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Associação Brasileira de Estudos Populacionais AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO EDUCACIONAL: UM OLHAR SOBRE O MUNICÍPIO DE PARNAMIRIM/RN

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Associação Brasileira de Estudos Populacionais

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO EDUCACIONAL:

UM OLHAR SOBRE O MUNICÍPIO DE PARNAMIRIM/RN

1. PANORAMA DA AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO

O Brasil tem vivido nas últimas duas décadas um período de constante avaliação das políticas

públicas, na perspectiva da aferição da eficácia, eficiência e efetividade das ações do Estado. Nesta

perspectiva, um dos setores que tem ganhado destaque, sobretudo, a partir da década de 1990, é a

educação, que passou a ter um novo significado com a Constituição Federal de 1989 e as

significativas mudanças associadas ao sistema educacional brasileiro, oriundas e posteriores a este

marco legal. Diante deste cenário, cabe destacar que a inquietação sobre a qualidade da educação

pública, sobretudo da educação básica é algo extremamente presente na cena política e

administrativa do país, resultado deste despertar para um novo olhar sobre a avaliação do

desempenho da educação no Brasil. Tal situação é apontada por Bonamino (2002), quando este

refaz a trajetória dos estudos sobre educação e afirma que no final da década de 1980 “o

reconhecimento da inexistência de estudos que mostrassem mais claramente o atendimento

educacional oferecido à população e seu peso sobre o desempenho dos alunos dentro do sistema

escolar conduziu as primeiras experiências de avaliação de primeiro grau” e continuando as

trajetória, o autor aponta que é nos anos 90 que “o sistema de avaliação da educação básica passa a

inserir-se em um conjunto mais complexo de interrelações, em cujo interior operam o

aprofundamento das políticas de descentralização administrativa, financeira e pedagógica da

educação”.

Nesta perspectiva, dois marcos podem ser destacados, como referenciais para os estudos e a

construção de instrumentos avaliativos nesta área: em primeiro lugar, “a partir dos anos 1990 o

Brasil passa a se preocupar com a criação de uma política nacional de avaliação, implantando o

Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb)” (Vidal & Vieira, 2011, p.424); e, posteriormente,

dando ênfase a essa nova perspectiva de gestão educacional, em 1996, é aprovada a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação (LDB), o qual é importante, pois, segundo Neto (2007):

Pela primeira vez a legislação refere-se à coleta de informações e à avaliação com o

objetivo de atuar sobre a qualidade do ensino. Em seu artigo 9º, inciso V, a Lei determina

que cabe à União a coleta, a análise e a disseminação de informações sobre educação. O

inciso VI, desse mesmo artigo, estabelece também que a União, em colaboração com os

sistemas de ensino, deve assegurar um processo nacional de avaliação do rendimento

escolar nos dois níveis de ensino com o objetivo de definir prioridades para melhorar a

qualidade do ensino. (p.3)

Desta forma, é inegável o avanço dos mecanismos de avaliação que os governos, sobretudo

na esfera federal, vem desenvolvendo para subsidiar a elaboração de estudos e formulação de

políticas públicas que consigam equacionar os gargalos da educação básica brasileira. Dentre estes

mecanismos, quatro podem ser elencados como basilares, a saber: a Provinha Brasil, o Sistema

Nacional de Avaliação da Educação Básica, o Exame Nacional do Ensino Médio, e o Censo

Escolar; em todos os casos, a organização destes instrumentos é de responsabilidade do Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). De forma especial, cabe

destacar que o Censo Escolar é o principal instrumento para coleta de dados estatísticos

educacionais do país, reunindo informações das mais diversas naturezas, sendo de fundamental

importância para a execução de diversas políticas do setor ao associar o fornecimento de recursos

do governo federal aos dados fornecidos por este censo. Em resumo, os dados oriundos deste

mecanismo, com relação ao rendimento e fluxo escolar, bem como os resultados das avaliações do

Saeb são utilizados para a confecção do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica),

que é o principal indicador para a aferição da qualidade do ensino no país.

Diante do exposto, é perceptível o avanço no campo da avaliação do setor educacional no

Brasil, nesta perspectiva, cabe considerar alguns dados a fim de atestar a tese de que mesmo com os

avanços na perspectiva de identificar os entraves do sistema educacional, a educação básica

brasileira vem passando nos últimos anos por inúmeras dificuldades no tocante a qualidade do

ensino (ROITMAN e RAMOS).

Ao analisar, por exemplo, o IDEB nos três níveis avaliados pelo INEP, comparando as notas

obtidas tanto na rede pública como na iniciativa privada, bem como, o desempenho geral do país, os

seguintes valores são expressos:

Tabela 01 – IDEB geral do Brasil por nível avaliado e dependência administrativa no período

de 2005 a 2011 Anos Iniciais do Ensino

Fundamental

Anos Finais do Ensino

Fundamental Ensino Médio

Ano Rede

Pública

Rede

Privada Total

Rede

Pública

Rede

Privada Total

Rede

Pública

Rede

Privada Total

2005 3.6 5.9 3.8 3.2 5.8 3.5 3.1 5.6 3.4

2007 4.0 6.0 4.2 3.5 5.8 3.8 3.3 5.6 3.5

2009 4.4 6.4 4.6 3.7 5.9 4.0 3.4 5.6 3.6

2011 4.7 6.5 5.0 3.9 6.0 4.1 3.4 5.7 3.7

Fonte: INEP

Mesmo com dados crescentes no decorrer dos anos, é perceptível o estado crítico da

educação brasileira, pois os índices gerais (Total) de avaliação apontam em todos os níveis e anos

avaliados um desempenho inferior a 5,0 em uma escala de zero a dez, com exceção dos anos

iniciais do Ensino Fundamental no ano de 2011, que alcançou, exatamente, a nota 5,0. Além disso,

quando comparados os dados da rede privada com a rede pública, pode-se perceber a discrepância

entre as redes, bem como, o insucesso da educação pública, pois todas as notas são inferiores a 4,8.

Tabela 02 - Média dos Componentes do IDH-M dos Municípios Brasileiros no período de

1991 a 2010

IDH Educação IDH Longevidade IDH Renda

1991 0,279 0,662 0,647

2000 0,456 0,727 0,692

2010 0,637 0,816 0,739

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano – PNUD

Outro indicador que pode ser considerado é o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano),

aferido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, que explicando resumidamente,

considera três dimensões para análise: renda, saúde e educação. Neste caso, o Brasil, no ano de

2012, ficou em 85º lugar com um IDH de 0,730 (em uma escala que varia de 0 a 1,0), em uma lista

com 186 países. Tal indicador também é aferido em relação aos municípios, e, ao observar a média

do IDH-M dos municípios brasileiros, levando em consideração as dimensões deste indicador, no

período de 1991 a 2010, conforme mostra a Tabela 02. Os valores indicados na tabela revelam um

crescimento significativo na avaliação da educação, sendo o componente do indicador em destaque

com maior crescimento nas décadas trabalhadas, mas mesmo com esse crescimento, o nível da

educação brasileira ainda encontra-se em um patamar mediano.

Diante deste cenário preocupante da educação brasileira, e atentando mais detalhadamente,

para o quantitativo de municípios do estado do Rio Grande do Norte por faixa do componente

Educação do IDH-M é possível observar que a realidade da referida unidade da federação é similar

ou ainda mais grave do que as médias nacionais. Essa indicação é perceptível quando se considera,

sobretudo, as faixas em que estão inseridos a maior quantidade de municípios em cada ano

considerado, pois no primeiro ano em que foi feito o levantamento cento e dez municípios estavam

na faixa entre 0,101 e 0,200, sendo que o melhor desempenho foi do município de Natal, que obteve

uma pontuação de 0,407; no ano de 2000, oitenta e cinco municípios concentraram-se na faixa entre

0,201 e 0,300, e a capital, mais uma vez ficou a frente das outras cidades, desta vez com uma

pontuação 0,547; e, por fim, no último ano considerado, noventa municípios obtiveram um

desempenho entre 0,501 e 0,600, no entanto, desta vez, o município de Parnamirim obteve o melhor

desempenho, com uma pontuação equivalente a 0,726. Esses dados apontam para considerações

semelhantes àquelas postas na perspectiva nacional, a saber, um cenário de ascensão dos

indicadores de educação, mas, que ainda retratam um estado crítico, pois menos de 60% dos 177

municípios do estado apresentam um desempenho superior a 0,500, sendo este desempenho

alcançado somente no ano de 2010. Uma outra constatação da situação preocupante da qualidade do

ensino no estado do Rio Grande do Norte aparece, quando são relacionadas as notas do IDEB dos

municípios mais populosos da Região Metropolitana de Natal e a nota da rede pública do próprio

estado como um todo, conforme a Tabela 03. Diante deste cenário, outra coisa que salta aos olhos é

o fato do município com o melhor desempenho neste componente analisado, mas também, no IDH-

M, não ser a capital, mas sim, o município de Parnamrim. O município em questão alcançou um

IDH-M de 0,766, sendo que a índice alcançado pelo estado do Rio Grande do Norte foi 0,684; ao

observarmos a dimensão educação do IDH-M, teremos mais uma vez o destaque desse município,

pois enquanto o estado alcançou 0,597, Parnamirim logrou o exitoso resultado de 0,726.

Tabela 03 – IDEB dos Municípios mais populosos da RMN e do estado do RN, por nível

analisado, no período de 2005 a 2011

Ente Federativo

Anos Iniciais do Ensino

Fundamental

Anos Finais do Ensino

Fundamental

2005 2007 2009 2011 2005 2007 2009 2011

Rio Grande do Norte 2,5 3,2 3,5 3,8 2,5 2,8 2,9 3,0

Natal 3,2 3,7 3,7 4,0 3,0 3,2 3,2 3,2

Parnamirim 3,2 3,8 4,0 4,1 2,9 3,5 3,2 3,2

São Gonçalo 2,6 3,0 3,2 3,3 2,8 2,5 2,8 2,8

Macaíba 2,4 3,0 2,9 3,5 2,6 2,6 2,6 2,9

Ceará Mirim 2,1 2,7 2,9 3,6 2,4 2,5 2,8 3,2

Fonte: INEP

Apresentados estes dados introdutórios, cabe fazer algumas reflexões, haja vista que apesar

do Brasil estar vivendo este novo momento da educação pública, em que o desempenho educacional

está presente na agenda do país, sendo, inclusive analisado, e, em diversas instâncias, considerado a

fim de melhorar e adequar o sistema de ensino, tais práticas não são realizadas por todos os entes

federados, sobretudo, nos municípios de pequeno porte, devido, em especial, a falta de capacidade

técnica e financeira, oriundas, especialmente, do pacto federativo e da excessiva carga de

obrigações sem o devido aporte financeiro trazidos com ele. Inseridos, portanto, em um cenário em

que a avaliação tem se apresentado como algo relevante e a padronização de exames, por parte da

esfera federal, tem possibilitado uma escala de posições a partir do desempenho dos alunos – sendo

inclusive considerada para o repasse de recursos financeiros –, municípios com capacidade técnica

reduzida tem considerado esses resultados como os únicos elementos de aferição da qualidade do

ensino de suas redes, desprezando assim, outras fontes de dados, quer primários quer secundários,

na perspectiva de produzir uma avaliação do desempenho e, consequentemente, do planejamento

educacional dos municípios para os períodos que se seguem. Assim sendo, a avaliação e o

planejamento das redes municipais de ensino, em diversas secretarias de educação do país, tem sido

limitados a conferência do IDEB, com o intuito do município lograr uma posição mais exitosa na

aferição subsequente. Desta forma elementos significativos como recursos humanos, financeiros e

físicos, além de análises sociodemográficas, tem sido desprezados na construção de uma avaliação e

de um planejamento consolidado, que vise alterações consistentes no status quo dos municípios seja

a médio ou longo prazo. Precisa-se, portanto atentar para a constatação e o alerta, feitos por SILVA

(2010), ao refletir sobre o sistema de avaliação educacional brasileiro:

Percebe-se a construção de um sistema avaliativo complexo, com informações relevantes

acerca do desempenho estudantil e do contexto intra e extraescolares. Entretanto, deve

haver parcimônia na utilização de seus resultados, uma vez que podemos utilizá-los, tanto

como norteador no aprimoramento das políticas educacionais rumo à universalização da

qualidade do ensino enquanto direito subjetivo dos cidadãos como incorrer numa

simplificação do significado de qualidade de ensino, vertendo para uma lógica

meritocrática, eficienticista e, consequentemente, competitiva entre as unidades e redes de

ensino. (p. 433)

Desta feita, em um cenário de valorização da educação básica, sobretudo no que tange a

avaliação; padronização de avaliações por parte do governo federal e outras instituições; e,

incapacidade técnica e financeira por parte da maioria dos estados e municípios do país, fruto de um

pacto federativo obsoleto, este trabalho, que está inserido no âmbito do Projeto “O habitus de

estudar: construtor de uma nova realidade na educação básica da Região Metropolitana de Natal”,

vinculado ao Observatório da Educação – CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior), tem como objetivo identificar os fatores que contribuem para o sucesso do

desenvolvimento do desempenho da educação do município de Parnamirim, analisando os aspectos

da gestão educacional com o intuito de apresentar os êxitos logrados, como exemplo a ser seguido

por outros municípios com realidades socioeconômicas semelhantes, como também, na perspectiva

de identificar os desafios que se apresentam neste setor.

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Como fora exposto, o presente trabalho tem como objetivo identificar os fatores que

contribuem para o desempenho escolar do município de Parnamirim, para tanto, foi realizado um

estudo exploratório a fim de identificar tais elementos. Nesta perspectiva, o trabalho foi dividido em

quatro etapas. A princípio, foi realizada uma revisão da literatura que trata do assunto estudado,

tanto no campo da avaliação de políticas públicas em educação como no campo do desempenho

educacional, a fim de construir uma fundamentação teórica atual e relevante sobre a temática. O

segundo item a ser considerado, foi o contato com a gestão do município, a fim de realizar um

levantamento prévio de informações e materiais sobre o município, no que tange a administração

municipal, a questão educacional e o interesse e viabilidade da realização da pesquisa. Esse contato

foi realizado por meio de uma conversa com a Secretária Adjunta da Secretaria Municipal de

Educação e Cultura de Parnamirim, que colocou o órgão a disposição para contribuir com o

desenvolvimento do trabalho.

A terceira etapa, a de coleta de dados, foi dividida entre o levantamento de dados

secundários, sendo estes divididos em três categorias: caracterização geral do município,

indicadores educacionais e informações referentes a educação municipal em Parnamirim ou que

refletissem nesta. Neste item, foram utilizados os bancos de dados do MEC, INEP, IBGE, PNUD,

DATASUS e da Prefeitura Municipal de Parnamirim, e, a realização de entrevista semiestruturada

com o responsável pela Coordenação Técnica Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação e

Cultura de Parnamirim, a fim de obter a visão deste, enquanto gestor envolvido tanto com o

processo de ensino dos alunos, quanto com elementos técnicos da gestão, a respeito do processo

educacional, bem como, confrontá-los com os dados secundários obtidos. Por fim, a última

etapa compreendeu a sistematização dos dados levantados, a fim de considerá-los para análise. Para

tanto, foram observados os dados relativos ao município de forma geral, bem como o desempenho

das escolas individualmente. Além disso, foram consideradas as duas etapas do Ensino

Fundamental, em consonância com o MEC, a saber: anos iniciais, que integra as séries do 1º ao 5º

ano, e as séries finais, do 6º ao 9º ano, na perspectiva de identificar se o desempenho do município é

algo extensivo a toda rede de ensino ou se existem apenas lampejos de boas práticas entre as escolas

que compõe essa rede, e, portanto, compreender quais os fatores que contribuem para o

desempenho educacional do município em estudo.

Para fins de análise foram considerados na elaboração deste trabalho dois indicadores, quais

sejam: o IDEB e o IDH, que passarão a ser detalhados a seguir, na perspectiva de compreender a

construção dos indicadores, como também o objetivo da sua utilização.

O primeiro indicador utilizado foi o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica que é

adotado pelo INEP, tendo em vista que

Os indicadores de desempenho educacional utilizados para monitorar o sistema de ensino

no País são, fundamentalmente, de duas ordens: a) indicadores de fluxo (promoção,

repetência e evasão) e b) pontuações em exames padronizados obtidas por estudantes ao

final de determinada etapa do sistema de ensino (4ª e 8ª séries do ensino fundamental e 3º

ano do ensino médio). É importante ressaltar que os estudos e análises sobre desempenho

educacional raramente combinam as informações produzidas por esses dois tipos de

indicadores, ainda que a complementaridade entre elas seja evidente. (FERNANDES, 2007,

p. 7).

Nesta perspectiva, o IDEB é utilizado por considerar em seu cálculo essas duas dimensões

consideradas por Fernandes, assim, segundo o mesmo autor (2007), a aplicação de um indicador

que congregue o desempenho educacional em testes padronizados e as informações sobre fluxo

escolar, propicia uma visão mais integrada do desenvolvimento educacional. Para tanto, o IDEB

considera em seu cálculo1 o produto entre a média da Proficiência em Língua Portuguesa e

Matemática, obtidas a partir da Prova Brasil e SAEB, padronizada para um indicador entre 0 e 10,

dos alunos de uma unidade escolar e do indicador de rendimento baseado na taxa de aprovação da

etapa de ensino dos alunos desta mesma unidade. O outro indicador utilizado, tendo em vista que o

objeto de estudo deste trabalho é um município, foi considerado o IDH-M (Índice de

Desenvolvimento Humano Municipal), que configura-se como uma adaptação da metodologia

utilizada no cálculo do IDH, para os municípios brasileiros, sendo esta adequação feita pelo PNUD

Brasil, o IPEA e a Fundação João Pinheiro, no ano de 2012, a partir dos dados do Censo

Demográfico de 2010. Este indicador, também sintético, reúne três dimensões: longevidade, renda e

educação, que quando agrupados por meio de uma média geométrica, geram o IDH-M2.

1 O detalhamento sobre o cálculo do IDEB pode ser obtido em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/

portal_ideb/o_que_e_o_ideb/Nota_Tecnica_n1_concepcaoIDEB.pdf 2 O detalhamento sobre o cálculo em cada dimensão, assim como do indicador de forma integral está disponível em:

http://atlasbrasil.org.br/2013/o_atlas/metodologia

3. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PARNAMIRIM

O município de Parnamirim foi criado a partir da Lei nº 2.325 de 17 de dezembro de 1958,

no entanto, teve seu nome alterado no ano de 1973 para Eduardo Gomes e apenas em 1987, com a

Lei nº 5.601 de 6 de agosto do referido ano, voltou ao histórico nome de Parnamirim. No que tange

as questões geográficas, deve-se destacar que a cidade de Parnamirim está inserida na Região

Metropolitana de Natal, desde a criação desta, através da Lei Estadual Complementar n° 152, de 16

de janeiro de 1997; sendo o terceiro município mais populoso do estado, com uma população de

202.413 habitantes, segundo o Censo de 2010 do IBGE, estando este quantitativo populacional

disposto em um território de 120 km2, o que resulta em uma densidade demográfica de 1.686,7

hab/km2.

Em termos de economia, o município registrou em 2010, um Produto Interno Bruto (PIB) de

R$ 2.350.562.000,00 (IBGE), o que o coloca na terceira posição deste ranking no estado, sendo

responsável pelo equivalente a 7% de tudo aquilo que é produzido no Rio Grande do Norte. O setor

de serviços é o que tem maior importância econômica, sendo responsável por 78,8% da riqueza do

município, com destaque para o segmento turístico, em virtude dos atrativos naturais (como as

praias e o maior cajueiro do mundo), bem como, por ser a porta do estado para o Brasil e para o

mundo, devido ao Aeroporto Internacional Augusto Severo. Ainda nesta perspectiva

socioeconômica, cabe destacar que o IDH-M de Parnamirim no ano de 2010 foi 0,766, o que coloca

o município na faixa das cidades brasileiras com o IDH-M alto. Ademais, deve-se mencionar o

crescimento do município nas aferições deste indicador tendo em vista a ascensão deste, da faixa

dos municípios com IDH-M muito baixo em 1991, passando em 2000 para a faixa de IDH-M médio

e chegando ao presente patamar em 2010, inclusive, liderando o ranking deste indicador no estado

do Rio Grande do Norte.

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

No tocante ao aspecto demográfico, o município de Parnamirim possui características

importantes, pois, tem se destacado em virtude do elevado crescimento populacional em relação ao

estado, sendo, inclusive, o município que detêm a maior taxa de crescimento nos últimos

14.502 26.362

63.312

124.690

202.413

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

1970 1980 1991 2000 2010

Gráfico 01 - Crescimento Populacional do Município de

Parnamirim no período de 1970 a 2010

6,2 %

Taxa Média de Crescimento

8,3%

7,8%

5,0%

levantamentos realizados pelo IBGE. O município, em apenas quatro décadas, teve o seu

contingente populacional aumentado em quase quatorze vezes, alcançando percentuais de

crescimento por década, variando entre 42% e 62%, sendo este pico alcançado no período entre

2000 e 2010. Além disso, cabe apontar que a taxa média de crescimento do município, no período

em questão, sempre esteve igual ou superior a 5% ao ano

Esta situação em que o município de Parnamirim se encontra é caracterizada por OJIMA e

MARANDOLA (2013) ao afirmar que:

Desde a década de 1990, vivemos o processo de desconcentração metropolitana (Azzoni,

1986; Baeninger, 1999; Camarano e Beltrão, 2000; Pacheco e Patarra, 1997), ou de

desmetropolização (Santos, 1993), nomes dados ao processo de crescimento relativo maior

nas áreas periféricas das metrópoles, e não em suas sedes, ou mesmo o crescimento relativo

maior de áreas fora das regiões metropolitanas. (p.103)

Fonte: DATASUS3 (Elaboração Própria)

Deve-se destacar que o crescimento populacional deste município tem relações com diversos

fatores, dentre os quais podem ser destacados: a proximidade com a capital do estado e a ausência

de espaços para a construção de edificações no município de Natal; a disponibilidade de terrenos

para construção de imóveis residenciais, que inclusive têm sido bastante utilizados, por ocasião do

Programa Minha Casa, Minha Vida; e, das oportunidades de emprego e negócios que vem surgindo,

a partir do Distrito Industrial presente no município, bem como pelo setor do turismo na região do

litoral. Em suma, pode-se destacar o fluxo migratório, como um dos principais fatores deste

crescimento populacional do município em tela.

Outras constatações relevantes a serem feitas, dizem respeito à distribuição por idade e sexo

da população do município, neste sentido, pode-se observar um estreitamento da base da pirâmide

etária (Gráfico 02), reflexo das baixas taxas de natalidade do município, seguindo assim, a

3 Os dados do DATASUS configuram-se como uma projeção populacional para o período.

12000 9000 6000 3000 0 3000 6000 9000 12000

0 a 4 anos 5 a 9 anos

10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 34 anos 35 a 39 anos 40 a 44 anos 45 a 49 anos 50 a 54 anos 55 a 59 anos 60 a 64 anos 65 a 69 anos 70 a 74 anos 75 a 79 anos

80 anos e mais

Gráfico 02 - Pirâmide Etária do Município de Parnamirim para o

ano de 2012

Homens Mulheres

tendência do país; uma superioridade no número de homens nas idades mais jovens, enquanto que

as mulheres são maioria nas idades mais avançadas, o que aponta para questões consequentes deste

crescimento populacional, como a urbanização, e dos problemas oriundos desta, como a violência,

por exemplo; além da extensa camada formada pela população entre 15 e 64 anos, que representam

a população ativa, e, consequentemente, de quem depende os demais grupos etários, a saber, jovens

(população menor de 15 anos) e idosos (população com mais de 64 anos).

Tais considerações tornam-se pertinentes, tendo em vista os princípios apontados por

RIGOTTI de que “o fortalecimento e o desenvolvimento [...] só poderão ser atingidos se os

investimentos do presente levarem em conta as perspectivas futuras” (2012, p.468) e ainda que “a

análise do impacto das mudanças do padrão demográfico sobre as estruturas etárias é fundamental

para se planejar novas questões e demandas, [...] em relação aos serviços que os governos e a

sociedade devem prestar aos distintos grupos de cidadãos” (2012, p.479). Nesta perspectiva, cabe

fundamentar esta abordagem relativa à dinâmica demográfica e aos impactos no sistema

educacional, com os elementos apresentados por CERQUEIRA, ao afirmar que:

O Brasil tem passado por importantes mudanças demográficas nas últimas décadas, das

quais a queda nos níveis de fecundidade certamente foi uma das mais importantes e com

grandes implicações nas questões educacionais, pelo seu impacto na estrutura etária do

país. A redução na demanda por ensino, principalmente de primeiro grau, refletida nos

indicadores de escolarização, que beiram atualmente os 100% de atendimento, são

acompanhadas, entretanto, de uma série de problemas a serem contornados, entre eles a

melhoria na qualidade, na eficácia e no acesso aos serviços oferecidos. (CERQUEIRA,

2004, p.35)

Nesta mesma linha de observação, cabe destacar, que mesmo com o estreitamento da base

da pirâmide, o grupo etário jovem ainda representa 23,8% da população do município (Tabela 04).

Ao detalhar um pouco mais os dados que possibilitaram a construção desta tabela, será possível

identificar que a população em idade escolar4, equivale a 52.592 habitantes, representando

aproximadamente 25% da população do município, expressando, portanto, uma demanda bastante

expressiva que necessita dos investimentos no campo educacional.

Tabela 04 – População do Município de Parnamirim por Grupos Etários e Sexo no ano de

2012

GRUPOS ETÁRIOS HOMEM (%) MULHER (%) TOTAL (%)

Jovens (Menos de 15 anos) 25.869 (50,8%) 25.063 (49,2%) 50.932 (23,8%)

Ativos (Entre 15 e 64 anos) 72.715 (47,4%) 80.534 (52,6%) 153.249 (71,5%)

Idosos (Maior de 64 anos) 4.036 (40,3%) 5.982 (59,7%) 10.018 (4,7%)

TOTAL 102.620 (47,9%) 111.579 (52,1%) 214.199 (100%)

Fonte: DATASUS

4. EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PARNAMIRIM

4 Levando em consideração a Educação Infantil e os Ensinos Fundamental e Médio, a partir da coleta do Censo Escolar

encerrada em 27 de outubro de 2013.

4.1 Estrutura Educacional

Parnamirim possui no âmbito do município, unidades de ensino particular e público, em

todos os níveis de ensino: educação básica, ensino médio e ensino superior, totalizando algo em

torno de 48.906 matrículas, excetuando-se o nível superior. Na esfera privada, encontram-se no

município unidades desde a educação infantil até o ensino superior.

Tabela 05 – Alunos Matriculados por Nível de Ensino e Tipo de Dependência no Município de

Parnamirim em 2013*

Tipo da

Dependência

Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino

Médio

Educação

Profissional (Nível Técnico)

EJA**

TOTAL Creche Pré Escola

Anos Iniciais

(1º ao 4º ano) Anos Finais

(5º ao 9º ano) Fundamental Médio

Federal 0 0 0 0 316 143 0 0 459

Estadual 0 0 333 1.754 5.841 0 599 1.006 9.533

Municipal 1.991 3.318 10.371 8.715 0 0 1.620 0 26.015

Privada 708 1.418 4.665 3.638 1.824 142 132 372 12.899

TOTAL 2.699 4.736 15.369 14.107 7.981 285 2.351 1.378 48.906

Fonte: Elaborado com base nos dados do EDUCACENSO

* Não foram contabilizados os alunos da Educação Especial.

** EJA (Educação de Jovens e Adultos): Inclui os alunos das modalidades presencial e semipresencial, bem como os alunos

da EJA Integrada à Educação Profissional.

A rede municipal, foco deste trabalho, é composta por 59 escolas da educação infantil e

ensino fundamental, que são os níveis de ensino de competência municipal, conforme a

Constituição Federal. Destas, dezessete são de Educação Infantil e as outras 42 de Ensino

Fundamental. Cabe destacar que do total de matrículas realizadas em 2013 (Tabela 05), algo em

torno de 54% estava sob a responsabilidade do município.

A estrutura organizacional do município possui uma secretaria específica para tratar dos

assuntos da educação, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SEMEC), que apesar de

legalmente a área da cultura está vinculada a pasta da educação, existe um órgão no organograma

da Prefeitura, a Fundação Parnamirim de Cultura, que é responsável por todos os assuntos desta

área, ficando assim, a SEMEC focada apenas nas questões ligadas a educação. A política

educacional desenvolvida no município está pautada nos princípios do Plano Municipal de

Educação, que segue as diretrizes do Plano Nacional de Educação, e inclusive passa por um

processo de reformulação.

A secretaria de educação além de disponibilizar o ensino regular às crianças e adolescentes

do município, também oferece, em parceria com outros entes e instituições, programas de incentivo

ao esporte, lazer, cultura e reforço escolar, como por exemplo: Forças no Esporte, Segundo Tempo

e Mais Educação. Além destes projetos, mantêm parcerias com o governo federal, nas áreas de

gestão, qualificação e desenvolvimento da educação, com as seguintes iniciativas: a) o PDE, um

programa do MEC, com o intuito de atender as escolas com baixo desempenho no IDEB, a partir do

planejamento estratégico e participativo; no entanto, na perspectiva de ampliar o alcance desse

projeto, foi criada a Plataforma PDE Interativo, que possibilita o acesso a qualquer escola da rede

pública independente do escore obtido no IDEB; b) o Plano de Ações Articuladas, resultado dos

desdobramentos do Plano de Desenvolvimento da Educação apresentado pelo MEC no ano de 2007,

surgindo como um novo modelo de colaboração das ações desenvolvidas pelos entes federativos

sem que lhes sejam tirados a questão da autonomia, mas que propiciasse a melhoria dos indicadores

educacionais, através da decisão política, ação técnica e atendimento da demanda educacional,; e, c)

o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), que consiste em um compromisso

firmado pelos entes da união, em nível nacional a fim de propiciar que todas as crianças estejam

alfabetizadas até os oito anos de idade, portanto, ao final do terceiro ano do ensino fundamental.

4.2 Desempenho Educacional

O município de Parnamirim possui indicadores educacionais bastante expressivos para a

realidade do Rio Grande do Norte como já fora citado, no entanto, este desempenho não é algo

homogêneo em toda a rede municipal. Existem diferenças expressivas dentro da própria rede de

ensino, tanto no que diz respeito aos níveis de ensino como entre o desempenho das próprias

escolas.

Tabela 06 – Notas e Projeções do IDEB de Parnamirim

Projeção do

IDEB Anos

Iniciais

IDEB Alcançado

(Anos Iniciais)

Projeção do

IDEB Anos

Finais

IDEB Alcançado

(Anos Finais)

2005 - 3,2 - 2,9

2007 3,2 3,8 3 3,5

2009 3,6 4 3,1 3,2

2011 4 4,1 3,4 3,2

2013 4,3 - 3,8 -

2015 4,6 - 4,2 -

2017 4,9 - 4,4 -

2019 5,2 - 4,7 -

2021 5,4 - 5 -

Fonte: INEP (Adaptado)

A princípio, ao analisar as notas alcançadas pelo município nas séries avaliadas em cada ano

em que o IDEB foi aferido, pode-se perceber que as notas dos anos iniciais, a partir do ano de 2009,

são bastante expressivas em relação aos anos finais. Ademais, constata-se um crescimento do

desempenho dos anos iniciais, enquanto que nos anos finais pelo menos três momentos podem ser

destacados: a princípio, um crescimento considerável no período de 2005 a 2007; depois uma queda

no desempenho entre 2007 e 2009; e, por último, uma constância desse desempenho.

Ao confrontar essas notas, com as metas propostas pelo MEC para o município de

Parnamirim até o ano de 2021, pode-se fazer mais algumas constatações: no que tange os anos

iniciais, todas as metas até o momento foram alcançadas e a curva de metas propostas vem sendo

acompanhada de forma satisfatória pelos resultados obtidos pelo município; no tocante aos anos

finais, apesar de haver uma queda no desempenho nas notas alcançadas, o município, devido a sua

nota em 2007 ser bem acima da meta projetada e não ter havido uma queda extremamente brusca,

ainda se encontra em uma situação confortável ante as metas projetadas, tendo em vista que estar

apenas dois décimos abaixo do desempenho proposto para o período, além disso, das três metas

propostas no período em que foram aferidas as avaliações, em apenas um ano o município não

conseguiu atingir o esperado. Em suma, considerando o desempenho por série avaliada e as

metas propostas pelo MEC para o período, pode-se perceber a existência de algumas dificuldades

no contexto dos anos finais, haja vista as oscilações no desempenho aferido pelo indicador exposto,

no entanto com certa margem para que os gestores possam equacionar estes problemas, sendo tal

assertiva feita, tendo em vista o desempenho dos anos iniciais, que a cada ano vem galgando

resultados melhores, e, portanto, expressam que os alunos que futuramente estarão nos anos finais

do ensino fundamental terão uma estrutura mais sólida, que poderá vir a refletir em desempenhos

consequentemente melhores.

Tabela 07 – Taxa de Aprovação do Município de Parnamirim por Série avaliada no período

de 2005 a 2011

Anos Iniciais Anos Finais

Ano 1º 2º 3º 4º 5º Indicador de

Rendimento

(P)

6º 7º 8º 9º Indicador de

Rendimento

(P)

2005 95,6 65,1 - 98,4 76,1 0,81 57,0 63,7 77,7 81,1 0,68

2007 99,2 99,1 99,3 67,2 80,3 0,87 68,6 78,1 86,3 89,0 0,80

2009 98,2 99,0 98,5 71,8 82,2 0,88 64,2 75,4 82,3 85,4 0,76

2011 97,7 98,3 99,0 68,7 77,6 0,86 64,7 71,5 72,2 81,9 0,72

Fonte: INEP

Ao detalhar os resultados das variáveis que compõe o IDEB, a saber, o fluxo escolar, ou

ainda, a taxa de aprovação, e os resultados da Prova Brasil, para o nível do município, algumas

outras considerações podem ser feitas. Em relação as taxas de aprovação, cabe destacar que

analisando as séries iniciais e o recorte temporal feito, não há nenhum tipo de cadência, no entanto,

ao observar os anos finais, perceber-se-á que com o avançar das séries, os índices de aprovação vão

aumentando, e este crescimento da taxa no último ano acaba por dar uma alavancada na taxa de

aprovação do período, refletido no Indicador de Rendimento (P). Considerando agora as notas das

proficiências em Língua Portuguesa e Matemática, bem como a Nota Média Padronizada (N) obtida

na Prova Brasil, será possível constatar que no decorrer dos anos o escore em ambas as provas, e,

consequentemente, na Nota Média Padronizada, vem melhorando nos anos iniciais, enquanto que

nos anos finais, também houve uma queda no rendimento das provas no período de 2007 para 2009,

completando, portanto, a razão do desempenho abaixo da média neste ano (Taxa de Aprovação

baixa e desempenho na Prova Brasil também baixo).

Cabe, no entanto, destacar uma constatação aplicável a ambas as séries analisadas: no que

diz respeito a comparação entre as disciplinas, tanto nos anos iniciais como nos finais, o

desempenho em Matemática é superior ao de Língua Portuguesa em todas as vezes que a prova foi

aplicada, isto revela uma deficiência quanto ao ensino da Língua Portuguesa e das habilidades de

compreensão de leitura e escrita, mas também, aponta uma virtude, que é o desempenho eficiente

das habilidades de contagem e resolução de problemas por parte dos alunos e da competência dos

professores em criar mecanismos a fim de despertar os alunos para este campo que muitas vezes é

tido como o grande problema a ser enfrentado. Diante desta constatação, deve-se considerar, que

apesar das notas nas proficiências de Língua Portuguesa serem inferiores as da disciplina de

Matemática, tais notas vem aumentando paulatinamente em todos os momentos aferidos, tendo um

acréscimo de 11,2% nos anos iniciais, de 2005 a 2011, enquanto em matemática o crescimento foi

de 16,6%; e nos anos finais as notas em português tiveram um crescimento de 2%, sendo este

percentual superior as notas em Matemática, que tiveram um crescimento de apenas 0,4% no

período.

Tabela 08 – Nota da Prova Brasil do Município de Parnamirim por Série e Competência

avaliada no período de 2005 a 2011

Anos Iniciais Anos Finais

Ano Matemática Língua

Portuguesa

Nota Média

Padronizada

(N)

Matemática Língua

Portuguesa

Nota Média

Padronizada

(N)

2005 161,80 156,20 3,89 234,60 222,70 4,29

2007 180,28 161,77 4,35 235,82 226,05 4,36

2009 184,97 168,99 4,57 230,71 225,66 4,27

2011 188,60 173,67 4,72 235,52 227,12 4,38

Fonte: INEP

Diante das considerações feitas, foi possível observar as diferenças existentes na rede

municipal entre as séries iniciais e finais do ensino fundamental, além disso, a constatação de uma

melhora significativa nos desempenhos tanto na Prova Brasil como nas Taxas de Aprovação

também ficou perceptível, compondo assim, um conjunto bem estruturado das ações desenvolvidas

no âmbito da rede municipal, apesar de uma leve queda dos anos finais no ano de 2009, mas que já

em 2011 conseguiu retomar ao rumo que outrora havia sendo trilhado.

Partindo para uma rápida observação do desempenho das escolas com os cinco melhores e

piores desempenhos no IDEB nas séries iniciais e finais da rede municipal de ensino, levando em

consideração apenas as escolas que participaram, pelo menos, das três últimas aferições realizadas

pelo INEP, pode-se verificar o desempenho acima da média de escolas dos anos iniciais, que não

apenas ficaram acima de todas as metas estipuladas no período, mas também, seguem, já nos

próximos anos, se continuarem na mesma linha de crescimento, para uma educação de excelência,

tendo em vista, o padrão estipulado pelo MEC de até o ano de 2021 alcançar a média seis, o que

equivale ao ensino de países com alto desempenho educacional.

Tabela 09 – Desempenho das Escolas com Melhor e Pior Desempenho no IDEB nas Séries

Iniciais no período de 2005 a 2011*

ESCOLA 2005 2007 2009 2011 2013

Nota Nota Meta Nota Meta Nota Meta Meta

EM Nossa Senhora da Guia 5,4 5,6 5,5 6,4 5,8 6,7 6,1 6,4

EM Profº Homero de Oliveira Dantas - 3,4 - 5,2 3,6 5,5 3,9 4,2

EM Profª Enedina E do Nascimento 3,3 4,1 3,3 3,7 3,7 5,0 4,1 4,4

EM Augusto Severo 3,3 3,9 3,3 4,2 3,7 5,2 4,1 4,4

EM Raimunda Maria da Conceição 2,6 4,1 2,6 4,6 2,9 4,9 3,3 3,6

EM Maria do Céu Fernandes - 3,5 - 4,6 3,7 3,2 4,0 4,3

EM Maura de Morais Cruz 3,4 5,0 3,4 4,5 3,8 3,2 4,2 4,5

EM Alzelina de Sena Valença 2,9 3,6 3,0 3,9 3,3 3,8 3,7 4,0

EM Profª Luzanira Maria C Cruz 2,6 2,7 2,7 3,4 3,0 3,3 3,4 3,7

EM Profª Eulina Augusto de Almeida 3,0 3,9 3,1 2,6 3,4 2,8 3,8 4,1

Rede Pública Municipal 3,2 3,8 3,2 4,0 3,6 4,1 4,0 4,3

Fonte: INEP

* Foram consideradas apenas as unidades escolares com participação nas três últimas aferições.

Os resultados marcados em cinza referem-se ao cumprimento da meta proposta.

Em contrapartida, na parte de baixo da tabela, deparando-se com as escolas com os piores

desempenhos, vamos ter duas situações interessantes, pois as escolas conseguem, na maioria dos

casos, alcançar e até superar as metas propostas, no entanto, não há uma constância ao longo dos

anos no desempenho destas escolas, tendo inclusive unidades escolares que já estiveram entre as

escolas com melhor desempenho, entretanto, ao longo do tempo, deixaram este grupo, passando a

figurar entre aquelas de desempenho inferior, como é o caso da EM Maura de Morais Cruz, que em

2005 e 2007 esteve entre as cinco escolas com melhor desempenho, no entanto, na última aferição

passou para o grupo inferior. Considerando o mesmo ranking, mas agora para as escolas das séries

finais do ensino fundamental, pode-se constatar algumas situações importantes: em primeiro lugar,

as escolas, de forma geral não tem notas altas, , com exceção da EM Maura de Morais Cruz5; além

disso, as unidades escolares na maioria das vezes não conseguem alcançar as metas propostas; por

fim, algo que chama a atenção é o fato da escola com um dos piores desempenhos nos anos iniciais

do ensino fundamental, figurar como a escola com o melhor desempenho nas séries finais do

município, que é o caso da EM Maura de Morais Cruz.

5 Só estão sendo consideradas as unidades escolares contidas na tabela XX. Em todas as aferições do IDEB das séries

finais, apenas seis escolas do município alcançaram nota superior ou igual a quatro, a saber: EM Alzelina de Sena

Valença, EM Brigadeiro Eduardo Gomes, EM Dr. Otávio Tavares, EM Jornalista Rubens Manuel Lemos e EM Profª

Ivanira de Vasconcelos Paisinho, além da EM Maura de Morais Cruz.

Tabela 10 – Desempenho das Escolas com Melhor e Pior Desempenho no IDEB nas Séries

Finais no período de 2005 a 2011*

ESCOLA 2005 2007 2009 2011 2013

Nota Nota Meta Nota Meta Nota Meta Meta

EM Maura de Morais Cruz - 4,1 - 4,5 4,1 4,7 4,4 4,7

EM Manoel Machado 2,1 3,5 2,2 3,1 2,5 3,7 2,9 3,4

EM Adm Josafa Sisino Machado - 3,7 - 3,5 3,8 3,6 4,0 4,3

EM Dr Sadi Mendes Sobreira - 3,1 - 2,9 3,2 3,3 3,4 3,8

EM Profª Francisca B de Souza - 3,1 - 3,1 3,2 3,2 3,4 3,8

EM Profº Luiz Maranhão Filho 2,9 3,9 2,9 3,8 3,1 3,1 3,3 3,7

EM Pres Artur da Costa e Silva 2,7 2,9 2,7 2,4 2,9 3,0 3,2 3,6

EM Profª Francisca F da Rocha 3,0 3,5 3,1 3,2 3,2 2,8 3,5 3,9

EM Sen Carlos Alberto de Souza 2,5 3,5 2,6 2,0 2,8 2,7 3,1 3,5

EM Des Silvino Bezerra Neto 3,3 3,0 3,4 3,1 3,5 2,7 3,8 4,2

Rede Pública Municipal 2,9 3,5 3,0 3,2 3,1 3,2 3,4 3,8

Fonte: INEP

* Foram consideradas apenas as unidades escolares com participação nas três últimas aferições.

Os resultados marcados em cinza referem-se ao cumprimento da meta proposta.

A referida unidade escolar que teve um desempenho aquém do esperado na última aferição,

referente aos anos iniciais, vinha em uma crescente, e teve a concretização de dois ciclos (2005 a

2009 e 2007 a 2011) bastante exitosos, pois os grupos de alunos que se submeteram a avaliação do

IDEB nos anos iniciais em 2005, obtendo um escore de 3,4, conseguiu em 2009, agora no final do

ensino fundamental, obter um desempenho satisfatório de 4,5; enquanto que o grupo que em 2007,

conseguiu alcançar a nota 5,0, em 2011 ao sair do ensino fundamental, alcançou o índice de 4,7,

ficando em todos os casos, acima das metas estabelecidas. Cabe também uma consideração a EM

Nossa Senhora da Guia, que em todas as aferições do IDEB obteve a maior nota do município e nos

últimos anos vem sendo inserida em um grupo de referência, haja vista ter sido a escola pública do

estado com melhor desempenho neste indicador, batendo inclusive a meta nacional ainda para o ano

de 2021.

4.3 Fatores de Sucesso

A exposição dos resultados obtidos pelo município impulsiona uma reflexão sobre quais as

causas desse que fundamentam essa ascensão no aspecto educacional de Parnamirim, nesta

perspectiva, cabe, portanto, elencar os fatores que contribuem para o desempenho do município, de

forma geral, pois mesmo existindo diferenças dentro da própria rede, quer relacionado às unidades

escolares, quer nos níveis de ensino avaliados, o desempenho do município tem sido bastante

satisfatório, levando em consideração, sobretudo, o contexto do estado do Rio Grande do Norte.

Desta forma, tendo como referência os dados e informações expostas; a análise dos estudos sobre o

IDEB da UNICEF; e a entrevista concedida pelo Coordenador Técnico Pedagógico do Ensino

Fundamental da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Parnamirim, três fatores podem ser

indicados como os principais motivadores deste desempenho.

O primeiro fator a ser considerado é o da gestão educacional, tendo em vista que este é o

norteador de todas as ações neste campo de atuação do município. Aqui, cabe destacar a

organização e distribuição das tarefas no âmbito da SEMEC, no que tange ao planejamento,

acompanhamento e avaliação das práticas educativas; além disso, deve-se ressaltar que em quase

todos os setores, mesmo os de ordem técnica, existem profissionais da área da educação, sejam

pedagogos ou licenciados, a fim de servir como elo entre a secretaria e os profissionais que estão

nas escolas, para que as diretrizes e objetivos propostos possam ser implementados levando em

consideração a realidade das salas de aula, e da mesma forma, os anseios destas, possam ser

compreendidos pelos técnicos da secretaria. Diante desta realidade, percebe-se que o município

enquadra-se, em seu discurso e prática, no grupo de redes de ensino que alcançam melhorias no

desempenho educacional, segundo a UNICEF (2008), por focar a garantia e o direito de aprender,

haja vista que “as redes analisadas apresentaram uma gestão direcionada para a aprendizagem, com

um conjunto de práticas voltadas a essa finalidade [...] o centro das atenções é o aluno e existe uma

clara compreensão de que o sentido de todo o esforço é a garantia do seu direito de aprender”.

Neste item, também deve ser destacada a questão da autonomia e da gestão democrática das

escolas – apesar da escolha dos dirigentes (diretor e vice) ser feita por indicação política6 –, tendo

em vista que estas são responsáveis pela administração e pela autonomia pedagógica das mesmas,

respeitando as diretrizes estabelecidas pela SEMEC e pelos dispositivos normativos, sendo da

alçada delas a elaboração e alterações dos seus respectivos Projetos Político Pedagógico, bem

como, da constituição de comissões para acompanhar os trabalhos desenvolvidos no âmbito da

escola, como é o caso do Conselho Escolar. Com relação a este item deve-se ressaltar que o corpo

técnico da secretaria de educação presta assessoria às escolas em tudo que se faz necessário,

demonstrando assim, que “a estreita relação com a Secretaria Municipal de Educação gera, como

contrapartida, um efeito altamente benéfico: a autonomia das escolas. Isso não se confunde com

desarticulação ou abandono, e sim com respeito pelas decisões e corresponsabilidade pelos

resultados”. (UNICEF, 2010, p.23-24)

O segundo fator que merece destaque é o desenvolvimento de projetos no âmbito do

município, quer por iniciativas próprias ou através de parcerias. Estes projetos, como já fora

detalhado na seção anterior, tem como objetivo, de forma geral, ampliar o tempo dos alunos com

atividades educativas e aprimorar as práticas de gestão e a estrutura das escolas. No que diz respeito

à melhora no desempenho educacional, os alunos por participarem de atividades de

6 Apesar da escolha dos dirigentes ser feita por indicação política, é necessário que os ocupantes do cargo possuam

formação na área educacional.

acompanhamento pedagógico, tem a oportunidade de tirar as dúvidas oriundas da sala de aula,

assim como reforçar os conhecimentos adquiridos, desta forma, a afirmação de PARANDEKAR é

totalmente aplicável, pois “no que diz respeito aos programas federais implementados nos

municípios [...] os resultados parecem evidenciar que a natureza da intervenção federal é corretiva

como resposta às deficiências dos alunos dessas redes” (2008, p.56). Ademais, como apontam

LIMA e RAMIRES, “estes programas contribuem expressivamente no trabalho escolar, sobretudo

financeiramente, no entanto, o trabalho deve ser contextualizado para tornar-se significativo ao

aluno e o município não [...] abrir mão do seu direito à autonomia” (2011, p.10). Ainda abordando a

questão do desenvolvimento de projetos no município, deve-se considerar que estes estão

relacionados com a prática da leitura e escrita, e, seu respectivo aprimoramento, haja vista que

nestes momentos, bem como na ampliação ou instalação das bibliotecas e salas multifuncionais nas

escolas, os alunos são inseridos no mundo da leitura e passam, portanto, a exercitar as habilidades

neste campo, que reflete diretamente, no desempenho educacional destes. Diante disto, cabe

ressaltar, o que fora afirmado pela UNICEF (2010) de que:

A valorização da leitura, além de se dar por meio da elaboração desses projetos, concretiza-

se nas redes municipais pela ênfase no estabelecimento de boas condições para a

alfabetização nos primeiros anos da escolarização. Um processo de alfabetização bem-

sucedido facilita a trajetória escolar. E as crianças que obtêm bons resultados nas primeiras

séries adquirem autoconfiança, valorizam a aprendizagem e passam a gostar do ambiente da

escola (p.55)

Por fim, o terceiro fator a ser destacado é o da capacitação e valorização dos professores,

tendo em vista o olhar que a gestão do município tem tido destes profissionais e suas respectivas

responsabilidades para o sucesso escolar dos alunos. Desta feita, deve-se enaltecer a figura do

professor enquanto aquele que está na ponta das políticas públicas de educação, fazendo com que

tudo aquilo que fora planejado, nas mais diversas instâncias, alcance os resultados esperados.

Assim, a visão da gestão municipal sobre este profissional pode ser expressa da seguinte forma:

Nesta perspectiva, o município comunga da consideração feita pelo levantamento realizado

pela UNICEF que relaciona as práticas que contribuíram para a melhoria do IDEB de alguns

municípios brasileiros ao afirmar que “a melhoria na formação inicial dos professores teve impacto

importante na aprendizagem dos estudantes. Os municípios com melhores resultados no Ideb, [...]

apresentam taxas superiores a 80% de professores graduados.” (UNICEF, 2010, p.36). O residual

dos profissionais que não possuem graduação na rede municipal são professores que possuem o

Curso de Magistério e que, por estar próximo da aposentadoria, optaram por não fazer um curso

superior, portanto, dentre de pouco tempo, o município terá como formação mínima em seu quadro,

professores graduados. Ainda na perspectiva da qualificação dos profissionais, a SEMEC em

parceria com outras instituições tem propiciado aos professores da rede a oportunidade de realizar

pós-graduações nas diversas áreas da educação, como gestão escolar e psicopedagogia.

Cursos de qualificação, em especial, na área de alfabetização, também vem sendo realizados,

desta feita, deve ser destacada a pactuação do município ao PNAIC, que se configura como uma

excelente estratégia de melhora do desempenho educacional, pois ao incentivar os profissionais a se

capacitar, através de uma bolsa de estudo, e estes profissionais replicarem a metodologia apreendida

em suas respectivas escolas, os gestores acabam por fazer com que o desempenho educacional

passe a progredir nos anos vindouros, haja vista que boa parte das escolas do município terá

inserido em suas práticas, metodologias eficientes para que os alunos possuam habilidades

suficientes nos conhecimentos que compõem a base nacional comum para o ensino fundamental,

em que estão inseridas as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática (BRASIL, 2012),

habilidades que são a base da Prova Brasil, e que, portanto, influenciam na avaliação do IDEB. Essa

articulação entre formação inicial e continuada que o município de Parnamirim adota está

fundamentada nas considerações da UNICEF, de que “oferecer formação inicial adequada é

fundamental, mas não basta para melhorar a qualidade da educação. É preciso garantir que os

professores continuem se aperfeiçoando, [...] a ênfase da formação continuada está nas atividades

que tratam dos aspectos relacionados à prática pedagógica” (2010, p. 37-38)

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A exposição dos dados e suas respectivas análises a respeito da educação do município de

Parnamirim demonstram que este possui uma estrutura educacional consolidada com gestão e

práticas pedagógicas integradas, e uma articulação bem feita por parte da Secretaria Municipal de

Educação e Cultura tanto no que diz respeito a consolidação de parcerias com outros entes

federados e com outros órgãos; como também, com as unidades escolares, ao prestar assessoria a

estas naquilo que se faz necessário. Ademais, a rede municipal de ensino, tendo em vista as diversas

ações e os resultados que vem se consolidando, tem se preocupado com a formação de leitores, o

que gera benefícios em todas as demais disciplinas escolares, bem como na formação ampla do

cidadão, e, mais especificamente, nos indicadores educacionais, que considerem o desempenho em

proficiências das mais diversas, tendo em vista que a leitura estará presente na compreensão das

questões que forem postas aos alunos. Além disto, a questão da qualificação profissional deve ser

ressaltada, tendo em vista que o município vem oferecendo meios para que os professores da rede

possam se capacitar, bem como, tem adotado uma política de valorização salarial destes

profissionais que bonificam não só a permanência na rede, mas também, o nível de formação destes.

No entanto, o município ainda apresenta algumas dificuldades que devem ser enfrentadas a

fim de que o município possa melhorar sua educação de forma integral, desta feita, a

heterogeneidade do desempenho das escolas da rede municipal é algo extremamente delicada, pois

mesmo sabendo que os aspectos socioeconômicos podem interferir nas condições de aprendizagem,

é necessário que o município construa uma rede integrada de cooperação, em que as práticas

exitosas de escolas de alto nível de desempenho possam ser replicadas ou adaptadas em escolas

com níveis de desempenho inferior, levando em consideração, obviamente, as realidades de cada

unidade escolar. Semelhantemente, os níveis de ensino que se encontram em situação bem

diferente, devem ser tratados de forma distinta. Enquanto os anos iniciais do Ensino Fundamental

apresentam desempenhos crescentes, e devem ser reforçadas as práticas para que este desempenho

continue a se consolidar, as séries finais do Fundamental devem ter uma atenção redobrada, pois

mesmo que o indicador melhore com o passar do tempo, a aprendizagem dos alunos que forem

terminando esse nível de ensino será frágil, desta forma, é necessário que haja um esforço

concentrado para melhorar os níveis de aprovação dessas séries, bem como dinamizar o ensino, a

fim de torná-lo atrativo a estes alunos que se encontram numa faixa etária tão delicada, porém,

fundamental para a sequência da vida acadêmica e profissional.

Outro desafio que se apresenta para o município relaciona-se ao crescimento populacional e

o consequente aumento no número de vagas na rede pública. Mesmo havendo uma tendência

nacional na redução no número de filhos, o município de Parnamirim, pelas razões já expostas, vem

apresentando um crescimento populacional alto, o que deve ser atentado pelos gestores públicos na

perspectiva de mensurar e adequar a oferta de vagas para alunos da rede pública de ensino, sem

esquecer da questão da estrutura física e de equipamentos das unidades escolares, nem da

qualificação dos professores destas.

Por fim, um último desafio que está posto ao município é a implementação de um sistema

próprio de avaliação e acompanhamento da educação municipal. Isto é algo que vem sendo

implantado em estados e municípios brasileiros, a fim de identificar de forma mais ágil e específica,

as necessidades dos alunos e das respectivas redes de ensino. Tal ferramenta, que inclusive, já é um

dos objetivos da gestão do municipal, ajudará muito ao município a corrigir os entraves existentes,

proporcionando assim, um desempenho educacional o mais equânime possível e que atenda as

necessidades de cada indivíduo, levando em consideração sua realidade e seu contexto.

6. REFERÊNCIAS

BONAMINO, A. C. Tempos de avaliação educacional: O SAEB, seus agentes, referências e

tendências. Rio de Janeiro: Quartet, 2002.

BRASIL: Ministério da Educação. Disponível em <

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12492&Itemid=811>

Acesso em: 12 de novembro de 2013.

______: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Disponível em

<http://www.ideb.inep.gov.br> Acesso em: 12 de setembro de 2013.

CERQUEIRA, C. A. Tipologia e características dos estabelecimentos escolares brasileiros.

2004. 294f. Tese (Doutorado em Demografia) – Centro de Desenvolvimento e Planejamento

Regional. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte; 2004. Disponível em

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FERNANDES, R. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Brasília: Institu-to

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2007.

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