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ANÁLISE ERGONÔMICA NO SETOR DE
FABRICAÇÃO DE UMA
DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS
Angela Regina Poletto (IFSC)
Leticia Faulstich Bernardes Nogueira (UFRJ)
Giovana Ribeiro Fonseca Rezende (UFRJ)
Este artigo tem como objetivo realizar uma análise ergonômica no
setor de fabricação de uma Distribuidora de Alimentos, buscando
melhorias dentro da organização. O estudo foi desenvolvido seguindo
o método da Análise Ergonômica do Trabalho (GUÉRIN, et al. 2001).
Foram utilizados o questionário EAMETA e as ferramentas RULA,
OWAS e Suzanne Rodgers. A coleta de informações ocorreu por meio
de observações in loco, entrevistas semiestruturadas, registro
fotográfico, gravações de áudio e em diário de campo. Um dos
principais problemas evidenciados está relacionado ao layout,
organização das instalações físicas, de forma a promover a utilização
eficiente de equipamentos, materiais e pessoas. As recomendações
seguem o princípio da adequação dos problemas ergonômicos e deve
ser analisadas quanto a sua viabilidade. A distribuidora de alimentos
deve implementar as melhorias e oferecer um ambiente de trabalho
seguro e produtivo, de acordo com os princípios ergonômicos.
XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
avançadas de produção”
Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.
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Palavras-chave: análise ergonômica, fabricação, distribuidora de
alimentos, padarias
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1. Introdução
O estudo proposto neste artigo, tem como foco a importância da ergonomia no ambiente de
produção em uma distribuidora de alimentos. As inovações no ambiente de produção
ocasionam mudanças no trabalho, levando as organizações a adaptar os postos de trabalhos
para proporcionar um local adequado e confortável para os trabalhadores que nele atuam.
Qualquer organização tem um conjunto de trabalhos distribuídos de acordo com certos
critérios pelas várias unidades funcionais. O trabalho é entendido como um conjunto
específico de atividades atribuídas a um trabalhador. Nesse contexto, as organizações
devem empreender esforços consideráveis na projeção e organização do
trabalho. Quanto melhores forem as condições oferecidas aos trabalhadores para o
desempenho das atividades, melhores serão os resultados da organização (MOREIRA, 2004).
Para Slack et al. (2002) o projeto de trabalho tem um papel chave , pois define a forma
pela qual as pessoas agem em relação ao seu trabalho e as expectativas relativas ao que
é requerido delas, além de influenciar suas percepções de como contribuem para a
organização.
O estudo foi realizado em uma distribuidora de alimentos que produz alimentos direcionados
a padarias. Em todo o país, existem mais de 63 mil panificadoras, sendo aproximadamente
96% das padarias classificadas como micro e pequenas empresas, muitas de caráter familiar,
que atendem cerca de 40 milhões de pessoas por dia. O que representa 21,5% da população
brasileira. O setor gera mais de 700 mil empregos diretos e, mais de 1,8 milhões de indiretos
(ABIP, 2014).
O serviço de alimentação caracteriza-se por trabalho intensivo onde frequentemente exige-se
dos funcionários alta produtividade em tempo limitado, porém em condições inadequadas de
trabalho, com problemas de ambiente, equipamentos e processos. Tais condições acabam
levando à insatisfações, cansaços excessivos, queda de produtividade, problemas de saúde e
acidentes de trabalho (SANTANA, 1996).
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A Ergonomia tem como objetivo estudar as interações das pessoas com a tecnologia, a
organização e o ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar de forma
integrada e não dissociada a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades
humanas (IEA, 2002).
Este artigo tem como objetivo realizar uma análise ergonômica no setor de fabricação de uma
distribuidora de alimentos, buscando melhorias dentro da organização. A análise ergonômica
do trabalho é um método que assegura a positividade da transformação por suas
características e propriedades de foco, ordenação e de sistematicidade. Trata-se de um método
abrangente e cuidadoso que fornece uma visão do que acontece num processo de produção ou
no uso e manuseio de produtos e sistemas (VIDAL, 2002).
Segundo o manual de aplicação da Norma Regulamentadora NR17, a análise ergonômica do
trabalho é um processo construtivo e participativo para a redução de um problema complexo
eu exige o conhecimento das tarefas, da atividade desenvolvida para realizá-las e das
dificuldades enfrentadas para se atingirem o desempenho e produtividade exigidos (BRASIL,
2016).
2. Metodologia
Esta pesquisa de natureza exploratória e descritiva, foi desenvolvida por meio de um estudo
de caso em uma distribuidora de alimentos. Para Lakatos e Markoni (2003, p. 188) os estudos
exploratório-descritivos têm por objetivo descrever determinado fenômeno. Podem ser
encontradas tanto descrições quantitativas e/ou qualitativas quanto à acumulação de
informações detalhadas como as obtidas por intermédio da observação participante. Como
limitou-se ao estudo de uma única empresa, configura-se como estudo de caso (VERGARA;
2005).
A pesquisa restringiu-se à equipe de produção, que compreende os trabalhadores e a gerência
da empresa perfazendo um total de 6 (seis) pessoas. O estudo foi desenvolvido seguindo o
método da Análise Ergonômica do Trabalho (GUÉRIN, et al. 2001).
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A coleta de informações ocorreu por meio de observações in loco, entrevistas
semiestruturadas, registro fotográfico, gravações de áudio e em diário de campo. Foram
aplicados o questionário EAMETA (BONFATTI; MAFRA; VIDAL, 2011) e as ferramentas
RULA (McATAMNEY; CORLETT, 1993), OWAS (KARHU; KANSI; KUORINKA, 1977)
e Suzanne Rodgers (RODGERS, 1992).
Os dados foram analisados, posteriormente o diagnóstico e foram propostas recomendações
para as situações que apresentavam problemas ergonômicos, a fim de propor adequações
necessárias à distribuidora.
3. Análise Ergonômica do Trabalho
No estudo realizado foram levantadas demandas referentes à área do ambiente de trabalho,
organização do trabalho, segurança do trabalho e saúde. Com intuito de identificar as
condições ergonômicas que os trabalhadores estão submetidos, as oportunidades de melhorias
na organização do ambiente e para a eliminação e/ou minimização dos riscos que atingem os
mesmos e a fim de atender a NR-17.
3.1 Empresa Estudada – Distribuidora de Alimentos
A análise ergonômica foi realizada em uma Distribuidora de Alimentos, na cidade de Resende
no estado do Rio de Janeiro. A empresa estudada é de produtos alimentícios direcionados
principalmente para padarias, supermercados, buffets, restaurantes e escolas. Além da
fabricação de pães possui um mix de 200 produtos, entre pães crocantes (pão francês), pães
macios (hot dog), confeitaria seca (broa) e confeitaria molhada (torta).
A distribuidora de alimentos tem sua atividade econômica principal descrita como Comércio
varejista de produtos alimentícios em geral ou especializado em produtos alimentícios não
especificados anteriormente com código 4729-6, grau de risco 2.
A empresa conta com 22 funcionários, sendo 16 homens e 6 mulheres, as mulheres
encontram-se locadas no setor de embalagem e serviço geral, com idades compreendidas entre
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20 e 51 anos, distribuídos nas seguintes funções : um administrador, 3 encarregados, dois
padeiros, dois confeiteiros, quatro auxiliares de cozinha, quatro auxiliares de , dois serviços
gerais, três motoristas e um entregador. A jornada de trabalho é de 44h semanais, segunda-
feira a sábado, das 06h30 às 14h50, com 01h para refeição, com domingos livres.
A demanda selecionada no estudo refere-se ao processo produtivo na fabricação dos pães.
Essa demanda foi estabelecida tendo em vista a maior produtividade do setor, como também
ao grau de reclamação dos funcionários devido a posturas forçadas e equipamentos
inadequados para execução das atividades.
A tarefa realizada não segue uma ordem prescrita, os funcionários apenas recebem as receitas
do dia e eles decidem como executá-las.
3.2 Análise das Atividades
Na distribuidora de alimentos, o processo produtivo ocupa uma área térrea de
aproximadamente 380m², conta com escritório, banheiros, refeitório, depósitos, área de
fabricação, acabamento e lavanderia (FIGURA 1).
Figura 1- Planta baixa da distribuidora de alimentos
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Legendas: A - Câmara Fria; B – Fabricação; C – Lavagem; D - Depósito matéria prima “seca”
Fonte: Dados do Estudo.
O estudo foi realizado nas áreas de fabricação e de apoio – estoques e lavanderia,
considerando uma amostra representativa de atividades/funções da empresa. A área estudada,
produção de pães, está destacada em vermelho na Figura 1.
As análises tiveram o intuito de definir as principais atividades realizadas para compreender a
organização do trabalho e analisar as condições dos postos de trabalho. O trabalhador não
possui pausa formal, porém têm autonomia para realizar pausas informais ao longo da jornada
de trabalho. Não há realização de rodízio formal, porém ocorre alternância de atividades, em
função das características da tarefa. A empresa trabalha com sistema de hora extra, realizadas
sazonalmente, conforme a demanda da produção.
Durante a análise ergonômica observou-se no setor produtivo dos pães um ritmo acelerado,
porém com possibilidades de alternância e trocas posturais, permitindo aos operadores micros
pausas e a adoção de posturas para posição neutra e de relaxamento dos membros superiores e
tronco, segmentos envolvidos nas atividades.
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Em relação aos equipamentos de trabalho observou-se que os mesmos não possuem
padronização (dimensões e ajustes), porém cumprem com as especificações exigidas. Os
utensílios utilizados atendem ao setor de produção de pães, porém há necessidade de
substituição, devido ao tempo de utilização. Identificou-se a necessidade de ajustes dos
equipamentos, proporcionando condições confortáveis de trabalho.
Figura 2 - Disposição de fogão e fornos
Fonte: Dados do Estudo.
Em relação ao layout, podemos citar a localização do fogão que se encontra ao lado dos
fornos, podendo ocasionar um sinistro (Figura 02).
Quadro 1- Principais atividades e impactos ergonômicos
Atividades Impactos Ergonômicos
Atividade 1: - Pegar matéria prima "seca" no estoque
(tambor).
Observa-se posturas forçadas, em flexão de tronco e
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pescoço, apresentando desvios nos membros superiores e
instabilidade de membros inferiores, durante a atividade de
retirada de matéria prima do tambor.
Atividade 2: Realizar pesagem de matéria prima.
Verifica-se a postura em inclinação lateral de pescoço que
ocorre durante o transporte de carga na atividade de
pesagem da matéria prima
Atividade 3: Retirar massa da batedeira e colocar no
cilindro.
Verifica-se postura em flexão de tronco e pescoço,
apresentando desvios em membros superiores e
instabilidade de membros inferiores, durante a atividade de
retirada da massa da batedeira.
Atividade 4: Manipular massa no cilindro
Identificou-se postura em flexão de tronco, apresentando
desvios em membros superiores na manipulação de cargas,
além de movimentos repetitivos para manipular massa no
cilindro.
Fonte: Dados do Estudo.
Durante a análise ergonômica foram mapeadas as principais situações na atividade que geram
impactos ergonômicos (Quadro 1). Foram registradas condições de desconfortos e queixas
dos trabalhadores. Em todas as atividades analisadas observaram-se os principais
desconfortos:
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Tronco e membros superiores: desconforto pela solicitação de carga manipulada pelos
membros superiores e movimentos repetitivos, principalmente os movimentos de
flexão.
Membros inferiores: desconforto pela manutenção da atividade em pé por tempo
prolongado.
Outro aspecto muito importante, é o local de armazenamento da farinha “pura”, que é
realizado em um tambor, com profundidade de aproximadamente 1m. Como o tambor é
profundo e o funcionário não consegue retirar totalmente a farinha, diariamente há sobra de
matéria prima e consequentemente a perda da mesma, devido prazo de validade (Quadro 1,
atividade 1).
Nas atividades descritas no Quadro 1, foram aplicadas as ferramentas de avaliação Suzanne
Rodgers, OWAS e RULA. Os resultados mostraram que todas as situações analisadas
precisam ser adequadas, de acordo com as capacidades e limitações dos trabalhadores,
melhorando o desempenho do trabalhador e evitando consequências para a saúde dos
mesmos. Os resultados mostraram risco moderado, rico alto e risco muito alto, conforme o
Quadro 2.
Quadro 2 – Aplicação das ferramentas nas atividades
Ferramenta Objetivo Atividade Resultado
SUZANNE
RODGERS
Esforço, duração do esforço e
frequência do esforço.
1 - Pegar matéria prima "seca" no
estoque (tambor). MUITO ALTO
OWAS Esforço principalmente em
costas, braços e pernas. 2 - Realizar pesagem de matéria prima. MODERADO
RULA
Sobrecarga principalmente em
braços, antebraços, punhos e
dedos.
3 - Retirar massa da batedeira e colocar
no cilindro. MUITO ALTO
RULA
Sobrecarga principalmente em
braços, antebraços, punhos e
dedos.
4 - Manipular massa no cilindro. ALTO
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Fonte: Dados do estudo.
Outra situação importante observada, foi em relação a manipulação de cargas, observou-se
que o trabalhador realiza ao pegar a matéria prima (sacos de farinha de 25 Kg) para a
fabricação dos pães, isso ocorre com uma frequência média, porém alternado com atividades
estáticas na bancada de montagem dos pães e que exigem maior concentração.
Figura 3- Planta baixa do novo layout da distribuidora de alimentos
Legendas: A - Câmara Fria; B – Fabricação; C – Lavagem; D - Depósito matéria prima “seca”
Fonte: Dados do Estudo.
Um dos principais problemas evidenciados está relacionado ao layout, organização das
instalações físicas, de forma a promover a utilização eficiente de equipamentos, materiais,
pessoas. Muitas vezes torna o espaço limitado, comprometendo o conforto para acomodação
do trabalhador, equipamentos e utensílios para uso na execução das atividades. Foi realizado
um estudo do layout com o objetivo de readequar o layout do posto de trabalho (Figura 3),
proporcionando melhores condições para o desenvolvimento das atividades.
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8. Considerações Finais e Recomendações
Nesse estudo foi realizada uma análise ergonômica do trabalho, onde se procurou identificar
os principais problemas vivenciados em uma distribuidora de alimentos, através de
observações e entrevistas in loco. Considera-se que as recomendações ergonômicas, são de
extrema importância para que os trabalhadores tenham conhecimento de como executar suas
tarefas, diminuindo o desgaste gerado pelo trabalho na saúde e concomitantemente
aumentando a sua produtividade.
Nesse estudo foram mapeados os fatores e impactos ergonômicos, de acordo com as
observações e os resultados das ferramentas aplicadas que mostraram risco moderado, rico
alto e risco muito alto. Seguem as recomendações importantes para o posto de trabalho:
devem ser tomadas medidas preventivas devido ao aumento de demanda de produtos,
que ocorre sazonalmente e impactam na sobrecarga de trabalho, comprometendo o
setor produtivo da empresa.
inclusão no quadro de funcionários de um gestor na área de produção com o objetivo
de organizar, evidenciar, controlar e ajustar as demandas que compõem as atividades
de cada funcionário.
confecção do manual de boas práticas se torna indispensável, recomendando a
elaboração por um profissional capacitado, como nutricionista. Boas Práticas são
práticas de higiene que devem ser obedecidas pelos manipuladores desde a escolha e
compra dos produtos a serem utilizados no preparo do alimento até a venda para o
consumidor. O objetivo das “Boas Práticas” é evitar a ocorrência das doenças
provocadas pelo consumo de alimentos contaminados.
estudo e readequação do layout do posto de trabalho estudado, bem como a
substituição de equipamentos e mobiliários.
ajuste das situações verificadas no Quadro 1, alterar altura das batedeiras, e/ ou,
equipamentos, e do tambor de farinha de acordo com as medidas antropométricas da
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população trabalhadora. Adaptar uma bancada de apoio próximo ao tambor de farinha
para aproximar balança de pesagem e eliminar a sustentação do “balde” de coleta da
farinha.
realizar ajuste de altura dos equipamentos de acordo com as características
antropométricas dos trabalhadores e organização das bancadas permitindo o melhor
desempenho das atividades;
implementação de sistema de rodízio de atividades afim de minimizar os riscos
ergonômicos.
As recomendações seguem o princípio da adequação dos problemas ergonômicos e deve ser
analisadas quanto a sua viabilidade. É importante garantir um ambiente de trabalho seguro e
produtivo, de acordo com os princípios ergonômicos. É de responsabilidade da distribuidora
de alimentos elaborar o plano de ação com prazos e responsáveis pela execução e
acompanhamento da implementação das melhorias, a partir de cronograma definido pela
própria empresa.
As empresas de serviços de alimentação para melhorar a qualidade e produtividade de seus
serviços, devem investir no treinamento técnico de pessoal e na adequação ergonômica. A
adequação das não conformidades apontadas no estudo implicará na adequação da empresa à
legislação vigente. A implementação de modificações e das adequações dos postos de
trabalho devem ser realizadas a partir de cronograma definido pela empresa, onde uma equipe
de funcionários responsáveis pelas mesmas possa fazer o planejamento e acompanhamento
das ações.
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