baluarte alexandrino

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Cordel sobre um grupo de super-heróis no Brasil.

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Cárlisson Galdino nasceu em 1981 no município de Arapiraca, Alagoas, sendo Membro Efetivo da Academia Arapiraquense de Letras e Artes (ACALA) desde 2006, com a cadeira de número 37, do patrono João Ribeiro Lima.

Poeta, contista e romancista, possui um livro de poesias publicado em papel, além de dois romances, duas novelas, diversos

contos e poesias publicados na Internet, em seu sítio pessoal: http://www.carlissongaldino.com.br/.

Como cordelista, iniciou publicando o Cordel do Software Livre, que foi distribuído para divulgação dos ideais desse movimento social.

Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Alagoas, onde hoje trabalha, é defensor do Software Livre e mantém alguns projetos próprios. Presidente do GUSLA – Grupo de Usuários de Software Livre de Arapiraca.

Literatura de cordel é um tipo de poesia popular especialmente no Nordeste brasileiro. Tradição de Portugal, os livretos deste tipo de poesia eram vendidos em feiras, pendurados em barbante (ou cordel).

O cordel Baluarte Alexandrino não segue um modelo métrico, rítmico ou de rima convencional, variando muito no decorrer dos seus versos.

2011

Baluarte Alexandrino

Chegam os primeiros raios de solTrazendo luz à capital estadualE invadindo janelas, levam lucidezPara todos, que criam ser um dia normal

Mas curioso é o que as forças do tempo criamPra contrariar quem pensa que é deus, mas é mortalSão capazes de modificar o que há de mais natural

Parecia normal mas, daquela vezO sol brilhou mais forte, um brilho excepcionalE num lance de magia contrariou todosQue criam ser um dia normal

E a magia brilhava de novo na TerraO que gerou um gigantesco caos socialNinguém conseguia entender mais nadaApós uma mudança tão radical

O tempo mudava sem avisarOs loucos começavam a levitarE pouco a pouco os sãos enlouqueciamViam tudo e nada entendiam

Veio então um tal de Mano ReiConhecedor de muitos segredos arcanosE desde então se desconhecia a leiEle pregava o caos com seus maus dons profanos

- É o fim de tudo. - todos proclamavam- E o pior é que o pior ainda está por virFoi quando do subúrbio apareceu a salvaçãoNo calor e combustão das mãos de Vlademir

Vlademir Gláder sempre foi um revoltadoMas soube canalizar isso para o lado certoE se tornou justiceiro, ganhando dinheiroMatando quem tentava bancar o esperto

Mas foi em meio ao caos que ele descobriuQue ganhara dons fortes, de tal maneiraQue Vlademir Gláder ser sentia um deusCapaz de explodir em chamas a cidade inteira

E Vlademir se levantou contra o poderDo Mano Rei, quando este já tinha seguidoresMas só serviu pra medirem suas forçasFoi um simples confronto sem vencedores

Mas Vlademir e Mano Rei não tavam sósHavia mais dotados de poderes no pedaçoE Mano Rei saiu a procurar reforçosPra poder montar o seu próprio exército de aço

Perseguindo mais alguns bandidosEstava o solitário justiceiroQuando por um outro cara foi procuradoQue lhe chamou: o primeiro super-herói do mundo

[inteiro

Vlad Gláder, como ficou conhecidoJá era capaz de inflamar a terra e o céuJunto de José da Silva, completou o quartetoA chegada de Antônio Manoel e Miguel

José da Silva tinha a águaMiguel controlava os ventosE o Antônio Manoel completava para o grupoO domínio sobre os quatro elementos

E o quarteto elemental partiuPra enfrentar as forças do malEm toda a tropa do Mano ReiCom um heroísmo fora do normal

Vlad Gláder saía na frenteIncinerando a linha de frente do oponenteE José da Silva, a ele renteDestruia o Q.G. com uma rajada de torrentes

Antônio Manoel abria no cimentoUma cratera em um minuto barulhentoEnquanto Miguel seguia pro céu lentoPra surpreendê-los, de cima, trazido pelos ventos

Foi uma luta de horas a fioTiveram que lutar contra um dragãoPsíquicos, metamorfos, necromantes com seusExércitos de monstros em decomposição

Mas no fim eles venceramE conseguiram encontrar o Mano ReiE lutaram por tanto tempoTanto tempo, tanto que eu nem sei

E numa ensurdecedoraExplosão de brasas, chamas e vaporToda a tirania do Mano ReiCaía ao poder do quarteto aniquilador

E a ordem voltava à cidadeO povo aplaudiu de pé seus defensoresE Vlad Gláder e os outros trêsPassaram a perseguir todos os tipos de infratores

Mas tudo tinha as mãos das cinco naçõesFazia parte de seu jogo imundoE eles não aceitariam perderPra um simples país de terceiro mundo

O mundo se voltou contra os quatroConfrontos e boatos por televisãoEm um mundo de loucos sãoLoucos os que são sãos

Da noite para o dia para o povoMocinhos viravam vilõesVlad Gláder era procuradoPelos poderosos das cinco nações

Não dá pra viver mais assimTemos que arrumar uma proteçãoVamos logo ou logo será o fim de nósNossas lutas não podem ter sido em vão

E como o muro de BerlinDa noite para o dia se erguiam paredesDe pedras, no meio da cidadeReforçadas contra caças, mísseis e foguetes

Estava pronto o baluarteEles podiam finalmente dormir em pazLutar às vezes é bomMas, sem razão, já haviam lutado demais

Todos os seus inimigosTentaram de alguma forma invadirMas os que chegaram pertoConheceram o inferno nas chamas de Vlademir

Mas um dia qualquer, sem razão aparenteEstando com Vlad Gláder sozinhoResolveu destruir um dos maiores do planetaCom um pouco de veneno em um simples copo de

[vinho

Depois de tanto esforço defendendo o baluarteMorreu como o Grande, traído por um aliadoEm seu baluarte ninguém poderia entrarMas seu inimigo habitava do seu lado

-- Cárlisson Galdino-- http://www.carlissongaldino.com.br/

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