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AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E PROCESSUAL: realidade e desafio

Autor:Angela Maria Marigliani de Camargo

1

Orientador:Ms. Daiane Solange Stoeberl da Cunha2

Resumo

Este artigo analisa a “Avaliação Diagnóstica e Processual em Arte: realidade e desafio”, partindo das concepções de avaliação apresentadas pelas DCEs de Arte/Seed PR. Nesta abordagem considerou-se a compreensão geral dos docentes sobre: avaliação escolar, avaliação na disciplina de Arte e as atuais práticas avaliativas aplicadas em sala de aula nos diferentes níveis e modalidades de ensino da rede pública estadual. Os estudos e análises possibilitaram uma efetiva ampliação no conhecimento sobre avaliação da aprendizagem diagnóstica e processual a qual define como relevante o diálogo constante entre professor e aluno a respeito do processo de ensino e aprendizagem. Para tanto, realizou-se um Grupo de Estudos/Apoio com professores de Arte e Gestores Escolares, tomando como referências: análises de Leis, Decretos e Instruções do Ministério de Educação e Cultura-MEC e da Secretaria Estadual de Educação-Seed/PR, estudo do Projeto Político Pedagógico, da Proposta Pedagógica Curricular de Arte, do Plano de Trabalho Docente de Arte dos colégios/escolas estaduais participantes, reflexão a respeito de textos de diversos autores favoráveis a avaliação da aprendizagem escolar e com ênfase nas concepções diagnósticas e processuais e considerações sobre as Diretrizes Curriculares Estaduais de Arte - Seed/PR. Este trabalho cumpriu com o requisito de conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE do Governo do Estado do Paraná.

Palavras chave: Arte e Ensino; Práticas Pedagógicas; Avaliação.

1. INTRODUÇÃO

1Especialista em Supervisão Escolar, docente de Arte do NRE Guarapuava.

2Mestre em educação pela UFPR, Pedagoga, docente do curso de Arte-Educação da Unicentro.

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Este artigo aborda o subtema da Avaliação indispensável no âmbito escolar:

trata-se especificamente da avaliação diagnóstica e processual em arte. A temática

constitui-se em uma proposição expressa nas Diretrizes Curriculares Estadual de

Arte-PR, que orienta a avaliação da aprendizagem em Arte nas escolas/colégios da

Rede Pública Estadual, em Leis Nacionais e Estaduais, e nos textos de autores que

abordam a avaliação da aprendizagem com a concepção diagnóstica e processual.

O estudo pretende contribuir no sentido de auxiliar os educadores e os educandos na

compreensão das práticas de avaliação da aprendizagem em Arte e suas linguagens

de dança, teatro, música e artes visuais e possibilidades de trabalhar com realidades

mais próximas de ensino e aprendizagem que estabelecem os níveis de

aproveitamento do aluno para a interferência avaliativa do professor. Ao trabalhar

nesta perspectiva é preciso também promover uma reflexão constante das ações dos

indivíduos escolares.

Assim, este artigo almeja que educadores utilizem conteúdos e materiais

sobre avaliação para contribuírem pedagogicamente com o educando e o contexto

escolar. Essa pesquisa deve-se a constatação de diferentes compreensões sobre as

concepções de avaliação da aprendizagem e divergências nas práticas avaliativas

aplicadas nas escolas entre os (as) professores de Arte da rede pública de ensino.

Neste contexto desenvolvemos reflexão e estudos da história da Arte na

humanidade, o ato avaliativo e sua prática pedagógica desde seu início na educação,

as tendências pedagógicas e a Arte, as diferentes concepções de avaliação da

aprendizagem, a concepção da avaliação em Arte da DCEs do PR, os instrumentos

e critérios para se avaliar em Arte, estudo conceitual e legal da avaliação escolar, as

alternativas de abordagens avaliativas em Arte nas linguagens (dança, teatro, música

e artes visuais) e os procedimentos necessários para a compreensão da avaliação

diagnóstica e processual em Arte. O projeto enfatiza a relevância do papel do

educador com conhecimento em avaliação fundamentado pelas DCEs de Arte-PR e

a necessidade de saber diagnosticar as dificuldades de aprendizagem durante todo o

processo.

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Considerando a avaliação diagnóstica e processual, educando e educadores

devem dialogar e articular sobre desenvolvimento coerente e eficiente do processo

de aprendizagem e avaliação, para juntos replanejarem o ensino. Este artigo é

resumo de uma pesquisa mais ampla a qual foi desenvolvida no Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, ao longo de 2010 e 2011. O Plano de Trabalho

inicial resultou na publicação de material didático, formato UNIDADE DIDÁTICA, que

foi utilizado na implementação dos estudos com os professores e gestor escolar e

disponibilizado para os professores da Rede Pública Estadual.

A ARTE ESUA TRAJETÓRIA HISTÓRICA

A Arte em sua trajetória histórica proporciona uma significativa contribuição

para o desenvolvimento da humanidade e formação da sociedade. No Brasil durante

o período do descobrimento, a arte era apresentada com uma imensa diversidade de

riqueza cultural. Desde o início da colonização e durante 150 anos, permaneceu o

Ensino o Método Escolástico que valorizava a formação do indivíduo com normas e

princípios próprios. As mulheres participavam das aulas de boas maneiras e prendas

domésticas; a música instrumental e o canto orfeônico eram ensinados apenas para

os indivíduos doutrinados descendentes dos colonizadores. O teatro neste período

era para catequizar os índios. Em 1816, com a vinda da Missão Francesa ao Brasil

inicia a educação formal em Arte. Na Academia de Belas Artes criada em 1820 era

ensinado artes e ofícios artísticos. O ensino da Arte Erudita no Brasil inicia-se neste

período com a metodologia fundamentada no culto com cópia e reprodução de obras

consagradas à beleza clássica. Com a vinda desses artistas e com o surgimento das

escolas de Artes no Brasil foram utilizados modelos europeus de ensino no qual o

professor/artista ensinava o desenho e a cópia fiel das obras, o aluno só era bom

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quando reproduzia o modelo fiel. No ano de 1855, os antigos padrões de ensino

foram substituídos pelo estilo Neoclássico trazido pelos franceses, a Arte no Brasil

Império passou a ser o Belo Ideal, com desenhos e cópias figuradas. Através do

Decreto nº 2883 de 01 de fevereiro de 1862, o ensino de desenho, dança e música

tornou-se facultativo. Objetivando tornar a mulher mais útil para sociedade, em 1881,

cria-se a classe de desenho só para mulheres. Em 1882 com a prática do desenho

livre por George Grimm o ensino da arte foi popularizado adequando-as indústrias e

suas utilidades.

De acordo com as DCEs de Arte - PR (2008), Antonio Mariano de Lima no

ano de 1886 criou a Escola de Belas Artes e Indústria com ensino artístico e

profissional, o trabalho artesanal foi substituído pelo industrial. Neste período surge a

Escola Profissional Feminina com formação exclusiva para mulheres com cursos de

corte e costura, bordados, arranjo de flores, pintura etc. Segundo Diaz e Liblik

(2006), com a Proclamação da República em 1889 o país busca sua identidade

nacional, a Arte é considerada como acessório e o desenho como instrumento para

aprender a ver, descobrir e criar. O desenho e a arte eram utilizados nas mais

diversas profissões, a industrialização e o tecnicismo reduzem tudo à técnica. Em

1935 Mário de Andrade criou os Parques Infantis para os filhos dos operários e a arte

se difundiu nas artes plásticas e teatro. De 1882 a 1959, o Manual de Geometria

Popular de autoria de Abílio Cesar, cópia do método de Walter Smith passou a ser

aplicado em todo o país no qual os mestres demonstravam como se desenha no

quadro, e somente depois os alunos registram no caderno. A partir de 1960

buscando nova realidade social, as produções artísticas e os movimentos na música,

teatro, cinema e artes plásticas, proporcionaram novo caráter ideológico. A Lei

Federal nº 5692/71, instituiu em 1971 a obrigatoriedade do Ensino da Arte como

disciplina de Educação Artística nas escolas de todo o país no Ensino Fundamental a

partir da 5ª séries e no Ensino Médio na 1º e 2º Graus, durante este período todo o

ensino estava sujeito a censura militar, eram ensinadas artes manuais e técnicas,

hinos de festas cívicas e pátrios. A Lei nº 5692/71 orientava que fossem trabalhados

na disciplina de Educação Artística conteúdos de: artes plásticas, música e dança

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nos cursos de 1º e 2º Graus o teatro. O professor deveria dominar as quatro

linguagens e desenvolver os conteúdos na concepção tecnicista. A arte era centrada

em técnicas e habilidades e o aluno deveria ter domínio de diferentes materiais. A

produção era espontânea não se preocupando com o conhecimento científico das

linguagens artísticas. De acordo com o Artigo 7º da Lei 5692/71: “Será obrigatória a

inclusão de Educação Moral e Cívica, Educação Física, Educação Artística,

Programa de Saúde nos currículos plenos de 1º e 2º Graus”. Em 1990 o Currículo

Básico do Paraná, apresenta uma proposta para o ensino da Arte com a formação do

sujeito pelo saber estético, trabalhos artísticos e humanização dos sentidos. Entre os

anos de 1997 e 1999 os PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC

orientou o ensino nas escolas de todo o país e indicou para a disciplina de Arte

trabalhos com projetos e temas. No ensino Médio, a Arte passou a compor a área de

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias juntamente com as disciplinas de Língua

Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna e Educação Física.

A LDB 9394/96 – Lei de Diretrizes e Base regularizou a disciplina de Arte

como obrigatória na Educação Básica em todo o país e juntamente com os

Parâmetros Curriculares Nacionais- PCNs fortaleceu sua valorização no currículo

escolar.

As DCEs de Arte - PR a partir de 2008 orienta a promoção e a compreensão

do aprendizado e das situações educacionais que demandam de sensibilidade,

criatividade, produção e interação com as demais disciplinas do currículo,

oportunizando ao aluno o acesso ao conhecimento sistematizado da Arte. Em 2008,

através da Lei nº 11.769, estabeleceu-se a obrigatoriedade do ensino de música na

disciplina de arte da Educação Básica de todo o país. Atualmente no Paraná, vigora

a DCEs de Arte que regem o conhecimento e as dimensões artísticas, filosóficas e

científicas valorizando a disciplina e seu ensino na escola, oportunizando a

participação no desenvolvimento e na transformação da sociedade e sua história.

Ainda necessitamos de muitas reflexões e ações que valorizem e a compreendam

como campo de conhecimento escolar a disciplina de Arte.

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A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM ARTE

As práticas avaliativas escolares provas/exames têm origem durante os

séculos XVI e XVII com a intenção de avaliar somente o que o aluno sabe, atendiam

o modelo social da época, julgando e selecionando apenas os resultados obtidos nas

provas. A condição de o aluno ser excluído ou incluído no processo de ensino e

aprendizagem era pelo resultado da prova que situava os aprovados e reprovados, o

certo e o errado, sem propor uma nova condição de ensino e aprendizagem. Durante

este período a pedagogia jesuítica, comênica e lassalista orientavam a metodologia

avaliativa e sua sistematização. Nas décadas de 20 e 30 no Brasil, sob a tendência

pedagógica da Escola Tradicional a avaliação escolar era por meio de provas

escritas e orais, os resultados julgados por notas, boletins, quadro de honra, prêmios

entre outros que eram articulados aos resultados da avaliação e ao desempenho

intelectual dos alunos, por muitas vezes o professor impunha castigos corporais. As

aulas de Arte eram compreendidas como lazer e utilizadas pelo professor como

referência aos alunos punidos que não podiam freqüentá-la. Entre 1930 e 1945, a

avaliação escolar teve a denominação de avaliação da aprendizagem, neste período

a prática avaliativa em estudos por Raph Tyler, educador norte americano, propôs

ideias de que o ensino deveria ser norteado pela avaliação escolar e possibilitar ao

aluno uma maneira eficaz de aprender e ao professor uma prática funcional de

ensinar, onde a avaliação acontece durante todo o processo de ensino e ao

professor cabe diagnosticar as reais condições de aprendizagem do aluno e refazer

um novo encaminhamento pedagógico para ensinar. Em 1930 a avaliação escolar

passa a ser reconhecida como avaliação da aprendizagem, oportunizando o direito

ao aluno e professor dialogarem sobre o processo de ensino e aprendizagem.

Diferentes instrumentos, recursos, propostas e métodos educativos surgiram no

Brasil de 1940 a 1970 com objetivo de avaliar os resultados e medir os diversos

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aspectos aprendizagem em arte. Em 1970, a avaliação utilizava instrumentos

direcionados para as Empresas, Indústrias e Comércio, a pedagogia tecnicista

recomendava a avaliação com objetivos instrucionais que visavam à produtividade

do aluno. A promoção do aluno para as séries seguintes era decidida através de

fichas de registros e dos Conselhos de Classe pelas notas e conceitos obtidos nas

provas. Neste mesmo ano, de acordo com Hernández (2000), há uma resignificação

do ensino da arte que define seus conteúdos de acordo com os aspectos culturais e

conceituais de relação entre as disciplinas afins.

De 1980 a 1990, a avaliação é praticada para ser referência da

aprendizagem e apontar fragilidades e dificuldades. A avaliação e seus resultados

são objetos de estudos para encaminhar novas práticas de ensino visando um

ensino competente e um aprendizado crítico, efetivo e transformador. Na Pedagogia

Progressista com momentos distintos na Educação como: a Pedagogia da Escola

Libertadora, as práticas avaliativas eram aplicadas em grupos, a auto avaliação era

considerada importante e os conteúdos culturais universais eram incorporados as

experiências trazidas pelos alunos; a Pedagogia da Escola Libertaria a avaliação era

informal valorizando a auto sugestão, a pedagogia do trabalho e a coletividade na

transformação social; a Pedagogia da Escola Crítico Social dos Conteúdos o ensino

da arte é democratizado e a avaliação objetiva a formação do aluno crítico e

compromissado com as mudanças sociais. As provas, pesquisas, trabalhos,

apresentações etc. integrados aos conteúdos, objetivos, estratégias e metodologias,

são os instrumentos avaliativos utilizados e durante todo o processo de avaliação

aluno e professor dialogam sobre o ensino e aprendizagem. Nas últimas décadas

são significativas as mudanças no ensino da arte e na avaliação, o conhecimento

está em constante transformação, às informações se refazem a cada segundo e o

aluno é atualizado por diferentes meios tornando-o um indivíduo globalizado com

todas as informações e saberes necessários, independente da interferência da

escola e seus conteúdos, conforme Hernández (2000).

No Paraná a DCE de Arte passou a vigorar a partir de 2008 e apresenta a

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avaliação na disciplina como diagnóstica e processual, na qual aluno e professor

atuam no processo educacional, ambos fazem interferências de modo a acompanhar

o processo de ensino e aprendizagem. Não há uma só maneira de avaliar a

aprendizagem nas linguagens e áreas que compreendem a matéria, a pesquisa na

disciplina de Arte deve estar vinculada a avaliação segundo Hernández (2000). A

avaliação escolar é regulamentada nos documentos oficiais Nacionais e Estaduais

como: Leis, Deliberações, Instruções etc. que garantem sua legalidade. A LDBEN –

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, orienta a avaliação e o

ensino da arte nos Artigos 24 e 26. (BRASIL, 2011). A Deliberação 007/09 do

Conselho Estadual de Educação do Paraná no Capítulo I, Artigo 8º Parágrafo único.

(PARANÁ, 2011). No estado do Paraná a Seed- Secretaria Estadual de Educação,

com sua proposta educacional articulada com a LDBN, orienta que o Projeto Político

Pedagógico, o Regimento Escolar, a Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de

Trabalho Docente das escolas/colégios que devem fundamentar a avaliação da

aprendizagem, priorizando o desenvolvimento intelectual dos educandos, articulando

o saber cultural socialmente adquirido e o conhecimento científico repassado pela

escola para promover a qualidade e a obtenção de bons resultados.

Como educadores, devemos conhecer história da Arte na humanidade, as

Tendências Pedagógicas e as diferentes concepções de avaliação da aprendizagem

e em especial as orientadas pela Seed- DCE de Arte-PR, para exercermos as

práticas avaliativas e procedimentos educativos apropriados, valorizando a ação

avaliativa como parte do processo de ensino e aprendizagem que ao longo da

história produziu e produz transformações sociais, culturais e políticas na sua

trajetória no mundo.

A IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA DO PROJETO

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A fundamentação teórica deste artigo foi apresentada em um grupo de apoio

durante o segundo semestre do ano de 2011 a professores de arte do Ensino

Fundamental e Médio dos Colégios: Antonio Tupy Pinheiro, Professor Amarílio,

Mahatma Gangh, Cristo Rei, Carneiro Martins, Newton Abach e Visconde de

Guarapuava e ao gestor escolar do Colégio Professor Amarílio. O tema deste artigo,

Avaliação Diagnóstica e Processual em arte: realidade e desafio constituem-se de

conteúdos pedagógicos, acatando com o que permanece estabelecido na DCEs de

Arte-PR, para os colégios do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública

Estadual, cumprindo uma importante etapa do Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE que foi a implementação pedagógica do estudo pesquisado e

desenvolvido no Programa. Nas demais etapas da apresentação e pesquisa sobre

este tema aplicaram-se outros recursos pedagógicos.

O tema Avaliação Diagnóstica e Processual foi contextualizado no âmbito

regional, estadual e nacional com a análise e estudo conceitual e legal da avaliação

escolar de aprendizagem em especial nos colégios citados em seus: PPP, PPC e

PTD. Muito se buscou em autores que abordam o tema Avaliação da Aprendizagem

como: Luckesi (2010), Pedro Demo (2008) e (2010), Jussara Hoffmann (2008) e

(2010), Fernando Hernández (2000), Marília Diaz/Ana Maria Petraitis Liblik (2006),

Celso Vasconcelos (2008), Rosa Iavelberg/Lucina Mourão Arslan (2006), Bernadete

Zagonell (2009). Extremamente interessante foi à apresentação do vídeo com

palestra do autor Carlos Cipriano Luckesi sobre o tema estudado. O material,

Unidade Didática, produzido para o Programa de Desenvolvimento Educacional-PR,

foi amplamente empregado pelos participantes do grupo de apoio, aplicado em

diferentes turmas e debatido entre professores e alunos nas salas de aulas, também

foi analisado como a avaliação da aprendizagem é contemplada na Proposta

Pedagógica Curricular e Plano de Trabalho Docente de cada um dos colégios

envolvidos na pesquisa o que tornou ainda mais interessante a análise e explanação

do tema. De modo geral, os participantes avaliaram o projeto/ pesquisa como muito

interessante e que esclareceu muito sobre a prática avaliativa e suas concepções.

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Como a Avaliação da Aprendizagem em Arte Diagnóstica e Processual, não tem sido

abordada como proposta de trabalho por alguns professores da disciplina nas

escolas da rede pública paranaense, o tema despertou muito interesse entre os

professores e alunos. Inicialmente os professores preencheram um questionário no

qual deveriam responder sobre: por que se avalia? O que é avaliação? Qual é o

objetivo de se avaliar em Arte? Como é sua prática atual de avaliar Arte? Qual

método de se avaliar em arte? Em que momento do processo você avalia? Como é a

relação professor x aluno no processo avaliativo? Qual é a compreensão sobre

avaliação diagnóstica e processual? Mediante as respostas pode-se constatar que os

professores se nortearam através das DCEs de Arte-PR sobre avaliação da

aprendizagem, atualmente avaliam para dar nota e atender o sistema, na Proposta

Pedagógica Curricular tem determinado o período de avaliação no colégio, mensal,

bimestral ou semestral, a avaliação da aprendizagem não é objeto de diálogo entre

professores e alunos sobre os avanços e fragilidades do processo individual de

ensino e a aprendizagem, a avaliação diagnóstica e processual tem compreensão

restrita entre os professores, alguns com mais entendimento outros com menos. Os

professores também compartilharam suas opiniões através de uma entrevista

individual e em alguns momentos coletiva, na qual foram indagados sobre o

conhecimento das concepções e característica da avaliação em arte, de

metodologias avaliativas, do PPP, PPC e PTD do colégio e a conformidade dos

documentos sobre avaliação da aprendizagem e a DCEs de arte, sobre a visão

histórica da disciplina e a avaliação num conceito político e social. Durante a

entrevista os professores esclareceram que no ensino superior poucos tiveram

estudos específicos sobre avaliação e que na disciplina de metodologia estudaram

de forma geral e não especialmente em arte, poucos leram na integra os documentos

Projeto Político Pedagógico e Proposta Pedagógica Curricular do colégio mais todos

tinham elaborado o seu Plano de Trabalho Docente da disciplina, na elaboração do

PTD não se fundamentaram no texto específico da DCEs de Arte-PR que orienta

sobre avaliação na disciplina, o histórico político e social da disciplina foi estudo

apenas no ensino superior sem continuidade atual. Após ampla análise dos

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questionários e das entrevistas, encaminhou o projeto desenvolvendo semanalmente

um grupo de apoio/estudos de modo a prover fundamentação teórica e a articulação

dos conhecimentos necessários aos estudos e compreensão do tema proposto para

ser aplicado na prática em sala de aula. Finalizando, o projeto/pesquisa sobre a

Avaliação da Aprendizagem em Arte: realidade e desafio, foi objeto de um relatório

individual pelos professores, cujos resultados foram satisfatórios, demonstrando que

após os estudos e análises ampliou-se o conhecimento, a compreensão e o

interesse dos participantes nos encaminhamentos de suas práticas avaliativas e

construção do processo de ensino e aprendizagem com diálogo entre professor e

aluno acompanhando cotidianamente os avanços e fragilidades do rendimento

escolar.

A REELABORAÇÃO DOS CONHECIMENTOS E DOS RESULTADOS

Com a finalidade de descrever os resultados obtidos com as pesquisas e

desenvolvimento do grupo de apoio/estudos da sobre Avaliação Diagnóstica e

Processual em Arte, neste tópico, relata-se como os professores participantes

analisaram as concepções de avaliação da aprendizagem da DCE de Arte - PR.

É diagnóstica por ser referência do professor ao planejar as aulas e avaliar

os alunos; e processual por fazer parte de todos os momentos da prática

pedagógica. A avaliação processual deve incluir formas de avaliação da

aprendizagem, do ensino (desenvolvimento) das aulas bem como a auto-

avaliação dos alunos DCE de Arte (PARANÁ, 2008, p. 81).

Para a função diagnóstica da avaliação da aprendizagem, o professor deve

utilizar instrumentos com objetivos fiéis ao que se ensinou com questões claras para

uma interpretação precisa e comunicação facilitada para compreensão do educando.

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Os dados obtidos nos instrumentos necessitam ser lidos com atenção e

compreensão justa ao processo de aprendizagem do aluno e sua situação para

promover avanço e crescimento. O aluno deve ter uma auto compreensão de seu

nível/estágio de aprendizagem. Professor e aluno devem discutir a condição de

ensino e aprendizagem que obtiveram, com visão participativa para superar os

desvios e agir em comum acordo sem o autoritarismo do professor que torna a

avaliação antidemocrática. “[...] a avaliação só faz sentido se favorecer a

aprendizagem” (DEMO, 2010, p. 2). A avaliação no processo subsidia o aprendizado

e o desenvolvimento do aluno, a reelaboração do conhecimento e dos resultados. O

impasse está nas dificuldades de desenvolvimento de uma avaliação diagnóstica e

processual e o sistema educacional que exige as notas classificatórias. A

necessidade de vincular a aprendizagem do aluno a valores/notas ou conceitos, nem

sempre corresponde ao conhecimento significativo, estabelecer valores para

aprendizagem é estimular o aluno a estudar o conteúdo para conseguir nota e não

como forma satisfatória de obter conhecimento.

Na avaliação processual e diagnóstica proposta pela DCE de Arte, os

professores verificaram as fragilidades para refazer o ensino durante todo o processo

de ensino e aprendizagem com instrumentos avaliativos e critérios diversificados

para atingir o “nível” de conhecimento individual adquirido pelo aluno, portanto,

considera-se o que aprendeu e o que não aprendeu, também consideram que a

avaliação processual não deve ser comparativa entre os alunos, o conhecimento e a

compreensão devem ser sistematizados de maneira distinta. A escola precisa

aprender a respeitar o desenvolvimento intelectual do aluno e seus limites individuais

a partir de seu esforço e produção. A avaliação diagnóstica é a ação referencial do

professor sobre o conhecimento do aluno e uma maneira para planejar suas aulas

adequadamente atendendo as necessidades de ensino para avaliação dos alunos.

Os professores concluíram que a grande diversidade de conhecimento extra-escolar

tem desafiado os educadores na sua prática de sala de aula em refazer o processo

constantemente, as influências culturais e a vivencia do aluno com o mundo

globalizado através de meios de comunicação rápidos e eficazes, obrigam o

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professor exercitar novos encaminhamentos pedagógicos com características da

contemporaneidade onde as informações e transformações culturais ocorrem a todo

instante. A nota exigida pelo sistema não atende mais a análise do aprendizado

escolar, a escola recebe influência de outras formas de aprendizagem significativas e

que devem ser consideradas na avaliação da aprendizagem como conhecimento.

Ficou evidente a compreensão do assunto em pauta pelos participantes e da

necessidade de mudar de postura profissional mediante a avaliação escolar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta pesquisa objetivou-se identificar as concepções e encaminhamentos

na avaliação em Arte, bem como analisar a compreensão geral dos docentes sobre

avaliação da aprendizagem tendo como referência as concepções apresentadas pela

Seed - na DCEs de Arte- PR. Ao estudar e pesquisar bibliograficamente as

concepções de avaliação em Arte, os aspectos pedagógicos e avaliativos como

sistemas organizados do currículo, as diferentes características da avaliação da

aprendizagem, apontar como a avaliação diagnóstica e processual interfere na

formação do aluno e no âmbito escolar. Sobre o projeto de Intervenção os

professores participantes consideram os objetivos, claros e com perspectivas de

bons resultados quando aplicados. No sistema escolar há uma grande defasagem de

estudos por parte dos professores sobre avaliação da aprendizagem, as dúvidas são

quanto aos aspectos pedagógicos da avaliação e as peculiaridades do processo. Na

disciplina de Arte a avaliação da aprendizagem atende o conhecimento das quatro

linguagens: teatro, dança, artes visuais e música que se divergem em conteúdos e

se assemelham como Arte. A avaliação da aprendizagem deve contribuir com a

aprendizagem e considerar o conhecimento extra- escolar do educando. A pesquisa

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indicou inúmeras formas de instrumentos avaliativos que oportunizam aclarar os

diferentes níveis e diversidades de aprendizagem da turma. Ao propor a avaliação

diagnóstica e processual através de diferentes instrumentos avaliativos como:

provas: orais e escritas com atividades teóricas e práticas (individual ou em grupo),

relatórios (trabalhos) de visitas a locais que contribuam para aprendizagem do

conteúdo proposto como: igrejas, museus, bienal, seminários, simpósios, debates,

painéis representativos, registros através de gráficos, portfólio, áudio e visual,

pesquisas: bibliográficas, de campo, produções de textos (oral e escrito), releituras,

desenhos de observação, transposição estilística de imagens, visitas a museus,

galerias de arte, apresentações artísticas, auto avaliação etc. podemos indicar as

reais condições da aprendizagem do aluno e proporcionar ao professor

possibilidades de rever o processo de ensino. Os critérios avaliativos devem ter

objetivos claros e precisos que facilitem a compreensão pelo aluno sobre o que

professor quer saber de sua aprendizagem bem como as fragilidades e avanços no

seu processo de ensino e aprendizagem. Considerando que a toda ação pedagógica

se efetive através da avaliação, o diagnóstico deve ser a mediação entre o ensino

em processo.

O Material Didático e os demais materiais de estudos apresentados foram

suficientes para esclarecer sobre a pesquisa e despertou grande interesse por parte

dos participantes que gostariam que este projeto se estendesse por mais tempo para

estudos entre todos (as) os (as) professores (as) de Arte da rede pública de ensino.

O desenvolvimento deste projeto na escola se tornará eficiente, desde que haja

compromisso, estudo, apoio pedagógico e administrativo, trocas de experiências e

auto-avaliação constantes para atingir plenamente os objetivos. A ideia de

acompanhar o processo do aluno é mais real do que analisar respostas prontas e

acabadas numa prova, como final da aprendizagem, o desafio desta proposta

avaliativa faz aluno e professor cúmplice no sucesso do processo de ensino e

aprendizagem. A avaliação da aprendizagem diagnóstica e processual possibilitará

atingirmos as necessidades individuais dos alunos com suas deficiências e

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discrepância de aprendizagem bem como rever o processo de ensino do professor.

As considerações dos participantes sobre a implementação do projeto nas

turmas foram muito satisfatórias, os nove professores participantes citaram que

tinham apenas alguma informação sobre a avaliação diagnóstica e processual e que

aprofundaram seus conhecimentos sobre esta concepção de avaliação durante o

grupo de apoio e passaram aplicar esta prática avaliativa com bons resultados.

De acordo com uma das professoras:

Quando se trabalha com a avaliação dos alunos há por parte dos professores

uma grande insegurança, se, realmente aquele modelo de avaliação é o

melhor, se vai demonstrar o que o aluno aprendeu e se ele se compreendeu

o processo. Com este curso/estudo, compreendemos a avaliação diagnóstica

e processual amplamente, da segurança ao professor e cria possibilidades

para o aluno demonstrar o que realmente aprendeu e o que ainda precisa

aprender e assim perder o medo de avaliação. Há necessidade dos

professores estarem preparados e para isso precisam de embasamento

teórico e colocar em prática este projeto com confiança e repassando essa

confiança aos alunos. Considerando que está é realidade da maioria dos

(das) professores (as) de Artes, as escolas precisam orientar mais e melhor

sobre avaliação da aprendizagem e desenvolver no professor a confiança de

avaliar embasado nas DCEs que trazem orientações pertinentes a disciplina

e suas linguagens.

Outra professora refere-se ao projeto como uma forma de rever sua prática e

relata que:

Este grupo de estudos me levou a pensar melhor e repensar minha forma de

avaliar. Cada vez mais penso que cada aluno merece meu olhar em

particular e que tenho que manter minha mente clara em cada sala de aula

que eu vou, preciso ser uma agente que conhece sua realidade que age e a

transforma, de maneira crítica quanto à minha atuação junto aos alunos e aí

sim avaliá-los de maneira qualitativa e não visando apenas o quantitativo.

Transformei - me ré em meu próprio tribunal e cheguei ao seguinte

veredicto: inocente, pois já buscava avaliar meus alunos cada qual com suas

qualidades. Porém este curso alargou-me horizontes e agora posso ver

melhor o que antes eu já buscava.

Ao analisar a necessidade individual do aluno, possibilitou-se considerar

todos os resultados da avaliação em um período contínuo de aprendizagem e

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incorporá-los na totalidade de um processo de ensino cumprindo a finalidade

educativa onde a qualidade se sobrepõe a quantidade. O projeto orienta o professor

(a) a definir seu papel como avaliador (a) e atuar mais espontaneamente junto aos

educandos.

Segundo análise de outra professora

Durante os estudos sobre avaliação em arte, consegui ampliar meu

conhecimento sobre o tema e vivenciei momentos de reflexão e aplicação da

avaliação, pois a avaliação diagnóstica e processual é aplicada diariamente,

mas nem sempre eu parei para analisar e verificar de uma maneira tão

profunda. Em um trabalho realizado com as turmas das 7ªs séries, onde o

tema era fotografia, consegui perceber quanto o aluno é avaliado, desde o

seu conhecimento prévio até as pesquisas realizadas por eles. Foram

trabalhos, textos, pesquisas bibliográficas debates, trabalhos individuais e

em grupos, registros, relatórios e por último a confecção de uma Pinhole

(máquina fotográfica descartável confeccionada por eles. O processo

avaliativo foi constante e a troca de experiências fantástica.

A avaliação em processo não delimita saberes e sim se desenvolve como ação

educativa. A concepção avaliativa diagnóstica e processual oportuniza trocas de

conhecimentos e vivências em ações avaliativas reais com a participação dos alunos

(as) e oportunidades de bons resultados. A professora relata que: “Só depois deste

estudo comecei a valorizar mais a avaliação diagnóstica, porque em processo eu

sempre fiz”.

Os estudos possibilitaram reavaliação das práticas avaliativas e a

emancipação como educador atendendo uma concepção avaliativa de

democratização do ensino e da aprendizagem onde educando e educador socializam

os conhecimentos para cumprir a finalidade educativa, conforme refere à professora:

O tema de estudo foi em primeiro lugar o motivo para minha participação.

Destaco aqui a importância de estudar, debater, reconhecer a Arte como

disciplina e de que forma a avaliação diagnóstica e processual está presente

em nosso dia a dia. Ao longo estudos, discussões, leituras e trocas de

experiências pude compreender refletir e repensar, auto avaliar meu

trabalho pedagógico, o processo de ensino e aprendizagem, metodologias

de ensino, práticas avaliativas, atuação do professor no Conselho de Classe

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entre outras. Constatei que meu trabalho propicia uma aproximação entre a

aprendizagem e o ensino com a participação conjunta do educador e do

estudante, considerando importante no projeto e no meu dia a dia. É

necessário semear, regar ou ainda fazer a manutenção dessa prática:

avaliação diagnóstica e processual, acredito que é possível a

implementação, se faz necessário, colabora e transforma. É através da

avaliação diagnóstica e processual em todas as disciplinas que a qualidade

dos resultados e o desenvolvimento intelectual dos estudantes se

concretizarão. O projeto como instrumento de conhecimento sobre avaliação

diagnóstica e processual levou aos participantes legitimarem a necessidade

de repensar e compreender a concepção avaliativa das DCEs de Arte-PR.

A avaliação é uma prática pedagógica que requer conhecimento para

fundamentar-se e transformar o desenvolvimento do processo educativo da escola.

Os estudos realizados durante a implementação esclareceram que a concepção de

avaliação amparada pela Seed e pelas leis que a regulamentam, necessita de

conhecimento por parte dos educadores. De acordo com outra professora “Os

estudos convieram para eu rever minhas práticas avaliativas, metodologias e

posturas pedagógicas diante da avaliação do aluno.

Sendo assim a avaliação em sua expressão maior não está deslocada da

aprendizagem e do processo, não pode ser indiferente ao que o aluno aprendeu, o

professor precisa pensar que acompanhar a construção do conhecimento pelo aluno,

realizar um diagnóstico, capaz de atender as necessidades imediatas da

aprendizagem. Conforme a professora “Os estudos sobre avaliação só vieram

acrescentar a minha prática”.

Destacamos então que o projeto atingiu seu objetivo de estudar sobre

avaliação e acrescer conhecimentos sobre a concepção diagnóstica e processual.

Conclui-se que a concepção de avaliação defendida pela Seed e pela legislação

vigente, vem de um movimento historicamente construído por debates entre

professores de 2004 até o ano de 2008 na legalização das DCEs de Arte. A prática

avaliativa com as concepções diagnóstica e processual em Arte como objeto de

estudos da DCEs, orienta os professores da disciplina e assegura a avaliação como

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uma prática pedagógica com a função de diagnosticar o nível de apropriação do

conhecimento pelo aluno. Com base nestas considerações legais e históricas

esclarecemos que os professores necessitam fundamentar-se legalmente e dar

continuidade aos estudos e análises de teorias voltadas às necessidades

educacionais avaliativas.

Contudo cabe ainda ao professor desenvolver a prática avaliativa como um a

ato amoroso, conforme Luckesi (2010, p172). “Defino a avaliação da aprendizagem

como um ato amoroso, no sentido de que a avaliação, por si só, é um ato acolhedor,

integrativo, inclusivo. Para compreender isso, importa distinguir avaliação de

julgamento”. Por conseguinte, espera se que este artigo possa colaborar para a

continuidade de abordagens que tenham a avaliação como objeto de estudo e

pesquisa, tema que deve ser continuamente analisado por educadores para uma

melhor visão sobre o desempenho do aluno e em especial, despertar os professores

de Arte para o significado da Avaliação Diagnóstica e Processual que foi o objetivo

deste estudo.

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