baixa tera restricao de publicidade

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C10 Cidades/Metrópole DOMINGO, 19 DE DEZEMBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO CULTURA Niemeyer deu o projeto, mas sala ficou vazia A Comissão Europeia quer sa- ber por que uma sala de concer- tos projetada por Oscar Nie- meyer não é mais usada quase um ano após sua inauguração de gala. Responsável pelo proje- to, o sociólogo italiano Domeni- co de Masi disse que o fecha- mento do auditório em Ravello, região próxima a Nápoles, na Itália, é “um crime contra a hu- manidade e a União Europeia”. Niemeyer projetou o edifício de graça como presente a De Masi. O porta-voz da Comissão dis- se que o auditório custou mais de 16 milhões. O governo lo- cal recebeu mais de 5 mi- lhões de um programa que chegou ao fim em 2009 e esperava-se que o restante da quantia fosse proporcionado por um novo programa. Mas ainda não se sabe se Bruxelas pagará a conta. Até hoje, a sala foi usada em apenas duas ocasiões – em maio, nu- ma premiação, e em setem- bro, para duas apresenta- ções. Procurado, o governo da Campânia, responsável pela área, não deu explica- ções. / THE GUARDIAN Falecimentos O engenheiro civil Vicente Campos Paes Barretto esta- va com o presidente Juscelino Kubitschek e o arquiteto Oscar Niemeyer na construção de Bra- sília. Morou cinco anos no can- teiro de obras. Construiu o pri- meiro hospital de base da futura capital e também o Palácio do Catetinho–apelidodadoemho- menagem ao Palácio do Catete, no Rio. Quando o presidente idealizadordanovacidadevisita- vaasobras,asnoiteseramdefes- ta ao som do violão. Pernambucano de Caruaru, Barretto era formado no Rio de Janeiro.LogoentrouparaoInsti- tuto de Aposentadorias e Pen- sões dos Industriários, onde era engenheiro-chefe quando foi chamado para Brasília. Dia 14, aos 96 anos. Para publicar anúncio fúnebre: Balcão Iguatemi – Shopping Iguatemi 1a - 04, tel. 3815-3523 / fax 3814-0120 – Atendimento de 2ª a sábado, das 10 às 22 horas, e aos domingos, das 14 às 20 horas. Balcão Limão – Av. Prof. Celestino Bourroul, 100, tel. 3856-2139 / 3857-4611 / fax 3856-2852 – Atendimento de 2ª a 6ª das 9 às 19 horas. Só serão publicadas notícias de falecimento/missa encaminhadas pelo e-mail [email protected], com nome do remetente, endereço, RG e telefone LOTERIAS PELO MUNDO Lisboa restringe publicidade no centro Releitura da reconstrução após terremoto de 1755, plano tenta estimular mercado e turismo em área histórica degradada da capital portuguesa Projeto é um incentivo para mercado em crise Mundo Urbano Vitor Sorano Simone Cunha / LISBOA ESPECIAL PARA O ESTADO A filha de Maria da Costa Oli- veira Ferraz, de 69 anos, traba- lha na Baixa, o centro históri- co de Lisboa, mas não quer vi- ver no bairro da mãe. Foi mo- rar a 23 km, na região metropo- litana da capital portuguesa. “Eles não querem ficar aqui, a Baixa está morta, o bairro está fechado.” Ela mora só, no 4.º andar de um edifício em que sua única vizinha é outra apo- sentada – os outros aparta- mentos viraram escritórios. Principal destino turístico de Lisboa, com cerca de 3 mi- lhões de visitantes em 2010 e um dos metros quadrados mais caros da cidade, a Baixa tem 13% dos imóveis vazios, a maioria das fachadas degrada- das e quatro vezes mais ido- sos que jovens. Como estraté- gia de revitalização, a Câmara Municipal de Lisboa, o equiva- lente à prefeitura, aprovou em novembro um plano que restringe publicidade e trânsi- to, transforma ruas em shop- pings a céu aberto e dá incenti- vo fiscal à construção de imó- veis para jovens. O texto deve ser sanciona- do pela Assembleia Municipal na terça. A Câmara também prevê usar um mecanismo, aprovado em 2009 em Portu- gal, que lhe dá direito a obri- gar proprietários a vender seus imóveis. Antigo centro do Estado português, a Baixa Pombalina tem cerca de 500 imóveis em 44 hectares. O conjunto é re- sultante do projeto de recons- trução de Lisboa capitaneado pelo Marquês de Pombal após o terremoto de 1755, que devas- tou a cidade. Mais da metade dos edifícios é anterior a 1919. No subsolo, há sítios arqueológicos da idade do ferro até o período medieval cristão. Desde meados do século passado, a região co- meçou a degradar-se acelerada- mente com a saída da população. Apesar de facilitar a realização de obras, o plano atual é uma re- leitura da versão de 255 anos atrás e impõe, assim como o ante- cessor, regras detalhadas, desde a estrutura até as típicas facha- das dos edifícios. As tintas que serão usadas nos paramentos ex- teriores, por exemplo, devem ter brilho idêntico ao obtido por caiação. Os telhados precisarão manter a paisagem avermelhada característica da cidade. A proposta é recuperar o que for possível – usando materiais originais ou imitações – e retirar o que não se adapta à paisagem, como marquises. Painéis eletrô- nicos devem ser extintos. Em um quadrilátero entre as Ruas de Santa Justa, onde fica o eleva- dor de mesmo nome, e da Vitó- ria, a Câmara quer criar um shop- ping a céu aberto, privatizando a gestão do espaço público – seme- lhante ao que, no Brasil, permite a concessão urbanística, aprova- da em 2009 para a Rua Santa Ifi- gênia, na cracolândia. Esperança Marques Lana Aos 79 anos, era viúva. Deixa seis fi- lhos, netos e bisnetos. O enterro foi em Timóteo, em Minas Gerais. Diva Vigiarelli Elias – Dia 16, aos 78 anos, era casada. Deixa filhos e netos. O enterro foi no Cemitério Memorial Parque Paulista. Maria de Oliveira Quaresma Aos 60 anos, era divorciada. Deixa dois filhos, familiares e amigos. O enterro foi no Cemitério Jardim Par- que dos Ipês. Gabriela Vilela Pereira da Sil- va – Dia 15, aos 13 anos. Deixa pais, irmãos, avós e tios. O enterro foi no Crematório e Cemitério Parque Pau- lista. Eloy Fornasaro – Aos 86 anos, era casado com Marina Soares Re- sende Fornasaro. Deixa irmã Vera, familiares e amigos. O corpo foi tras- ladado no Crematório da Vila Alpi- na. Eduardo Gomes – Aos 80 anos. Filho de Valentim José Gomes e Maria da Glória Leite Maia Gomes. Deixa os filhos Wagner e Rita de Cássia, familiares e amigos. O enter- ro foi no Cemitério do Araçá. MISSAS Professora drª Heleieth Iara Bongiovani Saffioti – Hoje, às 19h30, na Igreja de Nossa Senhora da Consolação, na Rua da Consola- ção, 585, Consolação (7º dia). Engenheiro Vicente Campos Paes Barretto – Hoje, às 18 ho- ras, no Santuário Santa Cruz da Re- conciliação, na Rua Valdomiro Fleu- ry, 180, Butantã (7º dia). Enio Miashiro – Hoje, às 18h30, na Paróquia São João Bosco, na Rua Cerro Corá, 2101, Alto da Lapa (7º dia). Com três sorteios da Mega-Sena nesta semana, vale saber que o maior prêmio já pago em uma loteria no mundo saiu nos EUA: US$ 390 milhões, em 6 de março de 2007. Dois apostadores levaram. Mercado da Madalena, a ‘trincheira sertaneja’ No geral favorável, a Associa- ção de Moradores da Baixa Pom- balina questiona alguns pontos do plano, como o estímulo à habi- tação temporária. O plano é que 30% da superfície residencial seja usada para períodos curtos de estada, desde hotelaria – um prédio vai virar unidade cinco-es- trelas – até residências estudan- tis ou empresariais. “Esses mora- dores têm necessidades diferen- tes tanto em relação ao espaço urbano quanto às atividades co- merciais”, diz António Rosado, da associação. Para Guida Perei- ra da Conceição, gerente de uma das cerca de 60 lojas históricas a serem conservadas, as regras para publicidade são positivas. “Essas lojas que retiram as por- tas, colocam vidros ou qualquer coisa nas vitrines descaracteri- zam o lugar.” / V.S. e S.C. Morou no canteiro de obras de Brasília PARQUEEXPO.PT LEO CALDAS/AE-15/4/2010 HABITAT A VIDA NAS CIDADES Revitalização. Plano da prefeitura de Lisboa deve começar a ser implementado em 2011; custo estimado é de 700 mi Plano de habitação é questionado Angela Lacerda / RECIFE Os sábados no Mercado Públi- co da Madalena, no Recife, são uma festa em torno do ser- tão nordestino, protagoniza- da por sertanejos que não se enquadram no perfil de reti- rantes. Moradores da capital, são poetas, declamadores, cantores, produtores cultu- rais que amam a alma sertane- ja e lutam para manter viva uma tradição que temem ser extinta em meio ao “forró de plástico” – como Sivuca chama as bandas estilizadas. Um sábado no Mercado da Ma- dalena tem cerveja gelada, quei- jo de manteiga ou coalho (típi- cos do sertão), música, poesia, discussão e risos em torno de “causos”. Muitos defendem que os can- tadores de repente são gênios in- justiçados. “O maior foi Pinto do Monteiro”, dizem o poeta pernambucano Marcos Passos e o escritor paraibano Zelito Nu- nes sobre Severino Lourenço da Silva, nascido em 1895. Da nova geração tem destaque Os Nona- tos. O produtor cultural e jornalis- ta Anselmo Alves fica indignado com a possível extinção da sanfo- na de oito baixos, que era tocada por Luiz Gonzaga e hoje sobrevi- ve com Arlindo dos Oito Baixos. “E quando Arlindo se for? Quem vai tocar oito baixos?” A brincadeira em torno de poe- sia, cachaça e cantoria, batizada de “Prozac coletivo”, só termina perto da hora do fechamento do mercado, às 18h. Para recome- çar no sábado seguinte. Em meio a um mercado imobiliá- rio deprimido como o portu- guês, facilitar obras de reabilita- ção no centro histórico pode ser um alento. De 2008 para 2009, quando algumas regras do Plano Diretor Municipal já haviam si- do levantadas e o plano atual es- tava em análise, o licenciamento de edifícios de apartamento sal- tou de 6 para 17 na Baixa, segun- do a consultora Confidencial Imobiliário. Também subiu na área definida como “zona históri- ca”. No restante da cidade, estag- nou ou caiu vertiginosamente. “O Plano Diretor Municipal apenas previa restauro nesta zo- na, por isso a atividade imobiliá- ria estava muito limitada”, diz Glória Martins, da Madrilisboa, de gestão imobiliária. A previsão é de que o plano esteja em vi- gor até o fim de 2011. O custo total é de 700 milhões, qua- se tudo da iniciativa privada. A Câmara está revendo pla- nos para outras regiões histó- ricas, como a Alfama e o Chia- do. “Algumas condições impe- diram essas áreas de se desen- volver”, diz Jorge Catarino, di- retor de reabilitação urbana da Câmara. Entre elas, o con- gelamento de aluguéis, em vi- gor desde o século passado e que torna os valores irrisó- rios. “Há imóveis com aluguel de 50.” / V.S. e S.C. ‘Prozac coletivo’. Poetas e cantores se reúnem aos sábados ILTON JUNIOR/AE

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reportagem sobre mudanca na legislacao de publicidade da Baixa Pombalina, em Lisboa

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Page 1: Baixa tera restricao de publicidade

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C10 Cidades/Metrópole DOMINGO, 19 DE DEZEMBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

CULTURANiemeyer deu o projeto,mas sala ficou vaziaA Comissão Europeia quer sa-ber por que uma sala de concer-tos projetada por Oscar Nie-meyer não é mais usada quaseum ano após sua inauguraçãode gala. Responsável pelo proje-to, o sociólogo italiano Domeni-co de Masi disse que o fecha-mento do auditório em Ravello,região próxima a Nápoles, naItália, é “um crime contra a hu-manidade e a União Europeia”.Niemeyer projetou o edifício degraça como presente a De Masi.

O porta-voz da Comissão dis-se que o auditório custou maisde€ 16 milhões. O governo lo-cal recebeu mais de€ 5 mi-lhões de um programa

que chegou ao fim em 2009 eesperava-se que o restante daquantia fosse proporcionadopor um novo programa. Masainda não se sabe se Bruxelaspagará a conta. Até hoje, asala foi usada em apenasduas ocasiões – em maio, nu-ma premiação, e em setem-bro, para duas apresenta-ções. Procurado, o governoda Campânia, responsávelpela área, não deu explica-ções. / THE GUARDIAN

Falecimentos

O engenheiro civil VicenteCampos Paes Barretto esta-va com o presidente JuscelinoKubitschek e o arquiteto OscarNiemeyer na construção de Bra-

sília. Morou cinco anos no can-teiro de obras. Construiu o pri-meiro hospital de base da futuracapital e também o Palácio doCatetinho–apelidodadoemho-menagem ao Palácio do Catete,no Rio. Quando o presidenteidealizadordanovacidadevisita-vaasobras,asnoiteseramde fes-ta ao som do violão.

Pernambucano de Caruaru,Barretto era formado no Rio deJaneiro.LogoentrouparaoInsti-tuto de Aposentadorias e Pen-sões dos Industriários, onde eraengenheiro-chefe quando foichamado para Brasília. Dia 14,aos 96 anos.

Para publicar anúncio fúnebre: Balcão Iguatemi – Shopping Iguatemi 1a - 04, tel. 3815-3523 / fax 3814-0120 – Atendimento de 2ª a sábado, das 10 às 22 horas, e aos domingos, das 14 às 20 horas.Balcão Limão – Av. Prof. Celestino Bourroul, 100, tel. 3856-2139 / 3857-4611 / fax 3856-2852 – Atendimento de 2ª a 6ª das 9 às 19 horas. Só serão publicadas notícias de falecimento/missa encaminhadas peloe-mail [email protected], com nome do remetente, endereço, RG e telefone

LOTERIAS PELO MUNDO

Lisboa restringe publicidade no centroReleitura da reconstrução após terremoto de 1755, plano tenta estimular mercado e turismo em área histórica degradada da capital portuguesa

Projeto é um incentivopara mercado em crise

Mundo Urbano

Vitor SoranoSimone Cunha / LISBOAESPECIAL PARA O ESTADO

A filha de Maria da Costa Oli-veira Ferraz, de 69 anos, traba-lha na Baixa, o centro históri-co de Lisboa, mas não quer vi-ver no bairro da mãe. Foi mo-rar a 23 km, na região metropo-litana da capital portuguesa.“Eles não querem ficar aqui, aBaixa está morta, o bairro estáfechado.” Ela mora só, no 4.ºandar de um edifício em quesua única vizinha é outra apo-sentada – os outros aparta-mentos viraram escritórios.

Principal destino turísticode Lisboa, com cerca de 3 mi-lhões de visitantes em 2010 eum dos metros quadradosmais caros da cidade, a Baixatem 13% dos imóveis vazios, amaioria das fachadas degrada-das e quatro vezes mais ido-sos que jovens. Como estraté-gia de revitalização, a CâmaraMunicipal de Lisboa, o equiva-lente à prefeitura, aprovouem novembro um plano querestringe publicidade e trânsi-to, transforma ruas em shop-pings a céu aberto e dá incenti-vo fiscal à construção de imó-veis para jovens.

O texto deve ser sanciona-do pela Assembleia Municipalna terça. A Câmara tambémprevê usar um mecanismo,aprovado em 2009 em Portu-gal, que lhe dá direito a obri-gar proprietários a venderseus imóveis.

Antigo centro do Estadoportuguês, a Baixa Pombalinatem cerca de 500 imóveis em44 hectares. O conjunto é re-sultante do projeto de recons-trução de Lisboa capitaneadopelo Marquês de Pombal após

o terremoto de 1755, que devas-tou a cidade. Mais da metade dosedifícios é anterior a 1919. Nosubsolo, há sítios arqueológicosda idade do ferro até o períodomedieval cristão. Desde meadosdo século passado, a região co-meçou a degradar-se acelerada-mente com a saída da população.

Apesar de facilitar a realizaçãode obras, o plano atual é uma re-leitura da versão de 255 anosatrás e impõe, assim como o ante-cessor, regras detalhadas, desdea estrutura até as típicas facha-das dos edifícios. As tintas queserão usadas nos paramentos ex-teriores, por exemplo, devem terbrilho idêntico ao obtido por

caiação. Os telhados precisarãomanter a paisagem avermelhadacaracterística da cidade.

A proposta é recuperar o quefor possível – usando materiaisoriginais ou imitações – e retiraro que não se adapta à paisagem,como marquises. Painéis eletrô-nicos devem ser extintos. Emum quadrilátero entre as Ruasde Santa Justa, onde fica o eleva-dor de mesmo nome, e da Vitó-ria, a Câmara quer criar um shop-ping a céu aberto, privatizando agestão do espaço público – seme-lhante ao que, no Brasil, permitea concessão urbanística, aprova-da em 2009 para a Rua Santa Ifi-gênia, na cracolândia.

Esperança Marques Lana –Aos 79 anos, era viúva. Deixa seis fi-lhos, netos e bisnetos. O enterro foiem Timóteo, em Minas Gerais.

Diva Vigiarelli Elias – Dia 16, aos78 anos, era casada. Deixa filhos e

netos. O enterro foi no CemitérioMemorial Parque Paulista.

Maria de Oliveira Quaresma –Aos 60 anos, era divorciada. Deixadois filhos, familiares e amigos. Oenterro foi no Cemitério Jardim Par-que dos Ipês.

Gabriela Vilela Pereira da Sil-va – Dia 15, aos 13 anos. Deixa pais,irmãos, avós e tios. O enterro foi noCrematório e Cemitério Parque Pau-lista.

Eloy Fornasaro – Aos 86 anos,era casado com Marina Soares Re-

sende Fornasaro. Deixa irmã Vera,familiares e amigos. O corpo foi tras-ladado no Crematório da Vila Alpi-na.

Eduardo Gomes – Aos 80 anos.Filho de Valentim José Gomes eMaria da Glória Leite Maia Gomes.Deixa os filhos Wagner e Rita deCássia, familiares e amigos. O enter-ro foi no Cemitério do Araçá.

MISSASProfessora drª Heleieth IaraBongiovani Saffioti – Hoje, às19h30, na Igreja de Nossa Senhorada Consolação, na Rua da Consola-ção, 585, Consolação (7º dia).

Engenheiro Vicente CamposPaes Barretto – Hoje, às 18 ho-ras, no Santuário Santa Cruz da Re-conciliação, na Rua Valdomiro Fleu-ry, 180, Butantã (7º dia).

Enio Miashiro – Hoje, às 18h30,na Paróquia São João Bosco, naRua Cerro Corá, 2101, Alto da Lapa(7º dia).

Com três sorteios da Mega-Sena nesta semana,vale saber que o maior prêmio já pago em umaloteria no mundo saiu nos EUA: US$ 390 milhões,em 6 de março de 2007. Dois apostadores levaram.

Mercado daMadalena, a‘trincheirasertaneja’

● No geral favorável, a Associa-ção de Moradores da Baixa Pom-balina questiona alguns pontosdo plano, como o estímulo à habi-tação temporária. O plano é que30% da superfície residencialseja usada para períodos curtosde estada, desde hotelaria – umprédio vai virar unidade cinco-es-trelas – até residências estudan-tis ou empresariais. “Esses mora-dores têm necessidades diferen-tes tanto em relação ao espaçourbano quanto às atividades co-merciais”, diz António Rosado,da associação. Para Guida Perei-ra da Conceição, gerente de umadas cerca de 60 lojas históricas aserem conservadas, as regraspara publicidade são positivas.“Essas lojas que retiram as por-tas, colocam vidros ou qualquercoisa nas vitrines descaracteri-zam o lugar.” / V.S. e S.C.

Morou no canteirode obras de Brasília

PARQUEEXPO.PT

LEO CALDAS/AE-15/4/2010

HABITATA VIDA NAS CIDADES

Revitalização. Plano da prefeitura de Lisboa deve começar a ser implementado em 2011; custo estimado é de € 700 mi

Plano de habitaçãoé questionado

Angela Lacerda / RECIFE

Os sábados no Mercado Públi-co da Madalena, no Recife,são uma festa em torno do ser-tão nordestino, protagoniza-da por sertanejos que não seenquadram no perfil de reti-rantes. Moradores da capital,são poetas, declamadores,cantores, produtores cultu-rais que amam a alma sertane-ja e lutam para manter vivauma tradição que temem ser

extinta em meio ao “forró deplástico” – como Sivuca chamaas bandas estilizadas.

Um sábado no Mercado da Ma-dalena tem cerveja gelada, quei-jo de manteiga ou coalho (típi-cos do sertão), música, poesia,discussão e risos em torno de“causos”.

Muitos defendem que os can-tadores de repente são gênios in-justiçados. “O maior foi Pintodo Monteiro”, dizem o poetapernambucano Marcos Passos eo escritor paraibano Zelito Nu-nes sobre Severino Lourenço daSilva, nascido em 1895. Da novageração tem destaque Os Nona-tos.

O produtor cultural e jornalis-ta Anselmo Alves fica indignadocom a possível extinção da sanfo-na de oito baixos, que era tocada

por Luiz Gonzaga e hoje sobrevi-ve com Arlindo dos Oito Baixos.“E quando Arlindo se for? Quemvai tocar oito baixos?”

A brincadeira em torno de poe-

sia, cachaça e cantoria, batizadade “Prozac coletivo”, só terminaperto da hora do fechamento domercado, às 18h. Para recome-çar no sábado seguinte.

Em meio a um mercado imobiliá-rio deprimido como o portu-guês, facilitar obras de reabilita-ção no centro histórico pode serum alento. De 2008 para 2009,quando algumas regras do PlanoDiretor Municipal já haviam si-do levantadas e o plano atual es-tava em análise, o licenciamentode edifícios de apartamento sal-tou de 6 para 17 na Baixa, segun-

do a consultora ConfidencialImobiliário. Também subiu naárea definida como “zona históri-ca”. No restante da cidade, estag-nou ou caiu vertiginosamente.

“O Plano Diretor Municipalapenas previa restauro nesta zo-na, por isso a atividade imobiliá-ria estava muito limitada”, dizGlória Martins, da Madrilisboa,de gestão imobiliária. A previsão

é de que o plano esteja em vi-gor até o fim de 2011. O custototal é de€ 700 milhões, qua-se tudo da iniciativa privada.

A Câmara está revendo pla-nos para outras regiões histó-ricas, como a Alfama e o Chia-do. “Algumas condições impe-diram essas áreas de se desen-volver”, diz Jorge Catarino, di-retor de reabilitação urbanada Câmara. Entre elas, o con-gelamento de aluguéis, em vi-gor desde o século passado eque torna os valores irrisó-rios. “Há imóveis com aluguelde€ 50.” / V.S. e S.C.

‘Prozac coletivo’. Poetas e cantores se reúnem aos sábados

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