banrisul descapitalização do patrimônio · gosto para apreciar a comida campeira. no cardápio,...

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entrevista joão de barro setembro/2007 2 BANRISUL O economista, professor e mestre em Desenvolvimento Econômico Sérgio Kapron acredita que a capitalização do Banrisul tem como estra- tégia central retirar o setor público de espaços econômi- cos onde o capital privado possa acumular lucros. Kapron foi diretor da Secre- taria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), de 1999 a 2002 e da Caixa Estadual Agência de Fomento, em 2002. João de Barro - O que lhe parece a estratégia adotada pelo atual go- verno estadual de capitalização do Banrisul? Sérgio Kapron - O que foi chamado de 'capitalização' pela governadora e am- plamente referendado pela mídia, na ver- dade esconde a descapitalização do patrimônio gaúcho, o enfraquecimento do caráter público do Banrisul, a transferên- cia de renda para grandes rentistas, a desnacionalização do Banco, ou seja, é a retomada das privatizações no RS. A es- tratégia central é retirar o setor público de espaços econômicos onde o capital priva- do possa acumular lucros. JB - Quais os resultados para o Banco? Kapron - Uma parte das ações vendi- das, cerca de 40%, irá aumentar o capital do banco e sua capacidade de ação. O res- tante, equivalente a R$ 1,2 bilhões, foi sim- plesmente transferência de patrimônio: do Estado do RS para o setor privado. A questão é, para que o capital do banco será aumentado? Noventa e sete por cento das ações vendidas do Banrisul foram ad- quiridas por investidores estrangeiros. Se o controle acionário continua com o go- verno gaúcho, pois somente um plebiscito poderia autorizar sua quebra, é fato que 43% do Banrisul já foi privatizado. E 41% do capital foi para as mãos de estrangei- ros. Em média, cada um destes investido- res adquiriu R$10,9 milhões em ações, ou seja, são grandes investidores, representan- tes das grandes fortunas que circulam o mundo em busca de lucros para aumentar seus patrimônios. O que esperam estes investidores? Que o Banrisul financie a agricultura familiar do RS? A produção de alimentos? As micro e pequenas empresas geradoras de empre- gos? A economia popular solidária? Habi- tação Popular? Preferencialmente eles es- peram que o Banco não faça isso. O que esperam é, em primeiro lugar, valorização das ações. Em segundo, o maior volume possível de lucros e dividendos distribuí- dos. Pois quando estes objetivos entram em primeiro plano, aqueles, que são sociais ou de desenvolvimento local, precisam ser dei- xados de lado. Inclusive aquelas agências bancárias de pequenas cidades, que movi- mentam poucos recursos, deixam de ser pri- oridade. Nos parece que fica uma evidente contradição entre um Banco público, vol- tado para o desenvolvimento local, para geração de empregos com distribuição de renda, e um Banco pautado pela geração de lucros para grandes investidores. JB - Isso traz resultados positi- vos para a resolução do problema financeiro do Estado? Como? Kapron - Não acredito que traga qual- quer modificação estrutural na situação fi- nanceira do Estado. Este mês a governa- dora já usou R$ 13,6 milhões do que era patrimônio do banco para custear as des- pesas cotidianas, embora disfarçados sob o nome de fundos previdenciários. E assim o fará por mais 83 meses até exaurir os R$ 1,2 bilhões de patrimônio vendido. Isso se a governadora não mudar de idéia e gastar antes, como já ocorreu com o fundo do Ma- gistério no governo Britto. Acontece que estes recursos, agora gastos, desaparece- rão com o tempo. Já os lucros do Banco que irão para os investidores e deixarão de vir para os cofres do estado, serão para sempre, ano após ano. É como o produtor que vende a vaca e deixa de receber a ren- da do leite vendido. JB - Então, o processo de capita- lização dos bancos públicos pare- ce estar sendo feito aos mesmos moldes do que ocorreu em gover- nos privatistas? kapron - Os sujeitos políticos que protagonizaram as reformas neoliberais nos anos 90 e que agora vendem o Banrisul, são os mesmos. Os discursos podem ter sido mediados, em função dos péssimos re- sultados que a sociedade colheu. As últi- mas eleições, em quase toda América Lati- na, comprovam isto. Mas o fato é que o projeto de sociedade que propõe mais es- paços para o mercado acumular lucros, em detrimento de espaços públicos ou direitos universais, continua vivo. Se depender dos representantes desse projeto, o povo do RS deixará de contar não só com o Banrisul, como também com a Cia Processadora de Dados, a Sulgás, o que restou da CEEE, além das Fundações do Trabalho, de Pes- quisa, da TVE, etc. A diretoria executiva da Funcef divulgou nota de esclarescimento aos associados, reproduzida abaixo pelo João de Barro. Nos últimos dias, a FUNCEF tem recebido diversas mensagens de participantes solicitan- do informações e esclarecimentos sobre as ta- xas cobradas para cobertura das despesas ad- ministrativas. Seguindo os princípios de trans- parência que tem norteado a atual gestão, pres- tamos os seguintes esclarecimentos: As Entidades Fechadas de Previdência Com- plementar (EFPC), como é o caso da FUNCEF, não possuem taxa de carregamento, mas so- mente custeio das despesas de administração, cobrado sobre as contribuições dos participan- tes e da patrocinadora, para custear o funcio- namento da entidade (pessoal e encargos, ser- viços de terceiros, despesas gerais, deprecia- ções/amortizações, etc.). As EFPC's não têm fins lucrativos. Em geral, as Entidades Abertas de Previdên- cia Complementar (EAPC's) cobram taxas de carregamento, incidentes sobre as contribui- ções, bem como taxas de administração que são fixadas sobre os valores das reservas cons- tituídas, como acontece no caso dos fundos de investimento. O participante, ao comparar a taxa de cus- teio das despesas administrativas da FUNCEF com as taxas praticadas pelas Entidades Aber- tas de Previdência Complementar, deve ficar atento tanto para as taxas cobradas sobre as con- tribuições, bem como para eventuais taxas co- bradas sobre a poupança previdenciária acumu- lada, pois, em geral, nas entidades abertas, ao contrário das entidades fechadas, é cobrada taxa administrativa sobre o patrimônio total do partici- pante. Ainda, deve ser comparada a rentabilida- de dos investimentos das reservas constituídas de poupança previdenciária, pois também essa rentabilidade representa uma medida de eficiên- cia administrativa. No NOVO PLANO, a contribuição normal do participante alimenta a subconta participante, depois de deduzido o custeio das despesas ad- ministrativas do plano, também denominado de custeio administrativo, conforme o disposto pelo artigo 26 do regulamento. A contribuição normal do patrocinador tam- bém sofre a dedução do custeio administrativo, antes de ser creditada na subconta patrocinado- ra, conforme artigo 29. O custeio administrativo é diferente do paga- mento das despesas administrativas. Com efei- to, o custeio obedece a uma lógica orçamentá- ria. Ou seja, ele é efetuado com base em uma previsão de despesas, que pode se realizar ou não. Caso o total dos valores arrecadados a títu- lo de custeio administrativo seja superior ao montante necessário para o pagamento das des- pesas administrativas, as sobras são creditadas no Fundo Administrativo. A finalidade básica des- se Fundo é contribuir subsidiariamente para o custeio de despesas administrativas futuras do plano. O nível de contribuição necessário para a cobertura das despesas administrativas (custeio administrativo) é definido anualmente no Plano de Custeio, formulado pelo atuário do NOVO PLANO. Em 2006, o atuário fixou a taxa de custeio administrativo em 15% das contribuições nor- mais, que é o percentual máximo permitido pela Resolução MPS/CPC nº 01 de 09.10.1978. A decisão do atuário teve por base critérios de pru- dência, diante da inexistência de uma base esta- tística que permitisse estimar o percentual de contribuição normal dos participantes. As despesas administrativas de SET a DEZ 2006 e de JAN até JUL 2007 foram de R$ 2,73 milhões e de R$ 4,43 milhões, respectivamen- te. Ou seja, para cobertura das despesas admi- nistrativas do Plano não foi preciso utilizar os 15% das contribuições normais e houve diferenças significativas (sobras) entre o valor arrecadado e a efetiva despesa administrativa do NOVO PLA- NO. Essas sobras foram creditadas no Fundo Administrativo. O saldo desse Fundo era de R$ 23,3 milhões, em 31/07/2007. Com base em parecer do atuário do plano, os recursos do Fundo Administrativo podem ser revertidos para as reservas matemáticas dos participantes (saldo de conta), caso esse últi- mo estiver superdimensionado. Há de se considerar, entretanto, que o Fun- do Administrativo servirá para arcar com des- pesas futuras, quando a maioria dos inscritos ao plano estará em gozo de benefícios, sem a necessidade de arcar com descontos signifi- cativos incidentes sobre o seu benefício para tal finalidade. Atualmente, por exemplo, a taxa administrativa sobre o benefício do assistido do Novo Plano é de 1%. Com vistas à elaboração do plano de cus- teio 2008 do NOVO PLANO, o atuário já defi- niu que em sua proposta o custeio administra- tivo ficará em 8% das contribuições normais (redução aproximada de 50%). No entanto, esta proposta não foi apreciada, ainda, pelos órgãos de administração da FUNCEF. A avaliação da qualidade das despesas administrativas do NOVO PLANO é um di- reito e uma obrigação do participante. Ela pode ser realizada com base nas informa- ções, disponíveis na seção "Serviços e Nú- meros" da página da FUNCEF na Internet (em particular nos links "Relatório de Infor- mações Corporativas" e "Orçamento e Re- latório de Acompanhamento"). Diretoria Executiva da FUNCEF Diretoria Executiva da FUNCEF Diretoria Executiva da FUNCEF Diretoria Executiva da FUNCEF Diretoria Executiva da FUNCEF Descapitalização do patrimônio Taxas de despesas administrativas da FUNCEF Tania Meinerz

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Page 1: BANRISUL Descapitalização do patrimônio · gosto para apreciar a comida campeira. No cardápio, feijão mexido e arroz de carreteiro, entre outros pratos típicos da culinária

entrevista joão de barro setembro/2007 2

BANRISUL

O economista, professor emestre em DesenvolvimentoEconômico Sérgio Kapronacredita que a capitalizaçãodo Banrisul tem como estra-tégia central retirar o setorpúblico de espaços econômi-cos onde o capital privadopossa acumular lucros.Kapron foi diretor da Secre-taria do Desenvolvimento edos Assuntos Internacionais(Sedai), de 1999 a 2002 e daCaixa Estadual Agência deFomento, em 2002.

João de Barro - O que lhe parecea estratégia adotada pelo atual go-verno estadual de capitalização doBanrisul?

Sérgio Kapron - O que foi chamadode 'capitalização' pela governadora e am-plamente referendado pela mídia, na ver-dade esconde a descapitalização dopatrimônio gaúcho, o enfraquecimento docaráter público do Banrisul, a transferên-cia de renda para grandes rentistas, adesnacionalização do Banco, ou seja, é aretomada das privatizações no RS. A es-tratégia central é retirar o setor público deespaços econômicos onde o capital priva-do possa acumular lucros.

JB - Quais os resultados para oBanco?

Kapron - Uma parte das ações vendi-das, cerca de 40%, irá aumentar o capitaldo banco e sua capacidade de ação. O res-tante, equivalente a R$ 1,2 bilhões, foi sim-plesmente transferência de patrimônio: doEstado do RS para o setor privado.

A questão é, para que o capital do bancoserá aumentado? Noventa e sete por centodas ações vendidas do Banrisul foram ad-quiridas por investidores estrangeiros. Seo controle acionário continua com o go-verno gaúcho, pois somente um plebiscitopoderia autorizar sua quebra, é fato que43% do Banrisul já foi privatizado. E 41%do capital foi para as mãos de estrangei-ros. Em média, cada um destes investido-res adquiriu R$10,9 milhões em ações, ouseja, são grandes investidores, representan-

tes das grandes fortunas que circulam omundo em busca de lucros para aumentarseus patrimônios.

O que esperam estes investidores? Que oBanrisul financie a agricultura familiar doRS? A produção de alimentos? As micro epequenas empresas geradoras de empre-gos? A economia popular solidária? Habi-tação Popular? Preferencialmente eles es-peram que o Banco não faça isso. O queesperam é, em primeiro lugar, valorizaçãodas ações. Em segundo, o maior volumepossível de lucros e dividendos distribuí-dos. Pois quando estes objetivos entram emprimeiro plano, aqueles, que são sociais oude desenvolvimento local, precisam ser dei-xados de lado. Inclusive aquelas agênciasbancárias de pequenas cidades, que movi-mentam poucos recursos, deixam de ser pri-oridade. Nos parece que fica uma evidente

contradição entre um Banco público, vol-tado para o desenvolvimento local, parageração de empregos com distribuição derenda, e um Banco pautado pela geraçãode lucros para grandes investidores.

JB - Isso traz resultados positi-vos para a resolução do problemafinanceiro do Estado? Como?

Kapron - Não acredito que traga qual-quer modificação estrutural na situação fi-nanceira do Estado. Este mês a governa-dora já usou R$ 13,6 milhões do que erapatrimônio do banco para custear as des-pesas cotidianas, embora disfarçados sob

o nome de fundos previdenciários. E assimo fará por mais 83 meses até exaurir os R$1,2 bilhões de patrimônio vendido. Isso sea governadora não mudar de idéia e gastarantes, como já ocorreu com o fundo do Ma-gistério no governo Britto. Acontece queestes recursos, agora gastos, desaparece-rão com o tempo. Já os lucros do Bancoque irão para os investidores e deixarão devir para os cofres do estado, serão parasempre, ano após ano. É como o produtorque vende a vaca e deixa de receber a ren-da do leite vendido.

JB - Então, o processo de capita-lização dos bancos públicos pare-ce estar sendo feito aos mesmosmoldes do que ocorreu em gover-nos privatistas?

kapron - Os sujeitos políticos queprotagonizaram as reformas neoliberais nosanos 90 e que agora vendem o Banrisul,são os mesmos. Os discursos podem tersido mediados, em função dos péssimos re-sultados que a sociedade colheu. As últi-mas eleições, em quase toda América Lati-na, comprovam isto. Mas o fato é que oprojeto de sociedade que propõe mais es-paços para o mercado acumular lucros, emdetrimento de espaços públicos ou direitosuniversais, continua vivo. Se depender dosrepresentantes desse projeto, o povo do RSdeixará de contar não só com o Banrisul,como também com a Cia Processadora deDados, a Sulgás, o que restou da CEEE,além das Fundações do Trabalho, de Pes-quisa, da TVE, etc.

A diretoria executiva da Funcef divulgou notade esclarescimento aos associados,reproduzida abaixo pelo João de Barro.

Nos últimos dias, a FUNCEF tem recebidodiversas mensagens de participantes solicitan-do informações e esclarecimentos sobre as ta-xas cobradas para cobertura das despesas ad-ministrativas. Seguindo os princípios de trans-parência que tem norteado a atual gestão, pres-tamos os seguintes esclarecimentos:

As Entidades Fechadas de Previdência Com-plementar (EFPC), como é o caso da FUNCEF,não possuem taxa de carregamento, mas so-mente custeio das despesas de administração,cobrado sobre as contribuições dos participan-tes e da patrocinadora, para custear o funcio-namento da entidade (pessoal e encargos, ser-viços de terceiros, despesas gerais, deprecia-ções/amortizações, etc.). As EFPC's não têmfins lucrativos.

Em geral, as Entidades Abertas de Previdên-cia Complementar (EAPC's) cobram taxas decarregamento, incidentes sobre as contribui-ções, bem como taxas de administração quesão fixadas sobre os valores das reservas cons-tituídas, como acontece no caso dos fundosde investimento.

O participante, ao comparar a taxa de cus-teio das despesas administrativas da FUNCEF

com as taxas praticadas pelas Entidades Aber-tas de Previdência Complementar, deve ficaratento tanto para as taxas cobradas sobre as con-tribuições, bem como para eventuais taxas co-bradas sobre a poupança previdenciária acumu-lada, pois, em geral, nas entidades abertas, aocontrário das entidades fechadas, é cobrada taxaadministrativa sobre o patrimônio total do partici-pante. Ainda, deve ser comparada a rentabilida-de dos investimentos das reservas constituídasde poupança previdenciária, pois também essarentabilidade representa uma medida de eficiên-cia administrativa.

No NOVO PLANO, a contribuição normal doparticipante alimenta a subconta participante,depois de deduzido o custeio das despesas ad-ministrativas do plano, também denominado decusteio administrativo, conforme o disposto peloartigo 26 do regulamento.

A contribuição normal do patrocinador tam-bém sofre a dedução do custeio administrativo,antes de ser creditada na subconta patrocinado-ra, conforme artigo 29.

O custeio administrativo é diferente do paga-mento das despesas administrativas. Com efei-to, o custeio obedece a uma lógica orçamentá-ria. Ou seja, ele é efetuado com base em umaprevisão de despesas, que pode se realizar ounão. Caso o total dos valores arrecadados a títu-lo de custeio administrativo seja superior ao

montante necessário para o pagamento das des-pesas administrativas, as sobras são creditadasno Fundo Administrativo. A finalidade básica des-se Fundo é contribuir subsidiariamente para ocusteio de despesas administrativas futuras doplano.

O nível de contribuição necessário para a coberturadas despesas administrativas (custeio administrativo)é definido anualmente no Plano de Custeio, formuladopelo atuário do NOVO PLANO.

Em 2006, o atuário fixou a taxa de custeioadministrativo em 15% das contribuições nor-mais, que é o percentual máximo permitido pelaResolução MPS/CPC nº 01 de 09.10.1978. Adecisão do atuário teve por base critérios de pru-dência, diante da inexistência de uma base esta-tística que permitisse estimar o percentual decontribuição normal dos participantes.

As despesas administrativas de SET a DEZ2006 e de JAN até JUL 2007 foram de R$ 2,73milhões e de R$ 4,43 milhões, respectivamen-te. Ou seja, para cobertura das despesas admi-nistrativas do Plano não foi preciso utilizar os 15%das contribuições normais e houve diferençassignificativas (sobras) entre o valor arrecadado ea efetiva despesa administrativa do NOVO PLA-NO. Essas sobras foram creditadas no FundoAdministrativo. O saldo desse Fundo era de R$23,3 milhões, em 31/07/2007.

Com base em parecer do atuário do plano, os

recursos do Fundo Administrativo podem serrevertidos para as reservas matemáticas dosparticipantes (saldo de conta), caso esse últi-mo estiver superdimensionado.

Há de se considerar, entretanto, que o Fun-do Administrativo servirá para arcar com des-pesas futuras, quando a maioria dos inscritosao plano estará em gozo de benefícios, sem anecessidade de arcar com descontos signifi-cativos incidentes sobre o seu benefício paratal finalidade. Atualmente, por exemplo, a taxaadministrativa sobre o benefício do assistidodo Novo Plano é de 1%.

Com vistas à elaboração do plano de cus-teio 2008 do NOVO PLANO, o atuário já defi-niu que em sua proposta o custeio administra-tivo ficará em 8% das contribuições normais(redução aproximada de 50%). No entanto, estaproposta não foi apreciada, ainda, pelos órgãosde administração da FUNCEF.

A avaliação da qualidade das despesasadministrativas do NOVO PLANO é um di-reito e uma obrigação do participante. Elapode ser realizada com base nas informa-ções, disponíveis na seção "Serviços e Nú-meros" da página da FUNCEF na Internet(em particular nos links "Relatório de Infor-mações Corporativas" e "Orçamento e Re-latório de Acompanhamento").

Diretoria Executiva da FUNCEFDiretoria Executiva da FUNCEFDiretoria Executiva da FUNCEFDiretoria Executiva da FUNCEFDiretoria Executiva da FUNCEF

Descapitalização do patrimônio

Taxas de despesas administrativas da FUNCEF

Tania Meinerz

Page 2: BANRISUL Descapitalização do patrimônio · gosto para apreciar a comida campeira. No cardápio, feijão mexido e arroz de carreteiro, entre outros pratos típicos da culinária

joão de barro setembro/2007 3antena

SANTIAGO

PÁGINAS

www.apcefrs.org.brPágina da Associação do Pesso-

al da Caixa Econômica Federal. In-formações e uma série de serviços à dis-posição dos associados.

www.feebrs.org.brPágina da Federaçãodos Bancários do RS.

www.contrafcut.com.brPágina da Confederação Nacional dos

Trabalhadores do Ramo Financeiro.

www.fenae.org.brPágina da Federação Nacionaldos Empregados da Caixa.

Página do Sindicato dos Bancáriosde Porto Alegre.

www.sindbancarios.org.br

www.funcef.com.brPágina da Fundação dosEconomiários Federais.

www.moradiaecidadania.org.brPágina da ONG Moradia e Cidadania dosEmpregados da Caixa.

?? ?

BAILE GAÚCHONo mês das comemorações farroupilhas, o Núcleo de Cultura

Gaúcha da APCEF promove o Jantar Baile Campeiro, no dia 28 desetembro, no Galpão Crioulo da Associação. A partir das 21h, a

gauchada já pode ir se aprochegando e escolhendo a mesa de seugosto para apreciar a comida campeira. No cardápio, feijão mexido

e arroz de carreteiro, entre outros pratos típicos da culináriagaúcha. No palco, o grupo de música gaudéria Beira D` Estrada. O

traje é pilcha ou esporte. Ingressos antecipados no setor deeventos da APCEF, fone 51 3268 1611, a 13 “pila”.

Mais empregados, mais CaixaAs circunstâncias em que se encontram

os trabalhadores da Caixa - carência de mão-de-obra e por conseqüência excesso de tra-balho - levaram a Fenae e as Apcefs adeflagrar uma campanha nacional para aca-bar com os abusos. "Mais empregados paraa Caixa, Mais Caixa para o Brasil" é umainiciativa que surgiu após reunião da direto-ria da Federação realizada no final de ju-nho, ao considerar a insatisfação geral dosempregados. A solução para o problema étão urgente que a contratação de pessoaltornou-se um dos eixos prioritários da cam-panha salarial deste ano.

Os trabalhadores da Caixa estão adoe-cendo devido ao excesso de trabalho, sobre-tudo nas agências e nas Retpvs. Os abusosse refletem em assédio moral pelo cumpri-mento das metas, forçam à realização de tra-balho gratuito e levam os empregados à fa-diga, à insatisfação e à revolta. Além disso,o déficit de trabalhadores atinge negativa-mente o desempenho geral da empresa, emtodas as suas áreas de atuação. Perde-se nosnegócios já implantados e também no apro-veitamento de novas oportunidades. Em

suma, reduz-se a capacidade da instituiçãoem servir à população, limitando-a no de-senvolvimento das políticas públicas, espe-cialmente na área habitacional.

As manifestações das entidades sindi-cais, associativas e de lideranças do mo-vimento nos mais diversos pontos do paísdão suporte à iniciativa da Fenae. Para aConfederação Nacional dos Trabalhado-res do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) eComissão Executiva dos Empregados(CEE/Caixa) as contratações realizadaspela empresa nos últimos anos não foramsuficientes sequer para a substituição dosterceirizados. Segundo o balanço social2006 da Caixa, as substituições caírampara a relação de um novo trabalhadorconcursado para três prestadores de ser-viço que saem.

A necessidade de pessoal tende a se acen-tuar, tanto no atendimento comercial quantono social, principalmente devido às deman-das impostas à Caixa pelo Plano de Acele-ração do Crescimento (PAC) do governo fe-dera. Desafios que exigem muito mais tra-balhadores.

TV Pública

Foi a captação da Poupança Caixanos primeiros sete meses do ano. O totalrepresenta 121% a mais na comparaçãocom o mesmo período do ano passado,quando a poupança captou R$ 2,5 bi.Somente no mês de julho, a captação che-gou a R$ 1,2 bilhão. No mesmo mês de2006, a captação no mês não passou osR$ 815 milhões.

R$ 5,5 bi

A Comissão de Serviços Públicos pro-move audiência pública no dia 28 de se-tembro, às 9h30min, no Teatro DanteBarone da Assembléia Legislativa do RS.Na oportunidade, estará sendo debatidaa TV Pública Brasileira.

A Coordenação Nacional de Articu-lação das Comunidades Negras RuraisQuilombolas (Conaq) se prepara pararealizar no dia 5 de outubro um ato paraquestionar o papel das concessões públi-cas de televisão e o oligopólio das comuni-cações no país. O principal alvo da mani-festação é a Rede Globo de Televisão, acu-sada de criminalizar e deslegitimar o mo-vimento dos quilombolas.

Rede Globo

A Latinoamericana, Enciclopédia con-temporânea da América Latina e doCaribe, publicada pela Boitempo Edito-rial e coordenada por Emir Sader e IvanaJinkings, ganhou o prêmio Jabuti 2007,da Câmara Brasileira do Livro, na cate-goria Ciências Humanas. Além do pres-tígio, o prêmio Jabuti é dos mais antigosem atividade no Brasil. A Latinoame-ricana tem cerca de 1400 páginas, e qua-se mil verbetes sobre os mais variadosassuntos, de política a gastronomia, deliteratura a esportes, e assim por diante.

Enciclopédia

Você sabia que está parado na Câmarahá um ano o projeto de emenda que aca-ba com o voto secreto no Legislativo?

ConquistaO Bradesco está proibido de designar

funcionários, exceto vigilantes, para fa-zer o transporte de valores. A decisão foida 2ª Vara do Trabalho de Porto Alegre efoi mantida pelo Tribunal Regional doTrabalho da 4ª Região. Em 1994, o Sin-dicato dos Bancários de Santa Rosa feza denúncia. Nas investigações, o Minis-tério Público do Trabalho constatou queo banco desviava funcionários dos servi-ços administrativos para buscar quanti-as em dinheiro no Banco do Brasil paraclientes preferenciais.

Entrevista Sérgio Kapron fala sobre venda de ações do Banrisul...2Campanha Manifestações marcam o Dia do Bancário...........5Previdência Resultados da última reunião do Fórum................6Finanças Confira apublicação de balancetes da APCEF...............6Economia solidária O meio ambiente agradece....................7Carta Maior A força de uma publicação alternativa.................9Teatro Oficina encerra com leituras de Martins Pena.................10Novidade Em breve, quadras novas e escola de tênis na APCEF...11Pandora América Café está pronto para novos palcos....................11Animação O sucesso do Baile do Queijo e do Vinho .................12

No dia 7 de setembro foi realizado emtodo o país o plebiscito pela reestatizaçãoda Vale do Rio Doce. A empresa, comum patrimônio calculado em mais de R$92 bilhões foi entregue na época por R$3,3 bilhões. Até o fechamento do João deBarro ainda não havia sido publicado oresultado oficial do plebiscito.

Vale

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joão de barro setembro/2007 4editorial

Esta edição do João de Barro fechou naredação no dia 10 de setembro de 2007.

www.apcefrs.org.brOlha aí em cima! O sítio da APCEF mundou para ponto org.

Continue visitando a nossa página!

GESTÃO 2006-2009Presidenta: Célia Margit ZinglerVice-presidente: Marcelo Marimon Gonçalves

DIRETORIA EXECUTIVATITULARESAposentados, Saúde e Previdência: Amanda AngélicaGonzales CardosoComunicação: Marcos Leite de Matos TodtCultura: Almeri Espíndola de SouzaEsportes: Ricardo Luis da Rocha ChristinoPatrimônio: Paulo Ricardo BelottoRelações de Trabalho: Tiago Vasconcellos PedrosoSocial e Lazer: Andrea Lima SpinelliSUPLENTES: Francisco de Assis Kuhn Magalhães,Felisberto Machado de Souza, Gilmar Cabral Aguirre,Jailson Bueno Prodes, Vera Lúcia Reck de Araújo, PauloCésar Ketzer, Ruben Danilo de Albuquerque Pickrodt,Sandro Dias Fernandes, Sérgio Aveline Squeff.CONSELHO FISCALTITULARES: Presidente: Claudio Morais Soares. Secre-tário Geral: Guaracy Padilha Gonçalves. Geraldo OtoniXavier Brochado.SUPLENTES: Celso Danieli, Marisa Zancan Godoy, SandraMaria FariaCONSELHO DELIBERATIVOPresidente: Ricardo Luiz Müller; Secretário Geral: PauloDaisson Gregório Casa Nova.Regional Porto Alegre TITULARES: Carlos Alberto Träsel,Cláudio Stern da Cunha Filho, Devanir Camargo da Silva,Maria Regina Pereira Figueiró, Maristela da Rocha, PauloDaisson Gregório Casa Nova. SUPLENTES: Jorge Peixotode Mattos, Juarez Machado de Oliveira, Marcela Nunes deAguiar, Renato de Castro Becker, Volmar Fernando AlvesDal Santo. Alto Uruguai: Ricardo Luiz Müller, Vanda MariaBianzin Grzeidak. Centro: Marcelo Husek Carrion, AthosRonaldo Miralha da Cunha. Fronteira Oeste: Jefferson Arau-jo da Silva, Flávio Dornelles Paré. Fronteira Sul: VilmarVallenoto da Silva, Vagner Kobe Braga. Litoral Norte: NeiGlades de Francisco, Carmem Rejane Ramos. Litoral Sul:Jonas Aguiar, Marco Antônio Botelho Gomes. Missões: Mo-acir Scheuer Deves, Marcos Maicá. Passo Fundo: PauloCésar Kunzler, Régis Moreno Nogueira Santos. Serra: Mar-cos Mazzutti de Castro, Marcos Alexandre Streck. Sul: Cristinade Souza Gularte, Luiz Antonio Reck de Araújo. Vale doParanhana: João Alberto Holsbach, Dirceu D’Ávila Sampaio.Vale do Rio Pardo: Gilberto Castoldi, Adroaldo SchmidtCarlos. Vale do Taquari: Rafael Reckziegel, Luiz AntônioSieben. Vale dos Sinos: Nestor Francisco Imhoff, OdenarCorrêa de Souza.COORDENADORES DAS REGIONAISAltivo Goularte Rodrigues (Centro); Ricardo Luiz Sulzbach(Vale do Taquari); Carmem Rejane Ramos (Litoral Norte);Cláudio Batista Rodrigues Osório (Fronteira Oeste), JoãoBruno Schmitz (Vale do Paranhana); Paulo Cesar Reis Pe-reira (Missões); Evandro de Moura Hahn (Passo Fundo);Luiz Roberto Portantiolo (Sul); Jonas Aguiar (Litoral Sul); CleoFernandes Rodrigues (Fronteira Sul); Nilson Roque Urban(Vale do Rio dos Sinos); Deise Fátima Pauletti (Alto Uru-guai); João Aristeu Moraes de Oliveira (Vale do Rio Pardo);Vladimir Tadeu Bettiol (Serra).

joão de barroJornal da Associação do Pessoal da CaixaEconômica Federal do Rio Grande do SulCONSELHO EDITORIAL: Almeri Souza, Amanda Car-doso, Andrea Spinelli, Célia Zingler, Marcelo Marimon, Mar-cos Todt, Tiago Vasconcellos.PRODUÇÃO (Projeto Gráfico, reportagem, edição, foto-grafia, diagramação e composição):

Rua José do Patrocínio, 721/201, Porto Alegre, RS, CEP90050-003. Fone 51 3221 2829 Fax 51 3211 0773.E-mail: [email protected]ção e reportagem: Jair Giacomini (RJP 7844), JosianePicada (RPJ 6486) e Carla Rossa (RJP 7866).

Ilustrações: Elias Monteiro Charge: Santiago

Fotolito e Impressão: Gazeta do SulTiragem: 8500 exemplares Periodicidade: mensalDistribuição gratuita para associados da APCEFOs artigos assinados publicados no João de Barro não refletemnecessariamente o pensamento da diretoria da APCEF.

Avenida Coronel Marcos, 851,Bairro IpanemaPorto Alegre - RS -CEP: 91.760-000Fone: 51 3268.1611Fax: 51 3268.2700E-mail: [email protected]

A APCEF oferece aos seus associados asses-soria jurídica em diferentes áreas, através de doisescritórios de advocacia. Além disso, os associa-dos podem marcar horário nos plantões semanais.Para atendimento, é necessário agendar horárionos telefones indicados abaixo.

Direito SocialDefesa Administrativa,Seguro Jurídico, Previdência51 3227 [email protected]ão: quintas-feiras, das 14h às 17h40minRua Andrade Neves, 159, 11º andar.

Advocacia Fagundes, Meyer, SchneiderAções Trabalhistas,Tíquetes e Cesta-Alimentaçãoaposentados e ativos51 3595 477551 3268-1611 (para agendar horário)Plantão: Quintas-feiras, na APCEFdas 16h às 18h.

ASSESSORIAJURÍDICA

AGENDAAPCEF

A Campanha Salarial dos bancários se aprofunda nopaís. Agora é a hora de intensificar a luta. Levar o movi-mento às ruas, envolver os trabalhadores nas unidades eagências, sempre com o apoio dos delegados sindicaisde todos os cantos do Brasil.

A campanha foi declarada oficialmente aberta nodia 28 de agosto e as primeiras rodadas de negocia-ção com a Fenaban já ocorreram. Agora é preciso in-tensificar as atividades da campanha para garantir oavanço nos debates com os banqueiros. Por isso, éimportante que os sindicatos mantenham o diálogo comos bancários e a sociedade sobre as principais reivin-dicações da categoria, para que o movimento possaabrir caminho para atividades mais fortes, caso sejamnecessárias.

Portanto, é hora de botar a campanha nas ruas comforça total. Promover atividades durante as semanastemáticas, com distribuição de materiais. Os sindicatosestão recebendo informativo específico e seus represen-tantes devem visitar os meios de comunicação, os pode-res públicos e outras categorias para dar visibilidade àcampanha. No Rio Grande do Sul, a Federação dos Ban-cários e os sindicatos estão desenvolvendo uma amplacampanha publicitária, com outdoors nas ruas e adisponibilização de jingle, adesivos e camisetas, entreoutros materiais gráficos. A figura do vampiro é utiliza-

Agora é ganhar as ruasda para lembrar que os banqueiros sugam não só osbancários, mas toda a sociedade. Agora é o momentodecisivo, de envolvimento geral dos colegas, pois a his-tória mostra que a força dos bancários só ganha visibili-dade e poder com o bancário nas ruas.

Comunicação e Meio Ambiente - O ConselhoEditorial do João de Barro entende que o jornal devecontinuar a abordar assuntos que ultrapassem os inte-resses específicos da categoria. A própria história do jor-nal mostra que o periódico debateu, ao logo de seus 50anos, assuntos mais amplos, ou seja, de importância ge-ral. Temos o entendimento de que os bancários fazemparte de um todo e que o jornal da APCEF, além de apoi-ar e divulgar nossas lutas e reivindicações, deve nos pro-por outras pautas, também fundamentais à nossa quali-dade de vida. Ter acesso a outras fontes de informação éuma delas. Nesta edição, o João de Barro conta a histó-ria da Agência Carta Maior, uma das mais respeitadas edemocráticas publicações jornalísticas do Brasil.

A questão do meio ambiente, por exemplo, é tão ur-gente, que já não é pauta apenas de ambientalistas. Apreservação do Planeta é responsabilidade de cada umde nós. Assim como qualquer outro cidadão, em qual-quer atividade ou profissão, os bancários têm compro-misso com o meio ambiente, com o presente e com o futu-ro da Terra.

Concursos Joãode Barro 50 anosCrônicaVotação a partir de 17 de set, pelo sítiowww.apcefrs.org.br

Terças-feiras,20 horas, no GalpãoCrioulo da APCEFEncontro do Núcleode Cultura Gaúcha

Setembro19 - Reunião dos Aposentados, na Casa dosBancários, às 14h, Rua General Câmara, 424,Porto Alegre.28 - Jantar Baile Campeiro, às 21h, no GalpãoCrioulo da APCEF.30 - Apresentação do Coral da APCEF, noLindóia Clube, às 19h.

Outubro20 - Passeio em comemoração ao Dia daCriança. Informações no setor de Eventos daAPCEF, fone: 51 3268 1611.

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joão de barro setembro/2007 5em pauta

Abaixo-assinado pela isonomia Câmara de Deputados recebe documento com 25 mil assinaturas em favor da igualdade de direitos.

Sob o slogan “banqueirochega de sugar a gente”,a Campanha Salarial

deste ano foi lançada oficialmen-te em todo o estado no dia 28 deagosto, Dia do Bancário. O Sin-dicato dos Bancários de PortoAlegre e Região (SindBancários)e a Federação dos Bancários RSpromoveram uma série de mani-festações no centro de Porto Ale-gre. A importância da data foiregistrada com debates,panfleteação e shows ao vivo.

Na ocasião, os representantessindicais apresentaram detalhesdesta campanha, destacaram apreocupação da categoria com obem-estar dos clientes e critica-ram medidas como a venda deações do Banrisul. Uma ameaçaao perfil público do banco. Oevento contou com a participaçãodos sindicatos de Santa Cruz doSul, Pelotas, São Borja,Camaquã, Cruz Alta, Carazinho,Santo Ângelo, Litoral Norte, RioPardo, Passo Fundo e Vacaria.

A programação especial con-centrou-se na Praça da Alfânde-ga, em frente ao Santander Cul-tural. Das 9h às 16h foram trans-mitidos entrevistas e debates pelaRádio ao Vivo, uma simulação deemissora promovida peloSindiBancários e Feeb/RS. Outrodestaque foi o programa ManhãBand ao Vivo da Praça, transmi-tido diretamente pela Rádio BandAM, além de shows de música,com Hip Hop Brasil, mostra fo-tográfica e serviço e orientaçãosobre saúde e direitos. À tarde, omúsico Eduardo Solari e a canto-ra Nancy Araújo também mostra-ram o seu talento.

CAMPANHA SALARIAL 2007

A Rádio ao Vivo entrevis-tou e acompanhou debates dosdeputados Adão Villa Verde(PT), Raul Carrion (PC do B)e Raul Pont (PT), e os verea-dores Adeli Sell (PT) e MárcioBins Ely (PDT). Olívio Dutra,ex-bancário, ex-governador epresidente estadual do Partidodos Trabalhadores, tambémprestigiou a movimentação dosbancários. Também conferi-ram a programação, o secre-tário muninipal de Indústria eComércio (Smic), IdenirCecchim, e o supervisor téc-nico do DepartamentoIntersindical de Estatística eEstudos Sócioeconô-micos doRS (Dieese/RS), RicardoFranzói.

O presidente da CUT-RS,Celso Woyciechowski, esteveno programa para apoiar acampanha e luta dos bancári-os e lembrar dos 24 anos daCentral, comemorados tam-bém no dia 28 de agosto.

Chega de sugar a genteNo dia do bancário e da abertura oficial da campanha, trabalhadorespromovem manifestações no centro de Porto Alegre.

NEGOCIAÇÕESAs rodadas de negociação

entre Contraf/CUT e Fenabanestão sendo realizadas por blo-cos. Nos dias 30 e 31 de agostohouve a primeira rodada. Duran-te esses dois dias, as negociaçõescentraram-se no auxílio educa-cional, 13ª cesta-alimentação,segurança e previdência comple-mentar. Nessa rodada ficouacertado como estratégia darmais ênfase a discussão emcada tema, o que gerou altera-ção também na postura daFenaban. Os debates travadosnestes dois dias foram impor-tantes para dar dinâmica às ne-gociações e aprofundar os te-mas propostos.

O dia 5 de setembro foi adata da segunda rodada de ne-gociação. Na reunião entre oComando Nacional dos Ban-cários e os representantes dosbancos, foram analisadas asreivindicações econômicas,entre elas aumento real de sa-

lários e maior Participação nosLucros e Resultados (PLR),além de melhores pisos salari-ais, entre outros itens.

CAIXA E BBNo dia 30 de agosto, delega-

dos e dirigentes sindicais da Cai-xa e Banco do Brasil se reuni-ram na sede do SindBancáriospara um balanço das atividadesrealizadas até agora na Campa-nha Salarial. Na pauta, discus-sões e relatos sobre o 23º Con-gresso Nacional dos Emprega-dos da Caixa (Conecef) e con-gressos anteriores, a 9ª Confe-rência Nacional dos Trabalha-dores do Ramo Financeiro eprincipalmente sobre a estra-tégia de Campanha NacionalArticulada como forma depressão direta nos bancos pú-blicos. O grupo tambémaprofundou os assuntos Saú-de/Caixa e Pams, ações doFGTS, 6 Horas e isonomia. Otema Raio X das agências tam-

A luta pela isonomia estácada vez mais forte nesta

campanha salarial. No dia 5 desetembro, representantes daContraf-Cut, de federações, sin-dicatos e da Fenae entregaramum abaixo-assinado na Câmarados Deputados com 25 mil assi-naturas em apoio ao projeto delei nº 6.259/05 que regulamentaa igualdade de direitos entre fun-cionários novos e antigos dosbancos públicos federais. O do-cumento foi entregue à Comis-

são de Trabalho, Administraçãoe Serviços Públicos da Câmarados Deputados. Ao receber o do-cumento, o presidente da comis-são, deputado NelsonMarquezeli (PTB/SP), defendeuo projeto, que considera ser umaforma de corrigir uma distorçãogerada pelo viés privatista dogoverno FHC, do qual os ban-cos seriam as próximas vítimas.

O ato reuniu também parla-mentares e contou com a presen-ça do relator do projeto, o depu-

tado Tarcísio Zimmermann (PT/RS) e dos autores do PL, depu-tado Daniel Almeida (PCdoB/BA) e senador Inácio Arruda(PCdoB/CE). Zimmermann, queemitiu parecer favorável ao PLno início de agosto, disse que “aatual desigualdade entre os ban-cários das instituições financei-ras públicas federais produz umpesado passivo trabalhista querecai sobre a sociedade”. Paraele, o PL não só faz justiça comos trabalhadores bancários, mas

também é positivo para as pró-prias empresas, pois a discrimi-nação tira a perspectiva de cres-cimento do funcionário, levan-do-o a sair prematuramente dobanco.

ADIAMENTOAlém da entrega do documen-

to, estava prevista para o dia 5 desetembro a votação do projeto delei sobre a isonomia pela Co-missão do Trabalho, Administra-ção e Serviços Públicos. Mesmo

com parecer favorável, a votaçãofoi adiada, após o Ministério daFazenda e do Planejamento apre-sentarem uma nota técnica na qualalega que a aprovação do projetocoloca em risco as empresas.Zimmermann sugeriu, então, quea votação fosse adiada até no má-ximo três sessões ordinárias. An-tes disso, o relator propôs uma au-diência com a presença de repre-sentantes do Ministério da Fazen-da e dos bancários para debater oconteúdo da nota.

bém foi abordado. A radiogra-fia das unidades é uma açãoda campanha "Mais emprega-dos para a Caixa - Mais Cai-xa para o Brasil", deflagradapela Fenae e pelas Apcefs.

ESPECÍFICANo dia 10 de setembro, foi a

vez da Caixa negociar a pautaespecífica da campanha. O encon-tro foi em Brasília e os gaúchosforam representados por AltivoRodrigues, do Sindicato dos Ban-cários de Santa Maria. Entre oseixos prioritários, a Caixa acei-tou negociar o Plano de Cargos eSalários (PCS) e o Plano de Car-gos Comissionados (PCC), masa empresa continua alegando di-ficuldades por conta da existên-cia de um grande contingente deempregados que não optaram pelosaldamento do REG/Replan e oNovo Plano da Funcef.

A próxima rodada de negoci-ação ficou marcada para o dia 19,em São Paulo.

Fotos Caco Argemi

Atividades no centro de Porto Alegre marcaram lançamento da campanha salarial.

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joão de barro setembro/2007 6em pauta

Na última reunião do FórumNacional da Previdência, ocorri-da entre as últimas terça e quar-ta-feiras (21 e 22 de agosto), foifirmado consenso em cinco pon-tos. Todos estes pontos foramapresentados pela bancada dostrabalhadores, CUT à frente. Oconsenso equivale à aprovação,por parte das bancadas, de enun-ciados que depois deverão ser de-talhados. Não houve decisão so-bre nenhum outro ponto do deba-te. A CUT também reiterou quenão aceitará retirada de direitos.

Uma das decisões mais impor-tantes refere-se a mudanças noseguro-desemprego. As bancadasconcordaram que o período de re-cebimento desse seguro deve ser

computado como tempo de con-tribuição (veja os textos aprova-dos no Fórum ao final desta re-portagem). Ainda falta definir oscritérios - período de duração do se-guro-desemprego, valores, fiscaliza-ção para evitar fraudes e formas degarantir que o período em que o tra-balhador estiver desempregado con-te como tempo de contribuição.

Outro consenso importante re-fere-se à mudanças necessárias nalei de estágio, para que esse tipode trabalho não sirva paradesestimular a contratação de tra-balhadores nem para escamoteara burla da legislação trabalhista.

As bancadas - trabalhadores,empresários, governo e aposentados- também fecharam questão quantoà necessidade de promover aformalização do trabalho e estendera cobertura previdenciária aos tra-balhadores que estão fora do siste-ma. Outro ponto de consenso, com-

Noções dePrevidência

A Federação dos Bancáriossediou a segunda edição doCurso Formação em Previ-dência - Noções de Segu-ridade Social e PrevidênciaComplementar, promovidopela APCEF, no dia 29 deagosto. Cerca de 20 asso-ciados e associadas, tantoda ativa como aposentadose representantes sindicais, ti-veram a oportunidade deaprofundar seus conhecimen-tos sobre seguridade, previ-dência social, previdênciacomplementar e Funcef.Questões fundamentais paraos trabalhadores. A primeiraedição do curso foi em 28 e29 de maio e o sucesso dasaulas atraiu novos interessa-dos em aprender sobre os te-mas abordados.

O conteúdo das aulas foiministrado pelo assessor ju-rídico Fábio Barbosa e os par-ticipantes puderam esclare-cer dúvidas sobre os planosde previdência oferecidospela Caixa, suas vantagens edesvantagens. “O objetivoprincipal do curso é fazer comque os trabalhadores tenhamconsciência de seus direitose das responsabilidades daempresa com seus emprega-dos. Ou seja, devem conhe-cer, em termos básicos, o queé a previdência social e públi-ca, como funciona, bemcomo os direitos e deveresdos participantes, patrocina-dores e Estado", definiu apresidenta da APCEF, CéliaZingler.

Informes do Fórum da PrevidênciaBancadas fecham questão em torno de cinco propostas dos trabalhadores.

plementar aos dois anteriores, é acriação de contrapartidas sociais emtodos os investimentos e emprésti-mos públicos para empreendimen-tos privados, como forma de garan-tir a manutenção e a geração de em-pregos. O Fórum também aprovouque a fiscalização contra ainformalidade deve ser prioridade e,portanto, fortalecida, assim como alegislação deve ser revista para ace-lerar a cobrança das dívidas com aSeguridade.

"Tais resultados são importan-tes porque representam a aceita-ção de pontos de vistas defendi-dos por nós. Precisam ainda dedetalhamento jurídico para se tor-nar realidade. Mas o fato mais po-sitivo é que iniciamos uma discus-são em que o pensamento quasedominante era o de retirada de di-reitos, com viés fiscalista e umaapologia do desastre, do tipo 'aPrevidência vai explodir a qual-

quer momento', e fizemos preva-lecer um diagnóstico e uma ori-entação nossos. Marcamos posi-ção e orientamos, até o momento,a parte do debate já concluída",avalia Artur Henrique.

O presidente da CUT temclareza de que pontos mais po-lêmicos e espinhosos ainda es-tão por chegar ao plenário doFórum, espaço onde se buscamos consensos. O posicionamentoda Central, segundo ele, não mu-dará. "Estamos participandopara garantir e ampliar direitos.Não vamos compactuar compropostas regressivas, que reti-rem direitos - sejam atuais oufuturos", garante.

Veja as formulações aprovadas:- "Promover a formalização

do trabalho e a universalizaçãoda cobertura previdenciária apartir de um diálogo socialquadripartite".

- "As políticas públicas, emespecial as relativas à concessãode empréstimos, subsídios e incen-tivos fiscais, devem estimular ageração de empregos formais".

- "Deve haver mudança na leido estágio, resgatando e reforçan-do seu caráter pedagógico, evitan-do abusos, simulação e sonega-ção de contribuições".

- "Deve-se fortalecer a fiscali-zação contra a informalidade e re-ver a legislação para acelerar osmecanismos de cobrança de dívi-das".

- "Devem-se efetuar mudan-ças na legislação do seguro-de-semprego, de sorte a permitir queo tempo de fruição desse benefí-cio seja computado como tempode contribuição a ser definida".

Isaias DalleTexto publicado emwww.cut.org.br

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joão de barro setembro/2007 7em pauta

HISTÓRIAS DEORGANIZAÇÃO COLETIVA

GREVE

Uma ferramenta poderosaSem esse instrumento de pressão, os bancários não teriam conseguido alcançar suas reivindicações.

Os demitidos de Março de 1990

TÍQUETE-ALIMENTAÇÃO

Um direitode todos

Para garantir a continuidadede recebimento do tíquete-ali-mentação na aposentadoria, aAPCEF organiza ações coletivaspor meio de sua assessoria jurí-dica. Os trabalhadores interessa-dos em manter esse benefícioe em fazer parte do primeiro gru-po a encaminhar a reivindicaçãodevem enviar à APCEF a docu-mentação exigida até o final desetembro. A lista dos documen-tos necessários está publicadana página eletrônica da APCEF(www.apcefrs.org.br).

Os principais documentospara ajuizar o benefício são oscontracheques de outubro de1987 a abril de 1992, período emque a Caixa creditava os valoresde auxílio-alimentação na contados empregados. É importanteque os trabalhadores entendamque as ações coletivas apenaspoderão ser ajuizadas em nomedos funcionários que não se apo-sentaram, ou seja que ainda es-tão na ativa. A iniciativa visa a an-tecipar a garantia de continuida-de do recebimento desse bene-fício pelo empregado, antesmesmo dele se aposentar. Éuma forma de evitar que ele te-nha que entrar na justiça maistarde para reivindicar esse direi-to, o que tem ocorrido hoje comos já aposentados.

Essas mesmas ações vãopostular também que os valo-res do tíquete integrem os de-pósitos do FGTS. Para saberse o pedido de reflexo noFGTS fez ou não parte da ação,os aposentados que já ajuiza-ram a sua ação de tíquete te-rão que analisar a sua situaçãocom seus advogados.

VOTE NA SUAC R Ô N I C AP R E F E R I D A

Está na hora de votar. Ascrônicas inscritas para oconcurso em homenagemaos 50 anos do João deBarro, Cotidiano do RioGrande do Sul, já estãopublicadas na página ele-trônica da APCEF. Acesseo link APCEF online e votena sua crônica preferida. Oseu voto é importante parao sucesso desta promoçãoda Associação. As crônicasescolhidas pelo júri popu-lar receberão pontos noprograma PAR.

www.apcefrs.org.br.

Nestes 50 anos de cobertura dasatividades esportivas, sociais e po-líticas que envolvem os trabalhado-res da Caixa, os momentos de para-lisações e greves estão entre os acon-tecimentos de destaque no João deBarro. Desde suas primeiras edi-ções, o jornal já mostrou que veiopara exercer o papel de imprensaalternativa aos grandes meios de co-municação, e fortalecer-se comouma das principais ferramentas deunião entre os empregados da Cai-xa. Em sua primeira edição, em de-zembro de 1957, a capa já trazia aseguinte manchete: “Realizada a pri-meira assembléia geral da

APCEFER” (antigo nome daAPCEF). O texto contava que a as-sembléia, ocorrida em 30 de agos-to, era de caráter reivindicatório. Es-tudava-se “a possibilidade daApcefer interferir junto à adminis-tração da Caixa, no sentido de serconcedida uma melhoria salarial emvirtude da grande disparidadeverificada...”

Assim nasceu o João de Barro,e assim seguiu em frente. Ao denun-ciar abusos de governos e patrões,suas páginas sempre apostam naunião entre colegas para conquistarmelhorias e reparar injustiças. Porisso, muitas linhas foram e sãodedicadas às paralisações e greves,armas poderosas de negociação.

MOBILIZAÇÃOFoi em conseqüência de uma

greve de 24 horas, em 1985, que oaté então economiário tornou-sebancário e em função disso garantiua jornada de trabalho de seis horas eo direito à sindicalização, entre ou-tras conquistas. Em 1986, os ban-

cários também utilizaram-se do re-curso greve, assim como tambémno ano seguinte. “Só parado se ga-nha aumento”, dizia o título da pá-gina 10 da edição de maio de 1987.Sem esse instrumento de persuasão,certamente os bancários não teriamconseguido alcançar suas reivindi-cações, bandeiras históricas do mo-vimento.

Mas foi somente em 1989 quesurgiu a chamada Lei de Greve (Leinº 7783/89), e os trabalhadores ban-cários puderam fazer uso dessa fer-ramenta, agora sob o respaldo dalei. Ou seja, foi a Lei de Greve queserviu de sustentação básica das lu-tas trabalhistas e ajudou a repararinjustiças e trazer de volta o cargode centenas de bancários demitidosarbitrariamente.

MARAJÁS No governo Collor de Melo, a

linha privatista do neoliberalismomostrou a força do seu garrote. Soba alegação de enxugamento da má-quina, entre tantas outras medidas

de contenção de despesas, o presi-dente caçador de marajás ameaça-va, quatro dias antes de assumir,acabar com “a corrupção, com ossonegadores e com os cabras safa-dos que ainda hoje estão atormen-tando nossas vidas”. Sobre isso, oJoão de Barro, de junho de 1990registrava: “e a grande imprensa,que interpreta muito bem o que opresidente quer dizer, imediatamen-te inclui os funcionários e emprega-dos das estatais entre os cabras sa-fados e daí em diante não faltaramnotícias e degola em massa”, con-cluía o texto. Centenas de emprega-dos da Caixa foram demitidos, euma forte campanha foi montadapara reverter o processo. A luta sin-dical trouxe muita gente de volta aseus postos. No ano seguinte, as lu-tas e greves continuaram. Em se-tembro de 1991, o João de Barroanunciava na capa “a maior greveda história da Caixa”. As páginascentrais do jornal registravam: “Agreve chega ao fim depois de 19 diasde muita mobilização”.

Em dezembro deste ano, o JBcompleta 50 anos. Meio séculofazendo história e proporcionan-do informação, cultura e lazerpara os empregados da Caixa.Neste período muitas foram asconquistas da categoriaregistradas nas páginas do nos-so JB, dentre elas gostaria deressaltar: a luta pelas seis horasna década de oitenta, quando euainda trabalhava no Banrisul eo movimento pela readmissão

dos demitidos demarço de 1990, épo-ca em que estava in-gressando na Caixa.

Por ter sido umdos atores do episó-dio, gostaria de res-gatar um pouco dahistória para os queainda não a conhe-cem. Em 15 de mar-ço daquele ano,quando o então PresidenteCollor assumia a Presidência daRepública, decidiu demitir todosos empregados contratados na-quele mês, o que ocorreu em18.06.1990, numa decisão uni-lateral e que pegou todos osempregados de surpresa. Um dia

após o anúncio das de-missões a categoria en-trou em greve emapoio aos demitidos ecom o objetivo derevertê-las, mas a gre-ve durou somente qua-tro dias depois de no-vas ameaças de demis-sões.

E eu estava lá: de-sempregado, esposa

grávida, havia pedido demissãodo Banrisul e desistido de doisoutros concursos para ingressarna Caixa.

Foi uma fase difícil da mi-nha vida que, graças a Deus e oapoio da minha família, conse-gui superar.

Finalmente, em setembro da-quele ano, com o apoio daAPCEF/RS e do Sindicato dosBancários de Porto Alegre, foinegociado o retorno definitivodos demitidos no Dissídio Cole-tivo da categoria.

Em resumo: fui admitido em05.03.1990, demitido em18.06.1990 e readmitido em14.09.1990.

Valeu pela luta!E o jovem JB firme, na épo-

ca com 23 anos, apoiando omovimento e informando a ca-tegoria.

Obrigado JB.José Magalhães AndradeGerente de RelacionamentoAg. Otávio Rocha/RS

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hoje joão de barro setembro/2007 8

Iniciativas apostam na gestão participativa dos empreendimentos econômicos e sociais.

ECONOMIA SOLIDÁRIA

Como contribuir Algumas dicas para estimular e proteger a Economia Solidária (ES) noestado: prefira produtos da ES e da agroindústria familiar; use produtos ecológicos; prefira produtosproduzidos por cooperativas e empreendimentos solidários; compre em feiras e lojas de EconomiaSolidária, como por exemplo a Loja Mundo Paralelo (Casa dos Bancários, Rua General Câmara, 424, emPorto Alegre. Visite os sites: www.consolbrasil.com.br e www.coopgirasol.com.br.

Alternativa sustentávelOs problemas que afetam o

meio ambiente estão diretamente li-gados aos modelos de desenvolvi-mento econômico. Modelos essesbaseados na acumulação do capitala qualquer custo, inclusive oambiental. O Brasil é uma nação ricaem biodiversidade e culturas, masque buscou crescer através de umsistema voltado à indústria expor-tadora, ao agronegócio e àsmonoculturas para exportação. Oresultado dessa política é a exclu-são e o desemprego da grande mai-oria da população. Um modelo ca-pitalista, responsável pela destrui-ção dos recursos naturais e pelodesequilíbrio sócio-ambiental.

Por questões de sobrevivência dohomem e do meio ambiente, surgiuno Brasil uma nova alternativa dedesenvolvimento, a Economia Soli-dária (ES), cujos protagonistas sãoos trabalhadores urbanos e rurais.A ES acontece por meio de políti-cas cooperativadas, de relações co-letivas de trabalho e de produtivida-de. É um termo criado, na décadade 1990, com o objetivo de reunirdiversos movimentos e iniciativas,novas e antigas, que possuem umasérie de valores comuns, entre eles,o controle dos meios de produção,distribuição, comercialização e cré-dito. A ES privilegia o aspecto hu-mano da produção e defende a saú-de e o meio ambiente.

Criada e mantida por pessoasque se encontram à margem do mer-cado de trabalho, a ES é uma saídacontra o processo de abertura co-mercial que em décadas passadasgerou a falência de empresas nacio-nais e, em conseqüência, o aumentodo desemprego, a redução dos ren-dimentos e a perda de benefícios tra-balhistas. Efeitos também sentidoscom a privatização das estatais, aretração da economia e a introdu-ção de novas tecnologias, sem com-pensações sociais.

A ES é uma iniciativa que apos-ta na gestão democrática, transpa-rente e participativa dos empreendi-mentos econômicos e sociais e nadistribuição igualitária dos resulta-dos econômicos (sobras ou perdas)dos empreendimentos. Uma pro-posta de produção, decomercialização e relações de tra-balho, diferente da relação capi-talista. "A ES é baseada na coo-peração, na solidariedade, naeqüidade, na distribuição dos re-sultados da produção e dacomercialização. Não é apenasuma medida de assistência e in-clusão social, mas que procuraconstruir uma política de desen-volvimento local", resume Paulo

Marques, coordenador estadualdo projeto de Promoção do De-senvolvimento Local e EconomiaSolidária da Secretaria Nacionalde Economia Solidária (Senaes).No Rio Grande do Sul, Marquestambém coordena um projeto fe-deral que envolve agentes de ESnas comunidades beneficiadaspelo Bolsa Família com a finali-dade de estimular a organizaçãode grupos para gerar renda.“Quando associados, os agricul-tores familiares são um exemplode ES. E a agricultura familiar éuma produção ecologicamentesustentável, pois utiliza recursosque garantem a proteção ao meioambiente”, explica Marques.

APOIOEm junho de 2003, o Ministério

do Trabalho e Emprego instituiu aSecretaria Nacional de EconomiaSolidária (Senaes). Desde então,essa secretaria propõe, organiza, eimplementa políticas de apoio àEconomia Solidária. Na mesmaépoca foi criado o Fórum Brasileirode Economia Solidária, principalparceiro da Senaes, que congrega agrande maioria dos movimentossociais, agência de fomento e de as-

sessoria da ES no Brasil. Em 2006surgiu também o Conselho Nacio-nal de Economia Solidária (CNES),órgão consultivo e deliberativo deinterlocução permanente entre aSenaes e os setores da sociedade ci-vil e do governo federal para atua-rem em favor da iniciativa.

Para identificar locais e tipos deagrupamentos existentes, a Senaesrealiza, há três anos, um trabalhode mapeamento da ES. A pesquisarealizada em 40% dos municípiosbrasileiros chegou a um número de20 mil empreendimentos solidários,que envolvem em torno de 1 milhãoe 700 mil trabalhadores. Um con-junto de experiências que inclui di-ferentes tipos de associações e pes-soas para trabalhar e produzir de for-ma coletiva, autogestionária, sem arelação de subordinação patrão/em-pregado.

Segundo Marques, ainda não foimapeado tudo o que existe no Bra-sil, mas a pesquisa indica que hou-ve um crescimento nas décadas de1990 e 2000, conforme o avanço depolíticas públicas nos municípios eno governo federal. "Esses empre-endimentos têm que ser multiplica-dos, na medida em que a iniciativaprivada e as grandes empresas não

conseguem resolver o problema dodesemprego. Ou seja, mesmo que opaís cresça os 5% previstos, não vaiconseguir resolver o problema dodesemprego, então os trabalhadorestêm que resolver a partir da própriaorganização", explica Marques.Exemplo desses empreendimentosinovadores são as redes de confec-ção, de metalúrgicas (empresas deautogestão), da cadeia do mel noNordeste e as redes de reciclagem(coleta e usina de reciclagem).

ESTADOPor ser um dos estados com

grande número de empreendimen-tos econômicos solidários (cerca de400), o Rio Grande do Sul possuihoje dez fóruns regionais de ES.Organizados no meio urbano e ru-ral, esses empreendimentos recebemapoio de ONGs e prefeituras. EmSanta Maria encontram-se mais de200 empreendimentos de ES, queavançam a cada ano. Símbolo bra-sileiro de ES, a região organiza umafeira, hoje já considerada feira doMercosul, com empreendimentos daArgentina e Uruguai. Através degrupos de geração de trabalho e ren-da, tanto na área urbana como ru-ral, a ES cresce em Santa Maria no

setor da reciclagem e artesanato,bem como no setor de alimentos.

A ES também se destaca emCaxias do Sul, em diferentes se-tores. Em Santa Rosa, região dasMissões e Porto Xavier, o fortesão as usinas de álcool. "A EStambém está debatendo com ogoverno federal para que os pe-quenos produtores possam serenvolvidos no processo dobiodiesel, para que o país não caianovamente, como foi na época doálcool, numa monocultura queacabou com todas as outras al-ternativas de produção", diz Mar-ques.

Em Canoas, 200 metalúrgicosrecuperaram uma antiga empresaque hoje produz vagões de trem econtainers para a Petrobrás. EmPorto Alegre, a Rede Industrial deConfecção Solidária envolve qua-tro núcleos de produção, responsá-veis por equipamentos e vestuáriodo Grupo Hospitalar Conceição.Dessa rede faz parte, inclusive, umgrupo de mulheres localizado nopresídio feminino Madre Pelletier.Uma forma de gerar trabalho, ren-da e inclusão social.

PRODUTOSUm dos desafios da ES é a

comercialização. As dificuldades seagravam na formalização (legaliza-ção) desses produtos e na criaçãode espaços permanentes (lojas daES) para competir com um merca-do monopolizado, voltado à impor-tação de produtos industrializados,muitas vezes produzidos por mão-de-obra precarizada, como porexemplo, da China. Para contraporessa realidade, o governo federal temcriado a política das feiras em todosos estados. Um espaço para que es-ses grupos coloquem seus produtosà venda.

Em Porto Alegre, de 17 a 22 desetembro acontece no Largo GlênioPeres a Feira Estadual de Econo-mia Solidária. A capital gaúcha tam-bém tem algumas cooperativas deconsumo, que compram direto dosprodutores e revendem. Um exem-plo são as lojas Mundo Paralelo (lo-calizada na Casa dos Bancários,Rua General Câmara, 424, em Por-to Alegre) com representação tam-bém em Novo Hamburgo. A Console a GiraSol também são exemplosde cooperativas de consumo queconseguem abrir essa brecha nomercado monopolizado. "A disputada ES é uma disputa difícil, porqueé uma nova forma de produzir e decomercializar que contesta o mode-lo tradicional do capitalismo", com-para Marques.

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joão de barro setembro/2007 9hoje

Em seis anos, a Agência Carta Maior se tornou um dos mais importantes veículos alternativos de comunicação.

COMUNICAÇÃO NO BRASIL

A força das publicações eletrônicas

A seção Democratização dosMeios de Comunicação foi cri-ada com a finalidade de levar aoleitor do João de Barro opini-ões e críticas sobre o tema, alémde fontes alternativas aos gran-des meios de comunicação. Emedições anteriores, o jornal abor-dou os cartéis da mídia, o polê-mico caso da RCTV venezue-lana e a criação da tevê públicabrasileira, entre outros assuntos.A partir desta edição, essa se-ção também vai sugerir uma sé-rie de fontes alternativas de in-formação, ou seja, vai propor aoleitor outros meios de comuni-cação que defendem apluralidade de opiniões e idéias,como caminho para garantir ademocracia. A seguir, o João deBarro conta como nasceu aAgência Carta Maior, uma dasmais competentes publicaçõeseletrônicas multimídia, que podeser conferida em www.agenciacartamaior.com.br.

ALTERNATIVAPor ocasião da primeira edi-

ção do Fórum Social Mundial(FSM), considerado o maiorevento de âmbito mundial comobjetivo de celebrar a diversida-de e buscar alternativas paraquestões sociais, surgia em2001, em Porto Alegre, uma dasmais sérias publicações eletrô-nicas multimídia: a Agência Car-ta Maior. Fato que para o seueditor assistente, Marco AurélioWeissheimer, não foi casual, jáque a linha editorial da publica-ção identifica-se com o conjun-to de idéias políticas, sociais eeconômicas que alimentam omovimento internacional quedeu origem ao FSM.

Em seis anos, a Agência Car-ta Maior conquistou o respeito

não apenas de seus leitores fi-éis, mas também da comunida-de acadêmica, de governantese setores da política, além deprofissionais da área, inclusi-ve da grande imprensa. ParaWeissheimer, a Agência se tor-nou uma referência obrigató-ria de cobertura e análisejornalística crítica de fatos emovimentos ignorados oudistorcidos pela imprensa domi-nante.

Durante estes anos, além deter o compromisso de contribuirpara o desenvolvimento de umsistema de mídia democrática noBrasil, a Agência tem procura-do trabalhar também pela demo-cratização do Estado brasileiro.Seus profissionais e colaborado-res - que estão entre os mais res-peitados do país - primam pelofortalecimento da integração sul-americana e de todos os movi-mentos que buscam umaglobalização solidária, deintegração humana. Condutaque não deixa dúvidas na formacomo a Agência trata temas so-bre direitos humanos, meio am-biente, política, economia e mo-vimentos sociais, sendo o FSMo principal deles. Para esse mo-vimento, a cada edição são pro-duzidas uma média de 200 re-portagens e cerca de 50 nosfóruns temáticos, regionais epreparatórios. Weissheimeracredita que, ao longo destesúltimos anos, a Agência já cons-tituiu possivelmente o maioracervo de vídeo e texto relativoao processo FSM, sendo que amaior parte destes textos podeser lida também em inglês e emespanhol.

CRISENum país em que a impren-

sa comercial predomina, dita asregras do jogo publicitário e porisso está comprometida com oideal de seus patrocinadores,quem sofre é a mídia alternati-

manecemos fiéis ao Decálogoque situa a sobrevivência dahumanidade e do Planeta talcomo o conhecemos, dentro deum imperativo de transforma-ções sociais, de produção e deconsumo, que exigem um deba-te político ampliado e urgente”,explica.

Para garantir a sobrevivên-cia da página, a redução de pes-soal na redação, cuja sede é emSão Paulo, foi inevitável. Commenos reportagens e matérias decobertura imediata, a CartaMaior aposta agora na amplia-ção de seu espaço para artigosde reflexão, análise e propostasque busquem justiça social, li-berdade e desenvolvimento sus-tentável. Assim, haverá mais ar-tigos de opinião, permanecendoo debate de temas da atualida-de, inclusive com transmissãodireta pela TV Carta Maior. Umprojeto experimental, com deba-tes transmitidos ao vivo pelopróprio site. “Queremos retomara discussão do socialismo comoexigência da democracia e doimpedimento da ação predatóriado capitalismo desgovernado emque vivemos, quanto à preserva-ção da vida como bem comum eda liberdade como direito cole-tivo e até como exercício indivi-dual, exceto para os seus privi-legiados. Para nós, o socialismoé uma exigência da democraciae vice-versa, ao contrário do quejá se apregoou no passado, comconseqüências danosas paraambos, socialismo e democra-cia”, explica Weissheimer. AAgência pretende continuar acobertura das próximas ediçõesdo FSM, e o leitor continuará ater acesso aos artigos e comen-tários de Emir Sader, José LuísFiori, Bernard Kucinski, Leo-nardo Boff, Boaventura deSousa Santos, Gilson CaroniFilho, Luís Carlos Lopes e Fran-cisco Carlos Teixeira. FlavioAguiar permanece como editorresponsável.

va. No começo do ano, uma fortecrise financeira quase levou aofechamento da Agência CartaMaior. Para evitar que isso ocor-resse, a equipe elaborou um

Decálogo de Princípios paranortear o seu trabalho.Weissheimer diz que a CartaMaior não está para fechar, masassumiu um novo perfil. “Per-

Seções especiais dedicadas a assuntos como AgriculturaFamiliar e Bioenergia trazem amplo material para debate.

www.agenciacartamaior.com.br.Visite, leia e descubra a informação alternativa!

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enfoque joão de barro setembro/2007 10

FALA, ASSOCIADA(0)

Importante, urgente,imprescindível - Parte II

Na Parte I, comentamos arealidade e analisamos os fatoresque levaram ao caos sócio-ambiental do Mundo contemporâ-neo. Neste segundo momento,procuramos enfocar atitudes eações participativas para propor efazer mudanças antes da catás-

trofe total.Temos alternativas? Sim, porém é preciso que as busque-mos obstinadamente. Em nível individual, social, municipal e global. Aprimeira preocupação de todos nós deve ser a manutenção da vidaterrestre, e ir muito além dos problemas individuais. As preocupaçõesindividuais relativas ao nosso pequeno mundo não têm sentido, namedida em que estamos todos envolvidos e já não há como eleger o"salve-se como puder". A manutenção do sistema competitivo, no qualos indivíduos buscam privilégios em relação aos demais, desequilibratodo o sistema sócio-ambiental, uma vez que para sermos "bem suce-didos" - conceito que a maioria das pessoas limita ao sucesso financei-ro e material - vale qualquer atitude, por mais ilícita, irresponsável ouanti-coletiva que seja.

Não é fácil, mas carecemos de mobilização, pró-ação e crer que amudança de paradigmas é possível. A situação exige profundas altera-ções de prioridades e atitudes. Primeiramente, desconstruindo o pro-cesso histórico de disputa de poder e riqueza material em que há fla-grante domínio da obsessão econômica seletiva e insaciável. É funda-mental, também, que revisemos os desequilíbrios impostos pelamodernidade, percebendo que os estímulos competitivos, em que asdesigualdades de toda ordem vêm a reboque, devem dar lugar à moti-vação de cooperar (operar junto!) e colaborar no sentido do desenvol-vimento de todos, e não de apenas alguns. Qualquer desequilíbrio pre-cisa ser contrabalanceado para que se possa neutralizar seus efeitosdanosos. Sabemos todos como é difícil romper com padrões de com-portamento que recebemos, repetimos e nos acomodamos, muitasvezes por conveniência. E a justificativa é "as coisas sempre foramassim...". Povos e indivíduos que vivem com padrões de primeiro mun-do, em sua maioria, recusam-se a pensar no assunto: para eles queusufruem de condição prerrogativa não há nada a modificar, pois têmpoderes, e não lhes interessa, consciente ou inconscientemente, abdi-car de seus privilégios. Destarte, estamos envolvidos por nebulosasartimanhas consumistas. Melhor seria não esperarmos nem pagarmospara ver...

Prioritariamente, como o mundo necessita de ações daqueles a quemcompete decidir, precisamos influenciar, argumentar e discutir com oslíderes de todas as esferas, para que eles tomem decisões válidas paratodos nós. Nesse diapasão, é fundamental que haja planejamentodemográfico em todo o planeta - a vida coletiva da espécie humana ede outras espécies vivas é mais importante do que o pretenso direitoindividual de ter muitos filhos. Ainda que muitos pensem seja utópico,carecemos optar por uma produção reduzida à demanda e não volta-da para lucros econômicos, havendo absoluta necessidade de divisãomundial de acesso e consumo. Toda a convergência dos países deveestar voltada para este problema crucial, pois para a Natureza não háas fronteiras criadas pelo próprio ser humano. É tempo de reciclar,reutilizar, revisar, recuperar, re..., re..., re... Para que possamos orga-nizar efetivamente as mudanças, devemos convocar um Forum Mun-dial Permanente de Planejamento e Execução composto de negocia-dores, experts, cientistas e políticos com visão macro-holística para aelaboração de um novo modelo de governança para todo o Mundo,sem fronteiras nem interesses localizados, podendo ser organizadoscomitês regionais para acompanhamento das decisões implementadas.

Feita a auditagem no sistema global, apresentamos esta proposta,que não é um devaneio, nem sonho utópico, ao contrário, é uma ten-tativa possível de evitar o colapso do corpo planetário. O que não po-demos admitir é a continuidade da insidiosa sistemática atual e a pas-sividade conformista de quem entende nada possa ser alterado. Quantoa nós, indivíduos-células do corpo maior, tratemos de extrapolar nossopequeno mundo tecno-consumista, reduzindo nossos consumosdescartáveis e dispensáveis. Não há mais tempo para somente discu-tir, é hora de agirmos.

Os argumentos, indícios e realidades estão postos: ou os entende-mos e passamos a tratá-los com responsabilidade ou os desprezamose arcamos com as conseqüências. As soluções estão em todos e emcada um de nós. Só sabemos que a continuarmos no insistente mode-lo antropocêntrico e competitivo construído há séculos, não haverá"escolhidos", sucumbiremos todos. Agimos ou reagimos? A escolhaé nossa. A esperança consiste em que as razões aqui expostas pos-sam ser largamente debatidas, tenham amplitude, sejam transmitidase ganhem ressonância, se quisermos subsistir.

Vitor Azubel - Cidadão planetário - [email protected] aposentado da Caixa, reside em PelotasÉ secretário geral do Conselho Municipal de Cultura

O riso em cenaNovos atores encerram oficina nopalco, com comédias de Martins Pena.

As aulas da Oficina deTeatro, do projetoAPCEF em Cena, fi-

nalizaram com muito humor.Como atividade de encerramen-to, foram realizadas três apre-sentações, nos dias 13, 20 e 27de agosto, sempre na Cia deArte. Os alunos encenaram lei-turas dramáticas de MartinsPena, um dos mais importantesautores do teatro brasileiro. Otrabalho Ciclos de Leitura Ence-nadas Martins Pena marcou adespedida da oficina dos 15 no-vos atores, no lugar onde o atordeve estar, o palco, e da formacomo ele gosta, com platéia lotadae aplausos. Na voz desses atores,as comédias Juiz de Paz na Roça,Quem Casa quer Casa e O novi-ço. O ingresso foi um quilo de ali-mento não perecível.

“Pela urgência do tempo, foiuma ousadia fazermos três pe-ças, por isso trabalhamos muitoo improviso”, diz a professoraGraziela Schaefer. Convidada

pelo diretor do grupo Caixa dePandora, da APCEF, Artur JoséPinto para ministrar a oficina,Graziela achou muito divertido einteressante trabalhar com umpúblico adulto que se esforça paraaprender. “Para um trabalho ini-cial, a comédia pode ser maisprazerosa e divertida. Não queseja mais fácil, mas é mais leve”,explica. Graziela Schaefer, atriz,cantora e compositora, com maisde 14 anos de experiência em tea-tro, estará no Teatro Qorpo San-to, da Ufrgs, às quartas-feiras, emduas apresentações, às12h30mine às 19h30min, até o final de se-tembro, encenando Seis Persona-gens à Procura de Autor.

“O teatro mudou muito a mi-nha vida”, garante a aluna Na-tália Cagnani, “me ensinou aprojetar a voz, que era muitobaixa”. Natália tem 22 anos,cursa jornalismo na Unisinos eé filha de aposentada da Caixa.A estudante de comunicação foibuscar ajuda para melhorar a de-

senvoltura e acabou se apaixo-nando pelo teatro. “Agora gos-to tanto do teatro quanto gostodo jornalismo”, garante. A atrize futura jornalista pretende se-guir as duas carreiras e dar con-tinuidade aos cursos de aperfei-çoamento em teatro. “As pesso-as procuram o teatro para curara timidez ou alguma fobia soci-al e acabam transpondo isso edescobrindo a arte, e esse é ogrande barato”, conclui a pro-fessora Graziela.

NOVO CURSONo dia 10 de setembro ini-

ciou uma nova edição do cursoOficina de Teatro. As aulas sãoconduzidas novamente pela pro-fessora Graziela Schaefer, às se-gundas-feiras, das 19h às 22h,na Cia de Arte, Rua dosAndradas, 1780, em Porto Ale-gre. As inscrições continuamabertas até o final de setembro.Informações no setor de eventosda APCEF, fone 51 3268 1611.

Fotos Filipe Caldeira

Diretoria da APCEF entregouos certificados aos formandos.

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joão de barro setembro/200711enfoque

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Novos palcos para América Café

Os praticantes e apreci-adores do tênis logoterão um espaço novo

para praticar o esporte. Está emfase de conclusão a reforma dasduas quadras de tênis da sede(fotos). A escola de tênis EGinvestiu em novos pisos de sai-bro, redes, pintura e ilumina-ção. Assim que as quadras fi-carem prontas, a escola vai daraulas no local. As aulas de tê-nis são uma parceria entre aAPCEF e a empresa para pro-porcionar a pratica de maisessa modalidade esportiva aseus associados, dependentes e

público em geral. A parceriaresolve o problema de ociosi-dade das quadras, além de ga-rantir o constante processo demanutenção.

Para o diretor da APCEFSérgio Squeff, a ocasião marcaum novo momento do tênis naAPCEF. “Este momento é ím-par, pois vamos poder juntar no-vos talentos aos já talentosos eexperientes atletas associados.Ambos vão poder desenvolverseu aprendizado e aprimoramen-to numa nova interaçãoassociativa”, garante. Em outu-bro será divulgado o novo regu-

Em breve, aulas de tênis na APCEFlamento de utilização das qua-dras. Os associados que quise-rem fazer aulas de tênis terãodesconto de 20% no valor damensalidade. Os professores daEG, Gustavo Flores da CunhaMattos e Emerson InácioAlvarez Britto, também vão darsuporte às equipes de tenistas daAPCEF nos Jogos da Fenae eJogos de Integração, entre ou-tros eventos que a Associaçãoparticipar. “A nossa intenção émovimentar a Associação e pro-porcionar aos associados avivência do tênis”, reforçaGustavo.

JOGOS DEINTEGRAÇÃO

Em outubro acontecem asetapas nas regionais dos Jogosde Integração. A final será emTramandaí, em novembro, comdata ainda indefinida. As regio-nais já estão providenciando ocalendário para a realização deseus jogos, que envolvem dife-rentes tipos de modalidades, en-tre elas vôlei misto e futebol. Osdesportistas devem entrar emcontato com os coordenadoresde suas regionais para informa-ções sobre o cronograma dos jo-gos de sua regional. Mais deta-lhes no setor de Esportes daAPCEF, fone 51 3268 1611.

Vem aía parceria APCEF - Genoma Coloradopara futebol mirim e infantil. Aguarde!

Reforma das quadras e parceria com empresa promete revitalizar esse esporte na Associação.

ESPORTE

Após o sucesso das apresen-tações em março e abril, a peçaAmérica Café, encenada pelo gru-po Caixa de Pandora da APCEF,voltou ao palco para curta tempo-rada, de 14 a 16 de agosto, na salaCarlos Carvalho, da Casa de Cul-tura Mário Quintana. "Depois queuma peça estréia precisa de pú-blico para evoluir", explica o dire-tor e roteirista Artur José Pinto. Apeça, que conta com 19 atores,lotou os três dias de apresenta-ções. "Esse retorno foi bom, mos-trou que o espetáculo está vivo eafinado", diz o diretor. A maturida-de do grupo mostra que AméricaCafé está pronta para temporadasfora de Porto Alegre. O interior doRio Grande do Sul é a próximaconquista do grupo. "Estamos pro-curando apoios e patrocínios dasprefeituras e empresas das cida-des onde houver interesse de queo espetáculo seja apresentado.

Para isso, contamos com o apoiodos colegas das agências de outrosmunicípios", aponta AlmeriEspíndola de Souza, diretora Cultu-ral da APCEF. Os interessados emlevar a peça para sua cidade devementrar em contato com o setor deEventos da Associação, pelo tele-

fone (51) 3268 1611 ou pelo e-maileventos@ apcefrs.com.br.

A PEÇAAmérica Café estreou supe-

rando todas as expectativas. Ga-nhou o carinho do público e a apro-vação da crítica. A peça emocio-na tanto nas músicas, nas cenase nas falas quanto no trabalhoapaixonado de todos os envolvi-dos no projeto. O musical conta ahistória de Leda, senhora que vi-sita um lugar especial em seu pas-sado para recompor a sua alma.Quando moça, chegada do interi-or, convenceu a dona do AméricaCafé - reduto da fina flor da boê-mia - a abrigá-la. Lá, conhece oamor e a dor da perda, a amizadeverdadeira e a traição. É uma his-tória de amor, longe de ser pesa-da, contada a partir da fragmenta-ção do tempo e recheada de mú-sicas que embalaram os anos 40.

Fotos Divulgação/Gustavo Mattos

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joão de barro setembro2007 12

ciano magenta amarelo preto

enfoque

BAILE DO QUEIJO E DO VINHO

Muitas dosesde alegria

Baile para ser bomtem que ter público.E os cerca de 350participantes do XVIBaile do Queijo e doVinho se encarrega-ram de tornar a tra-dicional festa daAPCEF um sucesso.O baile foi no dia 25

de agosto, no ginásio da Colônia A, aosom da Banda Detalhes. Os presentesapreciaram um bufê repleto de frios se-lecionados e vinhos de boa qualidade.Nem a chuva e nem o frio atrapalharamo público que confraternizou até as 4hda madrugada.

"Foi mais do que eu esperava", ga-rante Andréia Casagrande, da AgênciaCanoas. Ela e o namorado Henrique deMoraes, também da Agência Canoas, daqual é ainda delegado sindical, são unâ-nimes na opinião. "Tanto a música quan-to a comida e o vinho estavam ótimos",concordam. Os dois estão na Caixa háquase dois anos e pela primeira vez par-ticipam de um baile promovido pelaAPCEF. Questionado sobre a distânciado baile, para quem mora em Canoas,Henrique responde: “Sou um cara con-trolado, bebo pouco”. O casal prometerepetir a dose.

A mesa de queijos e frios funcionouaté a meia-noite. Pouco antes disso, brin-des de empresas conveniadas com a Asso-ciação foram sorteados entre os participan-tes. As empresas Panvel, Quíron Farmá-cia, Wizard, Rabusch, Casa dos Óculos,Del Mondo, Armazém dos Óculos e LaGriffe forneceram kits de produtos. Foramsorteados ao camisetas, blusas, cestas e atéuma bolsa de estudos para um curso deespanhol. O XVI Baile do Queijo e doVinho teve patrocínio da Cooperforte,Marpa Seguros e Corretora Rodovias.

Fotos Filipe Caldeira