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AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE PRESENÇA DE DORES NO TRABALHO,

SEDENTARISMO E PRODUTIVIDADE EM FUNCIONÁRIOS QUE TRABALHAM

SENTADOS UTILIZANDO COMPUTADORES

EVALUATION OF RELATIONSHIP BETWEEN THE PRESENCE OF PAIN AT WORK,

INACTIVITY AND PRODUCTIVITY IN EMPLOYEES USING COMPUTERS

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Resumo

Foram avaliados sobre o tema dores durante o trabalho 288 funcionários de duas empresas de

grande porte na cidade de Brasília, que trabalhavam sentados, utilizando o computador como

ferramenta de trabalho. Na avaliação identificamos 150 (52%) funcionários sedentários e 138

(48%) funcionários ativos, dos funcionários ativos, 40 (29%) se queixavam de dores durante o

trabalho e 97 (55%) dos funcionários sedentários se queixavam de dores em suas funções

laborais, notamos, portanto que a maior parte dos funcionários que se queixam de dores no

trabalho são sedentários. Após revisão da literatura, verificamos que a atividade física regular

pode ser um fator de proteção contra as dores no trabalho e consequentemente reduzir o

absenteísmo, com provável melhora da produtividade e acima de tudo, melhorar a qualidade de

vida dos trabalhadores, sugerimos, portanto a incorporação pelas empresas de programas que

estimulem a pratica de atividade física regular.

Abstract

We assessed pain on the subject during the study, 288 employees of two large companies in the

city of Brasilia, who worked sitting using the computer, many hours on the day. In the

assessment, it was identified 150 (52%) sedentary workers and 138 (48%) active employees.

About the active employees, 40 (29%) complained of pain during labor and 97 (55%) of

sedentary employees complained of pain in their work functions, we notice, so that most

employees who complain of pain in labor are sedentary. After reviewing the literature, we found

that regular physical activity may be a protective factor against the pain at work and probably

reduce absenteeism, with a probable improvement in productivity and above all, improve quality

of life of workers, we suggest, therefore incorporation by software companies that encourage the

practice of regular physical activity.

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Palavras Chaves:

Produtividade, ergonomia, sedentarismo

Key-word:

Productivity, ergonomics, physical inactivity

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1. Introdução

A percepção relacionada ao trabalho “ganhar a vida”, vem sendo substituída pela expressão

“ganhar a vida e não perdê-la”, na qual os conteúdos de condições de trabalho, qualidade de vida

e satisfação no trabalho assumem cada vez mais um lugar no conteúdo da expressão dos

trabalhadores (Carvão et all., 2006).

No Brasil, estimou-se em 2009, segundo Pires (2009), despesas com Doenças Ocupacionais

em cerca de R$ 2,1 bilhões de Reais segundo dados da Previdência Social. Nos Estados Unidos,

estimou-se em 2001 um custo anual de cerca de 50 bilhões de dólares devido as doenças

musculoesqueléticas (Bongers et all., 2006).

Qualidade de vida no trabalho é definida como uma filosofia de administração que busca

assegurar o bem estar físico, psicológico e social das pessoas no ambiente de trabalho

(Maximiano, 2004). Investimentos em programas de qualidade de vida no trabalho, podem gerar

retorno financeiro as empresas que investem, nos Estados Unidos, estudos indicam que para cada

dólar investido em promoção de saúde pelas empresas, se obtém uma economia de quatro dólares

e noventa centavos (Gomes, 2006). Segundo Silveira (2005), a adoção de hábitos salutares como

estar fisicamente ativo, ingerir alimentos nutricionalmente saudáveis e evitar o uso de tabaco, são

fatores que podem prevenir ou controlar os efeitos devastadores de doenças cardíacas, câncer,

diabetes e acidente vascular cerebral, que são as principais causas de morbidade e incapacidade

nos Estados Unidos, resultando em 70% dos óbitos.

Martins & Duarte (2000), demonstram a importância de se aplicar programas de qualidade de

vida no trabalho, como a ginástica laboral, que é uma atividade física realizada no próprio

ambiente de trabalho por cerca de quinze minutos três vezes na semana, além de associarem ao

programa palestras educativas na área de saúde, os autores concluíram que ocorreu melhora

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significativa em quesitos como percentual de gordura, pressão arterial, flexibilidade, amplitude

de movimento de diversas articulações, além de sugerirem alterações no estilo de vida dos

participantes. Porém, segundo Bouchard (2000) existe dificuldade na aceitação por parte das

pessoas em praticar atividade física, sendo o principal motivo apontado a falta de tempo.

Baltieri & Andrade (2008), citam em estudo de revisão bibliográfica que o custo econômico

em termos de faltas ao trabalho, redução da produtividade, aumento da utilização dos serviços

médicos e encargos para a Previdência Social são enormes devido aos efeitos ocasionados por

dores, pois pode ocorrer a impossibilidade do trabalhador exercer suas funções legais,

ocasionando a interrupção ou a suspensão total de trabalho. A interrupção é caracterizada pela

paralisação temporária da prestação de serviço pelo empregado, com manutenção do pagamento

dos salários, já a suspensão traduz paralisação total, com a cessação das obrigações patronais e de

qualquer outro efeito do contrato, enquanto perdurar a paralisação dos serviços, sendo o

pagamento após quinze dias de afastamento efetuado pelo governo através do auxílio-doença.

Vasconcelos (2009) compara o ser humano a uma máquina e que essa máquina necessita

de mobilidade, relacionando o sedentarismo ou a falta de mobilidade com as queixas de dores,

principalmente devido ao aumento de peso corporal.

Chiavenato (2004) cita que os programas de bem-estar nas empresas podem estar focados

em custos baixos, como por exemplo, o fornecimento de informação sobre as calorias do

cardápio diário do refeitório e o nível de calorias exigidas pelo organismo humano. Outras

empresas como a IBM oferecem um Fitness Center aos seus funcionários, com instrutores de

exercícios físicos, educação sobre tabagismo, controle de peso e da alimentação, além de

instalações de piscinas e trilhas de corrida, colaborando assim para o desenvolvimento das

pessoas e da comunidade de maneira responsável.

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O intuito do presente estudo é verificar a existência ou não da relação entre queixa de

dores no trabalho e a ausência de atividade física regular. As dores no trabalho podem ocasionar

afastamentos, devido as doenças ocupacionais, a atividade física, praticada de maneira regular

pode ser um método eficaz no combate as dores e consequentemente as doenças ocupacionais,

diminuindo assim a incidência de absenteísmo.

2. Objetivos

2.1. Objetivo geral

Verificar a incidência de sedentários, praticantes de atividade física regular e funcionários

com queixas de dores no trabalho, utilizando como amostra pessoas que trabalham sentadas,

fazendo uso de computador, por cerca de oito horas no dia.

2.2. Objetivo específico

Verificar a relação entre dores no trabalho e o sedentarismo na amostra pesquisada.

Verificar a relação entre dores no trabalho e os funcionários fisicamente ativos na amostra

pesquisada.

Verificar se a atividade física pode ser um fator de proteção contra as dores no trabalho na

amostra pesquisada.

3. Metodologia

Foram utilizados na amostra, funcionários de duas empresas, que trabalham de maneira

sentada na maior parte do dia, em funções que exigem o uso de um computador pessoal, todos

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com tela de LCD, tamanho 17 polegadas, com jornada de trabalho de seis horas no dia. Os

funcionários que utilizavam notebooks no trabalho foram excluídos da amostra, bem como os

portadores de necessidades especiais e os que apresentavam dores não relacionadas ao trabalho,

como por exemplo entorse de joelho praticando futebol. Os entrevistados foram convidados a

participar dessa pesquisa, de maneira voluntária.

A amostra foi composta por duas empresas situadas na cidade de Brasília, totalizando 288

entrevistados na amostra total. Ambas as empresas são de grande porte, que seguem as Normas

Regulamentadoras, do Ministério do Trabalho e Emprego, que dizem respeito às condições de

trabalho, além de aplicarem programas de Qualidade de Vida no Trabalho, como ginástica laboral

do tipo compensatória, a pelo menos três anos.

Os funcionários foram avaliados observando-se quesitos como incômodos ou dores em

regiões do corpo, relacionando as dores a sua atividade laboral, e posicionamento inadequado do

funcionário perante avaliação do fisioterapeuta, após as avaliações o fisioterapeuta orientava de

maneira individual os ajustes necessários para uma melhora da postura no trabalho.

4. Resultados

O questionário aplicado foi tabulado utilizando o Microsoft Excel-2007, descrevendo os

resultados em forma de números e porcentagem.

A tabela 1 demonstra os dados colhidos em cada uma das empresas pesquisadas,

chamadas aqui de empresa 01 e empresa 02. Na tabela são descritos os resultados nos aspectos

quantidade de funcionários entrevistados, funcionários com dores, funcionários sedentários,

funcionários ativos e se os grupos ativos e sedentários apresentavam dores durante o trabalho. Os

resultados são apresentados numericamente e em porcentagem.

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Tabela 1. Número total de funcionários entrevistados e quantidade de sedentários e ativos nas

empresas 01 e 02.

empresa 01

110 total entrevistados

66 sedentários 44 ativos

40 sedentários com dores 13 ativos com dores

60% sedentários com dores 20% ativos com dores

empresa 02

178 total entrevistados

84 sedentários 94 ativos

57 sedentários com dores 27 ativos com dores

68% sedentários com dores 32% ativos com dores

A tabela 2 demonstra a somatória dos dados somados da empresa 1 e empresa 2, que

foram apresentados na tabela 1, ressaltando aqui os números e porcentagem na relação explicita

entre sedentarismo e queixas de dores no trabalho, com 71% de sedentários com dores e 29% dos

ativos com as mesmas queixas.

Tabela2. Somatória de entrevistados, nas empresas 01 02 e quantidade de sedentários, ativos,

funcionários com dores, sedentários com dores e ativos com dores.

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  n total n %

Funcionários entrevistados 288 100%

Sedentários 150 52%

ativos 138 48%

Funcionários com dores 137 48%

sedentários com dores 97 71%

ativos com dores 40 29%

5. Referencial Teórico

Demonstramos em nosso estudo que 52% dos entrevistados eram sedentários,

comparando-se aos números apresentados pelo DATASUS (2008) constatamos que existiam no

Distrito Federal 39,8% de pessoas insuficientemente ativas, número esse pouco mais de 12%

abaixo no encontrado no presente estudo, considerando que esses números do DATASUS

referem-se as pessoas de ambos os sexos, com ensino fundamental completo. Segundo

Chiavenato (2005), na Shell, o número de sedentários estava em 80%, sendo planejado fitness

centers nas unidades que não possuiam clube esportivo, pretendendo estimular a prática de

atividade física nos funcionários.

Pereira (1995) cita que o meio em que vivemos pode influenciar os hábitos de vida, em

um estudo de imigrantes japoneses, que após mudarem para os Estados Unidos, passaram a

apresentar taxas de incidência de doenças coronarianas elevadas, ao adotarem os hábitos dos

americanos, como alimentação com excesso de gorduras saturadas, sedentarismo,

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competitividade, estresse continuado e outros hábitos identificados como fator de risco para

doenças crônicos-degenerativas. Não relacionamos o presente estudo a doenças coronarianas,

porém, somando os males que o sedentarismo pode gerar, além da maior incidência de dor nas

pessoas sedentárias, é um dos fatores relacionados a doenças coronarianas, portanto a pratica de

atividade física regular pode gerar diversos benefícios além da diminuição de dores ou

incômodos ósteo-musculares durante o trabalho.

Kara, Tulum, & Acar (2005) citam como fator de risco para a degeneração dos discos

intervertebrais a ausência da prática de exercícios físicos regularmente, essa degeneração pode

acarretar dores lombares, que em diversos casos irradiam para os membros inferiores. Apesar do

presente estudo não ter demonstrado o local de incidência das dores, reforçamos que a prática de

atividade física regular pode diminuir entre outros a incidência de dores lombares.

Em estudo sobre a importância de se aplicar programas de Qualidade de Vida no Trabalho

nas empresas, considerando um estudo com amostra semelhante do presente estudo, Miyamoto et

all (1999), utilizando medidas de percepção corporal, auto-alongamento global, fortalecimento e

relaxamento muscular, além de verificar a ergonomia dos postos de trabalho, citaram que 77%

dos funcionários referiam queixas de dores durante o trabalho, número esse bem acima dos

encontrados em nossa pesquisa (48%), sendo a causa provável, que no estudo realizado por

Miyamoto et all (1999), os funcionários não tinham iniciado ainda nenhum tipo de programa de

Qualidade de Vida no Trabalho, enquanto que nas empresa que pesquisamos, os programas de

exercícios durante o trabalho, como ginástica laboral, já estavam estabelecidos a no mínimo 03

anos. O programa existente nas empresas pesquisadas é o de ginástica laboral, sendo realizada

três vezes na semana, no próprio local de trabalho. Segundo Mendes & Leite (2004), a ginástica

que ocorre nas empresas pesquisadas é chamada de ginástica compensatória ou de pausa, por ser

aplicada no meio do expediente ou no horário de pico de fadiga, com os objetivos de relaxar a

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musculatura mais utilizada e impedir vícios posturais e diminuir as tensões advindas das posturas

estáticas. Esse tipo de ginástica não pode ser considerada uma atividade física, portanto se um

funcionário faz apenas a ginástica laboral e nenhum outro tipo de atividade física ele foi

considerado como sedentário no presente trabalho.

Em estudo que avaliou 2.356 pacientes que possuíam dores cervicais e estavam em

tratamento de reabilitação, Hee et all (2002), avaliaram os pacientes que estavam divididos em

dois grupos, um que recebia indenização trabalhista e outro que se mantinha por recursos

próprios, ambos os grupos responderam um questionário chamado de SF-36, que verificou dez

quesitos de qualidade de vida, e comparou os pacientes que estavam em dois grupos, um que

recebia indenizações trabalhistas e outro que não recebia, citaram que apenas o quesito

participação em atividade física estava abaixo da média (p<0.05) encontrada no grupo que

recebia indenizações por afastamento no trabalho. Verifica-se nesse estudo descrito, um número

elevado de amostragem, sobressaindo como resultado significativo o sedentarismo em um grupo

de pessoas que estavam afastadas do trabalho, independente dos motivos dos afastamentos,

notamos o sedentarismo elevado em pessoas que podem estar afastadas até mesmo por motivos

de dores osteo-musculares, que é um dos piores prognósticos que os funcionários que queixam de

dores durante suas atividades laborais podem alcançar.

Matsudo et all (2007), apresentam um “check list” divulgado pelo Colégio Americano de

Medicina Ocupacional e do Ambiente para empresas, no ano de 2004, nessa lista contém

propostas para empregadores e funcionários combaterem a obesidade, ou seja, atividades que

focam a diminuição do sedentarismo, a tabela 3 descreve algumas das sugestões. Notamos que o

estilo de vida ativo é estimulado, com atividades físicas mais leves (usar mais escadas), até

mesmo mais intensas (fazer atividade física em academias) e até mesmo mudanças no estilo de

vida (usar roupas informais pelo menos uma vez na semana). No presente estudo, ressaltamos as

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sugestões detalhadas na tabela a seguir, são medidas simples, porém eficazes no combate a

obesidade e também a diminuição de dores durante as atividades laborais. Além dos exemplos

abaixo, algumas indústrias como a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

(Cetesb), a Petrobrás (Macaé), Roche, a Novartis, a São Paulo Transportes (SPTrans), entre

outras, tem investido em pistas de caminhada dentro das empresas, e cidades tem construído

ciclovias, estimulando o deslocamento ativo, através de bicicletas dos trabalhadores das

industrias citadas. No estudo também é descrito a importância da comunicação visual, seja

utilizando meio eletrônico ou cartazes impressos, educativos, que estimulem uma vida mais ativa

e saudável.

Tabela 3. Check-list de atividades que estimulem a diminuição do sedentarismo para

empresas, segundo Matsudo et all (2007).

Empregador Funcionário

Considere em vestir “roupa informal” ao menos

um dia na semana. Empregados vestidos mais

informalmente são mais ativos fisicamente.

Use sapatos confortáveis que facilitem caminhar.

Encoraje os funcionários a usarem as escadas

ao invés do elevador, colocando sinais perto do

elevador e escadas, ressaltando os benefícios do

uso das escadas para saúde. As escadas devem

ser acessíveis e iluminadas.

Use as escadas em lugar do elevador, sempre que

seja possível durante o dia de trabalho.

Desestimule os empregados a comer nas suas

mesas de trabalho. Mesmo uma curta

caminhada para o local de almoço pode ser útil.

Se possível, caminhe ou pedale para ir ao

trabalho. Se for de carro, estacione o mais longe

da entrada para ter o benefício da distância da

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caminhada extra.

Apóie intervalos para atividade física durante o

dia de trabalho.

Durante os intervalos levante-se e caminhe ao

redor do escritório ou faça

exercício. Há uma variedade de exercícios que

você pode fazer em torno de sua mesa.

Permita aos empregados tempo suficiente para

o almoço, assim eles podem caminhar ou ir à

academia.

Caminhe no almoço – tente formar um clube de

caminhada no trabalho.

Considere oferecer descontos em academias. Utilize os descontos oferecidos para fazer parte

de clubes ou academias.

Ofereça aulas de bem-estar em nutrição,

exercício e controle do peso.

Participe das aulas oferecidas.

Coloque pistas de caminhada e de pedalar no

local de trabalho.

Não dirija para locais que estejam a distâncias

que se alcança facilmente caminhando.

Estabeleça seu próprio objetivo e se envolva pelo

menos 30 minutos de atividades físicas

moderadas cada dia.

O ser humano foi projetado e construído para o movimento, a atividade física regular,

para pessoas do sexo feminino e masculino, em qualquer idade, é um método eficaz de se

movimentar e gerar diversos benefícios para si próprio. A atividade física regular deve ser

entendida como pratica de pelo menos trinta minutos de caminhada, na maioria dos dias da

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semana e os benefícios conhecidos refletem na redução do risco de mortalidade prematura, em

geral, e de doença coronariana, hipertensão, câncer do cólon e outros benefícios, porém, vale

destacar em especial a melhora da saúde dos músculos, ossos e articulações (Wilmore & Costill,

2001). Também, praticar atividade física regularmente, com acompanhamento adequado, é um

dos métodos mais efetivos contra as dores nas costas, sendo essa a segunda causa de afastamento

do trabalho (Lorenzo, 2006), ainda segundo Bréder, Oliveira & Silva (2005) as dores na região

lombar, afeta de 60 a 90% de todos os adultos durante o tempo de vida, estimando em bilhões de

dólares anuais com cuidados médico e tempo de trabalho perdido. Mendes & Leite (2004) citam

que a atividade física regular promove benefícios diversos para o praticante, dentre eles é citado

diminuição no estresse emocional, ocupacional e mudança nos relacionamentos do ambiente de

trabalho. Os estudos detalhados nesse parágrafo fortalecem a necessidade e importância da

prática de atividade física regular, como fator de prevenção de dores ósteo-musculares. Nenhum

estudo que relacionasse as dores de funcionários, praticantes ou não de atividade física foi

localizada na revisão bibliográfica.

Macêdo et all. (2006), sugere que as pessoas invistam no autoconhecimento e nas

diferentes formas de relacionamento interpessoal, reavaliando suas próprias crenças como meio

de preservar sua qualidade de vida. Esse foco comportamental poderá ser sugerido para os cerca

de 52% de funcionários sedentários entrevistados, almejando a introdução de hábitos que

acarretem uma melhora na qualidade de vida das pessoas, como por exemplo a atividade física

regular. No presente estudo, sugerimos a atividade física regular, nos Estados Unidos, existe o

Centro Nacional para Prevenção de Doenças Crônicas e Promoção da Saúde, que conduz estudos

para o melhor entendimento das causas das doenças crônicas, almejando prevenir a morte e

incapacidade, promover saúde materna, infantil e do adolescente, promover comportamentos

pessoais saudáveis e parcerias com agências de educação e saúde (Silveira 2005).

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6. Metodologia da Pesquisa

O instrumento da pesquisa utilizado apontava os seguintes aspectos:

- presença ou não de dores importantes no trabalho;

- breve histórico de dores que incomodam durante o trabalho;

- praticante ou não de atividade física regular;

- avaliação postural sentado, durante as atividades laborais;

- orientações posturais;

- orientação de exercícios laborais de acordo com o incômodo ou dores de cada funcionários.

A avaliação durava em torno de 20 minutos, sendo realizada de acordo com a

disponibilidade de tempo do avaliado, durante o horário de trabalho, em seu ambiente laboral,

todos os resultados eram anotados em uma folha de papel, para posteriormente serem tabulados

para compor os resultados. O questionário foi aplicado nos meses de outubro e novembro de

2009. Os funcionários eram avisados sobre o tipo de pesquisa e do sigilo das informações

fornecidas, bem como as duas empresas que aceitaram participar dessa pesquisa.

No referencial teórico foram realizadas pesquisas em literatura especializada e em sites

específicos.

7. Análise dos Resultados

7.1. Avaliação das dores

Após períodos prolongados de tensão ou de forma cumulativa através dos movimentos

repetitivos, pode ocorrer fadiga muscular, manifestando dor local e aguda na musculatura do

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trabalhador, fisiologicamente é explicada pelo acúmulo de ácido láctico na região sobrecarregada,

gerando assim dor (Mendes e Leite, 2004). A avaliação da dor, utilizando parâmetros como

freqüência, intensidade e duração, é um importante parâmetro para adotar medidas que almejem

melhora na qualidade de vida das pessoas (MARQUES et all., 2001).

A descrição feita pelos avaliados aceita como dor importante nesse estudo eram descritas

como em queimação lenta, dor surda, dor latejante, dor nauseante e/ou dor crônica, utilizando a

descrição de dor lenta, citada por Guyton & Hall (1997). Além disso, as dores deveriam se

localizar em regiões musculares, relacionadas ao tipo de trabalho, sendo essas devidamente

avaliadas pelo fisioterapeuta.

7.2. Avaliação do sedentarismo

Elkin (1999) sugere pequenas sessões de atividade física funcionais diariamente, como

praticar o esporte predileto, jardinagem, passear de bicicleta e outras atividades que possam

tornar a rotina de vida mais ativa, porém, consideramos para o presente estudo, os avaliados que

se intitularam como físicamente ativos, praticando atividade física, pelo menos três vezes na

semana, por pelo menos vinte minutos, respaldando em estudos da fisiologia do exercício, que

citam as atividades aeróbicas, como caminhadas rápidas, natação, ciclismo, dança de salão e

outras atividades nessa intensidade. Marin & Giannichi (1998) e Chichester & Croft (1997)

recomendam também a musculação três vezes na semana, por cerca de 20 a 30 minutos,

alternando os dias na semana para o devido descanso da musculatura.

Portanto, admitimos para o presente estudo, as pessoas que se intitulavam como

fisicamente ativos, realizando alguma das atividades físicas descritas acima, por pelo menos três

meses e três vezes na semana, sendo a duração de cada sessão no mínimo de vinte minutos.

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8. Conclusão da pesquisa

O presente estudo demonstrou que as pessoas sedentárias, que trabalham sentadas, podem

ter mais queixas de dores do que as fisicamente ativas. Em futuros estudos, pode-se analisar as

características das queixas, como freqüência, horário, intensidade, para nortear em medidas que

seja eficazes na diminuição de dores no trabalho, como por exemplo qual tipo de atividade física

seria ideal para o publico estudo. A importância dessas medidas são de diminuir os funcionários

com queixas de dores, pois no presente estudo 71% dos entrevistados que eram sedentários

tinham queixas de dores no trabalho, o que pode acarretar afastamentos para tratamento, faltas

por motivos de consulta médica e conseqüente queda da produtividade no trabalho.

9. Referências

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