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Avaliação económica e tomada de decisão
A PERSPETIVA DA ECONOMIA DA SAÚDE
JOANA ALVES
17 DE JULHO DE 2018
Pertinência
de 18 2
Fonte: OECD Health Data (2017)
Despesa total em saúde em % do PIB
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2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Portugal Média OCDE
2016
OCDE: 9,0% PIB
PORTUGAL: 8.9% PIB
Pertinência
de 18 3
Despesa total em saúde per capita, em US$PPP
Fonte: OECD Health Data (2017)
0
500
1 000
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2 500
3 000
3 500
4 000
4 500
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Portugal Média OCDE
2016
OCDE: 4.003 US$PPP
PORTUGAL: 2.734 US$PPP
Pertinência
de 18 4
Mortalidade infantil, mortes por 1.000 nados vivos
0
1
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2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Portugal OECD AVERAGE
2015
OCDE: 3,7
PORTUGAL: 2,9
Fonte: OECD Health Data (2017)
Pertinência
de 18 5
Esperança de vida à nascença, anos
74
75
76
77
78
79
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81
82
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Portugal Média OCDE
Fonte: OECD Health Data (2017)
2015
OCDE: 80,5 anos
PORTUGAL: 81,2 anos
Pertinência
• Algumas questões:
− Os médicos devem testar a pressão arterial a todos os adultos que entram no seu consultório?
− Devem os decisores lançar um rastreio de escoliose nas escolas secundárias?
− Faz sentido que todos os utentes peçam um check-up anual ao seu médico?
− Deve-se incluir determinado medicamento num Formulário Nacional de Medicamentos?
− Os administradores hospitalares devem adquirir todos os tipos de equipamento de diagnóstico?
• Quem deve fazer o quê e a quem? Com que recursos? Que relação com outros
serviços de saúde?
de 18 6
Pertinência
• Recursos escassos, necessidades inúmeras.
• A saúde tem preço: necessidade de fazer escolhas.
• Eficiência: recursos disponíveis versus ganhos em saúde.
• Value for money (vantagem económica).
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Custo de oportunidade
• Em 2004 o NICE recomendou que o NHS
devia financiar a Fertilização In Vitro
(IVF).
• 1 ciclo de IVF = £3.300 (2010/11);
• Qual o custo de oportunidade?
de 18 8
Fonte: Morris, Devlin, Parking (2012)
No sector da Saúde
(UK)
1/2 implante coclear
1 colocação de bypass coronário
9 operações a cataratas
300 vacinas tríplice viral (sarampo, parotidite e rubeola)
Custo de oportunidade
• Em 2004 o NICE recomendou que o NHS
devia financiar a Fertilização In Vitro
(IVF).
• 1 ciclo de IVF = £3.300 (2010/11);
• Qual o custo de oportunidade?
de 18 9
Fonte: Morris, Devlin, Parking (2012)
Noutros sectores
(UK)
1/400 tanques Challenger 2
1/3 de um ativo policial (1 ano)
3/4 de uma professora (1 ano)
5.000 refeições escolares
Princípios da Avaliação Económica
• Usada durante muitos anos no sector público para suportar decisões de investimento:
− Construção de pontes, autoestradas, aeroportos, …
• Possibilidade de aplicação das mesmas decisões à saúde:
− Construção de hospitais e outras instalações,
− Decisões de investimento de capital (equipamentos diagnóstico pesado, IT, …),
− Decisões acerca de intervenções em saúde,
− …
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Pertinência
Avaliação económica:
• Permite determinar o tratamento que proporciona o maior benefício pelo menor
custo.
• Necessária porque as decisões são independentes dos mecanismos de mercado.
• Análise sistemática de alternativas, de forma quantitativa e com uma determinada
perspetiva (sociedade, SNS, hospital,…).
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Análise comparativa de diferentes ações alternativas em
termos dos seus custos e consequências
Comparar alternativas
de 18 12
Escolha
Tratamento A
Tratamento B
Consequência A
Consequência B
Custo A
Custo B
Resultados Recursos
Tipos de estudos de avaliação económica
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• Análise de Custo-Benefício;
• Análise de Custo-Efetividade;
• Análise de Custo-Utilidade;
• Análise de Minimização de Custos;
• Análise de Custos da Doença;
• Estudos de Impacto Orçamental.
Rácio de custo-efetividade incremental
BA
BA
EE
CCRCEI
CA: custo total da alternativa A
CB: custo total da alternativa B
EA: efetividade da alternativa A
EB: efetividade da alternativa B
Análise incremental: qual o custo adicional para obter mais uma “unidade de saúde”?
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Como tomar decisões?
• Informar decisões acerca dos usos alternativos de recursos escassos!
• Análise de Custo-Benefício:
− Soma dos benefícios > soma dos custos (VAL);
• Análise de Custo-Utilidade/Custo-Efetividade:
− League tables,
− Limiar de aceitabilidade.
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Legislação
• Avaliação económica em saúde em Portugal:
− Obrigatória para comparticipação SNS novos medicamentos em ambulatório (1999)
− Obrigatória para comparticipação SNS novos medicamentos em meio hospitalar (2006)
− SiNATS (Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde), DL n.º 97/2015 de 1 de junho.
• «ATS passa a abranger outras tecnologias de saúde para além do medicamento, como é o caso dos dispositivos
médicos. Introduz ainda medidas que garantem a transparência, a previsibilidade, a equidade na utilização e a
obtenção dos ganhos em saúde que justifiquem o financiamento público; a avaliação do valor das tecnologias
financiadas ao longo do seu ciclo de vida; bem como o aprofundamento do envolvimento de Portugal nos
exercícios comunitários de criação de um sistema integrado e europeu de avaliação de tecnologias de saúde.»
(INFARMED, IP 2018)
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Pontos para discussão
• Recursos escassos e usos alternativos;
− Avaliação económica necessária para ajudar a tomar decisões eficientes;
• Providencia evidência lógica e sistemática aos decisores;
• Elevado número de aplicações – exemplos:
− Decisão ao nível central ou local – priorização na alocação dos recursos disponíveis,
− Uso eficiente de serviços de saúde – atividades que têm mais retorno com recursos investidos,
− Prática clínica – definição de guidelines de tratamento;
• Critérios de equidade não tidos em conta;
• Eficiência na decisão disponibilidade de recursos.
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