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AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO CONSUMO , ALIMENTARDE MULHERES NO CLlMATERIO REGINA DAS NEVES GIRÃO MONTlLLA*, MARIA DE FÁTIMA NUNES MARUCCI, JosÉ MENDES ALDRIGHI Trabalho realizado no Centro de Saúde-Escola "Geraldo de Paulo Souza" da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo RESUMO -OBJETIVO. Avaliar o estado nutricional e o consumo RESULTADOS. O IMC médio foi 29,3 kg/m2 (:t6,2 kg/m2),com alimentar de mulheresno climatério. 75% da população acima do índice de normalidade. Quanto à MÉTODOS. Em um estudo transversal foram avaliadas 154mulheres energia, os resultados mostraram-se adequados para os dois atendidas no Ambulatório de Saúde da Mulher Climatérica (ASMUC) grupos etários; quanto à distribuição percentual dos macro- do Centro de Saúde-Escola da Faculdade de Saúde P~blica da Univer- nutrientes todos apresentaram-se inadequados;em relação às sidade de SãoPaulo.As variáveis analisadas foram Indice de Massa vitaminas e minerais, somente o ferro mostrou-se adequado. Corporal (IMC) e consumo alimentar(energia, distribuição percentual CONCLUSÃO. A população avaliada apresenta riscos à saúde, de proteínas, carboidratos e gorduras, vitaminas A e C, minerais cálcio face aos valores elevados de IMC e consumo inadequado de e ferro). Para analisar valor energético da alimentação e minerais cálcio macronutrientes,cálcio, vitaminas A e C. e ferro foram utilizados doisgrupos etários (35-50 anos e 51-65 anos). Para análise de IMC, vitaminas A e C e percentual de macronutrientes, foi considerada a população total estudada (35-65 anos).Em todas as UNITERMOS: Climatério. Estado nutricional. Consumo alimentar. variáveis foram utilizadas médias e desvios padrões. índice de Massa Corporal (IMC). Obesidade. Osteoporose. INTRODUÇÃO cessidade de avançar nesta investigação. De do de pacientes entre 51 e 65 anos, não Vários agravos à saúde constatados no fato, a própria Organização Mundial de Saúde menstruavam há pelo menos um ano e apre- climatério relacionam-se, na maioria das vezes, (OMS) 1 1 recomenda pesquisas ne~sa área, a sentavam níveissericos de FSH superior a direta ou indiretamente com a ingestão inade- fim de, m,el~orc,onhecer possíveis ~ela~ões 3,0 mu/ml. Apósat,endimento ~~dico, as pa- quada de alimentos, quer seja em excesso ou entredlstUrblOS alimentares e agravos a ~ude. CIentes eram convidadas a partiCIparem des- deficiência por longos períodos;essainade- Como ocor:e, um aum~nto d~ prevalênCla, de te estudo e, em caso afirmativo, assinavam o quação, por suavez, constitui em importante doenças ~ronl~ no cllm~térlo, to~~-se Im- termo de con~e~timento, As variáveis de fator de risco 1 para inúmeras doenças, tais como portante Identlfic~r a realidade nutnClona! da estudo foram Indlce de Massa Corporal e as cardiovasculares a obesidade a osteo- mulhernesse perlooo, umavez quea nutrição Consumo Alimentar(energia, distribuição de porose, o câncer d~ cólone de m~a2.3,4. adequada é primordial para assegurar a saúde, macronutrientes, cálcio, ferro, vitaminaA e No caso es pe cífico da mulher climatérica, M ' C). Para energia, cákio e ferro, a população ETODOS t ' d' ' b 'd d ' (35 os excessos nutricionais relacionam-se com o 101 Istrl UI a em OIS grupos -50 anos e alto consumo de alimentos energéticos, prin- T !ata-~ede ,e~udo transversal, cuja po- 51-65 a~s) com 77 mulheres em~cada, ten- cipalmente provenientes de gorduras satu- p~laçao foI constltulda p~r 154m~lheres ma- do ,~m, VI~ ,q~e as~ rec~mendaçoes dessas radas2.3, Consoante Hill etal.5,a gordurapro- trlcula~as n~ ,Ambulatório de Saude da M~- varlavels d~e~etlcas sao feitasconforme seg- veniente da dietaé considerada determinante Iher Cllmaterlca (ASMUC) do Centro de Sau- mento etarlo. Para IMC, percentual de primária de obesidade,sendo esta mais de-Escola "Geraldo de Paula Souza" da Facul- macronutrientes e vitaminas A e C, a análise prevalente em mulheresa partir do clima- dade de SaúdePública da Universidade de foi feita considerando a população total, uma téri06.Outros estudos revelam deficiência de SãoPaulo. Sendo o ASMUC um ambulatório vez que não existediferenciação nas reco- nutrientes, como as vitaminas A e C,7, o cáJ- de atendimento multiprofissionaJ, todas as mendações dessas variáveis por grupo etário. cio2.8-'O e o ferr04, pacientes eram encaminhadas primeiramen- A yariável paraanalisar estadonutricional foi A existência de poucos estudos sobre nu- te à consulta médica, onde eram solicitados o Indice de Massa Corporal (IMC),calculado trição em mulheres climatéricas reforçaa ne- os exames necessários (dosagem hormonal, por meio do "software" "Virtual Nutri" de- colesterol, triglicérides, glicemia, mamo- senvolvido por Philippi et al.'2 a partir da grafia, densitometria óssea, etc). As mulheres relação peso (kg)! estatura (m2). A avaliação *c d ~ ..entre 35 e 50 anos apresentavam ciclos da população por meio do IMC foi realizada, orrespon ~nCla." " Av. Coral, 280 -Cond. Aruj6 menstruais num Intervalo varlavel entre 24 e adotando-se o padrão de referência da OMS 07400-000 -Aruj6 -SP 38 dias; o grupo após a menopausa, constituí- 199513, Para verificação do consumo alimen- Rev Assac Med Bras 2003; 49(1): 91-5 91

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AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO CONSUMO,

ALIMENTAR DE MULHERES NO CLlMATERIO

REGINA DAS NEVES GIRÃO MONTlLLA*, MARIA DE FÁTIMA NUNES MARUCCI, JosÉ MENDES ALDRIGHI

Trabalho realizado no Centro de Saúde-Escola "Geraldo de Paulo Souza" da

Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo

RESUMO -OBJETIVO. Avaliar o estado nutricional e o consumo RESULTADOS. O IMC médio foi 29,3 kg/m2 (:t6,2 kg/m2), comalimentar de mulheres no climatério. 75% da população acima do índice de normalidade. Quanto à

MÉTODOS. Em um estudo transversal foram avaliadas 154 mulheres energia, os resultados mostraram-se adequados para os doisatendidas no Ambulatório de Saúde da Mulher Climatérica (ASMUC) grupos etários; quanto à distribuição percentual dos macro-do Centro de Saúde-Escola da Faculdade de Saúde P~blica da Univer- nutrientes todos apresentaram-se inadequados; em relação àssidade de São Paulo. As variáveis analisadas foram Indice de Massa vitaminas e minerais, somente o ferro mostrou-se adequado.Corporal (IMC) e consumo alimentar (energia, distribuição percentual CONCLUSÃO. A população avaliada apresenta riscos à saúde,de proteínas, carboidratos e gorduras, vitaminas A e C, minerais cálcio face aos valores elevados de IMC e consumo inadequado dee ferro). Para analisar valor energético da alimentação e minerais cálcio macronutrientes, cálcio, vitaminas A e C.e ferro foram utilizados dois grupos etários (35-50 anos e 51-65 anos).Para análise de IMC, vitaminas A e C e percentual de macronutrientes,foi considerada a população total estudada (35-65 anos). Em todas as UNITERMOS: Climatério. Estado nutricional. Consumo alimentar.variáveis foram utilizadas médias e desvios padrões. índice de Massa Corporal (IMC). Obesidade. Osteoporose.

INTRODUÇÃO cessidade de avançar nesta investigação. De do de pacientes entre 51 e 65 anos, nãoVários agravos à saúde constatados no fato, a própria Organização Mundial de Saúde menstruavam há pelo menos um ano e apre-

climatério relacionam-se, na maioria das vezes, (OMS) 1 1 recomenda pesquisas ne~sa área, a sentavam níveis sericos de FSH superior a

direta ou indiretamente com a ingestão inade- fim de, m,el~or c,onhecer possíveis ~ela~ões 3,0 mu/ml. Após at,endimento ~~dico, as pa-quada de alimentos, quer seja em excesso ou entre dlstUrblOS alimentares e agravos a ~ude. CIentes eram convidadas a partiCIparem des-deficiência por longos períodos; essa inade- Como ocor:e, um aum~nto d~ prevalênCla, de te estudo e, em caso afirmativo, assinavam oquação, por sua vez, constitui em importante doenças ~ronl~ no cllm~térlo, to~~-se Im- termo de con~e~timento, As variáveis defator de risco 1 para inúmeras doenças, tais como portante Identlfic~r a realidade nutnClona! da estudo foram Indlce de Massa Corporal eas cardiovasculares a obesidade a osteo- mulher nesse perlooo, uma vez que a nutrição Consumo Alimentar (energia, distribuição deporose, o câncer d~ cólon e de m~a2.3,4. adequada é primordial para assegurar a saúde, macronutrientes, cálcio, ferro, vitamina A e

No caso específico da mulher climatérica, M ' C). Para energia, cákio e ferro, a populaçãoETODOS t ' d ' 'b 'd d '

(35os excessos nutricionais relacionam-se com o 101 Istrl UI a em OIS grupos -50 anos ealto consumo de alimentos energéticos, prin- T !ata-~e de ,e~udo transversal, cuja po- 51-65 a~s) com 77 mulheres em~cada, ten-cipalmente provenientes de gorduras satu- p~laçao foI constltulda p~r 154 m~lheres ma- do ,~m, VI~ ,q~e as~ rec~mendaçoes dessasradas2.3, Consoante Hill etal.5, a gordura pro- trlcula~as n~ ,Ambulatório de Saude da M~- varlavels d~e~etlcas sao feitas conforme seg-veniente da dieta é considerada determinante Iher Cllmaterlca (ASMUC) do Centro de Sau- mento etarlo. Para IMC, percentual deprimária de obesidade, sendo esta mais de-Escola "Geraldo de Paula Souza" da Facul- macronutrientes e vitaminas A e C, a análiseprevalente em mulheres a partir do clima- dade de Saúde Pública da Universidade de foi feita considerando a população total, umatéri06. Outros estudos revelam deficiência de São Paulo. Sendo o ASMUC um ambulatório vez que não existe diferenciação nas reco-nutrientes, como as vitaminas A e C,7, o cáJ- de atendimento multiprofissionaJ, todas as mendações dessas variáveis por grupo etário.cio2.8-'O e o ferr04, pacientes eram encaminhadas primeiramen- A yariável para analisar estado nutricional foi

A existência de poucos estudos sobre nu- te à consulta médica, onde eram solicitados o Indice de Massa Corporal (IMC), calculadotrição em mulheres climatéricas reforça a ne- os exames necessários (dosagem hormonal, por meio do "software" "Virtual Nutri" de-

colesterol, triglicérides, glicemia, mamo- senvolvido por Philippi et al.'2 a partir dagrafia, densitometria óssea, etc). As mulheres relação peso (kg)! estatura (m2). A avaliação

*c d~ ..entre 35 e 50 anos apresentavam ciclos da população por meio do IMC foi realizada,orrespon ~nCla." "

Av. Coral, 280 -Cond. Aruj6 menstruais num Intervalo varlavel entre 24 e adotando-se o padrão de referência da OMS07400-000 -Aruj6 -SP 38 dias; o grupo após a menopausa, constituí- 199513, Para verificação do consumo alimen-

Rev Assac Med Bras 2003; 49(1): 91-5 91

MONTILLA RNG ET H...

tar, utilizou-se o método de inquérito ali" , mentar "recordatório de 24 horas", que Tabela I -Dlstrlbulçao das mulh~res com Idade entre 35.65 anos, atendidas

~consiste na quantificação das preparações e/ .,:1 em Centro de Saude.Escola, segundo IMC, SP

ou alimentos ingeridos durante o dia anteri- IMC Classificação Freqüência Freqüência Média IMC DP (kg/m2)or a entrevista, baseando->e em medidas (kg/m2) segundo IMC absoluta relativa (kg/m2)

caseiras, Quanto ao consumo alimentar, as até 18,4 Magreza leve Grau 1 1 1% 18,2variáveis dietéticas foram energia (Valor 18.5~24.9 Normal J7 24% 22,6 1,5 tICalórico Total -VCT) , carboid ratos , prote- 25,0.29,9.. Sobrepeso Grau 1 54 35% 27,7 1,5 liínas, gorduras, vitaminas A e C, e os mine- 3~,0 -39,9 Sobrepeso Grau 2 53 34% 33,2 2,8rais cálcio e ferro, Os dados referentes ao aCIma de 40,0 Sobrepeso Grau 3 9 6% 45,0 3,5

consumo alimentar foram processados tam- TOTAL 154 100% 29,3 6,2bém pelo "software" "Virtual Nutrj" 12 para

obtenção do consumo médio de energia, dematronutrientes {proteínas, carboidratos egord~ra)e micronutrientesJvit~m!nas e mi- Tabela 2 -Percentual de adequação de consumo das variá~~is .die~ét~c~s, desvio padr~o. e proporção

jnerals), bem como da distrIbuição per- de mulheres com consumo adequado, segundo varlavels dletetlcas e grupo etarlo, SPcentual dos macronutrientes e a adequação : Percentual de Proporção de

percentual das demais variáveis díetéticas Variáveis Grupo etário adequação e mulheres com(energia, vitaminas Ae C, cálcio eJerro). O dietéticas (anos) desviopadrão(%) adequação(%)

padrão de referência utilizado para adequa- Energia 35-50 82,5 (.:t)3,0) 44,2ção ehergética foi o do National Resourch 51.65 88,6(:1:35..6) 46,9Council (NRC 1989)14, considerando ade- Proteína 35.65 16,4(:t6..3) 28quada a dieta que apresentasse VCT entre Go~ura 35.65 5.' ,4 (:tt2,2) 1.5 li~ 80% e 120% do recomendado. Para a dis- Carboldrato 35.65 12,2(:ttfJ;3) 't7

tribuição percentual das proteínas utilizou- Cálcio 35.50 64.0 (:t64,0) 14,3;-' 51.65 51 ,O (:t62,2) 14.5

se a recomendaçao ~roposta por Yo,unl~' Ferro 35.50 108;1 (;t 108,8) 31,S ~Munro e, Fukugawa, Cltados~orHorwltz , 51-65 1.I~.Q{:t59,fJ) 21,7:que consIderam adequada a dieta que apre- VrtaminaA 35-65 1 20,7 (:t99,O) 18,2sente percentuals entre..l2% e 14%. Para as VrtaminaC 35.65 201.0 (:t223, I) 7,8gorduras e oscarboidratos, os parâmetrosutilizados foram os valores sugeridos porNorum, Pederson e Wohl, também citadospor Horwitzl5, considerando adequados os RESULTADOS cederam aos percentuais recomendados fo-seguintes p~rcentuais: gorduras -25% a Quanto ao IMC, 24% da população apre- ram as proteínas (16,4%:t6,3~) e as gorduras30%; carboldratos -pelo ,menos :5% do sentaram-se adequados em relação ao estado (32,2%:t 12,2~), J~ os carboldratos apresen-~CT, Como os autores,~ltados nao me~- nutricional, tendo em vista que o IMC taram valore~ Inferiores ,(51,4% :t10,~%) àClonam o perce~tual maxlmo para carbol- situou-se nos valores de normalidade; 35% recomendaçao. Ao analisar a proporçao dad rato , ficou defin!d? o valor d:63% como foram classificados com sobre peso grau 1,34% p~pulação com adequação nos macronu-porcentagem maxlm~ A op~ao por este com grau 2,6% com grau 3 e I % com magre- trlentes, constata-se que somente 28% da

valor se deu em funçao da dlfe~ença, e,ntre za gray I. Portanto, 76% da população estuda- população apresentaram quantidade adequa-100% do VCT e as recomendaçoes mlnlmas da apresentaram IMC inadequado, sendo da de proteína, 15% de gordura e 17% de

d~ proteínas e de ~orduras. Quanto às ,~ita- 75% com sobrepeso e obesidade (Tabela I), carboidrato.minas A e C e oml~eral ferro. foram utlllza- Quanto à energia, os percentuais médios Quanto à adequação das vitaminas A e C,d~s as rec~men~~çoes do NRCI4; em rela- foram adequados, ou seja, 82,5% (:t33,0%) e observa-se na Tabela 2, que ambas atingiram j

ç,ao ao cálCIo, u~lilzaram-se os valores, suge- 88,6% (:t35,6%) para os grupos etários de valores médios superiores as recomendações.ridos ~ela Natlonal_Academy ,?f ?Cle~c:s 35-~0 anos e 51-65 anos, respectivamente. E~ relação à propo,rçã~ de mulheres com(~AS) , A ~deq~aça? das varlavels, d~ete- Avaliando-se a proporção de mulheres com dieta adequada em vitamina A e C, constata-tlcas (en,ergla: vItaminas A e C, calClo e dieta adequada em energia, obteve-se 44,2% ram-se 18,2% e 7,8%, respectivamente,ferro) foI avaliada entre 80% e 120% das para o grupo etário dos 35-50 anos e 46,9% Nos dados referentes ao cálcio dietéticorecomendações. Para todas as variáveis fo- para as mulheres acima de 51 anos (Tabela 2), (640 mg e 610 mg para os grupos dos 35-50ram calculadas as respectivas médias e des- Os percentuais para os três macronu- e 51-65 anos, respectivamente), os dois gru-vios padrõ~s, utilizando o ap.licativo Excel trientes (proteínas, carboidratos e gorduras) pos etários apresentaram-se inadequados,2000 da Microsoft. indicaram inadequação, Os nutrientes que ex- sendo que o percentual de adequação para o

:92 Rev Assoc Med Bras 2003; 49(1): 91-5 j

ESTADO NUTRlClONAL E CONSUMO ALIMENTAR NO CUMAmlO

grupo de 35-50 anos foi de 64% e para o ponderal ocorreu ao longo do tempo, isto é, gordura seja somente um dos vários deter-outro grupo de 51-65 anos foi 51 %. Em tanto sobrepeso, obesidade como magreza minantes de uma "superalimentação".relação à proporção da população com con- representam processos crônicos. Entretanto, Inúmeros estudos5,34,37 tentam explicar asumo adequado de cálcio dietético, os resul- a avaliação do inquérito alimentar pelo recor- relação entre o consumo exagerado de gordu-tados foram 14,3% e 14,5% para os grupos datório de 24 horas verificou quantitati- ra dietética e a eclosão da obesidade; assim,etários dos 35-50 e 51-65 anos, respectiva- vamente a ingestão alimentar no dia anterior a dietas ricas em gorduras têm menor termo-mente, revelando que a maior parte (mais de entrevista, independente de seu estado nutri- gênese35, maior eficiência no armazena-85% em ambos os grupos) da população cional atual, ou seja, é um dado recente e, ment05,36, menor poder de saciedade38,39 e sãoapresentou-se com consumo inadequado portanto, não poderia exercer influência direta mais palatáveis do que alimentos de baixadesse nutriente. na obesidade; 2) como a partir da terceira densidade energética5.39.40. Dessa forma, a re-

Quanto à adequação do ferro, verifica- década da vida ocorre diminuição do metabo- dução na ingestão de gordura dietética parecese que em média o resultado apresentou-se lismo basal, supõe-se que se esta redução não ser efetiva na queda do peso corporal, mesmoadequado para os dois grupos etários for acompanhada por queda no valor ener- sem restrição energética37. No entanto, Hill et(Tabela 2). Entretanto, apesar dessa ade- gético da dieta ou por elevação no dispêndio al.5 mencionam que o maior efeito da dieta dequação, somente 31,5% do grupo entre 35- energético pela atividade frsica, ocorrerá um baixo teor de gordura pode não ser a diminui-50 anos e 21 ,7% para o grupo etário acima desequilfbrio entre consumo e gasto, resultan- ção no ganho de peso, mas sim sua prevenção.dos 50 estavam de acordo com a recomen- do em sobrepeso e obesidade a médio e longo Quanto ao percentual de protefna die-dação do NRC (I 989) IA., praz06.24. Frise-se que para a OMSII a ativida- tética, verificou-se que a média esteve acima

.de frsica é fundamental na prevenção e contro- da recomendação; como o excesso protéicoDISCUSSAO le da obesidade; 3) Como esse estudo foi pode promover maior excreção renal de

Os resultados sobre IMC mostraram realizado em um ambulatório multiprofis- cálcio, esse fato torna-se particularmente im-sobrepeso em 75% da população avaliada; sional, é possfvel que orientações nutricionais portante na mulher após a menopausa, poisisso é extremamente preocupante, uma vez básicas ~adas a~teriormente às mulhe:es P?S- ela já apresenta progressiva perda de massaque o risco de morbi-mortalidade aumenta sam ter InfluenCIado os resultados, pOIS muitas óssea28,29.31. Além do mais, outra complica-com a obesidade 16,.17. Esses resultados se asse- delas consumiam dietas hipocalóricas. ção está no fato do consumo de cálcio reve-melham com aqueles obtidos em outros estu- Qu~nto à distribuição dos macronutrie~- lar-se inadequado nos dois grupos etáriosdos, tanto em pafses desenvolvidos como em tes, venfica-se que, apesar dos percentuals (Tabela 2). Em um estudo recente41, verifi-desenvolviment05,18-21. estarem bem próximos às recomendações, a cou-se que a protefna poderia contribuir no

Vários estudos revelam que mulheres a ~aioria da p~pu!ação mostrou distribuição ganho ósseo desde que o consumo de cálciopartir do inicio do climatério (40 anos)6,16.22 Inadequada, prinCIpalmente quanto às gordu- estivesse adequado. Para Heaney42, a pro-apresentam progressivo aumento de peso. De ras e aos carbold~tos. Esses resul~dos .suge- terna e o cálcio podem atuar no osso sinergi-fato, isso foi comprovado pelo First National rem uma tendênCIa pela preferênCIa a ailmen- camente se ambos estiverem presentes naHealth and Nutrition Examination Survey tos gordurosos e protéicos. Apesar de não se dieta em quantidades adequadas. Entretanto,

Follow-up Study23 , que analisando I 0.000 tr~tar ~e questõ.e7 relacion~da~ à mulher a protefna pode tornar-se efetivamente anta-americanos, com idade entre 25-74 anos du- cllmaténca, Mondlnl & Montelro estudaram gonista para o metabolismo ósseo quando orante dez anos, constatou aumento de peso, as modificações no padrão da alimentação ur- consumo de cálcio é baixo.tanto em homens como em mulheres. bana brasileira e perceberam uma tendência A despeito do aumento na recomendação

Em relação à energia, esta apresentou va- de aumento na participação relativa das gordu- dietética do cálcio,o.28, a média continua inade-Iores de acordo com o estabelecido (80%- ras e das protefnas. Essa preferência sabida- quada, comprometendo ainda mais a saúde120% das recomendações do NRC 198914) mente é prejudicial à saúde da mulher clima- óssea da mulher no clirnatério. Considera-separa ambos os grupos etários; essa adequação, térica, pois o excesso de gordura dietética ainda que a proporção de mulheres com dietapor sua vez, situou-se próxima ao limite infe- favorece a obesidade, as doenças cardio- adequada neste nutriente foi baixa em ambosrior do estabelecido. Entretanto, como se vasculares, o câncer de mama e o de endo- os grupos etários (14,3% e 14,5% para osobteve uma prevalência de 75% da população métrio'7.26.27, além do que o excesso protéico grupos 35-50 anos e 51-65 anos, respectiva-com IMC acima da normalidade (29,3 kg/m2 pode gerar aumento na excreção renal do mente). Esses resultados foram ainda inferio-:t6,2kg/m2), ao se comparar o IMC com os cálcio, favorecendo a osteoporose2.28-32. res do que aqueles obtidos por Galeazzi el a143,valores energéticos da dieta, percebe-se que Hill et al.5 argumentam que a gordura que verificou o consumo alimentar em cincoessas duas variáveis não apresentaram neces- dietética é determinante primária de obesida- municfpios brasileiros (Rio de janeiro, Campi-sariamente a mesma tendência. Isso pode ser de. Entretanto, outros autores mostram que o nas, Curitiba, Goiânia e Ouro Preto). Nesteexplicado por três razões: I) o IMC é um percentual de energia proveniente das gordu- estudo, o consumo médio de cálcio (emfndice que avalia estado nutricional atual. As- ras tem-se reduzido de forma expressiva nos mulheres com idade de 45-65 anos) nas cincosim, ao analisar um indivfduo com IMC inade- últimos anos 19,22, apesar do aumento na cidades brasileiras foi de 917 mg de cálcio e aquado, significa que o ganho ou a perda prevalência da obesidade33 , sugerindo que a proporção de mulheres com consumo de cál-

Rev Assoc Med Bras 2003; 49(1): 91-5 93

MONTILLA RNG ET .AL.

cio adequado foi de 31 ,3%. De acordo com (80%) e 56,5% acima da recomendação má- and C vítamins were utilized the total popu-

Yates et alio, o aumento na ingestão dietética xima (120%). O consumo elevado de vitami- lation(35-65yearsofage). Inallvariableswere

deste mineral (1000-1200 mg), mesmo em na C dietética não promove qualquer proble- calculated mean and standard deviation.

mulheres pós-menopausais, poderia retardar ma, pois o excesso de ácido ascórbico die- RESULTS. The mean Bt11 was 29.3 kgim2

a perda de cálcio ósseo. tético é excretado pelos rins7, Entretanto, (::t6.2 kgim2J, with 75% of populatlon above

Em relação ao ferro dietético, os resulta- estudos indicam que indivíduos que ingerem normality. About the energy, the results

dos revelam que a média está adequada, com dietas com altos teores de ácido ascórbico indicated adequacy to two age groups; about

90,5% (:t90,3) da recomendação para o gru- (acima de 1000mg /dia) , apresentam risco the dlstribution percentual of macronutrients,

po etário dos 35-50 anos e 112,8% (:t58,8) significativo de cálculos renais decorrentes de ali were inadequate. In relation to the vitamins

para o grupo dos 51-65 anos. Essa adequação oxalat04S. Esses resultados se assemelham and minerais, ali were inadequates, with

decorre do consumo protéico elevado na die- aos de Galeazzi et al.43 que confirmaram a exceptionofiron.

ta, uma vez que as principais fontes de ferro mesma tendência de alto consumo de ali- CONauSloN.771epopulationstudi'edpresents

dietético advêm de certos alimentos protéicos mentos ricos em vitamina C, nos cinco muni- risks to health owing to high value of Bt11 and

(cames em geral). De acordo com Felippe ópios brasileiros pesquisados (Rio de janeiro, inadequate intake of macronutrients, calcium, A

jr.44, é comum o consumo excessivo de ferro Campinas, Ouro Preto, Goiânia e Curitiba). and C vitamins. [Rev Assoc Med Bras 2003;

em adultos, idosos e em mulheres na me no- 49( I): 91-5]

pausa, Entretanto, quando se avalia a propor-CoNcLUSÃO

ção de mulheres (31,5% para o grupo etário Portanto, na avaliação do estado nutri- KEYSWORDs: Climacterium.. Nutritional status.

de 35-50 an?s e21 ,7% para o grupo de 51-~5 cional'e- do consumo alimentar, este estudo Food intake. Body Mass Index (BMI). Obesity.

anos) com dieta adequada em ferro e o desvIo t Ih I ' t " I ' Osteo p orosis-' , mos rou que as mu eres cima erlcas a 1- .

padrao, os resultados mostraram-se msatls- t d I' ta ,' I, ' , .' -men am-se e lorma Incorre , prmClpa-

fatonos, poiS a matona da populaçao apresen- t d t d 'sta t't t ' V I REFERÊNCIASt d ' ta , d d I men e o pon o e VI quan I a IVO. a e

ou le ma equa a em lerro. It t ' , d fi ' I '

O t I ' d ' d 'itam ' A ressa ar que o nu rlente mais e IClente 101 o .I, Shuman JM, Nutrição no envelhecimento, In:

P ercen ua me 10 e v ma mos- ' I ' , I M h LK K ESS d °it AI o, ,ca CIO, em espeCla para o grupo que neces- a an .rause .e orso Imentos.

trou-semadequado(120,7%),segundooscn- 'it d ' t -o nutriçãoedietoterapia, São Paulo: Roca; 1998,

t " d tad " t ta t d s a e maior aençao e por ISSO, programas 29 "315enos a o os; en re n o, apesar esse re- '- ' , p, "T- o

ltad 'It '" d -, ' de orlentaçao nutrlClonal devem fazer parte 2 Feldman EB NutrrtionaJ needs of climatericsu o suar-se proxlmo a a equaçao maxl- " " ' , 'o ' o o

t 18 2% d I - sta d no atendimento a mulher cllmaterlca, Alem women, In, Notelovitz M, Van KeepP. editors,

ma,somene, a pop ua çaoe vaa e- d " f d I d - Th 1 0 t o o ct ° L d MTP-" ,o mais, e un amenta que a e ucaçao e cima erlc In perspe Ive, on on:

quada em relaçao à vitamina A, Os demais t " I d t ' I d ' Press Limrted; 19860 po 27-40'- nu rlClona eva ser es Imu a a na P re-esco- o , o '

8 f,8% apresentaram madequaçao, sendo que , ' '- 3, Sutnlck M, Nutritlonal aspects of the meno-

d st t I 47 4% sta b . d ia, quando habltos e atitudes estao em forma- pause o In: Eskin BA. editor, The menopause:

e e percen ua, , e vam a alxo os - As , I' ta - d d "80% d d -' tad çao. Sim, uma a Imen çao a equa a mstl- comprehensive management, 3th ed, New

a recomen a çao ou se ja q uase me e , ,. Yk ' M G H ol ' 199 "55 70-' ' " ,tulda precocemente e mantlda contlnuamen- o~' ac raw li, "To p, I -,

da popula~o tinha consumo defiCIente de VI- t ta , rta t ! t t 4, Relmer A, Ellenbogen L, Feldman EB, ' , , e represen um Impo n e Ia or Promo or o o .

tamma A. E Importante considerar que essad ' d ' Gallagher C. RlVlln R, Wagner P, et ai,

O" ' , e sau e eP reventivo q uanto aos ag ravos Nut ot O I ' N t I o

tz M V k PdefiClenCla pode acarretar cegueira noturna, '" , , o rI lono n,o o ~ ~VI 'o an eep ,

ftal ' It -,.+~ ta cronlcos a saude. editors, The cllmatenc In perpective, London:

xero ~~~, a era~oes c~l4n:as, e 7aumen r a MTP Press Limrted; 1986, po 353-60,

susceptibilidade a carClnogenese. Para os S 50 HiIIJO.. Melanson EL. Wyatt HT, Dietary fat34,4% (dos 81,8%) da população que apre- UMMARY intake and regulation of energy balance:

sentaram consumo acima do recomendado, NUTRITIONAL STATUS AND FOOD INTAKE implication for obesity, J Nutr 2000; 130:

parece não ocorrer maior risco de ag ravos à ASSESSMENT OF CLIMACTERICS WOMEN6 Wi284S~ R 8S' M tth KA K II LH M '

I hELo, ,mg, a ews ,uer , elan .

saúde, pois não há na literatura casos conheci- BACKGROUND. To evaluate the nutrltlonal Plantinga PL. Weight gain at the time af

dos de toxicidade alimentar por essa vitamina7. status and food intake of climacterics women. menopause, Arch Intern Med 1991; 151: 97-

Quanto ao percentual de adequação da t1ETHODS. In a transversal study were 103.

, , It d 154 ' ,/ t d ' h 7, Mahan LK, Arlin MT, Vltaminaso In: Mahan LK,

vitamIna C, o resultado de 20 I ,5% sugere evalua e women matricUla e In t e Arl ' MT d ot AIO t t o--'o ,

C 'I" f h GOl' , IAl f m ,e ! ores, Imen os, nu rlçao e

que a populaçao consome dieta nca em áCIdo IIn/C o t e Ilmacterlc rroman o the Health dietoterapia, 8" ed. São Paulo: Roca; I 995,p,

ascórbico, porém quando são avaliados o Center of Public Health College of the São 99-143,

desvio padrão e a proporção da população Paulo University, BrazlZ The anaiyzed 8, Heaney RP, Gallagher JC, JohnstonCC, Neer

d ' d " ' b l b d O" IpM/) d I: od R, Parfltt AM. Chir B, et aI. Calcium nutrrtioncom leta a equada nesta vitamina, percebe- vana les were o ry mass Inuex {D/"Ilj an 10 d bon h Itho th Id ri ArnJCI '

N'" "O ,'/-I: I "' b ' an eealneeey, Inutr

se nltlda dlscrepanCla nos resultados. Assim, a Inta~e (energy, percentua ulstrl utlon of 1982; 36: 986-10 13,

parcela da população que estava com reco- macronutrients, A and C vitamins, calcium and 9, Stevenson JC, Determinantsof bone densrty in

mendação adequada em vitamina C foi de iron minerais). To anaiyse food caloric value normal women: risk factors for future osteo-

7 8 0l O d ' 92 2% d i' d .'I ~/' d porosis? Br Med J 1989; 298: 924-8,

somente, 70. s emals , com an calC/um an Iron minerais, were utilize IO Yat M S hlO k SA S oit cw Do, -o, , o , I' , es ,c mc er ,u or ,Ietarymadequaçao nessa vitamIna foram divididos two age groups (J~-50 y and 51-65 y) To reference intakes: the new basisfor recom-

em 35,7% abaixo da recomendação mínima anaiyse Bt1~ macronutrients percentage andA mendation for calcium and related nutrientsB

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