publicidade - ulisboa

7

Upload: others

Post on 03-Oct-2021

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PUBLICIDADE - ULisboa
Page 2: PUBLICIDADE - ULisboa

PUBL

ICID

AD

EPU

BLIC

IDA

DE

[travessa luís teotónio pereira, cova da piedade, almada]

[212 766 975 | 967 354 861]

[[email protected]]

[http://www.caa.org.pt]

[http://www.facebook.com]

Associação de Utilidade Pública Sem Fins Lucrativos

Organização Não-Governamental de Ambiente 1972 - 201846 anos de intervenção social,

a promover uma visão integrada da Arqueologia, do Património Cultural eAmbiental e da História local e regional,

no exercício partilhado de uma cidadania cultural e cientificamente

informadauma Associaçãoem que dá gostoparticipar! peça já a sua ficha de inscrição

Page 3: PUBLICIDADE - ULisboa

3

EDITORIAL

II Série, n.º 22, tomo 3, Janeiro 2019

Proprietário e Editor |Centro de Arqueologia de Almada,Apartado 603 EC Pragal, 2801-601 Almada PortugalNIPC | 501 073 566Sede | Travessa Luís TeotónioPereira, Cova da Piedade, 2805-187 AlmadaTelefone | 212 766 975E-mail | [email protected] | www.almadan.publ.ptISSN | 2182-7265Estatuto editorial |www.almadan.publ.ptDistribuição | http://issuu.com/almadanParceria | ArqueoHoje - Conservaçãoe Restauro do PatrimónioMonumental, Ld.ªApoio | Neoépica, Ld.ªDirector | Jorge Raposo([email protected])Publicidade | Centro de Arqueologiade Almada ([email protected])Conselho Científico |Amílcar Guerra, António Nabais, Luís Raposo, Carlos Marques da Silvae Carlos Tavares da SilvaRedacção | Centro de Arqueologia deAlmada (sede): Vanessa Dias,Ana Luísa Duarte, ElisabeteGonçalves e Francisco Silva

Resumos | Jorge Raposo (português),Luisa Pinho (inglês) e Maria Isabel dosSantos (francês)Modelo gráfico, tratamento de imageme paginação electrónica | Jorge RaposoRevisão | Vanessa Dias, FernandaLourenço e Sónia TchissoleColaboram neste número |Suely Amâncio-Martinelli, TelmoAntónio, Ana C. Araújo, ThierryAubry, Renata F. Barbosa, LuísaBatalha, Carlos Boavida, GuilhermeCardoso, André Carneiro, António R.

Carvalho, Vânia Carvalho, Tània M.Casimiro, Ana M. Costa, FernandoCosta, Francisco Curate, Luca A.Dimuccio, Ana Luísa Duarte, VitorDurão, José d’Encarnação, LídiaFernandes, Carlos Galhano, CristinaGameiro, Jesús García Sánchez,Carolina Grilo, Rogier A. A. Kalkers,Sebastião L. de Lima Filho, VirgílioLopes, Joana S. Macedo, João Marques,Jorge A. M. Marques, Teresa Marques,Henrique Matias, Leonor A. P. deMedeiros, Henrique Mendes, Paulo C.F. Monteiro, Nuno Neto, Rui Oliveira,

Capa | Jorge Raposo

Caldeira e ciclones para produzir ar aquecido, depois conduzido aossecadores da Fábrica de Descasque de Arroz da Casa Cadaval, em Salvaterra de Magos.

Foto © Leonor A. P. de Medeiros.

Luiz Oosterbeek, Franklin Pereira,Paula A. Pereira, João Pimenta,Albérico N. de Queiroz, Jorge Raposo,Paulo Rebelo, Marco A. Rocha, André T. Santos, Dario Seglie, João L.Sequeira, Miguel Serra, João LuísSequeira, Vítor R. C. de Sousa, Tesse D. Stek e Chia-Chin Wu.

Os conteúdos editoriais da Al-Madan Onlinenão seguem o Acordo Ortográfico de 1990.No entanto, a revista respeita a vontade dosautores, incluindo nas suas páginas tantoartigos que partilham a opção do editorcomo aqueles que aplicam o dito Acordo.

A Al-Madan Online abre este novo tomo com uma reflexão acerca da investigação e da comunicação científica, da margem de incerteza que as caracteriza e da tolerânciacom que devem ser encaradas pois, frequentemente, mesmo quando se identificam

as questões correctas, o tempo mostra que nem sempre se obtêm e partilham as respostas mais adequadas.Tendo presente essa contingência, é de divulgação científica que tratam as páginas seguintes,com realce para sítios e contextos de Época Romana em Sines, em Cascais e no Alto Alentejo,nomeadamente no Município de Fronteira. Mas dá-se igual atenção ao impacto da Arqueologiapreventiva na identificação de ocupações humanas do Paleolítico Superior em todo o país, eainda, noutro âmbito cronológico, aos trabalhos arqueológicos realizados numa fábrica dedescasque de arroz instalada em Salvaterra de Magos na segunda metade do século XX.A Arqueologia brasileira volta a marcar presença, agora com as ameaças à arte rupestre doNordeste do Estado da Bahia, e há também espaço renovado para as arqueociências, neste caso através de uma proposta metodológica para a identificação de tubérculos secos,cozidos ou calcinados.A premente definição disciplinar de uma Arqueologia Contemporânea em Portugal é defendidaem artigo de opinião, a que se segue estudo que apresenta a Análise Urbana como domínio daArquitectura que integra conhecimentos da História e da Arqueologia, entre outros.Ao Património móvel e imóvel são dedicados textos sobre a conservação e restauro da fachada do edifício sede da colectividade mais antiga de Tomar, que assinalam a identificação e incorporação em museu de um azulejo valenciano dos séculos XV-XVI aplicado em imóvel deSintra, e que tomam exemplares de aljavas provenientes do Sultanato de Granada (1238-1492)como ponto de partida para a abordagem mais geral das artes do couro na Península Ibéricadurante a Idade Média.Há ainda diferentes contributos para a História Local de Alcácer do Sal e de Almada, fruto da análise de conjuntos documentais dos séculos XVI a XVIII, bem como diversificadonoticiário de natureza arqueológica, incluindo resultados de escavações, de projectosmuseológicos, de acções de Educação Patrimonial, etc.Livros e revistas recentemente publicados também merecem comentário ou destaque e, naspáginas finais, encontram-se breves relatos de um número significativo de eventos científicosrealizados em Portugal e no estrangeiro, com temáticas muito diversificadas, cuja partilha é útil para a comunidade científica portuguesa e para outros interessados. A fechar, agendam-se eventos do mesmo tipo já divulgados para os próximos meses.Enfim... muitas e boas razões para agradáveis momentos de leitura.

Jorge Raposo

Page 4: PUBLICIDADE - ULisboa

destinados à proteção dos es -pectadores em caso de intempéries, e comoáreas de preparação dos atores nas performancesteatrais, mas eram simultaneamente áreas de con-vívio, de sociabilidade e recreio. Por outro lado,eram também elementos modeladores dos es pa -ços onde se inseriam, articulados numa dinâmicaurbanística mais alargada. Funcionavam aindacomo espaços adequados para a autopromoçãodas elites locais, particularmente naqueles teatrosonde a intervenção da família im perial ou de umaelite próxima a esta era mais mar cante.A programação do Symposium pretendeu abran -ger a diversidade de soluções arquitetónicas em -pregadas na construção destas estruturas, expondodesta forma alguns dos diferentes modelos cons-trutivos presentes nas diversas regiões do ImpérioRomano. Foram presentes os casos de alguns dosprincipais teatros da Galia, os teatros itálicos deVolterra e Roma, o teatro de Marcelo em Roma,ou de algumas cidades do Norte de África. Coube à Hispania a maior representação, comseis casos de estudo: Augusta Emerita, CarthagoNova, Ita lica, Guadix, Clunia e Felicitas IuliaOli sipo.

185

Teve lugar nos dias 19 e 20 de outubro de2018, no Museo Teatro Romano de Car -

ta gena, o Symposium Internacional “La PorticusPost Scaenam en la Arquitectura Teatral Roma -na”, organizado por esse museu e pela Univer si -dade de Múrcia.Celebrado no âmbito do projeto “Europe forCulture”, que tem 2018 como o Ano Europeudo Património Cultural, o Symposium de Carta -gena celebrou também os dez anos do colóquiode 2008, centrado na arquitetura teatral romanae no desenho teórico das fachadas cénicas (scaenaefrons), modelação, evolução arquitetónica e par-ticularidades regionais, também ele decorridoem Cartagena e com atas entretanto publicadas –RAMALLO ASENSIO, S. e RORING, N. (eds.) (2010)– La Scaenae frons en la Arquitectura TeatralRomana. Universidad de Murcia / FundaciónTea tro Romano de Cartagena.Passados cerca de dez anos, muitos especialistasin ternacionais (arqueólogos, historiadores de arte,arquitetos e epigrafistas, entre outros) voltaram areunir-se para centrar agora a sua atenção nos pór -ticos post scaenam, espaços arquitetónicos menosestudados dos teatros romanos, mas nem por issode menor importância e interesse para o estudodos conjuntos teatrais.O local do encontro foi o Museo Teatro Romanode Cartagena, um equipamento cultural de maiorrelevância da cidade de Cartagena e museu desí tio do teatro romano de Carthago Nova, objetode uma intervenção arqueológica e de reabilitaçãourbanística de larga escala entre os finais do séculopassado e primeira década do século XXI.De acordo com as fontes clássicas, os porticus postscaenam (pórticos por detrás da cena) cumpriamdiversas funções no âmbito da arquitetura teatralromana. Funcionavam como espaços utilitários

O Symposium contou com cerca de 46 partici-pantes, organizado em palestras proferidas pororadores convidados e comunicações, estas úl ti -mas em sessões estabelecidas pelas diferentes áreasregionais. Ao longo de dois dias, e a um ritmomuito intenso de conferências e debates, foi pos-sível acompanhar a investigação que se tem vindoa produzir em diferentes locais sobre o tema, eobservar algumas das diferentes soluções equa-cionadas pelos engenheiros e arquitetos romanosna construção e criação artística dos monumentoscénicos romanos e dos pórticos por detrás dafren te cénica.

symposium internacional

“La Porticus Post Scaenamen la Arquitectura Teatral Romana”(Cartagena)

Carolina Grilo [Museu da Cidade - Teatro Romano (EGEAC - Câmara Municipal de Lisboa)]

Por opção da autora, o texto segue as regras do Acordo Ortográfico de 1990.

FIG. 1 - Ilustração do folheto de divulgação do Symposium.

FIG. 2 - Vista geral do teatro romano de Cartagena.

Page 5: PUBLICIDADE - ULisboa

Noutra categoria couberam os teatros de Italicae Augusta Emerita, dois monumentos que foramobjeto de grandes intervenções de reconstruçãoem épocas antigas, e nos quais se alicerçarammui tas das reflexões metodológicas e históricashoje estabelecidas sobre a construção dos teatrosromanos. As cronologias e modelos construídosdestes edifícios estão hoje em revisão. O arqueó-logo Álvaro Jímenez Sancho efetuou um balançodos resultados das últimas intervenções no pórticodo teatro de Italica, onde foi possível reconstruiro processo construtivo do teatro e do seu pórticotraseiro e situá-lo na mudança da Era. Em finaisdo século I e os inícios do II, o pórtico foi recon-vertido num recinto religioso e espaço de culto,com um Iseum, em que a distribuição dos espaçose áreas segue um esquema canónico, muito seme-lhante aos de Baelo Claudia ou Pompeia.No que respeita ao caso emeritense, a equipacons tituída pelos investigadores do Instituto deArqueología de Mérida, Pedro Mateos, do Con -sorcio Monumental Ciudad de Mérida, RocioAyerbe, e da Universitat Autònoma de Barcelona,Antonio Peña, deu a conhecer os últimos traba-lhos efetuados no pórtico teatral, assim como are visão das suas cronologias, que apontam parauma remodelação profunda em época Flávia.Estes investigadores discutiram ainda a proble-mática das diferentes fases de construção e monu-mentalização do teatro de Augusta Emerita, cujoprograma epigráfico e decorativo remete paracro nologias augusteias, embora os dados arqueo-lógicos, como referido, situem a fase de monu-mentalização e construção do porticus eventual-mente em mo mentos posteriores. A relação indissociável entre a modelação urbanae a evolução dos espaços cénicos e das suas áreasenvolventes foi igualmente abordada através do

A conferência inaugural ficou a cargo do professorPierre Gros, figura incontornável dos estudos so -bre Vitrúvio e a sua obra, que elaborou uma aná -lise sobre o significado destas composições ar qui -tetónicas nessa obra. Partindo de uma perspetivadiacrónica sobre este tipo de soluções construtivas,Pierre Gros salientou a dimensão da cultura urba-na, nas suas diferentes esferas – pública, religiosae política –, que ocorria nestes espaços, e que lhesconferia uma importante dimensão como enti-dades autónomas em relação aos próprios edifícioscénicos, com um papel estruturante no âmbitodo desenvolvimento urbano dos espaços ondese inseriam. O professor Gros reforçou a ideia,corroborada por outros investigadores, da impor-tância que os pórticos assumem enquanto expres-sões de poder num momento inicial do Império,perdendo e extravasando progressivamente essaexpressão a partir de época flávia, transforman-do-se em espaços domésticos ou religiosos.Dos trabalhos do Symposium sublinharam-se asdiferentes vertentes de investigação que têm vindoa produzir resultados na caracterização destes es -paços, como o recurso a novas técnicas de inves-tigação e análise 3D e fotogramétricas que, deforma não invasiva, permitem obter informaçõesrelevantes para a caraterização das suas práticase tempos construtivos, nomeadamente nos casosdos teatros romanos de Orange e de Clunia.Algumas apresentações versaram os resultadosde trabalhos arqueológicos, possibilitando novasleituras sobre a evolução destas áreas porticadas,casos dos teatros romanos de Carthago Nova,Gua dix, Italica e Augusta Emerita, os dois pri-meiros, resultantes de descobertas e intervençõesrecentes. De Carthago Nova, um teatro cons truí -do por volta dos anos 4-5 a.C., Santiago Asensioe Helena Ruiz, coordenadores científicos do pro-jeto “Teatro Tomano de Cartagena”, apresenta-ram uma evolução arquitetónica, referindo o seuabandono em fase relativamente antiga, nos finaisdo século II-inícios do século III d.C., assim co -mo sobre o seu pórtico, reconvertido posterior-mente em espaço doméstico, artesanal e oficinalem uso até aos finais do Império. De Guadix foiapresentado um teatro que há dez anos não sesupunha existir, e que os trabalhos levados a cabopelo arqueólogo municipal Antonio López per-mitiram conhecer e contextualizar. A grande no -vidade deste teatro prendeu-se com a descobertarecente do seu pórtico, cujas escavações irãodecorrer brevemente.

EVENTOS

caso de estudo do teatro de Leptis Magna (Líbia).Já Salvador Lara, investigador da UniversidadPo litecnica de Valencia, efetuou um balanço dosresultados do grupo de trabalho e investigaçãodos teatros romanos da Hispânia, compostoatualmente por 27 monumentos confirmados ar -queológica e epigraficamente, que pretende reunira informação sobre as diferentes condições topo-lógicas dos distintos edifícios num volume infor-mativo.O teatro romano de Felicitas Iulia Olisipo foi oúnico monumento atualmente em território na -cional representado neste Symposium. Coube àcoordenadora do Museu de Lisboa - Teatro Ro -ma no, Lídia Fer nandes, a apresentação da comu-nicação intitulada “O Post Scaenium do TeatroRomano de Felicitas Iulia Olisipo”. Aí foram ex -postos os resultados das intervenções arqueo ló -gicas efetuadas na área por detrás da frente cénicado teatro romano, com particular relevância paraa tipologia, modelo construtivo e cronologiadesta estrutura. Ao contrário da maioria dosexemplos apresentados, construídos em condiçõestopográficas que permitem a existência de qua-dripórticos, o teatro de Olisipo possui um pórticodesenvolvido em dois patamares / terraços, aoabri go de um programa urbanístico de consoli-dação da encosta da cidade romana. Esta singu-laridade da obra do post scaenium do teatro roma-no de Lisboa prende-se também com o cariz pro-pagandístico do monumento cénico, uma dimen-são política intencional posta em valor nos iníciosdo Império, momento da construção do edifícioolisiponense.

186 II SÉRIE (22) Tomo 3 JANEIRO 2019online

FIG. 3 - Equipa de investigadoresdo Symposium.

Page 6: PUBLICIDADE - ULisboa

187

O encerramento dos trabalhos ficou a cargo doprofessor José Maria Luzon, que efetuou um ba -lanço dos resultados do simpósio, sublinhandoo grande volume de investigação que tem vindoa ser produzido sobre estas realidades arquitetó-nicas e sobre os espaços cénicos em Época Ro -mana. Além das perspetivas de investigação quese avizinham para o futuro dos estudos sobre es -tes espaços construtivos, José Maria Luzón (antigodiretor do Museo Arqueologico Nacional e doMuseo do Prado) reforçou ainda o papel destasen tidades como administradoras e reguladorasdo espaço urbano, chamando a atenção para osseus modelos de gestão, quer pública, quer pri-vada.No âmbito do Symposium decorreu ainda umpro grama de visitas guiadas à cidade de Cartagenae aos seus espaços patrimoniais mais emblemá-ticos. Entre estes, a obrigatória visita ao extraor-dinário conjunto monumental do teatro romano,seu museu e exposições (permanente e temporá-ria), assim como ao parque arqueológico do Cerrodel Molinete, uma ampla área habitacional e deespaços religiosos com cerca de 2600 m2 e umdos maiores parques arqueológicos em âmbitour bano da Europa.Foram dois dias de jornadas de discussão e tra-balho intenso plenos de aprendizagem, em am -biente de intensa comunhão e simpatia entre osmuitos investigadores, comité organizacional doencontro e participantes.

FIGS. 4 E 5 - À esquerda, visita ao centro histórico de Cartagena.

Em baixo, programa do Symposium.

Page 7: PUBLICIDADE - ULisboa

[http://www.caa.org.pt]

[http://www.facebook.com]

[[email protected]]

[212 766 975 | 967 354 861]

[travessa luís teotónio pereira, cova da piedade, almada]

uma edição

[http://www.almadan.publ.pt]

[http://issuu.com/almadan]