aves da pátria da leari

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2ª Edição2ª Edição Pedro C. LimaPedro C. Lima

Aves da Pátria da LeariAves da Pátria da Leari

1 Aves da Pátria da Leari

_____________________________________________L71aLIMA, Pedro CerqueiraAves da pátria da Leari/Pedro Lima Cerqueira -. 1.ed. - Salvador: AO, 2004.271p.:ISBN1. Ornitologia. 2. Aves. 3. CaatingaCDU - 598.2_____________________________________________

ATUALIDADES ORNITOLÓGICAS N.128 – NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2005 – P. 29


Este livro é dedicado a Helmut Sick, não só o descobridor dapátria da A. leari, como também o pioneiro nolevantamento da ornitofauna do Raso da Catarina.


AGRADECIMENTOS

A Charles A. Munn, Carlos Eugênio Bezerra de Meneses (Cetrel), Minnesota Zoo, DaveCruz, World Parrot Trust, Heinz Lambert and Walter Schulz, pelo apoio financeiro. AOtavio Nolasco de Farias (Fazenda Serra Branca) pelo apoio logístico. Cid MarcosSimões de Menezes e Paola Segura Diaz pela logística da Fundação BioBrasil. A AdsonLima do Nascimento, Antônio José de Jesus Pimentel, Eliane Ribeiro da Silva,Elizangela Silva Souza, José Carlos Silva Ribeiro, José Raimundo Silva Araújo, LuizEduardo Souza Silva, Luiz Marcio Oliveira da Silva, Manoel Alves Sobrinho, Moacir deJesus, Rosivane Ribeiro da Silva, Thyers Novaes de Cerqueira Lima Neto,JozildaMonteiro da Silva, Zezito de Jesus, Zildomar Souza Souza Magalhães pela participaçãodireta nas campanhas de campo. Jaelson de Oliveira Castro pelo apóio dado no inicio doprojeto. Agradeço também a Luiz Claudio Marigo, Haroldo Palo Jr. pelas fotos cedidas,Rolf Grantsau, Sidnei Sampaio dos Santos, Rita de Cassia Ferreira da Rocha Lima peloapoio nas pesquisas de campo. Agredecimento a Disney Foundation, Ao CEMAVE peloapoio e a José Fernando Pacheco pela correção do texto (Aves da Caatinga). A SilvanoAbreu Farias, pelo apoio técnico, na editoração eletrônica deste liv-ro, a Keith Spalding Brown Jr pela identificação das espécies de bor-boletas., e a Josph DiCostanzo pela revisão dos textos em inglês.

TRADUÇÃO: RICHARD GORDON HARTLEY

FOTOS: PEDRO LIMA


ÍNDICEAves da Caatinga 006

Birds of Caatinga 011

O Status Ecológico da Arara-Azul-de-Lear 015

The Ecological Status of the Lears Macaw (Anodorhynchus leari) 018

Levantamento e Anilhamento da Ornitofauna na Pátria da A. Leari 021

Survey and Banding of the Ornito-fauna in the range of the Lears Macaw 025

Uma Pequena Contribuição: Combate ao Tráfico Ilegal de Animais 029

A Small Contribution: The Combat Against the Illegal Traffic of Animals 031

Coccyzus americanus Linné, 1758 na Pátria* da Arara-azul-de-lear 033

Coccyzus americanus Linné, 1758 in the home range of the Lears Amacaw 034

Descrição das espécies 035

Familias

Tinamidae 150 Rheidae 151 Podicipedidae 152 Phalacrocoracidae 152 Ardeidae 152 Ciconiidae 155 Cathartidae 155 Anatidae 157 Accipitridae 158 Falconidae 162 Cracidae 166 Aramidae 166 Rallidae 167 Cariamidae 169 Jacanidae 170 Charadriidae 170 Scolopacidae 171 Recurvirostridae 171 Columbidae 172 Psittacidae 174 Cuculidae 177 Tytonidae 179


Strigidae 180 Nyctibidae 182 Caprimulgidae 183 Trochilidae 184 Trogonidae 188 Alcedinidae 189 Galbulidae 189 Bucconidae 190 Picidae 190 Formicariidae 193 Furnariidae 195 Dendrocolaptidae 197 Tyrannidae 199 Pipridae 210 Hirundinidae 210 Corvidae 212 Troglodytidae 212 Sylvinae 213 Turdinae 213 Mimidae 214 Vireonidae 215 Parulinae 215 Coerebinae 216 Thraupinae 216 Emberezinae 220 Cardinalinae 224 Icterinae 225 Fringilidae 227 Passeridae 227

Outros animais 228

O Povo 235

A Pecuária 236

Serra Branca 237

Aves da Pátria da Leari 239

Lista de Chiroptera (Morcegos) - Raso da Catarina 247

Listagem Aves da Bahia – Bioma Caatinga 248

Referências Bibliográficas 256


AVES DA CAATINGA

O bioma da Caatinga foi e continua sendo um dos biomas menos estudados, quer seja por falta de interesse, ou falta de recursos para serem aplicados em pesquisas ou ainda, pelas dificuldades apresentadas pelo ambiente. Pacheco & Bauer (2000) realizaram um amplo levantamento bibliográfico sobre o censo da avifauna do bioma da Caatinga, desde a época do descobrimento, até o final da década de 90. Antes da abertura dos portos em 1808, os trabalhos mais relevantes eram provenientes da colonização holandesa no Nordeste, destacando-se a grande contribuição do astrônomo Georg Macgrave (1610-1644). Macgrave chegou ao Brasil a convite do príncipe de Nassau em 1638, e permaneceu no Brasil até 1644; das 113 descrições de aves realizadas por Macgrave no Brasil, apenas quatro pertenciam ao bioma da Caatinga: (Rhea americana, Cariama cristata, Compsothraupis loricata e Crypturellus noctivagus zabele). No século XVIII, destacamos somente o médico português radicado na Bahia, Francisco Antônio de Sampaio que, no entanto, relata apenas três espécies do bioma da Caatinga em sua obra: Cyanocorax cyanopogon, Icterus jamacaii e Paroaria dominicana. Outro fato importante ocorrido no século XVIII foi a fundação da Casa de História Natural, criada em 1784 na cidade do Rio de Ja-neiro, atualmente o Museu Nacional do Rio de Janeiro. O século XIX ficou conhecido como o século das grandes expedições científicas estrangeiras, com a vinda da família real para o Brasil em 1808, que abriu os portos para as nações amigas e possibilitou uma corrida de naturalistas do Velho Mundo para desvendar os segredos de um país desconhecido, onde cer-tamente encontrariam muitas novidades. O príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied foi o primeiro naturalista do século XIX a entrar em contato direto com a avifauna da Caatinga. Apesar de ter percorrido somente uma área pequena da Caatinga, antecipou e descreveu diver-sas espécies típicas da área tais como: Aratinga cactorum, Cyanocorax cyanopo-

gon e Coryphospingus pileatus, além de descrever espécies pouco conhecidas como: Sakesphorus cristatus e Hylopezus ochroleucus. Outro fato notável é a descrição de uma espécie endêmica da Caatinga da Bahia, o gravatazeiro Rhopornis ardesiaca, cuja área de ocorrência situa-se em Boa Nova, Ituaçú (Pinto, 1978). Wied registrou 73 espécies para o bioma da Caatinga, sendo esse um recorde para a época.

Em fins de 1816, chegou a Pernambuco, o naturalista inglês William Swainson que pretendia realizar expedições pelo interior e fazer coleta de espécimes. No en-tanto, isso não ocorreu devido a um movimento revolucionário que lá se iniciou. Depois de terminada a revolução, Swainson conseguiu realizar uma expedição pelo interior em direção ao Rio São Francisco e ao cabo de dois meses chegou à cidade alagoana de Penedo. Apesar de ter sido um dos mais ativos e destacados zoólogos da época, Swainson contribuiu muito pouco para as aves da Caatinga, se comparar-mos com as informações deixadas por Wied e Spix. Entretanto, Swainson registrou cerca de 40 espécies para o bioma da Caatinga e dentre essas espécies, duas foram descritas por ele, além de três subespécies.

Wied-NeuwiedAcervo da coleção Robert

Bosch, Stuttgart, Alemanha.

William SwainsonAcervo de University

Museum ofZoology, Cambridge


Dois renomados naturalistas do século XIX deixaram suas contribuições para o bioma da Caatinga: Johann Baptist von Spix e Karl Friedrich Phillipp von Martius. Spix era zoólogo e Martius, botânico. O tempo que os dois naturalistas gastaram no bioma da Caatinga foi de seis meses e meio, equivalente a 18% de toda a expedição pelo Brasil; o resto do tempo foi dedicado a outros biomas. Apesar do longo tempo destinado ao bioma da Caatinga, a contribuição de Spix e de Martius foi pequena: descreveram apenas 32 espécies. Apesar de ter registrado poucas espécies para o bioma da Caatinga, Spix descreveu nove espécies e 12 subespécies do bioma.

Afora as iniciativas estrangeiras, podemos citar como iniciativa exclusi-vamente brasileira, a “Comissão Científica de Exploração” que teve como obje-tivo, explorar as riquezas naturais do Brasil. Realizada entre 1859 e 1861, esta expedição coletou cerca de 4.000 peles, todas depositadas no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Apesar da quantidade total de aves coletadas, a única forma descrita foi a da subespécie Cyclarhis gujanensis cearensis. Ainda no século XIX, podemos destacar a contribuição de Emilie Gounelle que coletou diversos beija-flores, sendo que um deles leva o seu nome: Phaethornis gounellei, descrito por Boucard em 1891. No inicio do século XX (1903), a expedição austríaca liderada pelo ictiologista Franz Steindachner, acompanhado do ornitólogo Otmar Reiser dedicou 45 dias ao bioma da Caatinga. Ernst Garbe naturalista do Museu Paulista coletou diversas aves da Caatinga no ano de 1907. Como resultado dessa expedição, foram

descritas varias subespécies e uma nova espécie endêmica da Caatinga, Formici-vara iheringi (Hellmayr, 1909).

Uma expedição liderada por Adolpho Lutz em 1912 percorreu diversas regiões do bioma da Caatinga, sendo que a observação mais importante dessa expedição foi a da ararinha-azul Cyanopsitta spixii, uma em cativeiro e um bando delas voando em Santo Sé. Lima percorreu essa região em 1995, à procura da C. spixii, no entanto só encontrou a Anodorhynchus leari. Provavelmente essa espécie foi confundida pela equipe de Lutz com C. spixii. A descoberta de A. leari entre os municípios de Campo formoso e Santo Sé, contribuiu para o aumento da dis-tribuição geográfica da espécie (Munn, 1995). Robert H. Becker visitou diversos biomas da Caatinga no Ceará e na Bahia em 1913; as aves coletadas por Becker serviram para a descrição de diversas subespécies. Cabe-nos ainda destacar a contribuição do alemão Emil Kaempfer e de sua esposa que, juntos, coletaram aves em 11 estados brasileiros, entre 1926 e 1931. O material coletado pelos Kaempfer serviu para descrever três subespécies, todas do Nordeste. Além disso, foram os primeiros a coletarem Rhopornis ardesi-aca e Megaxenops parnaguae, após a descrição dessas espécies.

Ainda na década de 20, destacamos a contribuição da naturalista Emilie Snethlage. Como realizações das expedições empreendidas por Snethlage, podemos citar a descrição de três taxons: Xiphocolaptes fran-ciscanus, Phylloscartes roquettei e Knipolegus aterrimus franciscanus. Essas três formas permanecem como endêmicas no bioma da Caatinga.

HellmayrArquivo do Field Museum

Natural History,Chicago

Emilie SnethlageBiblioteca de

Herbert Franzoni Berla


Na década de 30, Olivério Pinto destaca-se por realizar duas expedições ao Nordeste Brasileiro. No en-tanto, seus esforços foram direcionados para as espécies da Mata Atlântica. As informações sobre as espécies do bioma da Caatinga foram obtidas de terceiros.

Nos anos 40, destacou-se a expedição conjunta do Instituto Oswaldo Cruz em parceria com a fundação Rockefeller que, na época, realizava pesqui-sas sobre a febre amarela. Nessa expedição, além das coletas, o destaque foi a descrição da subespécie Xiphorhynchus guttatus gracilirostris, que foi assim denominada a partir do material coletado naquela expedição.

Nos anos 50, foram duas as expedições mais importantes, conhecidas como “Viagens Científicas ao Estado de Alagoas” e organizadas pelo De-partamento de Zoologia da Secretaria de Agricultura de São Paulo. Essas expedições foram coordenadas por Olivério Pinto. A primeira expedição foi no ano de 1951 e a segunda no ano de 1952. Estas expedições foram importantes, porque Alagoas era um dos estados brasileiros menos explo-rados no campo da ornitologia. No final da década de 50 (57/58), Olivério Pinto liderou novas expe-dições ao Nordeste. Fizeram parte dessas expedições, Camargo Andrade e Emílio Dente. Uma dessas expedições foi realizada em 1958 na região noroeste da Bahia e resultou

numa lista de 143 espécies. Dizem que essa expedição foi realizada com o objetivo de verificar a existência das araras Cyanopsitta spixii e Anodorhynchus leari, no entanto, esta meta não foi alcançada.

Grantsau para estudar os beija-flores do Brasil, passou pela região da Chapada Diamantina quatro vezes: 1965, 1974, 1975 e 2003. Nessas campanhas coletou 12 espécies de beija-flores.

De 1970 a 2000, destacamos o trabalho de Sick et al. (1987). Quando a pátria da A. leari foi descoberta, Sick e seus colaboradores aproveitaram para fazer um inventário da ornitofauna existente nos municípios de Canudos e Jeremoabo e registraram 132 espécies. Olmos (1992) registrou 208 espécies de aves no Parque Na-cional da Serra da Capivara, sendo essa a principal publicação sobre as aves do sertão do Piauí. Souto e Hazin (1995) relacionaram 338 espécies de aves para o bioma da Caatinga.

Parrini et al (1999) apresentou uma lista com 359 espécies na região da Chapada Diamantina da Bahia. É importante frisar que na Chapada Diamantina existem diversos ecossistemas, tais como: Cerrado, campo rupestre, mata estacional e caatinga.

Em 1997, Grantsau e Lima percorrem a Caatinga do município de Teofilândia, em busca de beija-flores e representantes da família Formicariidae.

Johann Baptist von SpixAcervo do ZSM – Zoologische

Sammlung des Bayerischen Staates – Munich - Alemanha

Rolf GrantsauMuseu de História Natural da Cetrel


Neves et al (1999) apresentou uma lista de 146 espécies para a Fazenda Tamanduá, município de Santa Terezinha, no sertão paraibano de Piranhas. Fiúza (1999), através de um apanhado histórico e de le-vantamentos bibliográficos, registrou 283 espécies para o bioma da Caatinga da Bahia. Muitas das espécies incluídas pertencem a outros biomas de transição ecológica ou áreas de enclave. Fo-ram relacionadas 37 espécies consideradas como pertencentes a áreas de enclaves. Dez espécies típicas do cerrado foram reg-istradas em áreas de transição ecológica; 30 estão relacionadas a enclaves de florestas de ombrófila densa, nove espécies foram listadas como espécies visitantes não aquáticas; sete espécies fo-ram relacionadas nos enclaves de campo rupestres. Fiúza (1999), ainda relacionou 57 espécies dependentes de ambientes aquáti-cos. Nascimento (2000) apresentou um inventário da ornitofauna de Aiuaba, Ceará e Seridó, Rio Grande do Norte. Estão listadas 154 espécies para a primeira e 116 para a segunda. Casteleti (2000) fez um apanhado sobre os principais pontos do bioma da Caatinga onde já foram efetuados estudos sobre a ornitofauna: foram levantados 347 pontos, sendo que muitos dos levantamentos realizados eram muito incipientes. A metodologia utilizada neste levantamento foi baseada nas amostragens dos representantes de quatro famílias: Tyrannidae, Furnariidae, Dendrocolaptidae e Formicariidae. As quatro famílias representam 36% do total de aves listadas no Brasil. Assim sendo, representam uma amostragem significativa.

O número total de espécies dessas quatro famílias na Caatinga é de 144 espécies. A maior diversidade pontual desses grupos foi en-contrada na localidade das fazendas Lagoa Bonita e Grama na Chapada Diamantina da Bahia, com 56 espécies. O levantamento realizado por Casteleti apresentou quatro pontos de amostragens, de acordo com o grau de pesquisa realizado em cada um: A - (zero) nenhuma espécie das famílias analisadas foi encontrada nesta localidade; B - (1 - 14), de uma a 14 espécies foram encontradas nesta localidade; C - (15 - 28), de 15 a 28 espécies foram encontradas nesta localidade; D - (29 - 56), categoria considerada bem amostrada. Foram encontradas de 29 a 56 espécies por localidade.

Lima et al (2003 a, 2003 b, 2004 a, 2004b e 2005) levantaram 233 espécies de aves para a pátria da A. leari. Este trabalho foi realizado em dois pontos do município de Jeremoabo e em um ponto do município de Canudos. De acordo com a metodologia adotada por Casteleti (2000), o local onde pode observar a maior amostragem realizada no bioma da

Caatinga até o presente momento, foi nas fazendas Lagoa Bonita e Grama, na Chapada Diamantina da Bahia, onde foram registradas 56 espécies, representantes das famílias: Tyrannidae, Furnariidae, Dendrocolaptidae e

Helmut SickCortesia de Bret M. Whitney

Olivério PintoAcervo do Museu de Zoologia da USP


Formicariidae. Aplicando o mesmo tipo de análise para o levantamento realizado por Lima et al na pátria da A. leari, foram observadas 59 espécies representantes das quatro famílias. Assim, podemos considerar a área em questão como bem estudada.

Grantsau a convite de Lima, visitou a pátria da A. leari pôr duas vezes em 2003. Lima (2004) levantou 826 espécies de aves no estado da Bahia; desse total 34,1% (282) foram regis-tradas no bioma da Caatinga. Nessa relação não foram incluídas muitas espécies de ambientes costeiros que já tinham sido citadas por outros autores, Fiúza (1999) e Silva et al (2004), tais como: Sterna hirundo, Actitis macularia Numenius phaeopus, Arenaria interpres, Charadrius semipalmatus e Charadrius wilsonia. Apesar de todas essas espécies ocorrerem na Bahia e a despeito de termos desenvolvido pesquisas sobre todas elas no litoral baiano, nunca pudemos observar nenhuma delas nos ambientes de Caatinga onde realizamos as pesqui-sas. Um fato que merece destaque foi o resgate de uma Fregata magnificens pelo IBAMA, no município de Bom Jesus da Lapa, às margens do Rio São Francisco, a cerca de 400km do litoral. A ave nos foi entregue e depois recuperada e anilhada e posteriormente liberada. Apesar desse registro, não incluímos essa espécie na lista das aves da Caatinga da Bahia, por entendermos que esse registro foi acidental. Silva et al. (2004) fez um apanhado sobre as aves da Caatinga, tendo adotado o levantamento de Pa-checo & Bauer (2000) como ponto de partida. Pacheco & Bauer excluem as aves que ocorrem em outros tipos de vegetação isoladas na área do ecossistema, tais como os brejos florestados e os campos rupestres, aceitando apenas 347 espécies como registradas para o bioma stricto sensu. Silva et al. apresentaram uma lista com 510 espécies para o bioma da Caatinga tendo incluído todas as espécies, independente de seu hábitat. Baseando-se no levantamento histórico realizado por Pacheco & Bauer (2000) que compilou 347 es-pécies no bioma da Caatinga, Fiúza (1999), relacionou 283 espécies de aves para a Caatinga da Bahia, Lima (2004) relacionou 282 espécies para a Bahia e Silva et al. relacionou 510 espécies para o bioma da Caatinga. Se compararmos os resultados obtidos na pátria da A. leari com os alcançados por estes autores, podemos obter o seguinte resultado em percentual: 66,6 %, 81,6 %, 81,9 % e 45,3 % , respectivamente. Os trabalhos contínuos de levantamento e anilhamento que estamos realizando no bioma da Caatinga vêm demonstrando a grande importância da preservação desse bioma, até aqui tão pouco estudado.


AVES DA CAATINGABirds of the Caatinga Biome

The Caatinga biome has historically been and continues to be one of the least studied ecosystems, either due to lack of interest, a lack of resources for research or for the difficult physical conditions of the environment itself. Pacheco & Bauer (2000) carried out a comprehensive bibliographic overview of avi-fauna censuses of the Caatinga, from the date of Discovery to the end of the 1990s. Before the opening of the ports in 1808, the most relevant work came from the Dutch colonizers in the northeast, in particular the distinguished contribu-tions from the astronomer Georg Macgrave (1610-1644).

Macgrave arrived in Brazil through an invitation from the prince of Nassau in 1638, and stayed in the country until 1644; of the 113 descriptions of Brazilian birds made by Macgrave, only four were from the Caatinga biome: (Rhea americana,

Cariama cristata, Compsothraupis loricata e Crypturellus noctivagus zabele).In the 18th century, the only records of Caatinga species were reported by the Portuguese doctor who lived in Bahia, Francisco Antônio de Sampaio who reports three species in his works: Cyanocorax cyanopogon, Icterus jamacaii e Paroaria do-minicana.

Another important occurrence in the 18th century was the foundation of the “House of History” in Rio de Janeiro in 1784 which today is known as the National Museum of Rio de Janeiro.

The 19th century was marked by the important scientific expeditions undertaken by Europeans. In 1808, the arrival of the Portuguese Royal familiy in Brazil opened the countries doors to friendly nations. This created a race by naturalists from the old world to unravel the secrets of an unknown country where they were certain to find many novelties.

Prince Maxmilian de Wied-Neuwied was the first 19th century naturalist to come into contact with the avi-fauna of the Caatinga biome. Even though he covered very little ground in the biome, he discovered and described a diverse number of species typical of the region such as Aratinga cactorum,(Cactus paraqueet) Cy-anocorax cyanopogon (white napped jay) and Coryphospingus pileatus, (pileated finch). He also described less known species such as: Sakesphorus cristatus (silvery-cheeked antshrike)e Hylopezus ochroleucus.(speckle-breasted antpitta) Another notable description is that of a species of antbird endemic to the Caatinga of Bahia Rhopornis ardesiaca, (slender antbird) whic hoccurs around Boa Nova, Ituaçú (Pinto, 1978). The 73 species that Wied registered were a record for the biome at that time.

At the end of 1816, the English naturalist William Swainson arrived in Pernambuco. He wanted to undertake expeditions into the interior to collect specimens. His plans were thwarted by a revolutionary move-ment that started in the place he intended to go. But after the end of this “revolution”, Swainson managed to mount an expedition through the interior toward the São Francisco river and after two months arrived in the city of Penedo in Alagoas state. Even though he was one of the most distinguished and active zoologists of the era, Swainson contributed very little concerning the birds of the Caatinga when compared with information left by Wied and Spix. Still, Swainson registered around 40 species for the Caatinga biome. Among these were two species and three subspecies described by him.

Two 19th century naturalists of great renown left their contributions to the Caatinga biome: Johann Baptist von Spix e Karl Friedrich Phillipp von Martius. Spix was a zoologist and Martius a botanist. The two


naturalists spent around six and a half months in the Caatinga biome which made up 18% of their total expe-dition time in Brazil. The rest of the time was passed in other biomes. But despite their long stay in the Caat-inga biome, their contribution was small; they described just 32 species. But out of this small number, Spix described nine new species and 12 new subspecies in the biome.

Besides the foreign research initiatives, we can cite an exclusively Brazilian effort called the Scientific Commission for Exploration which had the objective of discovering Brazil’s natural wealth. Acting between 1859 and 1861, this expedition collected around 4000 skins which were all deposited in the National Museum in Rio de Janeiro. But despite the large quantity of birds collected, only one subspecies, Cyclarhis gujanensiscearensis (Rufous-browed Pepper Shrike) was described.

Still in the 19th century, we can point to the contribution made by Emilie Gounelle, who collected a variety of humming birds, one of which was named after him, Phaethornis gounellei, (Broad-tipped hermit) described by Boucard in 1891.

At the beginning of the 20th century, (1903), an Austrian expedition led by the ichthyologist Franz Steindachner, accompanied by the ornithologist Otmar Reiser dedicated 45 days to the Caatinga biome. Ernst Garbe, a naturalist from the São Paulo Musuem, collected a variety of birds from the Caatinga in 1907. The result of this expedition was the description of various subspecies and a new endemic Caatinga species, Formicivora iheringi (Narrow-billed antwren) (Hellmayr, 1909).

An expedition led by Adolpho Lutz in 1912 covered diverse regions of the Caatinga. The expeditions most important observation was the Spix macaw, Cyanopsitta spixii, one in captivity and a flock flying around Santo Sé. Lima traveled through this region in 1995 looking for the C. spixii, but in this case found only the Anodorhynchus leari. (Lears macaw) This species was probably confused by Lutz’s team with the C. spixii. The discovery of the A. leari between the municipalities of Campo Formoso and Santo Sé, contributed to the expansion of the geographic distribution of the species. (Munn, 1995).

Robert H. Becker visited numerous Caatinga biomes in Ceará and Bahia in 1913; the birds Becker col-lected were used in the description of various subspecies. It is incumbent on us to acknowledge the contribu-tion of the German naturalist Emil Kaempfer and his wife who, together, collected birds in 11 Brazilian states between 1926 and 1931. The material collected by the Kaempfers was used to describe three subspecies, all from the northeast of the country. Besides this, they were the first people to collect the Rhopornis ardesiaca (Slender antbird) and Megaxenops parnaguae, (Great Xenops) after the description of the species.

Still in the 20th century, of note is the contribution of the naturalist Emilie Snethlage. From his expe-ditions we can cite the description of three taxidermic categories: Xiphocolaptes franciscanus, Phylloscartes roquettei (Minas Gerais tyrannulet) and the Knipolegus aterrimus franciscanus (White-winged black tyrant).These three continue to be considered endemic to the Caatinga biome.

In the 1930s, Olivério Pinto distinguished himself on account of the two expeditions he led to the Bra-zilian northeast. However, most of his efforts were funneled towards the Atlantic Rainforest and the informa-tion he generated about Caatinga speciescame from third parties.

In the 1940s, of particular importance was the joint expedition carried out by the Oswaldo Cruz Institute and the Rockefeller Foundation, which at the time were conducting research on yellow fever. During this


expedition, besides the specimens collected, the highlight of the work was the description of the subspecies Xiphorhynchus guttatus gracilirostris,(Buff throated woodpecker).

In the 1950s, the two most important scientific expeditions were known as “The scientific expedition to the State of Alagoas,” and another organized by the Zoology Department of São Paulo’s Secretariat of Agri-culture. These expeditions were organized by Olivério Pinto. The first expedition was in 1951 and the second in 1952. These expeditions were important because Alagoas up until that point was one of the least explored Brazilian states in ornithological terms.

At the end of the 1950s (57/58), Olivério Pinto led new expeditions to the northeast. Camargo Andrade and Emílio Dente were part of this expedition. One of these took place in the northeast region of Bahia in 1958 and resulted in a list of 143 species. It was said the purpose of the expedition was to verify the existence of the Cyanopsitta spixii e Anodorhynchus leari macaws, something that did not occur.

In his study of Brazilian humming birds, Grantsau passed through the Chapada Diamantina region four times: 1965, 1974, 1975 and 2003. During these campaigns, he collected 12 species of humming birds.

From 1970 to 2000, of particular distinction is the work of Sick et al. (1987). When the A. leari breed-ing grounds were discovered, Sick and his collaborators made an inventory of the ornitho-fauna presence in the municipalities of Canudos and Jeremoabo and registered 132 species.

Olmos (1992) registered 208 bird species in the Serra de Capivara National Park, and this was the most important publication about the birds of the Piauí backlands.

Souto e Hazin (1995) reported 338 bird species for the Caatinga biome.

Parrini et al (1999) presented a list of 359 species in the Chapada Diamantina region of Bahia. It’s important to note that there are various ecosystems within the Chapada Diamantina. such as savanna, rocky terrain, rainforest and caatinga.

In 1997, Grantsau and Lima explored the Caatinga in the municipality of Teofilândia in search of hum-ming birds and representatives of the Formicariidae family.

Neves et al (1999) compiled a list of 146 species on the Tamanduá farm in the municipality of Santa Terezinha, in Piranhas located in the backlands of Paraiba state.

Fiúza (1999), using historical summaries and bibliographical sources, registered 283 species for the Caatinga biome in Bahia. Many of the species included in these registers belonged to other biomes, areas of transition and enclaves. 37 species were reported that are considered as being from enclave areas. Tem spe-cies typically found in savanna areas were found in transition zones. 30 are reported in dense Forest enclaves, nine species were listed as non-aquatic visiting species; seven species were reported in rocky enclaves. Fiúza (1999), even listed 57 species dependent on aquatic environments.

Nascimento (2000) presented an inventory of the ornitho-fauna of Aiuaba in the state of Ceará and Seridó in Rio Grande do Norte. 154 species are reported in the first inventory, 116 for the second.

Casteleti (2000) summarized the principal locales of the Caatinga biome where studies of the


ornitho-fauna had been conducted, which totaled 347 points. The method used for this study was based on samples of representatives from four families: Tyrannidae, Furnariidae, Dendrocolaptidae e Formicariidae. These four families compose 36% of the total of birds listed in Brazil and thus represent a significant sam-ple. The total number of species from these four families in the Caatinga was 144 species. The greatest diversity of these groups, with 56 species, was found on the farms of Lagoa Bonita and Grama in the Chapada Diamantina of Bahia. The survey undertaken by Casteleti included four sample points based on the degree of research done on each one: A - (zero) no species of the families that were analyzed were found in this locale; B - (1 - 14), from one to 14 species were found in this locale; C - (15 - 28), from 15 to 28 species were found in this locale; D - (29 - 56), a category considered well sampled. Between 29-56 species per locale were found.

Lima et al (2003 a, 2003 b and 2004a, 2004b e 2005) surveyed 233 bird species in the home-range of the A. leari. The work was done in two points of the municipality of Jeremoabo and one point in the munici-pality of Canudos. According to the methodology used by Casteleti (2000), until today the locale where the largest sample of birds for the Caatinga biome were the Lagoa Bonita and Grama farms in the Chapada Dia-mantina in Bahia. There, 56 species representing the families of Tyrannidae, Furnariidae, Dendrocolaptidae and Formicariidae were found. Applying the same type of analysis for the survey carried out by Lima et al in the home range of the A. leari, 59 species representing the four families were observed. We can therefore consider this area well-studied.

At Lima’s request, Grantsau visited the home range of the A. leari two times in 2003. Lima (2004) has registered 826 species of bird in the state of Bahia; of this total, 34,1% (282) were reported from the Caatinga biome. In this study of the Caatinga, many coastal birds, that had been cited by other sources Fiúza (1999) e Silva et al (2004) were not included These include: Sterna hirundo, (Common tern) Actitis macularia (Spotted sandpiper) Numenius phaeopus, (Whimbrel) Arenaria interpres, (Ruddy turnstone) Charadrius semipalmatus (Semipalmated plover) Charadrius wilsonia. (Thick-billed plover) Even though all these species occur in Ba-hia and besides the fact that we have researched all of them on the coast of Bahia, we never observed any of them in the areas of Caatinga where our studies were carried out. Something that deserves mention was the rescue by IBAMA of the Magnificent Frigatebird Fregata magnificens in the municipality of Bom Jesus da Lapa on the banks of the São Francisco river, some 600 kilometers from the coast. The bird was handed over to us and was recuperated, then banded and then set free. Despite this register, it was understood that this register was accidental and we did not include the species on the Caatinga bird list of Bahia.

Silva et al. (2004) summarized the birds of the Caatinga based on the survey done by Pacheco & Bauer (2000). Pacheco & Bauer excluded birds that occurred in other types of vegetation isolated in within the eco-system area, such as forested wetlands and rocky terrain, and accepted only 347 as registered for the biome in a strict sense. Silva et al.Presented a list with 510 species for the Caatinga biome having included all species,regardless of their habitat.

Based on the historic survey carried out by Pacheco & Bauer (2000) which compiled 347 species for the whole Caatinga biome, Fiúza (1999), reported 283 bird species for the Caatinga of Bahia, Lima (2004) reported 282 species for Bahian Caatinga and Silva et al. reported 510 species for the whole Caatinga biome. If we were to compare the results obtained in the home range of the A. leari with those reached by these other authors, we obtain the following percentage results: 66,6%, 81,6%, 81,9% e 45,3%, respectively.

The continuing survey and banding work we are doing in the Caatinga biome demonstrates the great importance of conservation of this biome which has up to this point been studied so sparingly.


O STATUS ECOLÓGICO DA ARARA-AZUL-DE-LEAR(Anodorhynchus leari )

A arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) foi descrita em 1856 pelo naturalista francês Bonaparte, a partir de um exemplar taxidermizado (empalhado) depositado no Museu de Paris e de outro que vivia no jardim zoológico de Anvers, na Bélgica. (Sick et al., 1987). Durante mais de um século, os exemplares que chegavam aos museus e zoológicos do mundo tinham origem pouco clara. Uma informação colhida em Pernambuco por Olivério Pinto que encontrou um desses exemplares numa fazenda procedente prov-avelmente de Juazeiro, sugeria que a pátria da A. leari estaria localizada no baixo Rio São Francisco (Bahia). Em fins de 1978, o naturalista alemão Helmut Sick e seus discípulos Luiz Gonzaga e Dante Teixeira descobriram a verdadeira área da A. lear, na região conhecida como Raso da Catarina (no sertão baiano). Pesquisas posteriores revelaram que a distribuição geográfica da espécie abrangia também os municípios de Euclides da Cunha, Paulo Afonso, Campo Formoso, Curaça e Santo Sé.

O primeiro e maior grupo de A. leari documentado na natureza foi na Serra Branca – Jeremoabo, em 1978/1979, que reunia 21 indivíduos; em 1980 Luís Cláudio Marigo observou 36 araras às margens da ro-dovia Cocorobó/Jeremoabo; em 1983, Carlos Yamashita encontrou na Toca Velha, um grupo que variava de 19 a 33 aves e no mesmo local; Gonzaga e Yamashita em 1985 registraram 20 indivíduos (Sick et al.,1987). Estudos realizados por Brandt e Machado em 1988 estimaram a população em cerca de 60 indivíduos (Brandt e Machado, 1990). Após a violenta seca que assolou a região em 1993, alguns pesquisadores temeram que tivesse ocorrido uma redução ainda maior na população dessas araras em decorrência das atividades de caça. De 1856, quando a espécie foi descrita, até 1978, quando a “pátria” da arara-azul-de-lear foi descoberta por Helmut Sick e sua equipe houve um longo período, exatamente 122 anos, em que informações sobre essa espécie eram inexistentes. Apenas uma informação foi divulgada, a partir de um exemplar cativo encontrado em Juazeiro, procedente da região sul do Rio São Francisco (Pinto, 1950). Muitas perguntas intrigavam os pesquisadores: Qual seria a população dessa espécie? Qual sua distribuição geográfica? Com a descoberta daverdadeira área de ocorrência da espécie por Sick, era previsível uma ação qualquer com o objetivo de estudar e consequentemente aplicar medidas de manejo para a preservação da espécie no Raso da Catarina.

Embora o período de tempo transcorrido desde a descoberta por Sick (26 anos), muitas pergun-tas permanecem sem resposta, como por exemplo: Qual o efetivo da população da arara-azul-de-lear? Esforços têm sido feitos na tentativa de responder a essas e outras perguntas, mas ainda há muito a ser feito. Para maximizar os esforços até hoje empregados, seria necessário realizar censos simultâneos em todos os pontos de alimentação conhecidos e investir na procura de novas áreas de alimento e re-produção, o que incluiria o uso de radio-transmissores do tipo satélite e foto-censos. Outra falha na história natural da espécie está relacionada à reprodução. Até o presente momento, existem dados controversos sobre as ninhadas de um a três filhotes, no entanto, nada se sabe sobre o efetivo populacional para reprodução, período de incubação, tempo de permanência dos filhotes nos ninhos etc., dados esses que só podem ser for-necidos através de pesquisas efetuadas no interior dos ninhos. Como poderemos entender a biologia reprodu-tiva da espécie sem realizarmos pesquisas sobre a incubação, número de ovos, tempo de permanência dos filhotes no interior do ninho, crescimento dos filhotes, índice de mortalidade dos filhotes, deficiência alimentar etc. O que sabemos sobre as araras brasileiras através de nossa experiência ou de experiências no estudo do comportamento reprodutivo de diversas espécies de araras no Peru e Bolívia (Munn, 1995), é que essas aves não abandonam o ninho quando estão com os filhotes. Precisamos estudar mais minuciosamente os ninhos da arara-azul-de-lear para então podermos confirmar este comportamento da espécie, o que será extremamente importante para propostas futuras de manejo em cativeiro e na natureza.


Em 1997, investigando potenciais áreas de alimentação, descobrimos um novo local visitado pelas araras que nunca tinha sido visitado por nenhum pesquisador de ornitologia: a reserva dos índios Pankarares. Na época, conseguimos o apoio de dois índios e durante quatro dias percorremos a reserva indígena, seguindo as pistas sobre os locais de reprodução e as áreas de alimentação. Conseguimos observar um bando de 14 ara-ras numa fazenda que faz limite com as terras indígenas. As aves eram muito ariscas, com o comportamento diferente das aves da população conhecida que permitem que as pessoas se aproximem delas. A uma certa distância, cerca de 100 metros, as aves demonstraram nervosismo e debandaram, não tendo permitido uma aproximação a menos de 300 metros. Por ocasião da descoberta, o vaqueiro da fazenda nos disse que se ele tivesse uma espingarda naquele momento, mataria certamente de uma a duas daquelas aves. Foi assim que ficamos sabendo que é muito comum as pessoas da região abaterem araras. No local onde observamos as aves, fizemos uma vistoria sob os licuris (Syagrus coronata), e pudemos observar uma grande quantidade de frutos ao redor, cortados pelas aves. Geralmente as araras abrem os frutos de licuri com cortes transversais perfeitos (Yamashita, 1987). Conforme já verificado por Brandt e Machado (1990) descobrimos também frutos de licuri abertos com perfeitos cortes longitudinais, junto de frutos com cortes transversais quando realizamos a ex-pedição à reserva dos Pankarares. Entrevistando os índios Pankarares sobre a existência de araras na região e contando com o apoio do cacique Afonso, descobrimos que no passado, de 20 a 40 anos atrás (relatos de índios mais velhos), a população das araras era estimada em centenas de aves. Relataram também que os meninos in-dígenas tinham que ficar espantando as araras, para que elas não comessem os frutos dos licuris que, na época, faziam parte do seu cardápio alimentar. Os índios mais velhos (acima de 80 anos) relataram a existência de ninhos de araras nas serras, localizados dentro dos limites da atual reserva indígena, e também contaram que a partir da década de 80, a população de araras tinha diminuído significativamente, embora possa ainda ser encontrada em pequenos grupos de, no máximo, 20 aves. É possível que o processo de declínio das araras já estivesse começando quando Sik descobriu a “pátria” das araras da espécie azul-de-lear e relatou que estimava a população em cerca de 60 aves (Sick et al., 1987). Podem ter contribuído para o declínio da população da araraazul-de-lear, a expansão das fazendas (eliminação de áreas de alimentação), a caça (tanto de índios, como de sertanejos) e mais recentemente, o tráfico de animais silvestres. Antes da descoberta de Sick, a arara era apenas mais um animal de caça na região. Segundo os índios Pankarares e de acordo com as mais recentes in-formações obtidas com nossas pesquisas de campo, ainda perdura o abate de araras na região. A influência da caça na região, tanto no Raso da Catarina, como na Reserva Indígena ainda é muito grande, sendo responsável pela redução da população de várias espécies animais, como veados, pacas, caititus, tatus, avoantes, queixada, teiú, jabutis, jibóias, jacutingas e emas (hoje extremamente raras na região, beirando a extinção). Outra in-fluência na região é a extração clandestina de madeira. Os índios têm relatado que, semanalmente, carros detração entram na região do Raso da Catarina, para caçar ou para extrair madeira.

Durante a pesquisa com os índios Pankarares, o cacique Afonso nos mostrou algumas fotos de seus rituais e dentre elas uma chamou a nossa atenção: um índio com seus trajes típicos, usando um cocar de penas azuis da arara-azul-de-lear. Conseguimos localizar o índio que era o autor dessa façanha. Ele nos contou que tinha abatido a arara porque tinha tido um sonho e nesse sonho ele teria que fazer um cocar com as penas daquela ave. No dia seguinte, quando estava na roça, avistou um bando de araras e usando sua espingarda, conseguiu matar uma das aves. Este é um relato recente de abate de arara-azul-de-lear pelos índios, para fins de ornamentação e de ritual. Os índios afirmam que não faz parte de sua tradição perseguir animais de penas para estas finalidades. Índios mais antigos relatam o abate de araras para alimento e para espantá-las das plan-tações de milho. Outra informação interessante levantada junto aos índios Pankararés está relacionada ao de-clínio dos pés de licuris. Os índios Pankarares relatam que antigamente, no tempo do cangaço (jagunços fora da lei perseguidos pelos policiais), eles ficavam em uma situação muito delicada. Os policiais espancavam os índios para que lhes ensinassem a rota dos jagunços; caso o fizessem, era a vez dos jagunços os perseguir para matar. Assim, os índios sofriam uma dupla perseguição, tanto dos jagunços, como da policia. Nesse período, os índios tinham dificuldade para obter alimento e o licuri passou a ser a sua principal fonte de alimento. Além


de comer os frutos, eles cortavam os pés de licuris, retiravam a casca e moíam o tronco, deixando-o secar. Após alguns dias de secagem, batiam o tronco moído e ressecado até se tornar um pó de cor avermelhada (boré), que era utilizado como alimento. Eles até comentam que asararas competiam com eles pelo licuri.

A “falta de alimento” (no caso, do fruto dos licuris) fez com que as araras buscassem fontes alternativas de alimento, sendo a principal delas, o milho (Zea mays). Bandos de araras são capazes de destruir totalmente as pequenas roças de milho, trazendo um enorme prejuízo para os pequenos produtores rurais. O ataque das araras nas roças de milho não agrada nada aos pequenos produtores, que as consideram, de modo geral, umaverdadeira praga, porque depois de um ataque, perdem sua lavoura e ninguém se responsabiliza pelos danos. Na área da população conhecida, os produtores toleram as araras, com medo da repressão do IBAMA e temem a prisão. Apesar disso, já foram descritos vários relatos de morte de araras pelos pequenos produtores rurais. Nas áreas onde não há fiscalização por parte do IBAMA, os produtores não toleram que as araras destruam suas plantações de milho e assim as aves estão correndo sérios riscos. Quando se trata de “falta de alimento”, é importante que se esclareça que na realidade, existe uma quantidade enorme de pés de licuri; o que está ac-ontecendo é que as araras só freqüentam os licuris das áreas abertas (pastos) por uma questão de segurança. Existe uma infinidade de pés de licuris embrenhados na caatinga e não freqüentados pelas araras. A Fundação BioBrasil, através de convênio com o proprietário da Fazenda Serra Branca, principal local de nidificação das araras, realizou a limpeza em redor dos pés de licuris, para aumentar a oferta de alimento perto do ponto de nidificação. Esta sugestão nos foi proposta pelo proprietário da Serra Branca, o Sr. Otávio Nolasco.


THE ECOLOGICAL STATUS OF THE LEARS MACAW(Anodorhynchus leari)

The Lears macaw was first described in 1856 by the French naturalist Bonaparte from a stuffed taxi-dermic specimen stored in the Paris Museum and from another specimen that lived in the Anvers (Belgium) zoo. (Sick et al., 1987) For more than a century, there was little idea about the origin of the specimens that arrived in museums and zoos throughout the world. Information discovered in Pernanmbuco by Oliverio Pinto, who came across a Lears on a farm there that was said to have come from Juazeiro, suggested that the bird probably originated from the San Francisco river lowlands in the state of Bahia. At the end of 1978, the German naturalist Helmut Sick, aided by his assistants Luiz Gonzaga and Dante Teixeira discovered the real breeding grounds for the A. leari in a region known as the Raso da Catarina in the back lands of Bahia. Later study determined that the geographic distribution of the bird covered the municipalities of Euclides da Cunha, Paulo Afonso, Campo Formoso and Santo Se.

The first and largest documented group in the wild of A. leari was at Serra Branca in the municipality of Jeremoabo in 1978/79 and consisted of 21 individuals; in 1980 Luis Claudio Marigo observed 36 macaws along the Cocorobo/Jeremoabo highway; in 1983, Carlos Yamashita found a group that varied between 19 to 33 individuals at Toca Velha and in the same location, Gonzaga and Yamashita registered 20 individuals in 1985. (Sick et al., 1987) Studies carried out by Brandt and Machado in 1988 pointed to an estimate of the total population as being 60 individuals. (Brandt and Machado, 1990). After the violent drought that ravaged the region in 1993, some researchers feared hunting activity had caused an even greater reduction in the macaw population’s numbers. From 1856, when the species was described, until 1978 when the nesting grounds of the Lears were discovered by Helmut Sick and his team, a period of 122 years, information about this species was practically non-existent. Only one piece of information was divulged, that of a captive specimen found in Juazeiro, which came from the San Francisco river region. (Pinto, 1950)

There were many questions that intrigued researchers. What was the total population of the species? What was its geographic distribution? With the discovery by Sick of the real area of occurrence of the species, studies that would investigate the species and implement conservation strategies for it in the Raso da Catarina, were unleashed.

Even though it has been 24 years since the discovery of the species by Sick, many unanswered ques-tions remain such as: What in fact is the total population of the Lears? Efforts have been undertaken to try and respond to this and other questions, but much remains to be done. In order to take advantage of this past research, it will be necessary to carry out simultaneous censuses in all known feeding spots and also fund searches for other unknown feeding and reproduction locales. The use of radio transmitters and photographic censuses should also take place. Another shortcoming in the natural history of the species relates to reproduc-tion. Up until now there is controversial data about reproduction; though it is known that one to three chicks are born, nothing is known about the amount of fertile pairs in the population, the incubation period, how long the chicks stay in the nest etc.. Such data can only be determined through research done from within the nests. How will we ever understand the reproductive biology of the species without undertaking research about incubation, the number of eggs, the amount of time the chicks spend in the nest, the growth rate of the chicks, their mortality rate, problems with alimentation etc.? What we know about Brazilian macaws through our experience and that of others studying the reproductive habits of a diverse range of species of macaws in Peru and Bolivia (Munn, 1995) is that these birds do not abandon the nest when they are with their chicks. We need to study with much more detail the Lears macaw nests to confirm the behavior of the species, a necessity that will be extremely important for future management proposals for the birds in captivity or the wild.


In 1997, while investigating potential feeding areas, we discovered a new area frequented by the ma-caws that had never been visited by any ornithological researchers. It was in the Indian reserve of Pankarares. At the time, we managed to get the help of two Indians and over a period of four days we explored the reserve, following leads about reproduction and feeding areas. We managed to come across a flock of 14 macaws on a farm on the edge of the Indigenous reserve. The birds were extremely skittish, in contrast to the macaws of the different known population that allow people to approach them. The birds did not let us get to within 300 meters of them. During this discovery, the farm manager said that if he had had a rifle with him, he would have certainly picked off one or two of the birds. In this way, we got to know that it is very common for people from the region to shoot at the macaws. In the area where we observed the birds, we inspected around the base of the Syagrus coronata palms where large quantities of the nuts (licuri in local parlance) were spread around their base. Generally the macaws open the palm nuts with a perfect transversal cut. (Yamashita, 1987). As had already been verified by Brandt and Machado (1990), we discovered during the expedition to the Pankarares reserve opened palm nuts with perfect longitudinal cuts as well as palm nuts with transversal cuts. In inter-views with the Pankarares Indians about the occurrence of the birds in the region and with the help of their chief Afonso, we discovered from older members of the tribe that in the past, perhaps some 20-40 years ago, that population of macaws ran into the hundreds. They also related that the Indian children had to scare off the birds so as to prevent them from eating the licuri fruit, a part of the Indian’s diet. The oldest Indians (those over 80) said there used to be nests in the cliffs within the limits of the present day reserve. But from the 80s on, the macaw population had diminished significantly, although they could still be found in small groups of no larger than 20 birds.

It could be that the process of population reduction had already started occurring when Sick discovered the macaw’s nesting grounds and projected the total population to be around 60 birds (Sick et al., 1987). One of the factors that could have contributed to the Lears macaw decline was the expansion of local farms (and elimination through that of feeding areas), hunting, (by Indians and locals) and more recently, the wildlife traf-fic. Before Sick’s discovery, the macaw was just another of the animals hunted in the region. According to the Pankarares Indians, and corroborated by the information we obtained from our field research, the practice of shooting Lears macaws continues. The influence of hunting, both in the Raso da Catarina and the Indigenous reserve, is still extremely heavy and is responsible for the reduction of various fauna species such as deer, agoutis, armadillos, squirrels, white-lipped peccaries, peccaries, iguanas, tortoises, boa constrictors, guans, and Greater rheas (today very rare and almost extinct). Another regional influence is the clandestine extraction of wood. Indians say that every week, four-wheel- drive trucks enter the region of Raso da Catarina to hunt and pull out wood.

During the research with the Pankarares Indians, chief Afonso showed us a few pictures of their ritu-als, and included among them was one that featured an Indian in traditional attire and a headdress with the blue feathers of the Lears macaw. We managed to locate the Indian who had made this. He told us he had shot the macaw because of a dream he’d had in which he’d been told to make a headdress with the feathers of that bird. The next day, when he was on his farm, he noticed a band of macaws and using his rifle, managed to kill one of the birds. This is a recent account of the killing of a Lears macaw by Indians for the use of ritual and ornamentation. The Indians affirm that nowadays this type hunting the birds for their feathers is not part of their tradition for these sartorial purposes. Older Indians said that they used to shoot the macaws for food and to scare them away from the corn plantations.

Another interesting piece of information related by the Pankarares Indinas concerns the decline in the number of Syagrus palms. The Indians said that in the times of banditry (when hired assassins were being rounded up by police), they found themselves in a delicate situation. The police would beat the Indians in


order that they furnish information about the routes taken by these hired assassins. If they ceded this informa-tion, they would incur the wrath of the hired assassins. In this way, the Indians suffered from double persecu-tion from both the police and the hired thugs. During this period, it was difficult for the Indians to get food and so the Syagrus palm nut became their principal food source. Besides eating the palm nut, they would cut down the actual palms, scrape off the bark, crush the trunk and leave it to dry. After a few days of drying, they beat the crushed trunk and turned it into a reddish dust (bore) which was used as food. The Indians said that the macaws were competition for the Syagrus palms.

The lack of food (in this case, the licuri palm nuts) forced the macaws to seek other food sources and they settled principally on corn (Zea mays). Flocks of macaws are capable of totally destroying corn planta-tions on small farms, which obviously has enormous negative economic consequence for small rural produc-ers. These plantation raids by the macaws regarded with alarm by these small farmers who consider the birds, in a general way, as a dangerous pest. Such an attack can result in the loss of all their production and nobody compensates them for this loss. In the areas of known macaw populations, the small farmers, fearful of repris-als from IBAMA and possible prison, tolerate the macaws. Despite this, incidents of small farmers killing macaws have been reported. In areas unsupervised by IBAMA, the small farmers do not tolerate the macaws destroying their corn plantations and so the birds in these areas are in serious risk. When dealing with the is-sue of lack of food, it’s important to clarify that in reality, there are a huge number of Syagrus palm trees in the region; what is happening is that the macaws, for questions of safety, only feed off the palm trees in open areas. There are an infinite number of licuri trees entangled with other caatinga vegetation that are not used by the macaws. BioBrasil, through an agreement with Serra Branca Farm, the principal nesting ground for the macaws, is carrying out extensive clearing efforts around the base of these licuri palms, in order to augment the availability of the licuri fruits close to these nesting areas. This suggestion was made by Serra Branca’s owner, Otavio Nolasco.


LEVANTAMENTO E ANILHAMENTO DA ORNITOFAUNA NAPÁTRIA DA ARARA-AZUL-DE-LEAR (Anodorhynchus leari,

Bonaparte, 1856): um complemento ao Levantamento realizado porH. Sick, L. P. Gonzaga e D. M. Teixeira, 1987.

Sumário: O presente trabalho apresenta dados do inventário e anilhamento da ornitofauna em duas áreas do Raso da Catarina (pátria da espécie A. leari, em ambientes de caatinga arbustiva e floresta semidecidua. Em 2002 e 2003, realizamos seis campanhas de inventário, empregando métodos de observação direta, registro sonográfico e captura em redes de neblina, e até agora foi possível identificar 191 espécies de aves distribuidas em 17 ordens e 38 famílias. Desse total, 115 espécies (60,2%) foram anilhadas e 185 (96,8%) fotografadas. O trabalho incluiu ainda a coleta de dados morfométricos e campanhas de educação ambiental junto às comuni-dades locais. O resultado dessas iniciativas é que foram acrescentadas 59 espécies à lista elaborada por Sick e colaboradores (Sick et al., 1987), fruto do programa de Estudos e Conservação na região do Raso da Catarina promovido pela Fundação BioBrasil com o apoio da Cetrel.

Palavras Chave

Anodorhynchus leari; avifauna de caatinga; Raso da Catarina, anilhamento, fotografia.

Introdução

Durante muito tempo, não se sabia qual era verdadeira pátria da espécie Anodorhynchus leari. Bona-parte, em 1856, descreveu a espécie baseando-se em um exemplar taxidermizado depositado no Museu de Paris e em um outro indivíduo que vivia no Jardim Zoológico de Anvers. Em 1978, 122 anos depois, Helmut Sick e seus discípulos, Luiz Pedreira Gonzaga e Dante Martins Teixeira, descobriram a verdadeira pátria da A. leari, situada no sertão da Bahia entre os municípios de Jeremoabo, Canudos e Euclides da Cunha, e, es-pecificamente, dois pontos de dormida e reprodução: Toca Velha, no município de Canudos e Serra Branca, no município de Jeremoabo. Em 1994, Lima incentivou um “mateiro” da região a procurar novas populações de A. leari e em 1995, fruto desta iniciativa, foi descoberta uma nova população localizada no município de Campo Formoso, que foi confirmada por Lima (Munn, 1995). Apesar de transcorridos 25 anos da descoberta da pátria da A. leari, não são disponíveis muitas informações sobre a reprodução da espécie. Munn (1995) e Reynolds (1998) alertaram sobre a necessidade de realizar estudos sobre o comportamento reprodutivo da espécie. Desde a descoberta da pátria da A. leari, a região do Raso da Catarina tem sido alvo da atenção de ornitólogos pesquisadores e conservacionistas de todo mundo, porém essas ações estiveram sempre voltadas para as araras, relegando para um segundo plano as atividades com as outras espécies da região. Sick e seus colaboradores foram os primeiros a divulgar dados sobre o levantamento da ornitofauna da pátria da A. leari, quando relataram a presença de 132 espécies de aves (Sick et al., 1987). Este trabalho de inventário permanece como o mais consistente já divulgado sobre a região.

Os objetivos do presente estudo foram os seguintes: (1) o inventário da ornitofauna no Raso da Cata-rina; (2) estabelecer um amplo programa de monitoramento da avifauna na região, utilizando a técnica do ani-lhamento; (3) implementar um banco de imagens das aves da Bahia, neste caso específico, as aves da caatinga; (4) e, implantar um programa de educação ambiental eficiente nas comunidades da região.


Iniciamos nossos trabalhos em março de 2002, quando a Fundação BioBrasil adquiriu o direito de explorar uma área de 20.000 ha no Raso da Catarina, local onde se concentra mais de 90% do efetivo re-produtivo da A. leari. A BioBrasil, com o apoio da Cetrel e em parceria com outras instituições, vem desen-volvendo pesquisas sobre a referida espécie, ampliando as atividades do Programa de Estudo e Conservação na região.

ÁREAS DE ESTUDOS E METODOLOGIAS

Os trabalhos foram desenvolvidos em duas áreas distintas: a primeira, na Fazenda Serra Branca, cuja vegetação se caracteriza por uma caatinga arbustiva densa ou raleada, com altura máxima de cinco metros, e que, em alguns trechos, forma um aglomerado compacto de difícil acesso, principalmente por causa da vegetação espinhosa. Nesta área, encontramos formações de arenito que formam “canyons” que podem al-cançar até 100m nos pontos mais altos e que são utilizados pelas A. leari para reprodução. A segunda área, situada nas proximidades do município de Jeremoabo, dista do centro cerca de 15km e sua vegetação pode ser caracterizada como floresta semidecidua, cercada por vegetação de caatinga raleada (provavelmente a cara-cterística de raleada surgiu a partir da recomposição natural, depois da derrubada da floresta para plantações). Nessa floresta, as árvores chegam a ultrapassar 20 metros de altura sendo que parte delas perde suas folhas no período mais seco, ao contrário da vegetação da área da Serra Branca que perdem totalmente as folhas.

Para nossas observações diretas, utilizamos binóculos Zeiss e Bushnell 10 x 40, além de uma luneta Kawa TSN2 60x. Para a captura das aves utilizamos 45 redes de névoa (12m X 2,5m, malha de 10mX10m). O esforço de captura foi de 14 dias com 20 redes, 15 dias com 45 e seis dias com 49. As redes ficaram abertas durante 12horas/dia. Consideramos um esforço total de 384 horas de rede, porque subtraímos 36 horas dis-pensadas para relocação de pontos de captura durante alguns dias. As campanhas foram realizadas em março, abril, maio e agosto na Serra Branca e novembro de 2002 e fevereiro de 2003 na floresta semidecidua. Os dados biométricos foram aferidos, usandose régua milimetrada e paquímetros, e o peso foi calculado com di-namômetros (0,5Kg, 1Kg e 5kg) e pesolas de 10g, 30g, 100g e 300g. As fotografias foram feitas com câmarafotográfica Nikon F3, com o auxílio de lentes de 200mm, 300mm, 600mm e 1200mm sendo utilizados filmes Fuji, 36 exposições, asa 100. Todas as aves capturadas estão sendo marcadas com anilhas de metal fornecidas pelo CEMAVE/Ibama. Para os registros sonográficos, utilizamos um gravador Sony TCM 5000EV e um mi-crofone direcional Sennheiser k6. A metodologia inicial utilizada no programa de educação ambiental contou com a confecção de cartazes com diversas fotos da espécie A. leari e demais espécies ameaçadas e endêmicas da região, sendo que esses cartazes foram distribuídos em diversas comunidades. Foram distribuídos ainda dois lotes de transparências, um para a Secretaria de Educação de Jeremoabo e outro para a comunidade de Água Branca (comunidade mais próxima do habitat da espécie A. leari) com 100 fotografias das aves da região, além de outras espécies animais. As transparências estão sendo utilizadas pelos professores das comunidades com o objetivo de instruir os alunos sobre a fauna local. Outra estratégia utilizada foi o envolvimento dos membros das comunidades, principalmente professores nas atividades de anilhamento, para que adquirissem conhecimentos sobre a fauna local e assim participassem mais diretamente da conservação do habitat como um todo. Também foram realizadas palestras em várias localidades.

RESULTADOS

Nas campanhas realizadas em março, abril, maio e agosto de 2002 em Serra Branca e em novembro de 2002 e fevereiro de 2003 na floresta semidecidua, registramos, até agora, 191 espécies de aves distribuidas em 17 ordens e 38 famílias (ver tabela). Entre as espécies identificadas, sete são consideradas como ameaçadas globalmente ou quase ameaçadas, e 11 são consideradas endêmicas ao bioma Caatinga (Ibama , 1989 e 1992; Benck & Maurício, 2002) (ver tabela). Capturamos e anilhamos 2102 aves de 115 diferentes espécies


(60,2% das espécies registradas na região, até o momento). Considerando a lista de Sick et al., 1987, 55 espécies figuram como novos registros para a região. Colaço et al., 2002, em 130 horas de esforço de campo empregados em março, abril, maio e junho de 2002, com registros feitos a partir de conttos visuais, audi-tivos e pistas, registraram 106 espécies para a Reserva Indigena Pankarare, 84 espécies a menos que o nosso trabalho.

As aves com maior freqüência de captura foram: Elaenia albiceps (N=232, 11%), Scardafela squam-mata (N=123, 5,85%), Coryphospingus pileatus (N=122, 5,8%), Hemitriccus margaritaceiventer (N=109, 5,1%) e Coereba flaveola (N=96, 4,5%).

Entre as espécies consideradas ameaçadas de extinção, encontramos Megaxenops parnaguae, que não consta na lista de Sick et al. 1987, e é uma espécie que foi registrada tanto no ecossistema de caatinga como no de floresta.

A espécie Herpisilochmus pectoralis foi encontrada tanto na caatinga como no interior de floresta, sempre utilizando o estrato inferior e superior das árvores. A espécie Herpisilochmus sellowi foi registrada, tanto dentro, como nas bordas da mata, mas até hoje não foi registrada no habitat da caatinga arbustiva da Serra Branca. A espécie Penelope jacucaca, apesar de não ter sido capturada em rede, é muito freqüente nacaatinga de Serra Branca. A Fundação BioBrasil, em cooperação com várias instituições, vem realizando o senso anual da população de A. leari, e, a partir de janeiro de 2003 passou realizar um senso mensal nos paredões de dormida e de reprodução da Fazenda Serra Branca. O último senso em fevereiro de 2003 registrou a presença de 303 aves em Serra Branca.

Dentre as espécies endêmicas, destacamos a Phaethornis gounellei, que têm uma característica espe-cial: no mês de maio as aves adultas apresentam uma coloração amarela bem viva no bico que contrasta com a ponta que é de cor preta. Esta é uma característica do período de reprodução da espécie (Rolf Grantsau), embora não tenhamos encontrado nenhum ninho. A espécie Gyalophylax hellmayri foi registrada nos dois habitats, porém só freqüenta as bordas da área da mata. A Sakesphorus cristatus só foi capturada em Serra Branca. A espécie Paroaria dominicana foi introduzida pelo IBAMA na área da Serra Branca, não habitando o interior da caatinga densa arbustiva. É freqüentemente encontrada em áreas abertas ou à beira de corpos d’água. A espécie Phaethornis pretrei pretrei foi encontrada apenas na floresta semidecidua, ao passo que a Phaethornis pretrei minor somente na caatinga densa ou raleada da Serra Branca. Nenhuma das formas foram arroladas por Sick et al., em 1987.

A Phaethornis pretrei minor foi descrita por Grantsau (1989) no norte de Goiás e Maranhão. Lima capturou esta subespécie através de rede no Sul do Piauí em 2002. Um espécime foi coletado por Grantsau na Fazenda Serra Branca, documentando assim a distribuição geográfica, e encontra-se depositado na coleção de Grantsau (RG 10238). Nós registramos a presença de muitas espécies ocorrentes na Mata Atlântica mais úmida do leste brasileiro, na área de floresta semidecidual de Jeremoabo, destacando-se: Micrastur ruficol-lis, Neopelma pallescens, Phethornis pretrei, Xenops rutilans, Arremon taciturnus e Hemithraupis flavicollis. Nenhuma dessas espécies foi relatada por Sick et al. 1987 em seu levantamento. A maioria das espécies cap-turadas na floresta no mês de fevereiro possuía a placa de incubação evidente, indicando que nesse período se intensifica a reprodução na região. Outro fato adicional representativo do período de reprodução é a presença de muitas aves jovens, recém saídas do ninho, muitas vezes com pequena capacidade de vôo.

Outra espécie que merece destaque é Elaenia albiceps, migrante austral que viaja do cone sul até os Andes colombianos e Região Amazônica (Sick, 1997). Está espécie não foi registrada por Sick e


colaboradores em seu levantamento. Nossos dados de captura e observação da espécie na região entre os meses de abril, maio e junho de 2002 apontam para o pico de migração da espécie na região. Depois desse período, as aves abandonaram por completo a área. Nas campanhas de anilhamento realizadas no mês de fevereiro de 2003, capturamos quatro aves dessa espécie na floresta semidecidual, sugerindo que alguns indi-víduos chegam a rigião em meados de fevereiro. Nas campanhas de anilhamento realizadas no ano de 2002 na Serra Branca de abril a junho, foram capturadas e anilhadas 228 aves desta espécie. Nossos dados preliminares apontam uma extensão temporal da espécie durante a migração para a região nordeste, que segundo Marini e Cavalcanti (1990) seria entre maio e julho. A intensificação de nossas atividades e outros esforços de cap-tura em mais pontos de ocorrência da espécie permitirão preencher uma grande lacuna no conhecimento dos mivimentos migratórios deste Tyrannidae. A Sarcoramphus papa, apesar de não ser uma espécie ameaçada de extinção é considerada rara em diversas regiões do Estado da Bahia. Na Fazenda Serra Branca, um grupo de 86 aves é freqüentemente visto em um paredão de arenito para pernoitar. Este local não é freqüentado pelas A. leari. A espécie Bubulcus ibis, que não consta da lista de Sick, foi por nós detectada pela primeira vez na Bahia, no ano de 1988, justamente no município de Jeremoabo e desde aquela data até o presente momento, a espécie colonizou todo o estado. O bioma Caatinga é um dos biomas brasileiros menos estudados, por isso as pesquisas realizadas na pátria da A. leari são de fundamental importância para as ações de conservação e manejo na região.

A participação das comunidades nos trabalhos de pesquisa contribui decisivamente para as iniciativas de conservação, pois uma vez instruída e conhecendo melhor o habitat onde vive, a comunidade passa a par-ticipar de forma efetiva na conservação dos ambientes e das espécies ali presentes.


SURVEY AND BANDING OF THE ORNITO-FAUNA IN THERANGE OF THE LEARS MACAW (Anodorhynchus leari),

Bonaparte, 1856; a complement to the survey caried out by H. Sick,L.P. Ognzaga and D.M. Teixeira, 1987.

Summary: The following work presents data from the inventory and banding of the ornitho-fauna in two areas of the Raso da Catarina (home range for the A. leari and characterized by the scrub bush caatinga and semi-de-ciduous forest) In 2002 and 2003 we carried out six inventory campaigns, using methods of direct observation, sonic register and the capture of birds in mist nets. We managed to identify 191 bird species distributed in 17 orders and 38 families. Of this total, 115 species (60.2%) were banded and 185 (98.8%) were photographed. The work included the collection of morphological data as well as environmental education campaigns with the local population. The result of these initiatives that are part of the CETREL supported Conservation and Study Program of the Raso da Catarina promoted by BioBrasil Foundation, was the addition of 59 species tothe list compiled by Sick and his collaborators (Sick et al., 1987).

Key Words: Anodorhynchus leari; avi-fauna de caatinga; Raso da Catarina; banding; photography.

Introduction

For many years, the true home range of the Anodorhynchus leari was unknown. The Lears macaw was first described in 1856 by the French naturalist Bonaparte from a stuffed taxidermic specimen stored in the Paris Museum and from another specimen that lived in the Anvers (Belgium) zoo. (Sick et al., 1987) In 1978, 122 years later, Helmut Sick and his assistants, Luiz Pedreira Gonzaga and Dante Martins Teixeira, discovered the true home range of the A. Leari. It was located in the backlands of Bahia state between the municipali-ties of Jeremoabo, Canudos and Euclides da Cunha, with two specific points where roosting and nesting took place: Toca Velha in the municipality of Canudos and Serra Branca in the municipality of Jeremoabo. In 1994, Lima encouraged a local woodsman of the region to look for new populations of A. leari which resulted in the discovery of a new population located in the municipality of Campo Formoso in 1995. This was subsequently confirmed by Lima.

Despite the 25 years since the discovery of the home range of the A. leari, little information about the reproduction of the species is available. Munn (1995) and Reynolds (1998) warned of the necessity of conducting studies about the reproductive behavior of the species. Since the discovery of the home range of the A. leari, the Raso da Catarina region has been the target of attention from ornithologists, researchers, and conservationists from all over the world. This attention, however, has always been focused on the macaws. The other species of the region were considered of secondary importance. Sick and his collaborators were the first to produce data from a survey of the ornitho-fauna of the A. leari range. They noted the presence 132 bird species (Sick et al., 1987). This inventory remains the most comprehensive register available about the region.

The objectives of the current study were the following: 1. To inventory the ornitho-fauna of the Raso da Catarina; 2. To establish an extensive monitoring program of the region’s avi-fauna; 3. To compile a da-tabase of photographic images of the birds of Bahia and in this specific case the birds of the caatinga; 4. To implement an effective program of environmental education in the region’s communities.


We started our work in March of 2002 when BioBrasil Foundation acquired the right to use an area of 20,000 hectares in the Raso da Catarina, a locale where 90% of the total A.leari population is found. With CETREL’s support and the collaboration of other institutions, BioBrasil has been developing research about the above-mentioned species, and amplifying the Conservation and Study program in the region.

Study Areas and Methodologies

The work was developed in two separate areas. The first was Serra Branca farm, where vegetation is characterized by the dense scrub bush of the caatinga. This reaches a maximum height of five meters, can become a compact mesh that is difficult to penetrate due to the extensive thorns. In this area, we find sand-stone cliffs that form canyons that can reach heights of up to 100 meters and which are used by A. leari for reproduction. The second area is in municipality of Jeremoabo and around 15 kilometers from the town of the same name. The vegetation could be characterized as semi-deciduous forest surrounded by disturbed caatinga vegetation (it is probably disturbed because of the natural re-composition that took place after the forests were felled for plantations). In this forest, the trees can be taller than 20 meters and only a few of them lose their leaves in the more dry periods. This is contrast to the vegetation in the area around Serra Branca that loses all its leaves.

For our direct observations, we used Zeis and Bushnell binoculars, as well as a monocle Kawa TSN2. To catch the birds, we used 45 mist nets (12 m. x 2.5 m. with 10mm x 10mm gaps) We divided the work with nets in the following proportions: for 14 days, 20 nets were used, for 15 days, 45 nets were used, and for 6 days, 49 nets were used. The nets were open 12 hours a day. We calculate that the total open net time was 348 hours. We subtracted the 36 hours which were used for moving the nets between capture points for a few days. The campaigns took place in March, April, May and August in Serra Branca and November 2002 and February 2003 in the semi-deciduous forest. The biometric data was compiled using a millimeter ruler and paquemeters and the weight calculated with dinamometers (0.5 kg, 1 kg and 5 kg) and pesolas of 10 g, 30g, 100g, 300g. The photographs were taken with a Nikon F3 fitted with 200mm, 300mm, 600mm and 1200mm lenses, and Fuji Film with 36 exposures and ASA100. All the captured birds are being banded with bands pro-vided by CEMAVE/IBAMA. For the sonic registers, we used a Sony TCM 5000EV recorder and a directional microphone Sennheiser k6.

The initial environmental education methodology used was to produce several different posters with pictures of the Lears Macaw and other endemic and threatened regional species. These posters were distrib-uted among several different communities. Two sets of transparencies were also distributed in the region, one for the Secretary of Education in Jeremoabo, and the other for the Aguia Branca community (the significant population center closest to the Lears Macaw habitat) with 100 photos of birds of the region as well as other animal species. The transparencies are being used by the community teachers in order to teach the students about the local fauna. Another strategy employed was the involvement of members of the local community, principally the teachers, in the process of banding so that they could acquire knowledge about the local fauna and in this way participate directly in the conservation of the habitat as a whole. Several lectures also were given in different localities.

Results

In the campaigns that took place in Serra Branca in March, April, May and August 2002 and in No-vember 2002 and February 2003 in the semi-deciduous forest, we registered, up until now, 191 bird species distributed in 17 orders and 38 families (see table). Among the identified species, seven are considered glo-


bally threatened or partially threatened, and 11 are considered endemic to the caatinga biome. (IBAMA, 1989 and 1992; Benck and Mauricio, 2002) (see table). We caught and banded 2,102 birds of 115 different species (60.2% of the species registered in the region up until now) Considering the Sick et al list, 1987, 55 species ap-pear as new registers for the region. Colaco et al., 2002, in 130 hours of field work carried out in March, April, May and June of 2002, using visual, audio and traces of evidence, registered 106 in the Pankarare reserve, 84 species less that were found in our work.

The birds caught most frequently were: the white-crested Elaenia (Eleania albiceps) (N=232, 11%); the scaled dove (Scardafela squammata) (N=123, 5.85%); the pileated finch (Coryphospingus pileatus) (N=122, 5.8%); the pearly-throated Tody Tyrant (Memitriccus margaritaceiventer) (N=109, 5.1%) and the banana quit (Coereba flaveola) (N=96, 4.5%).

Among the species considered in danger of extinction, we found the Great xenops (Megaxenops parnaguae), which is not on Sick et al., 1987 list and it is a species found both in the caatinga and the forest.

The species Herpisilochumus (pectoral antwren) was also found both in the caatinga as well as the for-est, and always using all levels of the tree. The species Herpilochmus sellowi was registered both inside and on the margins of the forest but until now has never been found in the scrub bush caatinga vegetation of Serra Branca. The species Penelope jacucacu (Spix’s guan), even though it was not caught in the nets, is very com-mon in the caatinga of Sera Branca. BioBrasil Foundation, in cooperation with various other entities, has been performing annual censuses of the A. leari population and, from January 2003 has been carrying out monthly censuses around the cliff faces of Serra Branca used by the macaws for roosting and nesting. The last census of February 2003 registered the presence of 303 birds in Serra Branca. Among the endemic species, of particular importance is the broad-tipped hermit (Phaethornis gounellei) which has a special characteristic: in the month of May the beak coloration of the adult birds was an intense yellow, contrasting with that of the black point. This coloring is noted in the birds during their reproduction cycle (Rolf Grantsau), though we found no nest. The red-shouldered spine-tail (Gyalophylax hellmayri) was registered in the two habitats, though only at the edge of the forest. The silvery-cheeked ant-shrike (Sakesphorus cristatus) was only caught in Serra Branca. The red-cowled cardinal (Paroaria dominicana) was released into Serra Branca by IBAMA and normally does not inhabit the scrub bush caatinga there. It is frequently seen in open areas or at the edge of bodies of water. The Planalto Hermit (Phaethornis preterei preterei) was only found in the semideciduous forest whereas the lesser Planalto Hermit (Phaethornis preterei minor) was only found in the scrub bush caatinga of Serra Branca. Neither of the species was registered by Sick et al., in 1987.

The lesser Planalto Hermit (Phaethornis preterei minor) was described by Grantsau (1992) in the north of Goias and Maranhão states. Lima caught this subspecies in a mist net in Piaui in 2002. This specimen was collected by Grantsau in the Serra Branca farm to document its geographic distribution and was added to Grantsau’s collection. We found many species that occur in the more humid eastern Atlantic Rainforest in the semi-deciduous forests of Jeremoabo, which included: barred forest falcon (Micrastur ruficollis), pale-bellied manakin (Neopelma pallescens), the planalto hermit (Phaethornis preterei), streaked xenops (Xenops ruti-lans), pectoral sparrow (Arremon taciturnus) and the yellow-backed tanager (Hemithraupis flavicollis). None of these species was reported by Sick et al. 1987 in his survey. The majority of the species caught in the forest had an obvious incubation plate, indicating this to likely be the reproduction period in the region. Another ad-ditional sign of this being a reproductive period was the presence of many juvenile birds, recently fledged, and often with undeveloped flying skills.

Another species that deserves mention is the white-crested Elaenia (Elaenia albiceps), a southern


migrant that goes from the southern cone to the Colombian Andes and Amazon Region (Sick, 1997). This species was not registered by Sick and his team in their survey. Our data compiled from the capture and the observation of the species in the region between the months of April, May and June of 2002 shows these to be the peak migration months in the region. After this period, the birds completely abandon the area. In the band-ing campaigns of February 2003, we captured four individuals of that species in the semi-deciduous forest, an occurrence that suggests that some specimens arrived in the middle of February. In the banding campaigns of 2002 in Serra Branca of April and June, 228 birds of that species were caught and banded. Our initial data indicates an extension in the period of migration in the northeast region which, according to Marini and Cav-alcanti (1990) occurs between May and July. The intensification of our activities and other efforts at capture in more occurrence points of the species allowed the large gap in the migratory movement knowledge of this Tyrannide to be filled. The King Vulture (Sarcoramphus papa), even though it is not a species in danger of extinction, is considered rare in many regions of Bahia. In the Serra Branca farm, a group of 86 King Vultures is frequently seen on a sandstone cliff getting ready to sleep. This particular cliff area is not used by the A. leari. The cattle egret (Bubulcus ibis), which is not on Sick’s list, was observed by us for the first time in Bahia in 1988 in the municipality of Jeremoabo, and from that time until now the species has colonized the whole state. The caatinga biome is one of the least studied Brazilian ecosystems which makes the research conducted in the home range of the Lears macaw of vital importance to the conservation management of the region.

The participation of the local communities in the research work contributes decisively to conservation initiatives. Once the members are informed about and learn more about the habitat where they live, the com-munity can effectively participate in an effective form in the conservation of their natural environment and the species that live there.


UMA PEQUENA CONTRIBUIÇÃO: COMBATE AOTRÁFICO ILEGAL DE ANIMAIS

O tráfico de animais é uma questão crônica, não somente no Brasil como também nos demais países pobres do mundo. Os fatores que mais contribuem para a existência dessa atividade criminosa em nosso país encontram-se interligados: o desemprego, principalmente nas comunidades rurais, o analfabetismo ou a baixa escolaridade, a fome relacionada aos fatores anteriores, o elevado índice da natalidade infantil, onde um casal pobre e desempregado muitas das vezes possui mais de 7 filhos – esses fatores são, sem sobra de dúvida, o sustentáculo do tráfico de animais, que alimenta cadeias intermediarias, passando dos atravessadores que en-comendam os animais às pessoas pobres que, muita, das vezes pela sua ignorância, não sabem os danos que estão causando nem qual a soma de dinheiro que envolve esse comércio. No final dessa cadeia encontram-se os colecionadores que, por uma questão de egoísmo, pouco se importam que uma espécie possa ser extinta da natureza - o que importa é possuir o maior número possível de animais nas suas coleções. Portanto, para que possamos equacionar essas questões, é preciso resolvê-las caso a caso. Sabemos que resolver todas essas questões demanda tempo. No entanto, muito pode ser feito de imediato.

1) Todos afirmam que o tráfico de animais é uma questão nacional. Discordo dessa afirmativa, pois a questão do tráfico de animais é uma questão municipal. Se cada prefeito resolver impedir a venda de animais nas feiras livres dos seus municípios, estará contribuindo de forma decisiva para erradicar esse mal. As pessoas vendem animais nas feiras livres por vários motivos. Primeiro, nesse local existe uma grande concentração de pessoas e, consequentemente, potenciais compradores. Segundo, vender animais nas feiras livres muitas vezes é uma atividade segura, pois o grande aglomerado de pessoas facilita a fuga dos contraventores durante as operações dos órgãos fiscalizadores. Se cada prefeito fiscalizar as suas feiras, proibindo a venda de animais silvestres nessas áreas, estará sendo dado um grande passo para resolver o problema. No que diz respeito a essa questão da venda de animais silvestres em feiras livres, seria necessário cadastrar todos os vendedores. Digo cadastrar porque os órgãos fiscalizados, quando atuam nas feiras livres, preocupam-se mais com a apreensão dos ani-mais e, dessa maneira, facilitam a fuga dos vendedores. É preciso estudar as verdadeiras raízes do tráfico de aves em feiras e para isso torna-se necessário cadastrar todos os vendedores, no intuito de possibilitar a coleta de informações sobre como essas pessoas vivem, qual o verdadeiro grau de pobreza delas, como se dá o seu deslocamento por diversas feiras livres, seja dentro do seu próprio estado ou em outros estados da federação.

2) Educação Ambiental: Fala-se muito em educação ambiental, no entanto estamos acostumados a ver pessoas realizando palestras nas comunidades como se isso fosse educação ambiental. A Educação Ambiental significa mudança de hábitos, portanto tem que ser algo conciso e de longa duração. Qualquer programa de Educação Ambiental que deseje obter sucesso tem que contar com a participação da comunidade.Só como exemplo, cito a forma como estamos trabalhando no intuito de preservar a arara-azul-de-lear ( Anodorhynchus leari), espécie brasileira ameaçada de extinção: produzimos cartazes com diversas fotos da espécie e, nesses cartazes colocamos a seguinte frase: “Conservação da arara-azaul-de-lear Depende de você! Comunidade, participe”. Em diversas palestras que realizamos no Brasil e fora do país, sempre afirmamos que nenhum pesquisador salva nada, quem tem o poder de salvar é a própria comunidade, devidamente informada. Descobrimos que são poucas as pessoas na comunidade do entorno do habitat da arara-azul-de-lear que já viram esta ave. Para preservar, é preciso conhecer.Estamos realizando trabalhos educativos com professores, alunos e membros da comunidade e também levando as pessoas para conhecer as araras no seu habitat. Como exemplo dos bons resultados, gostaríamos de relatar as falas de algumas pessoas que participaram desse programa: (1)”Eu não me preocupava com as araras, porque não conhecia, não sabia da sua raridade e para


nós da comunidade, que estamos acostumados a matar animais para comer e prender animais na gaiola, tanto fazia ser azul ou verde”; (2) “Agora, que adquiri conhecimentos sobre essa espécie, a minha concepção mu-dou. Agora, eu passo a ser um defensor não somente das araras como das demais espécies”. Outra estratégia que estamos utilizando é a seguinte: Utilizar as fotos das espécies de aves existentes no habitat da arara-azul, produzindo lotes de transparências, que doamos à Secretária de Educação do município de Jeremoabo, assim como ao povoado de Água Branca, no intuito de que os professores ensinem aos seus alunos e membros da comunidade sobre as espécies animais que vivem no seu entorno, pois não é somente a arara-azul que corre risco de extinção: existem outras espécies que não repercutem na mídia e por isso estão esquecidas, tais como: Herpsilochmus pectoralis (Chorozinho-distinto), Megaxenops parnaguae ( bico-virado-grande), Herpsiloch-mus sellowi uma espécie nova descrita em 2000.

3) Outro fato relevante e de fundamental importância em trabalhos de conservação de espécies ameaçadas - tal como a espécie anteriormente mencionada (Anodorhynchus leari) - é que todos os projetos estão sempre preocupados em salvar determinada espécie. Isso é um grande erro. Esses projetos esquecem das comunidades que, na sua grande maioria, são pobres ou mesmo miseráveis. Uma arara ou qualquer outra espécie animal não pode valer mais que as vidas dos seres humanos que passam fome, enquanto um monte de dinheiro é gasto para salvar uma espécie. Em nosso pensamento não vemos diferença entre um Sporophila nigricollis (papa-capim) e uma Anodorhynchus leari ( arara-azulde-lear). Como sugestão, gostaríamos de propor que fossem realizadas melhorias nas condições de vida das comunidades onde existem espécies ameaçadas, pois, dessa maneira, será possível não apenas salvar as espécies ameaçadas como também as demais espécies animais e vegetais que ocorrem nesse determinado habitat. É preciso investir em educação, aparelhando as escolas, capacitando os professores; investir na saúde; investir em saneamento básico etc. Através dessa estratégia, as comunidades ganham consciência da importância da preservação e do fato de que os seres humanos também são ferramentas importantes nesse contexto. É preciso incluir as universidades públicas nessa estratégia – at-ravés de instituições como as escolas de Medicina, Medicina Veterinária, Agronomia etc., pois os professores e alunos podem contribuir em muito para a melhoria de qualidade de vida dessas comunidades com tão pouco conhecimento.

4) Outro fato que consideramos de importância fundamental é que as pessoas ligadas à área ambiental e que sejam entrevistadas pelos meios de comunicação não falem sobre os preços dos animais no mercado clandes-tino. Isso é muito perigoso. Exemplo: pessoas que estão passando fome no sertão onde ocorre a arara-azul-de-lear, pela ganância de ganhar dinheiro fácil, podem exterminar a população de aves em pouco tempo.

5) Centros de Triagem de Animais Silvestres: Os Centros de Triagem do Estado são, na maioria das vezes, bastante precários, não possuindo mão de obra qualificada, recursos etc. Os criadores conservacionistas ou comercias só têm interesse em aves e animais que possuam valor econômico e, durante décadas, os órgãos ambientais vem soltando animais em qualquer local sem respeitar a distribuição geográfica das espécies, suas doenças etc. (veja: “Illegal Trafic in Brazil’s Wildlife”; “O Tráfico de Animais na Bahia”; “A Introdução de Aves em Habitats Diferentes Poderá Levar Espécies Nativas à Extinção”). É preciso que o Estado realize parceria com organizações não governamentais para construir e operar Centros de Triagens que visem re-introduzir todas as espécies que foram apreendidas no tráfico ilegal de animais. Isso é perfeitamente viável, como pode ser comprovado pelos trabalhos cuja leitura recomendamos , como “Reintroduction of captive-bred Gold-capped Conoures in Bahia”. Nenhum centro de triagem vai querer investir em recuperação de animais para entregar as espécies raras ou ameaçadas a criadores particulares, pois o governo não se preocupa com as milhares de espécies não ameaçadas. Como já dissemos anteriormente, tanto faz ser um Sporophila nigricollis como uma Anodorhynchus leari, todos são seres vivos e têm o mesmo valor.


A SMALL CONTRIBUTION: THE COMBAT AGAINST THEILLEGAL TRAFFIC OF ANIMALS

The trafficking in animals is a chronic issue, not only in Brazil but also in other impoverished countries throughout the world. The factors that most contribute to the existence of this criminal activity are inter-con-nected: unemployment, principally in the rural regions; illiteracy or lack of formal schooling; general hunger; and high infant mortality rates where in many cases a poor and unemployed couple has more than 7 kids. These factors are the sustenance for the illegal animal trade and feed the networks of intermediaries that order the animals from poor people. Due to ignorance, these poor people have little idea of the damage they are causing nor the amount of money for which the animals will be sold. At the top end of this chain are the col-lectors who, for selfish reasons, are unconcerned about whether an animal could become extinct in the wild. Their aim is to have the largest amount of animals possible for their collections. In order to balance these is-sues, therefore, it is necessary to resolve these questions one by one. We know that much time will be needed to resolve these questions but in the meantime there is much we can do immediately.

1. Everyone says that the illicit trade in animals is a national question. I disagree since I believe that this trade is a municipal level issue. If every mayor was determined to prevent the sale of animals in open-air markets in their municipalities, they would be contributing in a forceful manner to eradicate this evil. In the first place, a large concentration of people conglomerate in these places and represent potential buyers. Secondly, the sale of animals in these open-air markets is safe. The large gathering of people allows the offenders cover to flee during official raids of these premises. If each mayor regulated these open-air markets and prohibited the sale of animals, they would be contributing in a significant way to wipe out this activity. On the same question of selling animals in open-air markets, it will be necessary to register all the sellers of wild animals in these markets. I say register them because when the official organs raid these venues, they are more concerned with apprehending the animals, a priority that facilitates the escape of the vendors. It is necessary to study the true roots of the traffic of birds in these types of markets and also have a register of all the vendors. In this way it will be possible to collect information about how these people live, how poor they actually are and whether they move around between markets in other states.

2. Environmental Education. Though it is much talked about, we are used to seeing people giving lectures in local communities and this is what passes for environmental education. But environmental education means a change in behavioral habits, and therefore has to be something concise and lasting. For any program of envi-ronmental education to be successful, the involvement of the local community is a necessity.

Just as an example, I would like to illustrate how we are working to preserve the Lears macaw (Anodorhyn-chus leari). We have produced posters with different photos of the bird below with the caption: “Conservation of the Lears Macaw. It depends on you. Community, participate.” In many lectures I have made throughout Brazil and overseas I always have affirmed that researchers alone save nothing and who in fact has the real power to do make a difference is an informed community. Through these lectures we discovered that few members of the community who live in Lears macaw habitat have actually seen the bird. To preserve you must have knowledge. We are conducting educational campaigns with teachers, students, and members of the com-munity in addition to taking people to observe the macaws in their habitat. To exemplify the positive results, I would like to relate some of the comments of those who participated in the program.

“I was never worried about the macaws because I didn’t know them, had no idea of their rarity and for us in this community, used as we are to killing animals to eat or capturing them to put in a cage, it didn’t mat-


ter whether the birds were blue or green. Now that I have a little knowledge about this species, my outlook changed and I have become a defender not only of the macaws but of other animal species as well.”

Another strategy we are pursuing is the following: We photograph all of the existing bird species in the habitat of the Lears macaw and transfer them onto transparencies. These are given to the Secretary of Education of Jeremoabo and Aguia Branca so that the teachers instruct their pupils and members of the community about the species of animals that live around them. It is not only the Lears macaw that is in danger of extinction but also other less showy species that for that reason are forgotten.

3. Another relevant factor that I consider of fundamental importance in conservation work that involves threat-ened species such as the Lears macaw (Anodorhynchus leari) is that these projects are exclusively geared to saving the endangered species. They forget the communities which are, for the most part poor, and desper-ate. A macaw or any other animal species cannot be more valuable than the lives of human beings who are stricken by hunger, while piles of money is spent to save the species. In my way of thinking and as a profes-sional veterinarian that takes an oath to save lives, I don’t see the difference between a white-bellied seed eater (Sporophila nigricollis) or a Lears macaw. As a suggestion, I would like to propose that improvements in the life conditions of local communities where threatened species exist be implemented. This will be much more effective in saving the threatened species and other fauna and flora species that occur in that particular habitat. We must invest in education, equip schools, train teachers, invest in health, and invest in basic sanitation etc. Through such a strategy, the communities become aware of the importance of preservation and that humans are important tools in such a context. It is also necessary to include public universities and their schools of medicine, veterinary school, agronomy etc. in this struggle. Teachers and students can contribute significantly to better the quality of life in these communities beset by such a lack of knowledge.

4. Another fact I consider of utmost importance is that people who are interviewed by the media should not talk about the price of animals. This is very dangerous. Here’s an example: people who are hungry in the back-lands where the macaws are, through the greed to make easy money, can exterminate a population in a small amount of time when they know the amounts of money involved.

5. CETAS: Center for Treatment of Wild Animals: Treatment centers for animals are, for the most part, in precarious conditions without qualified handlers and lack basic resources. Breeders only have an interest in fauna of commercial value which means that for decades IBAMA has been releasing birds without commer-cial value anywhere. It does not consider their geographic distribution or the dangers of diseases etc. (see the article entitled Illegal Traffic in Brazil’s Wildlife: The Traffic of Animals in Bahia). The reintroduction of birds in different habitats can lead species to extinction. It is necessary for the state to effect terms of agreement with NGOs to construct and operate treatment centers that seek to reintroduce all the species that are apprehended in the illicit animal trade. This is perfectly viable as is shown by the work I have done such as the reintroduc-tion of captive-bred Gold Capped Conure in Bahia. Much can also be learnt from works about reintroductionsent from other countries. No treatment center is going to want to invest in the recuperation of endangered or rare animals that are then turned over to unscrupulous breeders. Clearly the government is not worried about the thousands of nonthreatened species. As I said before, it doesn’t matter whether it is a yellow-bellied seed-eater or a Lears macaw, both have the same value as live beings.

6. As a last suggestion, I propose that a commission be formed made up of Brazilian and foreign specialists to discuss and construct an efficient management plan for the animals apprehended in the trade.


Coccyzus americanus Linné, 1758 na Pátria* da Arara-azul-delear(Anodorhynchus leari Bonaparte, 1856): primeiro registro

para a Caatinga na Bahia, Brasil.

Coccyzus a. americanus é uma espécie residente na porção oriental da América do Norte (do Canadá ao Sul dos Estados Unidos) que migra para o Sul durante o inverno do hemisfério norte, visitando a América Central e América do Sul, incluindo o Brasil, no Pará, norte do Maranhão, com ocorrências acidentais nos estados centrais, Norte de Minas e Sul do Mato Grosso (Pinto, 1978). Sick (1997) relaciona sua ocorrência para os estados do Piauí (dezembro), Rio de Janeiro (janeiro, março), Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul (fevereiro). Fiuza (1999) em seu trabalho bibliográfico sobre as aves da Caatinga no estado da Bahia não relaciona C. a. americanus. Revisões recentes sobre avifauna da Caatinga (Pacheco e Bauer, 2000; Silva et al., 2004) relacionam Coccyzus americanus apenas para Quixeramobim, Ceará, a partir de informações de Teix-eira et al., 1993. Lima (2004), compilando informações de seus levantamentos de campo no estado da Bahia, relaciona 280 espécies de aves para a Caatinga, sem contudo mencionar encontro de C. a. americanus.

Ao revisar o banco de imagens das aves da Bahia, foi possível descobrir que C. a. americanus havia sido fotografado na Serra Branca, município de Jeremoabo, em dezembro de 2003, sendo confundido anteri-ormente com C. melacoryphus, espécie mais comum na região. Segundo Sick (1997) C. a. americanus distin-gui-se de C. melacoryphus por possuir abdome de cor cinza claro e mandíbula amarela. Hilty e Brown (1986) mencionam como diferenças entre C. americanus e C. euleri a coloração das penas das rêmiges (rufous, em C. americanus) e região perioftálmica, que é sempre cinza em C. euleri, diferente de C. americanus que pode ser amarelo. Esse é o primeiro registro de C. a. americanus para a Caatinga no estado da Bahia.

Outro acréscimo para a lista das aves da pátria da A. leari é Tyrannus savana, observado entre os dias 24 e 25 de julho de 2004.

Essas informações trazem novos dados acerca dos deslocamentos das duas espécies no nordeste bra-sileiro.

A lista de espécies registradas para o região do Raso da Catarina passa de 210 para 212, o que eqüivale a 74,9% de todas as aves já relacionadas para o bioma Caatinga no estado da Bahia (Fiuza, 1999).

* Para uma descrição sobre a área da Pátria da Arara-azul-de-lear ver Sick et al., 1987.


Coccyzus americanus Linné,(yellow-billed cuckoo) 1758 in thehome range of the Lears Amacaw (Anodorhynchus leari

Bonaparte, 1856): the first register in the Caatinga biome ofBahia, Brazil.

Coccyzus a. americanus is a resident species in the eastern portion of North America (from Canada to the southern US). The bird migrates south during the northern hemisphere winter when it stops in Central America and South America. This includes Brazil, where it has been registered in the states of Pará, the north of Maranhão and random occurrences in the central states, the north of Minas Gerais and the south of Mato Groso. (Pinto, 1978). Sick (1997) cites its occurrence for the states of Piauí (December), Rio de Janeiro (Janu-ary and March), Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul (February). In his bibliographical work of birds of the Caatinga biome in the state of Bahia, Fiuza (1999) does not record the presence of the C. a. americanus. The recent revisions in the avi-fauna of the Caatinga biome (Pacheco e Bauer, 2000; Silva et al., 2004) only have records for the Coccyzus americanus in the municipality of Quixeramobim, Ceará, from the information of Teixeira et al., 1993. Lima (2004), in compiling his field survey information in the state of Bahia, recorded 280 bird species for the Caatinga biome without mentioning any sighting of the C. a. americanus.

However, in a revision of the stock of images of the birds of Bahia, it was discovered that C. a. ameri-canus had been photographed in Serra Branca, in the municipality of Jeremoabo, in December of 2003. It was previously confused before with C. melacoryphus, a more common species in the region. According to Sick (1997) C. a. americanus can be distinguished from C. melacoryphus by its clear gray abdomen and yellow mandible. Hilty and Brown (1986) mention the difference between C. americanus and C. euleri being the coloring of the rêmiges feathers (rufous, in C. americanus) and the perioftálmic a region, which is always gray in C. euleri, and differs from C. americanus which can be yellow. This is the first register of the C. a. america-nus for the Caatinga biome in the state of Bahia.

Another addition to the list of birds in the home range of the Lears Macaw (A. leari) is the Tyrannus savana, observed between 24-25 of July, 2004.

This information brings in new data concerning the movement of two species in the northeast of Bra-zil.

The list of registered species for the region of the Raso da Catarina goes up from 210 to 212, the equivalent to 74.9% of all birds cited for the Caatinga biome in the state of Bahia. (Fiuza, 1999).

* For a description of the home range of the Lears Macaw, see Sick et al., 1987.


ORDEM DAS TINAMIFORMESFamília Tinamidae

Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827)Inhambu chororó (Smal-billed Tinamou)

Esta espécie tem o porte pequeno e o bico curto, com menos de 20 mm. Ocorre nas bordas das matas, nos campos sujos e nos cerrados, onde busca o seu alimento e se reproduz. É uma ave arisca, que é dificilmente avistada. É mais comumente identificada pela sua vocalização, que é mais freqüente ao amanhecer e ao entar-decer. Sua coloração vermelha pálida contribui para que não seja percebida em seu ambiente e, muitas vezes, pode até nos assustar se a encontramos despercebida, porque voa para nossos pés fazendo um grande alarido. Normalmente, quando pressente um possível predador, o inhambu chororó agacha-se e levanta as penas da cauda, tomando a aparência de uma flor desabrochada. É uma ave muito perseguida pelos caçadores locais.

Crypturellus tatuapa lepidotus (Swainson, 1837)Inhambu-chitã (Tatuapa Tinamou)

Muito parecida com a anterior, esta espécie é, no entanto, de porte um pouco maior. O bico é vermelho -car-mim nas fêmeas e os machos têm a ponta do bico escura. É uma ave muito arisca, que, quando percebe um possível predador, agacha-se e levanta as penas da cauda, como se fosse uma flor desabrochada. Pode ocorrer tanto no interior da caatinga fechada, como nas bordas das matas.

Crypturellus noctivagus noctivagus (Wied, 1820)Jaó-do-litoral (Yellow-legged Tinamou)

Esta espécie pode ocorrer tanto no interior da floresta, como nos campos abertos. É uma espécie muito mais robusta do que a anterior, podendo pesar mais de 800g. Emite um canto melancólico de duas notas baixas. O tarso dessa espécie é de coloração amarela e a sua plumagem é marrom acinzentada. Tem o dorso brilhante e possui uma mancha superciliar de cor amarela. O jaó do litoral é arisco e vive no solo e a sua coloração lhe proporciona uma perfeita camuflagem. Hoje, a espécie é listada como ameaçada de extinção, sendo a caça e a destruição do habitat, os maiores riscos que vem correndo. Já observamos um lobo-guará, (Chrysocyon brachyurus) numa região de cerrado, predar uma ave dessa espécie que estava incubando durante a noite

Nothura boraquira (Spix, 1825)Codorna (White -bellied Nothura)

É uma espécie típica do Nordeste brasileiro e tanto pode ocorrer na Caatinga, como no cerrado. O seu topete é negro e os seus pés são na cor amarelo forte. O seu canto consiste de pequenos pios agudos. Medindo 25 cm e pesando cerca de...g, esta espécie vive junto à espécie Rhynchotus rufescens. O seu ninho é uma pequena cavidade no solo e os seus ovos têm a cor de chocolate claro. Como as demais espécies dessa família, são muito difíceis de serem observadas. A caça é um dos fatores que vem contribuindo para a diminuição popula-cional dessa espécie.


Nothura maculosa major (Spix, 1825)Codorna (Spotted Nothura)

A codorna ocorre em campos abertos de baixa vegetação. Uma de suas características é esticar o pescoço quando está em movimento ou em estado de alerta, para observar ao seu redor. Pesa cerca de...g e mede cerca de...mm. Sua coloração amarronzada é muitas vezes alterada por causa da terra que se infiltra na sua pluma-gem. Os seus ovos são da cor do chocolate e o seu canto é fino e pode ser confundido com o som emitido pelos grilos. Muitas dessas aves são atropeladas quando tentam atravessar as estradas de um lado para o outro.

Rhynchotus rufescens catingae (Reiser, 1905)Perdigão (Red-winged Tinamou)

É uma espécie que vive no solo e nas áreas abertas. É uma ave robusta que pode pesar mais de 800 g., sendo muito parecida com a Nothura maculosa, embora maior e mais forte. O seu canto é ouvido nas manhãs e ao entardecer. Canta para delimitar o território, e, às vezes, podemos ouvir um indivíduo responder ao outro. O ninho é uma cavidade no solo, forrada com pouca vegetação e os seus ovos são cor de chocolate com brilho metálico. É uma das aves mais perseguidas pelos caçadores e já tivemos ocasião de presenciar um caçador, ajudado por um cachorro de caça, matar mais de dez aves dessas, em apenas uma tarde.

Família Rheidae

Rhea americana americana (Linné, 1758)Ema (Greater Rhea)

É a maior ave do continente. O macho é maior e seu pescoço é de cor preta. Vive em grupo e várias fêmeas realizam a postura no mesmo ninho, sendo que o macho é o responsável pela incubação dos ovos. Os filhotes, quando pequenos, demonstram grande agilidade para capturar moscas. São aves muito velozes, podendo al-cançar cerca de 60 km por hora. Essas aves estão quase extintas na região do Raso da Catarina e já foram e continuam a ser muito perseguidas pelos caçadores. O único local em que pudemos observar essa espécie, foi na reserva dos índios Pankarares em Paulo Afonso.

ORDEM DOS PODICIPEDIFORMESFamília Podicipedidae

Tachybaptus dominicus speciosus (Linné, 1766)Mergulhão-pequeno (Least Grebe)

É o menor mergulhão do estado da Bahia e tem os olhos amarelos. Quando levanta vôo, podemos ver uma grande área branca nas suas asas. Essa espécie pode habitar qualquer lâmina de água rasa com vegetação, e já foi observada numa estação de tratamento de esgoto. O seu ninho é feito de capim e pode flutuar na lâmina de água ao sabor do vento. Os ovos são de coloração esbranquiçada e a sua postura pode constar de até três ovos. Quando percebem um possível predador, essas aves abandonam o ninho e cobrem os ovos com capim. Os filhotes nascem com uma coloração cinza rajada de branco, e assim que nascem, abandonam o ninho, e durante um determinado período de tempo, se abrigam debaixo das asas dos pais.


Podilymbus podiceps antarticus (Lesson, 1842)Mergulhão (Pied-billed Grebe)

Esta espécie é muito maior do que a precedente, tem cor amarronzada e o bico forte riscado com uma lista esbranquiçada. É comum observamos tais aves junto às aves da espécie anterior. Semelhante ao mergulhão pequeno com relação aos hábitos reprodutivos, essa espécie está constantemente mergulhando para buscar alimento ou para despistar possíveis predadores. Difere da anterior por viver solitariamente ou em casais, en-quanto que a T. dominicus pode viver em grupo que, às vezes, contam com mais de 20 indivíduos. Medidas: Comprimento total 210mm, asa 84mm, tarso 30mm, bico 17mm, peso 104/144g.

PHALACROCORACIDAE

Phalacrocorax brasilianus brasilianus (Gmelin, 1789)Biguá (Neotropic Cormorant)

O biguá vive tanto na água doce, como no mar, ou nas proximidades dos manguezais. Busca o seu alimento mergulhando, e depois ergue a cabeça para fora da água, para observar ao seu redor. Os biguás podem ser observados em grandes bandos, como também em pequenos grupos. Costumam se empoleirar nas árvores ao redor do seu habitat, ou se aproveitar de artefatos utilizados por pescadores como locais de pouso. Podem se reproduzir em colônias mistas de garças.

ORDEM DAS CICONIFORMESFamília Ardeidae

Egretta albus egretta (Gmelin, 1789)Garça-branca-grande (Great Egret)

É uma espécie muito comum, que ocorre nos manguezais e terrenos alagadiços e pode ser observada em grandes grupos ou isolada em determinadas áreas alagadiças. Costuma partilhar de dormitórios coletivos com outras espécies de garças. Reproduzem-se em colônias mistas de garças, tais como a B. ibis, E. thula e a N. nycticorax. No período reprodutivo, podemos observar uma grande mancha azulada ao redor dos olhos. Ali-menta-se de peixes e anfíbios e aproveita-se de pesqueiros produzidos pelo homem, para capturar os peixes que os pescadores pescam.

Egretta thula thula (Molina, 1782)Garça-branca-pequena (Snowy Egret)

Uma das características que a distingue da espécie Egretta albus,é que tem porte menor, o bico preto e os dedos amarelados. Vive tanto na água doce, como na salgada, e alimenta-se de peixes e anfíbios. Reproduz-se em colônia, juntamente com outras espécies de garças. O ninho é confeccionado de gravetos e tem a forma de tigela rasa. A postura pode incluir de dois a quatro ovos de cor azulada. Os filhotes mais novos são, às vezes, jogados para fora do ninho pelos irmãos mais velhos, e assim eles podem morrer por falta de alimento, levando desvantagem com relação aos irmãos mais velhos. Medidas: Peso 266g.


Bubulcus ibis ibis (Linné, 1758)Garça-vaqueira (Cattle Egret)

A garça-vaqueira é originária do continente africano, tendo chegado ao Brasil no final da década de 50. Na Bahia, essa espécie só foi observada no ano de 1988, no município de Jeremoabo, mas logo depois se expandiu por quase todo o estado da Bahia. É uma espécie fortemente associada à criação de gado, do qual se aproveita para buscar alimento, que pode incluir gafanhotos, cobras e ratos. Costuma se reproduzir em grandes colônias que podem ter até mais de 10.000 indivíduos. No período reprodutivo, as penas do alto da cabeça e do peito adquirem um tom alaranjado. A sua postura pode incluir de dois a cinco ovos de cor azulada. Ninhais de B. isbis são freqüentados pelas demais espécies de garças para reprodução e formam uma grande colônia. Medi-das: Peso 264g.

Butorides striatus striatus (Linné, 1758)Socozinho (Green (Striated) Heron)

Esta espécie ocorre em ambientes alagadiços, lagoas, rios e pântanos. A sua coloração lhe proporciona uma perfeita camuflagem e assim sendo, a ave pode ficar estática durante um longo tempo, esperando o momento exato de arpoar a sua presa. Os filhotes imaturos exibem uma coloração amarronzada. Os ninhos são confec-cionados de gravetos e os filhotes são cobertos por uma plumagem de cor cinza. Podem viver solitários ou em casais.

Nycticorax nycticorax hoactli (Gmelin, 1789)Savacu (Black-crowned Night Heron)

São aves de hábitos noturnos que ocorrem nas áreas alagadiças e à beira dos rios, onde a vegetação é densa. Alimentam-se de peixes, rãs e anfíbios. O seu ninho é construído de gravetos e a sua postura inclui de dois a quatro ovos de cor azulada. Costumam se reproduzir em colônias, juntamente com outras espécies de garças. Os filhotes nascem com uma plumagem amarronzada. Os jovens possuem uma coloração marrom, riscada de listas brancas. Medidas: Peso 610g.

Tigrisoma lineatum marmoratum (Vieillot, 1817)Socó-boi-verdadeiro (Rufescent Tiger-Heron)

É uma garça de pescoço longo, que vive em banhados rodeados de vegetação. Apesar do seu porte que é grande, é difícilmente avistada porque vive isolada em meio à vegetação. Muitas vezes nós podemos vê-las quando levantam vôo, assustadas com a nossa presença. Alimentam-se de peixes e anfíbios. Os adultos pos-suem o manto pardo-acinzentado e o pescoço castanho. Os imaturos possuem coloração amarela riscada de várias faixas de cor negra.


Família Ciconidae

Jabiru mycteria (Lichtenstein, 1819)Tuiuiú (Jabiru)

Essa espécie foi observada por membros da comunidade de Jeremoabo, freqüentando um açude localizado nessa cidade. Sua presença na região é acidental.

Mycteria americana (Linné, 1758)Cabeça-seca (Wood Stork)

Todos os anos, grupos que podem incluir até 10 aves, visitam, no período da seca, um açude na cidade de Jeremoabo. Durante a seca, o volume da lagoa diminui e muitos peixes tornam-se presas fáceis desta espécie. Os adultos têm o bico preto e os jovens têm o bico na tonalidade rosa.

Família Cathartidae

Sarcoramphus papa (Linné 1758)Urubu-rei (King Vulture)

É o maior de nossos abutres e inconfundível pela sua coloração branca e preta. A cabeça e o pescoço são ver-melho-voláceos. Este abutre possui uma carúncula carnosa de cor amarelo-alaranjada. Os jovens têm a cor negra, mas com o passar dos anos, ficam rajados de branco. Na Bahia, o local de maior concentração dessa espécie está localizado em um paredão no Raso da Catarina (Jeremoabo), onde já foram computados cerca de 80 indivíduos em um só dormitório.

Coragyps atratus brasiliensis (Bonaparte, 1793)Urubu-de-cabeça-preta (Black Vulture)

É o urubu mais comum e abundante e freqüenta todos os habitats, exceto as florestas densas. A maior con-centração dessa espécie está localizada em grandes lixões e aterros sanitários distribuídos pelos municípios da Caatinga. Põem de um a dois ovos esverdeados, salpicados de manchas marrons. Os urubus possuem um mecanismo de defesa muito eficiente e tanto os adultos, como os jovens, regurgitam quando são apanhados. O cheiro que exalam é tão forte que induz ao vômito a pessoa que os apreende. Muitas vezes, grupos de urubus comem os representantes da sua própria espécie quando os encontram mortos nas estradas, depois de atrope-lados pelos carros.

Cathartes aura ruficollis (Spix, 1824)Urubu-de-cabeça-vermelha (Turkey Vulture)

Esta ave é muitas vezes confundida, pelos leigos, com o gavião, por causa de sua aerodinâmica e de seu vôo rápido e planado. Costuma viver em grupos não muito grandes, ou então prefere viver isolada. Pode perceber, pelo olfato, até uma pequena carniça (rã) escondida debaixo das árvores. O urubu de cabeça vermelha procura


animais atropelados nas estradas, principalmente ao amanhecer. Os adultos têm a pele do pescoço e da cabeça de cor vermelha, mas a cor dos jovens é negra.

Cathartes burrovianus urubitinga (Pelzeln, 1861)Urubu-de-cabeça-amarela (Lesser Yellow-headed Vulture)

Muito parecida com a espécie anterior, difere, no entanto, pela coloração amarelada do pescoço e do alto da cabeça. Quando está voando alto, a uma distância em que não podemos perceber o colorido do pescoço e da cabeça, esta espécie pode ser confundida com a anterior. É muito menos freqüente do que a C. aurea, e seu método de caçar é muito semelhante ao da espécie anterior.

ORDEM DOS ANSERIFORMESFamília Anatidae

Dendrocygna viduata (Linné, 1766)Irerê (White-faced Whistling-Duck)

É uma espécie migratória que visita a Caatinga no período de inverno. Chega no final de março e permanece até o final de setembro. Pequenos bandos podem chegar antes mesmo do inverno, bastando para isso que exis-tam áreas alagadiças. Reproduz-se na região e já encontramos ninhadas com mais de 12 filhotes. Muitas vezes, a cor branca da face, do queixo e da garganta pode ficar suja de lama e adquirir uma tonalidade amarronzada. São aves muito ariscas, devido à grande pressão que sofrem com a caça. Reproduzem-se entre os meses de abril/julho e os filhotes são muito parecidos com os da espécie seguinte, embora o colar que passa pela nuca, não chegue até o pescoço. Medidas: Peso700g.

Anas bahamensis bahamensis (Linné, 1758)Marreca-toicinho (White-cheeked Pintail)

Diversos bandos estão espalhados nas áreas alagadiças da Caatinga. Reproduzem-se nas regiões onde podem construir seus ninhos longe da água. O macho é maior e possui uma mancha vermelha mais comprida no bico. Uma ave dessa espécie anilhada na Cetrel, foi morta por caçadores em Jequié, no sertão da Bahia.

Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789)Marreca-pé-vermelho (Brazilian Duck)

Espécie de porte pequeno, o macho tem o bico e o tarso de cor vermelha e a fêmea tem o bico azulado. Quando estão voando, podemos notar uma mancha branca sobre as asas, tanto no macho, como na fêmea. É comum em áreas alagadiças da Caatinga. Vivem em casais ou em pequenos grupos que não excedem 10 indivíduos. Medidas: Comprimento tota390mm, asa 190mm, cauda 78mm, tarso 37mm, bico 35mm, peso 390g.


Sarkdionis melanotos sylvicola (Ihering & Ihering, 1907).Pato-de-crista (Comb Duck)

O pato-de-crista não é comum na Caatinga, sendo avistado, às vezes, em pequenos grupos. O macho é bem maior do que a fêmea, e possui uma grande tuberosidade sobre o bico, que aumenta de tamanho no período reprodutivo. É inconfundível pelo seu porte e pela sua coloração branca e preta. Voa em fila indiana, sendo que podemos encontrar, às vezes, na frente de todos, um macho adulto com a tuberosidade sobre o bico.

Cairina moschata (Linné, 1758)Pato-do-mato (Muscovy Duck)

Esta espécie vem diminuindo bastante no estado da Bahia, principalmente por causa da caça intensiva que vem sofrendo. Outro fato preocupante é o acasalamento de populações selvagens, com populações domésticas. Sick relata que os filhotes de patos de origem selvagem são totalmente negros, enquanto que os oriundos de populações domésticas são manchados de amarelo. Os ninhos são construídos nas cavidades das árvores, nos barrancos etc. Os ovos são de cor branca e pesam, em média, 55.0 g, e medem 57 mm x 44 mm.

ORDEM DOS FALCONIFORMESFamília Accipitridae

Elanus leucurus (Vieillot, 1818)Gavião-peneira (White-tailed Kite)

É um dos gaviões mais comuns, embora essa espécie não seja abundante. Pode ser visto sózinho ou em casais que caçam juntos. O gavião-peneira paira no ar como se estivesse pendurado por um fio e fica observando a sua possível presa: rato, calango ou lagartixa e quando a localiza, fica pairando sobre a presa, subindo e de-scendo várias vezes, até chegar o momento oportuno de se lançar sobre ela. Freqüenta os campos abertos e pode ser visto na cidade de Jeremoabo, caçando em terrenos baldios.

Gampsonyx swainsonii swainsonii (Vigors, 1825)Gaviãozinho (Pearl Kite)

O menor gavião do Brasil, essa espécie é menor do que o Falco sparverius e pode ser observada em diversas regiões da Caatinga. Alimenta-se de pequenos pássaros, lagartixas e calangos. Costuma planar muito alto, voando em círculos e a essa distância, pode ser confundido com uma andorinha. Não é uma espécie abundante e o seu ninho tem a forma de uma tigela rasa. Desajeitado, o casal toma conta da prole e ataca qualquer intruso que se aproxime do ninho.

Geranoaetus melanoleucus melanoleucus (Vieillot, 1819) Águia-chilena (Laughing Falcon)

A águia-chilena ocorre nas regiões montanhosas do Raso da Catarina. A fêmea é maior do que o macho. Con-stróe seu ninho de gravetos e nas fendas dos penhascos de difícil acesso. Sua postura consta de dois ovos de


cor branca. O filhote mais velho costuma matar o filhote mais novo, ou então, empurra-o para fora do ninho. Assim, somente um filhote sobrevive. Alimenta-se de pequenos macacos, tatus, aves, cobras. Também captura filhotes de cabras e de ovelhas.

Buteo albicaudatus albicaudatus (Vieillot, 1816)Gavião-de-rabo-branco (White-tailed Hawk)

Vive em áreas abertas, em territórios demarcados pelo casal. A fêmea é bem maior do que o macho. Duas outras características diferenciam ambos os sexos: a fêmea, quando em vôo planado, exibe o formato das asas arredondado, enquanto que o macho tem as asas mais estreitas. Além disso, o macho emite um som agudo, enquanto a fêmea emite um som grave. Esta espécie caça a presa no solo, como: tatu, ,calango, cobras, mas também pode caçá-la em árvores, como o mico, ou em pleno vôo, ou ainda em queda livre. Inicia o período reprodutivo em abril, com a construção de seu ninho ou a limpeza do ninho anterior, e o filhote sai do ninho em agosto. Sua postura consta de dois ovos. O filhote mais velho mata o filhote mais novo.

Buteo brachyurus brachyurus (Vieillot, 1816)Gavião-de-rabo-curto (Short-tailed Hawk).

Muito parecida com a espécie B. albicaudatus, pode ser confundida com ela, embora o seu porte seja menor e a sua cauda seja curta e barrada. Não é comum na Caatinga. As observações dessa espécie são raras. Esta espécie passa por uma fase em que é de cor negra, o que ocorre também com o gavião-de-rabo-branco.

Rupornis magnirostris nattareri (Sclater & Salvin, 1869)Gavião-carijó (Roadside Hawk)

É o gavião mais comum e conhecido como gavião-pega-pinto. Essa espécie está bem adaptada à Caatinga, mas habita também as áreas urbanas da cidade de Jeremoabo. Sua plumagem é bastante variada, sendo que alguns indivíduos exibem uma tonalidade marrom clara que vai até o cinza escuro. A coloração do olho tam-bém varia, podendo ser amarelo claro ou laranja. O ninho é em forma de tigela e construído de gravetos. O filhote nasce com penugem de cor creme. É uma espécie que vem causando um grande transtorno no perímetro urbano da cidade de Salvador, porque ataca as pessoas que passam pelas proximidades do seu ninho. Medidas: Comprimento total 34mm, asa 158mm, cauda 144mm, tarso 61mm, bico 27mm, peso 250g.

Buteogallus meridionalis meridionalis (Latham, 1790)Gavião-caboclo (Savanna Hawk)

É um gavião de grande porte que vive em áreas abertas onde busca o seu alimento: insetos, cobras, lagartixas, iguanas etc.. É muito comum ser observado no solo, procurando alimento. A coloração do peito e do abdômen dos imaturos é amarela, riscada de faixas negras. Quando levanta vôo, podemos observar suas longas e largas asas e seu vôo pesado.


Geranospiza caerulescens gracilis (Temminick, 1821)Gavião-pernilongo (Crane Hawk).

É um gavião de cauda longa na cor cinza azulada e de pernas compridas que se constituem na ferramenta perfeita para apanhar alimentos dentro de cavidades e no interior de bromélias. Já observamos o Mivalgo chi-machima roubar uma rã que tinha acabado ser capturada por um G. caerulescens. Freqüenta diversos locais da Caatinga, no entanto não é abundante.

Família Falconidae

Herpetotheres cachinnans queribundus (Bangs & Penard, 1919).Acauã (Laughing Falcon)

Esta é uma espécie de falcão muito conhecida pelo seu canto, que é prolongado e seguido de um som que soa como se pronunciasse seu próprio nome. Esse canto é ouvido com mais freqüência ao entardecer e ao aman-hecer. Costuma cantar em dueto, quando então um responde ao som do outro. É facilmente reconhecido por possuir uma máscara negra no rosto que se une ao “boné” negro da cabeça. Alimenta-se de cobras e, muitas vezes, pode ser visto voando com uma cobra presa nas garras. Já observamos um casal reproduzindo na fenda de um penhasco.

Micrastur semitorquatus semitorquatus (Vieillot, 1817)Gavião-relógio (Collared Florest-Falcon)

Essa espécie foi avistada na Caatinga alta, nas proximidades da cidade de Jeremoabo. A cauda e as pernas são longas e a cauda possui três barras brancas. A plumagem do peito e do abdômen, tanto pode ser branca, como amarelada. No interior da floresta, podemos observá-la pulando de galho em galho, com muita agilidade.

Micrastur ruficollis ruficollis (Vieillot, 1817)Gavião-caburé (Barred Florest-Falcon)

Espécie que ocorre em florestas e na maioria das vezes é percebida pelo seu canto. Dificilmente é observada no interior da floresta. A sua coloração é amarronzada. Canta ao amanhecer e se tentamos nos aproximar, desloca-se para um outro ponto, sem ser vista.

Milvago chimachima chimachima (Vieillot, 1816).Carrapateiro (Yellow-headed Caracara)

É o falcão mais conhecido. Vive nas áreas abertas associadas à criação de gado, do qual retira carrapatos e bernes para se alimentar. Certa vez, um falcão carrapateiro se viciou em tirar carrapatos de uma capivara, chegando a causar um grande ferimento no dorso do animal. Durante muito tempo, voltou ao ferimento da capivara, para retirar grandes pedaços de carne. É comum observar essa espécie em busca de cadáveres nas es-tradas, juntamente com o C. plancus e os urubus. Pode ser visto com as demais espécies anteriormente citadas e freqüenta as praias em busca de cadáveres. Aproveita-se de pesqueiros produzidos pelo homem para capturar


os peixes apreendidos e também apanham os restos de peixes jogados à beira da praia pelos pescadores. Os imaturos têm coloração escura, fortemente barrada de amarelo. Medidas: Peso 278g.

Caracara plancus (Miller, 1777)Caracará (Crested Caracara)

É um dos falcões mais comuns nas áreas abertas e costuma freqüentar as estradas em busca de animais atrope-lados. Alimenta-se de minhocas e costuma também ciscar em fezes de gado bovino, em busca de algum organ-ismo. Já observamos várias vezes o C. plancus cercando o Falco peregrinus, quando esse último está pegando alimento no solo, para tentar roubar-lhe a presa. Consegue fazê-lo muitas vezes, mas quando não é bem suce-dido, aproveita as sobras. Os jovens são de tonalidade mais escura. O ninho é como uma tigela grande feita de gravetos. Já observamos a postura de três ovos de cor marrom clara, salpicada de manchas escuras. Os filhotes têm coloração preta e amarela. Medidas: Comprimento total 460mm, peso 780g.

Falco femoralis femoralis (Temminck, 1822)Falcão-de-coleira (Aplomado Falcon)

O falcão-de-coleira ocorre em áreas abertas e normalmente em casais que delimitam seu território. Alimenta-se de diversas espécies de aves, tais como: Colaptes melanochloros, Guira guira,Leptotila verreauxi e inclu-sive de pombos domésticos. Aproveita-se dos ninhos de outras aves, onde realiza a sua postura. Os filhotes possuem a plumagem de cor cinza escuro. Os falcões de coleira podem caçar sozinhos ou em duplas. Certa vez, já observamos um bando de pássaros que se encontrava no solo catando alimento e quando perceberam a sombra de um F. femoralis, voaram todos, de uma só vez, para um local seguro na copa de uma árvore. No entanto, um Guira guira que decolou atrasado, foi predado em pleno ar. Uma das cenas mais espetaculares que observamos foi a de um casal de F. femoralis atacando um bando de pombos domésticos: o casal atacou o bando de maneira a separar uma das aves do bando, e depois, separou apenas um pombo. O macho perseguiu o pombo em alta velocidade, enquanto a fêmea seguia a presa, voando mais baixo, e esperando que o pombo se cansasse. No primeiro vacilo, o pombo recebeu o golpe fatal.

Falco sparverius cearae (Cory, 1915)Quiriquiri (American Kestrel)

É um falcão pequeno que vive em ambientes abertos na Caatinga. Alimenta-se de lagartixas, calangos, ga-fanhotos e pequenos pássaros. Utiliza-se de cavidades de árvores, cupinzeiros, barrancos, hastes de palmeira, ninhos abandonados de Pseudoseisura cristata, fendas nos aparelhos de ar condicionado e fendas em edifícios, como locais de reprodução. A sua postura é de dois a cinco ovos e o período de incubação é de 29 dias. Os filhotes nascem cobertos de plumagem branca. Seu dimorfismo sexual é bem acentuado. O macho possui uma corôa de cor cinza no alto da cabeça; o espelho das asas é de cor cinza e a cauda possui, na sua parte final, uma barra negra de cerca de 10 mm de largura. A fêmea exibe uma tonalidade ferrugínea e a cauda apresenta diversas listas negras. Tais diferenças podem ser observadas quando os filhotes já possuem uma cauda de cerca de 10 mm, porque só então será possível observar a barra negra na ponta da cauda dos machos. Medidas: Comprimento total 260mm, asa 175mm, cauda 125mm, tarso 34mm, bico 13mm, peso 90g. ♂


Falco rufigularis ophryophanes (Salvadori, 1895)Cauré (Bat Falcon)

O cauré ocorre nas regiões montanhosas do Raso da Catarina e se reproduz nas fendas dos paredões rochosos. Costuma utilizar um poleiro para observar sua possível presa e caça morcegos ao crepúsculo. O macho é bem menor do que a fêmea, e são aves relativamente mansas, não demonstrando medo na presença do homem. Podemos nos aproximar bem perto dessas aves, porque elas não se assustam. Medidas: Comprimento total 260mm, asa 215mm, cauda 210mm bico 14mm, peso 200g♀

ORDEM DAS GALLIFORMESFamília Cracidae

Ortalis guttata aracuan (Spix, 1825).Aracuã (Speckled or Variable Chachalaca)

Costuma cantar ao amanhecer, quando então diversos indivíduos cantam ao mesmo tempo. Essas aves habit-ualmente dormem em grupo e várias se empoleiram no mesmo galho. O ninho é em forma de tigela e os ovos têm a coloração branca. São aves muito perseguidas por caçadores.

Penelope jacucaca (Spix,1825)Jacucaca (White-Browed)

É uma espécie ameaçada de extinção, no entanto, é muito abundante na Serra Branca onde pode ser facilmente avistada, muitas vezes atravessando as estradas de barro no meio da Caatinga. Constróe o seu ninho de grave-tos e a aproximadamente de três a quatro metros do solo. Gosta muito dos frutos do juazeiro.

ORDEM DOS GRUIFORMESFamília Aramidae

Aramus guarauna guarauna (Linné, 1766)Carão (Limpkin)

Ocorre ocasionalmente nas áreas alagadiças, no interior da Caatinga. Vista de longe, a ave parece ser toda escura, entretanto, a sua garganta é branca e o pescoço e a cabeça são riscados de branco. No período das chuvas, podemos observar muitas dessas aves nas áreas alagadiças e quando secam, as aves desaparecem. Costuma cantar durante a noite e ao amanhecer. Alimenta-se de gastrópodes aquáticos, alimento esse também consumido pelo gavião-caramujeiro.


Família Rallidae

Aramides mangle (Spix, 1825)Saracura-da-praia (Little Wood-Rail)

A presença da saracura-do-mangue (A. mangle) é relatada em praias lodosas, mangues e matas adjacentes (Sick, 1997). Pinto (1964) coletou um exemplar macho dessa espécie na Caatinga, no município de Bonfim (Bahia). Segundo relatos da comunidade, a A. mangle é uma espécie que não emite qualquer tipo de som, sen-do considerada surda. Ocorre no interior da Caatinga, em ambientes secos e distantes da água e agrupa-se em bandos que contam, às vezes, com mais de 15 aves. O seu ninho é bastante semelhante ao ninho da Aramides cajanea, em forma de tigela e confeccionado de gravetos. O ninho foi localizado no dia 13 de maio de 2005 e estava debaixo das folhagens de um pequeno arbusto, distante cerca de três metros do solo. A sua postura consta de dois ovos que medem 39 mm X 31 mm e pesam, em média, 23,5g, sendo de cor branca salpicada de pintas vermelhas. Detectamos a presença de outros dois ninhos nas proximidades, no entanto, ambos já tinham sido abandonados. Medidas: Comprimento total 320 mm, asa 155 mm, retrizes 65 mm, cabeça 71 mm, cúlmen 40 mm, tarso 54 mm e peso 230 g.

Aramides cajanea cajanea (Müller, 1776) Três-potes (Gray-necked Wood-Rail)

É a saracura mais comum e o seu canto, muitas vezes é em dueto, quando então uma saracura canta e a outra responde ao longe. Este canto consiste de várias repetições e tem a duração de vários minutos, sendo mais pronunciado ao amanhecer e no final da tarde. Esta espécie habita locais próximos às fontes de água, mas pode colonizar em locais distantes da água. O seu ninho tem a forma de tigela e já presenciamos a postura de três ovos de cor branca com pintas de cor marrom. Os filhotes nascem cobertos de uma plumagem negra.

Porzana albicollis albicollis (Vieillot, 1819)Sanã-carijó (Ash-throated Crake)

É uma espécie muito comum nas regiões alagadiças de densa vegetação, preferencialmente em locais onde ocorre a vegetação de juncos. Vive escondida no interior da vegetação e é comum encontrarmos tais aves at-ropeladas nas estradas quando tentam atravessá-las de um lado para o outro.

Laterallus melanophaius melanophaius (Vieillot, 1819)Pinto -d’ água-comum (Rufous-side Crake)

Ocorre em áreas alagadas onde a vegetação é densa. Arisca, é muito difícil de ser vista. Ouvimos o seu canto, no entanto não conseguimos avistá-la. Constróe o seu ninho de folhas de junco, na parte superior da folhagem do junco. Os seus ovos, em número de três, são brancos com pintas castanhas quando estão no período re-produtivo. Quando nos aproximamos de seu ninho, ficam inquietos e saem para dentro da vegetação, sempre sonorizando.

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Pardirallus nigricans nigricans (Vieillot, 1819)Saracura-sanã (Blackish Rail)

Ocorre nos brejos de densa vegetação e são aves bastante ariscas que vivem escondidas no meio da vegetação. São muito difíceis de serem vistas, mas são facilmente detectadas através da sua vocalização. Além da vocali-zação tradicional, essas aves também emitem um som muito parecido com o som emitido pelos sapos o que pode confundir o observador e a ave então passa despercebida.

Gallinula chloropus galeata (Lichtenstein, 1758)Frango-d’ água (Common Gallinule)

É o ralídeo mais comum e mais freqüente nos ambientes alagadiços, rios e lagoas. Constróe seu ninho no meio da vegetação, feito de gramíneas e folhas de junco. Sua postura pode constar de até oito ovos. Quando estão in-cubando e percebem a presença de um possível predador, saem vagarosamente do ninho e nadam balançando a cauda e a cabeça, emitindo sons contínuos e quando se acham distantes do ninho, voam desajeitadamente. Os filhotes nascem com uma plumagem negra e exibem uma mancha azulada ao redor dos olhos O alto da cabeça é vermelho e a base do bico também. É uma espécie com hábito migratório, que desaparece quando secam as lagoas onde habitam e retornam novamente no período das chuvas. Certa vez encontramos uma fêmea caída no solo, ferida por um caçador. A seu lado estava um macho que só saiu de perto dela, quando percebeu a nossa presença. Medidas: Comprimento total 350mm, asa 123mm, cauda 64mm, tarso 52mm, peso 400g.

Porphyrula martinica (Linné, 1776)Frango -d’ água-azul (Purple Gallinule)

Adulto, de azul intenso e brilhante, vive escondido dentro da vegetação, onde se reproduz. Difere da espécie anterior, por não se acostumar a ser avistado nas áreas abertas, preferindo sempre a segurança da vegetação densa. Possui uma coloração azulada no escudo acima do bico e as pernas são amareladas. Pode ser visto empoleirado nos ramos e folhagens dos juncos. É uma espécie migratória e muito menos abundante do que a anterior.

Família Cariamidae

Cariama cristata (Linné, 1766)Seriema (Red-Legged Seriema.)

Ave pernalta e bastante conhecida pelas comunidades da Caatinga,alimenta-se de insetos, roedores, lagartos e cobras. O seu ninho é em forma de uma grande tigela feita de gravetos e posicionada a cerca de dois a quatro metros do solo. A sua postura consta de dois ovos. Muitas vezes, encontramos essas aves nas estradas e ao serem perseguidas pelo nosso carro, correm por um bom tempo à frente do carro, e em seguida penetram no interior da caatinga. Seu canto pode ser ouvido à distância. São aves muito territoriais e defendem seu ter-ritório da presença de grupos vizinhos.


ORDEM DOS CHARADRIIFORMESFamília Jacanidae

Jacana jacana jacana (Linné, 1758)Jaçanã (Wattled Jacana)

É uma espécie bastante comum e abundante, na qual o macho é bem menor do que a fêmea, sendo ele o responsável pela incubação dos ovos. Os ovos têm uma coloração castanha com manchas amareladas. Já presenciamos a postura de até cinco ovos. Na cópula, o macho tenta se apoiar nas costas da fêmea, utilizando-se de seus longos dedos. Esta espécie encontra-se distribuída em rios, lagos e áreas alagadiças da Caatinga. Quando as lagoas freqüentadas pela jaçanã secam, as aves migram para outras fontes de água. Os jovens têm uma coloração amarelada. Medidas: Comprimento total 230mm, asa 120mm, cauda 36mm, tarso 59mm, bico 27mm, peso 98/120g.

Família Charadriidae

Vanellus chilensis lampronotus (Wagler, 1827)Quero-quero (Southern Lapwing)

É a representante mais comum da família, ocorrendo sempre em áreas abertas. O seu ninho é uma cavidade contendo pouco material e a postura pode ser de três a quatro ovos, no entanto, já descobrimos um ninho com sete ovos. Assim que nascem, os filhotes são bastante ativos e quando alertados pelos pais, se escondem no meio da vegetação, ficando imóveis durante longo tempo. Os pais fingem estar com as asas quebradas e se arrastam pelo solo como se estivessem feridos com o intuito de despistar possíveis predadores de chegarem ao local do ninho ou se aproximar de seus pequenos filhotes. São aves barulhentas que estão sempre sonori-zando, quer seja durante o dia ou à noite, principalmente se um intruso entrar no seu território. Medidas: Comprimento total 340mm, asa 220mm, cauda 85mm, tarso 75mm, bico 29mm, peso 260g.

Família Scolopacidae

Tringa solitaria solitaria (Wilson, 1813)Maçarico-solitário (Solitary Sandpiper)

São aves migratórias da América do Norte, e como diz o nome, são solitárias. No entanto, podemos observar pequenos grupos contendo até 10 indivíduos. Ocorrem nos rios e nas áreas alagadiças, inclusive nas centrais de tratamento de esgoto. São aves nervosas, que estão sempre levantando e baixando a cauda e levantando e baixando a cabeça e muitas vezes introduzem-se no substrato (lama), em busca de alimento


Família Recurvirostridae

Himantopus himantopus mexicanus (Müller, 1776)Pernilongo (Black-necked Stilt)

Os pernilongos vivem em ambientes alagadiços, lagoas e pântanos de água rasa, em pequenos grupos ou em bandos, que podem conter até mais de 100 indivíduos. Alimentam-se de pequenos insetos (dípteros), larvas e vermes. Buscam alimento na superfície da água ou no lodo, onde enfiam o bico. Na Bahia, na região do Litoral Norte, o H. himantopus inicia a fase da reprodução em meados do mês de maio, prolongando-se até o inverno (setembro), com casos de reprodução até meados de novembro e dezembro. Quando as lagoas na região secam, a espécie desaparece, realizando deslocamentos ainda pouco estudados. O ninho pode ser construído nas lagoas, em pequenas ilhas, escondidos no meio da vegetação (gramíneas) ou em pontos sem nenhuma vegetação. Embora menos freqüentemente, pode ser construído às margens das lagoas. Geralmente, a forma do ninho se assemelha a de um “vulcão”, com a base arredondada, altura de cinco a dez centímet-ros e uma depressão no centro. O ninho pode ser construído somente de lama ou de lama e material vegetal (gramíneas). Esta espécie põe de três a cinco ovos de cor esverdeada, com diversas manchas de cor marron escura espalhadas pelo ovo e mais concentradas no pólo rombudo. Com o passar do tempo, os ovos podem adquirir a cor marrom, o que deve estar associado ao contato com o substrato (lama). Durante a troca de turno no período de incubação, um dos membros do casal chega próximo ao ninho, fingindo que está buscando ali-mento, e assim a troca se efetua. Os filhotes deixam cedo o ninho e buscam alimento ao redor do ninho e logo retornam mas isso somente nos primeiros dias de vida. Todos do grupo se reúnem para defender o território dos ninhos e simulam ter uma asa ou perna quebrada, ou ainda estarem muito debilitados e emitem, ao mesmo tempo, sons estridentes, provocando uma grande confusão ao redor dos ninhos e dos filhotes para confundir os possíveis predadores. Os filhotes, ao primeiro sinal de alerta de um dos membros do bando, escondem-se na vegetação ou no lodo, e dificilmente são encontrados. Podem também utilizar suas longas pernas para ajudar na natação.

ORDEM DAS COLUMBIFORMESFamília Columbidae

Columba livia domestica (Gmelin, 1789)Pombo-doméstico (Rock Dove)

Esta espécie é doméstica e de diversas raças, sendo a mais conhecida, a raça belga ou o pombo correio. Os pombos foram introduzidos aqui e hoje se encontram espalhados em todo o litoral norte. A grande maioria desses pombos é criada livre e com o passar do tempo vai se adaptando às cidades e torna-se uma verdadeira praga, podendo transmitir uma infinidade de doenças para o ser humano e para outras espécies de aves silves-tres, tais como a Columbina talpacoti, uma de suas parentes. Já observamos várias dessas pequenas pombas com tricomoniose adquirida, porque comeram junto com os pombos de rua. Os pombos da raça belga são criados com grande cuidado pelos apaixonados pela raça e dificilmente transmitem qualquer tipo de doença para o homem.


Columba picazuro marginalis (Naumburg, 1932)Asa-branca (Picazuro Pigeon)

Espécie de grande porte, como o pombo doméstico, é comum nas regiões de caatinga e cerrado a oeste da Bahia, aonde vem se tornando uma praga por causa do excesso de alimento (soja). Quando voa, podemos perceber uma grande faixa branca em cada lado das asas. Medidas: Peso 320g.

Zenaida auriculata virgata (Bertoni, 1901)Avoante (Eared Dove)

É uma espécie de hábito migratório que aparece em grandes grupos e em determinados períodos do ano, para reproduzir. Reproduz-se em grandes colônias chamadas pombais, onde é realizada a postura. Durante o período de reprodução dessa espécie, o povo da caatinga costuma invadir os pombais para coletar seus ovos. Caçam centenas dessas aves, quando elas saem para procurar os bebedouros. Essa caçada indiscriminada, fre-quentemente reduz localmente essas populações. Também, muitas vezes, as aves batem em fios de alta tensão e morrem. Medidas: Comprimento total 210mm, asa 125mm, cauda 86mm, bico 15mm, peso 115g.

Columbina minuta (Linné, 1766)Rolinha-de-asa-canela (Plain-breasted Ground-Dove)

A rolinha de asa canela é muito comum na Caatinga da Bahia e uma das aves mais abundantes nessa região. Constróe o seu ninho no solo como a espécie anterior, mas também pode construí-lo em ramagens em meio à vegetação e a uma pequena altura do solo. Medidas: Comprimento total 160mm, asa 70mm, cauda 50mm, tarso 15mm, bico 10mm, peso 30g.

Columbina picui strepitans (Spix, 1825)Rolinha-branca (Picui Ground-Dove)

É uma espécie comum na Caatinga da Bahia; constróe o seu ninho tanto nas árvores, como nos telhados das residências. É uma das aves mais abundantes da Caatinga. Medidas: Comprimento total 185mm, asa 88mm, cauda 75mm, tarso 32mm, bico12mm, peso 44g.

Columbina talpacoti talpacoti (Temminck, 1811)Rolinha-roxa (Ruddy Ground-Dove)

É uma das rolinhas mais comuns e conhecidas. Habita os centros das cidades e os jardins. O seu ninho é em forma de tigela, onde põe dois ovos brancos. Pode construir o ninho em menos de uma semana. Semelhante às demais espécies dessa família, deposita os filhotes na borda do ninho, que funciona como uma barreira protetora dos filhotes. Muitas pessoas se acostumam a dar alimento a essas aves e assim sendo, a população dessa espécie nas cidades só faz crescer. Medidas: Comprimento total 172mm, asa 90mm, cauda 78mm, tarso 17mm, bico 12mm, peso 50g.


Scardafella squammata squammata (Lesson, 1831) Fogo-apagou (Scaled Dove)

Esta espécie é bem característica por que possui uma plumagem toda barrada (escamada). O seu canto é bastante conhecido e é do tipo “fogo-apagou”. Quando voa, emite um som característico como o do chocalho de uma cascavél. É uma espécie muito comum e abundante na Caatinga. O seu ninho é em forma de tigela e semelhante ao da espécie anterior e a sua postura consta de dois ovos de cor branca. Medidas: Comprimento total 223mm, asa 98mm, cauda 92mm, tarso 17mm, bico 12mm, peso 56g

Leptotila verreauxi approximans (Cory, 1917)Juriti-pupu (White-tipped Dove)

Muito parecida com a espécie da L. rufaxilla, difere dela por possuir uma cor mais acinzentada no alto da cabeça, um anel alaranjado ao redor do olho e pés menos avermelhados do que a L. rufaxilla. Ocorre em ambi-entes secos na Caatinga e nas bordas das matas. Quando está voando, podemos ver uma ponta branca no final da cauda. Essas aves costumam se juntar aos outros representantes da família, para beber água em pequenos poços de água no interior da Caatinga. Medidas: Comprimento total 265mm, asa 134mm, cauda 103mm, tarso 24mm, bico 18mm, peso 135g.

Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886)Pomba-de-espelho (Blue Ground-Dove)

É uma ave que não é abundante e freqüenta o interior da Caatinga. O macho é cinza-azulado e a fêmea é amar-ronzada. Ambos possuem manchas nas asas. Medidas: Comprimento total 220mm, asa 118mm, cauda 80mm, tarso 18mm, bico 14mm, peso 70g.

Família Psittacidae

Anodorhynchus leari (Bonaparte, 1856)Arara-azul-de-lear (Lear Macaw)

Esta espécie está criticamente ameaçada de extinção e ocorre nos municípios de Jeremoabo, Canudos, Eu-clides da Cunha, Paulo Afonso e Curaçá. Descobrimos uma nova população entre Campo Formoso e Santo Sé. Durante muitos anos, a população dessas aves era estimada em 170 indivíduos, mas com os trabalhos de parceria entre a Fundação Bio-Brasil, Cetrel e o CEMAVE e através da utilização de informações das pessoas de comunidades locais, foi-nos possível descobrir os novos locais de dormida dessas aves e hoje a população está estimada em torno de 500 aves. Veja o status da A. leari.


Forpus crassirotris flavissemos (Taczanowski, 1883)Tuim (Blue-winged Parrotlet)

É o menor psitacídeo brasileiro e comum em quase todos os habitats do Litoral Norte, com dimorfismo sexual bastante acentuado. O macho possui uma grande mancha azul na asa e no uropígio e a fêmea é de coloração verde clara, com um tom amarelado na cabeça e nos flancos. Reproduz-se em pequenos ocos de árvores produzidos pelos pica-paus, e aproveita-se de ninhos abandonados do joão-de-barro (F. rufus). Na época da reprodução, vive em casal e após esse período formam grupos que podem incluir dezenas de indivíduos. Já observamos, em mais de uma ocasião, indivíduos dessa espécie, totalmente amarelos. Medidas: Comprimento total 130mm, asa 80mm, cauda 40mm, tarso 11mm, bico 12mm, peso 28g.

Porhyrrhura maracana (Vieillot, 1816)Maracanã-do-buriti (Blue-winged Macaw)

Esta ave não é comum no Raso da Catarina. Raramente avistamos pequenos bandos que não passam de 10 aves. A ave tem a fronte e a barriga de cor vermelha, um anel branco ao redor dos olhos e o bico negro. Deslo-ca-se em pequenos bandos em busca de alimento na Caatinga e costuma freqüentar paredões rochosos onde pernoita, juntamente com outros representantes da família.

Aratinga acuticaudata haemorrhous (Spix, 1824)Periquitão (Blue-Croowned Parakeet)

Possui a testa azul e a cauda vermelha. É um dos periquitos mais abundantes no Raso da Catarina, juntamente com a espécie que se segue. Podemos avistar grupos com mais de 50 aves cruzando a caatinga, em busca de alimento. Costuma dormir nos paredões rochosos, onde, muitas vezes, podemos observar mais de 300 aves voando em círculo, ao entardecer, ao redor dos paredões rochosos locais que utilizam como dormitórios. Du-rante a revoada ao redor dos dormitórios, essas aves fazem um grande alarido.

Aratinga cactorum cactorum (Kuhl, 1820)Periquito-da-Caatinga (Caatinga Parakeet)

É um dos periquitos mais abundantes no Raso da Catarina. É verde, de peito amarelado e abdômen mais alar-anjado. Reproduz-se em cupinzeiros.Esses periquitos, muitas vezes, atacam as plantações de milho, causando grande prejuízo aos pequenos produtores.

Amazona aestiva aestiva (Linné, 1758)Papagaio-verdadeiro (Turquoise-fronted Parrot)

É uma espécie de papagaio que ocorre nas caatingas da Bahia e é especialmente abundante no Raso da Cata-rina. Reproduz-se em fendas de penhascos e em ocos de árvores. Certa ocasião, encontramos um filhote que tinha acabado de cair do ninho. Esse filhote já estava totalmente emplumado, no entanto, tinha uma anomalia na asa esquerda que o impedia de voar. Apesar de não estar listada como ameaçada de extinção, em muitas localidades do estado da Bahia, esta espécie está extinta. O tráfico de animais é a sua principal ameaça. No Raso da Catarina, centenas de filhotes são coletadas por traficantes de aves, todos os anos.


ORDEM DAS CUCULIFORMESFamília Cuculidae

Coccyzus melacoryphus (Vieillot, 1817)Papa-lagarta (Dark-billed Cuckoo)

Difere da espécie anterior pelo bico de cor negra, pela garganta amarelada e pelo rabo longo com três faixas brancas no lado inferior da cauda, não apresentando, portanto, vermelho na asa, como a espécie anterior. Vive no meio da vegetação, e às vezes explora o substrato da caatinga. Alimenta-se de insetos. Medidas: Compri-mento total 270mm, asa 128mm, cauda 140mm, tarso 50mm, bico 30mm, peso 46g.

Coccyzus americanus americanus (Linné, 1758)Papa-lagarta-norte-americano (Yellow-billed Cuckoo)

Coccyzus a. americus é uma espécie residente na porção oriental da América do Norte (do Canadá ao sul dos Estados Unidos). Segundo Pinto (1978). Essa espécie migra para o sul durante o inverno do hemisfério norte, quando visita a América Central e o norte da América do Sul, inclusive o norte do Brasil (Pará, norte do Ma-ranhão), com ocorrências acidentais nos estados centrais, norte de Minas e sul de Mato Grosso, e no extremo sul do país (Rio Grande do Sul) (Belton, 1973). Sick, 1978, relata a espécie para o Piauí, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Fiúza, 1999, através de um apanhado bibliográfico sobre as aves da Caatinga da Bahia, relaciona 283 espécies de aves para esse bioma, sendo que a C. a. americanus, não está in-cluída nesse levantamento. Pacheco & Bauer, 2000, realizou um inventário sobre as espécies de aves do bioma Caatinga do Brasil, e relacionou a C. a. americanus apenas para o estado do Ceará. Lima, 2004, através de levantamento de campo em vários biomas do estado da Bahia, relacionou 280 espécies para o bioma Caatinga em seus levantamentos, e como nunca tinha registrado a C. a.americanus, este passou a ser o primeiro registro. A espécie em questão possuía o abdômen de cor cinza claro e a mandíbula amarela, características exclusivas da C. a. americanus. Este é o segundo registro dessa espécie para o bioma Caatinga e o primeiro registro para o bioma Caatinga no estado da Bahia.

Piaya cayana pallescens (Cabanis & Heine, 1862)Alma-de-gato (Squirrel Cuckoo)

Vive solitária ou em casal e possui uma cauda muito longa que chama atenção quando se desloca numa área aberta. Pula freqüentemente de um galho para outro e de longe, às vezes, podemos confundi-la com um es-quilo ou mesmo um mico, por causa da longa cauda. O seu ninho é forrado de folhas secas e já encontramos um ninho dessa espécie construído no topo de uma árvore. Medidas: Comprimento tota 410mm, asa 150mm, cauda 235mm, tarso 38mm, bico 37 mm, peso 104g

Crotophaga ani (Linné, 1758)Anu-preto (Smooth-billed Ani)

O anu-preto é uma ave bastante conhecida pela comunidade e vive em áreas abertas ou de rala vegetação. Vive em bandos e já contamos 16 indivíduos num único bando. Alimenta-se de insetos, lagartixas e pequenos animais e costuma acompanhar o gado como faz a garça-vaqueira, para apanhar o seu alimento quando o gado


está pastando. Constróe o seu ninho de gravetos e embrenhado no meio da vegetação. Nós já encontramos ninhos numa altura de um metro do solo e seus ovos de cor esverdeada medem:... Já encontramos uma postura contendo 40 ovos empilhados. Encontramos também um indivíduo vivendo sozinho durante mais de um ano no Raso da Catarina, pátria da Anodorhynchus leari. Este indivíduo, que inclusive foi anilhado, vivia perto de uma fonte de água e quando a fonte secou, ele passou a visitar o nosso acampamento, em busca da água de nosso suprimento. Peso 96g.

Guira guira (Gmelin, 1788)Anu-branco (Guira Cuckoo)

É uma ave comum nas áreas abertas, alimentando-se de invertebrados, anfíbios e répteis. O seu ninho é em forma de tigela, confeccionado de gravetos e forrado de folhas. O anu-branco reutiliza o mesmo ninho durante vários anos, como já observamos. Os filhotes, no primeiro dia de vida, recebem pequenas porções de alimento que são colocadas no interior de seus bicos; do terceiro dia em diante, recebem porções maiores que tanto podem ser entregues no bico, como também podem ser regurgitadas para o interior do bico. Do quinto dia em diante, os filhotes já se tornam muito competitivos e ao primeiro sinal da presença dos adultos, avançam em sua direção, no intuito de conseguir o alimento. A competitividade dos filhotes aumenta a cada dia, e os que conseguem sucesso na apanha de alimento, levam vantagem e desenvolvem-se mais rapidamente. Do 10° dia em diante, os filhotes mais desenvolvidos usam uma estratégia mais elaborada na busca do alimento: posicion-am-se nos galhos acima do ninho, para confiscarem o alimento antes mesmo de os pais chegarem ao interior do ninho; os filhotes menores (menos nutridos), utilizam uma estratégia diferente e ficam no interior do ninho com a intenção de serem alimentados por algum membro do grupo. Essa estratégia não obteve bons resultados em uma hora e meia de observação e pudemos constatar que os adultos trouxeram alimento 10 vezes para os filhotes que se encontravam fora do ninho, e apenas uma vez para os dois filhotes que estavam no interior do ninho, sendo que esse alimento foi roubado pelos filhotes maiores que avançaram nele, no interior do ninho. Do total de seis filhotes, um morreu no 8° dia por não conseguir competir por alimento, quatro se desenvolv-eram bem e dois se encontravam em péssimo estado nutricional. Medidas: Peso 96g.

Tapera naevia chochi (Viellot, 1817)Saci (Stripe Cukoo)

O saci é uma ave “fantasma” que é dificilmente observada. Ouvimos seu canto distante e quando nos aproxi-mamos, a ave vai se distanciando, embora continuando a vocalizar. Costuma cantar ao amanhecer e também durante a noite. Certa ocasião, encontramos um indivíduo que cantava durante todo o dia em uma determinada área. Nós gravamos o som dessa ave e o repetmos num gravador e a ave respondeu e voou em direção à fonte do som. Assim, conseguimos atrai-la para campo aberto. São aves parasitas que colocam seus ovos nos ninhos de outras aves.

Dromococcyx pavoninus (Pelzeln, 1870)Peixe-frito (Pavonine Cuckoo)

É uma ave difícil de ser vista. É mais fácil ouvirmos seu canto que é emitido ao entardecer e amanhecer. O som se parece muito com o da espécie anterior. São aves parasitas que realizam a sua postura nos ninhos de outras aves.


ORDEM DOS STRIGIFORMESFamília Tytonidae

Tyto alba tuidara (Gray, 1769)Coruja-da-igreja (Barn Owl)

É a coruja mais comum e conhecida de todo o Brasil. Alimenta-se de roedores (ratos), morcegos e pássaros (nós já observamos diversas espécies de pássaros tais como o Turdus, e já detectamos inclusive, esqueletos de Gallinula chloropus). Reproduz-se em ocos de árvores, torres de igrejas, prédios velhos, debaixo do tel-hado das residências etc. A sua postura pode conter de dois a cinco ovos de cor branca. São aves consideradas de mau agouro no Nordeste brasileiro e muitas pessoas não as suportam, chegando a matar casais e filhotes quando os encontram. Costumam caçar em terrenos baldios e na boca de esgotos lançados nas praias etc. Existem dois tipos de plumagens: uma toda amarela e a outra amarela de peito branco, mas isso não significa dimorfismo sexual.

Família Strigidae

Otus choliba decussata (Lichtenstein, 1823)Corujinha-do-mato (Tropical Screech Owl)

É uma espécie de coruja pequena. Alimenta-se de insetos e de pequenos pássaros; reproduz-se em ocos de árvores e a sua postura consta de dois ovos de cor branca, no entanto, já encontramos várias posturas con-tendo três ovos e todos eclodiram e foram criados. Existem duas variedades de plumagem, uma cinza e uma avermelhada. Medidas: Comprimento total 233mm, asa 165mm, cauda 90mm, tarso 30mm, bico 20mm, peso 120g.

Glaucidium brasilianum brasilianum (Gmelin, 1788)Caburé (Ferruginous Pygmy-Owl)

Reproduz-se em ocos de árvores e já encontramos uma postura de quatro ovos de cor branca pura. No inte-rior do ninho já pudemos observar penas de diversas espécies de pássaros que são servidas aos filhotes como alimento, tais como as da Volatinia jacarina e Sicalis flaveola, e também já observamos um rato de esgoto que pesava o equivalente à coruja. Esta espécie caça de dia e à noite e apresenta duas variedades de plumagem: uma cinza e a outra da cor de ferrugem. Muitas vezes, quando bandos de pássaros encontram essa coruja no seu poleiro durante o dia, reúnem-se num bando composto de diversas espécies, para afugentá-la do poleiro. Medidas: Comprimento total 180mm, asa 100mm, cauda 60mm, tarso 20mm, bico 11mm, peso 68/95g.

Speotyto cunicularia grallaria (Temminck, 1822)Coruja-do-campo (Burrowing Owl)

É uma espécie de coruja muito comum que ocorre nas áreas abertas da Caatinga, onde pudemos observar grandes tocas escavadas na areia, onde se reproduz. Pudemos também observar no período reprodutivo, várias carapaças de besouros na entrada da toca. São ativas durante o dia e, ao que parece, durante a noite caçam ativamente. Temos observado que, quando escurece, essas aves se empoleiram em cercas e no alto dos postes


para caçar. Medidas: Comprimento total 205mm, asa 170mm, cauda 68/85mm tarso 49mm, bico 21mm, peso 150/160g.

ORDEM DOS CAPRIMULGIFORMESFamília Nyctibiidae

Nyctibius griseus griseus (Gmelin, 1789)Urutau (Common Potoo)

O urutau é uma ave muito comum e conhecida. A comunidade o conhece pelo nome de mãe-da-lua. De há-bitos noturnos, esta ave se alimenta de insetos capturados em pleno vôo, com a sua “boca” grande. O macho é bem maior e mais pesado do que a fêmea e costuma ser visto, empoleirado e ereto, na ponta das estacas ou nos galhos de árvores secas. A sua camuflagem é uma das mais perfeitas imitações de galho seco já vistas e dificilmente o urutau é percebido. Põe um único ovo de cor branca em cavidades na ponta de galhos ou de estacas. O filhote nasce recoberto de uma plumagem branca que, no decorrer do tempo, vai adquirindo uma tonalidade cinza clara com manchas brancas. Os filhotes, desde o nascimento até o abandono do ninho, têm a capacidade de se prender firmemente no galho onde nasceram. Os pais recobrem o filhote com seu próprio corpo para protegê-lo do sol ou da chuva e também de possíveis predadores. Medidas: Comprimento total 340mm, asa 240mm, cauda 160mm, bico 16mm.

Família Caprimulgidae

Chordeiles pusillus xerophilus (Dickerman, 1988)Bacurauzinho (Least Nighthawk)

É o menor bacurau da Caatinga e é facilmente reconhecido pelo seu pequeno porte e por ser um dos poucos que voa um pouco antes do pôr-do-sol, em movimentos errantes, subindo e descendo, e muitas vezes, voando em círculo. No princípio pudemos observar apenas um ou dois indivíduos, mas logo em seguida, outras aves foram chegando até formarem um grupo. Ambos os sexos possuem uma mancha branca na asa e o macho pos-sui a ponta da cauda de cor branca. Durante o dia, estas aves dormem em pequenas moitas nas áreas abertas. Põem seus ovos no solo, próximos à sombra.

Chordeiles acutipennis acutipennis (Hermann, 1783)Bacurau-de-asa-fina (Lesser Nighthawk)

Possui asas longas e estreitas com uma faixa branca em forma de V . As fêmeas têm a garganta branca. O ma-cho possui uma mancha branca na parte terminal da cauda e costuma voar bem alto no crepúsculo. Aproveita-se da revoada de formigas e cupins para se alimentar.

Nyctidromus albicollis albicollis (Gmelin, 1789)Bacurau (Pauraque)

É um dos bacuraus mais conhecidos na Caatinga e ocorre em áreas abertas no meio das florestas. Muitas vezes


são observados durante a noite em busca de alimento no meio das estradas, principalmente das estradas de barro. O macho apresenta uma faixa branca na asa e as penas externas das retrizes também da mesma cor são visíveis somente quando a ave levanta vôo. A sua postura consta de um ovo colocado em meio à folhas secas e o filhote nasce coberto de uma plumagem de cor marrom. Realizamos um experimento para comprovar se os pais carregam os filhotes do ninho e os transportam para outro local, caso alguém os descubra. Colocamos um cercado de madeira com 15 cm de altura ao redor de um filhote ainda pequeno no ninho, e o acompanha-mos durante duas semanas. Os pais continuaram a alimentar o filhote dentro do cercado, até ele ter condições de levantar vôo. Constatamos então, que os pais não têm capacidade de carregar o filhote e o que realmente acontece é que se alguém descobre o ninho com um filhote, os pais emitem sons específicos chamando o fil-hote para outro local. Como a coloração do filhote oferece uma perfeita camuflagem, dificilmente poderá ser percebido no seu novo esconderijo. Medidas: Comprimento total 275mm, asa 160mm, cauda 144mm, tarso 29mm, bico 11mm, peso 56/63g.

Caprimulgus rufus rufus (Boddaert, 1783)João-corta-pau (Rufous Nightjar)

Esta espécie tem o porte grande e vive na orla da mata onde costuma pousar em troncos e galhos de árvores. Não é uma espécie muito comum nas campanhas de anilhamentos. O bacurau que mais cai na rede é da espécie N. albicollis e raramente cai um C. rufus, apesar de ouvirmos sua vocalização.

Hydropsalis torquata torquata (Gmelin, 1798)Bacurau-tesoura (Long-traiden Nightjar)

É uma espécie bastante comum, ocorrendo inclusive, dentro das cidades. O macho tem a cauda muito longa e bifurcada, característica que é importante para sua identificação. A fêmea e os jovens possuem cauda curta e bifurcada. Durante o dia esta ave vive escondida no meio da vegetação, em locais sombreados.

Caprimulgus parvulus parvulus (Gould, 1837)Bacurau-pequeno (Little Nightjar)

Essa espécie foi acrescentada à lista das aves do Litoral Norte há pouco tempo (2003) e nunca foi capturada por rede nas nossas campanhas de anilhamento. Em menos de uma semana recebemos três exemplares dessa espécie vindos de locais diferentes: um capturado em Sauípe, um em Camaçari e o outro veio de Salvador. Costuma pousar em galhos ao anoitecer, para depois deslocar-se em busca de alimento (insetos). Medidas: Comprimento total 219mm, asa 150mm, cauda 98mm, tarso 13mm, bico 14mm, peso 40g.

Capraimulgus longirostris (Bonaparte, 1825)Bacurau-da-telha (Band-winged Nightjar)

O macho exibe uma larga faixa branca na asa e na cauda, e na fêmea a coloração da asa é amarelada. São aves relativamente comuns no Raso da Catarina. O seu canto é um assobio fino que pode ser ouvido à distância, ao entardecer. Medidas: Comprimento total 230mm, asa 140mm, cauda 110mm, tarso 15mm, bico 12mm, peso 49g.


Família Trochilidae

Phaethornis pretrei pretrei (Lesson & Delattre, 1839)Rabo-branco-sobre-amarelo (Planalto Hermit)

É uma espécie de beija-flor que vive na orla das florestas e também visita jardins. Tem uma cauda longa onde podemos observar o branco na sua parte terminal; sua garganta é cor de canela. Costuma entrar rapidamente nas residências e depois fugir. Em alguns lugares é conhecido como beija-flor-limpa-casa. Os ninhos podem ser feitos em barrancos ou até mesmo dentro de casa ou nas varandas e podem ainda ser fixados aos arames pendurados nos telhados, fios de luminária e/ou fios da piaçaba utilizada em quiosques. Desde o primeiro dia de vida, os filhotes, como nas demais espécies de beija-flor, agarram-se firmemente ao interior do ninho e quando tentamos removê-los, abandonam o ninho com 20 dias. Medidas: Comprimento total 170mm, asa 59mm, cauda 75mm, bico 32mm, peso 6g.

Phaethornis pretrei minor (Grantsau, 1966)

Descrito por Rolf Grantsau através de exemplares coletados em Goiás, um exemplar dessa subespécie foi coletado por ele no Raso da Catarina. Medidas: Comprimento total 140mm, asa 54mm, cauda 64mm, bico 29mm, peso 3g.

Phaethornis gounellei (Boucard, 1891)Besourinho-de-cauda-larga (Broad-Tipped Hermit)

É uma espécie muito comum no Raso da Catarina, sendo que seu ninho nunca foi encontrado, embora o ten-hamos procurado em diversos locais sem sucesso. Possui o dorso e as coberteiras das asas em verde-bronze, o supercílio é largo e branco e a garganta é de cor ferrugínea com uma mancha negra no centro. As retrizes apresentam uma larga faixa branca e a mandíbula é de cor amarela-esverdeada. Em determinados períodos do ano, a mandíbula adquire uma cor amarela intensa que se estende até a metade do bico, e pode ser indicativa de seu período reprodutivo. Medidas: Comprimento total 120mm, asa 47mm, cauda 45mm, bico 26mm, peso 4g.

Eupetomena macroura simoni (Hellmayr, 1929)Beija-flor-tesoura (Swallow-tailed Hummingbird)

De grande porte, é o mais conhecido dos beija-flores. Ocorre na Caatinga e nos jardins nas cidades. De pluma-gem azul metálica e com a cauda bifurcada, esse beija-flor é bastante agressivo, atacando qualquer outro beija-flor que queira invadir o seu território. O seu ninho é colocado em troncos, debaixo de folhagens e em forma de tigela confeccionada de teia de aranha, líquens e palhas que o beija-flor rouba dos ninhos de outros pássaros (Todirostrum cinereum). Os ninhos se localizam a uma altura que varia de 1,5m a 5 m do solo. Durante a madrugada, (05:00 h) costumam cantar em poleiros específicos. Seu canto parece de um Tersina virides e é respondido por outra ave que se encontra em outro poleiro. Medidas: Comprimento total 180mm, asa 70mm, cauda 95mm, bico 23mm, peso 7g.


Anthracothorax nigricollis nigricollis (Vieillot, 1817)Beija-flor-de-veste-preta (White-vented Violetear)

É uma espécie relativamente rara. Temos observado poucos desses indivíduos entre os meses de novembro a março. Com dimorfismo sexual bastante acentuado, o macho, visto de longe, parece ser todo escuro, enquanto a fêmea possui duas faixas brancas de cada lado do corpo e o centro escuro. Medidas: Comprimento tota 64mm, asa 35mm, cauda 35mm, bico 23mm, peso 6g.

Chrysolampis mosquitus (Linné, 1758)Beija-flor-vemelho (Ruby-topaz Hummingbird)

É um dos beija-flores em que o macho é o pássaro mais cintilante, no entanto, a depender da incidência da luz, pode ser percebido como se fosse negro e de cauda cintilante. A fêmea tem o dorso verde e o mento, o peito e a barriga de cor branca. É uma espécie de hábito migratório. O ninho é semelhante ao de um E. macroura, no entanto, é menor. Certa ocasião, Rolf Grantsau estava fotografando essa espécie que estava visitando a inflorescência da Lantana camera, quando um exemplar macho adulto se bateu contra a porta do carro, vindo a falecer. Isto ocorreu porque tais aves são muito brigonas e sempre uma delas está afugentando a outra para longe das flores, e aí então ocorrem as perseguições em alta velocidade que as expõem a muitos perigos.. Me-didas: Comprimento tota 100mm, asa 50mm, cauda 30mm, bico 18mm, peso 4g.

Chlorostilbon aureoventris puucherani (Bourcier & Mulsant, 1848)Besourinho-de-bico-vermelho (Glittering-billied Emerald)

É um dos beija-flores mais comuns da Caatinga e costuma visitar jardins. Gosta de flores bem pequenas. O macho é de cor verde brilhante, a base do bico é vermelha e o bico tem uma crista branca. A fêmea possui o dorso verde, mento, barriga e ventre de cor branca suja. Na Caatinga, costuma construir seu ninho em pés de cansanção. Esse local é bem protegido dos predadores. Já encontramos um ninho com quatro ovos, tendo o beija-flor reutilizado o ninho e feito uma nova postura sobre outros dois ovos que não eclodiram. Medidas: Comprimento total 90mm, asa 45mm, cauda 25mm, bico 16mm, peso 3g.

Amazilia nigricauda (fimbriata) (Elliot, 1878)Beija-flor-de-garganta-verde (Glittering-throated Emerald)

Verde brilhante com infractuais na cor branca pura, mandíbula vermelha e cauda de cor quase negra. Ocorre na restinga e às vezes visita os jardins. Aparece em certos períodos do ano.

Amazilia versicolor versicolor (Vieillot, 1818)Beija-flor-de-banda-branca (Versicolored Emerald)

Espécie que ocorre em áreas abertas e nas bordas das matas, possui a barriga verde com uma faixa branca que se alarga no ventre; o maxilar é cor de carne com a ponta escura e o branco da garganta é manchado de verde.


Heliomaster squamosus (Temminck, 1826)Bico-reto-verde (Long-breasted Starthroat)

O macho possui a garganta vermelho-violeta-brilhante-intenso, e também possui uma mancha pós-ocular e uma estria branca no malar. É uma espécie comum no Raso da Catarina. Medidas: Comprimento total 128mm, asa 55mm, cauda 36mm, bico 27mm, peso 6g.

Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783)Besourinho-ametistina (Amethyst Woodstar)

O macho tem a garganta de cor vermelha e a cauda bifurcada; a fêmea é bem menor e possui a garganta branca com manchas em marrom. É um beija-flor bem pequeno que emite um forte zumbido quando se aproxima de uma flor, semelhante ao de uma abelha solitária (Mangangá). Muito raro no Raso da Catarina.

ORDEM DOS TROGONIFORMESFamília Trogonidae

Trogon curucui curucui (Linné, 1766)Surucuá-de-barriga-vermelha (Blue-crowned Trogon)

Ocorre na caatinga densa. O macho tem o peito vermelho, a pálpebra amarela e o alto da cabeça em azul cintilante. A fêmea tem a barriga cinzenta. Reproduz-se em cupinzeiros e tanto podem ocorrer no topo das florestas, como nas partes baixas, principalmente na caatinga de baixa altura. Medidas: Comprimento total 245mm, asa 120mm, cauda 130mm, tarso 13mm, bico 15mm, peso 52g

ORDEM DOS CORACIFORMESFamília Alcedinidae

Ceryle torquata torquata (Linné, 1766)Martim-pescador-grande (Ringed Kingfisher)

É o maior martim-pescador e ocorre nos lagos, rios e áreas alagadiças. Podemos observá-lo pousado sobre os fios de eletricidade que passam por cima de lãminas de água. Utiliza tais locais como pontos de pesca. A fêmea possui a parte inferior e as coberteiras da cauda de cor castanha. Alimenta-se de peixes e muitas vezes, freqüenta criatórios de peixes (tilápias). Reproduz-se em barrancos, muitas vezes longe da água. É uma ave muito barulhenta quando está voando e se deslocando de um local para outro; sonoriza constantemente.

Chloroceryle americana americana (Gmelin, 1788)Martim-pescador-pequeno (Green Kingfisher)

É muito comum ser observado no interior de grandes florestas densas e sombreadas e habitando córregos e pequenos rios que cortam as florestas. Também é observado nas margens dos grandes rios.


ORDEM DOS PICIFORMESFamília Galbulidae

Galbula ruficauda rufoviridis (Cabanis, 1851)Bico-de-agulha-de-rabo-vermelho (Rufous-tailed jacamar)

Habita locais nas proximidades da água ou em ambientes secos. O macho tem a garganta branca e a fêmea tem a garganta ferrugínea. Costuma pousar num poleiro de onde fica observando sua possível presa. É capaz de ficar imóvel durante muito tempo. Nós já o observamos capturando uma mariposa de grande porte. Re-produz-se em barrancos. Medidas: Comprimento total 230mm, asa 80mm, cauda 85mm, tarso 12mm, bico 51mm, peso 24g.

Família Bucconidae

Bucco maculatus maculatus (Gmelin, 1788)Rapazinho-dos-velhos (Spot-backed Puffbird)

Seu nome deriva de sua “mansidão”, pois é capaz de ficar imóvel no meio da vegetação, observando tudo que se passa ao seu redor. Sua coloração e forma lhe fornecem uma perfeita camuflagem e, muitas vezes, passa despercebido. Utiliza os fios da rede elétrica nas estradas como pontos de observação. Alimenta-se de insetos, lagartixas e calangos que apanha no solo. Reproduz-se em buracos que escava em barrancos e a sua postura consiste de dois ovos de cor branca. Medidas: Comprimento total 200mm, asa 74mm, cauda 75mm, tarso 18mm, bico25/33mm, peso 45g.

Família Picidae

Colaptes melanochloros nattereri (Malherbe, 1848)Pica-pau-verde-barrado (Green-barred Woodpecker)

Habita áreas abertas e bordas das matas da Caatinga. O macho tem uma mancha vermelha na mandíbula. Reproduz-se em ocos de árvores que perfura, mas também utiliza ninhos artificiais. É comum vê-lo em co-pas de coqueiros ou no solo buscando alimento. Temos observado a postura de três ovos de cor branca pura. Medidas: Comprimento total 300mm, asa 170mm, cauda 90mm, tarso 25mm, bico 43mm, peso 200g.

Picumnus pygmaeus distinctus (Pinto & Camargo, 1961)Pica-pau-anão-pintalgado (Spotted Piculet)

É o menor pica-pau da Caatinga e tem o dimorfismo sexual muito acentuado: o macho exibe a cor vermelha na testa e a fêmea tem a cabeça toda negra com pintas brancas. Vive normalmente em casal e costuma fazer seu ninho em troncos podres onde perfura uma entrada, larga o suficiente para possibilitar sua entrada no interior do ninho. Já observamos um casal usar o mesmo tronco várias vezes, sempre escavando um novo ninho. Ocorre no cerrado, na Mata Atlântica e na restinga. Medidas: Comprimento total 104mm, asa 53mm, cauda 30mm, tarso13mm, bico 10mm, peso 10/13g.


Piculus chryrochloros chryrochloros (Vieillot, 1818)Pica-pau-da-copa (Golden-green Woodpecker)

Ocorre tanto na Caatinga, como na mata de galeria. O macho possui um “boné” de cor vermelha e uma faixa amarela que sai da base do bico até o pescoço de cor amarela e a mandíbula de cor vermelha. A fêmea possui o “boné” e uma mancha na mandíbula de cor verde. Medidas: Comprimento total 210mm, asa 114mm, cauda 74mm, tarso 16mm, bico 20mm, peso 50g.

Celeus flavescens intercedens (Hellmayr, 1908)Pica-pau-de-cabeça-amarela (Blond-creted Woodpecker)

Ocorre nas bordas ou no interior da Caatinga, é uma ave solitária e não abundante como as duas espécies ante-riores. Os machos possuem uma mancha vermelha na mandíbula. Não admitem a invasão do seu território por outro indivíduo da própria espécie. Medidas: Comprimento total 245mm, asa 140mm, cauda 140mm, tarso 23mm, bico 25, peso 95g.

Veniliornis passerinus taenionotus (Reichenbach, 1854)Pica-pauzinho-anão (Little Woodpecker)

Possui as coberteiras superiores das asas salpicadas de amarelo. O topo da cabeça dos machos é de cor ver-melha. Ocorre no interior da Caatinga e nas bordas das matas. Medidas: Comprimento total150mm, asa 76//80mm, cauda 52/57mm, tarso 17mm, bico 15mm, peso 20/26g

Campephilus melanoleucos cearae (Cory, 1915)Pica-pau-de-topete-vermelho (Crimson-crested Woodpecker)

Essa espécie é rara e dificilmente vista. Muito parecida com a Dryocopus lineatus, pode ser confundida com ela. Difere porque possui o mento negro e não branco como a D. lineatus. O topete da fêmea é de cor negra e o do macho é todo vermelho. Costuma escavar buracos em troncos de Craibeira, onde faz o seu ninho. Esses ocos são utilizados por outras aves tais como: Otus choliba, Glaucidium brasilianum, Falco sparverius e Ama-zonas amazonas. Medidas: Comprimento total 270mm, asa 122mm, cauda 95mm, tarso 24mm, bico 23mm, peso 73g.

Família Formicariidae

Taraba major stagura (Lichtenstein, 1823)Choró-boi (Great Antshrike)

Espécie de grande porte, apresenta dimorfismo sexual bem acentuado: os machos têm a parte superior de cor negra e a parte inferior de cor branca, e as fêmeas têm a parte superior de cor ferrugínea e a parte inferior de cor branca suja, sendo que ambos os sexos possuem olhos vermelhos. Na Caatinga, ocorre longe da água.


Sakesphorus cristatus (Wied, 1831)Choca-do-nordeste (Silvery-cheeked Antshrike)

O macho tem o dorso pardo e o topete negro, enquanto que a fêmea tem o topete cor de ferrugem. A garganta e o pescoço anterior do macho são negros. Ocorre no interior da Caatinga, sendo um pássaro comum na Caat-inga do Raso da Catarina. Medidas: Comprimento total 150mm, asa 60mm, cauda 53mm, tarso 24mm, bico 15mm, peso 16/18g.

Thamnophilus pelzeni (Hellmayr, 1924)Choca-bate-cabo (Planalto Slaty-antshrike)

Ocorre nas restingas altas do Litoral Norte, de Sauípe a Mangue Seco. O macho é de cor cinza com “boné” preto e a fêmea é marrom claro com “boné” de cor castanha. Ocorre também na Caatinga do Raso da Catarina. Medidas: Comprimento total 153, asa 65mm, cauda 58mm, tarso 23mm, bico 16mm, peso 18g.

Thaminophilus doliatus capistratus (Lesson, 1840)Choca-listrada (Barred Antshrike)

O macho tem o corpo negro barrado de branco e o corpo da fêmea é de cor parda. É um pássaro bastante co-mum na Caatinga, onde podemos observá-lo sempre em casal, deslocando-se no interior da caatinga. Macho e fêmea estão sempre se comunicando através de chamados específicos. Medidas: Comprimento total 183mm, asa 80mm, cauda 73mm, tarso 24mm, bico 16mm, peso 30g.

Myrmochilus strigilatus strigilatus (Wied, 1831)Piu-piu (Striped-backed Antibird)

É uma ave típica da Caatinga, onde o seu canto é um dos mais conhecidos pelos caboclos. É conhecido pelo nome vulgar de “tem-farinha-ai?”. O macho tem a garganta negra e a fêmea tem o peito estriado. Procuram o seu alimento no solo da caatinga. Medidas: Comprimento total 164mm, asa 63mm, cauda 60mm, tarso 30mm, bico 16mm, peso 19g.

Herpsilochomus pectoralis (Sclater, 1857)Chorozinho-de-papo-preto (Pectoral Antwren)

É uma espécie endêmica na Caatinga e está listada como ameaçada de extinção. O macho tem uma mancha negra no papo. Esta espécie ocorre tanto na caatinga baixa, como nas matas de galeria. Medidas: Comprimento total 135mm, asa 51mm, cauda 50mm, tarso 20mm, bico 13mm, peso 10/12g.

Herpsilochomus sellowi (Whitney & Pacheco, 2000)

Considerada como ameaçada de extinção, essa espécie foi registrada tanto na Caatinga, como nas matas de galeria.


Formicivora melanogaster bahiae (Hellmayr, 1909)Formigueiro-de-barriga-preta (Black-billed Antwren) Espécie muito parecida com a F. grisea, no entanto, a sua cor negra é mais intensa que a da fêmea que é facil-mente reconhecida porque tem a barriga branca. Difere portanto da F. grisea que tem a barriga parda. Medidas: Comprimento total 135mm, asa 50mm, cauda 50mm, tarso 20mm, bico 11mm, peso 10g.

Família das Furnariidae

Furnarius leucopus assimilis (Cabanis & Heine, 1859)Casaca-de-couro-amarelo (Pale-legeed Hornero)

Esta espécie vive próxima da água em córregos e lagos, e possui uma grande faixa branca que sai do loro e passa pelo olho indo até a nuca. A ponta da sua cauda é negra. O seu ninho pode ser semelhante ao da F. rufus, mas também pode ocupar ninhos abandonados da Pseudoseisura cristata.

Synallaxis frontalis frontalis (Pelzeln, 1859)Petrim (Sooty-fronted Spinatail)

Aparece na Caatinga e na capoeira, possuindo “boné”, asa e cauda de cor castanha. Pode ser observada soz-inha ou em casal, buscando alimento no substrato inferior da mata. Medidas: Comprimento total 155mm, asa 72mm, cauda 20mm, tarso 20mm, bico 10mm, peso 12g.

Synallaxis albescens albescens (Temminck, 1823)Ui-pi (Pale-breasted Spinetal)

Ocorre na Caatinga, embora não seja muito comum. Tanto pode ocorrer em áreas secas, como na proximidade de fontes de água. Medidas: Comprimento total 170mm, asa 56mm, cauda 93mm, tarso 20mm, bico 12mm, peso 14g.

Synallaxis strigilatus strigilatus (Temminck, 1823)Uipí (Pale-breasted Spinetail)

Ocorre na Caatinga, próximo às áreas alagadiças. Uma característica dessa espécie é uma pequena mancha preta na garganta, visível somente quando a ave está cantando.

Synallaxis scutatus scutatus (Sclater, 1859)Estrelinha-preta (Ocher-cheeked Spinetail)

Habita o estrato inferior da floresta e o seu canto imita o canto de um indivíduo da espécie S. frontalis. Possui uma mancha negra na garganta branca e possui uma faixa superciliar de cor branca. O seu ninho é construído de gravetos e bem próximo ao solo, tendo a forma de um grande cesto, com uma entrada na parte superior.


É muito semelhante ao ninho da espécie C. cinnamomea. Medidas: Comprimento total 130mm, asa 50mm, cauda 55mm, peso 10g.

Gyalophylax hellmayri (Reiser, 1905)João-chique-chique (Red-shouldered Spinetail)

Espécie ameaçada, endêmica do Nordeste, possui a cauda longa e graduada e possui uma faixa de cor castanha sobre a asa. A garganta apresenta uma nódoa negra. O seu ninho é uma grande aglomeração de espinhos e habita no solo da Caatinga, onde busca alimento.

Certhiaxis cinnamomea cearensis (Cory, 1916)Curutié (Yellow-chinned Spinetail)

Vive sempre perto da água, dos lagos, da beira dos rios e das áreas alagadiças. Vive em casal e costuma can-tar em dueto. O curutié possui uma mancha amarela na garganta que é difícil de ser vista. O seu ninho é um amontoado de gravetos, podendo a entrada estar situada na parte inferior. Essa entrada é em forma de tubo. Costuma remover as fezes dos filhotes do interior do ninho, e levá-las para longe.

Phacellodomus rufifrons rufifrons (Wied, 1821)João-de-pau (Common Thornbird)

Esse pássaro é reconhecido pelo ninho que constrói com gravetos pendurados e que pode variar bastante de tamanho. O casal constrói o novo ninho sobre o ninho anterior, daí os ninhos serem grandes e volumosos. Costuma ter um ninho reserva na parte superior, que serve como local de dormida. O ninho é confeccionado de gravetos cheios de espinhos. Apesar dos ninhos serem construídos muitas vezes em locais altos, os pássaros vivem no solo em casais, e buscam alimento debaixo das folhagens secas. Costumam remover as fezes dos filhotes do interior do ninho, levando-as para longe.

Pseudoseisura cristata (Spix, 1824)Casaca-de-couro (Rufous Cacholote)

Semelhantes aos da espécie anterior, os ninhos dessa ave chamam a atenção. Podemos encontrar vários ninhos numa mesma árvore, constantemente visitados por diversos indivíduos. O ninho é construído de gravetos, às vezes tão grandes, que a ave tem dificuldade em carregá-los para o ninho. Em certa ocasião, presenciamos um individuo dessa espécie tentando carregar uma grande pena primária de um urubu e sempre que voava, era impulsionado para trás pela força do vento. Os filhotes, antes de abandonarem o ninho, possuem a testa de cor acinzentada.

Xenops rutilans rutilans (Temminck, 1821)Bico-virado-carijó (Streaked Xenops )

Semelhante ao X. minutus, pode às vezes ocorrer juntos na mesma mata. Difere da espécie anterior por ser


maior e porque a parte inferior do corpo é estriada de branco. O comportamento dessa espécie assemelha-se ao da anterior. Peso 11g.

Megaxenops parnaguae (Reiser, 1905)Bico-virado-da-Caatinga (Great Xenops)

Uma das características mais marcantes desse pássaro, é a forma do seu bico. É forte e arrebitado, assemel-hando-se aos bicos do gênero Xenops. Possui a plumagem cor-de-canela e a garganta de cor branca. Anterior-mente, essa espécie estava listada como ameaçada de extinção por falta de informações sobre seu status, mas não é rara na Caatinga do Raso da Catarina. Medidas: Comprimento total 165mm, tarso 18mm, bico 15mm, peso 26g.

Família das Dendrocolaptidae

Sittasomus griseicapillus reiseri (Helmayr, 1917)Arapaçu-verde (Olivaceous Woodcreeper)

Ocorre na Caatinga e na mata de galeria. É uma espécie muito comum, podendo ser observada pousada verti-calmente nos troncos das árvores ou se locomovendo de uma árvore para a outra. Possui o dorso verde e uma mancha negra nas asas, que é bem visível quando a ave voa. Medidas: Comprimento total 160mm, asa 67mm, cauda 65mm, tarso 15mm, bico 11mm, peso 12/14g.

Xiphorhyncus picus bahiae (Bangs & Pernard)Arapaçu-de-bico-branco (Straight-billed Woodcreeper)

É uma espécie comum na Caatinga. Reproduz-se em ocos de árvores e em ninhos artificiais de PVC. Esta ave coloca várias cascas de árvore secas no interior do ninho. Os ovos são dois, geralmente de cor branca, pesando 5,6g e medindo 26 X 19 mm. O período de incubação é de 18 dias. Os filhotes nascem com uma plumagem negra cobrindo o dorso e o alto da cabeça. O bico e o interior do bico são de cor amarelo forte, mas, com o passar do tempo, são tingidos de vermelho. Os filhotes, antes de abandonarem o ninho, se comunicam com os pais emitindo sons muito característicos.

Lepidocolaptes angustirostris bahiae (Hellmayr, 1903)Arapaçu-do-cerrado (Norrow-billed Woodcreeper)

Esta espécie ocorre no cerrado e na restinga do Litoral Norte, sempre ocupando locais onde as árvores são esparsas. Possui uma grande faixa supra-ocular e a parte inferior é de cor branca pura. Esta ave é observada, muitas vezes, deslocando-se de uma árvore para outra em campo aberto. Medidas: Comprimento total 220mm, asa 95mm, cauda 82mm, tarso 20mm, bico 34mm, peso 30g.


Lepidocolaptes fuscus brevirostris (Pinto, 1938)Arapaçu-rajado (Lesser Woodcreeper)

Ocorre na mata de galeria da Caatinga alta e possui uma grande mancha superciliar amarelada. Ocorre as-sociada a bandos mistos, em diversos estratos da floresta. Medidas: Comprimento total 225mm, asa 90mm, cauda 74mm, tarso 20mm, bico 33mm, peso 32g.

Campylorhamphus trochilirostris omissus (Pinto, 1933)Arapaçu-beija-flor (Curve-billed Scythebill)

Possui o bico grande, curvado e de cor avermelhada. Ocorre na Caatinga densa do Raso da Catarina e vive solitária ou em casal, buscando o seu alimento nos troncos das árvores. Medidas: Comprimento total 250mm, asa 98mm, cauda 80mm, tarso 20mm, bico 55mm, peso 38g.

Família das Tyrannidae

Camptostoma obsoletum cinerascens (Wied, 1831)Risadinha (Southern Beardless-Tyrannulet)

Ocorre na Caatinga e na mata de galeria, nas bordas das matas e nos jardins. Um dos seus cantos é muito cara-cterístico e assemelha-se a uma “risada”, e o outro se parece com o canto da Euphonia chlorotica. Vive sempre em casal e pode freqüentar os mais diversos estratos da floresta, vivendo quase ao nível do solo na Caatinga. Medidas: Comprimento total 110mm, asa 48mm, cauda 37mm, tarso 13mm, bico 8mm, peso 7g.

Phaeomyias murina murina (Spix, 1825)Bagageiro (Mouse-colored Tyrannulet)

É uma espécie muito difícil de ser observada, porque vive junto à espécie Elaenia cristata na Caatinga e nas bordas das matas e não é abundante. Pode ocorrer inclusive nos jardins. Possue duas faixas de cor marrom nas coberteiras das asas. Medidas: Comprimento total 140mm, asa 64mm, cauda 32mm, bico 10mm, peso 11g.

Sublegatus modestus modestus (Wied, 1831)Sertanejo (Southern Scrub-Flycatcher)

Ocorre na Caatinga rala, sendo rara. Parece uma pequena Elaenia, no entanto, não possui topete, e tem uma pequena mancha branca atrás do olho, o mento é cinza e a barriga amarela. Possui duas faixas brancas na asa. Medidas: Comprimento total 130mm, asa 55mm, cauda 55mm, tarso 18mm, bico 9mm, peso 9g.

Myiopagis viridicata viridicata (Vieillot, 1817)(Greenish Elaenia)

Tem o ventre amarelado e um penacho amarelo no alto da cabeça. Na Caatinga, essa espécie é migratória,


ocorrendo em grandes grupos que se juntam à espécie Elaenia albiceps, também migratória. Medidas: Compri-mento total 130mm, asa 61mm, cauda 55mm, bico 7mm, peso 14g.

Elaenia flavogaster flavogaster (Thunberg, 1822)Guaracava-de-barriga-amarela (Yellow-bellided Elaenia)

É uma espécie muito comum e ocorre em diversos ecossistemas. Possui um topete branco que, muitas vezes, é tão diminuto que só é visto quando o pássaro está nas nossas mãos. O seu canto é bem característico e ocorre com outras espécies do gênero, como a Elaenia cristata. Possui duas faixas brancas nas asas. O seu ninho é em forma de tigela e pode assemelhar-se aos ninhos de beija-flores confeccionados de teias de aranha e líquens. A sua postura consta de dois ovos brancos com diversas manchas de cor marrom nos pólos, pesando em média 2.9 g e medindo 21mm X 16mm. O filhote nasce coberto por uma plumagem de cor cinza. Medidas: Compri-mento total 173mm, asa 82mm, cauda 67mm, tarso 20mm, bico 11mm, peso 23g.

Elaenia cristata cristata (Pelzeln, 1868)Guaracava-de-topete-uniforme (Plain-crested Elaenia)

Muito parecida com a espécie anterior, inclusive convivendo com ela no mesmo habitat, difere pelo seu canto e por não possuir o penacho na cor branca, e sim, na cor escura. O seu ninho é construído em forquilhas e é menos elaborado que o de E. flavogaster. É a espécie mais comum e abundante na restinga e alimenta-se de vários frutos ali existentes. Medidas: Comprimento total 155mm, asa 65mm, cauda , tarso 18mm, bico 10mm, peso 17g.

Elaenia albiceps chilensis (Hellmayr, 1927)Guaracava-de-crista-branca (White-crested Elaenia)

Elaenia albiceps é um migrante austral que viaja do Cone Sul até os Andes colombianos e Região Amazônica (Sick, 1997). Os nossos dados de captura e de observação da espécie na Caatinga do Raso da Catarina (Jere-moabo) detectaram essa espécie entre os meses de abril, maio e junho de 2002, o que indica o pico de migração da espécie na região. Depois desse período, as aves abandonaram a área por completo. Nas campanhas de anilhamento realizadas no mês de fevereiro de 2003, capturamos quatro aves dessa espécie na floresta semi-decidual, sugerindo que alguns indivíduos chegam à região em meados de fevereiro. Nas campanhas de ani-lhamento realizadas no ano de 2002 na Serra Branca, de abril a junho foram capturadas e anilhadas 228 aves desta espécie. Nossos dados preliminares apontam para uma extensão temporal da espécie durante a migração para a região Nordeste, que, segundo Marini e Cavalcanti (1990), são entre maio e julho. É bem característica por causa da grande quantidade de branco no topete, no entanto, os jovens, muitas vezes, podem não possui-lo. Medidas: Comprimento total 160mm, asa 72mm, cauda 60mm, tarso 18mm, bico 9mm, peso 17g.

Elaenia spectabillis espectabilis (Pelzeln, 1868)Guaracava-grande (Large Elaenia)

Pássaro de porte grande, topete pequeno e raramente branco, possui no entanto, três faixas esbranquiçadas na asa. Ocorre tanto na Caatinga, como na mata de galeria.


Stigmatura napensis (Chpman, 1926)Papa-mosca-do-sertão

É uma espécie muito comum no Raso da Catarina, pode ocorrer tanto na Caatinga rala, como na Caatinga fechada. Possui pernas altas e finas, cauda longa e graduada, o peito é amarelado. Medidas: Comprimento total 135mm, asa. 62mm, cauda 60mm, tarso 16mm, bico 10mm, peso 11g.

Hemitriccus margaritaceiventer (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837)Sebinho-de-olho-de-ouro (Pearly-vented tody-Tyrant)

Habita a Caatinga do Raso da Catarina. A coloração do olho pode ser bastante variada: os jovens possuem os olhos escuros e já observamos adultos, no período reprodutivo, com olhos de cor amarelo-laranja. O seu ninho é pendurado, semelhante ao do Todirostrum, no entanto, é construído bem próximo ao solo. Em certa ocasião, pudemos acompanhar um casal dessa espécie desde a construção do seu ninho até perto da eclosão dos ovos. Esse casal mostrou-se bastante atípico: o ninho foi fixado num pé de cactus, distante cerca de 10 cm do solo, em uma área aberta e muito ensolarada. Observamos que o casal só realizava o choco durante os horários em que o sol tinha baixado e a temperatura caído, de 16:00 h de um dia até 08:300 do dia seguinte. Medimos a temperatura da areia (o ninho em questão foi construído em uma duna) durante o horário do sol quente e observamos que a temperatura do solo estava em torno de 60 C e a temperatura no interior do ninho estava em de 38º C. Acompanhamos a incubação por cerca de 20 dias e depois desse período de tempo, o casal abandonou o ninho. Quando abrimos os ovos, os filhotes já estavam próximos de eclodir. É preciso estudar mais esse fenômeno em condições semelhantes, para chegarmos a uma conclusão se este foi um fato isolado ou se realmente essas aves se utilizam da temperatura do sol para economizar energia. Medidas: Comprimento total 110mm, asa 45mm, cauda 35mm, tarso 20mm, bico 11mm, peso 7g.

Todirostrum cinereum cearae (Cory, 1916)Relógio (Commom Tody-Flycatcher)

Durante o período de estudo, de dezembro a março, foi-nos possível localizar 23 ninhos da espécie T. cin-ereum e colher dados de 22. Um dos ninhos que estava a 8m do solo, fixado e colocado em um dos ramos de Pitecelobium sp, e foi o único que não foi sistematicamente acompanhado, nem manipulado para aferição dos dados morfométricos dos ovos ou dos filhotes. Cherie (1890) apresentou dados de ninhos acompanhados entre abril a maio na Costa Rica. Skutch (1930) encontrou ninhos entre março e junho no Panamá, Haverschimidt (1978) acompanhou ninhos de julho a agosto no Suriname. Richmond apud Skutch (1930) relata ninhos com ovos em março na Nicarágua e Carriker apud Skutch (1930) registrou ninhos entre abril a julho na Costa Rica. Cruz & Andrews registraram a ocorrência de 52 ninhos na Venezuela de maio a outubro, com picos de junho (N=26) a agosto (N=15).

Como relatado por Skutch, (1960), a construção de ninhos na área da Cetrel para 20 casais, foi realizada por dois indivíduos. A atividade de construção de cada membro do casal se realizava quando o macho estava presente e a a fêmea ausente ou vice versa, ou ainda simultâneamente, quando ambos estavam presentes no ninho, realizando a manipulação de materiais (Fotos 7, 8, 9, 10 e 11). Outro caso era os dois estarem sobre o ninho, mas apenas um deles trabalhando na construção.

O período de construção da parte externa do ninho de um casal que teve seu ninho predado, levou 28 dias. A


partir de então, o casal iniciou a conclusão da câmara interna. Skutch (1930), apresentando dados de ninhos do Panamá, relatou que a câmara interna tinha sido a parte de construção que havia tomado mais tempo.

A construção de um outro ninho completo na área da Cetrel, levou 32 dias. Nesse mesmo período, uma Colum-bina talpacoti construiu seu ninho, incubou e criou seus filhotes. A T. cinereum despende considerável tempo durante a reprodução, principalmente com relação à construção do ninho. Segundo Skutch (1960), a média de construção de ninhos na América Central é de quatro a cinco semanas, embora alguns casais possam levar menos tempo, principalmente quando a construção se realiza depois do abandono de um ninho predado.

Dos 23 ninhos localizados, 15 estavam totalmente expostos à incidência do sol durante todo o dia e oito eram protegidos pela vegetação. Com relação à proximidade de água no raio de até 100m, sete foram encontrados nessa faixa e 16 fora dela e apenas três estavam parcialmente sobre uma lâmina de água.

Do total de ninhos encontrados, 20 foram acompanhados até a predação ou vôo dos filhotes. Desses, em 2 deles (10%), os adultos obtiveram sucesso, 12 (60%) foram predados, cinco (20%) foram abandonados e um foi encontrado no solo. Do total de ninhos considerados predados, em seis deles (50%) os ovos sumiram, cinco (41,7%) já estavam concluídos e sem ovos, e um (01) estava em construção. À exceção de um (01) ninho, todos os outros considerados predados apresentaram modificações na estrutura e na forma, principalmente na parte externa, sugerindo a manipulação por mamíferos. Entre os mamíferos, os potenciais predadores nessa área de estudo são: Callithrix jacchus, Didelphis albiventer e possivelmente outros marsupiais menores (Mar-mosa sp), além de pequenos roedores. Suspeitamos que a Piaya cayana seja também um predador de ovos da espécie T. cinereum. Outra possibilidade para os agentes modificadores dos ninhos é a presença de aves pilhadoras, como, por exemplo, a Pitangus sulphuratus. É possível que o único ninho com ovos e sem sinais de manipulação, tenha sido predado por uma serpente.

Mais cinco ninhos concluídos foram abandonados, mas sem nenhum sinal de manipulação por predador e por isso não foram considerados predados. Desses ninhos, três estavam vazios, um tinha dois ovos e um filhote e o terceiro tinha três ovos. Desse ninho, foi encontrado um ovo no solo, mas os adultos permaneceram incu-bando. Após quatro dias deste achado, o ninho foi abandonado. Como não havia nenhum vestígio no ninho que pudesse sugerir a sua remoção por um predador, podemos supor que tenham sido removidos pelos adultos. Os ninhos que foram abandonados sem sinais de manipulação por predadores, é possível que a causa de abandono tenha sido a nossa intervenção de inspeção.

Dados morfométricos

De 1991 a 2005, capturou-se e anilhou-se 32 T. cinereum, 10 na área de estudo e 22 na área da Caatinga, em Jeremoabo, na Bahia. Abaixo, especificamos dados sobre tais indivíduos. Haverschimidt (1952) encontrou machos e fêmeas de 6.9g a 6.6g, respectivamente, no Suriname.

Tabela 1. Variação média e desvio padrão dos dados morfométricos de T. cinereum adultos, capturados em Camaçari e Jeremoabo, na Bahia. Peso em gramas e comprimento em mm.

Peso (N=16) Asa (N=9) Retriz (N=7) Bico (N=9)


Tarso (N=9)

5,6 ± 0,95 38 ±3 31,5 ± 0,5 12,15 ± 0,25 18,3± 0,2

Ninhos

A altura média dos ninhos com relação ao solo é de 2,6m (± 1,4, N=21). A média dos dados morfométricos dos ninhos (N=5) é a seguinte: altura de 290 mm (±36,05); largura frontal de 67,6mm (± 2,5); largura lateral de 85 mm (± 16,86); altura da parte superior à entrada 105 mm (± 47,1); altura da parte abaixo da entrada 189 mm (± 35,07); largura da entrada 27,6mm (± 2,88); altura da entrada 26,6mm (± 4,21). A média de peso dos cinco ninhos é igual a 14,17g (± 1,95).

Os ninhos eram fixados aos ramos secos ou verdes de 13 espécies botânicas (Tabela 2).

O diâmetro médio das hastes (N=17) é de 2,85cm (±1,46). Do total, três ninhos foram fixados à hastes secas e 14 aos ramos verdes. O diâmetro médio das hastes secas é igual a 2,58cm (± 1,24) e dos ramos verdes é igual a 2,68cm (± 1,29).

A menor distância entre os ninhos ativos é de 30m, sendo um dos ninhos com ovo e o outro em construção.

As peças que compõem os ninhos da espécie T. cinereum são muito diversas, tanto em tamanho, como em tipo, e são influenciadas pelo ambiente ao redor. Encontramos folhas secas e talos de gramíneas, fragmentos e folhas inteiras de Melastomataceae, Malvaceae, Solanaceae, Compositae, fibras de Elaeis guineensis L., gav-inhas de Passiflora sp, e diversas sementes secas. Raramente registramos material vegetal verde nos ninhos, mesmo nos recém construídos. Material antrópico foi adicionado para a confecção de alguns ninhos, como algodão, papel e linha de nylon.

A câmara interna pode ser forrada por penas de Thraupis sayaca, Anas bahamensis, Columbina talpacoti, Si-calis flaveola e Fluvicola nengeta. Dois ninhos tiveram suas câmaras internas forradas por um material macio que reveste as sementes de uma planta exótica. A maior peça encontrada no ninho de T. cinereum foi uma folha fina de gramínea com 59 cm, porém há peças que podem ter menos de 1 cm, como, por exemplo, sementes quase imperceptíveis à observação quando os adultos estão construindo o ninho. Foram encontradas folhas secas de até 35 mm x 25 mm.

Registrou-se a direção de entrada de 20 ninhos, dos quais sete (07) apresentaram a orientação da entrada voltada para o quadrante I, cinco (05) para o quadrante II e IV e três (03) para o quadrante III.

Ovos, incubação e saída do ninho.

Foram registrados ninhos com três ovos (N=5), dois (N=4) e com um ovo (N=2).

Os dados sobre os ninhos da América Central indicam a existência de ninhos com três ou dois ovos, sendo o de três o mais comum (Cherie, 1890; Skutch, 1930, 1945, 1960; Haverschimidt, 1978). É possível que os nin-


hos com um ovo, encontrados na área da Cetrel, tenham sido abandonados. A média de peso dos ovos (N=26) era de 1,08g (±0,15) e a média de comprimento e largura era de 16,2mm (±0,95) e 11,5mm (±0,5), respectiva-mente. Foi selecionado o ovo de um ninho abandonado, para verificar a relação de peso entre o ovo completo e a casca seca, tendo sido obtidos os valores de 0,975g e 0,142, respectivamente. Os ovos encontrados eram brancos, porém, quatro deles apresentavam algumas manchas marrons em toda a sua superfície.

O período de incubação de dois ninhos foi de 17 dias. Dados da América Central registraram 17 e 18 dias (Skutch, 1930, 1945; Haverschimidt, 1978). O intervalo entre as posturas foi de um a dois dias. Os adultos fo-ram observados durante a incubação no interior do ninho, tanto no período da manhã como da tarde (Foto 27). Um dos adultos passou a noite no interior do ninho durante a incubação e também quando os filhotes estavam nos primeiros dez dias de vida. Skutch (1930) relatou que uma fêmea começou a dormir no ninho a partir da noite do dia em que colocou o primeiro ovo.

Os filhotes de um ninho voaram com 18 dias. Haverschimidt (1978) encontrou o mesmo período, relatando ainda que, com 27 dias os filhotes já estavam se alimentando sozinhos. Interações interespecíficas

Eupetomena macroura (Foto 33), Chorostilbon aureoventris e Phaethornis pretei pilharam material vegetal de dois ninhos em construção.

Foram observadas interações agonísticas de T. cinereum contra Thraupis sayaca, Tangara cayana, Eupetomena macroura e Coereba flaveola, quando estavam na área ao redor do ninho em construção.

T. cinereum pilhou material de um ninho abandonado de Fluvicola nengeta.Um ninho em construção foi ocupado por uma Hyla sp. Essa ocupação foi seguida de abandono de atividades pelo casal.

Manutenção

A T. cinereum tomou um “banho” nas gotas de água de orvalho que se depositaram na parte superior das folhas de uma Byrsonima sp., tendo voado ao encontro das folhas para “molhar” as penas do corpo.

Alimento

A Todirostrum cinereum foi observada ofertando dípteros, Lepidoptera (Hesperiidae – Urbanus sp.)

Visitação ao ninho

Para entrar ou sair do ninho, a T. cinereum pode fazê-lo diretamente, sem pousar no ninho. No ninho, quando os filhotes tinham seis dias de vida, os adultos entraram totalmente no seu interior, para alimentá-los. A partir disso, a alimentação passou a ser oferecida da entrada do ninho, mas a cabeça e o peito do filhote permane-ciam no interior da câmara. Quando os filhotes estavam perto de abandonar o ninho (cerca de 20 a 18 dias), os adultos fixaram-se à parte externa do ninho, oferecendo alimento da entrada.

Confecção do ninho

Ao construir o ninho, a espécie T. cinereum realiza diversos movimentos acrobáticos ao redor do ramo de


sustentação, ou sobre o ninho, para construir a parte de fixação; pode também pairar no ar, arrumando ou colocando mais peças nas partes externas laterais ou inferiores. Para forrar a câmara oológica, a T. cinereum utiliza-se de penas de Fluvicola nengeta, Anas bahamensis, Dendrocygna viduata, entre outras. Além disso, em alguns ninhos, foi encontrado material vegetal que reveste as sementes de uma planta introduzida.

Um adulto trabalhando na câmara oológica, sem sair do ninho, recebeu material do outro indivíduo que saiu rapidamente, após a entrega.

Cinco casais que tiveram seus ninhos predados entre novembro de 2004 e março de 2005, iniciaram imediata-mente a construção de novos ninhos. Até março, nenhuma dessas tentativas tinha sido bem sucedida. Três ca-sais iniciaram a nova construção, um dia após a predação de seus ninhos. Os cinco casais utilizaram a mesma árvore do ninho anteriormente predado.

Manifestações sonoras

Ao chegar ao ninho, a T. cinereum pode emitir sons ou ficar em silêncio. Há diferenças entre a vocalização de um casal. Há ainda um outro som que é emitido durante o período da visita ao ninho, principalmente quando os dois indivíduos estão na árvore do ninho.

Filhotes com 14 dias de vida emitiram sonorização espontaneamente ou quando os adultos estavam próximos ao ninho. Filhotes com 17 dias, ao serem manipulados, emitiram sons.

A T. cinereum emitiu um terceiro tipo de som, quando investiu sobre uma Coereba flaveola, algo parecido com o som de estalo das asas de algumas borboletas do gênero Hamadryas.

Filhotes

Um filhote, ao nascer, pesou 0,829g. Apresentou plumas visíveis apenas na região orbital com os olhos fechados, pele cor de laranja clara, bico amarelado, com a parte interna amarela mais escura do que o bico, órbita grande e proporcional ao tamanho do bico de cor cinza escuro. As unhas eram brancas e o tarso e dedos tinham a cor do corpo. Foi –nos possível observar parte da rede da circulação periférica. Os filhotes com 17 dias exibiram a cabeça fora do ninho. Com dezoito dias, o filhote já apresentava a plumagem completa do adulto e a íris escura, tendo apenas alguns canos na região nasal.

De um dos ninhos que obteve sucesso, dez dias antes do abandono do primeiro filhote, outro animal retirou material da parte posterior do ninho, tendo contribuído para a queda dos três filhotes. Um desses filhotes mor-reu, provavelmente em função da exposição ao sol; o segundo caiu com 18 dias de nascido e já emplumado, mas sem capacidade de vôo, tendo sido alimentado por adultos no solo. O terceiro filhote, o mais novo, caiu com 18 dias, tendo sido também alimentado por adultos no solo. Um dia depois não foi encontrado ao redor do ninho nenhum dos filhotes. Dois dias depois, observamos o casal construindo um novo ninho na mesma espécie botânica, o que sugere que seus filhotes tenham sido predados fora do ninho.Parte da ontogenia dos três filhotes de um ninho é apresentada na seqüência de fotos de 60 a 65. O desenvolvi-mento dos três filhotes de uma mesma ninhada, foi acompanhado até a saída do primeiro filhote. (Figura 1).

Dimorfismo

Um dos membros do casal (N=6) possui uma mancha superciliar amarela, que pode começar na parte pos-


terior acima do olho e estender-se até o bico ou então unir-se até formar uma única mancha. Essa faixa pode ser evidente ou não. Um indivíduo que apresentou uma mancha evidente, também possuía o píleo amarelo. O outro membro do casal não apresentou manchas amarelas É possível que esse aspecto seja distintivo entre o macho e a fêmea.

Longevidade

Um indivíduo T. cinereum capturado na área do CETAS em 04/10/2001, foi fotografado na mesma área em dezembro de 2004.

Cópula

Foi -nos possível observar duas tentativas de cópula no mesmo dia, de um casal que estava com o ninho ativo com um ovo. Os adultos movimentaram-se no interior de uma Byrsonima sp, emitindo trinados, quando, a uma altura de 1,50m, num ramo de 2cm, o macho subiu na fêmea, vocalizando, a uma distância de 2,5m do ninho. Vinte minutos depois, observamos mais uma cópula, na mesma árvore.

Euscarthmus meloryphus meloryphus (Wied, 1831)Barulhento (Pygmy-Tyrant)

É um tiranídeo bem pequeno e pardo, com a cor vermelha bem visível no adulto. O jovem não possui a cor vermelha na cabeça. Ocorre tanto no interior da Caatinga, como nos campos sujos e nas bordas da Caatinga. Muitas vezes desce ao solo, em busca de alimento. Medidas: Comprimento total 100mm, asa 43mm, cauda 38mm, tarso 14mm, bico 7mm, peso 6g.

Tolmomyias flaviventris flaviventris (Wied, 1831)Bico-chato-amarelo (Yellow-breasted Flycatcer)

De cor amarela forte, lembrando o canário-da-terra, pode ser encontrado tanto no interior da Caatinga, como nas suas bordas. Na Caatinga, o seu ninho costuma ser uma bola de cor negra. No Litoral Norte da Bahia, os ninhos não são de cor negra, mas têm a forma de balsa com entrada na parte inferior e são na cor marrom por causa do material disponível na região. Medidas: Comprimento total 130mm, asa 58mm, cauda 50mm., tarso 16mm, bico 9mm, peso 13g.

Myiobius barbatus mastacalis (Wied, 1821)Assanhadinho (Sulphur-rumped Flycatcer)

Ocorre na mata de galeria e é uma espécie fácil de ser reconhecida pelo amarelo intenso do seu uropígio que é visível quando a ave se encontra parada ou em movimento. São aves muito ariscas, que estão sempre se mov-endo. Ocorrem no estrato inferior da floresta. Medidas: Comprimento total 138mm, asa 64mm, cauda 53mm, tarso 16mm, bico 10mm, peso 10g.


Pyrocephalus rubinus rubinus (Boddaert, 1783)Verão (Vermilion Flycatcher)

Essa espécie foi registrada uma única vez, um indivíduo junto a outro indivíduo de T. savana nas dunas do STIEP, no ano de 1988. O segundo registro para o estado da Bahia ocorreu no Raso da Catarina (Jeremoabo) em 1989. O macho tem cabeça e o ventre de cor vermelha intensa e uma máscara negra cobre os olhos. Fêmea e jovens são pardos e apresentam traços de vermelho ou de amarelo nas coberteiras inferiores da cauda.

Xolmis irupero nivea (Spix, 1825)Maria-branca (White Monjita)

Pássaro muito característico, branco com asa e cauda de cor negra. Costuma planar próximo ao solo, para capturar pequenos insetos. Pousa em postes e na fiação à beira da estrada. Constróe o seu ninho no interior dos ocos das árvores.

Knipolegus nigerrimus (Vieillot, 1818)Maria-preta-de-garganta-vermelha (Velvety Black-Tyrant)

O macho é todo negro, sem topete e tem uma faixa branca escondida na asa. A fêmea é negra com a garganta estriada de cor castanha. Esta espécie é registrada em regiões montanhosas acima de 1800 m, podendo descer à altitudes de 100 m, no entanto, no Raso da Catarina, freqüenta altitudes inferiores a 300 m. Medidas: Compri-mento total 170mm, asa 88mm, cauda 78mm, tarso 21mm, bico 14mm, peso 18g.

Fluvicola albiventer (Spix, 1825)Lavadeira-de-cara-branca (Pied Water -Tyrant)

É uma espécie que se encontra muita adaptada à água, ocorrendo na beira de rios e nas áreas alagadiças do Raso da Catarina. O seu ninho é construído em arbustos, mas sempre perto da água.

Fluvicola nengeta nengeta (Vieillot, 1824)Lavadeira-mascarada (Masked Water-tyrant)

Pode viver tanto próximo à água, como longe dela. Vive em casal ou em pequenos grupos familiares. O ninho é uma bola, com entrada lateral. A postura consta de três ovos de cor branca com pintas castanhas pesando em média 2. 2 g, e medindo 19,7 mm X 14,5mm. O ninho pode ser parasitado pela espécie Molotrus bonariensis que é muito maior e mais colorida e pesa 3,7 g e mede 24 mm X 17 mm. Essa espécie vem colonizando jardins onde há piscinas. Medidas: Comprimento total 160mm, asa 72mm, cauda 60mm, tarso 24mm, bico 14mm, peso 20g.


Fluvicola leucocephala (Linnaeus, 1764.)Freirinha (White-headed-Tyrant)

Essa espécie vive exclusivamente perto da água, diferindo da F. nengeta que também pode ocorrer e nidificar longe da água. O macho é todo preto com a cabeça branca e a fêmea e os filhotes são acinzentados. O seu ninho assemelha-se aos ninhos da espécie F. nengeta, e é forrado com penas de outros pássaros e sempre colocado sobre algum suporte na água. A postura consta de dois ovos de cor branca com pequenas pintas vermelhas. Os filhotes nascem cobertos por uma plumagem longa de cor amarela clara, imitando uma lagarta tóxica. O bico é de cor amarela. Medidas: Comprimento total 135mm, asa 64mm, cauda 44mm, tarso 17mm, bico 13mm, peso 12g.

Satrapa icterophrys icterophrys (Vieillot, 1818)Suiriri-pequeno (Yellow-browed Tyrant)

Espécie migratória registrada pela primeira vez no Raso da Catarina nas margens do Rio Vasa Barris, no pov-oado de Água Branca. São pássaros solitários que estão sempre associados à presença da água. Apresentam a cor amarela intensa no supercílio e na parte ventral. Medidas: Comprimento total 160mm, asa 82mm, tarso 17mm, bico 14mm, peso 18g.

Hirundinea belicosa (Vieillot, 1819)Gibão-de-couro (Cliff Flycather)

É uma espécie que vive em regiões de escarpas e áreas pedregosas. Alimenta-se de insetos que apanha em pleno ar e seu ninho é demarcado por algumas pedras que a própria ave carrega. Medidas: Comprimento total 180mm, asa 100mm, cauda 70mm, tarso 12mm, bico 15mm, peso 23g.

Casiornis fusca (Sclater & Salvin, 1873.)Caneleiro (Ash-throated Casiornis)

Muito parecido com a C. rufa, possui o lado inferior cor de enxôfre, e as costas na cor parda. Ocorre no interior da Caatinga, não sendo muito comum. Medidas: Comprimento total 170mm, asa 81mm, cauda 80mm, tarso 19mm, bico 16mm, peso 20g.

Machetornis rixosus (Vieillot, 1808)Bem-te-vi-do-gado (Cattle Tyrant)

Ocorre em áreas abertas, sendo visto comumente pousado no lombo de bois ou de cavalos ou ainda junto às patas desses animais, para aproveitar-se dos insetos que os acompanham. Pode freqüentar gramados em busca de insetos e acompanhar os cortadores de grama, para se aproveitar dos insetos que são afugentados. Constróe o seu ninho na haste de palmeiras.


Myiarchus swaisoni pelzelni (Berlepsch, 1883)Irrê (Swainson’s Flyctcher)

Espécie de hábito migratório que ocorre nas bordas da Caatinga, vive solitária, constróe seu ninho no interior de ocos de árvores.

Myiarchus tyrannulus bahiae (Berlepsch & Leverkühn, 1890)Maria-cavaleira-de-rabo enferrujado (Brown-crested Flycatcher)

Ocorre no interior e nas bordas da Caatinga, diferindo da espécie anterior por possuir as retrizes, exceto as centrais, na cor de ferrugem, coloração essa que também é visível nas primárias. Medidas: Comprimento total 210mm, asa 95mm, cauda 85mm, tarso 20mm, bico 18mm, peso 26g.

Cnemotriccus fuscataus (Wied, 1831)Guaracavuçu

Ocorre no interior da Caatinga, possui uma faixa superciliar esbranquiçados. Posui duas faixas nas asas am-aronzadas. É uma espécie relativamente comum no raso da Catarina. Medidas: Comprimento total.150mm, peso 12g.

Pitangus sulphuratus maximillian (Cabanis & Heine, 1859)Bem-te-vi (Great Kiskadee)

É a espécie de pássaro mais conhecida. Ocorre em todos os habitats do litoral norte, inclusive à beira da praia e nos manguezais. Os adultos possuem o píleo de cor amarelo intenso que, às vezes, os jovens possuem. Já encontramos dois indivíduos adultos, sem nenhuma mancha amarela na cabeça. A sua alimentação é das mais variadas, desde pequenos peixes capturados nos manguezais até insetos, répteis etc.. O bem-te-vi habita no centro das grandes cidades (Salvador) e, muitas vezes, freqüenta os restaurantes dos hotéis espalhados pelo litoral, eventualmente pilhando a comida dos hóspedes. O seu ninho pode ser construído nos mais diversos locais porque é uma bola confeccionada de capim. A sua postura pode conter de dois a quatro ovos de cor branca com pintas de cor preta. Medidas: Comprimento total 230mm, asa 100mm, cauda 75mm, tarso 24mm, bico 23mm, peso 60g.

Megarhynchus pitangua pitangua (Linnaeus, 1766)Bem-te-vi-de-bico-chato (Boat-billed Flycatcher)

Muito parecida com a espécie anterior, esta espécie só difere dela porque possui um bico grande e largo. Ocorre em diversos ecossistemas do Litoral Norte: restinga, cerrado e bordas das matas. Pode freqüentar jardins arborizados e seu canto é muito característico. Em certa ocasião, observamos um casal dessa espécie apanhando gravetos para confeccionar o seu ninho. Medidas: Comprimento total 245mm, asa 115mm, cauda 82mm, tarso 19mm, bico 30mm, peso 50g.


Myiozetetes similis similis (Spix, 1825)Bem-te-vizinho (Social Flycatcher)

Muito parecida com a P. sulphuratus, porém menor e o seu píleo é avermelhado e não amarelo. Ocorre na borda da Caatinga e próximo à fontes de água. Medidas: Comprimento total 173mm, asa 86mm, cauda 70mm, tarso 19mm, bico 14mm, peso 26g.

Myiodynastes maculatus solitarius (Vieillot, 1819)Bem-te-vi-rajado (Streaked Flycatcher)

Ocorre, tanto no interior da Caatinga, como nas suas bordas. O seu porte é grande e a sua barriga é estriada. O uropígio e as retrizes são na cor de ferrugem. Em ambientes de Caatinga, essa espécie é muito comum (Raso da Catarina). Medidas: Comprimento total 225mm, asa 100mm, cauda 84mm, tarso 20mm, bico 22mmm, peso 54g.

Tyrannus savana savana (Vieillot, 1807)Tesoura (Fork-tailed Flycatcher)

É uma espécie migratória muito característica, de cauda longa e bifurcada. Chega em novembro à região do cerrado em Camaçari e lá permanece até meados de abril, quando então desaparece. Ocorre inclusive em Salvador (dunas do STIEP). Essa espécie chega à região para reproduzir, registro esse que nunca foi anterior-mente mencionado. O ninho é em forma de tigela e construído sobre um galho grosso. A sua postura consta de três ovos na cor branca, com várias manchas de cor marrom. Observamos que grupos contendo até 50 in-divíduos utilizam dormitórios coletivos.

Tyrannus melancholicus melancholicus (Vieillot, 1819)Suiriri (Tropical Kingbird)

É uma das espécies mais comuns e abundantes e ocorre nas bordas das matas, no cerrado e na restinga do Litoral Norte. O seu ninho é em forma de tigela que pode ser construído distante de diversas alturas do solo, de dois a dez metros. A postura consiste de dois ovos brancos com diversas manchas de cor castanha. Os filhotes nascem cobertos por uma plumagem de cor amarela clara e o seu bico é amarelo. Muito semelhante à espécie a seguir, difere desta apenas porque não possui a garganta branca. Medidas: Comprimento total 210mm, asa 90mm, cauda 75mm, tarso 20mm, bico 20mm, peso 25g.

Empidonomus varius rufinus (Spix, 1825) Poitica (Variegated Flycatcher)

É uma espécie muito parecida com o bem-te-vi-pirata (Legatus leucophaius), no entanto, é maior e vive tanto no interior, como nas bordas da Caatinga. É muito comum no Raso da Catarina. Medidas: Comprimento total 180mm, peso 25g.


Suiriri suiriri bahiae (Berlepsch, 1893)Suiriri-cinzento (Chaco Suiriri)

Tem a garganta e o peito esbranquiçados, o ventre é amarelo e possui uma faixa escura que sai do bico e se prolonga até trás dos olhos. A cauda é ligeiramente bifurcada e asa possui duas faixas de cor amarelada.

Phyllomyias fasciatus fasciatus (Thunerg, 1905)Piolhinho (Planalto Tyrannulet)

De porte pequeno, tem a garganta e o peito de cor cinza claro e uma faixa negra por trás dos olhos. O ventre é amarelado e a cabeça pode ser de cor cinza escuro, contrastando com o resto do corpo. Costuma planar de-baixo de pequenos frutos de onde retira seu alimento; freqüenta as bordas da Caatinga.

Pachyramphus viridis viridis (Vieillot, 1816)Caneleiro-verde (Gree-backed Becard)

O bico largo e o dimorfismo sexual acentuado são características dessa espécie: o macho tem a nuca cinzenta, a garganta branca, o peito amarelo e o encontro na cor de ferrugem. A fêmea tem píleo verde, costas e cobertei-ras superiores das asas em castanha. Ocorre nas bordas da mata e nas capoeiras. Medidas: Comprimento total 150mm, asa 70mm, cauda 53mm, tarso 18mm, peso 18g.

Pachyramphus polychopterus polychopterus (Vieiillot, 1818)Caneleiro-preto (White-winged Becard)

Ocorre na Caatinga alta. O macho tem a coloração preta metálica, enquanto a fêmea possue o píleo na cor de ferrugem, as pontas da cauda também na cor ferrugem e as partes inferiores em amarelo. O bico é chato e esta espécie pode ocorrer também no estrato baixo das florestas. Medidas: Comprimento total 160mm, asa 75mm, cauda 55mm, tarso 18mm, bico 12mm, peso 20g.

Família Pipridae

Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853)Fruxu-do-cerradão (Pale-bellied Tyrant-manakin)

Ocorre na Caatinga alta e tem o píleo e a íris amarelados. Costuma emitir um som semelhante a uma rã e gosta de pousar isolada no poleiro. Ocorre no estrato médio da floresta. Medidas: Comprimento total 150mm, asa 73mm, cauda 63mm, peso 16g.


ORDEM DOS PASSERIFORMESSubordem OscinesFamília Hirundinidae

Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783)Andorinha-do-rio (White-winged Swallow)

É uma espécie típica da beira dos rios, lagoas e áreas alagadiças e sobrevoa a lâmina de água em busca de alimento (insetos), diferindo da espécie posterior por causa do uropígio e de uma larga faixa branca nas asas. Pode ser encontrada junto a várias espécies dessa família, inclusive a posterior. Os jovens têm cores pálidas. Costuma pousar em galhos ou outros artefatos próximos à água. Medidas: Comprimento tota 140, asa 96mm, cauda 38mm, tarso 11mm, bico 11mm, peso 20g.

Tachycineta leucorrhoa (Vieillot, 1817)Andorinha-de-sobre- branco (White-rumped Swallow)

Muito parecida com a espécie anterior, difere no entanto por não possuir branco nas asas e nem no uropígio. Apresenta um desenho branco sobre o loro. É uma espécie migratória que aparece em determinado período do ano e logo depois desaparece. Costuma pousar em galhos secos, em pequenos grupos.

Phaeoprogne tapera tapera (Linnaeus, 1766)Andorinha-do-campo (Brown-chested Martin)

Espécie residente que difere da anterior por não possuir pintas de cor negra no peito. Veja a subespécie a seg-uir. Medidas: Comprimento total 166mm, asa 120mm, cauda 56mm, tarso 13mm, bico 11mm, peso 30g.

Phaeoprogne tapera fusca (Vieillot, 1817)Andorinha-do-campo (Brown-chested Martin)

Em maio de 1999, uma concentração formada por Phaeoprogne t. tapera, P. t. fusca, Stelgidopteryx ruficollis e Progne chalybea domestica começou a formar-se, com aproximadamente 100.000 indivíduos, para pernoitar em árvores localizadas dentro de um quadrado formado por prédios, na área da Caraíba Metais. As atividades siderurgicas desenvolvidas pela empresa, com fornos operando a altas temperaturas, condicionaram um mi-croclima local com temperaturas de 4 a 12° C, superiores à média da região. Os prédios que circundam as árvores, funcionam como uma barreira contra o vento, que, por sua vez, diminui a dissipação do calor local, permitindo maior capacidade acumulativa da temperatura, devido à estrutura em concreto dos prédios. O con-junto dessas condições fornece uma zona de conforto térmico para o pernoite das andorinhas. Em agosto de 1999, a área deixou de ser utilizada para pernoite. De maio a agosto de 1999, anilharam-se 2. 954 aves, sendo 1. 555 da espécie P. t. tapera e 974 da espécie P. t. fusca. Em 2000 e 2001, o evento repetiu-se no mesmo período, com a participação das espécies anteriores e acréscimo da espécie Hirundo rustica. Durante maio e agosto de 2001, foram anilhadas 8 474 aves, sendo 6 220 de P. t. tapera e 2 220 de P. t. fusca. Já em 2002, o evento ocorreu entre janeiro e fevereiro em concentrações menores, ao contrário dos anos anteriores. Entre maio e agosto de 2001, 57 indivíduos anilhados em 1999, foram recapturados no mesmo local.De acordo com os trabalhos de anilhamento realizados pela equipe da Cetrel em Camaçari ao longo de qua-


tro anos, as P. tapera iniciaram sua chegada nessa área no mês de maio e abandonaram o local em agosto. A recaptura de 57 indivíduos anilhados em 1999 durante as campanhas de 2001, sugerem que há participação repetitiva de indivíduos no evento dos anos posteriores. Na Caatinga, a sua presença é muito comum. .

Progne chalybea domesticus (Vieillot, 1817)Andorinha-doméstica-grande (Gray-breasted Martin)

Ocorre em diversos locais da Caatinga, inclusive nas cidades. É uma espécie migratória que pode pernoitar junto com as duas subespécies anteriores. Reproduz-se em telhados de casarões antigos e nos semáforos nas cidades. Costumam voar rente à água para beber. Medidas: Peso 50g.

Notiochelidon cyanoleuca cyanoleuca (Vieillot, 1817)Andorinha-pequena-de-casa (Blue-and-white Swallow)

Espécie pequena que costuma freqüentar locais densamente povoados onde se reproduz debaixo dos telhados. Pode freqüentar os mesmos locais das três espécies anteriores e pode ocorrer em áreas alagadiças em busca de insetos. Juntamente com a Tachycineta leucorrhoa, tem hábito migratório.

Stelgidopteryx ruficollis ruficollis (Vieillot, 1817)Andorinha-serrador (Southern Rough-winged Swallow)

Andorinha pequena que possui o mento cor de canela e as coberteiras inferiores da cauda de cor amarela. Ocorre nas bordas da Caatinga e pode ocorrer próximo à água ou longe dela; voa bem rente ao solo em busca de alimento (insetos) e costuma pousar em cercas e galhos secos e até no solo. Medidas: Comprimento tota 120mm, asa 100mm, cauda 50mm, tarso 15mm, bico 7mm, peso 16g.

Família Corvidae

Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821)Cancã (White-naped Lay)

É uma espécie típica dos biomas da Caatinga e do Cerrado. Vive em pequenos bandos no interior da Caatinga e são aves muito ariscas: quando percebem um intruso, começam a emitir sons de advertência e logo depois todo o grupo desaparece. Medidas: Comprimento total 333mm, asa 140mm, tarso 43mm, bico 27mm, peso 120g.

Família Troglodytidae

Troglodytes musculus musculus (Nuamann, 1823)Curruíra (House Wren)

É uma das aves mais comuns e conhecidas porque visita casas e jardins. Já encontramos ninhos nos mais vari-ados locais, tais como: caixas de sapato, sapatos, botas, debaixo dos telhados, caixas de disjuntores, luminári-


as, tubulações, etc. Na maioria dos ninhos que encontramos, sempre observamos peles de cobras que foram provavelmente colocadas no interior do ninho, no intuito de assustar possíveis predadores. A sua postura pode ser de até cinco ovos de cor branca, intensamente tingida de manchas na cor castanha. Os ovos pesam em mé-dia, 1.6 g e medem 18 mm X 14 mm; Os filhotes nascem com uma pele avermelhada e tufos de plumagem ne-gra no alto da cabeça e no dorso. O ninho mais arrojado encontrado até o momento, foi um que foi construído dentro do suporte de um ventilador de teto onde o casal fazia o maior malabarismo para conseguir alimentar o filhote, sem ser degolado pelas lâminas do ventilador. Dentre seus alimentos, podemos observar larvas de besouros, pequenas mariposas, lagartas, lagartixas, vespas etc. Os filhotes, quando estão perto de abandonar o ninho, recebem ajuda dos pais que entram várias vezes no interior do ninho sem levar comida e logo em segu-ida os filhotes saem do ninho. Observamos que os filhotes, ao sair do ninho, já têm uma grande habilidade em pousar em galhos e se locomover com rapidez. Já observamos por várias vezes o casal alimentando os filhotes durante a noite, em locais onde a luz é intensa durante toda a noite. Medidas: Comprimento total 125mm, asa 50mm, cauda 40mm, tarso 18mm, bico 12mm, peso 12g.

Thryotorus longirostris bahiae (Hellmayr, 1903)Garrinchão-de-bico-grande (Long-billed Wren)

Espécie muito comum na Caatinga, costuma viver em casal e está sempre sonorizando para defender seu ter-ritório, não permitindo a presença de outro indivíduo da mesma espécie no seu território. Se um intruso tentar penetrar em seu território, será expulso pelo casal. Medidas: Comprimento total 170, asa 65mm, cauda 56mm, tarso 24mm, bico 24mm, peso 20g.

Família MuscicapidaeSubfamília Sylviinae

Polioptila plumbea atricapilla (Swainson, 1823)Balança-rabo-e-chapéu-preto (Tropical Ganatcher)

Ocorre tanto na borda da Caatinga, como no seu interior. O macho possui um “boné” preto. É uma espécie muito comum que freqüenta tanto o estrato inferior da mata, como o médio. O seu ninho é muito parecido com o ninho do beija-flor E. macroura, com abertura de 40 mm X 36 mm, altura externa de 42 mm e 37 mm de profundidade. O ninho pesa em média 3,4g. Encontramos um ninho que era forrado no seu interior com lã de vidro que foi tirada de uma geladeira velha.

Subfamília Turdinae

Turdus rufiventris juensis (Cory,1916)Sabiá-laranjeira (Rufus-bellied Thrush)

Ocorre em quase toda a Caatinga, inclusive nas cidades. É uma espécie bastante abundante, perdendo apenas para a espécie seguinte. Costuma construir o seu ninho em árvores, a uma determinada altura do solo e a sua postura consta de três ovos, sendo que seu período de reprodução pode começar em outubro e se estender até abril. Busca alimento nas árvores (frutos) ou no solo de onde captura alguns insetos e minhócas. Medidas: Comprimento total 260mm, asa 107mm, cauda 98mm, tarso 34mm, bico 20mm, peso 67g.


Turdus leucomelas albiventer (Spix, 1824)Sabiá-branco (Pale-breasted Thrush)

É o sabiá mais comum e abundante na Caatinga, inclusive nas cidades. Essa espécie se adaptou bem aos am-bientes urbanos, onde constróe seus ninhos em telhados, em luminárias etc., desde que não seja incomodada. O seu ninho é em forma de tigela e confeccionado com raízes misturadas à lama, que lhe proporciona boa resistência. A sua postura consta de três ovos de cor esverdeada com várias pintas na cor castanha. Pesa em média 6.8 g e mede 28 mm X 22 mm. Os filhotes abandonam o ninho com 14 dias. Esse sabiá pode reutilizar o mesmo ninho várias vezes. Alimenta-se de uma grande variedade de frutos, insetos (formigas), lagartixas etc. Medidas: Comprimento total 250mm, asa120mm, cauda 100mm, tarso 32mm, bico 20mm, peso 65g.

Turdus amaurochalinus (Cabanis, 1851)Sabiá-poca (Creamy-billed Thrush)

Juntamente com a espécie a seguir, é o sabiá menos abundante na Caatinga, Constróe o seu ninho nas árvores e a sua postura consta de três ovos. No período reprodutivo, o macho tem o bico tingido de amarelo puro. Busca o seu alimento tanto no solo, como nas árvores. Medidas: Comprimento total 240mm, asa 115mm, cauda 90mm, tarso 31mm, bico 20mm, peso 60g.

Família Mimidae

Mimus saturninus arenaceus (Chapman, 1890)Sabiá-da-praia (Tropical Mockingbird)

Ocorre na borda da Caatinga e alimenta-se de insetos e pequenos frutos. Regurgita sementes e atua como dispersor de determinadas plantas. O ninho e os ovos são muito parecidos com os de M. gilvus. A sua postura consta de três ovos pesando em média 6.8g e medindo 30mm X 21mm. Vive em grupos familiares que podem ter até oito indivíduos. Peso 70g.

Família Vireonidae

Cyclarhis gujanensis cearensis (Baird, 1866)Pitiguari (Rufous-browed Peppershrike)

O seu canto é bem característico e o casal canta em dueto.São aves muito agressivas que não permitem que outra ave da sua espécie penetre em seu território. Perto da hora de sairem do ninho, os filhotes têm a cor mar-rom-ferrugem exceto nas sobrancelhas, mas sim próximo aos olhos que são de cor escura e não laranja. O seu ninho é em forma de uma pequena tigela construída sobre uma forquilha. Já observamos um casal coletando papel higiênico no solo, para forrar o interior do ninho. Medidas: Comprimento total 160mm, asa 72mm, cauda 65mm, tarso 23mm, bico 16mm, peso 26g.


Vireo chivi agillis Juruviara (Red-Yed Vireo)

Diferente do V. olivaceus, essa espécie tem os ohos escuros e não vermelhos, e ocorre tanto no interior da Caatinga, como na borda. Medidas: Comprimento total 135mm, asa 65mm, cauda 48mm, tarso 17mm, bico 12mm, peso 15g.

Hylophilus amaurocephalus (Nordmann, 1835)Vite-vitae-de-olho-cinza (Gray-eyed Greenlet)

Ocorre no interior e na borda da Caatinga, sendo muito comum no ecossistema da restinga. No período de reprodução, cantam intensamente durante todo dia para demarcar o seu território. São aves bastante agressivas que não permitem que outro indivíduo da mesma espécie invada o seu território. Medidas: Comprimento total 125mm, asa 50mm, cauda 53mm, tarso 17mm, bico 9mm, peso 9g.

Família EmberizidaeSubfamília Parulinae

Parula pitiayumi pitiayumi (Vieillot, 1817)Mariquita (Tropical Parula)

Ocorre na copa das árvores das florestas do Litoral Norte, e também no cerrado. Apresenta um grande con-traste entre o azulado do lado superior e o amarelo do lado inferior e possui duas faixas brancas na asa. Medi-das: Comprimento total 115mm, asa 50mm, cauda 42mm, tarso 16mm, bico 10mm, peso 8g.

Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789)Pia-cobra (Masked Yellowthroat)

É uma espécie que vive em áreas alagadiças distribuídas pela Caatinga, embrenhada no meio de juncos, locais também preferidos pelo Japacamim (D. atricapilla). A fêmea não possui a máscara negra ao redor dos olhos.

Basileuterus flaveolus (Baird, 1865)Canário do-mato (Flavescent Warbler)

Ocorre na Caatinga alta e vive no estrato inferior da floresta e no solo onde busca alimento. O seu canto é bem característico e denuncia a presença da espécie. Possui o tarso comprido e de cor amarela forte. São aves bastante territoriais, não admitindo a presença de outros indivíduos da mesma espécie em seu território. Medi-das: Comprimento total 164mm, asa 70mm, cauda 65mm, tarso 22mm, bico 11mm, peso 16g.


Subfamília Coerebinae

Coereba flaveola chloropyga (Cabanis, 1851)Cambacica (Bananaquit)

Ocorre na Caatinga, podendo ocorrer também dentro das cidades (Jeremoabo). Cerca de 70% da sua dieta é baseada em néctar e o restante são insetos. Costuma freqüentar os bebedouros dos beija-flores. Os ninhos são em forma de uma bola, com entrada lateral. Costumam construir seus ninhos em diversos locais, inclusive em suportes de lâmpada. Conhecemos um casal que faz todos os anos o seu ninho em uma árvore de Natal, dentro do laboratório da Cetrel. Medidas: Comprimento total 110mm, asa 110mm, cauda 53mm, tarso 16mm, bico 12mm, peso 10g.

Subfamília Thraupinae

Schistochlamys ruficapillus capistratus (Wied, 1821)Bico-de-veludo (Cinamon Tanager)

Ocorre na Caatinga e possui uma máscara negra em torno dos olhos que contrasta muito com a sua plumagem. Nos jovens, a máscara é menos pronunciada. Medidas: Comprimento total 175mm, asa 80mm, cauda 78mm, tarso 20mm, bico 15mm, peso 36g.

Sericossypha loricata (Lichtenstein, 1819)Carretão (Scarlet-Throated Tanager)

É um pássaro comum na caatinga. Costuma cantar durante a madrugada e por causa disso é chamado, em al-gumas regiões, de “acorda vaqueiro”. O macho tem uma placa vermelha no meio da garganta e quando jovem, podemos, muitas vezes, observar algumas pintas vermelhas no pescoço.

Thlypopsis sordida sordida (Lafresnaye & d’Orbigny, 1825)Canário-sapé (Orange-headed Tanager)

Ocorre na Caatinga e nos campos sujos, inclusive dentro das grandes cidades (Jeremoabo). É muito parecido com o canário-da-terra (Sicalis flaveola). Costuma buscar o seu alimento, tanto na copa das árvores, como no solo. Medidas: Comprimento total 145mm, asa 63mm, cauda 53mm, tarso 18mm, bico 11mm, peso 14g.

Nemosia pileata pileata (Boddaert, 1783)Saíra-de-chapeu-preto (Hooded Tanager)

Ocorre na Caatinga e costuma freqüentar a copa das árvores nas florestas, mas também pode descer para o solo em busca de alimento ou para tomar banho em pequenas poças de água. O macho possui o píleo negro e ambos os sexos possuem o olho amarelo contrastando com a íris negra. Medidas: Comprimento total 135mm, asa 68mm, cauda 45mm, tarso 18mm, bico 12mm, peso 15g.


Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783)Pipira-preta (White-lined Tanager)

Ocorre na Caatinga. O macho é de cor negra brilhante que contrasta com a dragona branca e com as cobertei-ras inferiores da asa e axilares na cor branca que são bem visíveis quando a ave voa. A fêmea e o jovem são pardos. Na restinga, costuma construir o seu ninho quase ao nível do solo. O ninho é em forma de tigela que pode ser construído dentro de bromélias, nas folhagens de pequenas palmeiras ou em arbustos. Essas aves cos-tumam freqüentar comedouros. Medidas: Comprimento total 195mm, asa 80mm, cauda 75mm, tarso 22mm, bico 20mm, peso 30g.

Piranga flava saira (Spix, 1825)Sanhaço-de-fogo (Hepatic Tanager)

Ocorre na Caatinga e em campos abertos, onde não é muito comum, nem abundante. Apresentam dimorfismo sexual bem acentuado, sendo que o macho exibe uma cor avermelhada uniforme e a fêmea tem o lado inferior em amarelo vivo. Freqüenta a copa das árvores, mas também pode freqüentar as partes mais baixas da floresta. Costuma freqüentar comedouros, desde que ali sejam colocadas cascas de ovos. Medidas: Comprimento total 195mm, asa 95mm, peso 36g.

Thraupis sayaca sayaca (Linnaeus, 1766)Sanhaço-cinzento (Sayaca Tanager)

É um dos pássaros mais comuns e abundantes na Caatinga, mas também aparece no interior das grandes ci-dades (Jeremoabo). O seu ninho é em forma de cesto e pode ser construído em diversas alturas, inclusive bem próximo ao solo. Também pode construir seu ninho em luminárias e debaixo dos telhados nas residências. A sua postura consta de dois ovos de cor esverdeada salpicada de diversas pintas de cor marrom. Costuma freqüentar comedouros. Medidas: Comprimento total 185mm, asa 90mm, cauda 65mm, tarso 20mm, bico 15mm, peso 38g.

Euphonia chlorotica chlorotica (Linnaeus, 1776)Fi-fi-verdadeiro (Purple-Throated Euphonia)

Ocorre na Caatinga e na orla das matas. O macho possui a testa amarela, a garganta em negro-azulado e possui nódoas brancas nas duas retrizes externas da cauda. A fêmea é esverdeada e tem uma faixa amarela forte acima do bico. O seu ninho é uma bola, com entrada lateral. Medidas: Comprimento total 110mm, asa 55mm, cauda 33mm, tarso 15mm, bico 7mm, peso 12g.

Tangara cayana flava (Linnaeus, 1766)Saíra-amarelo (Burnished-buff Tanager)

Ocorre na Caatinga e na orla das matas. O macho exibe uma máscara negra que se estende pela garganta e atravessa todo o ventre. A da fêmea é mais pálida e não é negra. Costuma freqüentar comedouros. Medidas: Comprimento total 145mm, asa 70mm, cauda 53mm, tarso 18mm, bico 11mm, peso 20g.


Dacnis cayana paraguaiensis (Chubb, 1910)Saí-azul (Blue Dacnis)

Ocorre na Caatinga e na borda da mata, mas também pode ocorrer nas grandes cidades. O macho é azulado, com mento e dorso negros e pernas de cor vermelha clara. A fêmea é esverdeada, com cabeça e coberteiras superiores das asas em azul. Medidas: Comprimento total 135mm, asa 64mm, cauda 42mm, tarso 16mm, bico 12mm, peso 12g.

Conirostrum speciosum speciosum (Temminck, 1824)Figuinha-de-rabo-castanha (Chestnut-vented Conebill)

É uma espécie pequena, na qual o macho possui o dorso azulado e o ventre cinza claro e o crisso é castanho. A fêmea e os jovens apresentam uma coloração mais clara. Estão sempre se movimentando na copa das árvores. Medidas: Comprimento total 105mm, asa 55mm, cauda 37mm, tarso 15mm, bico 9mm, peso 8g.

Subfamília Emberizinae

Zonotrichia capensis matutina (Lichtenstein, 1823)Tico-tico (Rufous-collared)

Ocorre em algumas regiões da restinga e do cerrado no Litoral Norte, e costuma catar alimento no solo onde fica se movimentando e dando pequenos pulos. O seu ninho é um pequeno cesto, que pode ser construído nos arbustos e a uma pequena distância do solo. Sua coloração lhe proporciona uma perfeita camuflagem quando está incubando. Medidas: Comprimento total 140mm, asa 60mm, cauda 50mm, tarso 20mm, bico 10mm, peso 18g.

Myospiza humeralis humeralis (Bosc, 1792)Tico-tico-do-campo-verdadeiro (Grassland Sparrow)

Ocorre em regiões abertas, onde existem grandes campos de gramíneas: vive no solo, mas embrenhado no meio da vegetação. Costuma pousar em pequenos arbustos no meio das gramíneas para cantar e possui uma mancha amarela acima do olho e outra mancha da mesma cor no encontro. Parece-se muito com a espécie Sicalis flaveola jovem.

Sicalis flaveola brasiliensis (Gmelin, 1789)Canário-da-terra-verdadeiro (Saffron Finch)

É um dos pássaros mais conhecidos e porisso é perseguido para ser aprisionado em gaiolas. Tanto pode viver em grandes bandos, como também em casais isolados em determinados territórios. Reproduz-se em ocos de árvores, debaixo das telhas dos telhados e também se utilizam de ninhos artificiais, tais como: caixas de ma-deira e tubos de PVC. É muito comum o povo de o interior colocar uma caveira de boi no cercado da roça, para que esses pássaros se reproduzam. O ninho é um pequeno cesto colocado em uma cavidade e a sua postura pode constar de dois a cinco ovos de cor esverdeada salpicada de várias pintas na cor marrom.


Sicalis luteola luteola (Sparrman, 1789)Tipio (Grassland Yellow-Finch)

Muito parecida com a espécie anterior, embora não tenha o píleo amarelo e o manto seja todo riscado de preto. Vive geralmente em bando e busca seu alimento no solo. Costuma cantar quando está voando. É uma espécie migratória. Medidas: peso 12g.

Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766)Tiziu (Blue-Black Grassquit)

Ocorre em áreas abertas, onde o capinzal é alto. O macho, no período reprodutivo, possui uma plumagem negra brilhante e a fêmea e os jovens têm uma coloração parda com riscas no peito. É um pássaro bem cara-cterístico, que costuma cantar na ponta de estacas onde pula verticalmente e pousa no mesmo local. O ninho é construído próximo ao solo em meio à vegetação. Medidas: Comprimento total 116mm, asa 47mm, cauda 43mm, tarso 16mm, bico 9mm, peso 10g.

Sporophila lineola (Linnaeus, 1758)Bigodinho (Lined Seedeater)

Essa espécie foi incluída através de relatos dos membros da comunidade de Jeremoabo, que afirma que esses pássaros ocorrem na região durante o período de inverno (maio/junho). Algumas pessoas possuem pássaros dessa espécie que foram capturados na região e aprisionados em gaiolas.

Sporophila bouvreuil bouvreuil (P.L.S. Müller, 1776)Caboclinho-frade (Capped Seedeater)

A presença dessa espécie é semelhante a da espécie anterior. É uma espécie migratória que freqüenta a região no inverno (maio/junho).

Sporophila nigricollis nigricollis (Vieillot, 1823)Papa-capim (Yellow-Billied Seedeater)

Ocorre em áreas abertas na Caatinga onde há concentração de gramíneas. A fêmea é parda. O seu ninho é um pequeno cesto, a sua postura consta de dois ovos de cor esverdeada salpicada com várias pintas e, tanto o ma-cho, como a fêmea, ajudam na alimentação dos filhotes. Já observamos o mesmo casal (anilhado) fazer o seu ninho no mesmo arbusto durante mais de três anos consecutivos. Apesar de não ser uma espécie ameaçada de extinção, o tráfico de animais vem causando um grande prejuízo às populações dessa espécie. É uma das aves mais freqüentes no tráfico e, atualmente, é moda possuir uma ave dessa espécie. Medidas: Comprimento total 120mm, asa 53mm, cauda 42mm, tarso 14mm, bico 8mm, peso 12g.


Sporophila albogularis (Spix, 1825)Brejal (White-Throated Seedeater)

É uma espécie endêmica do Nordeste e ocorre em campos de gramíneas e nas bordas da mata. O seu ninho é um pequeno cesto construído nos arbustos. A sua postura consta de três ovos de cor esverdeada salpicada de pintas cor de chocolate. O macho possui um colar negro no pescoço, a garganta é branca e o bico amarelo. A fêmea é parda, de bico escuro. Medidas: Peso 14g.

Arremon taciturnus taciturnus (Hermann, 1783)Tico-atico-do-mato-de-bico-breto (Pectoral sparrow)

Ocorre na Caatinga alta e lembra um tico-tico. O macho possui um colar negro que na fêmea é interrompido. Ocorre no estrato inferior da floresta, podendo buscar alimento no solo, onde pode ser observado saltitando. Medidas: Comprimento total 165mm, asa 71mm, cauda 60mm, tarso 25mm, bico 14mm, peso 26g.

Coryphospingus pileatus pileatus (Wied, 1821)Galinho-da-serra (Gray Pileated-finch)

È uma espécie típica do bioma Caatinga da Bahia, sendo considerada uma das espécies mais abundantes deste. É uma espécie muito freqüente no tráfico e, muitas vezes, a soltura indevida dessa espécie em outros biomas, pode ocasionar grandes danos ao ambiente onde foi introduzido. Medidas: Comprimento total 140mm, asa 60mm, cauda 57mm, tarso 17mm, bico 12mm, peso 15g.

Paroaria dominicana (Linnaeus, 1758)Galo-de-campina (Red-cowled Cardinal)

É uma espécie típica do bioma Caatinga da Bahia, no entanto, hoje se encontra espalhada em diversas regiões do estado. No litoral norte se distribue de Salvador até Mangue Seco, em restingas, cerrados, campos abertos e inclusive nos manguezais. É uma das espécies mais comercializadas no âmbito do tráfico de animais. A cobiça dos criadores de pássaros de gaiola vem causando um grande impacto na população desses pássaros. O seu ninho é um pequeno cesto e a sua postura consta de dois ovos de cor esverdeada salpicada de várias pintas marrons. Medidas: Comprimento total 185mm, asa 85mm, cauda 70mm, tarso 23mm, bico 15mm, peso 42g.

Subfamília Cardinalinae

Saltator similis similis (Lafresnaye & d’Orbigny, 1837)Trinca-ferro-verdadeiro (Green-winged Saltator)

Essa espécie ocorre no interior da Caatinga e é muito apreciada pelos criadores de pássaros, por causa do seu canto. Traficantes de aves capturam centenas dessas aves para vender no comércio ilegal. Assim, a espécie vem desaparecendo em muitas regiões. Medidas: Comprimento total 220mm, asa 95mm, cauda 90mm, tarso 24mm, bico 18mm, peso 40g.


Saltator atricollis (Vieillot, 1817)Bico-de-pimenta (Black-bellied Saltator)

Possui uma máscara negra em volta dos olhos que se prolonga até o pescoço. O bico é laranja-avermelhado. Ocorre na Caatinga e muitas vezes às margens das estradas. Medidas: Comprimento total 220mm, asa 94mm, cauda 80mm, tarso 25mm, bico 19mm, peso 45g.

Passerina brissonii brissonii (Linnaeus, 1758)Azulão-verdadeiro (Ultramarine Grosbeak)

Ocorre no interior da Caatinga. O macho é de cor azul intenso as fêmeas e jovens são pardos. São aves muito cobiçadas pelos traficantes que, muitas vezes, capturam até o último indivíduo. Medidas: Comprimento total 175mm, asa 70mm, cauda 65mm, tarso 20mm, bico 16mm, peso 24g.

Subfamília Icterinae

Gnorimopsar chopi (Spix, 1824) Pássaro-preto (Chopi Blackbird)

Esta espécie ocorre em descampados com árvores espaçadas na caatinga e constróe o seu ninho em ocos de ár-vores ou então utiliza o ninho de outras aves. Também pode utilizar ninhos artificiais de PVC. São aves muito apreciadas pelos criadores de pássaros e muitas delas são vendidas em feiras livres no estado da Bahia, onde o tráfico de animais vem causando um grande impacto nessa espécie. São aves muito sensíveis e muitas delas morrem por causa de maus tratos. Já observamos dois casos de albinismo nessa espécie.

Icterus cayanensis tibialis (Swainson, 1837)Encontro (Epaulet Oriole)

Esta espécie ocorre nas áreas abertas da Caatinga. Tem a capacidade de imitar várias espécies de pássaros, inclusive o gavião. O seu ninho é uma pequena cesta fixada debaixo das folhas das palmeiras e de outras es-pécies de plantas. Os filhotes são alimentados com insetos que, muitas vezes, são difíceis de serem engolidos. Peso 33g.

Icterus jamacaii (Gmelin, 1788)Sofrê (Troupial)

Esta espécie ocorre nas áreas abertas da Caatinga e a sua coloração, amarela e preta ou amarela e laranja, lhe confere uma beleza rara entre as aves brasileiras. Os indivíduos dessa espécie costumam imitar várias outras espécies de aves e quando são criados em cativeiro, podem até aprender a cantar o nosso hino nacional. Não constróe o seu ninho e costuma ocupar ninhos de outras aves, tais como da Pseudoseisura cristata, Pitangus sulphuratus e até ninhos de Passer dometicus nas luminárias de postes. O tráfico de animais vem causando um impacto significante nessa espécie, já que é uma das aves mais freqüentes no tráfico e que o seu índice de mortandade é considerado o mais elevado entre as demais espécies comercializadas. Poucos exemplares


sobrevivem e os outros adoecem e morrem rapidamente.

Leistes superciliaris (Bonaparte, 1850)Polícia-inglesa (White-browed Blackbird)

Ocorre nas regiões alagadiças da Caatinga e também pode ocupar gramados e pastagens. Costuma levantar vôo de cauda aberta emitindo um zumbido e depois pousa no solo ou sobre alguma vegetação. A fêmea é parda, de peito riscado e tingido de vermelho.

Molothrus badius fringillarius (Spix, 1824) Asa-de-telha (Bay-Winged Cowbird)

Ocorre em áreas abertas com árvores espaçadas, e em pequenos bandos. Os sexos são semelhantes. São par-dos, com uma mancha escura que parte do bico e vai até os olhos. As asas possuem na borda, a cor castanha.

Molothrus bonariensis bonariensis (Gmelin, 1789)Chopim (Shiny Cowbird)

Ocorre na Caatinga, muitas vezes em bandos numerosos. O macho tem a plumagem de cor azul-violeta que, dependendo da iluminação, brilha intensamente. A fêmea é menor e de cor marrom-fuligem. Costuma freqüentar os currais em busca da ração oferecida ao gado. Essa espécie não constrói seu ninho, nem tão pouco incuba, mas parasita os ninhos de dezenas de espécies de pássaros. Já observamos ovos dessa espécie em nin-hos de Fluvilcola nengeta, Thraupis sayaca e Ramphocelus bresilius. Os ovos do M. bonariensis de coloração esbranquiçada salpicada de várias pintas na cor marrom, contrastam muito com os ovos de R. bresilius que possui uma coloração esverdeada salpicada com pintas pretas.

Agelaius ruficapillus frontalis (Vieillot, 1819)Garibaldi (Chestnut-capped Blackbird)

Ocorre preferencialmente em regiões alagadiças, podendo freqüentar também as áreas secas. Costuma ali-mentar-se da ração que é colocada para o gado, juntamente com a Molothrus bonariensis. Também freqüenta comedouros de aves, vive em bandos numerosos que podem contar com mais de uma centena de indivíduos. Apresenta dimorfismo sexual bem acentuado e o macho é negro com um “boné” na cor de ferrugem, que também é a cor observada na garganta e no peito. Já a fêmea é pardo-olivácea com a barriga e o lado superior estriados de preto.

Família das Fringillidae

Carduelis magellanicus ictericus (Lichtenstein, 1823)Pintassilgo (Hooded Siskin)

Difere da espécie C. yarrellii porque tem a cabeça toda negra. É uma espécie migratória que aparece em


pequenos grupos e em determinadas épocas do ano e em seguida desaparece. Essa espécie também é mui-to cobiçada pelos criadores de pássaros, que também efetuam o seu acasalamento com canário belga para produzir o pintagol. Peso 12g.

Família das Passeridae

Passer domesticus domesticus (Linnaeus, 1758)Pardal (House Sparrow)

É uma espécie que foi introduzida no Brasi. Na Bahia, observamos essa espécie no inicio da década de 70, freqüentando a cidade de Salvador. Hoje, se encontra espalhada por todo o estado, sempre perto de residên-cias. Em determinados locais, vem causando um grande prejuízo porque freqüenta os restaurantes dos hotéis onde pilha a comida dos hóspedes, podendo transmitir muitas doenças. O pardal é um exemplo clássico do que não é aconselhável na introdução de animais em determinados locais. Medidas: Peso 27g.


INAMIFORMES ORDERFamília Tinamidae

Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827)Small-billed Tinamou

This is a small species with a short beak that measures less than 20 centimeters. The bird occurs at forest edges, disturbed fields and in savannas, where it seeks its food and reproduces. It’s a skittish bird that is dif-ficult to see. More commonly the species is identified through vocalization and its song is more likely to be heard at daybreak or dusk. Its pale red coloring also makes it difficult to sight in its habitat. Often it has the effect of startling someone if unexpectedly come upon as it flies off noisily at ground level. When it feels the presence of a potential predator, the small-billed tinamou crouches and raises its tail feathers, which gives it the appearance of a flower in bloom. It is a bird much coveted by local hunters.

Crypturellus tatuapa lepidotus (Swainson, 1837)Tatuapa Tinamou

Very similar in appearance to the small-billed tinamou, the species is nonetheless slightly bigger. The beak is bright red in the females and the males have a dark spot on the end of their beaks. It’s an extremely skittish bird and when it perceives a possible predator, it raises its tail feathers to give the appearance of a flower in bloom. The species can occur within dense caatinga or at the edge of forests.

Crypturellus noctivagus noctivagus (Wied, 1820)Yellow-legged Tinamou

This species can occur both inside forests or open fields. It is a more robust species than the previous one described and can weigh more than 800 grams. Its song is melancholic and consists of two low notes. The torso of the species is yellow and the plumage grayish-brown. The back is shiny and has a superciliar yellow streak. The yellow-legged tinamou is a skittish, ground bird whose coloration makes it perfectly camouflaged. Due to habitat loss and relentless hunting, the species is currently listed as in danger of extinction. In an area of savanna, we have witnessed a maned wolf (Chrysocyon brachyurus) stalk a bird of this species that was nesting during the night.

Nothura boraquira (Spix, 1825)White -bellied Nothura

This is a species typical of northeastern Brazil and occurs both in Caatinga (brushwood forests) and savanna habitats. Its forelock is black and its feet an intense yellow color. The species’ song consists of small sharp chirps. It measures some 25 centimeters. The bird roosts in close proximity to the red-winged tinamou. Its nest is a small cavity in the soil and its eggs are the color of clear chocolate. As with other members of this family, they are extremely difficult to see. Excessive hunting is one of the principal factors contributing to the shrinking of the population.


Nothura maculosa major (Spix, 1825)Spotted Nothura

The spotted nothura occurs in open fields with low vegetation. One of its distinguishing characteristics, in order to scan the area around it, is to stretch out its neck when in motion or in a state of alert. Its brownish coloring is often dyed by the dirt or soil that gets into its plumage. The spotted nothura’s eggs are chocolate colored and its call is sharp and can be confused with the noise crickets make. Many of these birds are run over by cars when they try to cross highways.

Rhynchotus rufescens catingae (Reiser, 1905)Perdigão (Red-winged Tinamou)

This is a ground species that is found in open areas. The bird is robust, can weigh more than 800 grams and, although larger and stronger, is very similar in appearance to the spotted nothura (Nothura maculosa). Its calls can be heard at dusk and dawn and they are used to mark the species’ territory and sometimes calls and re-sponses can be heard. The nest consists of a cavity in the ground, covered with bits of vegetation and the eggs are again chocolate colored but with a more metallic shine. It is one of the most sought after birds by hunters and in only one afternoon we witnessed a hunter with dogs kill more than ten of these birds.

Rheidae Family

Rhea americana americana (Linné, 1758)Greater Rhea

It is the continent’s largest bird. The male is bigger and its neck is black. The bird lives in groups, and a number of females use the same nest while the male is responsible for the eggs’ incubation. When the chicks are young, they show a great agility in catching flies. These are very quick birds and can reach speeds of up to 60 km/hr. They are almost extinct in the Raso da Catarina and historically have been and continue to be prized by hunters. The only place where we could watch this species was in the Indian reserve of Pankarares near Paulo Alfonso.

PODICIPEDIFORMES ORDERPodicipedidae Family

Tachybaptus dominicus speciosus (Linné, 1766)Least Grebe

It is the smallest grebe in the state of Bahia and has yellow eyes. When in flight, it’s possible to see a large white area on its wings. This species can roost in any flooded area with vegetation and has been observed at a sewage treatment plant. Its nest is made of sedge and can float on the water wherever the wind takes it. There can be up to three eggs, which are whitish, in a nest. When they sense a possible predator, these birds abandon their nests, and leave the eggs covered with sedge. The chicks are born a grayish color with wisps of white and abandon the nests upon birth. Instead they shelter themselves under the wings of their parents for a certain amount of time.


Podilymbus podiceps antarticus (Lesson, 1842)Pied-billed Grebe

This species is much bigger than the Least Grebe, is brownish and its beak has a White stripe on it. It is very common to see this bird in the company of the Least Grebe. The bird’s reproductive habits are similar to the Least Grebe, and it is constantly diving to search for food or thwart the pursuit of possible predators. It differs from the Least Grebe in that it lives alone or in pairs, whereas the T. dominicus can live in groups of up to 20 individuals. Measurements: Total length 210mm, wing 84, tarsus 30mm, beak 17mm, weight 104g/144g

PHALACROCORACIDAE

Phalacrocorax brasilianus brasilianus (Gmelin, 1789)Neotropical Cormorant

The neotropical cormorant can live in both fresh and salt water or around mangroves. It dives for food and then raises its head out of the water to scan its surroundings. These cormorants can be observed in large or small groups. They normally perch on trees around their habitat or on traps made by fishermen. It has been known to reproduce in heron colonies.

CICONIFORMES ORDERArdeidae Family

Egretta albus egretta (Gmelin, 1789)Great Egret

This is a very common species which occurs in mangroves, flooded areas or wetlands, and can either be in large groups or isolated in certain marshy spots of land. It sleeps in collective dormitories often shared with other species of heron. It also reproduces in mixed heron colonies, with other species such as the B. ibis, E. thula and the N. nycticorax. During the reproductive epoch, a large bluish streak forms around its eyes. It feeds on fish and amphibians and takes advantage of schools of fish that gather around fishermen.

Egretta thula thula (Molina, 1782)Snowy Egret

A distinctive characteristic of the snowy egret is its smaller size, black beak and yellowed toes. It lives in either fresh or salt water and feeds on fish and amphibians. Reproduction takes place in colonies shared with other species of herons. The nest is made of twigs and is shaped like a shallow bowl. It lays between two and four bluish eggs. Younger chicks are sometimes expelled from the nest by their older siblings and die from lack of food. This is an obvious disadvantage to being born later. Measurements: weight 266g


Bubulcus ibis ibis (Linné, 1758)Cattle Egret

The cattle egret is native to Africa and arrived in Brazil at the end of the 1950s. This species was only regis-tered in Bahia in 1988, in the municipality of Jeremoabo, but quickly established itself throughout the state. It’s a species strongly associated with cattle rearing, since it can use the cattle to seek food that includes grass-hoppers, snakes and rats. It reproduces in large colonies of up to 10,000 individuals. During reproduction, the feathers on the top of its head and on its breast have an orange tone. It lays between two and five bluish colored eggs. Nesting areas of this species are visited by other heron species for reproductive purposes. Measure-ments: weight 264g.

Butorides striatus striatus (Linné, 1758)Green (Striated) Heron)

This species occurs in inundated areas, lakes and rivers. Its coloring is perfect for camouflage which enables the bird to stay perfectly still for long periods of time and wait for the perfect moment to swoon in for its prey. Immature chicks are brownish in color and later develop a grayish plumage. The nests are made of twigs.

Nycticorax nycticorax hoactli (Gmelin, 1789)Black-crowned Night Heron

These birds are nocturnal and occur in inundated areas and at the side of rivers where the vegetation is dense. They feed on fish, frogs and other amphibians. Their nest is made with twigs and they lay from two to four bluish eggs. They normally reproduce in colonies together with other species of herons. Chicks are born with a brownish plumage. Young birds are brown interspersed with wisps of white. Measurements: weight 610g

Tigrisoma lineatum marmoratum (Vieillot, 1817)Rufescent Tiger-Heron

This heron has a long neck and lives in flooded areas surrounded by vegetation. Despite its large size, the bird is difficult to see because it lives alone in the dense vegetation. The best time to see them is when they fly, after being spooked by the presence of humans. They feed on fish and amphibians. The backs of adult birds are brownish-gray and juveniles are yellow interspersed with black stripes.

Ciconidae Family

Jabiru mycteria (Lichtenstein, 1819)Jabiru Stork

This species was observed in a dammed area used for leisure by members of the community of Jeremoabo. The bird’s regional presence was accidental.


Mycteria americana (Linné, 1758)Wood Stork

Every year during the dry season, groups of up to 10 birds of this species visit a dammed area in the city of Jeremoabo. During this dry period, the volume of water in the lake shrinks and creates a situation where fish are stuck and therefore easy prey for the wood storks. Adults have a black beak while that of juveniles has a pink tone.

Cathartidae Family

Sarcoramphus papa (Linné 1758)King Vulture

It is the largest of the country’s scavengers and unmistakable due to its white and black coloration. The head and neck are orangey red. This scavenger has a robust fleshy concetration on its head that is an orangey yel-low. Juveniles are black but as they mature become inundated with white. In Bahia, the largest single area of concentration of the species is on a cliff in the Raso da Catarina (Jeremoabo) where around 80 individuals have been observed in one sleeping area.

Coragyps atratus brasiliensis (Bonaparte, 1793)Black Vulture

This is the most common and abundant vulture and frequents all types of habitats except dense forests. The largest concentration of this species is located around garbage dumps and sanitary burial sites throughout the municipalities of the brushwood habitat. It lays one to two greenish eggs that are dotted with brown dots. Adult as well as juvenile vultures have a very efficient defense mechanism: when they are caught, they re-gurgitate the contents of their stomach when they are caught. The stink this vomit produces is so strong that the person who apprehended the bird is himself driven to nausea. Often, groups of vultures eat members of their own species when they find them on the highway after being run over by a vehicle.

Cathartes aura ruficollis (Spix, 1824)Turkey Vulture

This bird is often confused by non-experts with a hawk due to its aerodynamic patterns, and fast and gliding flight. The bird’s sense of smell is so refined that it can discover a small carcass (such as that of a frog) hidden beneath the trees. The Turkey Vulture goes after animals that have been run over on highways, principally in the early hours of the morning. The heads and necks of adult individuals are red, whereas these parts in juveniles are black.

Cathartes burrovianus urubitinga (Pelzeln, 1861)Lesser Yellow-headed Vulture

Although it looks very similar to the Turkey Vulture, it can be differentiated by the yellow coloring of the


neck and the height of its head. When it flies to a height beyond one’s view when the coloring of its head and neck cannot be distinguished, it can easily be confused with the Turkey Vulture. Though occurs much less frequently than the C. aurea, its feeding habits are very similar.

ANSERIFORMES ORDERAnatidae Family

Dendrocygna viduata (Linné, 1766)White-faced Whistling-Duck

This is a migrating species that visits the brushwood habitat during the winter season. It arrives at the end of March and stays until the end of September. Small groups may arrive before winter as long as flooded marshy areas can be found. They reproduce in the region and we’ve discovered nests with more than 12 chicks. Often the white on the face, chin and throat becomes dirty with mud making them seem brown. Due to heavy hunting pressure, they are extremely skittish. They reproduce between the months of April and June and the chicks are very similar to the White-cheeked pintail aside from the collar around its nape does not reach its neck. Weight 700g

Anas bahamensis bahamensis (Linné, 1758)White-cheeked Pintail

A diverse number of groups are spread around marshy areas of the Caatinga habitat. They reproduce in regions where they can construct their nests far from the water. The male is bigger and has a longer red stripe on its beak. A male of this species which was banded at CETREL, was killed by hunters in Jequié.

Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789)Brazilian Duck

The male of this small duck has a red beak and tarsus whereas the female has a bluish beak. When in flight, a white strip on the wing is noticeable in both the male and the female. The species is common in marshy areas throughout the Caatinga. They live in pairs or small groups of less than 10 individuals. Measurements: Total length 390mm, wing 190mm, tail 78mm, tarsus 37mm, beak. 35mm, weight 390g.

Sarkdionis melanotos sylvicola (Ihering & Ihering, 1907).*Comb Duck

Though sometimes seen in small groups, the comb duck is not common in the Caatinga. The male is markedly larger than the female and has a pronounced tuberosity on its beak, which enlarges during the reproductive period. Its size and black and white coloring make it unmistakable. It flies in an “Indian line” led by a male with a pronounced tuberosity on its beak. We have never found a comb duck nest.


Cairina moschata (Linné, 1758).*Muscovy Duck

The numbers for this species have been lowering in Bahia, the result of heavy hunting pressure. Another alarming development is the coupling of wild and domestic populations. According to Sick the offspring of wild ducks are completely black whereas those of domesticated ones are streaked with yellow. Nests are con-structed in tree cavities and in cliff faces. The eggs are white and generally weigh around, 55.0g, and measure 57mm x 44mm.

FALCONIFORMES ORDERAccipitridae Family

Elanus leucurus (Vieillot, 1818).White-tailed Kite

Though not abundant, its one of the more common raptors in the region. It can be observed alone or in pairs that hunt together. When on the look out for prey, the white tailed kite hovers in the sky as if attached to it by a string. When it spots rats, lizards, or small reptiles, it will hover, and swoop up and down until the opportune moment to strike presents itself. It is frequently seen in open fields or grasslands, and can be seen in Jeremoabo hunting in barren land.

Gampsonyx swainsonii swainsonii (Vigors, 1825)Pearl Kite

Even smaller than the Falco Sparverius this, the country’s smallest raptor, can be seen in a diverse area of the Caatinga. It feeds on small birds, lizards and small reptiles. It glides at impressive heights and its circular flight pattern means it is sometimes mistaken for a swallow. It is not a common species and its nest is shaped like a shallow bowl. The bird is clumsy and therefore its nest must be protected by both parents who attack anything that approaches.

Geranoaetus melanoleucus melanoleucus (Vieillot, 1819) Black-Chested Buzzard Eagle

This eagle occurs in the mountainous regions of the Raso da Catarina. The female is larger than the male. Its nests are made with brushwood in remote cliff fissures. It lays two white eggs and when they hatch fratricide occurs between the older and younger chick, so only one offspring survives. It feeds on small primates, arma-dillos, birds, snakes. It will also snatch up lambs and kids.

Buteo albicaudatus albicaudatus (Vieillot, 1816)White-tailed Hawk

Found in open areas where a pair demarcates its territory. The female is markedly bigger than the male. Two other features help to distinguish the sexes. When the birds glide, the female wings are more round and robust


than the narrower male wings. And the male call is a much higher tone than the more base tone of the female. Though this species primarily hunts for prey, which includes armadillo, lizards, snakes on the ground, it also hunts in trees for animals like marmosets. These it captures in free fall flight or straight flight. Their reproduc-tive period starts in April with the cleaning and construction of the nest and the chicks hatch in August. Two eggs, and the older chick kills its younger sibling.

Buteo brachyurus brachyurus (Vieillot, 1816)Short-tailed Hawk

Similar enough as to sometimes be mistaken for B. albicaudatus, it can be differentiated by its smaller size and short, barred tail. The bird is not common in the Caatinga and sightings of it are rare. Also like the white-tailed hawk, it passes periods of being black.

Rupornis magnirostris nattareri (Sclater & Salvin, 1869)Roadside Hawk

This is the most common hawk species in Bahia and is well adapted to the Caatinga though it also adapts well to suburban and urban environments such as Jeremoabo. It has a wide color variation of plumage that goes from light brown to dark gray. Eye coloring also varies from being yellow or orange. The nest is in the form of a bowl and made of twigs. The chick’s first feathering is cream colored. The species is causing problems in outlying parts of Salvador because the birds attack people who pass too close to their nests. Measurements: Total length 340mm, wing.158mm, tail 144mm, tarsus 61mm, beak 27mm, weight 250g

Buteogallus meridionalis meridionalis (Latham, 1790)Savanna Hawk

This large hawk lives in open areas where it hunts for prey that consists of insects, snakes, lizards, iguanas, etc.. It is commonly seen hunting at ground level. The breast and abdomens of juveniles are yellow cut by black stripes. When flying, its long wings and burdened flight are characteristics by which to identify the spe-cies.

Geranospiza caerulescens gracilis (Temminick, 1821)Crane Hawk

This hawk has a long, bluish-gray tail and long legs which are the perfect tool to seek out food in the cavities of bromeliads. We have seen the Yellow-headed caracara (Milvalgo chimachima) steel a frog that had just been caught by a G. caerulescens. It occurs in diverse places within the Caatinga but is not abundant.


Família Falconidae

Herpetotheres cachinnans queribundus (Bangs & Penard, 1919).Laughing Falcon

This species of hawk is most known for its call which is prolonged and ends with what sounds like its name in Portuguese, acua. It calls in the early mornings and early evenings, and usually calls in a duet with its mate, with one calling and the other responding. It’s easily recognizable by its black mask and black cap on its head. The species feeds on snakes and often can be seen flying clasping a serpent in its claws. We have seen a pair reproducing in the crevice of a cliff.

Micrastur semitorquatus semitorquatus (Vieillot, 1817)Collared Forest-Falcon

This species has been observed in the high country of the Caatinga near the city of Jeremoabo. The tail and feathers are long and the tail has three white bars. The breast and abdomen plumage can be either white or yellowish. Inside the forest, the bird can be observed jumping from branch to branch with great agility.

Micrastur ruficollis ruficollis (Vieillot, 1817)Barred Forest-Falcon

This species occurs within forests and most of the time the bird is identified from its call being very difficult to actually see. It calls at dawn and if someone approaches, it rapidly moves unnoticed to another spot.

Milvago chimachima chimachima (Vieillot, 1816).Carrapateiro (Yellow-headed Caracara)

This hawk is more common. It lives in open areas where there is cattle, from which it extracts ticks and flee larva to feed on. In one instance, the yellow-headed caracara became fixated with catching ticks embedded in a capybara, on which it left a large dorsal wound. It returned repeatedly to the wound and extracted large pieces of flesh. It’s common to see this species, together with the C. plancus and vultures, looking for run-over ani-mals on roads, highways or on beaches. It takes advantage of fishermen’s catch and will swoop down to steal fish already caught in nets or fish remains thrown out at the edge of the water. Juveniles have dark coloration intertwined with strong yellow bars. Measurements: weight 278g.

Caracara plancus (Miller, 1777)Crested Caracara

It is one of the most common hawks in open areas and can be seen around roads and highways looking for road-kill. It feeds on worms and is known to sift through cattle feces in search of some organism. Several times we have witnessed the crested caracara, in an attempt to steal its caught prey, following the Falco peregrinus as the latter hunts for food on the ground. It is quite successful in doing this but when it fails, it contents itself with the leftovers. The juveniles are darker than adult. The nest is made of twigs and shaped like a large bowl.


We have seen up to three eggs being laid which are a clear brown color sprinkled with dark streaks. Chicks are black and yellow. Measurements: Total length 460mm, weight 780g.

Falco femoralis femoralis (Temminck, 1822)Aplomado Falcon

The aplamado falcon occurs in open areas and normally it’s the pairs that mark their territory. It feeds on vari-ous species of birds such as: Colaptes melanochloros, Guira guira, Leptotila verreauxi and domestic pigeons. The bird lays its eggs in nests already made by other species. The chick’s plumage is dark gray. The aplamado falcon hunts alone or in pairs. We once saw a group of birds on the ground looking for food and when they perceived the presence of a F. femoralis, they all flew to the safety of a tree canopy near by. A Guira guira that was late in taking off was caught by the falcon. One of the most spectacular scenes we’ve witnessed was that of a pair of F. femoralis attacking a flock of domestic pigeons. Their strategy was to seperate one of the birds from the general flock and the male would fly above it while the female remained below to wait for the pigeon to tire. At the first sign of fatigue, the unfortunate pigeon was easy prey.

Falco sparverius cearae (Cory, 1915)American Kestrel

This is a small falcon that lives in open areas of the Caatinga. É um falcão pequeno que vive em ambientes abertos na Caatinga. It feeds on lizards, grasshoppers and small birds. As locales for reproduction, it uses trees cavities, termite mounds, river banks, palm trees snags, nests abandoned by the rufous cacholote (Pseudo-seisura cristata), slots in air-conditioners or office buildings. It lays from two to five eggs and the incubation period is 29 days. Chicks are born with completely white plumage. Their sexual dimorphism is very evident. The male has a gray crown at the top of its head and the speculum of its wings is gray and the end of its tail has a black bar around 10 mm wide. The female is rust colored and its tail has several black stripes. These differ-ences can be observed when the chick’s tail is more than 10 mm since only then is it possible to distinguish the black bar at the end of the males’ tails. Measurements: Total length 260mm,wing175mm, tail 125mm, tarsus 34mm, beak 13mm, weight 90g.

Falco rufigularis ophryophanes (Salvadori, 1895)Bat Falcon

The bat falcon occurs in the mountainous regions of the Caatinga and reproduces in crevices of the rocky cliff faces. It uses a perch to scan for possible prey and it hunts bats at dusk. The male is markedly smaller than the female and these are relatively tame birds that show little concern about the presence of man. We can therefore get very close to the birds without spooking them. Measurements: Total length 260mm, wing 215mm, tail 210mm, beak 14mm, weight. 200g


GALLIFORMES ORDERCracidae Family

Ortalis guttata aracuan (Spix, 1825).Speckled or Variable Chachalaca

Usually at dusk, numerous individuals call together. These birds sleep together in groups and some perch on the same branch. The nest is shaped like a bowl and the eggs are white. These birds are extremely coveted by hunters.

Penelope jacucaca (Spix,1825)White-Browed Guan

Even though abundant and easily observed at Serra Branca and crossing dirt roads in the middle of the Caat-inga, this species is, in fact, in danger of extinction. Its nest is made of twigs and some three to four meters above the ground. It is particularly fond of the “juazeiro” fruit.

GRUIFORMES ORDERAramidae Family

Aramus guarauna guarauna (Linné, 1766)Limpkin

The species occurs in flooded areas in the interior of the Caatinga. From a distance, though the bird looks to be all dark it has a white throat and wisps of white on its head and neck. In the rainy season, many of these birds can be seen in wet areas, but when they dry, it disappears. The birds normally call at night and at dusk. They eat aquatic snails, the same diet as the snail kite.

Rallidae Family

Aramides mangle (Spix, 1825).Little Wood-Rail

The presence of the little wood rail has been noted on beaches, in mangroves and their adjacent forests. (Sick, 1997). Pinto (1964) collected a male sample of the species in the Caatinga in the municipality of Bonfim, Ba-hia state. According to communities where the bird occurs, it does not make any type of sound or call, and is therefore considered to be deaf. It occurs in dry and far removed environments in the interior of the Caatinga. It can be seen in flocks of more than 15 members. The nest is very similar to that of Aramides cajanea, and is shaped like of bowl and made of twig. One such nest was found on May 13, 2005 located under the leaves of a bush about three meters from the ground. It lays two white eggs speckled with red dots, which measure 39mm X 31mm with an average weight of 23,5g. We found two other abandoned nests in the vicinity.


Aramides cajanea cajanea (Müller, 1776) Gray-necked Wood-Rail

It is the most common wood rail and its call is often sung in a duet; one calls and the other responds. The calls, most common at dusk and dawn, consist of various repetitions and can last a few minutes. This species lives near water sources but also has been known to colonize areas far from water. The species’ nests are bowl shaped and in one we have seen three white eggs speckled with brown. The chicks are born with black plum-age.

Porzana albicollis albicollis (Vieillot, 1819)Ash-throated Crake

This species is very common in flooded regions with dense vegetation, preferably where there is an abundance of rush vegetation. It lives hidden in the midst of this vegetation and are often run over when attempting to cross highways.

Laterallus melanophaius melanophaius (Vieillot, 1819)Rufus-side Crake

It occurs in flooded areas with dense vegetation. Skittish, it is very difficult to observe and though we have heard its call, we were unable locate the individual. Nest are constructed with leaves from the rush plants in the upper strictures of that vegetation. The three eggs it lays are white with chestnut brown spots. When the nests are approached, the birds become agitated and make a noisy exit to hide in the dense vegetation.

.Pardirallus nigricans nigricans (Vieillot, 1819)Blackish Rail

It occurs in marshes with dense vegetation and due to its skittishness hides in this same vegetation. They are very difficult to see but easily detectable because of their distinct vocalization. Besides their traditional call, they can emit a sound remarkably similar to that of a toad. This can have the effect of confusing any bird watcher and the bird can fly off unnoticed.

Gallinula chloropus galeata (Lichtenstein, 1758)Common Gallinule

It’s the most common gallinule and can be observed in flooded marsh areas, rivers and lakes. It builds its nest out of rush leaves and grasses in the middle of the vegetation. It can lay up to eight eggs. When they are incu-bating and sense the presence of a predator, they slowly leave the nest and, while continuously calling, swim swishing their tail and head. When far enough away from the nest, they start to fly clumsily. The chicks are born with black plumage and with a blue marking around the eyes. The top of its head and base of the beak are red. It’s a species with migratory habits that disappears in the dry season and returns when the rain starts. We once found a fallen female that had been wounded by a hunter. A male at its side flew off only when it perceived our presence. Measurements: Total length 350mm, wing 123mm, tail 64mm, tarsus 52mm, weight


400g

Porphyrula martinica (Linné, 1776)Purple Gallinule

The intensely bright blue adult lives hidden within vegetation where it reproduces. It differs from the common gallinule because it is rarely seen in open areas, preferring the safety inside the dense vegetation. It has a blu-ish coloring on the shield above its beak and the legs are yellow. It can be seen perched on rush branches. The species is migratory and much less abundant than the common gallinule.

Família Cariamidae

Cariama cristata (Linné, 1766)Red-Legged Seriema

This long-legged bird is well known in local Caatinga communities and feeds on insects, rodents, lizards and snakes. Its large bowl-shaped nest made of twigs is usually located two or three meters above ground. Two eggs are laid. These birds are often encountered on country roads and run for a long time in front of the oncom-ing car before leaping off into the vegetation lining the road. Its call can be heard from far off and the birds are very territorial and defend fiercely against the incursions of neighboring groups.

CHARADRIIFORMES ORDERJacanidae Family

Jacana jacana jacana (Linné, 1758)Wattled Jacana

This is a common and abundant species of which the male is markedly smaller than the female. The male is re-sponsible for incubating the eggs. The eggs are chestnut Brown colored with yellow streaks. We have seen up to five eggs being laid. During copulation, the male uses its long toes to support himself on the female’s back. The species is distributed around rivers, lakes and marshy areas in the Caatinga. When flooded areas used by the wattled jacana dry up, they migrate to other more humid areas.The juveniles have a yellowish coloring. Measurements: Total length 230mm, wing 120mm, tail 36mm, tarsus 59mm, beak 27mm, weight 98g/120g.

Charadriidae Family

Vanellus chilensis lampronotus (Wagler, 1827)Southern Lapwing

This is the most common representative of this family and always occurs in open areas. The nest is a cavity which contains little material and the birds generally lay three to four eggs although we have come upon a nest with seven eggs. As soon as they hatch, the chicks are quite active but when warned by their parents of a possible predator, they remain motionless for long periods of time. To throw off possible nest predators nests,


the parents pretend to have a broken wing and drag themselves along the ground. These are noisy birds which are always voluble, principally when an intruder enters its territory, whether it be night or day. Measurements: Total length 340mm, wing 220mm, tail 85mm, tarsus 75mm, beak 29mm, weight 260g.

Scolopacidae Family

Tringa solitaria solitaria (Wilson, 1813)Solitary Sandpiper

These are migratory birds from North America and as the name would indicate, are solitary. We have, how-ever, observed groups of up to ten individuals. They occur around rivers and marshy areas, including sewage treatment plants. They are nervous birds always raising and lowering their head and tail and often bury their heads to look for food in the mud.

Recurvirostridae Family

Himantopus himantopus mexicanus (Müller, 1776)Black-necked Stilt.Stilts live in small groups or flocks that can consist of 100 individuals in shallow flooded areas, marshes and lakes. They feed on small insects, worms and larvae. They search for food on the surface of the water or by sticking their beaks into the slush. In the north coastal region of Bahia, the black necked stilt starts its repro-ductive phase in the middle of May and it goes until the winter in September. In rare cases, this phase can be prolonged to November or even December. When the flooded areas dry up, the species disappears and little is known about where they move to. The nests can be built on the lakes, on little islands or hidden in the middle of grassy vegetation. Though much less often, the nests can be constructed on the banks of a lake. The shape of the nest generally looks like a volcano, with a round bottom, a height of five to ten centimeters and hollow at the center. The nest can be either entirely made of mud or mud mixed with grass. The species lays three to five yellowish eggs covered with various dark brown spots spread around the egg but concentrated on the tip. As time elapses, the eggs can become brown which is probably a result of direct contact with the mud. When the parents change positions incubating the nest, one of the pair will approach the nest, and pretend that it is looking for food before assuming its position on the eggs. The birds leave the nest quickly, although in the first few days of their lives, after hunting for food close to the nest, they come back to it. All the groups unite to defend their territory and pretend to have a broken leg or wing or be handicapped in some way, while at the same time emitting strident calls, the combination of which serves to confuse potential predators. At the first signal of alarm, the chicks hide in the vegetation or bury themselves in the mud and are only found with great difficulty. They can use their long legs to help them swim.


COLUMBIFORMES ORDERColumbidae Family

Columba livia domestica (Gmelin, 1789)Rock Dove

This is a domesticated species and the most well known group is the Belgium pigeon or “messenger” pigeon. Pigeons were introduced here and today can be found spread along the whole north coast. The great majority of this species is wild and with time has been able to adapt to urban life and become a great pest .It can tran-sit an infinite number of diseases to humans and other wild bird species such as Columbina talpacoti, a bird related to it. We have observed small pigeons with tricomoniose, the result of feeding together with the street pigeons. The captive Belgium pigeons are treated with great care by their breeders and are unlikely to transmit any type of disease to humans.

Columba picazuro marginalis (Naumburg, 1932)Picazuro Pigeon

Like the domestic pigeon, this large species is common in the Caatinga and savanna regions in the west of Bahia. There it is becoming a pest because of the large soy cultivations, an abundant and available food source for them. When thy fly, a large white stripe can be seen on both its wings. Measurements: weight 320g.

Zenaida auriculata virgata (Bertoni, 1901)Eared Dove

This is a migratory species that appears in large groups at certain times of the year to reproduce. Reproduction takes place in large colonies called “pombais” where the eggs are laid. During the reproduction period, local inhabitants customarily raid these “pombais” to pilfer the eggs when the parents, on the lookout for drinking areas, leave the nest unattended. The indiscriminant nature of this predation can result in a marked reduction of the species in localized areas. The birds often bump into electric wires and are electrocuted. Measurements: Total length 210mm, wing 125mm, tail 86mm, beak 15mm, weight 115g.

Columbina minuta (Linné, 1766)Plain-breasted Ground-Dove

The plain-breasted ground dove is very common in the Caatinga of Bahia and one of the most abundant birds in the region. It generally assembles its nest on the ground but can also make the nests on branches within the vegetation slightly above the ground. Measurements: Total length 160mm, wing70mm, tail 50mm, tarsus 15mm, beak 10mm, weight 30g.

Columbina picui strepitans (Spix, 1825)Picui Ground-Dove

This is a common Caatinga species and builds its nests both in trees and in the roofs of houses. It is one of the


most abundant birds of the ecosystem. Measurements: Total length 185mm, wing 88mm, tail 75mm, tarsus 32mm, beak 12mm, weight.44g.

Columbina talpacoti talpacoti (Temminck, 1811)Ruddy Ground-Dove

This is one of the most common and well-known doves. It lives in city centers and urban gardens. It lays two white eggs in its bowl shaped nest. It can construct its nest in less than one week. Similar to other species in this family, it places its chicks at the side of the nest which serves as a protective barrier. Many people hand feed these birds which has resulted in heightened population within urban centers. Measurements: Total length 172mm, wing 90mm, tail 78mm, tarsus 17mm, beak 12mm, weight 50g.

Scardafella squammata squammata (Lesson, 1831) Scaled Dove

This is very distinct bird due to its completely barred plumage. Its call is also well known and sounds like “fogo-apagou”. When it flies, it makes a sound like the rattle of a rattle snake. The scaled dove is very com-mon and abundant in the Caatinga. It lays two white eggs in a bowl shaped nest very similar to that of the ruddy-ground dove. Measurements: Total length 223mm, wing 98mm, tail 92mm, tarsus 17mm, beak 12mm, weight 56g.

Leptotila verreauxi approximans (Cory, 1917)White-tipped Dove

Very similar in appearance to the L. rufaxilla, the white-tipped dove can be differentiated by its grayer coloring on the top of its head, an orange colored ring around its eye and feet that are less starkly red. It occurs in dry environments of the Caatinga and at forest edges. When in flight, a white mark on the tip of its tail becomes visible. These birds tend to congregate with other members of the species to drink water out of small pools of water. Measurements: Total length 265mm, wing 134mm, tail 103mm, tarsus 24mm, beak 18mm, weight 135g.

Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886)Blue Ground-Dove

This bird is not abundant and lives in the interior of the Caatinga. The male is bluish-gray and the female is brownish. Both have striped wings. Measurements: Total length 220mm, wing 118mm, tail 80mm, tarsus 18mm, beak 14mm, weight 70g.


Psittacidae Family

Anodorhynchus leari (Bonaparte, 1856)Lears Macaw

This species is critically endangered and occurs in the municipalities of Jeremoabo, Canudos, Euclides da Cunha, Paulo Afonso and Curaçá. We discovered a new population in Campo Formoso and Santo Sé. For many years the population of these birds was estimated at 170 individuals. With the work accomplished through a partnership between BioBrasil, Cetrel and CEMAVE coupled with information gathered from the local community, new feeding sites were discovered and today the population is estimated to be around 500 birds. (See the Status of A. leari.)

Forpus crassirotris flavissemos (Taczanowski, 1883)Blue-winged Parrotlet

This is the smallest Brazilian psittacede and common in almost all the northern coast habitats. The sexual di-morphism is very accentuated. The male has a large blue swath on its wings and rump while the female is clear green with a yellowish tone on its head. It reproduces in small tree cavities previously dug out by woodpeck-ers and also takes over abandoned rufous hornero nests. During the reproductive period, they live in pairs but at other times go around in large flocks that can number in the dozens. On more than one occasion, we have observed completely yellow members of this species. Measurements: Total length 130mm, wing 80mm, tail 40mm, tarsus 11mm, beak 12mm, weight 28g.

Porhyrrhura maracana (Vieillot, 1816)Blue-winged Macaw

This is not a common bird in the Raso da Catarina. On occasion, we have seen flocks of no more than 10 birds. The bird’s front and abdomen are red, its eyes have a white ring around them and the beak is black. It moves around in small groups looking for food and roosts in cliff faces together with other representatives of the parrot family.

Aratinga acuticaudata haemorrhous (Spix, 1824)Blue-Crowned Parakeet

This bird has a blue forehead and red tail. Together with the cactus parakeet, it is one of the most abundant parakeets in the Raso d Catarina. It can be seen in groups of more than 50 individuals flying around the Caat-inga on the lookout for food. It roosts in cliff faces where at dusk one can observe up to 300 birds noisily circling around before turning in for the night.


Aratinga cactorum cactorum (Kuhl, 1820)Cactus Parakeet

It is one of the most abundant parakeets in the Raso da Catarina. The bird is green, with a yellow breast and a more orangey abdomen. It reproduces in termite mounds. These birds will often raid cornfields, an act that results in significant losses.

Amazona aestiva aestiva (Linné, 1758)Turquoise-fronted Parrot

This is a parrot species that occurs in the Caatinga of Bahia and is especially abundant in the Raso da Catarina. It reproduces in the crevices of cliffs and tree cavities. One time we found a chick that had just fallen out of the nest. The chick already had full plumage but an anomaly on its left wing prevented it from flying. Even though it is not listed as endangered, there are many places in Bahia where the bird has been extirpated. Trafficking is the principal threat to the species. In the Raso da Catarina, every year hundreds of chicks are collected by animal traffickers.

CUCULIFORMES ORDERCuculidae Family

Coccyzus melacoryphus (Vieillot, 1817)Dark-billed Cuckoo

This species has a black beak and yellow throat and three white stripes along the underside of its extensive tail. It lives in the middle of vegetation and sometimes burrows in the substact of the Caatinga, looking for insects, its main food source. Measurements: Total length 270mm, wing 128mm tail 140mm, tarsus 50mm, beak 30mm, weight 46g.

Coccyzus americanus americanus (Linné, 1758)Yellow-billed Cuckoo

Coccyzus a. americus is a species that lives in the eastern portion of North America from Canada to the south of the US, according to Pinto (1978). The species migrates south during the northern hemisphere winter when it will stop in Central America and northern South America. (Pará and north of Maranhão), with accidental occurrences in the central states, the north of Minas Gerais, south of Mato Grosso and the extreme south of the country (Rio Grande do Sul) (Belton, 1973). Sick, 1978, reports the presence of the bird in Piauí, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo and Rio Grande do Sul. Fiúza, (1999), using a summary bibliography of birds of the Caatinga, reports 283 species for the biome but the C. a. americanus is not included in this survey. Pacheco & Bauer, 2000, put together an inventory for the bird species of the Caatinga biome and reported the C. a. americanus only in Ceará. Lima, (2004), from his surveys of various biomes within the state of Bahia, related 280 for the Caatinga ecosystem and since the C. a.americanus had never been seen before, his was the first confirmed sighting in the state. The abdomen of the bird is clear gray and its mandible yellow, character-istics exclusive to the species. This was the second register for the species in the larger Caatinga biome, and the first in that biome in Bahia.


Piaya cayana pallescens (Cabanis & Heine, 1862)Squirrel Cuckoo

It lives alone or in a pair and has a long tail that is evident when it moves around an open area. It often jumps from one branch to another and from a distance, because of its long trail, the bird can be confused for a squirrel or marmoset. Its nest is lined with dry leaves and we have found one of these nests at thr top of a tree. Measure-ments: Total length 410mm wing 150mm, tail 235mm, tarsus 38mm, beak 27mm, weight 104g

Crotophaga ani (Linné, 1758)Smooth-billed Ani

The smooth-billed ani is a well-known bird in the local community and lives in open areas or where vegeta-tion is low. It lives in flocks and we have counted up to 16 individuals in one flock. This ani feeds on insects, lizards and small animals. In the same manner as the cattle egret, the bird can be seen alongside grazing cattle foraging for food. Its nest is made of twigs and hidden within the vegetation. We have found nests at a height of around one and a half meters off the ground and their greenish eggs. We have also found nests with 40 eggs piled up against each other. We also came across an individual that lived alone for over a year in the Raso da Catarina, the home range of the Lears Macaw. This individual, which was banded, lived near a source of water and when that dried up, he showed up at our camp looking for supplemental water. Measurements: weight 96g.

Guira guira (Gmelin, 1788)Guira Cuckoo

This is a common bird in open areas and feeds on invertebrates, amphibians and reptiles. Its bowl-shaped nest is made of twigs and lined with dry leaves. We have observed that the guira cuckoo uses the same nest for several years. On the first day after they hatch, the chicks are given small portions of food that are put inside their beaks; after the third day, they receive larger portions that are put either at the opening of the beak or regurgitated deep inside the beak. After the fifth day, the chicks become competitive and at the first sign of their parent’s arrival, they advance in their direction to quickly receive the food. The competition between the chicks increases every day and the one who has more success in grabbing the food obviously has an advantage and develops more rapidly. From the tenth day and until they fledge, the more developed chicks use a more elaborate strategy to obtain food: they position themselves on branches above the nest and intercept food from the parents before they get to the nest. The smaller less developed chicks use a different strategy, that of waiting inside the nest in the hope that they’ll receive food from one member of the group. This was a highly flawed strategy as we observed that the parent birds delivered food 10 times to the chicks that were outside the nest and only once to the two chicks that stayed in the nest. Even then, this food was stolen by other larger group members. Out of a total of six chicks, one who was unable to compete for food died after the eighth day, three developed well and two were in very bad state. Measurements: Total length 410mm, wing 173mm, tail 230mm, tarsus 39mm, beak 31mm, weight 70g.


Tapera naevia chochi (Viellot, 1817)Striped Cuckoo

The stripe cuckoo is known as a ‘”ghost” bird based on the difficulty to spot it. When its call is heard and a person approaches, it moves away but continues to call. It usually calls at dawn and during the night. On one occasion, we found an individual that called throughout the day in a certain area. We taped the call and played it back; the bird responded and flew in the direction of the taped call. This was the only way we could attract it to an open area. These are parasitic birds and they use other specie’s nest to lay their eggs.

Dromococcyx pavoninus (Pelzeln, 1870)Pavonine Cuckoo

This is a difficult bird to see though its call can be heard in the early morning and late afternoon. The call is very similar to that of the striped cuckoo and they are also parasitic birds that use other specie’s nest to lay their eggs.

TRIGIFORMES ORDERTytonidae Family

Tyto alba tuidara (Gray, 1769)Barn Owl

This is the most common owl species and is known throughout Brazil. It feeds on rats, bats, and birds (we have seen them feeding on species such as the thrush (Turdus), and we’ve also found the skeletal remains of the commom gallinule (Gallinula chloropus). They reproduce in hollow tree cavities, church towers, abandoned buildings and in the roofs of houses. They lay from two to five white eggs. In the Brazilian northeast, these owls are associated with bad luck which leads to people killing adults and chicks when they come across them. Theses owls usually hunt in barren land or at the opening of sewage ducts in beaches etc.. There are two types of plumages: one that is all yellow and the other yellow but with a white breast. This is not related to sexual dimorphism. Measurements: weight 350g.

Strigidae Family

Otus choliba decussata (Lichtenstein, 1823)Tropical Screech Owl

This is a small owl species which feeds on insects and small birds. It normally lays two white eggs in hollow tree cavities. However, we have found nests with three eggs all of which hatched and the chicks survived. There are two types of plumage: one grayish, the other with a reddish tint. Measurements: Total length 233mm, wing 165mm, tail 90mm, tarsus 30mm, beak 20mm, weight 120g.


Glaucidium brasilianum brasilianum (Gmelin, 1788)Ferruginous Pygmy-Owl

It reproduces in hollow tree cavities and we have found up to four white eggs. Inside the nest we have seen feathers of various other bird species that have been fed to the chicks such as the blue-black grass quit (Vol-atinia jacarina) and the saffron finch (Sicalis flaveola). We also once found the remains of a sewage rat that weighed as much as the owl. The bird hunts during the day and night and has various plumage colors: one is gray and the other rust-colored. When flocks of a certain species come across one of these owls perching on a coveted branch, they team up with other species to scare off the owl from the perch spot. Measurements: Total length 180mm, wing 10mm, tail 60mm, tarsus 20mm, beak 11mm, weight 68g/95g.

Speotyto cunicularia grallaria (Temminck, 1822)Burrowing Owl

This is a very common owl species that occurs in open areas of the Caatinga where one can come across large burrows dug out of the sand where the bird reproduces. During the reproductive period, we have found beetle shells at the mouth of the burrows. They are active during the day but they seem to hunt mostly at night. We have observed that at dusk, these owls perch on fences or posts poised top hunt Measurements: Total length 205mm, wing 170mm, tail 68mm/85mm, tarsus 49mm, beak 21mm, weight 150g/160g.

CAPRIMULGIFORMES ORDERNyctibiidae Family

Nyctibius griseus griseus (Gmelin, 1789)Common Potoo

The potoo is a common and well-known bird. The local community refers to it as the “mother of the moon.” This nocturnal bird feeds from insects it captures in full flight with its large mouth. The male is much bigger and heavier than the female and is normally seen perched in an erect stance on fence posts or on branches in dry trees. The bird is difficult to spot due to its incredible camouflage that makes it blend into the tree perfectly. It lays a solitary white egg in hollow cavities at the end of branches or posts. The chick’s plumage at birth is white but as time passes it becomes a light gray tone with wisps of white. From the time they hatch until they abandon the nest, the chicks are capable of clinging onto the branch on which they are born. The parents cover the chicks with their own bodies to protect them from the sun, rain or potential predators. Measurements: Total length 340mm, wing 240mm, tail 160mm, beak 16mm.

Caprimulgidae Family

Chordeiles pusillus xerophilus (Dickerman, 1988)Least Nighthawk

This is the smallest nighthawk in the Caatinga and easily recognizable because of its miniscule size. It is also one of the few nightjars that flies a little before sunset in erratic patterns, ascending and descending and some-times flying in a circle. Initially, it seems there are only one or two individuals but as the evening progresses, more birds turn up and form a larger group. Both sexes have a white stripe on their wings and the male has a


white tip at the end of its tail. During the day, the birds sleep in little shrubs in open areas. They lay their eggs on the ground in the shade.

Chordeiles acutipennis acutipennis (Hermann, 1783)Lesser Nighthawk

This bird has long, narrow wings with a V-shaped white stripe. The females are white-throated. The male has a stripe at the end of its tail and usually flies at very high altitudes at dusk. It feeds on termites and ants.

Nyctidromus albicollis albicollis (Gmelin, 1789)Pauraque

It’s one of the best known nightjars in the Caatinga and occurs in open areas or within forests. They can often be seen at night looking for food on roads, especially dirt tracks. The male has a white stripe on its wing and the external tail feathers are also white but only visible when the bird is flying. They lay one eggs amid dry leaves on the ground and the chick is born with a brown plumage. We designed an experiment to see whether the parents were capable of carrying the chick to some other location were it to be discovered predators. We put a small wooden fence about 15 centimeters high around a very immature chick still in its nest and observed it for two weeks. The parents continued to feed the chick within the fence until it was able to fly. This proved that the parents were incapable of transporting their chick. What in fact happens is that if a person or animal discovers the nest, the parents will flee and then call in attempts to try and lure the chick to safety. But since the chick’s coloration is a perfect camouflage, it is rare that their hiding place is discovered. Measurements: Total length 275mm, wing 160mm, tail 144mm, tarsus 29mm, beak 11mm, weight 56g/63g.

Caprimulgus rufus rufus (Boddaert, 1783)Rufous Nightjar

This is a large species and lives on forest edges and perches on the trunks and branches of trees. This has not been a very common species during our banding campaigns. Despite the frequency of hearing the rufous nightjar call, the species jar that most often gets caught in the mist nets is the pauraque (N. albicollis).

Hydropsalis torquata torquata (Gmelin, 1798)Long-trained Nightjar)

This is a fairly common species that even can occur in cities. The male has a long, scissor tail, a characteristic important for correct identification. The females and juveniles’ tails are also forked but much shorter. During the day the bird lives hidden in the middle of the vegetation and in shaded areas.

Caprimulgus parvulus parvulus (Gould, 1837)


Bacurau-pequeno (Little Nightjar)

This species was only recently added to the list of birds on Bahia’s north coast (2003) and was never caught in our nets during the banding campaigns. But in less than a week we received three specimens caught in dif-ferent areas; one from Sauipe, another from Camaçari and the third from Salvador. As night falls, they perch on branches before taking off to look for food. Measurements: Total length 219mm, wing 150mm, tail 98mm . tarsus 13mm, beak. 14mm, weight 40g.

Capraimulgus longirostris (Bonaparte, 1825)Band-winged Nightjar

The male has a large white stripe on its wing and tail. The coloring of the females’ wing is more yellow. These are relatively common birds in the Raso da Catarina. Their call consists of a sharp whistle which can be heard from far away in the late afternoon. Measurements: Total length 230mm, wing 140mm, tail 110mm, tarsus 15mm, beak 12mm, weight 49g.

Trochilidae Family

Phaethornis pretrei pretrei (Lesson & Delattre, 1839)Planalto Hermit

This humming bird species lives on forest edges and also visits domestic gardens. It has a long tail with a white spot on the end and its throat is cinnamon colored. It usually enters houses very quickly and then leaves at ut-most speed as well. In some places it is known as the “house-cleaning humming bird”. Nests are assembled in rock gorges, balconies, on roof wires, power lines or the palm fiber used to make kiosks. From the first day of life, the chicks cling to the inside of the nest if we try and remove them. They abandon the nest after 20 days. Measurements: Total length 170mm, wing 59mm, tail 75mm, beak 32mm, weight 6g

Phaethornis pretrei minor (Grantsau, 1966)

Described by Rolf Grantsau from samples collected in the state of Goías, a sample of this species was also collected in the Raso da Catarina. Measurements: Total length 140mm, wing 54mm, tail 64 mm, beak 29mm, weight 3g.

Phaethornis gounellei (Boucard, 1891)Broad-Tipped Hermit

This is a very common species in the Raso da Catarina yet despite numerous attempts to locate a nest, we have never found one. Its back and wing coverts are a bronze-green color, the eyebrow wide and white, the throat a rusty color with a black streak in the center. There is a large white band on the tail feathers and the mandible is a greenish-yellow. At certain times of the year, the mandible changes to an intense yellow which extends all the way to the beak. This could have something to do with the bird’s reproductive period. Measurements: Total length 120mm, wing 47mm, tail 45mm, beak 26mm, weight 4g.


Eupetomena macroura simoni (Hellmayr, 1929)Swallow-tailed Hummingbird

This is a large and most well-known of the hummingbirds. It occurs in the Caatinga and in urban gardens. Its plumage is a metallic blue and its tail is forked. The species is very aggressive and will attack any other hummingbird that tries to invade its territory. The bowl-shaped nest made with spider webs, lichens and straw stolen from other birds’ nests (Todirostrum cinereum) is placed in tree trunks and under leaf piles. The nests are about 1.5 to 5 meters off the ground. At dusk, around 5:00 a.m. they call from the posts on which they customarily perch. Their call is similar to that of the swallow tanager (Tersina virides) and is responded to by another bird from a post near by. Measurements: Total length 180mm, wing 70mm, tail 95mm, beak 23mm, weight 7g.

Anthracothorax nigricollis nigricollis (Vieillot, 1817)White-vented Violetear

This is a relatively rare species. We have seen only few individuals between the months of November and March. It has very accentuated sexual dimorphism; seen from far, the male appears all black while the female has two white streaks on the flanks of her body while the middle is black. . Measurements: wing 64mm, tail 35mm, beak 23mm, weight 6g

Chrysolampis mosquitus (Linné, 1758)Ruby-topaz Hummingbird

It is one of those hummingbirds where the male is much more dazzling. Depending on the intensity of light, the bird appears black with a sparkling tail. The female has a green back and a white chin, breast and abdo-men. It is a migratory bird. Though smaller, the nest is similar to that of the swallow-tailed hummingbird (E. macroura. On one occasion, Rolf Grantsau was photographing this species which was feeding on a flowering Lantana camera, when a adult male specimen had a fatal collision with a car door. This is likely a result of the combative nature of the birds, which fight one another for access to flowers, and one is always chasing another possible competitor, at high speed. This obviously exposes them to lots of dangerous situations. Measure-ments: Total length 100mm, wing 50mm, tail 30mm, beak 18mm, weight 4g.

Chlorostilbon aureoventris puucherani (Bourcier & Mulsant, 1848)Glittering-billied Emerald

This is one of the most common hummingbird species in the Caatinga and also visits urban gardens. It likes very small flowers. The male is a brilliant green color, the base of its beak is red and the beak itself has a white ridge. The female’s back is green, its chin and abdomen are dirty white. In the Caatinga, it builds its nest at the foot of a perilous plant called cansanção which delivers a mighty sting and itchy rash for any creature that brushes up against it. Obviously this helps deter predators. We have come across nests with four eggs, and also a case of reuse of an old nest where the new batch of eggs was laid on two old ones that had not hatched. Measurements: Total length 90mm, wing 45mm, tail 25mm, beak 16mm, weight 3g.


Amazilia nigricauda (fimbriata) (Elliot, 1878)Glittering-throated Emerald

The bird is a brilliant green with a pure white abdomen, red mandible and a tail that is almost all black. It oc-curs on the restinga sandy-soiled coastal forests and sometimes visits urban gardens. It appears only at certain times of the year.

Amazilia versicolor versicolor (Vieillot, 1818)Versicolored Emerald

The species occurs in open areas and forest edges, and its abdomen is green with a white stripe that gets wider at the lower abdomen; its upper beak is meat colored with a dark point and the white of the throat is streaked with green.

Heliomaster squamosus (Temminck, 1826)Long-breasted Starthroat

The male’s throat is an intense and brilliant violet red, and there is also a streak above its eye and white chan-nel on malar stripe. It is a common species in the Raso da Catarina. Measurements: Total length 128mm, wing 55mm, tail 36mm, beak 27mm, weight 6g.

Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783)Amethyst Woodstar

The male has a red throat and forked tail; the female is markedly smaller e has a white throat with brown streaks. Though it’s a small hummingbird, is emits a strong buzzing sound as it approaches a flower, similar to that of a solitary bee. It is very rare in the Raso da Catarina.

TROGONIFORMES ORDERTrogonidae Family

Trogon curucui curucui (Linné, 1766)Blue-crowned Trogon

This trogon occurs in dense Caatinga. The male has a red breast, a yellow eyelid and at the top of its head a scintillating blue color. The female has a grayish abdomen. It reproduces in termite mounds and can occur at high and low strata of the forest, but principally in low caatinga. Measurements: Total length 245mm, wing 120mm, tail 130, tarsus 13mm, beak 15mm, weight 52g.

CORACIFORMES ORDER


Alcedinidae Family

Ceryle torquata torquata (Linné, 1766)Ringed Kingfisher

Its the largest kingfisher and occurs around lakes, rivers and flooded areas. It is often seen on power lines that pass over bodies of water. It fishes in these areas. The females’ lower abdomen and tail feathers are chestnut covered. It feeds on fish and can often be seen around commercial fish farms. It reproduces in crevices, often a fair distance from any water. When flying from one spot to another, it makes a lot of noise and are constantly sonorous.

Chloroceryle americana americana (Gmelin, 1788)Green Kingfisher

This king-fisher is very common inside large, dense and shaded forest and it lives by the creeks and streams that run through the forest. It can also be seen on the banks of large rivers.

PICIFORMES ORDERGalbulidae Family

Galbula ruficauda rufoviridis (Cabanis, 1851)Rufous-tailed jacamar

It lives in places either near water or in dry environments. The male has a white throat and the female’s throat is rusty-colored. It usually perches on a branch and scans for possible prey. It can be perfectly still for long pe-riods of time. We have seen one of these species catch a very large moth. Measurements: Total length 230mm, wing 80mm, tail 85mm, tarsus 12mm., beak 51mm, weight 24g.

Bucconidae Family

Bucco maculatus maculatus (Gmelin, 1788)Spot-backed Puffbird

Its name in Portuguese derives from its “tameness” because it is capable of staying motionless in the middle of vegetation observing everything that passes around it. The birds coloring and shape are perfect camouflage and often it will stay unnoticed. The species uses electrical wires on roads as observation posts. It feeds on insects and lizards that it picks from the ground. It reproduces in holes it burrows out of gulleys and lays two white eggs. Measurements: Total length 200mm, wing 74mm, tail 75mm, tarsus 18mm, beak 25mm/33mm, weight 45g.

Picidae Family


Colaptes melanochloros nattereri (Malherbe, 1848)Green-barred Woodpecker

It lives in open areas and on forest edges in the Caatinga. The male has a red stripe on its mandible. It repro-duces in hollow tree cavities, but will also use artificial nests. They are commonly seen in the tops of coconut trees or on the ground looking for food. We have seen three white eggs. Measurements: Total length 300mm, wing 170mm, tail 90mm, tarsus 25mm, beak 43mm, weight 200g.

Picumnus pygmaeus distinctus (Pinto & Camargo, 1961)Spotted Piculet

This is the smallest woodpecker in the Caatinga and has very accentuated sexual dimorphism: the male has a red forehead and the female’s head is black with white spots. It usually lives in pairs and makes its nest in snags where is perforates an entrance wide enough to enable it to get inside. We have observed a pair that uses the same snag annually but each time carves out a new hole for another nest. It occurs in the wooded savanna and Atlantic Rainforest and sandy coastal forest biomes. Measurements: Total length 104mm, wing 53mm, tail 30mm, tarsus 13mm, beak 10mm, weight 10g/13g.

Piculus chryrochloros chryrochloros (Vieillot, 1818)Golden-green Woodpecker

This species occurs in both the Caatinga and gallery forests. The male has a red cap and a white stripe that stretches from the base of the beak until the yellow neck. The mandible is red. The female also has a red cap and a green streak on her mandible. Measurements: Total length 210mm, wing 114mm, tail 74mm, tarsus 16mm, beak 20mm, weight 50g.

Celeus flavescens intercedens (Hellmayr, 1908)Blond-crested Woodpecker

Occurs at the edge or interior of the Caatinga. It’s a solitary bird and not as abundant as the previous two species. The males have a red streak on their mandibles. It does not permit the entrance of another individual of the same species into its territory. Measurements: Total length 245mm, wing 140mm, tail 140mm, tarsus 23mm, beak 25mm, weight 95g.

Veniliornis passerinus taenionotus (Reichenbach, 1854)Little Woodpecker

The greater wing coverts are sprinkled with yellow. The top of the males’ head is read. It occurs in the interior of the Caatinga and on forest edges. Measurements: Total length 150mm/160mm, wing 76mm/80mm, tail 52mm/57mm, tarsus 17mm, beak 15mm, weight 20g/26g.

Campephilus melanoleucos cearae (Cory, 1915)


Crimson-crested Woodpecker

This is a rare bird that is difficult to see. In appearance it’s very similar to and often confused with the Dryo-copus lineatus. It differs because of its black chin as opposed to the white one of the D. lineatus. The females chin is black and the male’s all red. It usually pierces holes in the trunks of the Craibeira tree where it con-structs its nests. These cavities are used by other birds such as the: Otus choliba, Glaucidium brasilianum, Falco sparverius e Amazonas amazonas. Mensurements: Total lenfht 270mm, Wing 122mm, tail 95mm, tarsus 24mm, beak 23mm, weight 73g.

Formicariidae family

Taraba major stagura (Lichtenstein, 1823)Great Antshrike

This large species has accented sexual dimorphism: the upper part of the males is black and the lower part white whereas in the females the upper body is rust colored and the lower part dirty white. Both sexes have red eyes. In the Caatinga, it occurs long distances from water.

Sakesphorus cristatus (Wied, 1831)Silvery-cheeked Antshrike

The male has a brown back and black feather tuft, while the female’s feather tuft is rusty colored. The throat and interscapulary region of the male are black. It occurs in the interior of the Caatinga and is a common bird in the Raso da Catarina. Measurements: Total length 150mm, wing 60mm, tail 53mm, tarsus 24mm, beak 15mm, weight 16g/18g.

Thamnophilus pelzeni (Hellmayr, 1924)Planalto Slaty-antshrike

It occurs in the high sandy forest along the northern coast from Sauípe to Mangue Seco. The male is gray with a chestnut colored cap. This species also occurs in the Caatinga of the Raso da Catarina. Measurements: Total length 153mm, wing 65mm, tail 58mm, tarsus 23mm, beak 16mm, weight 18g.

Thaminophilus doliatus capistratus (Lesson, 1840)Barred Antshrike

The male’s body is black with white bars whereas the female is light brown. It’s a common bird in the Caatinga where it can be seen always in a pair moving about in the interior of the caatinga. The male and female are always communicating with distinct calls. Measurements: Total length 183mm, wing 80mm, tail 73mm, tarsus 24mm, beak 16mm, weight 30g.

Myrmochilus strigilatus strigilatus (Wied, 1831)


Striped-backed Antibird

IA typical Caatinga bird, its call is one of the best known among local. It’s known by its vulgar name “tem farinha-ai” (is there any flower there?) The male has a black throat and the female a striated breast. It looks for food on the ground of the Caatinga. Measurements: Total length 164mm, wing 63mm, tail 60mm, tarsus 30mm, beak 16mm, weight 19g.

Herpsilochomus pectoralis (Sclater, 1857)Pectoral Antwren

This is an endemic Caatinga species and is listed as highly endangered. The male has a black spot on its stom-ach. This occurs in low Caatinga and in gallery forests. Measurements: Total length 135mm, wing 51mm, tail 50mm, tarsus 20mm, beak 13mm, weight 10g/12g.

Herpsilochomus sellowi (Whitney & Pacheco, 2000)

This species is considered in danger of extinction and has been registered in the Caatinga as well as gallery forests.

Formicivora melanogaster bahiae (Hellmayr, 1909)Black-billed Antwren

This species looks very like the white-fringed antwren but the male’s black coloring is more intense than the female, which is easily recognizable because of its white abdomen. Measurements: Total length 135mm, wing 50mm, tail 50mm, tarsus 20mm, beak 11mm, weight 10g.

Furnariidae Family

Furnarius leucopus assimilis (Cabanis & Heine, 1859)Pale-legged Hornero

This species lives near bodies of water such as streams and lakes and has a large white stripe which stretches from its lores and passes its eye to reach the nape. The end of its tail is black. This hornero can look similar to that of the rufous hornero (F. rufus) but it is also known to use the abandoned nests of the rufous cacholote (Pseudoseisura cristata).

Synallaxis frontalis frontalis (Pelzeln, 1859)Sooty-fronted Spinetail

It appears in the Caatinga and re-growth forests and has a cap and chestnut colored wings and tail. It can be observed alone or in a couple, looking for food in the in the lower levels of the forest. Measurements: Total length 155mm, wing 53mm, tail 72mm, tarsus 20mm, beak 10mm, weight 12g.


Synallaxis albescens albescens (Temminck, 1823)Pale-breasted Spinetail

Though not very common, this species does occur in the Caatinga. It can be seen in dry areas as well as close to water sources. Measurements: Total length 170mm, wing 56mm, tail 93mm, tarsus 20mm, beak 12mm, weight 14g.

Synallaxis strigilatus strigilatus (Temminck, 1823)Pale-breasted Spinetail

This occurs in the Caatinga near flooded areas or wetlands. A characteristic of this species is the small black streak on its throat, which is visible only when the bird is singing.

Synallaxis scutatus scutatus (Sclater, 1859)Ocher-cheeked Spinetail

This species lives on the lower stratum of the forest and its call imitates the call of a Sooty-fronted Spinetail (S. frontalis). It has a black spot on its throat and a white streak above the eyes. Its nest is made of twigs and looks like a big basket with the entrance at the top. The nest is very similar to that of the C. cinnamomea. Measurements: Total length 130mm, wing 50mm, tail 55mm, weight 10g.

Gyalophylax hellmayri (Reiser, 1905)Red-shouldered Spinetail

This is an endangered species that is endemic to the Brazilian northeast and has a long and scaled tail and a white stripe above its wings. There is a black fleck on its throat. The specie’s nest is a large agglomeration of thorny shrub and it lives on the ground where it seeks out food.

Certhiaxis cinnamomea cearensis (Cory, 1916)Yellow-chinned Spinetail

This bird always lives near water, whether by lakes, on the side of rivers or marshes. The yellow-chinned spinetail lives in pairs and calls in a duet. It has a yellow streak on its throat that is difficult to see. Its nest is a pile of twigs and the entrance is in the lower part mass in the form of a tube. It removes the chick’s feces from the nest and takes them far away.

Phacellodomus rufifrons rufifrons (Wied, 1821)


Common Thornbird

This bird is recognized by its hanging twig nest which can be of various sizes. The pair builds new nests on top of old ones, hence the nests become bigger and bigger. It often has a “reserve” nest in the upper part of the old nest where the pair sleeps. The nest is made of very prickly twigs. Even though the nests are constructed in high places, the birds live on the ground in pairs and look for food under dry leaves. It removes its chick’s feces and takes them far away. Measurements: weight 24g.

Pseudoseisura cristata (Spix, 1824)Rufous Cacholote

In a similar manner to the common thornbird, it’s the nest of the species that make it distinct. Several nests can be found on the same tree and are constantly visited by various individuals. The nest is constructed with twigs that are sometimes so big that the bird has trouble carrying them. Once we saw an individual of the species trying to carry the primary feather of a vulture; as it was flying, the wind retarded its forward progress. The chicks, before abandoning the nest, have a grayish crown.

Xenops rutilans rutilans (Temminck, 1821)Streaked Xenops

Similar to the plain xenops, both these species can occur in the same forest patch. It distinguishes itself from the plain xenops by being bigger and the lower part of its body is streaked with white. Measurements: weight 11g.

Megaxenops parnaguae (Reiser, 1905)Great Xenops

One of the most distinguishing features of this bird is the shape of its beak. It is strong and turned up in the same way the xenop’s beaks are. Its plumage is cinnamon, and its throat white. Due to the dearth of informa-tion about its status, it was listed as in danger of extinction, but it is not at all rare in the Caatinga of the Raso da Catarina. Measurements: Total length 165mm, tarsus 18mm, beak 15mm, weight 26g.

Dendrocolaptidae Family

Sittasomus griseicapillus reiseri (Helmayr, 1917)Olivaceous Woodcreeper

It occurs in gallery forests in the Caatinga. It is a common species and can be observed perched vertically on tree trunks or moving from one tree to another. Its back is green and there is a black streak on its wings which is easily visible when the bird flies. Measurements: Total length 160mm, wing 67mm, tail 65mm, tarsus 15mm, beak 11mm, weight 12/14g.

Xiphorhyncus picus bahiae (Bangs & Pernard)


Straight-billed Woodcreeper

This is a common Caatinga species. It reproduces in tree cavities and in artificial nests made of PVC. This woodcreeper puts some pieces of dry bark in the interior of the nests. There are two white eggs, that way around 5,6g and measure 26 X 19 mm. The incubation period is 18 days. The chicks are born with a black plumage covering the back and the top of its head. The beak and its interior are a strong yellow color but as they mature, they become tinged with red. Before they abandon the nest, the chicks communicate with their parents with very distinct calls.

Lepidocolaptes angustirostris bahiae (Hellmayr, 1903)Norrow-billed Woodcreeper

This species occurs in the wooded savanna habitat (cerrado) and the sandy soiled forests of the northern Bahia coast, always occupying spaces where the trees are sparse. It has a large superciliary stripe and the lower part of the bird is white. This species is often seen moving from one tree to another in open countryside. Measure-ments: Total length 220mm, wing 95mm, tail 82mm, tarsus 20mm, beak 34mm, weight 30g.

Lepidocolaptes fuscus brevirostris (Pinto, 1938)Lesser Woodcreeper

It occurs in gallery forests of the high Caatinga and has a yellowish superciliary stripe. It often travels in mixed flocks in a variety of stratums in the forest. Measurements: Total length 225mm, wing 90mm, tail 74mm, tar-sus 20mm, beak 33mm, weight 32g.

Campylorhamphus trochilirostris omissus (Pinto, 1933)Curve-billed Scythebill

It has a large, curved and red beak. It occurs in the dense caatinga of the Raso da Catarina and lives alone or in a pair and forages for food in the trunks of trees. Measurements: Total length 250mm, wing 98mm, tail 80mm, tarsus 20mm, beak 55mm, weight 38g.

Tyrannidae Family

Camptostoma obsoletum cinerascens (Wied, 1831)Southern Beardless-Tyrannulet

This species occurs in the caatinga and gallery forests, on forest edges and also domestic gardens. One of its calls is very distinct, and sounds like a “little laugh;” another call is very similar to that of the purple-throated euphonia (Euphonia chlorotica). It always lives in a pair and will move about at all levels of the forest though in the Caatinga it normally can be found very close to the ground. Measurements: Total length 110mm, wing 48mm, tai 37mm, tarsus 13mm, beak 8mm, weight 7g.

Phaeomyias murina murina (Spix, 1825)


Mouse-colored Tyrannulet

This is an extremely difficult species to see because it lives alongside the plain-crested elaenia (Elaenia crista-ta) in the Caatinga and on forest edges and it is not abundant. It can occur in domestic gardens. It has two brown streaks on its wing coverts. Measurements: Total length 140mm, wing 64mm., tail 32mm, beak 10mm, weight 11g.

Sublegatus modestus modestus (Wied, 1831)Southern Scrub-Flycatcher

It occurs in Caatinga and is very rare. It looks like a small eleania though it does not have a forelock and it has a small white stripe behind its eye, a gray chin and yellow abdomen. It has two white stripes on its wings. Measurements: Total length 130mm, wing 55mm, tail 55mm, tarsus 18mm, beak 9mm, weight 9g.

Myiopagis viridicata viridicata (Vieillot, 1817)Greenish Elaenia

It has a yellowish abdomen and a yellow crest on the top of its head. In the caatinga, this is a migratory spe-cies and occurs in large groups next to the white-crested eleania (Elaenia albiceps), which is also a migratory species. Measurements: Total length 130mm, wing 61mm, tail 55, beak 7mm, weight 14g.

Elaenia flavogaster flavogaster (Thunberg, 1822)Yellow-bellied Elaenia

It’s a very common species and occurs in a wide range of ecosystems. It has a white crest that nonetheless is so small that it only becomes apparent when the bird is in our hands. It has a very distinct call and occurs with other members of its genus such as the plain-crested eleania (Elaenia cristata). It has two white stripes on its wings. Its nest is bowl shaped and can look like hummingbird nests made of spider’s webs and lichens. Two white eggs with brown spots on the points are laid and weigh, on average, 2.9 g e measure 21 mm X 16 mm. The chick is born with a gray plumage. Measurements: Total length 173mm, wing 82mm, tail 67mm, tarsus 20mm, beak 11mm, weight 23g.

Elaenia cristata cristata (Pelzeln, 1868)Plain-crested Elaenia

Very similar in appearance to the yellow-bellied elaenia, with which it shares the same habitat, the bird can be distinguished by its call and the fact that it doesn’t have a white crest but rather a much darker one. Its nest is constructed in a crotched shape and much less elaborate than that of the yellow-bellied eleania. It is the most common and abundant species in the sandy restinga forests and feeds on the fruits available there. Measure-ments: Total length 155mm, wing 65mm, tarsus 18mm, beak 10mm, weight 17g.

Elaenia albiceps chilensis (Hellmayr, 1927)


White-crested Elaenia

The Elaenia albiceps is a southern migrant which travels between the southern cone countries until the Colom-bian Andes and Amazon region. (Sick, 1997). From our data gathered by the capture and observation of the species in the Caatinga of the Raso da Catarina (Jeremoabo), we registered this species between the months of April, May and June in 2002, which are the peak migratory months for this species. After this period, the birds totally abandon the region. In our banding campaigns undertaken in February 2003, we caught four individu-als from this species in semi-deciduous forest, suggesting that some individuals of the species arrive early in February. In the banding campaigns that took place in Serra Branca between April and June of the same year, 228 members of this species were caught and banded during their migration to the northeast region, which according to Marini and Cavalcanti (1990), is between May and July. It is strongly distinguished by the large quantity of white in its crest, though juveniles may not posses such a characteristic. Measurements: Total length 160mm, wing 72mm, tail 60mm, tarsus 18mm, beak 9mm, weight 17g.

Elaenia spectabillis espectabilis (Pelzeln, 1868)Large Elaenia

This is a large bird with a small crest that is seldom white but it does have three whitish stripes on its wings. It occurs both in the Caatinga and in gallery forests. Measurements: Total length 178mm, wing 82mm, tail 82mm, beak 11mm, weight 21g.

Stigmatura napensis (Chpamn, 1926)Lesser Wagtail-Tyrant

This is a common species in the Raso da Catarina, and can occur in open and closed Caatinga. It has tall and thin feathers, a long and divided tail and a yellowish breast. Measurements: total length, 135 mm; wing, 62mm; tail, 60mm, tarsus, 16mm, beak, 10mm; weight, 11g

Hemitriccus margaritaceiventer (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837)Pearly-vented tody-Tyrant

It lives in the Caatinga of the Raso da Catarina. The eye coloring can vary greatly; juveniles have dark eyes and we’ve observed adults with yellow-orange eyes during the reproductive period. Its nest is hanging, similar to the Todirostrum, though constructed much closer to the ground. Once we had the opportunity to observe a pair of this species from the building of its nest until the eggs hatched. This pair was atypical: the nest was attached to the foot of a cactus about 10 cms off the ground in an open and very sunny area. We observed that the pair only sat on the eggs after the sun had gone down and the temperature decreased, between 16:00 at 8:30 the next morning. We measured the temperature of the area (the nest in question was constructed on a sand dune) during the hottest period of the day and the ground temperature was around 60 degrees centigrade and inside the nest around 38 degrees centigrade. We observed the incubation period for around 20 days but after this period the pair abandoned the nest. When we opened the eggs, the chicks were very close to hatching. This phenomena in similar circumstances should be studied is order to be able to conclude whether this was an isolated incident or in fact these birds use the ground temperature to save energy. Measurements: Total length 110mm, wing 45mm, tail 35mm, tarsus 20mm, beak 11mm, weight 7g.


Todirostrum cinereum cearae (Cory, 1916)Commom Tody-Flycatcher

During the study period between December and March, we managed to locate 23 nests of this species and collect data from 22 of them. One of the nests was 8 cms from the ground and attached to a branch of the Pitecelobium sp tree and was the only one that was not systematically accompanied nor manipulated to gauge the morpho-metric data fr the eggs or chicks. Cherie (1890) presented data about nests that she accompanied in Costa Rica. Skutch (1930) found nests between the months of March and June in Panama. Haverschimidt (1978) accompanied nests from July to August in Suriname. Richmond and Skutch (1930) report of nests with eggs in March in Nicaragua, and Carriker apud Skutch (1930) registered nests between April and July in Costa Rica. Cruz & Andrews registered the occurrence of 52 nests in Venezuela from May to October, with a peak in June (N=26) and August (N=15).

As Skutch, (1960) relates, the construction of nests in the area of Cetrel by 20 pairs was undertaken by two individuals, the building activity of each member of the pair happened when the male was present and the female absent or vice-versa and sometimes simultaneously when both were present in the nest, manipulating material (see photos 7, 8, 9, 10 and 11). Another scene we witnessed was of both the pair on top of the nest but only one working on the building part.

The building period for the outer part of the nest of a pair who had had its nest invaded by a predator was 28 days. After that the pair started to finish the inner chamber of the nest. Skutch (1930), in his presentation of nest data collected in Panama, said that the construction of the inner chamber had taken the most time.

The building of another complete nest in the grounds of Cetrel took 32 days. During this period, a ruddy ground dove (Columbina talpacoti) constructed its nest, incubated and then looked after five chicks. The T. cinereum expends a considerable amount of time during reproduction principally consumed in the construc-tion of its nest. According to Skutch (1960), the average time it takes to construct this specie’s nest in Central America is between four or five weeks, although some pairs can take less time, often when the building takes place in an abandoned nest that has been a victimized by predators.

Of the 23 nests that were found, 15 were completely exposed to the sun during the entire day and eight nests were protected by the vegetation. In terms of proximity to water within a 100-meter radius, seven were within this band (three actually on a surface of water) while 16 were outside this radius.

Of all the nests found, 20 were accompanied until a predator targeted them or until the chicks fledged. Of these in two of them (10%) the adults attained success, 12 (60%) were victims of predators, five nests were abandoned and one was found on the ground. Among all the nests that were victims of predators, in six of them (50%), the eggs disappeared, in five (41.7%) the nests had been completed but no eggs laid, and one was still under construction. With the exception of this one, all the nests considered to have been victims of predators showed signs of modification in their shape, principally the external part. This suggest some sort of manipulation by mammals. The mammals who are potential predators in this region include: the tufted-ear marmoset (Callithrix jacchus), the common opossum (Didelphis albiventer) and other smaller marsupials from the Marmosa sp, in addition to other small rodents. We suspect that the squirrel cuckoo (Piaya cayana) is also a predator of eggs from the species. Another possibility for agents of nest modification is the presence of piling birds, such as the greater kiskadee (Pitangus sulphuratus) It’s possible that the only nest with eggs but


with no sign of predator activity was invaded by a snake.

Another five completed nests were abandoned, but with no sign of predator manipulation and so we did not consider them to be predator victims. Of these nests, three were empty, one had two eggs and a chick, and the third had three eggs. From this nest, one egg was on the ground but was still being incubated by the parent birds. Four days after this case was found, the nest was abandoned. As there were no signs that the nest was removed by a predator, we can postulate that it was taken away by the adults. The nests that were abandoned without any sign of predator manipulation could have been a result of our intervention and inspection.

Morphometric Data:

From 1991-2005 we caught and banded 32 T. cinereum, 10 from our study area and 22 from a region of the Caatinga in Jeremoabo in Bahia. Below we present specific data about these individuals. In Suriname, Haver-schimidt (1952) found males and females that weighed 6.9g to 6.6g, respectively.

Table 1. Average variation e standard deviation of the morphometric data of the adult T. cinereum caught in Camaçari and Jeremoabo, in Bahia. The weight is in grams and the length mm.

Weight (N=16) Wing (N=9) Tail FeathersRetriz (N=7) Beak (N=9) Tarsus (N=9)

5.6 ± 0,95 38 ±3 31.5 ± 0.5 12.15 ± 0.25 18.3± 0.2

Nests

The average height of the nests from ground level is 2,6m (± 1,4, N=21). The average morpho-metric data from the nest (N=5) is the following: height: 290 mm (±36.05); frontal width 67.6mm (± 2.5); lateral width: 85 mm (± 16.86); the height of the upper part of the entrance 105 mm (± 47.1); height of the lower part of the entrance: 189 mm (± 35.07); width of the entrance: 27.6mm (± 2.88); height of the entrance: 26.6mm (± 4.21). Average weight of the five nests is 14.17g (± 1.95).

The nests were attached to dry or live branches of the following 13 botanical species (Table 2).

The average diameter of the trunks were (N=17) is 2.85cm (±1.46). Of the total, three nests were affixed to dry trunks and 14 on green branches. The average diameter of dry trunks is 2.58cm (± 1.24) and of the green branches is equal to 2.68cm (± 1.29).

The smallest distance between the active nests was 30 meters. One of the nests had an egg, the other was be-ing built.


The components of the T. cinereum nest are very diverse both in size as well as type of material, and depend of the environment around them. We found dry leaves, grass stalks, and fragments and entire leaves of Melas-tomataceae, Malvaceae, Solanaceae, Compositae, fibers of Elaeis guineensis L., stems of the Passiflora sp, and a variety of dry seeds. Rarely did we find live vegetation in the nests, even in the recently constructed ones. Man made material, such as cotton, paper and nylon was added to the nests.

The internal chamber was at times lined with feathers from the following species: Sayaca tanager (Thraupis sayaca), white-cheeked pintail (Anas bahamensis), Ruddy ground dove (Columbina talpacoti), Saffron finch (Sicalis flaveola) and the masked water tyrant (Fluvicola nengeta). Two nests’ internal chambers were lined with a smooth material encased with seeds from an exotic plant. The largest piece we encountered in the T. cinereum nest was a 59 cm grass stalk; this in contrast to material that can be less than 1 cm, such as the almost invisible seeds used by adults birds constructing the nest. Leaves in some of the nests measured up to 35 mm x 25 mm.

The direction of the 20 nests’ opening was registered: seven (07) faced toward quadrant 1; five (05) faced quadrant II and IV and three (03) faced toward quadrant III.

Eggs, Incubation and Leaving the Nest.

Nests with three eggs (N=5), two eggs (N=4) and one egg (N=2) were registered.

Nest data collected from Central America indicates the existence of nests with three or two eggs, the more common being nests with three eggs. (Cherie, 1890; Skutch, 1930, 1945, 1960; Haverschimidt, 1978). It’s possible that the nests around Cetrel found with one egg had been abandoned. The average weight of the eggs (N = 26) was 1.08g (±0.15) and the average length and width of the eggs was 16.2mm (±0.95) and 11.5mm (±0.5), respectively. An egg was taken from an abandoned nest to see the relationship between its weight and a completed egg. It weighed 0.975g. The eggs that were found were white although four of them had brown streaks scattered across their surfaces.

The incubation period for two of the nests was 17 days. Data from Central America registered 17 and 18 days. (Skutch, 1930, 1945; Haverschimidt, 1978). The interval between the laying of eggs was one to two days. The adult birds were observed during the incubation period inside the nest in the mornings and afternoons. (Photo 27). One of the adult birds spent the night inside the nest during the incubation period and for the first ten days of the chick’s lives. Skutch (1930) related that one of the females started to sleep in the nest the evening of the first day the first egg was laid.

Chicks fledged after 18 days. Haverschimidt (1978) found this same phenomena and relates that after 27 days the chicks were feeding on their own.

Inter-specific interactions

Eupetomena macroura (Photo 33), Chorostilbon aureoventris e Phaethornis pretei piled plant material for two nests under construction.

Antagonistic intereacitons were noted between the T. cinereum and Thraupis sayaca, Tangara cayana, Eu-petomena macroura e Coereba flaveola, when these were around the area where the nests were being con-


structed.

T. cinereum piled the material from an abandoned nest of the Fluvicola nengeta.

A nest being built was occupied by a Hyla sp. This occupation forced the abandonment of the nest by the pair.

Maintenance

A T. cinereum bathed in the dew droplets that were on the upper surface of the leaves in a Byrsonima sp., hav-ing flown to these moist leaves to wet its feathers.

Feeding

The Todirostrum cinereum was observed proffering dipterans, Lepidoptera (Hesperiidae – Urbanus sp.)

Nest Visitation

To enter or leave the nest, the T. cinereum can do it directly without having to land on the nest. When the chicks had been alive for six days, the adult birds entered totally into the interior of the nest to feed hem. Af-ter that, food was offered only at the entrance to the nest, although the head and breast of the chick stayed in the nest’s interior chamber. When the chicks were close to abandoning the nest (after around 18-20 days), the adults perched on the external part of the nest and offered them food at the entrance.

Building of the nest

To build the nest, the species T. cinereum performs various acrobatic movements around the branch supporting the nest or on the nest itself to construct the part that fixes it to the tree; it can also hover in the air, arranging or putting on more components on the external laterals or base of the nest. To line the oological chamber, the T. cinereum uses feathers from the following species: white-cheeked pintail (Anas bahamensis), masked water tyrant (Fluvicola nengeta) and the Dendrocygna viduata, among others. In addition, in some nests material from the seeds of an exotic introduced plant were found.

Without leaving the nest, an adult bird worked on the oological chamber and received material from another individual who quickly left after delivery.

Five pairs had their nests invaded by predators between November 2004 and March 2005 and immediately started to construct new nests. Up until Mach, none of these attempts had been successful. Three pairs initiated construction a day after the predator had invaded. All the five pairs used the same tree to construct another nest after being driven out by the predator.

Sound Manifestations

Arriving at the nest, the T. cinereum either emits sounds or remains silent. There are differences between the vocalization of one pair. There is still another sound that is emitted during the period when the bird visits the nest, principally when both the individuals are in the tree where the nest is.


14 day –old chicks emit a spontaneous sound or when the adults are near the nest. Chicks who are 17 days old emit sound when they are manipulated or moved. Translation of what is in the Box:Chick Develppment of T. cinereum (from the same nest)

Weight (grams)

Chick 1Chick 2Chick 3

Figure 1.

The T. cinereum emits a third type of sound, when coming into conflict with a Coereba flaveola, which sounds something the sounds the wings of the butterfly genus Hamadryas make.

Chicks

At birth a chick weighed 0.829g. The only visible feathers were in the eye socket region. Its eyes were closed, the color of its skin was a clear orange color, the beak a yellowish color though the internal part was a much darker yellow than that of the beak. The eye socket size was proportional to the beak size and was gray. It was possible for us to observe a part of the circulation of the peripheral network. The claws were white and the tarsus and toes were the same color as the body. Chicks who were 17 days old poked their heads out of the nest. When they were 18 days old, they had a complete adult plumage and a dark iris, and only a few pipes in the nasal region.

In one of the successful nests, ten days before the first chick fledged, another animal removed some of the material at the back of the nest which made the three chicks fall to the ground. One of the chicks died imme-diately probably from exposure to the sun; the second one that fell was 18 days old and had full plumage but was unable to fly. The parent birds gave it food on the ground. The third and youngest chick, fell when it was 18 days old and was also fed by its parents on the ground. A day after this observation, not one of the fallen chicks was found. Two days later, we observed the parent birds constructing a nest on the same species of tree which suggests that the chicks were victims of predators when they were outside of the nest. Part of the ontogeny (development) of the three chicks of a nest is shown in the sequence of photographs from 60 to 65. The development of three chicks was accompanied until the fledging of the first chick. (Figure 1).

Dimorphism

One member of the pair (N=6) had a yellow superciliary stripe which starts at the back part above the eye and extends all the way to the beak or come together and form a single stripe. This stripe is sometimes visible, sometimes not. An individual whose stripe is visible also had a yellow pileum. The other member of the pair didn’t have these yellow stripes. This could be a distinguishing characteristic between female and male.

Longevity


An individual of the T. cinereum that was caught in the area of CETAS 04/10/2001, was photographed in the same area in December 2004.

Copulation

It was possible for us to observe two copulation attempts on the same day of a pair that was in an active nest with one egg. The adults were moving around the inside of a Byrsonima sp, and emitting chirps, when at a height of 1.5 meters off the ground and on a 2 cm branch, the vocalizing male mounted the female at a distance of 2.5 meters from the nest. Twenty minutes later we saw another copulation act on the same tree.

Euscarthmus meloryphus meloryphus (Wied, 1831)Pygmy-Tyrant

This is a small, brown tyrant with a red coloring that’s visible in adult birds. The juvenile has no red coloring on its head. It occurs in the interior of the Caatinga, as well as abandoned cultivated fields and at the Caatinga edge. It often comes to the ground to look for food. Measurements: Total length100mm, wing 43mm, tail 38mm, tarsus 14mm, beak 7mm, weight 6g.

Tolmomyias flaviventris flaviventris (Wied, 1831)Yellow-breasted Flycatcher

Its strong yellow color is reminiscent of the saffron finch and can be found both at the edge and interior of the Caatinga. In the Caatinga, its nest is ball shaped and black. Along the northern Bahia coast, the nests are like husks and are not black but brown because of the available material in the region. The entrance is at the bot-tom part of the nest. Measurements: Total length 130mm, wing 58mm, tail 50mm, tarsus 16mm, beak 9mm, weight 13g.

Myiobius barbatus mastacalis (Wied, 1821)Sulphur-rumped Flycatcher

It occurs in gallery forests and is a easy species to recognize because of the intense yellow on its rump which is visible whether the bird is in flight or motionless. These are very skittish birds which are constantly moving. It occurs in the lower stratum of the forest. Measurements: Total length 138mm, wing 64mm, tail 53mm, tarsus 16mm, beak 10mm, weight 10g.

Cenemotriccus fuscatus (Wied, 1831)Fuscous flycatcher

This species occurs in the interior of the Caatinga, and has a whitish superciliary stripe and two brownish stripes on its wings. It is relatively common in the Raso da Catarina. Measurements: total length, 150mm; weight 12g.Pyrocephalus rubinus rubinus (Boddaert, 1783)


Vermilion Flycatcher

This species was registered only once, an individual that was close to a fork-tailed fly catcher (T. savanna) on the dunes at STIEP in 1988. The second register for the state of Bahia occurred in the Raso da Catarina in 1989. The female and juveniles are brown and have traces of red or yellow on the lower tail coverts.

Xolmis irupero nivea (Spix, 1825)White Monjita

This is a very distinct white bird with black wings and tail. It glides very close to the ground to capture small insects. The bird perches on energy pillars and wiring at the side of roads. It constructs its nests in hollow tree cavities.

Knipolegus nigerrimus (Vieillot, 1818)Velvety Black-Tyrant

The male is all black, without a crest and a hidden white stripe on the wings. The female is black and the throat has brown stripes. This species is registered in mountainous regions above 1,800 meters but can come down to altitudes of 100 meters. In the Raso da Catarina, it is usually found at altitudes of less than 300 meters. Total length 170mm, wing 88, tail 78mm, tarsus 21mm, beak 14mm, weight 18g.

Fluvicola albiventer (Spix, 1825)Pied Water -Tyrant

It’s a species well adapted to water and occurs on river banks and marsh areas of the Raso da Catarina. The nest is constructed in bushes and always near to water. Measurements:

Fluvicola nengeta nengeta (Vieillot, 1824)Masked Water-tyrant

It can live both close and at some distance from water. It lives as a pair or in small familial groups. The nest is ball shaped with a lateral entrance. Three white eggs with chestnut colored specks are laid and weigh on average 2. 2 grams and measure 19.7 mm X 14.5mm. The nest can be victim of the parasite species Molotrus bonariensis which is much larger and colored and weighs 3,7 g and measures 24 mm X 17 mm. This species colonizes gardens that have swimming pools. Measurements: Total length 160mm, wing 72mm, tail 60mm, tarsus 24mm, beak 14mm, weight 20g.

Fluvicola leucocephala (Linnaeus, 1764.)White-headed-Tyrant

This species lives exclusively close to water and in this sense differs from F. Nengeta that can be found to roost and nest far from water. The male is all black with a white head and the female and the chicks are gray tinged.


The nest is similar to that of the masked water tyrant and is lined with feathers from other birds and is always placed on some support in the water. It lays two white eggs with small red dots. The chicks are born with a clear yellow plumage which imitate a toxic lizard. The beak is yellow. Measurements: Total length 135mm, wing 64mm, tail 44mm, tarsus 17mm, beak 13mm, weight 12g.

Satrapa icterophrys icterophrys (Vieillot, 1818)Yellow-browed Tyrant

This is a migratory species that was registered for the first time in the Raso da Catarina on the banks of the Vasa Barris River. These are solitary birds which are always associated with the presence of water. They have an intensely yellow superciliary stripe and abdomen. Measurements: Total length 160mm, wing 82mm, tail 65mm, tarsus 17mm, beak 14mm, weight 18g.

Hirundinea belicosa (Vieillot, 1819)Cliff Flycatcher

This species lives in regions that are steep and rocky. It feeds on insects that it catches in the air. Its nest is demarcated by some rocks that the bird itself carries to the spot. Measurements: Total length 180mm, wing 100, tail 70mm, tarsus 12mm, beak 15mm, weight 23g.

Casiornis fusca (Sclater & Salvin, 1873.)Ash-throated Casiornis

Very similar in appearance to the rufous casiornis (C. rufa), its lower part is brimstone colored and its shoul-ders brown. It occurs in the interior of the Caatinga and is not very common. Measurements: Total length 170mm, wing 81mm, tail 80mm, tarsus 19mm, beak 16mm, weight 20g.

Machetornis rixosus (Vieillot, 1808)Cattle Tyrant

It occurs in open areas and is often seen perching on the back of cattle or horses or near their feet to take ad-vantage of the insects that accompany these animals. It can also be seen in grasslands or where lawns are being cut to catch the insects that are displaced by this process. It builds its nests on the trunks of palm trees.

Myiarchus swaisoni pelzelni (Berlepsch, 1883)Swainson’s Flycatcher

This is a migratory bird which occurs on the edge of the Caatinga, lives alone and builds its nest in the hollow of trees. Measurements: weight 25g.

Myiarchus tyrannulus bahiae (Berlepsch & Leverkühn, 1890)


Brown-crested Flycatcher

It occurs inside and on the edge of the Caatinga, and it differs from the Swainson’s flycatcher by having rusty-colored tail feathers (except for central ones) and rusty-colored primaries. Total length 210mm, wing 95, tail 85mm, tarsus 20mm, beak 18mm, weight 26g.

Pitangus sulphuratus maximillian (Cabanis & Heine, 1859)Great Kiskadee

This is an extremely well-known species. It occurs in all the habitats of the north coast, including on beach shores and in the mangroves. The adults have an intensely yellow pileum which juveniles also sometimes have. But we have also fond two adult birds with no yellow coloring on their heads. It feeds on a wide range of elements, from little fish caught in the mangroves to insects and small reptiles. The great kiskadee is present in the center of large cities and is often present in restaurants and hotels along the coast and has been known to steal food from guests. It constructs its nest in a variety of places because it is a little ball made from a ball of grasses. It lays from two to four white eggs with back spots. Measurements: Total length 230mm, wing 10mm, tail.75mm, tarsus 24mm, beak 23mm, weight 60g.

Megarhynchus pitangua pitangua (Linnaeus, 1766)Boat-billed Flycatcher

Very similar to the previous species, this bird differentiates itself primarily through its large and long beak. It occurs in various ecosystems of the north coast such as restinga, wooded savanna, and on forest edges. It can be seen in arborized gardens and its call is very distinct. We once saw a pair of this species collecting twigs to build its nest. Measurements: Total length 245mm, wing 115mm, tail 82mm, tarsus 19mm, beak 30mm, weight 50g.

Myiozetetes similis similis (Spix, 1825)Social Flycatcher

Also very similar in appearance to the great kiskadee, although the bird is smaller and with a reddish rather than yellow pileum. Occurs on the edge of the Caatinga and near to water sources. Measurements: Total length 173mm, wing 86mm, tail 70mm, tarsus 19mm, beak 14mm, weight 26g.

Myiodynastes maculatus solitarius (Vieillot, 1819)Streaked Flycatcher

Occurs both within the Caatinga as well as on its edge. It is a big bird and its belly is striped. Its rump and tail feathers are rusty colored. In the Caatinga biome, this is a very common species (Raso da Catarina). Measure-ments: Total length 225mm, wing 100mm, tail 84mm, tarsus 20mm, beak 22mm, weight 54g.

Tyrannus savana savana (Vieillot, 1807)


Fork-tailed Flycatcher

This is a very distinct migratory species with a long, forked tail. It arrives around November in the savanna region of Cetrel and stays there until the middle of April when it disappears form the area. It even occurs in Salvador (the sand dunes of STIEP). This species comes to the region to reproduce and never before has a register for the species in the region been mentioned. Its nest is bowl-shaped and built on thick branches. It lays three white eggs that have small streaks of brown. We have seen groups of up to 50 which use the same area as a rossting site.

Tyrannus melancholicus melancholicus (Vieillot, 1819)Tropical Kingbird

This is one of the most common and abundant species and occurs on forest edges, in the savanna and the rest-inga on the northern coast. Its nest is bowl-shaped and can be constructed at various heights from the ground from two to ten meters. It lays two eggs with various chestnut colored specks. The chicks are born with clear yellow plumage and their beaks are yellow. It’s very similar to the variegated flycatcher but can be differen-tiated by its white throat. Measurements: Total length 210mm, wing 90mm, tail 75mm, tarsus 20mm, beak 20mm, weight 25g.

Empidonomus varius rufinus (Spix, 1825) Variegated Flycatcher

This species is very similar in appearance to the piratic flycatcher (Legatus leucophaius) though it is bigger and lives in the interior as well as edge of the Caatinga. It is very common in the Raso da Catarina. Measure-ments: Total length 180mm, weight 25g.

Suiriri suiriri bahiae (Berlepsch, 1893)Chaco Suiriri

It has a whitish throat and breast, a yellow abdomen and a dark stripe that extends from its beak to behind its eyes. Its tail is slightly forked and the wings have two yellow stripes. This is not common in the Raso da Catarina.

Phyllomyias fasciatus fasciatus (Thunerg, 1905)Planalto Tyrannulet

This is a small bird with a clear gray breast and a black stripe behind its eyes. The abdomen is yellowish and the head can be a dark gray color which contrasts with the rest of the body. It usually glides below small fruits which it feeds from. It can be found at the edge of the Caatinga

Pachyramphus viridis viridis (Vieillot, 1816)


Green-backed Becard

The specie’s beak is long and an accentuated dimorphism is characteristic of the species: the male has a gray-ish nape, a white throat, a yellow breast and its bend of wing is rusty colored. The female has a green pileum shoulders and chestnut colored upper tail coverts. It occurs at forest edges and regrowth forests. Measure-ments: Total length 150mm, wing 70mm, tail 53mm, tarsus 18mm, weight 18g.

Pachyramphus polychopterus polychopterus (Vieiillot, 1818)White-winged Becard

This species occurs in the high Caatinga. The male has a black, metallic coloring while the female has a rusty colored pileum, the end of the tail has rusty colored spots and the under parts are yellow. The beak is flat and this species can also occur in the base stratum of the forest. Measurements: Total length 160mm, wing 75mm, tail 55mm, tarsus 18mm, beak 12mm, weight 20g.

Pipridae Family

Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853)Pale-bellied Tyrant-manakin

This occurs in the high Caatinga and has a yellow pileum and iris. Its call is similar to that of a frog and it perches alone on poles and posts. It occurs in the middle stratum of the forest. Measurements: Total length 150mm, wing 73mm, tail 63mm, weight 16g.

PASSERIFORMES ORDEROscines SuborderHirundinidae Family

Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783)White-winged Swallow

This is a species typically found around rivers banks, lakes and marshy areas and flies just above the water’s surface looking for insects. It’s different from from the white-rumped swallow (Tachycineta leucorrhoa) be-cause of its rump and a wide white stripe on its wings. It can be seen in the company of other members of the species including the white-rumped swallow. The juveniles have very pale coloring. It usually perches on branches near water. Measurements: Total length 140mm, wing 96mm, tail 38mm, tarsus11mm, beak 11mm, weight 20g.

Tachycineta leucorrhoa (Vieillot, 1817)White-rumped Swallow

Very similar is appearance to the previous species, it can be differentiated from it by having no white on its wings or rump. There is a white design on its lores. This is a migratory species which appears at determined


times of the year and then disappears again. It perches on dead branches and in small groups.

Phaeoprogne tapera tapera (Linnaeus, 1766)Brown-chested Martin

This resident species differs from the previous species by not having black spots on its breast. See the sub-species that follows. Measurements: Total length166mm, wing120mm, tail 56mm, tarsus 13mm, beak 11mm, weight 30g.

Phaeoprogne tapera fusca (Vieillot, 1817)Brown-chested Martin

In May of 1999, a concentration of this species (Phaeoprogne t. tapera), the previously described species (P. t. fusca), the rough-winged swallow (Stelgidopteryx ruficollis) and the gray-breasted Martin (Progne chalybea domestica) began to form and consisted of around 100,000 individuals to sleep in trees of a quadrant located between various buildings on the grounds of Caraíba Metais. The smelting operations of the plant, where ovens are operating at searing temperatures and create a micro-climate where the temperatures are 4 to 12° C above the average regional temperatures. The buildings that surround the trees act and a barrier against the wind which would normally dissipation of the place’s heat. The concrete buildings ensure that the temperature rises. The conjunction of these elements produce comfortable thermal conditions where the swallows can roost. In August 1999, the area stopped being used as a roosting site for the species, but between May and August of 1999, 2,954 individuals were banded: 1,555 were P. t. tapera and 974 P. t. fusca. In 2000 and 2001, the event was repeated in the same area, where the two species of the previous census were joined by barn swallows, Hirundo rustica. Between May and August, 8,474 birds were banded and included 6,220 from the P. t. tapera species and 2,220 of the P. t. fusca species. And in 2002, the banding was done between January and February but there were small numbers of birds. Between Amy and August 2001, 57 individuals that had been banded in 1999 were caught again in the same area. Based on the banding work performed by Cetrel’s team over four years in Camaçari, it is known that the P. tapera starts to arrive in the area in May and leave in August. The recapture of 57 individuals banded in 1999 during the 2001 campaign, shows the same birds return annually. In the Caatinga, this bird is very common.

Progne chalybea domesticus (Vieillot, 1817)Gray-breasted Martin

It occurs in diverse areas of the Caatinga including in cities. It is a migratory bird which can roost with mem-bers of the two subspecies described above. It reproduces in the roofs of old, big houses and the city’s street lights. It flies short distances to get water. Measurements: weight 50g.

Notiochelidon cyanoleuca cyanoleuca (Vieillot, 1817)Blue-and-white Swallow

This is a small species that can be found in densely populated towns where it reproduces in roofs. It can be found in the same areas as the three previously described species, and can also be fond looking for insects in


flooded areas. As is the case with the white-rumped swallow, this is a migratory bird.

Stelgidopteryx ruficollis ruficollis (Vieillot, 1817)Southern Rough-winged Swallow

This is small swallow whose chin is cinnamon colored and their under-tail coverts are yellow. It occurs on the Caatinga edge and can be found near or far away from water. It flies very near to the ground hunting for insects and perches on dead branches or even on the ground. Total length 120mm, wing 100mm, tail 50mm, tarsus 15mm, beak 7mm, weight 16g.

Corvidae Family

Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821)White-naped Jay

This is a typical bird from the Caatinga and savanna habitats. They roost in small groups in the interior of the Caatinga and are extremely skittish. When they sense the intrusion of another bird, they start emitting warning signals and quickly the whole group flies off. Measurements: Total length 333mm, wing 130mm, tail 140mm, tarsus 43mm, beak 27mm, weight 120g.

Troglodytidae Family

Troglodytes musculus musculus (Nuamann, 1823)House Wren

It’s one of the commonest and well-known birds because of visits to houses and gardens. We have found nests in a wide variety of places such as: shoe boxers, shoes, boots, under roof tops, circuit breakers, street lamps, in pipe works, etc… In the majority of nests, we found snake skins which were probably put there to startle possible predators. It lays up to five white eggs, tinged with chestnut colored strips. The eggs weigh, on aver-age, 1.6 g and measure 18 mm X 14 mm; The chicks are born with reddish skin and tufts of black plumage on their head and back. The most enterprising nest we encountered was one built within the support of ceiling fan. The pair had to take utmost care when feeding the chick not to be beheaded by the fan. Its menu of food includes beetle larva, small moths, lizards, and wasps. When they are close to fledging, the chicks receive their parent’s help. The parent bird enters the nest several times without food, and then the chicks abandon the nest. Presumably these visits were to teach flying skills since we noticed that recently fledged chicks have exceptional flying ability and can get from branch to branch very quickly. At various different occasions, we observed chicks being fed at night in places where the light is still intense all through the night. Measurements: Total length 125mm, wing 50mm, tail 40mm, tarsus 18mm, beak 12mm, weight 12g.

Thryotorus longirostris bahiae (Hellmayr, 1903)


Long-billed Wren

This is a very common species in the Caatinga and normally roosts in pairs and is always calling to defend its territory against members of the same species entering. The couple will expel any intruders. Measurements: Total length 170mm, wing 65mm, tail. 56mm, tarsus 24mm, beak 24mm, weight 20g.

Muscicapidae FamilySylviinae Sub-family

Polioptila plumbea atricapilla (Swainson, 1823)Tropical Gnatcatcher

This species occurs both within and on the edge of the Caatinga. The male has a black “cap”. It’s a common species that is found on the middle and lower stratums of the forest. The nest is very similar in appearance to that of the swallow-tailed hummingbird, (E. macroura), with an opening that measures 40mm X 36mm, exter-nal height of 42mm and depth of 37mm. The nest weighs an average of 3.4 g. We found a nest that was lined with steel wool that was taken out of an old refrigerator.

Turdinae Sub-family

Turdus rufiventris juensis (Cory,1916)Rufus-bellied Thrush

This occurs in almost all the Caatinga, including in the towns. It’s an abundant species, only slightly less nu-merous than the species that follows. It constructs its nest in trees at a certain distance from the ground. It lays three eggs and its reproductive period can begin in October and extend until April. It looks for food in trees (fruits) or on the ground in the form of insects and worms. Measurements: Total length 260mm, wing 107mm, tail 98mm, tarsus 34mm, beak 20mm, weight 67g.

Turdus leucomelas albiventer (Spix, 1824)Pale-breasted Thrush

This is the most common and abundant thrush in the Caatinga and can occur in towns as well. This species adapted itself well to urban environments and constructs its nest in roofs, street lights, etc.. as long as it is not disturbed. The nest is bowl-shaped and made of roots mixed with mud, which gives it sound resistance. It lays three greenish eggs with chestnut colored spots. It weighs 6.8 grams and measures 28 mm X 22 mm. Its incubation period is 15 days. And the chicks abandon the nest after 14 days. It feeds on a wide array of fruits, insects and small lizards. Measurements: Total length 250mm, wing 120mm, tail 100mm, tarsus 32mm, beak 20mm, weight 65g.

Turdus amaurochalinus (Cabanis, 1851)


Creamy-billed Thrush

Together with the species whose description follows, it is the least common thrush in the Caatinga. It con-structs its nest in trees and lays three eggs. In its reproductive period, the male’s beak is tinged with pure yel-low. It looks for food both in trees and on the ground. Measurements: Total length 240mm, wing 115mm, tail 90mm, tarsus 31mm, beak 20mm, weight 60g.

Mimidae Family

Mimus saturninus arenaceus (Chapman, 1890)Chalk-browed Mockingbird

It occurs on the edge of the Caatinga and feeds on insects and small fruits. It regurgitates seeds and in this way fills a role as a seed disperser of certain plants. The nest and eggs are very similar to those of the tropical mockingbird (Mimus gilvus). It lays three eggs which weigh an average 6.8 g and measure 30 mm X 21 mm. It lives in family groups that can number up to eight individuals. Measurements: weight 70g.

Vireonidae Family

Cyclarhis gujanensis cearensis (Baird, 1866)Rufous-browed Peppershrike

It has a very distinct song and sings in a duet. These are very aggressive birds that do not permit the entrance of other birds into their territory. Near to the time they fledge, the chicks are rusty-brown colored except on the eyebrows. However, the color near their eyes is a dark color and not orange. The nest is shaped like a small bowl and built on a pitch fork. We have observed a pair collecting toilet paper from the ground to line their nest. Measurements: Total length 160mm, wing 72mm, tail 65mm, tarsus 23mm, beak 16mm, weight 26g.

Vireo chivi agillisRed-eyed Vireo

Different from the V. olivaceus, this species has dark rather than red eyes and occurs inside as well as at the edge of the Caatinga. Measurements: Total length 135mm, wing 65mm, tail 48mm, tarsus17mm, beak 12mm, weight 15g.

Hylophilus amaurocephalus (Nordmann, 1835)Gray-eyed Greenlet

This occurs both inside and at the edge of the Caatinga and is very common in the sand forest restinga eco-system. During its reproductive period, it calls intensely to mark its territory. These are aggressive birds that don’t permit individuals of the same species invade their territory. Measurements: Total length 125mm, wing 50mm, tail 53mm, tarsus 17mm, beak 9mm, weight 9g.Emberizidae Family


Parulinae Sub-family

Parula pitiayumi pitiayumi (Vieillot, 1817)Tropical Parula

It occurs in the top canopy of the forests on the north coast and also in the wooded savanna cerrado. There is an intense contrast between the blue of its upper part and yellow of its lower part. It has two white stripes on its wings. Measurements: Total length 115mm, wing 50mm, tail 42mm, tarsus 16mm, beak 10mm, weight 8g.

Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789)Masked Yellowthroat

This is a species that lives in inundated areas distributed throughout the Caatinga and hides within the rush plants, in the same way as the black-capped donacobius (D. atricapilla). The female has no black mark around its eyes. Measurements: weight 14g.

Basileuterus flaveolus (Baird, 1865)Flavescent Warbler

It occurs in the high Caatinga and lives in the lower stratum of the forest and looks for food on the ground. Its call is very distinct and signals the presence of the species. It has a long, yellow tarsus. These are very territo-rial birds, and don’t permit the entrance of other members of the same species into its territory. Measurements: Total length 164mm, wing 70mm, tail 65mm, tarsus 22mm, beak 11mm, weight 16g.

Coerebinae Sub-family

Coereba flaveola chloropyga (Cabanis, 1851)Bananaquit

It occurs in the Caatinga and towns such as Jeremoabo. Around 70% of its diet consists of nectar and the rest of insects. It is known to drink at hummingbird feeders. The nests are ball-shaped with a side entrance. It builds its nests in various locales including streetlights. We know of a pair that every year makes its nest in the Christmas tree in Cetrel’s laboratory. Measurements: Total length 110mm, wing 53mm, tail 30mm, tarsus 16mm, beak 12mm, weight 10g.

Thraupinae Sub-family

Schistochlamys ruficapillus capistratus (Wied, 1821)Cinnamon Tanager

It occurs in the Caatinga and has a black mask around its eyes that contrasts with its plumage. In juveniles, the mask is less pronounced. Measurements: Total length 175mm, wing 80mm, tail 78mm, tarsus 20mm, beak 15mm, weight 36g.


Sericossypha loricata (Lichtenstein, 1819)Scarlet-Throated Tanager

Its a common bird in the Caatinga. It sings at dusk and for this characteristic in some regions is called “wake-up cowboy.” The male has a red plate in the middle of its throat and when young we can sometimes observe some red spots on its neck. The female is entirely black.

Thlypopsis sordida sordida (Lafresnaye & d’Orbigny, 1825)Orange-headed Tanager

Occurs in the Caatinga and abandoned fields and in the larger cities such as Jeremoabo. Its very similar in appearance to the saffron finch. It looks for food both in the canopy and on the ground. Measurements: Total length 145mm, wing 63mm, tail 53mm, tarsus 18mm, beak 11mm, weight 14g.

Nemosia pileata pileata (Boddaert, 1783)Hooded Tanager

It occurs in the Caatinga and spends most of its time in the canopy of forest trees although it will come to the ground to look for food or bathe in small puddles of water. The male has a black pileum and both the sexes have a yellow eye that contrasts with the black iris. Measurements: Total length 135mm, wing 68mm, tail 45mm, tarsus 18mm, beak 12mm, weight 15g.

Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783)White-lined Tanager

This species occurs in the Caatinga. The male is shiny black which contrasts with the white epaulet and white axillaries and under-tail coverts which are clearly visible when the bird flies. The female and juvenile are brown. In the sandy forest of the restinga, the species builds its nest almost at ground level. The nest is bowl-shaped and can be constructed within bromeliads, in the fronds of small palm trees or in bushes. These birds will come to feeders. Measurements: Total length 195mm, wing 80mm, tail 75mm, tarsus 22mm, beak 20mm, weight 30g.

Piranga flava saira (Spix, 1825)Hepatic Tanager

It occurs in the Caatinga and open fields and is neither common or abundant. It has accentuated sexual dimor-phism. The male is uniformly red whereas the female has a bright yellow underbelly. It spends its time in the forest canopy but can also be seen in lower parts of the forest. It will visit feeders as long as the feeders contain egg shells. Measurements: Total length 195mm, wing 95mm, weight 36g.

Thraupis sayaca sayaca (Linnaeus, 1766)


Sayaca Tanager

It is one of the most common and abundant birds in the Caatinga and can also appear in big towns such as Jeremoabo. The nest is shaped like a basket and can be built at various heights, including very close to the ground. The nest can also be built in street lamps or in the roofs of houses. It lays two greenish eggs speckled with brown spots. Total length 185mm, wing 90mm, tail 65mm, tarsus 20mm, beak 15mm, weight 38g.

Euphonia chlorotica chlorotica (Linnaeus, 1776)Purple-Throated Euphonia

It occurs in the Caatinga and at forest edges. The male has a yellow forehead and bluish-black throat and white flecks on the external retrices. The female is greenish with a yellow stripe above its beak. Its nest is ball-shaped with a lateral entrance. Measurements: Total length110mm, wing 55mm, tail 33mm, tarsus 15mm, beak 7mm, weight 12g.

Tangara cayana flava (Linnaeus, 1766)Burnished-buff Tanager

It occurs in the Caatinga and forest edges. The male has a black mask that extends from its throat and all across its abdomen. The female’s mask is paler . It comes to feeders. Measurements: Total length 145mm, wing 70mm, tail 53mm, tarsus 18mm, beak 11mm, weight 20g.

Dacnis cayana paraguaiensis (Chubb, 1910)Blue Dacnis

It occurs in the Caatinga and forest edges, but can also occur in large cities. The male is blue-colored with a black chin and back and feathers that are clear red. The female is greenish with a blue head and blue greater wing coverts. Measurements: Total length 135mm, wing 64mm, tail 42mm, tarsus 16mm, beak 12mm, weight 12g.

Conirostrum speciosum speciosum (Temminck, 1824)Chestnut-vented Conebill

This is a small species and the male has a bluish back and clear gray abdomen and chestnut-colored crissum. The female and juveniles have clearer coloring. They are always moving about in the tree canopy. Measure-ments: Total length 105mm, wing 55mm, tail 37mm, tarsus 15mm, beak 9mm, weight 8g.

Emberizinae Sub-family


Zonotrichia capensis matutina (Lichtenstein, 1823)Rufous-collared sparrow

It occurs in some regions of the restinga and savanna of the northern coast and usually forages for food on the ground where it moves about in little jumps. Its nest is a little basket which is built in bushes close to the ground. Its coloring makes for perfect camouflage when it is sitting on the nest. Measurements: Total length140mm, wing 60mm, tai 50mm, tarsus 20mm, beak 10mm, weight 18g.

Myospiza humeralis humeralis (Bosc, 1792)Grassland Sparrow

It occurs in open regions where there are extensive grasslands. It lives on the soil but hidden in the middle of the vegetation. It perches on small bushes in the middle of the grasslands to sing. It has a small yellow stripe above the eye and another similar marking at the bend of the wing. It looks very much like a young saffron finch.

Sicalis flaveola brasiliensis (Gmelin, 1789)Saffron Finch

It is one of the most known birds and for that reason is sought after by people to put in cages. It can roost in large flocks or in isolated pairs in certain regions. It reproduces in hollow tree cavities, in the roofs of houses and also uses artificial nests such as wooden boxes and PVC pipes. It very common for local farmers to put a cattle skull on a fence post so that the birds will reproduce in them. The nest is a small basket put inside a cavity and it can lay up to five greenish eggs speckled with brown dots.

Sicalis luteola luteola (Sparrman, 1789)Grassland Yellow-Finch

This is very similar to the saffron finch although it doesn’t have a yellow pileum and the mantle is streaked with black. It roosts in flocks and looks for its food on the ground. It usually sings when in flight and is a mi-gratory species. Measurements: weight 12g.

Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766)Blue-Black Grassquit

It occurs in open areas where the grass is high. During the reproductive period, the male has a brilliantly black plumage and the female and juveniles are brown with streaks on their breasts. It is a very distinct bird and calls from fence posts and jumps vertically up to land at the same place. The nest is built close to the ground in the middle of the vegetation. Measurements: Total length 116mm, wing 47mm, tail 43mm, tarsus 16mm, beak 9mm, weight 10g.

Sporophila lineola (Linnaeus, 1758)


Lined Seedeater

This species was included based on reports from locals in the Jeremoabo community who affirmed that this bird occurs in the winter months of May and June. Some people have these birds they caught in the region in cages.

Sporophila bouvreuil bouvreuil (P.L.S. Müller, 1776)Capped Seedeater

The presence of this bird in the region is similar to the previous species. It’s a migratory species that’s present in the region in the winter months of May and June.

Sporophila nigricollis nigricollis (Vieillot, 1823)Yellow-Bellied Seedeater

It occurs in open areas in the Caatinga where there are concentrations of grasslands. The female is brown and its nest is a little basket where two greenish eggs streaked with dots are laid. The male helps to feed the chicks. We observed the same banded pair construct its nest in the same bush for three consecutive years. Even though the species is not endangered, the animal trafficking has caused it real damage as it is one of the birds most encountered in the traffic and it is currently the fashion to have a caged one. Measurements: Total length 120mm, wing 53mm, tail 42mm, tarsus 14mm, beak 8mm, weight 12g.

Sporophila albogularis (Spix, 1825)White-Throated Seedeater

It’s a species endemic to the northeast and occurs in grasslands and forest edges. The nest is a small basket built in bushes. It lays three greenish eggs speckled with chocolate colored spots. The male has a black collar on its neck, a white throat and yellow beak. The female is brown and has a dark beak. Measurements: Weight 12g.

Arremon taciturnus taciturnus (Hermann, 1783)Pectoral sparrow

This species occurs in the Caatinga and is reminiscent of a grassland sparrow. The male has a black collar which in the female is interrupted. It occurs in the lower stratum of the forest and forages for food on the ground where it can be observed skipping around. Measurements: Total length 165mm, wing 71mm, tail 60mm, tarsus 25mm, beak 14mm, weight 26g.

Coryphospingus pileatus pileatus (Wied, 1821)


Gray Pileated-finch

This is a typical species of the Caatinga biome in Bahia and is considered one of the most abundant species there. It’s also a victim of the illicit bird traffic and is also wrongly released in other biomes where it can cause large amounts of damage if it is introduced. Measurements: Total length 140mm, wing 60mm, tail 57mm, tarsus 17mm, beak 12mm, weight 15g.

Paroaria dominicana (Linnaeus, 1758)Red-cowled Cardinal

This is also a typical species of the Caatinga biome in Bahia although it can be found in diverse regions of the state. On the northern coast, its distribution goes from Salvador to Mangue Seco and can be observed in restingas, savannas, open fields and the mangroves. It’s one of the most commercialized species in the animal traffic and the greed of breeders has had a damaging impact on this species’ population. The nest is a small basket and it lays two greenish eggs, streaked with brown spots. Total length 185mm, wing 85mm, tail 70mm, tarsus 23mm, beak 15mm, weight 42g.

Cardinalinae Sub-family

Saltator similis similis (Lafresnaye & d’Orbigny, 1837)Green-winged Saltator

This species occurs in the interior of the Caatinga and is also much coveted by breeders because of its song. Bird traffickers capture hundreds of this species to sell in the illicit trade. It is due to this that the bird is start-ing to disappear in many regions. Measurements: Total length 220mm, wing 95mm, tail 90mm, tarsus 24mm, beak 18mm, weight 40g.

Saltator atricollis (Vieillot, 1817)Black-bellied Saltator

This bird has a black mask around its eyes that extends down to its neck. The beak is orange-yellow. It occurs in the Caatinga and can often be seen at the side of roads. Measurements: Total length 220mm, wing 94mm, tail 80mm, tarsus 25mm, beak 19mm, weight 45g.

Passerina brissonii brissonii (Linnaeus, 1758)Ultramarine Grosbeak

It occurs in the interior of the Caatinga. The male is an intense blue color and the females and juveniles are brown. These are also much coveted by traffickers which often capture the last individual in a given region. Measurements: Total length 175mm, wing 70mm, tail 65mm, tarsus 20mm, beak 16mm, weight 24g.

Icterinae Family


Gnorimopsar chopi (Spix, 1824) Chopi Blackbird

This species occurs in cut areas with a sparse number of trees in the Caatinga and the bird either builds its nest in hollow tree cavities or takes over the nests of other species. It also uses artificial nests of PVC. It is a favorite of breeders and is sold in open markets in Bahia, where the trafficking of the bird is causing a heavy impact on the species. They are sensitive birds and many die due to inappropriate treatment. We have seen two cases of albinism in the species.

Icterus cayanensis tibialis (Swainson, 1837)Epaulet Oriole

This species occurs in open areas of the Caatinga. It has the ability to imitate certain species of birds, including a hawk. The nest is a small basket affixed to the bottom of palm fronds and other plant species. The chicks are fed insects which often are difficult to swallow. Weight 33g.

Icterus jamacaii (Gmelin, 1788)Troupial

This species occurs in open areas of the Caatinga and its coloring, yellow, black and yellow or orange makes it an especially pretty bird among those in Brazil. Individuals from this species are known to imitate other bird species and when they are raised in captivity, they can even learn to sing the national anthem. It doesn’t construct its own nest but rather occupies the abandoned nests of rufous cacholote (Pseudoseisura cristata), the great kiskadee (Pitangus sulphuratus) and even the house sparrow (Passer dometicus) in street lamp-posts. The animal traffic is causing a significant impact on the species since it is one of the most frequent bird species targeted and its mortality rate among commercialized birds is considered the highest. Few caught birds survive and those that do become sick and quickly die.

Leistes superciliaris (Bonaparte, 1850)White-browed Blackbird

This occurs in flooded areas of the Caatinga and can also be found in lawns and pastures. When it flies, its tail is open and it emits a buzz and then lands either on the ground or some other vegetation. The female is brown and the breast is tinged with red.

Molothrus badius fringillarius (Spix, 1824)Bay-Winged Cowbird

This occurs in open areas scattered with trees and travels in small flocks. The sexes are very similar in appear-ance. They are brown and have a dark streak that goes from its beak to its eyes. The wing tips are chestnut colored. Molothrus bonariensis bonariensis (Gmelin, 1789)


Shiny Cowbird

It occurs in the Caatinga and often in large flocks. The male plumage is violet-blue, and depending on the lighting can be very shiny. The female is smaller and a sooty brown color. It is often seen in craals where it feeds on the food given to cattle. It neither builds nor incubates its nests but rather sponges off other bird’s nests. We have seen shiny cowbird eggs in the nests of: masked water tyrant (Fluvilcola nengeta); sayaca tanager (Thraupis sayaca) and the Brazilian tanager (Ramphocelus bresilius). The eggs of this species and whitish colored streaked with various brown spots which are very different from those of the Brazilian tanager, whose eggs are greenish with black dots.

Agelaius ruficapillus frontalis (Vieillot, 1819)Chestnut-capped Blackbird

This usually occurs in marshy areas but can also be found in dry regions. It often feeds on food put out for cattle together with the shiny cowbird (Molothrus bonariensis). It also comes to bird feeders and lives in large flocks that can number more than one hundred. It has marked sexual dimorphism and the male is black with a rusty-colored throat, breast and “cap”. The female, on the other hand, is an olivaceous brown color with its abdomen and upper parts striped with black.

Fringillidae Family

Carduelis magellanicus ictericus (Lichtenstein, 1823)Hooded Siskin

It differs from the yellow-faced siskin (C. yarrellii) by its black head. It’s a migratory species that appears in small groups at certain times of the year and then disappears again. This is much targeted by breeders that cross it with the Belgium canary to produce the Pintagol. Measurements: Weight 12g.

Passeridae Family

Passer domesticus domesticus (Linnaeus, 1758)House Sparrow

It is a species that was introduced into Brazil. This species could first be observed in Bahia in the beginning of the 1970s in Salvador. Today it is spread throughout the entire state, always close to houses. In certain places it causes havoc because it steels food from people’s plates in restaurants and can transmit different diseases. The house sparrow is a classic example of why it’s wrong to introduce some species in certain places. Meas-urements: Weight 27g.


Tinamidae

Crypturellus noctivagus noctivagus(Zabelê / Yellow-legged Tinamou)

Crypturellus parvirostris(Inhambu-xororó / Smal-billed Tinamou)

Nothura boraquira(Codorna / White-bellied Nothura)

Crypturellus tatuapa lepidotus(Inhambu-chintã / Tataupa Tinamou)

Nothura maculosa major(Codorna / Spotted Nothura)

Nothura maculosa major(Codorna / Spotted Nothura)


Tinamidae Rheidae

Rhynchotus rufescens catingae(Perdigão / Red-winged Tinamou)



Rhea americana americana(Ema / Greater Rhea)

Rhea americana americana(Ema / Greater Rhea)


Ardeidae Podicipedidae Phalacrocoracidae

Tachybaptus dominicus speciosus(Mergulhão-pequeno / Least Grebe)

Tachybaptus dominicus speciosus(Mergulhão-pequeno / Least Grebe)

Podilymbus podiceps antarticus(Mergulhão / Pied-billed Grebe)

Phalacrocorax brasilianus brasilianus(Biguá / Neotropic Cormorant)

Egretta albus egretta(Garça-branca-grande / Great Egret)


Ardeidae

Egretta albus egretta(Garça-branca-grande / Great Egret)

Egretta thula thula(Garça-branca-pequena / Snowy Egret)

Egretta thula thula(Garça-branca-pequena / Snowy Egret)

Bubulcus ibis ibis(Garça-vaqueira / Cattle Egret)




Ardeidae

Butorides striatus striatus(Socozinho / Green Striated Heron)

Butorides striatus striatus(Socozinho / Green Striated Heron)

Nycticorax nycticorax hoactli(Savacu / Black-crowned Night-Heron)

Nycticorax nycticorax hoactli(Savacu / Black-crowned Night-Heron)

Tigrisoma lineatum marmoratum(Socó-boi-verdadeiro / Rufescent Tiger-Heron)


Ardeidae

Tigrisoma lineatum marmoratum(Socó-boi-verdadeiro / Rufescent Tiger-Heron)

Jabiru mycteria(Tuiuiú / Jabiru)

Mycteria americana (Cabeça-seca / Wood Stork)

Sarcoramphus papa(Urubu-rei / King Vulture)

Ciconidae Cathartidae


Sarcoramphus papa(Urubu-rei / King Vulture)

Coragyps atratus brasiliensis (Urubu-de-cabeça-preta / Black Vulture)

Coragyps atratus brasiliensis (Urubu-de-cabeça-preta / Black Vulture)

Cathartes aura ruficollis(Urubu-de-cabeça-vermelha / Turkey Vulture)

Cathartes burrovianus urubitinga (Urubu-de-cabeça-amarela / Yellow-headed Vulture)

Cathartidae


Anatidae

Dendrocygna viduata(Irerê / White-faced Whistling-Duck)

Dendrocygna viduata(Irerê / White-faced Whistling-Duck)

Anas bahamensis bahamensis(Marreca-toicinho / White-cheeked Pintail)

Anas bahamensis bahamensis(Marreca-toicinho / White-cheeked Pintail)

Amazonetta brasiliensis ♂ (Marreca-pé-vermelho / Brazilian Duck)


Accipitridae Anatidae

Amazonetta brasiliensis ♀ (Marreca-pé-vermelho / Brazilian Duck)

Sarkdionis melanotos sylvicola ♂(Pato-de-crista / Comb Duck)

Cairina moschata ♂(Pato-do-mato / Muscovy Duck)

Cairina moschata ♀(Pato-do-mato / Muscovy Duck)

Elanus leucurus (Gavião-peneira / White-tailed Kite)


Accipitridae

Geranoaetus melanoleucus melanoleucus (Águia-chilena / Black-chested Buzzard-Eagle)



Gampsonyx swainsonii swainsonii (Gaviãozinho / Pearl Kite)


Accipitridae

Gampsonyx swainsonii swainsonii (Gaviãozinho / Pearl Kite)

Buteo albicaudatus albicaudatus (Gavião-de-rabo-branco / White-tailed Hawk)





Accipitridae

Rupornis magnirostris nattareri(Gavião-carijó / Roadside Hawk)

Rupornis magnirostris nattareri(Gavião-carijó / Roadside Hawk)

Buteogallus meridionalis meridionalis (Gavião-caboclo / Savanna Hawk)

Geranospiza caerulescens gracilis (Gavião-pernilongo / Crane Hawk)


Accipitridae

Buteo brachyurus brachyurus(Gavião-de-rabo-curto / Short-tailed Hawk)

Herpetotheres cachinnans (Acauã / Laughing Falcon)

Micrastur semitorquatus semitorquatus (Gavião-relógio / Collared Florest-Falcon)

Micrastur semitorquatus semitorquatus (Gavião-relógio / Collared Florest-Falcon)

Falconidae

Foto: Rolf Grantsau


Micrastur ruficollis ruficollis(Gavião-caburé / Barred Forest-Falcon)

Milvago chimachima chimachima (Carrapateiro / Yellow-headed Caracara)

Caracara plancus(Caracará / Crested Caracara)


Falconidae



Falco femoralis femoralis (Falcão-de-coleira / Aplomado Falcon)


Falconidae


Falco sparverius cearae(Quiriquiri / American kestrel)


Falco sparverius cearae(Quiriquiri / American Kestrel)

Falco sparverius cearae(Quiriquiri / American Kestrel)

Falco rufigularis ophryophanes ♂ (Cauré / Bat Falcon)

Falconidae

Falco rufigularis ophryophanes(Cauré / Bat Falcon)


Cracidae

Ortalis guttata aracuan(Aracuã / Speckled Chachalaca)


Penelope jacucaca (Jacucaca / White-Browed Guan)

Penelope jacucaca (Jacucaca / White-Browed Guan)



Aramidae

Aramus guarauna guarauna(Carão / Limpkin)


Rallidae

Aramides mangle(Saracura-da-praia / Little Wood-Rail)


Aramides cajanea cajanea(Três-potes / Gray-necked Wood-Rail)



Aramides mangle(Saracura-da-praia / Little Wood-Rail)

Porzana albicollis albicollis(Sanã-carijó / Ash-throated Crake)


Rallidae

Porzana albicollis albicollis(Sanã-carijó / Ash-throated Crake)

Laterallus melanophaius melanophaius (Pinto-d’ água-comum / Rufous-side Crake)

Gallinula chloropus galeata(Frango-d’ água / Common Gallinule)

Laterallus melanophaius melanophaius (Pinto-d’ água-comum / Rufous-side Crake)

Pardirallus nigricans(Saracura-sanã / Blackish Rail)


Foto: Haroldo


Rallidae


Cariama cristata(Seriema / Red-legged Seriema)

Porphyrula martinica(Frango-d’ água-azul / Purple Gallinule)

Cariama cristata(Seriema / Red-legged Seriema)

Cariamidae


CharadriidaeJacanidae

Jacana jacana jacana(Jaçanã / Wattled Jacana)


Vanellus chilensis lampronotus(Quero-quero / Southern Lapwing)





RecurvirostridaeCharadriidae


Himantopus himantopus mexicanus(Pernilongo / Black-necked Stilt)




Tringa solitaria solitaria(Maçarico-solitário / Solitary Sandpiper)

Scolopacidae


Columbidae

Columba livia domestica(Pombo-doméstico / Rock Dove)


Columbina minuta ♂(Rolinha-de-asa-canela / Plain-breasted Ground-Dove)

Zenaida auriculata virgata(Avoante / Eared Dove)

Columba picazuro marginalis(Asa-branca / Picazuro Pigeon)

Columbina minuta ♀(Rolinha-de-asa-canela / Plain-breasted Ground-Dove)

Columbina picui strepitans(Rolinha-branca / Picui Ground-Dove)


Columbidae

Columbina picui strepitans(Rolinha-branca / Picui Ground-Dove)


Columbina talpacoti talpacoti (Rolinha-roxa / Ruddy Ground-Dove)

Columbina talpacoti talpacoti ♀(Rolinha-roxa / Ruddy Ground-Dove)

Columbina talpacoti talpacoti ♂ (Rolinha-roxa / Ruddy Ground-Dove)

Scardafella squammata squammata(Fogo-apagou / Scaled Dove)

Scardafella squammata squammata(Fogo-apagou / Scaled Dove)


PsittacidaeColumbidae

Leptotila verreauxi approximans(Juriti-pupu / White-tipped Dove)

Anodorhynchus leari (Arara-azul-de-lear / Lear’s Macaw)

Claravis pretiosa ♂(Pomba-de-espelho / Blue Ground-Dove)

Claravis pretiosa ♀(Pomba-de-espelho / Blue Ground-Dove)



Psittacidae








Psittacidae

Forpus crassirotris flavissemos ♂ (Tuim / Blue-winged Parrotlet)

Aratinga acuticaudata haemorrhous (Periquitão / Blue-Crowned Parakeet)

Forpus crassirotris flavissemos (Tuim / Blue-winged Parrotlet)

Forpus crassirotris flavissemos ♀ (Tuim / Blue-winged Parrotlet)

Porhyrrhura maracanã (Maracanã-do-buriti / Blue-winged Macaw)


Psittacidae

Coccyzus americanus americanus (Papa-lagarta-norte-americano / Yellow-billed Cuckoo)

Amazona aestiva aestiva (Papagaio-verdadeiro / Blue-fronted Parrot)

Aratinga cactorum cactorum (Periquito-da-Caatinga / Caatinga-Parakeet)

Coccyzus melacoryphus (Papa-lagarta / Dark-billed Cuckoo)

Cuculidae


Guira guira (Anu-branco / Guira Cuckoo)

Piaya cayana pallescens (Alma-de-gato / Squirrel Cuckoo)

Piaya cayana pallescens (Alma-de-gato / Squirrel Cuckoo)

Cuculidae

Crotophaga ani (Anu-preto / Smooth-billed Ani)




Tytonidae

Tyto alba tuidara (Coruja-da-igreja / Barn Owl)Tapera naevia chochi

(Saci / Striped Cukoo)

Cuculidae

Dromococcyx pavoninus(Peixe-frito / Pavonine Cuckoo)

Tyto alba tuidara (Coruja-da-igreja / Barn Owl)

Tyto alba tuidara (Coruja-da-igreja / Barn Owl)

Ilustração: Rolf Grantsau


Strigidae

Otus choliba decussata (Corujinha-do-mato / Tropical Screech-Owl)






Strigidae

Glaucidium brasilianum brasilianum (Caburé / Ferruginous Pygmy-Owl)



Speotyto cunicularia grallaria (Coruja-do-campo / Burrowing Owl)



Nyctibiidae

Nyctibius griseus griseus (Urutau / Common Potoo)





Caprimulgidae

Nyctidromus albicollis albicollis(Bacurau / Pauraque)

Chordeiles pusillus xerophilus (Bacurauzinho / Least Nighthawk)

Nyctidromus albicollis albicollis(Bacurau / Pauraque)

Caprimulgus rufus rufus (João-corta-pau / Rufous Nightjar)

Hydropsalis torquata torquata ♂ (Bacurau-tesoura / Scissor-tailed Nightjar)

Chordeiles acutipennis acutipennis(Bacurau-de-asa-fina / Lesser Nighthawk)

Foto Arte: Rolf Grantsau


Caprimulgidae

Eupetomena macroura simoni(Beija-flor-tesoura / Swallow-tailed Hummingbird)

Caprimulgus parvulus parvulus (Bacurau-pequeno / Little Nightjar)



Anthracothorax nigricollis nigricollis (Beija-flor-de-veste-preta / Black-throated Emerald)

Caprimulgus longirostris(Bacurau-da-telha /Band-winged nightjar)

Trochilidae


Trochilidae

Phaethornis pretrei pretrei (Rabo-branco-de-sobre-amarelo / Planalto Hermit)



Phaethornis pretrei minor (Rabo-branco-de-sobre-amarelo / Planalto Hermit)

Phaethornis gounellei (Besourinho-de-cauda-larga / Broad-tipped Hermit)


Chrysolampis mosquitus ♀(Beija-flor-vemelho / Ruby-topaz Hummingbird)

Chrysolampis mosquitus ♂(Beija-flor-vemelho / Ruby-topaz Hummingbird)

Chrysolampis mosquitus(Beija-flor-vemelho / Ruby-topaza Hummingbird)

Amazilia versicolor versicolor (Beija-flor-de-banda-branca / Versicolored Emerald)

Trochilidae

Chrysolampis mosquitus ♀(Beija-flor-vemelho / Ruby-topaz Hummingbird)



Trochilidae

Amazilia nigricauda (fimbriata) (Beija-flor-de-garganta-verde Glittering-throated Emerald)

Heliomaster squamosus (Estrela-verde-azulado / Stripe-breasted Starthroat)

Heliomaster squamosus ♂ (Estrela-verde-azulado / Stripe-breasted Starthroat)

Calliphlox amethystina ♂ (Besourinho-ametistina / Amethyst Woodstar)

Calliphlox amethystina ♀(Besourinho-ametistina / Amethyst Woodstar)




Trochilidae

Chlorostilbon aureoventris puucherani ♂ (Besourinho-de-bico-vermelho / Glittering-billied Emerald)

Chlorostilbon aureoventris puucherani (Besourinho-de-bico-vermelho / Glittering-billied Emerald)

Chlorostilbon aureoventris puucherani ♀ (Besourinho-de-bico-vermelho / Glittering-billied Emer-

Trogon curucui curucui ♂(Surucuá-de-barriga-vermelha / Blue-crowned Trogon)

Trogonidae

Chlorostilbon aureoventris puucherani (Besourinho-de-bico-vermelho / Glittering-billied Emerald)


GalbulidaeAlcedinidae

Trogon curucui curucui ♀(Surucuá-de-barriga-vermelha / Blue-crowned Trogon)

Ceryle torquata torquata (Martim-pescador-grande / Ringed Kingfisher)

Chloroceryle americana americana ♀(Martim-pescador-pequeno / Green Kingfisher)

Galbula ruficauda rufoviridis(Rapazinho-dos-velhos / Rufous-tailed Jacamar)

Trogonidae

Chloroceryle americana americana ♂(Martim-pescador-pequeno / Green Kingfisher)


Bucconidae

Bucco maculatus maculatus(Rapazinho-dos-velhos /Spot-backed Puffbird)

Bucco maculatus maculatus(Rapazinho-dos-velhos /Spot-backed Puffbird)

Colaptes melanochloros nattereri(Pica-pau-verde-barrado / Green-barred Woodpecker)

Picumnus pygmaeus distinctus ♂(Pica-pau-anão-pintalgado / Spotted Piculet)

Picidae

Colaptes melanochloros nattereri(Pica-pau-verde-barrado / Green-barred Woodpecker)


Picumnus pygmaeus distinctus ♀(Pica-pau-anão-pintalgado / Spotted Piculet)

Piculus chryrochloros chryrochloros ♀(Pica-pau-da-copa / Golden-green Woodpecker)

Piculus chryrochloros chryrochloros ♂(Pica-pau-da-copa / Golden-green Woodpecker)

Celeus flavescens intercedens ♂Pica-pau-de-cabeça-amarela Blond-crested Woodpecker

Picidae


Veniliornis passerinus taenionotus ♂(Pica-pauzinho-anão / Little Woodpecker)

Veniliornis passerinus taenionotus ♀(Pica-pauzinho-anão / Little Woodpecker)

Campephilus melanoleucos cearae ♂(Pica-pau-de-topete-vermelho / Crimson-crested Woodpecker)

Campephilus melanoleucos cearae(Pica-pau-de-topete-vermelho / Crimson-crested Woodpecker)

Picidae

Campephilus melanoleucos cearae ♀(Pica-pau-de-topete-vermelho / Crimson-crested Woodpecker)


Formicariidae

Taraba major stagura ♂(Choró-boi / Great Antshrike)

Sakesphorus cristatus ♀(Choca-do-nordeste / Silvery-cheeked Antshrike)

Taraba major stagura ♀(Choró-boi / Great Antshrike)

Sakesphorus cristatus ♂(Choca-do-nordeste / Silvery-cheeked Antshrike)

Thamnophilus pelzeni ♀(Choca-bate-cabo / Planalto Slaty-Antshrike)

Thamnophilus pelzeni ♂(Choca-bate-cabo / Planalto Slaty-Antshrike)


Formicariidae

Thamnophilus doliatus callistratus ♂(Choca-lisatrada / Barred Antshrike)

Myrmochilus strigilatus strigilatus(Piu-piu / Stripe-backed Antbird)

Thamnophilus doliatus callistratus ♀(Choca-lisatrada / Barred Antshrike)

Herpsilochmus pectoralis ♂(Chorozinho-de-papo-preto / Pectoral Antwren)

Herpsilochmus sellowi ♂(Chorozinho-da-caatinga / Caatinga Antwren)

Herpsilochmus pectoralis ♀(Chorozinho-de-papo-preto / Pectoral Antwren)


Formicariidae

Herpsilochmus sellowi ♀(Chorozinho-da-caatinga / Caatinga Antwren)

Formicivora melanogaster bahiae ♀(Formigueiro-de-barriga-preta / Black-bellied Antwren)

Formicivora melanogaster bahiae ♂(Formigueiro-de-barriga-preta / Black-bellied Antwren)

Furnarius leucopus assimilis(Casaca-de-couro-amarelo / Pale-legeed Hornero)

Synallaxis frontalis frontalis(Petrim / Sooty-fronted Spinatail)

Furnariidae

Synallaxis frontalis frontalis(Petrim / Sooty-fronted Spinatail)


Synallaxis scutatus scutatus(Estrelinha-preta / Ocher-cheeked Spinetail)

Certhiaxis cinnamomea cearensis(Curutié / Yellow-chnned Spinetail)

Gyalophylax hellmayri(João-chique-chique / Red-shouldered Spinetail)

Certhiaxis cinnamomea cearensis(Curutié / Yellow-chnned Spinetail)

Phacellodomus rufifrons rufifrons(João-de-pau / Common Thornbird)

Furnariidae

Synallaxis albescens(Uipí / Pale-breasted Spinetail)


Dendrocolaptidae

Pseudoseisura cristata(Casaca-de-couro / Caatinga Cacholote)

Megaxenops parnaguae(Bico-virado-da-caatinga / Great Xenops)

Pseudoseisura cristata(Casaca-de-couro / Caatinga Cacholote)

Xenops rutilans rutilans(Bico-virado-carijó / Streaked Xenops)

Furnariidae

Sittasomus griseicapillus reiseri(Arapaçu-verde / Olivaceous Woodcreeper)


Dendrocolaptidae

Xiphorhyncus picus bahiae(Arapaçu-de-bico-branco / Straight-billed Woodcreeper)




Lepidocolaptes angustirostris bahiae(Arapaçu-do-cerrado / Narrow-billed Woodcreeper)


Dendrocolaptidae

Lepidocolaptes fuscus brevirostris(Arapaçu-rajado / Lesser Woodcreeper)

Campylorhamphus trochilirostris omissus(Arapaçu-beija-flor / Red-billed Scythebill)

Camptostoma obsoletum cinerascens(Risadinha / Southern Beardless-Tyrannulet)

Phaeomyias murina murina(Bagageiro / Mouse-colored Tyrannulet)

Tyrannidae

Sublegatus modestus modestus(Sertanejo / Southern Scrub-Flycatcher)


Tyrannidae

Myiopagis viridicata viridicata(Guaracava-de-crista-alaranjada / Greenish Elaenia)

Elaenia flavogaster flavogaster(Guaracava-de-barriga-amarela Yellow-bellided Elaenia)


Elaenia cristata cristata(Guaracava-de-topete-uniforme / Plain-crested Elaenia)

Elaenia cristata cristata(Guaracava-de-topete-uniforme / Plain-crested Elaenia)



Tyrannidae

Elaenia albiceps chilensis(Guaracava-de-crista-branca / White-crested Elaenia)

Elaenia albiceps chilensis(Guaracava-de-crista-branca / White-crested Elaenia)

Elaenia spectabilis spectabilis(Guaracava-grande / Large Elaenia)

Hemitriccus margaritaceiventer(Sebinho-de-olho-de-ouro / Pearly-vented Tody-Tyrant)

Elaenia spectabilis spectabilis(Guaracava-grande / Large Elaenia)


Tyrannidae

Hemitriccus margaritaceiventer(Sebinho-de-olho-de-ouro / Pearly-vented Tody-Tyrant)

Todirostrum cinereum cearae(Relógio / Commom Tody-Flycatcher)

Euscarthmus meloryphus meloryphus (Barulhento / Tawny-crowned Pygmy-Tyrant)

Tolmomyias flaviventris flaviventris(Bico-chato-amarelo / Yellow-breasted Flycatcer)

Todirostrum cinereum cearae(Relógio / Commom Tody-Flycatcher)

Euscarthmus meloryphus meloryphus (Barulhento / Tawny-crowned Pygmy-Tyrant)


Tyrannidae

Tolmomyias flaviventris flaviventris(Bico-chato-amarelo / Yellow-breasted Flycatcer)

Myiobius barbatus mastacalis(Assanhadinho / Yellow-rumped Flycatcer)

Xolmis irupero nivea (Maria-branca / White Monjita)

Knipolegus nigerrimus ♂(Maria-preta-de-garganta-vermelha / Velvety Black-Tyrant

Pyrocephalus rubinus rubinus(Verão / Vermilion Flycatcher)

Xolmis irupero nivea (Maria-branca / White Monjita)


Tyrannidae

Knipolegus nigerrimus ♀(Maria-preta-de-garganta-vermelha / Velvety Black-Tyrant

Fluvicola albiventer(Lavadeira-de-cara-branca / Pied Water -Tyrant)

Fluvicola nengeta nengeta(Lavadeira-mascarada / Masked Water-Tyrant)

Fluvicola leucocephala ♂(Freirinha / White-headed Marsh-Tyrant)




Tyrannidae

Fluvicola leucocephala ♀(Freirinha / White-headed Marsh-Tyrant)

Fluvicola leucocephala(Freirinha / White-headed Marsh-Tyrant)


Satrapa icterophrys icterophrys(Suiriri-pequeno / Yellow-browed Tyrant)



Tyrannidae

Hirundinea belicosa(Gibão-de-couro / Cliff Flycather)

Casiornis fusca(Caneleiro / Ash-throated Casiornis)

Machetornis rixosus(Bentevi-do-gado / Cattle Tyrant)

Myiarchus tyrannulus bahiae(Maria-cavaleira-de-rabo enferrujado Brown-crested

Myiarchus swainsoni pelzeln(Maria-cavaleira / Pelzeln’s Flycatcher)


Tyrannidae

Pitangus sulphuratus maximillian(Bem-te-vi / Great Kiskadee)

Megarhynchus pitangua pitangua(Bem-te-vi-de-bico-chato / Boat-billed Flycatcher)

Myiozetetes similis similis(Bem-te-vizinho / Social Flycatcher)

Myiodynastes maculatus solitarius(Bem-te-vi-rajado / Streaked Flycatcher)

Pitangus sulphuratus maximillian(Bem-te-vi / Great Kiskadee)


Tyrannidae

Tyrannus savana savana(Tesoura / Fork-tailed Flycatcher)

Tyrannus savana savana(Tesoura / Fork-tailed Flycatcher)

Tyrannus melancholicus melancholicus(Suiriri / Tropical Kingbird)




Tyrannidae

Empidonomus varius rufinus(Peitica / Variegated Flycatcher)

Suiriri suiriri bahiae(Suiriri-cinzento / Chaco Suiriri)

Phyllomyias fasciatus fasciatus(Piolhinho / Planalto Tyrannulet)

Pachyramphus viridis viridis ♂(Caneleiro-verde / Green-backed Becard)

Phyllomyias fasciatus fasciatus(Piolhinho / Planalto Tyrannulet)



HirundinidaeTyrannidae

Pachyramphus polychopterus polychopterus ♀(Caneleiro-preto / White-winged Becard)

Pachyramphus polychopterus polychopterus ♂(Caneleiro-preto / White-winged Becard)

Neopelma pallescens(Fruxu-do-cerradão /Pale-bellied Tyrant-Manakin)

Tachycineta albiventer(Andorinha-do-rio / White-winged Swallow)

Tachycineta albiventer(Andorinha-do-rio / White-winged Swallow)

Pipridae


Hirundinidae

Tachycineta leucorrhoa(Andorinha-de-sobre-branco / White-rumped Swallow)

Phaeoprogne tapera fusca(Andorinha-do-campo / Brown-chested Martin)

Progne chalybea domesticus(Andorinha-doméstica-grande / Gray-breasted Martin)

Notiochelidon cyanoleuca cyanoleuca(Andorinha-pequena-de-casa / Blue-and-white Swallow)

Progne chalybea domesticus(Andorinha-doméstica-grande / Gray-breasted Martin)

Phaeoprogne tapera tapera(Andorinha-do-campo / Brown-chested Martin)


Hirundinidae

Stelgidopteryx ruficollis ruficollis(Andorinha-serrador / Southern Rough-winged Swallow)

Cyanocorax cyanopogon(Cancã / White-naped Jay)

Troglodytes musculus musculus(Curruíra / House Wren)



Cyanocorax cyanopogon(Cancã / White-naped Jay)

Corvidae Troglodytidae


TurdinaeTroglodytidae Sylviinae

Thryothorus longirostris bahiae(Garrinchão-de-bico-grande / Long-billed Wren)

Polioptila plumbea atricapilla ♀(Balança-rabo-de-chapeu-preto / Tropical Gnatcatcher)

Polioptila plumbea atricapilla(Balança-rabo-de-chapeu-preto / Tropical Gnatcatcher)

Turdus rufiventris juensis(Sabiá-laranjeira / Rufous-bellied Thrush)

Turdus rufiventris juensis(Sabiá-laranjeira / Rufous-bellied Thrush)

Polioptila plumbea atricapilla ♂(Balança-rabo-de-chapeu-preto / Tropical Gnatcatcher)


Turdinae

Turdus leucomelas albiventer(Sabiá-branco / Pale-breasted Thrush)


Turdus amaurochalinus(Sabiá-poca / Creamy-bellied Thrush)

Mimus saturninus arenaceus(Sabiá-da-praia / Tropical Mockingbird)

Mimus saturninus arenaceus(Sabiá-da-praia / Tropical Mockingbird)


Mimidae


ParulinaeVireonidae

Vireo chivi agillis(Juruviara / Red-eyed Vireo)

Cyclarhis gujanensis cearensis(Pitiguari / Rufous-browed Peppershrike)

Hylophilus amaurocephalus(Vite-vitae-de-olho-cinza / Grey-eyed Greenlet)

Geothlypis aequinoctialis ♂(Pia-cobra / Masked Yellowthroat)

Parula pitiayumi pitiayumi(Mariquita / Tropical Parula)

Cyclarhis gujanensis cearensis(Pitiguari / Rufous-browed Peppershrike)


CoerebinaeParulinae

Basileuterus flaveolus(Canário-do-mato / Flavescent Warbler)

Coereba flaveola chloropyga(Cambacica / Bananaquit)

Schistochlamys ruficapillus capistratus(Bico-de-veludo / Cinamon Tanager)

Sericossypha loricata ♂(Carretão / Scarlet-throated Tanager)

Coereba flaveola chloropyga(Cambacica / Bananaquit)

Thraupinae


Thlypopsis sordida sordida(Canário-sapé / Orange-headed Tanager)

Nemosia pileata pileata ♀(Saíra-de-chapeu-preto / Hooded Tanager)

Tachyphonus rufus ♂(Pipira-preta / White-lined Tanager)

Tachyphonus rufus(Pipira-preta / White-lined Tanager)

Nemosia pileata pileata ♂(Saíra-de-chapeu-preto / Hooded Tanager)

Thraupinae

Tachyphonus rufus ♀(Pipira-preta / White-lined Tanager)


Piranga flava saira ♀(Sanhaço-de-fogo / Hepatic Tanager)

Thraupis sayaca sayaca(Sanhaço-cinzento / Sayaca Tanager)


Euphonia chlorotica chlorotica ♂(Fi-fi-verdadeiro / Purple-throated Euphonia)

Piranga flava saira ♂(Sanhaço-de-fogo / Hepatic Tanager)

Thraupinae



Euphonia chlorotica chlorotica ♀(Fi-fi-verdadeiro / Purple-throated Euphonia)

Tangara cayana flava ♂(Saíra-amarelo / Burnished-buff Tanager)

Tangara cayana flava ♀(Saíra-amarelo / Burnished-buff Tanager)

Dacnis cayana paraguaiensis ♀(Saí-azul / Blue Dacnis)

Euphonia chlorotica chlorotica(Fi-fi-verdadeiro / Purple-throated Euphonia)

Thraupinae

Dacnis cayana paraguaiensis ♂(Saí-azul / Blue Dacnis)


Conirostrum speciosum speciosum ♂(Figuinha-de-rabo-castanho / Chestnut-vented Conebill)

Zonotrichia capensis matutina(Tico-tico / Rufous-collared)

Emberizinae

Myospiza humeralis humeralis(Tico-tico-do-campo-verdadeiro / Grassland Sparrow)

Sicalis flaveola brasiliensis(Canário-da-terra-verdadeiro / Saffron Finch)

Conirostrum speciosum speciosum ♀(Figuinha-de-rabo-castanho / Chestnut-vented Conebill)

Thraupinae

Sicalis flaveola brasiliensis ♂(Canário-da-terra-verdadeiro / Saffron Finch)


Emberizinae

Sicalis flaveola brasiliensis ♀(Canário-da-terra-verdadeiro / Saffron Finch)

Sicalis luteola luteola(Tipio / Grassland Yellow-Finch)

Volatinia jacarina ♂(Tiziu / Blue-black Grassquit)

Sporophila lineola(Bigodinho / Lined Seedeater)

Volatinia jacarina ♂(Tiziu / Blue-black Grassquit)


Emberizinae

Sporophila nigricollis nigricollis ♂(Papa-capim / Yellow-billied Seedeater)

Sporophila nigricollis nigricollis ♀(Papa-capim / Yellow-billied Seedeater)

Sporophila albogularis ♂ (Brejal / White-throated Seedeater)

Sporophila albogularis(Brejal / White-throated Seedeater)

Sporophila albogularis ♀(Brejal / White-throated Seedeater)

Sporophila bouvreuil bouvreuil(Caboclinho-frade / Capped Seedeater)


Emberizinae

Coryphospingus pileatus pileatus ♂(Galinho-da-serra / Gray Pileated-Finch)

Coryphospingus pileatus pileatus ♀(Galinho-da-serra / Gray Pileated-Finch)

Paroaria dominicana(Galo-de-campina / Red-cowled Cardinal)

Coryphospingus pileatus pileatus(Galinho-da-serra / Gray Pileated-Finch)

Arremon taciturnus taciturnus(Tico-atico-do-mato-de-bico-breto /Pectoral Sparrow)


Emberizinae


Saltator similis similis(Trinca-ferro-verdadeiro / Green-winged Saltator)

Passerina brissonii brissonii ♂(Azulão-verdadeiro / Ultramarine Grosbeak)

Saltator atricollis(Bico-de-pimenta / Black-throated Saltator)



Cardinalinae


IcterinaeCardinalinae

Gnorimopsar chopi sulcirostris(Pássaro-preto / Chopi Blackbird)

Icterus cayanensis tibialis(Encontro / Epaulet Oriole)

Icterus jamacaii(Sofrê / Troupial)

Icterus jamacaii(Sofrê / Troupial)

Passerina brissonii brissonii ♀(Azulão-verdadeiro / Ultramarine Grosbeak)

Icterus cayanensis tibialis(Encontro / Epaulet Oriole)


Icterinae

Leistes superciliaris(Polícia-inglesa / White-browed Blackbird)

Molothrus bonariensis bonariensis ♂(Chopim / Shiny Cowbird)

Molothrus bonariensis bonariensis(Ovos de cor verde são de Ramphocelus bresilius)

Molothrus bonariensis bonariensis ♀(Chopim / Shiny Cowbird)

Leistes superciliaris ♂(Polícia-inglesa / White-browed Blackbird)

Molothrus badius fringillarius(Asa-de-telha / Bay-winged Cowbird)


PasseridaeIcterinae

Carduelis magellanicus ictericus ♂(Pintassilgo / Hooded Siskin)

Passer domesticus domesticus ♀ ♂(Pardal / House Sparrow)

Carduelis magellanicus ictericus ♀(Pintassilgo / Hooded Siskin)

Agelaius ruficapillus frontalis ♂(Garibaldi / Chestnut-capped Blackbird)

Agelaius ruficapillus frontalis ♀(Garibaldi / Chestnut-capped Blackbird)

Fringillidae


Outros Animais

Iguana iguana(Iguana / Iguana)

Tupinambis teguxin(Teiú / Black & white tegu)

Iguana iguana(Iguana / Iguana)

Crotalus durissus(Cascavel / Rattlesnakes)

Geochelone carbonaria(Jabuti-piranga / Red-footed Tortoise)

Boa constrictor(Jibóia / Redtail boa)


Outros Animais

Tamandua tetradactyla(Tamanduá mirim / Southern tamandua)

Didelphis albiventriss(Gambá / White-eared opossum)

Silvilagus brasiliensis(Tapeti / Brazilian rabbit)

Silvilagus brasiliensis(Tapeti / Brazilian rabbit)


Outros Animais

Callithrix jacchus(Mico-estrela / Tufted-ear marmoset)

Tolypeutes tricinctus( Tatu-bola / Three-banded armadillo)

Cerdocyon thous(Raposa / Crab-eating Zorro)

Tayassu tajacu(Catitu / Collared peccary)

Hydrochaeris hydrochaeris(Capivara / Capybara)


Outros Animais

Lionycteris spurelli(Morcego / Long-tongued bat)

Wiedomys pyrrhorhinos(Rato-bico-de-lacre / Red-nosed mouse)

Dasypus novemcinctus(Tatu-galinha / Nine-banded armadillo)

Wiedomys pyrrhorhinos(Rato-bico-de-lacre / Red-nosed mouse)

Cynomps planirostris(Morcego / White-bellied dog-like bat)


Outros Animais

Vampyrops lineatus(Morcego / White-lined bat)

Carollia p. perspicillata(Morcego / Seba’s short-tailed bat)

Micronycteris m. megalotis(Morcego / Little big-eared bat)

Glossophaga soricina(Morcego / Pallas’ long-tongued nectar bats)


Outros Animais

Mechanitis lysimnia nesaea

Artibeus p. planirostris(Morcego / Flat-faced fruit-eating bat)

Noctilio leporinus(Morcego pescador / Fishing Bats)

Melanis aegates


Outros Animais

Hemiargus hanno

Junonia evarete

Lepricornis atricolor

Anartia jatrophae


O Povo


A Pecuária


Serra Branca

Fotos: Luiz C. Marigo


AVES DA PÁTRIA DA LEARITINAMIFORMESTINAMIDAE1. Crypturellus parvirostris2. Crypturellus tatuapa lepidotus3. Crypturellus noctivagus noctivagus 4. Nothura boraquira 5. Nothura maculosa major 6. Rhynchotus rufescens catingae

RHEIDAE7. Rhea americana americana

PODICIPEDIDAE8. Tachybaptus dominicus speciosus 9. Podilymbus podiceps antarticus

PHALACROCORACIDAE10. Phalacrocorax brasilianus brasilianus

CICONIIFORMESARDEIDAE11. Egretta albus egretta12. Egretta thula thula 13. Bubulcus ibis ibis 14. Butorides striatus striatus15. Nycticorax nycticorax hoactli 16. Tigrisoma lineatum marmoratum

CICONIIDAE17. Jabiru mycteria 18. Mycteria americana

CATHARTIDAE19. Sarcoramphus papa 20. Coragyps atratus brasiliensis 21. Cathartes aura ruficollis 22. Cathartes burrovianus urubitinga

ANSERIFORMESANATIDAE23. Dendrocygna viduata 24. Anas bahamensis bahamensis 25. Amazonetta brasiliensis 26. Sarkdionis melanotos sylvicola 27. Cairina moschata


FALCONIFORMESACCIPITRIDAE28. Elanus leucurus 29. Gampsonyx swainsonii swainsonii 30. Geranoaetus melanoleucus melanoleucus 31. Buteo albicaudatus albicaudatus 32. Buteo brachyurus brachyurus 33. Rupornis magnirostris nattareri 34. Buteogallus meridionalis meridionalis 35. Geranospiza caerulescens gracilis

FALCONIDAE36. Herpetotheres cachinnans queribundus 37. Micrastur semitorquatus semitorquatus 38. Micrastur ruficollis ruficollis 39. Milvago chimachima chimachima 40. Caracara plancus 41. Falco femoralis femoralis 42. Falco sparverius cearae 43. Falco rufigularis ophryophanes

GALLIFORMESCRACIDAE44. Ortalis guttata aracuan 45. Penelope jacucaca

ARAMIDAE46. Aramus guarauna guarauna

GRUIFORMESRALLIDAE47. Aramides mangle 48. Aramides cajanea cajanea 49. Porzana albicollis albicollis 50. Laterallus melanophaius melanophaius 51. Pardirallus nigricans nigricans 52. Gallinula chloropus galeata 53. Porphyrula martinica

CARIAMIDAE54. Cariama cristata

CHARADRIIFORMESJACANIDAE55. Jacana jacana jacana


CHARADRIIDAE56. Vanellus chilensis lampronotus

SCOLOPACIDAE57. Tringa solitaria solitaria

RECURVIROSTRIDAE58. Himantopus himantopus mexicanus

COLUMBIFORMESCOLUMBIDAE59. Columba livia domestica 60. Columba picazuro marginalis 61. Zenaida auriculata virgata 62. Columbina minuta 63. Columbina picui strepitans 64. Columbina talpacoti talpacoti 65. Scardafella squammata squammata 66. Leptotila verreauxi approximans 67. Claravis pretiosa

PSITTACIFORMESPSITTACIDAE68. Anodorhynchus leari 69. Forpus crassirotris flavissemos 70. Porhyrrhura maracana 71. Aratinga acuticaudata haemorrhous 72. Aratinga cactorum cactorum 73. Amazona aestiva aestiva

CUCULIFORMESCUCULIDAE74. Coccyzus melacoryphus 75. Coccyzus americanus americanus 76. Piaya cayana pallescens 77. Crotophaga ani 78. Guira guira 79. Tapera naevia chochi 80. Dromococcyx pavoninus

STRIGIFORMESTYTONIDAE81. Tyto alba tuidara

STRIGIDAE82. Otus choliba decussata 83. Glaucidium brasilianum brasilianum


84. Speotyto cunicularia grallaria

CAPRIMULGIFORMESNYCTIBIDAE85. Nyctibius griseus griseus

CAPRIMULGIDAE86. Chordeiles pusillus xerophilus 87. Chordeiles acutipennis acutipennis 88. Nyctidromus albicollis albicollis 89. Caprimulgus rufus rufus 90. Hydropsalis torquata torquata91. Caprimulgus parvulus parvulus 92. Capraimulgus longirostris

APODIFORMESTROCHILIDAE93. Phaethornis pretrei pretrei 94. Phaethornis pretrei minor 95. Phaethornis gounellei 96. Eupetomena macroura simoni 97. Anthracothorax nigricollis nigricollis 98. Chrysolampis mosquitus 99. Chlorostilbon aureoventris puucherani 100. Amazilia nigricauda (fimbriata) 101. Amazilia versicolor versicolor 102. Heliomaster squamosus 103. Calliphlox amethystina

TROGONIFORMESTROGONIDAE104. Trogon curucui curucui

CORACIIFORMESALCEDINIDAE105. Ceryle torquata torquata106. Chloroceryle americana americana

PICIFORMESGALBULIDAE107. Galbula ruficauda rufoviridis

BUCCONIDAE108. Bucco maculatus maculatus

PICIDAE109. Colaptes melanochloros nattereri


110. Picumnus pygmaeus distinctus 111. Piculus chryrochloros chryrochloros 112. Celeus flavescens intercedens 113. Veniliornis passerinus taenionotus 114. Campephilus melanoleucos cearae

PASSERIFORMESFORMICARIIDADE115. Taraba major stagura 116. Sakesphorus cristatus 117. Thamnophilus pelzeni 118. Thaminophilus doliatus capistratus 119. Myrmochilus strigilatus strigilatus 120. Herpsilochomus pectoralis 121. Herpsilochomus sellowi 122. Formicivora melanogaster bahiae

FURNARIIDAE123. Furnarius leucopus assimilis 124. Synallaxis frontalis frontalis 125. Synallaxis albescens albescens 126. Synallaxis strigilatus strigilatus 127. Synallaxis scutatus scutatus 128. Gyalophylax hellmayri 129. Certhiaxis cinnamomea cearensis 130. Phacellodomus rufifrons rufifrons 131. Pseudoseisura cristata 132. Xenops rutilans rutilans 133. Megaxenops parnaguae

DENDROCOLAPTIDAE134. Sittasomus griseicapillus reiseri 135. Xiphorhyncus picus bahiae 136. Lepidocolaptes angustirostris bahiae 137. Lepidocolaptes fuscus brevirostris 138. Campylorhamphus trochilirostris omissus

TYRANNIDAE139. Camptostoma obsoletum cinerascens 140. Phaeomyias murina murina 141. Sublegatus modestus modestus 142. Myiopagis viridicata viridicata 143. Elaenia flavogaster flavogaster 144. Elaenia cristata cristata 145. Elaenia albiceps chilensis 146. Elaenia spectabillis espectabilis 147. Stigmatura napensis


148. Hemitriccus margaritaceiventer 149. Todirostrum cinereum cearae 150. Euscarthmus meloryphus meloryphus 151. Tolmomyias flaviventris flaviventris 152. Myiobius barbatus mastacalis 153. Cenemotriccus fuscatus 154. Pyrocephalus rubinus rubinus 155. Xolmis irupero nivea 156. Knipolegus nigerrimus 157. Fluvicola albiventer 158. Fluvicola nengeta nengeta 159. Fluvicola leucocephala 160. Satrapa icterophrys icterophrys 161. Hirundinea belicosa 162. Casiornis fusca 163. Machetornis rixosus 164. Myiarchus swaisoni pelzelni 165. Myiarchus tyrannulus bahiae 166. Pitangus sulphuratus maximillian 167. Megarhynchus pitangua pitangua 168. Myiozetetes similis similis 169. Myiodynastes maculatus solitarius 170. Tyrannus savana savana 171. Tyrannus melancholicus melancholicus 172. Empidonomus varius rufinus 173. Suiriri suiriri bahiae 174. Phyllomyias fasciatus fasciatus 175. Pachyramphus viridis viridis 176. Pachyramphus polychopterus polychopterus

PIPRIDAE177. Neopelma pallescens

HIRUNDINIDAE178. Tachycineta albiventer 179. Tachycineta leucorrhoa 180. Phaeoprogne tapera tapera 181. Phaeoprogne tapera fusca182. Notiochelidon cyanoleuca cyanoleuca 183. Stelgidopteryx ruficollis ruficollis

CORVIDAE184. Cyanocorax cyanopogon

TROGLODYTIDAE185. Troglodytes musculus musculus186. Thryotorus longirostris bahiae


MUSCICAPIDAESYLVIDAE187. Polioptila plumbea atricapilla

TURDINAE188. Turdus rufiventris juensis 189. Turdus leucomelas albiventer 190. Turdus amaurochalinus

MIMIDAE191. Mimus saturninus arenaceus

VIREONIDAE192. Cyclarhis gujanensis cearensis 193. Vireo chivi agillis 194. Hylophilus amaurocephalus

EMBEREZIDAEPARULINAE195. Parula pitiayumi pitiayumi 196. Geothlypis aequinoctialis197. Basileuterus flaveolus

COEREBINAE198. Coereba flaveola chloropyga

THRAUPINAE199. Schistochlamys ruficapillus capistratus 200. Sericossypha loricata 201. Thlypopsis sordida sordida 202. Nemosia pileata pileata 203. Tachyphonus rufus 204. Piranga flava saira 205. Thraupis sayaca sayaca 206. Euphonia chlorotica chlorotica 207. Tangara cayana flava 208. Dacnis cayana paraguaiensis 209. Conirostrum speciosum speciosum

EMBEREZINAE210. Zonotrichia capensis matutina 211. Myospiza humeralis humeralis 212. Sicalis flaveola brasiliensis 213. Sicalis luteola luteola 214. Volatinia jacarina 215. Sporophila lineola


216. Sporophila bouvreuil bouvreuil 217. Sporophila nigricollis nigricollis 218. Sporophila albogularis 219. Arremon taciturnus taciturnus 220. Coryphospingus pileatus pileatus 221. Paroaria dominicana

CARDINALINAE222. Saltator similis similis 223. Saltator atricollis 224. Passerina brissonii brissonii

ICTERINAE225. Gnorimopsar chopi 226. Icterus cayanensis tibialis 227. Icterus jamacaii 228. Leistes superciliaris 229. Molothrus badius fringillarius 230. Molothrus bonariensis bonariensis 231. Agelaius ruficapillus frontalis

FRINGILIDAE232. Carduelis magellanicus ictericus

PASSERIDAE233. Passer domesticus domesticus


Lista de Chiroptera (Morcegos) - Raso da Catarina

1 Micronycteris m. megalotis

2 Glossophaga soricina

3 Lionycteris spurrelli

4 Anoura caudifer ecaudata

5 Carollia p. perspicillata

6 Vampyrops lineatus

7 Artibeus p. planirostris

8 Myotis n. nigricans

9 Cynomops p. planirostris


LISTA DE AVES DA BAHIABIOMA CAATINGA

Elaborada por Pedro Cerqueira LimaRevisada por Rolf Grantsau em 13-06-2003(ordem alfabética, por nome científico)

Nome Científico Nome Popular

A

1. Agelaius ruficapillus garibaldi2. Ajaia ajaja colhereiro-americano3. Amazilia nigricauda (fimbriata) beija-flor-de-garganta-verde4. Amazilia versicolor beija-flor-de-banda-branca5. Amazona aestiva papagaio-curau6. Amazonetta brasilensis ananaí7. Anas bahamensis marreca-toicinho8. Anhima cornuta anhuma9. Anhinga anhinga biguatinga10. Anodorhynchus leari *** arara-azul-de-lear11. Anthracothorax nigricollis beija-flor-de-veste-preta12. Anthus lutescens caminheiro-zumbidor13. Ara ararauna arara-canindé14. Ara chloroptera arara-vermelha15. Aramides cajanea saracura-três-potes16. Aramides ypecaha saracuraçu17. Aramus guarauna carão18. Aratinga acuticaudata aratinga-de-testa-azul19. Aratinga aurea aratinga-estrela20. Aratinga cactorum21. Ardea cocoi garça-moura22. Arremon taciturnus tico-tico-da-mata23. Asio clamator coruja-orelhuda24. Athene cunicularia coruja-buraqueira

B

25. Basileuterus flaveolus pula-pula-amarelo26. Bubulcus ibis garça-vaqueira27. Bucco maculatus chilu-chilu28. Buteo albicaudatus gavião-de-cauda-branca29. Buteo brachyurus gavião-de-cauda-curta30. Buteo magnirostris gavião-carijó31. Buteogallus meridionalis gavião-caboclo32. Buteogallus urubitinga gavião-preto33. Butorides striatus socozinhoC


C

34. Cairina moschata pato-do-mato35. Calliphlox amethystina estrelinha-ametista36. Campephilus melanoleucos37. Camptostoma obsoletum risadinha38. Campylorhamphus trochilirostris39. Caprimulgus hirundinaceus cearae40. Caprimulgus longirostris bacurau-rupestre41. Caprimulgus parvulus bacurau-chintã42. Caprimulgus rufus joão-corta-pau43. Caracara plancus caracara-comum44. Carduelis yarrellii coroinha45. Carduellis magellanica pintassilgo-de-cabeça-preta46. Cariama cristata seriema-de-pé-vermelho47. Casiornis fusca maria-enxofre48. Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha49. Cathartes burrovianus urubutinga50. Celeus flavescens picapau-velho51. Certhiaxis cinnamomea52. Ceryle torquata martim-pescador-grande53. Chlorestes notatus safira-de-garganta-azul54. Chloroceryle amazona martim-pescador-verde55. Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno56. Chlorostilbon aureoventris esmeralda-de-bico-vermelho57. Chordeiles pusillus58. Chrysolampis mosquitus beija-flor-vermelho59. Ciconia maguari maguari60. Claravis pretiosa pararu-azul61. Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu-quieto62. Coccyzus americanus63. Coccyzus melacoryphus papa-lagarta-acanelado64. Cochlearius cochlearius65. Coereba flaveola cambacica66. Colaptes campestris picapau-do-campo67. Colaptes melanochloros68. Columba picazuro pomba-asa-branca69. Columbina picui rolinha-picuí70. Columbina talpacoti rolinha-roxa71. Columbina minuta72. Conirostrum speciosum figuinha-bicuda73. Conopophaga lineata74. Contopus cinereus piui-cinza75. Coragyps atratus urubu-preto76. Coryphospingus tico-tico-rei-cinza77. Cranileuca semicinerea78. Cranileuca vulpina


79. Crotophaga ani anu-preto80. Crypturellus noctivagus81. Crypturellus parvirostris inhambu-chororó82. Crypturellus tataupa inhambu-chintã83. Cyanocorax cyanopogon gralha-cancã84. Cyanopsitta spixii *** ararinha-azul85. Cyclarhis gujanensis pitiguari

D

86. Dendrocolaptes platyrostris87. Dendrocygna bicolor marreca-peba88. Dendrocygna viduata irerê89. Donacobius atricapillus japacanim90. Dromococcyz phasianellus

E

91. Egretta alba92. Egretta thula garcinha-branca93. Elaenia albiceps guaracava-de-crista-branca94. Elaenia cristata cristata guaracava-de-topete95. Elaenia flavogaster maria-é-dia96. Elanoides forficatus97. Elaenia spectabilis guaracava-grande98. Elanus leucurus gavião-peneira99. Empidonomus varius bentevi-peitica100. Eupetomena macroura beija-flor-tesoura101. Euphonia chlorotica gaturamo-fifi102. Euscarthmus meloryphus maria-barulhenta

F

103. Falco femoralis falcão-de-coleira104. Falco rufigularis cauré105. Falco sparverius quiriquiri106. Fluvicola albiventer107. Fluvicola leucocephala maria-velhinha108. Fluvicola nengeta lavadeira-mascarada109. Formicivora iheringi formigueiro-do-nordeste110. Formicivora melanogaster111. Forpus crassirostris tuim-de-asa-azul112. Furnarius figulus joão-nordestino113. Furnarius leucopus amassa-barro114. Furnarius rufus joão-de-barro


G

115. Galbula ruficauda ariramba-de-cauda-ruiva116. Gallinago paraguayae narceja-comum117. Gallinula chloropus galinha-d’água118. Gampsonyx swainsonii gaviãozinho119. Geothlypis aequinoctialis pia-cobra-do-sul120. Geranoaetus melanoleucus águia-chilena121. Geranospiza caerulescens gavião-pernilongo122. Glaucidium brasilianum cabure-ferrugem123. Gnorimopsar chopi124. Guira guira anu-branco125. Gyalophylax hellmayri ***

H

126. Heliomaster squamosus bico-reto-verde127. Hemitriccus margaritaceiventer maria-olho-de-ouro128. Herpetotheres cachinnans acauã129. Herpsilochmus pectoralis *** chorozinho-distinto130. Herpsilochmus sellowi131. Himantopus himantopus pernalonga-comum132. Hirundinea bellicosa gibão-de-couro133. Hydropsalis torquata curiango-tesoura134. Hylopezus ochroleucus torom-malhado135. Hylophilus amaurocephalus

I

136. Icterus cayanensis encontro137. Icterus jamacai sofrê

J

138. Jabiru mycteria jaburu139. Jacana jacana jaçanã-preta

K

140. Knipolegus nigerrimus maria-preta-rupestre

L

141. Laterallus melanophaius sanã-parda142. Legatus leucophaius bentevi-pirata143. Leistes superciliaris


144. Lepidocolaptes angustirostris arapaçu-do-cerrado145. Lepidocolaptes fuscus * arapaçu-rajado146. Leptotila rufaxilla juriti-gemedeira147. Leptotila verreauxi juriti-pupu

M

148. Machetornis rixosus suiriri-cavaleiro149. Megarhynchus pitangua neinei150. Megaxenops parnaguae *** bico-virado-grande151. Micrastur ruficollis falcão-caburé152. Milvago chimachima carrapateiro153. Mimus saturninus tejo-do-campo154. Molothrus badius asa-de-telha155. Molothrus bonariensis chopim-gaudério156. Mycteria americana cabeça-seca157. Myiarchus swainsoni maria-irré158. Myiarchus tyrannulus maria-de-asa-ferrugem159. Myiobus barbatus160. Myiodynastes maculatus bentevi-rajado161. Myiopagis viridicata maria-verde162. Myiophobus fasciatus felipe-de-peito-riscado163. Myiozetetes similis164. Myiospiza humeralis tico-tico-do-campo165. Myrmorchilus strigilatus piu-piu

N

166. Nemosia pileata167. Neopelma pallescens fruchu-do-cerradão168. Netta erythrophthalma negrinha169. Nothura boraquira codorna-de-cabeça-preta170. Nothura maculosa codorna-amarela171. Notiochelidon cyanoleuca andorinha-azul-e-branca172. Nyctibius griseus griseus mãe-da-lua173. Nycticorax nycticorax garça-dorminhoca174. Nyctidromus albicollis curiango-comum

O

175. Odontophorus capueira uru-capoeira176. Ortalis guttata177. Oryzoborus angolensis curió178. Otus choliba corujinha-de-orelha


P

179. Pachyramphus polychopterus caneleiro-preto180. Pachyramphus validus caneleiro-de-crista181. Pachyramppus viridis caneleiro-verde182. Parabuteo unicinctus gavião-asa-de-telha183. Pardirallus nigricans saracura-preta184. Paroaria dominicana *** galo-da-campina185. Parula pitiayumi mariquita-do-sul186. Passer domesticus pardal-doméstico187. Passerina brissoni azulão-verdadeiro188. Penelope jacucaca *** jacucaca189. Penelope superciliaris jacupeba190. Phacellodomus rufifrons joão-graveto191. Phaeomyias murina bagageiro192. Phaeoprogne tapera andorinha-do-campo193. Phaethornis gounellei *** rabo-branco-de-cauda-larga194. Phaethornis pretrei minor195. Phaethornis pretrei pretrei rabo-branco-acanelado196. Phaethornis ruber rabo-branco-rubro197. Phalacrocorax brasilianus biguá-uma198. Phimosus infuscatus tapicuru199. Phyllomyias fasciatus poaieiro-triste200. Piculus chrysochloros picapau-da-copa201. Picumnus pygmaeus202. Piranga flava sanhaço-de-fogo203. Pitangus sulphuratus bentevi-verdadeiro204. Piaya cayana alma-de-gato205. Podager nacunda tabaco-bom206. Podilymbus podiceps mergulhão-caçador207. Poecilurus scutatus208. Polioptila plumbea balança-rabo-de-chapeú-preto209. Polytmus guainumbi beija-flor-de-bico-curvo210. Porphyrula martinica frango-d’água-azul211. Primolius maracana maracanã-verdadeira212. Progne chalybea andorinha-grande213. Pseudoseisura cristata *** casaca-de-couro214. Pyrocephalus rubinus príncipe

R

215. Rhea americana americana ema216. Rhopornis ardesiaca gravatazeiro217. Rhynchotus rufescens catingae perdigão


S

218. Sakesphorus cristatus *** choca-do-nordeste219. Saltator atricollis batuqueiro220. Saltator coerulescens gonga221. Saltator similis trinca-ferro-de-asa-verde222. Sarcoramphus urubu-rei223. Sarkidiornis melanotos pato-de-crista224. Satrapa icterophrys suiriri-pequeno225. Scardafella squammata226. Schistochlamys ruficapillus tiê-veludo227. Sclerurus scansor cearensis* vira-folha-vermelho228. Serphopaga sp.229. Sericossypha loricata tiê-caburé230. Sicalis luteola canário-rasteiro231. Sicalis flaveola canário-da-terra232. Sittasomus griseicapillus233. Sporophila albogularis brejal234. Sporophila bouvreuill caboclinho-frade235. Sporophila lineola bigodinho236. Sporophila nigricollis papa-capim-capuchinho237. Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora-do-sul238. Stigmatura napensis alegrinho-do-sertão239. Sublegatus modestus sertanejo240. Suiriri suiriri bahiae suiriri-do-cerrado241. Synallaxis albescens uipi242. Synallaxis frontalis tifli

T

243. Tachybaptus dominicus mergulhão-pompom244. Tachycineta albiventer andorinha-do-rio245. Tangara cayana saíra-cabocla246. Tapera naevia saci-do-campo247. Taraba major choró-boi248. Thamnophilus caerulescens choca-da-mata249. Thamnophilus doliatus choca-barrada250. Thamnophilus pelzelni251. Thamnophilus torquatus choca-de-asa-ruiva252. Theristicus caudatus curicaca-comum253. Thlypopsis sordida saíra-canária254. Thraupis sayaca sanhaço-cinza255. Thryothorus genibarbis garrincha-de-bigode256. Thryothorus longirostris garrincha-açu257. Tigrisoma lineatum socó-boi-ferrugem258. Todirostrum cinereum ferreirinho-relógio259. Tolmomyas flaviventris bico-chato-amarelo


260. Tringa flavipes261. Tringa solitaria maçarico-solitário262. Troglodytes musculus corruira-de-casa263. Trogon curucui surucuá-de-coroa-azul264. Turdus amaurochalinus sabiá-poca265. Turdus leucomelas sabiá-de-cabeça-cinza266. Turdus rufiventris sabiá-laranjeira267. Tyrannus savana268. Tyrannus melancholicus suiriri-tropical269. Tyto alba tuidara suindara

V

270. Vanellus chilensis quero-quero271. Veniliornis passerinus picapau-pequeno272. Vireo olivaceus juruviara-oliva273. Volatinia jacarina tiziu

X

274. Xenops rutilans bico-virado-carijó275. Xiphocolaptes albicollis276. Xiphocolaptes falcirostris cochi-do-nordeste277. Xiphorhynchus picus arapaçu-de-bico-reto278. Xolmis cinerea primavera279. Xolmis irupero nivea noivinha-branca280. Xolmis velata pombinha-das-almas

Z

281. Zenaida auriculata avoante282. Zonotrichia capensis tico-tico-verdadeiro

* Espécie endêmica de Mata Atlântica** Espécie endêmica de Cerrado*** Espécie endêmica de Caatinga

AmeaçadoQuase ameaçadoEndêmico (Fonte: BirdLife International)


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ATUALIDADES ORNITOLÓGICAS N.128 – NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2005 – P. 29

Foto: Luiz C. Marigo

aves da pátria da leari

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