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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENG312 – PROJETOS MECÂNICOS I Avaliação de Projetos de Máquinas pelo Enfoque da Manutenibilidade. O caso do redutor de pressão do sistema de armazenamento e alimentação de GNV para automóveis. Autores: Overlach Fonseca Lima Campos Reinaldo Piton Barreto Júnior Saulo Queiroz Figliuolo Orientador: Professor MSc Roberto César Fernandes Sacramento Salvador 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

ENG312 – PROJETOS MECÂNICOS I

Avaliação de Projetos de Máquinas pelo

Enfoque da Manutenibilidade.

O caso do redutor de pressão do sistema de armazenamento

e alimentação de GNV para automóveis.

Autores: Overlach Fonseca Lima Campos

Reinaldo Piton Barreto Júnior

Saulo Queiroz Figliuolo

Orientador: Professor MSc Roberto César Fernandes Sacramento

Salvador

2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

ENG312 – PROJETOS MECÂNICOS I

Avaliação de Projetos de Máquinas pelo

Enfoque da Manutenibilidade.

O caso do redutor de pressão do sistema de armazenamento

e alimentação de GNV para automóveis.

Autores: Overlach Fonseca Lima Campos

Reinaldo Píton Barreto Junior

Saulo Queiroz Figliuolo

Orientador: Professor MSc Roberto César Fernandes Sacramento

Curso: Engenharia Mecânica

Área de concentração: Projetos Mecânicos

Trabalho apresentado na disciplina ENG-312 Projetos Mecânicos I, como

parte do processo de obtenção de aprovação.

Salvador

2008

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AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de prestar nossos sinceros agradecimentos a todos que nos

ajudaram a concluir este trabalho, principalmente aos funcionários das empresas

visitadas, Feras Gás, Gás Point e F.Sampaio Autogás, que nos atenderam e foram

muito prestativos, auxiliando a execução deste.

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RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido para a análise de um projeto com o enfoque na manutenibilidade, e, em seguida, estudar o sistema de armazenamento e alimentação de GNV para automóveis. Após o levantamento de dados, decidiu-se concentrar o trabalho no caso do redutor de pressão, sendo este o equipamento mecânico que demanda maior manutenção. Justificou-se o estudo do redutor de pressão com cálculos estatísticos que culminaram com a estimativa do custo anual da manutenção deste no Brasil. Buscou-se demonstrar a função de cada uma das peças do referido sistema de GNV, além de todos os elementos de máquina presentes no redutor de pressão. Além disso, os princípios de funcionamento da peça em análise foram explicados. Os processos de manutenção, com todas as suas variáveis, foram explicitados e, por fim, apresentou-se a análise propriamente dita da manutenibilidade. Para isso, comparou-se o nível deste critério de projeto em dois modelos de redutor de pressão diferentes, a tradicional empresa nacional Rodagás, e a italiana, mundialmente conhecida, Intergás, pontuando e pesando os principais fatores de influência para este estudo.

Palavras-chave: projeto mecânico; redutor de pressão de alimentação de GNV; manutenibilidade e manutenção.

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ABSTRACT

This work was developed for analysis of a desing with focus on maintainability, for then study the garnering and alimentation system os VNG for automobiles. After the removal of data, was decided to examine the case of pressure reducing, sendo the mechanical equipment that demands more maintenance. This study was justified with statistical calculations that culminated with the estimation of maintaining annual cost of this equipment in Brazil owing its desing characteristics. The function of each piece of related system was appeared as well as all the components of the machine in the pressure reducing. Moreover, the principles of operation of the system were explained. The procedures for maintenance with all its variables were explained, and finally presented the proper analysis of maintainability. The criterion par of the desing was compared on two differents models of pressure reducing, the national company Rodagás and the word cognized italian company Intergás, scoring and weighing the main infusion factors for this study. Keywords : Mechanical Design, Pressure Reducing, Maintainability and Maintenance.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Projeto 11

Figura 2 – Componentes do sistema 14

Figura 3 – Posicionamento dos componentes 18

Figura 4 – Desenho técnico do redutor da Intergás 21

Figura 5 – Vista explodida do redutor da Intergás 22

Figura 6 – Funcionamento do redutor através do equilíbrio de forças 23

Figura 7 – Detalhe da válvula de controle do fluxo do gás 23

Figura 8 – Câmaras de entrada e saída de gás 24

Figura 9 – Local de aquecimento 25

Figura 10 – Sugestão de localização para o redutor 27

Figura 11 – Gráfico de pareto 30

Figura 12 – Diagrama de Causa e Efeito 32

Figura 13 – Nível Sigma 34

Figura 14 – Fluxograma do Processo de Manutenção 39

Figura 15 – Fatores secundários de manutenibilidade 46

Figura 16 – Bancada para teste de pressão e estanqueidade 49

Figura 17 – Chaves utilizadas na manutenção do redutor 50

Figura 18 – Imagens dos equipamentos da Kaptor 50

Figura 19 – Redutor da Intergás 56

Figura 20 – Redutor da RodaGás 58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Componentes do sistema de injeção de GNV 15

Tabela 2 – Posição dos componentes do sistema de GNV 19

Tabela 3 – Posicionamento recomendado para o redutor 26

Tabela 4 – Manutenções referentes a um mês de solicitações 29

Tabela 5 – Oportunidades de falha 33

Tabela 6 – Elementos de Fixação 35

Tabela 7 – Elementos de Apoio 36

Tabela 8 – Elementos Elásticos 37

Tabela 9 – Elementos de Vedação 38

Tabela 10 – Tempo de manutenção para os principais defeitos 45

Tabela 11 – Comparação entre modelos 57

Tabela 12 – Notas dos redutores 58

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ÍNDICE

Introdução 09

1. O equipamento – redutor de pressão do sistema de injeção de GNV 13

1.1. O sistema de injeção de GNV 13

1.2. Posicionamento do Sistema de injeção de GNV 18

1.3. Funcionamento do sistema 20

1.4. O redutor de pressão – princípio de funcionamento 21

1.5. A escolha da peça 27

1.6. Elementos de máquina encontrados no redutor de pressão 34

2. O processo de manutenção do redutor 39

2.1. Fluxograma do processo de manutenção 39

2.2. Detalhamento do processo do processo de manutenção 40

2.3. Principais tipos de defeitos 42

2.4. Tempo gasto para manutenção 43

3. Equipamentos de manutenção 47

4. Avaliação da manutenibilidade 50

4.1. Diferentes conceitos de manutenibilidade aplicados ao projeto mecânico

de peças 50

4.2. Indicadores de avaliação 51

4.3. Custo Brasil 51

4.4. Pesos dos critérios de avaliação 53

4.5. Critérios de estabelecimento de notas 54

4.6. Análise dos dados 58

4.7. Comentários sobre deficiências e melhorias 58

5. Referências 60

6. Anexos 63

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INTRODUÇÃO

O dinamismo existente em todos os tipos de inter-relações humanas é maior a

cada dia, e um dos principais exemplos disso é o uso de sistemas de locomoção,

tanto de cargas quando de pessoas.

Essa intensidade de transporte, necessária para suprir as necessidades do

dinamismo socioeconômico e comercial, demanda um consumo enorme de

energia, sob forma de combustível. Foi analisando estes custos e as questões

ambientais que o uso do GNV para carros comuns de transporte particular se

tornou uma alternativa viável.

Os automóveis de transporte particular, no entanto, para consumirem GNV

precisam de uma adaptação: os sistemas de armazenamento e alimentação de

GNV para automóveis, comumente chamados de “Kits de GNV” e que será tratado

neste trabalho como “sistema de injeção de GNV”. Todo este equipamento é

adicionado ao veículo e ao seu cotidiano. Porém, devido ao fato de ser uma

máquina relativamente nova, surge uma questão: como se dá a manutenibilidade

do referido sistema?

Este trabalho terá como etapa principal a análise dos projetos do sistema de

injeção de GNV pelo critério da Manutenibilidade. Serão apresentados alguns

conceitos, como engenharia reversa – a fim de justificar a iniciativa de sugerir

melhorias de projeto, e ergonomia – que é um dos fatores que influenciam no nível

deste critério de projeto. Demais conceitos importantes utilizados e abordados,

assim como metodologias aplicadas serão explicados.

Será apresentada uma análise profunda das principais demandas de

manutenção do sistema de injeção de GNV, concentrando-se em um dos

componentes: o redutor de pressão, que tem seu estudo justificado no capítulo 1.

Assim, será possível pontuar qualitativamente os fatores primários da

manutenibilidade do mesmo, medindo quantitativamente o custo, o tempo e a

freqüência do seu reparo (Sacramento, 2008). Em seguida, serão mostrados

fatores secundários, que qualificam as etapas do processo de manutenção,

Diagnóstico; Orçamentação; Autorização; Desmontagem; Intervenção; Montagem;

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Entrega, pois estes são menos óbvios e se tornam críticos quando da observação

de usuários comuns e menos capacitados tecnicamente (Sacramento, 2008).

Estes estudos devem proporcionar uma tentativa de melhorar a manutenibilidade

do redutor de pressão, caso seja possível apresentar soluções viáveis, funcionais

e econômicas.

O desenvolvimento deste trabalho tem uma metodologia relativamente simples.

Decidiu-se estudar o projeto do sistema de injeção de GNV pelo enfoque da

manutenibilidade, pois foi o critério requerido pelo orientador da equipe, professor

MSc Roberto Sacramento, como também, devido à experiência prévia dos autores

com o referido sistema.

Em seguida, após uma discussão inicial dos membros da equipe, foram

definidas as instaladoras de sistema de injeção de GNV a serem visitadas para

obtenção de informações técnicas. Um questionário, então, foi desenvolvido para

guiar o raciocínio dos técnicos entrevistados para os dados em estudo. Assim

visitou-se as seguintes empresas: Feras Gás, F. Sampaio Auto Gás, e Gás Point,

onde os respectivos funcionários tiveram a gentileza de colaborar, além de

fornecer amostras de peças defeituosas, componentes do referido sistema, para

melhor análise e ilustração do trabalho.

Em seguida, por meio de um levantamento das semelhanças entre as

respostas ao questionário, foi feita a reunião dos principais problemas apontados.

Para escolher uma das peças para o estudo, seria, então, desenvolvida uma

análise com uma série de critérios como freqüência, custo, tempo e dificuldade de

reparo (localização e ergonomia), bem como a criticidade das conseqüências de

falha.

Logo, com a seleção da peça em que o estudo será focado, pode-se fazer uma

análise aprofundada, em diferentes marcas, do projeto da mesma, atentando para

os tipos e modos de falha, e suas respectivas conseqüências de manutenção.

Aqui cabe a apresentação de alguns dos conceitos mais importantes para o

perfeito entendimento dos assuntos abordados. É válido salientar que tais

conceitos variam de acordo com a fonte, mas são essencialmente os

apresentados a seguir:

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Projeto:

De acordo com a norma ISO 10006 (Diretrizes para Qualidade de

Gerenciamento de Projetos), projeto é um esforço temporário para criar um

serviço ou produto ou resultado exclusivo, consistindo de um grupo de atividades

coordenadas e controladas com data para início e término.

Figura 1 – Projeto

Fonte:Autor

Engenharia Reversa

Trata-se de obter um modelo teórico a partir de um pré-existente. Se faz

necessário o completo entendimento dos princípios científicos de funcionamento,

além da forma geométrica de cada elemento de máquina componente da peça

estudada, a qual deverá integrar uma máquina.

Custo Brasil

É a estimativa do quanto a população brasileira gasta com um determinado

fato em um período de um ano (Sacramento, 2008). No caso deste estudo,

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estimaremos, em reais, o montante gasto no ano de 2007, em todo país, com a

manutenção de Kits GNV devido ao Redutor de pressão.

Vida Útil

Trata-se do tempo, em horas, dias, meses ou anos, que uma peça durará,

quando da sua utilização em uma máquina. Esse tempo normalmente é um dos

critérios de projetos adotados pelo engenheiro, seguindo o conceito de

durabilidade.

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1. O EQUIPAMENTO – REDUTOR DE PRESSÃO DO SISTEMA DE INJEÇÂO DE GNV

Para a consecução um entendimento aprofundado acerca dos princípios

básicos de funcionamento e manutenibilidade do redutor de pressão de um Kit

GNV, faz-se necessária a apresentação de uma visão geral de todo o sistema.

Para isto, far-se-á a análise do redutor após uma breve introdução dos princípios

abordados a seguir.

1.1 O sistema de injeção de GNV

A alimentação dos motores de combustão interna por GNV é feita através de

um sistema adicional de armazenagem e utilização de combustível instalado no

veículo. Alguns componentes essenciais deste sistema são: válvula de

abastecimento, tubulação de alta pressão, cilindro, manômetro, redutor de

pressão, módulo eletrônico, atuador, simulador de bicos e chave comutadora.

Uma visão esquemática da instalação de um Kit GNV, assim como a função

básica de seus componentes, será apresentada a seguir:

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Figura 2 – Componentes do Sistema

Fonte: RodaGás.

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Tabela 1 – Componentes do sistema de injeção de GNV Fonte: Autor

COMPONENTE ILUSTRAÇÃO FUNÇÃO

Válvula de Abastecimento

Recebe o gás da bomba de

combustível e o encaminha ao

cilindro.

Tubulação de alta pressão

Transporta o gás da válvula de

abastecimento ao cilindro e do

cilindro ao redutor de pressão.

Cilindro

Armazena o GNV proveniente da

válvula de abastecimento a

pressões da ordem de 220bar. A capacidade

volumétrica de um cilindro varia de acordo com o

espaço disponível no veículo,

variando de 7,5m3 a 21m3 para

veículos de médio porte.

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Manômetro

Verifica a pressão antes da entrada

do combustível no redutor.

Redutor de Pressão

Reduz e estabiliza a pressão do gás proveniente do

cilindro para injeção no motor em torno de 1bar.

Módulo Eletrônico

Gerencia o funcionamento de

todo o sistema, coordenando as

ações do atuador e do simulador de

bicos.

Atuador

De acordo com o acionamento da

chave comutadora, impede ou permite

a passagem de gás para o redutor

de pressão.

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Simulador de Bicos Injetores

Simula um sinal de perfeito

funcionamento dos bicos injetores para

que a central de injeção eletrônica

não identifique qualquer anomalia

devido à substituição do combustível.

Chave Comutadora

Alterna o uso de combustível do

GNV para o combustível

original (gasolina ou álcool

hidratado) e vice-versa.

Sonda Lâmbda

Verifica a qualidade da

queima no interior do motor

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1.2 Posicionamento do sistema de injeção de GNV

Figura 3 – Posicionamento dos componentes.

Fonte: Catálogo de Redutores da Rodagás.

A figura 3 apresenta o posicionamento dos diversos componentes do sistema

de injeção de GNV em relação ao veículo e ao motor. O cilindro de

armazenamento de gás é geralmente instalado na parte posterior do veículo, mais

precisamente no porta-malas. Em seguida, a tubulação de alta pressão transporta

o GNV através da parte externa do veículo, junto ao assoalho. A chave

comutadora fica localizada no painel de instrumentos do veículo, possibilitando ao

condutor alternar facilmente o uso dos combustíveis. Os demais componentes

(módulo eletrônico, atuador, redutor de pressão e simulador de bicos injetores)

ficam alocados no habitáculo do motor (WIKIPEDIA, 2007). Uma ilustração

detalhada de alguns componentes é mostrada na tabela 2.

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Tabela 2 – Posição dos componentes do sistema de GNV

Fonte: Autor

COMPONENTE ILUSTRAÇÃO POSIÇÃO RELATIVA

Cilindro

Porta-Malas (ou alternativamente

abaixo do assoalho)

Válvula de Abastecimento

Localizada junto à entrada do

combustível original

Módulo Eletrônico

Habitáculo do Motor

Redutor de Pressão

Habitáculo do Motor

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Atuador

Habitáculo do Motor

Sonda Lâmbda

Instalada no corpo do Escapamento

Chave Comutadora

Painel de Instrumentos

1.3 Funcionamento do sistema

Ao abastecer, o gás proveniente da bomba de combustível é injetado na

válvula de abastecimento e é encaminhado ao cilindro através da tubulação de

alta pressão, onde permanece armazenado a pressões da ordem de 220 bar

(pressão necessária para acumular grandes quantidades de combustível em

pequenos volumes, resultando numa maior autonomia do veículo sem perda

excessiva de espaço).

Quando o motor é acionado, o combustível é encaminhado ao motor através

da tubulação (também de alta pressão), porém a injeção não pode ser feita a

pressões elevadas. Deste modo, o fluxo de gás é transportado até o redutor de

pressão que constitui parte fundamental no funcionamento de todo o sistema de

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injeção de GNV, pois atua na redução e estabilização da pressão do gás

proveniente do cilindro até a descarga no coletor de admissão, sendo ainda

sensível às solicitações do motor e fornecendo a quantidade de gás necessária

para atender a todos os regimes de trabalho (HOWSTUFFWORKS, 2004).

O gás é então descarregado no coletor de admissão onde é misturado ao ar

ambiente e injetado no motor para queima. Após a queima, os gases de

combustão deixam o motor pelo escapamento, onde está instalada a Sonda

Lâmbda que registra a qualidade da queima no motor.

Havendo alguma anomalia (mistura com excesso de gás ou de ar), a Sonda

Lâmbda informa ao módulo eletrônico que age no atuador regulando o fluxo de

gás natural até que a mistura seja otimizada (CATÁLOGO DE REDUTORES DA

INTERGÁS, 2000).

1.4 O redutor de pressão – princípio de funcionamen to

Figura 4 – Desenho técnico do redutor da Intergás.

Fonte: Autor

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22

O princípio de funcionamento do redutor de pressão de um Kit GNV

assemelha-se em muito ao regulador de pressão de estações de gás.

A redução é feita através de um mecanismo regulador que funciona através do

equilíbrio de forças produzidas pela massa de GNV que entra no redutor e a força

da mola reguladora devidamente calibrada deste mecanismo que faz a vedação

entre as duas câmaras através da compressão de uma válvula (CATÁLOGO DE

REDUTORES DA RODAGÁS, 2003). Uma ilustração deste princípio é mostrada

na figura 5.

Quando a pressão na primeira câmara do redutor (da ordem de 200 à 220bar)

multiplicada pela área superficial da válvula de vedação (em torno de 18mm2)

supera a força produzida pela mola, uma porção de gás passa através do orifício e

expande-se na segunda câmara, reduzindo a pressão a valores da ordem de 1bar

que poderá então ser encaminhado ao motor do veículo (CATÁLOGO DE

REDUTORES DE PRESSÃO DA INTERGÁS, 2000).

Figura 5 – Vista explodida do redutor da Intergás.

Fonte: Autor

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23

Figura 6 – Funcionamento do redutor através do equilíbrio de forças.

Fonte:Autor

Figura 7 – Detalhe da válvula de controle do fluxo do gás.

Fonte: Autor

Mola - Elemento elástico responsável pelo controle da vazão de gás.

Obturador - Elemento de vedação responsável pelo controle e estanqueidade da passagem de gás.

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Adicionalmente, quando o gás é expandido na segunda câmara, sua

temperatura diminui rapidamente (atingindo cerca de -10oC) e tende a fazer com

que as paredes internas do redutor se congelem (CARTILHA DE INSTALAÇÃO -

GÁS POINT, 2006). Para que isto não ocorra, é indicado fazer uma comunicação

da água do sistema de arrefecimento do veículo com as partes internas do redutor

forçando a troca de calor da água quente com a superfície externa da câmara de

gás aquecendo a região como pode ser visto na figura 6. As setas indicam a

entrada e saída da água de arrefecimento.

Figura 8 – Câmaras de entrada e saída de gás.

Fonte: Autor

Primeira câmara – entrada

Segunda câmara - saída

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Figura 9 – Local de aquecimento. Fonte: Autor

Para um melhor aproveitamento, economia de material e segurança, o

melhor local de fixação pode ser determinado observando-se as seguintes

recomendações.

O redutor deverá ser instalado:

1. O mais próximo possível da admissão de gás pelo motor

2. O mais longe possível da bateria e cabos de alta tensão do veículo

3. Em locais de fácil acesso

4. Do mesmo lado da tubulação de alta pressão de gás

5. O mais longe possível de locais excessivamente quentes

Entrada de gás Primeira câmara

Orifício de passagem de gás

Saída de gás

Entrada do fluido de arrefecimento

Saída do fluido de arrefecimento

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6. Próximo à tubulação de arrefecimento do motor

7. Evitando locais de excessiva ventilação

Para um melhor aproveitamento, economia de material e segurança, o melhor

local de fixação do redutor de pressão pode ser determinado observando-se as

recomendações que constam na tabela 3.

Tabela 3 – Posicionamento recomendado para o redutor.

Fonte: Autor

RECOMENDAÇÃO MOTIVO

O mais próximo possível da admissão

de gás pelo motor Economia de tubulação de alta pressão

O mais longe possível da bateria e

cabos de alta tensão do veículo Reduzir o risco de explosão

Em locais de fácil acesso Permitir o fácil abastecimento

Do mesmo lado da tubulação de alta

pressão de gás

Minimizar a perda de carga do

escoamento de gás até o redutor

O mais longe possível de locais

excessivamente quentes

Evitar danos às mangueiras

Próximo à tubulação de

arrefecimento do motor

Reduzir o percurso da água de

arrefecimento do motor

Evitando locais de excessiva ventilação Evitar o congelamento do GNV no

interior do redutor

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Figura 10 – Sugestão de localização para o redutor.

Fonte: www.gaspoint.com.br

1.5 A escolha da peça

Escolheu-se estudar o redutor de pressão do sistema de injeção de GNV

devido ao fato de este apresentar, segundo as justificativas mostradas a seguir, a

segunda maior freqüência de manutenção em um veículo convertido para o uso do

combustível gasoso, além de apresentar um grande número de oportunidades de

falha e uma probabilidade alta de apresentar um defeito a cada ano, o que o torna

crítico, já que seu mau funcionamento pode causar detonações, defeitos em

componentes inerentes e originais do motor, bem como a total seção do

fornecimento de GNV na admissão, impedindo o funcionamento com o gás.

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Para desenvolver a justificativa, fez-se o uso da metodologia lean six sigma,

uma filosofia que ajuda a implementar ferramentas importantes para o controle de

serviços, equipamentos e processos produtivos (Xerox Lean 6σ).

1.5.1 Gráfico de Pareto

Para efetuar a escolha da peça, inicialmente utilizou-se um método estatístico

simples: Gráfico de Pareto, que mostra a freqüência relativa de defeitos por nível,

fornecendo assim uma ferramenta de priorização de forma que as atividades de

melhoria de processo possam ser organizadas para se obter o máximo

rendimento.

Com este, observa-se a freqüência de manutenção de cada agrupamento de

equipamentos afins, e conseqüentemente pode-se focar mais a análise em uma

das peças. Para obter o gráfico de Pareto, formulou-se a tabela 4, a seguir.

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Tabela 4 – Manutenções referentes a um mês de solicitações.

Fonte: Feras Gás

Item Frequencia Garantia do equipamento

Frequência dividida

Percentual por

Acumulado %

(anos) pelo tempo de garantia agrupamento

Parte Elétrica 46,64 46,64 Troca de simulador de bicos 4 1 4,00

Troca de corretor de avanço 6 1 6,00 Troca de chave comutadora 2 0,5 4,00 Troca de fusível acionador da chave comutadora 7 0,1 70,00 Troca do potenciômetro indicador de volume de GNV 1 0,5 2,00

Troca do atuador 3 1 3,00

Redutor 46,55 93,19 Ajuste de marcha lenta 8 0,1 80,00

Ajuste de alta pressão 2 1 2,00 Troca do redutor 3 2 1,50 Limpeza do redutor 5 1,5 3,33 Troca da membrana do redutor 3 1,5 2,00

Valvulas 6,29 99,48 Troca da válvula de abastecimento 2 0,5 4,00

Troca da válvula solenoide 3 0,5 6,00 Troca da válvula de baixa 1 0,5 2,00

Escoamento 0,39 99,87 Vazamentos em tubulaçõs de alta 3 4 0,75

Armazenamento 0,13 100,00

Cilindro 1 4 0,25

Visto isso, conclui-se que os problemas mais freqüentes são de ordem elétrica,

porém não é este o foco deste trabalho, mas sim uma análise de manutenibilidade

de peças mecânicas. Portanto, com o auxilio do gráfico de pareto abaixo ficou

evidente que o Redutor de pressão é a parte mais interessante para analisar.

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30

Grafico de Pareto

0,005,00

10,0015,0020,0025,0030,0035,0040,0045,0050,0055,0060,0065,0070,0075,0080,0085,0090,0095,00

100,00

Parte Elétrica Redutor Valvulas Escoamento Armazenamento

%

Percentual por grupamento

Acumulado

Figura 11 – Gráfico de pareto.

Fonte: Autor

O gráfico justifica, portanto, o foco na análise do projeto do Redutor de pressão

dos Kits GNV pelo viés da manutenibilidade. Observa-se que o redutor tem a

segunda maior freqüência de manutenção em um carro convertido para uso de

combustível gasoso.

Da tabela 4 se obtém o número normalizado de falhas que ocorre devido ao

redutor (freqüência dividida pelo tempo de garantia: 88,33), para um número total

normalizado de 191 possíveis falhas ao longo de um mês, nos 54 veículos

consertados. Os dados foram normalizados dividindo-se a freqüência pelo tempo

de garantia no intuito de acrescentar pesos à ocorrência de cada um, sendo esse

período razoável devido aos estudos que as empresas desenvolvem para a vida

útil dos mesmos. Estes dados foram obtidos pela colaboração da equipe de uma

empresa convertedora de automóveis para GNV de Salvador: Feras Gás. Em

seguida aprofundou-se a análise para o Redutor de pressão.

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31

1.5.2 Nível Sigma

Nível sigma é uma métrica estatística baseada em número de defeitos por

milhão de oportunidades de falha. Níveis sigma altos representam bons

processos. A filosofia Lean Six Sigma prega a garantia de qualidade em serviços,

produtos, equipamentos e processos. O nível seis sigma (referente ao nome em

inglês desta filosofia) leva a ínfimos três defeitos para cada milhão de

oportunidade de falha, enquanto que os níveis dois e três sigma indicam

respectivamente 300.000 e 65.000 falhas nas mesmas condições (Xerox Lean

6σ). Existe uma calculadora de nível sigma que depende dos dados obtidos para o

gráfico de Pareto, e do número de oportunidades de falha, que por sua vez utiliza

informações do diagrama de causa e efeito.

1.5.3 Diagrama de causa e efeito:

É utilizado na filosofia Six Sigma para definir as relações entre as fontes de

incerteza e as conseqüentes falhas. Nesta etapa, se faz necessário referenciar quais são os requisitos críticos

demandados do redutor para o pleno funcionamento do Kit de GNV: Pressão

constante a 1 bar e a quantidade de gás necessária para o giro em cada instante

do motor.

Com este diagrama, portanto, consegue-se observar quais as principais fontes

dos erros no final do processo, e conseqüentemente as causas e conseqüências

de cada uma.

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32

Figura 12 – Diagrama de Causa e Efeito.

Fonte: Autor

1.5.4 Oportunidades de falha do redutor:

Oportunidade de falha é todo e qualquer tipo de defeito que um determinado

processo, equipamento ou serviço pode apresentar, independentemente do seu

nível. A tabela a seguir apresenta os defeitos que podem ocorrer, sua causa raiz e

a variável, dentre as supracitadas no diagrama de causa e efeito, que esta causa

representa.

Falhas mecânicas na atuação do redutor.

Perda das funções de selagem da junta.

Preenchimento dos estágios do redutor por corpo estranho.

Aquecimento do redutor insuficiente

Perda natural de regulagem.

Variabilidade ou incoerência no valor da pressão fornecida pelo redutor. Fornecimento insatisfatório de gás para o pleno funcionamento do motor, de acordo com a velocidade.

VARIÁVEIS EFEITOS

Entupimento nos dutos de escoamento do GNV.

DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO

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33

Tabela 5 – Oportunidades de falha.

Fonte: GNV - Inconvenientes, Causas e Soluções

Defeito/Falha Causa Variável

Motor com rotação

interrompida na aceleração,

baixa rotação irregular,

perda de potência, não

responde as exigências de

aceleração.

Entrada do Redutor com

excesso de sujeira ou óleo. Entupimento nos dutos de

escoamento do GNV. Desprendimento da

membrana. Perda das funções de

selagem da junta.

Consumo excessivo. Regulador de alta

excessivamente aberto. Perda natural de

regulagem. Congelamento do redutor de

pressão. Marcha Lenta

irregular logo depois de

rodar em grande velocidade

ou distâncias prolongadas.

Temperatura baixa próximo

ao redutor. Aquecimento do redutor

insuficiente Tubulação da entrada do

redutor com restrições. Entupimento nos dutos de

escoamento do GNV. Circulação de água

insuficiente no redutor. Aquecimento do redutor

insuficiente Vazamento ou cheiro de gás

(metano, que é o principal

componente) dentro do

veículo.

Vazamento no Redutor de

Pressão. Perda das funções de

selagem da junta.

Perda de potência. Obstrução no Redutor com

excesso de sujeira ou óleo

no interior.

Preenchimento dos

estágios do Redutor por

corpo estranho. Veiculo não procede à

partida no gás e marcha

lenta não estabiliza.

Redutor não abre passagem

para GNV por mau

funcionamento do sistema

de diafragma/mola internas.

Falhas mecânicas na

atuação do Redutor.

Marcha lenta do motor não

estabiliza funcionando no

gás (GNV).

Presença de água ou óleo

dentro do 3ª etapa do

redutor.

Preenchimento dos

estágios do Redutor por

corpo estranho.

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Com isto, observa-se que existem 10 oportunidades de falha para cada redutor

em uso.

A posse desses dados torna possível o cálculo do nível sigma, utilizando uma

calculadora. Assim, completando as células em amarelo ouro, a calculadora

mostra o nível sigma na célula lilás e o número de defeitos por milhão de

oportunidades na cinza:

Figura 13 – Nível Sigma.

Fonte: Autor

A figura acima do resultado da calculadora de nível sigma indica que para cada

um milhão de redutores de pressão, 46.246 irão falhar em um período de um ano,

devido ao seu baixo nível sigma: 3,2.

Mais adiante este resultado ajudará no cálculo estimado de quanto o Brasil

gastou com a manutenção do redutor de pressão no ano de 2007.

1.6 Elementos de máquina encontrados no redutor de pressão

1.6.1 Elementos de fixação

A grande maioria dos conjuntos mecânicos utiliza elementos de máquina para

fixação. Dentre todos os existentes, os mais utilizados nesses conjuntos são os

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35

parafusos, porcas, arruelas, rebites e pinos. A tabela 6 mostra os elementos de

fixação encontrados no redutor de pressão.

Tabela 6 – Elementos de Fixação.

Fonte: Autor

ELEMENTO ILUSTRAÇÃO FUNÇÃO QUANTIDADE

Parafuso 1

Prender a tampa

principal à carcaça do

redutor

6

Parafuso 2

Prender a tampa

posterior à carcaça

juntamente com a porca

4

Porca

Fornecer o torque

necessário à fixação da

tampa posterior

4

1.6.2 Elementos de apoio

Os elementos de apoio geralmente não são essenciais ao funcionamento

mecânico específico da máquina, porém nem por isso podem ser considerados

dispensáveis. Estes constituem acessórios auxiliares para o funcionamento de

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36

todo o sistema. Os elementos de apoio encontrados no redutor de pressão são

apresentados na tabela 7.

Tabela 7 – Elementos de Apoio.

Fonte: Autor

ELEMENTO ILUSTRAÇÃO FUNÇÃO QUANTIDADE

Haste

Ligar a base do redutor ao parafuso de fixação na carcaça do

veículo

1

1.6.3 Elementos elásticos

A utilização de elementos elásticos pode ser percebida em conjuntos

mecânicos para amortecer choques, absorver vibrações ou ainda funcionar como

retorno de posição, uma vez cessada a força ou o torque que movimentada o

sistema ou parte dele. Nos redutores de pressão encontramos duas aplicações de

elementos elásticos do tipo mola apresentadas na tabela 8.

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37

Tabela 8 – Elementos Elásticos.

Fonte: Autor

ELEMENTO ILUSTRAÇÃO FUNÇÃO QUANTIDADE

Mola 1

Pressionar o elemento de

vedação contra as

câmaras de gás

2

Mola 2

Pressionar a válvula,

controlando o fluxo de gás

entre a primeira e a

segunda câmara

1

1.6.4 Elementos de vedação

Os elementos de vedação atuam de maneira diversificada e são específicos

para cada tipo de atuação. Os elementos deste tipo mais conhecidos são as juntas

e anéis de borracha, podendo ainda ser encontrados elementos de diferentes tipos

e materiais. O material do elemento de vedação deve ser compatível com o

produto a ser vedado para que não ocorra uma possível reação química entre

eles. Os elementos de vedação presentes no redutor são apresentados na tabela

9.

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38

Tabela 9 – Elementos de Vedação. Fonte: Autor

ELEMENTO ILUSTRAÇÃO FUNÇÃO QUANTIDADE

Junta posterior

Evitar a fuga de gás pelo

espaço entre a carcaça e a

tampa posterior do

redutor

1

Junta anterior

Evitar a fuga de gás pelo

espaço entre a carcaça e a

tampa anterior do

redutor

1

Obturador

Restringir a passagem do gás entre a primeira e a

segunda câmaras

1

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2. O PROCESSO DE MANUTENÇÃO DO REDUTOR

2.1 Fluxograma do processo de manutenção

O processo de manutenção em qualquer equipamento, realizado por um

técnico especializado, usualmente, é constituído das seguintes etapas:

diagnóstico, orçamentação e autorização do serviço, desmontagem, intervenção,

montagem, testes e entrega. Pode-se observar o procedimento pelo fluxograma

na figura 9.

O procedimento de manutenção detalhado será apresentado a seguir. A

avaliação de cada etapa do fluxograma do processo de manutenção será

mostrada no último item de avaliação de manutenibilidade.

Figura 14 – Fluxograma do Processo de Manutenção. Fonte: Autor

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2.2 Detalhamento do processo de manutenção.

Nesta parte do trabalho, as etapas mostradas no fluxograma do processo de

manutenção serão apresentadas mais detalhadamente.

Como mostrado, o fluxograma se apresenta com 5 modos diferentes para

especificar cada atividade:

- Retângulo, usado para mostrar um processo opcional ou

eventual. No fluxograma acima apresenta a percepção da

falha pelo usuário do automóvel convertido para combustível

gasoso.

- Retângulo com pontas arredondadas, usado para mostrar um

processo alternativo. No fluxograma apresenta a tentativa de

ajuste, um processo que o próprio usuário pode precisar, logo

antes de procurar um técnico autorizado.

- Paralelogramo, usado para mostrar uma etapa em que dados

são levantados ou estudados. Na manutenção do redutor de

pressão pode ou não ser necessário, dependendo do tipo de

falha. Em casos que o usuário nem chega a perceber

qualquer tipo de problema, um equipamento de diagnóstico

eletrônico percebe uma mistura ruim (com falta ou excesso de

combustível) ao levantar dados sobre a quantidade de

oxigênio dos gases do escapamento.

- Losango, usado para mostrar uma decisão. A partir de um

processo imprescindível, como diagnóstico, pode-se

selecionar qual rumo as próximas etapas do processo

deverão seguir.

- Retângulo com linhas verticais, usado para representar

processos imprescindíveis, que neste fluxograma são:

Diagnóstico, Orçamentação, Autorização, Desmontagem,

Intervenção, Montagem e Entrega. Estes são os principais

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41

passos do processo de manutenção e serão melhor

explicados a seguir.

2.2.1 Processos imprescindíveis.

Orçamentação, autorização e entrega são processos de ordem técnico-

administrativa. São auto explicativas e literais, sendo a orçamentação o processo

de cálculo do custo das peças acrescido do tempo gasto para a manutenção

(desmontagem, substituição, montagem e teste) multiplicado pelo custo do

homem/hora do técnico; a autorização o processo de o usuário aceitar o preço da

manutenção e liberar a feitura do trabalho; a entrega o processo em que o

mantenedor explica o que foi executado e o dono, satisfeito com o serviço, paga e

retira seu veículo da oficina.

O diagnóstico dos problemas do redutor, obviamente, ocorre de acordo com o

tipo de defeito apresentado. Seguindo as mesmas variáveis apresentadas no

diagrama de causa e efeito, pode-se observar alguns sintomas a saber:

- Aquecimento insuficiente do redutor: um simples toque com

as mãos protegidas por um pano fino indicam se o redutor,

após um tempo de funcionamento do motor em altas rotações

consumindo gás, estará levemente quente ou gelado, abaixo

da temperatura ambiente.

- Perda das funções de selagem do diafragma: aplicar espuma

de detergente sobre toda a superfície do redutor de pressão e

observar se alguma bolha é inflada, indicando um vazamento

de gás.

- Preenchimento dos estágios do redutor por corpo estranho:

Somente existem casos catalogados de preenchimento por

óleo ou água. Em ambos os casos, haverá vazamento do

material presente.

- Entupimento nos dutos de escoamento de GNV; Falhas

mecânicas na atuação do redutor; Mudança nas

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configurações de ajuste do redutor: Estes três casos estão

acompanhados de perda de potência e são diagnosticados

pelo equipamento para diagnósticos e reparo de sistemas

eletrônicos embarcados nos veículos, que indica se a mistura

está pobre ou rica de combustível.

A desmontagem ocorre logo após a autorização da intervenção pelo

proprietário do veículo. Para o redutor, esta etapa do processo de manutenção

depende da marca e da posição instalada no habitáculo do motor, devido à

ergonomia – maior ou menor facilidade de alcançar o objeto a ser desmontado,

com boas condições de trabalho, apoio e conforto físico.

A intervenção é o ato de reparar propriamente dito. Nesta etapa pode haver

uma simples limpeza das partes internas do redutor, extraindo-se água e óleo

(oriundos dos compressores de abastecimento), substituição de peças, como a

junta e o diafragma, ou até mesmo a substituição completa do redutor.

A montagem é a colocação de cada peça em seu devido lugar, bem como a

reinstalação do redutor de pressão na linha do gás natural.

A fase de testes vem acompanhada de ajustes finais, ou ajustes finos. Trata-se

da observância do perfeito funcionamento da peça reparada, bem como sua

interação com os demais sistemas que dependem dela. No caso do redutor de

pressão, ajusta-se o fornecimento correto, de acordo com a demanda de gás, a

uma pressão constante de um bar. A satisfação destes itens fará com que o carro

apresente uma potência razoavelmente equiparável ao funcionamento com

gasolina.

2.3 Principais tipos de defeitos

O diagrama de causa e efeito apresentado anteriormente mostra os tipos de

falha. A tabela de oportunidades de falha relaciona os sintomas com cada causa e

seu respectivo tipo de falha. Considerando as freqüências mostradas na tabela 3

de cada demanda de manutenção, pode-se concluir que os principais defeitos são:

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o Vazamento ou cheiro de gás (composto basicamente de

metano) no veículo – Perda das funções de selagem da junta.

o Marcha lenta do motor não estabiliza funcionando no gás

(GNV), devido á presença de água ou óleo dentro do redutor -

Preenchimento dos estágios do Redutor por corpo estranho.

o Veículo não procede a partida no gás ou morre na mudança

de combustível líquido para gasoso, pois o redutor não abre

passagem para GNV por mau funcionamento do sistema de

diafragma/mola internas - Falhas mecânicas na atuação do

redutor.

Vale ressaltar que o intuito desta parte do trabalho é obter dentre os 10 modos

de falha possíveis, os 3 mais freqüentes, e por isso considerados principais, dos

quais o tempo para manutenção será analisado no tópico seguinte.

2.4 Tempo gasto para a manutenção.

Finalmente, uma parte muito importante na análise do processo de

manutenção é a tomada do Process Time – tempo efetivo de trabalho em cada

etapa de manutenção.

Para tanto criou-se a tabela a seguir, a partir da qual foi possível concluir que o

redutor é uma peça do sistema de injeção de GNV que tem um tempo de processo

de manutenção extremamente alto, quando comparado com o mesmo parâmetro

de outras peças comuns de um veículo.

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Tabela 10 – Tempo de manutenção para os principais defeitos.

Fonte: Feras Gás.

Legenda:

Dg – Diagnóstico

Oç – Orçamentação

Dt – Desmontagem

It – Intervenção

Mt - Montagem

Tt - Teste

Et - Entrega

Defeito Tempo dos processos (min) TOTAL

(min) Dg Oç Dt. It Mt Tt Eg

Vazamento ou cheiro de gás no veículo –

Perda das funções de selagem da junta.

5 10 25 5 40 10 10 105

Marcha lenta do motor não estabiliza

funcionando no gás, devido á presença de

água ou óleo dentro do redutor –

Preenchimento dos estágios do Redutor

por corpo estranho.

15 15 25 10 40 10 10 125

Veículo não procede a partida no gás ou

morre na mudança de combustível liquido

para gasoso, pois o redutor não abre

passagem para GNV por mau

funcionamento do sistema de

diafragma/mola interno - Falhas mecânicas

na atuação do redutor.

20 20 25 20 40 10 10 145

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De posse destes dados, é válido inferir que para a análise de manutenibilidade

tempo, custo e freqüência de manutenção são fatores óbvios e triviais, não

satisfazendo a profundidade necessária para os objetivos deste trabalho. Portanto,

destrinchando cada etapa do processo de manutenção pode-se chegar a fatores

secundários que melhor auxiliam no estudo, como mostrado na figura a seguir.

Figura 15 – Fatores secundários de manutenibilidade.

Fonte: Sacramento, 2008

A tabela mostra tempos para cada um dos processos, e variam para a

manutenção de cada um dos tipos de defeitos, devido a fatores secundários

próprios, como são listados no item referente à análise de manutenibiliadade

propriamente dita, onde uma outra tabela os pontua. Como exemplo pode-se citar

o equipamento de detecção e diagnóstico automático, que para o defeito em que o

motor não estabiliza em marcha lenta, auxilia no diagnóstico, porém é menos

trivial que detectar com espumas de detergente o vazamento em um redutor.

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Para a orçamentação, a presença de sobressalentes com facilidade no

mercado influencia positivamente, e prejudica o defeito em que o veículo não

procede a transferência de combustível líquido para gasoso no seu referido tempo.

A desmontagem depende da ergonomia (que se apresenta igual para todos)

para facilitar a retirada do redutor de sua localização, bem como o tempo de

intervenção depende da necessidade de trocar peças internas, demandando mais

tempo para executar esta etapa.

O teste e a entrega estão intimamente ligados, pois normalmente os teste são

feitos na presença do usuário para que o mesmo apresente seu aceite do serviço.

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3. EQUIPAMENTOS DE MANUTEÇÃO

Nesta seção do trabalho, serão estudadas as ferramentas e interfaces

utilizadas para prestar a assistência necessária para manter o bom funcionamento

dos componentes envolvidos nos temas citados abaixo.

Para as questões que se referem à manutenção de um veiculo que faz uso do

GNV como combustível, é possível tratar esta sob dois enfoques distintos:

• A manutenção do equipamento estudado (Redutor de Pressão)

propriamente dito;

• Manutenção do veiculo que utiliza o GNV

Começando pelo enfoque sugerido na opção “a”, tratam-se de ferramentas

mecânicas mais simples e de conhecimento geral, e também de equipamentos de

teste para a vedação, estes são:

a) Chave Fixa – entretanto, aconselha-se a utilização de chave estrela ou

de soquete, pois esta distribui melhor o torque aplicado em todas as

faces da cabeça do parafuso sextavado. Para esta mesma finalidade

podem ser utilizadas as seguintes chaves: fixa, estrela, combinada

(fixa + estrela), estrela aberta, starter (meia lua), soquete;

b) Chave Philips;

c) Chave de Fenda.

d) Bancada de teste - Usada para teste hidrostático e de estanqueidade.

Como fabricantes da ferramentas mecânicas utilizadas, é possível explicitar

alguns, são estes: GEDORE, Robust, Belzer, entre outros.

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Figura 16 – Bancada para teste de pressão e estanqueidade.

Fonte: Sistema Nei Brasil

Figura 17 – Chaves utilizadas na manutenção do redutor.

Fonte: www.gedore.com.br

Agora, tratando-se das questões que tangem o enfoque sugerido em “b”,

existem uma infinidade de ferramentas de diagnóstico computadorizado que

devem ser conectadas ao modulo (computador central) do veiculo de forma a

rastrear e mensurar defeitos que estejam ocorrendo e afetando o bom

funcionamento do motor do automóvel. Estas ferramentas de diagnóstico

fornecem, em tempo real, dados referentes ao funcionamento do motor do veiculo

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de forma a tornar possível a interferência no ponto exato que oferece problemas e

afeta o seu comportamento.

Como exemplo destes equipamentos, é possível citar o Kaptor (equipamentos

para diagnóstico e reparo de sistemas eletrônicos embarcados nos veículos) que

possui vários modelos para cada uma das mais diferentes aplicações e tipos de

usuário.

Figura 18 – Imagens dos equipamentos da Kaptor.

Fonte: www.kaptor.xpg.com.br/3

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4 AVALIAÇÃO DA MANUTENIBILIDADE

4.1 Diferentes conceitos de manutenibilidade aplica dos ao

projeto mecânico de peças

Manutenibilidade é uma característica de projeto e instalação que afeta o gasto

de tempo e o custo necessários para reparar, testar, calibrar ou ajustar um item

para uma condição específica utilizando procedimentos e recursos definidos

(Department of Energy’s Handbook).

De acordo com a ABNT, manutenibilidade é a capacidade de um item ser

mantido ou recolocado em condições de executar as suas funções requeridas, sob

condições de uso especificadas, quando a manutenção é executada sob

condições determinadas e mediante procedimentos e meios prescritos (NBR

5462/1994).

Manutenibilidade pode ainda ser conceituada como a característica de um

equipamento ou instalação em permitir um maior ou menor grau de facilidade na

execução dos serviços de manutenção (KARDEC e NASCIF, 2002).

Pinto e Xavier (2001, p. 104) apresentam a manutenibilidade como sendo o

grau de facilidade de se executar os serviços de manutenção, e Monchy (1989) a

define como sendo a probabilidade de restabelecer a um sistema suas condições

de funcionamento específicas, em limites de tempos desejados, quando a

manutenção é conseguida nas condições e com meios prescritos, em suma, é a

probabilidade de um equipamento com falha seja reparado em um dado intervalo

de tempo.

Já Sacramento (2008), define a manutenibilidade como um critério que deve

ser aplicado aos projetos de máquinas de modo a se evitar problemas de

manutenção, propiciando uma maior vida útil do equipamento como um menor

custo e tempo de reparo.

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4.2 Indicadores de avaliação

Com o objetivo de avaliar e quantificar a manutenibilidade dos diferentes tipos

de redutores de pressão analisados, foi utilizado o Critério do Barema de Notas e

Pesos (SACRAMENTO, 2008). Para cada indicador têm-se uma nota e um peso

associados variando de 0 (pouco influente) a 5 (extremamente influente).

Como indicadores primários, utilizou-se tempo e custo que são afetados por

diversos fatores secundários como, por exemplo, facilidade de diagnóstico,

qualidade das informações do manual, especialização da mão-de-obra,

ferramentas necessárias à manutenção, ergonomia, disponibilidade de peças no

mercado e morfologia do projeto.

Observamos que quanto maior é o tempo necessário para a manutenção do

sistema, maior é a demanda por recursos de pessoal, materiais e organizacionais

empregados. Devido a isto, a melhoria da manutenibilidade certamente representa

uma economia significativa no “Custo Brasil” do sistema, que a equipe calculou:

4.3 Custo Brasil

Observamos que quanto maior é o tempo necessário para a manutenção do

sistema maior é a demanda por recursos de pessoal, materiais e organizacionais

empregados. Devido a isto, a melhoria da manutenibilidade certamente representa

uma economia significativa no “Custo Brasil” do sistema, que a equipe calculou.

Ao se justificar o foco da análise sobre o redutor de pressão, calculou-se que o

nível sigma do funcionamento do mesmo estaria em torno de 3,3. Assim, pode-se

estimar que para cada milhão de redutores, 46.246 apresentarão algum tipo de

falha em um período igual ao estudado: 1 Mês.

A base de cálculo utilizada é a do ano de 2007, quando existiam 1.511.000

(www.fecombustiveis.org.br) veículos convertidos no Brasil para o gás natural

veicular. Por meio de uma regra de três simples e direta, pode-se estimar quantos

veículos apresentaram falha no redutor.

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46.246 (número de falhas por milhão) ------------- X

1.000.000 --------------------------------------- 1.511.000

X = (1.511.000 x 46.246) / 1.000.000

X= 69.878

Utilizando-se a tabela que deu origem ao gráfico de pareto, com a freqüência

de cada tipo de manutenção do redutor, pode-se levantar o Custo Brasil que o

mesmo possui.

• Ajuste de marcha lenta:

Valor = (8/21) x R$15,00 x 69.878 = R$ 399.302,86

• Ajuste de alta pressão:

Valor = (2/21) x R$15,00 x 69.878 = R$ 99.825,71

• Troca do redutor:

Valor = (3/21) x R$356,00 x 69.878 = R$ 3.553.795,43

• Limpeza do redutor de pressão:

Valor = (5/21) x R$80,00 x 69.878 = R$ 1.331.009,52

• Troca do diafragma do redutor de pressão:

Valor = (3/21) x R$40,00 x 69.878 = R$ 399.302,86

Custo Brasil = R$ 5.783.236,38 x 12meses

Custo Brasil = R$ 69.398.836,56 /ano.

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4.4 Pesos dos critérios de avaliação

Os pesos para a avaliação foram distribuídos pelos fatores citados acima

segundo o grau de influência de cada um nos fatores secundários:

Facilidade de Diagnóstico – Peso 4

O peso deste fator é 4, pois o funcionamento do motor de um veículo é

extremamente complexo. Uma falha no redutor, que é um adendo, pode criar

sintomas que outras falhas também apresentam. Portanto, um fácil diagnóstico de

possíveis anomalias no funcionamento do redutor elimina as etapas de

diagnósticos em outras peças comuns aos veículos.

Qualidade das informações do manual – Peso 4

Informações claras e detalhadas podem reduzir em muito os recursos e o

tempo necessários para a manutenção do equipamento, uma vez que pequenas

intervenções podem ser efetuadas pelo próprio usuário devidamente instruído. Por

isso se selecionou o peso 4 para este fator.

Especialização da mão de obra – Peso 2

Quanto maior a especialização da mão-de-obra necessária para a manutenção

a ser realizada, o consumo de recursos na remuneração destes fatores será

consideravelmente maior, e por isso o peso 2 para este fator.

Adequabilidade do ferramental – Peso 3

O peso para este fator é 3, devido ao fato de o tempo total gasto na

manutenção do equipamento tender a aumentar por dificuldade em se obter

ferramentas específicas para intervenção no sistema.

Ergonomia – Peso 4

A facilidade de acesso, com conforto e condições de trabalho, influi

diretamente no tempo gasto na manutenção, uma vez que quanto melhor o

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acesso, menor o esforço realizado pelo operador da manutenção, e portanto peso

4.

Disponibilidade de peças – Peso 1

Quanto mais fácil a obtenção de peças novas para substituição das utilizadas,

menor é o tempo de manutenção e conseqüentemente os custos em todo o

processo, o que explica o peso dado a este fator.

Morfologia do projeto – Peso 2

O formato do redutor tem participação importante na manutenibilidade, uma

vez que um projeto mais compacto e leve fornece maior facilidade e rapidez na

escolha do local de fixação e na instalação. Também facilita a fixação por meio de

haste e parafuso, sem dificuldade na escolha dos elementos de fixação

participantes, como parafusos e porcas.

4.5 Critérios de estabelecimento de notas

O estabelecimento das notas para os diversos fatores secundários que

influenciam no tempo e custo de manutenção foi feito segundo o critério abaixo:

0 a 3 – Péssimo

3 a 5 – Ruim

5 a 7 – Bom

7 a 10 – Excelente

Depois de efetuar o levantamento dos fatores secundários que influenciam

diretamente todas as etapas do processo de manutenção, vale efetuar

observações referentes aos dois projetos analisados: o redutor da Intergás e o da

Rodagás.

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Figura 19 – Redutor da Intergás.

Fonte: Autor

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Tabela 11 – Comparação entre modelos.

Fonte: Autor

Indicadores Comentários sobre os modelos. INTERGÁS RODAGÁS

Facilidade de diagnóstico

Seu formato compacto facilita a detecção de vazamentos com espuma de detergente.

A posição do sistema de ajuste de marcha lenta dificulta um teste rápido de funcionamento.

Qualidade do manual Não apresenta informações detalhadas de manutenção preventiva.

Não apresenta informações detalhadas de instalação e manutenção.

Especialização de mão-de-obra

O nível de complexidade de montagem e a segurança exigida são muito altos.

O nível de complexidade de montagem e a segurança exigida são muito altos.

Ferramental necessário Basicamente são necessárias ferramentas de uso comum.

Basicamente são necessárias ferramentas de uso comum.

Ergonomia Seu formato compacto facilita a utilização das ferramentas sem muitas manobras.

Seu tamanho e seu alto peso dificultam o trabalho. A instalação é prejudicada pela necessidade de apoiar o redutor com as duas mãos durante a fixação.

Disponibilidade de peças

Peças internas de reposição em redutores são difíceis de achar, e neste caso o fato de ser importada, a peça se torna obsoleta por pequenos detalhes.

As peças de reposição usualmente são oriundas de outros redutores sucateados. São encontradas com menos dificuldade devido à quantidade de redutores comecialidados.

Morfologia do projeto A Intergás se destaca pelo baixo peso e pelo pequeno volume ocupado pelo seu projeto de redutor. Isso torna extremamente ágil a instalação, montagem e desmontagem.

A nota 5 dada é reflexo do seu peso elevado. Isso faz com que o cuidado com a escolha dos elementos de fixação tenha de ser mais criteriosa. O seu volume impede que parafusos laterais sejam retirados, obrigando a completa retirada do redutor de sua localização natural para proceder qualquer intervenção.

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Tabela 12 – Notas dos redutores. Fonte: Autor

INDICADORES PESO NOTA

INTERGÁS RODAGÁS FACILIDADE DE DIAGNÓSTICO 4 8,0 7,0

QUALIDADE DO MANUAL 4 6,5 5,5 ESPECIALIZAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA 2 4,0 4,0

FERRAMENTAL NECESSÁRIO 3 8,5 8,5 ACESSO FÍSICO AO SISTEMA 4 8,0 6,0 DISPONIBILIDADE DE PEÇAS 1 1,5 2,5 MORFOLOGIA DO PROJETO 2 9,0 5

Quantificação global da manutenibilidade:

Intergás: 7,15

Rodagás: 6,00

A equipe tem a percepção, portanto, de que a manutenibilidade do projeto de

redutor de pressão de sistema de injeção de GNV da empresa Intergás é superior

que o da empresa Rodagás.

Figura 20 – Redutor da RodaGás.

Fonte: Autor

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4.6 Análise de dados

Devido às observações feitas nos dois modelos de redutor e após a análise

dos dados da tabela 11, concluímos que o modelo Intergás apresenta um melhor

projeto pelo enfoque da manutenibilidade quando comparado ao modelo Rodagás.

A nota global para a manutenibilidade citada anteriormente é uma

representação da quantificação em termos de influência dos fatores secundários

sobre o tempo e custo de manutenção.

4.7 Comentários sobre deficiências e melhorias

Nesse momento do estudo, importa ressaltar a importância do papel social do

engenheiro mecânico perante a sociedade brasileira. É com o intuito de melhorar

o dia-a-dia e o bem estar da sociedade que o engenheiro trabalha. No que

concerne às questões abordadas no presente estudo não é diferente, haja vista o

Custo Brasil muito alto apresentado para a manutenção da peça estudada. Nessa

perspectiva, portanto, se, como engenheiros, melhorarmos o projeto do redutor de

pressão pelo enfoque da manutenibilidade, a sociedade economizará dinheiro, o

qual poderá ser revertido em investimentos sociais, em especial para educação.

Além disso, facilitando e simplificando o conhecimento do equipamento, haverá

menos oportunidade para que os usuários que não têm conhecimento técnico para

discernir sobre a honestidade da proposta de manutenção sejam lesados.

Ademais, faz-se interessante observar a qualidade superior do projeto do

modelo da Intergás no que diz respeito à manutenibilidade devido às diversas

possibilidades de posicionamento do redutor de pressão no compartimento do

motor, segundo as indicações de instalação mostradas na tabela 3 e figura 7.

Dessa forma, o projeto foi avaliado sob duas situações distintas: do redutor à

sua parte interior mostrando o seu respectivo funcionamento e também do redutor

à sua vizinhança, avaliando a melhor adaptação do equipamento no que diz

respeito ao conjunto do sistema de alimentação do veículo.

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Com relação à parte exterior ao redutor de pressão, coube a apresentação de

uma idéia de ordem funcional para melhorar, no sentido de diminuir a freqüência,

a manutenibilidade do redutor: adicionar uma purga na linha de abastecimento de

GNV, antes de este entrar no cilindro durante o abastecimento. Com isso,

minimiza-se a entrada de água e de óleo oriundos dos compressores de

abastecimento no cilindro de armazenamento de GNV e no redutor de pressão,

combatendo o tipo de defeito “Preenchimento dos estágios do Redutor por corpo

estranho” em sua freqüência, que é responsável por 23,8% da manutenção de um

redutor. Não coube a este trabalho pesquisar qual seria a melhor opção,

entretanto, provavelmente soluções relativamente baratas poderiam salvar muitos

redutores de danos irreparáveis, e assim diminuir o Custo Brasil.

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5 REFERÊNCIAS

Globo Gás Brasil. GNV – INCOVENIENTES, CAUSAS E SOLUÇÕES, DISPONÍVEL EM: www.globogas.com.br XEROX. XEROX LEAN SIX SIGMA, DISPONÍVEL EM: www.learning.xerox.com FRENCH, THOMAS E. DESENHO TÉCNICO 1ª EDIÇÃO – PORTO ALEGRE, EDITORA GLOBO, 1975 NORMA ISO 10006. QUALITY MANAGEMENT 1997 BUENO, F. S. ; MINIDICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA. SÃO PAULO: FTD, 1996. 312P. CATÁLOGO DE REDUTORES DE PRESSÃO DA EMPRESA RODAGÁS, 2003 CATÁLOGO DE REDUTORES DE PRESSÃO DA EMPRESA INTERGÁS, 2000 – MATERIAIS, DIMENSIONAMENTO E ESPECIFICAÇÕES PARA REDUTORES COLLINS, JACK A. PROJETO MECÂNICO DE ELEMENTOS DE MÁQUINAS. RIO DE JANEIRO: LTC – LIVROS TÉCNICOS E CIENTÍFICOS S.A., 2006. 740P. CARTILHA DE INSTALAÇÃO DE GÁS POINT, 2006 HOWSTUFFWORKS. PROJETO DE VEÍCULOS A GÁS NATURAL, 2004. DISPONÍVEL EM: <HTTP://CARROS.HSW.UOL.COM.BR/CARRO-A-GAS1.HTM>. ACESSO EM: 16 OUT. 2008. KAPTOR: EQUIPAMENTOS PARA DIAGNÓSTICO E REPARO DE SISTEMAS ELETRÔNICOS EMBARCADOS NOS VEÍCULOS, 2008. DISPONIVEL EM: <HTTP://WWW.KAPTOR.XPG.COM.BR/3.HTML>. ACESSO EM: 9 NOV 2008

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SACRAMENTO, ROBERTO C. F. ANOTAÇÕES DE AULA, 2008. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, ESCOLA POLITÉCNICA, CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA, DISCIPLINA PROJETOS MECÂNICOS. TELECURSO 2000. APOSTILAS. DISPONÍVEL EM: <APOSTILAS.NETSABER.COM.BR>. ACESSO EM: 17 OUT. 2008. WYLEN, VAN FUNDAMENTOS DA TERMODINÂMICA 6a EDIÇÃO - EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA, 2003 WIKIPEDIA. GNV, 2007. Disponível em: <pt.wikipedia.org/wiki/Gnv>. Acesso em: 14 set. 2008. SITE DA RODAGÁS. Disponível em: www.rodagas.com.br Acesso em: 16 set 2008. SITE DA GÁSPPOINT. Disponível em: www.gaspoint.com.br Acesso em 16 set 2008.

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ANEXOS

Questionário aplicado a Empresa F. Sampaio AutoGás

1. Quais os componentes do Kit GNV mais problemáticos na manutenção, em termos de freqüência?

Resp.: Redutor de pressão, parte eletrônica (central do carro), variador de avanço e simulador de sonda. 2. Quais os componentes do Kit GNV mais problemáticos na manutenção, em

termos de criticidade e segurança? Resp.: Fora o redutor de pressão, a criticidade dos problemas do Kit Gás não consideráveis. 3. Como você classifica, numa escala de 1(barato) a 10(caro), o custo

estimado da mão-de-obra e das peças na manutenção para cada caso de quebra?

Peça Preço Real (R$) Nota Componentes

Eletrônicos 50,00 2

Variador de avanço 160,00 5 Simulador de sonda 150,00 4

Redutor 320,00 10

Mão de Obra Preço Real Nota Parte eletrônica 60,00 4

Troca do Variador de avanço

160,00 10

Troca do Simulador de sonda

160,00 10

Regulagem do Redutor 35,00 2 4. Qual o tempo gasto em cada caso de manutenção citada nas respostas 1 e

2? Peça a ser trocada Tempo

Parte eletrônica 60 minutos Variador de avanço 30 minutos Simulador de sonda 30 minutos

Redutor 40 minutos 5. Como você classifica o nível de disponibilidade das peças nestes casos de

manutenção, em escala de 1(péssimo) a 10(excelente)? Peça Nota

Parte eletrônica 9 Variador de avanço 8 Simulador de sonda 8

Redutor 8

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6. Dentre os problemas apontados nas respostas 1 e 2, quais estão sujeitos a ação de intempéries?

Resp.: Alguns componentes como diafragmas e cilindros. 7. Existe um programa de manutenção preventiva para o Kit GNV? Qual a

importância de uma manutenção preventiva? Resp.: Existe um livreto que nós passamos para o cliente. É indicado o retorno com 60.000Km ou um ano. Estamos fazendo agora um programa de fidelização com descontos, promoções etc. 8. Os usuários fazem esta manutenção corretamente ou a negligenciam? Resp.: Na grande maioria dos casos, o cliente só retorna quando o carro quebra. Algumas exceções raras são geralmente carros novos, onde o cliente aproveita as revisões de mecânica e fazem também do Kit. 9. Existe alguma dificuldade no acesso aos componentes para a realização da

manutenção? A localização destes componentes é ideal ou poderia ser melhorada?

Resp.: Varia pela disposição de motor do modelo. Por exemplo, o Meriva é complicado se trabalhar no redutor. Já no Fiat, onde o estepe vai na frente, o espaço fica ainda mais reduzido. 10. A manutenção dos componentes utiliza ferramentas padronizadas no

mercado ou necessita de alguma ferramenta adicional específica? Em caso positivo, esta acompanha a peça? Qual a dificuldade de encontrá-las?

Resp.: Padrão. 11. Que tipo de melhoria seria possível efetuar no Kit GNV visando o

aperfeiçoamento do projeto com o objetivo de sanar estes problemas? Resp.: Existem algumas modificações e inovações em curso. O kit pressão positiva por exemplo, pode ser instalado em qualquer carro (até mesmo em modelos turbo ou aspirado). O custo ainda é muito caro, mas a diferença neste aparelho é que ao invés do fluxo de gás ser resultado da grande diferença de pressão no redutor, o gás é lançando na cabeça do pistão usando o sinal da sonda lambda e injetando o combustível que o carro precisa no tempo correto pela ação independente do redutor. Alguma melhoria poderia ser feita no sentido de aumentar os modelos de veículos que possam receber os kits. Em relação aos redutores convencionais, com certeza os vazamentos pelas membranas e o gerenciamento da pressão interna precisam avançar ainda mais. Profissional Entrevistado: Fabrício Souza Sampaio (71) 33810027 [email protected]

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Questionário aplicado a Empresa GÁS POINT

1. Quais os componentes do Kit GNV mais problemáticos na manutenção em termos de freqüência?

Resp.: Sonda lambda em carros flex, vazamento ou válvula de alivio no redutor. Além disso, alguns problemas freqüentes estão relacionados ao modelo do variador de avanço incorreto. 2. Quais os componentes do Kit GNV mais problemáticos na manutenção em

termos de criticidade e segurança? Resp.: Problemas de caráter geral no redutor e em grande parte do sistema de válvulas são os mais críticos. 3. Como você classifica, numa escala de 1(barato) a 10(caro), o custo

estimado da mão-de-obra e das peças na manutenção para cada caso de quebra?

Peça Preço Real (R$) Nota Sonda Lambda Não informado 10

Válvula de Alívio 50,00 5 Variador de Avanço 250,00 8

Válvulas 30,00 3

Mão de Obra Preço Real (R$) Nota Sonda Lambda Não Informado 10

Válvula de Alívio Não Informado 5 Variador de Avanço Não Informado 7

Válvulas Não Informado 2 4. Qual o tempo gasto em cada caso de manutenção citada nas respostas 1 e

2? Peça a ser trocada Tempo

Sonda Lambda 90 minutos Válvula de Alívio 40 minutos

Variador de Avanço 20 minutos Válvulas 15 minutos

5. Como você classifica o nível de disponibilidade das peças nestes casos de manutenção, em escala de 1(péssimo) a 10(excelente)?

Peça Nota Sonda Lambda 3

Válvula de Alívio 8 Variador de Avanço 6

Válvulas 8 6. Dentre os problemas apontados nas respostas 1 e 2, quais estão sujeitos a

ação de intempéries? Resp.: Problemas no redutor. Temos ainda os cilindros que principalmente em pick-ups sacrificam muito o cilindro em relação a corrosão. 7. Existe um programa de manutenção preventiva (revisão) para o Kit GNV?

Qual a importância de uma manutenção preventiva?

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Resp.: 1.000 Km depois da instalação, 10.000Km rodados ou quando surgir qualquer dúvida do cliente.

Os usuários fazem esta manutenção corretamente ou a negligenciam? Resp.: Geralmente fazem de carros novos. Carros com mais de 2 anos de uso geralmente só aparecem para manutenção corretiva. 8. Existe alguma dificuldade no acesso aos componentes para a realização da

manutenção? A localização destes componentes é ideal ou poderia ser melhorada?

Resp.: O redutor a depender do tamanho do mesmo e do tamanho do compartimento do motor. 9. A manutenção dos componentes utiliza ferramentas padronizadas no

mercado ou necessita de alguma ferramenta adicional específica? Em caso positivo, esta acompanha a peça? Qual a dificuldade de encontrá-las?

Resp.: Padrão de mercado 10. Que tipo de melhoria seria possível efetuar no Kit GNV visando o

aperfeiçoamento do projeto com o objetivo de sanar estes problemas? Resp.: Os engenheiros da Gás Point estão atualmente empenhados em desenvolver novos componentes para o gerenciamento eletrônico.

Profissional entrevistado: Sidnei de Brito Santos Técnico em Kit gás da Gás Point (71) 33561893

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Questionário aplicado a Empresa FERAS GÁS Instalação

e Assistência técnica em GNV

1. Quais os componentes do Kit GNV mais problemáticos na manutenção em termos de freqüência?

Resp.: Redutor de Pressão. Geralmente os problemas mais comuns são: redutor desregulado, fuga de pressão pelos diafragmas e ainda problemas nas válvulas, como por exemplo na válvula de alívio. 2. Quais os componentes do Kit GNV mais problemáticos na manutenção em

termos de criticidade e segurança? Resp.: Por trabalhar com elevadas diferenças de pressão, o redutor é o componente mais avaliado numa inspeção em termos de criticidade. Uma quebra em algum outro componente pode ser reparada por improviso até que se chegue a uma oficina especializada. Neste aspecto, o que gera maiores problemas no redutor são: diafragmas, o-rings e válvula de alívio. 3. Como você classifica, numa escala de 1(barato) a 10(caro), o custo

estimado da mão-de-obra e das peças na manutenção para cada caso de quebra?

Peça Preço Real (R$) Nota Redutor 350,00 10,0

Diafragma 5,00 2,0 O-ring 0,25 1,0

Válvula de Alívio 47,00 3,0 Chave comutadora 180,00 6,0 Emulador de bico 130,00 5,0

Tubulação de alta (5m) 80,00 4,0

Mão de Obra Preço Real (R$) Nota Troca do Redutor 80,00 10,0

Troca de Diafragma 80,00 10,0 Troca de O-ring 15,00 1,5

Troca da Válvula de Alívio

60,00 7,0

Troca de Chave comutadora

50,00 6,0

Troca do Emulador de bico

40,00 5,0

Troca de Tubulação de alta (5m)

40,00 5,0

Regulagem 20,00 2,5

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4. Qual o tempo gasto em cada caso de manutenção citada nas respostas 1 e 2?

Peça a ser trocada Tempo Redutor 60 minutos

Diafragma 25 minutos O ring 10 minutos V alivio 20 minutos

Chave comutadora 35 minutos Emulador 20 minutos Tubulação 40 minutos

5. Como você classifica o nível de disponibilidade das peças nestes casos de

manutenção, em escala de 1(péssimo) a 10(excelente)? Peça Nota

Redutor 7 O-ring 1

Válvula de Alívio 9 Chave comutadora 2

Emulador 2 Tubulação 3

6. Dentre os problemas apontados nas respostas 1 e 2, quais estão sujeitos a

ação de intempéries? Resp.: Redutor (diafragma pode vir a ressecar) e Cilindros (podem oxidar). 7. Existe um programa de manutenção preventiva (revisão) para o Kit GNV?

Qual a importância de uma manutenção preventiva? Resp.: Depois dos 3 primeiros abastecimentos o cliente deve retornar para regular novamente o redutor pois, é comum que este se encha de lubrificante (borra) após os primeiros abastecimentos. Após isto, é aconselhável um check-up a cada 10.000Km rodados. 8. Os usuários fazem esta manutenção corretamente ou a negligenciam? Resp.: Só aparecem quando o veículo quebra. 9. Existe alguma dificuldade no acesso aos componentes para a realização da

manutenção? A localização destes componentes é ideal ou poderia ser melhorada?

Resp.: A regulagem do redutor no lugar é dificultada pela posição deste. Além disto, a instalação dos cilindros em carros de mala pequena também é muito ruim de se fazer. 10. A manutenção dos componentes utiliza ferramentas padronizadas no

mercado ou necessita de alguma ferramenta adicional específica? Em caso positivo, esta acompanha a peça? Qual a dificuldade de encontrá-las?

Resp.: Não. Utilizamos apenas as disponíveis no mercado. 11. Que tipo de melhoria seria possível efetuar no Kit GNV visando o

aperfeiçoamento do projeto com o objetivo de sanar estes problemas? Resp.: No redutor, o diafragma poderia ser substituído por algum artifício que reduzisse o nível de vazamentos. Além disto, algumas lojas estão utilizando a

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própria água do radiador para esquentar o gás (no redutor) que tende a congelar devido a redução da pressão. Em alguns casos, isto é inviável pois devido ao posicionamento dos componentes, a distância que o fluido deve percorrer acaba forçando a bomba d’água. Neste sentido, alguma melhoria poderia ser implantada com este objetivo, talvez utilizando resistência (trazendo energia direto da bateria) ou de outra forma. Profissional entrevistado: Adriano Ribeiro Reis (71)3313-5182 (71)87634033 [email protected]