barbosa riezo - do cheque

Upload: elisaaaaliiiii

Post on 02-Mar-2016

135 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • CHEQ

    UE ES

    PECIA

    L

    CPF: 0

    0232

    3588-6

    5

    SERGIO

    EIDER

    SILVA

    4090

    1348

    3 081

    3002

    385 2

    0001

    3137

    7358

    R$ e ce

    ntavo

    s acim

    a

    ou a

    sua or

    dem

    19

    a

  • Do Cheque 1

    DOCHEQUE

  • Do Cheque 2

  • Do Cheque 3

    Barbosa Riezo

    DOCHEQUE

    Teoria, Legislao, Jurisprudncia e Prtica

    3 Edio 2000

    LawbookEditora

  • Do Cheque 4

    Copyright by Barbosa Riezo

    Copyright by Lawbook Editora e Distribuidora Ltda

    Reviso:

    Lawbook Livros Ltda

    1 Edio 19982 Edio 1999

    3 Edio 2000

    Proibida a reproduo total ou parcial desta obra, por qualquer meioeletrnico, mecnico, inclusive por processo xerogrfico, sem permis-

    so expressa do Editor. (Lei n 9.610 de 19.02.98).

    Todos os direitos dessa publicao reservados

    Lawbook Editora e Distribuidora LtdaAv. Santo Amaro n 2886 - Brooklin

    CEP 04556-200 - So Paulo - SP

  • Do Cheque 5

    Dedicatria

    Aos dedicados companheiros Gilberto, Maria, Jurandyr e Cleusa, in-cansveis servidores do bem.

  • Do Cheque 6

  • Do Cheque 7

    SUMRIO

    Teoria ...........................................9

    Legislao ..................................17

    Jurisprudncia ..........................107

    Prtica .....................................273

    Bibliografia ..............................299

  • Do Cheque 8

  • Do Cheque 9

    TEORIA

  • Do Cheque 10

  • Do Cheque 11

    CHEQUE PR-DATADO LEVADO AO BANCO ANTESDA DATA AVENADA

    O cheque na legislao brasileira ainda uma ordem de pa-gamento a vista, pois a sua regulamentao nos dada peloDecreto n 57.595, de 07 de janeiro de 1966, que promulgou asconvenes para adoo da Lei Uniforme em matria de cheques(Conveno de Genebra), que diz em seu artigo 28 que o cheque pagvel vista. Considera-se no escrita qualquer meno emcontrrio.

    Porm, devido a falta de outro ttulo de crdito mais gil, poisainda os sistemas de cartes de crdito, que seriam os ideais, aindano fazem parte integrante da cultura nacional, o cheque, que tam-bm de uma pequena parcela da populao, tornou-se para oscomerciantes uma forma de credirio fcil, onde a verificao daidoneidade do cliente mais rpida e tambm a cobrana dosmesmos se fazem por meios tradicionais e instantneos, ainda semconsiderar os custos, como o caso da cobrana por borders,duplicatas ou notas promissrias, criou-se ento a figura do chequepr-datado.

  • Do Cheque 12

    Com isso, gerou-se situaes diferentes, onde o Direito tam-bm exerce a sua tutela.

    Assim, a instituio financeira com a qual o emitente do che-que est contratado fica obrigado a pagar o valor entabulado nocheque no momento em que o mesmo for apresentado pelo porta-dor ou nominado, no importando que o mesmo seja visivelmentepr-datado, pois a instituio bancria tem que cumprir o que a leidetermina.

    O banco nada tem a ver com pr-datao do cheque, masentre o emitente e o portador existe geralmente uma contrataoverbal, pois de um lado se entrega o produto sem burocracia e deoutro a cobrana mais fcil e rpida, combinando-se que o por-tador do cheque no o depositar antes da data combinada, poiseste procedimento nada tem de ilegal, s obrigam as partes quecontrataram dessa forma.

    Quando esta pactuao descumprida, o portador docheque que assim o fez responde pelo eventual dano causado,conforme preceitua o art. 1.056 do Cdigo Civil que diz: Nocumprindo a obrigao, ou deixando de cumpri-la, pelo modo eno tempo devidos, responde o devedor por perdas e danos.

    No caso, o dano moral proveniente do fato de que o emi-tente do cheque ao optar pelo pr-datado, se d justamente porque o mesmo no possuindo saldo suficiente para cobertura dovalor emitido, o que tambm do conhecimento do comerciante ouportador, assim, com a apresentao do cheque no caixa do bancoantes da data combinada, fatalmente haver a sua devoluo porfalta de fundos, salvo nos casos de cheque especial, causando aoemitente uma situao vexatria e causadora de leso moral suaimagem.

  • Do Cheque 13

    O julgado do Tribunal de Justia do Distrito Federal na APCn APC n. 0036433, Terceira Turma Cvel, Rel. DesembargadoraFtima Nancy Andrighi, DJDF 02.04.96, pg. 4.772, trouxe queIndenizao. Dano moral. Cheque devolvido antes da data ajusta-da para o seu resgate. Nome da emitente enviado ao cadastro dosemitentes de cheques sem fundos. Moral e honra abaladas, resul-tantes dos constrangimentos sofridos. Prova inequvoca nesse sen-tido.

  • Do Cheque 14

  • Do Cheque 15

    DEVOLUO INDEVIDA DE CHEQUE PORINSTITUIO FINANCEIRA

    Quando acontece a devoluo indevida de cheque por parteda instituio financeira, caracteriza-se o dano moral, pois com istolesiona-se a imagem do cidado, sem que este tenha ensejado paratal, acarretando abalo de crdito, que mesmo sendo dano material,este cumulvel com dano moral, desde que nascidos do mesmoevento, causando prejuzo moral, abalando as relaes do lesado.

    A instituio bancria responde pelos erros de seus funcion-rios, sendo portanto, parte passiva no eventual pleito reparatrio,tendo porm, direito de regresso.

    Assim a instituio financeira descumprindo sua obrigaocontratual de pagar o cheque, devolvendo-o comete o ilcito, cau-sando prejuzo moral, vergonha e lesionando o direito a imagem docidado que cumpre seus deveres e compromissos.

  • Do Cheque 16

  • Do Cheque 17

    LEGISLAO

  • Do Cheque 18

  • Do Cheque 19

    Lei do ChequeLEI N 7.357, DE 2 DE SETEMBRO DE 1985Dispe sobre o cheque e d outras providncias.O Presidente da Repblica:Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguin-

    te Lei:CAPTULO I

    DA EMISSO E DA FORMA DO CHEQUEArt. 1. O cheque contm:I - a denominao cheque inscrita no contexto do ttulo e expressa

    na lngua em que este redigido;II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada;III - o nome do banco ou da instituio financeira que deve pagar

    (sacado);IV - a indicao do lugar de pagamento;V - a indicao da data e do lugar da emisso;VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatrio com

    poderes especiais.Pargrafo nico. A assinatura do emitente ou a de seu mandatrio com

    poderes especiais pode ser constituda, na forma da legislao especfica,por chancela mecnica ou processo equivalente.

    Art. 2. O ttulo a que falte qualquer dos requisitos enumerados noartigo precedente no vale como cheque, salvo nos casos determinados aseguir:

    I - na falta de indicao especial, considerado lugar de pagamento olugar designado junto ao nome do sacado, se designados vrios lugares, o

  • Do Cheque 20

    cheque pagvel no primeiro deles; no existindo qualquer indicao, ocheque pagvel no lugar de sua emisso;

    II - no indicado o lugar de emisso, considera-se emitido o chequeno lugar indicado junto ao nome do emitente.

    Art. 3. O cheque emitido contra banco, ou instituio financeira quelhe seja equiparada, sob pena de no valer como cheque.

    Art. 4. O emitente deve ter fundos disponveis em poder do sacado eestar autorizado a sobre eles emitir cheque, em virtude de contrato expressoou tcito. A infrao desses preceitos no prejudica a validade do ttulocomo cheque.

    1. A existncia de fundos disponveis verificada no momento daapresentao do cheque para pagamento.

    2. Consideram-se fundos disponveis:a) os crditos constantes de conta corrente bancria no subordina-

    dos a termo;b) o saldo exigvel de conta corrente contratual;c) a soma proveniente de abertura de crdito.Art. 5. (VETADO).Art. 6. O cheque no admite aceite, considerando-se no escrita qual-

    quer declarao com esse sentido.Art. 7. Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitima-

    do, lanar e assinar, no verso do cheque no ao portador e ainda no endos-sado, visto, certificao ou outra declarao equivalente, datada e porquantia igual indicada no ttulo.

    1. A aposio de visto, certificao ou outra declarao equivalenteobriga o sacado a debitar conta do emitente a quantia indicada no chequee a reserv-la em benefcio do portador legitimado, durante o prazo deapresentao, sem que fiquem exonerados o emitente, endossantes e de-mais coobrigados.

    2. O sacado creditar conta do emitente a quantia reservada, umavez vencido o prazo de apresentao; e, antes disso, se o cheque lhe forentregue para inutilizao.

    Art. 8. Pode-se estipular no cheque que seu pagamento seja feito:I - a pessoa nomeada, com ou sem clusula expressa ordem;II - a pessoa nomeada, com a clusula no ordem, ou outra equiva-

    lente;III - ao portador.Pargrafo nico. Vale como cheque ao portador o que no contm

    indicao do beneficirio e o emitido em favor de pessoa nomeada com aclusula ou ao portador, ou expresso equivalente.

  • Do Cheque 21

    Art. 9. O cheque pode ser emitido:I - ordem do prprio sacador;II - por conta de terceiro;III - contra o prprio banco sacador, desde que no ao portador.Art. 10. Considera-se no escrita a estipulao de juros inserida no

    cheque.Art. 11. O cheque pode ser pagvel no domiclio de terceiro, quer na

    localidade em que o sacado tenha domiclio, quer em outra, desde que oterceiro seja banco.

    Art. 12. Feita a indicao da quantia em algarismos, e por extenso,prevalece esta no caso de divergncia. Indicada a quantia mais de uma vez,quer por extenso, quer por algarismos, prevalece, no caso de divergncia, aindicao da menor quantia.

    Art. 13. As obrigaes contradas no cheque so autnomas e inde-pendentes.

    Pargrafo nico. A assinatura de pessoa capaz cria obrigaes para osignatrio, mesmo que o cheque contenha assinatura de pessoas incapazesde se obrigar por cheque, ou assinaturas falsas, ou assinaturas de pessoasfictcias, ou assinaturas que, por qualquer outra razo, no poderiam obrigaras pessoas que assinaram o cheque, ou em nome das quais ele foi assinado.

    Art. 14. Obriga-se pessoalmente quem assina cheque como mandat-rio ou representante, sem ter poderes para tal, ou excedendo os que lheforam conferidos. Pagando o cheque, tem os mesmos direitos daquele emcujo nome assinou.

    Art. 15. O emitente garante o pagamento, considerando-se no escritaa declarao pela qual se exima dessa garantia.

    Art. 16. Se o cheque, incompleto no ato da emisso, for completadocom inobservncia do convencionado com o emitente, tal fato no pode seroposto ao portador, a no ser que este tenha adquirido o cheque de m-f.

    CAPTULO IIDA TRANSMISSO

    Art. 17. O cheque pagvel a pessoa nomeada, com ou sem clusulaexpressa ordem, transmissvel por via de endosso.

    1. O cheque pagvel a pessoa nomeada, com a clusula no ordem, ou outra equivalente, s transmissvel pela forma e com os efeitosde cesso.

    2. O endosso pode ser feito ao emitente, ou a outro obrigado, quepodem novamente endossar o cheque.

    Art. 18. O endosso deve ser puro e simples, reputando-se no-escritaqualquer condio a que seja subordinado.

  • Do Cheque 22

    1. So nulos o endosso parcial e o do sacado. 2. Vale como em branco o endosso ao portador. O endosso ao saca-

    do vale apenas como quitao, salvo no caso de o sacado ter vrios estabe-lecimentos e o endosso ser feito em favor de estabelecimento diversodaquele contra o qual o cheque foi emitido.

    Art. 19. O endosso deve ser lanado no cheque ou na folha de alonga-mento e assinado pelo endossante, ou seu mandatrio com poderes especi-ais

    1. O endosso pode no designar o endossatrio. Consistindo ape-nas na assinatura do endossante (endosso em branco), s vlido quandolanado no verso do cheque ou na folha de alongamento.

    2. A assinatura do endossante, ou a de seu mandatrio com pode-res especiais, pode ser constituda, na forma de legislao especfica, porchancela mecnica, ou processo equivalente.

    Art. 20. O endosso transmite todos os direitos resultantes do cheque.Se o endosso em branco pode o portador:

    I - complet-lo com o seu nome ou com o de outra pessoa;II - endossar novamente o cheque, em branco ou a outra pessoa;III - transferir o cheque a um terceiro, sem completar o endosso e sem

    endossar.Art. 21. Salvo estipulao em contrrio, o endossante garante o paga-

    mento.Pargrafo nico. Pode o endossante proibir novo endosso; neste

    caso, no garante o pagamento a quem seja o cheque posteriormente en-dossado.

    Art. 22. O detentor de cheque ordem considerado portador legi-timado, se provar seu direito por uma srie ininterrupta de endossos, mesmoque o ltimo seja em branco. Para esse efeito, os endossos cancelados soconsiderados no-escritos.

    Pargrafo nico. Quando um endosso em branco for seguido de ou-tro, entende-se que o signatrio deste adquiriu o cheque pelo endosso embranco.

    Art. 23. O endosso num cheque passado ao portador torna oendossante responsvel, nos termos das disposies que regulam o direitode ao, mas nem por isso converte o ttulo num cheque ordem.

    Art. 24. Desapossado algum de um cheque, em virtude de qualquerevento, o novo portador legitimado no est obrigado a restitu-lo, se no oadquiriu de m-f.

    Pargrafo nico. Sem prejuzo do disposto neste artigo, sero obser-vadas, nos casos de perda, extravio, furto, roubo ou apropriao indbita do

  • Do Cheque 23

    cheque, as disposies legais relativas anulao e substituio de ttulosao portador, no que for aplicvel.

    Art. 25. Quem for demandado por obrigao resultante de cheque nopode opor ao portador excees fundadas em relaes pessoais com oemitente, ou com os portadores anteriores, salvo se o portador o adquiriuconscientemente em detrimento do devedor.

    Art. 26. Quando o endosso contiver a clusula valor em cobrana,para cobrana, por procurao, ou qualquer outra que implique apenasmandato, o portador pode exercer todos os direitos resultantes do cheque,mas s pode lanar no cheque endosso-mandato. Neste caso, os obrigadossomente podem invocar contra o portador as excees oponveis aoendossante.

    Pargrafo nico. O mandato contido no endosso no se extingue pormorte do endossante ou por supervenincia de sua incapacidade.

    Art. 27. O endosso posterior ao protesto, ou declarao equivalente,ou expirao do prazo de apresentao produz apenas os efeitos de ces-so. Salvo prova em contrrio, o endosso sem data presume-se anterior aoprotesto, ou declarao equivalente, ou expirao do prazo de apresenta-o.

    Art. 28. O endosso no cheque nominativo, pago pelo banco contra oqual foi sacado, prova o recebimento da respectiva importncia pela pessoaa favor da qual foi emitido, e pelos endossantes subseqentes.

    Pargrafo nico. Se o cheque indica a nota, fatura, conta cambial, im-posto lanado ou declarao a cujo pagamento se destina, ou outra causada sua emisso, o endosso pela pessoa a favor da qual foi emitido e a sualiquidao pelo banco sacado provam a extino da obrigao indicada.

    CAPTULO IIIDE AVAL

    Art. 29. O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou emparte, por aval prestado por terceiro, exceto o sacado, ou mesmo por signa-trio do ttulo.

    Art. 30. O aval lanado no cheque ou na folha de alongamento.Exprime-se pelas palavras por aval, ou frmula equivalente, com a assina-tura do avalista. Considera-se como resultante da simples assinatura doavalista, aposta no anverso do cheque, salvo quando se tratar da assinaturado emitente.

    Pargrafo nico. O aval deve indicar o avalizado. Na falta de indica-o, considera-se avalizado o emitente.

    Art. 31. O avalista se obriga da mesma maneira que o avalizado. Sub-siste sua obrigao, ainda que nula a por ele garantida, salvo se a nulidade

  • Do Cheque 24

    resultar de vcio de forma.Pargrafo nico. O avalista que paga o cheque adquire todos os direi-

    tos dele resultantes contra o avalizado e contra os obrigados para com esteem virtude do cheque.

    CAPTULO IVDA APRESENTAO E DO PAGAMENTO

    Art. 32. O cheque pagvel a vista. Considera-se no escrita qualquermeno em contrrio.

    Pargrafo nico. O cheque apresentado para pagamento antes do diaindicado como data de emisso pagvel no dia da apresentao.

    Art. 33. O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar dodia da emisso, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar ondehouver de ser pago; e 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar doPas ou no exterior.

    Pargrafo nico. Quando o cheque emitido entre lugares com calen-drios diferentes, considera-se como de emisso o dia correspondente docalendrio do lugar de pagamento.

    Art. 34. A apresentao do cheque cmara de compensao equivale apresentao a pagamento.

    Art. 35. O emitente do cheque pagvel no Brasil pode revog-lo mercde contra-ordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial,com as razes motivadoras do ato.

    Pargrafo nico. A revogao ou contra-ordem s produz efeito de-pois de expirado o prazo de apresentao e, no sendo promovida, pode osacado pagar o cheque at que decorra o prazo de prescrio, nos termos doart. 59 desta Lei.

    Art. 36. Mesmo durante o prazo de apresentao, o emitente e o porta-dor legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado,por escrito, oposio fundada em relevante razo de direito.

    1. A aposio do emitente e a revogao ou contra-ordem se exclu-em reciprocamente.

    2. No cabe ao sacado julgar da relevncia da razo invocada pelooponente.

    Art. 37. A morte do emitente ou sua incapacidade superveniente emisso no invalidam os efeitos do cheque.

    Art. 38. O sacado pode exigir, ao pagar o cheque, que este lhe sejaentregue quitado pelo portador.

    Pargrafo nico. O portador no pode recusar pagamento parcial, e,nesse caso, o sacado pode exigir que esse pagamento conste do cheque e

  • Do Cheque 25

    que o portador lhe d a respectiva quitao.Art. 39. O sacado que paga cheque ordem obrigado a verificar a

    regularidade da srie de endossos, mas no a autenticidade das assinaturasdos endossantes. A mesma obrigao incumbe ao banco apresentante docheque cmara de compensao.

    Pargrafo nico. Ressalvada a responsabilidade do apresentante, nocaso da parte final deste artigo, o banco sacado responder pelo pagamentodo cheque falso, falsificado ou alterado, salvo dolo ou culpa do correntista,do endossante ou do beneficirio, dos quais poder o sacado, no todo ouem parte, reaver o que pagou.

    Art. 40. O pagamento se far medida em que forem apresentados oscheques e se 2 (dois) ou mais forem apresentados simultaneamente, semque os fundos disponveis bastem para o pagamento de todos, tero prefe-rncia os de emisso mais antiga e, se da mesma data, os de nmero inferior.

    Art. 41. O sacado pode pedir explicaes ou garantia para pagar che-que mutilado, rasgado ou partido, ou que contenha borres, emendas e di-zeres que no paream formalmente normais.

    Art. 42. O cheque em moeda estrangeira pago, no prazo de apresen-tao, em moeda nacional ao cmbio do dia do pagamento obedecida a le-gislao especial.

    Pargrafo nico. Se o cheque no for pago no ato da apresentao,pode o portador optar entre o cmbio do dia da apresentao e o do dia dopagamento para efeito de converso em moeda nacional.

    Art. 43. (VETADO). 1. (VETADO). 2. (VETADO).

    CAPTULO VDO CHEQUE CRUZADO

    Art. 44. O emitente ou o portador podem cruzar o cheque, mediante aaposio de dois traos paralelos no anverso do ttulo.

    1. O cruzamento geral se entre os dois traos no houver nenhu-ma indicao ou existir apenas a indicao banco, ou outra equivalente, Ocruzamento especial se entre os dois traos existir a indicao do nome dobanco.

    2. O cruzamento geral pode ser convertido em especial, mas esteno pode converter-se naquele. A inutilizao do cruzamento ou a do nomedo banco reputada como no existente.

    Art. 45. O cheque com cruzamento geral s pode ser pago pelo sacadoa banco ou a cliente do sacado, mediante crdito em conta. O cheque comcruzamento especial s pode ser pago pelo sacado ao banco indicado, ou,

  • Do Cheque 26

    se este for o sacado, a cliente seu, mediante crdito em conta. Pode,entretanto, o banco designado incumbir outro da cobrana.

    1. O banco s pode adquirir cheque cruzado de cliente seu ou deoutro banco. S pode cobr-lo por conta de tais pessoas.

    2. O cheque com vrios cruzamentos especiais s pode ser pagopelo sacado no caso de dois cruzamentos, um dos quais para cobrana porcmara de compensao.

    3. Responde pelo dano, at a concorrncia do montante do cheque,o sacado ou o banco portador que no observar as disposies preceden-tes.

    CAPTULO VIDO CHEQUE PARA SER CREDITADO EM CONTA

    Art. 46. O emitente ou o portador podem proibir que o cheque sejapago em dinheiro mediante a inscrio transversal, no anverso do ttulo, daclusula para ser creditado em conta, ou outra equivalente. Nesse caso, osacado s pode proceder a lanamento contbil (crdito em conta, transfe-rncia ou compensao), que vale como pagamento. O depsito do chequeem conta de seu beneficirio dispensa o respectivo endosso.

    1. A inutilizao da clusula considerada como no existente. 2. Responde pelo dano, at a concorrncia do montante do cheque,

    o sacado que no observar as disposies precedentes.CAPTULO VII

    DA AO POR FALTA DE PAGAMENTOArt. 47. Pode o portador promover a execuo do cheque:I - contra o emitente e seu avalista;II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresenta-

    do em tempo hbil e a recusa do pagamento comprovada pelo protesto oupor declarao do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicaodo dia de apresentao, ou, ainda, por declarao escrita e datada porcmara de compensao.

    1. Qualquer das declaraes previstas neste artigo dispensa o pro-testo e produz os efeitos deste.

    2. Os signatrios respondem pelos danos causados por declara-es inexatas.

    3. O portador que no apresentar o cheque em tempo hbil, ou nocomprovar a recusa de pagamento pela forma indicada neste artigo, perde odireito de execuo contra o emitente, se este tinha fundos disponveis du-rante o prazo de apresentao e os deixou de ter, em razo de fato que nolhe seja imputvel.

  • Do Cheque 27

    4. A execuo independe do protesto e das declaraes previstasneste artigo, se a apresentao ou o pagamento do cheque so obstadospelo fato de o sacado ter sido submetido a interveno, liquidaoextrajudicial ou falncia.

    Art. 48. O protesto ou as declaraes do artigo anterior devem fazer-se no primeiro dia til seguinte.

    1. A entrega do cheque para protesto deve ser prenotada em livroespecial e o protesto tirado no prazo de 3 (trs) dias teis a contar do recebi-mento do ttulo.

    2. O instrumento do protesto, datado e assinado pelo oficial pbli-co competente, contm:

    a) a transcrio literal do cheque, com todas as declaraes neleinseridas, na ordem em que se acham lanadas;

    b) a certido da intimao do emitente, de seu mandatrio especial ourepresentante legal, e as demais pessoas obrigadas no cheque;

    c) a resposta dada pelos intimados ou a declaraes da falta de res-posta;

    d) a certido de no haverem sido encontrados ou de serem desco-nhecidos o emitente ou os demais obrigados, realizada a intimao, nessecaso, pela imprensa.

    3. O instrumento de protesto, depois de registrado em livro prprio,ser entregue ao portador legitimado ou quele que houver efetuado opagamento.

    4. Pago o cheque depois do protesto, pode este ser cancelado, apedido de qualquer interessado, mediante arquivamento de cpia autentica-da de quitao que contenha perfeita identificao do ttulo.

    Art. 49. O portador deve dar aviso da falta de pagamento a seuendossante ao emitente, nos 4 (quatro) dias teis seguintes ao do protestoou das declaraes previstas no art. 47 desta Lei ou, havendo clusula semdespesa, ao da apresentao.

    1. Cada endossante deve, nos 2 (dois) dias teis seguintes ao dorecebimento do aviso, comunicar seu teor ao endossante precedente, indi-cando os nomes e endereos dos que deram os avisos anteriores, e assimpor diante, at o emitente, contando-se os prazos do recebimento do avisoprecedente.

    2. O aviso dado a um obrigado deve estender-se, no mesmo prazo, aseu avalista.

    3. Se o endossante no houver indicado seu endereo, ou o tiverfeito de forma ilegvel, basta o aviso ao endossante que o preceder.

    4. O aviso pode ser dado por qualquer forma, at pela simples devo-

  • Do Cheque 28

    luo do cheque. 5. Aquele que estiver obrigado a aviso dever provar que o deu no

    prazo estipulado. Considera-se observado o prazo se, dentro dele, houversido posta no correio a carta de aviso.

    6. No decai do direito de regresso o que deixa de dar o aviso noprazo estabelecido. Responde, porm, pelo dano causado por sua neglign-cia, sem que a indenizao exceda o valor do cheque.

    Art. 50. O emitente, o endossante e o avalista podem, pela clusulasem despesa, sem protesto, ou outra equivalente, lanada no ttulo e assi-nada, dispensar o portador, para promover execuo do ttulo, do protestoou da declarao equivalente.

    1. A clusula no dispensa o portador da apresentao do chequeno prazo estabelecido, nem dos avisos. Incumbe a quem alega ainobservncia de prazo a prova respectiva.

    2. A clusula lanada pelo emitente produz efeito em relao a to-dos os obrigados; a lanada por endossante ou por avalista produz efeitosomente em relao ao que lanar.

    3. Se, apesar da clusula lanada pelo emitente, o portador promoveo protesto, as despesas correm por sua conta. Por elas respondem todos osobrigados, se a clusula lanada por endossante ou avalista.

    Art. 51. Todos os obrigados respondem solidariamente para com oportador do cheque.

    1. O portador tem o direito de demandar todos os obrigados, indivi-dual ou coletivamente, sem estar sujeito a observar a ordem em que seobrigaram. O mesmo direito cabe ao obrigado que pagar o cheque.

    2. A ao contra um dos obrigados no impede sejam os outrosdemandados, mesmo que se tenham obrigado posteriormente quele.

    3. Regem-se pelas normas das obrigaes solidrias as relaesentre obrigados do mesmo grau.

    Art. 52. O portador pode exigir do demandado:I - a importncia do cheque no pago;II - os juros legais desde o dia da apresentao;III - as despesas que fez;IV - a compensao pela perda do valor aquisitivo da moeda, at o

    embolso das importncias mencionadas nos itens antecedentes.Art. 53. Quem paga o cheque pode exigir de seus garantes:I - a importncia integral que pagou;II - os juros legais, a contar do dia do pagamento;III - as despesas que fez;

  • Do Cheque 29

    IV - a compensao pela perda do valor aquisitivo da moeda, at oembolso das importncias mencionada nos itens antecedentes.

    Art. 54. O obrigado contra o qual se promova execuo, ou que a estaesteja sujeito, pode exigir, contra pagamento, a entrega do cheque, com oinstrumento de protesto ou da declarao equivalente e a conta de juros edespesas quitadas.

    Pargrafo nico. O endossante que pagou o cheque pode cancelarseu endosso e os dos endossantes posteriores.

    Art. 55. Quando disposio legal ou caso de fora maior impedir aapresentao do cheque, o protesto ou a declarao equivalente nos prazosestabelecidos, consideram-se estes prorrogados.

    1. O portador obrigado a dar aviso imediato da ocorrncia de foramaior a seu endossante e a fazer meno do aviso dado mediante declaraodatada e assinada por ele no cheque ou folha de alongamento. Soaplicveis, quanto ao mais, as disposies do art. 40 e seus pargrafos des-ta Lei.

    2. Cessado o impedimento, deve o portador, imediatamente, apre-sentar o cheque para pagamento e, se couber, promover protesto ou a decla-rao equivalente.

    3. Se o impedimento durar por mais de 15 (quinze) dias contados dodia em que o portador, mesmo antes de findo o prazo de apresentao,comunicou a ocorrncia de fora maior a seu endossante, poder ser promo-vida a execuo, sem necessidade da apresentao do protesto ou declara-o equivalente.

    4. No constituem casos de fora maior os fatos puramente pesso-ais relativos ao portador ou pessoa por ele incumbida da apresentao docheque, do protesto ou da obteno da declarao equivalente.

    CAPTULO VIIIDA PLURALIDADE DE EXEMPLARES

    Art. 56. Excetuado o cheque ao portador, qualquer cheque emitido emum pas e pagvel em outro pode ser feito em vrios exemplares idnticos,que devem ser numerados no prprio texto do ttulo, sob pena de cadaexemplar ser considerado cheque distinto.

    Art. 57. O pagamento feito contra a apresentao de um exemplar liberatrio, ainda que no estipulado que o pagamento torna sem efeito osoutros exemplares.

    Pargrafo nico. O endossante que transferir os exemplares a diferen-tes pessoas e os endossantes posteriores respondem por todos os exempla-res que assinarem e que no forem restitudos.

  • Do Cheque 30

    CAPTULO IXDAS ALTERAES

    Art. 58. No caso de alterao do texto do cheque, os signatrios pos-teriores alterao respondem nos termos do texto alterado e os signatriosanteriores, nos do texto original.

    Pargrafo nico. No sendo possvel determinar se a firma foi apostano ttulo antes ou depois de sua alterao, presume-se que o tenha sidoantes.

    CAPTULO XDA PRESCRIO

    Art. 59. Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expirao do prazode apresentao, a ao que o art. 47 desta Lei assegura ao portador.

    Pargrafo nico. A ao de regresso de um obrigado ao pagamento docheque contra outro prescreve em 6 (seis) meses, contados do dia em que oobrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado.

    Art. 60. A interrupo da prescrio produz efeito somente contra oobrigado em relao ao qual foi promovido o ato interruptivo.

    Art. 61. A ao de enriquecimento contra o emitente ou outros obriga-dos, que se locupletaram injustamente com o no-pagamento do cheque,prescreve em 2 (dois) anos, contados do dia em que se consumar a prescri-o prevista no art. 59 e seu pargrafo desta Lei.

    Art. 62. Salvo prova de novao, a emisso ou a transferncia do che-que no exclui a ao fundada na relao causal, feita a prova do no-pagamento.

    CAPTULO XIDOS CONFLITOS DE LEIS EM MATRIAS

    Art. 63. Os conflitos de leis em matria de cheques sero resolvidosde acordo com as normas constantes das Convenes aprovadas, promul-gadas e mandadas aplicar no Brasil, na forma prevista pela ConstituioFederal.

    CAPTULO XIIDAS DISPOSIES GERAIS

    Art. 64. A apresentao do cheque, o protesto ou a declarao equi-valente s podem ser feitos ou exigidos em dia til, durante o expedientedos estabelecimentos de crdito, cmaras de compensao e cartrios deprotestos.

    Pargrafo nico. O cmputo dos prazos estabelecidos nesta Lei obe-dece s disposies do direito comum.

    Art. 65. Os efeitos penais da emisso do cheque sem suficiente provi-

  • Do Cheque 31

    so de fundos, da frustrao do pagamento do cheque, da falsidade, dafalsificao e da alterao do cheque continuam regidos pela legislao cri-minal.

    Art. 66. Os vales ou cheques postais, os cheques de poupana ouassemelhados, e os cheques de viagem regem-se pelas disposies especi-ais a eles referentes.

    Art. 67. A palavra banco, para os fins desta Lei, designa tambm ainstituio financeira contra a qual a lei admita a emisso de cheque.

    Art. 68. Os bancos e casas bancrias podero fazer prova aos seusdepositantes dos cheques por estes sacados, mediante apresentao de c-pia fotogrfica ou microgrfica.

    Art. 69. Fica ressalvada a competncia do Conselho Monetrio Nacio-nal, nos termos e nos limites da legislao especfica, para expedir normasrelativas matria bancria relacionada com o cheque.

    Pargrafo nico. da competncia do Conselho Monetrio Nacional:a) a determinao das normas a que devem obedecer as contas de

    depsito para que possam ser fornecidos os tales de cheques aosdepositantes;

    b) a determinao das conseqncias do uso indevido do cheque re-lativamente conta do depositante;

    c) a disciplina das relaes entre o sacado e o opoente, na hiptese doart. 36 desta Lei.

    Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.Art. 71. Revogam-se as disposies em contrrio.Braslia, em 2 de setembro de 1985; 164 da Independncia e 97 da

    Repblica.JOS SARNEYDilson Domingos Funaro

  • Do Cheque 32

  • Do Cheque 33

    Contribuio Provisria sobre Movimentao ou Transmisso de Valorese de Crditos e Direitos de Natureza Financeira

    INSTRUO NORMATIVA SRF N 3, DE 13 DE JANEIRO DE 1997(DOU 15.01.97)Dispe sobre a Contribuio Provisria sobre Movimentao ou

    Transmisso de Valores e de Crditos e Direitos de Natureza Financeira -CPMF.

    O Secretrio da Receita Federal, no uso de suas atribuies, e tendoem vista o disposto no art. 19 da Lei n 9.311, de 24 de outubro de 1996,resolve:

    Art. 1. Esta Instruo Normativa disciplina a cobrana e o recolhi-mento da Contribuio Provisria sobre Movimentao ou Transmisso deValores e de Crditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF.

    CONCEITOArt. 2. Considera-se movimentao ou transmisso de valores e de

    crditos e direitos de natureza financeira qualquer operao liquidada oulanamento realizado pelas entidades referidas no art. 2 da Lei n 9.311, de1996, que representem circulao escritural ou fsica de moeda, e de queresulte ou no transferncia da titularidade dos mesmos valores, crditos edireitos.

    FATO GERADORArt. 3. Constitui fato gerador da CPMF:I - o lanamento a dbito, por instituio financeira, em contas corren-

    tes de depsito, em contas correntes de emprstimo, em conta de depsitode poupana, de depsito judicial e de depsitos em consignao depagamento de que tratam os pargrafos do art. 890 da Lei n 5.869, de 11 dejaneiro de 1973, introduzidos pelo art. 1 da Lei n 8.951, de 13 de dezembrode 1994, junto a ela mantidas;

    II - o lanamento a crdito, por instituio financeira, em contas cor-

  • Do Cheque 34

    rentes que apresentem saldo negativo, at o limite de valor da reduo dosaldo devedor;

    III - a liquidao ou pagamento, por instituio financeira, de quais-quer crditos, direitos ou valores, por conta e ordem de terceiros, que notenham sido creditados, em nome do beneficirio, nas contas referidas nosincisos anteriores;

    IV - o lanamento, e qualquer outra forma de movimentao ou trans-misso de valores e de crditos e direitos de natureza financeira, no relacio-nados nos incisos anteriores, efetuados pelos bancos comerciais, bancosmltiplos com carteira comercial e caixas econmicas;

    V - a liquidao de operaes contratadas nos mercados organizadosde liquidao futura;

    VI - qualquer outra movimentao ou transmisso de valores e decrditos e direitos de natureza financeira que, por sua finalidade, reunindocaractersticas que permitam presumir a existncia de sistema organizadopara efetiv-la, produza os mesmos efeitos previstos nos incisos anterioresindependentemente da pessoa que a efetue, da denominao que possa tere da forma jurdica ou dos instrumentos utilizados para realiz-la.

    1. As contas correntes de emprstimo a que se refere o inciso I soconstitudas pelos saldos devedores verificados nas contas correntes dedepsito, resultantes de adiantamentos a depositantes, ou decorrentes decontratos de abertura de crdito sob qualquer forma.

    2. Constituem fato gerador da CPMF, nas contas correntes de em-prstimo referidas no pargrafo anterior, conforme exemplificado no Anexonico:

    I - o dbito inicial e os demais dbitos que ocorrerem posteriormente;II - o lanamento a crdito em contas que apresentem saldo negativo,

    at o limite de valor da reduo do saldo devedor. 3. Para efeito do disposto no inciso II do pargrafo anterior, a con-

    tribuio incidir sobre o valor correspondente efetiva reduo do em-prstimo concedido nas contas correntes de depsito, apurado ao final decada dia.

    4. Inclui-se na hiptese de ocorrncia do fato gerador prevista noinciso III do caput:

    I - a restituio de tributos, em dinheiro, promovida por instituiesfinanceiras, por conta e ordem do sujeito ativo das respectivas obrigaestributrias;

    II - a liquidao ou pagamento de cheques emitidos por instituiofinanceira, que sejam registrados na rubrica Ordem de Pagamento do Pla-no Contbil das Instituies do Sistema Financeiro Nacional - COSIF, cujo

  • Do Cheque 35

    valor no tenha sido:a) debitado diretamente na conta do tomador; oub) creditado em nome do beneficirio nas contas referidas no inciso I

    do caput.III - o pagamento, em espcie, de salrios e proventos, inclusive os de

    aposentadorias, penses e outros benefcios, cujo valor no tenha sidodebitado na conta corrente de depsito vista do empregador;

    IV - as liquidaes de ordens de pagamento em que uma mesma pes-soa seja emitente e beneficiria, cuja emisso tenha sido efetuada contraentrega de dinheiro ou cheques emitidos por terceiros, instituio finan-ceira.

    NO-INCIDNCIAArt. 4. A CPMF no incide:I - no lanamento nas contas da Unio, dos Estados, do Distrito Fede-

    ral, dos Municpios, suas autarquias e fundaes;II - no lanamento errado e seu respectivo estorno, desde que no

    caracterizem a anulao de operao efetivamente contratada, bem como nolanamento de cheque e documento compensvel, e seu respectivo estorno,devolvidos em conformidade com as normas do Banco Central do Brasil;

    III - no lanamento para pagamento da prpria CPMF, na condio decontribuinte ou responsvel;

    IV - nos saques efetuados diretamente nas contas vinculadas do Fun-do de Garantia do Tempo de Servio - FGTS e do Fundo de Participao PIS/PASEP e no saque do valor do benefcio do seguro-desemprego, pago deacordo com os critrios previstos no art. 5 da Lei n 7.998, de 11 de janeirode 1990.

    BASE DE CLCULOArt. 5. A CPMF ter por base de clculo, nas hipteses de que trata o

    art. 3:I - nos incisos I, II e IV, o valor do lanamento e de qualquer outra

    forma de movimentao ou transmisso;II - no inciso III, o valor da liquidao ou do pagamento;III - no inciso V, o resultado, se negativo, da soma algbrica dos ajus-

    tes dirios ocorridos no perodo compreendido entre a contratao inicial ea liquidao do contrato;

    IV - no inciso VI, o valor da movimentao ou da transmisso. 1. O lanamento, movimentao ou transmisso de que trata o

    inciso IV do art. 3 sero apurados com base nos registros contbeis dasinstituies ali referidas.

  • Do Cheque 36

    2. O lanamento efetuado em conta corrente de investidor estran-geiro sofre a incidncia da contribuio e tem como base de clculo:

    I - os dbitos efetuados na conta at o limite do valor equivalente aodos recursos ingressados, registrados no Banco Central do Brasil;

    II - o valor do dbito referente remessa de recursos para o exterior. 3. O disposto no pargrafo anterior no elide a aplicao da

    alquota zero nas hipteses de que tratam os incisos XXI e XXII do art. 3 daPortaria MF n 06, de 10 de janeiro de 1997.

    4. As sociedades corretoras de ttulos, valores mobilirios e cm-bio, as sociedades distribuidoras de ttulos e valores mobilirios, as socie-dades corretoras de mercadorias, as cooperativas de crdito e as institui-es financeiras no referidas no inciso IV do art. 3 adotaro os seguintesprocedimentos para a apurao da base de clculo da contribuio:

    I - nas operaes nos mercados futuros, realizadas nas bolsas de va-lores, de mercadorias e de futuros a base de clculo ser apurada:

    a) separadamente por ativo negociado e por data de vencimento docontrato;

    b) nas liquidaes parciais, na proporo entre o nmero de contratosencerrados e a quantidade total de contratos detidos pelo contribuinte;

    II - nas demais operaes de renda varivel realizadas nas bolsas refe-ridas no inciso anterior ou em entidades a elas assemelhadas, atravs deuma mesma instituio, em um mesmo dia e pelo mesmo cliente, a base declculo ser apurada:

    a) pelo resultado lquido das operaes, observado o disposto no 7;

    b) computando-se ao valor de que trata a alnea anterior o resultadolquido das operaes iniciadas e encerradas em um mesmo dia day-trade,independentemente de posies anteriores detidas pelo contribuinte;

    III - nas operaes de renda fixa e nas aplicaes em fundos e clubesde investimento, a base de clculo da contribuio ser constituda pelovalor da operao ou da aplicao, observadas, nas contas correntes dedepsito a que se refere a alnea a do pargrafo subseqente, as condiesprevistas no art. 16 da Lei n 9.311, de 1996.

    5. O disposto no pargrafo anterior condicionado a que as referi-das instituies:

    a) mantenham conta corrente de depsito, no movimentvel por che-que, para efeito de registro de operaes por conta de seus clientes;

    b) que essas operaes constituam o objeto social da instituio. 6. O registro das operaes de que trata o pargrafo anterior indica-

  • Do Cheque 37

    r separadamente a apurao da base de clculo da contribuio, de acordocom o disposto em cada um dos incisos do 4, vedada compensao.

    7. Integram a base de clculo da contribuio, no caso do 4, osvalores referentes a corretagem e a quaisquer outros custos necessrios realizao das operaes.

    8. Aplica-se s instituies mencionadas no 4 o disposto nosarts. 1 e 2 da Portaria MF n 06, de 10 de janeiro de 1997.

    9. O disposto neste artigo aplica-se tambm s instituies referi-das no inciso IV do art. 3, que no mantenham contas correntes de depsi-to movimentveis por cheque.

    Art. 6. No integram a base de clculo da CPMF:I - os dbitos nas contas correntes referidas na alnea a do 5 do

    artigo anterior, quando, total ou parcialmente, representarem a contrapartidade crdito, registrado nessas contas, que tenha resultado de movimentaofinanceira sujeita ao pagamento da contribuio em contas correntes dedepsito vista;

    II - a retirada, parcial ou total, de valores mantidos junto s institui-es referidas no 4 do artigo anterior;

    III - os impostos que, retidos pelas instituies financeiras e pelasdemais instituies referidas no 4 do artigo anterior, tenham incidido so-bre aplicaes financeiras.

    Pargrafo nico. O disposto nos incisos I e II restringe-se, atendido odisposto no art. 16 da Lei n 9.311, de 1996, s movimentaes financeirasdecorrentes:

    I - de cheques emitidos pelo titular da conta corrente, no caso dedepsitos;

    II - de cheques ou documentos de crdito emitidos pela instituio, nocaso de retiradas.

    ALQUOTAArt. 7. A alquota da CPMF de 0,20%Art. 8. A alquota da CPMF ser igual a zero:I - nos lanamentos a dbito em contas de depsito de poupana, de

    depsito judicial e de depsito em consignao de pagamento de que tratamos pargrafos do art. 890 da Lei n 5.869, de 11 de janeiro de 1973, introduzi-dos pelo art. 1 da Lei n 8.951, de 13 de dezembro de 1994, para crdito emconta corrente de depsito ou conta de poupana, dos mesmos titulares;

    II - nos lanamentos relativos a movimentao de valores de contacorrente de depsito, para conta de idntica natureza, dos mesmos titulares,exceto nos casos de lanamentos a credito na hiptese de que trata o inciso

  • Do Cheque 38

    II do art. 3;III - nos lanamentos em contas correntes de depsito das socieda-

    des corretoras de ttulos, valores mobilirios e cmbio, das sociedades dis-tribuidoras de ttulos e valores mobilirios, das sociedades de investimentoe fundos de investimento constitudos nos termos dos artigos 49 e 50 da Lein 4.728, de 14 de julho de 1965, das sociedades corretoras de mercadorias edos servios de liquidao, compensao e custdia vinculados s bolsasde valores de mercadorias e de futuros e das instituies financeiras noreferidas no inciso IV do art. 3, bem como das cooperativas de crdito,desde que os respectivos valores sejam movimentados em contas correntesde depsito especialmente abertas e exclusivamente utilizadas para asoperaes a que se refere o 2;

    IV - nos lanamentos efetuados pelos bancos comerciais, bancos ml-tiplos com carteira comercial e caixas econmicas, relativos s operaes aque refere o 2;

    V - nos pagamentos de cheques, efetuados por instituio financeira,cujos valores no tenham sido creditados em nome do beneficirio nas con-tas referidas no inciso I do artigo 3;

    VI - nos lanamentos relativos aos ajustes dirios exigidos em merca-dos organizados de liquidao futura e especfico das operaes a que serefere o inciso V do artigo 3;

    1. A aplicao da alquota zero prevista nos incisos I, II e VI ficacondicionada ao cumprimento das normas estabelecidas pelo Ministro daFazenda.

    2. O disposto nos incisos III e IV restringe-se s operaes relacio-nadas no art. 3 da Portaria MF n 06, de 10 de janeiro de 1997.

    3. O disposto nos incisos I e II no se aplica a contas conjuntas depessoas fsicas, com mais de dois titulares, e a quaisquer contas conjuntasde pessoas jurdicas.

    4. O disposto no inciso V no se aplica a cheques que, emitidos porinstituio financeira, tenham sido adquiridos em dinheiro.

    5. O disposto no inciso II aplica-se transferncia de valores entrecontas correntes de depsitos, independentemente de o saldo de uma, oude ambas, estar negativo, ressalvado o disposto no inciso II do art. 3.

    6. O disposto nos incisos I e II no se aplica s contas correntes dedepsito de que trata a alnea a do 5 do art. 5.

    RECOLHIMENTO DA CPMFArt. 9. A CPMF ser recolhida ao Tesouro Nacional, at o terceiro dia

    til da semana subseqente de encerramento do perodo de apurao,

  • Do Cheque 39

    observados os seguintes cdigos de receita:I - 5869, quando decorrer dos fatos geradores previstos nos incisos I,

    II, V e VI do art. 3;II - 5871, quando decorrer dos fatos geradores previstos no inciso III

    do art. 3;III - 5884, quando devida pela instituio na condio de contribuinte. 1. O prazo para recolhimento a que se refere este artigo aplica-se em

    relao CPMF devida na condio de contribuinte ou de responsvel. 2. As receitas recolhidas sob os cdigos de que trata este artigo

    sero classificados sob o cdigo STN 256 - CPMF.DISPOSIES GERAISArt. 10. Na liquidao ou pagamento a que se refere o inciso III do art.

    3, sujeitos contribuio, quando de valor superior a R$ 10.000,00, ainstituio financeira dever indicar, no correspondente registro da opera-o, o nmero de inscrio no CPF ou no CGC do beneficirio.

    Art. 11. A reserva do valor da contribuio de que trata o 1 do art.5 da Lei n 9.311, de 1996, torna o valor da contribuio indisponvel para ocorrentista, devendo ser retido pela instituio financeira a cada lanamentosujeito incidncia.

    Pargrafo nico. A alternativa prevista no 2 do art. 5 da Lei n9.311, de 1996, poder ser adotada parcialmente, em relao a clientes ouespcies de contas, dentre as referidas no inciso I do art. 2 da citada Lei, acritrio da instituio financeira, observado o disposto no artigo anterior

    Art. 12. Para o cumprimento do disposto nos incisos I, II e VI do art.8, a instituio financeira, ao dar curso operao, dever:

    I - quando destinatria da transferncia a crdito dos documentos deque tratam as normas do Banco Central do Brasil sobre a matria, certificar-se da coincidncia do nome e do nmero de inscrio no CPF ou no CGC dotitular da conta, ou dos nomes dos titulares pessoas fsicas, no caso decontas conjuntas.

    II - quando remetente, certificar-se da coincidncia do nome e do n-mero de inscrio no CPF ou no CGC do titular da conta, ou dos nomes edos nmeros de inscrio no CPF dos titulares pessoas fsicas, no caso decontas conjuntas.

    Art. 13. O disposto nos incisos I e II do art. 8 aplica-se s transfern-cias entre estabelecimentos de uma mesma pessoa jurdica, identificados apartir do mesmo nmero-base de inscrio no Cadastro Geral de Contribuin-tes.

    Art. 14. Considera-se repactuao, para efeito de atendimento ao dis-

  • Do Cheque 40

    posto no 1 do art. 16 da Lei n 9.311, de 1996, qualquer modificao nascondies estipuladas por ocasio da contratao inicial de operaes derenda fixa, tais como alterao de taxas ou de prazos de vencimento.

    Pargrafo nico. Para efeito do disposto neste artigo, no caso de apli-caes financeiras contratadas a taxas flutuantes, o prazo de vencimento,os critrios para a formao da respectiva taxa e outras condies intrnse-cas realizao da operao, devero ser fixados no momento inicial dareferida contratao, caracterizando-se como repactuao qualquer altera-o posterior.

    Art. 15. Aplica-se o disposto no 1 do art. 16 da Lei n 9.311, de 1996,aos valores dos rendimentos peridicos produzidos por ttulos ou valoresmobilirios, tais como juros e dividendos, bem assim aos de amortizaes ouresgates parciais, pagos ou creditados ao contribuinte.

    Art. 16. Nas aplicaes financeiras e operaes de mtuo, o crditoem conta corrente de depsito poder ser efetuado pelo valor lquido, dedu-zidos os impostos e encargos incidentes na operao.

    Art. 17. Os recebimentos referentes a rendimentos do trabalho, comou sem vnculo empregatcio, bem como os proventos de aposentadorias,penses e outros benefcios, no esto sujeitos obrigatoriedade de movi-mentao atravs de conta corrente de depsito, prevista no art. 16 e seu 1 da Lei n 9.311, de 1996, mas, na hiptese de liquidao mediante crditoem conta corrente de depsito do beneficirio, podem ser efetuados peloseu valor lquido, aps a deduo de tributos e de quaisquer outros descon-tos, como adiantamentos, cooperativas e seguros.

    Art. 18. A aplicao da alquota zero prevista no inciso III do art. 8est condicionada a que a entidade ali referida mantenha mais de uma contacorrente de depsito junto a instituio financeira, uma das quais sendoutilizada exclusivamente para as operaes relacionadas no art. 3 da Porta-ria MF n 06, de 10 de janeiro de 1997.

    Art. 19. Os bancos comerciais, bancos mltiplos com carteira comer-cial e as caixas econmicas podero centralizar a apurao da contribuiodos clientes das instituies do grupo:

    I - em contas correntes de depsito vista, movimentveis por che-ques; ou,

    II - em contas correntes de depsito, mantidas no banco mltiplo comcarteira comercial, quando este no mantiver as contas referidas no incisoanterior, sendo aplicvel a essas contas o disposto no art. 5.

    Art. 20. Acrescenta o inciso VI ao art. 19 da Instruo Normativa SRFn 25, de 29 de abril de 1996:

  • Do Cheque 41

    Art. 19.......................I - o valor do acrscimo de remunerao, dos benefcios de prestao

    continuada e os de prestao nica e dos proventos dos inativos, pensio-nistas e demais benefcios, no excedentes de dez salrios mnimos, resul-tante do disposto no inciso III do art. 17 da Lei n 9.311, de 24 de outubro de1996, no perodo de vigncia da referida Lei.

    Art. 21. Esta Instruo Normativa entra em vigor na data de sua publi-cao, produzindo efeitos a partir de 23 de janeiro de 1997.

    Everardo MacielANEXOEXEMPLO A QUE SE REFERE O ART. 3, 21 Diaposio inicial - saldo em conta corrente de depsito 500credorsaldo em conta corrente de emprstimo (mesma rubrica) 0lanamento a dbito (cheque, carto magntico, etc.)(700)posio final - saldo em conta corrente de depsito 0saldo em conta corrente de emprstimo (mesma rubrica) 200devedor- CPMF sobre dbito em conta corrente de depsito = 500 X 0,20%- CPMF sobre dbito em conta corrente de emprstimo = 200 X 0,20%2 Diaposio inicial - saldo em conta corrente de depsito 0saldo em conta corrente de emprstimo (mesma rubrica) 200devedorlanamento a crdito (depsito em dinheiro, cheque, ordem de pagt, etc.) 600lanamento a dbito (cheque, carto magntico, etc.)(100)posio final - saldo em conta corrente de depsito 300credorsaldo em conta corrente de emprstimo (mesma rubrica) 0Reduo do saldo negativoposio inicial - saldo em conta corrente de emprstimo 200devedorposio final - saldo em conta corrente de emprstimo 0Reduo do saldo negativo em conta corrente de emprstimo 200- CPMF sobre dbito em conta corrente de depsito = 100 X 0,20%- CPMF sobre reduo do saldo negativo em conta corrente de emprstimo = 200 X 0,20%

  • Do Cheque 42

  • Do Cheque 43

    LEI N 4.728, DE 14 DE JULHO DE 1965Disciplina o mercado de capitais e estabelece medidas para o seu

    desenvolvimento.Art. 29. Compete ao Banco Central autorizar a constituio de bancos

    de investimento de natureza privada cujas operaes e condies defuncionamento sero reguladas pelo Conselho Monetrio Nacional, preven-do:

    II - a proibio de receber depsitos vista ou movimentveis porcheque;

    Art. 38. A sociedade annima somente poder pagar dividendos,bonificaes em dinheiro, amortizaes, reembolso ou resgate s aesendossveis, contra recibo da pessoa registrada como proprietria da ao,no Livro de Registro das Aes Endossveis, ou mediante chequenominativo a favor dessa pessoa.

    1. Se ao tiver sido desde a poca do ltimo pagamento do divi-dendo, bonificao ou amortizao, a transferncia dever ser obrigatoria-mente averbada no livro de registro e no certificado da ao antes do novopagamento.

    2. O recibo do dividendo, bonificao, amortizao, reembolso ouresgate poder ser assinado por sociedade corretora de Bolsa de Valores, ouinstituio financeira que tenha o ttulo em custdia, depsito ou penhor, eque certifique continuar o mesmo de propriedade da pessoa em cujo nomese acha inscrito ou averbado no Livro de Registro da Aes Endossveis.

    Art. 42. As sociedades annimas somente podero pagar juros, amor-tizao ou resgate de obrigaes endossveis, contra recibo da pessoaregistrada como proprietria do respectivo ttulo no Livro de Registro deObrigaes Endossveis, ou mediante cheque nominativo a favor dessapessoa.

    1. Se a obrigao tiver sido transferida desde a poca do ltimopagamento de juros ou amortizaes, a transferncia dever ser obrigatoria-

  • Do Cheque 44

    mente averbada no livro de registro e no certificado, antes do novo paga-mento.

    2. Aplica-se s obrigaes endossveis o disposto no art. 38 2.Art. 52. O endosso no cheque nominativo. pago pelo banco contra o

    qual foi sacado, prova o recebimento da respectiva importncia pela pessoaa favor da qual foi emitido, e pelos endossantes subseqentes.

    Pargrafo nico. Se o cheque indica a nota, fatura, conta, cambial,imposto lanado ou declarado a cujo pagamento se destina, ou outra causada sua emisso, o endosso do cheque pela pessoa a favor da qual foi emiti-do e a sua liquidao pelo banco sacado provam o pagamento da obrigaoindicada no cheque.

  • Do Cheque 45

    SMULAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL28 - O estabelecimento bancrio responsvel pelo pagamento de

    cheque falso, ressalvadas as hipteses de culpa exclusiva ou concorrentedo correntista. (D.Civ.; D.Com.)

    521 - O foro competente para o processo e o julgamento dos crimes deestelionato, sob a modalidade da emisso dolosa de cheque sem provisode fundos, o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado. (D.Proc. Pen.; D. Com.; D. Pen.)

    554 - O pagamento de cheque emitido sem proviso de fundos, aps orecebimento da denncia, no obsta ao prosseguimento da ao penal. (D.Pen .)

    600 - Cabe ao executiva contra o emitente e seus avalistas, aindaque no apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que noprescrita a ao cambiria. (D. Proc. Civ.)

    SMULAS DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA48 - Compete ao juzo do local da obteno da vantagem ilcita pro-

    cessar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificao de che-que.

  • Do Cheque 46

  • Do Cheque 47

    CONVENO PARA A ADOO DE UMA LEI UNIFORME EMMATRIA DE CHEQUES

    O presidente do Reich Alemo, o Presidente Federal da RepblicaAustraca; Sua Majestade, o Rei dos Belgas; Sua Majestade, o Rei da Dina-marca e da Islndia; o Presidente da Repblica da Polnia pela Cidade deDantzig; o Presidente da Repblica do Equador; Sua Majestade, o Rei daEspanha; o Presidente da Repblica da Finlndia; o Presidente da RepblicaFrancesa; o Presidente da Repblica Helnica; Sua Alteza Serenssima, oRegente do Reino da Hungria; Sua Majestade o Rei da Itlia; Sua Majestadeo Imperador do Japo; Sua Alteza Real Gr-Duquesa de Luxemburgo; oPresidente dos Estados Unidos do Mxico; Sua Alteza Serenssima, o Prn-cipe de Mnaco; Sua Majestade, o Rei da Noruega; Sua Majestade, a Rai-nha da Holanda; o Presidente da Polnia; o Presidente da Repblica Portu-guesa; Sua Majestade, o Rei da Rumnia; Sua Majestade, o Rei da Sucia; oConselho Federal Suo; o Presidente da Repblica Tchecoslovquia; oPresidente da Repblica Turca;

    Sua Majestade, o Rei da Iugoslvia.Desejando evitar as dificuldades originadas pela diversidade de legis-

    laes nos vrios pases em que os cheques circulam e aumentar a seguran-a e rapidez das relaes do comrcio internacional.

    Designaram seus plenipotencirios.Os quais, depois de terem apresentados os seus plenos poderes,

    achados em boa e devida forma, acordaram nas disposies seguintes:Art. 1 As Altas Partes Contratantes obrigam-se a adotar nos territ-

    rios respectivos, quer num dos textos originais, quer nas suas lnguasnacionais, lei uniforme que constitui o Anexo I da presente Conveno.

    Esta obrigao poder ficar subordinada a certas reservas, que deve-ro eventualmente ser formuladas por cada uma das Altas Partes Contratan-tes no momento da sua ratificao ou adeso. Estas reservas devero serescolhidas entre as mencionadas no Anexo II da presente Conveno.

    Todavia, as reservas a que se referem os artigos 9, 22, 27 e 30 do

  • Do Cheque 48

    citado Anexo II podero ser feitas posteriormente ratificao ou adeso,desde que sejam notificadas ao Secretrio-Geral da Sociedade das Naes,o qual imediatamente comunicar o seu texto aos Membros da Sociedadedas Naes e aos Estados no-Membros em cujo nome tenha sido ratificadaa presente Conveno ou que a ela tenham aderido. Essas reservas sproduziro efeitos noventa dias depois de o Secretrio-geral ter recebido areferida notificao.

    Qualquer das Altas Partes Contratantes poder, em caso de urgncia,fazer uso, depois da ratificao ou da adeso, das reservas indicadas nosartigos 17 e 28 do referido Anexo II. Neste caso, dever comunicar essasreservas direta e imediatamente a todas as outras Altas Partes Contratantese ao Secretrio-Geral da Sociedade das Naes. Esta notificao produziros seus efeitos dois dias depois de recebida a dita comunicao pelas AltasPartes Contratantes.

    Art. 2 . A Lei uniforme no ser aplicvel no Territrio de cada umadas Altas Partes Contratantes aos cheques j passados data da entradaem vigor da presente Conveno.

    Art. 3 A presente conveno, cujos textos francs e ingls faroambos, igualmente f, ter a data de hoje.

    Poder ser ulteriormente assinada, at 15 de julho de 1931, em nomede qualquer Membro da Sociedade das Naes e qualquer Estado no-Membro.

    Art. 4 A presente Conveno ser ratificada.Os instrumentos de ratificao sero transmitidos antes de 1.o de se-

    tembro de 1933, ao Secretrio-geral da Sociedade das Naes, que notificarimediatamente do seu depsito todos os Membros da Sociedade das Na-es e os Estados no-Membros em nome dos quais a presente Convenotenha sido assinada ou que a ela tenham aderido.

    Art. 5 A partir de 15 de julho de 1931, qualquer Membro da Socieda-de das Naes e qualquer Estado no-Membro poder aderir presenteConveno.

    Esta adeso efetuar-se- por meio de notificao ao Secretrio-geralda Sociedade das Naes, que ser depositada nos Arquivos do Secretaria-do.

    O Secretrio-geral notificar imediatamente desse depsito todos osMembros da Sociedade das Naes e os Estados no-Membros em nomedos quais a presente Conveno tenha sido assinada ou que a ela tenhamaderido.

    Art. 6 A presente Conveno somente entrar em vigor depois de ter

  • Do Cheque 49

    sido ratificada ou de a ela terem aderido sete Membros da Sociedade dasNaes ou Estados no-Membros, entre os quais devero figurar trs dosMembros da Sociedade das Naes com representao permanente noConselho.

    Comear a vigorar noventa dias depois de recebida pelo Secretrio-geral da Sociedade das Naes a stima ratificao ou adeso, em conformi-dade com o disposto na alnea primeira do presente artigo.

    O Secretrio-geral da Sociedade das Naes, nas notificaes previs-tas nos artigos 4.o e 5.o, far meno especial de terem sido recebidas asratificaes ou adeses a que se refere a alnea primeira do presente artigo.

    Art. 7. As ratificaes ou adeses aps a entrada em vigor da pre-sente Conveno, em conformidade com o disposto no artigo 6 produziroos seus efeitos noventa dias depois da data da sua recepo pelo Secret-rio-geral da Sociedade das Naes.

    Art. 8. Exceto nos casos de urgncia, a presente Conveno nopoder ser denunciada antes de decorrido um prazo de dois anos a contarda data em que tiver comeado a vigorar para o Membro da Sociedade dasNaes ou para o Estado no-Membro que a denuncia; esta denncia pro-duzir os seus efeitos noventa dias depois de recebida pelo Secretrio-gerala respectiva notificao.

    Qualquer denncia ser imediatamente comunicada pelo Secretrio-geral da Sociedade das Naes a todas as Altas Partes Contratantes.

    Nos casos de urgncia, a Alta Parte Contratante que efetuar a denn-cia comunicar esse fato direta e imediatamente a todas as outras Altas Par-tes Contratantes, e a denncia produzir os seus efeitos dois dias depois derecebida a dita comunicao pelas respectivas Altas Partes Contratantes. AAlta Parte Contratante que fizer a denncia nestas condies darigualmente conhecimento da sua deciso ao Secretrio-geral da Sociedadedas Naes.

    Qualquer denncia s produzir efeitos em relao Alta Parte Con-tratante em nome da qual ela tenha sido feita.

    Art. 9. Decorrido um prazo de quatro anos da entrada em vigor dapresente Conveno, qualquer Membro da Sociedade das Naes ou Esta-do no-Membro a ela ligado poder formular ao Secretrio-geral da Socieda-de das Naes um pedido de reviso de algumas ou de todas as disposiesda Conveno.

    Se este pedido, comunicado aos outros Membros ou Estados no-Membros para os quais a Conveno estiver ento em vigor, for apoiadodentro do prazo de um ano por seis pelo menos, de entre eles, o Conselho da

  • Do Cheque 50

    Sociedade das Naes decidir se deve ser convocada uma Confernciapara aquele fim.

    Art. 10 Qualquer das Altas Partes Contratantes poder declarar nomomento da assinatura, da ratificao ou da adeso que aceitando a presen-te Conveno no assume nenhuma obrigao pelo que respeita a todas ouparte das suas colnias, protetorados ou territrios sob a sua soberania oumandato, caso em que a presente Conveno se no aplicar aos territriosmencionados nessa declarao. Qualquer das Altas Partes Contratantespoder, posteriormente, comunicar ao Secretrio-geral da Sociedade dasNaes o seu desejo de que a presente Conveno se aplique a todos ouparte dos seus territrios que tenha sido objeto da declarao prevista naalnea precedente, e nesse caso a presente Conveno aplicar-se- aosterritrios mencionados nessa comunicao noventa dias depois desta tersido recebida pelo Secretrio-geral da Sociedade das Naes.

    As Altas Partes Contratantes reservam-se igualmente o direito, nostermos do artigo 8.o, de denunciar a presente Conveno pelo que se referea todas ou parte das suas colnias, protetorados ou territrios sob a suasoberania ou mandato.

    Art. 11 A presente Conveno ser registrada pelo Secretrio-geral daSociedade das Naes desde que entre em vigor.

    Em f do que, os Plenipotencirios acima designados assinaram a pre-sente Conveno.

    Feito em Genebra, aos dezenove de maro de mil novecentos e trinta eum, num s exemplar, que ser depositado nos Arquivos do Secretariado daSociedade das Naes. Ser transmitida cpia autntica a todos os Mem-bros da Sociedade das Naes e a todos os Estados no-Membrosrepresentados na Conferncia.

    Alemanha: L. Quassowski - Doutor Albrecht - Erwin Patzold; ustria:Dr. Guido Strobele; Blgica: De La Valle Poussin; Cidade Livre de Dantzig -Josef Sulkowski; Equador: Alej. Gaslel; Espanha: Francisco Bernis; Finln-dia: F. Grvall; Frana: Percerou; Grcia: R. Raphael - A. Contoumas;Hungria: Pelnyi; Amedeo Giannini - Giovanni Zappala; Japo: N.Kawashima - Ukitsu Tanaka; Luxemburgo: Ch. G. Vermaire; Mxico: AntonioCastro-leal; Mnaco: C. Hentsch - Ad referendum: Noruega: StubHolmboe; Holanda: j. Kostrs; Polnia: Joseg Sulkowski; Portugal: JosCaieiro da Matta; Rumnia: C. Antoniade; Sucia: E. Marks vonWrtemberg - Birger Ekeberg - K. Dahlberg; Dinamarca: Helper - V. Eigived.Sob a reserva de ratificao por S. M. o Rei da Sucia, com a aprovao deRibsdag. Sua: Vischer Hulflegger; Tchecoslovquia: Dr. Karel Hermann-

  • Do Cheque 51

    Otavsky; Turquia: Cemal Hsn; Iugoslvia: I. Choumenkovilch.

    Anexo ILEI UNIFORME RELATIVA AO CHEQUE

    Captulo IDA EMISSO E FORMATO CHEQUE

    Art. 1 O cheque contm:1 ) a palavra cheque inserta no prprio texto do ttulo e expressa na

    lngua empregada para a redao deste ttulo;2 ) o mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;3 ) o nome de quem deve pagar (sacado) ;4 ) a indicao do lugar em que o pagamento se deve efetuar;5 ) a indicao da data em que e do lugar onde o cheque passado;6 ) a assinatura de quem passa o cheque (sacador).Art. 2 O ttulo a que faltar qualquer dos requisitas enumerados no

    artigo precedente no produz efeito como cheque, salvo nos casos determi-nados nas alneas seguintes.

    Na falta de indicao especial, o lugar designado ao lado do nome dosacado considera-se como sendo o lugar do pagamento. Se forem indicadosvrios lugares ao lado do nome do sacado, o cheque pagvel no primeirolugar indicado.

    Na ausncia dessas indicaes ou de qualquer outra indicao, o che-que pagvel no lugar em que o sacado tem o seu estabelecimento princi-pal.

    O cheque sem indicao do lugar da sua emisso considera-se passa-do no lugar designado, ao lado do nome do sacador.

    Art. 3. O cheque sacado sobre um banqueiro que tenha fundos disposio do sacador e em harmonia com uma conveno expressa ou tci-ta, segundo o qual o sacador tem o direito de dispor desses fundos por meiode cheque. A validade do ttulo como cheque no fica, todavia, prejudicadano caso de inobservncia destas prescries.

    Art. 4 O cheque no pode ser aceito. A meno de aceite lanada nocheque considera-se como no escrita.

    Art. 5 O cheque pode ser feito pagvel:A uma determinada pessoa, com ou sem clusula expressa ordem;A uma determinada pessoa, com a clusula no ordem ou outra

    equivalente;Ao portador.

  • Do Cheque 52

    O cheque passado a favor duma determinada pessoa, mas que conte-nha a meno ou ao portador, ou outra equivalente, considerado comocheque ao portador.

    O cheque sem indicao do beneficirio considerado como chequeao portador.

    Art. 6 O cheque pode ser passado ordem do prprio sacador.O cheque pode ser sacado por conta de terceiros.O cheque no pode ser passado sobre o prprio sacador, salvo no

    caso em que se trate dum cheque sacado por um estabelecimento sobreoutro estabelecimento, ambos pertencentes ao mesmo sacador.

    Art. 7 Considera-se como no escrita qualquer estipulao de jurosinserta no cheque.

    Art. 8 O cheque pode ser pagvel no domiclio de terceiro, quer nalocalidade onde o sacado tem o seu domiclio, quer numa outra localidade,sob a condio no entanto de que o terceiro seja banqueiro.

    Art. 9 O cheque cuja importncia for expressa por extenso e emalgarismos vale, em caso de divergncia, pela quantia designada porextenso.

    O cheque cuja importncia for expressa vrias vezes, quer por exten-so, quer em algarismos, vale, em caso de divergncia, pela menor quantiaindicada.

    Art. 10 Se o cheque contm assinaturas de pessoas incapazes de seobrigarem por cheque, assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictciasou assinaturas que por qualquer outra razo no poderiam obrigar as pesso-as que assinaram o cheque, ou em nome das quais ele foi assinado, asobrigaes dos outros signatrios no deixam por este fato de ser vlidas.

    Art. 11 Todo aquele que apuser a sua assinatura num cheque comorepresentante duma pessoa para representar a qual no tinha de fato pode-res fica obrigado em virtude do cheque e se pagar tem os mesmos direitosque o pretendido representado. A mesma regra se aplica ao representanteque tenha excedido os seus poderes.

    Art. 12 O sacador garante o pagamento. Considera-se como no es-crita qualquer declarao pela qual o sacador se exima a esta garantia.

    Art. 13 Se um cheque incompleto no momento de ser passado tiversido completado contrariamente aos acordos realizados no pode ainobservncia desses acordos ser motivo de oposio ao portador, salvo seeste tiver adquirido o cheque de m-f, ou adquirindo-o, tenha cometidouma falta grave.

    Captulo II

  • Do Cheque 53

    DA TRANSMISSOArt. 14. O cheque estipulado pagvel a favor duma determinada pes-

    soa com ou sem clusula expressa ordem, transmissvel por via deendosso.

    O cheque estipulado pagvel a favor duma determinada pessoa, coma clusula no ordem ou outra equivalente, s transmissvel pela formae com os efeitos duma cesso ordinria.

    O endosso deve ser puro e simples, a favor do sacador ou de qualqueroutro coobrigado. Essas pessoas podem endossar novamente o cheque.

    Art. 15. O endosso deve ser puro e simples. Considera-se como noescrita qualquer condio a que ele esteja subordinado.

    nulo o endosso parcial. nulo igualmente o endosso feito pelo sacado.O endosso ao portador vale como endosso em branco.O endosso ao sacado s vale como quitao, salvo no caso de o

    sacado ter vrios estabelecimentos e de o endosso ser feito em benefcio deum estabelecimento diferente daquele sobre o qual o cheque foi sacado.

    Art. 16. O endosso deve ser escrito no cheque ou numa folha ligada aeste (Anexo). Deve ser assinado pelo endossante.

    O endosso pode no designar o beneficirio ou consistir simplesmen-te na assinatura do endossante (endosso em branco). Neste ltimo caso, oendosso, para ser vlido, deve ser escrito no verso do cheque ou na folhaanexa.

    Art. 17. O endosso transmite todos os direitos resultantes do cheque.Se o endosso em branco, o portador pode:1) preencher o espao em branco quer com o seu nome, quer com o

    nome de outra pessoa.2) endossar o cheque de novo em branco ou a outra pessoa.3) transferir o cheque a um terceiro sem preencher o espao em bran-

    co nem o endossar.Art. 18. Salvo estipulao em contrrio, o endossante garante o paga-

    mento.O endossante pode proibir um novo endosso, e neste caso no garan-

    te o pagamento s pessoas a quem o cheque for posteriormente endossado.Art. 19. O detentor de um cheque endossvel considerado portador

    legtimo se justificar o seu direito por uma srie ininterrupta de endossos,mesmo se o ltimo for em branco. Os endossos riscados so, para este efei-to, considerados como no escritos. Quando o endosso em branco segui-do de um outro endosso, presume-se que o signatrio neste adquiriu o che-

  • Do Cheque 54

    que pelo endosso em branco.Art. 20 Um endosso num cheque passado ao portador torna o

    endossante responsvel nos termos das disposies que regulam o direitode ao, mas nem por isso converte o ttulo num cheque ordem.

    Art. 21 Quando uma pessoa foi por qualquer maneira desapossada deum cheque, o detentor a cujas mos ele foi parar - quer se trate de umcheque ao portador, quer se trate de um cheque endossvel em relao aoqual o detentor justifique o seu direito pela forma indicada no artigo 19 - no obrigada a restitui-lo, a no ser que o tenha adquirido de m-f, ou que,adquirindo-o, tenha cometido uma falta grave.

    Art. 22 As pessoas acionadas em virtude de um cheque no podemopor ao portador as excees fundadas sobre as relaes pessoais delascom o sacador, ou com os portadores anteriores, salvo se o portador aoadquirir o cheque tiver procedido conscientemente em detrimento do deve-dor.

    Art. 23 Quando um endosso contm meno valor a cobrar (valeuren recouvrement), para cobrana (pour encaissement), por procurao(par procuration), ou qualquer outra meno que implique um simples man-dato, o portador pode exercer todos os direitos resultantes do cheque, mass pode endoss-lo na qualidade de procurador.

    Os coobrigados neste caso s podem invocar contra o portador asexcees que eram oponveis ao endossante.

    O mandato que resulta de um endosso por procurao no se extin-gue por morte ou pela supervenincia de incapacidade legal do mandatrio.

    Art. 24. O endosso feito depois de protesto ou uma declarao equi-valente, ou depois de terminado o prazo para apresentao, produz apenasos efeitos de uma cesso ordinria.

    Salvo prova em contrrio, presume-se que um endosso sem data hajasido feito antes do protesto ou das declaraes equivalentes ou antes defindo o prazo indicado na alnea precedente.

    Captulo IIIDO AVAL

    Art. 25. O pagamento de um cheque pode ser garantido no todo ouem parte do seu valor por um aval.

    Esta garantia pode ser dada por um terceiro, excetuado o sacado, oumesmo por um signatrio do cheque.

    Art. 26. O aval dado sobre o cheque ou sobre a folha anexa.Exprime-se pelas palavras bom para aval, ou por qualquer outra for-

  • Do Cheque 55

    mula equivalente; assinado pelo avalista.Considera-se como resultante da simples aposio da assinatura do

    avalista na face do cheque, exceto quando se trate da assinatura do sacador.O aval deve indicar a quem prestado. Na falta desta indicao, con-

    sidera-se prestado ao sacador.Art. 27. O avalista obrigado da mesma forma que a pessoa que ele

    garante.A sua responsabilidade subsiste ainda mesmo que a obrigao que

    ele garantiu fosse nula por qualquer razo que no seja um vcio de forma.Pagando o cheque, o avalista adquire os direitos resultantes dele con-

    tra o garantido e contra os obrigados para com este em virtude do cheque.Captulo IV

    DA APRESENTAO E DO PAGAMENTOArt. 28. O cheque pagvel vista. Considera-se como no escrita

    qualquer meno em contrrio.O cheque apresentado a pagamento antes do dia indicado como data

    da emisso pagvel no dia da apresentao.Art. 29. O cheque pagvel no pas onde foi passado deve ser apre-

    sentado a pagamento no prazo de oito dias.O cheque passado num pas diferente daquele em que pagvel deve

    ser apresentado respectivamente no prazo de vinte dias ou de setenta dias,conforme o lugar de emisso e o lugar de pagamento se encontrem situadosna mesma ou em diferentes partes do mundo.

    Para este efeito, os cheques passados num pas europeu e pagveisnum pas beira do Mediterrneo ou vice-versa so considerados comopassados e pagveis na mesma parte do mundo.

    Os prazos acima indicados comeam a contar-se do dia indicado nocheque como data da emisso.

    Art. 30 Quando o cheque for passado num lugar e pagvel noutro emque se adote um calendrio diferente, a data da emisso ser o dia corres-pondente no calendrio do lugar do pagamento.

    Art. 31. A apresentao do cheque a uma cmara de compensaoequivale apresentao a pagamento.

    Art. 32 A revogao do cheque s produz efeito depois de findo oprazo de sua apresentao. Se o cheque no tiver sido revogado, o sacadopode pag-lo mesmo depois de findo o prazo.

    Art. 33. A morte do sacador ou a sua incapacidade posterior emis-so do cheque no invalidam os efeitos deste.

    Art. 34. O sacador pode exigir, ao pagar o cheque, que este lhe seja

  • Do Cheque 56

    entregue munido do recibo passado pelo portador.O portador no pode recusar um pagamento parcial.No caso de pagamento parcial, o sacado pode exigir que desse paga-

    mento se faa meno no cheque e que lhe seja entregue o respectivo reci-bo.

    Art. 35. O sacado que paga um cheque endossvel obrigado a veri-ficar a regularidade da sucesso dos endossos, mas no a assinatura dosendossantes.

    Art. 36. Quando um cheque pagvel numa moeda que no tem cur-so no lugar do pagamento, a sua importncia pode ser paga dentro do prazoda apresentao do cheque, na moeda do pas em que apresentado,segundo o seu valor no dia do pagamento. Se o pagamento no foi efetuado apresentao, o portador pode, sua escolha, pedir que o pagamento daimportncia do cheque na moeda do pas em que apresentado seja efetua-do ao cmbio, quer do dia da apresentao, quer do dia do pagamento.

    A determinao do valor da moeda estrangeira ser feita segundo osusos do lugar de pagamento. O sacador pode, todavia, estipular que a somaa pagar seja calculada segundo uma taxa indicada no cheque.

    As regras acima indicadas no se aplicam ao caso em que o sacadortenha estipulado que o pagamento dever ser efetuado numa certa moedaespecificada (clusula de pagamento efetivo em moeda estrangeira).

    Se a importncia do cheque for indicada numa moeda que tenha amesma denominao mas valor diferente no pas de emisso e no de paga-mento, presume-se que se fez referncia moeda do lugar de pagamento.

    Captulo VDOS CHEQUES CRUZADOS E CHEQUES A LEVAR EM CONTA

    Art. 37. O sacador ou o portador dum cheque podem cruz-lo, produ-zindo assim os efeitos indicados no artigo seguinte.

    O cruzamento efetua-se por meio de duas linhas paralelos traadas naface do cheque e pode ser geral ou especial.

    O cruzamento geral quando consiste apenas nos dois traos parale-los, ou se entre eles est escrita a palavra banqueiro ou outra equivalente; especial quando tem escrito entre os dois traos o nome dum banqueiro.

    O cruzamento geral pode ser convertido em cruzamento especial; esteno pode ser convertida em cruzamento geral.

    A inutilizao do cruzamento ou do nome do banqueiro indicado con-sidera-se como no feita.

    Art. 38. Um cheque com cruzamento geral s pode ser pago pelo sa-cado a um banqueiro ou a um cliente sacado.

    Um cheque com cruzamento especial s pode ser pago pelo sacado ao

  • Do Cheque 57

    banqueiro designado, ou, se este o sacado ao seu cliente. O banqueirodesignado pode, contudo, recorrer a outro banqueiro para liquidar o che-que.

    Um banqueiro s pode adquirir um cheque cruzado a um dos seusclientes ou a outro banqueiro. No pode cobr-lo por conta doutras pesso-as que no sejam as acima indicadas.

    Um cheque que contenha vrios cruzamentos especiais s poder serpago pelo sacado no caso de se tratar de dois cruzamentos, dos quais umpara liquidao por uma cmara de compensao.

    O sacado ou o banqueiro que deixar de observar as disposies acimareferidas responsvel pelo prejuzo que da possa resultar at uma impor-tncia igual ao valor do cheque.

    Art. 39. O sacador ou o portador dum cheque podem proibir o seupagamento em numerrio, inserindo na face do cheque transversalmente ameno para levar em conta, ou outra equivalente.

    Neste caso o sacado s pode fazer a liquidao do cheque por lana-mento de escrita (crdito em conta, transferncia duma conta para outra oucompensao). A liquidao por lanamento de escrita vale como pagamen-to.

    A inutilizao da meno para levar em conta considera-se comono feita.

    O sacado que deixar de observar as disposies acima referidas res-ponsvel pelo prejuzo que da possa resultar at uma importncia igual aovalor do cheque.

    Captulo VIDA AO POR FALTA DE PAGAMENTO

    Art. 40. O portador pode exercer os seus direitos de ao contra osendossantes, sacador e outros coobrigados, se o cheque, apresentado emtempo til, no for pago e se a recusa de pagamento for verificada:

    1 ) quer por um ato formal (protesto) ;2 ) quer por uma declarao do sacado, datada e escrita sobre o che-

    que, com a indicao do dia em que este foi apresentado;3 ) quer por uma declarao datada duma cmara de compensao,

    constatando que o cheque foi apresentado em tempo til e no foi pago.Art. 41. O protesto ou declarao equivalente devem ser feitos antes

    de expirar o prazo para a apresentao.Se o cheque for apresentado no ltimo dia do prazo, o protesto ou a

    declarao equivalente podem ser feitos no primeiro dia til seguinte.Art. 42. O portador deve avisar da falta de pagamento o seu

    endossante e o sacador dentro dos quatro dias teis que se seguirem ao dia

  • Do Cheque 58

    do protesto, ou da declarao equivalente, ou que contiver a clusula semdespesas. Cada um dos endossantes deve por sua vez, dentro dos doisdias teis que se seguirem ao da recepo do aviso, informar o seuendossante do aviso que recebeu, indicando os nomes e endereos dos queenviaram os avisos precedentes, e assim contam-se a partir da recepo doaviso precedente.

    Quando, em conformidade com o disposto na alnea anterior se avi-sou um signatrio do cheque, deve avisar-se igualmente o seu avalista den-tro do mesmo prazo de tempo.

    No caso de um endossante no ter indicado o seu endereo, ou de terfeito de maneira ilegvel, basta que o aviso seja enviado ao endossante queo precede.

    A pessoa que tenha de enviar um aviso pode faz-lo por qualquerforma, mesmo pela simples devoluo do cheque.

    Essa pessoa dever provar que o aviso foi enviado dentro do prazoprescrito. O prazo considerar-se- como tendo sido observado desde que acarta que contm o aviso tenha sido posta no correio dentro dele.

    A pessoa que no der o aviso dentro do prazo acima indicado noperde os seus direitos. Ser responsvel pelo prejuzo, se o houver motiva-do pela sua negligncia, sem que a responsabilidade possa exceder o valordo cheque.

    Art. 43. O sacador, um endossante ou um avalista pode, pela clusulasem despesa, sem protesto ou outra clusula equivalente, dispensar oportador de estabelecer um protesto ou outra declarao equivalente paraexercer os seus direitos de ao.

    Essa clusula no dispensa o portador da apresentao do chequedentro do prazo prescrito nem tampouco dos avisos a dar. A prova dainobservncia do prazo incumbe quele que dela se prevalea contra o por-tador.

    Se a clusula for escrita pelo sacador, produz os seus efeitos em rela-o a todos os signatrios do cheque; se for inserida por um endossante oupor um avalista, s produz efeito em relao a esse endossante ou avalista.Se apesar da clusula escrita pelo sacador, o portador faz o protesto ou adeclarao equivalente, as respectivas despesas sero por conta dele.Quando a clusula emanar de um endossante ou de um avalista, asdespesas do protesto, ou da declarao equivalente, se for feito, podem sercobradas de todos os signatrios do cheque.

    Art. 44. Todas as pessoas obrigadas em virtude de um cheque sosolidariamente responsveis para com o portador.

    O portador tem o direito de proceder contra essas pessoas, individual

  • Do Cheque 59

    ou coletivamente, sem necessidade de observar a ordem segundo a qualelas se obrigaram.

    O mesmo direito tem todo o signatrio dum cheque que o tenha pago.A ao intentada contra um dos obrigados no obsta ao procedimen-

    to contra os outros, embora esses se tivessem obrigado posteriormenteaquele que foi acionado em primeiro lugar.

    Art. 45. O portador pode reclamar daquele contra o qual exerceu o seudireito de ao:

    1 ) a importncia do cheque no pago;2 ) os juros taxa de seis por cento desde o dia da apresentao;3 ) as despesas do protesto ou da declarao equivalente, as dos

    avisos feitos e as outras despesas.Art. 46. A pessoa que tenha pago o cheque pode reclamar daqueles

    que so responsveis para com ele:1 ) a importncia integral que pagou;2 ) os juros da mesma importncia, taxa de seis por cento, desde o

    dia em que a pagou;3 ) as despesas por ele feitas.Art. 47. Qualquer dos coobrigados, contra o qual se intentou ou pode

    ser intentada uma ao pode exigir, desde que reembolse o cheque, a suaentrega com o protesto ou declarao equivalente e um recibo.

    Qualquer endossante que tenha pago o cheque pode inutilizar o seuendosso e os endossos dos endossantes subseqentes.

    Art. 48. Quando a apresentao do cheque, o seu protesto ou a de-clarao equivalente no puder efetuar-se dentro dos prazos indicados pormotivo de obstculo insupervel (prescrio legal declarada por um Estadoqualquer ou caso de fora maior), esses prazos sero prorrogados.

    O portador dever avisar imediatamente do caso de fora maior o seuendossante e fazer meno datada e assinada desse aviso no cheque ou nafolha anexa; para os demais aplicar-se-o as disposies do artigo 42.

    Desde que tenha cessado o caso de fora maior, o portador deve apre-sentar imediatamente o cheque a pagamento e, caso haja motivo para tal,fazer o protesto ou uma declarao equivalente.

    Se o caso de fora maior se prolongar alm de quinze dias a contar dadata em que o portador, mesmo antes de expirado o prazo para a apresenta-o, avisou o endossante do dito caso de fora maior, podem promover-seaes sem que haja necessidade de apresentao de protesto ou de declara-o equivalente.

    No so considerados casos de fora maior os fatos que sejam de

  • Do Cheque 60

    interesse puramente pessoal do portador ou da pessoa por ele encarregadada apresentao do cheque ou de efetivar o protesto ou a declarao equi-valente.

    Captulo VIDA PLURALIDADE DE EXEMPLARES

    Art. 49. Excetuado o cheque ao portador, qualquer outro cheque emi-tido num pas e pagvel noutro ou numa possesso ultramarina desse pas,e vice-versa, ou ainda emitido e pagvel na mesma possesso ou em diver-sas possesses ultramarinas do mesmo pas, pode ser passado em vriosexemplares idnticos. Quando um cheque passado em vrios exemplares,esses exemplares devem ser numerados no texto do prprio ttulo, pois docontrrio cada um ser considerado como sendo um cheque distinto.

    Art. 50. O pagamento efetuado contra um dos exemplares liberatrio, mesmo quando no esteja estipulado que este pagamento anulao efeito dos outros.

    O endossante que transmitiu os exemplares do cheque a vrias pesso-as bem como os endossantes subseqentes, so responsveis por todos osexemplares por eles assinados que no forem restitudos.

    Captulo VIIDAS ALTERAES

    Art. 51. No caso de alterao do texto dum cheque, os signatriosposteriores a essa alterao ficam obrigados nos termos do texto alterado;os signatrios anteriores so obrigados nos termos do original.

    Captulo IXDA PRESCRIO

    Art. 52. Toda a ao do portador contra os endossantes, contra osacador ou contra os demais coobrigados prescreve decorridos que sejamseis meses, contados do termo do pr