijo” (Globo,2011) - Claudia

“As Brasileiras” (Globo,2012) - Gigi, “A Venenosa deSampa”

“Salve Jorge” (Globo,2012) - Heloísa

Trajetória televisiva

Além de atuar em “Salve

Jorge”, Giovanna Antonelli

agora também divide seu tem-

po com uma linha de produtos

que leva seu nome. A atriz há

tempos sonhava lançar princi-

palmente uma marca de esmal-

tes, já que se diz uma aficiona-

da no assunto. E garante: ela

mesma colocou a mão na massa

e misturou cores diferentes pa-

ra, assim, chegar às tonalidades

que hoje são vendidas no país

todo na linha Gio Emoções, da

Speciallitá. “A ideia já existia e,

depois que as unhas da Cláu-

dia, minha personagem em

‘Aquele Beijo’, fizeram muito

sucesso, achei que era um sinal

de que eu deveria mesmo colo-

car em prática. surgiu a oportu-

nidade e estou muito feliz com

o resultado”, explica a atriz,

que conseguiu levar para o figu-

rino de sua personagem em

“Salve Jorge” o tom Ímpeto,

amarronzado.

Giovanna também se prepa-

ra para lançar, ainda em outu-

bro, uma linha de joias com

seu nome. E, mais uma vez, ju-

ra que não se trata apenas de

assinar um trabalho realizado

por uma marca. Ela diz que

ajudou a criar o design de to-

das as 27 peças que serão ven-

didas inicialmente. “Na verda-

de, estou com cinco frentes

abertas. Duas são essas, as ou-

tras três ainda estão acontecen-

do. Estou curtindo esse lado

empresária e, de repente, me

envolvo até mais com isso no

futuro”, supõe.

Na paz

Apesar de interpretar uma

delegada, Giovanna ainda não

precisou gravar sequências de

cenas de ação. E, como até ago-

ra nada nesse sentido foi escri-

to, não iniciou qualquer prepa-

ração específica para quando

isso acontecer. Nem mesmo

aulas de tiro, comuns para ato-

res que interpretam policiais,

fizeram parte de sua rotina de

preparação para esse trabalho.

“Se chegar o momento em que

for necessário, não tem proble-

ma. A gente ensaia bem, trei-

na uns dias antes e, no final,

dá tudo certo. Mas, até agora,

não cheguei perto de qualquer

arma”, conta. �

Fotos: Divulgação

Entre Carolina

Dieckmann e

Cláudia Abreu em

“Três Irmãs”

(2008) e ao lado

de Murilo Benício

em “O Clone”

(2001), papel de

grande destaque

Alternativa de vida

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 / 17 - TV

Page 18: Bem estar desvalor   14-10-12

Sem tristeza ou rancor, elenco de “Salve Jorge” cai na “pista” para celebrar o fim de um casamento

TV Press

Em qualquer folhetim, gravações de

cenas de casamento exigem esforço re-

dobrado do elenco, direção e equipe de

produção. É preciso fazer as marcações

do atores e figuração, além de idealizar

a harmonia necessária entre figurinos,

caracterização e direção de arte. O mes-

mo esmero vale para uma festa de “des-

casamento”, ou de divórcio, como a que

vai acontecer em “Salve Jorge”, novela

que estreia na próxima segunda, dia 22

de outubro. Previstas para irem ao ar no

sexto capítulo da trama, as cenas mos-

tram a celebração da solteirice de Bianca,

de Cleo Pires. A moça acaba de chegar de

uma longa temporada em Nova Iorque e

quer chocar a sociedade carioca com sua

festa, “modinha” entre os mais antenados

da “Big Apple”. “Bianca é independente e

bem estilosa. Faz a festa para se divertir.

No entanto, a sequência é um rito de passa-

gem da personagem. E desencadeia fatos

importantes para ela no decorrer da nove-

la”, conta Cleo.

Além de Bianca, outra personagem

importante na cena é Heloísa, de Gio-

vanna Antonelli. Em uma das cenas

mais ensaiadas e repetidas, Bianca joga

o buquê que representa sua liberdade e

ele cai nas mãos de Heloísa. “Capricha

na mira, Cleo”, brinca Antonelli. O re-

sultado da sequência poderá ser conferi-

do em apenas alguns minutos na trama.

No entanto, a cena levou cerca de três

dias para ser devidamente registrada.

Sob o comando do diretor Fred

Mayrink, a festa utilizou como locação

a boate The Week, no bairro da Gam-

boa, Centro do Rio de Janeiro. “Sair do

estúdio é sempre complicado. Mas se

for importante para a cena, acho legal.

Fazer essas sequências em uma boate,

com a estrutura certa de iluminação e es-

paço, deixa tudo mais real”, acredita

Mayrink.

O trabalho inicial ficou a cargo das

equipes de cenografia e direção de arte.

Inspiradas pela personalidade forte e

moderna da personagem e pelo tema

inusitado da festa, as equipes deixaram

a imaginação fluir e misturaram referên-

cias. O cenário foi todo composto por to-

tens de madeira e espelhos com telas de

“led” embutidas. “Queríamos fazer

uma festa bem diferente. Como a perso-

nagem é muito ligada em tecnologia, op-

tamos por uma estética bem ‘clean’ e uti-

lizamos espelhos que exibem imagens

para brincar com o tema, mostrando ani-

mações que exprimem a felicidade em

estar solteiro de novo”, detalha a cenó-

grafa Drica Romero.

Atenta aos detalhes do cenário, a

equipe de direção de arte investiu no

preto e branco. Como no inventivo e

bem-humorado bolo dividido ao meio e

no buquê de peônias pintadas de negro.

“Os cenários e a arte precisam trabalhar

sempre juntos para que a cena fique

bem acabada. Partimos de ideias origi-

nais e gostei do resultado do trabalho.

Depois da novela, esse tipo de festa tem

tudo para virar moda no Brasil”, diverte-

se a produtora de arte Fernanda Be-

dran. Com a festa montada, o diretor

chamar o elenco principal e os 200 figu-

rantes envolvidos – todos vestidos de

forma elegante – para fazer o primeiro

ensaio e as marcações necessárias para a

sequência.

O condicionador de ar da boate esta-

va no máximo, mas, com a luz dos refle-

tores e a superlotação, o calor predomi-

nava. Por isso, Dalton Vigh, intérprete

do empresário Carlos, e Caco Ciocler,

que vive o complicado Celso, aproveita-

vam os intervalos entre os ensaios para

tirarem os blazers. “Cena de festa tem

sempre muita gente e fica calor mesmo.

É preciso aproveitar essas pausas. Os ho-

mens tiram os casacos e as mulheres des-

cem do salto e calçam chinelos”, explica

Caco, apontando para os pés de Letícia

Spiller, seu par na trama de Glória Pe-

rez. Com o calor, a equipe de maquia-

gem fica sempre a postos para qualquer

eventualidade ou chamado, principal-

mente, das atrizes. “Gente, acho que eu

estou brilhando! Isso não vai ficar legal

no HD. Maquiagem, me ajuda!”, brinca

Cláudia Raia, intérprete de Lívia, a

grande vilã de “Salve Jorge”. �

“Salve Jorge” – Globo – Estreia previstapara o dia 22 de outubro, às 21h

Inside

Viva a liberdade

“Salve Jorge” terá cenas com a “celebração da solteirice” de Bianca, de Cleo Pires

Luiza Dantas/Divulgação

TV - 18 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 19: Bem estar desvalor   14-10-12

Antônio Fagundes lamenta não ser lembrado para comédias em entrevista à série “Grandes Atores”

TV Press

Aos 63 anos e depois de de-

zenas de trabalhos marcantes

na tevê, Antônio Fagundes

tem uma queixa de algo que po-

deria e gostaria de ter feito

mais nos folhetins. “A televi-

são não me chama para fazer co-

média”, critica ele, em entrevis-

ta à série “Grandes Atores”, em

segunda temporada no “Star-

te”, da Globo News, no ar na

próxima terça, dia 16. E, segun-

do o intérprete do carrancudo

coronel Ramiro de “Gabriela”,

talvez isso tenha acontecido por-

que determinadas pessoas não vi-

ram seu trabalho no teatro e não

tenham pensado em seu nome pa-

ra papéis de humor. “O que falta-

va fazer nos palcos, fiz no vídeo.

E o contrário também”, descon-

versa. “No cinema, você foi até

Deus”, lembra a apresentadora

Bianca Ramoneda, referindo-se

ao longa “Deus É Brasileiro”.

Orgulhoso de sua trajetória ar-

tística, Fagundes não fecha a cara

nem quando o assunto é sua parti-

cipação nas históricas pornochan-

chadas nacionais. Garante, inclu-

sive, que coloca isso em seu currí-

culo sem o menor problema, ao

contrário de alguns colegas que

preferem esconder essa parte do

passado. “‘Pornochanchada’ foi

um termo pejorativo que deram

apenas para o cinema brasileiro.

São comédias que muitas vezes

nem têm esse peso, mas ganha-

ram pornô no nome”, analisa o

ator que, entre outros filmes, par-

ticipou de “A Noite das Fêmeas”,

de Fauzi Mansur, de 1975.

O tempo parece ser uma das

maiores preocupações de Fa-

gundes atualmente. Mas não o

passar do tempo e a idade avan-

çando. Ele se mostra assustado

com o descaso com o qual as no-

vas gerações tratam grandes

obras de arte. Em 2000, o ator

escreveu o espetáculo “Sete Mi-

nutos”, já que esse era, na épo-

ca, o tempo médio de concen-

tração dos indivíduos segundo

alguns estudos pesquisados por

ele. Mas, hoje, Fagundes conti-

nua de olho na questão e, infe-

lizmente, os resultados são

bem mais desanimadores, co-

mo mostra um levantamento

do Museu de Arte Moderna de

Nova York citado por ele.

“Eles descobriram que o tempo

médio de cada visitante diante

de uma tela é de sete segundos.

Isso faz com que esse cara ache

uma hora e meia um tempo ab-

surdo para que fique sentado,

assistindo a alguma peça”, su-

põe o ator, com um discurso

sempre pragmático.

Fagundes foi pontual no

dia da gravação e, antes do bate-

papo com Bianca Ramoneda,

tomou café com a jornalista e

também atriz. A partir do “gra-

vando”, o papo durou pouco

mais de meia hora, com o ator

dando respostas muitas vezes

curtas se comparadas aos ou-

tros entrevistados que passa-

ram pelo programa na tempora-

da anterior: Walmor Chagas,

Lima Duarte, Juca de Oliveira

e Paulo José. “Ele é um ator cla-

ro, mais ágil. E a minha parte é

me preparar para isso”, avalia

Bianca, depois de posar com Fa-

gundes para uma foto que, jura,

ficará guardada eternamente

em seu tablet.

E foi do tablet de Bianca

que saiu o tema que fez Antô-

nio Fagundes se mostrar mais

avesso às modernidades e à ve-

locidade atual da informação.

Como nos outros episódios,

um dos entrevistados da tempo-

rada passada foi escolhido para

fazer uma pergunta ao ator. E

para ele caiu um vídeo de Lima

Duarte, que questionou se o co-

lega estaria preparado para ser

um ator nessa era virtual, onde

a internet ganha cada vez mais

força. “Tenho problemas com

a internet. Sou um ‘analfabyte’

declarado. Não tenho computa-

dor. Outro dia, um cara abriu

um laptop na plateia de um es-

petáculo e ficou digitando na-

quilo o espetáculo inteiro”, res-

ponde Fagundes.

Além de Fagundes, Bianca

entrevistou também para essa

temporada os atores Marco Na-

nini – no programa exibido na

última semana –, Nelson Xa-

vier e José Wilker. Assim como

nas outras edições da série, que

já teve também duas levas de

episódios com as eleitas “Gran-

des Atrizes”, a ideia é lançar

um DVD em breve. E todas as

gravações foram feitas em alta

definição, garantindo a

reexibição, em alguns meses,

no canal Globosat HD. “Fico

feliz que esse material fique dis-

ponível para, no futuro, servir

de fonte de pesquisa para as pes-

soas. Cada um dos nossos entre-

vistados tem muito a dizer e a

lembrar”, exalta Bianca. �

“Starte – Grandes Atores” – GloboNews – Terças, às 23h30

Bastidores

PÉ NO DRAMA

Bianca Ramoneda entrevista Antônio Fagundes: novo programa da GNT com a presença de grandes nomes da tevê brasileira vai ao ar às terças

Pedro Paulo Figueiredo/Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 / 19 - TV

Page 20: Bem estar desvalor   14-10-12

Favelas são cada

vez mais

exploradas em

tramas e cenários

na teledramaturgia

TV Press

A reprodução das favelas em

novelas e seriados caminha para

o realismo. As primeiras referên-

cias ao tema começaram em “Par-

tido Alto”, em 1984, primeira tra-

ma que abordou o funk carioca,

que veio dos morros do Rio de Ja-

neiro. Na sequência, diversas pro-

duções começaram a pincelar o te-

ma, como a minissérie “Bandi-

dos da Falange” e “Pátria Mi-

nha”, a primeira novela a cons-

truir uma pequena favela em cida-

de cenográfica para explorar o as-

sunto. Daí em diante, autores e di-

retores começaram a se aprofun-

dar na representação da vida nas

comunidades carentes. Como

Glória Perez, que ambienta parte

de “Salve Jorge”, próxima novela

das nove da Globo, no Complexo

do Alemão – conjunto de 13 fave-

las na Zona Norte da capital flu-

minense. Tanto que, hoje em dia,

além da fidedigna reprodução do

cotidiano do crime e da pacifica-

ção em favelas, algumas tramas

começam a se preocupar em mos-

trar como surgiu esse gênero de

comunidade no país. “Lado a La-

do”, por exemplo, retratou até o

“bota-abaixo” promovido pelo en-

tão prefeito do Rio, Pereira Pas-

sos, em 1904, que derrubou corti-

ços no Centro da cidade. A partir

daí, os pobres passaram a ocupar

os morros – a começar pelo Mor-

ro da Providência –, construindo

barracos com a madeira que reco-

lhiam pelas ruas. “Esse tema está

sendo pedido para ser explorado

há muito tempo. Precisávamos

contar a história de como tudo co-

meçou”, salienta Claudia Lage,

que assina “Lado a Lado” com

João Ximenes Braga.

Em “Salve Jorge”, além das

gravações iniciais no Complexo

do Alemão, foi construída uma ci-

dade cenográfica de 1800 m²,

com 14 prédios. No entanto, a tra-

ma mostra uma outra faceta da fa-

vela que ainda não havia sido

mostrada nas novelas: a comuni-

dade pacificada, que tem um vi-

sual mais organizado, segundo a

cenógrafa da trama, Erika Lovisi.

“A pacificação do Alemão foi um

momento histórico. Parou o país.

Queria retratar isso para contar a

história de amor de uma morado-

ra com um capitão da Cavalaria”,

explica Glória Perez. “Frequen-

tei muito o Alemão para viver a

Morena. As pessoas da comunida-

de estão orgulhosas de serem re-

presentadas na novela. Querem

trazer a voz da comunidade”, ani-

ma-se Nanda Costa, protagonista

do folhetim que estreia no próxi-

mo dia 22 na Globo.

No entanto, a Record foi a pio-

neira na teledramaturgia em gra-

var tramas dentro de favelas. Em

“Vidas Opostas”, de Marcílio Mo-

raes, o diretor Alexandre Avanci-

ni registrou grande parte da histó-

ria na Comunidade Tavares Bas-

tos, no Catete, Zona Sul do Rio.

As locações eram barracos de ver-

dade e a verossimilhança das ce-

nas era tanta que a trama obteve

uma das maiores audiências da

emissora na teledramaturgia.

“Passei um ano gravando den-

tro da favela. Era uma dinâmi-

ca muito difícil, mas fazer nove-

las em locações é o grande dife-

rencial da Record. Cidade ceno-

gráfica engessa a criatividade”,

avalia Avancini.

Mas não é de hoje que a Globo

investe em favelas “cenográficas”.

Em “Duas Caras”, pela primeira

vez, uma novela da Globo contava

com uma favela - a fictícia Porteli-

nha - que abrigava parte do núcleo

central da trama. “Não dá mais pa-

ra fazer novela contemporânea e

que se passa no Riosem ter favela”,

avalia Aguinaldo Silva, que tam-

bém incluiu uma favela em “Se-

nhora do Destino”.

O início da abordagem mais

maciça do tema começou após o

curta “Palace 2”, de Fernando

Meirelles e Kátia Lund, apresen-

tado na série “Brava Gente” em

2001. Foi então que o assunto co-

meçou a ganhar cada vez mais

destaque na tevê além dos noticiá-

rios. Em seguida, o longa “Cida-

de de Deus”, que havia estourado

no cinema, deu frutos à série tele-

visiva “Cidade dos Homens”,

uma parceria da Globo Filmes

com a O2, também dirigida por

Meirelles. Na sequência, a emisso-

ra ainda lançou o seriado “Antô-

nia”, em 2006, de Tata Amaral. A

produção deixou de focar na vio-

lência das favelas para começar a

mostrar outros aspectos das co-

munidades carentes, como o des-

caso com a saúde. “Estava na ho-

ra de mostrar a vida da periferia

de outro jeito, que não represen-

tasse apenas a violência e a misé-

ria”, destaca a diretora.

Popular

MISÉRIA EMPRIMEIRO PLANO

Em “Duas Caras”,Lázaro Ramos interpretouEvilásio, um herói quemorava na fictíciaPortelinha e sofriapreconceito racial esocial ao se apaixonarpela mocinha Júlia, deDébora Falabella,moradora da Lagoa, naZona Sul da cidade. “Anovela levou as pessoasa diversas reflexões. Quevisão é essa que a gentetem da favela?”, indaga

“Caminhos doCoração”, novela deTiago Santiago naRecord, contava com afictícia favelaParaisópolis, ondemorava o mutante Vavá,interpretado porCássio Ramos

Sol, protagonistavivida por Deborah Secco,em “América”, seria umafavelada na sinopseoriginal da trama. Mas apersonagem viroumoradora de VilaIsabel, bairro da ZonaNorte do Rio

No cinema brasileiro,a abordagem das favelascomeçou em 1935, como longa “Favela dos MeusAmores”. Em seguida,longas como “Rio 40Graus”, de 1955, deNelson Pereira dosSantos, e “Cinco VezesFavela”, rodado em1962, por cincodiretores, começou adestacar ainda mais ocenário como tema nocinema nacional �

Instantâneas

TV - 20 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 21: Bem estar desvalor   14-10-12

“Balacobaco” retorna ao novelão após o fracasso de audiência da introspectiva “Máscaras”

TV Press

O (pouco) público que viu

“Máscaras”, na Record, pode es-

quecer os temas mais polêmi-

cos, como irmãs doentias divi-

dindo um mesmo homem, de-

pressão pós-parto, personagens

terminais e outros assuntos de-

pressivos. “Balacobaco”, que a

substitui, é uma alegria só. De-

pois da tentativa do escritor

Lauro César Muniz criar uma

trama com características mais

introspectivas e carregada de

mistério, a emissora decidiu

apostar no óbvio: casal român-

tico, cenas de ação, persona-

gens cômicos e núcleos rico e

pobre.

“Máscaras” pagou com bai-

xa audiência menos pela radica-

lidade do que pela desventura

geral de sua história. Foi uma

novela infeliz, sem histórias ilu-

minadas e sem o menor hu-

mor. Mesmo o visual era mais

soturno e os diálogos soavam

excessivamente formais. Nem

o diretor Ignácio Coqueiro re-

sistiu até o final do folhetim e

foi afastado. Não adiantou.

Para superar o trauma, “Ba-

lacobaco” disse logo na estreia

a que veio. Gisele Joras criou

personagens que a televisão cos-

tuma tratar como populares, ou

seja, faladores, galhofeiros,

mentirosos e pretensamente en-

graçados. À frente da trama, es-

tá Norberto, de Bruno Ferrari,

um escroque atrapalhado que

tenta roubar o sócio, o galã boa-

praça Eduardo, de Vicor Peco-

raro. Norberto vive com a noi-

va Diva, de Bárbara Borges, em

um apartamento com paredes

rosa no quarto e azulão na sala.

A agência de viagens de Nor-

berto e Eduardo é decorada na

mesma atmosfera festiva. Tudo

muito popular.

Outros atores do “cast” da

Record repetem certas caracte-

rísticas que os marcaram nas úl-

timas novelas. Julianne Trevi-

sol mais uma vez vive uma ban-

dida. Depois de um longo tem-

po como a hipnótica Górgona

da trilogia “Mutantes” e a dissi-

mulada de última hora Rita de

“Vidas em Jogo”, ela agora re-

presenta a alpinista social Beti-

na. Solange Couto segue em

sua bem-sucedida carreira de

personagens populares com

Cremilda, uma trambiqueira e

falsa cigana que arma pequenos

golpes com Zé Maria, de Silvio

Guindane. O corre-corre do ca-

pítulo de estreia, quando Zé

Maria é flagrado ao se fazer de

cego, promete se repetir ao lon-

go da trama. Ninguém pode

acusar Edson Spinello de sub-

meter os atores a uma direção

rigorosa.

Plásticas cosméticas e corre-

tivas, uma pastelaria no bairro

classe média baixa do Catete,

no Rio de Janeiro, um homem-

frango e um locutor brega-ro-

mântico completam o zôo de si-

tuações, ambientes e tipos exó-

ticos da novela. Se não passasse

tão tarde, tal fórmula poderia

muito bem preencher o horário

das 19 horas. Cabe a emissora

demonstrar que, mesmo às

22:30 h, é possível encontrar te-

lespectadores para a trama.

Em tempo: Norberto ga-

nhou US$ 10 mil apenas por in-

dicar os clientes de sua agência

de viagens para uma churrasca-

ria. Se fosse para receber os tra-

dicionais 10%, ele teria de le-

var, no mínimo, duas mil pes-

soas a um rodízio de primeira

classe. Isso é que é comissão. �

“Balacobaco” – Segunda a sexta, às22h30, na Record

Crítica

PASSO ATRÁS

Bárbara Borges e Roberta Gualda em cena de “Balacobaco”: novela investe na velha fórmula do casal romântico e os núcleos rico e pobre

Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 / 21 - TV

Page 22: Bem estar desvalor   14-10-12

MALHAÇÃO - 17H50

Segunda-feira - Roberta e Felipe pro-testam ao serem levados para a ce-la. Otávio fica furioso ao saber queCharlô saiu. Roberta culpa Felipe porestar presa. Fábio não gosta de sa-ber que Carolina irá trabalhar naCharlô’s. Vânia desconfia das atitu-des de Juliana. Frô comenta com Ca-rolina que Juliana possui um roman-ce secreto. Analú diz a Nando que olevará de volta à ilha deserta. Charlôexige que Otávio aceite o cargo deRoberta na Positano. Roberta e Feli-pe se enfrentam.Terça-feira - Roberta culpa Felipe pe-la morte de Vitório. Nando conseguetomar a moto de Analú. Nieta senteciúmes de Dino com Roberta. Otáviotenta libertar Felipe da cadeia, masacaba preso. Ulisses cisma que umfuncionário está olhando para Frô eo ameaça. Carolina beija Fábio à for-çae fingeque foi atacada. Julianade-

mite o fotógrafo. Charlô tira Felipe eOtáviodacadeia. AnalúafirmaaNan-do que contará a verdade para Feli-pe. Felipe se revolta ao ver Nandochegar à mansão com Analú.Quarta-feira - Roberta acredita queOtávio obrigou Vitório a vender asações da fábrica. Analú conta a ver-dade para Felipe, e ele a perdoa. Ro-berta tenta disfarçar seu interesseemNando.Otávio combinacomNan-do sua saída secreta. Vânia descon-fia que exista algo entre Juliana e Fá-bio.Charlô observaOtávio sair de ca-sa com Nando. O advogado de Ro-berta dá seu parecer sobre o contra-to de venda das ações da Positano.Quinta-feira - Roberta descobre queo valor pago pelas ações de Vitóriosumiu. Carolinase faz de vítima paraJuliana. Vânia desmente a versão deCarolina, e Manoela fica furiosa. Ca-rolina descobre o segredo de Julia-

na. Charlô fica intrigada com o com-portamento de sua neta mais velha.Roberta conclui que Otávio não pa-gou pela compra das ações. Ve-ruska procura documentos para Otá-vio no escritório de Dino. Carolinamente para que Nieta expulse Fábio

de suacasa. Manoela vai embora decasa e leva Ciça.Sexta-feira - Otávio inventa uma des-culpa para seu novo visual. Vânia seculpa pelo sumiço de Manoela eCiça. Fábio tenta convencerVânia deque Carolina mente. Carolina pede

que Nieta a deixe voltar a trabalharna Charlo’s. Felipe convence Julia-na a manter o emprego de Fábio. Vâ-nia conclui que Fábio estava certosobre o caráter de Carolina. Analúse irrita com a maneira como Nan-do a trata. Felipe conversa com Ro-berta. Ela cobra de Otávio um reci-bo que comprove o pagamento pe-las ações da Positano.Sábado - Otávio mente para Rober-ta. Juliana nega que tenha algo comFábio. Carolina ficaeufóricapor voltara trabalhar na Charlo’s. Frô conta pa-raUlisses que Fábiobeijou Carolina àforça. Otávio confessa a Felipe quenão tem o recibo de pagamento dasaçõesdeVitório. Julianaaceitaacaro-na de Nando. Charlô garante aRober-ta que vai ajudá-la a descobrir o queaconteceu entre Otávio e Vitório. Ma-noela ligaparaCarolina. Julianatermi-na seu romance secreto.

AVENIDA BRASIL - 21H00

LADO A LADO - 18H15

Segunda-feira a sábado - Até o fechamento desta edição, a emissora não divulgou o resumo dos capítulos.

Segunda-feira - Zé Maria, Caniçoe Chico expulsam Assunção e ospoliciais do Morro da Providên-cia. Laura confirma que Alberti-nho é o pai do filho de Isabel. Pra-xedes vê Zé Maria junto aos ca-poeiras. Berenice vibra com ospresentes que recebe de Caniço.Chico convida Zé Maria para in-gressar na Marinha. Edgar nãodeixa Isabel subir o Morro da Pro-vidência para falar com Zé Maria.Zé Maria fala com Edgar.Terça-feira - Umberto convida Di-va para sair. Assunção explicapara Zé Maria por que a vacinadeve ser aplicada na população.

Eulália fica escandalizada comos livros de Sandra. Albertinhoencontra Isabel na casa de Lau-ra. Caniço pede mais dinheiro aBonifácio. Isabel implora queLaura não conte que o filho queela está esperando é de Alberti-nho. Zé Maria luta contra Caniçona manifestação.Quarta-feira - Zé Maria obriga Ca-niço a confessar quem está pa-gando para ele incitar a violênciana cidade. Luiza conta para Cons-tância que Albertinho teme ser opai do filho de Isabel. Zé Mariasofre por causa de Isabel. Eladescobre que Zé Maria a ajudou

a conseguir um emprego. Bonifá-cio afirma que se vingará de Guer-ra. Frederico pede para Neusinhaentregar a Quequé o convite quearrumou para ele. Edgar conver-sa com Fernando. Isabel procuraZé Maria.Quinta-feira - Zé Maria é gentilcom Isabel. Bonifácio exige quePraxedes tome uma atitude con-tra o jornal de Guerra. Quequédescobre que Neusinha pegou oconvite que Frederico lhe deu.Edgar conta para Laura que con-firmou a Albertinho a paternida-de do filho de Isabel. Chico in-centiva Zé Maria a reatar com

Isabel. Praxedes fecha o jornalde Guerra. Berenice procura Al-bertinho na casa de Laura. Cons-tância não aceita que o filho queIsabel está esperando seja deAlbertinho.Sexta-feira - Edgar reclama queLaura não quer fazer um retratoseu. Bonifácio ameaça Guerra.Berenice se insinua para Alberti-nho. Edgar decide ajudar Guerraa denunciar Bonifácio. Fredericodá aula de teatro para Neusinha.Zé Maria humilha Albertinho. Isa-bel afirma a Laura que não quermais ver Albertinho. Edgar levaGuerra para escrever em sua ca-

sa. Albertinho avisa a Laura quetomou uma decisão sobre a situa-ção de Isabel.Sábado - Laura pede para Isabelaceitar a ajuda de Albertinho.Margarida desiste de entregar acarta que recebeu para Edgar.Neusinha encontra Quequé narua com a moça para quem eledeu o convite. Praxedes invade aredação do jornal de Guerra.Constância lê a carta endereça-da para Edgar e fica furiosa. Fer-nando denuncia o irmão para Bo-nifácio. Zé Maria agradece Edgarpor tê-lo ajudado. Bonifácio che-ga à casa de Edgar com Praxe-des e dois policiais.

Segunda-feira - Orelha vibra com aconfusãoentreFatinhaeEriberto.Ma-thias se preocupa com a revolta deAdolfocontraasatitudesdafilha.Fati-nha se apavora quando o pai diz quevai mandá-la para um internato. Ritase encanta com Bruno. Nélio abraçaJu para provocar Dinho. Orelha divul-gaas imagensdosarauemsuatevê.Morgana e Fera se beijam. Rafael vêa cena e vai embora. Marcela mandaFatinhaemboraeLiaa levaparaaca-sa de Ju.Bruno se enfurece ao saberque Ju convidou Fatinha para morarcomeles.

Terça-feira - Lia decide acabar comseu falso namoro com Gil. Ju confes-sa para Fatinha que não está ficandocom Nélio. Dinho pensa em Ju e Lia.Gil vê que Dinho está olhando e beijaLia. Fatinha se insinua para Bruno eeleaexpulsadesuacasa.Dinhocon-versa comGil sobre seunamoro comLia. Bárbara fica indignada por ser re-preendida por Mário e Alice. FatinhadispensaOrelha. Isabelaapresentaàturmaodiretordeteatroqueensaiaráos alunos na Semana Literária. Fati-nhapede para morar com Dinho.

Quarta-feira -Fatinhadizqueestápre-cisando de um amigo e Dinho a con-sola. Nando faz uma serenata parapedir à Marcela que saia com Loren-zo. Fatinha conta para Dinho que Junão está interessada em Nélio. TatáeGilnãoqueremqueseuspaisse re-lacionem.Lia tentaconvencera irmãa aceitar Marcela. Ju percebe umacumplicidade entre Dinho e Fatinha.Morgana e Rafael se entendem.Leandro fica com ciúmes de Isabelacom Excelsior. Orelha fala mal de Di-nho para Ju.

Quinta-feira - Lia não gosta que Ore-lha fale mal de Dinho. Bárbara recla-ma por ter reatado com Nando. RitarepreendeBrunopornãoapoiarJu.Di-nho e Ju ficam juntos. Lorenzo e Mar-cela se beijam. Fatinha decide deixara casa de Dinho para não interferirem seu relacionamento com Ju. Ex-celsior e Isabela iniciam os testes deelenco com os alunos. Fatinha provo-ca Lia, que se enfurece. Lia e Gil dis-cutemporcausadeseuspaisetermi-nam o namoro. Ju pergunta a Dinhoseeles estãonamorando.

Sexta-feira-Dinhoreclamadacobran-ça de Ju. Leandro e Isabela se enten-dem. Ju tenta conversar com Lia so-breo fimdeseunamorocomGil. Fati-nha fala para Ju que deixará a casade Dinho por sua causa. Fatinha levasuas malas para o colégio. Rita nãodeixa Bruno ceder à provocação deFatinha. Fatinha pede para morarcomOrelha.Lianãoconseguedesco-brir a surpresa que Ju fará para Di-nho.Orelha torceparaqueFatinhaseapaixonepor ele.

Resumo das novelas

GUERRA DOS SEXOS - 19H10

GLOBO

Irene

Ravache

rouba a

cena como

Charclô na

novela

“Guerra

dos Sexos”

TV - 22 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 23: Bem estar desvalor   14-10-12

Segunda-feira - Os alunos pesqui-sam sobre histórias de assombra-ção na Escola Municipal. Paulo eMário fazem vigia no pátio da es-cola. Todos seguem para a casade Jaime para conversar sobre acasa abandonada. Firmino contaque um casal de idosos moravalá, mas que morreram em umaviagem à Europa. As garotas sereúnem na casa de Maria Joaqui-na para discutir as novidades quedescobriram. Jaime conta aos ga-rotos que descobriu uma passa-gem para os fundos da casa.Terça-feira - Cris diz para Helenaque ela precisa viver um roman-ce. A mãe de Maria Joaquina con-vida a professora para se reunircom as meninas em sua casa. Osbandidos da casa abandonada di-

zem que é melhor todos acharemque eles são fantasmas. Pauladiz a José que ele não devia terdado permissão para Cirilo entrarna casa abandonada. Os meni-nos se reúnem para expediçãoà casa abandonada. Helenachega à casa de Maria Joaqui-na e encontra Suzana. Os ban-didos conseguem um carro pa-ra assaltar a casa de Maria Joa-quina.Quarta-feira - Até o fechamentodesta edição, a emissora não di-vulgou o resumo do capítulo.Quinta (18/10) - Até o fechamen-to desta edição, a emissora nãodivulgou o resumo do capítulo.Sexta-feira - Até o fechamentodesta edição, a emissora não di-vulgou o resumo do capítulo.

Segunda-feira - Isabel nãoaceita as desculpas de Dani-lo. Teresa, Mirela e Tais preo-cupam-se com Isabel, enquan-to Abigail defende Danilo. Lu-cas conversa com Betina so-bre a vontade que tem de terum filho. Violeta se irrita como pai durante aula de autoesti-ma. Zé Maria vê o sucessoinstantâneo do vídeo de Patri-ck. Aragão recebe visita de An-dré e reclama da profissão dofilho. Isabel passa mal e se-gue para o hospital. Lá, desco-bre que perdeu o bebê.

Terça-feira - Isabel pede a se-paração de Danilo. Ele revelaque vai precisar vender o es-critório dela. Norberto sonhanovamente com Eduardo, e Di-va sugere que ele marque no-va consulta com Madame Ze-naide. Teresa convida Isabelpara espairecer num fim desemana em Angra dos Reis.Darley cobra a dívida de Dani-lo, mas ele enrola o capanga.Darley segue Danilo de carroe, ao parar, atira no rival.Quarta-feira - O tiro que Dar-ley acertou em Danilo foi uma

ordem dada por Norberto. Ar-thur reclama do casamentodo filho com Betina. Norbertoatropela e mata Darley. Laurae Gabriela encontram o vídeode Patrick na internet. Isabelviaja com Teresa e Nestor.Abigail se interessa por um ra-paz bem mais novo, que retri-bui as intenções. No hospital,Danilo acorda, mas não con-segue ligar para Isabel. Elafaz uma visita de surpresa aorapaz.Quinta-feira - Isabel propõe aDanilo que ele vá para a casa

dela. Pressionado por Mada-me Zenaide, Norberto faz asvontades de Diva. Zé Maria ini-cia mais uma gravação. Luizase inscreve no curso de artesplásticas. Norberto se espan-ta ao saber que Danilo sobre-viveu. Vicente e João Paulo fa-lam sobre a beleza de Mirela.Violeta sente ciúme de Plínioe agride duas mulheres napastelaria. Após denúncia deIsabel, detetives invadem ocassino.Sexta-feira - Os policiais nãoencontram nada no cassino

clandestino. Dóris descobreque Joana é amiga de Isabel eapresenta Diva à moça. As gê-meas Paranhos comemoramo fato de Isabel perder o be-bê. Danilo teme pela vida deIsabel. Plínio termina o namo-ro com Violeta. Taís diverte-se com Nestor e comemorapor ele ser seu pai. Norbertopede que Marmota sabote o ji-pe de Eduardo. Laura e Gabidecidem procurar o pinguimPatrick. Eduardo segue para atrilha com os turistas e perdeo controle do freio.

Terça-feira - Coriolano ordena queGlória saia de casa sem nada. Oplano de Gerusa e Mundinho fra-cassa. Nacib não gosta da comidado novo cozinheiro. Arminda per-gunta a Gabriela se ela tem espe-rança de voltar para Nacib. Mundi-nho pede a Ramiro que coloque asdesavenças políticas de lado e per-mita seu casamento com Gerusa.O coronel ameaça o rapaz. A ma-dre do convento descobre o que es-tá acontecendo com Gerusa.Quarta-feira - Mundinho prometeajudar Malvina. Josué é demitidoda escola. Glória garante a Josuéque recebeu convites de outros co-ronéis e que os dois podem conti-

nuar juntos. Ramiro proíbe visitasa Gerusa. Sete Voltas obriga o co-zinheiro de Nacib a voltar para Sal-vador. Nacib estranha o atraso docozinheiro e o delegado avisa queo homem não está mais na cida-de. Nacib reage quando Mundinhosugere que Gabriela substitua ocozinheiro.Quinta-feira - Mundinho convenceNacib a chamar Gabriela para tra-balhar no restaurante. Gabrielaafirma para Miquelina que vai sereaproximar de Nacib. Tonico fla-gra Olga e Ezequiel juntos. Olga en-frenta Tonico. Gabriela tenta agra-dar o turco, mas ele finge não seimportar. Glória conta para Jo-sué que outro coronel montará

casa para ela. A inauguração donovo restaurante da cidade é umsucesso. Mundinho ajuda Malvi-na. Nacib se surpreende ao che-gar em casa e ver Gabriela.Sexta-feira - Nacib esclarece a Ga-briela que ela será apenas sua co-zinheira. Marinalva e Melk saem àprocura da filha. Conceição nãoconsegue visitar Gerusa e avisa aMundinho. Ramiro revela a Melkque quer se livrar de Mundinho. Ra-miro passa mal. Altino sugere queMundinho faça uma doação para oconvento para sensibilizar a ma-dre. Os clientes do Vesúvio come-moram a volta de Gabriela. Zaro-lha se casa com Manoel. Gabrielaprepara um banho para Nacib.

Resumo das novelas

CARROSSEL - 18H30

BALACOBACO - 22H30

GABRIELA - 23H00

RECORD

GLOBO

Luiza

Valdetaro e

Vanessa

Giácomo,

destaques

da novela

“Gabriela”,

da Globo

Cena do folhetim infantil do SBT “Carrossel”, que vai ao ar de segunda à sexta-feira, a partir das 18h30

SBT

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 / 23 - TV

Page 24: Bem estar desvalor   14-10-12

Turismo

PÉROLASPÉROLASLISBOETASLISBOETAS

A capital portuguesa é um pedaço de terra

cercado de delícias por todos os lados

Agência O Globo

Lisboa é uma cidade ribeiri-

nha e não tem praia. Mas bastam

20 minutos de carro para se chegar

ao Atlântico, com suas águas frias

e límpidas. Para sul e para o oeste,

não faltam passeios praianos.

Do outro lado do rio Tejo, cru-

zando a linda e moderna Ponte

Vasco da Gama, ou passando pela

linda e antiga Ponte 25 de Abril,

encontramos a Península de

Setúbal e a sua rica produção de

vinhos, os queijos de Azeitão,

suas reservas naturais e as praias

imaculadas, mesmo próximas de

Lisboa.

Seguindo na direção oeste,

chega-se a Cascais e Estoril, as

duas praias preferidas dos lisboe-

tas, que são como parte da cida-

de. Nessa mesma região, Colares

e Carcavelos são duas vilas que

batizam vinhos históricos, tradi-

cionais e únicos.

TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 25: Bem estar desvalor   14-10-12

A pousada Casa da

Pérgola é uma das mais

famosas, charmosas e

coloridas de Cascais

Agê

ncia

OG

lobo

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 / 25 - TURISMO

Page 26: Bem estar desvalor   14-10-12

Como tantas cidades turísticas lusitanas, um dia é tempo suficiente para visitar Cascais

Agência O Globo

Pelas ruas de Cascais, sente-se um ir-

resistível aroma de churrasco. A brasa

grelha franguinhos deliciosos, que são

depois regados com o tradicional mo-

lho de pimenta piri-piri, além de outras

carnes, com destaque para os peixes e

frutos do mar, sempre fresquíssimos.

Gastronomicamente falando, esse é

o traço mais característico de Cascais.

Bem no coração do centrinho histórico, o

lugar mais interessante para se entregar

aos prazeres da carne, seja ela vermelha ou

branca, é no restaurante Casa Velha.

Além do franguinho bem temperado,

que consegue ser ao mesmo tempo tostadi-

nho e com carne úmida, também serve ou-

trasiguariasterrestresmuitotípicasdePortu-

gal, como as febras de porco, amêijoas à

BulhõesPato,osdeliciososmariscosprepara-

dos em molho de vinho branco, azeite,

muito alho e cheiro-verde.

Ainda melhores são os pescados,

igualmente assados no calor da brasa,

como o cherne, o robalo inteiro e o baca-

lhau servido à lagareiro, além dos famo-

sos camarões tigre de Moçambique.

Portugal

CASCAIS: PESCADOS,PRAIAS E PIMENTAS

A praia da Ribeira é

boa para ver o

movimento e não

muito para banhos

TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 27: Bem estar desvalor   14-10-12

O restaurante Fortaleza do

Guincho, em Cascais, é endere-

ço obrigatório em qualquer ro-

teiro gastronômico pela região.

Está entre os melhoresrestauran-

tes do país, com cardápio variado,

serviçoimpecávelemambientechi-

que, com a vista fabulosa da Praia

do Guincho, muito frequentada

por surfistas.

A cozinha não conquistou

uma estrela Michelin à toa. O

menu tem uma pegada france-

sa, com certa inspiração em in-

gredientes lusitanos, e assim

nasceram receitas como o foie

gras de Landes com chutney

de figos e gengibre ao vinho do

Porto.

A carta de vinhos é impecá-

vel, e as sugestões do somme-

lier, certeiras.Perto dali, o Porto

de Santa Mariaserve pescados de

excelência. (AG)

ServiçoBaluarte: Rua Tenente Valadim 46.Tel. (21) 486-5157.restbaluarte.comCasa Velha: Avenida Valbom 1.Tel. (21) 483-2586.casavelha.atue.ptCasa da Pérgola: Diárias a partir de 92.Avenida Valbom 13

Como tantas cidades turísti-

cas lusitanas, um dia é tempo

suficiente para visitar Cascais.

Dá para sair cedinho de Lis-

boa, bater perna pelo simpático

e miúdo centro histórico, pegar

um solzinho e dar uns mergu-

lhos na água fria e límpida de

praias como a da Rainha, que

era frequentada por Dona Amé-

lia, a última, derrubada pela re-

volução de 1908.

Pequenina e protegida, é

uma delícia de praia, desde que

não esteja ocupada por grupos

de jovens ingleses embriaga-

dos, o que lamentavelmente

não é tão raro assim, já que es-

ses estão entre os principais vi-

sitantes, ao lado de alemães.

Por conta da vista real-

mente privilegiada e da boa

comida, o restaurante e bar

Baluarte está entre os endere-

ços mais badalados.

O melhor horário para fazer

um brinde e petiscar por ali é

mesmo no fim da tarde, para

apreciar o pôr do sol saborean-

do uma cataplana de mariscos.

Mas vale a pena considerar

passar uma noite por lá, espe-

cialmente se escolha de hospe-

dagem recair sobre a Casa da

Pérgola, ícone da cidade,

uma pousadinha cheia de

charme, bem localizada e

com um adorável jardim, a

um passo das principais atra-

ções, restaurantes e cafés.

Entre os que escolhem pas-

sar uma noite por lá, muitos

estão interessados em tentar

a sorte no Cassino Estoril, o

maior de toda a Europa, que

tem animados bares, restau-

rantes e uma boa programa-

ção de shows. (AG)

A fachada

coberta de

azulejos da

Adega Viúva

Gomes, que

funciona em

uma das

construções

antigas

Os jardins do histórico Palácio da Bacalhoa, construído em 1480; a visita, agendada, tem ingresso a 10 euros

A praia da

Rainha, em

Cascais: água

clara e gelada

Fotos: Agência O Globo

Sabores imperdíveis

Tentando a sorte no Estoril

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 / 27 - TURISMO

Page 28: Bem estar desvalor   14-10-12

São duas áreas minúsculas de vinhedos, que quase acabaram, mas hoje voltam a merecer atenção

-

Agência O Globo

A especulação imobiliária

no litoral sufocou duas das mais

antigas e tradicionais denomina-

ções de vinhos em Portugal, Co-

lares e Carcavelos.

São duas áreas minúsculas

de vinhedos, que quase acaba-

ram, mas que hoje voltam a me-

recer a atenção dos apreciado-

res da bebida.

Em termos turísticos, Cola-

res, aos pés da Serra de Sintra,

e seus palácios, bosques e doces

magníficos, é ligeiramente

mais interessante.

Mas se falamos de vinhos, Car-

cavelos, cidade coladinha a Lis-

boa, na área da foz do rio Douro,

vem recuperando mais rapida-

mente o seu prestígio que remon-

ta ao século 18, quando era produ-

zido pelo Marquês de Pombal, na

Quinta de Oeiras.

Colares pode ser um comple-

mento enófilo perfeito para um

passeio pela Serra de Sintra. Além

do vinho em questão há praias be-

líssimas a oeste e um bonito con-

junto arquitetônico tipicamente

português, com sobrados de facha-

das azulejadas.

Ali na pequenina e simpática

cidade de Colares ainda encontra-

mos algumas vinícolas abertas aos

turistas, como a Adega Viúva Go-

mes, que funciona numa dessas

construções antigas.

Além de degustar alguns rótu-

los da casa, incluindo safras com

alguma idade, como garrafas de

1996 e 1999, a visita revela histó-

rias curiosas, como o fato de que

esses foram um dos poucos vinhe-

dos de toda a Europa que resisti-

ram à praga da filoxera, no século

19, que arrasou as plantações em

todo o continente.

Ali as videiras são plantadas

na areia, o que impediu a invasão

do inseto, de maneira que esses

são um dos poucos vinhedos euro-

peus plantados em péfranco, ou se-

ja, sem enxertos.

Portugal

Colares e Carcavelos

Uma garrafaUma garrafa

antiga de Colaresantiga de Colares

Fotos: Agência O Globo

TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 29: Bem estar desvalor   14-10-12

Barco enfeita a

fachada de um

dos restaurantes

de pescados no

centro histórico

O litoral de Colares abriga

algumas praias preciosas, como

a da Adraga, uma das mais lin-

das da Europa, onde é pratica-

do o nudismo, e as da vila de

Azenhas do Mar, paisagem pi-

toresca, com casinhas debruça-

das sobre o Atlântico.

Adraga merece atenção do

viajante entre outras razões por-

que um jantar no restaurante

que carrega o mesmo nome

do lugarejo é um delicioso

programa romântico que con-

juga vista magnífica com

uma comida idem.

Experimente o caril de

gambas, receita indo-lusitana

(sim, caril vem de curry) e o

lombo de lagosta com risoto

de camarão e manjericão, ou

uma açorda de mariscos, ou

mesmo o polvo assado no car-

vão, que o cenário vai ficar

ainda mais belo.

Mais que banhistas, Carca-

velos seduz principalmente os

enófilos. Esse vinho esteve

mais ameaçado de extinção

que o mico-leão-dourado,

mas nos últimos anos a pro-

dução se estabilizou.

Três propriedades produ-

zem a bebida histórica: as quin-

tas dos Pesos, da Ribeira de Ca-

paride e da Samarra.

O Carcavelos, que teve fama

mundial lá pelo ano de 1700,

chamado Lisbon wine, é fortifi-

cado com aguardente e apresen-

ta características semelhantes

às de um Madeira doce, com

cerca de 19% de álcool,cor acas-

tanhada e aromas de mel e fru-

tos secos.

Pode ser servido como

aperitivo e fica ótimo com

queijos ou sobremesa. Me-

lhor provar dos dois modos,

e em Carcavelos. (AG)

Serviço

Adega Viúva Gomes: largo doComendador Gomes da Silva, nºs 2 e 3,Almoçageme, Colares

Queijos antes da sobremesa, no

restaurante Fortaleza do Guincho,

especialidades portuguesas

Docinhos na

Fortaleza do

Guincho

As praias pitorescas

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 / 29 - TURISMO

Page 30: Bem estar desvalor   14-10-12

O queijo de Azeitão, cremoso e de sabor intenso, e os vinhos feitos com a uva Moscatel Roxo,

doces, ricos e espessos, são as delícias da Península de Setúbal

Agência O Globo

Bastariam o queijo de

Azeitão, cremoso e de sabor in-

tenso, e os vinhos feitos com a

uva Moscatel Roxo, doces, ri-

cos e espessos, para poder classi-

ficar a Península de Setúbal,

berço dessas duas maravilhas,

como um lugar delicioso.

Mas esse pedaço de terra

quase todo envolvido por

água - ora pelo rio Tejo, ora

pelo Oceano Atlântico, ora

pelo estuário do rio Sado -

guarda outras preciosidades,

tanto para os que buscam

passeios ecológicos quanto

para os que estão atrás de

programas gastronômicos.

E até para aqueles que só

querem um lugar ao sol para re-

festelar-se na areia ou para os

amantes das artes plásticas, da

arquitetura e da botânica.

É possível visitar a região,

ao sul de Lisboa, do outro lado

do Tejo, em passeios de um

dia, saindo pela manhã da capi-

tal, e retornando no fim do dia.

Bom mesmo é dedicar al-

guns dias para explorar com cal-

ma as praias entre a Costa da

Caparica e a Lagoa de Albufei-

ra, numa faixa litorânea de

aproximadamente dez quilôme-

tros, onde cabem famílias, gru-

pos de amigos e casais em lua

de mel.

Mais ao sul, a Serra da Arrá-

bida e o estuário do rio Sado

atraem turistas interessados

em observação de pássaros e de

animais terrestres e marinhos,

como golfinhos e texugos, que

vivem ali protegidos por unida-

des de conservação.

Há lugarejos e vilinhas

quase parados no tempo, que

convidam a programas tão di-

versos quanto passeios de

barco e caça submarina, no

lindo Portinho da Arrábida,

até um passeio pela arquite-

tura e pela história de Palme-

la, marcada por um castelo

de onde se tem uma vista ma-

ravilhosa.

É uma cidadela medieval

cercada de vinhedos por to-

dos os lados, onde acontece

uma famosa festa da vindi-

ma, em setembro.

A locomoção entre as cida-

des da Península de Setúbal

não é fácil, de modo que é fun-

damental estar de carro, esco-

lhendo como base as cidades de

Palmela ou Setúbal,

com maior infraestrutura e

com boa localização para se per-

correr os arredores.

Um dos locais mais visita-

dos, e absolutamente indispen-

sável, é a vinícola Quinta da Ba-

calhoa, que tem pelo menos

dois endereços fundamentais:

a sede, na Quinta da Bassaquei-

ra, e o Palácio da Bacalhoa, pro-

priedade histórica.

Nos dois lugares, o progra-

ma é muito mais do que pura

enofilia, e é possível combi-

nar as duas visitas, pagando

10 euros (é preciso agendar

pelo site).

Na visita à sede, rodeada

por plantações de sobreiros, a

árvore que dá origem à cortiça,

há uma impressionante coleção

de oliveiras, com mais de mil

anos, com troncos impressio-

nantemente grossos.

Um imenso galpão moder-

nista abriga a adega, onde es-

tão armazenados milhares de

barris de carvalho que amadu-

recem os vinhos da casa, o

Moscatel de Setúbal e o Mos-

catel Roxo, uma raridade.

Obras de arte, um jardim ja-

ponês e uma importante cole-

ção de azulejos complemen-

tam o passeio.

Portugal

Setúbal: moscatel,natureza e queijos

A moderna sede da

vinícola Quinta

da Bacalhoa

Fotos: Agência O Globo

TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 31: Bem estar desvalor   14-10-12

PONTOS TURÍSTICOS

Cascais - Parque Natural de Sintra-Cascais: vai até oCabo da Roca - o ponto mais ocidental do continente europeu.Além de um totem com os dizeres “onde a terra acaba e o marcomeça”, como escreveu Camões em Os Lusíadas, o cabotem um farol imponente do século 18

Boca do Inferno: é uma profunda ravina, formada pelaforça do Atlântico contra os rochedos. Dá até umpouco de medo

Casino do Estoril: voltado para a praia do Tamariz, é umdos mais antigos da Europa

Praia do Tamariz: a praia mais cosmopolita da costa doEstoril

Colares: cultiva vinhedos desde 1255. O vinho produzidonesta região atinge qualidade no mínimo depois de 1 ano emeio

Localização: concelho de Sintra, entre a Serra de Sintra eo Oceano Atlântico, numa região próxima do mar,compreendendo também as freguesias São Martinho e SãoJoão das Lampas

Carcavelos: produz o antigo e famoso Vinho deCarcavelos, numa pequena região de Portugal. Seu litoral é umdos mais frequentados de toda a orla de Cascais, um paraísopara surfistas e praticantes de bodyboard �

Saiba mais

Vinho Moscatel de

Setúbal amadurece na

Quinta da Bacalhoa

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 / 31 - TURISMO

Page 32: Bem estar desvalor   14-10-12

Paulo Coelho

A montanhamágica

Escritor

Jamais compreenderei

os cátaros, embora

respeite a integridade

e como se dedicavam

à sua fé

Creio que uma das mais belas

regiões do mundo é o Langue-

doc, uma parte dos Pirineus que

se encontra ao sudoeste da Fran-

ça. Já estive ali algumas vezes, e

fico impressionado com seus va-

les, montanhas, vegetação,

rios. Entretanto, como o ser

humano é absolutamente im-

previsível, foi justamente nes-

se lugar magnífico que nasceu

a primeira grande “heresia”

europeia: o catarismo.

Muitos livros já foram escri-

tos sobre o tema: entretanto, é

possível resumir a filosofia cáta-

ra em uma simples frase: o Uni-

verso foi criado pelo demônio.

Toda esta beleza aparente é uma

obra diabólica.

Segundo a enciclopédia, eles

eram dualistas e acreditavam na

existência de dois deuses, um do

bem (Deus) e outro do mal (Sa-

tã), que teria criado o mundo ma-

terial. Por causa disso, tinham vo-

to de castidade, não pretendiam

procriar e dar mais adeptos ao

diabo. Chamavam a si mesmos

de “perfeitos”, e estavam dispos-

tos ao martírio para provar a im-

portância de sua crença. O final

simbólico do movimento, que de-

sencadeou as primeiras cruzadas

que se tem notícia, deu-se no dia

15 de março de 1244 na fortaleza

de Montségur: depois de um pro-

longado sítio, onde lhes foi ofere-

cida a conversão ao catolicismo

ou a morte, aproximadamente

250 “perfeitos”, homens, mulhe-

res e crianças, desceram a monta-

nha cantando e se atiraram às

chamas da fogueira acesa espe-

cialmente para isso.

Durante muito tempo, me in-

teressei pelo catarismo. Em

1989, conheci Brida O’Fern

(mais tarde, personagem de um

livro meu) que tinha sido cátara

em uma encarnação passada. No

início daquele mesmo ano havia

conhecido Mônica Antunes, na

época apenas minha amiga, e ho-

je minha amiga e agente.

Como eu precisava, por ra-

zões espirituais, fazer o caminho

cátaro (uma trilha que liga os cas-

telos/fortalezas dos “perfeitos”),

convidei-a para participar de um

trecho do percurso.

Mônica e eu chegamos aos

pés da montanha de Montségur

em uma tarde de agosto. Tínha-

mos planejado subi-la no dia se-

guinte, e depois do jantar fomos

conversar no lugar onde a tal fo-

gueira havia sido acesa, quase

800 anos antes (um insignifican-

te monumento marca o local). O

tempo estava fechado, nuvens

tão baixas que não conseguíamos

nem mesmo ver as ruínas no alto

da gigantesca rocha. Apenas para

provocar Mônica, disse que tal-

vez fosse interessante subir na-

quela mesma noite. Ela disse que

não, e eu fiquei aliviado: imagi-

ne se tivesse dito que sim?

Neste momento, para um car-

ro, da mesma marca e da mesma

cor que o meu. Desce um irlan-

dês, e pergunta – como se fôsse-

mos da região – por onde se pode

escalar a rocha. Sugiro que faça

isso conosco no dia seguinte,

mas ele está decidido a subir na-

quela mesma noite: pretende

ver o nascer do sol lá em cima,

diz que talvez tenha sido cáta-

ro em uma vida passada. Será

que poderíamos lhe emprestar

uma lanterna?

E tudo parece se encaixar:

Brida, a obrigação de fazer o ca-

minho cátaro, a brincadeira mi-

nutos antes com Mônica, e agora

aquele sujeito ali, com um carro

igual ao meu. É um sinal. Vou

até o hotel na aldeia onde esta-

mos hospedados, e consigo uma

lanterna – a única que existe.

Mônica parece assustada,

mas eu afirmo que devemos se-

guir adiante. Sinais são os sinais,

digo. O recém-chegado pergunta

onde está o caminho. Não impor-

ta, respondo, basta subir. O cami-

nho é para cima.

E durante um tempo que não

consigo me lembrar, nós três es-

calamos à noite uma montanha

que não conhecíamos, e que a né-

voa só permitia ver alguns pal-

mos adiante. Finalmente, cruza-

mos as nuvens, o céu se enche de

estrelas, a lua está cheia, e diante

de nós, a porta da fortaleza de

Montségur.

Entramos, contemplamos as

ruínas. Eu olho a beleza do firma-

mento, me pergunto como chega-

mos ali sem qualquer acidente,

mas acho melhor parar com per-

guntas e apenas admirar o mila-

gre. Os cátaros contemplavam es-

te mesmo céu, e mesmo assim

achavam que todas estas estrelas

eram obra do demônio. Jamais

compreenderei os cátaros, embo-

ra respeite a integridade e como

se dedicavam à sua fé.

Voltei a Montségur e subi a

montanha outras vezes, mas nun-

ca mais consegui encontrar o ca-

minho que usamos naquela noite

de agosto de 1989.

Mistérios existem. �

32 / São José do Rio Preto, 14 de outubro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO