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Universidade é instituição estratégica para o futuro da região Amaury Braga Dantas, da comissão de saúde da UFPA Pág Pág Pág Pág Pág. 5 . 5 . 5 . 5 . 5 UFPA implanta plano de saúde para funcionários Processo Seletivo Seriado 2008 mobiliza mais de 60 mil candidatos Curso de Medicina Veterinária tem forte atuação em Castanhal Pág. 10 Número total de isenções é duas vezes maior do que em 2007 Pág. 12 Pág. 12 Pág. 12 Pág. 12 Pág. 12 Artigo de Jesus Brabo sobre o desafio dos professores de ciências da Educação Básica Pág. 2 Edufpa lança mais de 30 livros em 2007 Pág. 8 Em entrevista, reitor reflete sobre a evolução da UFPA Breves será pólo de Educação no Marajó Primeiro Parque Tecnológico do Norte será implantado no campus do Guamá. Iniciativa fomenta economia baseada no conhecimento. Pág . Pág . Pág . Pág . Pág. 9 . 9 . 9 . 9 . 9 WALTER PINTO MARI CHIBA ARQUIVO PIEBT Págs.6 e 7 Págs.6 e 7 Págs.6 e 7 Págs.6 e 7 Págs.6 e 7 Beleza natural e baixo índice de desenvolvimento marcam o Marajó Pág. 4 Pág. 4 Pág. 4 Pág. 4 Pág. 4

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Beira do Rio edição 57

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Universidade é instituiçãoestratégica para o futuro da região

Amaury Braga Dantas, da comissãode saúde da UFPA PágPágPágPágPág. 5. 5. 5. 5. 5

UFPA implantaplano de saúde

para funcionários

Processo Seletivo Seriado 2008mobiliza mais de 60 mil candidatos

Curso de MedicinaVeterinária tem forteatuação emCastanhalPág. 10

Número total de isenções é duas vezes maior do que em 2007 Pág. 12Pág. 12Pág. 12Pág. 12Pág. 12

Artigo de JesusBrabo sobre odesafio dosprofessores deciências daEducação BásicaPág. 2

Edufpa lança maisde 30 livros em 2007Pág. 8

Em entrevista, reitor reflete sobre a evolução da UFPA

Breves será pólo deEducação no Marajó

Primeiro Parque Tecnológico do Norte será implantado no campus do Guamá. Iniciativa fomenta economia baseada no conhecimento. Pág. Pág. Pág. Pág. Pág. 9. 9. 9. 9. 9

WALTER PINTO

MARI CHIBA

ARQUIVO PIEBT

Págs.6 e 7Págs.6 e 7Págs.6 e 7Págs.6 e 7Págs.6 e 7

Beleza natural e baixo índice de desenvolvimento marcam o Marajó Pág. 4Pág. 4Pág. 4Pág. 4Pág. 4

Universidade Federal do ParáDezembro, 200722222 BEIRA DO RIO

Coluna do ReitorO novo e o velhoAlex Fiúza de Mello - Reitor

OpiniãoO desafio dos professores de ciênciasda educação básicaJesus Cardoso Brabo - Pesquisador do NPADC eCoordenador do Clube de Ciências da UFPA

Um novo Estatuto e um novo Re-gimento Geral começam a

redesenhar os marcos regulatórios daUniversidade e vão induzindo, passoa passo, novas práticas e procedimen-tos institucionais, diferentes do passa-do. Novas passarelas - caminhos poronde todos transitam - substituem,com mais beleza e conforto (inclusivepara os deficientes físicos), as antigas,carcomidas pelo tempo. Calçadasmais amplas e melhor desenhadas con-figuram novos espaços e passam aocupar o lugar daquelas tradicionais,já desgastadas (ou a ausência delas).Uma rede de fibra ótica atualiza a ca-pacidade institucional de comunicaçãoon line, superando o sistema anterior,outrora esgotado. O mesmo movi-mento de substituição vai se deline-ando em corredores, salas de aula, la-boratórios, subestações e sistemas elé-tricos, auditórios, bibliotecas, pontes,luminárias, estacionamentos, placas desinalização visual, pórticos de acesso,ambientes de convivência, jardins, res-taurantes, hospitais. Aos poucos, masprogressiva e tenazmente, novas es-truturas vão substituindo as antigas, eo campus do Guamá - assim como osdo interior - vai ganhando cor,

modernidade e funcionalidade. Nadaestá completo e definitivo; mas tudoestá em transformação. Convivem, nomesmo espaço e cenário, o novo e ovelho, a tensão entre o futuro (que querse instalar) e o passado (que insisteem resistir), fenômeno simbolicamenteexpresso na aparência das paisagense dos ambientes.

Das cinzas emerge uma novauniversidade. Uma trajetória, por cer-to, ainda não concluída, mas em cur-so, a merecer a continuidade dos es-forços em favor do resgate definitivode um ambiente acadêmico estrutu-ralmente mais integrado, adequado esustentável, aberto e atento aos desa-fios do porvir.

As lições estão postas: se hávontade política, planejamento, traba-lho coletivo consistente e projetoinstitucional claro, as sementes ger-minam e os frutos amadurecem.

Mas o novo e o velho não secotejam apenas nas aparências dosprédios e nas externalidades mais evi-dentes das superfícies expostas aoolhar transeunte. A dialética, sempretensa, persiste em instâncias mais pro-fundas e menos evidentes do cenário uni-versitário: no jogo das mentalidades.

Sim, o velho e o novo - a con-servação e a mudança, o arcaísmo ea inovação, a mediocridade e o mérito- fazem-se presentes no seio das ca-tegorias acadêmicas e de seus repre-sentantes ideológicos, a denotar quea "guerra de posições" entre visõesdistintas de universidade continua. Vi-sões de mundo e concepções de aca-demia ainda se esgrimam num cená-rio em plena ebulição, indicando queo trabalho de reforma da universida-de brasileira, no que há de mais subs-tantivo - o homem - continua.

De um lado se situam os queinvestem no aparelhamento da Univer-sidade e no seu atrelamentoinstitucional a facções e partidos polí-ticos; de outro, os que defendem a suaautonomia relativa às instâncias polí-tico-partidárias e o compromisso coma qualidade e o mérito, em primeirolugar, do serviço acadêmico. Numaborda margeiam os que querem con-duzir o leme da Instituição por umarota corporativo-sindical, subordinan-do-a aos interesses de grupos e cate-gorias; em outra, os que alinham abússola da nave a um destino maispluralista e republicano, na perspecti-va dos interesses mais amplos e de

longo prazo da sociedade. Resiste atrincheira dos que se relacionam coma Universidade - considerada mera"organização burguesa" - simplesmen-te como "espaço tático" para "a che-gada ao poder"; avança, porém, a dosque lutam pela sua constituição como"espaço estratégico" e vetorcivilizador, voltado à transformaçãosocial pela aplicação do conhecimen-to inovador e socialmente engajado.

No mesmo espaço convivem opalanque e a cátedra, o grito e o argu-mento, o fundamentalismo e a razão,a demagogia e o mérito, o panfleto ea tese.

A história caminha, as mudan-ças se alastram, novos desafios seimpõem. A Universidade se debate, nopresente, entre o passado e o futuro,as velhas receitas e as novas equa-ções, a conservação e a inovação.

Sim, o novo e o velho estão emtensão permanente nas estruturas fí-sicas dos prédios e naquelas mentaisdos atores universitários. E nesse rioturbulento, de correntezas profundas,a Universidade, na balança da histó-ria, pende entre a renovação e aobsolescência, o salto e o recuo, acontinuidade e o fim.

Alex Bolonha Fiúza de MelloReitor

Regina Fátima Feio BarrosoVice-reitora

Iracy de Almeida Gallo RitzmannPró-reitora de Administração

Sinfrônio Brito MoraesPró-reitor de PlanejamentoLicurgo Peixoto de Brito

Pró-reitor de Ensino de GraduaçãoNey Cristina Monteiro de Oliveira

Pró-reitora de ExtensãoRoberto Dall´Agnol

Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduaçãoSibele Bitar Caetano

Pró-reitora de Desenvolvimento e Gestãode Pessoal

Luiz Otávio Mota PereiraPrefeito do Campus

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃOINSTITUCIONAL

JORNAL BEIRA DO RIOLuciana Miranda Costa

CoordenaçãoTatiana Ferreira

EdiçãoErika Morhy, Walter Pinto,

Tatiana FerreiraReportagem

Ana Cristina TrindadePauta

Mari Chiba, Manoel Neto,Íris JateneFotografia

João Luiz de FreitasProdução

Shamara Fragoso (texto), RobertoCarvalho, Gleison Furtado

(secretaria), Gerson Neto(informática),

Glaciane Serrão (letras)Estagiários

Marcelo Brasil - Editora da UFPARevisão

Rose PepeArte

Impressão Gráfica da UFPA

UNIVERSIDADEFEDERAL DO PARÁ

Rua Augusto Correa nº1 - Belém/[email protected] - www.ufpa.br

T 91 3201-7577

LURD

INH

A RO

DRI

GU

ES

Estudantes brasileiros apresentaramnovamente um fraco desempenho no PISA(Programme for International StudentAssessment). Os resultados, divulgadospela Organização para a Cooperação e oDesenvolvimento Econômico (OECD),mostram que o Brasil ficou apenas na 52ªposição entre os 57 países onde foramaplicadas as provas. Mais uma tristeconstatação da situação de ineficiência doatual sistema de ensino escolar, quecontinua centrado em aulas expositivas deextensos conteúdos, descontextualizadose fragmentados.

Falta de materiais didáticosapropriados, excessivo número de alunospor turma, infra-estrutura escolar deficiente,carência no mercado de trabalho edesvalorização salarial de professores estãoentre os fatores que, historicamente, vêmsendo apontados como causas da precáriaformação acadêmica dos estudantes daeducação básica.

No caso do Pará, apesar derecentemente o governo estadual terviabilizado vagas na rede pública de ensinopara mais de 90% da população em idadeescolar, ainda enfrentamos sérios problemasnesta área, com altas taxas de analfabetismo,repetência e evasão escolar, falta deprofessores e má qualidade de ensino. Para modificar esse quadro, além depesados investimentos em infra-estruturafísica e material, é imprescindível que osistema possua professores bem preparados(e bem remunerados), capazes de discutir eaperfeiçoar os currículos e diversificar as

estratégias de ensino. Portanto, o desafiodas universidades continua sendo aformação de professores que atuem nosentido de estimular o pensamento,desenvolvendo nos alunos uma posturareflexiva, questionadora e investigadora, nãode passiva aceitação do que é estabelecidocomo verdade. Os professores de ciências, emparticular, muito além de apresentarinformações, devem oferecer oportunidadespara o gradativo desenvolvimento dehabilidades e atitudes inerentes ao processode produção e análise de conhecimentoscientíficos, tais como: formulação deproblemas; seleção, interpretação eutilização de informações; coleta, tratamentoe análise de dados; sistematização escritade conhecimentos; apresentação e defesade idéias, execução de trabalhos em equipeetc. Ou seja, iniciar os jovens no “fazer/pensar ciência”. A iniciação científica, da forma comodefendemos, envolve a busca de soluçõespara problemas concretos, de maneirasistemática. No entanto, cabe salientar, quenão se trata, estritamente, de formarcientistas, mas dar oportunidades para queos jovens apropriem-se da lógica deprodução e interpretação científica,essenciais para o exercício pleno dacidadania na atualidade.

Essas e outras idéias têm norteadoo trabalho da equipe de pesquisadores doNúcleo de Pesquisa e Desenvolvimento daEducação Científica (NPADC), que desde oinício da década de 1980, vem realizando

projetos de aperfeiçoamento de professores,pesquisa & desenvolvimento de estratégiasde ensino de ciências mais eficientes eadequadas à realidade das escolas. Sãovárias as ações aí incluídas: o Programa dePós-Graduação em Educação em Ciênciase Matemáticas (PPGECM/NPADC), quedesde 2003, tem formado, em média, 20novos mestres em ensino de ciências a cadaano; o Clube de Ciências da UFPA, que dáoportunidades para a iniciação docente de40 licenciandos/ano; e outros programas deaperfeiçoamento de professores de ciênciase matemática, desenvolvidos em parceriacom MEC, Seduc, UEPA, Cesupa e Unama,que deverão formar 600 especialistas paraatuar como agentes de formação continuadade outros professores da educação básicaem mais de 40 diferentes municípios doEstado.

Os desafios são enormes, masacreditamos que seja prioritário investirno principal agente educativo: oprofessor. O que efetivamente podeocasionar uma melhoria deve serconstruído coletivamente a partir dasnecessidades, aspirações e realidadesocial de cada comunidade. Por esta razãodefendemos uma escola que, além deinstância de instrumentação formal,gradativamente assuma um papel deespaço cultural comunitário, no qual sejapossível discutir e efetivar projetos deinteresse coletivo, consolidando-a comoreferência de mobilização social, na luta afavor de equidade de direitos eoportunidades para todos.

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Universidade Federal do Pará BEIRA DO RIO Dezembro, 2007 33333

C I N Q Ü E N T E N Á R I OC I N Q Ü E N T E N Á R I OC I N Q Ü E N T E N Á R I OC I N Q Ü E N T E N Á R I OC I N Q Ü E N T E N Á R I O

Academia Paraense de Letras homenageia UFPAUniversidade recebeu a medalha “José Veríssimo” , maior condecoração da APL

Geociências reflete sobre trajetória acadêmica

Érika Morhy

Em sessão especial realizada nanoite do dia 28 de novembro, a

Academia Paraense de Letras(APL) prestou homenagem à Uni-versidade Federal do Pará (UFPA)pelo transcurso dos seus 50 anos.No prédio histórico, na rua JoãoDiogo, onde funciona a sede daacademia, o Palácio da Cultura doPará, estiveram reunidos "imortais",autoridades civis e militares, alémde membros da atual administra-ção e de gestões anteriores da uni-versidade. O reitor Alex Fiúza deMello recebeu, em nome da UFPA,a maior medalha condecorativa daAPL, a medalha "José Veríssimo",entregue pela secretária Municipalde Educação, Therezinha Gueiros;e, em reverência pessoal, a meda-lha do centenário da academia,entregue pelo acadêmico e oradoroficial da solenidade, Alcyr Meira.

Reitor da Universidade daAmazônia e presidente da APL,Édson Franco iniciou a cerimôniaenfatizando que todos os membrosda casa se sentem felizes por tes-temunhar este marco para a UFPAe honrados em poder prestar reve-rência a ela. Édson Franco fezquestão de citar nominalmente osdez reitores que passaram pela uni-

versidade até então, de Mário BragaHenriques a Alex Fiúza de Mello.

O discurso de Alcyr Meira en-trelaçou informações técnicas commemórias afetivas. Ele destacou par-te do percurso da instituição, conquis-tas e desafios que também viu de per-to. À frente do movimento estudantilna década de 50, Meira diz recordaremocionado das manifestações noCongresso Nacional em prol da cria-ção da universidade. Em janeiro de1958, foi nomeado engenheiro respon-

sável pela Divisão de Obras da insti-tuição e chegou ao cargo de vice-rei-tor. "Esses 50 anos da UFPA se con-fundem com a minha própria existên-cia", concluiu (leia o discurso na ínte-gra em www.ufpa.br/beiradorio).

A homenagem da APL à UFPAfoi proposta por Clóvis Malcher Filho.Professor de Direito Empresarial eocupante da cadeira 21 da academia,ele argumenta que a universidade éuma das maiores propulsoras culturaisdo Estado e por isso deve ser neces-

sariamente uma das interlocutorasda APL. O pai, Clóvis Malcher, foireitor entre os anos de 1973 e 1977.

A Academia Paraense deLetras foi fundada em 3 de maiode 1900 e atualmente está com seuquadro completo, com 40 membros.No decorrer do seu percurso, con-decorou também Aloysio da CostaChaves, reitor da UFPA entre 1969e 1973. Como governador do Es-tado, de 1974 a 1978, o jurista doouà APL o que seria sua segundasede, o prédio da rua João Diogo.

Em seu segundo mandato,Alex Fiúza de Mello lembrou que,enquanto na Europa as instituiçõesuniversitárias são "senhoras", noBrasil elas ainda são bem jovens.A UFPA, oitava do país, está nainfância, classifica, mas já foi ca-paz de gerar duas outras, a doAmapá e a do Oeste do Pará, emfase de implantação. Para ele, asinstituições do gênero resultam daconsolidação de um trabalho cole-tivo, e os professores merecemsaudação especial. "Prédios e es-tatutos são arcabouços que permi-tem à universidade desenvolver suaessência, que é o homem. O nossodesafio está na construção do homemamazônico", defendeu Alex Fiuza.

Édson Franco, presidente da APL, faz a abertura da cerimônia de homenagem

MARI CHIBA

O Instituto de Geociências da Uni-versidade Federal do Pará realizou, entre 3 e7 de dezembro, a "Semana de Geociênciasda UFPA", como parte das comemoraçõesrelativas ao cinqüentenário da instituição,com o objetivo de discutir um planejamentopara a próxima década, dentro do Plano deDesenvolvimento Institucional da univer-sidade. Alunos dos cursos de graduação epós-graduação, funcionários, professorese representantes de entidades parceiras par-ticipam das mesas redondas, debates e pa-lestras.

Recentemente, o curso de Geologiarecebeu a nota máxima (cinco estrelas) pelapublicação "Guia do Estudante", da Edito-ra Abril, e esse foi um dos assuntos discuti-dos durante o encontro. Para o diretor doInstituto de Geociências, professor José Ge-raldo Alves, o conceito máximo resume todoo esforço de alunos, profissionais e mes-tres em 43 anos de trajetória do curso deGeologia. Os demais cursos do Instituto deGeociências (Meteorologia, Geofísica e Oce-anografia) também obtiveram excelentes co-locações.

Para o professor Raimundo NetunoNobre Villas, esse conceito máximo nãopode ser entendido como um sinônimo de

acomodação. "A premiação é justa, mas de-mandará um esforço maior manter essa notaou melhorar ainda mais a qualidade de nos-so curso", ponderou.

Segundo Netuno Villas, o mercadopara os geólogos, está bem aquecido e ra-ramente há um profissional fora do merca-do. "As empresas que trabalham comprospecção de solos, vêm buscar profissi-onais aqui na UFPA. Pelos números, prati-camente não há geólogos desempregados.Há quem não queira trabalhar em campo epara esses haverá alguma dificuldade de co-locação profissional", afirmou.

Netuno Villas falou sobre as pesqui-sas científicas desenvolvidas pelo Curso deGeociências e destacou o estudo sobre oCrato Amazônico, uma região antiga, esta-bilizada, do ponto de vista geológico, quepossui fantásticos recursos minerais. Há ain-da os estudos evolutivos que procuramdatar as rochas e áreas sedimentares dasbacias e depósito de materiais minerais.

História - Criado em 23 de dezembrode 1963, a partir da iniciativa de um grupode geólogos pinoeiros na pesquisa de mi-nérios da Amazônia, o Curso de Geologiainiciou oficialmente suas atividades em mar-ço de 1964, num casarão localizado na Tra-

vessa Arcipreste Manoel Teodoro, localonde funcionou até o final do mesmo ano.

Em 1965, foi criado o Núcleo de Geo-ciências para abrigar os cursos de Geogra-fia e Geologia e reuniu docentes, até entãodispersos em outros setores da Universi-dade Federal do Pará (UFPA). Suas ativida-des permaneceram no recém-inauguradoNúcleo Pioneiro do Guamá, até 1970, quan-do essa unidade foi extinta. Em 1971, o Cur-so de Geologia ganhou prédio próprio nocampus, com a inuguração do Laboratóriode Geologia/Ensino.

Com a crescente necessidade de es-paço físico e funcional, em 1985, foi inaugu-rado o prédio do Centro de Geociências,dividido em quatro departamentos: Geolo-gia (DGL), Geoquímica/Petrologia (DGP),Geofísica (DGF) e Meteorologia (DM). Essanova estrutura deu solidez aos programasde formação qualificada de mão-de-obra emGeofísica, Geoquiímica e Geologia, atenden-do a uma necessidade do mercado de tra-balho no setor geológico. Em 2007, uma im-portante conquista: o antigo centro ganhoustatus de Instituto de Geociências.

Palestra ministrada durante a Semana de Geociências

LORENA FILGUEIRASLorena Filgueiras

Universidade Federal do ParáDezembro, 200744444 BEIRA DO RIO

M U L T I C A M P IM U L T I C A M P IM U L T I C A M P IM U L T I C A M P IM U L T I C A M P I

Breves será pólo de Educação no MarajóÍris Jatene

MARI CHIBA

Clube incentiva pequenos cientistas

Comunidade acadêmica local também pede curso de Serviço Social

Com a aprovação do Plano deReestruturação e Expansão das

Universidades Federais - Reuni - na Uni-versidade Federal do Pará - UFPA, ocampus de Breves, no Marajó, será, pro-porcionalmente, o maior beneficiado.Serão quatro novos cursos, com acontratação de 41 novos professores edez técnico-administrativos, além de in-vestimentos em infra-estrutura. Essa foia notícia que a comissão formada pelaAdministração Superior da universida-de divulgou em sua visita ao município.Instalada há 17 anos, a UFPA em Bre-ves foi até pouco tempo apenas um nú-cleo. Atualmente, o campus da univer-sidade oferece, regularmente, o cursode Pedagogia, funcionando com quatroprofessores efetivos. Segundo o reitor,Alex Fiúza de Mello, o antigo programade expansão do Governo Federal visa-va investimentos em somente quatrocampi no interior por universidade, con-tudo, a UFPA já possuía nove campi,além de Belém. "Estamos fazendo umacorreção histórica. Por isso, Breves vaicriar mais cursos e vai expandir mais,proporcionalmente", afirma.

Os investimentos já definidoscomeçam em 2008 e vão até 2011, umano antes do previsto pelo programa."Optamos por não deixar investimentosmaiores para o último ano", explica Re-gina Barroso, vice-reitora da UFPA. Ini-cialmente, o plano para Breves previa a

Comunidade acadêmica participou de encontro com a administração superior

contratação de novos professores parasedimentar o curso de Pedagogia e ins-talar definitivamente Letras - que fun-ciona com certa regularidade, mas nãopossui quadro de professores próprio.Além disso, seriam criados os cursos deLicenciatura em Matemática e em Ci-ências Naturais. "A idéia é que Brevesseja um pólo de Educação na região",comenta o reitor.

O município, de 94 mil habitan-tes, possui um Índice de Desenvolvimen-to da Educação Básica (IDEB) abaixodo desejado. Élvio Paes, coordenadordo campus de Breves, considera o focoem educação coerente com a realidade

local. "Nós precisamos formar profes-sores, precisamos qualificar esses pro-fessores, para podermos imaginar en-tão um salto de qualidade", avalia.

A grande conquista da socieda-de local, porém, foi a inclusão do cursode Serviço Social nos planejamentospara Breves, durante a audiência públi-ca realizada no dia 21 de novembro. Ser-viço Social e Enfermagem foram os cur-sos mais pedidos pela população. "Sóposso me comprometer com o que éreal. Por isso, peço que a equipe monteum projeto pedagógico e nós iremosremanejar os investimentos, para desti-nar parte das vagas ao curso de Servi-

ço Social", afirmou o reitor, reconhecen-do a necessidade do curso em Breves,município que também tem um dos me-nores Índices de Desenvolvimento Hu-mano (IDH) do Brasil.

Além dos novos cursos, a admi-nistração prevê para o campus de Bre-ves a ampliação da biblioteca e do labo-ratório de Ciências, a construção de umcentro de capacitação e acesso a infor-mação (com 30 computadores e aces-so à internet), um novo pavilhão de au-las e outro com 20 gabinetes para queos professores possam montar suas sa-las de pesquisa.

A visita ao município integrou aprogramação da visita da Administra-ção Superior da UFPA em Breves. Ocampus do município é o oitavo localvisitado pela comitiva formada pelo rei-tor, a vice-reitora e os pró-reitores. "Esteé um momento ímpar, em que a UFPAvem prestar contas do que foi feito to-dos esses anos. Queremos que a co-munidade nos diga quais os seus anseiospara que possamos planejar a UFPA nospróximos anos", declarou Regina Bar-roso. Além da audiência pública foramrealizadas reuniões com toda a comuni-dade acadêmica e inauguração de umtelecentro com trinta lugares. Um tele-visor de plasma de 42 polegadas, umafilmadora, um telão com data-show euma lousa com sensores digitalizadorespermitirão cursos a distância para amelhor formação dos alunos.

Neide Ramos, Nilcéia Silva,Vera Góes e Ludervânia Balieiro -graduadas do curso de CiênciasNaturais em 2005 - desenvolveramcomo projeto de Conclusão de Cur-so (TCC) um Clube de Ciências.Com o curso de Ciências Naturaisfuncionando em período intervalar,o Laboratório de Ciências doCampus de Breves precisava terutilidade também nos outros me-ses do ano. "Pensamos em fazeralgo para que esse material não fi-casse ocioso. As idéias foram ama-durecendo e aí surgiu a idéia decriar o Clube de Ciências", explicaa coordenadora do projeto, NeideRamos.

O Clube de Ciências funci-ona desde o primeiro semestre de2006, atendendo a 70 crianças doensino fundamental, divididas emduas turmas: da 1ª à 4ª e da 5ª à 8ªséries. No clube, os alunos apren-dem a manipular as vidrarias, osreagentes, o microscópio, entreoutros equipamentos do laborató-rio. Além disso, estudam o meioambiente, educação sexual, noções

de higiene e realizam oficinas dereciclagem. "Nesse trabalho, a genteenvolve o que percebemos como ne-cessário. É de acordo com o momen-to que desenvolvemos as aulas", afir-ma a professora.

As ações do clube, porém, nãose restringem ao laboratório. Quandonecessário, as professoras fazem au-las ao ar livre para que os alunosaprendam, na prática, sobre espécies,ecologia, cuidados com a água, entreoutros temas. "Há alunos que vêmpara cá e pensam que vão ficar ex-plodindo tudo. Esses ficam meio frus-trados", brinca.

Segundo Neide, o Clube já che-gou a ter 170 alunos matriculados.Mas, por motivos como a distância docampus, violência na cidade e até aausência da merenda escolar, estes sedispersaram.

Atualmente apenas Neide eNilcéia continuam no projeto. Elas sãoservidoras da Prefeitura Municipal,mas com carga horária cedida para oClube de Ciências. No caso de Nei-de, a dedicação é em tempo integral."Estamos pretendendo fazer uma aná-

lise dos resultados, no final deste ano.O primeiro ano serviu como experi-ência. Nesse segundo ano, o clube sefirmou. Pensei, então, em fazer essaanálise com objetivo de criar um vín-culo formal para o clube".Os resultados das atividades são per-cebidos, por enquanto, pela reação daspessoas. Após uma oficina em que osalunos aprenderam a fazer artesana-to com materiais reciclados, muitospais procuraram o clube querendoaprender também. A solução foi umaoficina de manipulação de alimentospara as mães.

A equipe também foi cha-mada para montar um Clube de Ci-ências em uma escola local.

Os alunos já desenvolve-ram o gosto pelas ciências. Alguns,ao concluírem o Ensino Fundamen-tal, pediram para permanecer noclube. Como o projeto não traba-lha com o Ensino Médio, tornaram-se monitores nas aulas. Além dis-so, segundo a coordenadora, mui-tos participantes garantem que vol-tarão a ser alunos de Ciências daUFPA, mas, desta vez, como uni-versitários.

MARI CHIBA

A orla da cidade de Breves, onde a UFPA tem campus

Universidade Federal do Pará BEIRA DO RIO Dezembro, 2007 55555

B E N E F Í C I OB E N E F Í C I OB E N E F Í C I OB E N E F Í C I OB E N E F Í C I O

UFPA implanta plano de saúde para funcionários

WALTER PINTO

Geap garante consultas, exames, internações e procedimentos de alta complexidade

O reitor Alex Fiúza de Mello assinouconvênio, em novembro passado,

com a Fundação de Seguridade Social(Geap) para prestação de saúde suple-mentar aos funcionários técnico-admi-nistrativos e docentes da UFPA. O es-tabelecimento de um plano de saúde paraos funcionários atende a um antigo an-seio da comunidade universitária. A Geapfoi escolhida por se tratar de um planode autogestão compartilhada, semfinslucrativos, e por atender melhor às ex-pectativas dos funcionários, segundo con-sulta realizada pela reitoria durante a pri-meira gestão.

Naquela consulta, os funcionári-os ressaltaram a preocupação em ade-rir a um plano que garantisse atendimentotambém aos seus dependentes e agre-gados. Outra preocupação foi quanto àviabilidade econômica da proposta, ouseja, a adesão a um plano que não pe-sasse tanto no bolso. Com base nas in-formações dos funcionários, a Comis-são de Saúde instituída pelo reitor de-senvolveu uma série de estudos comvista a estabelecer um plano que se ade-quasse às condições propostas.

Inicialmente pensou-se em ofe-recer atendimento privilegiado para osfuncionários no complexo hospitalar co-ordenado pela UFPA, formado pelos hos-pitais universitários João de BarrosBarreto e Bettina Ferro de Souza, alémdos serviços na Santa Casa. Após mui-tas discussões, chegou-se à conclusãoque os hospitais pertencem ao SistemaÚnico de Saúde e não havia como con-ceder privilégios para categorias dife-renciadas. Embora todos os esforçostenham sido envidados pela Reitoria, nãofoi possível implantar um plano de saú-de na primeira gestão do reitor AlexFiúza de Mello.

No segundo mandato, a experi-ência na área de saúde da vice-reitoraRegina Feio juntou-se ao trabalho de-senvolvido por Amaury Braga Dantas,médico, professor universitário e ex-se-

Auxílio-saúde abate valor da contribuição

Adesão de técnico-adminisratvos e docentes ao plano da Geap no hall da Reitoria

cretário de saúde. Ambos receberam daReitoria a responsabilidade de organi-zar a Comissão de Saúde e todo o com-plexo de saúde da UFPA. A comissãopassou, então, a estudar as propostasoferecidas pelo mercado, identificadasem cinco grupos diferentes de saúdecomplementar.

O primeiro grupo, formado pelosplanos privados, reúne empresas que en-tendem a saúde como mercadoria, umnegócio que visa o lucro. No segundogrupo estão as seguradoras que visamigualmente o lucro. O terceiro é forma-do pelas caixas de assistência de funci-onários de estatais, que, a partir do go-verno Fernando Henrique Cardoso, dei-xaram de receber subsídios oficiais, pas-sando a funcionar como planos de saú-de comuns. O quarto grupo é o das co-operativas de saúde cujo lucro é parti-lhado por um grupo muito grande de pro-fissionais de saúde, mas que na relaçãocom o usuário é um plano como outroqualquer. Por fim, há o grupo das institui-ções de autogestão, sem fins lucrativos.

Depois de um ano e meio de ava-liação, a comissão eliminou os planos pri-vados, as seguradoras, as caixas e ascooperativas, todos tendo a faixa etáriacomo critério único para cálculo da con-tribuição do usuário. Segundo AmauryDantas, "o plano tinha que valorizar oserviço público, ter um caráter solidárioe garantir os mesmos direitos a todospor um valor pequeno. O plano de saú-de suplementar que melhor preencheuas expectativas foi o da Geap, institui-ção de autogestão, sem fins lucrativos,que não utiliza a faixa etária como crité-rio para tabelamento da contribuição detitulares e dependentes".Antes da assinatura do convênio, a co-missão discutiu com a Geap questõescomo sinistralidade e mercância médi-ca, relacionadas ao excesso de utiliza-ção do plano pelo usuário. "O usuário,porque paga o plano, acha que deveutilizá-lo todo dia, todo mês, o tempo todo.

O excesso de utilização onera o plano.Se todos se comportassem assim, nãohaveria mágica, milagre ou fórmula ca-paz de atender a clientela. Asinistralidade é um desafio para toda asaúde sumplementar. O usuário precisaentender que exames de laboratório epor imagens são auxiliares ao diagnósti-co que precedeu à avaliação clínica, aoexame físico", explica Amaury Dantas.UFPA e Geap estabeleceram, então,como fator de regulação e moderação,a co-participação, que funciona assim:juntamente com a mensalidade, o usuá-rio ir pagar equivalente a 30% do valor,caso faça exames de até R$ 190. Exa-mes de sangue, urina, fezes e colesterol,estão nessta faixa. Os outros 70% se-rão pagos pelo plano. Nos exames devalor superior a R$ 190, a contribuiçãodo usuário cai para 15%.

Parece contraditório, mas quan-to mais o usuário gastar, menos pagará.Isso ocorre porque os exames nesta fai-xa superior a R$ 190 possui uma com-plexidade maior. É o caso, por exemplo,

de tomografia, preventivo do câncer eda próstata, ressonância e ultrassonografia.O médico autorizará esses exames emcasos de necessidade.

Se o usuário precisar deinternação para uma cirurgia de emer-gência ou mesmo programada, a co-participação na internação em enferma-ria será de zero por cento. "Isto ocorreporque ninguém se interna por vontadeprópria. Ou você tem um acidente outem uma patologia que necessita detratamentoclínico ou cirúrgico. Por isso,a co-participação é de zero por cento",explica Amaury Dantas. No caso do pa-ciente precisar de internação na UTI,que é um procedimento de alta comple-xidade, a co-participação será de, nomáximo, 10%.

UFPA e Geap estabeleceram umteto para a co-participação no valor deR$ 1.260,00. Na hipótese do pacienteser internado por dez dias na UTI (cujovalor da diária está em torno de R$ 1mil), do total de R$10 mil ele pagará aco-participação correspondente a 10%,ou seja, R$ 1 mil. No entanto, se ainternação na UTI for de 20 dias, dototal de R$ 20 mil, ele pagará o teto deR$ 1.260,00, bem abaixo do equivalentea 10%, ou seja, R$ 2 mil.

UFPA e Geap estabeleceramque o valor de desconto mensal da co-participação não pode ultrapassar a10% da remuneração do funcionário.Amaury Dantas cita um exemplo: "su-ponhamos que o funcionário recebasalário de R$ 1.500 e tenha que pagarco-participação de R$ 200 em consulta,mais R$ 500 em exames e mais o li-mite máximo de R$ 1.260,00 deinternação na UTI. Somadas todas asco-participações, esse funcionário te-ria que pagar R$ 2.960, mas comorecebe salário de R$ 1.500, evidente-mente não teria como pagar aquelevalor, pois só lhe restaria R$ 240,0 paraoutras despesas de seu orçamento.Para tornar viável o pagamento, ficouacordado o parcelamento no valormáximo correspondente a 10% do sa-lário. No caso do funcionário em ques-tão, ele pagaria mensalmente R$ 150até completar o valor total da co-par-ticipação.

Após um processo de quase umano e meio de duração na busca de umaproposta que fosse viável para o funci-onário da UFPA, a Geap ofereceu o "pla-no de saúde essencial", cuja contribui-ção mínima é de R$ 92,40 e máxima de R$303,60. O funcionário pagará 5.02% so-bre a remuneração, entrando para o cál-culo o salário-base e as vantagens per-manentes tipo ganho judicial ouqüinqüênio. O percentual não incide so-bre o salário bruto, nem sobre as vanta-gens transitórias.

"Vamos imaginar um funcioná-rio que receba salário de R$ 1 mil. Suacontribuição será estabelecida pelo va-lor piso de R$ 92,40. Mas, se o funcio-nário receber salário de 7 mil, o valorteto de sua contribuição será de R$303,60. Os técnico-administrativos po-derão utilizar o auxílio-saúde, no valor

de R$ 42, negociado pela Fasubra com oMinistério do Planejamento, para abater nacontribuição", explica Amaury Dantas. "Nocaso da categoria docente que ainda nãorecebe o auxílio-saúde, a UFPA firmou con-vênio com a Geap, através do qual, o pro-fessor autoriza o desconto de R$ 42 e a uni-versidade entra com 1 real. É um valor abso-lutamente simbólico, mas que pretende garan-tir a viabilidade jurídica do estabelecimento doconvênio e a possibilidade de participação dosprofessores. Tão logo a entidade dos docen-tes consiga estender o auxílio à categoria, aUFPA suspenderá o pagamento daquele valorsimbólico".

O plano de saúde é de livre adesão.Várias reuniões vêm sendo realizadas para in-formar e esclarecer a todos. Porém, ninguémserá obrigado a aderir e quem o fizer deveráestar consciente de seus direitos e deveres.Além de ser um velho sonho, o plano é um

alternativa viável que a UFPA coloca àdisposição de seus funcionários.

Para o vigilante Reinaldo da Sil-va Filho, o plano da Geap chegou emboa hora. Em 2005, ele sofreu um graveacidente que o obrigou a ficar afastadodo trabalho por oito meses. Sem planode saúde, foi atendido pelo SUS. Ele re-cebeu todos os cuidados que a gravida-de exigia, mas reconhece que se não fos-se a interferência de algumas pessoas,entre as quais, o professor AmauryDantas, teria mais dificuldade em ser aten-dido. "Aderi ao plano da Geap porque agente nunca sabe o dia de amanhã. Derepente, preciso de um atendimento ur-gente como aconteceu comigo em 2005e nem sempre vou poder contar com oapoio que tive naquela ocasião. Eu e mi-nha família estamos mais tranqüilos ago-ra", afirma o vigilante.

Walter Pinto

Universidade Federal do ParáDezembro, 200766666 BEIRA DO RIO

E N T R E V I S T AE N T R E V I S T AE N T R E V I S T AE N T R E V I S T AE N T R E V I S T A

UFPA é o maior empreendiNo encerramento das comemorações dos 50 anos da instituição, rei

MARI CHIBA

Ao longo do ano de 2007, a Uni-versidade Federal do Pará(UFPA) comemorou em vá-

rias ocasiões os 50 anos de sua cria-ção, tendo como ponto alto a soleni-dade realizada no Theatro da Paz, nodia 2 de julho, mesma data da promul-gação do decreto-lei nº 3.191, que crioua UFPA. Em entrevista ao Beira doRio, o atual reitor da UFPA, Alex Fiúzade Mello, avalia a evolução da UFPAenquanto instituição estratégica parao futuro da região e lembra que suapreservação é compromisso de toda asociedade.

A Universidade Federal do Parácompletou 50 anos. O que há paracomemorar?

A UFPA é o maior empreendimentohumano da região amazônica. Congre-ga mais de 40 mil alunos, mais de 2 milprofessores e outros tantos técnico-ad-ministrativos, perfazendo uma populaçãode cerca de 50 mil cidadãos, maior quea maioria dos municípios paraenses. Sóque essa "cidade" é especial. Ela existeem rede, interligando inúmeros pólos,interconectada permanentemente aomundo, trabalhando em tempo real, e écomposta, em sua integralidade, por pes-soas altamente qualificadas ou em pro-cesso de formação em nível superior.Não é trivial construir-se uma institui-ção desse porte, com essas caracterís-ticas e níveis de exigência, particular-mente numa periferia tropical. Uma ins-tituição que, hoje, após o trabalho dedi-cado e, mesmo, heróico de pelo menostrês gerações, alcança - para os padrõesnacionais (e, em algumas áreas, inter-nacionais) - qualidade acadêmica,pertinência científica e relevância soci-al, já tendo formado mais de 100 mil pro-fissionais, e que começa a contribuir, pelamassa científica somente agora acumu-lada, com inovação tecnológica em al-guns setores estratégicos, sinalizando umfuturo promissor no desenvolvimento denossas cadeias produtivas regionais. AUFPA é uma grande instituição que, nãoobstante, ainda vive a sua juventude,está em constituição e crescimento, ajulgar pela história milenar das institui-ções universitárias mais antigas. Sãorazões suficientes para comemorações.

Como tem sido o crescimento daInstituição nestas cinco décadas?

Contínuo e vigoroso. Ofereço três exem-plos bem ilustrativos. Quando ela foi cri-ada, em 1957, eram apenas 1 mil os seusalunos de graduação. No final da déca-da seguinte esse contigente havia

triplicado. Nos anos 1970, subiu para 12mil. Nos 1980, para 18 mil. Graças àinteriorização, na última década do sé-culo passado a massa estudantil haviasaltado para mais de 25 mil. E hoje, pou-co mais da metade da primeira décadado século XXI, a UFPA atingiu a mar-ca de 36 mil alunos de graduação - econtinuará a crescer, sobretudo ago-ra, graças aos cursos que começarama ser ofertados também na modalida-de a distância. Segundo exemplo: onúmero de doutores, que mede a capa-cidade científica de uma instituição uni-versitária. No início dos anos 1980, elenão ultrapassava 100. Em pouco maisde duas décadas, atinge a marca de qua-se 800. Dentro de dois anos, com o re-torno dos novos doutores, chegaremosaos 1.000. Não é trivial. Posso garantirque é uma façanha, a contar das dificul-dades de conduzir esse empreendimen-to nas condições periféricas dos trópi-cos. Último exemplo: graças à eleva-ção do número de doutores, passamosde dois programas de mestrado, na dé-cada de 1970, para 38 de mestrado e 17de doutorado, até o presente momento.Outros projetos já estão na Capes paraavaliação. Essa condição permitirá quea instituição produza, em breve, para asociedade local cerca de 500 mestres e200 doutores por ano. É assim que umauniversidade cresce e se consolida.

E o que se destaca hoje na UFPA?

A Universidade detém alguns destaquesque merecem conhecimento público.Um destaque regional: a UFPA é o maiorcentro de produção de conhecimento detoda a região amazônica, hoje com qua-se 40 programas de mestrado e 20 dedoutorado, aprovados pela Capes, com85% de seu corpo docente titulado compós-graduação stricto sensu e prepa-rado para atuar tanto em pesquisa bási-ca quanto em aplicada (inovação), emtodos os campos do conhecimento e comdomínio científico atualizado: daprospecção de petróleo à química dosprodutos naturais; dos experimentosgenéticos àqueles das incubadorastecnológicas; da engenharia de recur-sos hidrícos à de produção de alimen-tos; da biotecnologia às tecnologias deinformação e comunicação; das técni-cas de preservação ambiental ao plane-jamento de programas de desenvolvi-mento regional. Um destaque nacional:é a Instituição Federal de EducaçãoSuperior com o maior número de alunosem cursos de graduação (36 mil) e amais interiorizada do país (10 campi),atendendo a mais de 15 mil alunos emmais de 100 municípios apenas no inte-rior do Pará. Por fim, um destaque in-

ternacional: a UFPA é o maior centrode ensino superior e de pesquisa de todoo Trópico Úmido, e sede acadêmica daAssociação das Universidades Amazô-nicas - Unamaz, entidade que congregatodas as IES da Pan-Amazônica sul-americana, tendo sido sua formuladorae primeira presidência.

Por que a UFPA resolveu seinteriorizar?

Há cerca de vinte anos, graças às di-mensões continentais do Estado do Paráe suas carências sociais acumuladas,percebemos que estaríamos fora da his-tória se permanecêssemos confinadosa Belém. Basta pensar que, àquela épo-ca, apenas 2% (sim, 2%!) do quadro deprofessores da rede pública possuía li-cenciatura plena, fazendo com que 70%dos municípios carecessem da oferta decursos de formação em nível médio (en-tão segundo grau), fato esse responsá-vel pela fuga de cérebros e talentos para

a capital, e conseqüentemente, fatorinibidor de progresso e desenvolvimen-to local. Além do mais, ao contrário doque acontece em nosso estado vizinho,o Amazonas - onde a Zona Franca con-centra a maioria da população do esta-do na capital, Manaus -, aqui, com a ex-pansão e o crescimento urbano, indus-trial e demográfico direcionados pro-gressivamente para o interior, impõe-sea necessidade da criação de mais opor-tunidades educacionais nessas micro-re-giões. Hoje, a UFPA oferece nessesmunicípios não apenas cursos de licen-ciaturas, mas também tecnológicos eoutros bacharelados profissionalizantes,atendendo à demanda local por pessoalqualificado, segundo as vocações eco-nômica regionais. Exemplo: em Marabá,província mineral e regional agrícola, ins-talamos os cursos de Geologia, Enge-nharia de Minas, Engenharia de Mate-riais e Agronomia; em Altamira, zonaflorestal e também de demanda agríco-la, além da Engenharia Agronômica,

Alex Fiúza de Mello, destaca momentos importantes da história da instiuição

Universidade Federal do Pará BEIRA DO RIO Dezembro, 2007 77777

mento da Região Amazônicator ressalta o crescimento da UFPA na graduação e pós-graduação

MANOEL NETO

Biologia e, em breve, Engenharia Flo-restal; em Bragança, que fica entre orio e o oceano, Biologia Marinha eAmbiental e Engenharia de Pesca; emCastanhal, zona de economia pecuária,Medicina Veterinária; em Tucuruí, gra-ças à disponibilidade dos excelentes la-boratórios de hidrelétrica, EngenhariaElétrica e Engenharia Civil. Assim va-mos formar nossos engenheiros paraconstruir barragens com menor impac-to ambiental! Em Santarém, área impor-tante para estudos ambientais, FísicaAmbiental. Todas essas iniciativas, quese somam a outros cursos anterior-mente implantados, criam uma verda-deira rede universitária no estado doPará, afinada com os desafios dodesenvolviemento regional. Ainteriorização representa, certamente,um capítulo de ouro da história da ins-tituição.

Afinal, qual a real importância daUniversidade para o desenvolvi-mento regional, para a superação denossa condição de subdesenvolvi-mento, em meio a outras necessi-dades de investimento?

O subdesenvolvimento não é algo quetenhamos "diante dos olhos", uma meraexternalidade material, um simples dadomundano, mas o próprio húmus que,assimilado inconscientemente nas entra-nhas das mentalidades, subnutre o ima-ginário social, menospreza uma experi-ência cultural, torna a consciência im-possível. É como uma servidão mental,ou uma espécie de "razão indolente",para parafrasear Boaventura de SouzaSantos. Tal condição é um tipo de ce-gueira que permeia todo o inconscientecoletivo de uma sociedade - a começarpelas elites - e para o qual só existe umantídoto: educação, educação e educa-ção. A reinvenção da Amazônia - umanova concepção paradigmática para oseu progresso humano e material - su-põe um choque de educação, em todosos níveis. E, como conseqüência da edu-cação - a foz para onde deságua o seulongo rio -, ciência e tecnologia. Daí auniversidade! Somente com cérebros,com pessoas altamente qualificadas, for-madas com consciência crítica e visãode mundo ampla - além de comprome-tidas com a causa pública! - é que po-deremos transformar, pela aplicação doconhecimento, nossos recursos naturaisem riquezas. Um jardim não começapela terra, mas pelo jardineiro (que pro-jeta o jardim). Desenvolvimento nãocomeça com estradas, mas com men-tes (que projetam as estradas). A inver-são dessa percepção é o que nos têmcondenado secularmente ao atraso.

Tudo tem sido prioritário em nosso es-tado, menos a educação e a ciência!Talvez porque é um investimento de lon-go prazo, que não gera votos e dividen-dos políticos em curto espaço de tem-po... Carecemos de estadistas!

Qual foi a melhor gestão da histó-ria da Instituição?

É muito difícil comparar e julgar man-datos de gestores porque a história deuma instituição está entrelaçada coma do próprio país e da sociedade maisabrangente, com suas conjunturas econtextos diversos, às vezes favorá-veis, às vezes desfavoráveis. Há rei-tores que lidam com restrições orça-mentárias; há outros que vivem mo-mentos de menores dificuldades. De-pois é preciso considerar que o reitornão é uma entidade isolada, mas cons-titui elemento, ainda que central e de-cisivo, de um coletivo denominado deadministração superior, com quem di-vide responsabilidades e o sucesso ouinsucesso de um empreendimento. Oque se pode fazer é destacar e carac-terizar momentos da históriainstitucional. Então, vejamos. O pri-meiro reitor foi Mário BragaHenriques, que praticamente adminis-trou uma coleção de Faculdades e es-colas com tradições distintas e queprecisavam se constituir, na prática,numa única instituição. Coube ao rei-tor José da Silveira Neto, o segundoda ordem sucessória, a criação docampus do Guamá, antigo Núcleo Pi-oneiro, e o início do trabalho de agre-gação da maioria de nossas antigas es-colas isoladas em um mesmo espaçode convivência, o que foi importantepara a configuração da instituição quetemos hoje. O reitor Aloísio Chavesfoi muito sensível e visionário em im-plantar os primeiros programnas depós-graduação da UFPA e dar início

à reforma do Estatuto e doRegiemento Geral, que só foi conclu-ída na gestão seguinte, do reitor Cló-vis Malcher. O reitor Daniel Coelhode Souza se destacou pela postura al-tamente democrática no trato dasquestões internas da Universidade,num contexto politicamente muito di-fícil para o país. O reitor Seixas Lou-renço, o primeiro eleito pelo voto di-reto da comunidade acadêmica - an-tes eram todos indicados pelo podercentral - , deflagrou o início do pro-cesso de interiorização da Universi-dade e dinamizou as relações interna-cionais. O reitor Nilson Pinto ampliouo programa de interiorização e criou

o Núcleo de Artes da UFPA. Da mes-ma forma poderia falar dos demais,como Aracy Barreto, MarcosXimenes e Cristóvam Diniz, pontuan-do realizações certamente significati-vas em suas gestões. Não cabe a mimproceder tal avaliação e nem julgar.Em situações diferenciadas, todos de-ram as suas contribuições. Todos, emalguma medida, por leituras divergen-tes, têm adeptos e críticos. É assim

que se constitui a trama histórica doshomens e das instituições. Enfim, é umdesafio para trabalhos historiográficos,que, aliás, deverão ser incentivados da-qui em diante, em face do resgate damemória de uma instituição que já co-meça a ter uma rica trajetória e umahistória para ser retratada e valorizada.

Uma mensagem final?

Sim. A Universidade Federal do Paráé um patrimônio da sociedade. Por serpública, ela pertence a todos osparaenses e brasileiros. Não é con-corrente de ninguém. Existe para es-tar a serviço de toda a sociedade, quea sustenta e mantém com impostos.Por isso todos devemos cuidar dela,zelar pelo seu desenvolvimento, inves-tir no seu crescimento e consolidação.A Universidade não é do reitor, dossindicatos, dos partidos políticos, nemda própria comunidade acadêmica,mas de toda a sociedade. Precisamoscuidar de seu patrimônio; reforçar aAssociação de seus Amigos, com con-tribuições voluntárias, sobretudo dosprofissionais que nela estudaram degraça e hoje venceram na vida; inves-tir em seu parque de conheciemntos,agregando-lhe valor. Há aqueles que,desejando atingir o reitor, destratam ainstituição, confundindo o alvo e pre-judicando o patrimônio social. Emqualquer lugar do mundo desenvolvi-

do, o povo tem orgulho de suas uni-versidades e lutam por elas. Aqui, aselites (com raras exceções) são omis-sas, descomprometidas, míopes, senãopredatórias. Precisamos mudar a nos-sa cultura, os nossos valores e priori-dades. Afinal, posso garantir, a UFPAcompleta 50 anos maior, melhor, maissólida, reconhecida nacional e interna-cionalmente e com relevância social am-pliada.

Solenidade comemortiva dos “50 anos da UFPA”, no Theatro da Paz

Universidade desempenha papel importante para o desenvolvimento regional

MANOEL NETO

Universidade Federal do ParáDezembro, 200788888 BEIRA DO RIO

Paixão de Ler Livraria do Campus: Rua Augusto Corrêa, nº1, Campus Universitário do GuamáTelefax (91) 3201-7965 - Fone (91) 3201-7911. Livraria da Praça: Instituto deCiências da Arte da UFPA - Praça da República s/n - Fone (91) 3241-8369

Laïs Zumero

Editora da UFPA lança mais de trinta obras em 2007

O ano de 2007 está se encerran- do. O cinqüentenário da UFPAe os 45 anos de nossa Edufpa

se estendem até julho vindouro e nossaprodução editorial continua profícua.Este ano representou um grande avan-ço para a Edufapa. Além de participarativamente dos eventos nacionaisdirecionados ao livro, principalmentecom lançamentos de obras de referên-cia na Bienal Internacional do Livro doRio de Janeiro e da Panamazônica, aeditora coordenou e organizou o Salãodo Livro Universitário durante a 59ªReunião Nacional da SBPC em julhopassado, no Hangar-Centro de Conven-ções. Neste evento alcançou sucessoque pôde ser medido pela satisfação dosparticipantes e pelo fluxo de visitantes,cerca de 15.000 por dia. A programa-ção foi objeto de muitos elogios pelaexcelência dos temas e dos palestrantes,dentre eles Benedito Nunes - sobre "Di-álogos de Platão"; Nelson Ribeiro, quelançou sua obra e proferiu palestra como mesmo título, "A Questão Geopolíticada Amazônia - da soberania difusa à so-berania restrita"; J. J. Paes Loureiro, quetambém abordou a temática do livro elançou, em edição trilíngüe, "A Conver-são Semiótica na Arte e na Cultura";Amarílis Tupiassu, que falou sobre aAmazônia dos cronistas viajantes (Séc.XVI, XVII, XVIII). Dentre os convida-dos de outros estados, estiveram pre-sentes e proferiram palestras o presi-dente da Associação Brasileira das Edi-toras Universitárias (Abeu), ValterKochenbecker; a vice-presidente, Flá-

via Goulard; o presidente da Associa-ção das Editoras Universitárias da Amé-rica Latina (Eulac), e coordenador na-cional do Programa Nacional do Livroe da Leitura (PNLL), José Castilho Mar-ques Neto; e Ivan Brasil, ex-diretor daEdufpa. Todos abordaram temas volta-dos para a política, a autonomia, a gêne-se e a evolução das Editoras Universi-tárias Fundacionais até o 3º milênio.

A Edufpa, neste ano de comemo-ração, já lançou 31 obras e até o final dedezembro pretende publicar mais duas,dentre elas, uma compilação de trechos dosSermões do Pe. Antônio Vieira, fruto deexaustiva pesquisa de Amarílis Tupiassu.

"BREVIARIUM - para refletircom o Pe. Antonio Vieira" é uma obra alu-siva às comemorações dos 400 anos denascimento do padre jesuíta que viveu naAmazônia, e em Belém foi encarcerado,preso nos altos da Capela de São João Ba-tista. A UFPA coloca-se, pois, à frente, e,ainda em 2007, anuncia e antecipa-se aosfestejos pelo 4º centenário de nascimentode Vieira.

Em 2008, muitas obras serãolançadas, como “Parmênides e Filebo" -Diálogos de Platão e "José Veríssimo - Raça,Cultura e Educação" - Sônia Maria da Sil-va Araújo (Org.).

A Edufpa está planejando um en-contro de editoras para o próximo primeirosemestre, aberto a todos os interessados,para discussão de temas pertinentes a po-lítica editorial, normalização e avaliaçãoeditorial, com representantes, por exem-plo, da Capes / Qualis. A programação para2008 promete ser bastante rica. A Edufpa vem editando, desde 2002, os Cadernos de Provas Co-

mentadas para que os alunos do ensino médio se familiarizem com a sistemá-tica do processo seletivo, esclarecendo critérios, competência, habilidades eo conteúdo programático, o que é enfatizado pelos comentários da equipeenvolvida. Em 2004, a UFPA adotou, como forma de ingresso nos cursos degraduação, o Processo Seletivo Seriado - PSS, que modificou o antigo pro-cedimento ao avaliar o candidato em cada uma das três séries do ensinomédio, com base no domínio das competências e habilidades a elaspreestabelecidas. No Caderno de Provas Comentadas são apresentadas as135 questões aplicadas às três fases, todas com os comentários da equipe,especificando as habilidades e as competências exigidas.

Os cadernos de provas do PSS-2007 estão disponíveis nas livrariasda UFPA, a do Campus e a do centro da cidade, em frente ao prédio doBASA, na Praça da República.

Lançado o Caderno de provas Comentadas 2007 - PSS

PRÓXIMOS LANÇAMENTOSBREVIARIUM - p/ Refletir c/ Pe. Antônio Vieira - Amarílis Tupiassu.

URGÊNCIAS EM ENDOCRINOLOGIA E METABOLISMO -Diagnóstico, tratamento em criança, no adulto e na gestante - João Felício.

VELHICE CIDADÃ - Um processo em construção - Heliana BahiaEvelin (Org.).

PLANOS DIRETORES PARTICIPATIVOS - Experiência na Ama-zônia.- Ana Cláudia Cardoso e Guilherme Carvalho (Org.).

O primeiro bloco dealojamentos reformado paraestudantes da UFPA emTucuruí foi entregue no finaldo mês de outubro. A ação éresultado do convênio firma-do entre a Eletronorte e a

ARQUIVO ELETRONORTE

UFPA e tem como objetivo,além de garantir educação dequalidade à região, evitar a eva-são dos cursos, já que os aloja-mentos atenderão aos estudan-tes carentes vindos de outrosmunicípios. A seleção desses

ALUNOS DA UFPA RECEBEM ALOJAMENTO EM TUCURUÍalunos é realizada pela uni-versidade com participa-ção da empresa. Outrobloco de alojamentos estásendo reformado e até ofim do ano será entregue àuniversidade.

Universidade Federal do Pará BEIRA DO RIO Dezembro, 2007 99999

Primeiro parque tecnológico do Norte opera em 2010Governo do Estado repassou recursos para o parque do Guamá, um dos três previstos para o Pará

Érika Morhy

Parques estimulam cooperação entre empreendedores e pesquisadores

A Universidade Federal do Pará e o Governo do Estado deram um passo decisivo, no último

mês de novembro, para a construção doprimeiro parque tecnológico da regiãoNorte. Em cerimônia simbólica, a go-vernadora Ana Júlia Carepa anunciou orepasse à instituição de quase seis dos42 milhões de reais que o executivoparaense investirá para construir o par-que do Guamá, dentro do campus. Ele éum dos três planejados pelos entes par-ceiros. Os outros dois serão instaladosem Santarém e em Marabá. Dos 44 par-ques identificados pela Associação Na-cional de Entidades Promotoras de Em-preendimentos Inovadores (Anprotec)até 2006, 19 estão na região Sudeste, aprimeira do ranking, e dois no CentroOeste, o penúltimo. O único da regiãoNorte se refere ao projeto do parque doGuamá. A iniciativa fomenta a econo-mia baseada no conhecimento e no de-senvolvimento sustentável para partesignificativa da região amazônica.

Biotecnologia, energia e sistemase tecnologia da informação e comuni-cação serão os focos prioritários no par-que do Guamá, tendo em vista sua im-portância estratégica e a expertise ins-talada da UFPA nessas áreas do conhe-

cimento. Apesar do potencial e do pró-prio projeto ter sido pensado desde 1995na UFPA, faltava a adesão do poderpúblico para sua implantação. "Essesmecanismos de indução do crescimen-to econômico de uma região estão real-mente fundamentados na aliança entreos agentes promotores de desenvolvi-mento: governos, setor produtivo nãoacadêmico e instituições de ensino e

pesquisa", garante Gisa Helena MeloBassalo, coordenadora do Programa deIncubadora de Empresas e ParquesTecnológicos, responsável pelo projeto.Arquiteta e mestre em Ciência da Com-putação, Gisa destaca que "o papel dopoder público é traçar estratégias, terpolíticas para desenvolver insumos ne-cessários à produção com base no co-nhecimento. É preciso propor política de

estímulo à formação de pessoas e cria-ção de novos empreendimentos e pro-mover a interação entre as instituiçõesde ensino e pesquisa e as empresas". Jáo papel da universidade é formar pes-soas, diz Gisa, produzir conhecimento,dando suporte estruturante para a con-solidação do modelo. Às empresas cabeo exercício do investimento na aplica-ção do conhecimento produzido, umaprática ainda muito pouco comum naregião.

Gisa Bassalo, ex-diretora-pre-sidente da Rede Amazônica das In-cubadoras de Empresas (Rami), res-salta que a incubadora da UFPA temincentivado o processo de transferên-cia de tecnologia e já contribuiu comos indicadores da região Norte. Em2004, por exemplo, havia nove incu-badoras na região. Atualmente são 14.Mas ainda é o menor índice absolutopor região do país. Dos mais de 350existentes, 127 estão no Sudeste e 28no Centro Oeste, o segundo menor ín-dice. "Cresceu pouco, absolutamentefalando, mas representa mais de 50%em termos relativos", argumenta. Aincubadora da UFPA foi implantadaem 1995 e nela foi gerido o projetodos parques tecnológicos.

ARQUIVO PIEBT

Parque Tecnológico do Guamá deverá começar a operar no início de 2010

De acordo com o Ministérioda Ciência e Tecnologia, os parquestecnológicos constituem empreendi-mentos imobiliários, geridos por es-pecialistas, que viabilizam a criaçãode um ambiente de forte coopera-ção entre a iniciativa empreendedo-ra e a comunidade universitária.

Com a transferência detecnologia, aumentam as chances deo conhecimento produzido se trans-formar em benefícios concretos àpopulação. A continuidade de inves-timentos em novas descobertas tam-bém ajuda a gerar emprego e renda.Mas Gisa Bassalo reitera que o su-cesso dos parques tecnológicos tam-bém está relacionado a dois outrosfatores: é preciso dar condições de

sobrevivência a esses ambientes de co-operação e é fundamental que a popu-lação local se aproprie deles também,se identifiquem com eles e façam partede seu cotidiano.

Ainda não chegou o momento daformalização de contratos para a com-posição da rede de apoio que se instala-rá no parque do Guamá.No entanto, grandes empresas locais jásinalizaram interesse em fazer partedele, como Eletronorte, Vale, Embrapae Museu Goeldi. Empreendimentos depequeno e médio portes e cooperativastambém serão estimulados a participardo projeto, afirma Gisa.

O Governo do Estado já repas-sou R$5,7 milhões para as obras deinfra-estrutura do parque do Guamá. Em

janeiro de 2008 está previsto o repassedo restante, por parte do Banco Nacio-nal de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES). O parque deve come-çar a operar no início de 2010. Para ainfra-estrutura do parque do Tocantins -que terá como focos principais tecnologiamineral, novos materiais, pesquisaagropecuária e silvicultura -, o Estadoprevê recursos da ordem de R$30 mi-lhões.

Outros R$35 milhões devem seraplicados no espaço físico do parquedo Tapajós, que abrigará empreendi-mentos de tecnologias da madeira eprodutos da floresta, agricultura tro-pical, pesca, aqüicultura e geologia mi-neral. Os projetos ainda estão em fasede elaboração.

Os parques estarão interligadosentre si e com o mundo inteiro por meio darede de fibra ótica de alta capacidade daEletronorte, como resultado do convêniofirmado entre a empresa e o Governo doEstado. O secretário de Desenvolvimen-

Coordenadora Gisa Bassalo

Governo propõenovo modelo dedesenvolvimento

to, Ciência e Tecnologia (Sedect), MaurílioMonteiro, explica que os parquestecnológicos são parte de um sistema deinovação que o Estado começou a implan-tar neste ano. A disponilização de internetpara dois milhões de pessoas no interior éoutra peça da engrenagem. "O NavegaPará (nome do projeto) é uma das basesde nossos investimentos em tecnologia.Também criamos a Fundação de Amparoà Pesquisa do Pará, que já tem assegura-dos, para o próximo ano, R$24 milhões, com

meta de atingir R$50 milhões, por meio deconvênio e projetos. Aumentamos aindaos investimentos previstos para bolsas eprojetos de pesquisa", explica o secretário.

Doutor em Desenvolvimento Sus-tentável do Trópico Úmido e professor daUFPA, Maurílio lembra que, historicamen-te, os modelos de desenvolvimento naAmazônia se pautaram pelo uso de gran-des extensões de terra para culturas ho-mogêneas, como a plantação de pínus oueucalipto para produção de celulose e a

pecuária de corte. Essa teria sido uma for-ma de negar a rica diversidade biológicada região. O novo modelo de desenvolvi-mento proposto pelo Estado pretende tiraro Pará da condição de exportador de ma-téria-prima, diz ele, agregando valor de ci-ência, tecnologia e inovação aos produtose processos. "Em vez de exportar o óleode determinada árvore, produzir o perfu-me ou o medicamento; em vez de expor-tar a polpa do açaí, fazer sorvete, pó, geléiaetc", explica.

I N O V A Ç Ã O I N O V A Ç Ã O I N O V A Ç Ã O I N O V A Ç Ã O I N O V A Ç Ã O

MARI CHIBA

Universidade Federal do ParáDezembro, 20071010101010 BEIRA DO RIO

Aula prática do Curso de Medicina Veterinária em Castanhal

"Gradativamente, o curso deMedicina Veterinária começa a se con-solidar como referência na região". Aafirmação é do professor StefanoAndrade, diretor pró-tempore daFacudade de Medicina Veterinária daUFPA, vinculada ao campus deCastanhal. Apesar de ter sido criado háapenas seis anos, o curso já desempe-nha papel importante para o desenvol-vimento econômico e produtivo do mu-nicípio.

O curso de Medicina Veterináriafoi implantado em Castanhal com o ob-jetivo de suprir as necessidades dessaregião e de outras áreas do Estado quese especializaram na criação de animaisde produção, como os bovinos. Segun-do o diretor da Faculdade, a inserção demédicos veterinários formados pelaUFPA nesse setor já é uma realidade.Diversos ex-alunos atuam na região eno sul do Estado, contratados pela inici-ativa privada, em frigoríficos, fazendas,lojas de produtos agropecuários ou ain-da ocupando posições no serviço públi-co estadual, principalmente em setorescomo vigilância sanitária e extensãorural.Exitem ainda outras áreas para asquais o curso tem procurado seestruturar, como a de clínica de cães ede gatos e a de animais silvestres. Estasnão são menos importantes, mas no pri-meiro momento, priorizou-se a área deprodução animal, por ser a de maior de-manda da região e do Estado.

Docentes do curso também atu-am, junto à Prefeitura de Castanhal, naelaboração de programas e execuçãode ações para controle de zoonoses, quesão as doenças que podem ser transmi-tidas do animal para o homem, e vice-versa, sob condições naturais. A reto-mada do funcionamento do Centro deControle de Zoonoses da Prefeitura deCastanhal foi estimulada desde 2003 pelaprofessora Valíria Duarte do Grupo dePatologia Animal da Faculdade. "A arti-culação com o Centro constitui mais umacontribuição ao município de Castanhal,colaborando para diminuir o risco dedoenças como raiva, brucelose, etc." Ainiciativa também favorece a formaçãodiscente, pois mais de cinqüenta alunosdo curso têm participado anualmente dacampanha de vacinação anti-rábica paracães e gatos.

Existem outras ações importan-tes para o município, provenientes dire-ta ou indiretamente do curso. AlisonMiranda, professor da área de produ-ção animal, tem atuado diretamente nasentidades rurais locais para a consolida-ção da Feira Agropecuária de Castanhal,um dos eventos mais importantes do

setor, no Pará. O grupo de professoresde clínica de grandes animais também éresponsável pelo sucesso desse eventoanual, atendendo os animais que se en-contram na exposição. "Ressalte-se quenessas atividades temos muitos alunosparticipando", afirma o Prof. LeônidasOlegário, Vice-Diretor Pró-tempore.

A UFPA, por meio da participa-ção de docentes da Faculdade de Me-dicina Veterinária, também se faz pre-sente em fóruns organizativos da cadeiade produção animal. Além disso, a par-ceria com outras instituições tem de-monstrado a capacidade de integraçãocom o setor. Um exemplo disso foi aaprovação da realização do EncontroAnual da Sociedade Brasileira deZootecnia (SBZ) em Belém, em 2011,por meio de ação em parceria com aUniversidade Federal Rural da Amazô-nia (Ufra), a Empresa Brasileira de Pes-quisa Agropecuária (Embrapa) e a Fe-deração da Agricultura e Pecuária doEstado do Pará (Faepa).

Essa potencialidade que o cursode Medicina Veterinária vem demons-trando poderá tornar-se ainda maior sealgumas carências importantes foremsupridas. Para o Diretor da Faculdade,o maior problema é a falta de instala-ções médico-hospitalares e de labora-tórios adequados. "Compartilhamos davisão institucional da Administração Su-perior de que se esperássemos condi-ções ótimas para começar, o projeto daMedicina Veterinária ainda estaria nopapel. Mas não podemos desconsideraros efeitos desse quadro sobre a forma-ção discente", avalia Stefano. Algumasnecessidades estruturais são parcialmen-te contornadas com o improviso de sa-las de atendimento ambulatorial e de ci-rurgia. Além disso, o curso conta comapoio da comunidade local. Um exem-plo é o de produtores rurais que cedemfazendas e animais para as aulas práticas.

A Faculdade também precisaincrementar seu quadro de recursoshumanos, para trabalhar com a Medici-na Veterinária, que é um campo amplo,em que está inserido, por exemplo, o tra-balho com animais de produção, comoos bovinos, ovinos, caprinos e bubalinos,principalmente nos segmentos de saúdee produção animal. Também cabe a elao trato de animais de companhia, comocães, gatos e eqüinos, na prevenção ecura de enfermidades. O Vice-diretoracrescenta que "o médico veterináriotambém é o único responsável pela fis-calização de produtos de origem animal,na área do abate e processamento. Nosúltimos anos, nosso papel na área de pro-teção e recuperação de animais silves-

tres tem expandido muito ".Apesar de o curso ter cresci-

do, ainda não há equipe suficiente paraatender essa diversidade. "Crescemossignificativamente quanto ao corpo do-cente, mas temos carências enormesquanto ao corpo técnico-administrati-vo e laboratorial, principalmente. Odiretor conta com a articulação coma Reitoria para que esses problemassejam vencidos. "Temos conseguidomanter uma excelente articulaçãocom a reitoria. Na verdade, a Admi-nistração Superior mantem uma polí-tica pró-ativa em relação ao curso.Acreditamos que isso traduz efetiva-mente o reconhecimento de que nos-sa área, mais do que importante paraa UFPA, é estratégica para toda a Re-gião Norte", completa.

Para oferecer melhores condi-ções para a formação dos discentes,a equipe do curso aguarda a conclu-são das obras da faculdade, cuja pri-meira fase deveria ter sido concluídaem 2006. Embora as obras estejamatrasadas, espera-se que a próximafase de construção aconteça em umritmo mais acelerado. "Atendidas asreais demandas prediais, de equipa-mentos e recursos humanos podere-mos atingir o ensino de qualidade quese almeja", completa o Vice-DiretorLeônidas Olegário. A expectativa dosprofessores, alunos e técnicos da Fa-culdade de Medicina Veterinária é deque os novos recursos financeirosoriundos do programa de expansão daSecretaria de Educação Superior doMinistério da Educação (Sesu/MEC)a serem aplicados pela UFPA nos pró-ximos três anos poderão suprir boaparte dessas necessidades.

Um projeto para a implantaçãodo mestrado em Medicina Veterinária de-verá ser apresentado à Propesp em 2008.A expectativa do grupo de professoresde Medicina Veterinária é de que as pri-meiras vagas sejam ofertadas até 2008.Esse poderá ser o primeiro mestrado emMedicina Veterinária do Norte do país.O curso deverá enfocar o estudo da saú-de animal, contemplando a área de sani-dade e, posteriormente, as áreas de re-produção animal, produção, clínica depequenos animais e de animais silves-tres, entre outras. "A criação do progra-ma de pós-graduação em Medicina Ve-terinária dará continuidade ao projeto daUFPA de formar recursos humanos parasuprir as carências estaduais, gerandoconhecimentos que atendam particular-mente às necessidades amazônicas",avalia o diretor.

Ainda no campo de pesquisa, ocurso já conseguiu a aprovação de trêsprojetos pela Finep, desde 2004, cujomontante supera o valor de um milhão emeio de reais. A maioria desses recursoscomplementa aqueles obtidos pela UFPAno convênio com a SESU/MEC (Secre-taria de Educação Superior do Ministé-rio da Educação), que têm sustentado,até então, a expansão do ensino superi-or no interior do Estado. A Faculdade deMedicina Veterinária já começa, portanto,a demonstrar a capacidade de atração denovos investimentos para a instituição.

A antiga Secretaria Executiva deCiência, Tecnologia e Meio Ambiente doPará (Sectam) também apoiou algumasiniciativas de membros da equipe. "Maisrecentemente, o grupo tornou-se maiscompetitivo, em termos nacionais, e, em2007, alguns projetos foram apresenta-dos ao CNPq. Estamos ansiosamenteaguardando os resultados", finalizouStefano Andrade.

Mestrado poderá sero primeiro na região

V E T E R I N Á R I AV E T E R I N Á R I AV E T E R I N Á R I AV E T E R I N Á R I AV E T E R I N Á R I A

Medicina Veterinária alinhada à realidade regionalImplantado há seis anos, curso forma profissionais que estão atuan-do no mercado paraense

MARI CHIBA

Shamara Fragoso

Universidade Federal do Pará BEIRA DO RIO Dezembro, 2007 1111111111

F A D E S PF A D E S PF A D E S PF A D E S PF A D E S P

Fadesp comemora 30 anos de apoio à pesquisaComemorações incluíram a inauguração do novo prédio da fundação

OSÉIAS SANTOS

Funcionários da Fadesp

Nova sede traz mais conforto e melhor atendimento

Fomentar o desenvolvimento dapesquisa, conceder apoio financeiro à Universidade Federal do Pará

(UFPA), realizar cursos de capacitaçãoe concursos que trazem oportunidadese qualificação ao Pará. Essas têm sidoatividades desempenhadas pela Funda-ção de Amparo e Desenvolvimento daPesquisa (Fadesp), que completou 30anos de existência no dia 18 de novem-bro. A fundação, que nasceu para for-talecer as atividades da universidade,hoje está consolidada no Estado como amais importante fundação de apoio daregião Norte.

O reitor da UFPA, Alex Fiuza deMello, avalia que o ensino superior pú-blico do País ficaria estagnado sem oauxílio das fundações de apoio à pes-quisa. "A universidade lida com eventosacadêmicos de grande velocidade e temlimites orçamentários", observa. "Nes-tes 30 anos, a Fadesp se desenvolveuparalelamente ao crescimento da UFPA.Hoje, são siamesas de um mesmo pro-cesso: a consolidação da universidade",ressalta.

O diretor executivo da Fadesp,professor João Farias Guerreiro, tam-bém ressalta a importância desse apoioàs instituições de ensino superior. "Ousodizer que, mesmo que as universidadesfederais consigam a almejada autono-mia financeira, ainda assim elas nãopoderão prescindir das fundações deapoio para a gestão administrativa e fi-nanceira de projetos de pesquisa e de

extensão, sobretudo em função da ex-periência adquirida por essas fundações",diz. Ele acrescenta, como exemplo, aUniversidade de São Paulo (USP), quetem autonomia financeira há vários anos,mas mantém diversas fundações quefazem a gestão de muitos projetos aca-dêmicos e serviços.

Nos últimos três anos, a Fadesppassou por uma série de reformas quevisam melhorar o atendimento às ativi-dades de gestão de projetos, convêniose contratos. Para tanto, a fundação con-ta com mais de 250 parcerias, distribuí-das em 24 instituições internacionais, 32privadas, 100 municipais, 25 estaduais e37 federais. "Faço questão de destacarnesse contexto o fortalecimento de nos-sa parceria com o Governo do Estadodo Pará. Desde 1999, a Fadesp man-tém parcerias público-privadas por meiode projetos de desenvolvimentoinstitucional junto a órgãos do governo",ressalta João Guerreiro.

Um exemplo do intercâmbio quea Fadesp intensifica com órgãos e o Go-verno do Pará é o Sistema de GestãoEscolar. Hoje, o sistema se encontratotalmente reformulado para que a Se-cretaria de Estado de Educação (Seduc)atue em sistema on-line e efetue o con-trole dos registros de seus mais de 800mil alunos, distribuídos em 1.193 esco-las dos 143 municípios paraenses.

Entre os diversos projetos que aFadesp assumiu está o gerenciamentodo capital do Parque de Ciência e

Tecnologia da UFPA. No dia 19 de no-vembro, a governadora Ana JúliaCarepa entregou oficialmente ao reitorAlex Fiúza de Melo, R$ 5.765.000,00em recursos para a primeira fase dasobras de infra-estrutura do parque. A es-trutura de 75 hectares dará suporte acerca de 50 empreendimentos ligadosao desenvolvimento sustentável da ci-ência e tecnologia da região Norte (leiamatéria na página 9).

Com o projeto de desenvolvimen-to institucional, a Fadesp também con-solidou o Sistema Integrado Consolida-do de Administração Tributário da Se-cretaria da Fazenda (SIAT), que hojecontrola a arrecadação em todo o Paráde forma eficiente.

A modernização do Departamen-to Estadual de Trânsito (Detran) foi ou-tro resultado do empenho entre a Fadespe o governo. Depois de ser consideradoum dos mais precários departamentosestaduais, com tecnologia ultrapassada,hoje o Detran conta com um sistemaeficiente, tanto no atendimento quantona emissão de documentos, o que per-mite que os usuários recebam retornoimediato das demandas solicitadas.

Entre as ações conjuntas com oGoverno do Pará também tem desta-que o Programa da Educação de Jovense Adultos (EJA), realizado mediante con-vênio entre Seduc, UFPA e Fadesp, coma colaboração de prefeituras municipais.Pelo EJA, já foram certificados 1.550professores no Pará.

JEL BRELAZ

Texto da Assessoria de Comunicação da Fadesp

No dia 23 de novembro, aFadesp entregou o prédio sedecom reformas que visam o melhoratendimento e conforto, tanto paraos funcionários como para a co-munidade científica. Na ocasião, odiretor executivo João FariasGuerreiro, lembrou dos investimen-tos mais importantes que a funda-ção realizou para apoiar a comu-nidade acadêmica. Um deles é oPrograma de Apoio (Proap), quejá investiu R$ 2,5 milhões em au-xílio financeiro à UFPA, com re-ceita líqüida própria.

Também foram feitos inves-timentos na instalação do SistemaFinanciar (busca de agênciasfinanciadoras para os líderes dosgrupos de pesquisa da UFPA), nonovo sistema de gerenciamentointerno da fundação (GPF), naimplementação do Sistema de Pro-tocolo (Sisproto), na ampliação do

Setor de Informática e criação da As-sessoria de Comunicação Social.

Entre os novos espaços criadosno prédio sede, estão o mini-auditórioe a Galeria de Ex-diretores. A Fadespainda investiu em novos serviços, comoo Setor de Cursos e Concursos Públi-cos. A fundação executa atualmenteos concursos públicos da Polícia Mili-tar do Pará, Secretaria de Estado deEducação, Defensoria Pública e Con-selho Regional de Engenharia, Arqui-tetura e Agronomia (Crea-PA).

O aperfeiçoamento do quadrode profissionais foi um importante in-vestimento. "Tudo foi garantido comrecursos próprios, captados principal-mente por meio da prestação de ser-viços de consultorias, assessorias eexecução de projetos", enfatiza JoãoFarias Guerreiro. Com sua ampliaçãoe modernização, o prédio sede da fun-dação, que foi projetado para 36 fun-cionários, hoje abriga 136.

O primeiro diretor executivo daFadesp, professor Antônio Gomes deOliveira, conta que a fundação estáconsolidada e tende a crescer aindamais. "Tudo que se constrói tem de serreformado para atender às necessida-

des de mercado e da ciência etecnologia", diz o ex-diretor, respon-sável pela construção do prédio sededa fundação. "Com 30 anos, estadonzela está posta. Cresceu, se mol-dou e se especializou", brinca.

Funcionários da Fadesp

Universidade Federal do ParáDezembro, 20071212121212 BEIRA DO RIO

V E S T I B U L A RV E S T I B U L A RV E S T I B U L A RV E S T I B U L A RV E S T I B U L A R

PSS 2008 registra mais de 60 mil inscritosMais de 90% dos candidatos efetivaram inscrição pela internet

MARI CHIBA

MODALIDADE NÚMERO DEINSCRITOS

PERCENTUAL

Apenas 1ª Fase

Apenas 2ª Fase

Apenas 3ª Fase

1ª e 2ª Fases

2ª e 3ª Fases

1ª, 2ª e 3ª Fases

16.159

6.561

2.255

5.527

405

33.811

24,97%

10,14%

3,48%

8,54%

0,63%

52,24%

Tatiana Ferreira

Os números envolvidos na re-alização do Processo Seletivo Seri-ado (PSS), modelo de seleção ado-tado pela UFPA desde 2004, mos-tram a dimensão do concurso: são64.718 candidatos inscritos e 4.757pessoas da UFPA diretamente en-volvidas, sem contar com os profis-sionais de instituições como a Se-cretaria Municipal de Saúde (pormeio do SAMU), a Polícia Militar ea Ctbel. Para viabilizar o transportedos candidatos, as empresas de ôni-bus também disponibilizam veículosextra para os locais de prova, prin-cipalmente para o campus doGuamá. Se for levado em conta oenvolvimento dos familiares doscandidatos, pode-se considerar quea realização do PSS gera movimen-tação proporcional à de uma cidadede mais de 100 mil habitantes.

A frente dessa organizaçãoestá o Departamento de Apoio aoVestibular (Daves), que anualmenteé o responsável pela seleção doscandidatos que entram na universi-dade. "Esse deveria ser um momentode tranqüilidade, mas a expectativacausada pelo processo seletivo damaior universidade da região Norteé enorme e isso gera bastante ansi-edade nas pessoas envolvidas. Paraque tudo corra bem, é importantecontar com a colaboração dos pro-fessores e funcionários da UFPA edos próprios candidatos, que preci-sam estar atentos às regras doconsurso", observa o Prof. Dr. LuizAcácio Centeno Cordeiro, diretor doDaves.

Nessa edição do PSS estãosendo oferecidas 5.036 vagas, sen-do 3.396 para a capital e 1.640 nointerior. Participam 64.718 candida-tos. Destes, 66,04% concorrerão

Privilegiar as competência e ha-bilidades em detrimento de extensoscontéudos decorados é o objetivo donovo processo seletivo da UFPA, queentrará em vigor em 2011. Após vári-os estudos sobre o PSS, a ComissãoPermanente de Processos Seletivos(Coperps) apresentou ao ConselhoSuperior de Ensino, Pesquisa e Ex-tensão (Consepe) novas propostaspara a seleção de candidatos aoscursos de graduação da UFPA.Desse modo, no último dia nove denovembro, o Consepe aprovou aextinção do PSS e a adoção, a partirde 2011, de um processo seletivorealizado em apenas um dia. No novo

aos cursos ofertados na capital e33,96% aos cursos no interior. Umnúmero de 55.497 realizaram inscri-ção e 9.221 realizaram a renovaçãoda inscrição. Desse total, 61,45%são oriundos da rede pública de en-sino e 38,55% são da rede privada.

Mais de 90% dos candidatosefetivaram sua inscrição por meio dainternet, fator considerado extrema-mente positivo pelo diretor doDaves. A partir do próximo ano, aintenção é de que todas as inscri-ções sejam feitas on line. Segundoo Daves, esse tipo de inscrição é maissegura para a instituição e para oscandidatos, já que evita erros nas in-formações. O candidato que esque-cer de preencher um campo impor-tante no formulário impresso pode-rá até invalidar sua inscrição, casoque fica descartado quando a ins-crição é feita por meio de formulá-rio eletrônico (pela internet). AUFPA tem disponibilizado sua infra-estrutura para a efetivação da ins-crição dos candidatos que não têmacesso à internet. No PSS 2008 fo-ram disponibilizados 53 computado-res com impressoras a esses candi-datos, distribuídos no auditóriosetorial básico, no laboratório deinformática do Instituto de Filoso-fia e Ciências Humanas, na Escolade Aplicação (NPI) e na Faculdadede Medicina.

O PSS permite seis modalida-des de inscrição (ver box). Só estãodisputando vagas os candidatos que,no PSS 2008, realizarão a 3ª fase ouas 2ª e 3ª fases ou ainda as 1ª, 2ª e3ª fases. A partir do PSS 2008, pas-sou-se a aplicar o sistema de cotas,regulamentado pela Resolução nº3.361, de 5 de agosto de 2005, doConselho Superior de Ensino, Pes-

quisa e Extensão (Consepe). Assim,50% das vagas (2.518 vagas) noPSS 2008 serão disputadas peloscandidatos que cursaram todo o en-sino médio na rede oficial de ensinoe que, no momento da inscrição, op-taram pelo sistema de cotas. Des-sas 2.518 vagas, 40%, ou seja, 1.007vagas, serão disputadas pelos can-didatos que cursaram todo o ensinomédio na rede oficial de ensino e que,no momento da inscrição (ou reno-vação) optaram pelo sistema de co-tas e também se declararam pretosou pardos.

É importante esclarecer quese o candidato que concorre pelo sis-tema de cotas for aprovado, porémnão classificado às vagas destinadasao sistema de cotas, ele, nessa situ-ação, passará a competir pelas va-gas destinadas aos não cotistas. Poroutro lado, havendo sobra de vagasdestinadas ao sistema de cotas, es-sas vagas serão remanejadas e pas-sarão a ser disputadas por candida-tos não cotistas.

Isenções - O número de can-didatos contemplados com a isençãototal de taxa de inscrição (ou reno-vação de inscrição) no PSS 2008 émaior que o dobro do número regis-trado no PSS 2007. São 10.497 can-didatos isentos, sendo 10.045 candi-

datos vinculados às escolas públicase 452 candidatos vinculados às es-colas privadas na condição de bol-sistas.

Entre os 10.497 candidatosisentos, 7.017 (66,84%) estão dispu-tando uma vaga na UFPA. Os de-mais estão realizando outras etapasdo PSS 2008, ou seja, apenas a 1ªfase ou a 2ª fase isoladamente, ouentão as 1ª e 2ª fases.

Desses 7.017 candidatos isen-tos que estão disputando vaga, 6.246(89,01%) candidatos optaram emconcorrer no sistema de cotas. Osdemais concorrerão como nãocotistas.

Realização da primeira prova do PSS 2008 foi tranqüila, no campus da UFPA

Novo processo seletivo focalizarácompetências e habilidades

modelo, os candidatos farão uma re-dação e uma prova contendo ques-tões de múltipla escolha envolvendointerpretação de texto, pensamento re-flexivo e assuntos da atualidade regi-onal e global.

Assim, a partir de 2009, não ha-verá mais a oferta isolada da 1ª fase;em 2010, da 2ª fase, até a completaextinção, em 2011, do PSS. No en-tanto, em 2009, os candidatos pode-rão fazer, as 1ª e 2ª fases ou apenas a2ª fase ou a 3ª fase ou ainda as trêsfases. Em 2010, poderão fazer as 2ª e3ª fases, apenas a 3ª fase ou ainda astrês fases, encerrando-se assim o úl-timo ciclo do PSS.

Acácio Centeno, diretor do Daves