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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA N° 12, NOVEMBRO 2000

Uma Perspectiva Emancipatória

A

ESPAÇO ABERTO

Avaliação: uma perspectiva emancipatória

Aavaliação, em seu sentido am-plo, apresenta-se como ativi-dade essencialmente humana

associada à experiência cotidiana dehomens e mulheres. Ela faz parte donosso dia-a-dia e muitas vezes deter-mina o nosso modo de ser ou de agir.

Podemos dizer que somos hoje oque somos porque nos constituímos apartir das ações que empreendemos,fruto de nossas reflexões, questiona-mentos e desafios sobre nós mesmose das incorporações que fazemos apartir das interações que estabelecemoscom os outros e com o mundo, em umprocesso permanente de avaliação.Quanto mais dialógico for esse proces-so, mais consciência temos dele, provo-cando, portanto, mudanças, transforma-ções em nossas vidas, nos constituindocomo sujeitos individual e social.

Como se dá esse processo? O queisso tem a ver com a nossa práticapedagógica?

É importante retomarmos esta dis-cussão a partir da compreensão dediferentes pressupostos trazidos porimportantes teóricos tais como Wallon,

Devemos lutar pela igualdadesempre que a diferença nosinferioriza, mas devemos lutarpela diferença sempre que aigualdade nos descaracteriza.

Boaventura de Souza Santos

Jussara Margareth de Paula Loch

Neste artigo apresenta-se uma proposta de avaliação em uma perspectiva emancipatória. Nos tempos em que vivemos,nos quais a avaliação vem assumindo uma perspectiva cada vez mais classificatória e hierarquizadora dos conhecimentose das pessoas, é fundamental estarmos atentos para outras perspectivas da avaliação. Sem esquecer que precisamosreivindicar, em cada uma das escolas, condições de trabalho que garantam as possibilidades de realização de outrasformas de avaliar comprometidas com os processos de emancipação dos sujeitos sociais.

avaliação emancipatória, avaliação, exclusão

Piaget, Freire e Vygotsky:• Cada pessoa é um ser único e ori-

ginal, com experiências, histórias,conhecimentos, possibilidades elimitações diferentes, que a cons-tituíram como é; a sala de aula éo espaço da diferença, da hetero-geneidade. Assumir a diferença,a heterogeneidade como valor,como riqueza, tem um novosentido ético, pois ela nos poten-cializa para agir socialmente. Aqualidade da avaliação passa aestar em sua capacidade dediálogo ao inda-gar, investigar,refletir sobre ospercursos, pro-cessos, procedi-mentos na pro-dução de conhe-cimento, contri-buindo na cria-ção de meiosque auxiliem na superação delimites encontrados nessa pro-dução, e não como algo a sermedido na busca do que todos

devem alcançar. Trata-se dabusca da superação da homoge-neidade, do aluno ideal.

• O desenvolvimento e sua formaçãose dão em estágios, em ciclos devida; cada estágio ou ciclo de vidatem características específicas,atividades de dominância, queprecisam ser plenamente vividaspara serem desenvolvidas e nãosão cronologicamente pré-estabe-lecidas como iguais para todos. Aqualidade da avaliação está emrefletir, também, sobre a organi-

zação do tempo es-colar e suas implica-ções na produção doconhecimento, provi-denciando o tempoadequado para todos,não significando comisso apenas dar maistempo aos mais fracos.O que sabemos hoje

nos revela que aquilo que se consi-derava como deficiência ou inca-pacidade para aprender podemser processos específicos dedesenvolvimento ainda desconhe-cidos.

• As relações e interações entre asA seção “Espaço aberto” tem por objetivo englobar artigos que expressem a diversidade temática da área de ensino dequímica, bem como abordar questões educacionais mais amplas de interesse dos professores e das professoras de química.

Cada pessoa é um ser único eoriginal, com experiências,histórias, conhecimentos,

possibilidades e limitaçõesdiferentes, que a constituíram

como é; a sala de aula é oespaço da diferença, da

heterogeneidade

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pessoas é que permitem a apro-priação do mundo e sua tecnolo-gia; nós, seres humanos, diferen-tes dos outros seres da natureza,não nascemos programados paraagir, precisamos de outros sereshumanos para sobreviver. Temosum nascimento não só biológicoe genético, mas também social ecultural. É no grupo que nasce-mos, que vivemos e convivemos,que aprendemos a falar, que da-mos significado ao que falamos efazemos. Ao nascer, começa umtrabalho ativo de comunicação, departicipação, demonstrando queesse processo de participação éconstitutivo da espécie humana.Portanto, ao entrar na escola, játemos conhecimento, e um conhe-cimento que nos constitui, entra-nhado em nós mesmos, muitasvezes desprezado ou desconhe-cido pela escola. A qualidade daavaliação está no diálogo queestabelecemos com esse conhe-cimento prévio, cotidiano, e a partirdele constituímos novos saberes.Está em atuar sobre a zona dedesenvolvimento proximal, sobresuas possibilidades, sobre seuconhecimento potencial. Vygotskysugere que a reserva das forçascompensatórias deverá ser encon-trada na vida social e coletiva dacriança. O coletivo torna-se fontede desenvolvimento das funçõespsicológicas superiores. Seu de-senvolvimento está ligado às con-dições de sua inserção cultural. Acriança ou jovem, quando excluí-do de um contexto de relaçõessociais que propiciem a sua forma-ção e desenvolvimento, tem seusaspectos limitadores aumentados.

Uma escola que pretenda o desen-volvimento e a formação do sujeito,atenta a esses pressupostos, vê-seconstantemente na busca da supera-ção da coisificação da avaliação histo-ricamente implantada na nossa edu-cação, seja copiando modelos impor-tados, principalmente dos Estados Uni-dos, ou praticando, burocratizada-mente, notas ou médias, em períodosestanques e pré-determinados, classi-

ficando e selecionando os alunos.No nosso país já existem projetos

político-pedagógicos que têm propos-tas, na prática, com o caráter ético daavaliação. Porto Alegre é um exemplodisso. Os educadores vêm demons-trando, por meio da sua prática cotidia-na, que avaliar não é dar notas, fazermédias, reprovar ou aprovar os alunos.Avaliar, numa nova ética, é sim avaliarparticipativamente nosentido da constru-ção, da conscientiza-ção, busca da auto-crítica, auto-conheci-mento de todos osenvolvidos no atoeducativo, investindona autonomia, envol-vimento, compromis-so e emancipaçãodos sujeitos. Para concretizar essaproposta de avaliação se exige umrigor metodológico muito maior do quesimplesmente dar notas, conceitos emuma visão de aprendizagem de resul-tados, sentenciosa e classificatória,promovendo a exclusão dos alunos.

A investigação contínua sobre ospercursos e os processos vividos du-rante a aprendizagem nos exige esserigor metodológico por intermédio daelaboração de registros significativos,capazes de apontar todas as possibi-lidades de intervenção, de provocaçãoe de desafio intelectual necessários aoavanço e à construção do conheci-mento. Temos que qualificar os meios,instrumentos, técnicas, metodologiasou processos, recriando-os ou reinven-tando-os, pois a garantia de aprendi-zagem requer a qualidade da avaliaçãoe dos seus processos formais - regis-tros - ainda mais precisos.

Madalena Freire (1989) nos fazrefletir sobre a importância do ato deregistrar, sobre historicizar:

Por que é importante registrar?O ato de conhecer é permanen-te? Então está implícito o conhe-cimento como ato social e queesse educador faz história. Nãoexiste sujeito do conhecimentosem apropriação de história. É oregistro que historifica o processopara a conquista do produto his-

tórico. Possibilita também a apro-priação e socialização do conhe-cimento e a construção da me-mória, como história desse pro-cesso.

Para potencializarmos nossos regis-tros, fruto da reflexão conjunta, precisa-mos entender, primeiramente, que aavaliação emancipatória não se restrin-

ge à análise do proces-so de construção doconhecimento do alunosob a responsabilidadedos educadores, masque, a partir dela, en-volve a totalidade daescola e sua relaçãocom essa construção.

Pensar, propor e fa-zer avaliação dentro

dessa perspectiva é retomar, des-velando, todo o currículo. Desde comoplanejamos, com quem, o quê - con-teúdo/procedimentos. Isto é, a avaliaçãose dá no processo desde sua origem,seu desenvolvimento, desde a avaliaçãoescolar da aprendizagem, da constru-ção do conhecimento pelo educando/educador até o processo porque pas-sam os diferentes coletivos da escola ea própria escola. Nesse sentido, assimcomo os sujeitos estão em permanenteconstrução, a escola também se faz erefaz frente aos desafios que se impõempelos sujeitos que fazem parte dela. Mastambém pela relação que estabelececom a comunidade e na sua relaçãocom a cidade enquanto um espaçoessencialmente educativo.

Assim, a avaliação colabora ao pro-por soluções que atingem o âmago dacompetência histórica da instituiçãoescolar em termos de construção do co-nhecimento e realização da cidadania.

Nesse sentido gostaríamos de ana-lisar o conselho de classe enquantouma instância do processo de gestãodemocrática, como o espaço coletivoprivilegiado de discussão, de diálogoentre todos os envolvidos no ato edu-cativo, de permanente construção dosprocessos de conscientização, demo-cratização e emancipação dos mes-mos. Para viabilizar essas intenções,importantes e diferentes movimentos

Temos um nascimento nãosó biológico e genético,

mas também social ecultural. É no grupo quenascemos, que vivemos e

convivemos, queaprendemos a falar, quedamos significado ao que

falamos e fazemos

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são necessários de serem realizadose potencializados, tais como descritosa seguir.

Movimento 1 - A sala de aula como umespaço coletivo, de permanenteconselho de classe

É neste espaço, de encontro, consti-tuído pelos educandos e educadores,seres humanos densos, complexos, empermanente diálogo nacriação de si mesmose do outro, que se avan-ça na construção deconhecimentos; por-tanto, é carregado dequestionamentos, deproblematizações, deinvestigações, de inter-venções e mediações,caracterizando-se co-mo avaliação formativa.

É preciso, às vezes,realizar rupturas im-portantes na progressão dos conheci-mentos e para que isso ocorra é neces-sário que se desestabilizem os conheci-mentos cotidianos prévios dos alunos.Os professores têm necessidade debuscar meios para propor desafios ade-quados e pertinentes atuando na zonade desenvolvimento proximal (ZDP). Sãomuitas vezes os “erros” e as soluçõesdiferentes que nos dão os elementospara novas abordagens e intervençõesdidáticas, possivelmente levando-os aavançar na construção de novos conhe-cimentos. Vygotsky conceitua a ZDPcomo um nível de desenvolvimento queconsiste de funções emergentes, quesão criadas no plano interpessoal. Parasalientar a gênese social, ele dizia que,com a ajuda dos outros - adultos ouseus pares -, as crianças podem realizarmais do que quando deixadas apenascom suas capacidades consolidadas.

Os alunos, mediatizados, desco-brem uma coincidência entre o quedesejam, pressentem e tentam criar, eo resultado que alcançam; por outrolado, o professor introduz o que é novo,fazendo com que os alunos se reco-nheçam nele, que graças a esseconhecimento novo compreendemmelhor e com mais lucidez a sua pró-pria prática.

É “no que existe” que se encontramos elementos da sua superação: essasituação que existe é acolhida para sermodificada, cabendo a ambos essainvestigação para, conscientes dela,empreenderem ações para transformá-la. A emancipação pressupõe o proces-so de conscientização e, como nos en-sina Paulo Freire, a tomada de consciên-cia de si mesmo e da sua tarefa histórica

é infinitamente dra-mática. Minha perso-nalidade é, ao mesmotempo, minha história,isto é, a história dassituações e o conjuntodas vivências que tiveaté hoje, numa lentaascensão para umacompreensão capazde me constituir no quesou, em um esforçoconstante para unificaro vivido, que se dá nas

relações que eu mantive ou mantenhocom os outros e com o mundo: umapessoa que não era assim e agora é.Entregue a si mesmo, o aluno corre orisco de se abandonar a longos perío-dos de inércia, em que as suas própriasesperanças e ações são entrecortadasde passividade, de abatimento.

O que falta a cada educando - edu-cador, nesses momentos - é o senti-mento contínuo, ininterrupto, do seuvalor; e é precisamente essa firmeza,essa persistência, essa fidelidade aosmelhores momentos de si mesmo quepoderão ser buscadas, encontradas nasala de aula, na sua relação com osoutros. Esse lugar de encontros e tam-bém de desencon-tros, de diálogo, é oespaço cotidiano, ricode possibilidades deação-reflexão-ação,em constante intera-ção, que poderá serpotencializado, per-manentemente, nabusca do auto-conhe-cimento, em um contínuo processo decriação e recriação de si mesmo.

Podemos realizar esse processo deobservação continuada, feita por nóseducadores e alunos, nas investigações

das produções dos mesmos, na esco-lha conjunta, em diálogo, de exemplaresque demonstrem a construção dosconceitos trabalhados para incluir nodossiê (pasta com amostra significativade produções, auto-avaliações, fichas,relatórios...).

Esse dossiê, ao final de cada ano,fica com uma amostra dessas produ-ções, de tal forma que ao final do cursoos educandos/as possam levar consigoa sua história, vivida nessa escola,podendo em qualquer fase de sua vidaretomar o caminho percorrido.

Movimento 2 - Reuniões por segmentoque possibilitem o diálogo entre osseus pares

Isto é, que haja espaço para queos educadores, educandos, pais e fun-cionários possam discutir, refletindo epropondo ações desde o seu particu-lar olhar, preparando elementos paraa discussão conjunta, pois como dizAna Maria Saul (1995) o compromissoprincipal dessa avaliação é o de fazercom que as pessoas direta ou indireta-mente envolvidas em uma ação educa-cional escrevam a sua história e geremas suas próprias alternativas de ação.

É importante destacar, nesse movi-mento, o papel dos sujeitos envolvidos:

a) Aluno/a - é o sujeito responsávelpelo ato de aprender. A aprendizagemé de sua responsabilidade na suarelação com o professor, com seuscolegas e com o conhecimento, esse éo seu compromisso. Ninguém aprendepelo outro, ninguém dá do seu conhe-cimento a outro, aprende-se por inter-

médio da ação, da ati-vidade. O conhecimen-to é construído pelosujeito e, portanto, a suaavaliação também. Nin-guém melhor do que opróprio aluno para dizero que está aprendendoou não. A reunião dessesegmento permite areflexão sobre sua ca-

minhada, é o aluno deixando-se dizer,falando sobre o percurso que está per-correndo, as possibilidades, os entra-ves, o levantamento de alternativas queo comprometa ou o levantamento de

Avaliação: uma perspectiva emancipatória

Ninguém aprende pelooutro, ninguém dá do seu

conhecimento a outro,aprende-se por intermédio

da ação, da atividade. Oconhecimento é construídopelo sujeito e, portanto, a

sua avaliação também.Ninguém melhor do que opróprio aluno para dizer oque está aprendendo ou

não

São muitas vezes os “erros”e as soluções diferentes

que nos dão os elementospara novas abordagens eintervenções didáticas,

possivelmente levando-os aavançar na construção de

novos conhecimentos

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indicações e sugestões para os outrossegmentos no sentido de contribuir paraa sua formação e desenvolvimento(auto-avaliação individual, dos peque-nos grupos e da turma).

b) Pais e mães - compromisso como vir a ser de seus filhos. É o pai e amãe que escutam, vêem, sabem no queo seu filho avança ou não, percebem eacompanham a sua caminhada. É dodiálogo entre eles que poderá se abrir apossibilidade de se esclarecerem, de secomunicarem, para conhecendo melhora realidade educacional vivida pelosseus filhos, poderem efetivamenteparticipar se envolvendo, não se omitin-do, buscando espaços na escola parapensar junto aos professores, levantan-do alternativas que venham a contribuirna formação e desenvolvimento dosseus filhos (o olhar da família sobre asaprendizagens de seus filhos e sobre aescola - fichas, questionários, depoi-mentos).

c) Funcionários/as - como educado-res, também são parceiros, ouvintes dosalunos na hora do recreio, nos corredo-res, quando “cuidam”deles para que o edu-cador possa sair daaula por alguns mo-mentos e portanto “osconhecem” e têm mui-to a dizer e contribuirnesse processo. Seforem poucos, pode-rão se reunir direta-mente com os profes-sores e participar daelaboração dos relató-rios.

d) Professores/as - É o espaço emque os educadores, em conjunto, po-dem refletir, analisando os avançosconceituais ou ainda não conseguidospelos seus alunos, tendo eles próprioscomo parâmetro de si mesmos.

É importante essa análise individual,a discussão e a elaboração dos relató-rios individuais, a partir dos instrumentosde registros presentes no dossiê doaluno que são testemunhos do desen-volvimento do planejado, do trabalhorealizado, bem como dos avanços per-seguidos e conseguidos pelos alunos.A análise mais aprofundada do percurso

de alguns alunos nos permite replanejar,reorientando para atividades maisindividualizadas em outros espaços,tempos e atores.

Nesse movimento são avaliados odesenvolvimento do planejamento, asua programação, as estratégias ouatividades previstas e a sua reorien-tação tanto para o coletivo, como paracada sujeito-educador.

É o momento da reflexão sobre anossa prática pedagógica coletiva; darearticulação dos tempos e espaçosdistribuídos entre nós no trabalho comos alunos, seja na sala de aula, comoem outros espaços, ou com outros par-ceiros.

Movimento 3 - Assembléias de turmascom a participação dos/aseducadores/as, dos/as alunos/as epais/mães

Espaço de diálogo conjunto em quese possa analisar de forma global osdiferentes registros do dossiê do/aaluno/a sob diferentes olhares. É inte-ressante que pais/mães possam anali-

sá-lo e comentá-lo fa-zendo observações eperguntas sobre o pro-cesso de aprendiza-gem, o percurso de-senvolvido. Em quecada dupla - pai/mãe ealuno/a - possa ques-tionar os/as profes-sores/as sobre suasanotações, descriçõesou relatórios, ou sobrea prática pedagógicados/as educadores/as.

Este é um espaço do coletivo de alu-nos/as, pais/mães e educadores/as, decrescimento conjunto e, portanto, pró-prio para a reflexão do desenvolvimentodo planejado, da discussão sobre osparâmetros previstos para o ciclo pelocoletivo dos educadores/as e desen-cadeados por estes; das responsa-bilidades de cada um nesta caminha-da; de estabelecer novos contratos apartir dos já conseguidos; de elabo-ração de novas propostas de trabalho;de encaminhamentos de novas açõesde competência de outras instâncias,tais como o conselho de ciclo, assem-

Rerefências bibliográficasFREIRE, M. A paixão de conhecer o

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Para saber maisALBRECHT, R. A avaliação formativa.

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REGO, T.C. Vygotsky: uma perspectivahistórico-cultural da educação. Petró-polis: Vozes, 1995.

Avaliação: uma perspectiva emancipatória

Diferentes movimentospoderão ser criados a fimde se construir uma nova

ética na avaliação. Talprocesso conferirá à escoladinamicidade e flexibili-

dade, não permitindo quenem ela nem o currículo secoisifiquem, trabalhando

para superação dosprocessos classificatórios e

excludentes

bléias gerais de cada segmento, de to-dos os segmentos juntos, dos serviçosda escola, de reuniões pedagógicas, doconselho escolar.

Esses são alguns exemplos de mo-vimentos ricos que poderão acontecerna escola. Outros poderão ser criadosa fim de que possamos construir umanova ética na avaliação. O importante asalientar é a dinamicidade, a flexibilidadeque esse processo confere à escola,não permitindo que nem ela nem ocurrículo se coisifiquem, trabalhandopara superação dos processos classi-ficatórios e excludentes.

Jussara Loch, professora de didática do Curso dePedagogia da Pontifícia Universidade Católica do RioGrande do Sul, é assessora técnica da CoordenaçãoPedagógica da Secretaria Municipal de Educação daPrefeitura de Porto Alegre - RS.