CARLOS, Ana Fani. A cidade. São Paulo: Contexto, 1992.

FUNÇÕES URBANAS E A ORIGEM DAS CIDADES.

FUNÇÃO INDUSTRIAL FUNÇÃO CULTURAL FUNÇÃO COMERCIAL, ADMINISTRATIVA

OU POLÍTICA.

A CIDADE SURGE DA “VILA” COM O AUMENTO DA POPULAÇÃO, DA EXTENSÃO DO SÍTIO OU DO AUMENTO DA DENSIDADE?

O SURGIMENTO DAS CIDADES E SUAS DIFERENCIAÇÕES ESPACIAIS SE EXPLICAM PELAS CONDIÇÕES HISTÓRICAS.

NASCE NUM DETERMINADO MOMENTO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE E SE CONSTITUI AO LONGO DO PROCESSO HISTÓRICO, ASSUMINDO FORMAS E CONTEÚDOS DIVERSOS.

AS CIDADES NÃO SÃO PRONTAS E ACABADAS É PRECISO CONSIDERAR O DINAMISMO AO LONGO DO PROCESSO HISTÓRICO.

A CIDADE, EM CADA UMA DAS DIFERENTES ETAPAS DO PROCESSO HISTÓRICO, ASSUME FORMAS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DISTINTAS.

A CIDADE NASCE DA NECESSIDADE DE SE ORGANIZAR UM DADO ESPAÇO NO SENTIDO DE INTEGRÁ-LO E AUMENTAR SUA INDEPENDÊNCIA VISANDO DETERMINADO FIM.

A NOÇÃO DA PRODUÇÃO DO ESPAÇO E A ORIGEM DAS CIDADES.

1º PASSO: DO HOMEM NÔMADE AO HOMEM AGRICULTOR.

2º PASSO: O EXCEDENE AGRÍCOLA.

DIVISÃO DO TRABALHO FORA DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA.

DIVISÃO DA SOCIEDADE EM CLASSES E A SEPARAÇÃO ENTRE CAMPO E CIDADE.

O ESPAÇO PASSA A ASSUMIR AS CARACTERÍSTICAS DE CADA GRUPO DE ATIVIDADES: A URBANA PONTUAL E A AGRÍCOLA DISPERSA.

A OPOSIÇÃO ENTRE CIDADE E CAMPO COMEÇA COM A PASSAGEM DA BARBÁRIE À CIVILIZAÇÃO, DO REGIME DE TRIBO AO ESTADO, DA LOCALIZAÇÃO PONTUAL E DISPERSA À NAÇÃO.

A EXISTÊNCIA DAS CIDADES SE VINCULA A SEIS ELEMENTOS:

1.DIVISÃO DO TRABALHO.2.DIVISÃO DA SOCIEDADE EM CLASSES.3.ACUMULAÇÃO TECNOLÓGICA.4.PRODUÇÃO DO EXCEDENTE AGRÍCOLA

DECORRENTE DA EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA.

5.UM SISTEMA DE COMUNICAÇÃO.6.UMA CERTA CONCENTRAÇÃO ESPACIAL

DAS ATIVIDADES NÃO AGRÍCOLAS.

(12.000 E 10.000 a.C.) FIM DO QUARTO PERÍODO GLACIAL E A SECA QUE AFUGENTA A CAÇA OBRIGANDO O HOMEM A PROCURAR FONTES DE ALIMENTO.

(9.000 a.C.) A TRANSFORMAÇÃO DO CAÇADOR EM PASTOR E O SURGIMENTO DO HOMEM SEDENTÁRIO.

(8.000 a.C) O HOMEM APROFUNDA AS RELAÇÕES COM O MEIO CIRCUNDANTE INICIANDO UM RUDIMENTAR PRINCÍPIO DE ORGANIZAÇÃO.

(6.000 a.C) INOVAÇÕES TÉCNICAS E DESLOCAMENTO PARA OS VALES FLUVIAIS (TIGRE, EUFRATES, NILO, INDO E HUCANGO).

(5.000 a.C) PRESENÇA DE DIQUES, CANAIS E VALES DE IRRIGAÇÃO.

DO ACAMPAMENTO DE BARRACAS ÀS ALDEIAS. (SCHNEIDER)

O ALDEAMENTO CONSISTE EM UM PRIMEIRO PASSO PARA A CIDADE ANTIGA, PRÓXIMA DOS CAMPOS LAVRADOS.

CIDADES ANTIGAS: KISCH, UR E URUK (RIO EUFRATES)

SURGE UMA NOVA ESTRUTURA DE CLASSES SOCIAIS, EM QUE A TERRA PASSA A SER SINÔNIMO DE RIQUEZA.

A PROPRIEDADE DA TERRA FICA DIVIDIDA ENTRE A NOBREZA, A IGREJA E OUTRAS ORDENS RELIGIOSAS.

OS LAVRADORES ERA A CLASSE CONSTITUÍDA PELOS NÃO-PROPRIETÁRIOS DE TERRAS.

SE NA ANTIGUIDADE O COMÉRCIO IMPULSIONAVA O CRESCIMENTO DAS CIDADES, NO FEUDALISMO AS RELAÇÕES ACONTECIAM DENTRO DO PRÓPRIO FEUDO, PRODUZIA-SE E CONSUMIA-SE OS SEUS PRÓPRIOS PRODUTOS NUMA ECONOMIA AUTO-SUFICIENTE, SEM MERCADOS EXTERNOS E SEM LIGAÇÕES.

A CIDADE DESPARECIA EM FUNÇÃO DO FECHAMENTO DO COMÉRCIO MEDITERRÂNEO.

A TRANSFORMAÇÃO DA ECONOMIA AUTO-SUFICIENTE DO FEUDO EM ECONOMIA MONETÁRIA, COM UM COMÉRCIO EM EXPANSÃO.

SURGEM CIDADES NOS CRUZAMENTOS DAS ESTRADAS E NAS EMBOCADURAS DOS RIOS.

CIDADES. FORTIFICADAS

AMPLIAÇÃO DO COMÉRCIO E DIVERSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS.

AS CRUZADAS ERAM GUERRAS QUE TINHAM POR FIM A PILHAGEM E A INCORPORAÇÃO DE TERRITÓRIOS.

A LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA DE VENEZA, GÊNOVA E PISA, NAS ROTAS DO MEDITERRÂNEO.

A REATIVAÇÃO DO COMÉRCIO COMO FONTE DE RIQUEZA E AS CIDADES.

AS INOVAÇÕES AGRÍCOLAS IMPULSIONAM AS CIDADES.

O DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO E DAS CIDADES IMPLICAM EM MUDANÇAS DE VALORES.

O COMÉRCIO COMEÇA A SE IMPOR E A ORGANIZAR UM ESPAÇO COMPATÍVEL COM SEUS VALORES E MODO DE VIDA.

O RESSURGIMENTO DA CIDADE APARECE COMO UM ELO RESPONSÁVEL PELA DISSOLUÇÃO DO MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL E DA TRANSIÇÃO DESTE PARA O CAPITALISMO.

A CIDADE NÃO SURGE, PORTANTO, DE UMA SIMPLES MUDANÇA DA POPULAÇÃO DO CAMPO, ELA ENVOLVE UM PROCESSO MAIS PROFUNDO.

A CIDADE GANHA EXPRESSÃO NA MEDIDA EM QUE DESENVOLVE A MANUFATURA E ATRAI OS TRABALHADORES EXPULSOS DO CAMPO.

ESSES TRABALHADORES FORNECERÃO MÃO DE OBRA E, AO MESMO TEMPO, PERMITIRÃO A CONSTITUIÇÃO DO MERCADO INTERNO.

A LUTA POR NOVOS MERCADOS LEVAVA AS CIDADES MAIS PODEROSAS A CONQUISTAR CIDADES MAIS FRACAS PARA SUPRIMIR UM MERCADO RIVAL.

CRIAÇÃO DA CAPITAL PARA DESEMPENHO DO PAPEL SOCIAL E POLÍTICO.

À MEDIDA QUE OS GRANDES ESTADOS DO MUNDO MODERNO TOMAVAM FORMA, AS CAPITAIS CONTINUAVAM A MONOPOLIZAR A POPULAÇÃO.

O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA, AS GRANDES DESCOBERTAS CIENTÍFICAS E O CONSEQUENTE AVANÇO TECNOLÓGICO CRIAM ESPECIALIZAÇÃO ESPACIAL E UMA DIVISÃO DO TRABALHO MUITO AMPLAS.

A CIDADE, COMO PONTO DE CONCENTRAÇÃO DA INDÚSTRIA E DE GRANDE MASSA POPULACIONAL ATRAI NÃO SÓ O PODER ECONÔMICO COMO O POLÍTICO, PASSANDO A COMANDAR ESPAÇOS MAIORES, DE ACORDO COM O SEU PODER.

A CIDADE É NÃO APENAS PRODUTO, MAS TAMBÉM CONDIÇÃO DO MODO DE PRODUÇÃO.