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Banco de Cabo Verde
RELATÓRIO DE POLÍTICA MONETÁRIA (ao abrigo do nº 3 do art.º 18.º da Lei Orgânica do BCV)
Maio de 2013
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013
RELATÓRIO DE POLÍTICA MONETÁRIA
(ao abrigo do n.º 3 do art.º 18º da Lei Orgânica)
Banco de Cabo Verde
Maio de 2013
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 2
BANCO DE CABO VERDE
Departamento de Estudos Económicos e Estatísticas
Avenida Amílcar Cabral, 27
CP 7600‐101 ‐ Praia ‐ Cabo Verde
Tel: +238 2607000 / Fax: +238 2607197
http://www.bcv.cv
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 3
Índice
Sumário Executivo 4
I. Evolução da Actividade Económica
1. Enquadramento Externo da Economia de Cabo Verde 7
2. Indicadores da Procura e da Produção 11
3. Inflação 17
4. Contas Externas 19
5. Situação Monetária e Financeira 22
6. Situação Orçamental 24
II. Perspectivas de Evolução da Economia
7. Hipóteses de Enquadramento 28
8. Projecções para a Economia de Cabo Verde 31
9. Política e Programação Monetária 34
III. Anexo Estatístico
Relatório de Política Monetária
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Sumário Executivo
Em meados de 2011, numa conjuntura de enquadramento externo desfavorável, de aumento consi‐
derável do nível de endividamento da economia, de redução do espaço orçamental e de pressões
inflacionistas, o Banco de Cabo Verde procedeu ao alargamento da base de incidência das Disponi‐
bilidades Mínimas de Caixa, que passou a incorporar os depósitos do sector público administrativo;
restringiu as condições de acesso às facilidades permanentes de cedência de liquidez, agravando a
taxa em proporção crescente ao volume demandado, e fixou um limite máximo para cedência de
fundos aos bancos. Esse cariz mais contraccionista assumido pela política monetária veio a ser
reforçado em inícios de 2012, com o aumento das taxas de juro de referência do BCV em 150 pon‐
tos base, bem como do coeficiente das reservas obrigatórias, de 16 para 18 por cento. O objectivo
de estabilizar as reservas internacionais líquidas do país e, por essa via, defender a credibilidade do
regime cambial de peg unilateral ao Euro, bem como o propósito de reforçar a estabilidade finan‐
ceira, um imperativo para o funcionamento apropriado da economia, orientaram aquelas decisões
de política monetária.
Em consequência, as condições de financiamento interno tornaram‐se mais restritivas. As taxas de
juro efectivas dos empréstimos aumentaram em termos médios quase um ponto percentual, em
2012, e os bancos tornaram‐se mais exigentes na avaliação de riscos.
A resultante redução da procura do sector privado (condicionada também pela redução do rendi‐
mento disponível das famílias e limitadas condições de financiamento externo), aliada à diminuição
dos preços internacionais e ao aumento da procura turística, entre outros factores, contribuiu para
a inversão da trajectória de queda das reservas, tendo concorrido, igualmente, para alguma redu‐
ção de pressões inflacionistas.
A expansão orçamental, em particular a aceleração das despesas de investimento, por sua vez, não
foi suficiente para compensar a contracção do consumo e investimento privados. Em consequência,
a economia voltou a desacelerar (o crescimento real do PIB reduziu de 1,7 por cento em 2011 para
um por cento em 2012) e o desemprego atingiu o valor mais elevado da última década (16,8 por
cento).
Condicionadas pelo enquadramento externo desfavorável e, em certa medida, pela política fiscal
em curso, bem como pelo reduzido espaço monetário para estimular a economia, as perspectivas
macroeconómicas, no curto prazo, não são favoráveis. As projecções do Banco de Cabo Verde
apontam para uma contínua perda de dinâmica da actividade económica, em 2013, e para uma
inflação média anual no intervalo 2,5‐3,5 por cento.
Este cenário requer, em termos conjunturais, uma maior compatibilização da política macroeconó‐
mica com o objectivo de estabilidade económica e financeira. No plano estrutural, coloca‐se de for‐
ma cada vez mais premente o imperativo da melhoria das condições necessárias à expansão do
potencial de crescimento da economia do país. No que concerne à política monetária, a preocupa‐
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Quadro 1: Indicadores Económicos Seleccionados
Fonte: Banco de Cabo Verde. Notas: P– Projecções de Maio de 2013; o PIB para os anos 2011 e 2012 são estimativas do Banco de Cabo Verde.
ção do Banco de Cabo Verde continuará a ser a credibilidade do peg ao euro.
Sector Real
PIB real variação em % 1,5 1,7 1,0 [‐1,5 ; 0,5]Desemprego em % da população activa 10,7 12,2 16,8
Sector ExternoDéfice Corrente e de Capital em % do PIB 10,5 15,5 12,1 10,3Défice Corrente em % do PIB 12,9 16,2 12,9 11,1RIL/Importações meses 4,2 3,2 3,8 4,0
Sector MonetárioActivo Externo Líquido variação em % 6,4 ‐21,6 19,7 2,6Crédito à Economia variação em % 8,5 11,8 0,2 ‐0,5Massa Monetária variação em % 4,7 3,5 5,7 1,7Inflação variação média em % 2,1 4,5 2,5 [2,5 ; 3,5]
Unidade 2010 2011 2013P2012
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Evolução da Actividade Económica
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1. Enquadramento Externo da Economia de Cabo Verde
Depois de ter invertido a trajectória de recuperação em 2011, o crescimento da economia mun‐
dial voltou a desacelerar em 2012.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia global cresceu 3,2 por cento
em termos reais, em 2012, abrandando 0,8 pontos percentuais, em grande medida devido ao
arrastamento da crise económica e financeira na Europa.
Estima‐se que a actividade económica da Zona Euro tenha contraído 0,6 por cento em 2012, em
resultado, sobretudo, do impacto na economia real e na confiança dos agentes económicos do pro‐
cesso de consolidação orçamental dos países sobre‐endividados e respectivo contágio aos demais
países da região. As condições de financiamento da economia, ainda restritivas, não obstante o
aumento da liquidez no sistema bancário, também explicam o comportamento desfavorável da eco‐
nomia da região monetária e o aumento, consequente, da taxa de desemprego para 11,8 por cento
da população activa, em Dezembro de 2012.1
Com uma performance contrária à da Europa, os EUA foram dos poucos países a registar uma ace‐
leração do seu ritmo de crescimento em 2012 (de 1,8 para 2,2 por cento). Os estímulos monetá‐
rios, nomeadamente, a manutenção das taxas de juro de referência em cerca de zero por cento,
bem como a aquisição de garantias dos empréstimos hipotecários pelo Federal Reserve (FED),
impulsionando os investimentos (empresariais e residenciais) e, em consequência, o consumo pri‐
vado, terão contribuído, em larga medida, para o melhor desempenho da economia dos EUA e para
a redução da taxa de desemprego para 7,8 por cento (8,5 por cento em Dezembro de 2011).
No caso das economias emergentes e em desenvolvimento, o seu desempenho globalmente
Figura 1: Produto Interno Bruto e Desemprego
Fonte: Eurostat; Federal Reserve; US Department of Labor. Nota: t.v.h.‐ taxa de variação homóloga.
1 Entre os principais países de acolhimento da diáspora cabo‐verdiana na Europa, Portugal foi dos países que registou o maior crescimen‐
to do desemprego em 2012 (de 14,6 para 16,5 por cento). Em França, Itália, Países Baixos e Espanha, o desemprego cresceu respectiva‐mente para 10,6, 11,2, 5,8 e 26,1 por cento da população activa em 2012 .
3,0
5,0
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em percentagem da população activa
EUA
Zona Euro
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3º tri 08
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3º tri 09
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1º tri 11
3º tri 11
1º tri 12
3º tri 12
1º tri 13
t.v.h. em percentagem
EUA
Zona Euro
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menos favorável contribuiu, igualmente, para a desaceleração da actividade económica mundial. A
redução da procura dos países avançados, aliada à implementação de medidas visando a consolida‐
ção do balanço das instituições financeiras (face à deterioração da qualidade da sua carteira de acti‐
vos), explica, em grande medida, o seu desempenho.
O abrandamento da actividade económica global determinou a redução de pressões inflacionis‐
tas. Nos mercados das matérias‐primas verificou‐se uma estabilização dos preços do petróleo (o
preço do barril de brent cresceu 0,9 por cento em termos médios anuais, o que representa uma for‐
te desaceleração face ao crescimento de 32 por cento registado em 2011). Os preços dos bens ali‐
mentares também se reduziram na ordem dos sete por cento, não obstante a queda da produção
de cereais, devido à seca nos EUA, Europa e Ásia.
Entre outros factores (endógenos), a evolução dos preços no produtor determinou o abrandamento
dos preços no consumidor a nível global. As economias avançadas e os mercados emergentes e em
desenvolvimento registaram uma desaceleração da inflação na ordem dos 0,7 e 1,3 pontos percen‐
tuais respectivamente, de acordo com o FMI.
As informações disponíveis apontam para alguma melhoria do desempenho económico global
nos primeiros meses de 2013, após o enfraquecimento registado nos últimos meses de 2012.
Os resultados dos inquéritos dos Purchasing Managers Index (PMI) sugerem uma aceleração ligeira
do ritmo de crescimento da actividade global no primeiro trimestre, em resultado da performan‐
ce favorável dos EUA.
De acordo com estimativas preliminares do Bureau of Economic Analysis, o produto interno bruto
dos EUA cresceu dois por cento, em termos homólogos (0,2 pontos percentuais acima do cresci‐
mento do primeiro trimestre de 2012), devido, sobretudo, à aceleração do consumo e investimen‐
tos (residenciais) privados. O seu melhor desempenho económico continua, em larga medida,
suportado pela política monetária excepcionalmente acomodatícia. Refira‐se que além da manuten‐
ção das taxas de referência perto de zero por cento desde Dezembro de 2008, o FED tem despendi‐
do cerca de 85 mil milhões de dólares, numa base mensal, em títulos de Tesouro (no quadro do seu
terceiro programa de Quantitative Easing) e em garantias de empréstimos hipotecários.
Antecipando os impactos de uma política orçamental mais restritiva (para conter o nível de endivi‐
damento do Governo Federal), o FED anunciou a manutenção dos estímulos monetários, apesar da
contínua melhoria das condições do mercado de trabalho (que resultou numa redução da taxa de
desemprego de 8,3 por cento da população activa, no primeiro trimestre de 2012, para 7,7 por cen‐
to no primeiro trimestre de 2013).
No que se refere ao desempenho do principal parceiro económico do país ‐ Zona Euro ‐, depois de
ter apresentado alguns sinais de suavização da trajectória de declínio da actividade económica em
Janeiro, as informações disponíveis apontam para um agravamento da recessão em Março e um
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aumento da taxa de desemprego para um novo máximo histórico (12,1 por cento).
Os efeitos multiplicadores, no consumo e no investimento privados, de uma austeridade orçamen‐
tal sincronizada (em curso em praticamente todos os países da região monetária), agravados pelo
efeito de contágio da reestruturação da dívida grega (nomeadamente na economia cipriota), bem
como pelo impacto destes factores e de alguma instabilidade política na confiança dos agentes eco‐
nómicos, explicam, em larga medida, o comportamento desfavorável da actividade económica na
Área do Euro.2 Problemas de competitividade e de acesso ao financiamento são também apontados
como factores determinantes da fraca performance da região.3
As pressões inflacionistas permanecem contidas devido ao fraco crescimento global.
No mercado das matérias‐primas, o preço do barril de brent aumentou em cadeia 3,7 por cento no
primeiro trimestre, impulsionado pelo aumento da procura chinesa. Diminuiu, contudo, cinco por
cento em termos homólogos.
O preço dos produtos alimentares, por seu turno, segue uma tendência de estabilização, com a
melhoria das perspectivas de colheita, numa conjuntura de reduzida procura.
Em consequência da moderação das pressões inflacionistas, os preços no consumidor têm decres‐
cido, suportando os estímulos monetários ao crescimento.
No caso da Zona Euro, numa conjuntura de escassa margem de actuação da política orçamental, a
política do Banco Central Europeu (BCE) continua excepcionalmente acomodatícia (com taxas de
Figura 2: Preço de Matérias‐Primas
Fonte: FAO e Bloomberg.
2 A crise financeira e económica do Chipre foi consequência não só do contágio da crise da Grécia, mas também das suas fragilidades endógenas (sector financeiro sobredimensionado, governo excessivamente endividado e economia pouco diversificada). Condicionaram, igualmente a confiança dos agentes da Zona Euro, os resultados inconclusivos das eleições Italianas e o escândalo de corrupção envol‐vendo o partido no poder em Espanha. 3 A melhoria das condições financeiras (conforme atesta o aumento da liquidez no sistema bancário, a redução generalizada dos juros das dívidas soberanas, bem como a recuperação dos mercados de capital) não se tem traduzido num aumento do financiamento bancário.
65
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Jan‐10
Abr‐10
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Out‐10
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Abr‐11
Jul‐11
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Abr‐12
Jul‐12
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USD
Crude
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Abr‐10
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Jul‐12
Out‐12
Jan‐13
variação
em percentagem
Cereais
Óleos Alimentares
Açúcar
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referência perto de zero por cento), favorecida pela estabilização das expectativas de inflação (em
termos homólogos, o índice harmonizado de preços no consumidor baixou para 1,7 por cento em
Março, menos 0,3 pontos percentuais que o target).4 Em consequência, as taxas Euribor acentua‐
ram a tendência de queda que vinham registando desde o segundo semestre de 2011, para níveis
inferiores a um por cento.
Por sua vez, a evolução dos indicadores económicos da região, os desenvolvimentos políticos e
financeiros (relacionados, respectivamente, com os resultados eleitorais na Itália e profunda crise
financeira no Chipre) têm gerado alguma volatilidade da moeda única europeia. Relativamente a
Dezembro, o Euro apreciou em termos efectivos nominais cerca de 1,5 por cento, com os resulta‐
dos mais favoráveis no primeiro trimestre. Contudo, em termos mensais, depreciou 1,4 por cento
em Março.
A conjuntura económica e financeira desfavorável da Zona Euro tem condicionado o financiamento
da economia cabo‐verdiana, via redução das exportações de mercadorias, das remessas dos emi‐
grantes, da ajuda orçamental e, sobretudo, do investimento directo estrangeiro.
4 Registe‐se que o BCE reduziu as taxas das operações de refinanciamento, bem como das facilidades permanentes de cedência de liqui‐dez e de depósitos em 0,25 pontos percentuais, em Julho de 2012, para respectivamente 0,75, 1,5 e zero por cento e ampliou o seu pro‐grama de financiamento directo dos bancos tendo, até Fevereiro de 2012, financiado 1300 bancos (num total de 1.018,5 mil milhões de euros), em empréstimos a três anos. A 2 de Maio de 2013, o BCE voltou a reduzir (em 0,25 pontos percentuais) as suas taxas de referên‐cia.
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2. Indicadores da Procura e da Produção
Em 2012, numa conjuntura de adiamento do processo de recuperação da economia mundial, o
ritmo de crescimento da actividade económica abrandou.
Em termos reais, o produto interno bruto cresceu um por cento, abrandando 0,7 pontos percen‐
tuais face a 2011.5 Este desempenho menos favorável da economia nacional foi determinado pela
acentuada redução da procura interna, em consequência da queda expressiva do consumo e inves‐
timento privados. Por seu turno, determinado pela diminuição significativa das importações de
bens e serviços (favorecida pelo efeito preço negativo), o contributo da procura externa líquida para
o crescimento foi positivo.
Do lado da oferta, os indicadores disponíveis (indicadores de conjuntura do Instituto Nacional de
Estatísticas, bem como os indicadores quantitativos seguidos pelo Banco de Cabo Verde) sugerem
que os sectores do turismo, da construção e da agricultura estiveram mais dinâmicos em 2012.
O aumento da procura turística, não obstante a desaceleração, e a dinâmica dos projectos públicos
poderão explicar o desempenho mais favorável dos dois primeiros sectores. Por seu turno, a redu‐
ção dos preços de produtos agrícolas nacionais indicia um aumento da produção doméstica de fres‐
cos.
Contudo, o melhor desempenho daqueles sectores não foi suficiente para compensar os resultados
pouco favoráveis do comércio e da indústria transformadora, bem como das pescas.
O crescimento económico (fraco) não tem sido suficiente para gerar os empregos necessários
para acomodar o aumento da população activa.
5 Numa Caixa em anexo a este capítulo, explicam‐se algumas das alterações metodológicas introduzidas na compilação das contas nacio‐nais pelo Instituto Nacional de Estatísticas. O método das estimativas e projecções do Banco de Cabo Verde teve de ser adaptado à meto‐dologia de compilação das contas nacionais, de acordo com o método do Sistema de Contas Nacionais das Nações Unidas de 1993.
Figura 3: Contributos para o crescimento do PIB
Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas e Banco de Cabo Verde. Nota: E ‐ Estimativa.
‐10,0
‐5,0
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2008 2009 2010 2011E 2012E
pontos percentuais
Consumo Privado Consumo Público
Formação Bruta de Capital Fixo Exportações Líquidas
Taxa de Crescimento do PIB Real
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De acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), a taxa de desemprego aumentou 4,6 pon‐
tos percentuais, para 16,8 por cento da população activa, não obstante o aumento da taxa de ocu‐
pação de 51,9 por cento para 52,1 por cento. De destacar o aumento mais acelerado da taxa de
desemprego da faixa etária de 15‐24 anos (de 27,1 para 32,1 por cento).
Os indicadores de conjuntura continuam a apontar para uma contracção da procura interna e
expansão da procura externa, nos primeiros meses de 2013.
O comportamento desfavorável do indicador agregado da formação bruta de capital fixo (queda
na ordem dos 42 por cento em termos nominais, quando em período homólogo crescia cerca de
quatro por cento) explica, maioritariamente, a tendência de contínua redução da procura interna.
Os indicadores quantitativos indiciam que todas as componentes da formação bruta de capital fixo
(material de transporte, construção e equipamento) registaram comportamentos desfavoráveis no
primeiro trimestre, em linha com a evolução das condições de financiamento do sector privado e
em resultado de alguma inércia na execução dos investimentos públicos.6
O indicador do consumo, por sua vez, decresceu 8,1 por cento (+ 3,2 por cento em período homó‐
logo). O comportamento desfavorável do indicador é resultado tanto da redução das importações
de bens de consumo duradouros (‐12,3 por cento) como de bens de consumo não duradouros (‐7,5
por cento).
Em termos agregados, o comportamento do indicador do consumo é consistente com a evolução
menos favorável do rendimento disponível real das famílias, relacionado em particular com a queda
das remessas dos emigrantes, dos rendimentos de empresas e propriedades, bem como das remu‐
Figura 4: Evolução dos Indicadores de Investimento (taxas de variação homóloga de médias móveis dos últimos 3 meses)
Fonte: Direcção Geral das Alfândegas e Instituto Nacional de Estatísticas; Cálculos Banco de Cabo Verde.
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em percentagem
Importações de Bens de ConstruçãoImportações de Bens de EquipamentosImportações de Materiais de Transporte
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Mar‐12
Jun‐12
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Dez‐12
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em percentatem
Carteira de Encomendas no Sector da Construção e Obras
Públicas ‐ Índices Base=100
Carteira de encomendas na HabitaçãoCarteira de encomendas nos Edifícios não residenciaisCarteira de encomendas nas obras públicas
6 Conforme atesta a desaceleração do financiamento bancário ao investimento residencial (em termos homólogos de 3,8 por cento para 2,1 por cento em Fevereiro), bem como a estagnação dos empréstimos bancários para financiar outros projectos empresariais. Os gastos com a execução do Programa Pluri‐Anual de Investimentos Públicos reduziram 38 por cento em termos homólogos no primeiro trimestre, de acordo com o Ministério das Finanças e Planeamento.
Relatório de Política Monetária
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nerações salariais (estas também justificadas pelo aumento do desemprego).
Impulsionado pela queda das importações de mercadorias e aceleração do ritmo de crescimento
das receitas de turismo, o indicador da procura externa líquida aumentou significativamente
(cerca de 40 por cento em termos homólogos). Mantendo esta performance, a procura externa
líquida deverá continuar a impulsionar o crescimento da economia.
Do lado da oferta, a tendência de evolução do indicador de clima económico coincide com a tra‐
jectória dos indicadores quantitativos, sugerindo uma desaceleração da actividade económica.
Registe‐se que, relativamente ao trimestre homólogo, os indicadores de confiança de todos os sec‐
tores de actividade seguidos pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), nomeadamente comércio,
indústria transformadora, construção, transportes, turismo e turismo residencial, apresentaram um
perfil decrescente.
Figura 5: Evolução dos Indicadores de Consumo (taxas de variação homóloga de médias móveis dos últimos 3 meses)
Fonte: Direcção Geral das Alfândegas e Instituto Nacional de Estatísticas; Cálculos Banco de Cabo Verde.
‐15,0
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Jan‐12
Abr‐12
Jul‐12
Out‐12
Jan‐13em percentagem
Importações de Bens de Consumo
‐2,0
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‐0,5
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Mar‐11
Jun‐11
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Jun‐12
Set‐12
Dez‐12
Mar‐13
em percentagem
Vendas no Comércio a Retalho
Índices Base = 100
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Caixa: Contas Nacionais de acordo com a Metodologia do Sistema de Contas Nacionais
das Nações Unidas de 1993.
As contas nacionais, até à data, eram produzidas pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) de acordo com a
metodologia do Sistema de Contas Nacionais (SCN) das Nações Unidas de 1969, tendo como ano de base o
ano de 1980. Entretanto, as reformas e as consequentes mudanças estruturais da nossa economia, a sofistica‐
ção metodológica a nível mundial e a necessidade de comparabilidade internacional exigiram uma moderniza‐
ção da metodologia do nosso sistema de contas nacionais. Assim, em 2005, o INE iniciou um amplo processo
de reforma do sistema, com intuito de implementar o SCN 1993, num primeiro momento com o apoio do
AFRISTAT e, posteriormente, em cooperação com o INE de Espanha.
A introdução da metodologia do SCN 1993 pelo INE originou alterações significativas na filosofia de compila‐
ção das contas nacionais e a mudança do ano base (de 1980 para 2007). Estas alterações, que há muito eram
necessárias, permitem agora uma representação contabilística mais fiel da realidade actual da economia de
Cabo Verde.
Além da alteração da metodologia de compilação, os resultados das contas nacionais passaram a ser apresen‐
tados a preços correntes, a preços do ano anterior e a preços do ano base deflacionado por índices encadea‐
dos. Registe‐se que, nem o PIB a preços constantes do ano anterior, nem o PIB a preços constantes de 2007,
com base em índices encadeados, são comparáveis com a apresentação do PIB real da metodologia antiga.
Contudo, o valor do PIB a preços encadeados é o que melhor se aproxima do valor real da produção do país.
O INE utiliza a seguinte fórmula para calcular o índice encadeado de cada componente c no ano t:
Sendo o
Este método, por considerar ponderadores implícitos dinâmicos, implica a não aditividade das componentes,
bem como a acumulação numa proporção constante dos preços dos anos anteriores.
As contas nacionais, com base na nova metodologia, foram apresentadas a 24 de Janeiro de 2013. O INE,
igualmente, apresentou uma retropolação de parte da série anterior (2002 a 2006), com base na actual meto‐
dologia e tendo 2007 como ano base.
As contas publicadas pelo INE revelam que o crescimento económico tem sido mais baixo que o antecipado
pelas estimativas do Banco de Cabo Verde, Fundo Monetário Internacional e Ministério das Finanças e Pla‐
neamento. Com efeito, o produto interno bruto cresceu 10,4, 0,9 e dois por cento em termos nominais, res‐
pectivamente, em 2008, 2009 e 2010 e 6,7, ‐1,3 e 1,5 por cento, respectivamente, em termos reais
(deflacionado por índices encadeados).
Realce‐se a contracção da actividade económica em 2009, explicada, essencialmente, pela redução do contri‐
buto do sector secundário no PIB e, em particular, pela queda do contributo dos sectores da construção, bem
como de outras indústrias transformadoras. Em 2010, entretanto, a actividade recuperou com o contributo
positivo do sector secundário, em particular dos sectores de electricidade, gás e água; outras indústrias trans‐
formadoras e construção.
correntespreçosaCanterioranodopreçosaC
volumedeíndice2‐t
1‐t1‐t
1‐t1‐t
t volumedeíndicecorrentespreçosaC
anterioranodopreçosaC
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Considerando a óptica da procura, a recessão da economia em 2009 foi determinada pela redução das expor‐
tações de bens e serviços, bem como dos investimentos. A recuperação das exportações e o forte crescimen‐
to dos investimentos públicos explicam a aceleração do ritmo de crescimento do PIB em 2010.7
Comparando os resultados do INE com as estimativas do BCV e do FMI para 2008, 2009 e 2010 (quadro abai‐
xo), constata‐se que embora a tendência seja a mesma, os resultados do INE são particularmente mais baixos
em 2009 e 2010.
Estas diferenças significativas entre as estimativas do INE e do BCV em particular, traduzem:
i. a mudança do ano de base de 1980 para 2007. As estimativas do BCV eram realizadas com base nas con‐
tas de 2007, cujo ano de base era 1980;
ii. a mudança na metodologia, sobretudo as alterações introduzidas na contabilização do comércio externo
(a partir das estatísticas da balança de pagamentos);
iii. as diferenças que decorrem da própria metodologia de apuramento dos dados do INE e do BCV. A pri‐
meira instituição recolhe os dados no terreno e apura os resultados de acordo com as recomendações
conceptuais do SCN 1993, enquanto a segunda faz estimativas com base no acompanhamento das variá‐
veis explicativas de cada componente da procura e da oferta;
iv. o grande atraso na publicação das contas oficiais. As estimativas do BCV têm por base as contas publica‐
das e quanto maior o desfasamento temporal na publicação das contas, maior será a margem de erro
das estimativas.
Figura 6: Contributos para o Crescimento Real do Produto
Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas.
‐2,0
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
2008 2009 2010
em pontos percentuais
Agricultura Indústria Construção
Pesca Serviços PIB real
‐8,0
‐6,0
‐4,0
‐2,0
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
2008 2009 2010
em pontos percentuais
Consumo Investimento
Exportações Líquidas PIB real
PIB nominal (milhões de CVE) 87.090 90.811 96.690 108.722 121.974 134.698 135.879 138.569
Crescimento Real do PIB (%) 7,5 4,9 5,8 9,1 9,2 6,7 ‐1,3 1,5
PIB nominal (milhões de CVE) 79.527 82.086 86.185 97.384 107.252 115.191 115.614 123.917
Crescimento Real do PIB (%) 4,7 5,0 6,4 8,2 6,7 6,1 4,0 5,6
PIB nominal (milhões de CVE) 79.527 82.087 86.186 97.384 107.252 117.565 127.069 138.355
Crescimento Real do PIB (%) 4,7 4,3 6,5 10,1 8,6 6,2 3,7 5,4
Estimativas FMI com Base em Contas de 2007 (SCN1969)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Contas Oficiais de acordo com SCN1993
Estimativas Contas Oficiais de 2007 (SCN1969) e Estimativas BCV (2008‐2010)
Quadro 2: Contas Nacionais Oficiais vs Estimativas
Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas; Banco de Cabo Verde; Fundo Monetário Internacional.
7 Em 2009 o contributo das exportações líquidas para o crescimento foi de ‐3,5 pontos percentuais, enquanto a procura interna teve um contributo de 5,8 pontos percentuais, em virtude, essencialmente, do comportamento do consumo. Em 2010, os contributos das exportações líquidas e da procura interna para o crescimento foram de ‐0,7 e 4,4 pontos percentuais, respectivamente.
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 16
No contexto desta nova abordagem metodológica de compilação e apresentação das contas nacionais, o BCV
reviu as suas estimativas de crescimento (essencialmente compiladas pela óptica da despesa).
Os resultados apurados com base nos indicadores da procura revelaram que a economia continuou a crescer
num ritmo muito lento. Constatou‐se, entretanto, uma ligeira aceleração do ritmo de crescimento do produto
em 2011, impulsionada pela recuperação do consumo das famílias e forte crescimento dos investimentos
empresariais (nos parques eólicos e nas centrais eléctricas; relacionados com a instalação de um novo cabo
submarino e outras plataformas para a introdução da tecnologia de comunicação móvel 3G; e com as obras
de conclusão dos dois maiores hotéis de Cabo Verde). O crescimento mais acelerado das exportações (devido
ao forte crescimento da procura turística e aumento das exportações de pescado e dos fornecimentos à nave‐
gação aérea e marítima), também contribuiu para uma maior dinâmica das actividades económicas, em 2011.
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 17
3. Inflação
A partir de Fevereiro de 2012, os preços no consumidor inverteram a tendência crescente que
vinham registando desde Abril de 2010, passando a apresentar um perfil descendente.
Em Dezembro de 2012, a inflação média anual fixou‐se nos 2,5 por cento, valor inferior ao regista‐
do em período homólogo em dois pontos percentuais. A desaceleração dos preços no consumidor
foi determinada pela desaceleração expressiva da inflação importada (de bens alimentares e com‐
bustíveis, principalmente), bem como por algum aumento da produção interna de bens alimentares
frescos, numa conjuntura de redução da procura interna.
A coincidência da inflação subjacente com a headline inflation, em 2012, confirma um impacto limi‐
tado, nos preços no consumidor, das componentes do cabaz de consumo tendencialmente mais
voláteis – combustíveis e bens alimentares não transformados, sugerindo, igualmente, uma defla‐
ção de bens alimentares não transformados.
Nos primeiros meses de 2013, os preços no consumidor aceleraram com o aumento da taxa do
imposto sobre o valor acrescentado dos bens e serviços administrados, no quadro da política fis‐
cal de normalização do imposto indirecto.
Em Janeiro de 2013, a inflação média anual aumentou 0,2 pontos percentuais, para 2,7 por cento,
enquanto a inflação homóloga acelerou para valor mais elevado desde Outubro de 2011 (4,5 por
cento), em função, essencialmente, do aumento dos preços de fornecimento de electricidade e
água, em termos médios, em 10 e 12 por cento, respectivamente. 8
8 Conforme atesta a evolução em termos homólogos dos preços da classe de rendas de habitação, água, electricidade, gás e outros com‐bustíveis (registou um aumento de 10,7 por cento, que compara ao crescimento de 6,3 por cento registado em Dezembro). No que con‐cerne aos combustíveis, não obstante a redução dos preços da gasolina em cerca de 20 por cento, em termos agregados a normalização da taxa do IVA resultou num aumento dos preços de 0,45 por cento. Nas comunicações, o impacto do aumento da taxa do IVA de nove para 15 por cento foi mitigado por descidas de preços de outros serviços de comunicação.
Figura 7: Índice de Preços no Consumidor
Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas e Banco de Cabo Verde.
‐1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
Mar‐10
Jun‐10
Set‐10
Dez‐10
Mar‐11
Jun‐11
Set‐11
Dez‐11
Mar‐12
Jun‐12
Set‐12
Dez‐12
Mar‐13
em percentagem
Taxa de variação homólogaTaxa de variação média 12 mesesTaxa de variação mensal
‐4,0
‐2,0
0,0
2,0
4,0
6,0
Mar‐10
Jun‐10
Set‐10
Dez‐10
Mar‐11
Jun‐11
Set‐11
Dez‐11
Mar‐12
Jun‐12
Set‐12
Dez‐12
Mar‐13
variação
hom
óloga em percentagem
IPC Agregado excluindo Energia, Alimentares e Bebidas, Álcool e Tabaco
IPC Agregado
IPC Agregado excluindo Energia
IPC Agregado excluindo Energia e Alimentares não Transformados
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 18
Em Março, a taxa de inflação média anual registou um aumento de 0,1 pontos percentuais, para
2,8 por cento, reflectindo, em larga medida, o impacto da implementação das orientações fiscais do
Orçamento de Estado, bem como algum aumento, mais recentemente, dos preços de bens de con‐
sumo importados.
Em termos homólogos, a inflação abrandou para 2,6 por cento em Março, reflectindo, por um
lado, a redução dos preços dos bens alimentares produzidos internamente e, por outro, a redução
da inflação importada de combustíveis.
Prevê‐se, para os próximos meses, algum impacto nos preços do consumidor do aumento da taxa
do imposto sobre o valor acrescentado nos estabelecimentos hoteleiros (de seis para 15 por cento)
e da introdução da taxa de turismo, medidas implementadas a partir de 1 de Maio. Contudo, anteci‐
pa‐se que tal impacto poderá continuar a ser mitigado, em certa medida, pela deflação dos bens
alimentares frescos.
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 19
4. Contas Externas
As contas externas evoluíram favoravelmente em 2012, tendo as necessidades de financiamento
da economia reduzido cerca de 27 por cento e as reservas aumentado para 298 milhões de euros.
A evolução das contas externas e, em particular, a redução do défice da balança corrente em cerca
de 25 por cento, reflecte, em larga medida, o ajustamento do sector privado às condições de finan‐
ciamento (internas e externas) mais restritivas, a redução dos preços internacionais de matérias‐
primas energéticas e bens alimentares, algum aumento da produção de bens frescos e de energia
renovável, bem como o contínuo crescimento da procura turística.
As importações de bens e serviços diminuíram cerca de seis por cento, principalmente devido à
evolução dos preços das mercadorias importadas (‐15,6 por cento). Com efeito, em volume, as
importações de mercadorias, que representam 64 por cento do total das importações do país, con‐
tinuaram a crescer (3,6 por cento) em 2012, embora a um ritmo mais lento (em 2011 cresceram
cerca de sete por cento). Note‐se, contudo, a redução em volume das importações de bens de con‐
sumo (6,1 por cento), de bens de capital (55,9 por cento) e de combustíveis (40,9 por cento), em
linha com a evolução da procura interna, em resultado do uso das existências constituídas em 2011
e devido a alguma substituição, na produção eléctrica e dessalinização de água, da energia fóssil por
energia renovável.
As exportações de bens, entretanto, decresceram 5,9 por cento, depois de terem registado aumen‐
tos consideráveis em 2011 e 2010 (respectivamente, 48,5 e 53,2 por cento). A redução das exporta‐
ções de mercadorias foi mais que compensada pelo aumento das exportações de serviços. Estas,
impulsionadas pelo crescimento das receitas brutas de turismo (representam mais de 66 por cento
do total das exportações de serviços), aumentaram 12,1 por cento.
Ao contrário das balanças de bens e serviços, a evolução da balança de transferências foi desfavorá‐
vel em 2012, em resultado de uma redução ligeira de donativos (‐0,6 por cento) e de uma forte
desaceleração do ritmo de crescimento das remessas dos emigrantes (de 29,3 para 1,2 por cento).
Não obstante a redução das necessidades de financiamento da economia, o saldo da balança finan‐
ceira aumentou cerca de 11 por cento, determinado pelo aumento dos desembolsos líquidos da
dívida pública externa (na ordem dos 21 por cento), cujo stock passou a representar cerca de 73
por cento do PIB em 2012 (57 por cento do PIB em 2011).
Ao contrário do sector público, os fluxos de financiamento externo ao sector privado, nomeada‐
mente os créditos comerciais, os empréstimos financeiros e o investimento directo estrangeiro
diminuíram significativamente (respectivamente em 89, 91 e 26 por cento).
Estimativas preliminares apontam para uma contínua melhoria das contas externas nos primeiros
meses de 2013.
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 20
O défice comercial (de bens e serviços) continuou a decrescer, impulsionado pela redução das
importações de mercadorias (12 por cento em volume e 13 por cento em valor) e pelo crescimen‐
to, embora em desaceleração, das receitas brutas de turismo (14 por cento). As exportações de
mercadorias, entretanto, registaram uma diminuição de sete por cento, reflectindo a contracção
da procura dos maiores mercados (particularmente, Espanha e Portugal).
O contributo das transferências unilaterais oficiais e privadas para o financiamento do défice
comercial continuou a reduzir‐se, em consequência da queda dos donativos e das remessas dos
emigrantes.
Com efeito, não obstante o desembolso médio mensal de cerca de 100 mil USD dos fundos do Mil‐
lenium Challenge Corporation e o desembolso da ajuda orçamental do Luxemburgo, os donativos
ao Governo mantiveram a tendência de declínio que vêm apresentando desde 2011, tendo redu‐
zido cerca de 24 por cento em termos homólogos no primeiro trimestre.
As remessas dos emigrantes, por seu turno, decresceram cerca de 10 por cento (no primeiro tri‐
mestre de 2012 cresciam em torno de 17 por cento). O comportamento das remessas reflecte,
sobretudo, a redução das transferências provenientes de Portugal, Países Baixos, França e Espanha
(respectivamente em 40, 35, 13 e 10 por cento), países que enfrentam condições macro‐
económicas desfavoráveis.
Uma análise mais circunstanciada aos fluxos das remessas dos emigrantes sugere, entretanto, que
estes estejam a confluir para a sua tendência normal, após um aumento excepcional registado
entre inícios de 2011 e primeiros meses de 2012. Infere‐se que este fluxo anormal estaria, por um
lado, algo relacionado com a antecipação do retorno de alguns dos emigrantes. Por outro lado, esti‐
ma‐se que parte deste fluxo tenha sido atraído por uma forte campanha de captação da poupança
dos emigrantes para investimento nacional, numa altura em que a economia parecia dinâmica, que
o mercado de trabalho na Europa não estava tão deteriorado e que as taxas de juro estavam muito
mais atractivas em Cabo Verde.
Figura 8: Indicadores Selecionados da Balança Corrente (taxas de variação homóloga de médias móveis dos últimos 3 meses)
Fonte: Banco de Cabo Verde.
‐50
‐40
‐30
‐20
‐10
0
10
20
30
40Jan‐12
Fev‐12
Mar‐12
Abr‐12
Mai‐12
Jun‐12
Jul‐12
Ago‐12
Set‐12
Out‐12
Nov‐12
Dez‐12
Jan‐13
Fev‐13
Mar‐13
em percentagem
Exportação de Mercadorias
Importação de Mercadorias CIF ‐40
‐20
0
20
40
60
80
100
Jan‐12
Fev‐12
Mar‐12
Abr‐12
Mai‐12
Jun‐12
Jul‐12
Ago‐12
Set‐12
Out‐12
Nov‐12
Dez‐12
Jan‐13
Fev‐13
Mar‐13
em percentagem
Receitas de Turismo
Remessas de Emigrantes
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 21
Acompanhando, em certa medida, a redução das necessidades de financiamento da economia, o
excedente da balança financeira decresceu cerca de 11 por cento, determinado, sobretudo, pela
significativa redução dos desembolsos líquidos da dívida pública (‐42 por cento) e pela aceleração
das amortizações dos empréstimos financeiros privados (aumento de 65 por cento). Refira‐se que
o investimento directo estrangeiro aumentou três por cento em termos homólogos.
O excesso de influxos financeiros face às necessidades de financiamento da economia determinou a
acumulação de reservas externas do país em cerca de 10,7 milhões de Euros, desde o início do ano.
Em consequência, as reservas internacionais líquidas do país garantiam, a 31 de Março, 4,2 meses
das importações totais de bens e serviços projectadas para 2013.
Figura 9: Investimento Externo e Reservas Cambiais
Fonte: Banco de Cabo Verde.
‐2.000
‐1.500
‐1.000
‐500
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000Jan‐09
Mai‐09
Set‐09
Jan‐10
Mai‐10
Set‐10
Jan‐11
Mai‐11
Set‐11
Jan‐12
Mai‐12
Set‐12
Jan‐13
milhões de escudos
IDE em CV (Total) Inv. dos emigrantes Inv. Imobiliário
2,4
3,43,6
4,1 4,2 4,2 4,2
3,2
3,84,2
0
1
2
3
4
5
0
50
100
150
200
250
300
350
Dez‐04
Dez‐05
Dez‐06
Dez‐07
Dez‐08
Dez‐09
Dez‐10
Dez‐11
Dez‐12
Mar‐13
meses
milhões de
escudos
Stock Reservas em milhões de euros Meses de importação
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 22
5. Situação Monetária e Financeira
Os desenvolvimentos nas contas externas, aliados ao aumento do crédito líquido ao Sector Públi‐
co Administrativo, determinaram uma aceleração da expansão monetária em 2012.
O agregado M2 cresceu 5,7 por cento em 2012 (2,1 por cento em 2011), em resultado, sobretudo,
do aumento das reservas internacionais líquidas do país e da redução dos depósitos do Sector Públi‐
co Administrativo.
Por seu turno, o crescimento do crédito à economia desacelerou de cerca de 12 por cento para 0,2
por cento, em resultado, principalmente, da redução do crédito concedido a particulares para
outros fins (em 14 por cento).9
A aplicação de critérios mais restritivos na aprovação das propostas, em linha com a política mone‐
tária em vigor, bem como o aumento da aversão ao risco, o reforço de medidas prudenciais (em
função da deterioração da qualidade da sua carteira de activos) e algum défice de procura elegível
de financiamento poderão explicar a política de crédito dos bancos, em vigor desde os primeiros
meses de 2012.10
A expansão monetária foi acompanhada de um forte crescimento da base monetária, reflexo tanto
do efeito do aumento da taxa de reservas obrigatórias, como do aumento considerável, a partir
de Fevereiro de 2012, das reservas excedentárias dos bancos.
O reforço da posição de liquidez dos bancos reflecte, essencialmente, uma maior captação de
depósitos de clientes (cerca de oito por cento, que compara à diminuição de 0,6 por cento regista‐
da em 2011) e, particularmente, o aumento dos depósitos dos emigrantes em cerca de nove por
cento.
O crescimento significativo dos depósitos dos emigrantes sugere que a conjuntura económica des‐
favorável dos principais países de acolhimento da diáspora cabo‐verdiana continua com um efeito
limitado sobre as suas transferências para investimento. As remunerações relativamente mais
atractivas (devido, principalmente, à redução das taxas Euribor, uma vez que as taxas de juro dos
depósitos dos emigrantes apenas aumentaram 0,03 pontos percentuais em 2012) poderão explicar,
em alguma medida, o seu comportamento favorável.
9 O crédito às empresas não financeiras cresceu, entretanto, dois por cento. 10 Refira‐se que as taxas de juro aplicadas nas operações activas registaram um aumento em termos médios de 0,9 pontos percentuais
em 2012. No inquérito qualitativo à política de crédito do quarto trimestre de 2012, os bancos reportaram um aumento das exigências
quanto às garantias, bem como uma redução da procura de crédito, tanto por parte das empresas como por parte dos particulares. A
maior eficácia da transmissão monetária, em 2012, não estará alheia a uma redução temporária da liquidez no sistema bancário no início
do ano, a um aumento do custo de oportunidade de concessão de empréstimos (os instrumentos do banco central, além de serem risk
free, passaram a ser mais competitivos para os bancos), a uma maior dinâmica do mercado monetário interbancário, bem como a um
défice de procura elegível de financiamento bancário.
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 23
Destaca‐se, igualmente, um aumento importante dos depósitos de residentes em moeda nacional
(de 7,9 por cento, que compara à queda de 2,5 por cento de 2011) que, por seu turno, sugere
algum comportamento preventivo dos agentes económicos, face à percepção de deterioração das
condições macroeconómicas e financeiras.
Informações disponíveis para o primeiro trimestre de 2013 sugerem um reforço das reservas
internacionais, contrabalançado pela redução do crédito à economia.
A massa monetária cresceu 5,2 por cento em termos homólogos em Março, favorecida pela acu‐
mulação de reservas externas e aumento do crédito ao Governo Central.
Com uma evolução contrária, o crédito ao sector privado (para financiamento dos investimentos e
tesouraria das empresas, bem como do consumo) reduziu cerca de um por cento, pela primeira vez
desde 1994.11
Os depósitos, principal fonte de funding dos bancos, cresceram 6,7 por cento em termos homólo‐
gos, tendo os depósitos dos emigrantes crescido 8,8 por cento.
Neste contexto de reforço da sua liquidez, a redução do financiamento bancário sugere um contí‐
nuo aperto nas condições de financiamento (conforme atesta um aumento das taxas de juro, em
média em 0,1 pontos percentuais entre Dezembro e Março; maiores exigências em termos de
garantias e uma avaliação mais criteriosa dos riscos).
Quadro 3: Principais Indicadores da Situação Monetária
Fonte: Bancos Comerciais e Banco de Cabo Verde. Notas: TVH– Taxa de Variação Homóloga; BT‐ Bilhetes do Tesouro; TRM– Título de Regularização Monetária.
11 O ritmo de crescimento do crédito à habitação registou uma desaceleração (em dois pontos percentuais), enquanto o crédito às
empresas diminuiu 1,4 por cento face a Dezembro de 2012.
Dez‐10 Dez‐11 Dez‐12 Jan‐13 Fev‐13 Mar‐13
Mar‐13 Dez‐12
Posição externa 29.417,2 23.060,0 27.606,6 27.418,2 27.369,6 26.999,0 13,8 19,7
Activos Externos Líq. BCV 31.056,0 27.659,3 32.288,3 32.126,0 32.516,6 33.634,0 19,4 16,7
Crédito Interno Líquido 100.329,9 112.326,1 116.416,5 115.330,6 114.687,2 116.894,5 2,6 3,6
Crédito Líquido ao SPA 16.848,5 18.991,9 22.862,6 22.356,6 21.952,8 24.279,3 18,3 20,4
Crédito à Economia 83.481,5 93.334,2 93.553,9 92.974,1 92.734,4 92.615,2 ‐0,8 0,2
Massa Monetária 111.729,3 115.649,1 122.262,7 120.691,6 121.158,9 122.606,6 5,3 5,7
Base Monetária 25.914,6 24.438,6 32.573,6 32.581,4 31.527,2 33.753,7 21,7 33,3
Memo itens
Inflação (var. média anual IPC em %) 2,1 4,5 2,5 2,7 2,7 2,8Taxa Efectiva Real (TVH em %) ‐0,1 2,1 ‐0,8 2,5 1,2 0,8Tx. dos BT (a 91 dias, média em %) 4,0 4,1 4,1 4,1 4,1 4,1
TRM (14 dias em %) 5,75 5,75 5,75 5,75 5,75 5,75
Variação homóloga
Saldos em milhões de escudos
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 24
6. Situação Orçamental
Num contexto de deterioração do enquadramento externo da economia e de perspectivas menos
favoráveis para a economia nacional, a política orçamental cabo‐verdiana manteve, em 2012, o
cariz essencialmente expansionista, que a vem caracterizando desde 2009.
O défice orçamental aumentou 5.123 milhões de escudos, para 18.693 milhões de escudos (13,5
por cento do PIB), em 2012.
A conjuntura macroeconómica pouco favorável, afectando a arrecadação dos impostos, contribuiu
de forma significativa para os resultados das contas públicas. Com efeito, as receitas reduziram‐se
6,6 por cento, para 35.050 milhões de escudos, em larga medida devido à diminuição, na ordem
de 10 por cento, do valor arrecadado do imposto sobre o valor acrescentado, aliada à queda da
ajuda orçamental concedida pelos principais parceiros, em 36 por cento.12 Além das condições
macroeconómicas, também as insuficiências administrativas e fraudes fiscais, facilitadas pela profu‐
são de excepções e isenções na estrutura do imposto sobre o valor acrescentado, contribuíram para
a evolução desfavorável das receitas fiscais.
As despesas de funcionamento tiveram de ser ajustadas à evolução das receitas. Cresceram, assim,
moderadamente (a uma taxa de 3,4 por cento, cerca de dois pontos percentuais abaixo do regis‐
tado em 2011 e 2010), tendo totalizado 29,805 mil milhões de escudos em finais de 2012.
O aumento dos juros da dívida pública em 25,9 por cento, em função do crescimento significativo
das responsabilidades financeiras do Estado (quer com credores externos quer com credores inter‐
nos), explica, em larga medida, o acréscimo das despesas correntes em 2012. Igualmente, o aumen‐
to das despesas com salários (em 3,1 por cento) e com pensões de reforma (em 8,3 por cento)
12 Refira‐se, igualmente, à diminuição das receitas dos impostos sobre as transacções internacionais e sobre o consumo, respectivamen‐te, na ordem dos sete e dos 12 por cento.
Figura 10: Situação Orçamental
Fonte: Ministério das Finanças e Banco de Cabo Verde.
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
2007 2008 2009 2010 2011 2012
em percentagem
das receitas totais
Imposto s/ o rendimentoImposto s/ o consumoImposto s/ as transacções internacionaisOutros impostosImposto s/ valor acrescentadoReceitas Totais em % do PIB
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
2007 2008 2009 2010 2011 2012
em percentagem
das despesas totais
Despesas com pessoal Aquisição bens e serviços
Juros da dívida Transferências
Despesas de investimento Beneficios sociais
Outras despesas Despesas Totais em % do PIB
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 25
impulsionaram as despesas de funcionamento em 2012, não obstante o esforço de contenção.
Por seu turno, as despesas de investimento aumentaram 5,6 por cento em 2012 (‐17 por cento em
2011), em função da execução mais acelerada do Programa Pluri‐Anual de Investimento Público
(PPIP), em curso desde 2009.
Em resultado do aumento das suas necessidades de financiamento, o stock da dívida do Governo
Central, excluindo os Títulos Consolidados de Mobilização Financeira (TCMF), cresceu 20 por cen‐
to, passando a representar 95 por cento do PIB, em 2012. Esta evolução reflecte tanto o aumento
do endividamento externo para financiar os investimentos públicos (na ordem dos 21 por cento),
como o crescimento da dívida interna (em 44 por cento), para financiar quer a Tesouraria do Esta‐
do, quer alguns projectos de investimento.13
As estatísticas das finanças públicas, disponíveis para Março, apontam para uma ligeira redução
do défice das contas públicas, no primeiro trimestre do ano.
O défice orçamental fixou‐se nos em 1.181 milhões de escudos, reduzindo 0,9 pontos percentuais
do PIB face ao período homólogo, em função de uma execução mais lenta do Programa Pluri‐anual
de Investimentos Públicos.
Quadro 4: Situação Orçamental
Fonte: Ministério das Finanças e Banco de Cabo Verde.
20131º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre 1º Trimestre
Receitas de impostos 1,4 ‐4,2 ‐5,2 ‐7,0 ‐5,6das quais:Imposto s/ Valor Acrescentado (IVA) ‐4,6 ‐10,1 ‐8,8 ‐10,4 ‐7,1Imposto Único s/ Rendimento (IUR) 6,8 5,0 ‐2,2 ‐0,6 ‐4,8
Donativos ‐70,6 ‐49,1 ‐79,0 ‐36,3 ‐6,2
Despesas Correntes ‐13,1 ‐2,6 ‐2,2 3,4 2,5das quais:Salários 0,9 3,6 ‐0,2 2,8 1,9Transferências Correntes ‐18,5 ‐20,9 ‐9,6 ‐1,6 3,2Benefícios Sociais 6,0 2,6 9,0 8,3 17,7
Activos não Financeiros 5,8 ‐0,6 16,8 5,7 ‐38,3das quais:Programa de Investimento 5,7 ‐0,3 16,8 5,6 ‐38,3
Saldo Global (incluindo Donativos) ‐2.238,0 ‐7.956,0 ‐11.616,0 ‐18.693 ‐1.181,0Saldo Corrente 1.402,0 2.134,0 3.306,0 2.477 645,0
Saldo Global (incluindo Donativos) ‐1,6 ‐5,7 ‐8,4 ‐13,5 ‐0,8Saldo Corrente 1,0 1,5 2,4 1,8 0,4
em taxas de variação homólogas
em percentagem do PIB
2012
em milhões de escudos
13 Os valores apresentados correspondem ao endividamento líquido do Governo. No caso da dívida interna, ao stock dos passivos finan‐
ceiros do Governo é subtraído o depósito dessa entidade.
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 26
Condicionadas pela actividade económica nacional, as receitas fiscais mantiveram um perfil des‐
cendente (decresceram 5,6 por cento), com o decréscimo da arrecadação da generalidade dos
impostos. Refira‐se, em particular, à redução das receitas do imposto sobre o valor acrescentado,
do imposto sobre as transacções internacionais, bem como do imposto único sobre o rendimento,
respectivamente em 7,1, 14,2 e 4,8 por cento. Por seu turno, os donativos diminuíram, em termos
homólogos, 6,2 por cento, em resultado da redução e atraso nos desembolsos da ajuda orçamen‐
tal.
As despesas de funcionamento aumentaram, por sua vez, 2,5 por cento, reflectindo, em larga
medida, o início do processo de implementação do novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários da
Administração Pública, bem como o aumento da taxa de substituição dos salários por pensões de
reforma (em linha com as reformas implementadas desde 2005). Assim, as despesas com pessoal
aumentaram cerca de dois por cento, enquanto as despesas com benefícios sociais cerca de 18
por cento. Refira‐se, entretanto, à redução dos gastos com aquisição de bens e serviços (‐13 por
cento), em conformidade com a política de contenção adoptada no início do ano.
O financiamento do défice das contas públicas no primeiro trimestre foi efectuado em larga medi‐
da com recurso ao financiamento interno (emissões de Obrigações do Tesouro) e, preferencial‐
mente, junto às instituições bancárias (90,7 por cento).14 Em resultado, o stock da dívida pública
interna, excluindo TCMF, aumentou cerca de um ponto percentual, para 10,4 por cento do PIB,
enquanto o stock da dívida externa diminuiu de 73 para 71,6 por cento do PIB.
Face à política orçamental em curso, a preservação das reservas e a defesa da credibilidade do regi‐
me cambial de peg unilateral ao Euro aconselham a manutenção do pendor da política monetária
em vigor.
14 No que concerne à curva de rendimento, as taxas de rendibilidade dos Títulos do Tesouro mantiveram uma tendência de estabilização.
Os Bilhetes continuaram a ser remunerados em torno de 4,1 por cento, não obstante a tendência para algum aumento da remuneração
da dívida emitida com maturidade mais longa (4,5 por cento), compensado pela redução das taxas das emissões de mais curto prazo (até
182 dias em torno de 4,0 por cento). Os juros das Obrigações permaneceram entre cinco e seis por cento.
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 27
Perspectivas de Evolução da Economia
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 28
7. Hipóteses de Enquadramento
As actuais projecções do Banco de Cabo Verde para 2013 baseiam‐se em informações sobre os
desenvolvimentos recentes na economia cabo‐verdiana, bem como num conjunto de pressupostos
sobre a evolução, nos próximos três trimestres, dos principais indicadores económicos e financeiros
nacionais e internacionais. No exercício das projecções, as expectativas sobre o enquadramento
externo e a orientação orçamental, apresentadas de seguida, são variáveis fundamentais.
O contexto internacional permanece pouco favorável e o maior parceiro económico do país deve‐
rá continuar em recessão.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), as condições económicas e financeiras
melhoraram nos últimos seis meses, tendo as autoridades de política conseguido neutralizar dois
dos maiores riscos macroeconómicos de curto prazo ‐ a saída de alguns membros da União Monetá‐
ria Europeia e o fiscal cliff nos EUA. Não obstante, estima‐se que a recuperação da economia mun‐
dial permaneça, em termos globais, lenta.
O FMI projecta um crescimento global de 3,3 por cento para 2013, apenas 0,1 pontos percentuais
acima das estimativas para 2012, devido à fraca performance dos países avançados.
A Área do Euro deverá contrair 0,3 por cento em 2013 (‐0,6 por cento em 2012) e a taxa de
desemprego deverá manter‐se em níveis historicamente elevados. Condições de financiamento de
empresas e famílias ainda restritivas, contínuo ajustamento das economias altamente alavancadas
(Grécia, Portugal, Espanha, Itália, Chipre,...), bem como problemas de competitividade deverão con‐
tinuar a condicionar a performance económica da região.
Nos Estados Unidos, prevê‐se um fortalecimento da procura interna (privada), em consequência do
aumento do financiamento das empresas e famílias e da melhoria do sector residencial. Contudo, o
ajustamento orçamental em curso deverá moderar a aceleração do crescimento económico.
Por seu turno, a actividade económica nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento
deverá manter‐se robusta. Projecta‐se uma aceleração no crescimento de cinco para 5,3 por cento,
sustentada por uma resiliente evolução do consumo privado, recuperação das exportações e estí‐
mulos macroeconómicos.
A fraca performance da economia e do comércio global deverão conter as pressões inflacionistas.
Os preços das matérias‐primas energéticas e não energéticas deverão decrescer respectivamente
2,3 e 0,9 por cento, de acordo com o FMI.
O balanço dos riscos da actual projecção do crescimento global sugere algum optimismo quanto à
evolução da economia global.
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 29
Não obstante ter revisto em baixa as suas projecções em cerca de 0,2 pontos percentuais (em fun‐
ção do desempenho crítico da economia mundial no quarto trimestre de 2012), o FMI considera
que os riscos (negativos) à evolução esperada da actividade global, no curto prazo, reduziram‐se,
com as acções das autoridades de política europeias e dos EUA. Entretanto, salienta que a contí‐
nua consolidação orçamental na Europa, a persistência de problemas nos canais de crédito (em
resultado da fraca qualidade da carteira de activos e baixa rentabilidade dos bancos) e insuficiente
progresso no reforço da união monetária e económica poderão condicionar negativamente o
desempenho da Zona Euro.
No caso dos EUA, o crescimento poderá ser limitado por um ajustamento orçamental maior que o
antecipado (cortes automáticos nos gastos públicos), caso não haja acordo político sobre o aumen‐
to do limite máximo do endividamento do Governo Federal.
A conjuntura económica na Zona Euro deverá continuar a afectar em Cabo Verde a evolução das
exportações de mercadorias, das remessas dos emigrantes, bem como do investimento directo
estrangeiro, com impactos consideráveis nos resultados das empresas e no rendimento disponível
das famílias. Os fluxos oficiais, em particular a ajuda orçamental, também continuarão condiciona‐
dos pela conjuntura desfavorável dos principais parceiros do Governo de Cabo Verde (Portugal,
Espanha, União Europeia,…).
A manutenção das taxas de juro na Europa em níveis historicamente baixos deverá contribuir, por
um lado, para a redução do serviço da dívida privada interna indexada maioritariamente à Euribor
e, por outro, para a diminuição da remuneração dos activos externos do país, que são preferencial‐
mente aplicados nos mercados europeus.
A antecipada apreciação do Euro (em termos efectivos nominais na ordem dos 2,8 por cento, de
acordo com o Banco Central Europeu) deverá impactar positivamente o serviço da dívida externa
pública, os activos aplicados em praças europeias, bem como a factura (em dólares americanos) das
importações de combustíveis. A apreciação do Euro poderá ter, igualmente, um efeito marginal na
redução da competitividade‐preço das exportações para mercados fora da Zona Euro e da Zona
CFA.
A execução menos acelerada dos investimentos públicos e a estagnação das receitas deverão con‐
dicionar a execução do Orçamento do Estado para 2013.
O Banco de Cabo Verde reviu a projecção das principais variáveis orçamentais, tendo em conta a
execução orçamental até Março e considerando os pressupostos macroeconómicos consistentes
com as hipóteses de enquadramento para as projecções do PIB, das contas externas e das contas
monetárias e financeiras.
A execução acelerada do Programa Pluri‐Anual de Investimento Público, a melhoria da eficiência e
eficácia tributárias, bem como a implementação do Plano de Cargos Carreiras e Salários da Adminis‐
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 30
tração Pública, são as grandes linhas orientadoras da política orçamental para 2013.
Contudo, considerando que todas as medidas propostas no Orçamento do Estado para 2013, com o
intuito de aumentar a compliance na colecta das receitas fiscais, não produzirão efeitos no curto
prazo; atendendo que a normalização da taxa do imposto sobre o valor acrescentado nos serviços
de alojamentos hoteleiros e a introdução da taxa de pernoita passaram a vigorar apenas desde 1
de Maio; ponderando a considerável elasticidade das receitas fiscais à evolução da actividade eco‐
nómica, as actuais projecções do BCV apontam para uma redução das receitas fiscais na ordem dos
três por cento e para uma estagnação das receitas totais.15
Antecipando algum condicionamento dos gastos públicos à evolução das receitas, bem como o efei‐
to de base da execução, maior que antecipada, dos investimentos públicos em finais de 2012, pro‐
jecta‐se:
um aumento (de sete por cento) mais moderado das despesas de funcionamento do que
o orçado (16,3 por cento) e do que o antecipado em Novembro (15 por cento) e
um crescimento das despesas com a execução do programa de investimento em 2,5 por
cento (14 por cento nas projecções de Novembro).
15 Nas projecções de Novembro de 2012 antecipava‐se um aumento das receitas na ordem dos nove por cento e o Orçamento do Estado para 2013 previa um crescimento de 15 por cento. Registe‐se que, de acordo com estimativas do BCV, um aumento/diminuição do PIB na ordem de um por cento, induzirá um aumento/diminuição (ceteris paribus) das receitas colectadas em 1,3 por cento, no decurso de um ano. Refira‐se, que as actuais projecções das contas públicas reflectem o ponto de vista técnico do BCV, com base na melhor informação disponível.
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 31
8. Projecções para a Economia de Cabo Verde
Num contexto de ligeira contracção da actividade nos principais parceiros económicos do país e no
pressuposto da manutenção das actuais orientações da política macroeconómica, a presente pro‐
jecção aponta para uma inflação média anual no intervalo 2,5‐3,5 por cento e para uma contínua
redução da dinâmica da actividade económica em 2013.
O cenário central das projecções de inflação coincide globalmente com o de Novembro, sendo justi‐
ficado, em larga medida, pela normalização da taxa do IVA, pela diminuição dos preços internacio‐
nais de matérias‐primas, bem como pela moderação salarial e redução da procura interna, num
contexto de aumento da produção local de produtos alimentares.
No que concerne à actividade económica, o desempenho do sector privado nacional, condicionado
em parte por condições de financiamento ainda restritivas, poderá determinar o desempenho da
economia no ano corrente. Igualmente, as pressões no rendimento das famílias (além da queda
prevista das remessas dos emigrantes) e nas receitas das empresas, decorrentes da política fiscal
em curso, deverão contribuir, em alguma medida, para a redução projectada do consumo das
famílias e do investimento privado.16
A aceleração dos gastos de funcionamento do Governo, bem como o crescimento, ainda que
moderado, dos investimentos públicos não deverão ser suficientes para conter a queda da procu‐
ra interna, na ordem dos três por cento.
Quadro 5: Hipóteses do Exercício de Projecção da Inflação
Fonte: Fundo Monetário Internacional; Banco Central Europeu; Banco de Portugal. Notas: IHPC‐ Índice Harmonizado de Preços no Consumidor; RPM‐ Relatório de Política Monetária; P‐ Projecções; t.v.a.– taxa de variação média anual em percentagem; t.v.h.‐ taxa de variação homóloga em percentagem; v.m.a.‐ valor médio anual.
RPM Maio/13
2012P 2013P 2013P
Preço das Matérias‐Primas
energéticas t.v.a. 31,60 1,00 2,10 ‐1,00 ‐2,30
não energéticas t.v.a. 17,80 ‐9,80 ‐9,50 ‐2,90 ‐0,90
IHPC‐Portugal t.v.h. 3,60 2,80 2,60 1,00 0,70
IHPC‐Zona Euro t.v.h. 2,70 2,50 [2,4 ‐ 2,6] [1,3 ‐ 2,5] 1,70
Taxa de Câmbio do Euro
Efectiva do euro t.v.a. ‐0,20 ‐5,40 ‐5,20 ‐0,80 2,80
Euro ‐ Dólar v.m.a 1,39 1,28 1,27 1,25 1,31
Procura Externa t.v.a. ‐0,20 [‐1,3; ‐ 1,3] [0,3; ‐ 7,1] ‐0,50
Taxa de Juro
Curto Prazo (Euribor 3 meses) em % 1,40 0,60 0,60 0,30 0,20
Longo Prazo (Euribor 12 meses) em % 4,40 2,60 4,00 4,20 2,30
RPM Novembro/122011 2012
16 Além da normalização da taxa do imposto sobre o valor acrescentado nos bens e serviços administrados e ajustamento das taxas de contenção na fonte do Imposto Único sobre o Rendimento, medidas propostas pelo Orçamento de Estado para 2013, diversas autarquias estão procedendo ao alinhamento do Imposto Único sobre o Património, ao estabelecido pelo Decreto‐Lei nº 18/99 de 26 de Abril.
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 32
As importações deverão continuar a reduzir‐se, em função da redução da procura global e em
resultado de algum aumento da produção doméstica (de alimentos frescos e de electricidade e
água geradas através de energias renováveis).
Entretanto, a procura externa dirigida à economia de Cabo Verde deverá continuar fraca, afectando
o crescimento das exportações. Em termos reais, as exportações deverão crescer cerca de quatro
por cento, essencialmente impulsionadas pelo aumento, embora em desaceleração, das receitas
de turismo.
Neste quadro, contrariamente às estimativas de crescimento para 2012, o crescimento da procura
externa líquida poderá não superar a queda da procura interna.
A evolução projectada para as componentes da procura agregada implica uma contínua diminui‐
ção das necessidades de financiamento da economia.
A balança de pagamentos deverá permanecer excedentária e as reservas internacionais líquidas
deverão garantir cerca de quatro meses de importação.
O défice comercial de bens e serviços deverá reduzir‐se cerca de 10 por cento (24 por cento em
2012). Entretanto, o aumento dos dividendos distribuídos aos investidores externos e dos juros do
serviço da dívida pública, além da diminuição das remessas dos emigrantes, deverão conter uma
queda mais expressiva do défice da conta corrente.
Do lado do financiamento projecta‐se alguma recuperação do Investimento Directo Estrangeiro
(IDE), com o início da construção de grandes empreendimentos turísticos em São Vicente, Sal e Boa
Vista, entre outros investimentos de menor dimensão, alguns dos quais relacionados com o agro‐
negócio.
Quadro 6: Projecções do Banco de Cabo Verde
Fonte: Banco de Cabo Verde. Notas: E ‐ Estimativas; P ‐ Projecções.
Produto Interno Bruto variação real 1,5 1,7 1,0 [‐1,5 ; 0,5]
Consumo Privado ‐1,2 1,9 ‐11,8 ‐0,8
Consumo Público 2,0 2,2 ‐0,9 4,4
Formação Bruta de Capital Fixo 19,0 6,0 1,8 ‐8,0
Exportações 9,1 11,6 ‐0,6 4,3
Importações 9,5 10,7 ‐12,2 ‐4,4
Balança Corrente e de Capital em % do PIB ‐10,5 ‐15,5 ‐12,1 ‐10,3
Balança de Bens e Serviços em % do PIB ‐28,6 ‐31,6 ‐25,7 ‐22,2
Índice de Preços no Consumidor variação média em % 2,1 4,5 2,5 [2,5‐3,5]
2013P2010
variação real
variação real
Unidades 2011E 2012E
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 33
Pese embora a prevista recuperação do IDE (crescimento de 1,5 por cento), os fluxos geradores da
dívida, do sector público essencialmente, deverão continuar a financiar maioritariamente o défice
corrente.
Não obstante, em linha com o abrandamento previsto da execução do programa de investimentos,
prevê‐se uma redução dos desembolsos líquidos da dívida do Governo Central, na ordem dos 12
por cento.
O sector privado deverá manter, por seu turno, o processo de ajustamento, com a redução das suas
necessidades de financiamento, por um lado, e, por outro, devido a um limitado acesso aos merca‐
dos financeiros internacionais (europeus principalmente).
Incertezas e Riscos
O balanço dos riscos das actuais projecções sugere que os riscos descendentes são preponderan‐
tes, estando relacionados com:
performance económica da Zona Euro pior do que a antecipada, com efeitos na evolução
das exportações, das remessas dos emigrantes, bem como do IDE;
eventual redução das receitas do Estado, com efeito directo contraccionista nos gastos do
Governo e com algum impacto no consumo e investimento privados e
deterioração do balanço das instituições bancárias (ou aumento da sua aversão ao risco) e
consequente agravamento das medidas prudenciais, com impactos ao nível do financia‐
mento do sector privado e, consequentemente, na procura interna.
Os riscos ascendentes estarão relacionados com uma aceleração menor que a antecipada da infla‐
ção, com impacto positivo no rendimento disponível das famílias e na procura interna.
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 34
9. Política e Programação Monetária
A política do Banco de Cabo Verde para os próximos seis meses deverá permanecer orientada para
a estabilização das reservas externas e preservação da estabilidade financeira, condições imperati‐
vas para o funcionamento apropriado da economia. Consequentemente, a programação monetária
revista incorpora uma evolução do crédito interno compatível com as exigências de manutenção
das condições de suporte à estabilidade cambial e financeira e consistente com o aumento das
necessidades de financiamento do Estado.
Neste quadro, a massa monetária deverá crescer em torno de dois por cento. Considerando a previ‐
são de crescimento muito moderado das reservas internacionais líquidas do país (1,6 por cento), o
crescimento das necessidades de financiamento ao orçamento, via endividamento interno, deverá
ser acompanhado pela prossecução da trajectória descendente do crédito à economia.
Este cenário de programação monetária derivado, sobretudo, das expectativas de evolução, nos
próximos nove meses do ano, das contas externas e públicas, num contexto de fraca dinâmica da
economia, requer uma maior compatibilização da política macroeconómica com o objectivo de
estabilidade económica e financeira, em termos conjunturais.
No plano estrutural, coloca‐se de forma cada vez mais premente a melhoria das condições necessá‐
rias à expansão do potencial de crescimento da economia do país.
No que concerne à política monetária, não obstante a sua reduzida margem de actuação, eventuais
medidas de afrouxamento poderão ser consideradas, nos próximos meses, caso as reservas interna‐
cionais e os indicadores prudenciais evoluam favoravelmente.
Quadro 7: Programação Monetária
Fonte: Banco de Cabo Verde. Notas: * Refere‐se à taxa de crescimento dos valores projectados para 2012 e 2013 em Novembro de 2012; RPM‐Relatório de Política Monetária;
2013P t.c. (%)* 2013Pvar. 2013/12
em %
Activos Externos Líquidos 23.060,0 27.606,6 19,7 26.773,9 9,6 28.333,6 2,6
Banco de Cabo Verde 27.659,3 32.288,3 16,7 31.624,0 7,7 32.834,4 1,7
Reservas Internacionais Líquidas 28.751,6 32.778,1 14,0 31.868,8 6,8 33.314,2 1,6
Bancos Comerciais ‐4.599,3 ‐4.681,7 1,8 ‐4.850,1 ‐1,9 ‐4.500,8 ‐3,9
Activo Interno Líquido 92.589,0 94.656,2 2,2 102.188,0 5,7 95.968,6 1,4
Crédito Interno Líquido 112.326,1 116.416,5 3,6 121.599,8 4,8 117.729,0 1,1
Crédito à Economia 93.334,2 93.553,9 0,2 98.056,9 3,0 93.086,1 ‐0,5
Outros Activos Líquidos ‐19.737,0 ‐21.760,4 10,3 ‐19.737,0 0,0 ‐21.760,4 0,0
M2 115.649,1 122.262,8 5,7 128.961,9 6,5 124.302,2 1,7
RPM Maio/13RPM Novembro/122011 2012 t.c. (%)
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 35
Anexo Estatístico
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 36
1. Economia Internacional
Indicadores de Actividade, Mercado de Trabalho e Inflação
Perspectivas de Evolução da Economia Global (em percentagem)
Jan Fev Mar
Zona EuroIndicadores de ActividadeÍndice de Produção Industrial (t.v.h.)Total (exclui construção) 7,1 3,4 ‐2,3 ‐2,5 ‐2,7Indústria Transformadora 9,8 4,0 ‐4,4 ‐4,1 ‐2,8
Indicadores de Confiança (v.c.s.)Indicador de Sentimento Econ. (índice 1990‐2006 = 100) 100,8 101,0 90,5 89,5 91,1 90,0Indicador de Confiança dos Consumidores (s.r.e.) ‐14 ‐15 ‐22 ‐24 ‐24 ‐24Indicador de Confiança na Indústria (s.r.e.) ‐5 0 ‐12 ‐14 ‐11 ‐13Indicador de Confiança na Construção (s.r.e.) ‐27 ‐27 ‐29 ‐29 ‐30 ‐30
Mercado de TrabalhoTaxa de desemprego (%) (v.c.s.) 10,0 10,2 11,4 12,0 12,0 12,1
InflaçãoÍndice Harmonizado de Preços no Consumidor‐TotalTaxa de variação homóloga 2,0 1,8 1,7Taxa de variação média 1,6 2,7 2,5 2,4 2,4 2,3
EUAIndicadores de ActividadeÍndice de Produção Industrial (t.v.h.) 5,4 4,1 3,6 1,9 2,5 3,5Vendas no Comércio a Retalho (t.v.h.) 6,4 8,0 5,0 3,9 4,4 2,8
Mercado de TrabalhoTaxa Desemprego (t.v. em %) 9,6 8,9 8,1 7,9 7,7 7,6
InflaçãoÍndice de Preços no Consumidor Taxa de variação homóloga 1,6 3,1 2,1 1,6 2,0 1,5Taxa de variação média anual 0,0 0,0 0,0 0,3 4,3 2,1
Índice de Preços no Consumidor Core (t.v.h.) 1,0 1,7 2,1 1,9 2,0 1,9
Índice de Preços no Produtor (t.v.h.) 4,2 6,0 1,9 1,4 1,8 1,1
Fonte: Banco de Portugal.
Notas: t.v.h.‐ taxa de variação homóloga; v.c.s.‐ valores corrigidos da sazonalidade; s.r.e. ‐saldo das respostas extremas.
20132010 2011 2012
2011 2012 2013P 2011 2012 2013P 2011 2012 2013P 2011 2012 2013P
Economias Avançadas 1,6 1,2 1,2 2,7 2,0 1,7 ‐0,2 ‐0,1 ‐0,1 7,9 8,0 8,2
EUA 1,8 2,2 1,9 3,1 2,1 1,8 ‐3,1 ‐3,1 ‐3,1 8,9 8,1 7,7
Zona Euro 1,4 ‐0,6 ‐0,3 2,7 2,5 1,7 0,6 1,8 2,3 10,2 11,4 12,3
Alemanha 3,1 0,9 0,6 2,5 2,1 1,6 6,2 7,0 6,1 6,0 5,5 5,7
França 1,7 0,0 ‐0,1 2,1 2,0 1,6 ‐2,0 ‐2,4 ‐1,3 9,6 10,2 11,2
Portugal ‐1,6 ‐3,2 ‐2,3 3,6 2,8 0,7 ‐7,0 ‐1,5 0,1 12,7 15,7 18,3
Japão ‐0,6 2,0 1,6 ‐0,3 0,0 0,1 2,0 1,0 1,2 4,6 4,4 4,1
Eco. Emergentes e em Desenv. 6,4 5,1 5,3 7,2 5,9 5,9 1,9 1,4 1,0 ‐ ‐ ‐
Brasil 2,7 0,9 3,0 6,6 5,4 6,1 ‐2,1 ‐2,3 ‐2,4 6,0 5,5 6,0
Rússia 4,3 3,4 3,4 8,4 5,1 6,9 5,2 4,0 2,5 6,6 6,0 5,5
Índia 7,7 4,0 5,7 8,9 9,3 10,8 ‐3,4 ‐5,1 ‐4,9 ‐ ‐ ‐
China 9,3 7,8 8,0 5,4 2,7 3,0 2,8 2,6 2,6 4,1 4,1 4,1
África Sub‐Sahariana 5,3 4,8 5,6 9,3 9,1 7,2 ‐1,4 ‐2,8 ‐3,5 ‐ ‐ ‐
Fonte: Fundo Monetário Internacional (WEO Abril 2013).
Crescimento real do PIB Inflação Balança Corrente Desemprego
Notas: P‐ Projecções. A balança corrente está expressa em percentagem do PIB e o desemprego em termos da população activa. A inflação corresponde à variação homóloga
do índice de preços no consumidor.
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 37
2. Indicadores de Tendência da Actividade Económica
Indicadores de Actividade (em percentagem)
2013
1º Tri 2º Tri 3º Tri 4º Tri 1º Tri
Indicadores de Confiança (média móvel dos s.r.e)
Indicadores de Confiança na Indústria Transformadora 23,2 15,3 17,8 17,9 11,7 5,7 ‐3,7
Indicadores de Confiança na Construção ‐26,8 ‐36,2 ‐42,0 ‐37,7 ‐28,1 ‐20,5 ‐12,7
Indicadores de Confiança no Comércio em Feira 16,1 20,0 19,0 12,5 12,8 6,9 0,2
Indicadores de Confiança no Turismo ‐28,5 0,3 5,5 ‐9,2 ‐6,9 ‐2,5 0,1
Indicadores de Confiança nos Transportes 21,8 26,2 7,8 11,3 10,1 1,8 ‐9,0
Indicadores de Confiança no Comércio em Estabelecimento 9,4 9,7 8,8 7,1 3,6 ‐1,3 ‐3,7
Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas.
Nota: s.r.e. ‐ saldo de respostas extremas (quociente entre a diferença entre as respostas positivas e as respostas negativas e o número total de respostas).
20102012
2011
Indicadores de Consumo, Investimento e Comércio Externo (em percentagem)
2010 2011 2012
Dez Dez Dez Jan Fev Mar
Consumo (t.v.h.mm3)
Importações bens de consumo não duradouro 32,6 2,3 ‐15,9 ‐14,8 ‐6,8 ‐6,4
Importações bens de consumo duradouro 15,6 ‐0,7 13,7 2,3 ‐4,1 ‐11,9
Investimento (t.v.h.mm3)
Construção
Importações materiais de construção 27,8 ‐0,5 ‐13,9 ‐15,3 ‐19,6 ‐25,0
Importações de cimento 7,8 ‐11,2 ‐16,1 ‐9,2 ‐4,4 ‐8,3
Equipamento e material de transporte
Importações de bens de equipamentos 64,1 ‐5,8 ‐43,5 ‐42,0 ‐37,6 ‐35,4
Importações materiais de transporte ‐3,7 94,7 96,8 44,6 ‐1,8 ‐55,1
Importação de veículos automóveis 10,4 21,4 ‐25,6 ‐23,1 ‐20,8 ‐23,4
Comércio Internacional (t.v.h.mm3)
Exportações de mercadorias 33,5 18,2 ‐43,4 ‐39,1 ‐17,2 ‐7,3
Tradicionais 52,7 19,2 ‐46,0 ‐41,9 ‐12,2 ‐6,9
Transformados ‐5,6 8,7 ‐42,7 ‐22,1 ‐27,5 ‐8,1
Importações 10,0 31,6 ‐16,9 ‐29,1 ‐22,9 ‐12,7
Consumo 6,4 5,7 ‐6,8 ‐10,2 ‐4,6 ‐10,1
Intermédios 13,6 ‐1,0 ‐16,2 ‐14,9 ‐17,4 ‐21,2
Capital 12,5 15,3 31,6 ‐53,4 ‐43,9 ‐48,1
Combustíveis 12,6 289,9 ‐58,4 ‐52,6 ‐43,2 74,4
Outros 7,5 7,3 ‐16,8 ‐20,1 ‐7,9 ‐13,0
Fonte: Direcção Geral das Alfândegas, cálculos Banco de Cabo Verde.
Nota: t.v.h.mm3 ‐ taxa de variação homóloga de média móvel dos últimos três meses.
2013
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 38
3. Inflação
Indicadores de Inflação (em percentagem)
Jan Fev Mar
Índice de Preços no Consumidor
Taxa de variação homóloga 3,4 3,6 4,1 4,5 3,1 2,6
Taxa de variação média 2,1 4,5 2,5 2,7 2,7 2,8
Principais Agregados do IPC (t.v.h.)
Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas 4,5 3,9 5,6 4,9 3,4 2,1
Bebidas alcoólicas e tabaco 2,6 2,1 8,3 6,5 6,1 5,7
Vestuário e calçado 1,4 1,3 1,8 1,5 0,5 ‐0,4
Rendas de habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis 3,5 5,1 6,3 10,7 5,9 5,9
Acessórios, equip. doméstico e manutenção corrente da habitação 1,4 3,1 2,6 2,4 4,5 3,9
Saúde 2,1 0,4 0,3 0,3 0,3 0,3
Transportes 5,1 6,1 2,8 ‐0,6 ‐2,0 ‐1,9
Comunicações 0,0 0,0 ‐14,2 0,0 0,0 4,5
Lazer, recreação e cultura ‐0,9 ‐0,8 ‐2,9 ‐4,1 ‐4,3 ‐4,5
Ensino 0,1 ‐0,1 ‐0,2 0,0 0,0 0,0
Hotéis, restaurantes, cafés e similares 7,0 5,0 10,8 10,4 11,3 11,5
Bens e serviços diversos 0,9 0,5 4,3 4,0 4,8 5,0
Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas, cálculos Banco de Cabo Verde.
Nota: t.v.h. ‐ taxa de variação homóloga.
20132010 2011 2012
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 39
4. Sector Externo
Balança de Pagamentos (em milhões de escudos)
1º Tri t.v.h. em %
Balança Corrente e de Capital ‐14.568,2 ‐22.957,9 ‐16.847,8 808,4 ‐123,5
Balança Corrente ‐17.879,0 ‐23.943,0 ‐17.954,5 688,0 ‐118,2
Bens ‐56.821,8 ‐67.206,1 ‐61.629,5 ‐11.158,8 ‐20,2
Exportações 11.282,3 16.758,9 15.776,6 3.263,8 ‐20,1
Importações ‐68.104,1 ‐83.964,9 ‐77.406,1 ‐14.422,6 ‐20,2
Serviços 17.132,3 20.449,0 25.907,2 7.865,0 24,0
Exportações 42.173,9 45.749,4 51.275,5 13.719,2 8,1
Transporte aéreo 14.444,0 11.250,4 10.627,2 2.721,8 ‐6,1
Viagens de turismo 22.023,4 27.850,8 33.752,9 8.965,1 13,6
Importações ‐25.041,6 ‐25.300,4 ‐25.368,3 ‐5.854,2 ‐7,8
Rendimentos ‐6.479,5 ‐5.654,6 ‐5.105,4 ‐959,4 20,5
Rendimentos Investimento Directo ‐4.537,1 ‐3.254,7 ‐1.961,1 ‐266,7 294,5
Juros Dívida Externa Pública ‐667,5 ‐851,5 ‐1.150,6 ‐351,1 ‐2,4
Juros Dívida Externa Privada (bancos e outros sectores) ‐2.083,2 ‐2.262,2 ‐2.644,0 ‐435,4 ‐1,4
Transferências 31.600,8 29.453,8 23.979,9 5.061,6 1,2
Transferências Oficiais (correntes e de capital) 11.967,2 6.414,1 6.378,8 948,8 ‐23,9
Remessas de Emigrantes (correntes e de capital) 10.467,0 13.529,1 13.694,7 2.945,4 ‐10,1
Balança Financeira 22.325,1 19.538,8 21.700,5 4.289,2 ‐10,8
Investimento Directo 9.282,1 8.087,3 6.008,8 1.396,9 6,2
IDE excluindo Outro Capital 7.562,0 7.120,4 8.325,8 2.498,1 16,1
Dívida Externa Pública 14.656,7 14.265,7 17.206,9 2.422,8 ‐41,7
Dívida Externa Privada (outros sectores) ‐714,5 1.680,0 145,2 ‐558,7 64,9
Activos de Reserva ‐2.217,8 3.484,2 ‐4.059,2 ‐1.177,8 180,4
Fonte: Banco de Cabo Verde.
Nota: P ‐ Projecção; t.v.h. ‐ taxa de variação homóloga.
2010 2011 20122013
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 40
5. Síntese Monetária (saldos de fim de período, em milhões de escudos)
Jan Fev Mar
Taxas de Câmbio do CVE (valores médios)USD 83,5 83,6 84,1 83,1 82,5 85,0Libra 130,3 130,6 135,8 132,8 127,9 128,1Índice de Taxa de Câmbio Efectiva Nominal (2001=100) 104,5 104,5 104,3 104,2 104,5 104,4Índice de Taxa de Câmbio Efectiva Real (2001=100) 114,7 115,5 117,6 118,2 117,2 115,4
Taxas de Juro 1
Taxa de Absorção de Liquidez 2 1,8 1,8 3,3 3,3 3,3 3,3
Taxa de Cedência de Liquidez 2 7,3 7,3 8,8 8,8 8,8 8,8
91 a 180 dias 11,8 9,0 10,1 10,0 10,2 10,1181 dias a 1 ano 9,0 9,5 9,3 9,3 9,1 9,5Superior a 10 anos 9,8 9,2 8,8 9,3 8,8 8,8Descoberto 15,7 16,3 16,3 17,0 16,7 16,6
Taxas de Juro Efectivas Praticadas nas Operações de Depósitos de Residentes 3
31 a 90 dias 3,4 3,4 4,1 4,0 4,3 4,491 a 180 dias 4,1 4,0 4,0 4,1 4,0 3,9181 dias a 1 ano 4,5 4,2 3,8 4,3 4,3 4,31 a 2 anos 4,1 4,7 4,9 5,2 5,2 5,2
Taxas de Juro Efectivas Praticadas nas Operações de Depósitos de Emigrantes 3
31 a 90 dias 3,5 3,5 5,6 5,5 5,5 5,591 a 180 dias 4,1 4,2 4,0 4,4 4,4 4,5181 dias a 1 ano 4,1 4,2 3,7 4,1 4,1 4,11 a 2 anos 4,9 5,0 5,5 5,6 5,6 5,6
Bilhetes de Tesouro 3
91 dias 4,0 4,1 4,1 4,1 4,1 4,1182 dias 3,9 4,2 4,0 4,0 4,0 4,0364 dias 3,6 4,3 4,5 4,5 4,5 4,5
Agregados Monetários (t.v.h. em %, fim de período) 4
Activo Externo Líquido 6,4 ‐17,1 19,3 18,6 19,1 13,8Reservas Internacionais Líquidas do Banco de Cabo Verde 7,2 ‐11,3 14,0 9,2 9,9 16,5
Activo Interno Líquido 4,0 9,1 2,3 ‐1,0 ‐0,8 3,1M2 4,7 2,0 5,7 2,9 3,1 5,3M1 7,4 ‐12,1 4,4 1,8 3,9 6,3
Agregados de Crédito Bancário (t.v.h. em %, fim de período) 4
Crédito Interno Líquido 5,7 10,3 2,7 2,9 1,7 2,6Crédito Líquido às Administrações Públicas ‐8,2 13,2 15,9 17,9 14,2 18,3Crédito à Economia 9,3 9,8 0,0 ‐0,1 ‐0,9 ‐0,8
Empresas Públicas não Financeiras ‐7,6 190,0 ‐4,5 ‐4,4 ‐4,6 ‐4,7Empresas Privadas, Mistas e Particulares 9,3 9,4 0,1 ‐0,1 ‐0,8 ‐0,8
Fonte: Banco de Cabo Verde.
2 Em %, valores médios.3 Em %, valores ponderados.4 A partir de Janeiro de 2012 passou‐se a incluir todas as instituições do sistema bancário nacional com excepção do Ecobank.
20122013
Taxas de Juro Efectivas Praticadas nas Operações de Crédito 3
1 A partir do mês de Janeiro de 2012 incluiu‐se nos cálculos das taxas de juro, para além do banco central, seis bancos comerciais que operam no país. Cabe salientar que,
os dados anteriores ao referido período incluem apenas quatro bancos comerciais.
2010 2011
Relatório de Política Monetária
Banco de Cabo Verde / Maio de 2013 41
6. Finanças Públicas
Resumo das Operações do Sector Público Administrativo (em milhões de escudos)
Orçamento Executado Tx.Exec. t.v.h em % 1º Tri t.v.h. em %
Receitas Totais 39.679 37.916 40.737 35.050 86,0 ‐7,6 8.440 0,2
Receitas Correntes (excluindo Donativos) 30.239 33.574 36.709 32.282 87,9 ‐3,8 8.107 0,4Impostos 26.241 29.581 32.092 27.514 85,7 ‐7,0 6.712 ‐5,6dos quais:Impostos s/ o Rendimento 7.892 8.678 9.698 8.626 88,9 ‐0,6 2.321 ‐4,8Imposto s/ Valor Acrescentado ‐ IVA 10.521 11.603 12.756 10.402 81,5 ‐10,4 2.396 ‐7,1Impostos s/ o Consumo 1.227 1.706 1.850 1.498 81,0 ‐12,2 409 24,7Imp. s/ Transacções Internacionais 5.634 6.228 6.227 5.778 92,8 ‐7,2 1.267 ‐14,2
Segurança Social 42 37 12 13 108,3 ‐64,9 1 ‐83,3Transferências (donativos) 9.440 4.342 4.028 2.768 68,7 ‐36,3 333 ‐6,2Outras Receitas 3.956 3.956 4.605 4.755 103,3 20,2 1.394 46,0
OFN 0 0 0 0
Despesas Totais ‐27.496 ‐28.815 ‐32.209 ‐29.805 92,5 3,4 ‐7.462 2,5Despesas Correntes ‐27.496 ‐28.815 ‐32.209 ‐29.805 92,5 3,4 ‐6.832 3,3dos quais:Despesas c/ Pessoal ‐13.323 ‐13.967 ‐15.729 ‐14.354 91,3 2,8 ‐3.406 1,9Aquisição de Bens e Serviços ‐2.806 ‐2.847 ‐3.354 ‐2.701 80,5 ‐5,1 ‐327 ‐13,0Juros da Dívida Externa ‐699 ‐852 ‐1.000 ‐1.151 115,1 35,1 ‐383 ‐10,7Juros da Dívida Interna ‐1.460 ‐1.425 ‐1.410 ‐1.715 121,6 20,4 ‐314 ‐12,8Subsídios ‐752 ‐994 ‐439 ‐274 62,4 ‐72,4 ‐38 81,0Transferências Correntes ‐3.873 ‐3.695 ‐4.037 ‐3.635 90,0 ‐1,6 ‐876 3,2Beneficios Sociais ‐2.893 ‐3.345 ‐3.328 ‐3.621 108,8 8,3 ‐970 17,7Outras Despesas Correntes ‐1.677 ‐1.690 ‐2.852 ‐2.000 70,1 18,3 ‐229 0,4
Despesas correntes de investimento ‐630 ‐5
Activos não Financeiros ‐27.363 ‐22.654 ‐24.680 ‐23.938 97,0 5,7 ‐2.159 ‐38,3Compra de Activos ‐27.413 ‐22.724 ‐24.964 ‐23.938 95,9 5,3 ‐2.159 ‐38,3dos quais: Programa de Investimento ‐27.161 ‐22.627 ‐24.828 ‐23.891 96,2 5,6 ‐2.157 ‐38,3
Venda de Activos ‐50 ‐70 ‐284 0 0
Resultado global, incl. Donativos ‐15.180 ‐13.553 ‐16.152 ‐18.693 ‐1.181 (Em % do PIB) ‐11,0 ‐9,0 ‐12,1 ‐14,0 ‐0,9
Resultado global, excl. Donativos ‐24.620 ‐17.895 ‐20.180 ‐21.461 ‐1.514 (Em % do PIB) ‐17,8 ‐11,9 ‐15,1 ‐16,0 ‐1,1
Resultado global primário, incl. Donativos ‐13.007 ‐11.276 ‐13.682 ‐15.827 ‐484 (Em % do PIB) ‐9,4 ‐7,5 ‐10,2 ‐11,8 ‐0,3
Resultado global primário, excl. Donativos ‐22.447 ‐15.618 ‐17.710 ‐18.595 ‐817 (Em % do PIB) ‐16,2 ‐10,4 ‐13,2 ‐13,9 ‐0,6
Resultado corrente 2.743 4.759 4.500 2.477 645 (Em % do PIB) 2,0 3,2 3,4 1,9 0,5
Financiamento 14.677 13.141 16.151 18.367 2.017Activos Financeiros ‐834 ‐3.150 ‐3.115 ‐3.131 ‐1.002Passivos Financeiros 15.511 16.291 19.266 21.498 3.019Interno Líquido 988 2.119 3.982 4.273 389
Externo Líquido 14.523 14.172 15.284 17.225 2.631
Fonte: Ministério das Finanças; Banco de Cabo Verde.
Nota: t.v.h. ‐ taxa de variação homóloga.
201320112010
2012