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CEM NORTE DE11562011GRC 4,00 euros (IVA incl.) DEZEMBRO • 2ª QUINZENA ANO 79º • 2011 • N º 24 (Continua na pág. 830) Avaliação geral de prédios urbanos vai avançar Foi publicada a Lei nº 60-A/2011, de 30/11, que aditou os artigos 15º-A a 15º-A ao Decreto-Lei nº 287/2003, de 12/11, que regulamentam o regime da Avaliação Geral de Prédios Urbanos, o qual entrou em vigor no dia 1 de Dezembro de 2011. Este regime visa concluir a reforma dos impostos sobre o património imobiliário urbano, procedendo-se à avaliação geral de todos os prédios não avaliados no âmbito do Código do Imposto Municipal sobre Imó- veis (CIMI), para corrigir distorções e desigualdades relativas entre os contribuintes, contribuindo para a equidade fiscal e para uma tributação mais justa do património imobiliário. O valor patrimonial tributário (VPT) resultante desta avaliação geral somente terá impacto no pagamento do IMI respeitante aos anos de 2012 e seguintes, a cobrar a partir do ano de 2013. Com vista à divulgação do mencionado regime da Avaliação Geral de Prédios Urbanos, foi, por meu despacho de 15 de Dezembro de 2011, determinada a divulgação dos seguintes esclarecimentos: I - Regime da Avaliação Geral dos Prédios Urbanos Objecto da avaliação 1 - São abrangidos pela avaliação geral os prédios urbanos que, em 1 de Dezembro de 2011, não tenham ainda sido avaliados nos termos do CIMI e em relação aos quais não tenha sido iniciado qualquer procedimento de avaliação nos termos deste Código. NESTE NÚMERO: IMI – esclarecimentos sobre o novo regime de avaliação dos prédios urbanos Autoridade Tributária e Aduaneira (Dec.-Lei nº 118/2011, de 15.12) Avaliação dos prédios urbanos e aumento do IMI penaliza proprietários SUMÁRIO Legislação DL nº 118/2011, de 15.11 (Autoridade Tributária e Aduaneira - estrutura orgânica, missão e competências ) .................................................... 832 Jurisprudência Fiscal Oposição à execução fiscal - reversão, fundamentação e ónus da prova ....................................................... 825 Resoluções Administrativas IMI: regime de avaliação geral de prédios urbanos - esclarecimentos da administração fiscal ................. 830 Obrigações fiscais do mês e informações diversas 814 a 824 Plano Estratégico de combate à fraude e evasão fiscais aduaneiras - quadro-síntese das principais medidas 821 Síntese de medidas fiscais e outras para 2012 ........... 818 Trabalho e Segurança Social Informações Diversas....................................... .. 836 a 839 Sumários do Diário da República........................... 840

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CEM NORTEDE11562011GRC

4,00 euros (IVA incl.)

DEZEMBRO • 2ª QUINZENA ANO 79º • 2011 • Nº 24

(Continua na pág. 830)

Avaliação geral de prédios urbanos vai avançar

Foi publicada a Lei nº 60-A/2011, de 30/11, que aditou os artigos 15º-A a 15º-A ao Decreto-Lei nº 287/2003, de 12/11, que regulamentam o regime da Avaliação Geral de Prédios Urbanos, o qual entrou em vigor no dia 1 de Dezembro de 2011.

Este regime visa concluir a reforma dos impostos sobre o património imobiliário urbano, procedendo-se à avaliação geral de todos os prédios não avaliados no âmbito do Código do Imposto Municipal sobre Imó-veis (CIMI), para corrigir distorções e desigualdades relativas entre os contribuintes, contribuindo para a

equidade fi scal e para uma tributação mais justa do património imobiliário.

O valor patrimonial tributário (VPT) resultante desta avaliação geral somente terá impacto no pagamento do IMI respeitante aos anos de 2012 e seguintes, a cobrar a partir do ano de 2013.

Com vista à divulgação do mencionado regime da Avaliação Geral de Prédios Urbanos, foi, por meu despacho de 15 de Dezembro de 2011, determinada a divulgação dos seguintes esclarecimentos:

I - Regime da Avaliação Geral dos Prédios Urbanos

Objecto da avaliação 1 - São abrangidos pela avaliação geral os prédios

urbanos que, em 1 de Dezembro de 2011, não tenham ainda sido avaliados nos termos do CIMI e em relação aos quais não tenha sido iniciado qualquer procedimento de avaliação nos termos deste Código.

NESTE NÚMERO:• IMI – esclarecimentos sobre o novo regime de avaliação dos prédios urbanos

• Autoridade Tributária e Aduaneira (Dec.-Lei nº 118/2011, de 15.12)

Avaliação dos prédios urbanos e aumento do IMI penaliza proprietários

SUMÁRIOLegislaçãoDL nº 118/2011, de 15.11 (Autoridade Tributária e Aduaneira - estrutura orgânica, missão e competências ) .................................................... 832Jurisprudência FiscalOposição à execução fi scal - reversão, fundamentação e ónus da prova ....................................................... 825Resoluções Administrativas IMI: regime de avaliação geral de prédios urbanos -

esclarecimentos da administração fi scal ................. 830Obrigações fi scais do mês e informações diversas 814 a 824Plano Estratégico de combate à fraude e evasão fi scais aduaneiras - quadro-síntese das principais medidas 821Síntese de medidas fi scais e outras para 2012 ........... 818Trabalho e Segurança SocialInformações Diversas ....................................... .. 836 a 839Sumários do Diário da República ........................... 840

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Boletim do Contribuinte814DEZEMBRO 2011 - Nº 24

I R S (Até ao dia 20 de Dezembro)– Entrega do imposto retido no mês de Novembro sobre

rendimentos de capitais, prediais e comissões pela inter-mediação na realização de quaisquer contratos, bem como do imposto retido pela aplicação das taxas liberatórias previstas no art. 71º do CIRS.

(Arts. 98º, nº 3, e 101º do Código do IRS)

– Entrega do imposto retido no mês de Novembro sobre as remunerações do trabalho dependente, independente e pensões – com excepção das de alimentos (Categorias A, B e H, respectivamente).

(Al. c) do nº 3 do art. 98º do Código do IRS)

– 3º pagamento por conta do imposto de 2011.(Art. 102º do Código do IRS)

– Entrega, no prazo de oito dias contados do momento em que foram deduzidas, das importâncias retidas para efeitos da sobretaxa extraordinária de IRS, com data limite de 23 de Dezembro.

I R C– Entrega das importâncias retidas no mês de Novembro

por retenção na fonte de IRC, nos termos do art. 84º do Código do IRC. (Até ao dia 20 de Dezembro)

(Arts. 106º, nº 3, 107º e 109º do Código do IRC)

I V A (Até ao dia 12 de Dezembro)– Entrega do imposto liquidado no mês de Outubro

pelos contribuintes de periodicidade mensal do regime normal.

O pagamento pode ser efectuado nas estações dos CTT, no Multibanco ou numa Tesouraria de Finanças com o sistema local de cobrança até ao último dia do prazo.

TAXA SOCIAL ÚNICA (Até ao dia 15 de Dezembro)– Contribuições relativas às remunerações do mês de

Novembro.

IMPOSTO ÚNICO DE CIRCULAÇÃO (Até ao dia 31 de Dezembro)

– Liquidação, por transmissão electrónica de dados, e pagamento do Imposto Único de Circulação – IUC – relativo aos veículos cujo aniversário da matrícula ocorra no mês de Dezembro.

IMPOSTO DO SELO (Até ao dia 20 de Dezembro)– Entrega, por meio de guia, do imposto arrecadado no

mês de Novembro. O pagamento deve ser efectuado nos locais habituais – tesourarias da Fazenda Pública, caixas multibanco ou balcões dos CTT.

PAGAMENTOSDEZEMBRO

IRS e IRCPagamentos por conta

Os sujeitos passivos de IRS com rendimentos da categoria B (rendimentos empresariais e profi ssionais) e os sujeitos passivos de IRC que exerçam a título principal actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, bem como as en-tidades não residentes com estabelecimento estável no nosso país, estão obrigados a efectuar três pagamentos por conta do imposto devido a fi nal do próprio ano a que o imposto respeita.

IRSO valor de cada pagamento por conta é comunicado aos

sujeitos passivos através de nota demonstrativa da liquidação do imposto respeitante ao penúltimo ano, sem prejuízo do envio do documento de pagamento, no mês anterior ao do termo do respectivo prazo, não sendo exigível se for inferior a € 50. O valor total devido é de 76,5% do valor de IRS pago no penúltimo ano.

Os pagamentos por conta devem ser efectuados até ao dia 20 dos meses de julho, setembro e outubro.

Cessa a obrigatoriedade de serem efectuados pagamentos por conta quando:

- Os sujeitos passivos verifi quem, pelos elementos de que disponham, que os montantes das retenções que lhes te-nham sido efectuadas sobre os rendimentos da categoria B, acrescidos dos pagamentos por conta eventualmente já efectuados e relativos ao próprio ano, sejam iguais ou superiores ao imposto total que será devido;

- Deixem de ser auferidos rendimentos da categoria B.

Verifi cando-se, pela declaração de rendimentos (modelo 3 de IRS), que, em consequência da redução ou cessação dos pagamentos por conta, deixou de pagar-se uma importância superior a 20% da que, em condições normais, teria sido en-tregue, poderá haver lugar a juros compensatórios.

IRCRelativamente ao IRC, os pagamentos por conta dos con-

tribuintes cujo volume de negócios seja igual ou inferior a 498 797,90 euros corresponderão a 70% do montante do imposto apurado relativamente ao ano imediatamente anterior, reparti-do por três montantes iguais, arredondados, por excesso, para euros, e com volume de negócios superior a 498 797,90 euros corresponderão a 90% do montante do imposto, repartido por três prestações de valor igual.

Os pagamentos por conta do IRC devem, regra geral, ser efectuados até dia 15 dos meses de julho, setembro e dezembro do próprio ano a que respeita o lucro tributável.

Suspensão ou redução dos pagamentos por contaNo entanto, quer em sede de IRS quer em sede de IRC é

possível suspender ou reduzir os pagamentos por conta a realizar.Assim, em sede de IRS é mesmo possível não realizar

qualquer pagamento por conta, isto desde que:• Os sujeitos passivos verifi quem, pelos elementos de

que disponham, que os montantes das retenções que

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte 815DEZEMBRO 2011 - Nº 24

lhes tenham sido efectuadas sobre os rendimentos da categoria B, acrescidos dos pagamentos por conta even-tualmente já efectuados e relativos ao próprio ano, sejam iguais ou superiores ao imposto total que será devido;

• Deixem de ser auferidos rendimentos da categoria B.Os pagamentos podem também ser reduzidos quando o

pagamento por conta for superior à diferença entre o imposto total que os sujeitos passivos julgarem devido e os pagamentos já efectuados.

Porém, se se verifi car, pela declaração de rendimentos do ano a que respeita o imposto, que, em consequência da cessa-ção ou redução dos pagamentos por conta, o sujeito passivo deixou de pagar uma importância superior a 20% da que, em condições normais, teria sido entregue, há lugar a juros com-pensatórios se a liquidação do imposto do penúltimo ano tiver sido efectuada até 31 de Maio do ano em que os pagamentos por conta devam ser efectuados e os sujeitos passivos se man-tiverem integrados no mesmo agregado, sendo para o efeito a importância considerada em falta imputada em partes iguais ao valor de cada um dos pagamentos devidos.

Em sede de IRC a situação é semelhante mas não igual, uma vez que o primeiro pagamento por conta é sempre devido, independentemente dos cálculos efectuados.

Assim, se o contribuinte verifi car, pelos elementos de que disponha, que o montante do pagamento por conta já efectuado é igual ou superior ao imposto que será devido com base na matéria colectável do exercício, pode deixar de efectuar novo pagamento por conta, ou seja, pagando o primeiro, poderá deixar de efectuar os segundo e terceiro pagamentos por conta.

Esta suspensão do segundo e terceiro pagamento ou apenas deste último não necessita de qualquer comunicação à adminis-tração fi scal, sendo a consequência desta suspensão verifi cada ulteriormente e com o envio da declaração de rendimentos referente àquele ano.

Assim, e como sucede em sede de IRS, a suspensão de pagamento por conta que se verifi que ser superior a 20% tem como consequência a cobrança de juros compensatórios desde o termo do prazo em que cada entrega deveria ter sido efectuada.

Comissão Europeia quer novo sistema de IVA europeu mais simples

A Comissão Europeia apresentou há dias uma proposta para a reforma do imposto sobre o valor acrescentado (IVA) na União Europeia, na qual defende um sistema mais simples para as empresas, mais efi caz para a consolidação orçamental e mais imune às fraudes, defi nindo as características funda-mentais nas quais considera que deve assentar o novo regime deste imposto e as acções prioritárias para a criação de um sistema do IVA na UE.

A Comissão aponta então três objetivos primordiais na concepção do novo sistema do IVA, com vista a torná-lo mais favorável às empresas e ao crescimento.

Em primeiro lugar, o IVA deve ser mais fácil de aplicar para as empresas, pois um sistema mais simples e mais transparente «pode evitar encargos administrativos consideráveis para as empresas e incentivar o comércio além-fronteiras, sendo, além disso, vantajoso em termos de crescimento».

Em segundo lugar, o IVA deve ser mais efi caz em termos de apoio aos esforços de consolidação orçamental dos Estados-Membros e ao crescimento económico sustentável, defendendo a Comissão que «o alargamento das bases fi scais e a limitação do recurso a taxas reduzidas poderiam gerar novas receitas para os Estados-Membros sem ser necessário aumentar as taxas de tributação».

Por último, a Comissão Europeia defende que tem que pôr fi m às signifi cativas perdas de receitas que ocorrem actualmen-te devido à existência de fraudes e de não cobrança de IVA.

Aprovado programa de apoio ao Empreendedorismo e Inovação

Foi aprovado na reunião do Conselho de Ministros do passado dia 7 de dezembro o Programa Estratégico para o Empreendedorismo e a Inovação, denominado “+ E + I”.

O programa visa, nomeadamente, alargar a base de em-presas inovadoras com uma forte componente exportadora, estimular a inovação ao nível do produto, dos processos e da tecnologia, em ordem a melhorar a competitividade das empre-sas e promover a inserção de Portugal nas redes internacionais de conhecimento, inovação e empreendedorismo. O programa pretende, ainda, criar um ambiente favorável ao surgimento de projectos e iniciativas de excelência e, por essa via, promover o empreendedorismo.

Administradores da insolvência

O Aviso nº 23534/2011, de 6.12 (2ª série do DR), emitido pela Comissão de Apreciação e Controlo da Actividade dos Administradores da Insolvência, introduziu alterações de morada nas listas ofi ciais de administradores da insolvência.

Por sua vez, pelo Aviso nº 23535/2011, de 6.12 (2ª série do DR), foram feitos aditamentos nas listas ofi ciais dos mes-mos administradores, relativamente aos distritos judiciais de Coimbra, Évora, Lisboa e Porto.

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Boletim do Contribuinte816DEZEMBRO 2011 - Nº 24

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Boletim do Contribuinte

I R S (Até ao dia 20 de Janeiro)

– Entrega do imposto retido no mês de Dezembro sobre rendimentos de capitais, prediais e comissões pela inter-mediação na realização de quaisquer contratos, bem como do imposto retido pela aplicação das taxas liberatórias previstas no art. 71º do CIRS.

(Arts. 98º, nº 3, e 101º do Código do IRS)

– Entrega do imposto retido no mês de Dezembro sobre as remunerações do trabalho dependente, independente e pensões – com excepção das de alimentos (Categorias A, B e H, respectivamente).

(Al. c) do nº 3 do art. 98º do Código do IRS)

I R C– Entrega das importâncias retidas no mês de Dezem-

bro por retenção na fonte de IRC, nos termos do art. 84º do Código do IRC. (Até ao dia 20 de Janeiro)

(Arts. 106º, nº 3, 107º e 109º do Código do IRC)

I V A (Até ao dia 10)- Entrega do imposto liquidado no mês de Novembro pelos

contribuintes de periodicidade mensal do regime normal. O pagamento pode ser efectuado nas estações dos CTT, no Multibanco

ou numa Tesouraria de Finanças com o sistema local de cobrança até ao último dia do prazo.

SEGURANÇA SOCIAL (De 11 a 20 de Dezembro)

– Contribuições relativas às remunerações do mês de Dezembro de 2011.

IMPOSTO ÚNICO DE CIRCULAÇÃO (Até ao dia 31 de Janeiro )

– Liquidação, por transmissão electrónica de dados, e pagamento do Imposto Único de Circulação – IUC – relativo aos veículos cujo aniversário da matrícula ocorra no mês de Janeiro.

IMPOSTO DO SELO (Até ao dia 20 de Janeiro)– Entrega, por meio de guia, do imposto arrecadado no

mês de Dezembro. O pagamento deve ser efectuado nos locais habituais – tesourarias da Fazenda Pública, caixas multibanco ou balcões dos CTT.

PAGAMENTOSEM JANEIRO

Melhor investigação criminal e maior efi ciência na cobrança de dívidas

Prioridades do Governo no âmbito do OE para 2012

Segundo a ministra da Justiça, as grandes prioridades do Governo no âmbito do Orçamento do Estado para 2012 são a reforma do processo civil e a investigação criminal.

É intenção do executivo introduzir uma reforma das leis penais e processuais penais para acabar com os “expedientes dilatórios” e o número exagerado de testemunhas no processo--crime, nomeadamente nos casos de criminalidade económico-fi nanceira. De referir que 30% das despesas de investimento serão destinadas à investigação criminal.

Em matéria cível, o Governo considera que é urgente reformar-se o processo civil, sobretudo no que diz respeito à cobrança de dívidas e penhoras. Na opinião da ministra da Jus-tiça, o processo declarativo e executivo devem passar a ser um único, procedendo-se à respectiva unifi cação dos processos.

No que concerne ao Código de Insolvências e de Recupera-ção de Empresas, o executivo vai apostar mais na recuperação das empresas do que na insolvência.

Para facilitar o trabalho dos agentes judiciais, nomeada-mente dos funcionários judiciais, está prevista a uniformização do regime de das custas judiciais.

No âmbito do apoio judiciário, o Ministério da Justiça critica a falta de controlo dos actos praticados pelos advoga-dos ofi ciosos através do sistema SINOA/Instituto de Gestão Financeira da Justiça e prepara-se para alterar este sistema.

INFORMAÇÕESDIVERSAS

Extinção de Lojas da Empresa

O Governo vai extinguir as Lojas da Empresa, proce-dendo à sua substituição por Balcões do Empreendedor, a instalar nas lojas do cidadão.

De acordo com o executivo, a “reestruturação e a reorganização das Lojas da Empresa” permitirão uma poupança estimada em mais de 400 mil euros por ano, nomeadamente através da redução do pagamento das rendas dos espaços ocupados por estes serviços de apoio aos empreendedores.

Assim, será “extinta a Loja da Empresa de Lisboa e transferido o Balcão do Empreendedor aí existente para uma das Lojas do Cidadão da cidade ou para um espaço físico mais reduzido que reúna as condições adequadas ao funcionamento do balcão e à manutenção da parceria” com a Câmara Municipal de Lisboa.

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte 817DEZEMBRO 2011 - Nº 24

Proposta do OE para 2012Alterações ao Regulamento das Custas

dos Processos Tributários

A Proposta de Lei n.º 27/XII, que aprova a Lei do Orçamen-to do Estado para 2012, introduz alterações ao Regulamento das Custas dos Processos Tributários e à tabela dos emolumen-tos da Direcção-Geral dos Impostos (DGCI). Estas alterações traduzem um aumento generalizado dos emolumentos e uma ligeira redução das custas em processo tributário.

De acordo com as citadas alterações, o reembolso das depesas com papel e cadernetas prediais fi ca a cargo dos interessados, sendo agora fi xados os seguintes valores:

1. Papel dactilografado, manuscrito ou fotocopiado numa ou nas duas faces:

a) Matrizes prediais, por cada prédio – 1/150 de UC;b) De outras certidões ou certifi cados, por cada lauda –

1/150 de UC;2. Cadernetas prediais:a) Urbanas, cada uma – 1/100 de UC;b) Cadastrais:

Áreas dos prédios Custo por hectare

Mínimo a cobrar

Até 20 ha 1/150 de UC 1/35 de UC

Mais de 20 ha até 100 há 1/180 de UC 1/8 de UC

Mais de 100 ha até 500 ha 1/300 de UC 1/2 UC

Superior a 500 ha 1/450 de UC 1 e 1/2 UC

Recordamos que o valor actual da UC corresponde a A 102,00.

Alterações ao Regulamento das Custas dos Processos Tributários

- Taxa de justiça nos tribunais tributários de 1ª instân-cia: Nesta matéria passa a prever-se que, no caso de haver lugar a procedimento de verifi cação e graduação de créditos em processo de execução fi scal, é devida taxa de justiça inicial, que terá de ser paga pelo credor ou credores reclamantes de acordo com a seguinte tabela, ora introduzida pelas citadas alterações:

Execução Fiscal – Procedimento de verifi cação e graduação de créditos

Reclamação de créditos no valor de

Taxa de Justiça Normal (UC)

Taxa de Justiça Agravada

(UC)

Até A 30.000 2 2

Igual ou superior a A 30 000,01 4 4

- Redução da taxa de justiça: Nesta matéria as altera-ções prendem-se com a percentagem de redução da taxa de justiça. Assim, a taxa de justiça será reduzida a um terço nos processos de impugnação, quando não for recebida a petição ou se verifi car a desistência antes da apresentação da posição do representante da Fazenda Pública ou, caso esta não se verifi que, antes de decorrido o respectivo prazo, e no processo de execução, quando o pagamento se efectuar antes da citação pessoal ou edital. Presentemente, nestas situações a taxa de justiça era reduzida a um quarto. A taxa de justiça fi ca reduzida a três quartos no processo de impugnação, quando terminar por desistência antes do julgamento; no processo de execução, quando o pagamento se efectuar depois da citação pessoal e dentro do prazo para a oposição, e quando o paga-mento for efectuado por meio do pagamento em prestações, desde que o respectivo plano seja pontual e integralmente cumprido. Actualmente, nas duas primeiras situações, a taxa de justiça era reduzida a metade.

- Encargos: Nesta matéria, as alterações prendem-se com o reembolso relativo a despesas de papel, fotocópias e outro expediente, que passa a ser calculado à razão de três quartos da UC nas primeiras 50 folhas ou fracção do processado e de um oitavo de UC por cada conjunto subsequente de 25 folhas ou fracção do processado, sendo que actualmente é calculado à razão de metade de 1 UC nas primeiras 50 e de um décimo de UC por cada conjunto subsequente de 25 folhas ou fracção do processado. Também é alterado o reembolso com despesas de divulgação da venda através da Internet que estava estabelecido em 1 UC e passa agora a ser estabelecido em 2 UC. As custas passam a abranger, o que não sucedia presentemente, também os encargos relativos a reembolsos das despesas tidas, nomeadamente com transportes, ajudas de custos, aquisição de suportes magnéticos necessários à gravação das provas, levados a cabo no procedimento de verifi cação e graduação de créditos, devidos pelo credor ou credores reclamantes.

Alteração à tabela dos emolumentos da Direcção-Geral dos Impostos

De acordo com as citadas alterações, esta Tabela foi totalmente reformulada, verifi cando-se um ligeiro aumento dos emolumentos a partir do próximo dia 1 de Janeiro de 2012:

www.boletimdocontribuinte.ptA sua informação scal on-line

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte818DEZEMBRO 2011 - Nº 24

Número de verba Espécie Emolumentos

1Buscas por cada ano, excluindo o corrente (este emolumento não pode ser superior a 1/10 de UC)

1/35 de UC

2Buscas nas matrizes prediais em vigor, por cada proprietário ou gru-pos de proprietários

1/35 de UC

3

Cadernetas prediais das inscrições matriciais que as substituam:

1) Cadernetas prediais urbanas, por cada uma 1/15 de UC

2) Cadernetas prediais rústicas, por cada uma 1/15 de UC

(Acresce, acima de 20 ha, o emolumento de J 1,5 por cada hectare ou fracção a mais)

4

Cartões com o número fi scal:

1) Pessoas singulares - inscrição, emissão e renovação, por cada um 1/10 de UC

2) Pessoas singulares – pedidos de segunda via, por cada um 1/8 de UC

3) Pessoas colectivas e equipara-das - início de actividade, primeira emissão, renovação e pedidos de segunda via, por cada um

1/4 de UC

5 Certidões ou fotocópias a requeri-mentos das partes 1/35 de UC

6

Certidões ou fotocópias extraídas das matrizes prediais, além do emolumento da verba nº 5, por cada prédio

1/100 de UC

7 Confi ança de processos, por cada um 1/8 de UC

Às certidões requeridas através de sistemas de trans-missão electrónica de dados, quando autorizado, para além dos emolumentos referidos, acrescerá, por cada uma, 1/10 de UC.

Nos casos de isenção de emolumentos mencionar-se-á sempre, nos requerimentos, a disposição legal que confere a isenção, sob pena de a isenção não ser considerada.

As receitas geradas através da verba 4 constituem receita própria da DGITA e da DGCI (entidades agora fundidas na Autoridade Tributária e Aduaneira), na proporção de 77% e 23%, respectivamente.

Saneamento e liquidação das instituições de crédito

A Lei de autorização legislativa n.º 58/2011, de 28.11, concede ao Governo autorização para proceder à revisão do regime aplicável ao saneamento e liquidação das instituições sujeitas à supervisão do Banco de Portugal.

O Governo fi ca, assim, autorizado a estabelecer mecanismos de intervenção preventiva e correctiva, para criar uma fase de administração provisória e para defi nir os termos e a competência para a resolução e liquidação pré-judicial de instituições sujeitas à supervisão do Banco de Portugal, bem como para regular outros aspectos relacionados com o processo de liquidação das mesmas.

No âmbito desta autorização legislativa, o Governo fi ca autorizado, desde 29.11.2011, nomeadamente, a:

– Instituir medidas de intervenção preventiva;– Defi nir um conjunto de medidas de intervenção correctiva;– Estabelecer uma fase de administração provisória;– Criar medidas de resolução;– Instituir um Fundo de Resolução;– Criar privilégios creditórios em processo de liquidação

para os créditos por depósitos abrangidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos ou pelo Fundo de Garantia do Crédito Agrícola Mútuo e para os créditos titulados pelo Fundo de Garantia de Depósitos, pelo Fundo de Garantia do Crédito Agrícola Mútuo ou pelo Fundo de Resolução decorrentes da intervenção no âmbito da execução de medidas de resolução;

– Defi nir os ilícitos de mera ordenação social que se reve-lem adequados a garantir o respeito pelas normas que disciplinam as matérias acima previstas;

– Criar um procedimento pré-judicial de liquidação;– Regular os efeitos que a suspensão de efi cácia do acto

administrativo de revogação da autorização pelo Banco de Portugal tem sobre a liquidação;

– Regular os efeitos da execução da decisão defi nitiva que julgue procedente a impugnação contenciosa do acto administrativo de revogação da autorização ou da decisão do Banco de Portugal que determina a aplicação de medidas de resolução;

– Regular em matéria de liquidação de instituições que forem totalmente dominadas por outra sociedade ou mantiverem a gestão da sua própria actividade subor-dinada, por contrato, à direcção de outra sociedade.

– Determinar a obrigatoriedade de as instituições apresen-tarem ao Banco de Portugal um plano de recuperação, tendo como objectivo identifi car as medidas suscep-tíveis de ser adoptadas para corrigir oportunamente uma situação em que as instituições se encontrem ou estejam em risco de fi car em desequilíbrio fi nanceiro;

– Determinar a obrigatoriedade de as instituições apresen-tarem ao Banco de Portugal um plano de resolução, ten-do como objectivo prestar as informações necessárias para assegurar ao Banco de Portugal a possibilidade de proceder a uma resolução ordenada da instituição;

– Impor um dever de comunicação ao Banco de Portugal nos casos em que as instituições, por qualquer razão, se encontrem ou estejam em risco de fi car em situação de desequilíbrio fi nanceiro.

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte 819DEZEMBRO 2011 - Nº 24

Principais medidas que entram em vigor em 2012

Com o aproximar do ano de 2012 e com ele o início de um novo exercício económico, e entrada em vigor da Lei do Orçamento do Estado para 2012, deixamos aqui expressas as principais medidas que entrarão em vigor a partir do próximo dia 1 de Janeiro:

No âmbito do IRS, destacam-se as seguintes medidas:- Unifi cação da data de pagamento do IRS para 31 de Julho

para todas as fases de entrega;- Não é efectuada a actualização dos escalões de IRS,

conforme a infl ação;- Para os contribuintes entre o terceiro e o sexto escalões,

inclusive, os tectos máximos globais de dedução situam--se entre 1250 e 1100 euros;

- Nos dois últimos escalões, passa a haver a eliminação completa de deduções;

- Criação/redução de limites máximos percentuais nas de-duções (saúde = 10 por cento, educação = 15 por cento; imóveis = 15 por cento);

- As deduções relativas a imóveis passam a abranger apenas os juros (e não a amortização) dos empréstimos e só se aplicam aos contratos celebrados até 31/12/2011; nos anos subsequentes as deduções com imóveis irão descer;

- Diminuição do limite máximo do valor de subsídio de refeição isento de tributação (30 por cento e 60 por cento para vales de refeição);

- Redução na exclusão de tributação para os trabalhadores da agricultura, pecuária, etc. (exclusão só até 4,5 IAS);

- Nos casos de renda paga pela entidade patronal não de-clarada, aumenta o valor a considerar, pelas Finanças, como rendimento em espécie;

- Passa a haver incidência de IRS sobre juros pagos pela entidade patronal, se estes forem relativos a emprésti-mos concedidos por outras entidades;

- Nas profi ssões de desgaste rápido, a dedução fi ca limitada a 5 IAS;

- Aproximação da tributação da categoria H à categoria A, passando a dedução específi ca a ser de 72 por cento de 12 IAS;

- Criação de uma taxa liberatória de 30 por cento para as transferências de e para “offshores”;

- Aumentos das chamadas “taxas especiais” (v.g. as mais- -valias de acções passam para 21,5 por cento);

- Criação de uma taxa adicional, denominada “taxa so-lidária”, de 2,5 por cento, aplicável aos rendimentos superiores a 153 300 euros;

- Os contribuintes enquadrados na categoria de “residentes não habituais” passam a estar sujeitos a retenção na fon-te, tanto relativamente à categoria A como à categoria B;

- A nomeação de representante fi scal passa a ser facultativa.

Em sede de IRC, serão introduzidas as seguintes medidas:- Fim da taxa reduzida de 12,5 por cento para a matéria

colectável até 12 500 euros e introdução de taxa única de 25 por cento;

- Eliminação da maioria dos benefícios fi scais (v.g. inte-rioridade);

- Fim da isenção de imposto para as entidades anexas de solidariedade social;

- Aumento para 70 por cento da taxa de tributação autóno-ma sobre as despesas não documentadas (actualmente, é de 50 por cento);

- Aumento do valor da derrama estadual para empresas com lucros elevados (3 por cento sobre lucros de 1,5 a 10 milhões de euros e 5 por cento sobre lucros acima de 10 milhões de euros);

- Mudanças nas regras de imputação de lucros de socieda-des situadas em “offshores”;

- Criação de uma taxa de 30 por cento para rendimentos provenientes de “offshores”;

- Representação fi scal facultativa;- Alteração da defi nição de depreciação/amortização;- Aumento da dedução de prejuízos fi scais para 5 anos

(actualmente, é de 4 anos), mas limitada a 75 por cento da matéria colectável.

Ao nível do IVA, as alterações a introduzir são as seguintes:- Alterações nas tabelas de IVA, passando para a taxa

normal de 23 por cento, por exemplo, as bebidas e sobremesas lácteas, as águas minerais, as batatas fritas congeladas, os espectáculos, as conservas, os óleos, o café e os serviços de restauração;

- Criação da possibilidade de as Finanças corrigirem o valor da transacção, para efeitos de IVA, caso a mesma seja efectuada entre contribuintes com relações especiais;

- Criação de um limite mínimo de 6 IAS para as liquidações ofi ciosas de IVA;

- Dedução de 5 por cento das despesas realizadas pelos particulares;

- Alterações nas regras aplicáveis aos regimes de expor-tação e das transacções intracomunitárias, facilitando os reembolsos de IVA.

Quanto ao IMI, as principais alterações relacionam-se com o período de isenção e com as taxas, a saber:

- A isenção de IMI passa a ser de 3 anos, aplicando-se aos imóveis com VPT até 125 000 euros;

- Os contribuintes que aufi ram mais de 153 300 euros não podem benefi ciar de isenção;

- Subida de 0,1 por cento das taxas de IMI;- Os imóveis devolutos passam a pagar o triplo da taxa de

IMI (actualmente, pagam o dobro);- Aumento do preço do pedido de 2ª avaliação de imóvel;- Alteração da fórmula de cálculo do Valor Patrimonial

Tributável;- Os imóveis detidos por “offshores” passam a pagar uma

taxa de 7,5 por cento (actualmente, é de 5 por cento).

ISV, IUC, ISP e Impostos Especiais sobre o ConsumoNo que diz respeito aos demais impostos, foram apresenta-

dos um conjunto de aumentos nos impostos sobre veículos (ISV

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte820DEZEMBRO 2011 - Nº 24

e IUC), sobre produtos petrolíferos e nos vários impostos especiais sobre o consumo. A título de exemplo, refi ra-se que o imposto sobre o tabaco aumenta de 45 para 50 por cento.

LGT

Ao nível da Lei Geral Tributária, salienta-se:- O preço das informações vinculativas urgentes vai au-

mentar, não obstante o prazo de resposta das Finanças aumentar, passando dos actuais 60 para 120 dias. Também o prazo de resposta das informações vincu-lativas normais (não urgentes) vai ser alargado de 90 para 150 dias.

- Sempre que estejam envolvidas sociedades “offshore”, o prazo de prescrição de dívidas fi scais pode atingir os 15 anos e o de caducidade de liquidação 12 anos;

- Os contribuintes vão passar a receber o valor dos juros indemnizatórios em dobro, no caso de incumprimento de decisões judiciais que condenem as Finanças.

- No domínio do Código do Procedimento e do Processo Tributário, vai ser implementada a utilização de docu-mentos digitais, incluindo a obrigatoriedade de facturas electrónicas em certas situações.

- Para além disso, com vista a combater os esquemas de evasão fi scal, o CPPT será alterado de forma a que as Finanças possam accionar, de forma mais fácil, a chamada cláusula antiabuso.

Laboral e segurança socialNas áreas laboral e da segurança social são introduzidas

diversas medidas, destacando-se desde já as seguintes:

Horário de trabalhoNesta sede estabelece-se um aumento excepcional e tem-

porário (apenas durante a vigência do Memorando de Enten-dimento sobre as Condicionalidades de Política Económica) dos períodos normais de trabalho, de trinta minutos por dia ou de duas horas e trinta minutos por semana.

O aumento, no trabalho a tempo parcial, deve ser propor-cional ao período normal de trabalho semanal.

A medida não será aplicada a determinados grupos de trabalhadores:

- Por razões de protecção da saúde, das condições físicas, da menoridade e da promoção da formação e quali-fi cação dos trabalhadores – será o caso de menores, grávidas, puérperas ou lactantes, trabalhadores com capacidade de trabalho reduzida ou com defi ciência ou doença crónica e trabalhadores-estudantes;

- Trabalhadores de empresas públicas de capitais exclusiva ou maioritariamente públicos, de entidades públicas empresariais e de entidades que integram o sector empresarial regional e municipal.

Dívidas à Segurança SocialOs planos prestacionais podem chegar às 120 prestações,

desde que os devedores prestem caução e cumpram certas condições.

Se os executados forem pessoas singulares, o pagamento em prestações:

- É aplicável ao pagamento de dívidas de mais de 5100 euros no momento da autorização;

- Apenas é permitido para pessoas singulares que não se encontrem em processo de reversão;

- Estes devedores têm de prestar uma garantia idónea ou requerer a sua isenção;

- A fi xação do número de prestações não está condicionada a um mínimo de pagamento.

Se os executados forem pessoas colectivas, o pagamento em prestações:

- É aplicável ao pagamento de dívidas de mais de 51 000 euros;

- O executado tem de prestar garantia idónea ou esta já deve encontrar-se constituída, não sendo possível requerer isenção, como acontece para pessoas singulares;

- A notória difi culdade fi nanceira e previsíveis consequên-cias económicas tem de ser demonstrada pelo devedor;

- A fi xação do número de prestações a autorizar não está condicionada a um limite mínimo de pagamento.

Outras- A idade mínima da reforma passa para 57 anos, com 32

de descontos;- Nas horas extra há redução de aproximadamente 50 por

cento no custo a pagar por hora;- Na função pública, foi decidido suspender por dois

anos o pagamento dos subsídios de férias e de Natal de montante superior a 1100 euros e, para valores acima de 600 euros e até 1100 euros, a suspensão de 1 dos subsídios;

Também na função pública, revoga-se a possibilidade de renunciar ao direito a férias, cessando, consequentemente, o direito a receber a remuneração e o subsídio respectivo.

- Redução de dias de feriado.

SaúdeAs medidas introduzidas nesta área actuam sobretudo ao

nível da racionalização de recursos e controlo de despesa. Serão implementadas ainda medidas na área da política de me-dicamento e da prescrição de medicamentos e monitorização dos processos. São exemplo disso: promoção da prescrição de genéricos pelos médicos; remoção de todas as barreiras à entrada de genéricos no mercado, bem como à redução do preço dos genéricos; controlo do consumo de medicamentos em meio hospitalar; alteração do sistema de fi xação dos preços de medicamentos, tanto no que se refere ao sistema actual de preços de referência baseado em preços internacionais como relativamente à fórmula de cálculo das margens de lucro das distribuidoras e farmácias; a utilização dos serviços de saúde pelos utentes sem pagamento de taxa moderadora devida após interpelação para o efeito constitui contra-ordenação, punível com coima de valor mínimo correspondente a cinco vezes o valor da respectiva taxa moderadora, mas nunca inferior a 50 euros, e de valor máximo correspondente ao quíntuplo do valor mínimo da coima.

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Boletim do Contribuinte 821DEZEMBRO 2011 - Nº 24

Plano Estratégico de Combate à Fraude e Evasão Fiscais e Aduaneiras 2012/2014

Síntese das principais medidas

O Plano Estratégico de Combate à Fraude e Evasão Fiscais e Aduaneiras para o período de 2012 a 2014 defi ne as grandes linhas estratégicas de actuação de médio prazo da administração tributária e aduaneira, visando atingir progressos signifi cativos nos níveis de efi cácia no combate aos fenómenos de incumprimento fi scal e, em especial, aos esquemas de fraude de elevada complexidade.

O referido Plano, apresentado recentemente, pressu-põe como elemento crucial o cumprimento voluntário das obrigações fi scais. Por isso, o Plano Estratégico constitui uma ferramenta essencial destinada a combater práticas de incumprimento fi scal que prejudicam os interesses do Fisco e, desta forma, os interesses da maioria dos contribuintes que cumprem as suas obrigações fi scais.

Algumas das medidas que constam do Plano Estra-tégico foram já incluídas no Orçamento de Estado para 2012. De entre estas medidas destaca-se o agravamento da tributação das transferências de rendimentos de ca-pitais provenientes e com destino a paraísos fi scais, o alargamento signifi cativo das regras de transparência fi scal internacional, a fl exibilização da cláusula geral an-tiabuso por parte da administração tributária e aduaneira e a extensão signifi cativa dos prazos de caducidade e de prescrição para 12 e 15 anos, respectivamente, quando estejam em causa rendimentos não declarados obtidos em países e territórios sujeitos a regime fi scal privilegiado.

De destacar ainda como medida prioritária do Plano Estratégico o reforço da cooperação existente entre a Administração tributária e os diversos organismos com funções inspectivas e/ou policiais.

ACTUAÇÃO DE ÂMBITO CRIMINAL

Crimes fi scais graves

Agravar a moldura penal para os crimes mais graves, nomeadamente a burla tributária, a associação criminosa e a fraude fi scal qualifi cada. Em particular, a pena máxima de prisão aplicável ao crime de fraude fi scal qualifi cada, nomeadamente a prática de interposição de sociedades em paraísos fi scais para ocultar rendimentos não declarados à administração tributária, é agravada para 8 anos.Por outro lado, quem fi zer parte de grupos, organizações ou associações cuja fi nalidade ou actividade seja dirigida à prática de crimes fi scais (v.g., facturas falsas) incorrerá numa pena de prisão de 2 a 8 anos.

Contra-ordenações aduaneiras e fi scais

Agravar substancialmente as coimas aplicadas às contra-ordenações aduaneiras e fi scais.

Entidades residentes

em paraísos fi scais

Introduzir novas contra-ordenações específi cas, nomeadamente para a não apresentação de prova da origem de rendimentos provenientes de entidades residentes em paraísos fi scais.

Meios adicionais para a investigação dos crimes fi scais

Reforçar os efectivos da unidade central de investigação da fraude e acções especiais (DSIFAE), aumentando a sua capacidade de resposta no combate ao crime fi scal e, em particular, à criminalidade organizada, dotando esta Direcção de Serviços de meios adicionais para a investigação dos crimes fi scais mais graves e, consequentemente, de maior complexidade.

Alteração ao Regine Geral das Infracções

Tributárias

Alterar o RGIT para clarifi car que os poderes e funções delegadas na administração tributária, enquanto desem-penha os poderes e a funções atribuídas aos órgãos de polícia criminal, compreendem a investigação dos crimes tributários, independentemente do seu montante.

Processo administrativo de liquidação de impostos

Propor as alterações legislativas para defi nir claramente as relações entre o processo penal e o procedimento administrativo de liquidação de impostos, de modo a garantir um procedimento penal mais célere e a recuperação da vantagem patrimonial ilegítima.

ACTUAÇÃO DE ÂMBITO LEGISLATIVO

IVAFacturação electrónica

Impor, de uma forma faseada, a obrigatoriedade da utilização de programas de facturação certifi cados para os sujeitos passivos que desenvolvam actividades empresariais, de forma a garantir maior transparência no momento de pagamento de bens e serviços, nomeadamente no que diz respeito ao apuramento e liquidação de IVA.Clarifi car alguns dos requisitos técnicos que os programas de facturação devem observar e defi nir outros face à experiência adquirida.

(Continua na pág. seguinte)

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822 Boletim do ContribuinteDEZEMBRO 2011 - Nº 24

IVAFacturação electrónica

Impor regras para a utilização de equipamentos não certifi cados, nomeadamente, a obrigatoriedade de numeração e registo de documentos emitidos susceptíveis de serem considerados pelos clientes como documento de suporte da venda ou da prestação de serviços, conferindo assim maior transparência na emissão de documentos de suporte a transacções em que a emissão de factura não seja obrigatória.Impor um regime que regule a emissão e transmissão electrónica de facturas e outros documentos com relevância fi scal em determinados sectores de actividade de maior risco, de modo a dotar a administração tributária e aduaneira da informação necessária para efectuar um controlo efectivo e efi ciente do cumprimento das obrigações declarativas dos respectivos agentes económicos.

Controlo efectivo de sectores

de actividade de maior risco

Impor um regime que regule a emissão e transmissão electrónica de facturas e outros documentos com relevância fi scal em determinados sectores de actividade de maior risco, de modo a dotar a administração tributária e aduaneira da informação necessária para efectuar um controlo efectivo e efi ciente do cumprimento das obrigações declarativas dos respectivos agentes económicos.

IRS e IRCTransferências

transfronteiriças

Estabelecer uma presunção de que as transferências transfronteiriças de e para contas não declaradas pelos con-tribuintes, nos termos do artigo 63.º-A, n.º 6, da LGT, consubstanciam rendimentos tributáveis em sede de IRS e IRC, às taxas aplicáveis aos rendimentos de capitais.

IRSTaxas liberatórias

Agravar as taxas liberatórias e as taxas especiais de 21,5% para 30% para rendimentos de capitais recebidos de entidades residentes em paraísos fi scais em sede de IRS.

IRS e IRCTributação de

rendimentos de capitais

Agravar a taxa de tributação de 21,5% para 30% para rendimentos de capitais pagos a entidades residentes em paraísos fi scais, em sede de IRS e de IRC.

IRS e IRCParaísos Fiscais

Agravar o regime de desconsideração de gastos associados a pagamentos de rendimentos a entidades residentes em paraísos fi scais, de modo a penalizar a utilização abusiva de paraísos fi scais como modo de criação de gastos fi ctícios em sede de IRS e IRC, com a consequente erosão da base tributável.

IRS e IRCRegime de transpa-rência fi scal inter-

nacional

Alargar signifi cativamente o regime da transparência fi scal internacional ("CFC rules") relativamente à imputação a sujeitos passivos de IRC e de IRS de rendimentos obtidos por entidades residentes em paraísos fi scais, de modo a tributar rendimentos não distribuídos, quando obtidos em paraísos fi scais.

IRCImputação

de rendimentos a entidade

residente em paraíso fi scal

Alargar a aplicação do regime de imputação de rendimentos previsto no artigo 66.º do Código do IRC (transpa-rência fi scal internacional) aos casos em que a participação numa entidade residente em país, território ou região com regime fi scal mais favorável seja detida através de mandatário, fi duciário ou interposta pessoa, de modo a tributar rendimentos não distribuídos, quando obtidos em paraísos fi scais.

IMTAgravamento para entidades residen-

tes em paraísos fi scais

Agravar a taxa de IMT para os prédios adquiridos por entidades residentes em paraísos fi scais (de 8% para 10%).

IMIAgravamento para entidades residen-

tes em paraísos fi scais

Agravar a taxa de IMI para os prédios detidos por entidades residentes em paraísos fi scais (de 5% para 7,5%).

LGTAlargamento

dos prazos de prescrição e caducidade

Alargar os prazos de prescrição das dívidas tributárias (de 8 para 15 anos) e de caducidade de liquidação (de 4 para 12 anos) aplicáveis sempre que estejam em causa factos tributários relacionados com paraísos fi scais, conferindo desta forma um período de tempo alargado para a administração tributária detectar e tributar situações de utilização abusiva de paraísos fi scais.

LGTAcréscimos

patrimoniais

Consagrar o artigo 89.º-A da Lei Geral Tributária como procedimento de reconstituição do valor dos rendimentos não declarados à administração tributária que decorrem da existência de acréscimos patrimoniais não justifi cados, agilizando assim o procedimento de implementação desta forma de avaliação indirecta da capacidade contributiva.

CPPTCláusula geral

antiabuso

Alterar o artigo 63.º do CPPT para consagrar expressamente que este procedimento tributário se reporta exclusiva-mente à aplicação da cláusula geral antiabuso, eliminando o prazo específi co para a sua aplicação e clarifi cando em que momento deve ser autorizado pelo dirigente máximo. Desta forma, fl exibiliza-se a utilização das normas antia-buso, tornando-as mais efi cazes no combate aos esquemas de planeamento fi scal abusivo e de elevada complexidade.

IVAPreços

de transferência

Aplicar o regime de preços de transferência, em sede de IVA, quando existam operações entre entidades re-lacionadas sujeitas a diferentes regimes de direito à dedução, de forma a evitar créditos de imposto e pedidos de reembolsos abusivos.

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Boletim do Contribuinte 823DEZEMBRO 2011 - Nº 24

Facturação Utilização

de equipamentos não certifi cados

Impor regras para a utilização de equipamentos não certifi cados, nomeadamente, a obrigatoriedade de numeração e registo de documentos emitidos susceptíveis de serem considerados pelos clientes como documento de suporte da venda ou da prestação de serviços, conferindo assim maior transparência na emissão de documentos de suporte a transacções em que a emissão de factura não seja obrigatória.

ACTUAÇÃO DE ÂMBITO OPERACIONAL

Serviço Único para grandes

contribuintes

Criar um serviço para os grandes contribuintes, constituído como interlocutor único que, a par da função de inspecção, deve integrar, progressivamente, as funções actualmente desempenhadas pelas áreas de gestão, justiça e cobrança.

Acções de controlo de bens em circulação

Incrementar as acções de controlo preventivo, designadamente as acções de controlo de bens em circulação, bem como as acções conjuntas com outras entidades inspectivas, nomeadamente em situações com reduzida estrutura formal e organizativa.

IRSReembolso indevido

Reforçar as validações em momento de liquidação das declarações de IRS (modelo 3), por forma a obstar à emissão indevida de reembolsos.

IRS e IRCControlo da declaração modelo 10

Controlar, de forma atempada, as entidades que entregam a declaração modelo 10 indicando retenções na fonte sem que tenham sido submetidas as correspondentes declarações de retenções.

Preços de transferência

Avaliar a política de preços de transferência, nomeadamente nas operações internacionais e os pagamentos efec-tuados a outras empresas do grupo com sede em países com regime fi scal mais favorável.

Controlo das obrigações

declarativas

Promover a utilização mais efi ciente da informação constante dos modelos declarativos das obrigações de terceiros.

Controlo preventivo através

de meios informáticos

Incrementar a actividade de controlo preventivo, através da dinamização da utilização das ferramentas informáticas disponibilizadas para o efeito, a nível regional e central.

Facturas falsas Defi nir perfi s de risco baseados na informação disponível nas diversas fontes de informação da administração tributária, que permitam detectar, controlar e desincentivar a utilização das denominadas facturas falsas.

Entrega das reten-ções na fonte.

Abuso de confi ança fi scal

Acompanhar a entrega das retenções na fonte por forma a detectar atempadamente situações de incumprimento, evitando a acumulação de dívidas com a acrescida difi culdade de regularização, e, sendo caso disso, instauração do processo de inquérito por abuso de confi ança fi scal.

Cadastro de entida-des com obrigação

de entrega de reten-ções na fonte

Promover um cadastro de entidades com obrigação de entrega de retenções na fonte, alterando, para o efeito, os correspondentes modelos de impressos.

Sector imobiliário Recolher informação relevante junto das Câmaras Municipais relacionadas com o sector imobiliário (vg. licenças de urbanização, de construção, projectos de arquitectura).

Paraísos fi scaisOperações sobre

imóveis

Identifi car e analisar as operações efectuadas sobre imóveis por residentes em paraísos fi scais.

Manifestações de fortuna

identifi cação através bases

de dados

Intensifi car a utilização das bases de dados para identifi car manifestações de fortuna, nomeadamente de imóveis de elevado valor, para selecção de sujeitos passivos com acréscimos de património não compatíveis com os rendi-mentos declarados.

Anomalias no âmbito

do sistema VIES

Intensifi car o controlo das anomalias no âmbito do sistema VIES, visando identifi car atempadamente os operadores fi ctícios envolvidos nos esquemas organizados de fraude carrossel.

Criação de um cadastro de

operadores intraco-munitários

Criar um cadastro de operadores intracomunitários.

Cláusula geral antiabuso

Intensifi car a utilização do regime legal da cláusula geral antiabuso.

(Continua na pág. seguinte)

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824 Boletim do ContribuinteDEZEMBRO 2011 - Nº 24

Paraísos fi scaisControlo sobre as

transferências ban-cárias

Intensifi car o controlo da administração tributária sobre as transferências bancárias de fundos para paraísos fi scais (através da declaração Modelo 38).

Reforço dos efectivos

afectos à Inspecção Tributária

Reforçar os efectivos afectos à Inspecção Tributária com competências em áreas de grande complexidade, bem como os efectivos afectos à Direcção de Serviços de Inspecção da Fraude e Acções Especiais (DSIFAE) com com-petências antifraude e para acções especiais.

Formação no âmbito das

contra-ordenações e crimes

aduaneiros

Desenvolver programas de formação internos e externos que permitam o desenvolvimento de capacidades de actuação em áreas específi cas de intervenção, nomeadamente no âmbito das contra-ordenações e crimes aduaneiros.

ACTUAÇÃO DE ÂMBITO INSTITUCIONAL

Cooperação entre as administrações

tributárias dos Estados

membros

Incrementar a cooperação com as administrações tributárias dos Estados membros da União Europeia tornando-a mais efi ciente e efectiva.

Cruzamento de dados

de diversas entidades

Adoptar estratégias proactivas de aquisição e partilha de dados junto das diversas entidades intervenientes nos vários sectores de actividade, visando o aumento das fontes de informação enquanto activo fundamental para a opti-mização do processo de cruzamento de dados.

Administração tri-butária.

Levantamento da informaçãorelevante

em termos fi scais

Efectuar um levantamento exaustivo da informação relevante em termos fi scais, relacionada com o exercício de actividades económicas diversas, disponível em organismos públicos e privados e defi nição caso a caso da forma de comunicação à administração tributária dessa informação.

Dupla tributação Reforçar os mecanismos de troca de informações a introduzir nos Protocolos às Convenções de Dupla Tributação com a Suíça e o Luxemburgo.

Dupla tributação Reforçar signifi cativamente a rede de novas Convenções para eliminar a dupla tributação.

Operações aduaneiras conjuntas

Participar em operações aduaneiras conjuntas, de iniciativa nacional, comunitária (Comissão Europeia ou Conselho) ou internacional (Organização Mundial das Alfândegas), focadas em áreas ou sectores de maior risco.

Operações aduaneiras conjuntas

Reforçar signifi cativamente as acções conjuntas, de natureza preventiva e prospectiva, a realizar com outras entidades, designadamente: Polícia Judiciária (PJ); Inspecção dos Centros Regionais de Segurança Social (ISS). Brigada Fiscal da Guarda Nacional Republicana (BF-GNR). Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Polícia de Segurança Pública (PSP).

ACTUAÇÃO NO ÂMBITO DO CONTRIBUINTE

Procedimentos de inspeção

Desenvolver mecanismos internos de controlo de qualidade ao nível do procedimento de inspecção, abrangendo as diversas fases da auditoria (planeamento, execução e relato), nomeadamente através da generalização da utiliza-ção de questionários de revisão de auditoria visando assegurar o cumprimento dos diversos formalismos relativos aos procedimentos de inspecção, o cumprimento das normas técnicas de auditoria e o adequado suporte, através da referência a doutrina e/ou jurisprudência, das correcções mais complexas e/ou materialmente relevantes.

Divulgação das informações

vinculativas da administração

fi scal

Divulgar as informações vinculativas por forma a permitir aos contribuintes conhecer atempadamente a inter-pretação e critérios da administração tributária, como forma de prevenção de erros e incumprimentos involuntários.

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Boletim do Contribuinte 825DEZEMBRO 2011 - Nº 24

JURISPRUDÊNCIA

Lei Geral TributáriaOposição à execução fi scal

Reversão, fundamentação e ónus da prova da insufi ciência

(Acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul, de 07-12-2011)

Sumário:1. A fundamentação (formal) do despacho de reversão deve

conter os pressupostos apurados pela AT e que legitimam que o revertido passe a fi gurar como executado nessa execução, por ser responsável subsidiário pelo pagamento dessa dívida exequenda, bem como a falta de bens do devedor originário para a solver, incluindo se essa dívida lhe é exigível por o revertido ter dado causa à insufi ciência do património da so-ciedade originária devedora para a solver ou por a mesma não ter sido paga ou entregue pelo revertido ao tempo em que foi gerente dessa sociedade [dívidas de IVA cujo facto tributário tenha ocorrido no período do exercício do seu cargo ou que o prazo legal de pagamento ou de entrega tenha terminado no período do exercício do seu cargo de gerente – art.º 24.º, n.º 1, alíneas a) e b) da LGT];

2. Porém, se a fundamentação utilizada no despacho de reversão se revelar insufi ciente face aos seus pressupostos legais, mas o revertido os apreender na sua totalidade e mesmo contra a parte omitida vier a exercer plenamente a sua defesa, então, tal insufi ciência, não equivale à falta de fundamentação do acto, por o fi m legal que com ela se visa atingir ter sido, não obstante, alcançado;

3. Tendo o revertido articulado na sua p.i. de oposição à execução fi scal que exerceu as correspondentes funções de gerente da sociedade originária devedora, irreleva que a AT lhe não impute o exercício das mesmas e nem que as não prove;

4. No âmbito da vigência do CPT, cabia ao revertido o ónus da prova de que não fora por culpa sua que o património da sociedade originária devedora se tornara insufi ciente para solver as dívidas desta.

Aditamento: 1 Decisão Texto Integral: Acordam, em conferência, na

Secção de Contencioso Tributário (2.ª Secção) do Tribunal Central Administrativo Sul:

A. O Relatório.1. A..., identifi cado nos autos, dizendo-se inconformado

com a sentença proferida pelo M. Juiz do Tribunal Tributário de Lisboa - 3.ª Unidade Orgânica - que julgou improcedente a oposição à execução fi scal deduzida, veio da mesma recorrer para este Tribunal formulando para tanto nas suas alegações as seguintes conclusões e que na íntegra se reproduzem:

1ª Constituem pressupostos da reversão, seja no regime

do CPT seja no regime da LGT e posteriormente do CPPT: a existência de responsáveis subsidiários, a inexistência de bens ou a sua fundada insufi ciência (esta apenas para as dívidas abrangidas pela LGT e CPPT);

2ª No regime do art. 13 do CPT, com a alteração do DL 68/87, exigia-se à AF o ónus da prova dos pressupostos da responsabilidade subsidiária do gerente, ou seja, a prova de factos que permitissem a conclusão do efectivo exercício de facto das funções de gerente, que não apenas de direito e bem assim a prova da inobservância culposa por parte do gerente das disposições legais imperativas destinadas à protecção dos credores sociais, para que os gerentes fossem considerados responsáveis por essas dívidas, cabendo a prova de tal inob-servância culposa aos credores, entre os quais a AF;

3ª Conforme se defi niu no Acórdão do Pleno da Secção do Contencioso Tributário do STA em 28/2/2007 no referido art. 13 do CPT a única presunção legal de que benefi cia a Fazenda Pública respeita à culpa pela insufi ciência do património social, não existindo em tal preceito legal presunção legal que imponha que provada a gerência de direito se dê como automaticamente provado o exercido efectivo da função ou que esse exercício tenha sido culposo;

4ª Da decisão em apreciação nestes autos, que determinou a reversão contra o ora recorrente, não consta qualquer facto de onde se possa concluir que o recorrente exerceu de facto a função de gerente ou que tenha sido por decisão sua, ou sequer conjunta com a do outro gerente também revertido, que foi determinada a não entrega ou não pagamento dos impostos em causa, sendo que, não benefi ciando a AF de qualquer pre-sunção judicial de gerência de facto, tem esta que fazer prova da efectiva gerência de facto para, considerado verifi cado o respectivo pressuposto, poder reverter a execução fi scal contra o gerente, não se podendo inferir que da gerência de direito decorra automaticamente a gestão de facto. De igual forma e quanto à responsabilidade culposa no exercício de tais funções deve o credor, no caso a AF, demonstrar a conexão entre o comportamento culposo do gerente e o resultado consubstan-ciado no incumprimento das regras tributárias e fi scais, o que manifestamente não resulta de tal decisão;

5ª Na decisão que ordenou a reversão a AF não cumpre o ónus de prova que a Lei lhe impõe, qual seja a prova de que, além de gerente de direito, o recorrente exerceu, nos períodos das dívidas em causa, a gerência de facto e que ao abrigo dessa gestão praticou actos ou omissões susceptíveis de o fazerem incorrer em responsabilidade subjectiva, ou seja, culposa, e como tal responsável pelas dividas tributárias de que a socie-dade é responsável originária, não constando de tal decisão, nem de qualquer prova posterior, qualquer facto de onde tais conclusões, de direito, se possam extrair, pelo que a decisão que ordenou a reversão carece de fundamentação de facto porquanto não contém qualquer facto dos que a lei considera constitutivos dos pressupostos da reversão, ou seja factos de onde resulte a gerência de facto e factos de onde resulte a actuação culposa do recorrente e que legitimem a reversão contra o ora recorrente;

6ª Relativamente aos factos ocorridos em 2000 e 2001, também não subsistem dúvidas que compete à AF a prova, por factos, da gerência de facto e efectiva, bem como a sua res-ponsabilidade subjectiva e culposa, sustentada em factos, pela falta de pagamento das dívidas tributárias, nos mesmos termos em que já anteriormente se defendia e constituía jurisprudência

(Continua na pág. seguinte)

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826 Boletim do ContribuinteDEZEMBRO 2011 - Nº 24

JURISPRUDÊNCIA

unânime. Ora nem da decisão que ordenou a reversão nem dos factos dados como assentes na sentença recorrida resulta qualquer facto atribuído ao recorrente a título de gestão de facto – nos períodos da divida – nem de culpa nessa gestão, não resultando também aqui qualquer prova dos pressupostos da reversão que legitimem que a mesma seja revertida contra o ora recorrente;

7ª Quanto à inexistência ou fundada insufi ciência de bens da devedora originária, resultando provado apenas o que consta da decisão de reversão, ou seja, que não constam quaisquer bens em nome da devedora originária no sistema informático, que não são conhecidos bens da devedora originário na área do serviços de fi nanças, que em deslocação efectuada foi apurado que a executada não se encontrava naquela morada há já algum tempo, desconhecendo-se o actual paradeiro, que a devedora originária está cessada ofi ciosamente desde 31/12/2001 e a sua última declaração periódica de IVA, relativa ao ultimo trimestre de 1999 foi entregue em Janeiro de 2001, deve concluir-se que de nenhum destes factos resulta ou pode resultar por si só a conclusão da inexistência de bens da devedora originária ou da sua fundada insufi ciência;

8ª Exigindo a Lei à AF que fundamente, por factos pro-vados ou a provar, na decisão que determina a reversão, e não existindo outros factos provados que não os já referidos, conclui-se que a AF não cumpriu o seu ónus de prova, quer quanto à inexistência quer quanto à fundada insufi ciência de bens da executada;

9ª A decisão recorrida faz ainda incorrecta interpretação da lei, pretendendo que, relativamente às dívidas de 2000 e 2001, se aplica a alínea b) do nº1 do art. 24 da LGT. A situação em causa subsume-se na al. a) do citado preceito, sendo ilegal pretender a sua submissão também à al. b). Na verdade a alínea b) do nº 1 do art. 24 da LGT é destinada a quem, não tendo exercido de facto funções de gerente nas datas da verifi cação dos factos tributários referidos na alínea a), as venha a exercer em período em que termine o prazo legal de pagamento ou de entrega de prestação tributária;

10ª Assim e por violação dos art. 13 do CPT, art. 24 da LGT e art. 153 do CPPT, deve a sentença recorrida ser revogada e substituída por outra que julgue a oposição deduzida pelo recor-rente procedente por provada, anulando a decisão que ordenou a reversão contra o recorrente, pois só assim se fará JUSTIÇA

Foi admitido o recurso para subir imediatamente, nos próprios autos e no efeito meramente devolutivo.

A Exma Representante do Ministério Público (RMP) junto deste Tribunal, no seu parecer, pronuncia-se por ser negado provimento ao recurso, por a sentença recorrida ter feito uma correcta e sufi ciente análise da matéria de facto a que depois procedeu à devida subsunção jurídica.

Foram colhidos os vistos dos Exmos Adjuntos.

B. A fundamentação.2. A questão decidenda. São as seguintes as questões a

decidir: Se o despacho de reversão se não encontra sufi ciente-mente fundamentado sob o ponto de vista formal, conduzindo à sua anulação; Se o ora recorrente, na matéria da sua petição de oposição, expressamente aceita ter sido gerente de facto ou efectivo, no período em que para tal fora nomeado; E se, no domínio da vigência do CPT, a responsabilidade dos gerentes ou administradores pelas dívidas das sociedades, por eles geri-das ou administradas, no que à culpa pela falta de bens dessas sociedades tange, para as solver, cabia à AT, por aplicação do regime do Dec-Lei n.º 68/87.

3. A matéria de facto.Em sede de probatório o M. Juiz do Tribunal “a quo” fi xou a

seguinte factualidade, a qual igualmente na íntegra se reproduz: 1. Em 18/03/1997, foi instaurada no Serviço de Finanças de

Odivelas, contra a sociedade “B..., Lda.”, a execução fi scal nº 4227199791066870, para cobrança de dívida de IVA do período 9601T, no montante de € 3345,95 (certidão de dívida, a fl s. 9 e “print” automático relativo à tramitação do processo, a fl s. 10);

2. A essa, foram apensadas as seguintes execuções: n.ºs 3484-97/107038.0, 4227200201103989, 4227200201120115, 4227200401020633 e 4227200401068911, instauradas, respec-tivamente, em 08/05/1997, 14/09/2002, 09/11/2002, 17/02/2004 e 24/07/2004, para cobrança de dívida de IVA relativo aos períodos 9610T, 1997, 1998, 2000 e 2001, nos montantes de € 7.502,03, € 2.992,36, € 1.246, 99, € 2.992,80 e € 2.992,80 (capas dos processos executivos autuados e certidões de dívida de fl s. 59 e 60 e fl s. 61 a 68 do apenso instrutor);

3. Os prazos de pagamento voluntário das dívidas exe-quendas de IVA relativas aos períodos de 9601T, 9610T, 1997, 1998, 2000 e 2001 terminavam em 01/04/1996, 20/12/1996, 30/08/2002, 25/05/2000, 31/07/2003 e 31/05/2004, respecti-vamente (certidões de dívida a fl s. 9 e 60 e fl s. 62, 64, 66 e 68 do apenso instrutor);

4. Em 27/02/2006, foi exarada no processo executivo a informação junta a fl s. 11, que aqui damos por integralmente reproduzida e de que consta, textual, expressa e, designada-mente, o seguinte:

"Cumpre-me informar V.ª Ex.ª, após ter consultado todos os elementos disponíveis neste Serviço de Finanças, nomea-damente o sistema informático, e me ter deslocado à Estrada Principal, B. a Novo de Stº Eloy, 12, Odivelas, que o executado: "B..., LDA, NIF ..., já não se encontra na morada acima referida, há já algum tempo, desconhecendo-se o seu actual paradeiro.

Não são conhecidos quaisquer bens susceptíveis de penhora, na área deste Serviço de Finanças.”

5. Face à informação referida no ponto anterior, foi deter-minado, por despacho de 07/03/2006, a notifi cação do opo-nente, na qualidade de responsável subsidiário, para audição prévia sobre o projecto de despacho de reversão das dívidas em cobrança (fl s. 12 e 14);

6. Na sequência do exercício do direito de audição pelo opo-nente, foi prestada na execução a informação que consta a fl s. 41/42, na qual, na parte que para aqui releva, consta o seguinte:

“De acordo com a informação já constante nos presentes autos, não constam quaisquer bens em nome da executada originária, estando inclusivamente cessada ofi ciosamente desde 31.12.2001, tendo a última declaração periódica do IVA (relativa ao último trimestre de 1999) sido entregue em Janeiro de 2001.

Ora, não existindo qualquer património em nome da executada, e de acordo com o disposto na legislação supra

(Continuação da pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 827DEZEMBRO 2011 - Nº 24

JURISPRUDÊNCIA

referida, respondem pelas dívidas os respectivos responsáveis subsidiários.”

7. Por despacho de 03/11/2006, a fl s. 45, foi determinada a reversão da execução contra o ora oponente, nele constando, o seguinte:

"Face às diligências de fl s. 44 e 45, e estando concretizada a audição do(s) responsável(veis) subsidiário(s), prossiga-se com a reversão da execução fi scal contra A..., contribuinte n.º 135754879, morador em ... lt 74- Milharado na qualidade de responsável subsidiário, pela dívida abaixo discriminada.

Atenta a fundamentação infra, a qual tem de constar da citação, proceda-se à citação do(s) executado(s) por reversão, nos termos do art.º 160° do C.P.P.T. para pagar no prazo de 30 (trinta) dias a quantia que contra si reverteu sem juros de mora nem custas (n.º 5 do artº 23° da L. G. T.).”

8. No seguimento da citação – de que consta seguir em anexo, como fundamentos da reversão, cópia das diligências efectuadas, despacho de reversão e certidões de dívida (consta de fl s. 46) –, foi deduzida, em 19/12/2006, a presente oposição, conforme carimbo aposto na petição inicial, a fl s. 1;

9. A sociedade executada originária iniciou a sua actividade em 27/12/1990, tendo por objecto social o Comércio, Importação e Exportação de Vestuário, Artigos de Desporto, Calçado e Repre-sentações, conforme consta da declaração de início de actividade, assinada pelo ora oponente, na qualidade de representante legal da sociedade – consta de fl s. 80 e 81 do instrutor apenso;

10. Conforme resulta da certidão de registo comercial relativa à matrícula da sociedade, a fl s. 50 a 52, o oponente consta como seu sócio e gerente inscrito, desde 06/03/1991.

Factos não provados: Com interesse para a decisão, nada mais se provou de relevante, nomeadamente, não se provaram os factos alegados nos artigos 26° a 31 ° da petição inicial.

Motivação: Assenta a convicção do tribunal no conjunto da prova dos autos e apenso instrutor, com destaque para a assina-lada. Os documentos dos autos e apenso não foram impugnados.

Ambas as testemunhas o que sabem é de “ouvir dizer” ao oponente, nunca tendo mantido negócios com a sociedade executada e nada referem de concreto que permita sustentar a convicção do tribunal quanto à factualidade alegada nos artigos 26° a 31º, da p.i., nomeadamente, que as difi culdades da empresa resultaram de dívidas de clientes angolanos cuja cobrança foi reiteradamente diligenciada pelo oponente. Se diligenciou pela cobrança desses créditos, como, quando e através de que meios o fez, era o que importava especifi car e não foi feito. Como nada é referido, nos seus depoimentos sobre a existência de tais créditos, sendo que tal alegação também não encontra qualquer apoio documental nos autos.

4. Para julgar improcedente a oposição à execução fi s-cal considerou o M. Juiz do Tribunal “a quo”, em síntese, que o despacho de reversão não padece do vício da falta da sua fundamentação (formal), cujas razões ou motivos o ora recorrente não deixou de apreender, que o mesmo exerceu as correspondentes funções de gerente e que nem coloca em causa e que o mesmo não logrou provar que não foi por culpa

sua que o património da sociedade originária executada se tornou insufi ciente para solver tais dívidas até 1999 e para as restantes, de 2000 e períodos de imposto seguintes, igualmente não logrou provar que a falta dos respectivos pagamentos, não lhe seja imputável.

Para o recorrente, de acordo com a matéria das conclusões das alegações do recurso e que delimitam o seu objecto, é contra estes fundamentos que o mesmo vem esgrimir argumentos tendentes à reapreciação por este Tribunal da sentença recorrida em ordem à sua revogação ou alteração, continuando a pugnar que o despa-cho de reversão padece do vício da sua falta de fundamentação formal, quer porque não aponta um único facto donde se possa concluir que o mesmo exerceu a gerência efectiva da sociedade originária devedora, quer porque também lhe não foi imputada qualquer culpa na insufi ciência do património da sociedade para solver tais dívidas, quer pela falta de pagamento, que quanto às dívidas de 2000 em diante, também a AT não logrou provar a insufi ciência do património da sociedade para as solver tenha sido por culpa sua e que estas dívidas são subsumíveis no regime da alínea a) do n.º1 do art.º 24.º da LGT, que não na sua alínea b), sendo que esta só abrange aqueles que, não tendo exercido as funções de gerência no período do nascimento das dívidas, apenas a venham a exercer no período do seu prazo legal de pagamento voluntário.

Vejamos então.Como se decidiu em, entre outros, no recente acórdão

deste Tribunal n.º 4698/11(1), que conheceu de caso paralelo no que ao dever de fundamentação do despacho de reversão proferido na execução fi scal tange, e onde se fundamentou ...

Nos termos do disposto nos art.ºs 22.º e 24.º da LGT, a responsabilidade tributária abrange quer os sujeitos passivos da obrigação tributária (cfr. art.º 18.º, n.º3 da mesma LGT) quer as pessoas solidária ou subsidiariamente responsáveis pelo respectivo pagamento, como os gerentes ou adminis-tradores, sendo que duas situações distintas podem ter lugar, subsumíveis nas alíneas a) e b) do citado art.º 24.º: sendo que a alínea a) abarca as dívidas cujo prazo de pagamento volun-tário ou entrega tenha terminado depois do exercício do seu cargo desse responsável subsidiário (ónus da insufi ciência a cargo da AT); e que na alínea b), abrange as dívidas cujo prazo legal de pagamento voluntário ou de entrega tenha terminado no período do exercício do seu cargo (ónus da prova da não imputabilidade da falta de pagamento a cargo do revertido).

No que à remessa dos elementos essenciais da liquidação diz respeito, incluindo a respectiva fundamentação da dívida exequenda, que com a notifi cação da reversão lhe deveria ser entregue, por força de disposição expressa contida na norma do art.º 22.º, n.º 4, da mesma LGT e 36.º, n.º 2, do CPPT, tal falta não constitui qualquer vício invalidante de tal despacho de reversão, desde logo por lhe ser exterior e posterior a esse despacho e apenas contender com a efi cácia de tal acto que não com a sua validade(2), sendo a forma legal de a suprir através do recurso por banda do interessado ao mecanismo do art.º 37.º, n.º 1, do CPPT, não constituindo qualquer fundamento válido de oposição à execução fi scal, não sendo subsumível à sua alínea i) do n.º 1, do art.º 204.º do mesmo CPPT, não sendo reconduzível ao fi m que pela oposição à execução fi scal, em geral, se visa atingir: a extinção da execução fi scal pela procedência de algum dos fundamentos taxativamente admi-tidos e que impliquem total ou parcial da dívida exequenda em relação ao executado.

(Continua na pág. seguinte)

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828 Boletim do ContribuinteDEZEMBRO 2011 - Nº 24

JURISPRUDÊNCIA

Quanto à fundamentação do despacho de reversão, desde logo, por se tratar de um despacho proferido no âmbito de um processo judicial como o é o processo de execução fi scal – cfr. art.º 103.º, n.º1, da LGT – ainda que por uma entidade não judicial, não constituindo por isso um despacho de na-tureza jurisdicional, o mesmo não pode deixar de carecer de ser fundamentado, por directa aplicação da norma do art.º 158.º do CPC, que o exige, especialmente para os despachos que não sejam de mero expediente como no caso (quanto ao âmbito de tais despachos, cfr. norma do n.º 4, do art.º 156.º do mesmo CPC), como também, no âmbito tributário em que nos encontramos, tal fundamentação dimana directamente da norma do art.º 23.º, n.º 4, da LGT, que, além da audição prévia do responsável subsidiário, impõe que a mesma comporte a declaração fundamentada dos seus pressupostos e extensão, ou seja, a enunciação dos pressupostos legitimadores de tal direito à reversão por banda da AT, para que o revertido passe a ocupar (também) o lugar de executado, como parte processual passiva nessa acção de pretensão insatisfeita.

E esses pressupostos enunciadores do direito de reversão por banda da AT, e que no despacho de reversão devem ser invocados enquanto legitimidores do mesmo, consistem, legalmente, no caso, em o revertido ser responsável subsidiário pelo pagamento da dívida da sociedade originária executada, segundo uma ou as duas situações tipifi cadas nas normas das alíneas a) e b) do n.º1 do art.º 24.º da LGT (dívidas nascidas no exercício do seu cargo de gerente ou de administrador, e que tenha sido por culpa sua que o património da sociedade se tenha tornado insufi ciente por culpa sua, ou dívidas cuja falta legal de pagamento ou de entrega tenha terminado no período do exercício do seu cargo) e que o património da sociedade originária devedora seja insufi ciente para solver tal dívida, nos termos do disposto nos art.ºs 23.º, n.º 2, da LGT e 153.º, n.º 2, do CPPT.

...Ou seja, quanto à matéria subsumível às alíneas a) e b) do

art.º 24.º da LGT, que as dívidas pretendidas reverter tenham nascido concretamente no período do exercício do seu cargo e que tenha sido por culpa do mesmo que o património da socie-dade originária devedora se tenha tornado insufi ciente para a sua satisfação ou que tais dívidas tenham sido postas à cobrança ou deveriam ter sido entregues no período do exercício do seu cargo, nada o mesmo despacho em concreto invoca, pelo que não pode deixar de revelar uma fundamentação insufi ciente de acordo com a factualidade exigida pelas citadas normas, não esclarecendo concreta e completamente as razões da decisão, no que as estas circunstâncias tangem, o que equivale à sua falta de fundamentação, nos termos do disposto no n.º 2 do mesmo art.º 125.º do CPA, tendo de ser anulado, bem assim como sendo de revogar a sentença recorrida que nesta parte assim não entendeu.

É certo que o conceito de fundamentação é um conceito algo fl uido e de dimensão relativa, que deve ser aferido em função do concreto tipo de acto, assumindo um carácter instrumental em relação à realização do direito em causa, devendo por isso

a sua sufi ciência ser aferida pelo comprometimento da possibi-lidade de reacção judicial ou graciosa contra o mesmo, apenas devendo ser reservada a declaração dessa insufi ciência com o consequente fulminar da sua anulação, quando a gravidade seja tal que a um normal destinatário do acto lhe seja difícil ou mesmo impossível contra ele esgrimir as directas e imediatas razões de facto e/ou de direito que no seu entender conduzem à respectiva ilegalidade(3).

No caso, crê-se, tal falta de fundamentação não pode deixar de assumir tal gravidade, desde logo por ao revertido não lhe ser imputado a subsunção jurídica das dívidas exequendas em nenhuma das alíneas do art.º 24.º da LGT, pelo que bem pode-riam reportar-se ao período em que o mesmo apenas foi gerente da sociedade originária devedora, mas que o seu pagamento voluntário ou entrega tenha terminado já depois dele, caso a subsumir na sua alínea a), onde o direito à reversão por banda da AT, desde logo nesta respalda, que a culpa pela insufi ciência do património da sociedade originária devedora para satisfazer tal quantia, tenha sido do mesmo revertido, onde na ausência dessa invocação e em sede de fundamentação formal em que nos encontramos, inexistia um dos fundamentos legais para que tal reversão pudesse ter lugar, desta forma não tendo a AT feito consignar em tal despacho de reversão todos os pressupostos legais indispensáveis e possíveis no caso, de que depende o direito à reversão contra o ora recorrente, fi cando-se em dúvida perante tal despacho, a que título, nesta parte, à AT lhe era lícito exigir ao revertido o pagamento da mesma dívida.

...Doutrina que tem aplicação, no caso concreto, pelo menos

em parte, mesmo para as dívidas relativas a factos tributários ocorridos no âmbito da vigência do CPT – até 31.12.1998 – onde por força do disposto no seu art.º 13.º, também o administrador ou gerente, apenas era responsável pelas dívidas do ente colec-tivo por si gerido ou administrado, desde que tivesse exercido as correspondentes funções de gerência ou de administração (salvo se apenas tivesse sido apenas gerente de facto, o que contudo, também sempre o despacho de reversão lho deveria imputar), para além dos outros requisitos legalmente necessários para tal direito puder ser exercido pelo órgão da execução fi scal no processo de execução fi scal – cfr. art.ºs 239.º, 245.º e 246.º do CPT –, sendo que eram estes os requisitos que o despacho de reversão deveria conter, imputando ao revertido os legais pressupostos que, enquanto exequente, lhe permitiam dirigir a execução também contra o mesmo, desta forma legitimando a sua forma de actuação e, ao mesmo tempo, permitindo ao chamado, aferir se tais invocados pressupostos ocorriam ou não no caso, em ordem à sua impugnação se com os mesmos não concordasse.

Perscrutando o despacho revertido proferido no caso, com o conteúdo relatado na matéria fi xada no ponto n.º 7 da matéria provada, da sentença recorrida, ainda que com apropriação das anteriores informações, constantes na mesma matéria nos seus pontos 4. e 6., aceite como uma forma válida de fundamentação por remissão – cfr. art.º 125.º, n.º 1, do CPA – tal despacho de reversão, quer ele próprio, quer por referência a outros elementos constantes nos autos de execução – nenhuma referência é feita à qualidade em que é chamado o ora recorrente (gerente só de facto ou por mera decorrência da sua nomeação como gerente e a sua culpa na insufi ciência do património da sociedade para solver tais dívidas), bem como nas dívidas relativas a 2000 em diante, também lhe não é imputada a sua situação em ne-

(Continuação da pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 829DEZEMBRO 2011 - Nº 24

JURISPRUDÊNCIA

nhuma das duas alíneas do n.º 1 do art.º 24.º da LGT, sabido que os pressupostos legais das mesmas é diverso, consoante a situação seja subsumível à alínea a) ou à alínea b), pelo que tal despacho não contém a fundamentação (formal) sufi ciente, o que equivaleria à sua falta de fundamentação nos termos do n.º 2 do art.º 125.º do mesmo CPA.

Porém, quanto às dívidas relativas aos factos tributários ocorridos até 31-12-1998, não deixou o ora recorrente de apreender a totalidade das circunstâncias porque tal reversão teve lugar contra si, ainda que o referido despacho as não tivesse expressamente a todas mencionado, como se pode ver da matéria articulada nos art.ºs 23.º a 31.º da sua petição inicial de oposição, ou seja, por o mesmo ter sido gerente efectivo ou de facto da sociedade originária devedora enquanto seu gerente nomeado, efectivas funções que não vem colocar em causa, antes expressamente as aceita, bem como não deixou de apreender que tal reversão repousava em ter sido por culpa do mesmo que o património da mesma sociedade se tornara insufi ciente para solver tais dívidas, tendo, na matéria desses artigos da petição, vindo articular matéria contrária a essa sua culpa, bem como vindo a arrolar duas testemunhas em ordem a demonstrá-lo, pelo que nesta parte, pese embora a insufi ciência da fundamentação do despacho de reversão, a concreta moti-vação do acto para o ora recorrente não se encontrou colocado em causa, já que contra ambas essas vertentes veio articular factualidade tendente a infi rmá-lo, pelo que, nesta parte, o acto não deve ser anulado, como igualmente bem se decidiu na sentença recorrida (ainda que por diferente fundamentação).

Mas já o mesmo não acontece com as dívidas relativas a 2000 e seguintes períodos, em que não se mostra que a (in-sufi ciente) fundamentação utilizada no despacho de reversão tenha atingido tal desiderato, quando o mesmo na sua petição de oposição nada veio articular quanto ao fundamento subsu-mível à sua alínea b) do n.º1 do art.º 24.º da LGT, em ordem a infi rmá-lo, e que era uma das situações possíveis de imputação da sua responsabilidade subsidiária na execução em causa, pelo que nesta parte não cumpriu tal despacho o referido fi m de esclarecer concretamente a motivação do acto e que o ora recorrente também o tenha apreendido nesta dimensão, a san-ção invalidante não pode deixar de se manter, por força dessa insufi ciente fundamentação, sendo nesta parte de o anular e de revogar a sentença recorrida que assim não entendeu.

Quanto a estas dívidas relativas aos factos tributários ocor-ridos até 2000, revogada a sentença recorrida que em contrário decidiu quanto à (não) falta de fundamentação do despacho de reversão, haveria agora este Tribunal de conhecer dos restantes fundamentos do recurso nesta parte, ou seja, quanto à invocada não gerência de facto e falta de culpa do ora recorrente na diminuição do património da sociedade executada para solver tais dívidas, em que a sentença igualmente havia julgado tais fundamentos por inverifi cados.

Quanto à falta de gerência efectiva ou de facto da sociedade originária devedora pelo ora recorrente, neste período de tempo desta parte da dívida, como bem se fundamenta na sentença

recorrida, mal se percebe que o ora recorrente venha esgrimir que não tenha exercido as correspondentes funções para que foi nomeado, quando na matéria daqueles artigos 23.º a 32.º da sua petição inicial de oposição, expressamente as veio a afi rmar, ainda que no presente recurso apenas o tenha vindo a fazer enquanto pressuposto devido no despacho de reversão, o que irreleva para o caso – cfr. art.º 664.º do CPC – pelo que, nesta parte, não pode deixar de improceder este fundamento do recurso, face ao confessado exercício de tais funções.

Quanto ao fundamento da insufi ciência patrimonial do património da sociedade originária devedora para solver tais dívidas, pretende o mesmo que tal prova caiba à AT, por de-corrência do estatuído no art.º 13.º do CPT e DL n.º 68/87, ao que a sentença recorrida decidiu que tal prova antes a si lhe cabe, por força do disposto no art.º 13.º do CPT (ainda que por mero lapso, a fl s 151 dos autos, se tenha referido CPPT), que expressamente o consagra e que a não tendo efectuado, a causa tinha de contra si ser julgada.

E a razão não pode deixar de se encontrar do lado da sen-tença recorrida, já que o regime do Dec-Lei n.º 68/87 visava complementar o estabelecido no art.º 16.º do anterior CPCI, que pela entrada em vigor do CPT em 1-7-1991 – cfr. art.º 2.º do Dec-Lei 154/91, de 23 de Abril – todo ele foi revogado bem como toda a legislação em contrário da prevista neste CPT – cfr. art.º 11.º do mesmo Dec-Lei preambular –, tendo este CPT na norma do seu art.º 13.º vindo regular toda essa responsabilidade dos administradores ou gerentes das empresas e sociedades de responsabilidade limitada, de forma diversa da vigente até então, em que tal ónus impende, na realidade, sobre o revertido, pelo que, não tendo o ora recorrente vindo fazer a prova de que tal insufi ciência do património da sociedade originária devedora para solver tais dívidas, não tenha sido por culpa sua, prova que o mesmo, no presente recurso, nem veio alegar que a tenha feito, pelo que por este fundamento também não pode o presente recurso deixar de improceder.

Procede assim, em parte, o presente recurso, sendo de re-vogar a sentença recorrida que em contrário decidiu, quanto ao imposto exequendo nascido de 2000 em diante, e de a manter no restante decidido, com a presente fundamentação.

C. DECISÃO.Nestes termos, acorda-se, em conceder parcial provimento

ao recurso e em revogar a sentença recorrida quanto ao imposto exequendo relativo aos períodos de 2000 e seguintes, cujo despacho de reversão nesta parte se anula, e em confi rmar a mesma sentença no demais.

Custas pelo recorrente na medida do decaimento e na 1.ª Ins-tância, por ambas as partes, também na medida do decaimento.

Lisboa,07/12/2011

EUGÉNIO SEQUEIRAANÍBAL FERRAZPEREIRA GAMEIRO

1- Tendo por Relator o do presente.2- Cfr. em sentido semelhante o acórdão do STA de 16/9/09,

recurso n.º 611/09.3- Cfr. neste sentido os acórdãos do TCAN de 8-1-2009,

recurso n.º 432/07 e do STA de 19-3-2009, recurso n.º 890/08. Na doutrina Direito Administrativo de Mário Esteves de Oli-veira, de acordo com as lições proferidas durante o ano lectivo de 1979/1980, na FDL, págs. 796/797.

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830 Boletim do ContribuinteDEZEMBRO 2011 - Nº 24

830 Boletim do Contribuinte

RESOLUÇÕES ADMINISTRATIVAS

IMI Avaliação Geral

Regime de Avaliação Geral de Prédios Urbanos para efeitos tributários

Lei nº 60-A/2011, de 30.11

DL nº 287/2003, de 12.11

Esclarecimentos

(Continuação da pág. 813)Estima-se que serão abrangidos pela avaliação geral cerca de 5,2 milhões de prédios urbanos.

Iniciava da avaliação geral 2 - A iniciativa da avaliação compete aos serviços centrais

da Direcção- Geral dos Impostos, os quais serão responsáveis pela administração e gestão operacional da avaliação geral.

Colaboração das câmaras municipais 3 - As Câmaras Municipais colaboram activamente na

avaliação geral, através do envio ou entrega de plantas de arquitectura e de outros elementos informativos necessários ao procedimento de avaliação, que lhes é solicitada pela DGCI.

Sujeitos passivos do IMI sem obrigações declarativas acessórias

4 - Deste modo, a avaliação geral não irá implicar quaisquer obrigações declarativas acessórias para os sujeitos passivos do IMI (proprietários, usufrutuários, superfi ciários), nomeadamen-te a entrega de declarações para actualização dos prédios na matriz (Modelo 1 do IMI), obviando a necessidade de desloca-ção destes aos serviços de fi nanças ou às câmaras municipais.

Determinação do VPT 5 - Para garantir que todos os prédios objecto da avaliação

geral serão avaliados de acordo com os mesmos parâmetros, os valores patrimoniais tributários (VPT) serão determinados, por avaliação directa, nos termos dos artigos 38º e seguintes do CIMI, aplicando-se o valor base dos prédios edifi cados (Vc), o coefi ciente de localização (CI) e o coefi ciente de vetustez (C v) vigentes em 30 de Novembro de 2011.

Perito local da avaliação geral 6 - A avaliação dos prédios urbanos abrangidos pela ava-

liação geral será realizada por peritos locais, nomeados pelo Director-Geral dos Impostos, tendo sido já nomeados, para todos os serviços de fi nanças, cerca de 460 peritos, de entre os actuais peritos avaliadores. Os restantes peritos de avaliação geral serão nomeados de entre técnicos, pertencentes a ordens profi ssionais e a associações profi ssionais com atribuições nas áreas técnicas adequadas, nomeadamente os indicados pela

Ordem dos Engenheiros e pela Ordem dos Arquitectos, nos termos previstos na lei.

Notifi cação do resultado da avaliação geral 7 - O resultado da avaliação geral do prédio urbano será

notifi cado ao sujeito passivo, nos termos previstos na lei.

Segunda avaliação 8 - No caso de o sujeito passivo não concordar com o

resultado da avaliação geral, poderá apresentar pedido de 2ª avaliação dirigido ao chefe do Serviço de Finanças da área da localização do prédio, no prazo de trinta dias a contar da data da notifi cação.

Custo da segunda avaliação 9 - Quando a 2ª avaliação for requerida pelo sujeito passivo,

as respectivas despesas apenas serão suportadas por este quando o VPT se mantenha ou aumente, com o mínimo de 2 UCs.

10 - Ficarão a cargo da câmara municipal as despesas da segunda avaliação efectuada a seu pedido, com o limite mínimo de 2 UCs, sempre que o valor contestado se mantenha ou reduza.

Perito avaliador independente 11 - A 2ª avaliação será realizada por um perito avaliador

independente, nomeado pela Comissão Nacional de Avaliação de Prédios Urbanos (CNAPU) e será notifi cada ao sujeito passivo, nos termos previstos na lei.

Impugnação judicial 12 -Em caso de não concordância com o resultado da 2ª

avaliação, o sujeito passivo poderá apresentar impugnação judicial nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT), com fundamento em qualquer ilegalidade. Aplicação no tempo do VPT da avaliação geral

13 - Para efeitos do IMI, os valores patrimoniais tributários dos prédios urbanos objecto da avaliação geral entram em vigor em 31 de Dezembro de 2012. Para efeitos dos restantes impostos, nomeadamente, IMT, Imposto do Selo, IRS e IRC, os referidos valores patrimoniais tributários produzem efeitos nas datas em que ocorrerem os factos tributários.

II - Prédios Urbanos Arrendados Prédios urbanos arrendados – regime especial

14 - No caso de prédio ou parte de prédio urbano abrangi-do pela avaliação geral que esteja arrendado por contrato de arrendamento para habitação celebrado antes da entrada em vigor do Regime de Arrendamento Urbano, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 321 -B/90, de 15 de Outubro, ou por contrato de arrendamento para fi ns não habitacionais celebrado antes da entrada em vigor do Decreto-Lei n° 257/95, de 30 de Setembro, o valor patrimonial tributário, para efeitos exclusivamente do IMI, é apurado de acordo com um regime especial. Nestes casos, se o resultado da avaliação geral for superior ao valor que resultar da capitalização da renda anual através da aplicação do factor 15, será este último valor que servirá de base (VPT) para a liquidação do IMI.

Participação de rendas 15 - Para benefi ciar deste regime especial, os sujeitos pas-

sivos do IMI deverão apresentar uma participação de rendas até 31 de Agosto de 2012, acompanhada de cópia autenticada do contrato ou, na sua falta, por meios de prova idóneos. A

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Boletim do Contribuinte 831DEZEMBRO 2011 - Nº 24

Boletim do Contribuinte 831

RESOLUÇÕES ADMINISTRATIVAS

participação deverá ainda ser acompanhada de cópia dos recibos de renda relativos aos meses de Dezembro de 2010 até ao mês anterior à data de apresentação da participação ou, nos casos em que estas sejam recebidas por entidades representativas dos proprietários, usufrutuários ou superfi ciários de prédios arrendados, por mapas mensais de cobrança de rendas. Excepções à aplicação do regime especial

16 - Este regime especial não será aplicável às situações em que se verifi quem qualquer dos seguintes factos:

• Falta de apresentação da participação, ou dos elementos antes referidos, até 31.08.2012;

• Não declaração de rendas, até 31 de Outubro de 2011, para efeitos de IRS ou IRC, respeitantes aos períodos de tributação compreendidos entre 2001 e 2010;

• Não declaração de rendas para feitos de IRS ou IRC respeitantes aos períodos de tributação que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2011;

• Divergência entre a renda participada e a constante das declarações de rendimentos;

• Transmissão onerosa ou doação do prédio ou parte do prédio urbano;

• Cessação do contrato de arrendamento.

Infracção tributária, fraude fi scal e contra-ordenações 17 - A falsifi cação, viciação e alteração dos elementos

probatórios que acompanham a participação das rendas ou as omissões ou inexactidões nesta praticadas, quando não devam ser punidos por fraude fi scal, constituem contra-ordenação punível nos termos do artigo 118º ou 119º do RGIT.

Portaria do ministro das Finanças 18 - O modelo da participação de rendas e a tramitação

do respectivo procedimento constarão de Portaria do Ministro das Finanças, devendo a referida participação ser apresentada entre a data de entrada em vigor desta Portaria e 31.08.2012.

Notifi cação do VPT para efeitos IMI 19 - O valor patrimonial tributário para os prédios urba-

nos arrendados determinado nos termos deste regime, válido exclusivamente para efeitos do IMI, será notifi cado ao sujeito passivo nos termos gerais

III - Regime de Salvaguarda de Prédios Urbanos

Cláusula geral de salvaguarda 20 - Para efeitos do IMI, está prevista uma cláusula geral

de salvaguarda relativa à colecta de 2012 e 2013, a pagar em 2013 e 2014, respectivamente, aplicável aos prédios urbanos objecto da avaliação geral. No âmbito desta cláusula de salva-guarda, o aumento anual do IMI não poderá exceder, em cada um desses anos, o maior dos seguintes valores: € 75 ou um terço da diferença entre o IMI resultante do valor patrimonial tributário fi xado na avaliação geral e o IMI devido do ano de 2011 ou que o devesse ser, no caso de prédios isentos.

Cláusula especial de salvaguarda 21 - Para além da cláusula geral de salvaguarda acima refe-

rida, está ainda prevista uma cláusula especial de salvaguarda para os prédios destinados a habitação própria e permanente dos sujeitos passivos e dos seus agregados familiares, cujo rendimento colectável de IRS, no ano anterior, não supere € 4898,00. Nestes casos, o acréscimo anual do IMI, relativamente ao do ano anterior, não poderá exceder a importância máxima de € 75. Esta cláusula especial de salvaguarda não tem limite temporal de aplicação.

Excepções à aplicação do regime de salvaguarda22 - Estas cláusulas de salvaguarda do IMI não serão

aplicáveis: • Aos prédios devolutos e/ou em ruínas; • Aos prédios cujos proprietários tenham domicílio fi scal

em país, território ou região sujeitos a um regime fi scal claramente favorável; e

• Aos prédios em que se verifi que uma alteração do sujeito passivo do IMI após 31 de Dezembro de 2011, excepto nas situações de transmissão por morte, de que forem benefi ciários o cônjuge, descendentes e ascendentes, quando estes não manifestem vontade expressa em contrário.

IV - Disposições Transitórias Norma transitória

23 - Não obstante a entrada em vigor do regime da Avaliação Geral de Prédios Urbanos, para os prédios urbanos inscritos na matriz e objecto de transmissão onerosa ou gratuita, ocorrida até 31 de Dezembro de 2011, mantém-se a obrigação de apresenta-ção pelos sujeitos passivos da declaração para actualização do prédio na matriz (Modelo 1 do IMI), excepto nas transmissões por morte, de que forem benefi ciários o cônjuge, descendentes e ascendentes, salvo vontade expressa pelos próprios.

(Circular n° 25/2011, de 15.12.2011, do Gabinete do Director de Geral dos Impostos, da DGCI)

N.R. 1 – A Lei nº 60-A/2011, de 30 de Novembro, foi publicada na pág. 798 do último número do Boletim do Contribuinte. 2 – Note-se que, para além das alterações directas efectuadas ao DL nº 287/93, de 12.11, a mesma Lei nº 60-A/2011 altera o artigo 62º do Código do IMI. 3 – Quanto à produção de efeitos e entrada em vigor da Lei nº 60-A7/2011, ver o disposto no artigo 10º da referida lei.

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Boletim do Contribuinte832DEZEMBRO 2011 - Nº 24

LEGISLAÇÃO

Autoridade Tributária e Aduaneira Estrutura orgânica, missão e atribuições da AT

Fusão da DGCI, DGAIEC e DGITA

Decreto-Lei n.º 118/2011de 15 de Dezembro(in DR, nº 239, I Série, de 15.12.2011)

No âmbito do Compromisso Efi ciência, o XIX Governo Consti-tucional determinou as linhas gerais do Plano de Redução e Melhoria da Administração Central (PREMAC), afi rmando que o primeiro e mais importante impulso do Plano deveria, desde logo, ser dado no processo de preparação das leis orgânicas dos ministérios e dos respectivos serviços.

Trata-se de algo absolutamente estruturante, por um lado, para o início de uma nova fase da reforma da Administração Pública, no sentido de a tornar efi ciente e racional na utilização dos recursos pú-blicos e, por outro, para o cumprimento dos objectivos de redução da despesa pública a que o país está vinculado. Com efeito, mais do que nunca, a concretização simultânea dos objectivos de racionalização das estruturas do Estado e de melhor utilização dos seus recursos humanos é crucial no processo de modernização e de optimização do funcionamento da Administração Pública.

Importava decididamente repensar e reorganizar a estrutura do Estado, no sentido de lhe dar uma maior coerência e capacidade de resposta no desempenho das funções que deverá assegurar, elimi-nando redundâncias e reduzindo substancialmente os seus custos de funcionamento.

Através deste diploma é aprovada a estrutura orgânica da Autori-dade Tributária e Aduaneira, que resulta da fusão da Direcção-Geral dos Impostos, da Direcção-Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo e da Direcção-Geral de Informática e Apoio aos Serviços Tributários e Aduaneiros.

Com a criação desta Autoridade, renova-se a missão e objecti-vos da administração tributária e aduaneira, assegura-se uma maior coordenação na execução das políticas fi scais e garante-se uma mais efi ciente alocação e utilização dos recursos existentes, num quadro de preservação das competências especializadas que constituem a mais-valia das organizações centenárias objecto do processo de fusão.

Ao nível orçamental, a criação da Autoridade Tributária e Adu-aneira permitirá uma redução de custos mediante a simplifi cação da estrutura de gestão central, o reforço do investimento em sistemas de informação e a racionalização da estrutura de serviços regionais e locais, adaptando-o ao novo paradigma de relacionamento entre a administração tributária e aduaneira, os contribuintes e os operadores económicos.

Assim:Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição,

o Governo decreta o seguinte:

Artigo 1.ºNatureza

1 - A Autoridade Tributária e Aduaneira, abreviadamente designada por AT, é um serviço da administração directa do Estado dotado de autonomia administrativa.

2 - A AT dispõe ainda de unidades orgânicas desconcentra-das de âmbito regional, designadas por direcções de fi nanças e alfândegas, e de âmbito local, designadas por serviços de fi nanças, delegações e postos aduaneiros.

Artigo 2.ºMissão e atribuições

1 - A AT tem por missão administrar os impostos, direitos aduaneiros e demais tributos que lhe sejam atribuídos, bem como exercer o controlo da fronteira externa da União Europeia e do território aduaneiro nacional, para fi ns fi scais, económicos e de protecção da sociedade, de acordo com as políticas defi nidas pelo Governo e o Direito da União Europeia.

2 - A AT prossegue as seguintes atribuições:a) Assegurar a liquidação e cobrança dos impostos sobre

o rendimento, sobre o património e sobre o consumo, dos direitos aduaneiros e demais tributos que lhe incumbe administrar, bem como arrecadar e cobrar outras receitas do Estado ou de pessoas colectivas de direito público;

b) Exercer a acção de inspecção tributária e aduaneira, garantir a aplicação das normas a que se encontram sujeitas as mercadorias introduzidas no território da União Europeia e efectuar os controlos relativos à en-trada, saída e circulação das mercadorias no território nacional, prevenindo, investigando e combatendo a fraude e evasão fi scais e aduaneiras e os tráfi cos ilícitos, no âmbito das suas atribuições;

c) Exercer a acção de justiça tributária e assegurar a repre-sentação da Fazenda Pública junto dos órgãos judiciais;

d) Assegurar a negociação técnica e executar os acordos e convenções internacionais em matéria tributária e aduaneira, cooperar com organismos europeus e internacionais e outras administrações tributárias e aduaneiras, e participar nos trabalhos de organismos europeus e internacionais especializados no seu do-mínio de actividade;

e) Promover a correcta aplicação da legislação e das decisões administrativas relacionadas com as suas atribuições e propor as medidas de carácter normativo, técnico e organizacional que se revelem adequadas;

f) Desenvolver e gerir as infra-estruturas, equipamentos e tecnologias de informação necessários à prossecução das suas atribuições e à prestação de apoio, esclareci-mento e serviços de qualidade aos contribuintes;

g) Realizar e promover a investigação técnica e científi ca no domínio tributário e aduaneiro, tendo em vista o aperfeiçoamento das medidas legais e administrativas, a qualifi cação permanente dos recursos humanos, bem como o necessário apoio ao Governo na defi nição da política fi scal e aduaneira;

h) Informar os contribuintes e os operadores económicos sobre as respectivas obrigações fi scais e aduaneiras e apoiá-los no cumprimento das mesmas;

i) Assegurar o licenciamento do comércio externo dos produtos tipifi cados em legislação especial e gerir os regimes restritivos do respectivo comércio externo.

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Boletim do Contribuinte 833DEZEMBRO 2011 - Nº 24

LEGISLAÇÃO

Artigo 3.ºÓrgãos

1 - A AT é dirigida por um director-geral, coadjuvado por 12 subdirectores-gerais, cargos de direcção superior de 1.º e 2.º graus, respectivamente.

2 - As direcções de fi nanças e as alfândegas são dirigidas, respectivamente, por directores de fi nanças e directores de alfândegas, cargos de direcção intermédia de 1.º grau.

3 - É ainda órgão da AT o Conselho de Administração da Autoridade Tributária e Aduaneira.

Artigo 4.ºDirector-Geral

1 - Sem prejuízo das competências que lhe forem confe-ridas por lei ou nele delegadas ou subdelegadas, compete ao director-geral:

a) Promover a execução da legislação tributária e aduaneira e da política do Governo nessas matérias;

b) Propor a criação e a alteração das leis e regulamentos necessários à efi cácia e efi ciência do sistema fi scal;

c) Colaborar na elaboração de políticas públicas em matéria fi scal e aduaneira;

d) Zelar pelos interesses da Fazenda Pública, no respeito pelos direitos e garantias dos contribuintes e dos ope-radores económicos;

e) Exercer a função de representação da AT junto das or-ganizações nacionais e internacionais na área tributária e aduaneira;

f) Dirigir e controlar os serviços da AT e superintender na gestão dos respectivos recursos.

2 - Os subdirectores-gerais da AT exercem as competências que lhe sejam delegadas ou subdelegadas pelo director-geral, devendo este identifi car a quem compete substituí-lo nas suas faltas e impedimentos.

Artigo 5.ºConselho de Administração da Autoridade Tributária

e Aduaneira

1 - O Conselho de Administração da Autoridade Tributária e Aduaneira, abreviadamente designado por CAAT, é constituído pelo director-geral, que preside, pelos subdirectores-gerais, pelo director do Centro de Estudos Fiscais e Aduaneiros, pelo director da Unidade dos Grandes Contribuintes e pelos direc-tores de fi nanças de Lisboa e do Porto, e possui competências decisórias e consultivas.

2 - O director-geral designa dois dos subdirectores-gerais para o coadjuvar no exercício de funções de coordenação do CAAT.

3 - São competências decisórias do CAAT:a) Aprovar os regulamentos internos da AT, incluindo o

seu próprio regimento;b) Aprovar os projectos do quadro de avaliação e respon-

sabilização, do plano e do relatório de actividades;c) Aprovar a proposta de orçamento;d) Aprovar o projecto de plano anual de formação pro-

fi ssional;e) Aprovar o projecto de balanço social;f) Aprovar a priorização dos projectos estratégicos nas

áreas dos sistemas de informação e decisões na área tecnológica;

g) Avaliar o progresso dos principais projectos de sistemas de informação e decisões na área tecnológica, apro-vando acções correctivas em caso de desvio face aos objectivos estabelecidos;

h) Aprovar a política de segurança da AT.4 - No âmbito das competências consultivas, cabe ao CAAT

emitir parecer nas seguintes matérias:a) Criação, modifi cação ou extinção de serviços e fi xação

dos respectivos níveis, quando for caso disso;b) Gestão do pessoal, nomeadamente quanto aos crité-

rios de afectação, mobilidade e fi xação dos postos de trabalho;

c) Designação do pessoal de chefi a tributária ou de chefi a aduaneira;

d) Alterações ao regime do pessoal;e) Identifi cação das necessidades de informação dos con-

tribuintes e operadores económicos nas suas relações com a AT e tratamento do resultado da audição das suas sugestões relativamente aos serviços prestados pela AT;

f) Metodologias e acções que permitam melhorar a rela-ção com os contribuintes e operadores económicos e que possibilitem a racionalização e simplifi cação dos procedimentos administrativos.

5 - Compete ainda ao CAAT acompanhar a execução do plano de actividades e do orçamento, bem como pronunciar-se sobre quaisquer assuntos, a pedido do membro do Governo responsável pela área das fi nanças ou do director-geral.

6 - O CAAT constituirá um comité de utilizadores, a designar de entre os seus membros, para a análise e priorização de pro-jectos nas áreas das tecnologias e dos sistemas de informação.

7 - As regras de funcionamento do comité e eventuais subcomités de utilizadores constam do regulamento interno do CAAT.

8 - As competências do CAAT são indelegáveis.9 - Após a entrada em vigor do presente diploma, as referên-

cias ao Conselho de Administração Fiscal (CAF) consideram-se como feitas ao CAAT.

Artigo 6.ºTipo de organização interna

A organização interna dos serviços da AT obedece ao seguinte modelo estrutural misto:

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Boletim do Contribuinte834DEZEMBRO 2011 - Nº 24

LEGISLAÇÃO

a) O modelo de estrutura hierarquizada em todas as áreas de actividade prosseguidas pela AT, sem prejuízo do disposto na alínea seguinte;

b) O modelo de estrutura matricial nas áreas de activi-dade específi cas das tecnologias e dos sistemas de informação.

Artigo 7.ºPrincípios e instrumentos de gestão

1 - A AT rege-se pelos seguintes princípios:a) O princípio da legalidade, que implica que a prossecu-

ção das suas atribuições deve pautar-se pela rigorosa observância das disposições legais e no respeito pelas garantias dos contribuintes;

b) O princípio da fl exibilidade organizativa, que visa opti-mizar permanentemente a adequação das unidades de trabalho aos objectivos a prosseguir em cada momento, através de normativos regulamentares e de decisões administrativas;

c) O princípio da desburocratização, que visa racionalizar os procedimentos administrativos relativos ao cumprimento das obrigações tributárias, através, designadamente, da redução e simplifi cação dos suportes da informação a fornecer pelos contribuintes e da maior comodidade des-tes nos contactos com os serviços, quer pela difusão de unidades de atendimento e apoio, quer pela intensifi ca-ção da utilização de meios electrónicos de comunicação;

d) O princípio da desconcentração administrativa, que visa co-meter, tendencialmente, aos serviços periféricos as tarefas operativas e aos serviços centrais as tarefas de concepção, planeamento, regulamentação, avaliação e controlo e, bem assim, as tarefas operativas que não possam ser desenvol-vidas a outro nível sem diminuição de qualidade ou não o devam ser em razão de ganhos de efi ciência signifi cativos alcançados através de meios tecnológicos;

e) O princípio da valorização dos recursos humanos, que visa aumentar a motivação e a participação activa dos trabalhadores, através, designadamente, da sua forma-ção e qualifi cação permanente, de formas de organiza-ção do trabalho que lhes permitam pôr à prova a sua capacidade e criatividade, de mobilidade profi ssional e de adequados planos de carreira baseados no mérito;

f) O princípio da coordenação interadministrativa, que visa a coordenação institucional da AT com outras entidades, bem como com as administrações tributárias e aduaneiras de outros Estados.

2 - Para a concretização dos princípios enunciados no nú-mero anterior e sem prejuízo de outros instrumentos previstos na lei ou que venham a ser adoptados, a AT utiliza os seguintes instrumentos de gestão, avaliação e controlo:

a) Plano estratégico plurianual;b) Plano de actividades;c) Orçamento;d) Relatório de actividades;e) Plano de formação profi ssional;f) Balanço social.

Artigo 8.ºReceitas

1 - A AT dispõe das receitas provenientes de dotações que lhe forem atribuídas no Orçamento do Estado.

2 - A AT dispõe ainda das seguintes receitas próprias:a) A participação constituída por uma percentagem das

cobranças efectuadas pela AT a favor de outros organis-mos do Estado, da segurança social e da administração autónoma;

b) O produto da venda de bens e serviços prestados a ter-ceiros, incluindo a comissão de liquidação e cobrança de receitas de outras entidades;

c) As importâncias provenientes do fornecimento de bens e serviços informáticos nas áreas das suas atribuições;

d) O montante dos emolumentos e coimas cobradas nos respectivos serviços, das custas cobradas nos processos fi scais e aduaneiros, bem como de uma percentagem das receitas resultantes de acções de inspecção e de outras correcções nos valores declarados pelos con-tribuintes;

e) O montante dos reembolsos dos salários e demais abonos dos membros das comissões de avaliações que sejam da iniciativa dos contribuintes;

f) O produto da venda de impressos e publicações;g) O reembolso dos encargos com a publicidade realizada

no âmbito da cobrança coerciva;h) O produto dos reembolsos das despesas com papel,

fotocópias e correio, efectuadas no interesse dos con-tribuintes, bem como o produto do fornecimento de cadernetas prediais;

i) O montante da taxa devida pela realização de segundas avaliações de prédios urbanos, quando suportadas pelos contribuintes, bem como da taxa prevista no n.º 3 do artigo 76.º do Código do IMI;

j) O reembolso de despesas suportadas com a realização de primeiras e segundas avaliações de prédios rústicos e urbanos, não referidas no número anterior;

l) O produto da percentagem defi nida na lei relativamente ao IMI cobrado nos anos em que se proceder à avaliação geral dos prédios urbanos ou rústicos;

m) O montante da taxa devida pela prestação urgente de informações vinculativas;

n) O produto da venda de bens não duradouros;o) As receitas que por lei, contrato ou outro título lhe sejam

atribuídas.3 - As percentagens a que se refere o n.º 2 são defi nidas

por despacho do membro do Governo responsável pela área das fi nanças.

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Boletim do Contribuinte 835DEZEMBRO 2011 - Nº 24

LEGISLAÇÃO

4 - As receitas a que se refere o n.º 2 são aplicadas na aquisição de bens de investimento, aquisição de serviços e na afectação a que se refere o artigo 51.º do Decreto-Lei n.º 557/99, de 17 de Dezembro, na redacção dada pelo artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 212/2008, de 7 de Novembro.

5 - O saldo das receitas próprias da AT transita para o ano seguinte.

Artigo 9.ºDespesas

Constituem despesas da AT as que resultem de encargos decorrentes da prossecução das atribuições que lhe estão cometidas.

Artigo 10.ºMapa de cargos de direcção

1 - Os lugares de direcção superior de 1.º e 2.º graus e de direcção intermédia de 1.º grau constam do mapa anexo ao presente diploma, do qual faz parte integrante.

2 - Os cargos de director do Centro de Estudos Fiscais e Aduaneiros, de director da Unidade dos Grandes Contribuintes e dos directores de fi nanças de Lisboa e do Porto são cargos de direcção superior de 2.º grau.

3 - Os cargos de director de serviços, director de fi nanças, director de fi nanças adjunto e director de alfândega são cargos de direcção intermédia de 1.º grau.

Artigo 11.ºChefes de equipa multidisciplinares

Nos termos da lei, aos chefes de equipas multidisciplina-res nas áreas das tecnologias e dos sistemas de informação é atribuído um estatuto remuneratório correspondente ao cargo de director de serviços ou de chefe de divisão, em função da natureza e complexidade de funções, não podendo o estatuto equiparado a director de serviços ser atribuído a mais de oito chefes de equipa.

Artigo 12.ºSucessão

1 - A AT sucede nas atribuições da Direcção-Geral dos Impostos (DGCI), da Direcção-Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo (DGAIEC) e da Direc-ção-Geral de Informática e Apoio aos Serviços Tributários e Aduaneiros (DGITA).

2 - Após a entrada em vigor do presente diploma:a) As referências feitas em quaisquer leis ou documentos

à DGCI, à DGAIEC e à DGITA, consideram-se como feitas à AT;

b) A AT sucede à DGCI, à DGAIEC e à DGITA, nomea-damente em tudo o que na lei vigente disser respeito a estas Direcções-Gerais, nos contratos vigentes e em todos os procedimentos e processos, designadamente, graciosos e judiciais, seja qual for a sua natureza, sem necessidade de observância de quaisquer outras formalidades.

Artigo 13.ºPessoal da AT

1 - Nos termos legalmente previstos, são fi xados como critérios gerais e abstractos de selecção de pessoal necessário à prossecução das atribuições da AT o desempenho de funções na DGCI, na DGAIEC e na DGITA.

2 - O pessoal mencionado no número anterior é reafecto à AT nos termos da lei, sem alteração do respectivo regime de pessoal, carreiras e estatuto remuneratório, incluindo os respectivos suplementos.

3 - O pessoal da AT admitido em data posterior a 1 de Janeiro de 2012 tem direito a receber o suplemento devido ao pessoal reafecto à AT que desempenhava funções na DGCI, nos termos da lei aplicável.

Artigo 14.ºEstrutura e competência territorial dos serviços

desconcentrados

1 - A estrutura e competência territorial dos serviços des-concentrados da AT são defi nidas por portaria do membro do Governo responsável pela área das fi nanças.

2 - Até à redefi nição e efectiva produção de efeitos da estrutura dos serviços desconcentrados a que se refere o número anterior, mantém-se a dotação de 21 lugares de directores de fi nanças e a dotação de 20 lugares de directores de fi nanças adjuntos.

Artigo 15.ºEfeitos revogatórios

1 - Na data da entrada em vigor do presente diploma, consideram-se revogados os Decretos-Leis nºs 81/2007, e 82/2007, ambos de 29 de Março, e o Decreto Regulamentar n.º 24/2007, de 29 de Março.

2 - Mantém-se em vigor o disposto no n.º 5 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 366/99, de 18 de Setembro, na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 262/2002, de 25 de Novembro, e os n.º 1 e o n.º 2 do artigo 23.º do Decreto-Lei n.º 366/99, de 18 de Setembro, na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 237/2004, de 18 de Dezembro.

3 - Mantém-se em vigor o disposto na alínea a) do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 82/2007, de 29 de Março, e no artigo 29.º do anexo III à Portaria n.º 1067/2004, de 26 de Agosto.

Artigo 16.ºEntrada em vigor

O presente diploma entra em vigor no dia 1 de Janeiro de 2012.

N.R. Chamamos a atenção dos interessados para a aprovação pelo Decreto-Lei nº117/2011, de 15.12, da nova orgânica do Ministério das Finanças. Este decreto-lei pode ser consultado no site do Boletim do Contribuinte, menu Legislação/2011.

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Boletim do Contribuinte836

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALDEZEMBRO 2011 - Nº 24

O Governo já aprovou em Conselho de Ministros uma proposta de lei que estabelece o aumento temporário dos períodos normais de trabalho, de 30 mi-nutos por dia ou de 2 horas e 30 minutos por semana (até oito horas e meia por dia e 42 horas e meia por semana), a aplicar aos trabalhadores do sector privado.

Âmbito de aplicaçãoSegundo a referida proposta, da

medida de alargamento do horário de trabalho fi cam excluídos os menores, as grávidas, puérperas ou lactantes, os tra-balhadores com capacidade de trabalho reduzida ou com defi ciência ou doença crónica e os trabalhadores estudantes.

Estão ainda excluídos os trabalha-dores de empresas públicas de capitais exclusiva ou maioritariamente públicos, de entidades públicas empresariais e de entidades que integram o sector empre-sarial regional e municipal, uma vez que estão já sujeitos às medidas previstas na Lei do Orçamento do Estado para 2012,

concretamente, à suspensão do paga-mento dos subsídios de férias e de Natal.

Vigência – 2012/2013A medida de acréscimo de tempo de

trabalho é aplicável durante a vigência do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal, ou seja, até ao fi nal de 2013.

Limites de tempo de trabalho Ficam assegurados os limites de

tempo de trabalho da lei laboral. Assim, apenas por acordo entre patrão e traba-lhador, quando seja favorável ao interes-se deste ou se justifi que pelas condições particulares de trabalho, a meia hora pode acumular durante quatro semanas e ser usada na semana seguinte, fora do dia de descanso obrigatório (trabalho em dia de descanso complementar).

Convém notar que quem trabalha em regime de banco de horas ou de adaptabilidade também é abrangido pelo aumento do horário, mas os limites legais

ALARGAMENTO DO HORÁRIO DE TRABALHO EM 2012 E 2013

não podem ser ultrapassados. No caso da isenção de horário, fi ca de fora apenas quem não está sujeito a limites máximos de tempo de trabalho.

Cláusula anti-abusoÉ estabelecida uma cláusula anti-

abuso, que limita a possibilidade de alar-gamento do horário apenas às empresas onde não ocorra alteração líquida do emprego, ou seja, onde não haja redução de postos de trabalho.

Contudo, a proposta do Executivo levanta dúvidas devido à possibilidade de as empresas contratarem trabalhadores a prazo depois de tomarem medidas de despedimento colectivo ou de extinção do posto de trabalho.

O Governo mostrou-se disponível para melhorar a redacção da norma anti-abuso, para evitar que o aumento do horário de trabalho leve as empresas a despedir trabalhadores.

Em conferência de imprensa, o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros reiterou que a proposta de lei que permite o aumento do horário de trabalho em meia hora diária inclui uma norma anti-abuso, que impede as empresas de aproveitarem esta medida para fazerem “destruição líquida de emprego”, mas ressalvou que isso não signifi ca suspender “a vida normal das relações laborais”.

A cláusula anti-abuso não se aplica, por isso, à redução do número de postos de trabalho decorrente de rescisões por mútuo acordo, da aposentação ou morte dos trabalhadores e do despedimento por justa causa.

Segundo o membro do Governo, “Não é uma cláusula anti-despedimento, é uma cláusula anti-abuso”.

Eliminação de feriadosPara além da medida de aumento do

tempo de trabalho, o Governo está em fase de discussão com representantes da Igreja Católica com vista à eliminação de diversos feriados. Trata-se, confor-me refere a imprensa, da supressão de quatro feriados: dois religiosos – 15 de Agosto e o feriado do Corpo de Deus, em Junho e dois civis – 5 de Outubro e 1 de Dezembro.

Foi aprovado em Conselho de Ministros um diploma que procede à defi nição das condições de transferência para o âmbito da Segurança Social dos reformados e pensionistas que em 31 de Dezembro de 2011 se encontram no regime de segurança social substituti-vo do sector bancário, prevendo-se a transmissão para a Segurança Social das responsabilidades pelos encargos com as pensões de reforma e sobrevivência dos trabalhadores do sector bancário.

Conforme comunicado do Go-verno, para pagamento das responsa-bilidades assumidas pela Segurança Social, são transmitidos para o Estado activos dos fundos de pensões em

BANCÁRIOSTransferência das pensões

de reforma para a Segurança Social

causa, de acordo com os prazos e va-lores defi nidos no âmbito do processo de audição que envolveu o Governo, a Associação Portuguesa de Bancos e as instituições de crédito. No âm-bito desta operação, os bancos irão transferir para o Estado cerca de 6 mil milhões de euros em activos para cobrir as responsabilidades dos fun-dos de pensões. Cerca de 55% destes activos serão transferidos até ao fi nal do corrente ano, para cumprir com as regras estabelecidas pelo Eurostat para contabilizar esta operação como receita extraordinária de 2011, sendo o restante transferido até ao fi nal do primeiro semestre de 2012.

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Boletim do Contribuinte 837

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALDEZEMBRO 2011 - Nº 24

Os trabalhadores independentes que prestam actividade profi sssional exclusi-vamente ou quase exclusivamente (mais de 80%) a uma só empresa vão passar a benefi ciar de subsídio de desemprego.

A proposta do Governo de novas alte-rações ao regime de atribuição do subsídio de desemprego, constante do Decreto-Lei nº 220/2006, de 3.11, vai ser discutida brevemente em concertação social.

Relativamente a esta medida, a aplicar aos trabalhadores independentes, já previs-ta no Memorando de Entendimento entre a “troika” e o Executivo, importa referir que os prazos de atribuição e o valor a receber serão idênticos aos do regime que se aplica aos trabalhadores por conta de outrem.

Período de concessão das prestaçõesJá quanto aos trabalhadores por

conta de outrém o tempo máximo de atribuição do subsídio de desemprego passará a ser de 18 meses. No entanto, o Governo vai criar um regime transitório para os trabalhadores mais velhos ou com carreiras contributivas mais longas para salvaguarda dos direitos adquiridos.

Actualmente, os períodos de atribui-ção do subsídio de desemprego variam em função da idade e do número de meses com registo de remunerações, oscilando entre um mínimo de 270 dias (nove meses) para quem tem menos de 30 anos e um máximo de 900 dias (30 meses) para benefi ciários com mais de 46 anos de idade. A este prazo mais elevado acrescem mais 60 dias por cada cinco anos com registo de remunerações nos últimos 20 anos. Refi ra-se que a estes períodos de atribuição de subsídio de desemprego acresce posteriormente o subsídio social de desemprego.

MontanteDe acordo com a proposta do Exe-

cutivo, o valor máximo do subsídio de desemprego passa para o equivalente a 2,5 o Indexante dos Apoios Sociais (IAS), ou seja, 1048,05 euros.

Nos termos do regime em vigor, o valor mensal do subsídio não pode ser superior a 75% do valor líquido da remuneração de

referência que serviu de base de cálculo ao subsídio de desemprego e nunca superior ao triplo do valor do IAS (1257,66 euros).

MajoraçãoOs casais com fi lhos em que o pai e a

mãe estejam desempregados irão passar a ter direito a uma majoração de 10% nas prestações de desemprego.

Prazo mínimo de descontosO prazo de garantia para atribuição do

subsídio de desemprego vai passar a ser de 360 dias (12 meses). Actualmente, o período mínimo de descontos para a Segu-rança Social é de 450 dias (15 meses) com

o correspondente registo de remunerações num período de 24 meses imediatamente anterior à data do desemprego.

Emprego convenienteSerão alterados os critérios actuais

de defi nição de emprego conveniente. O objectivo é promover o reingresso no mercado de trabalho reduzindo ao be-nefi ciário do subsídio de desemprego as hipóteses de recusa de oferta de emprego.

Segundo o actual regime, o desem-pregado tem de aceitar emprego cuja retribuição ilíquida seja igual ou superior ao valor da prestação de desemprego, acrescido de 10%, se a oferta de emprego ocorrer durante os primeiros 12 meses de concessão das prestações de desemprego, ou igual ou superior ao montante da pres-tação de desemprego, se aquela oferta se verifi car no decurso ou após o 13º mês.

ATRIBUIÇÃO DE SUBSÍDIO DE DESEMPREGOGoverno vai alterar as regras e trabalhadores

independentes vão passar a benefi ciar

O Provedor de Justiça apresentou recentemente ao Governo uma recomen-dação para proceder à alteração urgente do critério de atribuição do abono de família a crianças e jovens, referindo-se ao facto de aquele apoio ser defi nido com base nos rendimentos do ano anterior, não tendo em consideração as pessoas que eventu-almente fi cam desempregadas.

O Provedor enviou no mês de Novem-bro um ofício ao Secretário de Estado da Segurança Social, tendo alertado para uma situação que levou muitos queixosos a pedir a intervenção do Provedor, que invo-cam que as regras de atribuição do abono de família têm por base os rendimentos auferidos no ano anterior, não atribuindo qualquer relevância às alterações recentes no rendimento das famílias.

Assim, na sequência das queixas apre-sentadas, o Provedor de Justiça sugeriu ao Secretário de Estado da Segurança Social que, com carácter de urgência, proceda à reavaliação do critério adoptado para o apuramento dos rendimentos dos agrega-dos familiares para atribuição e cálculo do abono de família.

Segundo o defensor dos direitos dos cidadãos, “só uma rápida alteração das regras de atribuição do abono de família

pode aliviar em tempo útil a situação de quem perdeu o direito a esta prestação com base em rendimentos que já não aufere actualmente”.

Nas cartas remetidas à Provedoria pelos cidadãos reclamantes foi solicitada a intervenção do Provedor de Justiça, por alegadamente se encontrarem numa “situação económico-fi nanceira de extre-ma gravidade, regra geral motivada pelo desemprego de um, ou mesmo dos dois elementos do agregado familiar, com uma diminuição drástica do rendimento dispo-nível, que a redução ou cessação do abono de família agrava consideravelmente”.

Entretanto, o Governo anunciou que pretende reduzir o número de famílias com direito a abono de família, visando evitar que o apoio seja atribuído indevi-damente a quem não precisa.

De acordo com o secretário de Estado da Segurança Social, pretende-se assegu-rar que apenas recebe abono de família quem realmente necessita.

O mesmo membro do Executivo ga-rantiu já que não está em causa a cessação da atribuição do abono de família relati-vamente ao 3º escalão de rendimentos, tendo o 4º e 5º escalões sido eliminados pelo anterior Governo.

ABONO DE FAMÍLIAProvedor de Justiça recomenda alterações

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Boletim do Contribuinte838

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALDEZEMBRO 2011 - Nº 24

As situações que permitem a celebra-ção de contrato de trabalho a termo certo estão previstas no art. 140º do Código do Trabalho e, segundo o mesmo preceito, o contrato de trabalho a termo certo só pode ser celebrado para a satisfação de necessidades temporárias da empresa e pelo período estritamente necessário à satisfação dessas necessidades.

Consideram-se, designadamente, necessidades temporárias da empresa as seguintes:

• substituição directa ou indirecta de trabalhador ausente ou que, por qualquer motivo, se encontre temporariamente impedido de trabalhar;

• substituição directa ou indirecta de trabalhador em relação ao qual esteja pendente em tribunal acção de apreciação da licitude de des-pedimento;

• substituição directa ou indirecta de trabalhador em situação de licença sem retribuição;

• substituição de trabalhador a tempo completo que passe a prestar tra-balho a tempo parcial por período determinado;

• actividade sazonal ou outra cujo ciclo anual de produção apresente irregularidades;

• acréscimo excepcional de activida-de da empresa;

• execução de tarefa ocasional ou serviço determinado precisamente defi nido e não duradouro;

• execução de obra, projecto ou outra actividade defi nida e temporária, incluindo a execução, direcção ou fi scalização de trabalhos de constru-ção civil, obras públicas, montagens e reparações industriais, bem como os respectivos projectos ou outra ac-tividade complementar de controlo e acompanhamento.

Para além destas situações, pode ser celebrado contrato de trabalho a termo certo para:

• lançamento de nova actividade de duração incerta, bem como início de laboração de empresa ou de esta-

belecimento pertencente a empresa com menos de 750 trabalhadores;

• contratação de trabalhador à procura de primeiro emprego ou em situação de desemprego de longa duração.

Conteúdo do contratoO contrato de trabalho a termo terá de

revestir a forma escrita e conter:- identifi cação, assinaturas e domicí-

lio ou sede das partes;- actividade do trabalhador e corres-

pondente retribuição;- local e período normal de trabalho;- data de início do trabalho;- indicação do termo estipulado e do

respectivo motivo justifi cativo, que deve ser feita com menção expressa dos factos que o integram, devendo estabelecer-se a relação entre a justi-fi cação invocada e o termo acordado;

- data de celebração do contrato e, tratando-se de termo certo, da res-pectiva cessação.

Renovação do contratoTrabalhador e empregador podem

estipular a não sujeição do contrato a renovação.

Na falta desta indicação e de de-claração das partes que o faça cessar, o

CONTRATO A TERMO CERTOFundamentos e requisitos legais para a celebração

contrato renova-se automaticamente no fi nal do termo, por igual período se outro não for acordado pelas partes.

No caso de renovação do contrato por período diferente do anterior, exige-se a sua redução a escrito.

Renovações extraordináriasA Assembleia da República vai bre-

vemente aprovar uma proposta de lei do Governo que procede à alteração das regras de renovação dos contratos de trabalho a termo certo.

Assim, passará a existir a possibili-dade de se efectuarem duas renovações extraordinárias relativamente aos contra-tos a prazo que atinjam o limite máximo da sua duração até 30 Junho de 2013.

Desta forma, as empresas vão poder renovar até cinco vezes os contratos a ter-mo dos trabalhadores ao serviço, contra as três renovações actualmente previstas no art. 148º do Código do Trabalho.

Importa referir que a duração total das renovações extraordinárias não pode exceder os 18 meses. O limite de vigên-cia do contrato de trabalho a termo certo objecto de renovação extraordinária é 31 de Dezembro de 2014.

Na página seguinte publica-se dois quadros que sintetisam os requisitos a du-ração dos contratos de trabalho a termo.

(Código do Trabalho, arts. 140º, 141º, 148º e 149º)

O Governo comprometeu-se recente-mente, no âmbito da segunda revisão do Memorando de Entendimento com a Troi-ka a reduzir novamente os valores a atribuir pelas entidades empregadoras em virtude da cessação dos contratos de trabalho.

O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro confi rmou que na actu-alização do Memorando é indicada uma redução das compensações entre 8 a 12 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade, tendo ainda referido que esta medida já estava prevista na versão original do Memorando da Troika.

Segundo o Executivo, a partir do próximo ano essas compensações serão reduzidas para 8 a 12 dias por cada ano de

trabalho, relativamente aos contratos ce-lebrados a partir de 1 de Janeiro de 2012.

Chegou-se a admitir que seriam 10 dias, mas a questão foi remetida para a discussão em sede de concertação social.

Refi ra-se que actualmente, conforme estabelece a Lei nº 53/2011, de 14.10 (Bol. do Contribuinte, pág. 700), em vigor desde o dia 1 de Novembro do corrente ano, a compensação devida pela cessação do contrato de trabalho corresponde a 20 dias de retribuição base e diuturnidades por ano de antiguidade do trabalhador.

Sobre o regime de compensações em vigor para os contratos celebrados desde 1 de Novembro de 2011 pode ser con-sultada a informação publicada no Bol. do Contribuinte, 2011, págs. 737 e 807.

Compensações pela cessação do contrato de trabalhoMontantes vão ser reduzidos

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Boletim do Contribuinte 839

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALDEZEMBRO 2011 - Nº 24

Substituição de trabalhador em relação ao qual esteja pendente acção de apreciação da licitude do despedimento estejatrabalhador

Substituição de trabalhador em situação de licença sem retribuição

Substituição de trabalhador que passe a prestar trabalho a tempo parcial por período determinado

Actividade sazonal ou outra cujo ciclo anual apresente irregularidades da natureza do mercado (p. ex. turismo)

Execução de obra, projecto ou actividade defi nida e temporária, nomeadamente construção civil

Acréscimo excepcional da actividade da empresa

Execução de tarefa ocasional ou serviço determinado

Substituição de trabalhador temporariamente impedido de prestar a sua actividade, nomeadamente por doença

ADMISSIBILIDADE DO CONTRATO A TERMO

O contrato de trabalho a termo só pode ser celebrado para satisfação de necessidades temporárias da empresa e pelo período estritamente necessário à satisfação dessa necessidade

Pode ainda ser celebrado contrato a termo certo para: a) lançamento de nova actividade ou estabelecimento de empresa; b) contratação de trabalhador à procura do 1º emprego ou desempregado de longa duração

O contrato a termo é obrigatoriamente celebrado por

escrito e é admissível, entre outros, nos seguintes casos:

DURAÇÃO DO CONTRATO A TERMO

Restantes casos obrigatoriamente

Todos os casos

Duração do contrato a termo

Certo

Incerto

Trabalhador à procura do 1.º

emprego18 meses

2 anos

3 anos

6 anos

Lançamento de actividade

ou abertura de estabelecimento

Para o cômputo dolimite máximo de duração do contrato a termo certo são incluídos os contratos celebrados anteriormente entre as partes, desde que sejam:

• Contrato de trabalho a termo;

• Contrato de trabalho temporário para o mesmo posto de trabalho;

• Contrato de prestação de serviços para o mesmo objecto

TIPO DURAÇÃO CONTAGEMMOTIVO JUSTIFICATIVO

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DEZEMBRO 2011 - Nº 24

Boletim do Contribuinte840

AçoresDec. Leg. Reg. n.º 34/2011/A, de 6.12 - Ter-

ceira alteração ao Dec. Leg. Reg. n.º 37/2008/A, de 5 de Agosto, que estabelece o regime jurídico de actividades sujeitas a licenciamento das câmaras municipais na Região Autónoma dos Açores

Dec. Regul. Reg. n.º 27/2011/A, de 15.12 - Aprova a orgânica da Unidade de Saúde da Ilha TerceiraAçores – apoio sócio-económico

Dec. Leg. Reg. n.º 33/2011/A, de 5.12 - Pri-meira alteração do Dec. Leg. Reg. n.º 8/2009/A, de 20 de Maio, que regula a concessão, através dos serviços dependentes do membro do Governo com competência na área da Administração Públi-ca, de apoio sócio-económico aos seus beneficiá-rios em situações socialmente gravosas e urgentesAdministração Pública

DL n.º 116/2011, de 5.12 - Modifica as re-gras de fixação dos limites máximos de unidades orgânicas flexíveis de serviços da Administração Pública e da dotação máxima de chefes de equipa de estruturas matriciais, procedendo à quinta alte-ração à Lei n.º 4/2004, de 15 de JaneiroArbitragem voluntária

Lei n.º 63/2011, de 14.12 - Aprova a Lei da Arbitragem VoluntáriaAuto-estradas SCUT - Portagens

Port. n.º 303/2011, de 5.12 - Fixa o mon-tante das taxas de portagem a cobrar nos lanços e sublanços das auto-estradas SCUT do Algarve, da Beira Interior, do Interior Norte e da Beira Litoral/Beira AltaAuto-estradas SCUT

Decl. de Rectific. n.º 34/2011, de 7.12 - Rec-tifica o DL n.º 111/2011, de 28 de Novembro, do Ministério da Economia e do Emprego, que sujeita os lanços e sublanços das auto-estradas SCUT do Algarve, da Beira Interior, do Interior Norte e da Beira Litoral/Beira Alta ao regime de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores, publicado no Diário da República, 1.ª série, n.º 228, de 28 de Novembro de 2011Banco Europeu para a Reconstrução e o De-senvolvimento (BERD)

Resol. do Cons. de Min. n.º 52/2011, de 5.12 - Autoriza a prática dos actos necessários à participação de Portugal no aumento de capital de-cidido no contexto da Quarta Revisão de Recursos de Capital do Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD)Carta Social Europeia

Aviso n.º 240/2011, de 2.12 - Torna público que a República do Chipre procedeu à emissão de uma declaração referente ao depósito do seu instrumento de ratificação à Carta Social Europeia (Revista), aberta à assinatura em Estrasburgo em 3 de Maio de 1996Combustíveis

Port. n.º 301/2011, de 2.12 - Fixa o valor da compensação por cada título de biocombustíveis (TdB) em falta, prevista no DL n.º 117/2010, de 25 de OutubroContribuições e impostos - troca de informa-ções em matéria fiscal

Aviso n.º 237/2011, de 2.12 - Torna público que foram recebidas notas em que se comunica terem sido cumpridas as respectivas formalidades constitucionais internas de aprovação do Acordo entre a República Portuguesa e o Principado de

Andorra sobre a Troca de Informações em Matéria Fiscal, assinado em Lisboa em 30 de Novembro de 2009

Aviso n.º 238/2011, de 2.12 - Torna público que foram recebidas notas em que se comunica terem sido cumpridas as respectivas formalidades constitucionais internas de aprovação do Acordo en-tre a República Portuguesa e o Governo das Bermu-das, sobre Troca de Informações em Matéria Fiscal, assinado em Paget Parish em 10 de Maio de 2010

Aviso n.º 239/2011, de 2.12 - Torna público que foram recebidas notas, em que se comunica terem sido cumpridas as respectivas formalidades constitucionais internas de aprovação do Acordo entre a República Portuguesa e o Governo de Gibral-tar sobre Troca de Informações em Matéria Fiscal, assinado em Lisboa em 14 de Outubro de 2009

Aviso n.º 242/2011, de 6.12 - Torna público que foram recebidas notas em que se comunica terem sido cumpridas as respectivas formalidades constitucionais internas de aprovação do Acordo entre a República Portuguesa e o Governo das Ilhas Caimão sobre Troca de Informações em Matéria Fiscal, assinado em George Town em 13 de Maio de 2010

Aviso n.º 243/2011, de 6.12 - Torna público que foram recebidas notas em que se comunica terem sido cumpridas as respectivas formalidades constitucionais internas de aprovação do Acordo entre a República Portuguesa e Jersey sobre Troca de Informações em Matéria Fiscal, assinado em Londres em 9 de Julho de 2010

Aviso n.º 244/2011, de 12.12 - Torna público que foram recebidas notas em que se comunica terem sido cumpridas as respectivas formalidades constitucionais internas de aprovação do Acordo entre a República Portuguesa e Santa Lúcia sobre Troca de Informações em Matéria Fiscal, assinado em Nova Iorque em 14 de Julho de 2010Convenção sobre o Cibercrime

Aviso n.º 247/2011, de 15.12 - Torna público que a Itália procedeu à assinatura do Protocolo Adicional à Convenção sobre o Cibercrime Relativo à Incriminação de Actos de Natureza Racista e Xenófoba Praticados através de Sistemas Informáticos, adoptada em Budapeste em 23 de Novembro de 2001Cultura e espetáculos - videogramas

Port. n.º 304/2011, de 7.12 - Revoga a Port. n.º 237/2011, de 15 de Junho, e repristina a Port. n.º 32-A/98, de 19 de JaneiroDefesa do consumidor

Resol. da Assembl. da Rep. n.º 149/2011, de 9.12 - Recomenda ao Governo o aprofundamento do regime legal que regula a actividade prestamista, a intensificação e o alargamento dos actos fiscaliza-dores e a disponibilização de informação no âmbito da defesa do consumidorMedicamentos

Lei n.º 62/2011, de 12.12 - Cria um regime de composição dos litígios emergentes de direitos

de propriedade industrial quando estejam em causa medicamentos de referência e medicamentos ge-néricos, procedendo à quinta alteração ao DL n.º 176/2006, de 30 de Agosto, e à segunda alteração ao regime geral das comparticipações do Estado no preço dos medicamentos, aprovado em anexo ao DL n.º 48-A/2010, de 13 de MaioMinistério das Finanças

DL n.º 117/2011, de 15.12 - Aprova a Lei Orgânica do Ministério das Finanças

DL n.º 118/2011 (1), de 15.12 - Aprova a orgânica da Autoridade Tributária e AduaneiraPatrimónio cultural - bens imóveis de inte-resse cultural

DL n.º 115/2011, de 5.12 - Primeira alteração ao DL n.º 309/2009, de 23 de Outubro, que esta-belece o procedimento de classificação dos bens imóveis de interesse cultural, bem como o regime das zonas de protecção e do plano de pormenor de salvaguardaPropriedade industrial

Lei n.º 62/2011, de 12.12 - Cria um regime de composição dos litígios emergentes de direitos de propriedade industrial quando estejam em causa medicamentos de referência e medicamentos ge-néricos, procedendo à quinta alteração ao DL n.º 176/2006, de 30 de Agosto, e à segunda alteração ao regime geral das comparticipações do Estado no preço dos medicamentos, aprovado em anexo ao DL n.º 48-A/2010, de 13 de MaioTrabalho e Segurança Social

Decreto n.º 19/2011, de 6.12 - Aprova a Convenção sobre Segurança Social entre a Repú-blica Portuguesa e a República de Moçambique, assinada em Lisboa em 30 de Abril de 2010

Dec. Leg. Reg. n.º 33/2011/A, de 5.12 - Pri-meira alteração do Dec. Leg. Reg. n.º 8/2009/A, de 20 de Maio, que regula a concessão, através dos serviços dependentes do membro do Governo com competência na área da Administração Públi-ca, de apoio sócio-económico aos seus beneficiá-rios em situações socialmente gravosas e urgentes

Aviso n.º 240/2011, de 2.12 - Torna público que a República do Chipre procedeu à emissão de uma declaração referente ao depósito do seu instrumento de ratificação à Carta Social Europeia (Revista), aberta à assinatura em Estrasburgo em 3 de Maio de 1996

Aviso n.º 241/2011, de 2.12 - Torna público que foi assinado, em 26 de Outubro de 2011, o Acordo Administrativo Relativo às Modalidades de Aplicação da Convenção sobre Segurança Social, de 11 de Fevereiro de 2009, entre a República Portuguesa e a República da MoldovaTribunal de Contas

Lei n.º 61/2011, de 7.12 - Procede à sétima alteração à Lei de Organização e Processo do Tribunal de Contas, aprovada pela Lei n.º 98/97, de 26 de AgostoVinho

Port. n.º 302/2011, de 2.12 - Estabelece, para o território nacional, os limites do teor de acidez volátil para os vinhos licorosos e para os vinhos com denominação de origem e com indicação geográfica que tenham sido sujeitos a um período de envelhe-cimento de pelo menos dois anos ou que tenham sido elaborados segundo métodos especiais

1.ª SÉRIE - DIÁRIO DA REPÚBLICA - DEZEMBRO/2011

COMPILAÇÃO DE SUMÁRIOS - 1ª QUINZENA (De 1 a 15 de Dezembro de 2011)

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