segurança e ergonomia no projeto (ergonomics and safety in design)

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Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica 6 Ergonomia e Segurança no Projeto Ergonomics and Safety in Design Por: Rui Emanuel Mota Costa nº 68556 Docente: Mário Lima Teoria do Projeto Mecânico Ano letivo de 2014 2015 Universidade do Minho Escola de Engenharia Guimarães, junho de 2015 Universidade do Minho Escola de Engenharia

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Segurança e Ergonomia no ProjetoTrabalho desenvolvido por Rui Costa na Unidade Curricular de Teoria do Projeto Mecânico.Universidade do Minho, Guimarães 2015.Ergonomics and Safety in DesignWork developed by Rui Costa for the curricular unit of Mechanic Design Theory.University of Minho, Guimarães 2015

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  • Mestrado Integrado em Engenharia Mecnica

    6 Ergonomia e Segurana no Projeto

    Ergonomics and Safety in Design

    Por: Rui Emanuel Mota Costa n 68556

    Docente: Mrio Lima

    Teoria do Projeto Mecnico

    Ano letivo de 2014 2015

    Universidade do Minho

    Escola de Engenharia

    Guimares, junho de 2015

    Universidade do Minho

    Escola de Engenharia

  • 2

    ndice

    1. Resumo....................................................................................................................................... 3

    2. Ergonomia .................................................................................................................................. 4

    2.1. O Conceito ......................................................................................................................... 4

    2.2. Ergonomia e a relao com os Fatores Humanos (Human Factors) ................................. 4

    2.3. Incorporao da Ergonomia no processo de Projeto e suas fases ...................................... 5

    2.4. Legislao .......................................................................................................................... 6

    3. Segurana ................................................................................................................................... 6

    3.1. Quadro legislativo relativo s mquinas ............................................................................ 7

    3.2. mbito de aplicao da Diretiva Mquinas ....................................................................... 7

    3.3. Requisitos essenciais de sade e segurana (Anexo I da Diretiva Mquinas) ................... 8

    3.4. Marcao CE e avaliao da conformidade ....................................................................... 8

    4. Concluses ................................................................................................................................. 9

    5. Referncias Bibliogrficas ....................................................................................................... 10

    ANEXO A FASES DO PROCESSO DE PROJETO ERGONMICO.................................... 12

  • 3

    1. Resumo O uso da ergonomia assume cada vez mais contornos importantes na fase projeto, pois estuda a

    interao que existe entre o Homem-mquina/equipamento-tarefa, de modo a encontrar as condies de

    trabalho que melhor integram o trabalhador do ponto de vista de conforto e segurana, assim como a

    eficincia e fiabilidade.

    Unicamente um projeto que esteja de acordo com as expectativas e exigncias do usurio,

    adaptado s potencialidades e limitaes da indstria e dos operadores, poder resultar num produto de

    valor sustentvel.

    Os conceitos de ergonomia e segurana inevitavelmente esto associados. No se projeta um

    equipamento sem a garantia de que, quando o mesmo estiver a funcionar, ir provocar danos no operrio.

    Da mesma forma que, por exemplo, a colocao de botoneiras de emergncia em tornos mecnicos deve

    ser tal que, quando um tcnico estiver a utilizar o equipamento, e por algum motivo ser necessrio

    acionar a paragem de emergncia, os botes estejam dentro do alcance atingido pelos braos.

    Relativamente legislao existente, tm sido levadas a cabo aes regulamentares neste domnio

    de entre as quais se destacam a Diretiva Mquinas e a Diretiva Equipamentos de Trabalho.

    Palavras-chave: ergonomia; projeto; Homem/usurio/operador; mquina; tarefa; segurana;

    Diretiva Mquinas

  • 4

    2. Ergonomia

    2.1. O Conceito

    O termo ergonomia deriva do grego ergon (trabalho) e nomos (leis). uma cincia interdisciplinar. Compreende a fisiologia e a psicologia do trabalho, bem como a antropometria e a

    sociedade no mesmo. O objetivo prtico da Ergonomia a adaptao [] dos instrumentos, das mquinas, dos horrios, do meio ambiente s exigncias do homem [1].

    A ergonomia uma disciplina cientfica relacionada com a compreenso das interaes entre os

    seres humanos e outros elementos de um sistema, com o objetivo de aperfeioar o bem-estar humano e

    o desempenho global de uma organizao, adequando e tendo em considerao as caractersticas,

    habilidades e limitaes dos seus trabalhadores, sendo que para tal, vale-se de princpios tericos e

    metodologias durante a conceo de equipamentos e ambientes de trabalho [10]. definida como um conjunto de conhecimentos cientficos relativos ao homem e necessrios para a conceo de ferramentas,

    mquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o mximo de conforto, segurana e eficcia. Esta definio confirma que se deve essencialmente adequar a atividade ao Homem, no somente para

    se ter boas condies de trabalho, como tambm promover melhores condies de vida e reduo de

    erros humanos que provoquem acidentes [2].

    Por sua vez, difunde-se a ideia de que para alm de estudada a adaptao do trabalho ao Homem,

    ou seja, todo o relacionamento entre o homem e as atividades por ele associadas, a ergonomia analisa

    igualmente o ambiente fsico e os aspetos que envolvem a organizao, para que determinadas tarefas

    sejam executadas [1]. Os domnios de especializao da ergonomia so classificados da seguinte forma

    [3]:

    Ergonomia fsica: refere-se s caractersticas da anatomia humana, antropometria1, fisiologia e biomecnica e a sua relao com a atividade fsica (e.g. a postura no

    trabalho, manuseio de materiais e movimentos repetitivos);

    Ergonomia cognitiva: refere-se aos processos mentais, tais como perceo, memria, raciocnio e resposta motora (e.g. carga mental de trabalho, tomada de deciso,

    performance especializada, interao Homem-computador e stresse);

    Ergonomia organizacional: refere-se otimizao de sistemas sociotcnicos, incluindo as suas estruturas organizacionais, polticas e processos (e.g. comunicaes, projeto de

    trabalho, trabalho em grupo e gesto participativa).

    Em termos mais concretos, pode-se ainda distinguir dois tipos de ergonomia: ergonomia de

    conceo e de correo. A principal diferena entre ambas a ordem que so implementadas, sendo que

    a ergonomia de conceo atua aquando da fase de projeto, onde aplica as normas e especificaes

    ergonmicas em produtos e postos de trabalho, e a de correo atua quando tm de ser feitas

    modificaes de situaes j implementadas/existentes. Ressalva-se para o facto de neste relatrio

    abordar, unicamente, a ergonomia de conceo.

    Adotando, ainda, um subtipo de ergonomia de conceo, a ergonomia do produto, pretende-se

    com o crescente ritmo competitivo das empresas aumentar o nmero de vendas e lucros, produzindo

    produtos tcnica (bom funcionamento do ponto de vista mecnico, qumico ou eltrico) e esteticamente

    atrativos (cores, formas e texturas). No que qualidade ergonmica diz respeito, dever-se- evidenciar

    o fcil manuseio, a adaptao antropomtrica, o modo como as informaes de uso so expostas e

    elementos de segurana e conforto. Face a um pblico intolerante a produtos que acarretam dificuldades

    de manuseio, a ergonomia a forma de evitar que sejam produzidos produtos que se tornem um

    incomodo quando operados ou armazenados [1].

    2.2. Ergonomia e a relao com os Fatores Humanos (Human Factors)

    Muitos equipamentos utilizados pelo Homem esto aqum de, para alm da qualidade, atingirem

    as exigncias relativas ao conforto, segurana e eficcia, o que pode estar na causa de alguns acidentes

    de trabalho, dado a interao inadequada entre os operadores e as mquinas/equipamentos. Denota-se,

    por isso, a falta da anlise ergonmica adequada durante o processo de projeto, que no tem em

    considerao as caractersticas fisiolgicas e psicolgicas dos usurios ou operadores de um

    1 Antropometria cincia que estuda as dimenses e propores do corpo humano. Os princpios antropomtricos que interessam ergonomia so o uso de tabelas antropomtricas e as diferenas individuais do corpo.[4]

  • 5

    determinado posto de trabalho. Um conceito inteiramente associado ergonomia o human factors, que

    traduzindo significa fatores humanos, tipicamente usado na literatura americana.

    Os fatores humanos designam caractersticas do ser humano, podendo-se, geralmente, dividir em

    trs grupos: caractersticas fsicas (altura, peso, alcance do brao, centro de gravidade, etc.); fisiolgicas

    (fora muscular em diferentes posies do corpo, perspiccia

    visual, tolerncia para temperaturas extremas, gama de

    frequncias audveis, etc.) e psicolgicas ou

    comportamentais (tempo de resposta mental a estmulos,

    significados associados a cores (e.g. vermelho significa

    perigo), capacidades ou limitaes de memoria a curto prazo,

    expectativa como um elemento de perceo, etc.) [5].

    Para cada funo humana especfica, so definidos

    parmetros de conforto e eficincia, selecionando os aspetos

    pertinentes do ambiente de trabalho (Figura 1). Assim, por

    exemplo, definem-se os nveis de iluminao mnimos, em

    funo do tipo da tarefa, ou as zonas de alcance de conforto,

    tambm em conformidade com certas caractersticas das

    tarefas como peso dos objetos ou preciso dos movimentos.

    Os benefcios da incorporao destes fatores podem ser

    desde a reduo da exposio a fatores de risco, ao aumento significativo da produtividade, reduo do

    tempo de execuo das tarefas, absentismo reduzido, eficincia aumentada e qualidade do produto

    melhorada. Assim sendo, de grande relevncia a considerao dos fatores humanos direcionados aos

    futuros usurios, no desenvolvimento do projeto de equipamentos num processo de transferncia de

    tecnologia, promovendo-se a reduo de investimentos com a readaptao de ferramentas e

    equipamentos [2].

    2.3. Incorporao da Ergonomia no processo de Projeto e suas fases

    Caracterizando a ergonomia de conceo como racional e perspicaz, desde cedo, percebe-se a

    necessidade de enquadr-la a montante do processo de projeto, em nveis mais amplos de generalidade

    antes de detalhar o projeto e onde sejam tomadas decises erradas e irreversveis ou que aumentem o

    custo das adequaes ergonmicas [6]. Isso pode ser feito fornecendo conhecimentos sistematizados

    aos engenheiros juntamente

    com a atuao direta do

    ergonomista na equipa de

    projeto, da a necessidade

    para a incluso de um

    especialista em ergonomia

    numa empresa de projeto.

    Numa primeira etapa

    de anlise/explorao, h a

    sistematizao do trio

    Homem-tarefa-mquina e

    delimitao dos problemas,

    sendo posteriormente

    hierarquizados por grau de

    importncia [7]. Na Figura 2

    est representado o papel da

    ergonomia no processo de

    projeto. No Anexo A,

    encontra-se uma tabela

    bastante interessante, com a

    metodologia completa sobre

    as fases de desenvolvimento

    do projeto com a interveno

    da ergonomia.

    Figura 1 Papel da ergonomia [8]

    Figura 2 - Fases do projeto com incluso da ergonomia. Adaptada

    de [2]

  • 6

    2.4. Legislao

    Devido s inmeras situaes que tiveram na origem de experincias negativas para as pessoas,

    muitos conceitos ergonmicos foram transformados em normas oficiais, fazendo com que a aplicao

    dos princpios que assegurassem o bem-estar se tornasse numa realidade [1].

    A documentao legislada (Figura 3) um termo de referncia para o projeto ergonmico, sendo

    constituda essencialmente a partir de dados ergonmicos conhecidos, normas, resultados de anlises

    similares e tambm com a experiencia de projetistas, prestando auxlio s equipas de projetistas.

    Contudo, no se devem limitar apenas a seguir a documentao, pois necessrio analisar no terreno as

    reais condies com que os operadores se deparam e ouvir a sua opinio, s assim, se consegue

    desenvolver um projeto com a total sintonia entre operrio e projetista. Um exemplo muito geral para

    esta situao o facto das

    tabelas antropomtricas

    variarem de pas para pas

    (e.g. os escandinavos tm

    estatura mais elevada que

    os portugueses).

    Para a realizao de

    prognsticos das atividades

    de trabalho no

    desenvolvimento do

    projeto ergonmico de

    mquinas e equipamentos,

    utilizam-me maquetes,

    constroem-se prottipos

    que, permitiro testar com

    os operrios a relao

    homem-mquina, de modo

    a fazer ajustes e correes

    para a construo do

    produto final [2].

    3. Segurana Segurana regra bsica na conceo de produtos e instalaes, e engloba tanto a execuo

    confivel das funes tcnicas por parte do produto, como tambm a reduo dos riscos para as pessoas

    e o meio ambiente [2].

    O trabalho com mquinas e equipamentos de trabalho constitui uma das atividades que est na

    origem de inmeros acidentes de trabalho. Muitos dos acidentes analisados ocorreram em mquinas e

    instalaes de grandes dimenses, que no se encontravam adequadamente protegidas contras riscos

    mecnicos. Deve merecer especial ateno, a avaliao de riscos nas atividades que incluam transportes

    efetuados em locais de trabalho, em micro, pequenas e mdias empresas que utilizem mquinas mveis,

    dos sectores agrcolas (tratores), indstria extrativa (mquinas de terraplenagem) e construo civil

    (mquinas de terraplenagem e veculos de transporte).

    As questes da segurana de mquinas inserem-se numa filosofia de harmonizao de exigncias

    ao nvel comunitrio, em dois planos: plano da conceo, fabrico e comercializao de mquinas e plano

    da sua utilizao como equipamentos de trabalho nos locais de trabalho. Contudo, neste relatrio

    somente ser abordado o primeiro plano [11].

    Antes de se partir para a legislao associada, importante perceber a definio de alguns

    conceitos. Assim: Situao perigosa fonte potencial de leses ou danos para a sade, que pode estar permanentemente presente durante o funcionamento normal da mquina ou pode aparecer

    inesperada/acidentalmente; Segurana aptido de uma mquina para cumprir a sua funo sem causar leso ou prejuzo para a sade [13]; Zona perigosa toda a zona interior e/ou ao redor de uma mquina na qual uma pessoa fica exposta a uma situao perigosa; Protetor elemento da mquina especificamente utilizado para garantir proteo por meio de uma barreira material [15].

    Figura 3 - Normas associadas temtica das Leses Msculo-

    esquelticas relacionadas com o trabalho [9]

  • 7

    3.1. Quadro legislativo relativo s mquinas

    A segurana de mquinas atualmente regulada pela Diretiva Mquinas (Diretiva 2006/42/CE

    do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de maio) que estabelece o conjunto de regras

    reguladoras de mercado que tm como destinatrios os respetivos fabricantes e comerciantes,

    privilegiando a integrao de segurana no projeto e apoiando-se em especificaes tcnicas

    reconhecidas as normas harmonizadas (Figura 4). Tais regras estabelecem as exigncias essenciais de segurana que devem ser respeitadas nas legislaes e prticas administrativas dos Estados Membros e

    funcionam como garantia da livre circulao de mercadorias no Espao Econmico Europeu (EEE).

    Na prtica significa que as exigncias essenciais de segurana das mquinas (Diretiva Mquinas),

    estabelecidas nos Estados Membros visam a livre circulao e comercializao de mquinas (cariz

    econmico), e no podem ser mais exigentes que a legislao europeia. Esta rea da legislao europeia

    est transposta para a legislao nacional, atravs do seguinte diploma: Segurana de Mquinas -

    Decreto-Lei n. 103/2008, de 24 de junho. Por outro lado ainda, a comercializao de mquinas usadas

    est legislada em Portugal pelo Decreto-Lei n. 214/95, de 18 de agosto que, em conjunto com a

    Portaria n. 172/2000, de 23 de maro, define os requisitos a que deve obedecer a atividade econmica,

    no sentido de assegurar a segurana dos utilizadores de mquinas usadas. Nesse diploma, constam

    exigncias como: inspeo por um Organismo Notificado; declarao de venda do cedente e manual de

    instrues em portugus [11].

    3.2. mbito de aplicao da Diretiva Mquinas

    As regras estabelecidas nessa Diretiva aplicam-se aos seguintes produtos, sendo apresentada uma

    definio para os dois tipos principais: mquinas e componentes de segurana. Deste modo [14]:

    a) Mquinas conjunto, equipado ou destinado a ser equipado com um sistema de acionamento diferente da fora humana ou animal diretamente aplicada, composto por

    peas ou componentes ligados entre si, dos quais pelo menos um mvel, reunidos de

    forma solidria, com vista a uma aplicao definida;

    b) Componentes de segurana componentes que servem para garantir uma funo de segurana, e que so colocados isoladamente no mercado, cuja avaria e/ou mau

    funcionamento ponham em perigo a segurana das pessoas, e que no so indispensveis

    para o funcionamento da mquina ou que podem ser substitudos por outros componentes

    que garantam o funcionamento da mquina;

    c) Equipamentos intermutveis; d) Acessrios de elevao (passaram a ser abrangidos por esta diretiva);

    Figura 4 Esquema-resumo das normas harmonizadas para as mquinas [16]

  • 8

    e) Correntes, cabos e correias; f) Dispositivos amovveis de transmisso mecnica; g) Quase-mquinas.

    3.3. Requisitos essenciais de sade e segurana (Anexo I da Diretiva Mquinas)

    A colocao no mercado e a entrada em servio das mquinas e componentes de segurana

    abrangidos s possvel se no comprometerem a segurana e a sade de quem quer que seja, sendo

    que o fabricante dever conceber e fabricar os equipamentos em funo da avaliao de riscos que,

    previamente deve ter realizado sobre o equipamento projetado, tendo particularmente em conta o

    conjunto dos princpios especficos que se passam a enumerar [12], [14] e [15]:

    Materiais e produtos: considerao dos riscos associados aos materiais no fabrico da

    mquina e produtos utilizados no seu funcionamento;

    Iluminao: incorporao na mquina de um sistema de iluminao adequado;

    Manuseamento: meios de preenso para movimentao manual, movimentao mecnica,

    armazenamento seguro, etc.;

    Ergonomia: proporcionar bem-estar na relao operador-mquina para evitar fadiga e tenso

    fsica e psquica;

    Posto de trabalho: boas condies ambientais como renovao de ar puro e evitar a

    inalao de gases txicos;

    Assentos: assegurar posies estveis, reduzir vibraes, estar localizado junto aos

    dispositivos de comando;

    Comandos: os sistemas de comando devem evitar a ocorrncia de situaes perigosas, atravs de

    por exemplo, a sensibilidade de atuao (Figura 6);

    Arranque: s deve ser efetuado por ao voluntria sobre um dispositivo de comando previsto

    para o efeito;

    Paragem: normal, por razes operacionais, falta de alimentao de energia, emergncia (Figura

    5);

    Riscos mecnicos: estabilidade, capacidade de resistncia a quedas e projees, riscos de

    contacto superficiais, angulosos, fiabilidade, etc.;

    Protetores: seleo adequada de dispositivos de proteo;

    Informaes e avisos apostos na mquina: monitores de presso, temperatura, etc..

    3.4. Marcao CE e avaliao da conformidade

    Para colocao da mquina no mercado necessria a emisso, pelo fabricante, da declarao de

    conformidade e a aposio da marcao CE na prpria mquina. No caso da venda a um consumidor

    privado, a Diretiva aplica-se a partir do momento da colocao no mercado. Os procedimentos genricos

    de certificao de conformidade com as disposies da Diretiva, no caso de mquinas, equipamentos

    intermutveis e componentes de segurana, consistem na constituio do processo tcnico de fabrico

    (PTF), emisso da declarao de conformidade, e, somente para mquinas e equipamentos

    intermutveis, a aposio da marcao CE [11].

    Figura 5 Botoneira de emergncia [15]

    Figura 6 Dispositivo de comando [15]

  • 9

    Posto isto, nas Figura 7, Figura 8 e Figura 9 apresentam-se um esquema resumo do procedimento

    de marcao e certificao de conformidade, um exemplo da marcao CE e um exemplo da declarao

    CE de conformidade (do Anexo II da Diretiva Mquinas), respetivamente.

    Figura 8 Marcao CE num motosserra [17]

    Figura 9 Declarao CE de

    Conformidade [14]

    4. Concluses A ergonomia torna-se numa ferramenta muito importante dentro das indstrias de projeto pois

    permite melhorar a qualidade de vida do Homem, verificando-se que dever ser aplicada por

    profissionais qualificados, que inspecionem o ambiente para melhor poderem avaliar a necessidade e na

    fase embrionria do projeto, a fim de diminurem custos com posteriores correes e poderem ser

    detetados problemas mais prematuramente.

    Figura 7 Procedimento de Marcao CE e Certificao de conformidade [11]

  • 10

    Convm tambm realar que, o projeto ergonmico no pode apenas incidir na etapa de

    construo do produto uma vez que, existem fatores com influncia inesperada nas fases de fabrico,

    montagem (tolerncias), transporte e manuteno que so precisos avaliar com ponderao.

    De um modo geral, assume-se que, alcanados os objetivos inerentes ergonomia, poder-se- ter

    um desempenho mais proveitoso do elemento humano na indstria, bem como uma reduo de perdas

    e desconfortos resultantes de acidentes, danos e doenas.

    Relativamente segurana, conclui-se que a maioria dos acidentes ocorre por desrespeito ou

    contorno das normas implementadas pela legislao existente. Desta forma, a conceo de uma mquina

    com marcao CE um caminho de assegurar que as especificaes de segurana so cumpridas, assim

    como as necessrias operaes de fiscalizao, manuteno e aplicao de coimas a incumprimentos

    das normas, na medida em que alerta os operadores para os acidentes de trabalho.

    Contudo, mesmo utilizando uma mquina certificada, o empregador tem a obrigao de

    identificar os perigos que lhe estejam associados e avaliar os riscos relacionados com a sua utilizao

    concreta no contexto de trabalho real em que tal equipamento vai operar. Todavia, se tal equipamento

    j estiver certificado aquela tarefa encontra-se facilitada, na medida em que o respetivo manual de

    instrues, fornecido pelo fabricante, constituir um auxlio precioso.

    5. Referncias Bibliogrficas [1] NASCIMENTO, Leonildo Aspectos ergonmicos no uso de utenslios domsticos por

    populaes idosas: um estudo exploratrio [Em linha] (2011). Tese de mestrado em Engenharia Humana,

    apresentada Universidade do Minho sob orientao de Pedro Arezes. p. 38-43 [Consult. 10 jun. 2015].

    Disponvel em WWW:.

    [2] DIAS, Jorge Integrao da Concepo Ergonmica de Mquinas e Equipamentos na

    Metodologia de Projeto de Produtos [Em linha] (2000). Dissertao de mestrado em Engenharia de Produo,

    na rea de Gesto do Design e do Produto, apresentada Universidade Federal de Santa Catarina sob orientao

    de Miguel Fiod Neto. p. 13-59 [Consult. 10 jun. 2015]. Disponvel em WWW:.

    [3] BITTENCOURT, W., ALVES, A., & AREZES, P. Reviso Bibliogrfica Sobre a Sinergia Entre

    Lean [Em linha] (2011). p. 5-6. [Consult. 20 Mai. 2015]. Disponvel em WWW:.

    [4] SANTOS, Zelene Segurana no Trabalho e Meio Ambiente: NR-17- ERGONOMIA [Em Linha].

    p. 1-3 [Consult. 10 Mai. 2015]. Disponvel em WWW:.

    [5] EVANS, G.; FEATHERS, D. e HEDGE, A. Human Factors and Ergonomics [Em linha] (2012).

    p.1-2. [Consult. 1 Jun. 2015]. Disponvel em WWW:.

    [6] LIMA, F., & DUARTE, F. Integrando a ergonomia ao projeto de engenharia: especificaes

    ergonmicas e configuraes de uso [Em linha] (2014). p. 679690 [Consult. 10 Mai. 2015]. Disponvel em

    WWW:.

    [7] ANDRADE, Bruna [et al.] A ERGONOMIA COMO FATOR CHAVE PARA A SEGURANA

    DO TRABALHO [Em linha] (2013). p. 1-5. [Consult. 16 Mai. 2015]. Disponvel em WWW:.

    [8] PORTO SADE - Educao Postural e Anlise Ergonmica do Trabalho [Em linha]. [Consult. 10

    Jun. 2015]. Disponvel em WWW:.

    [9] MONTEIRO, J. Estudo Ergonmico de um Posto de Trabalho em Contexto Real: A produo

    nas tintas CIN [Em linha] (2013). Dissertao de mestrado em Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais,

    apresentada Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, sob orientao de Mrio Vaz. p.27-28 [Consult.

    15 Mai. 2015]. Disponvel em WWW:.

    [10] ABREU, Ana Anlise da usabilidade de um produto : caso de estudo com um dispositivo

    plvico adaptado posio de sentado em crianas com alteraes neuromotoras [Em linha] (2013). Tese

    de mestrado em Engenharia Humana, apresentada Universidade do Minho sob orientao de Pedro Arezes e

    Cludia Silva. p. 28 [Consult. 20 Mai. 2015]. Disponvel em WWW:.

    [11] GOMES, Emanuel [et al.] Segurana de mquinas e equipamentos de trabalho [Em linha]. Lisboa: ACT, 2013, 30 p.. IBSN 978-989-8076-67-0.

  • 11

    [12] Anexo ao Capitulo 14 dos apontamentos tericos das aulas, disponibilizado pelo Prof. Mrio Lima.

    [13] Capitulo 14 dos apontamentos tericos das aulas, disponibilizado pelo Prof. Mrio Lima.

    [14] LIMA, Filipa Nova Directiva Mquinas 2006/42/CE [Em linha]. Porto: AIMMAP, 2009, 28 p.. [Consult. 29 Mai. 2015]. Disponvel em WWW:.

    [15] Apresentao PowerPoint Directiva Mquinas 2006/42/CE DL 103/2008 de 24 de Junho, disponibilizada pelo Eng. Andr Teixeira da empresa nacional EQS.

    [16] Instituto Portugus da Qualidade A experincia de um Organismo Notificado com as Diretivas Nova Abordagem [Em linha]. [Consult. 30 Mai. 2015]. Disponvel em WWW:.

    [17] Figura [Em linha]. [Consult. 12 Jun. 2015]. Disponvel em WWW:.

  • 12

    ANEXO A FASES DO PROCESSO DE PROJETO ERGONMICO

    Figura 10 Detalhe da estrutura do processo do projeto ergo nmico de mquinas e equipamentos [2]