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Volume V – RIMA, versão I 1 B B B E E E N N N S S S A A A L L L D D D O O O B B B R R R A A A S S S I I I L L L H Ho ol l d di i n ng g e e P Pa ar r t t i i c ci i p pa aç çõ õe es s L Lt t d da a. . 1. INTRODUÇÃO A área prevista para implantação do empreendimento Turístico-Hoteleiro da Bensal do Brasil com uma superfície total de 2.000.962 mP 2 Ptem uma topografia praticamente plana, contando com uns desenvolvimentos de dunas em seu limite oposto ao litoral que continuam até o interior desembocando em um sistema natural de lagoas. O ponto de partida do principal critério gerador é implantar umas instalações turístico- hoteleiras com uma massa crítica suficiente para construir por si mesmas um claro destino turístico, destino que por sua vez se complementa com as sinergias geradoras de outros empreendimentos turísticos da região. Como complemento das instalações hoteleiras, considera-se não somente conveniente, mas também necessária a imposição de uma zona de “vila turística”, residencial, com uma estrutura de um vilarejo típico, que incorpore instalações complementares de comércio e lazer, cuja função fundamental seja a de servir de moradia permanente para os empregados das instalações hoteleiras da área e de outras existentes ou previstas, assim como a de vila autóctone. Para atender a Vila e os hotéis projeta-se uma rede viária única de acesso ao Setor com uma extensão aproximada de 3.050,0 m de comprimento por 11,00m de largura, sendo duas pistas de rolamento em sentido único com 4,00m cada e um canteiro central com 3 m, faixa técnica para passagem de redes de água, luz e esgoto. 2. DISPOSIÇÕES GERAIS 2.1 FORMA DE APRESENTAÇÃO O RIMA será apresentado em 1 volume contendo no texto, tabelas, quadros e figuras as informações do projeto e os resultados dos estudos desenvolvidos na área de forma resumida e com uma linguagem de fácil entendimento com forme determina a Resolução CONAMA 01/86 e RESOLUÇÃO CEPRAM 2929/02. 2.2 ELABORAÇÃO Os estudos foram elaborados por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais com experiência em Diagnóstico e Estudos de Impacto Ambiental, com habilitação nas diferentes áreas de estudo exigidas do Termo de Referência. 2.3 EMPRESA CONSULTORA PLAMA Planejamento e Meio Ambiente Ltda. CNPJ: 03.209.742/0001-10 ENDEREÇO: Rua dos Colibris – nº 79. EDIFÍCIO: Empresarial Paralela Place Sala 605.

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Volume V – RIMA, versão I 1

BBBEEENNNSSSAAALLL DDDOOO BBBRRRAAASSSIIILLL HHoollddiinngg ee PPaarrttiicciippaaççõõeess LLttddaa..

1. INTRODUÇÃO

A área prevista para implantação do empreendimento Turístico-Hoteleiro da Bensal do Brasil com uma superfície total de 2.000.962 m P

2 Ptem uma topografia praticamente plana, contando

com uns desenvolvimentos de dunas em seu limite oposto ao litoral que continuam até o interior desembocando em um sistema natural de lagoas.

O ponto de partida do principal critério gerador é implantar umas instalações turístico-hoteleiras com uma massa crítica suficiente para construir por si mesmas um claro destino turístico, destino que por sua vez se complementa com as sinergias geradoras de outros empreendimentos turísticos da região.

Como complemento das instalações hoteleiras, considera-se não somente conveniente, mas também necessária a imposição de uma zona de “vila turística”, residencial, com uma estrutura de um vilarejo típico, que incorpore instalações complementares de comércio e lazer, cuja função fundamental seja a de servir de moradia permanente para os empregados das instalações hoteleiras da área e de outras existentes ou previstas, assim como a de vila autóctone.

Para atender a Vila e os hotéis projeta-se uma rede viária única de acesso ao Setor com uma extensão aproximada de 3.050,0 m de comprimento por 11,00m de largura, sendo duas pistas de rolamento em sentido único com 4,00m cada e um canteiro central com 3 m, faixa técnica para passagem de redes de água, luz e esgoto.

2. DISPOSIÇÕES GERAIS

2.1 FORMA DE APRESENTAÇÃO

O RIMA será apresentado em 1 volume contendo no texto, tabelas, quadros e figuras as informações do projeto e os resultados dos estudos desenvolvidos na área de forma resumida e com uma linguagem de fácil entendimento com forme determina a Resolução CONAMA 01/86 e RESOLUÇÃO CEPRAM 2929/02.

2.2 ELABORAÇÃO

Os estudos foram elaborados por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais com experiência em Diagnóstico e Estudos de Impacto Ambiental, com habilitação nas diferentes áreas de estudo exigidas do Termo de Referência.

2.3 EMPRESA CONSULTORA

PLAMA Planejamento e Meio Ambiente Ltda.

CNPJ: 03.209.742/0001-10

ENDEREÇO: Rua dos Colibris – nº 79.

EDIFÍCIO: Empresarial Paralela Place Sala 605.

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Volume V – RIMA, versão I 2

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BAIRRO: Imbuí

CEP: 41720-060

MUNICÍPIO: Salvador-BA

Telefone: (71) 3231-1378

FAX: (71) 3231-1378

E-MAIL: [email protected]

INSCRIÇÃO ESTADUAL: 50.970.748 EP

2.4 EQUIPE TÉCNICA

DIRETORES DE EQUIPE

Dr. Juan Catarineu de la Aldea (Arquiteto)

Dr. Joaquín Rodríguez Rovira

COORDENAÇÃO

Drª Marta Trujillo Samper (Advogada)

TOPOGRAFIA

TOPROJ - Dr. César Bastos (Engenheiro)

PLANO DIRETOR

COLABORADORES NO BRASIL

Dr. Alberto Bolzico (Arquiteto)

Dr Mariano García (Arquiteto paisagista)

Dr. Esther Flores Cervera (Comunicação)

NATURAL LINKS

Dr. Juan Catarineu de la Aldea (Arquiteto)

Drª Ana Hernández Alesanco (Arquiteto)

Dr. Javier Merino Martínez (Arquiteto)

Dr. Joaquín Figueroa Bravo (Arquiteto)

Dr. José María Martínez Pelayo (Arquiteto)

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Volume V – RIMA, versão I 3

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Dr. Juan D. Sastre (Arquiteto)

Dr. Oscar de la Lama (Arquiteto)

Drª Margarita Balaguer Trujillo (Comunicação)

Dr. Antonio Hernández Sales (Informático)

Drª Eva María Cano (Secretária)

PLANO DE URBANIZAÇÃO

ENOKENGENHARIA (Redes de água)

Dr. José Enock Santana (Engenheiro)

LCL ENGENHARIA E CONSULTORA

Dr. Luís Carlos Lacrose Almeida (Engenheiro)

KAPR INGENIERÍA

Dr. Juan Aº Ríos Revilla (Engenheiro)

Dr. Alejandro Vargas Reyes (Arquiteto)

Dr. Daniel Vázquez Miguez (Arquiteto)

Dr. Antonio Benítez Mendoza (Engenheiro)

Dr. Samuel Matarranz Costoso (Engenheiro)

Dr. Santiago Navarro Navas (Engenheiro)

Dr. Marco A. Pascual Martínez (Desenhista)

ASSESSORIA JURÍDICA

MMC & ZAFIR ADVOGADOS

Dr. Antonio Carlos Menezes Rodrigues

PIRES DE OLIVEIRA DIAS ADVOGADOS

Dr. Alberto Guimaräes Aguirre Zurcher

ASSESSORIA FISCAL

TERCO Grant Thorton

Dr. Paulo Sergio Fraga Berenguer

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Volume V – RIMA, versão I 4

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ASSESSORIA AMBIENTAL

PLAMA PLANEJAMENTO E MEIO AMBIENTE LTDA.

EQUIPE TÉCNICA DO EIA/RIMA

COORDENAÇÃO

CARLECI SOUZA DA SILVA - BIÓLOGA - CRBio: 27.035/5-D

LANA CRISTINEE MISTRO - BIÓLOGA - CRBio: 27.255/5-D

MÊRE IZABEL BARRETO DA SILVA - BIÓLOGA COLABORADORA CRBio: 46.226/5-D

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

MSC.: HAILTON MELLO DA SILVA - FORMAÇÃO – CREA: 11.701-D

(RECURSOS HÍDRICOS – LEVANTAMENTO POTENCIOMÉTRICO)

ALBERTO SANTOS MOREIRA JUNIOR - Geólogo – CREA – BA: 45332/D

(GEOLOGIA/GEOMORFOLOGIA/GEOPROCESSAMENTO)

Msc.: FÁBIO CARVALHO NUNES

(PEDOLOGIA)

DRA: ÂNGELA MARIA DE MIRANDA FREITAS - ENGENHEIRA Florestal – CREA: 012535/D

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E MAPA DE VEGETAÇÃO

MSC: ISABELLE MARIA JACQUELINE MEUNIER - ENGENHEIRA Florestal – CREA – PE: 021710/D (Visto CREA –BA 19.620)

LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO

MSC.: JOSÉ SERAFIM FEITOSA FERRAZ - ENGENHEIRO Florestal – CREA – PE: 013402/D (Visto CREA –BA 22.673)

LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO

DR.CAIO GRACO MACHADO SANTOS BIÓLOGO - CRBio: 19.937/5 – D

LEVANTAMENTO DA MACRO FAUNA TERRESTRE

WAGNER JOSÉ GUERREIRO NASCIMENTO - BIÓLOGO - CRBio: 36.964/5-D MÁRCIO BORBA DA SILVA - BIÓLOGO DR. ALEXANDRE CLISTENES DE ALCÂNTARA SANTOS - BIÓLOGO – CRBio: 224297/02–D MARCONI PORTO SENA - BIÓLOGO – CRBio: 27.121-5D

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Volume V – RIMA, versão I 5

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FAVONIA CASTELO BRANCO – Cientista Social

LEVANTAMENTO E TRATAMENTO DE DADOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS DA SOCIOECONÔMICA

IVAN DOREA CANCIO SOARES

ESTUDOS ARQUEOLÓGICOS

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

CARLECI SOUZA DA SILVA - BIÓLOGA - CRBio: 27. 035/5-D

AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL PLANOS E PROGRAMAS

LANA CRISTINEE MISTRO - BIÓLOGA - CRBio: 27.255/5-D

AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL PLANOS E PROGRAMAS

ESTAGIÁRIOS

PAULO ROBERTO SANTOS LOPES - ACADÊMICO DE GEOLOGIA BRUNO SANTOS DE SANTANA - ACADÊMICO DE ENGENHARIA AMBIENTAL ANTÔNIO MATEUS - GRADUANDO DE SOCIOLOGIA FABIOLA REIS - GRADUANDO DE SOCIOLOGIA AGATHA REIS - GRADUANDO DE SOCIOLOGIA KALIANA LETIERI LINARES RAMOS - GRADUANDO DE SOCIOLOGIA JONAS LETIERI LINARES RAMOS - GRADUANDO DE SOCIOLOGIA YURI DE SOUZA ZALCBERGAS - GRADUANDO DE SOCIOLOGIA RAMIRO TERRA ZALCBERGAS - GRADUANDO DE SOCIOLOGIA

2.5 ÓRGÃOS ENVOLVIDOS

Secretaria de Meio Ambiente (SEMA);

Instituto do Meio Ambiente (IMA);

Prefeitura Municipal de Mata de São João;

Conselho Estadual de Meio Ambiente (CEPRAM);

Instituto Chico Mendes, através do Projeto Tamar;

Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional (IPHAN)

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Volume V – RIMA, versão I 6

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2.6 ESCOPO GERAL DOS TRABALHOS

2.6.1 EMPREENDIMENTO

TAT) TResumoT EXECUTIVO

A primeira proposta do empreendedor era dividir a área em quatro glebas denominadas de AN3 – Vila Turística, AN4, AN5 e AN6 áreas para construção de hotéis. Com as alterações na legislação, onde não é mais permitido ocupar a Zona de Proteção Visual a área passou a ser dividida em AN3 e AN4 – Vila Turística e AN5 e AN6 áreas para construção de hotéis.

A AN3 e AN4 – Vila Turística trata-se de uma Vila aberta Tque funcionará da mesma forma que a atual Vila de Praia do Forte, visando diminuir a pressão sobre a sua infra-estrutura. A proposta da Bensal é estudar juntamente com o poder público municipal e os demais interessados a destinação de áreas para construção de escolas, igreja, áreas de lazer como praças, quadras poliesportivas e anfiteatro, casa do pescador além de estudar a possibilidade de propor uma nova sede para os projetos Tamar e Baleia Jubart. Este documento apresenta o Plano Diretor da Vila com planejamento para vias de acesso interna, estacionamento para banhistas e visitantes, áreas de comércio com a proposta de instalação de um Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), espaços para Show e etc.

As demais áreas serão destinadas a hotéis que antes da redução estava previsto ocupar uma área de 143.500 m P

2 Pe construído aproximadamente 4.100 unidades entre apartamentos

e bangalôs com as mudanças na ZPV ocupará apenas 62.200 m P

2P. E está previsto a

construção de 550 unidades entre apartamentos e bangalôs.

B) DESCRIÇÃO DO PROJETO

i) Dados de identificação do empreendedor

Nome ou Razão Social: Bensal do Brasil SA

CNPJ: 07.393.690/0001-35

Localização: Avenida Tancredo Neves, nº1632 - Salvador Trade Center, Torre Sul, 19P

oP andar

- Caminho das Árvores. CEP: 41820-020 - Salvador - BA

Fone: (71) 3676-1133 Fax: (71) 3676-1114

E-mail: [email protected] ou [email protected].

ii) Contexto geográfico, ecológico, social e cronológico do projeto.

A área do projeto localiza-se no Litoral Norte da Bahia, conhecido como Costa dos Coqueiros, no distrito de Praia do Forte, município de Mata de São João distante, aproximadamente, 50 km do aeroporto internacional Deputado Luiz Eduardo Magalhães. O acesso pode ser obtido a partir da rodovia BA-099, no sentido Salvador-Porto de Sauípe, entrando à direita 4,5Km após a rotatória que dá acesso à Praia do Forte, município de mata de São João-BA

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Volume V – RIMA, versão I 7

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Com condições climáticas agradáveis em todo o período do ano, a área proposta para o projeto da Bensal apresenta uma vegetação de Restinga, que está inserida na Província Atlântica, Subprovíncia Litorânea ou Costeira. Com uma fauna rica típica das regiões das planícies litorâneas com destaque para os grupos de aves e répteis.

O Município de Mata de São João está formado pelos distritos de Açu da Torre e Amado Bahia, e pelos povoados de Pau D’Arco, Alto da Bela Vista e Núcleo JK. O projeto localiza-se no distrito de Açu da Torre que está constituído pelos povoados de Açuzinho, sede de Açu da Torre, Campinas de Malhadas, Malhadas, Praia do Forte e Imbassaí.

Mata de São João é um município que atualmente atravessa uma fase de rearticulação na sua economia e na ocupação do seu território. Até a década de 1970, a economia municipal era comandada pelo setor rural, sem grandes expressividades na economia do Estado. A situação começa a sofrer substancial mudança a partir dos anos 80 com a implantação do Complexo Petroquímico de Camaçari (COPEC). As indústrias instaladas no município de apoio ao COPEC passaram a constituir-se no maior sustentáculo de arrecadação municipal. Nos anos 90, com a formação da Linha Verde e principalmente com a construção da ponte sobre o Rio Pojuca, o acesso ao município tornou-se mais fácil. Atualmente o turismo desponta como o novo vetor dinâmico da economia local, contrastando com as dificuldades dos setores rurais e industriais do município.

Em termos cronológicos os estudos de viabilidade econômica e ambiental do projeto iniciaram-se em 2005 com a negociação e escolha da área em função das suas alternativas locacionais estimando-se a conclusão dos estudos para 2007, considerando os processos de licenciamento ambiental e construtivo a implantação total do projeto deverá ser concluída em aproximadamente 9 anos.

iii. propósito do empreendimento

Implantação de projetos turísticos hoteleiros com fins comerciais atendendo ao zoneamento ambiental e demais normas legais vigentes.

iv. mapa de localização, arranjo geral, área total construída, características do projeto turístico da Bensal detalhes técnicos e construtivos, concepção geral do canteiro de obras e apresentação de dados relativos à mão-de-obra operante do empreendimento, insumos e equipamentos necessários.

A FIGURA 2-1 apresenta a localização e situação da área do projeto da Bensal.

A área total construída antes das alterações na ocupação da ZPV era de 664.562 m P

2 P(Vila e

três hotéis) passou para 269.084 m P

2P (Vila e dois hotéis). O arranjo geral do projeto encontra-

se ANEXO 1.

O ponto de partida do principal critério gerador é implantar instalações turístico-hoteleiras com uma massa crítica suficiente para construir por si mesmas um claro destino turístico.

Como complemento das instalações hoteleiras, considera-se não somente conveniente mas também necessária a imposição de uma zona de “vila turística”, residencial, com uma estrutura de um vilarejo típico, que incorpore instalações complementares de comércio e

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lazer, cuja função fundamental seja a de servir de moradia permanente para os empregados das instalações hoteleiras da área e de outras existentes ou previstas, assim como a de vila autóctone.

Os demais critérios são conseqüências da otimização da sustentabilidade ecológico-ambiental do setor de solo e a aplicação das medidas legais e outras complementares consideradas como muito adequadas para o desenvolvimento da promoção.

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Volume V – RIMA, versão I 9

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Figura 2-1. Apresentação da área estudada. Em A: Mapa de situação e B: Mapa de localização.

FONTE: Base SEI/IBGE.

A B

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Volume V – RIMA, versão II 10

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v. planejamento e cronograma físico para execução da obra informando as etapas de implantação com descrição dos métodos construtivos.

O QUADRO 2-1 apresenta o cronograma físico do empreendimento. Os métodos construtivos serão detalhados na fase de implantação do empreendimento e atenderão as Normas da ABNT, os padrões de higiene e segurança dos trabalhadores e padrões de qualidade Bensal.

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Volume V – RIMA, versão II 11

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QUADRO 2-1. Cronograma Físico do Empreendimento A3

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Volume V – RIMA, versão II 12

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vi. empreendimentos associados.

Com uma forte vocação turística o litoral norte do Estado da Bahia tem desenvolvido um grande complexo de turismo e lazer com o devido atendimento as questões ambientais através de incentivos do governo federal, estadual, municipal e da iniciativa privada, com a chegada de uma série de empreendimentos e infra-estrutura necessária a sua implantação como: rodovias, saneamento básico, saúde e energia, indispensáveis na implementação de complexos turísticos hoteleiros desta magnitude.

Em toda a costa do litoral norte é previsto até o ano de 2020 cerca de 40 grandes empreendimentos turísticos hoteleiros, dos quais alguns já estão implantados como Complexo Hoteleiro de Costa de Sauípe – Município de Mata de São João, com cinco hotéis (1.600 apartamentos), 01 Spar e um campo de golfe, inaugurado em 2000 com um custo atualizado em torno de R$ 900 milhões. Sauípe também foi o primeiro a lançar condomínios integrados a resorts com as Casas de Sauípe Grande Laguna lançado em janeiro de 2004 e entregue em dezembro de 2006, está em fase de construção Quintas de Sauípe Grande Laguna e já divulgou em seu próximo lançamento Sauípe Golf Terraces.

Ainda na costa do Município de Mata de São João tem a Iberostar, onde já teve a sua primeira etapa inaugurada em 2006 com 400 apartamentos, um campo de golf e completa estrutura de lazer, sendo investidos cerca de R$ 500 milhões. A segunda etapa de hotéis já foi iniciada estando previsto cerca de um total de 1.600 apartamentos. A Reta Atlântico um empreendimento misto com loteamentos residenciais de casa e apartamentos totalizando cerca de 603 unidades, além de unidades comerciais e 02 hotéis com 800 apartamentos, e um investimento de R$ 108 milhões. Já estão em fase de entrega cerca de 96 unidades habitacionais do Cond. Buganvilias.

No município vizinho de Camaçari foi inaugurado em 2006 o Vila Galé Maré com 447 apartamentos e um investimento de R$ 75 milhões, estando previsto para 2007 a inauguração do Hotel Tivoli com 220 apartamentos e um custo até o final da obra na ordem de R$ 60 milhões.

O Jornal A tarde fez uma grande reportagem sobre os empreendimentos do Litoral Norte em 23/07/2006, apresentando a população baiana os resultados do desenvolvimento turístico nesta região que tem um forte potencial turístico. Em função de suas belezas naturais formadas por pelas praias, coqueirais, lagoas, dunas, estuários, sítios arqueológicos, culinária e hospitalidade de seu povo, preocupado com o bem estar dos visitantes, consequentemente têm gerado emprego e renda melhorando a qualidade de vida das populações locais (FIGURA 2-2).

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Volume V – RIMA, versão II 13

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C) CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

C.1. Síntese dos objetivos do empreendimento sua justificativa em termos de importância no contexto econômico-social do país, região, estado e município e sua inter-relação com planos e programas governamentais

Os objetivos principais do projeto e apresentar um produto com um foco ambiental que contempla a sustentabilidade do desenvolvimento turístico, visando: a melhoria da qualidade de vida para esta geração e as gerações futuras; aproveitando o potencial ecológico turístico da região; elaborar projeto do tamanho adequado com massa crítica suficiente para seu desenvolvimento sustentável; aplicar critérios de conservação da paisagem e seu entorno natural; proteger o litoral recuperando áreas degradadas, contribuindo dessa forma para a criação de uma cultura meio-ambientalista que induza os cidadãos e os visitantes a uma consciência da responsabilidade.

Desta forma os principais objetivos do empreendimento é a implantação de uma Vila turística e dois hotéis. Os hotéis localizados a nordeste do terreno deverão ser implantados em duas etapas, de mais de 661,925 m P

2P de área. Cada etapa hoteleira tem

uma área verde grande ao longo do limite Norte que inclui as zonas das dunas e mais área arbórea onde não é permitida a construção.

C.2. Apresentar as atividades principais, secundárias e associadas, contemplando as etapas de planejamento, implantação e operação

Na fase de implantação as atividades principais estão relacionadas a obras de engenharia, construção de prédio dos hotéis, casas da Vila, implantação de toda infra-estrutura e etc, já as atividades secundárias e associadas para esta fase estão relacionados à conexão dos prédios a infra-estrutura instalada de água, esgoto, telefonia

FIGURA 2-2. Reportagem do Jornal A Tarde de 23/07/2006.

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Volume V – RIMA, versão II 14

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e etc, além das obras pode-se citar as demais atividades de contratação e gerenciamento de pessoal, material e valores, assim como a gestão ambiental das atividades e o licenciamento ambiental da operação.

Na fase de operação as principais atividades estão relacionadas com captação e recepção dos hospedes visando o seu retorno e/ou indicação para outros hospedes. As atividades secundárias e associadas estão relacionadas com a manutenção das instalações dos prédios, jardins e das áreas protegidas ambientalmente adotando-se medidas permanentes de gestão ambiental entre as quais pode-se citar com: ●Controle da Erosão ● Manutenção das espécies nativas, frutíferas e outras com potencial de atração de aves nas áreas de paisagismo e etc.

C.3. Apresentar mapas georreferenciados (escala 1:2.000) das áreas de empréstimo e bota-fora com seus respectivos licenciamentos, definindo as formas de extração, transporte do minério e plano de recuperação das referidas jazidas

A origem de eventual material de empréstimo a ser utilizado na obra, este será proveniente de jazidas devidamente licenciadas pelos órgãos competentes.

C.4. Apresentar memorial descritivo e projeto básico da infra-estrutura e equipamentos necessários para implantação do empreendimento: energia elétrica, telefone, água pluvial, suprimento de água, esgotamento sanitário, lixo doméstico, transporte coletivo

ENERGIA ELÉTRICA

Existe nas proximidades do empreendimento rede de suprimento de energia elétrica em média tensão, classe 15 kV e de baixa tensão da própria Concessionária, a COELBA. Desta forma o projeto será atendido conforme projeto especifico da COELBA.

A proposta do empreendimento é de implantar uma rede subterrânea em toda a área evitando o impacto visual.

TELEFONE

Existe nas proximidades do empreendimento rede telefônica para atender ao empreendimento Iberostar que será estendida a Bensal pela Concessionária Oi.

ÁGUAS PLUVIAIS

Diante da inexistência de sistema público de captação e coleta das águas pluviais, nas cercanias do Empreendimento optou-se pela dispersão direta no solo.

Pelo partido arquitetônico adotado, todas as coberturas, em telhas cerâmicas e em palha, lançam as contribuições diretamente no terreno, ou seja sem calhas coletoras, o que irá proporcionar uma equiparação com o estilo das habitações existente no Litoral Norte.

Contudo, as áreas impermeabilizadas, terão suas contribuições coletadas pelas lajes impermeabilizadas e destes por condutores de descida, dirigidas para dispersão do solo,

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Volume V – RIMA, versão II 15

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através de poços de absorção, que nada mais é do que um filtro com pedra atravessando a camada de terra orgânica superficial e natural da região até alcançar o leito de areia existente, e aí percolando até o lençol freático situado em média a uma profundidade da ordem de 3,00 m após a regularização do terreno.

As demais edificações têm suas coberturas com beirais livres e desta forma contribuindo diretamente para o terreno, o qual apresenta excelente capacidade de percolação.

As áreas de estacionamento serão pavimentadas com elementos vazados, modelo “univerde” ou similar, de modo a serem consideradas como áreas permeáveis.

As quadras esportivas impermeáveis pelas suas próprias características, terão em todo o seu entorno um leito de filtro drenante, protegido por um envelopamento com tecido geotextil, e o seu piso será do tipo em concreto drenante.

As vias de acesso dentro de Condomínio, não possuirão guias, ou meios fios, com abaloamento central, contribuindo para as suas margens, onde serão implantados nos pontos baixos, leito de filtro drenante.

SUPRIMENTO DE ÁGUA

O presente memorial refere-se ao Projeto preliminar de distribuição de água potável do empreendimento localizado na Área Norte da Praia do Forte, situado em Praia do Forte, Município de Mata de São João - BA.

O empreendimento será composto de um complexo hoteleiro com quatro hotéis, condomínio residencial destinado à futura construção de residências unifamiliares e plurifamiliares, área comercial e de serviços, áreas verdes, sistema viário e áreas de lazer.

O terreno está situado na Área de Proteção Ambiental (APA), e não está localizado em bacia hidrográfica de manancial utilizado (ou previsto para utilização) para abastecimento público de água, da EMBASA.

Nos itens que se seguem são apresentados o sistema proposto, os dados e coeficientes utilizados e os detalhes e peças gráficas que compõem o projeto.

O Sistema Proposto

O loteamento encontra-se em área que será atendida pela Concessionária Pública, assim o suprimento de água potável será feito por fornecimento da EMBASA, em rede subterrânea, padrão público, que irá atender a todo o complexo hoteleiro, os lotes residenciais, comerciais, apartamentos e demais edificações.

O sistema deverá ser do tipo para abastecimento contínuo, sem interrupção, possuindo cada unidade consumidora um hidrômetro, magnético com relojoaria seca, com opção de telemetria, classe B, com vazão de 1,5 mP

3P/h. Para os grandes consumidores serão

utilizados hidrômetros, de mesmo modelo, porém compatíveis com os seus respectivos consumos.

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Os hidrômetros do sistema de micro medição residencial serão do tipo para montagem em cavaletes, segundos os padrões da EMBASA.

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

O Projeto de Esgotamento Sanitário do Empreendimento Área Norte, situado em Praia do Forte, Município de Mata de São João, BA.

O terreno destinado à implantação do empreendimento está situado na Área de Proteção Ambiental (APA), e não está localizado em bacia hidrográfica de manancial utilizado, ou previsto para utilização, para abastecimento público de água pela EMBASA.

Em função do relevo, do partido urbanístico e dos parâmetros do Órgão Ambiental, a solução viável foi à construção da rede coletora – dividida em várias bacias, através de pequenas estações elevatórias, até alcançar o ponto de entrega na rede coletora esgotamento sanitário existente da EMBASA.

LIXO DOMÉSTICO

O empreendimento Área Norte, será implantado nas proximidades da Vila de Praia do Forte, onde a Prefeitura Municipal de Mata da São João realiza a coleta de lixo atualmente com regularidade.

A municipalidade tem um programa em execução de coleta seletiva, inclusive com um intenso programa de educação ambiental. Desta forma, será implantado um sistema de acondicionamento separadamente para resíduos orgânicos, metais e vidros.

Os recipientes coletores serão implantados em pontos estratégicos, protegidos de animais, como cães e gatos, e será implantado um permanente sistema de controle de roedores, nas suas proximidades.

A disposição final dos resíduos sólidos será de inteira responsabilidade do Órgão Municipal competente, que dispõe hoje de um bota-fora controlado, bem como a sua coleta.

TRANSPORTE COLETIVO

Na fase de implantação o empreendedor disponibilizara ônibus e veículos tipo utilitário para as equipes de trabalhadores da obra, atendendo as especificações legais.

Na fase de operação com a Vila o transporte coletivo será disciplinado pela Agerba e Prefeitura de Mata de São João, responsáveis por este setor. Já para os hotéis os empreendedores se responsabilizarão pelo transportes do seu efetivo, disponibilizando ônibus e/ou Vans.

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C.5. Apresentar os seguintes parâmetros urbanísticos pelo total de área urbanizável e por zona da APA Litoral Norte que deverão estar compatíveis com a Resolução CEPRAM nº 1040/95

O projeto foi desenvolvido sobre uma área de terrenos regulados pelo Zoneamento Ecológico-Econômico da APA do Litoral Norte, analisando sua viabilidade considerando também a Lei de Meio Ambiente do Município de Mata de São João, Lei 148 / 2002 de 18 de abril e decretos e legislações que a complementam.

Como conseqüência desta situação legal elaborou-se, com caráter prévio, um Mapa de Restrição Ambiental e Legal da área específica que delimita mediante um trabalho de campo e tratamento da informação as diferentes áreas de restrições ecológicas com maior precisão e rigor que a definida nas plantas gerais da APA, sendo o resultado o zoneamento ecológico apresentado a seguir.

A área total do terreno está distribuída nas seguintes zonas da APA:

ZPV - Zona de Proteção Visual 832.157 m P

2P

ZORE - Zona de Ocupação Rarefeita Especial 393.322 m P

2P

ZTE - Zona Turística Especial sob legislação local 493.704m P

2P

ZOM - Zona de Orla Marítima 224.282 m P

2P

ZAT - Zona de equipamento de apoio ao turismo 56.650 m P

2P

A distribuição percentual destas áreas é expressa na FIGURA 2-3.

O QUADRO 2-2 apresenta a área concreta para a obtenção das licenças ambientais da Área Norte de propriedade da Bensal em termos de superfícies de ocupação, permeabilidade, número de pisos e edificabilidade, com a nova Resolução do CEPRAM que não permite a ocupação na ZPV.

Figura 2-3. Zonas do Zoneamento Econômico Ecológico da APA do Litoral Norte encontradas na propriedade da Bensal, representadas em porcentagem.

41%

20%

25%

11% 3%

ZPV ZORE ZTE ZOM ZAT

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Considerando que a zona de proteção visual não gera aproveitamento e não é permitida sua ocupação por nenhum tipo de uso. Neste caso foi planejado um novo esquema de ordenação em toda área do projeto liberando a ZPV de ocupação. As parcelas AN – 03 e AN – 04 do povoado foi ajustado ao novo limite, e as parcelas AN – 05 e AN – 06 hoteleiras apresentam um novo esquema em que compartilham algumas instalações comuns aos dois hotéis, desta forma poderíamos considerá-los um único hotel. O número de ocupações o número de habitações projetadas para estas parcela é de 300 na AN – 05 e 250 na AN – 06, podendo chegar ao dobro desta quantidade se for projetado exclusivamente Bangalôs.

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QUADRO 2-2 Aproveitamentos da Área Norte, de propriedade da Bensal.

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C.5.1 Área total da gleba

A gleba está dividida em AN 01 - ZPV, AN-03 e AN-04 – Vila, AN-05 e AN-06 – Hoteleiras da seguinte forma:

AN 01 406.080m P

2 Pde superfície, Zona de Proteção Visual

desenvolvimento de turismo ecológico e equipamentos de apoio a prática do turismo ecológico de baixo impacto, não está previsto nenhum tipo de ocupação para esta área.

AN-03 e AN-04 932.110m P

2 Pde superfície na qual se situam áreas residenciais,

comerciais e de serviços, inclusive as etapas de cessão para uso institucional e grandes espaços verdes públicos, contando assim, com uma área verde em todo limite Norte.

AN-05 333.784m P

2 Pe 300 apartamentos e bangalôs distribuídos

conjuntamente

AN-06 328.141m P

2P e 250 apartamentos e bangalôs distribuídos

conjuntamente

C.5.2 Área urbanizável (subtraída zonas de uso restrito e APP’s)

AN-03 e AN-04 932.110 m P

2P

AN-05 e AN-06 661.925 m P

2P

C.5.2.1. Área total ocupada

AN-03 e AN-04 158.143 m P

2P

AN-05 e AN-06 29.300 m P

2P

C.5.2.2 Área total construída

414.219m P

2

C.5.2.3 Área permeável

1.255.594 m P

2P

C.5.2.4 Área verde

Será mantida toda a ZPV como área verde onde está inclui as zonas das dunas e área arbórea onde não é permitida a construção. Além desta área todo o projeto adotará grandes áreas verdes ao longo das construções melhorando o conforto térmico das habitações, além de proporcionar um efeito visual agradável.

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Esta área será de 1.255.594 m P

2P queP

Pcorrespondem a 62,78% da área total. A FIGURA 2-4

ilustra a proposta de urbanização e paisagismo para a área de estudo.

Figura 2-4. Perspectiva da proposta de urbanização e paisagismo da Nova Vila.

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C.5.2.5 Área de equipamentos comunitários e públicos, clube, áreas de comércio e serviços

AN-05 Superfície das áreas comuns e de serviço

12,19 m P

2P/Apt

AN-06 Superfície das áreas comuns e de serviço

12,54 m P

2P/Apt.

Nestas áreas estão incluídos os seguintes equipamentos:

Spa & Fitness; Galeria Comercial; Beach Club; Instalações; Recepção; Bussines Center; Residências da Diretoria; Restaurante Principal; Restaurante Temático; Área para Crianças; Restaurante de Apoio; Aquabar; Restaurante da Praia

Superfície das áreas comuns e de serviço AN-03 e AN 04, ou seja, a Vila Turística será definida na fase de implantação, devido às características do projeto, com vários condomínios.

C.5.2.6. Área ocupada por unidade e área total ocupada de todas as unidades.

Vila Turística

Moradia unifamiliar isolada 959,90m P

2P

Moradia unifamiliar na Vila Turística 331,21 m P

2P

Moradia unifamiliar geminada 201,38 m P

2P

Moradia plurifamiliar em bloco aberto 132,25 m P

2P

Moradia coletiva em condomínio fechado 80,56 m P

2P

Hoteleiro (pousadas) 56 m P

2P

Serviços-instalações-lazer 15.680 m P

2P

O QUADRO 2-3 apresenta os aproveitamentos da Área Norte, de propriedade da Bensal e

o QUADRO 2-4 apresenta o quadro comparativo do cumprimento das normas.

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QUADROS 2-3 ( 1 DE 3 PÁGINAS)

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QUADROS 2-3 (2 DE 3 PÁGINAS)

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QUADROS 2-3 (3 DE 3 PÁGINAS)

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QUADROS 2-4

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C.5.2.7. Área construída por unidade e área total construída de todas as unidades.

AN 3 e AN 4 Vila Turística

Moradia unidomiciliar isolada 19.350 m P

2P

Moradia unidomiciliar na Vila Turística 53.420 m P

2P.

Moradia unidomiciliar geminada 28.440 m P

2P

Moradia pluridomiciliar em bloco aberto 83.190 m P

2P.

Moradia coletiva em condomínio fechado 74.100 m P

2P.

Hoteleiro (pousadas) 5.000 m P

2P

Serviços-instalações-lazer 15.680 m P

2P.

A FIGURA 2-5 apresenta a porcentagem das superfícies edificáveis.

Em resumo, a ocupação desta zona com a construção da vila turística e sua comparação normativa é:

PROJETO NORMA DIFERENÇA OCUPAÇÃO AN 3

115.000 m P

2P 115.000 m P

2P 0 mP

2P

OCUPAÇÃO AN 4 32.500,00 32.473,33 m P

2P 0 mP

2P

Figura 2-5. Superfícies edificáveis, em percentagem.

26,54%

1,79% 5,62% 6,93%

19,13%

10,19%

29,80%

M OR A D IA UN ID OM IC ILIA R ISOLA D A M OR A D IA UN ID OM IC ILIA R N O VILA T UR IST IC A

M OR A D IA UN ID OM IC ILIA R GEM IN A D A M OR A D IA C OLET IVA EM B LOC O A B ER T O

M OR A D IA C OLET IVA EM C ON D OM Í N IO F EC H A D O USO H OT ELEIR O

SER VIÇOS-IN ST A LA ÇÕES-LA Z ER

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Abaixo um resumo dos índices de para as áreas dos complexos hoteleiros.

Hotel Etapa AN 5 Nº de Pisos 3 Pi

Ocupação Máxima 16.000 m P

2P

Nº Máx.Apts 300 Uds

Apartamentos por hectares 80 Apts/ha

Hotel Etapa AN 6 Nº de Pisos 3 Pi.

Ocupação Máxima 13.300 m P

2P.

Nº Máx.Apts 250 Uds.

Apartamentos por hectares 80 Apts/ha

C.5.2.8. Área de terreno privativa por unidade e somatório da área de terreno privativa de todas as unidades.

Vila Turística

RESIDÊNCIAS UNIDOMICILIARES ISOLADAS

Projetam-se sobre uma parcela média de 943 m P

2P., com proporção frente/fundo de 0,5,

com uma ocupação média sobre parcela líquida de 0,19 m P

2P/mP

2P e uma superfície edificável

média de 322,50 m P

2P, que se resumirá com um máximo de dois pisos.

RESIDÊNCIAS UNIDOMICILIARES NA VILA TURÍSTICA

Projetam-se residências de distintas tipologias e configuração de condomínio sobre uma parcela média de 333 m P

2P, uma ocupação média sobre uma parcela líquida de 0,38 m P

2P/m P

2P

e uma superfície edificável média de 236 m P

2P, que se resumirá em no máximo dois pisos.

RESIDÊNCIAS UNIDOMICILIARES GEMINADAS

Projeta-se inicialmente uma única tipologia de moradia sobre uma parcela média de 180 m P

2P, com uma ocupação média sobre parcela de 0,55 m P

2P/mP

2P e uma superfície edificável

média de 180 m P

2P, que se resumirá em dois pisos e eventualmente em três pisos, com a

última recuada das demais.

MORADIA PLURIDOMICILIAR EM BLOCO ABERTO

Trata-se de parcelas onde se projetam conjuntos de blocos abertos de três pisos com três unidades por piso de 165 m P

2Pc., que incorporam grandes decks e englobam áreas verdes

privadas com instalações esportivas.

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Coloca-se uma segunda tipologia destas residenciais, de menor superfície, 140 m P

2P, sobre

o eixo central, com andares inferiores para uso comercial e/ou terciário, em estrutura linear de blocos.

MORADIA PLURI FAMILIAR EM CONDOMÍNIO FECHADO

São residências que configuram grandes condomínios semi fechados, com uma ampla área verde privada interna que incorpora instalações esportivas e serviços comuns, que resultam em um bloco linear de três pisos que abarca residências de uma superfície média de 130 m P

2P.

UHotéis

O apartamento típico conta com um banheiro, com banheira aberta até o exterior muito espetacular, enquanto a seu desenho, e uma zona de dormitório estar a qual se incorpora um deck coberto ganhando uma grande amplitude.

Os hotéis terão entre 54 e 84 apartamentos, ambos de três pisos, contando os apartamentos dos andares inferiores com uma zona privada de jardim.

As superfícies úteis do apartamento tipo serão:

Aceso ao Closet 6,75 mP

2P

Banheiro 9,45 mP

2P

Dormitório 17,50 m P

2P

Deck 9,35 mP

2P

TOTAL 43,05 m2

C.6. Número de unidades residenciais e hoteleiras.

Vila Turística Etapa AN-03

Moradia Unidomiciliar Isolada 49 Uns

Moradia Unidomiciliar na Vila Turística 191 Uns

Moradia Unidomiciliar Geminada 136 Uns

Moradia Pluridomiciliar em Bloco Aberto 444 Uns

Moradia Coletiva em Condomínio Fechado 638 Uns

Hoteleiro (Pousadas) 100 Uns

A porcentagem destas superfícies está expressa na FIGURA 2-6

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Vila Turística Etapa AN-04

Moradia Unidomiciliar Isolada 24 Uns

Moradia Unidomiciliar na Vila Turística 80 Uns

Moradia Unidomiciliar Geminada 20 Uns

Moradia Pluridomiciliar em Bloco Aberto 108 Uns

Moradia Coletiva em Condomínio Fechado 220 Uns

Hotel Etapa AN- 05

Instalação hoteleira com capacidade para 300 apartamentos.

Hotel Etapa AN- 06

Instalação hoteleira com capacidade para 250 apartamentos.

C.7. População total por zona do projeto urbanístico.

Tipo Área em m P

2P Nº de pessoas Unidades Total de pessoas

Moradia Unifamiliar Isolada 322,45 6 73 438

Moradia Unifamiliar na Vila Turística

228,72 6 271 1.626

Moradia Unifamiliar Geminada 180 6 156 936

Figura 2-6. Percentagem das superfícies das unidades residenciais e hoteleiras da Nova Vila de Praia do Forte.

36,35%

6,38% 3,83%15,05%

10,08%

28,32%

MORADIA UNIDOMICILIAR ISOLADA MORADIA UNIDOMICILIAR NO VILA TURISTICA

MORADIA UNIDOMICILIAR GEMINADA MORADIA COLETIVA EM BLOCO ABERTO

MORADIA COLETIVA EM CONDOMÍNIO FECHADO USO HOTELEIRO

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Tipo Área em m P

2P Nº de pessoas Unidades Total de pessoas

Moradia Plurifamiliar em Bloco Aberto

155,61 8 552 4.416

Moradia Coletiva em Condomínio Fechado

130,00 8 858 6.864

Uso Hoteleiro 50 6 100 600 TOTAL 14.880 pessoas

Parcelas, AN-05 e AN-06, se devem estimar como máximos de camas por habitação, para um total de:

CAMAS HOTELERAS 2 x 550 = 1.100 camas

C.8. Determinar as principais características das áreas destinadas aos diferentes usos: áreas verdes e de preservação, comércio-serviço-empresarial, recreação e lazer

As áreas não edificadas serão conservadas para estes usos indiretos, excetuando a de comércio e serviços, agrupando em corredores da fauna e flora as áreas de dunas, restinga e cordões frontais da linha de preamar.

C.9. Mão-de-obra prevista, de acordo com o cronograma físico da obra, nas fases de implantação e operação do empreendimento.

A contratação da mão-de-obra terá o critério de absorver o máximo dos povoados e cidades circunvizinhas, caso seja necessário a contratação de uma mão-de-obra mais especializada, esta será efetuada utilizando critérios técnicos.

O dimensionamento da mão-de-obra para a fase de implantação encontra-se apresentado nos QUADROS 2-5A E B e o total corresponde a soma do subtotal 1 + subtotal 2.

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QUADROS 2.5A E B (2 PÁGINAS)

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QUADROS 2.5A E B (2 PÁGINAS)

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Para a fase de operação os empregos previstos para cada hotel num total de 550 apartamentos estão apresentados no QUADRO 2-6.

QUADRO 2-6. Número previsto de empregados por atividade. Atividades Empregos % sobre total

Serviços de apartamentos 208 29,72 Restaurante 243 34,71 Serviços de salão 21 3 Lojas 60 8,57 Lavanderia 26 3,71 Parking 6 0,86 SPA 28 4 Administração e recepção 28 4 Segurança 21 3 Marketing 10 1,43 Manutenção 10 1,43 Animação 21 3 Outros 18 2,57 TOTAL 700 100,00

Com as mudanças no projeto onde eram previstos 4.000 habitações estavam previstos 2.828 empregos com a redução este número caiu para aproximadamente 700 empregos.

O QUADRO 2-7 apresenta as previsões de empregos para atender os habitantes dos diferentes tipos de casas. QUADRO 2-7. Número previsto de empregados para atender aos habitantes dos diferentes tipos de casas. TIPO DE CASA Nº DE CASAS EMPREGADOS/CASA TOTAL DE EMPEGOSChalet isolado 73 2,5 182 Chalet povoado 271 1,5 406 Chalet conjugado 156 1,2 187 Casas coletivas em bloco 552 1,1 607 Casas geminadas c. 858 0,8 686 Serviços gerais (Mantº) 40 Total 2.100

Com as mudanças no projeto onde eram previstos 1.468 habitações estavam previstos 1.658 empregos com as alterações no projeto houve um aumento no número de casas passando para 1.910 aumentando o número de empregos que passa para aproximadamente 2.100 empregos.

Para atender as diferentes demandas de apoio estima-se cerca de 100 empregos gerados. O QUADRO 2-8 apresenta um resumo desta demanda.

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QUADRO 2-8. Total geral de empregos diretos previstos para fase de operação. ATIVIDADES EMPREGOS % SOBRE TOTAL Atividade hoteleira 700 20,46 Serviços aos habitantes 2.100 61,37 Comércio e lazer 522 15,25 Apoio 100 2,92 Total 3.422 100,00

Com as alterações no projeto haverá uma queda de 33% no número de empregos diretos de 5.108 para 3.422 empregos.

C.10. Dados econômicos e financeiros

Com a aquisição do terreno e estudos para a fase de Licença de Localização o investimento estimado é da ordem 170 milhões de dólares e até a fase de operação estima-se investir 500 milhões de dólares.

C.11. Tratamento previsto para as Áreas de Preservação

As áreas de APP serão mantidas intactas, admitindo-se o uso indireto como contemplação, lazer, atividades de pesquisa e fotos.

C.12. Tratamento paisagístico

As intervenções paisagísticas, dos projetos (ou intervenções) urbanísticos, deverão ser planejadas considerando os elementos naturais do bioma, tanto em jardins públicos como privados, uma vez que a prática de um paisagismo em bases sustentáveis (paisagismo sustentável ou ecológico) atrai aves, insetos e mamíferos que atuam na polinização e dispersão das espécies nativas e cultivadas, além de contribuírem no controle natural das (chamadas) pragas.

A escolha por uma determinada concepção de paisagismo irá influenciar fortemente em como e em quais quantidades serão utilizados os recursos que darão suporte ao modelo adotado, desta forma deverá ser dada preferências ás espécies nativas da região adaptadas ao regime pluviométrico local, dispensando ou reduzindo drasticamente o consumo de água na irrigação.

Assim a concepção do projeto paisagístico deverá atender as seguintes premissas:

Privilegiar as espécies nativas, aproveitando-as para reconstituir os aspectos da paisagem natural da região, atendendo ao conceito de restauração;

Aproveitar as espécies da flora local resgatadas durante a implantação do empreendimento;

Implementar o conceito de espécies focais quando da escolha da flora a ser utilizada no projeto de paisagismo, a exemplo da pau d’arco branco, cebola-brava, caju e maçaranduba;

Obedecer o arranjo fitossociológico da restinga em moita;

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Recompor o cinturão de coqueiral da orla em função do seu potencial paisagístico e atendendo a traços culturais do Litoral Norte.

O projeto paisagístico será detalhado e apresentado quando da solicitação da licença de implantação FIGURA 2-7

C.13. Planejamento da obra

As obras são planejadas para concluírem em 7 anos desenvolvidas em diferentes etapas e fases, a saber:

Etapa 1. Urbanização Geral – Incluem os acessos e redes de serviços, como sistema viário principal, acessos, ajardinamentos e áreas verdes de zonas comuns. Duração – 13 meses.

Etapa 2. Urbanização do Povoado – Inclui a urbanização completa do povoado conforme projeto aprovado e respectivas redes de serviços do mesmo. Duração – 45 meses a contar do sexto mês do inicio das obras de urbanização geral. Etapa 3.

Complexos Hoteleiros - Inclui a construção e urbanização completa das duas áreas hoteleiras de acordo com projetos apresentados e aprovados e a construção e urbanização completa das duas parcelas hoteleiras de acordo com os projetos de execução apresentados e aprovados. Duração 33 meses.

Figura 2-7. Perspectiva da proposta de urbanização e paisagismo da Nova Vila.

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Etapa 4 Implantação do Povoado - Inclui a construção completa das casas do povoado de acordo com os projetos executivos aprovados. Duração máxima de 42 meses a contar com a finalização da primeira fase das obras de urbanização do povoado.

O cronograma em suas diferentes etapas e fases da implantação do empreendimento foi apresentado no item 2.7.1 no QUADRO 2.7-1.

C.14. Pavimentação

A pavimentação provisória do empreendimento, será de material argiloarenoso e com cobertura de material graduado (cascalho ou brita graduada) e posteriormente será executado o pavimento definitivo conforme projeto executivo.

C.15. Energia elétrica e iluminação pública

O fornecimento de energia elétrica será através da Concessionária, ou seja, Coelba, conforme estudo de viabilização.

A iluminação pública (áreas comuns e vias de acesso) durante a execução dos serviços deverá atender as exigências do IBAMA e Projeto TAMAR.

D. Obras Complementares

A via de acesso ao terreno para a execução dos serviços, parte da Linha Verde dando continuidade à via existente de acesso ao Complexo Hoteleiro Iberostar Praia do Forte.

A área da obra será isolada evitando assim riscos de acidentes com pessoas não relacionadas à construção, tendo controle de acesso de funcionários, prestadores de serviço e visitantes através de uma portaria localizada na entrada do canteiro de obra, dotada de equipamentos de comunicação interligado ao canteiro de obras.

O canteiro de obras terá suas vias devidamente sinalizadas, com estacionamentos para funcionários, prestadores de serviços e visitantes.

E. Canteiro de obras e alojamento de trabalhadores

O critério de escolha das áreas para a construção do canteiro de obras, serão aquelas destinadas para parques e praças onde não terão edificações e possuem topografia favorável, ou seja, áreas planas não precisando assim de grandes intervenções de obras de terraplenagem.

As edificações provisórias para o canteiro de obras, terão critérios econômicos e com sistemas construtivos de modo a facilitar uma rápida implantação. Tais materiais para a construção poderão ser de alvenarias de bloco cerâmico, pré-moldados, metálicos e etc.

O canteiro de obras será composto de:

Guarita de segurança e controle de acesso à obra; Almoxarifado e ferramentaria;

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Escritórios para o Gerenciamento e Fiscalização; Escritório para o Construtor; Recursos humanos, segurança e medicina do trabalho; Sala da central de segurança; Alojamentos, sanitários e vestiários; Sanitários dispersos nas frentes de trabalho; Refeitório e cozinha, sendo esta última analisada pelo construtor quanto à viabilização; Ambulatório; Áreas destinadas ao descanso e lazer dos funcionários; Central de armação; Central de carpintaria (formas); Áreas destinadas para o abastecimento de máquinas e equipamentos; Laboratório para ensaios tecnológicos.

Será destinada uma área para o abastecimento de máquinas e equipamentos, providos de pavimentação impermeável e com caixa coletora de óleo e lubrificantes.

Não será permitido lavagem e manutenção de máquinas e caminhões na área do projeto, sendo estes, realizados em oficinas e postos especializados na região.

F.Jazidas

Atualmente na região apenas a jazida Riacho das Pedras nas proximidades do Povoado de Sauípe a aproximadamente 13km do empreendimento, encontra-se licenciada no Departamento Nacional de Produção Mineral e regularizada ambientalmente na Prefeitura de Mata de São João e, portanto os materiais como pedra, areia e argila serão adquirido preferencialmente desta jazida ou de outra caso esteja com o licenciamento ambiental em dias.

G. Áreas de Bota-Fora

O empreendimento não pretende dispor de uma área específica para depositar o material excedente sendo o mesmo encaminhado para LIMPEC localizada na estrada da Cetrel em Camaçari a aproximadamente 40 km do empreendimento ou para o Aterro de Vila de Sauípe entre os Km 73/74 da BA 093 a aproximadamente 20 km do empreendimento. É válido ressaltar que ambos encontram-se regularizados ambientalmente.

Quando da disposição do material será exigido das empresas empreiteiras, as guias de recebimento fornecidos pelas administrações dos aterros.

Atendendo a uma agenda de sustentabilidade a ser elaborada como programa a obra deverá implantar um sistema de redução de resíduos na fonte de acordo com as seguintes ações.

A Comparação entre a argamassa industrializada e a virada em obra B 1- Reduzir a diferença entre o que é projetado e o que é executado

2- Minimizar a geração de resíduo de azulejo através da paginação C 1- Minimizar o desperdício de madeira na etapa de estrutura – forma e de

forma das lajes 2- Minimizar o desperdício de tijolos na etapa de alvenaria

D 1- Redução da geração de resíduo cerâmico através da melhoria do processo2- Análise da geração de resíduos que ocorre durante a execução da

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argamassa para o reboco interno E Aproveitamento das embalagens de tinta para a reciclagem F Otimização do processo produtivo de piso cerâmico visando a minimização

dos resíduos gerados G Redução da geração de resíduo cerâmico através da melhoria do processo

Outra iniciativa será a doação de material reciclável a associações comunitárias interessadas em realizar a reciclagem e reuso dos materiais, servindo também como uma fonte complementar de renda.

2.7ALTERNATIVAS LOCACIONAIS

Preocupados com os métodos de avaliação da escolha de áreas e visando atender ao disposto na Resolução CONAMA nº 01/86 TP

1PT a Bensal do Brasil fez uma ampla pesquisa no

Litoral Norte da Bahia visando adquirir uma área que conciliasse beleza cênica com menor grau de degradação ambiental, facilidade de acesso e apoio governamental.

O município de Mata de São João foi o que melhor atendeu as expectativas do grupo devido em grande parte às potencialidades dos recursos naturais, paisagísticos e ecológicos da orla municipal, além de está mais perto do aeroporto internacional Luiz Eduardo Magalhães e do apoio demonstrado pelo poder público municipal e federal através do Ministro do Turismo.

Como contra partida socioambiental a Bensal do Brasil atendendo as solicitações do Prefeito do município de Mata de São propõe a criação de uma Nova Vila visando diminuí a pressão sobre a infra-estrutura da Vila de Praia do Forte e criando novos espaços públicos de serviços e lazer para todo o Litoral Norte.

As terras litorâneas do município de Mata de São João além de estarem inclusas na APA do litoral norte, tem por parte da Prefeitura um zoneamento econômico ecológico, permitindo desta forma um disciplinamento adequado do uso do solo.

Para o atendimento dos requisitos do projeto e da legislação ambiental a Bensal selecionou 03 (três) áreas para a implantação do empreendimento, todas em zona litorânea (MAPA DE ALTERNATIVAS LOCACIONAIS) em função do tipo de empreendimento turístico hoteleiro e da nova Vila Residencial, estabelecendo-se critérios para avaliação dos diferentes elementos determinantes da escolha da área, como: grau de impedimentos legais de alteração do uso do solo; zona da APA sem impedimento de uso, acessos, valor da terra e aspectos sócio ambientais.

TP

1PT Artigo 5º - O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os princípios e

objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais: I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto;

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DESCRIÇÃO GERAL DAS ÁREAS SELECIONADAS

As áreas apresentam características geoambientais semelhantes. A Planície Costeira representa o grande domínio geológico/geomorfológico presente nas três áreas, estando em contato com os sedimentos areno-argilosos dos Tabuleiros Costeiros de idade terciária do Grupo Barreiras a medida que se interioriza.

A planície costeira engloba os sedimentos quaternários de origem marinha e flúvio-estuarina, incluindo-se aí terraços marinhos, aqui denominados de Terraços Arenosos Internos e Terraços Arenosos Externos e as terras úmidas representadas pelos (planície de maré, manguezais, brejos e entornos de lagoas).

Os solos que ocorrem são do tipo Neossolo Quartzarênico Órtico associado a Espodossolo Ferrocárbico Hidromórfico, Gleissolo Háplico também associado a Neossolo Flúvico.

Com relação à flora há predominância de vegetação de porte herbáceo e arbustivo, típica da Restinga, Campos litorâneos, além de Mangue, localizados a distâncias maiores das áreas selecionadas.

DESCRIÇÃO AMBIENTAL DA ALTERNATIVA 1

Localizada ao sul de Imbassaí, no Município de Mata de São João, esta área possui uma pequena faixa de cordões de dunas, lagoas perenes, como parte da lagoa Jauara no seu limite norte e uma pequena lagoa ao centro do terreno. Trata-se de uma propriedade na zona costeira do litoral norte da Bahia relativamente próxima ao povoado de Imbassaí, ocupada por coqueiros e restinga. Não existem populações ou núcleos de moradores e ou posseiros nesta área, não existe acesso por terra, assim, para chegar ao terreno o acesso é feito nas marés baixas.

A área possui em determinados trechos impedimentos legais pela existência de áreas de Preservação Permanente, com destaque para lagoa no centro do terreno, zonas da APA do Litoral Norte com impedimentos de uso e uma série de impedimentos formais como dividas junto a Prefeitura o que dificultaria a sua aquisição sem solucionar o passivo.

Outro aspecto que se levou em consideração foi o tamanho da área menor que 130 hectares o que seria um impedimento para a implantação da Vila Residencial junto com os hotéis.

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(MAPA DE ALTERNATIVAS LOCACIONAIS)

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DESCRIÇÃO AMBIENTAL DA ALTERNATIVA 2

Propriedade localizada ao sul da Iberostar próximo ao povoado de Praia do Forte, limita-se ao oeste com a lagoa Timeantube onde se observa uma restinga arbórea de um maior porte.

Uma vantagem desta área é a ausência de dunas e o zoneamento da APA não ser impeditivo para implantação do empreendimento, entretanto ela localiza-se muito próxima a um grande bolsão de desova de tartarugas marinhas e das piscinas naturais e, portanto indicado para projetos com ocupação menor. Além de está localizada muito próximo a Vila de Praia do Forte caracterizando, assim expansão urbana e não uma Nova Vila, o acesso a área seria o mesmo hoje utilizado para a Vila de Praia do Forte que encontra-se sobre carregado, outro fator determinante para a eliminação desta área é a extensão do terreno ser muito menor que o necessário para abrigar todo o projeto.

A) JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA 3, A PREFERENCIAL

Esta localizada ao norte do empreendimento da Iberostar e das três áreas é a que apresentou as melhores condições para a implantação do empreendimento principalmente em função de sua extensão em torno de 200 hectares e de um maior distanciamento de comunidades locais em relação as demais alternativas, viabilizando a implantação da nova Vila, e do acesso fácil, longe da Vila de Praia do Forte.

Os principais impedimentos são: a zona litorânea, onde será necessário deixar um recuo de orla de 60 metros de acordo com exigências legais; as dunas internas; e as lagoas Timeantube, Jauara e Jauarinha localizadas no extremo oeste, que deverão ter suas APP’s preservadas. Entretanto, a exclusão destas áreas do projeto não caracteriza grandes prejuízos em termos espaciais e as mesmas passariam a ser mais um atrativo cênico trazendo um importante ganho para o projeto.

O Zoneamento da APA também foi determinante na escolha desta área, porque esta engloba uma Zona Turística onde poderá ser implantada a Nova Vila dentro de todos os parâmetros estabelecidos tanto no Zoneamento Econômico Ecológico da APA do Litoral Norte quanto no Zoneamento Econômico Ecológico Municipal.

O QUADRO 2-13 Tapresenta um resumo comparativo das três alternativas para implantação do projeto.

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QUADRO 2-13. Resumo comparativo entre os aspectos positivos e negativos das alternativas locacionais para implantação da Nova Vila e dos Hotéis da Bensal do Brasil.

ALTERNATIVAS ASPECTOS POSITIVOS ASPECTOS NEGATIVOS 1

• Apresenta certo grau de antropismo; • Possui uma topografia pouco

ondulada

• Restrições condicionadas pela presença de APP no centro e no fundo do terreno e pela Zona Costeira;

• Próxima a Vila de Imbassaí; • Acesso precário, apenas pela

praia na maré baixa; • Área com dimensões menores

que o projeto requer; Maior Custo Aquisição Terras em função dos passivos fiscais;

2

• Apresenta certo grau de antropismo; • Possui uma topografia pouco

ondulada; • Facilidade de acesso

• Próxima a Vila de Praia do Forte; • Não indicada para um projeto

deste porte por está muito próxima a um grande bolsão de desova de tartaruga e ao papa gente;

• Área com dimensões menores que a necessária para implantação do projeto;

• Necessidade de construção de via de acesso.

3

• Possui uma topografia pouco ondulada;

• Facilidade de acesso pela via que liga ao projeto da Iberostar;

• Tamanho da área do terreno compatível com o projeto;

• Distância razoável entre as Vilas de Praia do Forte e Imbassaí;

• Engloba uma Zona Turística facilitando a implantação da Nova Vila.

• Maior Custo de Aquisição Terras; • Necessidade de construção de

via de acesso; • Perda de área para preservar

dunas internas, lagoas e zona costeira;

Face ao exposto optou-se pela ALTERNATIVA 3 por apresentar-se como a mais viável sob o ponto de vista sócio ambiental e do Projeto Turístico Hoteleiro, Vila Residencial.

A apresentação da avaliação ambiental quanto a não implementação do empreendimento é feita no item de Prognóstico do Volume III.

B) PLANOS E PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO

A partir da década de 80 o Governo do Estado estabeleceu uma série de programas de desenvolvimento e de conservação ambiental para o Litoral Norte da Bahia, visando a sua integração no cenário nacional de turismo e lazer, permitindo desta forma a implantação de grandes complexos turísticos hoteleiros como Costa de Sauípe, Reta Atlântico, Vila Galé e Iberostar. Dentre os programas de desenvolvimento destacam-se:

O PRODETUR-BA: Programa de Desenvolvimento Turístico que visa promover o desenvolvimento sustentável da atividade turística no Estado da Bahia;

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A Criação da APA Litoral Norte, um importante marco de preservação ambiental desta região;

A Implantação da Linha Verde e Projetos de Urbanização, que abriram o Litoral Norte não só para os baianos, mas para o mundo, facilitando o acesso a locais paradisíacos, desenvolvendo esta região;

Com o crescimento do turismo o governo da Bahia vem investindo em abastecimento de água, saneamento, e infra-estrutura urbana das vilas e povoados desta região;

A Criação da APA Plataforma Continental do Litoral Norte é mais um marco da preservação ambiental nesta região, que voltou a ser rota das baleias Jubart;

Segundo informações do portal da Acessória Geral de Comunicação do Estado da BahiaTP

2PT, desde 2005 o Governo do Estado vem desenvolvendo o Programa de

Capacitação para o Fortalecimento da Gestão Ambiental dos Municípios, este Programa é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA), e determina que todos os estados brasileiros realizem um projeto de capacitação de administradores ambientais em seus municípios. O objetivo é fortalecer o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), promovendo o desenvolvimento da gestão ambiental em todas as cidades brasileiras para que aperfeiçoem seus sistemas legais, institucionais, técnicos e operacionais e dar autonomia aos municípios para descentralizar a gestão ambiental dos estados.

Programa Corredor Ecológico Litoral Norte, dentro das ações deste Programa foi oficializada a criação do Instituto Corredor Ecológico da Costa dos Coqueiros (INCECC), que reúne empresas privadas do Pólo Petroquímico de Camaçari e empresários do setor de turismo do Litoral Norte da Bahia, na intenção de contribuir com o Governo do Estado para o desenvolvimento sustentável da região;

Gerenciamento Costeiro – GERCO está integrado no Programa Nacional de Meio Ambiente - PNMA II, desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente - MMA, integrando o Estado através do Centro de Recursos Ambientais - CRA, autarquia ligada à Secretaria de Planejamento, Ciência e Tecnologia. Segundo informações do Portal SEIATP

3PT o Projeto Estadual do GERCO/Ba vai atuar nos 13 municípios que

compõem o setor Litoral Norte, com aproximadamente, e tem como objetivo o fortalecimento do processo de gestão da Zona Costeira do Litoral Norte do Estado da Bahia, através da integração das ações de ordenamento entre os diversos segmentos e da internalização e descentralização de diretrizes e instrumentos de apoio ao disciplinamento do uso e ocupação, no âmbito municipal, devendo implantar a proposta através de instrumento normativo para todo o Estado da Bahia.

A Prefeitura Municipal de Mata de São João desenvolve e incentivada uma programação cultural como o concurso Intermunicipal de Fanfarras e o Festival Gastronômico de Praia do Forte;

TP

2PT http://www.agecom.ba.gov.br/programas.asp

TP

3PT http://www.seia.ba.gov.br/gerconovo/gerco.html

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Volume V – RIMA, versão II 45

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Além dos programas desenvolvidos em todo Litoral Norte o Programa de Governo do atual prefeito do Município de Mata de São João divulgado no portal do município na InternetTP

4PT desenvolveu ações específicas para o turismo em praia do Forte, Imbassaí e

Sauípe, sendo estas: promover a divulgação da infra - estrutura de pousadas existentes nas áreas turísticas do município, inclusive através de pagina oficial na internet, criando opções para o turismo de baixo custo; congregar os proprietários de pousadas situadas nas áreas turísticas do município, inclusive através de página oficial na internet, criando opções para o turismo de baixo custo; propor a construção de um Centro de Convenções no litoral do município, utilizando como argumentos, dentre outros, a boa estrutura hoteleira existente, a proximidade do aeroporto, a facilidade de acesso, os atrativos naturais da região; incentivar e divulgar, junto aos empresários locais do ramo, o turismo rural, o ecoturismo de aventura da região;·divulgar os talentos do artesanato e da culinária, bem como os atrativos e pontos de interesse de cada distrito ou localidade, de forma a atrair visitantes e turistas para a região.

2.8 ANÁLISE JURÍDICA

Os procedimentos legais sobre o empreendimento iniciam-se na Prefeitura Municipal de Mata de São João, através da Certidão Municipal, onde a Prefeitura avalia o projeto em relação as prováveis restrições constantes do conjunto de Normas Legais, a exemplo da Lei Orgânica, Plano Diretor, Zoneamento, dentre outros. O processo de licenciamento, propriamente dito, inicia-se no Instituto do Meio Ambiente - IMA órgão responsável pela execução da Política Estadual de Administração dos Recursos Ambientais, com a análise prévia dos projetos apresentados e, com base na legislação, os empreendimentos ou atividades são classificados, conforme sua natureza, porte, tecnologias utilizadas, estágio e outras características. Na concessão da licença são determinados condicionantes, em defesa do meio ambiente, a serem cumpridos pela empresa licenciada.

Este processo de licenciamento iniciou com a formação de um processo de Licença de Localização de n º 2006-004427/TEC/LL-0048, inspeção do CRA e emissão de Parecer Técnico, onde opina pela necessidade de EIA/RIMA acompanhado do referido Termo de Referência, sendo este aprovado pelo CEPRAM através da Resolução de nº 6337/06.

Após a aprovação do EIA/RIMA e a devida Anuência Prévia da APA Estadual do Litoral Norte (emitida pela SEMA), o empreendedor deverá solicitar a Autorização de Supressão de Vegetação e de Salvamento e Resgate da Fauna, junto a IMA acompanhada do respectivo Inventário Florestal e Plano de Salvamento e Resgate da Fauna.

A proteção de um ecossistema tão importante como a restinga, deve ter como lastro, dentre outros componentes, a legislação inerente, para tanto, um conjunto de normas legais que integram e disciplinam a sua preservação e formas de uso racional, foram instituídas ao longo dos anos, iniciando-se com a Constituição Federal, perpassando pela Constituição Estadual, Código Florestal, Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, além de Leis, Decretos e Resoluções a nível federal, estadual e municipal.

TP

4PT http://www.matadesaojoao.ba.gov.br/administracao/plano-geral-de-governo

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PRINCIPAIS ASPECTOS DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Até muito recentemente o Código Florestal, Lei 4.771 de 1965, era uma das poucas normas legais que protegia a Mata Atlântica e seus ecossistemas associados, embora sendo uma Lei avançada para a época, ele não atendia as necessidades de efetiva proteção da biodiversidade. Novas normas foram discutidas e surgiram a partir da promulgação da Constituição Federal em 1988.

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu que a Mata Atlântica é Patrimônio Nacional, através do § 4º, do Artigo 225: "A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais".

Seguindo a orientação da Constituição Federal, diversos Estados reforçaram este dispositivo em suas Constituições Estaduais e alguns municípios o fizeram nas suas Leis Orgânicas.

Desde 1992 em tramitação na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei da Mata Atlântica foi finalmente aprovado pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República em 22 de dezembro de 2006 – Lei Federal de nº 11.428 que “Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências”.

A nível federal cabe citar ainda um conjunto de normas legais que apresentam em seus textos questões referentes ao uso dos recursos naturais, restrições e penalidades previstas, em destaque a Lei 6938/81 de Política Nacional do Meio Ambiente, um marco em nossa legislação ambiental, a Lei 9433/97 de Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei 5197/67 da Fauna, a Lei Nº 7.661/88 de Gerenciamento Costeiro, a Lei 9985/00 que institui o SNUC, a Lei 9605/98 de Lei de Crimes Ambientais e a Lei 4717/65 de Ação Civil Pública.

A Constituição Estadual estabeleceu uma série de diretrizes de usos e restrições quanto ao patrimônio natural de nosso Estado, a exemplo do seu Art. 212 “Ao Estado cabem o planejamento e a administração dos recursos ambientais para desenvolver ações articuladas com todos os setores da administração pública e de acordo com a política formulada pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente”.

Em relação ao processo de licenciamento e sua base legal a nível estadual destaca-se o Decreto Estadual de nº 11.235 /08 e a Lei 10.431 de 20 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a Política de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade do Estado da Bahia e dá outras providências.

Com relação à participação popular destaca-se o disposto na Resolução Cepram de nº 2929/02, sem prejuízo do disposto na Resolução CONAMA 09/97, que trata da mesma matéria a nível federal:

Com relação às questões florestais, a matéria é regulamentada no Decreto Estadual nº 11.235/08, estabelecendo-se no seu art. 297 que “a exploração florestal somente poderá

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ser deferida pelo IMA mediante comprovação do cumprimento das disposições legais relativas às áreas de preservação permanente e de Reserva Legal”.

Como a área do projeto encontra-se inserida em duas APAS estadual será necessária a obtenção das anuências, assim o IMA deverá encaminhar o processo para a SEMA na fase de análise do EIA/RIMA. Na APA do Litoral Norte, criada pelo Decreto Estadual n° 1.046 de 17/03/92, e seu Plano de Manejo e Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado pela Resolução CEPRAM nº 1040/1995, alterada pela Resolução CEPRAM nº 3847 de 25 de abril de 2008, a qual insere parâmetros de uso e a ocupação do solo para empreendimentos na Zona de Proteção Visual da APA Litoral Norte do Estado da Bahia, entretanto esta resolução encontra-se sob judice desta forma não será permitida nenhuma ocupação na ZPV aguardando posterior deliberação. E a APA Plataforma Continental do Litoral Norte criada pelo Decreto Estadual N° 8.553 de 5 de Junho de 2003 ainda não possui Plano de Manejo.

O IPHAN através da portaria 230/02 estabeleceu diretrizes necessárias para a necessidade de prospecção arqueológicas em empreendimentos passiveis de EIA/RIMA, conforme disposto:

A Lei n° 7.661 de 16 de maio de 1988 dispõe em seu Art.6° parágrafo 2° sobre o licenciamento do solo na Zona Costeira para fins de construção. O conteúdo diz que para o licenciamento, o órgão competente solicitará ao responsável pela atividade a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e a apresentação do respectivo Relatório de Impacto no Meio Ambiente - RIMA, devidamente aprovado, na forma lei.

A Resolução CONAMA n° 237/97 no seu “Art. 5º - Compete ao órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades” e no “Art. 7° - Os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de competência, conforme estabelecido nos artigos anteriores “.

A Lei municipal nº 278/2006 institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Mata de São João.

Em função da localização da área, comenta-se a Lei n° 7.661 de 16 de maio de 1988, institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro – PNGC e dá outras providências. Em seu Art. 2°, o Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro visará especificamente a orientar a utilização nacional dos recursos na Zona Costeira, de forma a contribuir para elevar a qualidade da vida de sua população, e a proteção do seu patrimônio natural, histórico, étnico e cultural.

A Resolução CONAMA Nº 303, de 20 de Março de 2002, que revoga a Resolução CONAMA 004, de 18 de setembro de 1985, dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. Considerando que as Áreas de Preservação Permanente e outros espaços territoriais especialmente protegidos, como instrumentos de relevante interesse ambiental, integram o desenvolvimento sustentável, objetivo das presentes e futuras gerações. Esta Resolução se aplica a este empreendimento nas áreas de restinga.

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A faixa de preservação permanente da lagoa de Timeantube e da lagoa Jauara se encontram fora da área do empreendimento, porém limitando-se com a mesma, estando assegurada a preservação da faixa de 30 (trinta) metros.

A Resolução Conama nº 341/03 aplica-se no que concerne à natureza turística do empreendimento, ressaltando sua pretensão sustentável, uma vez que, o projeto não prevê intervenções em áreas de dunas.

O Decreto Municipal nº 360/06 que estabeleceu para a área denominada de AN-01 da Fazenda Praia do Forte como de interesse social e de preeminente utilidade pública.

Lei n° 9.605, de 12/02/1998, Lei de Crimes Ambientais. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente; Em decorrência da localização costeira da área ora estudada, comenta-se a Portaria IBAMA nº 11, de 30 de janeiro de 1995 resolve: Proibir qualquer fonte de iluminação que ocasione intensidade luminosa superior a Zero LUX, numa faixa de praia compreendida entre a linha de maior baixa-mar até 50 m (cinqüenta metros) acima da linha de maior pré-a-mar do ano (maré de sizígia), c) no Estado da Bahia, da divisa com o Estado do Espírito Santo até a foz do Rio Corumbaú (Município de Itamaraju) e da praia de Itapuã (Município de Salvador) até a divisa com o Estado de Sergipe; Ainda relacionada à localização costeira, em área onde ocorre desova de tartarugas marinhas, cita-se as seguintes legislações:

Resolução CONAMA nº 10, de 24 de outubro de 1996, resolve no seu Art. 1º que o licenciamento ambiental, previsto na Lei 6.938/81 e Decreto 99.274/90, em praias onde ocorre a desova de tartarugas marinhas só poderá efetivar-se após avaliação e recomendação do IBAMA, ouvido o Centro de Tartarugas Marinhas - TAMAR.

A Lei Estadual nº 7034/97 declara a proibição de qualquer fonte de iluminação que ocasione intensidade luminosa superior a zero lux, numa faixa de 50m (cinqüenta metros), contados a partir da linha estabelecida pela maior preamar, verificada (maré de sizígia) e a sua paralela acima do nível do mar no Estado da Bahia, da divisa com o Estado do Espírito Santo até a foz do rio Corumbaú (município de Itamarajú), e do Farol de Itapuã, praia de Itapuã (município de Salvador) até a divisa com o Estado de Sergipe. Todo e qualquer projeto técnico de iluminação desses sítios devem ser realizados em conjunto com a COELBA e com o Centro Tamar – IBAMA.

A Instrução Normativa do MMA de nº 03/2003 aprova a lista Oficial das Espécies em vias de Extinção da Fauna e Instrução Normativa do MMA de n° 06/2008 - Reconhece e apresenta a lista oficial de espécies da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A viabilização da licença ambiental do empreendimento turístico hoteleiro será concretizada atendendo-se ao disposto na legislação ambiental vigente nas diferentes esferas do poder publico nos três níveis, devendo-se para tanto respeitar as áreas de preservação permanentes, a flora e fauna autóctone e a ampla participação popular nos

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diferentes estágios de formulação e implantação e operação do referido empreendimento, destacando-se:

As alternativas de localização seguiram ao disposto na Resolução CONAMA 001/86, sendo estudadas e avaliadas três alternativas em diferentes pontos para a implantação do projeto.

Conforme estabelecido no Decreto Estadual Nº 11.235/08, o empreendimento é passível de licenciamento, tendo sido considerado como de significativo impacto pelo CRA/CEPRAM, o qual aprovou a realização de EIA/RIMA conforme Termo de Referência estabelecido no Parecer Técnico do IMA.

A realização ou não de Audiência Pública obedecerá ao disposto na Resolução CONAMA 09/87 e Resolução CEPRAM 2929/01, as quais disciplinam os requisitos para a realização ou não das Audiências e os procedimentos necessários.

A compensação ambiental obedecerá ao disposto na Lei Federal nºT. 9.985/00, sendo destinado 0,5% do valor do investimento para aplicação em unidades de conservação.

A licença de desmate será solicitada ao IMA para a fase de implantação, a exemplo da autorização para salvamento e resgate da fauna junto ao órgão competente.

Em relação à anuência do órgão gestor da APA /SEMA, o EIA/RIMA avaliou todas as intervenções previstas para subsidiar o respectivo parecer.

O Projeto Turístico Hoteleiro da Bensal proposto para a localidade de Praia do Forte, prevê no contexto da sua viabilidade ambiental a implementação dentro das normas legais previstas na legislação ambiental vigente, respeitando-se as áreas de preservação permanente, bolsões de desova de tartaruga, reserva legal, supressão de vegetação, servidões existentes, zona costeira, zoneamento da APA do Litoral Norte, licenciamento ambiental, preservação da fauna / flora e ampla divulgação do projeto junto às comunidades envolvidas, conforme disposto no seu suporte legal previsto no Decreto Estadual de nº 11.235/2008.

2.9 ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

A definição da área de influência de um determinado empreendimento enfrenta uma série de dificuldades de natureza técnica, estrutural e ideológica para a sua delimitação. Para a Connection Research (2003) a área de influência é a demarcação geográfica em torno de um determinado empreendimento, quer seja para a pesquisa ou mesmo a aferição do alcance provocado pelos efeitos e impactos advindos da implantação e operação de uma determinada atividade.

Levando-se em consideração os elementos levantados em campo a equipe delimitou a área de influência direta (AID) e a área de influência indireta (AII) para os diferentes meios, isto é, as áreas geográficas em que se estima que os efeitos da implantação e operação do empreendimento venham a introduzir algum tipo de modificação sobre esses fatores. Essas delimitações foram estabelecidas em dois níveis:

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Área de Influência Direta (AID) é a região estimada para se manifestar os efeitos diretos de natureza positiva ou adversa das ações de implantação de um empreendimento turístico hoteleiro com uma Vila pública. Na realidade as extensões variam não só de acordo com o meio, como com os componentes desses meios. Para efeito dos estudos levou-se em consideração o fator de maior abrangência para a delimitação do espaço geográfico apresentados nos MAPAS DE ÁREA DE INFLUÊNCIAS AID e AII (ANEXOS 2 e 3) para o meio físico/biótico e AID e AII para o meio socioeconômico.

Área de Influência Direta para os Meios Físico e Biótico

Para a definição da AID meio físico/biótico levou-se em consideração a influência da área da sub-bacia hidrográfica do rio Açú e o sistema lagunar, as formações geológicas, o sistema hidrogeológico predominante, as formações fitofisionômicas existentes e a biogeografia das principais espécies da fauna/flora autóctone.

É do conhecimento de todos que o meio aquoso é homogêneo e que os impactos sobre os mesmos afetam a totalidade do meio aquático, envolvendo os recursos hídricos de água doce e salobra nos mais diferentes níveis. A bacia hidrográfica é aceita na comunidade acadêmica como a unidade natural, onde coexiste uma forte relação de fluxo de matéria e energia entre os diversos fatores que as compõe. A própria legislação de um dos mais importantes componentes da natureza, a água, incorpora no seu texto a bacia hidrográfica como unidade natural, quando no seu inciso V, do Art 1º da Lei Federal Nº 9.433/97 de Política Nacional de Recursos Hídricos, estabelece que:

A BACIA HIDROGRÁFICA É A UNIDADE TERRITORIAL PARA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS E ATUAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS.

Na seleção dos critérios para a escolha da AID para os meios físico e biótico foram levados em consideração aspectos referentes a hidrogeologia, ocorrências dunares, áreas úmidas, dispersão de fauna e flora, bem como suas áreas de refúgio, reprodução e corredores. Todos estes atributos naturais estão contemplados na AID definida para os diferentes meios.

O limite físico para a AID apresentado no mapa levou em consideração os seguintes critérios:

Ao sul a existência do empreendimento da Iberostar, a zona de contribuição de água oriunda da precipitação para o sistema lagunar – lagoa Timeantube e o sistema dunar do Holoceno. Para o meio biótico consideraram-se as manchas de restinga arbustiva arbórea em moita ligando a uma mancha de restinga arbórea as margens da lagoa Timeantube, servindo como áreas de dispersão, refúgio, reprodução e corredor de fauna da praia até a referida lagoa visando a dessedentação.

Ao leste a zona de praia com presença de restinga herbácea e ocorrência de desova de tartaruga marinha, além da faixa do oceano onde acontecem alimentação e cópula das tartarugas, além desta zona ser freqüentada por aves aquáticas, artrópodes e ictiofauna marinha.

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Ao norte o sistema lagunar da lagoa Jauara e sua zona contribuição de água oriunda da precipitação, o sistema dunar do Pleistocênico. Em relação ao meio biótico as manchas de restinga herbáceas interligando a zona de cômoro ao sistema lagunas da Jauara e suas respectivas dunas com pequenos remanescentes de restinga arbustiva em moita, servindo com área de dispersão, refúgio, reprodução e corredores para a fauna.

A oeste a AID foi limitada pela zona de contribuição de águas oriunda da precipitação para as lagoas do sistema lagunar Timenatube, Jauara e Jaurinha, pela zona de contato entre o quaternário e terciário e pela presença de manchas significativa da restinga arbórea que funciona como área de dispersão, refúgio, reprodução e corredor da macrofauna para o sistema lagunar.

Área de Influência Direta para o Meio Socioeconômico

Para o meio socioeconômico todas as comunidades dentro do distrito de Açu da Torre incluídas dentre elas: Praia do Forte, Acuzinho, Tapera, Pau Grande, (Terra Nova), Barreiro, Açu da Torre, Malhadas, Campinas, Nambu, Olhos d’ Água, Sem Terra, Barro Branco, Sucuiu, Imbassai, Diogo, Areal, Vila Sauípe, Santo Antônio e Curralinho.

O mapa de Área de Influência foi complementado com as informações de uso e ocupação do solo.

Na seleção dos critérios para a escolha da AID para o Meio Socioeconômico foram levados em consideração aspectos referentes a:

Infra-estrutura social urbana e rural; absorção de mão-de-obra local e regional; ocorrência de populações relacionadas com o espaço geográfico do empreendimento e as possíveis alterações decorrentes do empreendimento; identificação de áreas de lazer e turismo; ocorrência de sítios de natureza arqueológica, principais usos e ocupação do solo, contemplando áreas produtivas utilizadas por comunidades tradicionais, e a capacidade de absorção dos fluxos migratórios; extrativismo vegetal (piaçava, mangaba, coco, maçaranduba, guajiru); vias de acesso para populações locais.

UFATORES MAIS RELEVANTES PARA A DEFINIÇÃO

Aumento temporário da população; aspectos demográficos e de serviços locais; fluxo da população; geração de emprego.

Outro critério utilizado foi o de território que se constitui em um dado segmento do espaço, via de regra delimitado, que resulta da apropriação e controle por parte de um determinado agente social, um grupo humano, uma empresa ou uma instituição. O território é, em realidade, um importante instrumento da existência e reprodução do agente social que o criou e o controla. O território apresenta, além do caráter político, um nítido caráter cultural, especialmente quando os agentes sociais são grupos étnicos, religiosos ou de outras identidades. O caráter político e socioambiental do território representa um aspecto de forte interesse para a pesquisa e delimitação de área de influência em função de um ou mais fatores naturais. O território e a territorialidade, conceitos chaves na geografia, foram considerados a partir das contribuições de Sack (1986) e Bonnemaison (2002 [1981]).

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Atualmente apenas o proprietário de uma casa no loteamento de Paulo Góes utiliza a área do projeto como acesso às praias, entretanto ele não reside o ano inteiro no local. As comunidades do torno da área objeto de intervenção utilizam pouco a área do projeto devido a distância e os impedimentos físicos como as lagoas e as dunas para chegarem a praia onde podem praticar lazer, comercializar produtos e realizar a pesca. Estes dados foram levantados em campo através de entrevistas e aplicação de questionários, onde entre os moradores entrevistados foram identificados um universo de aproximadamente 40 (quarenta) pescadores e comerciantes ambulantes das praias e destes apenas 4 (quatro) que são moradores de Campinas e Malhadas utilizam eventualmente a área (2 vezes por semana de setembro a abril no período de verão).

Na área não foram identificadas trilhas para mapear (Vide imagem com área de influência direta do meio físico e biótico), o que se observa e que a mesma vem sendo utilizada por veículos tracionados que entram clandestinamente na área através do loteamento de Paulo Góes ou pela praia, destruído as áreas de restinga, dunas e de desova de tartaruga.

O acesso a praia será garantido através da Vila que tem caráter público e representa a maior área da propriedade, o acesso aos hotéis será privado (Vide mapa de restrições com projeto), outro futuro acesso a área especialmente das lagoas Jauara, Jaurainha e Timeantube será pelo Parque Municipal da Dunas de Praia do Forte.

Para os meios físico e biótico a delimitação da Área de Influência Indireta (AII) levou em consideração a área compreendida pela Sub-bacia do rio Açu em função dos atributos naturais levantados na área do projeto (fauna, flora, geologia, geomorfologia, hidrogeologia e recursos hídricos) e por a bacia constituir uma unidade natural onde os fenômenos naturais e antrópicos processam-se de forma mais uniforme.

Para a definição da Área de Influência Indireta (AII) do meio sócio-econômico adotou-se como critério o território do município de Mata de São João em função da influência que exerce sobre os componentes de ordem político, econômico e administrativo em relação ao empreendimento.

2.10 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

A área em questão localiza-se no Litoral Norte da Bahia, conhecido como Costa dos Coqueiros, no distrito de Praia do Forte, município de Mata de São João distante, aproximadamente, 50 km do aeroporto internacional Deputado Luiz Eduardo Magalhães.

A Costa dos Coqueiros que ocupa o litoral norte do Estado da Bahia abrange os municípios de Camaçari, Conde, Entre Rios, Esplanada, Jandaíra, Lauro de Freitas e Mata de São João, com limite N no rio Real e o limite S na Cidade de Salvador TP

5PT.

O empreendimento da Bensal do Brasil pretende instalar-se em uma área de aproximadamente 200 hectares ao norte da Vila de Praia do Forte inserido na Área de Proteção Ambiental do Litoral Norte, Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, APA da

TP

5PT http://www.sct.ba.gov.br/prodetur/PDITS/PDITS%20P%F3lo%20Salvador%20e%20Entorno.pdf acesso, janeiro de

2006

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Plataforma Continental do Litoral Norte (Área de Influência) e Zona Econômica Exclusiva da Faixa Litorânea do Município de Mata de São João.

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO LITORAL NORTE

Criada pelo Decreto Estadual Nº 1.046 de 17 de Março de 1992, tendo seu zoneamento aprovado pela Resolução CEPRAM Nº 1.040 de 21 de Fevereiro de 1995. A sua área compreende uma faixa litorânea com 10 km de largura e 142 km de extensão, ao longo da Linha Verde, perfazendo um total de 142.000 hectares. Abrange porções territoriais dos municípios de Mata de São João, Entre Rios, Esplanada, Conde e Jandaíra. TP

6PT

A sua criação e gestão são condicionadas ao modelo de desenvolvimento planejado para uma área com sítios de rara beleza e com zonas de alta fragilidade ecológica, constituindo-se em instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente, adequado para o ordenamento ecológico-econômico desta porção litorânea.

RESERVA DA BIOSFERA MATA ATLÂNTICA - RBMA

Segundo informações do Portal da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - RBMATP

7PT esta

reserva teve sua área reconhecida pela UNESCO, em cinco fases sucessivas entre 1991 e 2002 e foi a primeira unidade da Rede Mundial de Reservas da Biosfera declarada no Brasil. É a maior reserva da biosfera em área florestada do planeta, com cerca de 35 milhões de hectares, abrangendo áreas de 15 dos 17 estados brasileiros onde ocorre a Mata Atlântica, o que permite sua atuação na escala de todo o Bioma. Como observado na FIGURA 2-8 a APA do Litoral Norte está inclusa na Zona Núcleo da RBMA.

TP

6PT Portal SEIA < Thttp://www.seia.ba.gov.br/apa/apalnorte/template01.cfm?idCodigo=106 T> acesso, janeiro de 2006

TP

7PT Portal da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - RBMA http://www.rbma.org.br/

Figura 2-8. Mapa da Reserva da Biosfera Mata Atlântica. Fonte: http://www.rbma.org.br/rbma/rbma_1_localizacao.asp.T

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APA PLATAFORMA CONTINENTAL DO LITORAL NORTE

Esta APA Plataforma Continental do Litoral Norte compreende a parte oceânica entre o Farol de Itapoã até a divisa com o Estado de Sergipe as margens do Rio Real, totalizando uma área de aproximadamente 362.266 ha. Foi criada pelo Decreto Estadual N° 8.553 de 5 de Junho de 2003. TP

8PT e ainda não foi elaborado o seu plano de manejo, desta forma

poucas são as informações disponíveis sobre a APA da Plataforma Continental do Litoral Norte e a informação obtida junto a Secretaria de Meio Ambiente a APA ainda não tem gestor.

No Art. 2º do decreto que criação da APA são listados seus objetivos principais:

I – proteger as águas salobras e salinas; II – disciplinar a utilização das águas e seus recursos; III – combater a pesca predatória pelo incentivo ao uso de técnicas adequadas à atividade pesqueira; IV – proteger a biodiversidade marinha; V – promover o desenvolvimento de atividades econômicas compatíveis com o limite aceitável de câmbio do ecossistema (LAC); VI – buscar uma melhoria constante da qualidade de vida das comunidades que usufruem da área.

Esta APA apresenta grande importância para todo litoral norte da Bahia em função da fauna marinha e ecossistema de arrecifes, sendo freqüentada pelas baleias Jubarte, nos meses de inverno e primavera, para fins de reprodução e criação de filhotes. Esta região destaca-se também por configurar-se como local de desova de 4 espécies de tartarugas marinhas.

ZONEAMENTO ECONÔMICO ECOLÓGICO FAIXA LITORÂNEA DE MATA DE SÃO JOÃO

A Prefeitura Municipal de Mata de São elaborou o Zoneamento Econômico Ecológico da faixa litorânea, onde a área em estudo encontra-se inserida, apresentando padrões mais restritivos e detalhados ao tipo de empreendimento, motivo pelo qual foi baseada a avaliação das restrições em função do projeto da Bensal do Brasil nas seguintes zonas: Zona de Ocupação Rarefeita Especial – ZORE; Zona de Ocupação Controlada – ZOC; Zona Turística – ZT; Zona de Orla Marítima – ZOM; Zona de Proteção Rigorosa – ZPR (FIGURA 2-9).

TP

8PT http://www.semarh.ba.gov.br/Template.asp?nivel=0006001200010006&identidade=250

Figura 2-9. Inserção do Terreno da Bensal do Brasil Holding e Participações Ltda. no Zoneamento Econômico Ecológico do Município de Mata de São João – Ba.

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O QUADRO 2-14 apresenta os parâmetros de ocupação estabelecidos no Zoneamento Econômico-Ecológico da APA do Litoral Norte para cada uma das Zonas onde o terreno da Bensal do Brasil Ltda está inserido sendo obedecidos pelo projeto de ocupação (Ver ANEXO 1).

QUADRO 2-14. Indicação dos Parâmetros de Ocupação para cada Zona da APA do Litoral Norte.

ZONAS USO INDICADO PARÂMETROS

URBANÍSTICOS

OBSERVAÇÕES

Zona de Ocupação Rarefeita Especial – ZORE

Residencial R1 e R2 - uniresidencial e multiresidencial.

Turismo de baixa densidade. (20 leitos por hectares ou 40 leitos/hectares no caso de bangalôs);

Comercio e serviços de apoio aos empreendimentos turísticos e residenciais (C1, C2, 81 e 82)

Parques temáticos

Residencial R1 e R2 – uniresidencial e multiresidencial – Lotes mínimos de 5000m P

2P (10.000 m P

2 Ppara terrenos

alagadiços). Uso turístico – Lote mínimo de 30.000 m P

2

Altura máxima de 14 metros

Gabarito máximo: de três (3) pavimentos – térreo e mais dois (2) pavimentos.

No espaço de 1.000 contados da linha de preamar máxima para o interior só será permitido o gabarito acima de 1 pavimento (térreo) em lotes de no mínimo 20 hectares.

Índice de permeabilidade (IP) mínimo: 0,7

Taxa de ocupação (10) máxima: 0,1

Todos os empreendimentos turísticos e residências só poderão ser licenciados mediante apresentação de Estudo Ambiental Prévio.

As áreas permeáveis dos projetos de ocupação deverão ser objeto da implantação de paisagismo privilegiando espécies nativas e recomposição do coqueiral.

Obrigação de arborizar com espécies de porte maior que a altura das edificações.

Zona de Ocupação Controlada - ZOC

Proteção Visual e Paisagística

Equipamento hoteleiro de baixa densidade e uso uniresidencial (R1).

Equipamento de apoio ao turismo e lazer.

Turismo de baixa densidade. (15 leitos por hectares ou 30 leitos/hectares no caso de bangalôs) com infra-estrutura de apoio;

Recomposição de vegetação nativa e do coqueiral

Gabarito: de três (3) pavimentos – térreo mais dois (2) pavimentos. Altura máxima de 12 metros;

Índice de permeabilidade (IP) mínimo: 0,8

Taxa de ocupação (10) máxima: 0,10

Lote mínimo: 10.000m P

2P para

equipamentos hoteleiros e 2.000 m P

2P

para lotes de uso uniresidencial

Obrigação de arborização com espécies de porte maior que a altura das edificações.

Proibição da realização de obras e empreendimentos que impliquem em modificações no relevo.

As áreas permeáveis dos projetos de ocupação deverão ser objeto da implantação de paisagismo privilegiando espécies nativas e recomposição do coqueiral.

Zona Turística – ZT

Turismo de baixa densidade. (20 leitos por hectares ou 40 leitos/hectares no caso de bangalôs);

Comercio e serviços de apoio aos empreendimentos turísticos e residenciais

Altura máxima de 10 metros

Gabarito máximo: de dois (2) pavimentos – térreo e mais um (1) pavimento.

Índice de permeabilidade (IP) mínimo: 0,7

Taxa de ocupação (lo) máxima: 0,3

Estabelecer coleta seletiva de resíduos sólidos e respectiva destinação final;

Sistema de drenagem de águas pluviais e solução adequada para coleta e destinação final de esgotamento sanitário;

As áreas permeáveis dos projetos

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QUADRO 2-14. Indicação dos Parâmetros de Ocupação para cada Zona da APA do Litoral Norte.

ZONAS USO INDICADO PARÂMETROS

URBANÍSTICOS

OBSERVAÇÕES

(C1, C2, S1 e S2)

Residencial R1 e R2 - unifamiliar e multiresidencial.

Parques temáticos

de ocupação deverão ser objeto de implantação de projeto de paisagismo que privilegiem as espécies nativas.

Zona da Orla Marítima. ZOM

Equipamentos de segurança e apoio à pesca, a recreação e ao turismo. Proteção das tartarugas marinhas. Pesca artesanal e recreativa. Recreação e visitação contemplativa

Vedada edificações em caráter permanente Padronização das barracas de praia

Licenciamento das atividades de apoio ao turismo pelo NUMMA, Iluminação Pública conforme Portaria IBAMA nº 1.933, de 08.09.90; Controle sobre adensamentos humanos próximos as áreas de nidificação de tartarugas marinhas; Proibição de tráfego de veículos auto-motores; Acessibilidade do público a qualquer trecho da Zona ou ao mar.

Zona de Proteção Rigorosa

ZPR

Proteção Rigorosa Visitação contemplativa e recreação

Pesquisa científica.

Trilhas ecológicas controladas;

Repovoamento com espécies da flora e da fauna

Elaboração e implantação pelo poder público, de um plano de proteção e fiscalização para a Zona.

Na Orla Marítima a iluminação em conformidade com a Portaria IBAMA nº 1.933, de 08.09.90.

Permitida a perenização de áreas úmidas em até 70% da área total da zona na propriedade.

Além das áreas demarcadas na representação gráfica deste zoneamento econômico ecológico como ZPR, considerar as ZPR relacionadas no Art. 2º e 3º com a redação alterada pela Lei Federal nº 7803-89 e as reservas ecológicas em conformidade com que dispõe o Art. 18 da Lei 6938/81 e Resolução CONAMA nº 04/85.

Para a elaboração da concepção do projeto executivo, além das restrições estabelecidas no Zoneamento Econômico Ecológico deverão ser consideradas as restrições ambientais exigidas pela legislação ambiental vigente, tais como:

60 metros a partir da preamar incluindo o recuo de marinha em atendimento a Constituição Estadual que estabelece essa faixa para permitir que esta zona seja de uso comum;

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30 metros em torno dos cursos d’água, lagoa, e nas Dunas em toda sua extensão. Em atendimento a resolução CONAMA 302 de 20 de março de 2002, que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente, visando preservar a integridade destes ecossistemas.

3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

Neste item será apresentado o resumo do diagnóstico ambiental da área de influência do projeto desenvolvido pelos diferentes profissionais envolvidos.

3.1 MEIO FÍSICO

3.1.1 CLIMA

O clima predominante na região de Praia do Forte segundo a classificação de Koppen é do tipo Af - tropical chuvoso, sem estação seca, com período chuvoso nos meses de abril a junho. A temperatura média anual é de 25,4ºC, enquanto a mínima e a máxima apresentam valores de 21,9ºC e 28,4ºC, respectivamente. A pluviosidade média anual varia em torno de 1.600 a 1.800mm, com umidade relativa do ar em torno de 90%.

As variações térmicas não são relevantes, apresentando uma temperatura média anual em torno de 24,3ºC. As temperaturas máximas ficam em torno de 28ºC ocorrem nos meses de dezembro e janeiro, enquanto que as mínimas ocorrem nos meses de maio e junho e estão em torno de 22ºC. As variáveis: umidade relativa do ar, nebulosidade, evaporação e insolação, devido as suas relações com a temperatura, apresentam variações inexpressivas (FIGURAS 3-1).

Segundo Thornthwaite o clima é do tipo Úmido – B1r A’ – com índice hídrico (%) de 40-20, excedente hídrico Grande (FIGURAS 3-2).

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Figura 3-1. Climatologia de Precipitação Acumulada no Brasil para as quatro estações do ano (período de 1961 a 1990).

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Figura 3-2. Tipologias Climáticas de acordo com Thornthwaite para o Estado da Bahia.

FONTE: Anuário Estatístico da Bahia 2001

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3.1.2 GEOLOGIA

As unidades geológicas descritas foram previamente individualizadas a partir da foto-interpretação aérea e apresentam-se paralelas à linha de praia atual, de forma que foram realizadas três seções geológicas orientadas perpendicularmente em relação à praia, de forma a se observar e descrever todas as unidades geológicas ao longo da área, bem como as suas relações de contato (FIGURAS 3-3).

A porção da faixa costeira do Litoral Norte do Estado da Bahia que abrange a área estudada, cerca de 4Km ao norte de Praia do Forte, é caracterizada pela presença de sedimentos arenosos e que se apresentam em duas principais formas distintas:

1- Sedimentos arenosos soltos – Os limites do empreendimento estão dentro da área descrita neste tópico. Exceto pela unidade de Dunas Internas, os sedimentos arenosos soltos aqui abordados encontram-se compreendidos entre a linha de praia e a linha das lagoas (Timeantube e Jauara). Tratam-se de areias finas a meio-grossas, e que apresentam as seguintes colorações, partindo da praia em direção às lagoas:

UA- Sedimentos de cor cremeU – Correspondem às areias da Unidade geológica de Praia, e a Unidade geológica de Cordões Litorâneos. A Primeira unidade corresponde à faixa de terras planas que beiram a Praia e que se apresentam levemente inclinada em direção à água. A segunda unidade corresponde à faixa de terras que se destaca do terreno após a praia como se fosse uma barreira natural contra o vento, com forma ondulada (sobre estes sedimentos encontra-se assentada uma plantação de coqueiros). Estas duas unidades correspondem a um sedimento solto (fofo), e no caso da Unidade de Praia, está freqüentemente sendo banhado pelas águas marinhas.

UB- Sedimentos de cor brancaU – Exceto pela Unidade de Dunas Internas que ocorrem como manchas dentro da Unidade de Leques Aluviais os sedimentos de coloração branca correspondem às terras que estão dispostas de forma posterior aos sedimentos caracterizados no tópico anterior. Tratam-se de terras planas (Unidade de Terraços Marinhos Holocênicos e Unidade de Terraços Marinhos Pleistocênicos) e terras suavemente onduladas a onduladas (Unidade de Dunas Internas, Dunas Externas e Campo de Dunas).

Figura 3-3. Foto-mosaico da aérea estudada, vista aérea.

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Unidade de Terraços Marinhos Holocênicos

Trata-se de uma areia média com grãos sub-arredondados, gradando para areia fina a média de grãos arredondados na porção sul do empreendimento. Distribuem-se entre as altitudes de 3,5 e 6,5m acima do nível do mar atual e tem o nível freático raso.

Unidade de Terraços Marinhos Pleistocênicos

Trata-se de uma areia média com grãos arredondados, gradando para areia fina a média na porção sul do empreendimento. Distribuem-se entre as altitudes de 6 e 7m e com ocasionais ondulações suaves, variando na escala sub-métrica a métrica, chegando a 1m e constituídos de areia fina a média bem selecionadas.

Unidade de Dunas Externas

Podendo desenvolver desníveis máximos de até 10m, trata-se de uma areia fina a média bem selecionada e muito bem arredondada, distribuindo-se sobre os Terraços Marinhos Pleistocênicos e concentrando-se na porção central e norte da área estudada. Apresentam marcas onduladas superficiais.

Unidade de Campo de Dunas

Corresponde à área que engloba os representantes da Unidade de Dunas Externas, além das áreas que antecedem estes depósitos, em relação à direção dos ventos) e que apresentam-se ligeiramente rebaixadas e desprovidas de vegetação, onde é observada a deflação de grãos.

Unidade de Dunas Internas

Areia média com grãos esféricos, bem arredondados, que se apresentam recobrindo a unidade de Leques Aluviais Pleistocênicos e exibem marcas onduladas superficiais decorrentes da atividade eólica em tempos atuais, bem como estratificações cruzadas de grande porte em corte lateral.

UC- Sedimentos de cor negraU – Constituem a unidade geológica de Depósitos Flúvio-lacustres e correspondem a sedimentos arenosos finos a muito finos compostos de quartzo e matéria orgânica, que aliás lhe confere a coloração escura. São encontrados nos ambientes das lagoas (Timeantube e Jauara) e áreas alagáveis e ribeirinhas adjacentes.

2- Sedimentos coesos – correspondem à unidade Geológica de Leques Aluviais, que compõem as terras que estão além da linha das lagoas Timeantube e Jauara. Compostos por seixos arredondados de quartzo com areia grossa e argila, correspondendo a uma coloração creme. Na porção mais superficial, são cobertos por sedimentos soltos de coloração branca lembrando areias de dunas, mas que na maioria das vezes, estas areias encontram-se espalhadas por grandes áreas, sem apresentar as ondulações típicas de dunas. Apesar disto, em alguns locais isolados apresentam o relevo ondulado dunar típico, constituindo a Unidade Geológica de Dunas Internas.

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As unidades geológicas-geomorfologicas estão ilustradas nas (FIGURAS 3-4, 3-5 e 3-6) da mais antiga para a mais recente.

A B

Figura 3-5. Unidades geológicas-geomorfológicas. Em A: Leques Aluviais e em B: Dunas Internas.

Figura 3-4. Vista aérea panorâmica da área do empreendimento. Visada oeste. Mata de São João-BA.

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AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICA E SEDIMENTOLÓGICA DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO.

As análises geológica e sedimentológica mostram que a área estudada é ocupada por depósitos arenosos e quartzosos, pertencentes às unidades geológicas dos Terraços

A B

C D

Figura 3-6. Unidades geológicas-geomorfológicas. A: Terraço Marinho Pleistocênico; B: Campo de Dunas; C: Duna Externa; D: Área Terraço Marinho Holocênico; E: Ambiente Flúvio Lacustres; F: Contato entre a Praia Atual e Cordões Litorâneos.

E F

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Marinhos Pleistocênicos e Holocênicos e que nenhum tipo de depósito com características de deposição em ambiente de lagoa, mesmo que temporária, foi encontrado, na área estudada.

O estudo sedimentológico (granulométrico) mostra que os sedimentos das duas unidades apresentam características sedimentológicas bastante similares, são moderadamente selecionados, compostos essencialmente de areia média (classe modal), que forma de 60% a 90% da distribuição granulométrica. As FIGURAS 3-7 e 3-8 traz um exemplo dos resultados encontrados.

0 2 4Granulometria (fi)

0

20

40

60

80

100

Freq

üênc

ia(%

)

Terraço Marinho Holocênico(Amostra P1: 0 - 20cm)

-1 1 3 5 φ 0 2 4Granulometria (fi)

0

20

40

60

80

100

Freq

üênc

ia(%

)

Terraço Marinho Holocênico(Amostra P1: 40-60)

-1 1 3 5 φ

0 2 4Granulometria (fi)

0

20

40

60

80

Freq

üênc

ia(%

)

Terraço Marinho Holocênico(Amostra P1:80 - 100cm)

-1 1 3 5 φ 0 2 4Granulometria (fi)

0

20

40

60

80

100

Freq

üênc

ia(%

)

Terraço Marinho Pleistocênico(Amostra P2: 0- 20cm)

-1 1 3 5 φ

Figura 3-7. Histogramas de distribuição granulométrica das amostras P1 e P2.

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0 1 2 3 4 5Granulometria (fi)

0.10.5

2

10

305070

90

9899.599.9

99.99

Freq

üênc

iaac

umul

ada

(%)

Terraço Marinho Holocênico(Amostra P1: 0 - 20cm)

0 1 2 3 4 5Granulometria (fi)

0.10.5

2

10

305070

90

9899.599.9

99.99

Freq

üênc

iaac

umul

ada

(%)

Terraço Marinho Holcênico(Amostra P1: 40- 60 cm)

φ

0 1 2 3 4 5Granulomtria (fi)

0.10.5

2

10

305070

90

9899.599.9

99.99

Freq

üênc

iaac

umul

ada

(%)

Terraço Marinho Holocênico(Amostra P1:80 - 100 cm)

0 1 2 3 4 5Granulometria (fi)

0.1

0.5

2

10

30

50

70

90

98

Freq

üênc

iaac

umul

ada

(%)

Terraço Marinho Pleistocênico(Amostra P2:0-20 cm))

φ

As demais frações granulométricas que compõem a distribuição granulométrica são: areia fina, com porcentagens de 6,3 até cerca de 14%; areia grossa, com percentuais de 0,5% até cerca de 14%; areia muito grossa, com percentuais de 0,13% a 0,30%; areia muito fina, com valores percentuais de 0,02% a 0,05% (FIGURA 3-9).

Nos pontos de sondagem P1, P2, P3 e P4 foram instalados para monitoramento, respectivamente, os piezômetros Pz1, Pz2, Pz3 e Pz4. A profundidade da superfície freática variou de 1,10 m (piezômetros Pz2, Pz3, Pz4) a 0,88 m (piezômetro P1).

Figura 3-8. Curvas granulométricas das amostras estudadas amostras P1 e P2.

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No período de estudo a área esteve totalmente emersa, sem a existência de qualquer porção alagada ou com umidade próxima à superfície. A profundidade da superfície freática, medida no ponto mais baixo da área (medida efetuada em 18/06/2008), onde foi instalado o piezômetro P1, foi de 0,88 m. Convém salientar que os estudos foram efetuados em um período onde a intensidade das chuvas atingem o seu máximo, conforme dados obtidos na Estação Metereológica de Açu da Torre, localizada nas proximidades da área. Informações colhidas junto a moradores locais, dão conta que o alagamento da faixa mais baixa da área, situada no domínio geológico dos Terraços Marinhos Holocênico, somente se dá por curtos períodos de tempo, e em seguida à ocorrência de chuvas com intensidade excepcionalmente altas.

3.1.3 GEOTECNIA E GEOLOGIA ECONÔMICA

Os estudos geológicos da área indicaram a presença de sedimentos com reduzidos ou nulos teores de argilas de forma que implicam em materiais pouco compressíveis. Os depósitos associados aos processos eólicos apresentam uma menor resistência ao cisalhamento por se tratarem de areias soltas. Desta forma, os Leques Aluviais correspondem à unidade com melhor resposta geotécnica, seguidos pelos Terraços Marinhos, e por último, os Cordões Litorâneos.

Os Leques Aluviais, bem como seus depósitos arenosos sotopostos, os quais acredita-se terem sido originados a partir do retrabalhamento das dunas internas são fontes potenciais para a extração de areias e cascalho.

Figura 3-9. Concentração de grãos com granulometria de areia grossa e muito grossa na superfície.

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Tendo em vista as boas propriedades hidrogeológicas das unidades observadas, a baixa profundidade do lençol freático e os índices pluviométricos da ordem de 1600mm, bem como a importância da água para o desenvolvimento humano, concluí-se que a região tem um grande potencial para a exploração deste bem.

3.1.4 RELEVO

Todas as unidades de relevo individualizadas na área pertencem ao domínio de Planícies Costeiras como pode ser observado na FIGURA 3-10, elaborada a partir do levantamento topográfico realizado na área, que demonstra a distribuição espacial das unidades de relevo ao longo da área de intervenção do empreendimento. Estas unidades serão descritas na seqüência.

UNIDADE DE LEQUES ALUVIAIS PLEISTOCÊNICOS

Distribui-se ao longo de toda porção oeste da área, desenvolvendo relevo suavemente ondulado, entre as cotas de 20 e 40m declinando suavemente em direção ao mar. Neste domínio predomina o modelado de dissecação homogêneo, associado ao diferencial. Ocorrem localmente processos erosivos desencadeados pela antropização relacionada à construção das estradas viscinais cascalhadas existentes no local.

UNIDADE DE DUNAS INTERNAS

Desenvolvem formas típicas de dunas, apesar de vegetadas, destacando-se do terreno de forma diretamente proporcional à intensidade dos processos que atuaram na sua gênese, mas de um modo geral se concentram entre as cotas de 30-40m. Nesta unidade predomina o modelado de acumulação eólico, ocorrendo localmente processos erosivos, acelerados nos arredores dos leitos das estradas viscinais.

Figura 3-10. Distribuição esquemática das unidades de relevo na área de intervenção. Exagero vertical de 5 vezes. Visada sudoeste. Mata de São João-BA.

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UNIDADE DE TERRAÇOS MARINHOS PLEISTOCÊNICOS

Corresponde a um relevo plano, suavemente ondulado, apresentando ocasionalmente cristas alongadas e sub-paralelas à linha de praia atual. Corresponde a uma faixa paralela à linha de costa, distribuída entre as cotas de 6 e 7m acima do nível do mar atual, ocupando a porção central da área estudada, onde predomina o modelado de acumulação aluvial (atual).

UNIDADE DE DUNAS EXTERNAS

Relevo ondulado, com formas dunares típicas, entre as cotas de 7 e 17m, resultante da atuação de um modelado de acumulação eólico. Apresentam-se como manchas na unidade de Terraço Marinho Pleistocênico concentrando-se nas suas porções centro e extremo norte.

UNIDADE DE TERRAÇOS MARINHOS HOLOCÊNICOS

Corresponde a uma faixa paralela à linha de costa, distribuída ao longo da porção leste da área estudada, ocupando as cotas topográficas de 5 e 6,5m. Trata-se de um relevo plano suavemente ondulado, formando cristas alongadas que se destacam do terreno em até 1m, distribuídas de forma paralela à linha de praia atual. Atualmente predominam processos sedimentares relacionados a um modelado de acumulação aluvial.

UNIDADE DE DEPÓSITOS FLÚVIO-LACUSTRES

Corresponde a um modelado de acumulação flúvio lacustre, distribuindo-se entre as cotas topográficas de 6,5 e 9m, desenvolvendo formas de relevos planas distribuídas como manchas isoladas entre o domínio dos Leques Aluviais e os Terraços Marinhos, no extremo oeste da área de influência direta.

UNIDADE DE CORDÕES LITORÂNEOS

Os Cordões Litorâneos são resultantes de um modelado de acumulação eólico, desenvolvendo formas alongadas e dispostas de forma paralela à praia. Distribui-se entre as cotas de 4 e 12m com larguras variando entre 80m e 110m. São individualizadas entre duas e três cristas que se tornam melhor definidas em direção ao norte.

UNIDADE DE PRAIA ATUAL

Unidade associada a um modelado de acumulação marinha constituída por sedimentos inconsolidados. O relevo apresenta-se plano a suavemente inclinado em direção ao mar, ocupando as cotas mais baixas de toda a área, desde o nível do mar até 3m.

A Morfodinâmica da área foi caracterizada como:

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ÁREAS SUJEITAS A EROSÃO

Dentre as áreas susceptíveis aos processos erosivos citam-se todos depósitos arenosos dunares, as áreas imediatas ao leito das estradas viscinais (não asfaltadas) existentes sobre os Leques Aluviais Pleistocênicos.

ÁREAS SUJEITAS A ASSOREAMENTO

Não ocorrem na área de intervenção, mas encontram-se na área de influência direta do empreendimento. Enquadram-se neste domínio as lagoas Timeantube e Jauara.

ÁREAS SUJEITAS A ALAGAMENTOS

Enquadram-se neste tópico as áreas rebaixadas e os entornos das Lagoas Timeantube e Jauara e demais áreas úmidas da região, pois correspondem aos locais onde afloram o lençol freático e estão mais expostas às oscilações sazonais do lençol freático.

Na poligonal do empreendimento, as áreas mais rebaixadas dos terrenos arenosos dos domínios dos Terraços Marinhos Pleistocênicos e Holocênicos, constituem áreas pouco elevadas em relação ao nível do mar e baixa profundidade do nível freático, não se constatando condições de alagamento, identificando que as áreas podem estar sujeitas ao alagamento apenas em condições pluviométricas extremas, com chuvas concentradas em poucas horas ou dias.

PROCESSOS DE EROSÃO

Ocorrem no domínio dos Leques Aluviais Pleistocênicos e Dunas Externas, ocorrendo sempre nos entornos da estrada não pavimentada que existe além do limite oeste da área de intervenção, onde foram observados o desenvolvimento de sulcos, ravinas e de voçorocas.

3.1.5 SOLOS

A área requerida para a construção do empreendimento apresenta solos arenosos, denominados pelos especialistas como NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS. Comumente são conhecidos como Areias Quartzosas Marinhas, isto porque se desenvolveram sobre materiais de origem continental e marinha, num momento geológico quando o mar estava bem mais alto que o nível atual.

Estes solos são constituídos por material mineral, possuindo baixíssimo teor de matéria-orgânica, o principal constituinte é o quartzo, todavia como receberam influência marinha, também se nota a presença de bioclastos, ou seja, restos de pequenas conchas, carapaças e esqueletos de organismos marinhos. São solos muito porosos, constituídos principalmente por areias médias a grossas (FIGURA 3-11), subarredondadas e subangulares, tendendo a angulosas. A predominância de areias grossas dificulta a erosão eólica desses solos.

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Os solos são moderadamente ácidos a neutros e possuem boa reserva nutricional, isto

porque apresentam restos de organismos marinhos, os quais são uma fonte considerável

de cálcio. Entretanto, embora possuam boa reserva nutricional, suas condições físicas

indicam que são muito sensíveis a degradação, uma vez que são arenosos e

extremamente porosos, sendo, portanto, muito susceptíveis a erosão hídrica (FIGURA 3-12) e de difícil manutenção da flora, pois na época seca sofrem com a falta de água.

Só uma flora bem adaptada consegue subsistir às referidas condições, as chamadas restingas, que representam, de acordo com sua distribuição, todas as formações vegetais que ocorrem nas planícies costeiras, tratando-se de uma vegetação dinâmica e mista onde impera uma forte competição entre as raízes das plantas, as bactérias, os fungos e os outros microorganismos.

0

50

100

150

200

250

300

350

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses

P (m

m)

20

21

22

23

24

25

26

27

T (o

C)

P(mm) T(oC)

Figura 3-12. Gráfico da variação sazonal (ao longo do ano) das chuvas e temperaturas em Açu da Torre, indicando que a área do empreendimento possui clima Tropical Úmido, o que potencializa a erosão hídrica.

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Ch

CA

AC

A

Hor

izon

tes

Areia grossa

Areia fina

Silte

ArgilaFigura 3-11. Granulometria de solo representativo da área de estudo. Mata de São João-BA.

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No contexto geológico e geomorfológico os solos citados se desenvolveram sobre os terraços marinhos pleistocênicos e holocênicos. Analisando-se o contexto do meio físico do entorno da área estudada, trata-se do local mais adequado para a construção do empreendimento, acreditando-se, porém, que uma maior ou menor sustentabilidade do empreendimento depende da observância e aplicação dos planos de monitoramente e mitigação dos impactos. O entorno da área solicitada para a construção, onde são encontradas dunas vegetadas, apresentam o mesmo tipo de solo, contudo o material arenoso é de origem eólica (FIGURA 3-13), sendo ácidos e pobres em nutrientes.

Aparecem recobrindo topos de relevos, ou no entorno das lagoas, sendo importantes áreas de recargas do lençol freático (reservatórios naturais de água subterrânea) que mantêm as lagoas. São áreas que devem ser preservadas.

Outros solos também foram observados no entorno do empreendimento, dentre eles os mais importantes são os LATOSSOLOS AMARELOS e os ARGISSOLOS AMARELOS. Os primeiros aparecem nos topos dos relevos aplainados, enquanto que os outros aparecem nas encostas desses relevos.

Ambos são pobres em nutrientes, ácidos e quando comparados com os NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS são bem menos susceptíveis a erosão. Aparecem um pouco afastados da área solicitada para intervenção direta e em propriedade não pertencente aos empreendedores do projeto em questão (FIGURA 3-14).

Figura 3-13. Vista de dunas vegetadas no topo do relevo no entorno da área solicitada para a construção do empreendimento. Mata de São João-BA.

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CARACTERÍSTICAS PEDOLÓGICAS, HIDROGEOLÓGICAS E BOTÂNICAS DAS ÁREAS PASSÍVEIS DE SEREM ALAGADAS NO SETOR NORTE DA POLIGONAL DO EMPREENDIMENTO.

Wetland é um termo genérico utilizado na literatura internacional para definir um universo de habitats úmidos, conhecidos sob diversas denominações, tais como pântanos, brejos, zonas alagadiças, charcos, manguezais, lagos, lagoas e áreas similares (TINNER, 1999; ANJOS 2003).

As zonas alagadiças são denotadas como “rins” do ciclo das águas globais, porque sempre causam melhoria na qualidade das mesmas, sendo, portanto, áreas que devem ser preservadas. São constituídas em áreas de baixa declividade, cobertas com água permanente ou temporária, o suficiente para o estabelecimento de plantas macrofitas P

9 Pe o

desenvolvimento de solos hidromórficos P

10P (ANJOS, 2003).

Embora os solos associados às zonas alagadiças das planícies costeiras sejam comumente denominados de hidromórficos, no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (2006) estão delimitados em 1º, 2º ou 3º níveis categóricos, podendo ser denominados de GLEISSOLOS, ORGANOSSOLOS, NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Hidromórficos e ESPODOSSOLOS FERRILÚVICOS Hidromórficos, a depender dos

TP

9PT Plantas que se desenvolvem na água ou no solo e estão sujeitas periódica ou permanentemente a

condições anaeróbicas (redutoras) devido ao excesso de água. TP

10PT Solos hidromórficos são solos saturados, freqüentemente próximos à superfície, criando condições para o

desenvolvimento da redução anaeróbica.

Figura 3-14. Perfis de NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS na área solicitada para a construção do empreendimento. Mata de São João-BA.

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processos pedogenéticos instalados, facilmente discerníveis no campo através da observação de determinados atributos morfológicos.

Para investigar melhor as áreas sujeitas a alagamento dentro da poligonal do projeto foram realizados estudos das características de solo, vegetação e nível do lençol freático no período seco e chuvoso.

As características dos solos da área não os enquadram como hidromórficos, pois não apresentam horizonte glei, horizonte hístico, não são imperfeitamente ou mal drenados, não possuem saturação permanente de água dentro dos 50cm da superfície do solo e a relação C/N TP

11PT indica condições de oxidação, por conseguinte, não se tratam de zonas

alagadiças. Mesmo em se tratando da época mais úmida (trimestre abril-maio-junho) conforme se observa nas (FIGURA 3-15), a área não apresenta sinais de alagamento. Os estudos no período chuvoso foram realizados entre os dias 11.06.08 e 18.06.08, posterior a importantes picos de precipitação e não se constatando condições de alagamento, identificando que as áreas podem estar sujeitas ao alagamento apenas em condições pluviométricas extremas, não caracterizando, por conseguinte, a presença de uma lagoa ou zona alagadiça (FIGURA 3-16).

A profundidade da superfície freática variou de 1,10 m (piezômetros Pz2, Pz3, Pz4) a 0,88 m (piezômetro P1) (Tabela 3-1).

TP

11PT O carbono orgânico foi obtido pela oxidação da matéria orgânica com bicromato de potássio 0,4. A matéria orgânica foi obtida pela

multiplicação da %C pela constante 1,724. O nitrogênio foi determinado em meio sulfúrico e sua titulação por sulfato ferroso amoníaco 0,1N (EMBRAPA, 1997).

Figura 3-15. Terraço pleistocênico. Mata de São João.

Figura 3-16. Terraço holocênico, com destaque para um dos piezômetros instalados para caracterização hidrogeológica da área. Mata de São João.

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Tabela 3-1. Profundidade da superfície freática (PSF). TMH - Terraço Marinho Holocênico; TMP – Terraço Marinho Pleistocênico.

PIEZÔMETRO UNIDADE GEOLÓGICA COORDENADAS UTM (FAIXA 24L)

PSF (M)

Pz1 TMH 8615426 N / 611149 E 0,88 Pz2 TMP 8615468 N / 611090 E 1,10 Pz3 TMP 8615528 N / 610993 E 1,10 Pz4 TMP 8615594 N / 610918 E 1,10

A área em estudo apresenta formação vegetal pioneira exclusiva de ambientes arenosos que estão sob constante influência marinha. Caracterizam-se por apresentar, em sua composição florística, plantas de primeira ocupação (colonizadoras), formando diferentes associações vegetais, partindo da praia até seus pontos mais interiores.

Na área objeto de intervenção em questão não há formação vegetal características de áreas úmidas e/ou aspectos edáficos que caracterizem alagamento ou encharcamento temporário significativo ao longo do ano. Não foi verificada a ocorrência de espécies como as Ciperáceas (junco), Araceae (aninga), Alismataceae (chapéu-de-couro), Pondederiaceae (aguapé), Typhaceae (taboa) e Zingiberaceae (lírio-do-brejo), indivíduos estes indicadores de brejos, lagoas e áreas alagadiças (hidrófilas) (FIGURA 3-17).

Ainda para investigar as áreas sujeitas a alagamento realizou-se testes de infiltração e obteve-se como resultado infiltrações maiores que 90 l/m P

2 Px dia, sendo maiores no

terraço holocênico (156,30 l/m P

2 Px dia) e menores no terraço pleistocênico (133,40 a 140,60

l/m P

2 Px dia. Os testes revelam que o potencial de absorção de água pelo solo é elevado,

indicando textura arenosa e macroporosidade elevada, tanto em superfície quanto em subsuperfície.

Figura 3-17. Aspecto da vegetação sobre os Neossolos Quartzarênicos do Terraço Marinho.

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3.1.6 RECURSOS HÍDRICOS

HIDROGRAFIA

A área em estudo está inserida na sub-bacia do rio do Açu, pertencente à bacia hidrográfica do rio Pojuca, dentro da região hidrográfica do Recôncavo Norte. Esta bacia limita-se ao norte com as bacias hidrográficas dos rios Inhambupe, Subaúma e Sauípe, a sul com a bacia do rio Jacuípe, a leste com o Oceano Atlântico e a Oeste com a Bacia do rio Paraguassú (FIGURA 3-18).

O rio do Açu desemboca na Lagoa Timeantube na Vila de Praia do Forte, com uma área aproximada de 50,50Km P

2P, a sua bacia abrange parte da zona urbana de Mata de São

João, compreendendo os distritos de Olhos D’Água, Malhadas e Açu da Torre. Seu principal afluente, na margem esquerda, é o riacho Açuzinho, tendo suas nascentes principais no distrito de Olhos D’Água.

Figura 3-18. Localização da Sub-bacia hidrográfica do rio do Açu. Fonte: Bahia (2003).

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ESTUDO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA

Este estudo foi desenvolvido especialmente sobre a área do empreendimento, com a determinação do nível freático, o fluxo, pH e a salinidade/condutividade dessas águas.

Para tanto foram feitos 21 furos na área, obedecendo-se uma malha aproximada de 500m x 500m, que se estenderam, no limite oposto à praia, para além dos domínios do empreendimento (FIGURA 3-19).

UPOTENCIOMETRIA

As medidas realizadas do nível freático indicaram a profundidade da água no terreno e o fluxo da mesma no subsolo. Constatou-se que a água subterrânea da área escoa diretamente para o mar, e que as águas das lagoas Jauara e Timeantube, na área adjacente ao empreendimento, contribuem com o aumento do nível freático.

UPH

O pH mede a concentração de íons de hidrogênio na água em uma escala que varia de 1 a 14, indicando se a água está ácida (abaixo de 7) ou alcalina (acima de 7).

A análise da água retirada dos furos revelou um caráter ácido da água subterrânea, em decorrência da presença de água das lagoas, ricas em matéria orgânica.

A

B

Figura 3-19. Trabalho de campo. Em A: furo aberto a trado para coleta de água e em B: Kit Multiparâmetros para medidas locais de parâmetros físicos/químicos da água. Mata de São João-BA.

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USALINIDADE / CONDUTIVIDADE

As medidas de salinidade da água retirada dos furos indicaram valores iguais ou próximos a zero, confirmando baixas salinidade e condutividade para o lençol freático da área.

ESTUDO DA ÁGUA SUPERFICIAL

Dentro da área do empreendimento não existe nenhum corpo d’água superficial de caráter duradouro sendo que, apenas no seu entorno (a NW), existem as lagoas Timeantube e Jauara que, apesar do nível da água baixar em períodos de poucas chuvas, com perdas por evaporação e para o lençol freático, permanecem sempre com uma lâmina d’água. Com o estudo da topografia foi possível delinear-se o fluxo da água superficial, dentro do empreendimento, em períodos chuvosos. Nestes períodos, ocorre um represamento da água, promovido pelo baixo escoamento, em razão da topografia do terreno em forma de vale, na região dos terraços entre as dunas e o cordão litorâneo. Este fenômeno, no entanto, não é duradouro, e se prolonga apenas durante o período de chuvas, e o terreno volta a secar durante a estiagem. A análise das águas destas lagoas revelou um pH ácido, devido à presença de muita matéria orgânica baixa condutividade e salinidade e oxigênio dissolvido em teores normais (entre 6,35 e 6,62) (TABELA 3-2). Estes teores estão dentro de uma faixa considerada normal pelos órgãos ambientais (TABELA 3-3), para que haja a manutenção da vida dentro e no entorno destas lagoas.

TABELA 3-2. Média das características físico-químicas do rio do Açu.

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS VALORES MÉDIOS ENCONTRADOS

CONDUTIVIDADE (µS/cm) 140

SALINIDADE (mg/l) 0,0

pH 6,21

OD (mg/l) 6,90

TABELA 3-3. Padrões estabelecidos por órgãos ambientais para águas superficiais.

RESOLUÇÃO CONAMA NP

OP 357/2005 PORTARIA 518/2004

SALINIDADE 250 (mg.l P

-1P) de Cl 250 (mg.l P

-1P) de Cl

pH 6 a 9 6 a 9,5

OD > 5mg/l OB2B ---

Fontes: BRASIL, Conselho Nacional do Meio Ambiente, 2005; Ministério da Saúde, 2004.

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3.2 MEIO BIÓTICO

3.2.1 COBERTURA VEGETAL

Na área em estudo o tipo vegetacional predominante é a Restinga, que está inserida na Província Atlântica, ocorrendo bem próxima ao litoral em solos bastante arenosos, estando localizada nas planícies do litoral e acima da preamar.

A vegetação predominante na área diretamente afetada são: formação de porte herbácea-subarbustiva dos cordões litorâneo, a restinga arbustiva-subarbustiva em moita e a restinga arbórea-arbustiva em moita (FIGURA 3-20).

A seguir um resumo destas tipologias e a estimativa das áreas a serem suprimidas.

Tipologias vegetacionais e estimativas das respectivas áreas a serem suprimidas.

Tipologias da restinga Área (mP

2P)

Área Antropizada (Atc) 95.782

Restinga arbórea (Ra) 14.226

Restinga arbórea arbustiva em moita (Raa) 21.411

Restinga arbórea arbustiva em moitas + restinga herbácea (Raa+Rh) 209.721

Restinga arbustiva em moitas (Rab) 35.079

Restinga arbustiva em moitas associada a restinga herbácea (Rab+Rh) 23.667

Restinga herbácea associada a restinga arbustiva em moita (Rh+Rab) 1.153

Restinga herbácea (Rh) 38.914

Areia quartzosa 6.070

Figura 3-20. Duas tomadas parciais da área de estudo mostrando duas fitofisionimias de restinga. Em A: zona de praia mostrando faixa com coqueirais e em B: área de restinga em moita. Mata de São João-BA.

A B

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A área (FIGURA 3-22) foi observada uma flora típica de restinga, representada pela predominância de arbustos e subarbustos além da presença de pequeno número de orquídeas e bromeliáceas.

Arbusto de ramos decumbentes, o guajiru (Chrysobalanus icaco L.) é uma espécie característica da Restinga e na área em estudo, encontra-se amplamente distribuído, muitas vezes se constitui na espécie focal da moita (FIGURA 3-23). Seus frutos são comestíveis, e muito apreciados pela população local, usado preferencialmente na fabricação de doces.

Figura 3-22. Vista parcial da restinga na área de influência direta. Mata de São João-BA.

Figura 3-23. Individuo de guajiru em floração e frutificação identificada na área de influência direta. Mata de São João-BA.

Figura 3-21. Duas tomadas parciais da Restinga Arbustiva em moita. Na foto em B: observa-se zona coqueiral ao fundo. Mata de São João-BA.

C D

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Arbusto de ramo escandente e muito ramificado, o cocão (Coccoloba ochreata Wedd.) e cipó-de-fogo (Davilla flexuosa A.St.-Hil.) (FIGURA 3-28), que é uma liana, foram sempre observados em todas as áreas visitadas. Assim como as cactáceas se fizeram presente através da marcante presença do cardo-da-praia (Pilosocereus catingicola (Gürke) Byles & G.D.Rowley var. salvadorensis (Werdern.) Zappi), cacto colunar de porte arbustivo, do mandacaru-da-praia (Cereus fernambucensis Lem. subsp. fernambucensis) com suas flores brancas e frutos carnosos avermelhados, que são bastante apreciados pela fauna, assim como a cora-de-frade (Melocactus violaceus Pfeiff. subsp. margaritaceus N.P.Taylor) (FIGURA 3-24).

As palmeiras também são freqüentes e amplamente distribuídas na área, como a caxundé (Allagoptera brevicalyx M. Moraes), uma palmeira sem caule com as folhas saindo diretamente do solo, formando populações ou ocorrendo isoladamente o mané-velho (Bactris soeiroana Noblick), palmeira de pequeno porte, com longos espinhos e o ariri (Syagrus schizophyla (Mart.) Glassman), destaca-se na paisagem e todas as espécies são consideradas muito ornamentais (FIGURA 3-25).

Figura 3-24. Exemplar de florido de cipó-de-fogo. Mata de São João-BA.

Figura 3-25. Exemplares de cactácea constatadas na área de estudo. Em A: cardo-da-praia e B: mandacaru-da-praia. Mata de São João-BA.

A B

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Foram observados indivíduos de orquídeas (Epidendrum cinnabarinum Salzm. ex Lindl.), com belas flores avermelhadas e (Epidendrum orchdiflorum Salzm. ex Lindl.) com flores esverdeadas (FIGURA 3-27). Além de bromeliáceas, comuns na área em estudo, merecendo destaque a floração do gavatá (Aechmea multiflora L.B.Sm.) (FIGURA 3-28).

Figura 3-27. Detalhes da floração de orquídeas, identificadas na área de influência direta. Mata de São João-BA.

A B

Figura 3-26. Exemplares de palmeiras encontrados na área de estudo. Em A: detalhes da frutificação de caxundé; em B: floração de mané-velho e em C: Indivíduos de ariri. Mata de São João-BA. C

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Entre as espécies arbustivas que se destacaram na área do empreendimento, tanto pela freqüência como pela distribuição, pode-se citar a maçaranduba da praia (Manilkara spp,) com frutos vistosos, vermelhos, muito adocicados (FIGURA 3-29), a angelica (Guettarda platypoda DC.) com delicadas flores brancas (FIGURA 3-30), o murici da praia (Byrsonima coccolobifolia Kunth) e a Esenbeckia grandiflora Mart.

Figura 3-30. Individuo de angélica(Guettarda platypoda) em floração identificada na área de influência direta do empreendimento. Mata de São João-BA.

Figura 3-28. Detalhe da floração de gravatá. Mata de São João-BA.

Figura 3-29. Detalhes dos frutos de maçaranduba da praia. Mata de São João-BA.

A B

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Foram observadas áreas com uma formação herbácea-subarbustiva, onde o predomínio da comolia (Comolia ovalifolia Triana), era marcante, ora agrupada em densas populações ou esparsadamente distribuídas (FIGURA 3-31).

Na linha de praia, se estabelece uma vegetação adaptada às condições salinas e arenosas, com o predomínio de espécies herbáceas rastejantes, como a salsa-branca Ipomoea asarifolia (Desv.) Roem. & Schult., salsa-da-praia (Ipomoea imperati (Vahl) Griseb. (FIGURA 3-32A), bredo-da-praia (Remirea maritima Aubl.) e Polygala cyparissias A.St.-Hil. & Moq. (FIGURA 3-32B).

Figura 3-32. Duas espécies constatadas na área de estudo. Em A: Indivíduo florido de salsa-da-praia (Ipomoea imperati) e em B: Polygala cyparissias. Mata de São João-BA.

A B

Figura 3-31. Vistas parciais das áreas com uma formação herbácea-subarbustiva. Mata de São João-BA.

A B

C D

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A Restinga arbórea-arbustiva em moita é caracterizada principalmente pela presença dominante do cajueiro (Anacardium occidentale L.) ou da cebola-brava (Clusia hilariana Schltdl., FIGURA 3-33A). Numa proporção bem menor, foram observados indivíduos de aderno (Emmotum nitens (Benth.) Miers), como também da umiri, Humiria balsamifera (Aubl.) A.St.-Hil. (FIGURA 3-33B).

Sampaio e outros (2005) em seu trabalho sobre as espécies da flora nordestina de importância econômica potencial citam como espécies visitadas por abelhas o cajueiro (Anacardium occidentale L.) que também é citado como medicinal, na produção de óleos e cera além de seu potencial econômico como frutífera. Braga (1976), cita o guajiru (Chrysobalanus icaco L.) como medicinal, cujas folhas, cascas e raízes são usadas no tratamento das diarréias. Além de serem boas fixadoras de dunas e servem para tingir fios e cordas, especialmente redes de pescar. Ressalta-se que seus frutos são comestíveis.

Como resultado do estado de conservação da área de influência, pode-se observar que é regular o nível de conservação da restinga em moita, principalmente em função da pressão antrópica exercida pelo tráfego irregular de veículos tracionados, coleta de frutos (coco, massaranduba e licurioba). Em determinados trechos ao norte da área observa-se trechos de restinga arbórea mais conservada com predominância de ceboleira. O índice de Shannon ratifica este entendimento, uma vez que, foi estimado para a área total de 2,12 nats.ind P

-1T

12TP, inferior ao estimado por Assis e outros (2001), numa floresta de restinga

em Guarapari, no Estado do Espírito Santo (3,73 nats.ind P

-1P) P

Pe ao informado por Pereira e

outros (2001), para uma formação fechada de Myrtaceae, em Barra de Maricá, Rio de Janeiro (2,84 nats.indP

-1P).

Nos trechos mais conservados observou-se a presença do: pau d’arco branco, ceboleira, licurioba e bromélia. A área de influência direta apresenta pouca pressão antropica, TP

12PT Indica a riqueza de diversidade vegetal de indivíduos de uma determinada área.

Figura 3-33. Exemplares de espécies presente na restinga arbórea-arbustiva na área de influência direta. Em A: cebola-brava (Clusia hilariana) e em B: umiri (Humiria balsamifera). Mata de São João-BA.

A B

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ocorrendo esporadicamente com maior intensidade no período de verão, e período de frutificação. Ao oeste a pressão maior foi observada no extrativismo da piaçava para confecção de artesanatos como bolsas, chapéus, tapetes e etc.

A área de intervenção não apresenta nenhum uso direto com exceção da faixa litorânea com o plantio de coco que nos últimos anos não se realiza tratos culturais e replantio, apenas a coleta do coco seco e a retirada de palhas velhas. Na área de influência direta ao oeste do terreno encontra-se um loteamento implantado na década de 1970 onde ocorreu a supressão da vegetação nas vias de acesso e em alguns lotes. Como não houve a ocupação do loteamento esta área encontra-se degradada apresentando erosões assoreando as depressões. A área de influência direta ao sul onde se encontra o complexo hoteleiro da Iberostar, apesar da supressão de vegetação para implantação do complexo foram mantidos corredores ecológicos da restinga em moita. Já ao Norte encontra-se o terreno da AKJ que se apresenta com características similares a área de intervenção, ou seja, com um nível regular de conservação da restinga.

Na área em estudo não foi observada nenhuma espécie citada na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçada de extinção (Portaria IBAMA de n°37-N/92). Entretanto de acordo com Lorenzi e outros (1996), mane velho (Bactris soeiroana) é uma espécie endêmica de pequenas áreas de dunas na Bahia, o cacundé (Allagoptera brevicalyx), apresenta sua distribuída geográfica restrita ao litoral dos Estados de Sergipe e Bahia, Recôncavo Baiano, em restingas pouco vegetadas e o ariri (Syagrus schizophylla), também apresenta sua distribuição geográfica restrita ao litoral do Estado de Pernambuco ao Espírito Santo, em solos arenosos das praias até as matas de restinga.

DEFINIÇÃO E DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS RELAÇÕES ECOLÓGICAS REFERENTES À FLORA/FLORA E FLORA/FAUNA.

A vegetação de restinga, possui uma singularidade, que é a relação entre as espécies vegetais, motivo de estudos e pesquisas no sudeste do Brasil. A interdependência de vegetais é de fundamental importância para este tipo de ecossistema. Algumas espécies observadas na área de estudo, como por exemplo: o imbé, cabelo de anjo, cipó de fogo, baunilha brava, bromélia, e amescla ocorrem sempre associados a outros vegetais, enquanto outras espécies, ocorrentes nos cordões arenosos quase sempre estão associadas a espécies focais, formando conjuntos de vegetais em mosaicos.

Peculiarmente, é interessante notar, que apesar de fisionomicamente semelhantes, às associações vegetais são diferentes em relação às espécies ocorrentes. Ocorre comumente um ou dois arbusto(s), arvoreta(s) ou árvore(s), a exemplo do pau d’arco branco, maçaranduba e cocão, caracterizando-as como espécies focais, normalmente é um arbusto grande, ao centro. Do centro para a periferia alternam-se outras espécies, formando uma “moita” mais ou menos circular.

Vale ressaltar ainda, que a vegetação de restinga possui algumas plantas de grande importância para a fauna local servindo como alimento, abrigo e além de muitas espécies terem potencial melífero, conseqüentemente esta fauna participa da distribuição de sementes e polinização. Dessas plantas pode-se destacar: cajú, aroeirinha, coqueirinho,

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caxudó, alicuri, mandacaru, amescla, embauba, guajirú, pau de colher, erva de passarinho e mal-me-quer.

Além da interdependência existem entre as diversas espécies da flora que formam a restinga em moita, outras relações ecológicas podem ser constatadas, a exemplo do inquilinismo do tipo epifitismo, simbiose - representada pelas micorrizas (fungos) presentes no substrato do solo, e o saprofitismo presente na serapilheira.

3.2.2 FAUNA

Foi estudada a macrofauna terrestre das áreas de influência direta e indireta do empreendimento. Os dados foram coletados por meio de registros em campo, realizados em expedições realizadas no período de novembro de 2005 a março de 2006, com atividades no período matutino, vespertino e noturno. Também foram considerados registros da macrofauna oriundos de literatura especializada e provenientes de entrevistas realizadas com moradores locais.

Na área do empreendimento podem ocorrem 268 espécies de animais vertebrados terrestres, sendo 13 de anfíbios, 78 de répteis, 147 de aves e 30 de mamíferos (FIGURA 3-34). Cerca de 40% destas espécies foram contactadas durante os trabalhos de campo. Os répteis e mamíferos foram os grupos menos contactados.

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50

100

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250

300

Anfibia Reptilia Aves Mamallia TOTAL

Classes de Vertebrados

Núm

ero

de e

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ies

Ocorrentes na região

Contactadas

Figura 3-34. Riqueza de espécies das diferentes classes de vertebrados terrestres que podem ocorrer na área de influência direta e indireta do empreendimento. Mata de São João-BA.

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ANFÍBIOS

A riqueza de anfíbios em áreas de restinga geralmente é baixa. Este diagnóstico contactou durante os trabalhos de campo na área de influência direta do empreendimento doze das 13 espécies de anfíbios com registro para a área de estudo (FIGURA 3-35).

RÉPTEIS Nas restingas da região do empreendimento proposto há registro da ocorrência de 78 espécies de répteis, entre lagartos, serpentes, anfisbênios e quelônios; entretanto, durante os trabalhos de campo, foram contactadas nove espécies.

Figura 3-35. Espécies de sapos, rãs, caçotes e pererecas. Mata de São João-BA.

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CARACTERIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS SÍTIOS DE REPRODUÇÃO DAS TARTARUGAS MARINHAS NA VILA DE PRAIA DO FORTE

As espécies tartarugas marinhas ocorrentes no Brasil são: Chelonia mydas (tartaruga-verde), Caretta caretta (tartaruga-cabeçuda), Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-pente), Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva) (FIGURA 3-40A) e Dermochelys coriacea (tartaruga-de-couro). Destas, as mais freqüentes no litoral norte da Bahia são Caretta caretta e Eretmochelys imbricata (FIGURA 3-40B) em menor número se seguem Lepidochelys olivacea e Chelonia mydas (FIGURA 3-40C) e cerca de 70% das desovas registradas na costa brasileira ocorrem em praias baianas (TAMAR, 2003).

Com relação a área em frente ao local de construção do futuro empreendimento imobiliário da Bensal do Brasil, a mesma está enquadrada pelo TAMAR, na categoria de Área de Estudo Integral (AEI), que consiste na praia com monitoramento diário dos ninhos e que possui condições ambientais suficientemente propícias para que estes permaneçam nos locais originais de postura (in situ).

A faixa de praia em questão, apesar de relativamente distante para o deslocamento à pé, de pessoas oriundas da vila de Praia do Forte, recebe um pequeno fluxo de transeuntes, muitos destes por estarem praticando atividades físicas, esportes ou práticas de pesca.

Figura 3-36. Lagartos que ocorrem na área de influência direta e indireta do empreendimento. A: Cnemidophorus ocellifer (calanguinho) e em B: Tropidurus hispidus (lagartixa). Mata de São João-BA.

A B

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Entre o período de 1998 e 2003, a base do TAMAR em Praia do Forte, registrou 2014 desovas ao longo dos 14 quilômetros de praia que ela monitora (entre os rios Pojuca e Imbassaí) e nos limites compreendidos pelos quilômetros 9,5 e 11 contabilizaram, no período amostrado, 16% das desovas na área da Praia do Forte, somando 306 eventos na área de praia que abrange o empreendimento em questão. A este dado deve-se acrescentar que o limite norte do empreendimento situa-se no quilometro 11,5, portanto é presumível que apresente de fato um número menor de desovas na faixa de praia em questão. O total de filhotes gerados nesse período foi de 131.038,00, sendo 19.909,45 filhotes gerados na área que abrange o empreendimento (TAMAR, 2003).

Face ao exposto, pode-se concluir que a área em estudo (intervalo dos quilômetros 9 e 11,5) apresenta uma grande importância biológica para a conservação das tartarugas marinhas que desovam e / ou utilizam o litoral norte do Estado da Bahia como área de alimentação e que a médio ou longo prazo, o aumento no número de pessoas transitando na área deve ser considerado visando a descentralização das ações de monitoramento e educação realizadas pelo Projeto TAMAR, da Praia do Forte para um local mais próximo dos novos empreendimentos surgidos.

AVES

As aves são os vertebrados mais abundantes na região do empreendimento. Podem ocorrer 147 espécies na localidade, sendo que durante os trabalhos de campo foram contactadas 73 espécies. Das espécies registradas para região, 30 ocorrem exclusivamente na área de influência indireta, pois estão associadas a ambientes florestais.

A FIGURA 3-38 apresenta algumas espécies de aves registradas para a área de Influência do projeto.

Figura 3-37. Espécies de tartarugas marinha que ocorre na área de influência do empreendimento. A: tartaruga-oliva; B: tartaruga-cabeçuda e C: tartaruga-verde. Mata de São João-BA.

A

C

B

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MAMÍFEROS

Nove das 30 espécies de mamíferos registradas na região do empreendimento foram contactadas durante os trabalhos de campo, de maneiras diretas ou indiretas. Esta riqueza provavelmente estar subestimada, uma vez que roedores e mamíferos são grupos

G

Figura 3-38. Aves que ocorrem na área de influência direta e indireta do empreendimento. A: subideira-de-bigode, B: Olho-de-fogo), C: gavião-caramujeiro, D: curujinha buraqueira, E: piriquito, F: ciriema e G: bem-te-vi. Mata de São João-BA.

E

F

C A

D

B

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com muitas espécies em diversos tipos de ambientes e essa baixa representatividade provavelmente está refletindo o número baixo de estudos na região.

Nenhuma das espécies esperadas para a região do empreendimento ocorre exclusivamente na área de influência direta. Via de regra, procuram áreas de vegetação mais densa não somente como sítio de forrageamento, mas também como abrigo.

Doze espécies relatadas para as áreas de influência do empreendimento constam na Lista Oficial Brasileira de Fauna Ameaçada de Extinção, sendo cinco répteis, três aves e quatro mamíferos. Excetuando-se as tartarugas marinhas, que nidificam na praia da área do empreendimento, não há outros sítios exclusivos de nidação ou áreas de pouso de espécies migratórias.

Vários grupos de insetos foram registrados para área, sejam eles componente alimentar de répteis, anfíbio, aves e mamíferos, espécies sociais como cupins e abelhas, principalmente as solitárias realizando a função de polinizar as plantas da restinga e dunas (FIGURA 3-40), ou insetos aquáticos vivendo nas lagoas da área de influência direta. Assim é válido ressaltar que a presença de insetos na área proposta para implantação do empreendimento poderá vir a ser um incômodo no futuro, apesar de nenhuma espécie causadora de doenças ser registrada para á área, o que não significa que as mesmas não existam, desta forma é importante que as lagoas e suas Áreas de Preservação Permanente (APP´s) sejam preservadas.

Figura 3-39. Mamíferos que ocorrem na área de influência direta e indireta do empreendimento. A: carapaça de tatu peba; B: pegadas de raposa; C: pegada de veado; D: pegada de mão pelada. Trabalho de campo, fevereiro de 2006.

A B

C D

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DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO GERAL DA FAUNA E DAS AÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE ELA EXERCIDA

Apesar de certo grau de antropização, a vegetação local ainda apresenta um bom nível de estruturação e qualidade ambiental. Este fato pode ser evidenciado no levantamento da avifauna, pois alguns grupos são considerados como bons indicadores de qualidade ambiental (MOTTA JR., 1990). Um destes grupos são as aves rapineiras, organismos de topo de cadeia alimentar, que precisam de grandes áreas para poder obter recursos necessários à sua subsistência. São 21 espécies de aves rapineiras que podem ocorrer na região do empreendimento, entre espécies diurnas, como a seriema, a coruja-buraqueira (Speotyto cunicularia), que nidifica tanto na área de influência direta, quanto na área indireta. Destas, oito foram contactadas durante os trabalhos de campo, sendo um indicativo que a área ainda apresenta boa qualidade ambiental.

Embora a área onde será implantado o empreendimento apresente pouca antropização, observa-se em seu entorno a ocupação de áreas com outros empreendimentos, causando interferências sobre a mesma.

DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO GERAL DA PRAIA E DAS DESOVAS DE TARTARUGA

A faixa de praia em questão, apesar de relativamente distante para o deslocamento à pé, de pessoas oriundas das vilas de Praia do Forte e Imbasaí, recebe um pequeno fluxo de transeuntes, muitos destes por estarem praticando atividades físicas, esportes ou práticas de pesca. A presença de vendedores ambulantes ou com ponto fixo, comuns em praias, não foi observada na área.

A área em estudo (intervalo dos quilômetros 9 e 11,5) apresenta uma grande importância biológica para a conservação das tartarugas marinhas que desovam e / ou utilizam o litoral norte do Estado da Bahia como área de alimentação (FIGURA 3-41). A baixa freqüência de visitação deste trecho de praia tem possibilitado que o mesmo ainda apresente características conservacionais suficientes para a manutenção de desovas in situ; porém apesar da menor influência antrópica, alguns problemas ambientais podem ser detectados, a exemplo do lixo acumulado (FIGURA 3-42). A médio ou longo prazo, o

Figura 3-40. Exemplar de abelha, visitando flores de mirim (Humiria balsamifera). Mata de São João-BA.

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maior número de pessoas transitando na área deve ser considerado, visando a descentralização das ações de monitoramento e educação realizadas pelo Projeto TAMAR, da Praia do Forte para um local mais próximo dos novos empreendimentos surgidos, a exemplo do Complexo Iberostar e a nova Vila e o empreendimento turístico hoteleiro da Bensal do Brasil.

Figura 3-42. Lixo depositado na linha de praia ao longo dos quilômetros 9 e 11,5. Mata de São João-BA.

Figura 3-41. Vista geral da praia em frente ao empreendimento em A: Km 11, onde é possível observar que esta área em comparação com outras faixas de praia apresentou poucos ninhos; B: Vista parcial do km 9,5; C: Ninho de tartaruga identificado pelo Projeto TAMAR. 27 de dezembro de 2005, Mata de São João-BA.

A

B

C

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IDENTIFICAÇÃO DO HABITAT E NICHO ECOLÓGICO DAS ESPÉCIES, CONTEMPLANDO AS PRINCIPAIS RELAÇÕES FAUNA-FAUNA E FAUNA-FLORA

A restinga em moita é o principal habitat para a fauna local, pois a presença de espécies focais proporciona sombreamento, estocagem de nutrientes na serrapilheira do solo e mantém maiores teores de umidade, criando habitats diferenciados em meio ao cordão arenoso da restinga exercendo o papel de atrativo de fauna.

Em estudo realizado na restinga no Rio de Janeiro, a grande maioria das espécies da flora apresentou dispersão não anemocórica, ou seja, pelo vento (ZAMITH; SCARANO, 2004), o que parece também ocorrer nesse local, haja vista a freqüência de espécies com síndrome de dispersão zoocórica, ou seja, pelos animais. O aderno, por exemplo, têm frutos muito apreciados por morcegos, enquanto aroeirinha e óleo corumbá são espécies reconhecidamente atrativas da avifauna. Outra espécie de destaque para a relação fauna flora registrada na área do projeto é a abelha Xylocopa sp. um importante polinizador de plantas de dunas e visitantes freqüentes de um elevado percentual de espécies vegetais.

As lagoas Timeantube e Jauara e os tanques de bromélias formam um importante habitat na área de influência do empreendimento principalmente para os anfíbios (FIGURA 3-43).

Assim como as áreas sujeitas a inundação durante o período chuvoso, que podem ser colonizadas temporariamente por algumas espécies, sobretudo de anfíbios que possuem reprodução explosiva. A eclosão dos ovos e o desenvolvimento dos girinos são rápidos, de modo que os jovens possam deixar a área antes que a mesma seque totalmente. Neste período, algumas espécies de répteis e aves podem utilizar estas áreas alagadas como sítio de forrageamento, alimentando-se, sobretudo, dos girinos e adultos jovens de anfíbios.

Quando da implantação do empreendimento recomenda-se um cuidadoso processo na remoção da bromelioflora local para áreas adjacentes, sem que haja prejuízo para a sapos e pererecas associada, assim como o impedimento de quaisquer tipos de ações antrópicas junto às lagoas perenes próximas à área do empreendimento.

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3.2.3 ECOSSISTEMA AQUÁTICO

O ecossistema aquático da área de influência direta do empreendimento é representado pelas lagoas Timeantube e Jauara, estas são os mais importantes corpos de águas superficiais conectados com a drenagem da área (FIGURA 3-44). Além dos corpos d’água liminico o ecossistema aquático marinho também está na área de influência do empreendimento.

Figura 3-43. Ninhos e áreas de nidificação presentes nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento. A: ninho de perereca em rosetas de bromélias, B: área alagada (sítio de nidificação de diversas espécies de rãs e pererecas e algumas aves), C: ninho ativo de tartaruga marinha na praia (marcação 7037 TAMAR/IBAMA); D: ninho de jandaia em tronco de coqueiro morto (seta vermelha), E: ninho (seta vermelha) de coruja-buraqueira e F: Ninho de Bem-te-vi (seta vermelha). Mata de São João-BA.

FE

D

A

C

B

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QUALIDADES DAS ÁGUAS E MACRÓFITAS AQUÁTICAS

Segundo o Artigo 42 da Resolução CONAMA 357/05 as águas doces são consideradas Classe 2 e as águas salinas foram consideradas Classe 1.

Os valores de pH não apresentaram variações sendo 4,6mg/l o valor encontrado nas duas lagoas, enquanto o Oxigênio Dissolvido (OD) apresentou uma discreta oscilação de 3,3mg/l (lagoa Timeantube) a 3,0mg/l (lagoa Jauara) ficando abaixo do estabelecido pela CONAMA. Em outra campanha realizada nos mesmos pontos pela equipe de hidrogeologia no período de estiagem os valores de pH encontrados foram semelhantes 4,6 mg/l (Timeantube) e 4,2mg/l (Jauara) (FIGURA 3-45). O OD apresentou-se dentro do estabelecido pela (CONAMA > 5,0mg/l) 6,62mg/l (Timeantube) e 6,35mg/l (Jauara) (FIGURA 3-46).

Figura 3-44. Vista geral das lagoas presentes na área de influência direta do empreendimento. Em A: Lagoa Timeantube e em B: Lagoa Jauara. Mata de São João-BA.

B A

4

4,1

4,2

4,3

4,4

4,5

4,6

4,7

Timeantube Jauara

pH Período seco pH Período chuvoso

FIGURA T3-45.T Potencial hidrogeniônico (pH), nas lagoas Timeantube e Jauara nos períodos seco e estiado. Mata de São João-BA.

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Nos pontos amostrados no período chuvoso na lagoa Timeantube e Jauara, o OD apresentou um resultado, respectivamente, (3,3mg/l e 3,0mg/l) considerado abaixo do limite estabelecido pela referida legislação. Tal fato é explicado por ser um ambiente de águas com pouca circulação (FIGURA 3-47) ou ainda esta relacionada ao aumento do volume da massa de água neste período que pode carrear matéria orgânica para a coluna d’água, diminuindo o processo fotossintético de alguns organismos e dificultando a disponibilização deste gás no ambiente.

Os resultados da Demanda Química de Oxigênio (DQO) variaram entre <2 mg/L.OB2 Bna lagoa Timeantube e 4,1mg/L.O B2 Bna lagoa Jauara.

Quanto ao aspecto disponibilidade de nutrientes, a série nitrogenada, representada pelo nitrogênio total, apresentou concentração entre 13,76 mg/L.N (Timeantube) a 16,50 mg/L.N (Jauara), enquanto que a série fosfatada, representada aqui pelo fósforo total, apresentou valor máximo de 0,024 mg/L.N (Timeantube) e 0,071 mg/L.N (Jauara).

Figura 3-47. Ambiente lêntico (lagoa Timeantube), apresentando grande quantidade de vegetação aquática (macrófitas), típicas de águas com baixos índices de OD. Mata de São João-BA.

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2

3

4

5

6

7

Timeantube Jauara

OD (mg/l) Período seco OD (mg/l) Período chuvoso

FIGURA T3-46.T Oxigênio Dissolvido (OD), nos pontos de coleta nas lagoas Timeantube e Jauara nos períodos seco e estiado. Mata de São João-BA.

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A concentração de Ferro Total apresentou-se alta na lagoa Timeantube, possivelmente devido à origem das águas ressurgente, enquanto na lagoa Jauara a concentração encontrada está dentro dos padrões de normalidade para as águas doces de Classe 2.

Nos pontos de coleta, todos de natureza continental, os resultados de turbidez, registraram valores que oscilaram entre 1,4UNT (Timeantube) e 37UNT (Jauara), valores, portanto inferiores ao limite estabelecido pelo CONAMA.

Para a avaliação do grau de contaminação bacteriológica da água, foi realizada a avaliação de coliformes fecais e verificou-se que em geral os resultados obtidos são relativamente baixos para os corpos d'água, variando de 2,0x10¹NMP/100ml (Timeantube) a 2,3x10¹NMP/100ml (Jauara) para coliformes fecais e 2,0x10¹NMP/100ml (Timeantube) a 2,3x10¹NMP/100ml (Jauara), para coliformes totais.

As lagoas estudadas são ambiente lêntico, cuja lâmina d’água oscila de acordo com a sazonalidade, mais precisamente com a variação da precipitação pluviométrica, portanto a influência dos parâmetros físico-químicos se verifica com maior nitidez.

O estudo da água oceânica em frente à área do empreendimento demonstrou que os índices de coliformes fecais e totais encontrados foram de 3,0x10¹NMP/100 ml e estão dentro dos parâmetros estabelecidos.

O estado trófico das lagoas e a pouca circulação de água favorecem a colonização de macrofitas nos principais corpos de água da área objeto do estudo (FIGURA 3-48). No limite sul da lagoa Timeantube pode-se observar uma densa população de ciperáceas, predominando o Cyperus aggregatus (Willd.) Endl., devido a baixa profundidade do nível de água. Em relação a lagoa Jauara é comum a presença de Eleocharis interstincta em toda a sua extensão enquanto que nas margens é maior a freqüência de Elodea sp.

Figura 3-48. Registro da presença de Macrófitas em floração nas lagoas estudadas. Mata de São João-BA.

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PEIXES

Nas coletas padronizadas foram coletados 25 exemplares de peixes pertencentes a quatro espécies na lagoa Timeantube e 20 exemplares também com quatro espécies na lagoa Jauara. Além dos espécimes coletados foi registrada na área do empreendimento a presença de duas espécies de traira.

O uiu (Hoplerythrinus unitaeniatus, FIGURA 3-49) e a piaba ou lambari (Astyanax bimaculatus, FIGURA 3-50) foram às únicas espécies registradas para as duas lagoas.

Entre as espécies de peixes coletadas na amostragem, a maioria é conhecida por habitar com freqüência ambientes extremos. Os barrigudinhos, assim como as traíras são conhecidos por resistir a baixos níveis de oxigênio da água. O tamboatá, por sua vez é normalmente encontrado em água com condições anóxicas habitando freqüentemente águas paradas bordeadas por densas vegetações, em córregos de fluxo lento e ligeiramente túrbidos (BURGESS, 1989).

Nas épocas mais úmidas (outono-inverno), alguns trechos da área ficam inundados, e nas épocas mais secas (primavera-verão) secam. Nestas áreas é possível encontrar peixes da família Rivulidae, chamados de anuais ou peixes de nuvens, também registrado para lagoa Jauara.

O empreendimento está localizado no Litoral Norte do Estado da Bahia, considerado um importante sítio de desova e criação de larvas de peixes especialmente nas áreas estuarinas. Embora a região apresente um grande potencial pesqueiro, o setor tem enfrentado sérias dificuldades e limitações, desde a falta de embarcações adequadas, a um incentivo maior por parte do estado com financiamentos.

A pesca nas áreas próximas ao empreendimento é realizada na zona litoral e com a proibição do uso de redes, muito bem fiscalizada pelo Projeto Tamar, a pesca é realizada com linha de mão, assim é muito comum encontrar pescadores acampados na praia realizando pescarias (FIGURA 3-51).

TFigura 3-49.T Exemplar de Uiu espécie registradas nas lagoas Timeantube e Jauara.

TFigura 3-50.T TExemplar de piaba espécie registrada nas lagoasT Timeantube e Jauara.

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A FIGURA 3-52 apresenta a produção de pescado marinho Te estuarino no município de Mata de São João para o ano de 2002, divulgada pelo TCentro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Nordeste (CEPENE). Os vermelhos (Lutjanus spp.) são os que mais se destacam com quase 18 tonelas, seguido do bentão, dourado e garajuba.

Segundo entrevista com pescadores locais as espécies de peixes das famílias Sciaenidae (curvinas), Gerreidae (carapebas), Carangidae (xaréus, FIGURA 3-53A) e Mugilidae (tainhas, FIGURA 3-53B), Centropomidae (rubalos), Ariidae (bagres), Engraulididae (sardinhas) são as de maior destaque na região.

TFigura 3-51.T Pesca de linha, a técnica utilizada pelos pescadores em Praia do Forte. Mata de São João-BA.

0

2

4

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16

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Prod

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as)

Agulhão Albacora Arabaiana AracimboraAratu Arraia Badejo BagreBeljupirá Bicuda Bonito CaçãoCamarão médio Camarão pequeno Cangolo CaranguejoCaranha Cavela Corvina BentãoDourado Garajuba Garaupa GuiaubaLagosta verde Lagosta vermelha Manjuba MeroPescada Robalo Sardinha TainhaVermelhos Voador Xaréu XixarroOutros

TFigura 3-52.T Produção de pescado marítimo e estuarino no Município de Mata de São João-BA, no ano de 2002. FONTE: <http://www.ibama.gov.br/cepene/index.php?id_menu=157>.

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Destacaram ainda a presença das famílias associadas a recifes de corais (Haemulidae e Gobiidae).

A região marinha do Litoral Norte é ainda freqüentada pelas baleias Jubarte (Megaptera novaeangliae), nos meses de inverno e primavera, para fins de reprodução e criação de filhotes (FIGURA 3-54). De acordo com a Lista Oficial Brasileira de Fauna Ameaçada de Extinção a baleia-jubarte estar na categoria vulnerável.

O Instituto Baleia Jubart T(IBJ) Té Tresponsável pela proteção da espécie no Brasil há 17 anos e Tpossui uma sede na Vila de Praia do Forte. Segundo informações divulgadas no portal terraTP

13PT, em T2005 os pesquisadores do IBJ avistaram 990 animais, sendo 119

filhotes. Foram realizados 463 foto identificações na costa baiana e o catálogo do Instituto Baleia Jubarte é um dos maiores do Hemisfério Sul, com aproximadamente 2.000 baleias identificadas.

TP

13PT Informação disponível em < TUhttp://360graus.terra.com.br/ecologia/default.asp?action=news&did= 20162 UT >.

Acesso em: 10 out. 2006.

TFigura 3-53.T Exemplares de espécies com ocorrência na área de estudo. Em A: Xareu (Caranx apos) e em B: Tainha (Mugil curema). Mata de São João-BA.

A B

TFigura 3-54.T Salto Tda TBaleia Jubarte (Megaptera novaeangliae) Tregistradas pela equipe do Instituto Baleia Jubart.

FONTE: <http://www.baleiajubarte.com.br/>.

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COMUNIDADE PLANCTONICA

A comunidade fitoplanctônica das lagoas estudadas apresentou, basicamente, as mesmas espécies, com destaque para Oscilatoria sp. (42%) e Cyclotela sp. (28%) (FIGURA 3-55).

O mesmo ocorreu com a comunidade zooplanctônica que foi representada pelos grupos Copepoda e Gastropoda com predominância quase absoluta, o que é característica de lagoas de águas paradas, com muita matéria orgânica (FIGURA 3-56).

COMUNIDADE BENTÔNICA

A comunidade bentônica registrada para as lagoas Timeantube e Jauara na área do empreendimento foi composta principalmente por fases jovens e adultas de insetos aquáticos. Além destes foram registrados em grande quantidade camarões e esponjas.

Representantes de Crustacea (camarão de água doce) e Insecta foram registrados nas duas lagoas e diferenças significativas não foram registradas entre elas. O camarão

42%12%

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10%

Cyclotera sp.

Appendicularia sp.

Oscilatoria sp.

Fitoflagelados

Outras

TFigura 3-55. TDensidade do Fitoplancton das lagoas estudadas, com destaque para Oscilatoria sp. (42%) e Cyclotela sp. (28%). Mata de São João-BA.

12%

62%26%

Copepoda

Grastropoda

OutrasFigura 3-56. Densidade do Zooplancton das lagoas estudadas, com destaque para o grupo Copepoda (62%) e Gastropoda (26%) Mata de São João-BA.

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registrado na área em estudo, apesar de seu pequeno porte e de não apresentar importância comercial, é componente fundamental das cadeias alimentares aquáticas.

IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES INDICADORAS DE ÁREAS ÚMIDAS SEGUNDO SEU CICLO DE VIDA

Por meio da análise do solo, do nível do lençol freático, do perfil esquemático e de observações da flora existente na área proposta para a intervenção tem-se como indicativo a ocorrência de espécies vegetais adaptadas a viver em ambiente de elevado grau de umidade (Comolia ovalifolia, Cuphea flava e Fimbristylis sp.), vegetação adaptada a viver em ambiente com mediana disponibilidade de água, no solo e na atmosfera (Clusia hilariana, Manilkara sp. e Byrsonima coccolobifolia) e vegetação adaptada a viver em ambiente inundado permanentemente (Pilosocereus catingicola e Bactris soeiroana).

Não foi observada a ocorrência de solo hidromórfico nas áreas do empreendimento propostas para intervenção. Em relação ao nível do lençol freático este é sempre superior a 80 cm nas diferentes tipologias vegetacionais estudadas.

3.3 MEIO SOCIOECONÔMICO E CULTURAL

O município de Mata de São João está formado pelos distritos de Açu da Torre e Amado Bahia, e pelos povoados de Pau D’Arco, Alto da Bela Vista e Núcleo JK. O distrito apresentado neste diagnóstico socioeconômico é Açu da Torre e as comunidades de Praia do Forte, Acuzinho, Tapera, Pau Grande, (Terra Nova), Barreiro, Açu da Torre, Malhadas, Campinas, Nambu, Olhos d’ Água, Sem Terra, Barro Branco, Sucuiu, Imbassai, Diogo, Areal, Vila Sauípe, Santo Antônio e Curralinho. As mudanças por que vem passando o Litoral Norte na Bahia nos últimos 30 anos trouxeram novos contingentes populacionais e novas técnicas de produção econômica para a região, que permitiram maior exploração dos seus recursos naturais, paisagísticos e humanos, em destaque no município de Mata de São João, o distrito de Açu da Torre. Esse novo potencial turístico chegou a levar algumas áreas à exaustão, como é o caso de Praia do Forte que não tem mais espaço para crescimento do comércio e moradia.

AÇU DA TORRE: SEU AMBIENTE E SUA HISTÓRIA

O processo histórico de ocupação e colonização da região litorânea do Norte da Bahia remonta a Francisco Garcia D’Avila que, chegando ao Brasil com a caravana de Tomé de Souza em 1549, fundou a fortaleza da Casa da Torre (FIGURA 3-57), principal centro de apoio do processo de interiorização e colonização da região Norte de Salvador. Os D’Avilas possuíram os primeiros navios que faziam os cruzeiros entre Lisboa, África e a América, estabelecendo uma importante rede de comunicação comercial entre os três continentes.

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Em 1852, com a morte do Visconde de Pirajá, o último morador da Torre, as propriedades foram divididas pelos herdeiros, os quais abandonaram grandes extensões de terras, dando origem às fazendas e pequenas povoações. O Castelo foi abandonado e a capela usada pela comunidade local.

Mata de São João é um município que atualmente atravessa uma fase de rearticulação na sua economia e na ocupação do seu território. Até a década de 1970, a economia municipal era comandada pelo setor rural, sem grandes expressividades na economia do Estado. A situação começa a sofrer substancial mudança a partir dos anos 80 com a implantação do Complexo Petroquímico de Camaçari (COPEC). As indústrias instaladas no município de apoio ao COPEC passaram a constituir-se no maior sustentáculo de arrecadação municipal.

Nos anos 90, com a formação da Linha Verde e principalmente com a construção da ponte sobre o rio Pojuca, o acesso ao município tornou-se mais fácil. Atualmente o turismo desponta como o novo vetor dinâmico da economia local, contrastando com as dificuldades dos setores rurais e industriais do município.

Com o objetivo de proteger à faixa ambiental da costa marítima de Mata de São João, devido ao rápido crescimento do turismo, a CONDER criou a Área de Proteção Ambiental (APA) do Litoral Norte, estabelecendo zoneamentos e controle das ocupações na orla marítima.

Na década de 1980, o empresário W. H. Klaus Peters comprou 12 quilômetros de faixa litorânea, totalizando 56.000 hectares na Fazenda Praia do Forte. Baseado na idéia de turismo sustentável e de consciência de preservação ecológica inaugurando o hotel “Praia do Forte Resort”. O projeto “Eco Turístico” envolveu a parceria de uma ONG, o Projeto TAMAR (Tartaruga Marinha), que se dedica à proteção da desova de algumas espécies de tartarugas marinhas, e que, a partir de Praia do Forte, se expandiu para outros locais de desova no litoral brasileiro, apresentando resultados considerados positivos pelos ambientalistas de modo geral.

Figura 3-57. Castelo Garcia D’Avila – Casa da Torre e a Capela. Mata de São João-BA.

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Na atualidade, o município apresenta três realidades econômicas quase que distintas, tem-se a economia urbana da sede e do distrito de Amado Bahia; a economia rural; e o turismo predominantemente na orla, no distrito de Açu da Torre.

POPULAÇÃO

A dependência das atividades extrativas da pesca e da mariscagem determinou o padrão demográfico da região, de forma que a maioria da população distribuía-se por pequenos povoados, situados geralmente na confluência dos rios, lagos, na beira mar e adentro do território continental. Tais povoados não contavam com mais de duzentos habitantes.

Ocupando uma área de aproximadamente 683 Km P

2, Pe densidade demográfica de 50,8

hab/Km P

2, Po município de Mata de São João possui uma população de 37. 201 habitantes

(IBGE, 2005). TABELA 3-4. População por situação de domicílio, 1991 e 2000 para o município de Mata de São João-BA.

POPULAÇÃO TOTAL 1991 2000

URBANA 30.535 32.568

RURAL 24.143 24.969

TAXA DE URBANIZAÇÃO 79,07% 76,67%

FONTE: IBGE (2000).

O Distrito de Açu da Torre que inclui as comunidades diretamente afetadas pelo empreendimento - Praia do Forte, Acuzinho, Tapera, Pau Grande (Terra Nova), Barreiro, Açu da Torre, Malhadas, Campinas, Nambu, Olhos d’ Água, Sem Terra, Barro Branco, Sucuiu, Imbassai, Diogo, Areal, Vila Sauípe, Santo Antônio e Curralinho - de acordo com dados do IBGE (2000) possui uma população estimada em, aproximadamente, 7.460 pessoas e 2.229 domicílios. Praia do Forte apresenta 17% da população estimada distrital, ocupando 319 domicílios, sendo superada apenas pela sede de Açu da Torre que representa 20% da população total do distrito que ocupa 367 domicílios. Imbassaí apresenta-se em menor escala com 288 domicílios sendo ocupados por 929 pessoas.

No distrito de Açu da Torre, que compõe a área de influência direta, 35% da população têm menos de 15 anos, sendo o volume desse contingente de 2.150 pessoas. A população considerada adulta, na faixa de 25 a 69 anos, é estimada em 2.418 pessoas (40%), com maiores concentrações, também, entre 25 e 39 anos, idades em que o aspecto mais relevante a ser considerado é a ocupação econômica. Já a terceira idade, na faixa de 70 a 80 anos ou mais, é formada por 171 pessoas, menos de 3% da população total.

Com base nos dados coletados junto ao IBGE (FIGURA 3-58), pode-se verificar um crescimento da Orla, a qual passou de aproximadamente 3.034 (1991) para 7.193 habitantes (2000), aumentando sua participação na população municipal de 10% para 22%. Nesse mesmo período, a área central do município cresceu apenas de 1.729 para 1.997 habitantes. Já a porção Oeste do território municipal, que envolve a Sede Municipal,

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perdeu 924 habitantes, passando de 25.353 para 24.429 habitantes e seu peso a nível municipal diminuiu de 84% para 72%.

A observação das taxas de crescimento específica da orla de Mata de São João demonstra que a expansão demográfica teve um caráter explosivo nesta zona (taxa média em torno de 8%a.a.), enquanto a taxa média do município atingiu o patamar de 0,72% (1991/2000). Este crescimento da orla é justificado pela implementação do turismo e de todas as variáveis a ele agregado: serviços, comércio, emprego, infra-estrutura etc.

Os dados levantados demonstram que em nove anos (1991/2000) a população da orla mais que dobrou (102% de crescimento absoluto), enquanto que a do interior reduziu em 3,89% em termos absoluto. Nesse ritmo, provavelmente nos próximos 20 anos, a população da orla deverá ter uma participação bem mais expressiva.

PARTICIPAÇÃO NA MÃO-DE-OBRA A SER UTILIZADA PELO EMPREENDIMENTO

A indústria de transformação, que até os anos 90 era o setor preponderante no município, em termos de geração de renda, experimenta a segunda maior participação com 21,60% e a agropecuária 12,09%.

Como destacado anteriormente, o impacto da economia do turismo só não tem maior relevância no município pelo fato dos complexos turísticos se apoiarem muito mais em setores econômicos modernos fora do município, portanto gerando renda que não é internalizada em Mata de São João.

A mão-de-obra local e regional poderá ser aproveitada na fase de implantação nas atividades de construção civil, limpeza, vigilância dentre outras e na fase de operação em todas as atividades relacionadas ou turismo e empreendimentos associados, no caso deste projeto ainda tem a Vila que através de parcerias com instituições públicas e privadas desenvolverá uma zona comercial onde serão gerados empregos e utilizada a mão-de-obra local.

Figura 3-58. Mapa de crescimento populacional e domiciliar. FONTE: Plano Diretor municipal de Mata de São João-BA.

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PRINCIPAIS CAMINHOS OU PASSAGENS UTILIZADAS PELA POPULAÇÃO NO SEU COTIDIANO (SERVIDÕES, VIAS DE ACESSO AO TRABALHO, LAZER, COMUNIDADES VIZINHAS E OUTRAS REGIÕES)

Saindo de Praia do Forte na direção de Imbassaí encontra-se uma trilha entre os quilômetros 57 e 58 da linha verde que corta a propriedade em direção ao mar. O ponto final da trilha se dá ao chegar à praia, no porto das jangadas conhecida como “Papa Gente” ou “Saquinho”. Esta servidão serve a alguns moradores da região como passagem com destino à praia, aonde as pessoas vão para tomar banho de mar, pescar e passear. Alguns moradores usam este caminho para colheita de espécies de plantas e frutos nativos.

Esta passagem é bastante antiga para os moradores da região. Os moradores que usam essa passagem para ir à praia e para pescar alegam que este caminho não pode ser fechado porque eles não têm dinheiro para pagar a passagem de ônibus de ida e volta, várias vezes por semana, é muito caro. Essa trilha ainda serve para aqueles que ainda têm na pesca sua fonte de renda, seja para o consumo da família seja para a venda ou troca.

Há uma preocupação por parte dos moradores com relação à construção do empreendimento quanto a permanência da trilha como garantia da continuidade da atividade pesqueira e de lazer. Contudo, as ruas, avenidas e alamedas da Vila Turística serão públicas, inclusive a via de acesso que partirá da Iberostar até a Vila, o que facilitará o acesso de pescadores, moradores e turista a praia. Deve-se ressaltar que a área de maior ocupação do terreno corresponde a Vila, localizada ao sul, próximo ao referido caminho de acesso.

Durante a Oficina Preparatória para a Audiência Pública realizada em dezembro de 2008, que contou com a presença das principais lideranças das comunidades da área de influência direta, foi levantada a questão do acesso a praia e pode-se esclarecer que o mesmo será garantido através das ruas, avenidas e alamedas públicas da Vila.

EXPECTATIVAS E POSSÍVEIS RESISTÊNCIAS DAS COMUNIDADES LOCAIS RELACIONADAS Á IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Na pesquisa de campo não foi identificado nenhum tipo de resistência das comunidades em relação à implantação dos empreendimentos existentes. Ao contrário, as pessoas acreditam que novos empreendimentos aumentarão a possibilidade de emprego e melhoria da qualidade de vida da população. Mas, acrescentam que é preciso investir na infra-estrutura da região com melhor e maior quantidade de transportes, estradas, escolas, e postos médicos, além de cursos profissionalizantes para os jovens. Existe apenas uma expectativa negativa, referente as servidões de passagem, contudo com a existência de acessos públicos na Vila e o esclarecimento junto as comunidades, poderão reverter este quadro.

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Volume V – RIMA, versão II 108

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FLUXOS MIGRATÓRIOS, IDENTIFICANDO: ORIGEM, TEMPO DE PERMANÊNCIA E CAUSAS DA MIGRAÇÃO, CONTEMPLANDO A POPULAÇÃO FLUTUANTE

Devido às diferenciações e especificidades dos distritos em estudos, estes dados serão demonstrados em grupos diferenciados: (1) Praia do Forte; (2) Campinas de Malhadas e Malhadas; (3) Açu da Torre e Açuzinho e (4) Imbassaí.

Conforme os dados obtidos pelo survey TP

14PT realizado para a presente pesquisa, pode-se

observar que há um relativo fluxo migratório nos distritos pesquisados. Praia do Forte, lugar com maior infra-estrutura turística, se destaca na região: 18% de imigrantes foram provenientes de outros municípios da Bahia; 11% de outros distritos do Município de Mata de São João; 27% de outros Estados brasileiros.

Em Praia do Forte a maior percentagem de imigrantes é oriunda da capital do Estado (Salvador). Observa-se também um fluxo expressivo de pessoas provindas de outros Estados brasileiros e até de outros países (FIGURA 3-59).

Nos distritos de Campinas de Malhadas e Malhadas, 32% dos migrantes foram de outros distritos do Município de Mata de São João, sendo que um número expressivo destes são oriundos de áreas rurais do município, que se muda para Campinas e Malhadas (FIGURA 3-60), com objetivo de encontrar possibilidades de desenvolvimento geradas pela proximidade do turismo de Praia do Forte. Em Açu da Torre e Açuzinho, os percentuais que indicam o fluxo e a origem da migração indicam que 32% dos residentes são também provindos de outros distritos menos desenvolvidos do que Açuzinho e Açu da Torre (FIGURA 3-61).

TP

14PT O Tsurvey Té um estudo feito para embasar a viabilidade técnica de um projeto obtido a partir do

levantamento prévio em campo.

Figura 3-59. Origem da migração no povoado de Praia do Forte, município de mata de São João-BA. FONTE: Pesquisa de campo

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Outro Estado Outro País Distrito deM.S. João

Capital doEstado

OutroMunicípio da

Bahia

Núm

ero

de p

esso

as

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Volume V – RIMA, versão II 109

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No povoado de Imbassaí os imigrantes que se destacam são de outros Estados do Brasil e estrangeiros. Este povoado diferencia-se dos demais pelo fato dos nativos, em sua maioria, ocuparem a região de Barro Branco, Diogo e Areal, e trabalharem em Imbassaí, Sauípe ou Praia do Forte.

EDUCAÇÃO

Assim como ocorre na maioria dos municípios brasileiros, três são os desafios a serem enfrentados no setor da educação: a inclusão das pessoas no sistema, a manutenção dos alunos no sistema e a elevação da qualidade do ensino.

A realidade de Mata de São João não é muito diferente da Bahia, apresentando um taxa de analfabetismo de 24,9% entre jovens de 10 a 25 anos de idade apresentados pelo IBGE em 2000. Não há dados disponíveis referentes aos anos posteriores (TABELA 3-5).

0 10 20 30 40

Outros Estados

Outros município daBahia

Distrito de M.S.João

Capital do Estado Figura 3-60. Origem do fluxo migratório nos distritos de Campinas e Malhadas, Mata de São João-BA. FONTE: Pesquisa de campo.

0 10 20 30 40

Outros Estados

Outros município daBahiaDistrito de M.S.João

Capital do EstadoFigura 3-61. Origem do fluxo migratório nos distritos de Açu da Torre e Acuzinho, Mata de São João-BA. FONTE: Pesquisa de campo.

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TABELA 3-5. Nível de educação da população jovem (1991 e 2000) para o município de Mata de São João-BA.

TAXA DE ANALFABETISMO

(%) COM MENOS DE 4 ANOS DE ESTUDOS

(%) COM MENOS DE 8 ANOS ESTUDOS DE ESTUDO

(%) FREQÜENTA ESCOLA/ 2000

FAIXA ETÁRIA

1991 2000 1991 2000 1991 2000 2000 7-10 38,1 19,9 - - - - 92,4

10-14 24,9 11,1 83,3 63,0 - - 95,2

15-17 13,4 6,4 42,8 29,4 91,2 91,1 79,0

18-25 16,8 7,4 32,8 23,8 74,2 - -

FONTE: IBGE 2000.

Na pesquisa de campo realizada em Praia do Forte, 20% dos entrevistados, entre 18 e 25 anos, possuem o ensino médio completo, enquanto 9% não concluíram o ensino fundamental. Já em Açu da Torre e Açuzinho, 19% dos entrevistados possuem o ensino médio completo, enquanto 24% não concluíram o ensino fundamental.

Em Imbassaí a situação do grau de escolaridade da população é mais grave quando 60% da população se apresentam sem instrução, enquanto apenas 15% são alfabetizados, 3,6% têm o fundamental incompleto, 7,9% o fundamental completo, 8,5% o ensino médio completo e 6,5% superior completo.

Uma das questões mais comentadas pelos representantes de associação dos moradores e pelos moradores entrevistados pela equipe de pesquisa é com relação à educação. A educação é um problema sério quando obriga diversos jovens a buscar a formação de nível médio e profissionalizante em outros municípios para que, assim possam ter acesso ao mercado de trabalho.

Nos povoados de Açu da Torre, Malhadas, Campinas de Malhadas e Imbassaí constatou-se uma escola em cada comunidade que atende os alunos do pré-escolar à 4ª série do ensino fundamental. O pré-escolar passa a ser uma realidade a partir deste ano de 2006, quando o ensino público municipal se obriga a manter o ensino pré-escolar em suas escolas.

No distrito de Açu da Torre há apenas uma escola de ensino médio situada em Açuzinho que atende a região a Escola Alaor Coutinho - que atende da 5ª série do ensino fundamental à 3ª série do ensino médio A FIGURA 3-62 apresenta duas escolas uma no povoado de Malhadas e outra em Açuzinho.

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A Fundação Garcia D’Ávila mantém um supletivo para atender aos jovens e adultos que estão fora da idade escolar, por meio do Programa EJA (Educação de Jovens e Adultos). A Escola Municipal José Seixas Filho em Imbassaí atende crianças do pré-escolar à 4ª série do ensino fundamental.

PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL/TURISMO E LAZER

Como era de se esperar, as manifestações tradicionais da cultura local estão em extinção ou passando por significativas transformações. Exemplo são as festas religiosas que envolviam e congregavam os moradores das localidades circunvizinhas. Outro exemplo: os Reisados e as Novenas que eram aguardados por todos com muita ansiedade estão praticamente extintos se não fosse a memória dos mais velhos que passam essa tradição de forma oral. Pode-se destacar entre as festas religiosas tradicionais que ainda se mantém, a do Padroeiro de Praia do Forte, São Francisco de Assis, acompanhada com novena, missa, procissão e danças.

O carnaval da região mantém algumas características tradicionais, como as caretas e as tabaroas. As crianças e os jovens se vestem com trapos velhos e cobrem o rosto com máscaras feitas com folhas de jornal, de árvores, cola feita de goma e argila (FIGURA 3-63). Os caretas saem na rua assustando as pessoas, fazendo brincadeiras, pedindo contribuições e não podem falar para não serem identificados.

Figura 3-63. Preparação de uma careta para o carnaval de Praia do Forte.

Figura 3-62. Em A: ESCOLA Municipal de Malhadas e em B: Escola Estadual Alaor Coutinho em Açuzinho. Mata de São João-BA

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As caretas ainda saem no carnaval, mas outras manifestações culturais como a Chegança, Zé de Vale, Terno da Baleia, Estrela, Terno do Sol, do Boi, da Traíra, as Comédias não existem mais.

Conforme relato dos moradores da região, o Samba de Roda é uma manifestação cultural que está aliada ao Candomblé, muito presente na tradição local. Mas até mesmo o Candomblé está adormecido devido o crescimento das Igrejas Evangélicas.

Em cada povoado encontrou-se representação de todas as religiões: Igreja Católica, Igrejas Evangélicas (Batistas, Assembléia de Deus) (FIGURA 3-64) e Terreiros de Candomblé.

Em Imbassaí tem-se em setembro a festa de Nossa Senhora das Dores, padroeira da região, sendo uma festa antiga.

Com relação ao artesanato a produção é tímida em todos os povoados. Poucas pessoas se dedicam ao artesanato e muito menos se tenta sobreviver apenas dessa prática. As pessoas que fazem artesanato de palha, piaçava ou argila buscam esse material nos arredores da região. Fato digno de nota é que em Praia do Forte muitos dos artesanatos que são vendidos nas lojas do comércio local, são trazidos de outras regiões do Estado e de outros Estados, em especial de Fortaleza.

O pouco artesanato local é feito de coco, palha de licuri, jornal e gesso. O trançado tupinambá com a palha de piaçava é feito em Diogo, onde se encontra a Casa do Artesão que concentra a produção da região, inclusive para exportação. O Trançado Tupinambá é uma tradição deixada pelos índios que utilizavam a piaçava para fazer utensílios e adereços. Atualmente, o principal problema dessa modalidade de artesanato é o acesso à planta. Devido à ocupação e privatização da área torna-se cada vez mais difícil encontrar a palha de piaçava e os poucos artesãos que ainda se dedicam a essa atividade precisam caminhar muito para encontrar e poder colher a matéria prima do seu trabalho.

0

10

20

30

40

50

60

70

Católica

Assembléia

Test. Jeová

Batista

Espirita

Ateu

Sem religiãoFigura 3-64. Representatividade das Religiões existentes em Praia do Forte, Açuzinho, Açu da Torre, Campinas, Malhadas e Imbassaí.

FONTE: Pesquisa em campo.

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O monumento histórico de maior relevância do Litoral Norte é o Castelo Garcia D’Ávila, sendo hoje a grande atração turística e histórica da região, que após reformas para revitalização das ruínas, representa a maior e mais imponente residência feudal do Brasil colônia e que recebe vários visitantes para apreciação da sua beleza.

Em relação aos aspectos arqueológicos referentes a área, deve-se destacar que todo o Litoral Norte do Estado da Bahia foi intensamente habitado por tribos indígenas de origem Tupi-guarany (notadamente os Tupinambá e seus antepassados), além de estar localizada no trajeto das “rotas migratórias” pré-históricas. Outro aspecto relevante é que a região integrou amplamente as terras pertencentes ao patriarca Garcia D’Ávila e seus descendentes, aumentando, assim, as suas potencialidades arqueológicas da mesma. Assim, serão adotados todos os procedimentos estabelecidos na legislação federal referente as etapas de prospecção e salvamento dos materiais arqueológicos que por ventura existam na área.

Figura 3-65. Prancha com fotos de templos religiosos encontrados em povoados de Mata de São João-BA. Em A: Igreja de São Francisco de Assis na Vila de Praia do Forte; B: Igreja de São Pedro em Açu da Torre; C: Igreja Batista de Campinas; D: Igreja Batista de Açuzinho; E: Assembléia de Deus de Malhadas. Mata de São João-BA.

A B

C D

E

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PRINCIPAIS ATIVIDADES DE LAZER

Nos povoados da área de influência direta o lazer principal é o banho de mar e de rio, encontro em barzinhos, futebol e o jogo de dominó se destacam como as principais atividades de lazer.

Grande parte dos moradores não tem acesso às atividades de lazer existentes em Praia do Forte, os custos são inacessíveis para a comunidade nativa e os preços que pagam para o uso de qualquer serviço é igual ao dos turistas.

ORGANIZAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA/NÍVEL DE VIDA

A região em estudo ainda apresenta uma organização social baseada na estrutura familiar extensa e em redes de vizinhança, onde os conflitos, as necessidades e os projetos para melhoria da comunidade são usualmente discutidos entre os moradores.

As famílias das comunidades estudadas possuem a organização convencional, pai, mãe, filhos (famílias nucleares, mais jovens) e algumas famílias intermediárias (famílias extensas), as quais o filho (a) mais velho (a) casa e continua morando com os pais até conseguir renda suficiente para construir sua própria moradia.

É comum perceber que os filhos constroem suas casas no mesmo terreno dos pais, assim constituindo uma rede familiar de ajuda mutua. O sistema de ajuda interfamiliar e entre vizinhos é uma estratégia de sobrevivência, primeiro porque os filhos se casam muito cedo (união não formal) e a renda per capita é baixa.

Não há maiores especificidades nas atividades cotidianas desenvolvidas pela comunidade do município de Mata de São João que o diferencie de outros municípios. Chama a atenção a freqüência de jovens e adultos, tanto homens como mulheres, nos bares da comunidade. Esses bares passam a ser o ponto de encontro dos amigos e familiares, propiciando a ingestão de bebida alcoólica como rotina dessas pessoas. A TABELA 3-6 apresenta O resultado da pesquisa de campo, onde foram entrevistados crianças, jovens, adultos e velhos, homens e mulheres.

TABELA 3-6. Atividades cotidianas desenvolvidas pela população.

FAIXA-ETÁRIA ATIVIDADES COTIDIANAS DESENVOLVIDAS PELA POPULAÇÃO

CRIANÇA

(0 –10 ANOS)

MASCULINO – Brincam de correr, carro, corre-corre, bola, esconde-esconde etc.; vão à escola e assistem televisão.

FEMININO – Brincam de correr, casinha, boneca, esconde-esconde etc.; vão à escola e assistem televisão.

ADOLESCENTE

(10 –18 ANOS)

MASCULINO – Jogam futebol, tomam banho de rio e mar; ajudam a família nas tarefas diversas; jogam dominó; começam a freqüentar bares; vão a escola e assistem televisão. Alguns começam a trabalhar na rede hoteleira, em funções mirins.

FEMININO – Vão à igreja, algumas costuram; tomam banho de rio e mar; ajudam à família nas tarefas domésticas; vão à escola e assistem televisão. Algumas começam a trabalhar na rede hoteleira, em funções mirins.

ADULTO MASCULINO – Trabalham; jogam futebol, dominó, baralho nos barzinhos, vai à praia nos

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(19 – 60 ANOS) momentos de lazer; cuidam da família e assistem TV.

FEMININO – Trabalham; cuidam da casa e da família; freqüenta a igreja; os bares; visitam amigas e familiares e assistem TV.

IDOSO

(ACIMA DE 60)

MASCULINO – Recebem aposentadoria, descansam e vão à igreja.

Feminino – Recebem aposentadoria, descansam, cuidam da casa e dos netos; vão à igreja.

FONTE: Pesquisa de Campo 2006.

Uma importante característica da região de Açu da Torre é a organização da população em associações de comunidade e centros comunitários (FIGURA 3-66). A atuação dessas entidades vem marcando a história dos povoados nos últimos anos, onde o nível de agregação dos residentes em torno de assuntos que atingem o seu cotidiano é fator relevante para o desenvolvimento da cidadania e da consciência acerca dos problemas do município e das suas soluções, atualmente reforçado pelo trabalho do Orçamento Participativo.

SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO

O saneamento básico é um dos problemas mais graves apresentados pela população de Açu da Torre. No distrito de Açu da Torre, apenas a 60 Km de Salvador e diretamente atingido pelo desenvolvimento turístico da região, as pessoas vivem sem água tratada, sem rede de esgoto, sem sistema de transporte público e sem uma educação de qualidade. As pessoas usam a água dos rios, das fontes, de poços e cisterna que, pela poluição, estão secando.

Figura 3-66. Associação dos moradores de Malhadas e Campinas, município de Mata de São João-BA.

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SAÚDE PÚBLICA

Na região em estudo as carências em saúde pública são muitas e os avanços muito lentos e o cenário da saúde é preocupante. Os hospitais mais próximos estão em Camaçari, divisa de Salvador com Lauro de Freitas e Mata de São João.

A oferta dos serviços de saúde é baixa com apenas três Postos de Saúde no Distrito de Açu da Torre: um localizado em Açuzinho, um em Praia do Forte, e o terceiro em Imbassaí. Os postos de saúde apresentam atendimento de emergência, enfermagem, clínica médica, pediatria, dentária, obstetrícia e ginecologia.

O Posto de Saúde de Açuzinho atende toda a região do Distrito de Açu da Torre com clínica médica, pediatria, PSF, obstetrícia, atendimento especial à pressão alta e diabetes, e dentista (saúde bucal). Diariamente são distribuídas 20 fichas para consulta para manhã e tarde, e 06 fichas para atendimento dentário, também pela manhã e tarde.

O Programa de Saúde da Família (PSF) e o Programa de Agentes Comunitários (PACS) funcionam como indicadores de atenção básica no município. O somatório desses dois programas demonstrou um progresso crescente nos últimos anos, embora apresentem dificuldades diante de questões como o número insuficiente de agentes de saúde.

Entre as enfermidades notificadas, os maiores percentuais correspondem a doenças relacionadas às condições de vida da população, que poderiam ser evitadas com a implantação do saneamento básico, da água encanada e tratada, e com a imunização, a exemplo da coqueluche. As doenças redutíveis com a implantação de saneamento básico como a esquistossomose (24,5%) e a hepatite (15,3%) preocupam bastante os profissionais da saúde. Em seguida, estão aquelas redutíveis por programas especiais de saúde, na qual se destaca a meningite (24,9%). Outra preocupação registrada é o elevado índice de gravidez na adolescência e a falta de um programa de planejamento familiar na região, tendo apenas uma orientação dos médicos no posto de saúde.

FIGURA 3-67. Poço em Campinas de Malhadas. Mata de São João-BA.

FIGURA 3-68. Poço de água em Malhadas. Mata de São João-BA.

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Com a implantação do empreendimento há que se ter cuidado com a questão do saneamento básico e água de boa qualidade, ou melhor, com a infra-estrutura.

De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (TABELA 3-7), dentre as doenças endêmicas com registro para o município de Mata de São de João e que podem ocorrer na área de influência direta, são a esquistossomose e a dengue, podendo haver um risco de aumento de número de casos das mesmas devido ao aumento populacional decorrente da implantação e operação do empreendimento.

TABELA 3-7. Casos notificados (número e coeficiente de incidência por 100.000 hab.) de algumas doenças de notificação obrigatória, segundo ano de ocorrência no município de Mata de São João - Bahia - 2005 – 2006

ANO 2005 2006 AGRAVO Nº COEF Nº COEF AIDS 2 5,9 1 2,9 Acidente por Animais Peçonhentos 5 14,8 8 23,5 Atendimento Anti-Rábico Humano 186 549,6 169 496,0 Condiloma Acuminado (verrugas anogenitais). 3 8,9 5 14,7 Dengue 65 192,1 9 26,4 Doenças de Chagas Aguda 0 0,0 3 8,8 Doenças Exantemáticas 19 56,1 7 20,5 Esquistossomose 58 171,4 208 610,5 Gestantes HIV + e Crianças Expostas - - 1 2,9 HanseníaseP

(1)P 5 1,5 7 2,1

Hepatite Viral 10 29,5 10 29,4 Herpes Genital 1 3,0 5 14,7 Leishmaniose Tegumentar Americana 3 8,9 - - Leishmaniose Visceral 1 3,0 1 2,9 Leptospirose 2 5,9 - - Meningite 9 26,6 14 41,1 Sífilis em Adulto (Excluída a forma primária) 2 5,9 4 11,7 Síndrome do Corrimento Cervical 3 8,9 14 41,1 Síndrome do Corrimento Uretral 3 8,9 1 2,9 Tuberculose 21 62,1 10 29,4 Fonte:SESAB/SUVISA/DIS/SINAN (1) Coeficiente por 10.000 Habitantes Nota: Aids,Tuberculose, Hanseníase e Leishmaniose Tegumentar Americana são referentes a casos confirmados

A esquistossomose está relacionada as condições sanitárias, assim a implantação de um canteiro de obras com infra-estrutura sanitárias e ações de educação ambiental junto aos trabalhadores serão de suma importância. Com relação a Vila e hotéis, estes serão ocupados somente quando estiverem implantado todo o sistema de infra-estrutura, inclusive sanitária.

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Com relação a dengue, medidas preventivas e educativas deverão ser adotadas, juntamente com ações implantadas pelas políticas públicas existentes no estado e município.

Outras doenças que não são endêmicas, mas que merecem atenção são as DST´s/AIDS, tanto na fase de implantação como de operação do empreendimento. Assim, o trabalho educativo de prevenção destas doenças, principalmente através de parcerias com o poder público e organizações não governamentais, será importante para que não haja aumento significativo de casos das mesmas.

ESTADO NUTRICIONAL DA POPULAÇÃO; HÁBITOS ALIMENTARES; SISTEMA DE ABASTECIMENTO E PRODUÇÃO.

A população das áreas estudadas tem uma alimentação muito simples e pouco variada. Os hábitos alimentares se resumem ao feijão, farinha, carne, peixe e mandioca (no almoço) e café com pão (pela manhã e à noite). Com a farinha que produzem na região fazem os beijus, que são famosos. As frutas que dão na região como o coco, a manga, a jaca, a carambola são usados como complemento alimentar e são cultivados em quintais para consumo familiar e não comercial, com exceção do coco. Algumas frutas nativas como o caju, cambuí, maçaranduba e mangaba são coletadas em terrenos com vegetação natural, inclusive na área do empreendimento, também fazem parte da complementação alimentar destas populações.

A região estudada não produz alimentos suficientes para abastecer à população local que é abastecida por Salvador, Camaçari, Barra de Pojuca, pela linha verde e Centro de Mata de São João.

Nos povoados as pessoas abastecem suas casas com alimentos comprados nos mercadinhos locais e das redondezas, como em Barra de Pojuca e no centro de Mata de São João (FIGURA 3-69).

Apesar de localizado em uma região costeira, o distrito de Açu da Torre não desenvolve uma produção comercial de peixes, moluscos e crustáceos, a pesca está resumida a uma atividade artesanal, em pequena quantidade.

Figura 3-69. Um Mercadinho na sede de Açu da Torre. Mata de São João-BA.

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Os moradores de Açuzinho e Praia do Forte pescam no mar, poucos pescam em rios, mas a pesca está bastante prejudicada na região, tanto por falta de incentivo do governo como pela saída dos jovens para o setor do turismo.

SEGURANÇA PÚBLICA/PODER JUDICIÁRIO

Em Praia do Forte encontra-se uma delegacia da Polícia Civil, a 1ª DPA – Delegacia de Proteção Ambiental do Estado da Bahia (FIGURA 3-70). Esta delegacia foi implantada há 15 anos na região para atender a circunscrição de Mata de São João, a princípio atendendo apenas crimes ambientais.

Hoje esta delegacia atua de forma circunscricional, abrangendo as localidades ao longo da linha verde, entre Barra de Pojuca e o Complexo Hoteleiro Costa do Sauípe. A delegacia atua com um efetivo de 20 policiais, dos quais 95% têm nível superior ou está a caminho, além de dois delegados, escrivão e chefe de cartório. O corpo policial apresenta um alto nível de qualificação, mas não recebe orientações para trabalharem com a questão especifica que é Proteção Ambiental. A delegacia apresenta uma carência em sua estrutura que conta apenas com uma linha telefônica, um fax, duas viaturas e uma motocicleta e nenhum serviço de internet.

A Delegacia de Praia do Forte realiza um trabalho em parceria com o IBAMA, o IMA e a Polícia Militar atendendo aos crimes comuns da região, mas a maior problemática está em torno da questão civil, problemas com consumo de álcool e contratos de aluguel.

Possivelmente algumas ocorrências não são registradas, principalmente as relacionadas a violência doméstica e pequenos roubos e furtos, devido a falta de hábito ou receio da população de registrar estas ocorrências.

O Poder Judiciário é exercido pelas Promotorias do Ministério Público Estadual através de duas Promotorias Regionais, a primeira em Alagoinhas, com jurisdição sobre o município de Entre Rios, e a quinta em Camaçari, com jurisdição sobre Lauro de Freitas e Mata de São João. Em Salvador o Ministério Público Estadual atua por meio de promotorias distritais e promotorias especiais e especializadas. O Ministério conta com o apoio

Figura 3-70. Delegacia da Polícia Civil (1ª DPA) em Praia do Forte. Mata de São João-BA.

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operacional voltado para o meio ambiente, além de quatro promotorias especializadas na área, através das quais atua no âmbito da APA Litoral Norte.

ECONOMIA

As atividades agropecuárias, extrativista vegetal e animal foram registradas entre os habitantes da área de influência direta do empreendimento. Entre as atividades agrícolas sobressai a agricultura de subsistência adaptada aos solos da região, cultivada em pequenas glebas ou nos quintais nos fundos das casas com plantações de mandioca, coco-da-baía, feijão, mangaba, milho, tomate, manga e caju. Entre esses, destaca-se o cultivo da mandioca para o preparo da farinha, produzida e consumida na região.

A produção pecuária do município de Mata de São João (TABELA 3-8) tem em destaque a criação de galinhas, galos e frangos com 490.340 cabeças, seguida da criação de bovinos com 26.970 cabeças.

TABELA 3-8. Produção da pecuária do município de Mata de São João-BA para o no de 2003.

REBANHO QUANTIDADE (CABEÇAS) BOVINO 26.970 SUÍNOS 3.144 EQÜINOS 1.134 ASININOS 247 MUARES 399 BUBALINOS 1.661 COELHOS 9.450 OVINOS 2.010 GALINHAS GALOS E FRANGOS 490.340 CAPRINOS 6.111 FONTE: IBGE (2003).

A produção de coco, frutas, raízes, leite ou carne não tem grande expressão no conjunto do Estado, mas atende ao mercado regional. Os produtos são vendidos na própria região. Entre os cultivos de caráter permanente destacam-se as frutas como o coco (FIGURA 3-71), a banana, o cacau, a laranja, o limão, a manga, o caju, dentre as quais o coco recebe destaque representando 7,1% de área plantada e 6,3% da produção total da Bahia.

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A mariscagem e a pesca, em menor escala, está resumida a uma atividade secundária para o provimento doméstico não acompanhando a tradição de uma vila pesqueira (FIGURA 3-72).

Como já observado, a produção do artesanato tem um lugar muito tímido na economia local. A piaçava e o coco são matérias primas dessa atividade, ocupando algumas mulheres e crianças que, assim, ajudam na economia da família. As trançadeiras desenvolvem o artesanato a partir da coleta e beneficiamento da palha de piaçava e costuram as peças com a fibra de licuri. As localidades de Diogo e Santo Antônio são consideradas como as mais representativas da produção artesanal na região, mas são pouco aproveitadas e o produto é comercializado localmente.

Os produtos do extrativismo vegetal comestível presentes na área são cambuí, pitanguinha, maçaranduba, caju, guajirú e mangaba, sendo que a maioria destas plantas tem o período de frutificação no verão, quando a coleta é mais intensa.

Figura 3-71. Homem carregando caminhão com a produção do coco-da-baia. Mata de São João-BA.

TFigura 3-72. Pequenas embarcações que são usadas para a pesca de Praia do Forte. Mata de SãoT João-BA.

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A produção industrial é de pouca expressão e compõe-se de pequenas unidades que se localizam nos núcleos urbanos para a fabricação de bens de consumo final. A indústria de transformação de reduzida tecnologia limita-se a poucas casas de farinha, carpintarias, fábricas de gelo, artesanato. Uma rede de serviços cresce como restaurantes, hotéis, imobiliárias, borracharias, oficinas mecânicas, lojas de material fotográfico, contadores, advogados, tudo associado a recepção dos turistas das mais variadas partes do Brasil e do mundo.

O comércio varejista assume uma importância cada vez maior na economia da região. Pequenos estabelecimentos comerciais de gêneros alimentícios básicos, bares, padarias, açougues, peixaria, lojas de material de construção (FIGURA 3-74) constitui uma possibilidade para aqueles que não foram absorvidos na rede hoteleira da região.

Figura 3-73. Aspecto geral da copa, folhas e frutos do guajirú.

Figura 3-74. Em A: Panificadora e Mercadinho em Açu da Torre. Em B: Casa de Material de Construção em Malhadas. Mata de São João-BA.

A B

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Como o objetivo de promover a caracterização da economia do município, com ênfase nas comunidades em estudo, pode-se afirmar que a principal fonte de renda dos moradores de Praia do Forte, Açu da Torre, Açuzinho, Campinas de Malhadas e Malhadas e Imbassaí é o turismo e os serviços de apoio que se desenvolvem em torno dele (FIGURA 3-75 e 3-76).

Outro setor de destaque na região é a construção civil. Percebe-se o aumento do comércio e de trabalhadores envolvidos em construções de residências, condomínios, pousadas, resorts e complexos hoteleiros.

EMPREGO E RENDA

O turismo no município de Mata de São João se destaca com grande força nos setores econômicos e no PIB municipal. Os serviços de apoio ao turismo, segundo dados (PRODETUR II – PDITS – com base em dados – FIPE/2000), participa com 33,08% do PIB municipal.

Um fator relevante que atesta a importância da atividade turística no município é a participação percentual dos empregados nesse setor em relação ao total de empregados como está demonstrado na TABELA 3-9.

TABELA 3-9. Empregados e participação do turismo – 1995/2000 - município de Mata de São João-BA.

ATIVIDADES 1995 2000 TOTAL DE EMPREGADOS DO MUNICÍPIO 1.383 4.275 TOTAL DE EMPREGADOS DO TURISMO 335 1.661 PARTICIPAÇÃO DO EMPREGADO NO TURISMO 24,2% 38,85% FONTE: PRODETUR II – PDITS – com base na RAIS.

Figura 3-75. Baiana em Praia do Forte recepcionando os turistas. Mata de São João-BA.

TFigura 3-76. Comércio e Turismo em Praia do Forte, Mata de São João-TBA.

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A 3-10 apresenta a estrutura empresarial do município que demonstra a participação do turismo no item de alojamento e alimentação em destaque com 145 unidades empregando 2.249 pessoas com salário, perdendo apenas para o comércio com 379 unidades, mas empregando apenas 307 pessoas com salário.

TABELA 3-10. Estrutura empresarial do município de Mata de São João-BA. UNIDADES TOTAL DE PESSOAS

OCUPADAS TOTAL DE PESSOAS OCUPADAS E

ASSALARIADAS Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Exploração Vegetal.

08 86 46

Indústria Extrativa 01 Não disponível Não disponível Indústria de Transformação 30 313 270 Comércio 379 616 307 Construção Civil 16 32 06 Alojamento e Alimentação 145 2.439 2.249 Transporte, Armazenagem e Comunicação.

26 178 126

Atividades Imobiliárias 39 442 408 Adm. Pública, Defesa e Seguridade Social

03 830 830

FONTE: IBGE (2003).

A População Economicamente Ativa (PEA) do distrito de Açu da Torre está ocupando postos de trabalho no setor de serviços, comércio, construção civil e agropecuária. Uma das maiores dificuldades da população local é ocupar postos de trabalho que exigem qualificação profissional, pois o perfil escolar da região é de ensino fundamental e médio. Os postos de trabalho que exigem profissionais especializados e ou com nível superior são preenchidos por pessoas de outras regiões, a exemplo de Salvador.

Diante deste quadro percebe-se a urgência de se criar cursos profissionalizantes na região ou facilitar o acesso das pessoas a outras regiões próximas para capacitar profissionalmente como forma de criar condições sustentáveis diante das demandas dos grandes empreendimentos voltados para o turismo.

Mesmo diante deste quadro o índice de chefes de famílias desempregados na parte litorânea do município de Mata de São João é baixo. Para os que não estão legalmente empregados percebe-se o exercício de alguma atividade geradora de renda. Na pesquisa realizada, o maior índice de atividades ou serviços geradores de renda é na Praia do Forte. Em Açu da Torre e Açuzinho, o índice de empregados é de 57% dos chefes de família, sendo que quase a totalidade desta percentagem é empregada na Praia do Forte, na rede hoteleira ou em serviços correlacionados ao turismo. Em Campinas de Malhadas e Malhadas, o índice de empregados 55% dos chefes de famílias desenvolvendo atividades na área do turismo.

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TURISMO

A maior concentração de empresas na orla de Mata de São João encontra-se no ramo das atrações turísticas.

Praia do Forte é a localidade em Mata de São João que possui mais estabelecimentos hoteleiros, 2.227 leitos disponíveis e 4.600 leitos previstos após a construção do Complexo Turístico Iberostar, totalizando 6.827 leitos. Obtendo uma fatia de 31% em relação ao litoral municipal.

4.0 IMPACTO AMBIENTAL

Neste item serão apresentados os principais impactos decorrentes das diferentes atividades a serem desenvolvidas pelo empreendimento, a metodologia utilizada, a matriz de interação e um balanço gerado no ambiente em função das ações e medidas adotadas para mitigar ou maximizar os efeitos.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a avaliação dos principais impactos adotou-se a metodologia apresentada por Andreoli & Brito (1995) com modificações.

Foram considerados no processo de avaliação, os impactos em função da sua importância/magnitude ao longo das diferentes fases do empreendimento, levando-se em consideração os impactos sugeridos no Termo de Referência aprovado pelo CEPRAM que se aplicam a realidade da avaliação em questão, sendo que alguns sofreram alterações e/ou ajustes, outros não foram apresentados, por não se aplicarem ao empreendimento em questão, a exemplo do impacto “conflitos fundiários e provável existência de pesquisa e/ou lavra na poligonal do empreendimento junto ao DNPM”.

Outros impactos foram unificados, a exemplo do impacto “análise de alterações demográficas com as mudanças socioculturais”, proposto pelo Termo de Referência, foi abordado na avaliação nos impactos: Restrição do trânsito de pessoas na área de intervenção, Aumento sazonal da população, Intensificação na dinâmica econômica local e Modificação do estilo de vida da população local; já o impacto “análise das possíveis alterações na diversidade e composição da fauna, perdas de meios da fauna silvestre” e “alterações sobre o comportamento do meio biótico” foram contemplados nos impactos: Interferência na biodiversidade local e Interferência na reprodução das tartarugas marinhas.

Alguns termos apresentados no TR foram mantidos a exemplo de: alteração da paisagem, aumento da oferta de emprego, alterações nos sítios de importância histórica, cultural, arqueológica e paisagística e aumento do risco de erosão dentre outros.

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I CADEIA DE EFEITOS

Na cadeia de efeitos, são elencadas as fases, as ações e os impactos decorrentes de cada ação.

II CHECK LIST

No check list, apresenta-se uma avaliação de impacto integrada, facilitando a compreensão do grau previsto para o impacto e das respectivas medidas ambientais.

O check list contém a Identificação, Descrição, Classificação, Previsão da Magnitude, Interpretação da Importância, Proposição das Medidas Ambientais e a Ponderação dos principais impactos, bem como avaliação da necessidade ou não de monitoramento, considerando-se as ações a serem desenvolvidas nas diferentes fases do empreendimento.

O check list será apresentado da seguinte forma:

Fase

AÇÃO:

IMPACTO:

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE:

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA:

MEDIDAS AMBIENTAIS:

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PONDERAÇÃO DO IMPACTO: Imp/Mag

(-5 à +5) Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência (1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS.

Para a classificação adotou-se os seguintes aspectos:

INCIDÊNCIA DIRETO Quando resulta de uma simples relação causa - efeito INDIRETO Quando é uma relação secundária em relação a ação. É parte de

uma cadeia de reações

NATUREZA POSITIVO Quando uma ação resulta na melhoria de um ou mais fatores

ambientais NEGATIVO Quando a atividade resulta em situação adversa para um ou mais

fatores ambientais

REVERSIBILIDADE REVERSÍVEL Quando o fator ambiental retorna as suas condições originais depois

de cessada a ação. IRREVERSÍVEL Quando não retorna às condições originais, mesmo cessada a ação.

DURAÇÃO

IMEDIATO Quando o impacto ocorre logo em seguida à ação MÉDIO PRAZO Quando o impacto se ocorre certo tempo após ação LONGO PRAZO Quando o impacto ocorre após um longo período da ação

PERIODICIDADE

TEMPORÁRIO Quando o efeito só dura determinado período de tempo INTERMEDIÁRIO Quando o efeito possui recorrência em função das atividades

desenvolvidas PERMANENTE Quando o efeito dura para sempre

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PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA OCORRÊNCIA REMOTA

Quando é muito pequena a probabilidade de ocorrer o impacto

OCORRÊNCIA PROVÁVEL

Quando é quase certa a ocorrência do impacto

CERTEZA DE OCORRÊNCIA

Quando existe a certeza da ocorrência do impacto

EXTENSÃO

LOCAL Quando a ação afeta apenas o próprio sítio e suas imediações REGIONAL Quando um efeito se propaga por uma área além das imediações

onde se dá a ação ESTRATÉGICO Quando ocorre em uma área de interesse coletivo ou nacional.

Na ponderação dos impactos foram levados em consideração a magnitude/ importância, reversibilidade, duração e probabilidade de ocorrência do impacto e extensão adotando-se, quando possível, as medidas mitigadoras, compensatórias ou maximizadoras de forma a se demonstrar a importância da adoção das mesmas, para melhoria do projeto.

Para a ponderação foram estipulados valores aos itens analisados, utilizando-se os seguintes critérios de valores:

UMagnitude/Importância

Traduz o significado do impacto existente aliado a sua dimensão. Adotou-se uma escala de valores variando de 1 a 5, podendo ser positivo (+) ou negativo (-), permitindo desta forma expressar, em um único índice, a grandeza e a natureza do impacto.

Escala de Valores:

1 – Insignificante 2 - Baixo 3 - Médio 4 - Alto 5 - Muito alto

UReversibilidade

1 – Reversível 2 – Irreversível

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UDuração

Considerada segundo a persistência do impacto no ambiente, atribui-se os seguintes valores:

1 - Temporário. 2 – Intermediário. 3 - Indeterminado.

UOcorrência

1- Ocorrência remota. 2- Ocorrência provável. 3- Certeza de ocorrência.

UExtensão

Para ponderar a extensão do impacto, levou-se em consideração a área de influência, adotando uma variação de 1 a 3 na escala de valores descrita abaixo:

1 – Local. 2 – Regional. 3 - Estratégico.

Para obtenção dos totais, os valores determinados para cada impacto, são multiplicados entre si numa progressão geométrica, onde podem ser comparados os impactos com e sem a adoção das medidas mitigadoras, compensatórias ou maximizadoras.

Exemplo:

PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Magnitude (-5 à +5)

Importância (1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Duração (1 a 3)

Ocorrência (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

(+)2 1 2 1 3 (+)12

SEM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS (+)3 1 2 1 3 (+)18

III MATRIZ DE INTERAÇÃO

Será apresentada a matriz de interação dos impactos considerando-se a avaliação dos impactos nas diferentes fases do empreendimento.

A matriz levará em conta a natureza dos impactos, especializando os seus efeitos nas diferentes etapas do empreendimento.

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IV BALANÇO GERAL DOS IMPACTOS

Apresentação de uma avaliação geral dos impactos concluindo-se pela ponderação dos positivos e negativos nas diferentes fases do projeto.

Cadeia de Efeitos

FASE DE PROJETO E ESTUDO AÇÃO: ELABORAÇÃO DE ESTUDOS TÉCNICOS E SOCIOAMBIENTAIS • Geração de material técnico-científico referente aos meios físico, biótico e antrópico. • Aumento do nível da expectativa na população local • Planejamento socioambiental do projeto. FASE DE IMPLANTAÇÃO AÇÃO: EDIFICAÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO DO CANTEIRO-DE-OBRA • Risco de contaminação da água e solo. • Aumento da pressão antrópica sobre o meio biótico • Aumento do risco de disseminação de doenças infecto-contagiosas. • Aumento na oferta de empregos diretos e indiretos. AÇÃO: INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURA BÁSICA E DO PROJETO ARQUITETÔNICO. • Risco de erosão e assoreamento. • Interferência na hidrodinâmica local • Alteração da paisagem • Interferência na biodiversidade local • Interferência na reprodução das tartarugas marinhas • Restrição no trânsito e usos da área de intervenção. • Aumento sazonal da população. • Intensificação na dinâmica da economia local • Interferência na infra-estrutura local. • Alteração nos sítios de importância histórica, cultural, arqueológica e paisagística. • Desmobilização da mão-de-obra utilizada na implantação do empreendimento. • Geração de ruídos e particulados.

FASE OPERAÇÃO

AÇÃO: OCUPAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS HOTELEIROS E DA VILA RESIDENCIAL.

• Aumento do risco de contaminação do solo e água. • Aumento da pressão antrópica sobre as formações eólicas.

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• Interferência na biodiversidade local e risco de proliferação de pragas e doenças. • Interferência no sucesso reprodutivo das tartarugas marinhas. • Aumento nas demandas dos projetos TAMAR, Baleia Jubarte e Castelo Garcia d’Avila. • Incremento da oferta de empregos permanentes e temporários. • Modificação do estilo de vida da população local. • Modificação no uso da área e das servidões de passagem. • Desenvolvimento econômico regional. • Aumento dos serviços básicos de apoio e infra-estrutura a serem disponibilizados a

população • Incremento na arrecadação de impostos.

Check List

FASE DE PROJETO E ESTUDO

AÇÃO: ELABORAÇÃO DE ESTUDOS TÉCNICOS E SOCIOAMBIENTAIS

• Meio Socioeconômico

IMPACTO: GERAÇÃO DE MATERIAL TÉCNICO-CIENTÍFICO REFERENTE AOS MEIOS FÍSICO, BIÓTICO E ANTRÓPICO.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

Para a elaboração do EIA/RIMA é necessária a realização de um diagnóstico ambiental da área de influência do empreendimento, onde são levantados dados e informações referentes aos meios físico, biótico e antrópico. Desta forma, organizou-se uma equipe técnica formada por profissionais de diversas áreas, onde participaram da elaboração dos estudos geólogos, geógrafo, engenheiros florestais, biólogos e sociólogo, além de graduandos diversas áreas.

Diversas metodologias foram utilizadas para o levantamento de dados e informações, podendo-se destacar as visitas a campo, entrevistas, aplicação de questionários, levantamento de dados secundários e bibliográficos, atividades de laboratório, tratamento e processamento de imagens e fotos aéreas para elaboração de mapas temáticos, além de tratamento de dados em escritório. O levantamento de dados e informações através de dados secundários e primários coletados na área de estudo, resultou na elaboração de textos, figuras, quadros, tabelas e mapas temáticos, representando uma produção do conhecimento, além de sistematização de informações já existentes para compor o EIA/RIMA da área de estudo que serão públicos.

Este impacto é positivo e de grau médio, devido à extensão da área de estudo.

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CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função da metodologia e tratamento das informações.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função da extensão da área considerada para a realização dos estudos.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Contração de uma equipe multidisciplinar composta por técnicos especializados para a elaboração dos estudos.

Parceria com universidades, instituições de pesquisa e representações da comunidade.

Disponibilização do material para o público.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO: Imp/Mag

(-5 à +5) Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

+2 2 3 3 1 +36

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

+3 2 3 3 1 +54

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS. Não se aplica.

• Meio Socioeconômico

IMPACTO: AUMENTO DO NÍVEL DA EXPECTATIVA NA POPULAÇÃO LOCAL

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

Atualmente no Litoral Norte, incluindo a região de estudo entre a Vila de Praia do Forte e Imbassaí, localizados no município de Mata de São João, encontra-se em operação diversos empreendimentos turísticos/hoteleiros de grande e médio porte, onde a implantação e operação dos mesmos resultaram em alterações nos padrões de natureza socioeconômica e cultural das comunidades locais.

Com a chegada de um novo empreendimento de grande porte, espera-se que haja um aumento na expectativa da população local, principalmente, no que se refere a geração de emprego e oferta dos serviços que serão disponibilizados na vila e hotéis a serem implantados pelo empreendedor, mantendo a população do distrito de Açu da Torre nas

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suas localidades de origem, evitando que eles desloquem-se para grandes centros aumentando o processo de crescimento espontâneo de favelas.

Esta expectativa em determinada fase do processo dos estudos e de elaboração do projeto é negativa, tanto pela necessidade de maiores informações, quanto pela possibilidade de não ocorrer o empreendimento, gerando ansiedades e desestimulo nas comunidades locais, em especial as de Açu da Torre, Imbassai, Campinas, Malhadas e Sucuiu.

Este impacto é de grau médio e negativo, passando a positivo com a intensificação do nível de informação das comunidades. O seu grau é diretamente influenciado pelo nível de informação já repassado a comunidade local e à existência de outros empreendimentos similares na área.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Temporário Intermediário Indeterminado Imediato Médio prazo Longo prazo Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função da existência de outros empreendimentos similares.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função da quantidade de pessoas que recebem as informações.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Implantação do programa de comunicação social. Realização de reuniões com a comunidade.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO: Imp/Mag

(-5 à +5) Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

-2 1 2 2 1 -8

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

+3 1 2 2 1 +12

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS. Não se aplica.

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Volume V – RIMA, versão II 134

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• Permeia os Meios Físico, Biótico e Socioeconômico.

IMPACTO: PLANEJAMENTO SOCIOAMBIENTAL DO PROJETO.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO

Antes da finalização do projeto, no decorrer da elaboração do EIA/RIMA, foram apresentadas sugestões visando à adequação do projeto em função das restrições ambientais da área e atendendo a legislação referente ao Zoneamento da APA Litoral Norte e o Zoneamento Econômico Ecológico do município de Mata de São João, possibilitando uma adequação do master plan. Os estudos socioeconômicos também possibilitaram um melhor conhecimento dos hábitos das comunidades locais e a forma como estas utilizam à área de intervenção, a exemplo da identificação das servidões existentes na área.

Durante a análise do órgão ambiental dos estudos apresentados houve alterações na legislação ambiental, onde a ZPV (Zona de Proteção Visual) passa a ter novas restrições de uso. Assim, novas alterações foram incorporadas ao projeto, considerando-se ainda as recomendações e sugestões da comunidade, resultados da primeira audiência preparatória para a realização da audiência pública. Deve-se considerar ainda, que para atender nova restrição de uso da ZPV, o projeto teve uma redução de aproximadamente, 36% de sua área construída que passou de 64,56ha para os atuais 41,42ha

Assim, foi possível uma adequação do empreendimento as novas restrições legais e socioambientais da área, especialmente porque o projeto propõe a construção, além de dois hotéis, de uma Vila Turística que terá suas ruas, avenidas e alamedas públicas.

Este impacto é alto, pois promove a tomada de ações a longo e médio prazo.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Temporário Intermediário Indeterminado Imediato Médio prazo Longo prazo Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função da adequação do projeto as restrições ambientais e legais e sugestões propostas.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função da área impactada.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Incorporação ao projeto das medidas e restrições indicadas nos estudos ambientais e nova restrição de uso da ZPV.

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Volume V – RIMA, versão II 135

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Incorporar ao projeto da Nova Vila espaços reivindicados pela comunidade, como espaços públicos voltados para cultura, lazer, educação; pequenos comércios para ser explorado pelos comerciantes locais, dentre outros.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO: Imp/Mag

(-5 à +5) Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

+4 2 3 3 1 +72

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

+5 2 3 3 1 +90

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS. Não se aplica.

FASE DE IMPLANTAÇÃO

Nesta etapa está prevista a supressão da vegetação, implantação de canteiro de obras, implantação de vias internas, demarcação das áreas objeto de intervenção, edificação da vila e hotéis, além da implantação do sistema de drenagem, abastecimento de água, esgotamento sanitário, rede de energia elétrica, rede de telefonia, paisagismo e áreas comunitárias.

AÇÃO: EDIFICAÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO DO CANTEIRO-DE-OBRA

Nesta ação serão apresentados os impactos decorrentes da edificação do canteiro-de-obra que dará sustentação para a construção de infra-estrutura básica, acessos e edificações das unidades hoteleiras e da vila.

• Meio Físico.

IMPACTO: RISCO DE CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA E SOLO.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

Para a implantação do empreendimento será necessária a contratação de um contingente, ao mesmo tempo, de aproximadamente 2.500 trabalhadores, além da utilização de máquinas e equipamentos para a realização das atividades na implantação do empreendimento. Desta forma, a aglomeração de trabalhadores deverá gerar resíduos sólidos (lixo orgânico e inorgânico) e efluentes líquidos, bem como a presença de máquinas e equipamentos, implicará na possibilidade de lançamento no solo e corpos hídricos de produtos que possam contaminar o ambiente como combustíveis, óleos e graxas.

Este impacto é de grau baixo, pois embora trabalhe no local um número considerável de trabalhadores e o aqüífero seja permeável e superficial, não existem recursos hídricos superficiais na área onde será implantado o empreendimento, estando as lagoas Timeantube, Jauara e Jauarinha fora desta área e protegida pelas APP’s e pela ZPV, além disso, todos os efluentes serão direcionados a rede coletora da embasa para posterior tratamento na ETE.

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CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função da quantidade de trabalhadores e máquinas.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função das características do aqüífero local, localização dos corpos d’água superficiais e da áreas protegidas por lei.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Implantação do Programa de Educação Ambiental com os trabalhadores da obra. Implantação do Programa de Qualidade Ambiental da Obra. Implantação de um sistema de tratamento de efluentes, caso seja necessário. Uso de tecnologias apropriadas para minimizar o consumo de água, energia e otimizar

a produção e destino de resíduos; Delimitação de área devidamente impermeabilizada para abastecimento de veículos e

equipamentos. Instalação de caixas separadoras de óleo/água. Implantação de um sistema de coleta e disposição de resíduos sólidos, apoiando

projetos de coleta seletiva das comunidades doando resíduos. Impermeabilização do pátio de manutenção mecânica. Criar comissão de acompanhamento de cumprimento dos condicionantes.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO: Imp/Mag

(-5 à +5) Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

-2 1 2 1 1 -4

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

-1 1 2 1 1 -2

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS: Analisar periodicamente parâmetros dos solos e águas superficiais e subterrâneas.

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Volume V – RIMA, versão II 137

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• Meio Biótico

IMPACTO: AUMENTO DA PRESSÃO ANTRÓPICA SOBRE O MEIO BIÓTICO

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

Com o aumento significativo do número de pessoas convivendo e transitando na área de intervenção direta, haverá um aumento da pressão antrópica sobre a fauna e flora, podendo ocorrer a coleta de material vegetal para usos diversos em áreas onde não haverá supressão de vegetação, movimentação de trabalhadores que causará o afugentamento da fauna e pisoteio sobre exemplares da flora, além da caça e pesca indiscriminadas.

Este impacto é negativo e de grau médio, pois embora seja contratado um número considerável de trabalhadores, a prática da caça, pesca e coleta não é comum entre os mesmos e a jornada de trabalho restringe o tempo livre dos operários.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função do tamanho da área afetada e da incidência da prática da caça e pesca.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função das atividades preventivas a serem adotadas.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Implantação do Programa de Educação Ambiental. Estabelecer um Plano de conduta para os operários. Restringir as áreas onde haverá presença ou trânsito de trabalhadores. Evitar o acúmulo de lixo, principalmente orgânico, nas áreas da obra.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

-3 1 2 3 1 -36

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

-2 1 2 3 1 -12

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Volume V – RIMA, versão II 138

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MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS:

Monitoramento das áreas de influência para prevenção da caça, pesca e coleta de material vegetal.

• Meio Socioeconômico

IMPACTO: AUMENTO DO RISCO DE DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

Com a chegada de novos trabalhadores e aglomeração dos mesmos no canteiro de obras, aumentará o risco de disseminação de doenças infecto-contagiosas dentro do canteiro-de-obra e nas comunidades locais. Dentre essas doenças, destacam-se as viroses, como gripe no canteiro, e disseminação de doenças sexualmente transmissíveis devido, principalmente, a quantidade de homens sozinhos e solteiros que ocuparão as vagas de trabalho e procurarão companhias aumentando também os índices de prostituição.

Esse impacto é de grau médio em função da infra-estrutura a ser implantada no canteiro de obras (rede de esgoto, água tratada) e a realização de exames periódicos em atendimento a legislação trabalhista (PCMSO).

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função da quantidade de trabalhadores que formarão o canteiro de obras.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função da pouca ou nenhuma oferta de infra-estrutura dos serviços de saúde pública.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Implantação de campanhas educativas, com distribuição de preservativos e campanhas de vacinação para os trabalhadores.

Articulação e apoio aos projetos sociais das comunidades voltados para à educação como um todo, comunidade, escola, saúde e lazer (esporte).

Implantação de um sistema de esgotamento sanitário eficiente dentro do canteiro de obras.

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Volume V – RIMA, versão II 139

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Implantação dos programas de educação ambiental. Implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) e doação

de resíduos aos projetos sociais da comunidade. Implantação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (Pcmso) Implantação de ambulatório no canteiro-de-obra em atendimento a legislação

trabalhista. Criar comissão de acompanhamento de cumprimento dos condicionantes

PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

(-) 3 1 1 2 1 -6

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

(-) 2 1 1 2 1 -4

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS:

Acompanhamento da ocorrência de doenças infecto-contagiosas.

• Meio Socioeconômico.

IMPACTO: AUMENTO NA OFERTA DE EMPREGOS DIRETOS E INDIRETOS.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

Embora a economia do turismo tenha disseminado vários efeitos positivos no desenvolvimento municipal, ainda não foi suficiente para melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) Municipal, certamente pela fraca integração entre o turismo e os demais setores econômicos de Mata de São João agravados pela descontinuidade de comunicação territorial do município.

Para a implantação do canteiro-de-obra e demais atividades para a edificação do empreendimento, será necessária a contratação de um contingente estimado de aproximadamente 2.500 trabalhadores. Assim, serão gerados empregos diretos e indiretos para a população local e adjacências, aumentando as possibilidades de trabalho para as famílias e mobilizando o comércio local contribuindo para a melhoria do IDH. Deve-se considerar ainda que parte da mão-de-obra poderá ser absorvida de empreendimentos da região em fase de desativação de implantação.

Esse impacto é alto, devido ao número de empregos gerados e ao possível aproveitamento de mão-de-obra de empreendimentos similares que já se encontram em fase final de conclusão.

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Volume V – RIMA, versão II 140

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CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função do número de trabalhadores recrutados na região.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função do perfil e qualificação dos trabalhadores e aproveitamento de mão-de-obra de outros empreendimentos similares.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Contratar, preferencialmente, para a implantação do empreendimento, mão-de-obra das comunidades locais (Distrito de Açu da Torre: Praia do Forte, Acuzinho, Tapera, Pau Grande (Terra Nova), Barreiro, Açu da Torre, Malhadas, Campinas, Nambu, Olhos D’Água, Barro Branco, Sucuiu, Imbassai, Diogo, Areal, Vila Sauípe, Santo Antônio, Curralinho dentre outras)

Estabelecer parcerias com o poder público, as associações e organizações não-governamentais locais para a realização de cursos de capacitação profissional, visando a inserção da população nos novos postos de trabalhos.

Contratar, sempre que possível, mão-de-obra proveniente da desmobilização de outros empreendimentos evitando o aumento do desemprego na região.

Criar comissão de acompanhamento de cumprimento dos condicionantes

PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

+ 4 1 2 3 2 +48

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

+ 5 1 2 3 2 +60

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS: Não se Aplica.

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Volume V – RIMA, versão II 141

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AÇÃO: INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURA BÁSICA E DO PROJETO ARQUITETÔNICO.

• Meio Físico

IMPACTO: RISCO DE EROSÃO E ASSOREAMENTO.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO

As condições físicas dos solos da área indicam que estes possuem baixa resiliência, uma vez que, são arenosos e extremamente porosos sendo, portanto, muito susceptíveis a erosão e de difícil manutenção da flora, pois especialmente na época seca sofrem com stress hídrico. A presença de horizontes coesos em subsuperfície torna estes solos susceptíveis à erosão diferencial, especialmente quando manejados de forma inadequada, ocasionando o aparecimento de erosões laminares e, em certos casos, avançadas erosões em sulcos. Assim, a retirada da cobertura vegetal e a compactação do solo, proporcionarão o aumento dos processos erosivos, tais como a migração de sedimentos pela atuação do vento e erosão (laminar e em sulcos) dos solos e substratos geológicos.

Devido à alta susceptibilidade dos materiais aos processos erosivos, considerou-se o impacto de grau médio.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função da susceptibilidade dos solos e substratos geológicos à erosão.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função do grau de conservação da área e do relevo plano.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Recompor áreas degradadas. Restringir o acesso dos trabalhadores às áreas de Dunas Internas, Externas e

Cordões Litorâneos. Controle da drenagem. Realizar a supressão da vegetação de forma gradativa. Destinação de áreas verdes no projeto.

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Volume V – RIMA, versão II 142

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Implantação de projeto paisagístico. Criar comissão de acompanhamento de cumprimento dos condicionantes.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

-3 1 2 3 1 -18

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

-2 1 2 3 1 -12

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS:

• Acompanhamento dos níveis de erosão e assoreamento nos pontos mais baixos do terreno.

• Monitoramento da qualidade de água dos recursos hídricos.

• Meio Físico.

IMPACTO: INTERFERÊNCIA NA HIDRODINÂMICA LOCAL

DESCRIÇÃO DO IMPACTO

A área da poligonal do empreendimento, de acordo com o estudo hidrológico, aponta que o fluxo da água subterrânea está direcionado para o oceano. Outro aspecto refere-se as áreas sujeitas a alagamento localizadas, principalmente, na ao norte do terreno. Estas áreas são mais rebaixadas dos terrenos arenosos dos domínios dos Terraços Marinhos Pleistocênicos e Holocênicos. Tratam-se de áreas nas quais, devido ao fato de constituírem áreas pouco elevadas em relação ao nível do mar (cotas topográficas variando entre 3,5 e 7m), além da baixa profundidade do nível freático, contribuem para que as áreas mais rebaixadas deste domínio sejam susceptíveis a alagamentos durante as chuvas mais intensas. Evidentemente, estes alagamentos serão mais prováveis de ocorrerem durante os períodos mais chuvosos da região.

Com a compactação e a impermeabilização dos solos e sedimentos, devido ao trânsito de máquinas, equipamentos e à construção de vias e edificações, bem como a supressão da vegetação, haverá uma modificarão a hidrodinâmica local. Essa modificação poderá causar uma elevação do nível freático a montante do empreendimento e como conseqüência haverá um aumento no volume de água das lagoas localizadas próximas ao mesmo, podendo vir a transbordar em períodos chuvosos.

Com relação as áreas sujeitas a alagamento, a impermeabilização também poderá levar a um aumento no volume de água acumulado nas mesmas, podendo alargar áreas próximas, principalmente a via de acesso localizada na parte central do terreno a oeste.

O impacto é de grau baixo, devido a proposta de ocupação abaixo dos índices de permeabilidade estabelecido no ZEE municipal e estadual, e da não intervenção em áreas de Zona de Proteção Visual (ZPV).

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Volume V – RIMA, versão II 143

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CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função dos níveis de barramento do fluxo de água subterrânea em determinados trechos do aqüífero.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função da impermeabilização de parte do terreno devido à compactação e construção de edificações.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Controle da drenagem com possíveis canais de escoamento da água represada, principalmente na via de acesso localizada na porção central do terreno.

Implantar estruturas de drenagem que fluxo da nos períodos prováveis de alagamento. Manter áreas verdes preservadas dentro do empreendimento. Obedecer aos parâmetros urbanísticos, principalmente o Índice de permeabilidade. Criar comissão de acompanhamento de cumprimento dos condicionantes

PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

-2 2 3 2 1 -24

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

-1 2 3 2 1 -12

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS: Monitoramento dos níveis de água das lagoas existentes e áreas sujeitas a alagamento.

• Meio Físico.

IMPACTO: ALTERAÇÃO DA PAISAGEM

DESCRIÇÃO DO IMPACTO

A área que sofrerá intervenção encontra-se atualmente sem ocupação antrópica, referindo-se aos Terraços Marinhos Holocênicos e Pleistocênicos, onde predomina a restinga em moitas com vegetação de baixo porte, densidade variável e com altura média variando de 2,2 a 3,4m. As moitas menos freqüentes e com menor extensão e densidade, reúnem indivíduos de Tabebuia elliptica ainda jovens; as moitas maiores tiveram o Anacardium occidentale como espécie dominante, registrando-se a presença ocasional

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Volume V – RIMA, versão II 144

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de outras espécies; e as moitas de Clusia hilariana, foram as mais freqüentes, de tamanho, densidade e riqueza diversificada, refletindo diferentes estádios de desenvolvimento. Além da restinga em moita foram observadas extensas áreas com uma formação herbácea-subarbustiva, onde o predomínio da Comolia ovalifolia (triana) era marcante, ora agrupada em densas populações ou esparsadamente distribuídas; e na linha de praia, uma vegetação adaptada às condições salinas e arenosas sob influência da maré, denominada halófila-psamófila e um coqueiral.

Para a implantação do empreendimento haverá supressão da vegetação, revolvimento do solo, movimentação de máquinas e trabalhadores e edificação da vila e complexo hoteleiro alterando a paisagem hoje observada.

O impacto é de grau alto, pois embora o índice de ocupação esteja dentro ou abaixo do estabelecido pelo ZZE da APA e do município e respeitando ZPV, a área encontra-se com poucas intervenções antrópicas, estando estabelecida uma paisagem ainda com seus elementos naturais.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função do índice de ocupação adotado pelo projeto.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função do estado de conservação da área que sofrerá intervenção.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Implantação do PRAD. Optar por um projeto urbanístico e paisagístico que se harmonize com a paisagem

local. Aproveitar a vegetação remanescente para o paisagismo. Utilizar espécies nativas no paisagismo. Criar comissão de acompanhamento de cumprimento dos condicionantes. Implantação do empreendimento o recuo das edificações da dunas frontais. Preservação do cordão de dunas do pleistocêno e compatibilização do

empreendimento com os dispositivo restritivos da ZPV.

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Volume V – RIMA, versão II 145

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PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

-4 2 3 3 1 -72

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

-3 2 3 3 1 -56

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS: Não se aplica.

• Meio Biótico.

IMPACTO: INTERFERÊNCIA NA BIODIVERSIDADE LOCAL

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

A área que sofrerá intervenção apresenta-se conservada, sendo ocupada por variadas fitofisionomias da restinga, devendo ser suprimida uma área de aproximadamente 34,42ha deste tipo de vegetação, com predomínio da restinga em moita. As condições do solo (areia quartzosa) e a alta insolação típica do ambiente em questão, tornam essas moitas importantes micro hábitats e locais de refúgio para a fauna local, a exemplo de lagartos, anfíbios e invertebrados.

Desta forma a supressão da vegetação e as alterações no meio físico provocarão a perda direta de diversidade vegetal e recursos disponíveis à sobrevivência e manutenção da fauna e flora nativa, como hábitats e micro hábitats, locais de reprodução e nidificação, abrigo e alimentação, interferência nos processos de polinização e dispersão da flora, perda de indivíduos para fixação de epífitas, locais de dessendentação (a exemplo de bromélias), além de acentuar a perda e fragmentação de hábitats para a fauna e flora silvestre, interrupção no fluxo gênico; exposição da fauna e alteração do microclima local em alguns locais devido à ausência de vegetação que impeça a incidência de raios solares diretamente no solo.

Além do bom estado de conservação da área ocorrem na mesma, espécies da flora e fauna de relevante interesse ecológico típicos de ambientes de restinga, como representantes das famílias Cactaceae e Arecaceae, uma espécie de lagarto, Cnemidophorus abaetensis (restrito entre Salvador e sul de Sergipe), e uma ave, Pyriglena atra (restrito entre recôncavo baiano e Sergipe); além de algumas espécies vegetais de ocorrência rara na área como a Vellozia sp.

Este impacto é de grau alto, pois além do nível de conservação do local, outros empreendimentos encontram-se em implantação próximos a mesma.

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Volume V – RIMA, versão II 146

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CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função da presença na área de influência de espécies da fauna e flora de importância ecológica, endêmicas e ameaçadas de extinção.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Ocorrência de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção; fragilidade do ecossistema; restrições da legislação ambiental.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Apoiar a gestão de unidade de conservação municipal da de proteção integral – Parque Municipal das Dunas de Praia do Forte.

Obedecer às indicações de zoneamento da APA Litoral Norte e do ZEE do município de Mata de São João.

Conservação de mosaicos remanescentes e enriquecimento de acordo com a vegetação nativa.

Criação de corredores ecológicos entre os mosaicos. Implantação de projetos paisagísticos procurando conservar a fitofisionomia original. Executar os planos de resgate de fauna e flora. Implantação de viveiros de mudas com as espécies nativas. Plantios com as espécies vegetais removidas. Estabelecer horário de atividade das frentes de trabalho, ocorrendo sempre depois da

aurora e antes do crepúsculo, perturbando o mínimo possível a fauna crepuscular e noturna, mais sensíveis à iluminação artificial.

Nenhuma área deve ser incendiada, sendo realizados seminários sobre prevenção de incêndios e métodos de combate ao fogo, promovidos aos trabalhadores do empreendimento.

Limitar a velocidade de veículos na área do empreendimento e instalar redutores de velocidade (lombadas ou valetas) para evitar atropelamentos de animais.

Instalar placas de sinalização em pontos estratégicos de travessia de animais. Realizar treinamentos educativos sobre conservação de meio ambiente e temas de

educação ambiental. Criar comissão de acompanhamento de cumprimento dos condicionantes.

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Volume V – RIMA, versão II 147

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PONDERAÇÃO DO IMPACTO: Imp/Mag

(-5 à +5) Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

- 4 2 3 3 1 -72

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

- 3 2 3 3 1 -54

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS:

Realização de monitoramento ambiental da fauna e flora por profissional capacitado.

• Meio Biótico.

IMPACTO: INTERFERÊNCIA NA REPRODUÇÃO DAS TARTARUGAS MARINHAS

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

A aglomeração e movimentação de trabalhadores para a implantação do empreendimento, além das atividades relacionadas a esta fase, podem interferir na reprodução das tartarugas marinhas que ocupam a área de praia próxima ao empreendimento, podendo oferecer risco as fêmeas desovantes, quanto filhotes no momento do nascimento ou mesmo desovas e ninhos nas praias.

Dentre os fatores que podem interferir pode-se citar: a luminosidade no período noturno, que pode provocar a desorientação dos filhotes

no momento do nascimento, fazendo-os seguir em direção contrária à do mar, bastando para isso uma única lâmpada acessa em posição alta e que possa ser visualizada pelos animais;

trânsito de pessoas nas praias podem impossibilitar a escolha deste sítio como propício à desova, por parte das tartarugas fêmeas, devido a critérios de segurança que as mesmas adotam para subirem às praias, além de efeitos destrutivos decorrentes do pisoteamento sobre a estrutura dos ninhos. Este impacto é de grau alto, pois existirá um número significativo de trabalhadores durante a implantação do empreendimento. Deve-se considerar ainda que as espécies em questão encontram-se na lista das espécies brasileiras ameaçadas de extinção na categoria VULNERÁVEL (Caretta caretta e Eretmochelys imbricata) e EM PERIGO (Lepidochelys olivacea), e por serem animais com grande sensibilidade às mudanças do ambiente. CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

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Volume V – RIMA, versão II 148

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PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em virtude da quantidade de ninhos de tartarugas existentes e número de trabalhadores que transitarão na área.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função das espécies de tartarugas serem vulneráveis ou ameaçadas de extinção.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Implantação do programa de Educação Ambiental. Evitar o uso de luzes noturnas e caso haja necessidade de iluminação, esta deve ser

feita com luzes em postes baixos e direcionada para o solo e em direção ao continente.

Manter pessoal capacitado e informado sobre os procedimentos adequados a serem tomados se porventura for detectada a presença de filhotes errantes na área ou entorno do empreendimento, devido à falha na iluminação.

Criar comissão de acompanhamento de cumprimento dos condicionantes.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

(-) 3 1 2 2 1 -12

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

(-) 2 1 2 2 1 -8

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS:

Monitoramento em campo por profissional capacitado, inclusive com uso de equipamentos fotométricos no que tange o problema da iluminação e o trânsito de funcionários nas áreas de reprodução.

• Meio Socioeconômico.

IMPACTO: RESTRIÇÃO NO TRÂNSITO E USOS DA ÁREA DE INTERVENÇÃO.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

A área onde deverá ser construído o empreendimento serve a alguns moradores da região, a exemplo de Malhadas, Campinas de Malhadas e Sucuiu, como passagem eventual a zona da orla, onde as pessoas vão para tomar banho de mar, pescar, passear e algumas pessoas usam para colheita de espécies de plantas e frutos nativos.

Durante as obras (aproximadamente 7 anos) o acesso as áreas do empreendimento que estarão em construção terão seu acesso e uso restringindo aos moradores que eventualmente fazem uso da área, com o objetivo principal de evitar acidentes, devendo ser estabelecidos acessos alternativos.

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Volume V – RIMA, versão II 149

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O impacto é de grau médio, pois será construído em acesso alternativo a praia e por ser reduzido o número de pessoas que utilizam a área para a coleta de espécies vegetais, bem como pouca densidade indivíduos da flora com potencial de uso frutífero e baixa concentração de piaçava na área de intervenção do empreendimento.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função da quantidade de pessoas que utilizam e se beneficiam desses recursos naturais de maneira artesanal, como a pesca e colheita de espécies vegetais e do nível de oferta de produtos de origem vegetal.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função da tradição histórica destas práticas artesanais de pesca e colheita.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Criar passagens alternativas de acesso à praia. Criar comissão de acompanhamento de cumprimento dos condicionantes.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO: Imp/Mag

(-5 à +5) Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

- 3 1 2 3 1 -18

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

- 2 1 2 3 1 -12

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS. Não se Aplica.

• Meio Socioeconômico.

IMPACTO: AUMENTO SAZONAL DA POPULAÇÃO.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

Durante a implantação das obras a população local sofrerá aumento sazonal devido à chegada de novos trabalhadores à região. Esse aumento sazonal da população promoverá diversas implicações sobre a área afetada, sua infra-estrutura e sua população nativa, levando em conta que muitos trabalhadores chegam à região trazendo seus familiares.

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Volume V – RIMA, versão II 150

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Outro aspecto a ser considera é o remanejamento ou permuta de trabalhadores da construção civil na região. Com o término e encerramento de obras e tapas de empreendimentos similares, há uma migração desses funcionários novos empreendimentos. Ressalta-se que parte desses funcionários já residem em aglomerados urbanos, muitos dos quais em ocupação espontânea, como a ladeira do Coqueiro em Açuzinho e Mar Belo em Barro Branco.

Esse impacto é alto devido ao aumento da população numa região que possui baixa qualidade de infra-estrutura socioambiental e o atrativo de postos de trabalho.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função do aumento da demanda e da baixa qualidade das reservas disponíveis de infra-estrutura socioambiental da região.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função da baixa qualidade e quantidade estrutural de transporte público, saneamento básico, água potável, sistema bancário inexistente no distrito de Açu da Torre, atendimento limitado à saúde, precário abastecimento de produtos, bens e serviços.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Criar infra-estrutura no canteiro-de-obra para atender aos trabalhadores planejando a utilização sustentável da água, da energia elétrica e adequação dos sistemas de coletas e tratamento de esgotos e resíduos sólidos.

Estabelecer diálogo com o poder público para que o mesmo invista em infra-estrutura pública para atender essas demandas sazonais no distrito de Açu da Torre viabilizando a concessão de transportes urbanos e facilitando o acesso à saúde e educação.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO: Imp/Mag

(-5 à +5) Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

- 3 1 2 3 2 -36

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

- 2 1 2 3 2 -24

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS. Não se Aplica.

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Volume V – RIMA, versão II 151

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• Meio Socioeconômico.

IMPACTO: INTENSIFICAÇÃO NA DINÂMICA DA ECONOMIA LOCAL

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

A dinâmica da economia regional será intensificada pela injeção financeira promovida pelos salários dos trabalhadores diretamente envolvidos nas obras da Bensal (previsão de 2.500 trabalhadores), bem como pelos salários de outros trabalhadores envolvidos com as obras de ampliação da infra-estrutura local (redes de distribuição de água, esgoto, energia, vias de acesso etc.) em função deste projeto. Estes trabalhadores passarão a consumir bens, serviços e lazer, a exemplo do que vem acontecendo nesta região com a implantação de empreendimentos similares.

Esse impacto é positivo e de grau alto, devido a quantidade de obras prevista para esse projeto sendo relevante a injeção financeira devido aos salários nesta região.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função do aumento de consumo de bens e serviços na região.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função do aumento do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) na área de influência com o aumento do poder de consumo por parte dos trabalhadores do empreendimento.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Criar condições para o consumo de bens e serviços locais, a exemplo de fornecimento de alimentação, compra de produtos de uso pessoal nos locais próximos ao empreendimento.

Compra de insumos básicos para a construção em locais próximos.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO: Imp/Mag

(-5 à +5) Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

+ 3 1 2 3 2 +36

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

+ 3 1 2 3 2 +36

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS. Não se Aplica.

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Volume V – RIMA, versão II 152

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• Meio Socioeconômico.

IMPACTO: INTERFERÊNCIA NA INFRA-ESTRUTURA

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

As obras do Complexo hoteleiro da Bensal (02 Hotéis), da Nova Vila e da implantação de infra-estrutura de apoio atrairão para a região um grande contingente de trabalhadores, que passara a utilizar os sistemas de serviços oferecidos por Praia do Forte, Açu da Torre, Açuzinho, Malhadas e Imbassaí, juntamente com os trabalhadores de outros empreendimentos em construção na região, ocasionando uma sobrecarga nestes sistemas, especialmente, os de transporte, água, energia e esgoto, e em especial no verão, quando esta região recebe um grande contingente de turistas e enfrenta uma sobrecarga.

Esse impacto é de grau alto, pois embora o canteiro de obras esteja equipado com infra-estrutura própria, hoje já é significativa a quantidade de pessoas que vem usando a infra-estrutura existente.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função do contingente de pessoas que passarão a usar os sistemas de infra-estrutura regional e da sobrecarga existente em todo sistema.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função da pouca oferta de infra-estrutura e serviços da região para atender essas demandas.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Construir infra-estrutura própria no canteiro-de-obra evitando usar a hoje disponível para as referidas comunidades, a exemplo de novas redes de distribuição de água e energia.

Uso de tecnologias apropriadas para minimizar o consumo de água, energia e otimizar a produção e destino de resíduos;

Disponibilizar transporte para os trabalhadores da obra. Criar comissão de acompanhamento de cumprimento dos condicionantes.

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Volume V – RIMA, versão II 153

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PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

- 4 1 2 3 2 -48

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

-3 1 2 3 2 - 36

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS. Não se Aplica.

• Meio Socioeconômico.

IMPACTO: INTERFERÊNCIA NOS SÍTIOS DE IMPORTÂNCIA HISTÓRICA, CULTURAL, ARQUEOLÓGICA E PAISAGÍSTICA.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

Para a implantação da obra será necessária a realização de escavações, terraplanagem e a construção de edificações e acesso possibilitando a interferência em sítios arqueológicos e de importância paisagística existentes na poligonal do empreendimento. Não foram identificados na área de intervenção sítios de importância cultural e histórica, existindo na área de influência indireta o sítio do Castelo Garcia D’Ávila.

Em relação aos sítios arqueológicos serão adotados todos os procedimentos estabelecidos na legislação federal referente as etapas de prospecção e salvamento minimizando ao máximo os efeitos adversos em relação a implantação do empreendimento. Dentre os aspectos referentes a área, deve-se destacar que todo o Litoral Norte do Estado da Bahia foi intensamente habitado por tribos indígenas de origem Tupi-guarany (notadamente os Tupinambá e seus antepassados), além de estar localizada no trajeto das “rotas migratórias” pré-históricas. Outro aspecto relevante é que a região integrou amplamente as terras pertencentes ao patriarca Garcia D’Ávila e seus descendentes, aumentando, assim, as suas potencialidades arqueológicas.

Quanto aos impactos nos sítios de importância paisagísticas, com destaque para os cordões litorâneos com seus coqueirais e as dunas frontais e pleistoceno, serão preservados em função do recuo das edificações em uma faixa de no mínimo 80 metros a partir da preamar e as não sofreram intervenção.

Esse impacto é médio, pois serão preservados os cordões litorâneos com seus coqueirais e as dunas frontais e do pleistoceno e realizado todo o procedimento de resgate e salvamento arqueológico, conforme solicitado pelo IPHAN, antes da implantação do empreendimento.

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Volume V – RIMA, versão II 154

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CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função do histórico de ocupação da região e paisagem existente.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Ocorrência de sítios arqueológicos e paisagísticos.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Realização resgate e salvamento arqueológico da área de intervenção. Implantação de um projeto arquitetônico-urbanistico adequado as condições da

paisagem local. Salvamento dos achados arqueológicos e posterior exposição em museus já

existentes na região para a divulgação junto às comunidades locais e como recurso para dinamização do turístico.

Conservação de mosaicos remanescentes da restinga dos cordões litorâneos e seu enriquecimento de acordo com a paisagem natural.

Preservar as áreas protegidas, a exemplo da ZPV (Zona de Proteção Visual). Criação de corredores ecológicos entre os mosaicos. Implantação de projetos paisagísticos visando conservar a fitofisionomia original.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO: Imp/Mag

(-5 à +5) Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

- 3 2 3 3 1 -54

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

- 2 2 3 3 1 -36

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS:

Realização de monitoramento das áreas preservadas dos sítios arqueológicos e paisagísticos, incorporando um programa de comunicação visual.

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Volume V – RIMA, versão II 155

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• Meio Socioeconômico.

IMPACTO: DESMOBILIZAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA UTILIZADA NA IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

A implantação do empreendimento exigirá a contratação de um número significativo de trabalhadores, para implantação da vila e complexo hoteleiro e sua infra-estrutura, porém esta mão-de-obra, será contratada em caráter temporário, sendo desmobilizada com o término das obras.

Este impacto é negativo e de grau alto, pois embora seja dispensado um número significativo de trabalhadores, os mesmos estarão capacitados, aumentando as chances de serem absorvidos em outros empreendimentos na mesma região.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função do número de trabalhadores que serão dispensados.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função da qualidade da capacitação recebida e da possibilidade de contratação para outros empreendimentos.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Implantação do Programa de capacitação de mão-de-obra local. Realizar a desmobilização de forma gradativa, evitando demissões em massa. Recomendar os trabalhadores que mais se destacaram para trabalhar em outros

empreendimentos da região. Absorver uma parte destes trabalhadores para trabalhar na manutenção, segurança;

serviços gerais dos hotéis. PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

- 4 2 2 3 2 -96

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

-3 2 2 3 2 -72

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Volume V – RIMA, versão II 156

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MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS. Não se Aplica.

IMPACTO: GERAÇÃO DE RUÍDOS E PARTICULADOS.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

A realização de atividades relacionadas a movimentação de máquinas e relacionadas as obras ocasionarão a produção de ruídos e particulados, o que poderá provocar incômodo aos trabalhadores da obra e funcionários do alojamento da Iberostar localizado ao sul do terreno.

Este impacto é de grau médio devido ao longo período de duração da obra e proximidade do alojamento da Iberostar.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função do número de funcionários e existência de aglomerados urbanos próximos a área de intervenção.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função do tempo de duração e equipamentos e máquinas a serem utilizadas.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Utilização de equipamentos regulados para emitir menos ruído. Implantação de um sistema contínuo de molhação das vias de acesso.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

-3 1 2 3 1 -18

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

-2 1 2 3 1 -12

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS.

• Realização de monitoramento dos níveis de ruídos e particulados.

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Volume V – RIMA, versão II 157

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FASE OPERAÇÃO

AÇÃO: OCUPAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS HOTELEIROS E DA VILA RESIDENCIAL.

• Meio Físico.

IMPACTO: AUMENTO DO RISCO DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO E ÁGUA.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

O projeto prevê a implantação de 2 hotéis e da Vila Residencial, devendo ser implantado um sistema de esgotamento sanitário, além de instalações adequadas para deposição de resíduos sólidos. Nos hotéis as ligações ao sistema de esgotamento serão garantidas, assim como o controle da deposição dos resíduos, contudo a vila, apesar de dispor destes serviços, terá uma ocupação mais gradativa e por diversas pessoas/empreendimentos, podendo algum desses não utilizar de forma adequada estes serviços.

Este impacto é negativo e de grau baixo, pois o empreendimento terá toda a infra-estrutura de saneamento básico e não há recursos hídricos superficiais na área do empreendimento.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função da disponibilidade de serviços de saneamento básico.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função da proximidade dos recursos hídricos.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Implementar ações de Educação Ambiental voltadas à população, funcionários e turistas.

Uso de tecnologias apropriadas para minimizar o consumo de água, energia e otimizar a produção e destino de resíduos.

Introduzir um sistema de coleta seletiva dos resíduos sólidos para posterior reciclagem apoiando, sempre que possível, projetos de reciclagem das comunidades locais.

Realização de coleta seletiva nos hotéis e vila destinando o material para cooperativas de reciclagem já existentes nas comunidades locais.

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Volume V – RIMA, versão II 158

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Estudar a possibilidade de doar os resíduos orgânicos provenientes dos hotéis para agricultores locais.

Promover o tratamento dos efluentes, anterior à destinação final dos concentrados, visando uma possível reutilização da água.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO: Imp/Mag

(-5 à +5) Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

-2 2 3 1 1 -12

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

-1 2 3 1 1 -6

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS.

Monitoramento da qualidade das águas por profissionais capacitados na área de intervenção e de influência direta dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos.

• Meio Socioeconômico.

IMPACTO: AUMENTO DA PRESSÃO ANTRÓPICA SOBRE AS FORMAÇÕES EÓLICAS.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

Na área de influência direta do empreendimento existem três tipos de formações eólicas: as Dunas Internas, Dunas Externas e Cordões litorâneos. Estas formações não serão ocupadas pelo empreendimento, contudo pode haver trânsito de pessoas por estas formações acarretando alterações devido ao pisoteamento da cobertura vegetal, levando ao desnudamento do solo e aumentando o risco de erosão.

Este impacto é considerado grau alto, considerando-se a importância destas formações como áreas de recarga do aqüífero local, como barreiras eólicas e, no caso dos Cordões Litorâneos, como proteção da linha de costa contra a erosão.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função da importância das formações eólicas em questão, do grau de conservação da área e da preservação da ZPV.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função do aumento do risco de erosão e de suas conseqüências.

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Volume V – RIMA, versão II 159

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MEDIDAS AMBIENTAIS:

Ações de educação ambiental voltadas à população, funcionários e turistas. Estabelecer como limite de ocupação, as áreas que estejam entre as Dunas Externas

e o Cordão Litorâneo. Construir passarelas sobre os Cordões Litorâneos para o acesso à praia. Fiscalizar para que não haja retirada de vegetação das Dunas Internas, Dunas

Externas e Cordões litorâneos. Restringir o acesso às formações dunares existentes na área e entorno.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

-4 2 3 2 1 -48

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

-3 2 3 2 1 -36

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS:

Promover ocasionalmente uma avaliação técnica por profissional competente para obter informações sobre o nível de preservação da área.

• Meio Biótico.

IMPACTO: INTERFERÊNCIA NA BIODIVERSIDADE LOCAL E RISCO DE PROLIFERAÇÃO DE PRAGAS E DOENÇAS.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

Após a implementação das obras e o início da operação com a chegada de moradores efetivos na vila, além de hospedes e funcionários nos hotéis e trânsito de veículos, algumas espécies da fauna nativa, notadamente aquelas mais sensíveis às interferências ambientais, terão sua freqüência diminuída ou mesmo se afastarão por completo da área de influência do empreendimento, enquanto outras, como alguns grupos de insetos e aracnídeos poderão apresentar um crescimento desordenado de suas populações, causando uma série de incômodos e mesmo disseminando pragas e como muriçocas, formigas, cupins, baratas, mosquito da dengue, dentre outros. Diversos fatores podem contribuir para que isto ocorra, dentre eles:

• Perda de área de vida e de micro-habitats de animais que transitam pela restinga arbórea, na área de influência indireta, e restinga aberta.

• Interações indesejáveis entre animais domésticos e a fauna silvestre. • Atropelamento de animais silvestres. • Trânsito de animais para o condomínio e de pessoas para a faixa de proteção; • Falta de informação sobre a fauna local.

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Volume V – RIMA, versão II 160

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• Acúmulo de lixo e manutenção de reservatórios, com água parada, destampados.

Este impacto é de grau alto devido à presença na área de espécies com relevante interesse ecológico e em vias de extinção encontrados no ambiente de restinga e na zona de praia, além do fato da manutenção da biodiversidade ser fundamental para os processos ecológicos naturais a exemplos da polinização de espécies da flora nativa, continuidade na teia trófica e controle biológico de pragas e doenças, que inclusive acometem o ser humano ou causam danos às suas atividades econômicas.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função da presença de espécies sensíveis às mudanças ambientais e de com alta importância ecológica, incluindo-se aí algumas endêmicas e ameaçadas de extinção encontradas no local.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Ocorrência de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção; fragilidade do ecossistema; sensibilidade de algumas espécies às mudanças no ambiente; restrições da legislação ambiental.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Efetuar plantio de espécies da flora nativa, sobretudo bromeliáceas e espécies de valor ecológico, em áreas verdes do empreendimento, como elementos paisagísticos do projeto de urbanização, além de espécies atrativas à fauna, sobretudo às aves, como aquelas que possuam frutos carnosos e flores nectaríferas.

Arborizar as ruas do condomínio, assim como praças e áreas comuns, recomendar ainda o plantio de árvores dentro dos lotes.

Desestimular entre os futuros moradores da vila a criação de animais domésticos soltos como cães e gatos.

Os animais domésticos que por ventura sejam criados na área do empreendimento, não deverão circular livremente no condomínio, estendendo-se a hospedes que desejem trazer animais consigo.

Promover regularmente programas de vacinação anti-rábica, visando vacinar cães e gatos porventura criados, pois esses podem ser hospedeiros do vírus, além de medidas educativas (cartilhas, oficinas, seminários, etc) versando sobre temas correlatos, a exemplo da ocorrência de Leischmaniose visceral em todo litoral norte do Estado da Bahia, doença que tem os cães como hospedeiros preferenciais do seu protozoário causador.

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Volume V – RIMA, versão II 161

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Sinalizar adequadamente o trânsito dentro do empreendimento, advertindo para a ocorrência de travessias de animais, limites de velocidade máxima e de redutores de velocidade instalados, evitando desta forma atropelamentos de animais silvestres que entrem na área do condomínio, além da promoção de cartilhas e seminários educativos aos condôminos, servidores e convidados.

Elaborar e distribuir cartilhas educativas aos funcionários, condôminos e visitantes, versando sobre a importância da área para a reprodução das tartarugas marinhas, que são vulneráveis ou em perigo de extinção, e da fauna de entorno, que também contém espécies vulneráveis e em perigo de extinção.

Plantar cerca viva, composta principalmente por plantas nativas, no limite da faixa de proteção junto ao empreendimento, sendo sugerido o uso de cactáceas e bromeliáceas oriundas da remoção de flora da área a ser ocupada, plantadas juntas, em formação “pé-de-galinha” (duas fileiras próximas, respeitando o espaçamento das espécies utilizadas, alternando planta e espaço). Esta cerca viva inibirá a passagem de animais silvestres para a área do condomínio e a de pessoas para a área de preservação, podendo-se usar espécies exóticas, na impossibilidade de uso restrito da flora nativa.

Promover seminários e oficinas educativas regularmente, ministradas por pessoal qualificado. Disponibilizar com antecedência à venda dos lotes, as cartilhas educativas sobre conservação da fauna local, para que os compradores tenham ciência das medidas mitigadoras indispensáveis para a convivência com a fauna vizinha.

Criação e manutenção de livro de registros de resgate de animais porventura encontrados na área do empreendimento, inclusive com fotos das espécies.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO: Imp/Mag

(-5 à +5) Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

- 4 2 3 3 2 -144

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

- 3 2 3 3 2 -108

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS: Monitoramento por profissional capacitado das áreas construídas e de influência do empreendimento.

• Meio Biótico.

IMPACTO: INTERFERÊNCIA NO SUCESSO REPRODUTIVO DAS TARTARUGAS MARINHAS.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

Apesar do livre acesso à praia na área do empreendimento, o fluxo de pessoas e animais é pequeno e inconstante ao longo dos quilômetros 9 e 11,5 ao norte de Praia do Forte. Com o início da operação do empreendimento o afluxo de pessoas e animais na praia será maior e mais constante, podendo causar problemas à nidificação das espécies de tartarugas marinhas na região.

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Este impacto é de grau alto devido a presença de ninhos na área e ao aumento do número de pessoas que passarão a circular pela mesma.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Devido à faixa de praia em frente ao empreendimento ser sítio de desova e reprodução de tartarugas-marinhas e pelo fato das mesmas se encontrarem ameaçadas de extinção.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função do aumento no número de pessoas e animais domésticos transitando na praia, além do uso recreativo da mesma.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Priorizar a construção de unidades com menor taxa de ocupação, resultando em menor densidade populacional.

Proibir a construção de unidades habitacionais junto à praia, respeitando a Zona de Prioridade Máxima de Proteção, em uma faixa igual ou superior a 60 (sessenta) metros.

Proibir qualquer tipo de construção permanente na praia (quiosques, cabanas, etc). Plantar cerca viva entre o empreendimento e a Zona de Prioridade Máxima de

Proteção, utilizando-se preferencialmente espécies nativas, limitando o acesso desordenado à praia, devendo haver poucas áreas de acesso a mesma.

Proibir fogueiras e “luaus” (festas noturnas) na praia durante a época de reprodução das tartarugas-marinhas (de setembro a março) e ainda neste período, o acesso de animais (sobretudo cães) na praia também deve ser coibido, pois há registros de cães agredindo tartarugas.

Não permitir trânsito de animais grandes e veículos na praia, sobretudo durante o período de reprodução das tartarugas.

Fiscalizar imprudências na praia que possam comprometer o sucesso reprodutivo das tartarugas, além de orientar as pessoas quanto aos riscos de perturbações à reprodução das mesmas, estando essa atividade a cargo de funcionários (vigias) capacitados que se alternarão ao longo do dia. Estes funcionários devem promover, também, a dispersão de possíveis aglomerações junto às tartarugas que estejam nidificando.

Não permitir a colocação de postes ou qualquer outro tipo de iluminação junto à praia. Executar um projeto especial de iluminação do empreendimento, onde toda

iluminação, tanto das áreas comuns quanto a das residências deverá ser feita em

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Volume V – RIMA, versão II 163

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postes baixos, com luz direcionada para o solo, evitando a formação do efeito clarão, que pode causar confusão nas tartarugas marinhas, que são fotossensíveis (sobretudo os filhotes recém eclodidos). Orientações adequadas sobre a iluminação poderão ser solicitadas aos técnicos do Projeto TAMAR.

Implantar medidas que visem a divulgação de material educativo a respeito das medidas de preservação e conservação das espécies de tartarugas marinhas, para os hóspedes e moradores da nova Vila.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

-4 2 3 2 1 -48

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

-3 2 3 2 1 -36

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS:

Monitoramento em campo por profissional capacitado, inclusive com uso de equipamentos fotométricos no que tange ao problema da iluminação; registro de ocorrências feitos pelos funcionários e vigilantes responsáveis pelo patrulhamento da orla do empreendimento; boletins do TAMAR sobre número de desovas no trecho de praia em questão.

• Meio Socioeconômico.

IMPACTO: AUMENTO NAS DEMANDAS DOS PROJETOS TAMAR, BALEIA JUBARTE E CASTELO GARCIA D’AVILA.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

A ocupação habitacional, tanto fixa como temporária do empreendimento, acarretará um aumento na visitação e demandas dos Projetos TAMAR e Baleia Jubarte, referências no estudo e conservação de espécies da fauna nativa ameaçadas de extinção e, portanto, ponto de interesse turístico na região.

Esse aumento no fluxo de pessoas aos referidos projetos pode trazer benefícios, como o aumento de receita arrecada em ingressos e venda de souvenirs e ainda maior alcance das ações educacionais neles desenvolvidas, mas da mesma forma poderão surgir impactos negativos e não compensáveis frente aos benefícios, como por exemplo, à saturação da capacidade de suporte nos centros de visitantes e necessidade de maior efetivo de funcionários para o atendimento ao público, monitoramento de praias, bem como a ampliação de áreas de circulação e serviço, incluindo-se aí cercados de incubação (TAMAR).

Deve-se ressaltar ainda a importância social que estes projetos desempenham nas comunidades em que estão inseridos, despertando o interesse da população nativa para importantes questões ambientais e promovendo geração de emprego e renda em diversos segmentos, inclusive pelo uso de mão-de-obra local.

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Volume V – RIMA, versão II 164

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Este impacto é de grau médio, em virtude das restrições físicas dos centros de visitação, principalmente do Projeto TAMAR e da grande procura que os mesmo têm por parte das pessoas que visitam Praia do Forte e região.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função do aumento no fluxo de visitação aos projetos e demandas de serviços.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função do forte apelo turístico exercido pelos projetos nas pessoas que visitam a região e importância das atividades desenvolvidas pelos mesmos para o estudo e conservação de espécies da fauna nativa ameaçadas de extinção.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Concessão de espaço e infra-estrutura básica na área do empreendimento, especialmente na nova Vila, para implantação de novas bases dos projetos, visando à criação de atrativos na área que diminuam o fluxo de visitação às bases já instaladas na vila de Praia do Forte.

Estabelecer convênios de cooperação mútua com os projetos atuantes na região e órgãos ambientais aos quais estes estejam subordinados, bem como representações do poder público nas esferas municipal e estadual, além de associações comunitárias, com o intuito de promover sadia discussão e tomada de ações conjuntas que visem a compensação dos possíveis impactos advindos às tartarugas-marinhas e baleias ocorrentes neste trecho de litoral.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

-3 2 3 2 2 -72

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

+2 2 3 2 2 +48

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS: Não se aplica.

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Volume V – RIMA, versão II 165

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• Meio Socioeconômico.

IMPACTO: INCREMENTO DA OFERTA DE EMPREGOS PERMANENTES E TEMPORÁRIOS.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

A região de estudo experimenta um forte dinamismo na economia devido ao turismo, que coloca o município de Mata de São João na segunda maior oferta de leitos (total de 6.935 leitos disponíveis) no estado da Bahia, suplantado apenas por Salvador, em grande parte decorrente das potencialidades dos recursos naturais, paisagísticos e ecológicos da orla municipal. Desta forma, com a implantação e operacionalização do empreendimento, surgirão novas ofertas de emprego para a região e adjacências. Trabalhadores da região serão contratados para as diversas atividades relacionadas ao turismo, inclusive profissionais mais especializados.

O impacto é alto devido ao número significativo de empregos permanentes e temporários oferecidos pelos hotéis e serviços decorrentes do empreendimento.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função da quantidade de pessoas contratadas para trabalharem no empreendimento.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função da demanda de pessoas em busca de colocação no mercado de trabalho.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Estabelecer parcerias para criação de projetos profissionalizantes e capacitação profissional beneficiando e preparando a população local para o mercado de trabalho.

Contratar preferencialmente mão-de-obra das comunidades próximas ao empreendimento.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO: Imp/Mag

(-5 à +5) Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

(+) 3 2 3 3 2 +108

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

(+) 4 2 3 3 2 +144

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Volume V – RIMA, versão II 166

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MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS: Não se aplica

• Meio Socioeconômico.

IMPACTO: MODIFICAÇÃO DO ESTILO DE VIDA DA POPULAÇÃO LOCAL.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

Incremento na mudança de valores e formas de comportamentos tradicionais da população local ao ver-se confrontados com o modo de vida dos turistas, poderá alterar o estilo de vida das populações nativas devido a inserção de novos valores, modificando seus estilos tradicionais, especialmente com relação ao trabalho, mudanças nas formas de exploração econômica da região, tais como da agricultura e da pesca para a prestação de serviços ao turista. Além da violação e inobservância às tradições religiosas, ocorrência do uso indiscriminado de álcool e de drogas, assim como da prostituição, aumento dos preços dos gêneros de primeira necessidade decorrente do afluxo de turistas.

O impacto é negativo e de grau baixo devido à existência de outros empreendimentos turísticos na região que já provocaram esse impacto modificando o estilo de vida da população.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função de um processo já implantado por outros empreendimentos turísticos na região e de uma política voltada para o desenvolvimento turístico da mesma nos últimos 20 anos.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função da intensificação dessas modificações no estilo de vida da população.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Planejar o turismo respeitando as formas de vida e as tradições da população local, através de um turismo direcionado as áreas dos hotéis e acompanhados por turismológos.

Implementar em parecerias com as comunidades e grupos culturais já existentes projetos que fomentem a cultura local, artesanais, agrícola, educacionais, além da construção e manutenção de espaços físicos na área da vila turística.

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Volume V – RIMA, versão II 167

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PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

-2 2 3 3 2 -72

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

- 1 2 3 3 2 -36

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS: Não se aplica.

• Meio Socioeconômico.

IMPACTO: MODIFICAÇÃO NO USO DA ÁREA E DAS SERVIDÕES DE PASSAGEM.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

As servidões na área de implantação do empreendimento servem a alguns moradores da região como passagem com destino à praia, onde as pessoas vão tomar banho de mar, pescar e passear. A mesma também é utilizada para a coleta esporádica de frutos silvestres como maçaranduba, cambuí e guajiru, além de existirem alguns espécimes de piaçava no extremo sul do terreno. Este extrativismo é de pouca intensidade em função baixa densidade de indivíduos frutíferos e com potencial para extrativismo.

Com a implantação e operacionalização do empreendimento o uso das servidões e extrativismo vegetal da área será alterado devido à construção das edificações e acessos. Deve-se ressaltar que as ruas, avenidas e alamedas da Vila Turística serão públicas, garantindo o livre transito das comunidades locais, a exemplo de Açu da Torre, Malhadas e Campinas de Malhadas.

O impacto é negativo e de grau baixo, pois a atividades de extrativismos são pouco intensas na área e com relação aos acessos as ruas, avenidas e alamedas da vila turísticas serão públicas, além de serem destinadas outras áreas para servidão em outros locais.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função da intensidade de uso da área para o extrativismo e servidões.

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Volume V – RIMA, versão II 168

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INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função da freqüência e do número de pessoas que utilizam a área e as servidões.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Implantação de novas servidões que garantam o acesso às áreas de uso em comum acordo com a comunidade.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

-3 2 3 3 1 -54

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

-2 2 3 3 1 -36

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS. Não se aplica.

• Meio Socioeconômico.

IMPACTO: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO REGIONAL.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

Os estudos de diagnóstico identificaram que o turismo no município de Mata de São João se destaca com grande força nos setores econômicos e no PIB municipal, assim com a implantação e operacionalização do empreendimento não só no município, como também a nível regional, haverá um incremento e melhoria da infra-estrutura do turismo tornando a região ainda mais atrativa para esta atividade econômica, promovendo um desenvolvimento econômico da região.

O impacto é positivo e de grau alto em função do volume do investimento e dos impostos a serem recolhidos.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função da qualidade da infra-estrutura disponibilizada.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função da arrecadação de impostos e aumento de oferta de postos de trabalho.

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Volume V – RIMA, versão II 169

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MEDIDAS AMBIENTAIS:

Elaboração de um plano diretor para a Vila, que obedeça as normas estabelecidas pelo zoneamento da APA e zoneamento do Plano Diretor do Município, em parceria com os poderes públicos estadual e municipal.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

+4 2 3 3 2 +144

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

+4 2 3 3 2 +144

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS. Não se aplica.

• Meio Socioeconômico.

IMPACTO: AUMENTO DOS SERVIÇOS BÁSICOS DE APOIO E INFRA-ESTRUTURA A SEREM DISPONIBILIZADOS A POPULAÇÃO

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

Além dos dois hotéis, será implantada uma vila turística, que terá caráter residencial, com uma estrutura de um vilarejo típico, que incorpore instalações complementares de comércio e lazer, que servirá de moradia permanente para os empregados das instalações hoteleiras da área e de outras existentes ou previstas, assim como para casas de veraneio, ou mesmo residência fixa.

A vila também oferecerá toda a infra-estrutura básica relacionada aos serviços de saúde, comércio, abastecimento, esgoto, educação e lazer, permitindo uma redução na pressão desses serviços na Vila de Praia do Forte, além de um aumento na oferta destes para a população regional e turistas. Deve-se ressaltar que serão destinados espaços para a implantação de serviços de caráter público e privado, a exemplo de saúde e educação.

Este impacto é positivo e de grau alto em função do incremento dos serviços previstos e da atual demanda local reprimida.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

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PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função da crescente demanda regional de serviços básicos.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função do número e qualidade dos serviços a serem disponibilizados.

MEDIDAS AMBIENTAIS:

Elaboração de um plano diretor específico para a Vila, que obedeça as normas estabelecidas pelo zoneamento da APA e zoneamento do Plano Diretor do Município, em parceria com os poderes públicos estadual e municipal.

Dimensionar as obras de infra-estrutura que atenda necessidades da região a médio e longo prazo.

Realizar em conjunto com os poderes públicos, as associações comunitárias e as organizações não governamentais, os projetos referentes às estruturas destinadas a educação básica e superior, e saúde.

PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

+4 2 3 3 2 +144

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

+5 2 3 3 2 +180

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS: Não se Aplica.

• Meio Socioeconômico.

IMPACTO: INCREMENTO NA ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO:

O empreendimento turístico hoteleiro propiciará um aumento na arrecadação de impostos a nível municipal e federal, sendo mais significativo a nível municipal devido ao montante da arrecadação e a sua aplicação no próprio território do município (ISS e IPTU). A nível estadual destaca-se o ICMS e a nível federal o IR. Outros impostos, taxas e encargos sociais gerados indiretamente, decorrente da geração empregos, serviços e bens também significativos na arrecadação de verbas para fins de aplicação e destinação para os programas sociais.

Considerando os três níveis de arrecadação este impacto é de grau médio.

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Volume V – RIMA, versão II 171

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CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Direto Indireto Positivo Negativo Reversível Irreversível Imediato Médio prazo Longo prazo Temporário Intermediário Indeterminado Ocorrência Remota

Ocorrência Provável

Certeza da Ocorrência

Local Regional Estratégico

PREVISÃO DA MAGNITUDE: Em função do valor de impostos arrecadados.

INTERPRETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA: Em função da destinação dos impostos.

MEDIDAS AMBIENTAIS: Fiscalização e cobrança por parte da comunidade da aplicação adequada dos

impostos, principalmente a nível municipal. PONDERAÇÃO DO IMPACTO:

Imp/Mag (-5 à +5)

Rever. (1 a 2)

Duração (1 a 3)

Ocorrência(1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

+3 2 3 3 3 +162

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

+3 2 3 3 3 +162

MONITORIZAÇÃO DOS IMPACTOS:

Não se Aplica.

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Matriz de Interação

As matrizes elaboradas facilitarão a compreensão da Avaliação dos Impactos Ambientais e foram elaboradas a partir de outros modelos amplamente divulgado na metodologia de Impacto Ambiental e de experiências anteriores da equipe, realizando modificações e adequações ao projeto da Bensal do Brasil.

QUADRO 4.3 -1. Matriz de Avaliação

Impacto SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

FASE DE PROJETO

Ação: Elaboração de estudos técnicos e ambientais GERAÇÃO DE MATERIAL TÉCNICO-CIENTÍFICO +36 +54 AUMENTO DO NÍVEL DA EXPECTATIVA NA POPULAÇÃO LOCAL -8 +12 PLANEJAMENTO SOCIOAMBIENTAL DO PROJETO. +72 +90

TOTAL +100 +156

FASE DE IMPLANTAÇÃO

Ação: Edificação e Operacionalização do canteiro de obras RISCO DE CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA E SOLO. -4 -2 AUMENTO DA PRESSÃO ANTRÓPICA SOBRE O MEIO BIÓTICO. -36 -12 AUMENTO DO RISCO DE DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS.

-6 -4

AUMENTO NA OFERTA DE EMPREGOS DIRETOS E INDIRETOS +48 +60

Ação: Intervenção para implantação de Infra-estrutura Básica RISCO DE EROSÃO E ASSOREAMENTO -18 -12 INTERFERÊNCIA NA HIDRODINÂMICA LOCAL. -24 -12 ALTERAÇÃO DA PAISAGEM. -72 -54 INTERFERÊNCIA NA BIODIVERSIDADE LOCAL. -72 -54 INTERFERÊNCIA NA REPRODUÇÃO DAS TARTARUGAS MARINHAS. -12 -8 RESTRIÇÃO NO TRÂNSITO E USOS DA ÁREA DE INTERVENÇÃO. -18 -12 AUMENTO SAZONAL DA POPULAÇÃO. -36 -24 INTENSIFICAÇÃO NA DINÂMICA ECONÔMICA LOCAL. +36 +36 INTERFERÊNCIA NA INFRA-ESTRUTURA LOCAL. -48 -36

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QUADRO 4.3 -1. Matriz de Avaliação

Impacto SEM AS MEDIDAS. SOCIOAMBIENTAIS

COM AS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS

INTERFERÊNCIA NOS SÍTIOS DE IMPORTÂNCIA HISTÓRICA, CULTURAL, ARQUEOLÓGICA E PAISAGÍSTICA

-54 -36

DESMOBILIZAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA UTILIZADA NA IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO.

-96 -72

GERAÇÃO DE RUÍDOS E PARTICULADOS. -18 -12 TOTAL -430 -254

FASE DE OPERAÇÃO

AÇÃO: Ocupação dos Empreendimentos Hoteleiros e da Vila Residencial. AUMENTO DO RISCO DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO E ÁGUA. -12 -6 AUMENTO DA PRESSÃO ANTRÓPICA SOBRE AS FORMAÇÕES EÓLICAS; -48 -36 INTERFERÊNCIA NA BIODIVERSIDADE LOCAL E RISCO DE PROLIFERAÇÃO DE PRAGAS E DOENÇAS

-144 -108

INTERFERÊNCIA NO SUCESSO REPRODUTIVO DAS TARTARUGAS MARINHAS.

-48 -36

AUMENTO NAS DEMANDAS DOS PROJETOS TAMAR, BALEIA JUBARTE E CASTELO GARCIA D’ÁVILA;

-72 +48

INCREMENTO DA OFERTA DE EMPREGO PERMANENTES E TEMPORÁRIOS.

+108 +144

MODIFICAÇÃO DO ESTILO DE VIDA DA POPULAÇÃO LOCAL. -72 -36 MODIFICAÇÃO NO USO DAS SERVIDÕES DE PASSAGEM. -54 -36 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO REGIONAL. +144 +144 AUMENTO DOS SERVIÇOS BÁSICOS DE APOIO E INFRA-ESTRUTURA A SEREM DISPONIBILIZADOS A POPULAÇÃO

+144 +144

INCREMENTO NA ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS +162 +162 TOTAL +108 +384 TOTAL GERAL -222 +286

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QUADRO 4.3 -2. (11 PAGINAS) 1 (LEMBRAE DE ACRESCENTAR UMA PÁGINA)

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Volume V – RIMA, versão II 175

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QUADRO 4.3 -2. (10 PAGINAS)2

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Volume V – RIMA, versão II 176

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QUADRO 4.3 -2. (10 PAGINAS)3

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QUADRO 4.3 -2. (10 PAGINAS)4

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QUADRO 4.3 -2. (10 PAGINAS)5

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QUADRO 4.3 -2. (10 PAGINAS)6

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QUADRO 4.3 -2. (10 PAGINAS)7

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QUADRO 4.3 -2. (10 PAGINAS)8

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QUADRO 4.3 -2. (10 PAGINAS)9

QUADRO 4.3 -2. (10 PAGINAS)10

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QUADRO 4.3 -2. (10 PAGINAS)10

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Volume V – RIMA, versão II 185

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Volume V – RIMA, versão II 186

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BALANÇO GERAL DOS IMPACTOS

A elaboração da avaliação do impacto ambiental nos permite identificar as principais alterações decorrentes das atividades nas diferentes etapas do empreendimento. Os principais impactos negativos estão relacionados aos meios físico e biótico, tanto na fase de implantação como na operação, principalmente, em função da incidência negativa e da irreversibilidade dos impactos. Já os impactos positivos apresentam-se na grande maioria no meio socioeconômico e nas fases de projeto e operação do empreendimento.

Dentre os impactos negativos levantados neste estudo merece destaque os levantados para a fase de implantação: Alteração da paisagem (meio físico); Interferência na biodiversidade local (meio biótico) e Desmobilização da mão-de-obra (meio socioeconômico) e para a fase de operação: Aumento da pressão antrópica sobre as formações eólicas (meio físico), Interferência na biodiversidade local e risco de proliferação de pragas e doenças (meio biótico) e Modificação do estilo de vida da população local (meio socioeconômico).

Com relação aos impactos positivos destaca-se os da fase de projeto e na fase de operação: Incremento na arrecadação de impostos, Aumento dos serviços básicos de apoio e infra-estrutura a serem disponibilizados a população, Desenvolvimento regional, Aumento da oferta de empregos temporários e permanentes.

A ponderação dos impactos para as etapas de estudo/projeto, implantação e operação considerando, ou não, a adoção de medidas de caráter socioambiental alcançou os seguintes resultados: os impactos sem a adoção das medidas socioambientais totalizaram um valor de (-) 222, enquanto com a adoção das mesmas este número é alterado para (+) 286.

A análise da avaliação de impacto indica que o projeto turístico/hoteleiro da Bensal do Brasil, proposto para localizar-se ao norte de Praia do Forte é viável ambientalmente desde que sejam adotadas as medidas e os monitoramentos de caráter socioambiental sugeridos neste estudo decisivos para atenuar os impactos adversos e maximizar os positivos.

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Volume V – RIMA, versão II 187

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5.0 PROGNÓSTICO

Neste item serão avaliados os futuros cenários com e sem a realização do empreendimento proposto pelo projeto turístico hoteleiro e vila residencial da Bensal do Brasil Ltda ao norte de Praia do Forte – Mata de São João – Bahia.

A implantação de um complexo turístico hoteleiro e uma vila residencial, com licenças ambientais, em terras da Fazenda Praia do Forte ao norte do povoado de mesmo nome proporcionará uma série de alterações de natureza socioambientais positivas e adversas para a sua área de influência, considerando os métodos de implantação, e a implementação de diferentes programas para mitigar os impactos adversos e potencializar os positivos, nas diferentes fases de implantação e operação do empreendimento, conforme foi abordado na avaliação dos impactos ambientais.

A não implantação do empreendimento na área escolhida resultaria a curto e médio prazo na manutenção do atual cenário, caso outros projetos não venha a ser instalado. A área da fazenda onde se propõe implantar o Complexo Turístico Hoteleiro e uma Vila Residencial manterá a fitofisionomia da restinga, as dunas internas e externas, continuarão sendo degradada pelos transeuntes a cavalo ou de carro tracionado que invadem a área, destruindo os sítios de desova de tartaruga marinha e a vegetação que recobre e protege as dunas internas, assim como as lagoas manterão a paisagem atual. Ressalta-se ainda que a médio e longo prazo a área poderá ser objeto de outros projetos e atividades distintas que impliquem em alterações do uso do solo mais agressivas.

O QUADRO 5-1 apresenta cenários futuros contemplando as vantagens e desvantagens para os diferentes meios com e sem a implantação do empreendimento.

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Volume V – RIMA, versão II 188

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QUADRO 5-1 (2 PÁGINAS)

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Volume V – RIMA, versão II 189

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QUADRO 5-1 (2 PÁGINAS)

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Volume V – RIMA, versão II 190

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5.0. PLANOS E PROGRAMAS AMBIENTAIS

Neste item serão apresentados os principais planos e programas a serem implementados pela Bensal do Brasil Ltda nas diferentes fases de implantação e operação do empreendimento.

A instalação de atividades com potencial impactante em uma determinada região requer a realização de uma série de ações voltadas para atenuar tais efeitos sobre o meio, envolvendo aspectos voltados aos trabalhadores, comunidades circunvizinhas, corpos de água, fauna, flora e gestão de áreas protegidas, a saber:

Programa de monitoramento e Controle da qualidade das águas subterrâneas e superficiais.

A área proposta para implantação do projeto está inserida na subacia do rio Açu formado pelo curso principal do rio e três lagoas Timeantube (artificial), Jauarinha e Jauara. Constituindo-se em elemento de importante de beleza cênica para a região. Embora não tenha interfira nas referidas lagoas, recomenda-se o seu monitoramento visando detectar possíveis sinais de alteração em função do empreendimento.

As águas oceânicas em função das atividades de lazer e esporte previstas na fase de operação devem ser objeto de avaliação da sua balneabilidade.

OBJETIVO

Avaliar a qualidade das águas subterrâneas, superficiais e oceânicas das áreas de influência direta do empreendimento. METAS

Garantir a integridade dos corpos d’água e das águas subterrâneas; Monitoramento da qualidade das águas: das bacias hidrográficas, subterrâneas e

oceânicas a montante e a jusante do empreendimento; Acompanhar os resultados nos pontos de amostragem; Análise e avaliação dos resultados do monitoramento, bem como a adoção de

medidas reparadoras e/ou preventivas caso seja necessário.

DURAÇÃO

Deverá ser iniciado na fase de implantação e ter continuidade na fase de operação do empreendimento.

RESPONSÁVEL (IS) PELA IMPLEMENTAÇÃO

Empreendedor.

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Volume V – RIMA, versão II 191

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Programa de Informação e Educação Ambiental

A divulgação e sedimentação dos conhecimentos adquiridos com a estruturação do projeto dos Hotéis, Vila Residencial e Estudos Ambientais junto as comunidades de trabalhadores e habitantes da área de influência do empreendimento é fundamental para o sucesso das atividades a serem desenvolvidas pela Bensal do Brasil e parceiros na melhoria da qualidade do ambiente.

Para tanto, torna-se necessária à execução de um programa específico, aqui denominado de Programa de Informação e Educação Ambiental, cujo escopo contemple aspectos ambientais, culturais e sócio-econômicos, relacionadas ao Complexo Turístico Hoteleiro e Vila Residencial.

OBJETIVO

Implementar um amplo programa de informação e capacitação para trabalhadores e comunidades localizadas na área de entorno, criando desta forma, um canal de comunicação contínuo entre o empreendedor, órgãos públicos, entidades representativas e população em geral, facilitando o processo de integração da população às novas condições criadas pelo empreendimento, bem como o seu envolvimento na mitigação dos impactos.

METAS

Fortalecer o processo de transmissão / construção do conhecimento das comunidades locais, em especial as comunidades já instaladas no distrito de Açu da Torre e da Vila Residencial a ser criada;

Realização de seminários, palestras e encontros envolvendo trabalhadores e comunidades da área de influência direta;

Veicular campanha na mídia local e no sistema formal de ensino, com cartilhas e folhetos informativos;

Propiciar a interação entre os diversos atores sociais direta ou indiretamente ligados ao empreendimento turístico;

Consolidar o processo de liderança interna através da estimulação de métodos de encaminhamento das questões pertinentes ao destino dos grupos de trabalho;

Possibilitar o fortalecimento individual dos funcionários e dos seus grupos de trabalho estimulando a conscientização participativa no processo de gestão ambiental e ocupacional do empreendimento;

Elaboração e divulgação de uma cartilha contendo as principais ações e projetos de natureza socioambiental do empreendimento na região;

Construir socialmente os conceitos relativos a cidadania e meio ambiente, segundo o contexto histórico e cultural;

DURAÇÃO

Deverá ser iniciado antes da fase de implantação através da implementação de reuniões e campanhas de esclarecimento. Para as fases de implantação e operação serão complementadas as ações e metas restantes.

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RESPONSÁVEL (IS) PELA IMPLEMENTAÇÃO.

O empreendedor será responsável pela implementação e deverá estabelecer parcerias com associações locais e Prefeitura de Mata de São João.

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL.

O referido programa, juntamente com os demais, pretende capacitar e incluir socioculturalmente as populações das comunidades da área de influência do projeto, onde o individuo é preparado para desempenhar com mais habilidade suas funções perante a empresa e o próprio meio.

O conteúdo programático dos mais diversos temas deverá estar condizente com a proposta de educação apresentada, considerando a realidade local e um amplo projeto de contribuição à inclusão socioambiental das populações mais carentes diretamente envolvidas com o empreendimento.

OBJETIVO

Planejar e implementar ações de caráter socioambientais visando a capacitação e a inclusão social das comunidades diretamente ligadas ao empreendimento, em especial aos trabalhadores e população urbana / rural do Distrito de Açu da Torre - Município de Mata de São João.

METAS

Planejar e implementar um amplo plano de valorização e inclusão da mão de obra local;

Capacitar e treinar a população local interessada em desenvolver atividades correlatas ao empreendimento;

Incentivar e apoiar a criação e formação de associações visando o desenvolvimento de atividades econômicas relacionada à confecção e comercialização do artesanato local, em especial de piaçava;

Implementar ações para as comunidades locais e de trabalhadores baseadas no desenvolvimento sustentável possibilitando a fixação do homem nas suas comunidades de origem.

DURAÇÃO

Deverá ser iniciado, 02 meses antes da fase de implantação, dando-se continuidade na fase de operação.

RESPONSÁVEL (IS) PELA IMPLEMENTAÇÃO

Empreendedor em parceria com o SEBRAE, Associações Comunitárias e a Prefeitura Municipal de Mata de São João.

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Volume V – RIMA, versão II 193

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PROGRAMA DE SEGURANÇA, SAÚDE E MEIO AMBIENTE.

O recrutamento de contingente de mão de obra e a sua permanência em caráter temporário ou mesmo fixo na região deve ter como objeto de uma série de ações e medidas em atendimento a legislação trabalhista e de meio ambiente.

Integram este programa mais amplo os subprogramas de segurança do trabalhador, saúde do trabalhador e o de gerenciamento de resíduos sólidos, os quais deverão ser objeto de detalhamento na fase de implantação.

O conteúdo deste programa deve estar integralizado com os programas da área social e de meio ambiente.

OBJETIVO

Implementar ações na área de segurança, saúde e gerenciamento de resíduos sólidos da obra e da Nova Vila Residencial.

METAS

Capacitar e treinar os trabalhadores da empresa na área de segurança, saúde, meio ambiente e de gerenciamento de resíduos sólidos;

Criação da Comissão Interna de Preservação de Acidentes na Construção dos Hotéis e Vila Residencial;

Prevenção de acidentes com as populações rurais e fauna regional; Uso obrigatório de EPI’s por parte dos funcionários; Implantação de ações voltadas a prevenção de doenças ocupacionais e

sexualmente transmissíveis aos trabalhadores e populações circunvizinhas; Elaborar e implementar uma Análise de Risco de Acidentes na fase de canteiro de

obras e construção; Elaboração e implementação de ações voltadas ao gerenciamento de resíduos

sólidos; Colaborar com o poder público em ações que visem à solução e minimizar as

questões voltadas a coleta e disposição de lixo, saúde pública e prevenção de acidentes.

DURAÇÃO

Nas fases de implantação e operação do empreendimento.

RESPONSÁVEL (IS) PELA IMPLEMENTAÇÃO

Empreendedor em parceria com o Ministério do Trabalho.

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Volume V – RIMA, versão II 194

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PROGRAMA DE SALVAMENTO E RESGATE DA FAUNA E FLORA AUTÓCTONE E PROTEÇÃO INTEGRAL DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP.

A supressão da vegetação, alteração do habitat e revolvimento do solo em determinadas áreas de intervenção direta do empreendimento propiciará uma alteração e ou redução das áreas de restinga e sobre a fauna silvestre local.

A existência de espécies em vias de extinção como o calango Cnemidophorus abaetensis, a tartaruga-verde (Chelonia mydas), a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta)e a tartaruga-olivácea (Lepidochelys olivacea), a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e espécies da flora consideradas como endêmicas a exemplo da Allagoptera brevicalyx devem ser objeto de subprogramas específicos visando a sua preservação.

Para as áreas de Preservação Permanentes, em uma faixa de 30 metros no entorno das lagoas e áreas com dunas, deverão ser mantidos os padrões de proibição de qualquer uso direto. Deverá ser informado a comunidade à proibição da caça, além de se restaurar as áreas que apresentem um certo grau de degradação.

O monitoramento da qualidade ambiental da biota poderá ser realizado através do acompanhamento sistemático da fauna para o ecossistema terrestre e das tartarugas marinhas.

OBJETIVO

Assegurar a preservação dos ecossistemas da restinga e sua respectiva fauna e flora através da implementação de ações que visem à recomposição de áreas degradadas e o monitoramento da biota.

METAS

Estabelecimento de um Plano de Manejo e Fiscalização para as áreas de desova de tartaruga marinha e habitat da Cnemidophorus abaetensis;

Seleção de espécies nativas a serem incorporadas às áreas preservadas e/ou objeto da restauração;

Restauração das áreas degradadas, com reafeiçoamento do relevo e plantio de mudas de espécies nativas;

Estabelecimento de convênios e parcerias com instituições de pesquisa; Coleta de sementes e produção de mudas para posterior plantio em áreas

preservadas e/ou do paisagismo; Monitoramento semestral fauna terrestre da área de influência direta; Implantação de um plano de sinalização nas principais vias de acesso evitando

acidentes com a fauna regional; Ampliação da área de atuação e centro de visitante dos Projetos Tamar e Baleia

Jubarte; Implantação de projetos conservacionistas, com destaque para os de pesquisa da

fauna e flora regional.

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DURAÇÃO

Deverá ser iniciado na fase de implantação com ações continuas e sistemáticas até a fase de operação.

RESPONSÁVEL (IS) PELA IMPLEMENTAÇÃO

Empreendedor como acompanhamento dos órgãos ambientais.

Programa de Estruturação Sócio Cultural da Vila Residencial.

A Implantação de uma Vila Residencial formada por casas de moradores da região, turistas, comércio e serviços em geral propiciará uma diminuição da pressão sobre os atuais núcleos urbanos da área como o Imbassaí e Praia do Forte.

No processo de estruturação da Vila far-se-á necessário a adoção de medidas de caráter sócio culturais e urbanísticos visando a sua adequação a realidade local sem perder a perspectiva de acompanhar o desenvolvimento do Litoral Norte.

OBJETIVO

Assegurar a sustentabilidade e melhoria da qualidade de vida das populações diretamente envolvidas.

METAS

Apoiar a Revisão do Plano Diretor Urbano; Projetar para Vila áreas de serviços básicos de infra-estrutura, comércio, bancos,

saúde e educação e lazer necessários ao conforto e bem estar dos habitantes; Apoiar as ações governamentais para implementação dos serviços básicos de

infra-estrutura; Estabelecer convênios e parcerias com associações de moradores, pescadores e

artesãos do distrito de Açu da Torre, visando a participação da sociedade civil organizada na estruturação da Nova Vila.

DURAÇÃO

Deverá ser iniciado antes da fase de implantação, com a continuidade na fase de operação.

RESPONSÁVEL (IS) PELA IMPLEMENTAÇÃO

Empreendedor e Prefeitura Municipal de Mata de São João em parceria com associações locais.

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Volume V – RIMA, versão II 196

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Programa de Salvamento Arqueológico

A meta principal do Programa é diagnosticar a presença e salvar o patrimônio arqueológico e histórico presente na área. Para tanto, estarão sendo realizadas diversas atividades de campo, laboratório e gabinete. O produto final constituirá relatório técnico a ser apresentado ao IPHAN e integrado no licenciamento ambiental do empreendimento.

OBJETIVO

Atender às especificidades definidas pela legislação ambiental brasileira, com especial atenção para aquela que rege o patrimônio arqueológico nacional:

METAS

Identificar a presença de sítios arqueológicos Salvar o material arqueológico Identificar e classificar o material Divulgação do material salvo através de exposição

DURAÇÃO Iniciado antes da implantação do empreendimento e a medidas que as áreas são estudadas serão liberadas para implantação. RESPONSÁVEL (IS) PELA IMPLEMENTAÇÃO Empreendedor e Arqueólogo mediante publicação de liberação no diário oficial pelo IPHAN.