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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE E SOCIEDADE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E EFEITOS ADVERSOS DOS ANTIPSICÓTICOS DE SEGUNDA GERAÇÃO EM PACIENTES COM ESQUIZOFRENIA DIEGO DE ARAÚJO DANTAS Mossoró RN 2014

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

FACULDADE DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE

MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE E SOCIEDADE

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E EFEITOS

ADVERSOS DOS ANTIPSICÓTICOS DE SEGUNDA

GERAÇÃO EM PACIENTES COM ESQUIZOFRENIA

DIEGO DE ARAÚJO DANTAS

Mossoró – RN

2014

2

DIEGO DE ARAÚJO DANTAS

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E EFEITOS

ADVERSOS DOS ANTIPSICÓTICOS DE SEGUNDA

GERAÇÃO EM PACIENTES COM ESQUIZOFRENIA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do grau de mestre. Orientadora: Profª. Drª. Caroline Addison Xavier de Medeiros.

Mossoró-RN

2014

3

Dantas, Diego de Araújo. Avaliação da qualidade de vida e efeitos adversos dos antipsicóticos de segunda geração em pacientes com esquizofrenia. / Diego de Araújo Dantas. – Mossoró, RN, 2014. 117 f. Orientador(a): Profª Drª Caroline Addison Xavier de Medeiros.

Dissertação (Mestrado em Saúde e Sociedade). Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade.

1. Esquizofrenia - Dissertação. 2. Antipsicóticos atípicos. 3. Qualidade de vida. I. Medeiros, Caroline Addison Xavier de. II. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. III.Título. UERN/ BC CDD 616.898

Catalogação da Publicação na Fonte.

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

Bibliotecária: Elaine Paiva de Assunção – CRB - 15/492

4

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

FACULDADE DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE

MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE E SOCIEDADE

A COMISSÃO ABAIXA ASSINADA APROVA A DISSERTAÇÃO

INTITULADA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E EFEITOS

ADVERSOS DOS ANTIPSICÓTICOS DE SEGUNDA

GERAÇÃO EM PACIENTES COM ESQUIZOFRENIA

Elaborada por

DIEGO DE ARAÚJO DANTAS

COMO REQUISITO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM

SAÚDE E SOCIEDADE

BANCA EXAMINADORA:

Profª Drª Caroline Addison Xavier de Medeiros (Orientadora)

UERN/RN ____________________

Profª Drª Aurigena Antunes Araújo

UFRN/RN

____________________

Prof Dr Richardson Augusto Rosendo da Silva

UFRN/RN

____________________

Mossoró 2014

5

SUMÁRIO

RESUMO 7

I INTRODUÇÃO 8

1.1 O PROBLEMA 8

1.2 OBJETIVOS 9

1.2.1 Objetivo Geral 9

1.2.2 Objetivos Específicos 9

1.3 JUSTIFICATIVA 10

II REVISAO DA LITERATURA 12

2.1 ESQUIZOFRENIA 12

2.1.1 Histórico 12

2.1.2 Etiologia 15

2.1.3 Aspectos Epidemiológicos 17

2.1.4 Tratamento 17

2.2 ANTIPSICÓTICOS DE SEGUNDA GERAÇÃO 18

2.3 EFEITOS ADVERSOS DOS ANTIPSICÓTICOS 20

2.3.1 Efeitos extrapiramidais 20

2.3.2 Efeitos Metabólicos 24

2.4 QUALIDADE DE VIDA E ESQUIZOFRENIA 28

III METODOLOGIA 32

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 32

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA 32

3.2.1 População 35

3.2.2 Amostra 33

3.2.3 Instrumento de Coleta dos Dados 34

3.2.4 Procedimentos para a Coleta dos Dados 35

3.2.5 Analise Estatística 36

IV RESULTADOS E DISCUSSÃO 37

V CONCLUSÃO E SUGESTÕES 53

VI REFERÊNCIAS 54

VII ANEXOS 72

ANEXO 1 QUESTIONÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO 72

6

ANEXO 2 ESCALA DE SIMPSON-ANGUS 74

ANEXO 3 ESCALA UKU DE EFEITOS COLATERAIS 77

ANEXO 4 EUROQOL-5D 88

ANEXO 5 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 91

ANEXO 6 APROVAÇÃO NO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA 93

ANEXO 7 ARTIGO ENVIADO 95

ANEXO 8 ACEITE DO ARTIGO 114

7

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Efeitos adversos extrapiramidais. 21

TABELA 2

TABELA 3

TABELA 4

TABELA 5

TABELA 6

TABELA 7

TABELA 8

Efeitos adversos metabólicos.

Variáveis sociodemográficas dos usuários de antipsicóticos de

segunda geração.

Escala de Simpson-Angus dos usuários de antipsicóticos de

segunda geração.

Efeitos colaterais psíquicos da escala UKU dos usuários de

antipsicóticos de segunda geração.

Efeitos colaterais neurológicos da escala UKU dos usuários de

antipsicóticos de segunda geração.

Efeitos colaterais autonômicos da escala UKU dos usuários de

antipsicóticos de segunda geração.

Outros efeitos colaterais da escala UKU dos usuários de

antipsicóticos de segunda geração.

25

39

43

44

45

46

48

8

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Antipsicóticos de Segunda Geração. 19

FIGURA 2

FIGURA 3

FIGURA 4

Mapa do Rio Grande Norte com destaque para as cidades do

estudo.

Distribuição do uso dos antipsicóticos de segunda geração.

Porcentagem dos usuários em uso de antipsicóticos de

segunda geração que aferiram algum problema nas dimensões

do EQ-5D.

33

40

50

9

RESUMO

A esquizofrenia é uma doença extremamente incapacitante que afeta

significativamente todas as principais áreas da vida e tem sido demonstrado de

forma consistente que ela parece ter um grande impacto negativo na qualidade de

vida. Dessa forma, este estudo de coorte transversal busca investigar os efeitos

adversos causados pelos Antipsicóticos de Segunda Geração em pacientes

esquizofrênicos e o impacto em sua qualidade de vida. O estudo foi realizado com

218 indivíduos nas cidades de Caicó, Mossoró e Natal no Estado do Rio Grande do

Norte. Para avaliar as características sociodemográficas foi utilizado um questionário

estruturado; o intrumento Udvalg for Kliniske Undersøgelser (UKU) escala de efeitos

colaterais e a escala de Simpson-Angus foram utilizados para avaliação dos efeitos

adversos; e o instrumento EuroQol-5D avaliou a qualidade de vida. Os dados foram

analisados utilizando o teste qui-quadrado e análises de variância (ANOVA) sendo

considerado como significante um p<0,05. Foi verificado que mais homens fazem

uso de antipsicóticos atípicos do que as mulheres (p<0,05) e a maioria dos

indivíduos possuem baixas condições sociais e econômicas com média de

rendimentos que variam entre 1,1 e 2,1 salários mínimos. As escalas mostraram

significativas diferenças entre os efeitos adversos principalmente para clozapina,

quetiapina e ziprasidona. Na avaliação da qualidade de vida, todos os

medicamentos, exceto a olanzapina, prejudicaram a mobilidade e uma grande

proporção dos indivíduos referiram problemas em outras dimensões como: 63,3%

dos usuários de clozapina referiram problemas de mobilidade; 63,7% e 56,3% dos

usuários de clozapina e ziprasidona, respectivamente, tiveram problemas em

atividades usuais; 68,8% e 54,5% para ziprasidona e clozapina, respectivamente

experimentaram dor e desconforto; e 72,8% dos usuários de clozapina reportaram

ansiedade e depressão. Efeitos psiquiátricos, neurológicos e autonômicos, bem

como outras reações adversas foram prevalentes na amostra estudada, sendo que a

olanzapina causou menores efeitos. A qualidade de vida é bastante afetada por

baixas condições sociais e econômicas, podendo estas, terem mascarado os

benefícios dos novos antipsicóticos.

Palavras chaves: esquizofrenia, antipsicóticos atípicos, qualidade de vida.

10

ABSTRACT

Schizophrenia is a highly disabling condition that significantly affects all major areas

of life and it has been consistently demonstrated that it seems to impact negatively

on the quality of life. This cross-sectional study investigates the effects caused by

second-generation antipsychotics in schizophrenic patients and their impact on

quality of life. The study was conducted with 218 individuals from Caicó, Mossoró

and Natal in Rio Grande do Norte. A structured questionnaire was used to evaluate

the sociodemographic characteristics; Udvalg for Kliniske Undersøgelser (UKU) side

effects rating scale and Simpson-Angus scale were used to evaluate adverse effects;

the EuroQol-5D instrument evaluated the quality of life. Data were analyzed using

chi-square test and analysis of variance (ANOVA). For this, it was considered

significant at p <0.05. It was found that men use more atypical antipsychotics than

women (p <0.05) and most individuals have low social and economic conditions with

average yields ranging between 1.1 and 2.1 minimum wages. The scales showed

significant differences in adverse effects, mainly clozapine, quetiapine and

ziprasidone. Evaluating the quality of life, all drugs, except olanzapine, impaired

mobility and a large proportion of subjects reported problems in other dimensions,

such as: 63.3% of the users of clozapine reported mobility problems; 63.7% and

56.3% of the users of clozapine and ziprasidone, respectively, had problems in usual

activities; 68.8% and 54.5% of the users of ziprasidone and clozapine, respectively,

experienced pain and discomfort; and 72.8% of the users of clozapine reported

anxiety and depression. Psychiatric, neurological and autonomic effects and other

adverse reactions were prevalent in the study sample, and olanzapine caused minor

effects. The quality of life is greatly affected by low social and economic conditions,

which may have masked the benefits of newer antipsychotics.

Key words: schizophrenia, atypical antipsychotics, quality of life.

11

I INTRODUÇÃO

1.1 O PROBLEMA

A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico crônico de etiologia incerta que

está presente em todas as culturas e todos os países (LEWIS et al., 2006). Sua

prevalência ao longo da vida atinge 0,9 a 11 pessoas a cada 1.000 e é associada a

graves problemas físicos, sociais e econômicos. Menos de 20% dos pacientes com

esquizofrenia serão inclusos no mercado de trabalho em algum tempo, sendo, esta

doença, considerada como uma das trinta condições mais incapacitantes do mundo

(DA SILVA, 2006).

Os sintomas mais importantes são divididos em negativos, positivos e

cognitivos. A falta de espontaneidade, o retraimento social e emocional são

classificados como negativos. Desconfiança, grandiosidade, perseguição, delírios,

alucinações e agitação motora incluem os positivos. Desorganização, desorientação,

falta de atenção, dificuldade em compreender e limitações de memória são os

sintomas cognitivos (MARINHO, 2013).

Os antipsicóticos são a base para o tratamento da esquizofrenia (LEWIS et

al., 2006; SCHMITT et al., 2012; ZORTÉA et al., 2010). A descoberta dos

antipsicóticos de primeira geração (APG) ou típicos, na década de 1940, trouxe

grande benefício para esses pacientes, uma vez que mostraram eficácia no combate

aos sintomas psicóticos, possibilidade de tratamento em regime ambulatorial,

redução da permanência hospitalar e do número de internações. Entretanto, esses

fármacos eram prescritos com limitações como baixa eficácia contra os sintomas

negativos da esquizofrenia e associação com sintomas extrapiramidais (SEP)

indesejáveis, abrangendo um quadro similar ao da doença de Parkinson,

caracterizado por acatisia, distonia aguda, bradicinesia e tremor, particularmente em

doses elevadas (BOBO; SHELTON, 2010).

A reintrodução da clozapina, nos anos 1990, e o surgimento de outros

antipsicóticos atípicos (APAs) ou de segunda geração (ASG) – amisulprida,

aripiprazol, olanzapina, quetiapina, risperidona e ziprasidona – representou um

progresso no tratamento da esquizofrenia (ELKIS et al., 2007), uma vez que os

ASGs se mostraram, em sua maioria, mais eficazes que os APG quanto à redução

12

da psicopatologia (DAVIS et al., 2003) ou quanto à redução do número de recaídas

e consequentes rehospitalizações (LEUCHT et al., 2003).

Nos últimos anos, os antipsicóticos de segunda geração são comumente

utilizados no tratamento da esquizofrenia (LEUCHT et al., 2009) e são considerados

medicamentos de primeira escolha em alguns países, como nos Estados Unidos e

Suíça (HENGARTNER et al., 2012). No Brasil, o uso de ASGs aumentou muito nos

últimos anos visto que alguns desses medicamentos fazem parte do programa de

medicamentos de alto custo do Ministério da Saúde (ELKIS et al., 2008). O Sistema

Único de Saúde (SUS) disponibiliza os antipsicóticos de segunda geração apenas

para pacientes refratários ao tratamento com os de primeira geração e registrados

no “Programa de Medicamentos de Dispensação Excepcional”.

O impacto positivo dos ASGs no manejo da esquizofrenia é incontestável.

Estes medicamentos melhoram a qualidade de vida, o paciente apresenta maior

adesão ao tratamento, além de diminuir as tendências suicidas e depressivas

(KECK; MCELROY, 2002). Sua maior vantagem em relação aos antipsicóticos

convencionais consiste na redução dos sintomas extrapiramidais, havendo ainda,

melhor eficácia em relação aos sintomas negativos, afetivos e cognitivos da

esquizofrenia (SILVA et al., 2005).

No Brasil, embora o acesso e escolha da terapia para a esquizofrenia tenha

avançado, poucos trabalhos tem mostrado os potenciais riscos, efeitos adversos e

impacto na qualidade de vida dos antipsicóticos de segunda geração (CHAVES et

al., 2012; VIANA et al., 2009).

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Mostrar o impacto dos antipsicóticos de segunda geração na qualidade de

vida dos pacientes esquizofrênicos e seus efeitos adversos.

1.2.2 Objetivos Específicos

13

Descrever o perfil sociodemográfico e econômico dos usuários de ASG;

Mostrar os efeitos adversos causados pelos ASGs através da escala UKU de

efeitos colaterais;

Descrever os principais efeitos extrapiramidais presentes nos referidos

usuários utilizando a escala de Simpson-Angus;

Comparar a frequência e intensidade dos efeitos adversos dos diferentes

antipsicóticos de segunda geração;

Avaliar as dimensões do EuroQol-5D que comprometem qualidade de vida

dos usuários.

1.3 JUSTIFICATIVA

A esquizofrenia é uma doença incapacitante que afeta significativamente

todas as principais áreas de vida (SWITAJ et al., 2012) e tem sido demonstrado de

forma consistente que ela parece ter um grande impacto negativo na qualidade de

vida (ADELUFOSI et al., 2013; XIANG et al., 2008; XIANG et al., 2010). Vários

fatores podem afetar a qualidade de vida em pacientes esquizofrênicos, incluindo

fatores sociodemográficos (HSIAO et al., 2012), sintomas padrões da doença

(CHUGH et al., 2012) e os efeitos colaterais da medicação antipsicótica (LOGA-ZEC;

LOGA, 2010; ZOUARI et al., 2012).

Estudos anteriores demonstraram que o tratamento crônico com

antipsicóticos típicos causam maiores efeitos negativos na qualidade de vida do que

o tratamento os atípicos devido à maior incidência de efeitos adversos envolvendo

os sintomas extrapiramidais (FUJIMAKI et al., 2012). Da mesma forma, Fang (2009)

avaliou os efeitos de sete medicamentos (clorpromazina, sulpirida, clozapina,

risperidona, olanzapina, quetiapina e aripiprazol) e verificou que os antipsicóticos

atípicos, especialmente olanzapina e quetiapina, foram superiores aos típicos em

melhorar a qualidade de vida de pacientes esquizofrênicos (FANG et al., 2009). Em

contraste, outro estudo relatou que pacientes fazendo o uso de risperidona e

14

olanzapina tinham sua qualidade de vida bastante prejudicada, e sugeriu que os

efeitos destes agentes antipsicóticos podem ter sido mascarados pelas situações

sociais e econômicas agravantes (CHAVES et al., 2012).

A qualidade de vida é um fator essencial a ser considerado na escolha do

tratamento, de forma que a avaliação desta variável é bastante importante para

fornecer um ponto de partida aos serviços ambulatoriais e de reabilitação. Estudos

com abordagem em qualidade de vida em pacientes esquizofrênicos tratados com

ASGs ainda têm um número de publicações limitadas, principalmente no Brasil

(DAVIES et al., 2008; KNAPP et al., 2008). Dessa forma, no presente estudo

buscamos avaliar o impacto dos antipsicóticos de segunda geração na qualidade de

vida de seus usuários.

15

II REVISAO DA LITERATURA

2.1 – ESQUIZOFRENIA

A esquizofrenia é uma doença extremamente incapacitante e afeta o indivíduo

em diversas dimensões durante toda sua vida, como relação interpessoal,

mobilidade e atividade laboral (ŚWITAJ et al., 2012). Sua etiologia é incerta e ela

está presente em todas as culturas do mundo associada a graves problemas físicos,

sociais e econômicos, sendo considerada uma das trinta condições mais

incapacitantes do mundo. Menos de 20% dos pacientes esquizofrênicos estão

inclusos no mercado de trabalho (CAROFF, 2012; LEWIS et al., 2006).

2.1.1 – Histórico

Apenas quando a psiquiatria se torna uma especialidade médica no século

XIX, termos como “idiotia adquirida” e “demência precoce” são usados para nomear

transtornos psíquicos com sintomas que coincidem com os classificados na doença

que conhecemos atualmente por esquizofrenia. Em 1892, Emil Kraepelin, propõe o

termo “demência precoce” para nomear um quadro clínico baseado em diversas

observações de casos semelhantes os quais demonstravam um declínio cognitivo e

comportamental grave (JABLENSKY, 2010).

O termo esquizofrenia, como o conhecemos hoje, se fixou após a monografia

de Eugen Bleuler, em 1911. “Demência Precoce ou o grupo das Esquizofrenias”

cunhou em definitivo o termo esquizofrenia que etimologicamente quer dizer “mente

fedida ou dividida”. O termo “demência precoce” ficou em desuso devido ao fato de

que a esquizofrenia pode atingir indivíduos tardiamente.

De 1892 aos dias atuais, estudiosos somaram contribuições valiosas para

classificação, diagnóstico e expansão do conceito da esquizofrenia como a

conhecemos nos dias atuais.

Cronologia do desenvolvimento do conceito de esquizofrenia

16

1893 - Emil Kraepelin descreve o quadro clínico da demência precoce na 4a

edição de seu “Tratado de Psiquiatria”

1908/1911 - Eugen Bleuler publica um artigo sobre o prognóstico da

demência precoce seguido do livro “Demência Precoce: o grupo das esquizofrenias”

1913 - Publicação da 8a e última edição do tratado de Kraepelin com a

descrição dos dois principais componentes da demência precoce.

1930-1940 - Descrição de vários subtipos de esquizofrenia na Europa e nos

Estados Unidos

1948 - Kurt Schneider publica a “Psicopatologia Clínica” descrevendo os

“sintomas de primeira ordem”

1965 (até 1970) – Projeto colaborativo EUA-Reino Unido

1966 (até 1973) – Estudo Piloto Internacional da Esquizofrenia

1968 – 2a edição de “Diagnostic and Statisticals Manual of Mental Disorders”

(DSM II) (Associação Psiquiátrica Americana)

1972 – Critérios Diagnósticos da Universidade de Washington

1974 – Sintomas positivos e negativos

1975 – 9a edição da Classificação Internacional das Doenças (CID-9

Organização Mundial de Saúde)

1978 – Research Diagnostic Criteria (RDC)

1980 – Conceito de duas síndromes da esquizofrenia (Crow); publicação da

DSM II

1993-4 – CID-10 e DSM IV

(ELKIS, H. et al., 2008)

Critérios rigorosos são utilizados para aumentar a confiabilidade do

diagnóstico da esquizofrenia de acordo com a quarta edição do Manual Diagnóstico

e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), conforme mostra o Quadro I.

17

Quadro 1 – Critérios diagnósticos para esquizofrenia do DSM-IV

Quadro extraído da Quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de transtornos Mentais da

Associação Psiquiátrica Americana (FIRST; FRANCES; PINCUS, 2004).

A esquizofrenia pode ser subclassificada de acordo com o DSM-IV em:

paranóide, desorganizada, catatônica, indiferenciada e residual, como mostrado no

Quadro 2.

A. Sintomas característicos: Dois (ou mais) dos seguintes, cada qual presente por uma porção significativa de tempo durante o período de 1 mês (ou menos, se tratados com sucesso): (1) delírios (2) alucinações (3) discurso desorganizado (por ex., freqüente descarrilamento ou incoerência) (4) comportamento amplamente desorganizado ou catatônico (5) sintomas negativos, isto é, embotamento afetivo, alogia ou avolição Nota: Apenas um sintoma do Critério A é necessário se os delírios são bizarros ou as alucinações consistem de vozes que comentam o comportamento ou os pensamentos da pessoa, ou duas ou mais vozes conversando entre si. B. Disfunção sócio/ocupacional: Por uma porção significativa do tempo desde o início da perturbação, uma ou mais áreas importantes do funcionamento, tais como trabalho, relações interpessoais ou cuidados pessoais, estão acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do início (ou, quando o início dá-se na infância ou adolescência, fracasso em atingir o nível esperado de aquisição interpessoal, acadêmica ou ocupacional). C. Duração: Sinais contínuos da perturbação persistem por pelo menos 6 meses. Este período de 6 meses deve incluir pelo menos 1 mês de sintomas (ou menos, se tratados com sucesso) que satisfazem o Critério A (isto é, sintomas de fase ativa) e pode incluir períodos de sintomas prodrômicos ou residuais. Durante esses períodos prodrômicos ou residuais, os sinais da perturbação podem ser manifestados apenas por sintomas negativos ou por dois ou mais sintomas relacionados no Critério A presentes de uma forma atenuada (por ex., crenças estranhas, experiências perceptuais incomuns). D. Exclusão de Transtorno Esquizoafetivo e Transtorno do Humor: O Transtorno Esquizoafetivo e o Transtorno do Humor com Aspectos Psicóticos foram descartados, porque (1) nenhum Episódio Depressivo Maior, Maníaco ou Misto ocorreu concomitantemente aos sintomas da fase ativa; ou (2) se os episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, sua duração total foi breve relativamente à duração dos períodos ativo e residual. E. Exclusão de substância/condição médica geral: A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., uma droga de abuso, um medicamento) ou a uma condição médica geral. F. Relação com um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento: Se existe uma história de Transtorno Autista ou um outro Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, o diagnóstico adicional de Esquizofrenia é feito apenas se delírios ou alucinações proeminentes também estão presentes por pelo menos 1 mês (ou menos, se tratados com sucesso).

18

Quadro 2 - Critérios Diagnósticos para Subtipos da Esquizofrenia

Quadro extraído da Quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da

Associação Psiquiátrica Americana (FIRST et al., 2004).

2.1.2 – Etiologia

Mesmo com os recentes avanços, a etiologia da esquizofrenia permanece

misteriosa. Sabe-se que existem fatores genéticos, ambientais e neuroquímicos que

estão envolvidos com a doença (PRASAD et al., 2010). O modelo da diátese-

estresse postula que se pode ter uma vulnerabilidade específica (diátese) que,

pressionada por fatores ambientais estressantes permite o desenvolvimento dos

Tipo Paranóide Um tipo de Esquizofrenia no qual são satisfeitos os seguintes critérios: A. Preocupação com um ou mais delírios ou alucinações auditivas freqüentes. B. Nenhum dos seguintes é proeminente: discurso desorganizado, comportamento desorganizado ou catatônico, ou afeto embotado ou inadequado. Tipo Desorganizado Um tipo de Esquizofrenia no qual são satisfeitos os seguintes critérios: A. Todos os seguintes sintomas são proeminentes: (1) discurso desorganizado (2) comportamento desorganizado (3) afeto embotado ou inadequado B. Não são satisfeitos os critérios para o Tipo Catatônico. Tipo Catatônico Um tipo de Esquizofrenia no qual o quadro clínico é dominado por, pelo menos, dois dos seguintes sintomas: (1) imobilidade motora evidenciada por cataplexia (incluindo flexibilidade cérea ou estupor) (2) atividade motora excessiva (aparentemente desprovida de propósito e não influenciada por estímulos externos) (3) extremo negativismo (uma resistência aparentemente sem motivo a toda e qualquer instrução, ou manutenção de uma postura rígida contra tentativas de mobilização) ou mutismo (4) peculiaridades do movimento voluntário evidenciadas por posturas (adoção voluntária de postura inadequadas ou bizarras), movimentos estereotipados, maneirismos proeminentes ou trejeitos faciais proeminentes) (5) ecolalia ou ecopraxia Tipo Indiferenciado Um tipo de Esquizofrenia no qual os sintomas que satisfazem o Critério A estão presentes, mas não são satisfeitos os critérios para os Tipos Paranóide, Desorganizado ou Catatônico. Tipo Residual Um tipo de Esquizofrenia no qual são satisfeitos os seguintes critérios: A. Ausência de delírios e alucinações proeminentes, discurso desorganizado e comportamento amplamente desorganizado ou catatônico. B. Existem evidências contínuas da perturbação, indicadas pela presença de sintomas negativos ou dois ou mais sintomas relacionados no Critério A para Esquizofrenia, presentes de forma atenuada (por ex., crenças estranhas, experiências perceptuais incomuns).

19

sintomas esquizofrênicos, mas sem fator biológico não haveria a esquizofrenia

(PEARLSON; CALHOUN, 2009).

Estudos em famílias afetadas pela esquizofrenia e gêmeos, apontam o

componente genético como um fator participante em sua etiologia, podendo

responder por mais da metade na susceptibilidade para a manifestação da doença.

As manifestações ocorrem com taxa aumentada em indivíduos da mesma família,

sendo esta taxa entre 40 e 50% para gêmeos homozigotos os quais têm um material

genético idêntico (PICCHIONI et al., 2010). A presença de variantes raras com

grandes efeitos sobre o risco de esquizofrenia já estão bem estabelecidos, estando

a deleção 22q11 e DISC1 entre os achados mais proeminentes (RUJESCU, 2012).

Nos últimos anos pesquisas mostraram que existem certos aspectos em

comum no cérebro de esquizofrênicos, tais como volume cerebral menor, em certas

áreas o fluxo de sangue é menor, e os ventrículos são mais largos. A participação

neuroquímica na esquizofrenia foi obsevada a partir do efeito terapêutico dos

antagonistas dos receptores da dopamina D2, somada a capacidade das

anfetaminas de desencadearem alterações comportamentais nos animais

semelhantes a esta enfermidade. Surge, dessa forma, a hipótese dopaminérgica da

esquizofrenia, uma das ideias mais duradouras em psiquiatria. Com as tecnologias

disponíveis já é possível verificar uma hiperatividade dopaminérgica na via nigro-

estriada (HOWES; KAPUR, 2009). Porém, esse caminho leva apenas uma

explicação dos sintomas positivos, visto que os negativos da esquizofrenia podem

ser resultado não de um excesso, mas sim de uma diminuição da atividade

dopaminérgica (TAJIMA et al., 2009). A participação de outros neurotransmissores

como a serotonina e o glutamato também vem sendo exaustivamente investigada

(GASPAR et al., 2009).

Estudos buscando a associação de fatores ambientais com a esquizofrenia

têm mostrado resultados significativos como, por exemplo, a associação de psicoses

com o uso de anticoncepcionais orais (CANNON et al., 2002). Também foi levantada

a hipóteses da incompatibilidade do fator Rh aumentar o risco de desenvolver

esquizofrenia (HOLLISTER et al., 1996). Dessa forma os diversos fatores biológicos

existentes não podem ser negligenciados na busca da etiologia da esquizofrenia.

20

2.1.3 – Aspectos Epidemiológicos

A prevalência é compreendida como sendo a medida da proporção de

indivíduos que apresentam um determinado transtorno no momento em que se

pesquisa, ou em um período de tempo já determinado. Atualmente,

aproximadamente 20 milhões de pessoas sofrem de esquizofrenia em todo o

mundo. Ela atinge cerca de 0,9 a 11 pessoas a cada 1.000 ao longo da vida (DA

SILVA, 2006; STILO; MURRAY, 2010).

Estudos realizados no Brasil mostraram uma prevalência de 15,6% de

esquizofrenia entre os transtornos mentais encontrados no Hospital de Emergência

do Rio de Janeiro (SANTOS et al., 2009). Já em Natal/RN, em um Hospital de

referência psiquiátrica, foi observado, no período de 1999 à 2005, um prevalência de

35,5% de internações para pacientes com esquizofrenia (DE ARAÚJO et al., 2007).

Quanto ao sexo, a esquizofrenia é distribuída igualmente entre o feminino e o

masculino, mas percebe-se claramente que sua incidência é precoce nos homens e

tardia nas mulheres (ONITSUKA et al., 2009).

Também é possível verificar que a esquizofrenia atinge as classes menos

favorecidas economicamente da população, como indivíduos que vivem em

populações rurais, imigrantes e população de países em desenvolvimento

(SHIVASHANKAR et al., 2013).

2.1.4 – Tratamento

Historicamente a esquizofrenia tem sido uma doença de difícil tratamento,

necessitando, muitas vezes de hospitalizações durante a fase mais aguda

(CORRÊA, 2009).

Um passado bastante estigmatizado faz parte do tratamento da esquizofrenia

que era tratada com recursos bastante escassos através da eletroconvulsoterapia e

até mesmo lobotomia (JABLENSKY, 2010). Apenas em 1952, quando foram

descobertos os neurolépticos o tratamento farmacológico foi introduzido à

esquizofrenia.

Hoje, os antipsicóticos são o sustentáculo para o tratamento da esquizofrenia.

São classificados em dois grupos: antipsicóticos de primeira geração (APGs),

neurolépticos ou típicos e antipsicóticos de segunda geração (ASGs), ou atípicos.

21

2.2 – ANTIPSICÓTICOS DE SEGUNDA GERAÇÃO

A base para o tratamento farmacológico da esquizofrenia consiste na

utilização de medicamentos antipsicóticos (ZORTÉA et al., 2010). A descoberta dos

antipsicóticos de primeira geração (APG) ou típicos, na década de 1940, trouxe

grande benefício para pacientes com esquizofrenia, uma vez que esses

medicamentos mostraram eficácia no combate aos sintomas psicóticos,

possibilidade de tratamento em regime ambulatorial, redução da permanência

hospitalar e redução no número de internações. Entretanto, os antipsicóticos típicos

ou convencionais eram prescritos com limitações como baixa eficácia contra os

sintomas negativos da esquizofrenia e associação com sintomas extrapiramidais

(SEP) indesejáveis, abrangendo um quadro similar ao da doença de Parkinson

(BOBO; SHELTON, 2010), caracterizado por acatisia, distonia aguda, bradicinesia e

tremor, particularmente em doses elevadas (GARDNER et al., 2005).

Na década de 60, a clozapina, um antipsicótico de segunda geração de

referencia, foi testado na Europa. Porém, infelizmente, observaram-se problemas

hematológicos, o que culminou com sua retirada do mercado (SCHATZBERG et al.,

2006).

22

Figura 1 – Antipsicóticos de Segunda Geração

Já na década de 90 começaram a surgir os outros ASGs; amisulprida,

aripiprazol, olanzapina, quetiapina, risperidona e ziprasidona; e a clozapina foi

reintroduzida no mercado a partir de um estudo que mostrou sua maior eficácia em

pacientes que não respondiam ao tratamento com APGs (ELKIS et al., 2007).

O efeito dos antipsicóticos devem-se ao bloqueio dos receptores de dopamina

(DA), mais especificamente os receptores D2. Acredita-se que a inibição desses

receptores em regiões mesolímbicas e mesocorticais seja responsável pelo controle

dos sintomas da esquizofrenia. Já o bloqueio desses receptores nos gânglios da

base e na via tuberoinfundibular no hipotálamo, juntamente com a capacidade de

bloquear os receptores colinérgicos muscarínicos, α-adrenérgicos e 5-HT2 podem

23

explicar os efeitos adversos associados a esses compostos no tratamento da

esquizofrenia (BRODY, 2006).

Os ASGs possuem uma menor capacidade de bloqueio dos receptores D2

quando comparados aos APGs, mas bloqueiam um número elevado de receptores

5-HT2A. Clozapina, olanzapina e quetiapina possuem a capacidade de bloquear

seletivamente os receptores DA mesolímbicos e mesocorticais. Este fato explicaria

sua menor capacidade de causar efeitos adversos (GOODMAN; GILMAN, 2012).

Os ASGs bloqueiam os receptores D2 e 5-HT2 e aliviam os sintomas positivos

e negativos da esquizofrenia, já os APGs bloqueiam somente os receptores D2 e

aliviam em geral apenas os sintomas positivos. Dessa forma ficou evidenciado a

participação dos receptores DA para os sintomas positivos e dos receptores 5-HT2

para os sintomas negativos (BRODY, 2006).

2.3 – EFEITOS ADVERSOS DOS ANTIPSICÓTICOS

2.3.1 – Efeitos extrapiramidais

O efeito terapêutico dos antipsicóticos clinicamente disponíveis pode ser em

parte explicado pela redução na neurotransmissão dopaminérgica. Com exceção do

agonista parcial D2 aripiprazol, todos os outros antipsicóticos possuem propriedades

antagonistas dos receptores da dopamina D2. Esse mecanismo pode resultar em

importantes efeitos adversos no sistema extrapiramidal (CONLEY; KELLY, 2005).

O antagonismo da via dopaminérgica no estriado dorsal (cauda-putamen, nos

núcleos da base) induz os efeitos adversos chamados sintomas extrapiramidais

(SEP), que são transtornos do movimento, e inclui a distonia aguda, acatisia,

parkinsonismo, síndrome neuroléptica maligna, tremor perioral e a discinesia tardia

24

(CASEY, 2007). A tabela 1 resume os sintomas extrapiramidais associados com os

antipsicóticos de segunda geração.

Tabela 1 - Efeitos adversos extrapiramidais.

Efeitos

Colaterais

Clozapina Olanzapina Risperidona Quetiapina Ziprasisona Aripriprazol

Acatisia/

Parksonismo

0 + ++ + + +

Discinesia

tardia

0 + + ? ? ?

Convulsões ++ 0 0 0 0 +

Síndrome

neuroléptica

maligna

+ + + + ? +

0: ausência; +: ocasionalmente; ++: algumas vezes; +++: frequentemente; ?: indefinido.

Fonte: adaptada de FALKAI, 2006

Evidências de ensaios clínicos indicam que as anormalidades motoras

inerentes à esquizofrenia podem ser agravadas pelo uso de antipsicóticos de

primeira geração enquanto que alguns dos mais novos antipsicóticos de segunda

geração parecem ter uma menor propensão para induzir sintomas motores ou

melhoram os sintomas associados com a discinesia tardia pré-existente

(DOSSENBACH et al., 2005; HUGENHOLTZ et al., 2006).

Entre os SEP, a distonia é uma doença aguda que ocorre nas primeiras horas

e dias de tratamento com maior risco entre os pacientes mais jovens, em resposta a

reduções abruptas na neurotransmissão nigroestriatal de D2. Caracteriza-se por

desordens de movimento que envolve os músculos da cabeça e do pescoço, a

língua e, em sua forma mais grave, a crise oculogírica, músculos extraoculares,

sendo angustiante e assustadora para o paciente (SATTERTHWAITE et al., 2008). A

25

distonia aguda tipicamente ocorre com APG de alta potência e frequentemente em

jovens e pacientes masculinos, mas também tem sido relatada em associação com

ASG, como a risperidona (LEUCHT et al., 1999).

O aparecimento de parkinsonismo, após a administração de antipsicóticos,

pode ser atrasado em dias ou semanas, 50% a 75% dos casos ocorrem dentro de

um mês e 90% no prazo de três meses. Na grande maioria, os sintomas são

reversíveis, mas, especialmente em idosos, os sintomas podem durar meses. O

tremor pode persistir, levando a doença de Parkinson subjacente, em 15 % dos

pacientes (THANVI; TREADWELL, 2009). Clinicamente, há um alentecimento

generalizado e um empobrecimento do movimento volicional (bradicinesia) com

faces inexpressivas e redução dos movimentos dos braços ao andar. Os sintomas

mais notáveis são lentidão dos movimentos e, algumas vezes, rigidez e tremor

variável em repouso, especialmente dos membros superiores (BRAS; SINGLETON,

2009).

Embora o parkinsonismo se correlacione com dosagens mais altas, potência

e propriedades anticolinérgicas reduzidas dos antipsicóticos, nem sempre essas

relações dose-resposta são claras, em razão das diferenças de susceptibilidade

individual. Em estudos patrocinados por indústrias, o haloperidol é associado duas a

quatro vezes com o risco de parkinsonismo em comparação com ASG (22% a 38%

versus 4% a 14%) (BRAS; SINGLETON, 2009). Entretanto, até mesmo os ASG

podem causar parkinsonismo, significativamente em indivíduos susceptíveis, exceto

clozapina e quetiapina. Pacientes com demência com corpos de Lewy podem

experimentar a "síndrome de sensibilidade neuroléptica", potencialmente letal,

quando expostos aos APG ou ASG (CAROFF et al., 2011).

26

Outro SEP comum é a catatonia, caracterizada por inquietação subjetiva e

objetiva, frequentemente afetam os membros inferiores, sendo menos sensível ao

tratamento (KANE et al., 2009). Pacientes, subjetivamente, se queixam de tensão

interior, agitações, ansiedade, desejo de se mover e incapacidade de se sentar.

Acatisia continua a ser um problema, mesmo com o uso de novos medicamentos

ASG (MILLER et al., 2008).

A Catatonia é rara e frequentemente é associada com fármacos de alta

potência. No entanto, os ASG não são considerados sem riscos para o

desenvolvimento da catatonia. Autores documentaram tanto a ocorrência ou o

agravamento de catatonia associada com o uso desses novos medicamentos

(TARSY et al., 2002). Entretanto, em modelos animais, ASG apresentam uma

vantagem sobre APG na redução do risco de catalepsia, aumentando a

possibilidade de que estes novos agentes teriam menos probabilidade de causar

catatonia, e pode ser particularmente útil em pacientes com pré-existência de risco

de catatonia. Na verdade, o uso de ASG em estudos que incluíram pacientes com

esquizofrenia não resultou em efeitos adversos catatônicos neste subgrupo e foi

benéfica em dois dos estudos (CAROFF et al., 2012).

Uma forma de SEP potencialmente fatal e extremamente rara é a síndrome

neuroléptica maligna (SNM) que combina características de parkinsonismo

avançado e catatonia (STRAWN et al., 2007). SNM é associada com todos os

antipsicóticos atualmente comercializados, mas se correlaciona com o uso de

agentes de alta potência. Haloperidol foi responsável por cerca de metade de todos

os casos relatados. Os ASG também são implicados em casos isolados, mas poucas

pesquisas sugerem um risco reduzido em comparação com APG. Há relatos de

27

formas atípicas de SNM associado com ASG, mas na verdade, SNM sempre variou

em termos de gravidade, mesmo com APG (MANN, 2003).

Em contraste com SEP agudos, a discinesia tardia (DT) é insidiosa, surge

apenas após tratamento prolongado e muitas vezes é mascarada por um tratamento

em curso. Além disso, a DT é irreversível, pode se tornar socialmente desfigurante e

grave o suficiente para comprometer a alimentação do paciente, a fala, respiração

ou deambulação. Diferenças de responsabilidade para DT entre APG e ASG são

estudadas extensivamente (CAROFF et al., 2011).

Estudos patrocinados pelas indústrias encontraram uma redução significativa

de seis a doze vezes no risco para a DT com o uso de ASG (KANE, 2009). Outros

autores encontraram uma redução de 4,6% no risco de DT para os ASG

comparados com estudos usando haloperidol, mas depois descobriu apenas uma

diferença de 1,6% quando os estudos utilizavam APG de média potência

(CORRELL; SCHENK, 2008), sendo pouco provável que a clozapina promova DT.

2.3.2 – Efeitos Metabólicos

O uso dos antipsicóticos de segunda geração está associado a um aumento

importante de peso e alterações metabólicas, como as dislipidemias, síndrome

metabólica (SM) e diabetes (tabela 2). As características da SM (obesidade,

resistência insulínica, diabetes, hipertensão arterial e dislipidemias) são bastante

frequentes em pacientes com esquizofrenia. Essas alterações aumentam

significativamente o risco de morte por doença cardiovascular (DCV), que representa

a principal causa de mortalidade dos pacientes com esquizofrenia (MOURA et al.,

2007). Os distúrbios metabólicos associados aos ASG são, portanto, um desafio

atual para os psiquiatras no dia-a-dia.

28

Tabela 2 - Efeitos adversos metabólicos.

Efeitos

Colaterais

CLozapina Olanzapina Risperidona Quetiapina Ziprasidona Aripriprazol

Anormalidades

da Glicose

+++ +++ ++ ++ 0 0

Anormalidades

dos lipídeos

+++ +++ ++ ++ 0 0

Ganho de Peso +++ +++ ++ ++ + +

0: ausência; +: ocasionalmente; ++: algumas vezes; +++: frequentemente; ?: indefinido.

Fonte: adaptada de: FALKAI, 2006

No Brasil, o uso dos ASG aumentou muito nos últimos anos; por isso, o

impacto dos distúrbios metabólicos se tornou uma questão urgente, tanto na prática

clínica diária como no sistema público de saúde, visto que alguns ASG fazem parte

do programa de medicamentos de alto custo do Ministério da Saúde. Outra

peculiaridade do cenário nacional é o fato de a prática psiquiátrica na rede de

atendimento primário preocupar-se quase que exclusivamente com a remissão dos

sintomas psicóticos, deixando de lado outros aspectos importantes do tratamento,

como a segurança cardiovascular, sintomas negativos e distúrbios metabólicos, que

acabam até mesmo aumentando a morbidade clínica e piorando a qualidade de vida

dos pacientes com esquizofrenia (ELKIS et al., 2008).

Nos Estados Unidos quando se compara as taxas de obesidade da população

em geral com a população usuária de ASG, percebe-se um aumento considerável

da segunda em relação à primeira (CONLEY; KELLY, 2005).

O risco de ganho de peso, diabetes e dislipidemia não é uniforme entre todos

os antipsicóticos. Dois deles, a clozapina e a olanzapina (FALKAI et al., 2006), são

associados a um maior risco de ganho de peso, diabetes e dislipidemia do que

29

outros dois de introdução mais recente, a ziprasidona e o aripiprazol. Já a

risperidona e quetiapina observaram riscos intermediários para ganho de peso e

resultados discrepantes para avaliação do diabetes e das dislipidemias

(NEWCOMER, 2007).

De qualquer forma, o aumento de peso corporal ocorre em mais de 50% dos

pacientes esquizofrênicos que recebem administração de medicamentos

antipsicóticos em geral. Evidenciou-se que a média de ganho de peso em 10

semanas com vários antipsicóticos de segunda geração foi maior do que com os de

primeira geração, e a associação de aumento médio de peso de 4,45 kg, 4,15 kg,

2,10 kg e 0,04 kg para clozapina, olanzapina, risperidona e ziprasidona,

respectivamente (ALLISON et al., 1999).

Além do aumento de peso, o risco para diabetes mellitus tipo 2 é mais

elevado para os sujeitos com esquizofrenia, quando comparados com a população

em geral. Adicionalmente, os antipsicóticos são associados com deficiência

metabólica de glicose, exacerbação de diabetes tipo 1 e 2, surgimento do diabetes

tipo 2, cetoacidose diabética e possíveis complicações como retinopatia, cataratas,

infecção, neuropatia, insuficiência renal e distúrbios circulatórios (NEWCOMER,

2007).

Em 2001, 45 casos de diabetes tipo 2 e cetoacidose diabética foram

notificados, sendo 44% e 42% dos casos associados com clozapina e olanzapina,

respectivamente. Apenas três casos foram relatados com risperidona e quetiapina e

nenhum caso foi relatado para ziprasidona ou aripiprazol (LIEBZEIT et al., 2001).

Um estudo de caso controle com aproximadamente 20000 esquizofrênicos

encontrou que os sujeitos que faziam uso da olanzapina tiveram um risco maior para

desenvolver diabetes em comparação aos pacientes que usaram antipsicóticos

30

convencionais. Já o tratamento com risperidona teve um risco ligeiramente elevado,

mas não significante, quando comparado com antipsicóticos convencionais (KORO

et al., 2002). Outro estudo mostrou que um paciente desenvolveu cetoacidose

diabética apenas com 1 mês de tratamento com clozapina. Este paciente não tinha

relação com a obesidade e seus níveis de glicemia foram considerados satisfatórios

após a suspensão do medicamento (REIS et al., 2007).

O mecanismo de ação dos ASG pode explicar as alterações nos níveis de

glicose, uma vez que clozapina e olanzapina têm afinidade pelos receptores de

serotonina envolvidos no controle glicêmico (5-HT2A/2C, 5-HT1A e 5-HT2). Dessa

forma, esses medicamentos reduzem a responsividade das células beta

pancreáticas aos níveis sanguíneos de glicose. Isso abre um caminho para explicar

a maior resistência à insulina com uso destes medicamentos à observada com o uso

de APG. Outros autores também concordam que a fisiopatologia da diabetes em

usuários de ASG envolve aumento da resistência à insulina assim como alteração

na secreção (CHABROUX et al., 2009).

Com relação aos níveis de lipídios plasmáticos, a clozapina é associada a

aumento nos níveis séricos de colesterol total, assim como nos níveis de

triglicerídeos. Henderson et al (2000) verificaram que o uso de clozapina, por mais

de 60 meses, aumentou os níveis de triglicerídeos de 175 mg/dL para cerca de 400

mg/dL. Outros autores também demonstraram a associação da olanzapina com o

desenvolvimento de hiperlipidemia. Casos de aumento nos níveis de triglicerídeos

foram relatados com quetiapina. Risperidona, ziprasidona e aripiprazol parecem ter

efeitos neutros nos níveis de triglicerídeos e colesterol total, embora mais estudos a

longo prazo sejam necessários (RUMMEL-KLUGE et al., 2010).

31

Os mecanismos envolvidos como os efeitos metabólicos não são bem

compreendidos, somado ao fato de que a dopamina fora do sistema nervoso central

é tradicionalmente desconsiderada. No entanto, receptores de dopamina são

amplamente difundidos perifericamente e modulam fisiologicamente o sistema

nervoso simpático. Dessa forma, antagonistas totais ou parciais destes receptores,

como os ASG, podem provocar aumento da liberação de catecolaminas que não é

contra balanceado pelo sistema parassimpático, levando aos sinais clínicos da

síndrome metabólica (SCIGLIANO; RONCHETTI, 2013).

2.4 - QUALIDADE DE VIDA E ESQUIZOFRENIA

Tem sido demonstrado que a esquizofrenia tem um grande impacto negativo

na qualidade de vida do paciente (ADELUFOSI et al., 2013; XIANG et al., 2010).

Esta deterioração da QV relacionada à esquizofrenia induz elevados custos à

sociedade visto que gera uma enorme perda de produtividade nos pacientes

(PENTEK et al., 2012).

Cuidados com pacientes esquizofrênicos devem ir muito além da remissão

dos sintomas, sendo necessárias, ações sobre fatores que afetam a QV entre os

quais estão os efeitos adversos causados pelo tratamento (ZOUARI et al., 2012). A

QV é um fator muito importante a se considerar durante um tratamento para um

distúrbio psiquiátrico visto que ela interfere diretamente na adesão ao tratamento por

parte do usuário e tem uma correlação direta com a tentativa e ideação suicida

principalmente em pacientes esquizofrênicos. Estudos afirmam que esquizofrênicos

com baixa QV estão propensos à ideação suicida (YAN et al., 2013).

32

Pesquisadores verificaram que indivíduos sob tratamento crônico a base de

antipsicóticos de primeira geração obtiveram efeitos negativos mais fortes sobre a

qualidade de vida do que os que realizaram tratamento com ASGs, atribuindo este

fato à maior incidência de efeitos colaterais envolvendo efeitos extrapiramidais no

primeiro grupo (FUJIMAKI et al., 2012). Fato este que foi confirmado por Fang

(2009) que demonstrou que ASGs, especialmente a olanzapina e a quetiapina foram

superiores aos APGs na melhoria da qualidade de vida os pacientes. Em contraste

com estas pesquisas, um estudo recente demonstrou que pacientes que fazem uso

de risperidona e olanzapina têm a qualidade de vida prejudicada ou muito

prejudicada, sugerindo ainda que esta melhora ou piora na QV dos esquizofrênicos

pode ter sido mascarada pelas condições sociais econômicas diferenciadas

(CHAVES et al., 2012). Outro fator que pode ser explorado é o fato de que a

melhoria dos sintomas não está necessariamente ligada a uma melhoria na QV do

ponto de vista subjetivo do paciente e sim, a própria expectativa de melhoria

(D'ALMEIDA et al., 2013).

Formulações de liberação controlada de ASGs têm sido recentemente

introduzidas na prática clínica como opção para o tratamento da esquizofrenia e

alguns estudos tem apontado que esse tipo de terapia pode ter um impacto

significativamente positivo na QV de pacientes esquizofrênicos. Porém, são

necessários mais alguns ensaios clínicos comparativos para elucidar a questão

(RUIU et al., 2012). Quetiapina de liberação estendida obteve uma melhora na

qualidade de vida em idosos com transtorno depressivo maior (LOCKLEAR et al.,

2013), o que pode sugerir também um melhora para pacientes esquizofrênicos.

Pacientes que receberam risperidona injetável de longa duração obtiveram uma

melhor pontuação na escala de qualidade de vida do que usuários de haloperidol

33

(MIHAJLOVIC et al., 2011). A quetiapina em especial, vem sendo citada em alguns

estudos por causar menos efeitos adversos e melhorar a qualidade de vida de seus

usuários (FANG et al., 2009).

A capacidade física também é um fator que pode ter impacto na avaliação da

QV subjetiva visto que pacientes esquizofrênicos tendem a avaliar suas limitações

de maneira diferente de indivíduos saudáveis (KERLING et al., 2013). A simples

capacidade de caminhar está fortemente relacionada ao índice de massa corporal e

a qualidade de vida em pacientes esquizofrênicos, sendo este, um bom indicador

(MARTIN-SIERRA et al., 2011).

Ansiedade e depressão são fatores muito importantes quando se fala em

esquizofrenia e qualidade de vida. Ansiedade é um sintoma bastante comum nesta

enfermidade e a depressão acontece em quase 100% dos casos principalmente pelo

estigma que uma doença psiquiátrica traz ao paciente. Há indícios que o fator

depressão/ansiedade tem um potencial bem maior de influenciar a percepção de

qualidade de vida dos usuários do que qualquer outro sintoma, principalmente em

tratamentos em longo prazo (PRIEBE et al., 2011).

A preocupação em reduzir os efeitos psicóticos em esquizofrênicos gerou

uma certa negligência com relação à impactos nos distúrbios metabólicos que levam

a obesidade e morbidade (ELKIS, H. et al., 2008). Alguns autores afirmam que a

obesidade é um fator físico e mental que pode interferir na QV e que um programa

de intervenção nesse sentido pode melhorá-la (SUGAWARA et al., 2013); já outros

são taxativos, e afirmam que a obesidade está intimamente associada com uma

diminuição da QV (GUO et al., 2013).

Estudos sugerem que intervenções psicossociais aliadas às terapêuticas são

um trunfo bastante importante na melhoria da QV dos usuários (XIANG et al., 2012).

34

Quatro pontos chaves interferem na qualidade de vida em longo prazo: sofrimento

emocional, efeitos colaterais, somatização e dimensão dos sintomas. Autores

afirmam que melhorando esses quatro pontos é possível aumentar a satisfação do

usuário com a QV (RITSNER; GRINSHPOON, 2013).

35

III METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Trata-se de um estudo de coorte transversal de caráter quantitativo, cujos

dados foram obtidos por meio de entrevista presencial a pacientes esquizofrênicos

usuários de antipsicóticos de segunda geração fornecidos pelo Sistema Único de

Saúde no estado do Rio Grande do Norte.

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

3.2.1 População

O estudo foi desenvolvido em três importantes cidades do Rio Grande do

Norte em suas respectivas regiões. Na capital Natal, no hospital de referência para

doenças psiquiátricas, Dr. João Machado; em Mossoró, no Hospital São Camilo,

referência em doenças psiquiátricas na região do oeste e em Caicó, região do

seridó, no Centro de Atenção Psicossocial - CAPS III: Arte de Viver, que representa

a unidade de atendimento intensivo e diário aos portadores de doenças psíquicas na

região. Os pacientes que deram entrada no Programa de Alto Custo nos referidos

centros de atendimentos relatados foram avaliados.

36

Figura 2 – Mapa do Rio Grande Norte com destaque para as cidades do estudo.

3.2.2 Amostra

No ano de 2012, cerca de 5.000 pacientes das instituições participantes da

pesquisa receberam ASGs (olanzapina, 34%; risperidona, 33%; ziprasidona, 13%;

clozapina, 10%; quetiapina, 10%). Para calcular o tamanho da amostra, foi utilizado

um intervalo de confiança de 95% e 10% de erro amostral tolerável. Considerando-

se a população finita e a prevalência de uso de antipsicóticos de segunda geração, a

seguinte fórmula foi usada:

n = z2α/2NP(1 – P)____

ε2(N – 1) + z2α/2P(1 – P),

37

Onde: n é o tamanho da amostra, zα/2 é o intervalo de confiança, P é a

prevalência, N é a população, e ε é o erro amostral tolerável. O tamanho da amostra

calculada foi de 218 pacientes: 156 em Natal, 41 em Mossoró, e 21 em Caicó.

Como critérios de inclusão o paciente deveria ser maior de idade; fazer

acompanhamento terapêutico em um dos hospitais ou CAPS escolhidos para a

pesquisa; fazer uso de risperidona, olanzapina, ziprasidona, quetiapina ou clozapina

e estar cadastrado na Unidade Central de Agentes Terapêuticos do Rio Grande do

Norte – UNICAT. Foram excluídos da pesquisa os pacientes que não se

encontravam em condições de responder os questionários.

3.2.3 Instrumento de coleta dos dados

As variáveis sociodemográficas (idade, sexo, escolaridade, estado civil,

renda) foram avaliadas através de um questionário estruturado, desenvolvido e

validado (Anexo 1) (CHAVES et al., 2012). Os dados sobre diagnóstico e o uso de

drogas antipsicóticas de segunda geração também foram coletados. Os efeitos

adversos foram avaliados utilizando a o intrumento Udvalg for Kliniske

Undersøgelser (UKU) Side Effect Rating Scale (Anexo 2). Esta escala avalia os

efeitos colaterais relacionados com a utilização de um antipsicótico. O UKU está

dividido em 4 seções: sintomas psiquiátricos (10 itens), sintomas neurológicos (8

itens), sintomas autonômicos (11 itens) e outros efeitos (19 itens) a gravidade de

cada artigo é baseado em níveis de 0 à 3 (YASUI-FURUKORI et al., 2012).

Outro instrumento utilizado foi a Escala de Simpson-Angus (Anexo 3) que

avalia efeitos extrapiramidais agudos, ela é composta por 10 itens que variam de 0 à

4. O escore final é obtido a partir da média aritmética do escore dos 10, onde um

38

valor<3 é considerado normal; 3-5 efeitos extrapiramidais mínimos; 6-11 efeitos

extrapiramidais clinicamente significativos e valor>12 denota severos efeitos

extrapiramidais (LOUZA NETO, 1998).

A qualidade de vida foi avaliada através do instrumento EuroQol-5 Dimensões

(EQ-5D) (Anexo 4). O EQ-5D é um instrumento genérico que avalia 5 dimensões de

saúde (mobilidade, auto-cuidado, atividades habituais, dor, ansiedade/depressão),

cada um com três níveis de anormalidades. De acordo com o guia do usuário,

podemos separar as respostas dos entrevistados em dois níveis, "nenhum

problema" (ou seja, nível 1) e "problemas" (ou seja, os níveis 2 e 3), mudando assim

o perfil em frequências de problemas relatados. Este instrumento é amplamente

utilizado em diversos países por pesquisadores em uma variedade de áreas clínicas.

O Grupo EuroQol é composto por pesquisadores do Canadá, Dinamarca, Alemanha,

Grécia, Japão, Nova Zelândia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos e Zimbabue.

Além disso, o EQ-5D é um dos poucos instrumentos recomendados para analisar a

eficácia de custos em saúde e medicina (AHMEDZAI et al., 2012).

3.2.4 Procedimentos para a coleta dos dados

Após o sorteio da amostra foi verificado com cada equipe local se o usuário

se enquadrava nos critérios de inclusão e qual o dia do mês ou semana que o

mesmo iria até a unidade. O usuário era abordado e convidado a participar da

pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo

5). A entrevista foi realizada por uma aluno de iniciação cientifica ou pelo próprio

mestrando, ambos treinados e calibrados, em uma sala fechada (geralmente o

39

consultório) com total privacidade ao entrevistado e sempre com a presença de um

profissional local cujo paciente já fosse acostumado.

A entrevista sempre começava com o questionário sociodemográfico, depois

passava para o EuroQol, logo em seguida era aplicada a escala de Simpson-Angus

e por fim o UKU.

3.2.5 Analise Estatística

A tabulação do dados foi realizada em planilhas no programa Microsoft Office

Excel 2007 e as análises estatísticas foram realizadas no IBM SPSS Statistics 20. As

variáveis sociodemográficas e clínicas foram comparadas entre os grupos de

antipsicóticos utilizando o teste qui-quadrado e análises de variância (ANOVA). As

pontuações nos instrumentos Escala de Simpson-Angus e UKU foram comparadas

utilizando o ANOVA e um valor de p<0,05 foi considerado como significante. Para o

instrumento EQ-5D as respostas foram agrupadas em “nenhum problema” e

“problemas” conforme o guia do usuário.

40

IV RESULTADOS E DISCUSSÃO

As características sociodemográficas dos participantes do estudo estão

apresentadas na tabela 3. De acordo com os resultados, verificou-se que

significativamente mais homens fazem uso de antipsicóticos de segunda geração,

em comparação com as mulheres (p<0,05). Esse resultado é possivelmente

justificado pela hipótese do efeito protetor do estrógeno, nas mulheres.

Autores demonstraram que mulheres com esquizofrenia apresentaram

melhora significativa no quadro da doença, quando em uso de terapia adjuvante com

estrogênio (KULKARNI et al., 2011; RIECHER-ROSSLER; KULKARNI, 2011).

Adicionalmente, homens internados com esquizofrenia possuem níveis séricos

significativamente mais baixos de estradiol, estrona, testosterona e testosterona

livre. Sugerindo que a exacerbação aguda de esquizofrenia em homens está

associada com baixos níveis de estrógeno sérico e andrógenos (HUBER et al.,

2005). Em contraste, outros autores não confirmam a hipótese de que a terapia

combinada antipsicótico/estradiol seja superior a uma monoterapia com

antipsicóticos para prevenção de recaídas (BERGEMANN et al., 2005).

A média de idade da amostra variou entre 35,5 e 41,7 anos. Nessa faixa

etária os indivíduos estão em plena atividade laboral, mas nosso estudo mostra uma

grande porcentagem de usuário que não realizam trabalho algum. Esses dados

confirmam que a esquizofrenia é uma das trinta condições mais incapacitantes do

mundo onde menos de 20% dos acometidos estão inclusos no mercado de trabalho,

e além de não serem produtivos, geram altas despesas ao governo (DA SILVA,

2006).

Com relação ao estado civil, a maioria dos usuários era casada ou com união

estável, fato este que é confirmado pela literatura (LUA; BAKAR, 2011). Esta

41

variável pode interferir na qualidade de vida dos pacientes, visto que o apoio familiar

é fundamental em doenças mentais.

No presente estudo, a maioria dos indivíduos possuíam baixas condições

sociais. A média de rendimentos familiares mensais nos grupos de antipsicóticos

ficou entre 1,1 e 2,1 salários mínimos. Quanto a escolaridade os participantes não

estudaram muito tempo, de 80,8 à 100% dos indivíduos estudaram menos de 8

anos. A maioria (69,2-90,3%) dos indivíduos estava desempregada e 30,8-50% não

recebiam aposentadoria. Estas características não diferiram significativamente entre

os grupos.

Conforme nossos dados demonstram, é comum verificar uma população

esquizofrênica, em sua maioria, menos favorecida economicamente, tais como

indivíduos que vivem em áreas rurais, imigrantes e populações de países em

desenvolvimento (SHIVASHANKAR et al., 2013). Em 2012, nos Estados Unidos,

verificou-se uma considerável prevalência de esquizofrenia em pessoas com baixa

renda e afro-americanos (BROUSSARD et al., 2012).

42

Tabela 3 - Variáveis sociodemográficas dos usuários de antipsicóticos de segunda geração.

Características Olanzapina Risperidona Ziprasidona Quetiapina Clozapina p

Idade 39,0 +12,7 41,7 +12,1 38,4 +11,8 39,3 +12,1 35,5 +7,6 0,194

Renda familiara

1,7 +1,3 1,9 +1,6 2,1 +1,0 1,8 +2,0 1,1 +0,6 0,780

Sexo

Masculino 73,7 52,8 43,5 57,7 69,2 0,031*

Feminino 26,3 47,2 56,5 42,3 30,8

Casados ou união estável

0,050

Sim 72,3 66,6 44,0 50,1 58,7

Não 27,7 33,4 56,0 49,9 41,3

Anos de estudo

< 8 anos 91,9 95,8 91,3 80,8 100,0 0,730

>8 anos 8,1 4,2 8,7 19,2 0,0

Trabalho

Sim 12,2 9,7 13,0 30,8 15,4 0,114

Não 87,8 90,3 87,0 69,2 84,6

Aposentado 0,573

Sim 62,7 52,8 60,9 50,0 69,2

Não 37,3 47,2 39,1 50,0 30,8

* Diferenças significantes entre grupos a Salário mínimo no Brasil em março 2012

No estudo realizado, os antipsicóticos de segunda geração prescritos com

maior freqüência foram olanzapina (36,2%) e risperidona (34,3%). Esse fato foi

43

verificado em outro estudo realizado em Hospital Especializado Lopes Rodrigues,

Feira de Santana, Bahia, Brasil (COSTA et al., 2011; COSTA; ANDRADE, 2012).

A olanzapina está entre os agentes atípicos mais comumente usados, mesmo

sendo um dos medicamentos mais caros. O ensaio CATIE sugeriu que este

antipsicótico é mais eficaz e de modo geral, menos provável de ser descontinuado, o

que poderia justificar a elevada prevalência de uso (STROUP et al., 2006). Os outros

fármacos tiveram uma porcentagem de uso de 10,9% para ziprasidona, 12,4% para

quetiapina e 6,2% para clozapina, conforme mostra Figura 3.

Figura 3 - Distribuição de uso dos antipsicóticos de segunda geração

A preferência de uso dos antipsicóticos não é apenas determinada pela

eficácia e perfil de efeitos adversos, mas pode depender de dados obtidos pela

própria experiência clínica dos psiquiatras, com base em observações anteriores

(LATAS et al., 2012). Com exceção da clozapina, que deve ser a última escolha, a

44

portaria 364 – SAS/MS (Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas -

Esquizofrenia) não indica nenhuma ordem de preferência para utilização dos ASGs.

Este fato sugere que a preferência na prescrição da olanzapina e risperidona,

observada no presente estudo, deve ser devido a observações individuais dos

psiquiatras. Outro fator que deve ser levado em consideração é o tempo que a

olanzapina e risperidona estão no mercado, representando os dois ASGs mais

antigos.

A ziprasidona, apesar de ser o antipsicótico mais moderno, foi o menos

prescrito dentre os ASGs estudados, fato este que corrobora com outros estudos

realizados. Autores mostraram que a ziprasidona possui reposta clínica menos

eficaz, comparado com olanzapina e risperidona. Assim, a ziprasidona pode ser útil

em pacientes com transtornos mentais mais brandos (STIP et al., 2011).

No que se refere aos efeitos adversos, a principal justificativa para escolha

dos antipsicóticos de segunda geração reside no reduzido efeito extrapiramidal. No

entanto, existe a necessidade de monitoramento destes efeitos que aparecem mais

tardiamente nos pacientes e que pode comprometer a qualidade de vida (CHAVES

et al., 2012).

Os efeitos extrapiramidais são transtornos do movimento, e inclui a distonia

aguda, acatisia, parkinsonismo, síndrome neuroléptica maligna, tremor perioral e a

discinesia tardia. O mecanismo envolvido com esses efeitos adversos no sistema

extrapiramidal inclui o antagonismo da via dopaminérgica no estriado dorsal (cauda-

putamen, nos núcleos da base). Todos os antipsicóticos possuem propriedades

antagonistas dos receptores da dopamina D2, com exceção do agonista parcial D2

aripiprazol (CASEY, 2007).

45

No Nosso estudo, quando aplicada à escala Simpson-Angus, alguns valores

foram acima de 0,3 conforme mostra a Tabela 4. A escala de classificação Simpson-

Angus têm validade clínica e alta confiabilidade inter-avaliadores. Valores de até 0,3

são considerados dentro da faixa normal (LEJOYEUX et al., 1993).

A ziprasidona apresentou valor de 0,7 na característica tremor, enquanto a

quetiapina mostrou comprometimento nas características marcha, queda do braço,

mobilidade do ombro, tremores e salivação.

Para a clozapina, verificou-se comprometimento nas caracteristicas marcha,

queda do braço, mobilidade do ombro, rigidez do cotovelo, batida de leve na glabela,

tremor e salivação. Para olanzapina foram queda do braço, rigidez do pulso, tremor

e salivação. Para risperidona, observou-se, marcha, queda do braço, rigidez do

pulso, batida de leve na glabela, tremor e salivação. No item salivação, clozapina e

quetiapina apresentaram comprometimento significante quando comparado aos

demais antipsicóticos (p<0,02). A clozapina é um fármaco conhecido pela

capacidade de induzir hipersalivação (PRAHARAJ et al., 2010; GODOY et al., 2011).

Entretanto a hipersalivação induzida por quetiapina é rara e alguns autores

acreditam que o antagonismo dos receptores α2 adrenérgicos contribui para esse

fenômeno (OULIS et al., 2009).

Com relação à pontuação global na escala de Simpson-Angus, verificou-se

que olanzapina, risperidona, quetiapina, e clozapina obtiveram médias > 3. Este fato

sugere a presença de efeitos extrapiramidais agudos. Esses achados são

confirmados por outros autores que demonstraram diferenças significantes no

aparecimento de efeitos extrapiramidais agudos e crônicos em diferentes grupos de

usuários de antipsicóticos de segunda geração (CHAVES et al., 2012; SURESH et

al., 2012).

46

Já a ziprasidona obteve uma média final do escore < 3, indicando nenhum

efeito extrapiramidal agudo. Os achados encontrados no presente estudo

corroboram com o trabalho realizado por Rossi et al (2008), que avaliou os efeitos

da mudança de antipsicóticos típicos e/ou atípicos para ziprasidona, mostrando um

perfil favorável para a ziprasidona no que diz respeito a pontuação final na escala

Simpson-Angus (ROSSI et al., 2008).

Tabela 4 – Escala de Simpson-Angus dos usuários de antipsicóticos de segunda geração.

Características Olanzapina Risperidona Ziprasidona Quetiapina Clozapina p

Movimentação 0,30 0,49 0,35 0,54 0,77 0,14

Queda do braço 0,56 0,49 0,39 0,46 0,62 0,91

Mobilidade do ombro 0,35 0,33 0,22 0,42 0,46 0,79

Rigidez do cotovelo 0,24 0,38 0,26 0,31 0,62 0,42

Rigidez do pulso 0,39 0,40 0,13 0,35 0,54 0,48

Movimentação do joelho

0,28 0,39 0,39 0,31 0,31 0,90

Movimentação da cabeça

0,14 0,22 0,17 0,27 0,38 0,49

Batida de leve na glabela

0,20 0,26 0,13 0,12 0,46 0,16

Tremor 0,41 0,43 0,70 0,58 0,54 0,49

Salivação 0,43 0,35 0,13 0,77 0,67 0,02*

Pontuação Total 3,33 3,54 2,87 4,12 5,17 0,28

* Diferenças significantes entre grupos.

Os efeitos colaterais psíquicos (tabela 5), neurológicos (tabela 6), autônomos

(tabela 7) e demais efeitos (tabela 8) apresentados na escala Udvalg for Kliniske

47

Undersøgelser (UKU) mostraram diferenças significantes entre os antipsicóticos de

segunda geração.

Na tabela 5, é possível observar que a ziprasidona apresentou efeitos

psíquicos como dificuldade de memória e tensão/inquietação em maior grau do que

os demais antipsicóticos. Embora a ziprasidona represente um dos antipsicóticos

mais modernos, somente é utilizado para tratar casos mais brandos de esquizofrenia

(STIP et al., 2011).

Tabela 5 – Efeitos colaterais psíquicos da escala UKU dos usuários de antipsicóticos de segunda geração.

Item da escala UKU Olanzapina Risperidona Ziprasidona Quetiapina Clozapina p

Efeitos colaterais

psíquicos

Dificuldade de

concentração 0,9 1,2 1,4 0,5 1,3

0,090

Astenia/Lassidão/

Canssaço 1,0 1,2 1,0 1,0 0,6

0,383

Sonolência/Sedação 0,8 1,2 1,3 0,8 0,7 0,073

Dificuldades de Memória

1,0 1,3 1,7 0,8 1,2 0,022*

Depressão 1,1 1,1 1,3 1,1 0,8 0,751

Tensão/Inquietação 0,8 1,0 1,5 0,7 1,2 0,028*

Aumento da duração do Sono

0,8 0,9 1,3 1,0 0,6 0,224

Diminuição da duração do Sono

0,2 0,2 0,3 0,2 0,2 0,914

Atividade Onírica 0,4 0,7 0,9 0,6 0,5 0,067

Indiferença Emocional

0,5 0,6 0,4 0,6 0,8 0,684

* Diferenças significantes entre grupos.

Nos efeitos neurológicos (tabela 6), verificou-se que a clozapina é a maior

causadora de convulsões epiléticas dentre os ASGs estudados (p<0,01), seguida da

quetiapina. Os problemas com a clozapina, em um primeiro momento, se deram

pelos riscos hematológicos. Mas autores demonstraram que altas concentrações

48

plasmáticas de clozapina aumentam o risco de convulsões epiléticas quando

comparada com outros ASGs (MAURI et al., 2007). Com relação à quetiapina e

convulsões epiléticas, no período de 1968 até 2006, em um banco de dados

VigiBase da Organização Mundial de Saúde foi verificado a associação entre drogas

neuroativas e convulsões epiléticas. Dentre os ASGs, a quetiapina perdeu apenas

para a clozapina (KUMLIEN; LUNDBERG, 2010).

Na tabela 6, observa-se que a ziprasidona causou significativamente mais

tremor (p<0,05), confirmando o achado na Escala de Simpson-Angus. Porém,

apenas o sintoma tremor não é conclusivo para afirmar que um fármaco causa

efeitos extrapiramidais, mas nos leva a pensar em novas formas de avaliações.

Tabela 6 – Efeitos colaterais neurológicos da escala UKU dos usuários de antipsicóticos de segunda geração.

Item da escala UKU Olanzapina Risperidona Ziprasidona Quetiapina Clozapina p

Efeitos colaterais

neurológicos

Distonia 0,3 0,4 0,4 0,5 0,3 0,266

Rigidez 0,4 0,5 0,3 0,5 0,5 0,802

Hipocinesia/Acinesia 0,2 0,3 0,1 0,4 0,4 0,176

Hipercinesia 0,1 0,2 0,3 0,2 0,3 0,194

Tremor 0,5 0,6 1,2 0,8 1,0 0,012*

Acatisia 0,3 0,4 0,3 0,6 0,6 0,304

Convulsões Epilépticas

0,2 0,2 0,0 0,5 0,8 0,001*

Parestesias 0,3 0,4 0,5 0,5 0,1 0,188

* Diferenças significantes entre grupos.

Os efeitos autonômicos (tabela 7) mostraram que a risperidona apresentou

um índice significativamente maior de tontura ortostática. De forma contrária aos

dados obtidos na presente investigação, autores demostraram a superioridade da

49

risperidona, em relação à ziprasidona, para evitar esse efeito adverso (EDLINGER et

al., 2009).

No item salivação, clozapina e quetiapina apresentaram comprometimento

significante quando comparado aos demais antipsicóticos (p<0,02). A clozapina é

um fármaco conhecido pela capacidade de induzir hipersalivação (PRAHARAJ et al.,

2010; GODOY et al., 2011). Entretanto, a hipersalivação induzida por quetiapina é

rara e alguns autores acreditam que o antagonismo dos receptores α2 adrenérgicos

contribui para esse fenômeno (ALLEN et al., 2007; OULIS et al., 2009).

Tabela 7 – Efeitos colaterais autonômicos da escala UKU dos usuários de antipsicóticos de segunda geração.

Item da escala UKU Olanzapina Risperidona Ziprasidona Quetiapina Clozapina p

Efeitos colaterais

autonômicos

Alteração da Acomodação Visual

0,4 0,5 0,7 0,7 0,7 0,409

Aumento da Salivação 0,4 0,6 0,3 0,9 1,0 0,027*

Diminuição da Salivação/Sensação de Boca Seca

0,3 0,4 0,2 0,1 0,0

0,109

Náuseas/Vômitos 0,3 0,4 0,3 0,4 0,4 0,872

Diarréia 0,1 0,2 0,1 0,4 0,2 0,077

Constipação 0,2 0,3 0,5 0,2 0,3 0,218

Distúrbios da Micção 0,2 0,1 0,0 0,3 0,1 0,391

Poliúria/Polidipsia 0,4 0,5 0,7 1,0 0,8 0,073

Tontura Ortostática 0,2 0,5 0,1 0,5 0,5 0,012*

Palpitações/Taquicardia

0,4 0,6 0,5 0,4 0,5 0,685

Aumento da Tendência para Suar

0,4 0,5 0,0 0,8 0,6 0,007*

* Diferenças significantes entre grupos.

A tabela 8 mostra cinco efeitos colaterais que houve diferenças significativas

entres os ASGs: eritema, ganho de peso, galactorréia, aumento e diminuição do

desejo sexual, disfunção erétil, e por fim, disfunção orgástica. Usuários de

50

risperidona foram mais propensos a erupções cutâneas. Estudo posterior

demonstrou que apesar de ser um efeito adverso raro, a risperidona, quetiapina e

ziprasidona, foram associadas ao desenvolvimento desse tipo de lesão (BURKE et

al., 2009).

Na presente investigação, a quetiapina causou obesidade significativamente

comparada aos outros ASGs. Corroborando com esse dado, autores sugerem que a

quetiapina está relacionada com transtornos alimentares (TAMANNA et al., 2012).

Ademais, a esquizofrenia por si só é associada à obesidade, no entanto os estudos

sobre esta associação são escassos.

Adicionalmente, a quetiapina mostrou maior envolvimento com disfunção

erétil, aumento ou diminuição do desejo sexual e disfunção orgástica. Dados

confirmados por estudos anteriores que associaram a quetiapina com disfunção

sexual (HUBER et al., 2005; KULKARNI et al., 2011; RIECHER-ROSSLER;

KULKARNI, 2011).

51

Tabela 8 – Outros efeitos colaterais da escala UKU dos usuários de antipsicóticos de segunda geração.

Item da escala UKU Olanzapina Risperidona Ziprasidona Quetiapina Clozapina p

Outros Efeitos Colaterais

Eritema 0,0 0,2 0,0 0,1 0,1 0,037*

Eritema morbiliforme

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,533

Eritema petequial

0,0 0,0 0,0 0,1 0,0 0,398

Eritema urticariforme 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,990

Eritema psoriático

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,728

Eritema não classificado 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,559

Prurido 0,2 0,3 0,1 0,5 0,3 0,242

Fotossensibilidade 0,3 0,5 0,3 0,6 0,7 0,269

Aumento de Pigmentação 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 0,627

Ganho De Peso 1,3 1,4 1,0 2,0 1,2 0,050*

Perda de Peso 0,2 0,4 0,4 0,0 0,2 0,124

Menorragia 0,0 0,3 0,2 0,3 0,3 0,554

Amenorréia 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,999

Galactorréia 0,0 0,3 0,0 0,0 0,0 0,041*

Ginecomastia 0,1 0,1 0,0 0,3 0,2 0,311

Aumento do Desejo Sexual

0,1 0,2 0,0 0,4 0,0 0,026*

Diminuição do Desejo Sexual

0,2 0,6 0,2 1,0 0,4 0,007*

Disfunção Erétil 0,0 0,2 0,1 0,4 0,0 0,016*

Disfunção Ejaculatória 0,1 0,2 0,1 0,3 0,0 0,487

Disfunção orgástica 0,0 0,3 0,0 0,4 0,0 0,007*

Secura Vaginal 0,1 0,6 0,3 0,5 0,0 0,139

Cefaléia 0,5 0,7 0,7 1,0 0,8 0,147

Tipos tensão 0,3 0,4 0,2 0,7 0,5 0,128

Enxaqueca 0,3 0,2 0,1 0,4 0,5 0,335

Outras Formas 0,1 0,2 0,2 0,3 0,3 0,261

Dependência Física 0,8 0,7 1,1 0,8 0,9 0,749

Dependência psíquica 1,0 1,1 1,2 1,0 1,5 0,652

* Diferenças significantes entre grupos.

A diferença entre a Escala de Simpson-Angus e UKU, é que enquanto a

primeira é uma avaliação clínica, a segunda é relatada pelo próprio paciente, ou

52

seja, o paciente percebe a sua própria condição, e isso pode comprometer a sua

avaliação na qualidade de vida (LOUZA NETO, 1998). Porém em nosso estudo

verificou-se uma consistência entre as escalas.

Ao se tratar de Qualidade de Vida (QV), nossos resultados mostraram um

elevado percentual de usuários de antipsicóticos de segunda geração que referiram

dificuldades nas cinco dimensões do EuroQoL (EQ-5D) que avaliam a Qualidade de

vida (QV); mobilidade, auto-cuidado, atividades habituais, dor, ansiedade/depressão

(Figura 4). A Mobilidade foi significativamente prejudicada por todos os

medicamentos exceto olanzapina (risperidona e clozapina , p<0,001; ziprasidona,

p<0,01; quetiapina, p<0,0). Não houve diferença significativa entre os medicamentos

nas outras dimensões, mas um percentual elevado de indivíduos relataram

problemas. 63,6 % dos usuários de clozapina relataram problemas de mobilidade;

63,7% e 56,3% usuário de clozapina e ziprasidona, respectivamente, tiveram

dificuldades com atividades habituais; 68,8% e 54,5% usuários de ziprasidona e

clozapina, respectivamente, experimentaram a dor e/ou desconforto, e 72,8 % dos

usuários de clozapina relataram ansiedade e/ou depressão.

53

Figura 4 – Porcentagem de usuários em uso de antipsicóticos de segunda

geração que referiram algum problema nas dimensões do EQ-5D.

Os resultados do presente estudo sugerem que os usuários de antipsicóticos

de segunda geração têm aspectos relacionados às atividades cotidianas

comprometidas. Esses achados estão de acordo com trabalho previamente

realizado no Brasil, onde os autores demonstraram que esquizofrênicos em

tratamento com olanzapina ou risperidona têm prejuízos significantes na QV, e que

ganhos, relacionados ao uso dos antipsicóticos de segunda geração, não foram

encontrados devido às precárias condições socioeconômicas dos pacientes

(CHAVES et al., 2012).

O surgimento dos ASG trouxe consigo uma promessa da melhora de QV dos

pacientes esquizofrênicos. Este fato foi confirmado por estudos que mostraram uma

tendência de maior impacto na qualidade de vida com uso desses agentes

(GOLUBOVIC et al., 2010; FUJIMAKI et al., 2012).

54

De forma contrária, o presente estudo demonstrou um elevado percentual de

indivíduos, que mesmo utilizando ASG, referiram dificuldades nas cinco dimensões

que avaliam a qualidade de vida. Uma explicação razoável para esta controvérsia

pode está relacionada às diferentes condições socioeconômicas dos pacientes, que

interfere diretamente na qualidade de vida.

No Brasil, a melhoria do acesso aos cuidados e opções terapêuticas têm

resultado em uma melhora do tratamento da esquizofrenia e outras doenças

mentais. A reforma na saúde mental (2001) e implantação dos Centros de Atenção

Psicossocial (CAPS) refletem uma política de inclusão social para as pessoas com

doenças mentais (VALADARES, 2013). Outras políticas adotadas pelo governo

brasileiro melhoraram o acesso aos medicamentos antipsicóticos por parte dos

doentes mentais, por exemplo, o programa especializado para Assistência

Farmacêutica, parte do sistema nacional de saúde, o qual foi criado para garantir a

integralidade do tratamento medicamentoso em pacientes ambulatoriais cujo

atendimento é definido em Diretrizes Terapêuticas e protocolos clínicos (COSTA;

ANDRADE, 2012).

Adicionalmente, a Portaria 364 – SAS/MS de 9 de abril de 2013 (Aprova o

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas - Esquizofrenia) determina que todos os

fármacos antipsicóticos, com exceção da clozapina, podem ser utilizados no

tratamento da esquizofrenia sem nenhuma ordem de preferência. Esta portaria é

recente e mostra o fluxograma que deve ser cumprido no diagnóstico e escolha do

antipsicótico. No entanto, com os resultados deste estudo podemos inferir que no

Brasil, apesar do governo subsidiar a compra de ASG, esta ação não está tendo o

impacto esperado na QV dos usuários (JÚNIOR, 2006).

Além das condições sociais agravantes, outra variável que compromete a

qualidade de vida são os efeitos adversos, o que pode ser confirmado clinicamente

pelo uso da escala de Simpson-Angus, e pela UKU. Aspectos relacionados a

condições físicas como ansiedade e depressão, dor e desconforto,

comprometimento das atividades cotidianas, além do autocuidado ocorreram com

todos os antipsicoticos investigados. Apenas a olanzapina não comprometeu a

mobilidade. Corroborando com este resultado, autores mostraram a superioridade

da olanzapina quando comparados com outros antipsicóticos atípicos,

especificamente no item qualidade de vida (ROINE et al., 2009; LIU-SEIFERT et al.,

2012).

55

Assim, o uso de ASGs traz consigo, efeitos adversos, que associado às

precárias condições de vida pode comprometer a qualidade de vida dos pacientes,

sugerindo que de nada impactua a introdução de medicamentos de última geração,

para pacientes que apresentam precárias condições socioeconômicas. Os

resultados gerados no presente trabalho são extremamente relevantes para a

tomada de decisão e pode colaborar com o desenvolvimento de políticas públicas

locais.

56

V CONCLUSÃO E SUGESTÕES

O perfil sociodemográfico e econômico do esquizofrênico usuário de ASG é

em geral de meia idade, baixo poder econômico, baixa escolaridade e de maioria

desempregada. Encontramos uma prevalência significativa de efeitos adversos

psíquicos, neurológicos, autônomos e outros efeitos colaterais entre os usuários

ASG. A olanzapina foi a única que não apresentou efeitos adversos

significativamente maiores do que os demais ASGs; a ziprasidona apresentou

tremor e dificuldades de mémoria; a risperidona indicou tontura e erupções

cutâneas; já a quetiapina nos mostrou maior salivação, obesidade e disfunções

sexuais; e por fim, a clozapina foi o medicamento que causou maiores efeitos

adversos extrapiramidais, além de aumentar também a salivação e a possibilidade

de convulsões epiléticas.

Os resultados do EQ-5D indicou que os pacientes que tomam ASG tem sua

QV bastante prejudicada. Como descrito, muitos pacientes em ambos os grupos

tinham baixos rendimentos das famílias e estavam desempregados, assim, os

efeitos destes agentes antipsicóticos parecem ter sido mascarados por situações

sociais e econômicas agravantes. A olanzapina se mostrou melhor do que os

demais ASGs no que se refere à qualidade de vida.

Estudos associando as condições sociais de esquizofrênicos com a qualidade

de vida devem ser exaustivamente realizados a fim de verificar a intensidade com a

qual essas condições interferem na qualidade de vida. Porém, este fator é uma

grande limitação porque é notório na literatura que esta condição possui uma baixa

prevalência nas camadas de população mais favorecida, tornando uma comparação

quase praticamente inviável.

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75

VII ANEXOS

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO

76

77

ANEXO 2 – ESCALA DE SIMPSON-ANGUS

1. Movimentação (maneira da marcha):

O paciente é examinado no momento em que ele entra no consultório, a sua marcha, o

balanço dos seus braços e sua postura em geral, tudo isso constituirá a base para uma

pontuação geral para este item. Segue a classificação:

0= Normal

1= Diminuição do balanço, enquanto o paciente está caminhando

2= Diminuição marcada do balanço com rigidez evidente no braço

3= Andar rígido com os braços rigidamente antes do abdômen

4= Marcha desordenada com propulsão e retropulsão

2. Queda do braço:

O examinador pede ao paciente para levantar os braços na altura dos ombros e deixá-los

cair. Em um individuo normal, escuta-se um som com o bater dos braços nas laterais, nos

pacientes com sintomas parkinsonianos, os braços caem lentamente:

0= Normal, em queda livre com tapa em bom som

1= Desacelerou ligeiramente com menos contato audível e pouca repercussão

2= Retardado, sem repercussão

3= Marcada desaceleração, não tapa na cara de todos

4= queda dos braços como se lutasse contra a resistência; como se através de cola

3. Movimentação nos ombros:

O sujeito com os braços dobrados em ângulo reto na altura do cotovelo são tomados um

por vez, pelo examinador que agarra uma mão e também ao redor do cotovelo do paciente.

O braço do sujeito é empurrado para lá e para cá e o úmero é rodado externamente. O grau

de resistência de normal a extrema rigidez é pontuada da seguinte forma.

0= Normal

1= Ligeira rigidez e resistência

2= rigidez e resistência moderada

3= Rigidez marcada com dificuldade de movimentação passiva

4= Extrema rigidez e inflexibilidade com quase um ombro congelado

4. Rigidez no cotovelo:

As articulações do cotovelo são separadamente dobradas em ângulo reto e passivamente

estendidas e flexionadas, observando o bíceps do sujeito, e palpando-o simultaneamente. A

resistência a este processo é avaliado. (A presença da rigidez da roda denteada é notada

separadamente).

78

0= Normal

1= Ligeira rigidez e resistência

2= rigidez e resistência moderada

3= Rigidez marcada com dificuldade de movimentação passiva

4= Extrema rigidez e inflexibilidade com quase um ombro congelado

5. Rigidez no pulso:

O pulso é segurado em uma mão e os dedos pela outra mão do examinador, com o pulso

em movimento de extensão, flexão, e desvio ulnar e radial:

0= Normal

1= Ligeira rigidez e resistência

2= rigidez e resistência moderada

3= Rigidez marcada com dificuldade de movimentação passiva

4= Extrema rigidez e inflexibilidade com quase um ombro congelado

6. Movimentação dos joelhos:

O paciente se senta em uma mesa com as pernas penduradas para baixo e balançando livre.

O tornozelo é captado pelo examinador e levantado até o joelho parcialmente estendido. É,

então, autorizado a cair. A resistência à queda e a oscilação formam a base para a

pontuação neste item:

0= As pernas oscilar livremente

1= Leve diminuição no balanço das pernas

2= resistência moderada ao balanço

3= marcada resistência e amortecimento da oscilação

4= ausência completa de balanço

7. Movimentação da cabeça:

O paciente encontra-se sobre uma mesa de exame bem alcochoada e sua cabeça é

levantada pela mão do examinador. A mão é então retirada e permitindo a cabeça cair. No

sujeito normal, a cabeça vai cair em cima da mesa. O movimento está atrasado na

desordem do sistema extrapiramidal e no parkinsonismo extremo está ausente. Os

músculos do pescoço e da cabeça são rígidos, e o paciente não alcança a mesa de exames.

A pontuação é a seguinte:

0= A cabeça cai completamente com uma boa batida pois bate na mesa

1= leve desaceleração na queda, principalmente notado por falta da batida no

encontro da cabeça com a mesa

2= moderada desaceleração na queda bastante perceptível a olho

3= A cabeça cai dura e lentamente

4= chefe não chega à mesa de exames

79

8. Batida de leve na glabela:

É dito ao sujeito para abrir bem os olhos e não piscar. Na região da glabela deve-se bater

levemente em uma velocidade constante e rápida. O número de vezes que o paciente pisca

em sucessão é observado:

0= 0 - 5 piscadas

1= 6-10 piscadas

2= 11 - 15 piscadas

3= 16-20 piscadas

4= 21 ou mais piscadas

9. Tremor:

O paciente é observado andando dentro da sala de exame e é então reexaminado para este

item:

0= Normal.

1= Dedo leve tremor, óbvia a vista e ao tato.

2= Tremor de mão ou braço ocorrendo de forma irregular.

3= Tremor persistente de um ou mais membros.

4= Tremor de corpo inteiro.

10. Salivação

O paciente é observado enquanto fala e, em seguida pede-se para abrir a boca e elevar a

sua língua. São dadas as seguintes classificações:

0= Normal.

1= Salivação excessiva, na medida em que o acúmulo de saliva ocorre se a boca

está aberta e a língua levantada.

2= Quando o excesso de salivação está presente e pode ocasionalmente resultar em

dificuldade de fala.

3= Falando com dificuldade por causa do excesso de salivação.

4= Fala babando.

80

ANEXO 3 – ESCALA UKU DE EFEITOS COLATERAIS

1. Efeitos Colaterais Psíquicos

1.1 Dificuldade de Concentração

Dificuldade na capacidade para se concentrar, para assimilar idéias ou para manter atenção.

0. Dificuldade de concentração ausente ou duvidosa.

1. O paciente tem maior dificuldade em assimilar idéias, mas não há prejuízo na vida diária.

2. As dificuldades são suficientemente acentuadas para atrapalhar na vida diária.

3. As dificuldades para concentração são óbvias durante a entrevista.

1.2. Astenia/Lassidão/Aumento do Cansaço

A experiência do paciente de cansaço e falta de persistência. A avaliação é baseada no relato do paciente.

0. Cansaço ausente ou duvidoso.

1. O paciente se cansa mais facilmente que o normal, no entanto não precisa descansar por mais tempo que o

habitual durante o dia.

2. Precisa descansar agora e durante o dia devido ao cansaço.

3. Precisa descansar a maior parte do dia devido ao cansaço.

1.3. Sonolência/Sedação

Capacidade diminuída de permanecer acordado durante o dia. Deve ser baseada em sinais clínicos durante a

entrevista.

0. Sonolência ausente ou duvidosa.

1. Levemente sonolento, notado pela expressão facial.

2. Marcadamente sonolento. Boceja e tende a cair no sono quando há uma pausa na conversação.

3. Dificuldade em acordar o paciente e em mantê-lo acordado.

1.4. Dificuldades de Memória

Prejuízo de memória. A avaliação deve ser independente de qualquer dificuldade de concentração.

0. Alteração de memória ausente ou duvidosa.

1. Sensação subjetiva de redução leve da memória comparando com sua condição habitual, mas não interfere em

seu funcionamento.

2. Falhas de memória que prejudicam o paciente ou sinais leves que são observados durante a entrevista.

3. O paciente mostra claros sinais de falta de memória durante a entrevista.

1.5. Depressão

Inclui expressões verbais e não verbais de tristeza, depressão, melancolia, desesperança, desamparo e até

impulsos suicidas.

0. Humor neutro ou com elação.

1. O humor do paciente está um pouco mais triste e deprimido que o habitual, mas o paciente ainda acha que

vale a pena viver.

2. O humor do paciente está claramente deprimido, incluindo expressões não verbais de desesperança e/ou

desejo de morrer, mas não tem planos para cometer suicídio.

81

3. As expressões verbais e não verbais de desamparo e tristeza do paciente são grandes e/ou pode-se considerar

altamente provável que ele planeje cometer suicídio.

1.6. Tensão/Inquietação

Incapacidade de relaxar e inquietação nervosa. Este item deve ser baseado na experiência do paciente e deve ser

diferenciado de acatisia. (Item 2.6)

0. Tensão/ inquietação ausente ou duvidosa.

1. O paciente relata que está ligeiramente tenso ou inquieto, no entanto não atrapalha seu funcionamento.

2. Tensão ou inquietação considerável, mas não é intensa ou constante o suficiente para atrapalhar a vida diária

do paciente.

3. O paciente sente tensão ou inquietação intensa o suficiente para atrapalhar sua vida diária.

1.7. Aumento da Duração do Sono

Deve ser baseado na média de sono das três últimas noites e comparado com o sono habitual antes da doença.

0. Aumento da duração do sono ausente ou duvidoso

1. Dorme, no máximo, duas horas a mais que o habitual.

2. Dorme de duas a três horas a mais que o habitual.

3. Dorme mais de três horas além do habitual.

1.8. Diminuição da Duração do Sono

Deve ser baseada na média de sono das três últimas noites e comparada com sono habitual antes da doença

0. Diminuição de sono ausente ou duvidosa.

1. Dorme, no máximo, duas horas menos que o habitual.

2. Dorme de duas a três horas menos que o habitual.

3. Dorme mais de três horas que o habitual.

1.9. Atividade Onírica

Deve ser avaliada independentemente do conteúdo dos sonhos e baseada na média das três últimas noites e

comparada com o padrão habitual de sonhos.

0. Alteração nos sonhos ausente ou duvidosa.

1. Aumento discreto de sonhos, sem perturbar o sono.

2. Aumento de sonhos mais acentuado.

3. Aumento de sonhos muito acentuado.

1.10. Indiferença Emocional

Diminuição da empatia do paciente, levando à apatia.

0. Indiferença emocional ausente ou duvidosa.

1. Diminuição discreta da empatia do paciente. 2. Indiferença emocional óbvia.

3. Indiferença emocional acentuada de tal maneira que o paciente se comporta de modo apático em relação ao

ambiente.

82

2. Efeitos Colaterais Neurológicos

2.1. Distonia

Formas agudas de distonia que se manifestam como contrações tônicas localizadas em um ou vários grupos

musculares, principalmente na boca, na língua e/ou no pescoço. A avaliação deve ser baseada nos últimos três

dias.

0. Distonia ausente ou duvidosa.

1. Espasmos leves e curtos na musculatura mandibular ou no pescoço.

2. Contrações mais acentuadas, de duração mais longa ou localização mais ampla.

3. Contrações importantes como crise oculógira ou opistóstono.

2.2. Rigidez

Aumento do tônus muscular de maneira uniforme e generalizada. Observada como resistência passiva a

movimentação dos membros. Os músculos em torno do joelho e cotovel têm importância especial.

0. Rigidez ausente ou duvidosa.

1. Rigidez suave no pescoço, ombro e nas extremidades. Observando devido à resistência passiva a

movimentação do cotovelo.

2. Rigidez média, observada devido à resistência passiva a movimentação do cotovelo.

3. Rigidez muito importante.

2.3. Hipocinesia/ Acinesia

Movimentos lentificados (bradicinesia), diminuição da expressão facial, diminuição do balanço dos braços,

diminuição dos passos, podendo levar à parada de movimentação (acinesia).

0. Hipocinesia ausente ou duvidosa.

1. Movimentação ligeiramente reduzida, por exemplo, diminuição do balanço dos braços quando caminha ou

diminuição da expressão facial.

2. Redução da mobilidade mais clara, como por exemplo caminhar lentamente.

3. Redução da mobilidade muito importante, incluindo acinesia. Por exemplo, facies parkinsoniana ou passos

muito pequenos

2.4. Hipercinesia

Movimentos involuntários afetando, mais freqüentemente, a região oro-facial sob a forma de síndrome buco-línguo-mastigatória. Mas, também são vistos em extremidades, principalmente nos dedos e, mais raramente na

musculatura do corpo ou respiratória. Estão incluídas discinesias tardia e inicial.

0. Hipercinesia ausente ou duvidosa. 1. Hipercinesia discreta, apenas intermitente.

2. Hipercinesia moderada, durante a maior parte do tempo.

3. Hipercinesia grave, durante a maior parte do tempo,como por exemplo protusão do língua, abertura da boca,

hipercinesia facial com ou sem movimentação de extremidades.

2.5. Tremor

Esse item inclui todo tipo de tremor.

0. Tremor ausente ou duvidoso.

1. Tremor leve que não prejudica o paciente.

83

2. Tremor claro, que prejudica o paciente , com amplitude menor que 3 cm.

3. Tremor claro, com amplitude maior que 3 cm e que não pode ser controlado pelo paciente.

2.6. Acatisia

Sensação subjetiva e sinais objetivos de inquietação muscular, principalmente em extremidades inferiores, o que

torna difícil para o paciente ficar sentado. A avaliação é baseada nos sinais clínicos observados durante a

entrevista e no relato do paciente.

0. Acatisia ausente ou duvidosa.

1. Acatisia leve, o paciente permanece quieto sem esforço.

2. Acatisia moderada, o paciente pode permenecer sentado com algum esforço.

3. Quando o paciente levanta seu pé várias vezes durante a entrevista por causa da acatisia.

2.7. Convulsões Epilépticas

Apenas crises tônico-clônicas generalizadas devem ser registradas.

0. Sem convulsões nos últimos seis meses.

1. Uma convulsão nos últimos seis meses.

2. Duas ou três convulsões nos últimos seis meses.

3. Mais de três convulsões nos últimos seis meses.

2.8. Parestesias

Sensações na pele de queimação, formigamento ou outras sensações desagradáveis.

0. Parestesia ausente ou duvidosa.

1. Parestesias leves que raramente incomodam o paciente.

2. Parestesias moderadas que incomodam claramente o paciente.

3. Parestesias graves que incomodam muito o paciente.

3. Efeitos Colaterais Autonômicos

3.1. Alteração da Acomodação Visual

Dificuldade em enxergar claro e preciso a distâncias próximas (com ou sem óculos), enquanto enxerga

claramente a longas distâncias. Se o paciente usa lente bifocal, deve ser avaliado com o uso da lente para longe.

0. Sem dificuldade para ler um texto de jornal.

1. Consegue ler um texto de jornal, mas se cansa logo e afasta o papel para longe.

2. Não consegue ler um texto de jornal, mas ainda consegue ler letras maiores.

3. Consegue ler letras maiores, como uma manchete somente com ajuda de uma lente.

3.2. Aumento da Salivação

Salivação aumentada sem estímulo.

0. Aumento de salivação ausente ou duvidoso.

1. Salivação aumentada, mas sem incômodo.

2. Salivação aumentada que perturba, havendo necessidade de cuspir ou engolir saliva, sem perda involuntária de saliva pela boca.

3. Perda de saliva involuntária pela boca freqüente, talvez com alterações da fala.

84

3.3. Diminuição da Salivação/Sensação de Boca Seca

Secura da boca devido à diminuição de salivação. Pode resultar em aumento do consumo de água, mas deve ser

diferenciado de sede.

0. Secura da boca ausente ou duvidosa.

1. Secura da boca leve que não perturba o paciente.

2. Secura da boca de leve a moderada que não perturba o paciente.

3. Secura da boca tão importante que atrapalha a vida diária do paciente.

3.4. Náuseas/Vômitos

Este item deve basear-se nos três últimos dias.

0. Náusea ausente ou duvidosa. 1. Náusea leve.

2. Náusea importante, sem vômitos.

3. Náusea com vômitos.

3.5. Diarréia

Aumento da freqüência e/ou diminuição da consistência das fezes.

0. Diarréia ausente ou duvidosa.

1. Claramente presente, mas não perturba o trabalho e outras atividades.

2. Diarréia que incomoda, com necessidade de evacuações numerosas e incovenientes.

3. Necessidade importante e imperativa que ameaça ou provoca incontinência, resultando em interrupção do

trabalho ou outras atividades.

3.6. Constipação

Diminuição da freqüência de evacuações ou aumento de consistência das fezes.

0. Constipação ausente ou duvidoso.

1. Constipação leve, mas suportável.

2. Constipação importante que incomoda o paciente.

3 . Constipação muito acentuada.

3.7. Distúrbios da Micção

Sensação de dificuldade em iniciar e resistência à micção. deve basear-se nos últimos 3 meses.

0. Distúrbio da micção ausente ou duvidosa.

1. Claramente presente, mas suportável.

2 . Jato fraco, com aumento considerável do tempo de micção, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.

3. Retenção de urina com volume residual grande e/ou atual retenção agudaou ameaça dela..

3.8. Poliúria/Polidipsia

Aumento da produção de urina resultando em aumento da freqüência de micção e em eliminação de quantidade

abundante de urina em cada micção. Presença de aumento de consumo de líquido.

0. Ausente ou duvidosa.

1. Claramente presente, sem incômodo. Noctúria de no máximo 1 vez por noite.

85

2. Incômodo moderado, sede freqüente. Noctúria de 2 a 3 vezes por noite ou micção mais freqüente que 1 vez a

cada 2 horas.

3. Incômodo importante devido à sede freqüente. Noctúria de pelo menos 4 vezes por noite ou micção uma vez

por hora.

3.9. Tontura Ortostática

Sensação de fraqueza, visão escurecida , zumbido nos ouvidos, aumento da tendência para desmaiar quando

muda da posição supina ou deitada para posição em pé.

0. Ausente ou duvidosa.

1. Claramente presente, mas não requer medidas especiais.

2. Incômoda, mas pode ser neutralizada com mudança lenta da posição supina ou sentado para posição em pé.

3. Ameaça de desmaio ou episódios de desmaio apesar de mudança de decúbito com cuidados. Tendência a

permanecer com tontura enquanto permanecer de pé.

3.10. Palpitações/Taquicardia

Palpitação, sensação de batimentos cardíacos rápidos, fortes e/ou irregulares.

0. Ausente ou duvidosa.

1. Claramente presente, sem incomodar, crises curtas, ocasionais ou constantes.

2. Incômodo frequente ou palpitação freqüente que perturba o paciente ou atrapalha o sono, mas sem sintomas

concomitantes.

3. Suspeita de taquicardia real devido à presença de sensação de fraqueza, necessidade de deitar, dispnéia,

tendência para desmaiar e dor précordial.

3.11 Aumento da Tendência para Suar

Localizada em todo corpo, não apenas nas palmas ou sola dos pés.

0. Ausente ou duvidoso.

1. Claramente presente, mas leve. Por exemplo uma sudorese intensa após esforço considerável.

2. Incômodo importante, necessidade de troca freqüente de roupas, sudorese profusa após atividade moderada

como, por exemplo, subir em escadas.

3. Sudorese profusa após atividade leve ou em repouso, o paciente está constantemente úmido, precisa trocar de

roupa várias vezes durante o dia e a noite.

4. Outros Efeitos Colaterais

4.1. Eritema

O tipo de eritema é classificado em: a) morbiliforme, b) petequial, c) urticariforme, d) psoriático, e) não

classificado.

0. Ausente ou duvidoso.

1. Localizado em menos de 5% da superfície cutânea.

2. Disseminado, mas ocupa menos de um terço da superfície cutânea.

3. Universal, isto é, ocupa mais de um terço da superfície cutânea.

4.2. Prurido

0. Ausente ou duvidoso.

1. Prurido leve.

86

2. Prurido acentuado, com marcas de arranhões, que incomoda o paciente.

3. Prurido grave que incomoda muito o paciente. Lesões cutâneas devido ao prurido.

4.3. Fotossensibilidade

Aumento da sensibilidade ao sol.

0. Ausente ou duvidoso .

1. Leve, mas sem incômodo.

2. Mais acentuada, com incômodo.

3 Tão acentuada que a suspensão da droga é necessária.

4.4. Aumento de Pigmentação

Aumento de pigmentação cutânea, geralmente localizada em regiões da pele que ficaram expostas ao sol.

0. Aumento de pigmentação nula ou duvidosa. 1. Aumento de pigmentação leve.

2. Pigmentação acentuada, generalizada ou localizada que preocupa o paciente mas, não é notada por outras

pessoas.

3. Pigmentação tão acentuada que pode ser facilmente observada por outros.

4.5. Ganho De Peso

A avaliação deve ser baseada no último mês.

0. Ganho de peso nulo ou duvidoso.

1. Ganho de 1 a 2 kg.

2. Ganho de 3 a 4 kg.

3. Ganho de mais de 4 kg.

4.6. Perda de Peso

A avaliação deve ser baseada no último mês.

0. Perda de peso nula ou duvidosas

1. Perda de 1 a 2 kg.

2. Perda de 3 a 4 kg.

3. Perda de mais de 4 kg.

4.7. Menorragia

Hipermenorréia, polimenorréia ou metrorragia nos últimos 3 meses.

0. Aumento na freqüência ou na intensidade do fluxo menstrual ausente ou duvidoso.

1. Hipermenorréia, isto é, o fluxo menstrual está mais intenso que o habitual, os intervalos são normais.

2. Polimenorréia, isto é, o fluxo menstrual ocorre mais freqüentemente e é mais intenso.

3. Metrorragia, isto é, intervalos e intensidade são irregulares. A perda de sangue é mais freqüente e mais

intensa que o padrão habitual.

4.8. Amenorréia

Hipomenorréia, oligomenorréia ou amenorréia nos últimos 3 meses.

0. Redução na freqüência ou intensidade do fluxo menstrual ausente ou duvidosa.

1. Hipomenorréia, isto é, fluxo menstrual menos intenso que o habitual, mas com intervalos normais.

87

2. Oligimenorréia, isto é, intervalos mais prolongados que o habitual, intensidade pode ser menor que o habitual.

3. Amenorréia, isto é, menstruação ausente por mais de 3 meses.

4.9. Galactorréia

Secreção de leite aumentada fora dos períodos de amamentação.

0. Sem galactorréia.

1. Galactorréia presente, mas em grau leve.

2. Galatorréia presente, em grau moderado, sentida como incômodo.

3. Galactorréia acentuada que incomoda muito.

4.10. Ginecomastia

Desenvolvimento excessivo de glândulas mamárias masculinas.

0. Sem ginecomastia. 1. Ginecomastia presente em grau leve se comparada ao estado habitual.

2. Ginecomastia claramente presente que incomoda somente quando o paciente está sem roupa.

3. Ginecomastia presente em grau grave que afeta a aparência do paciente, mesmo quando vestido.

4.11. Aumento do Desejo Sexual

Aumento do desejo para atividade sexual.

0. Ausente ou duvidoso.

1. Aumento leve que é sentido como natural pela parceira.

2. Aumento claro que provoca comentários e conversa com a parceira.

3. Aumento do desejo sexual tão grande que perturba o relacionamento com a parceira.

4.12. Diminuição do Desejo Sexual

Redução do desejo para atividade sexual.

0. Ausente ou duvidoso

1. O desejo para a atividade sexual está ligeiramente diminuído mas sem incomodar o paciente.

2. Há uma redução clara no desejo do paciente por atividades sexuais de maneira que isto se torna um problema

para o paciente.

3. Desejo e interesse diminuíram tanto que relações sexuais ocorrem raramente ou inexistem .

4.13. Disfunção Erétil

Dificuldade. em atingir ou manter uma ereção.

0. Ausente ou duvidosa.

1. Diminuição leve da capacidade para atingir ou manter uma ereção.

2. Alteração significativa na capacidade do paciente para manter uma ereção.

3. O paciente raramente ou nunca consegue manter uma ereção.

4.14. Disfunção Ejaculatória

Disfunção na capacidade do paciente em controlar a ejaculação.

0. Ausente ou duvidosa.

1. É mais difícil que o habitual,mas, não perturba o paciente.

2. Há uma alteração significativa na capacidade para controlar a ejaculação de tal maneira que isso se torna um

88

problema para o paciente.

3. A capacidade para controlar a ejaculação está tão alterada que isto se tornou um problema importante nas

relações sexuais dessa maneira influencia sua experiência do orgasmo.

4.15. Disfunção orgástica

Dificuldade em obter e experienciar um orgasmo satisfatório.

0. Ausente ou duvidosa.

1. Obter um orgasmo é mais difícil que o habitual e/ ou há pequena alteração na experiência do orgasmo.

2. O paciente relata alteração clara na capacidade para obter um orgasmo e/ou na experiência do orgasmo. Essa

alteração atinge um grau que incomoda o paciente.

3. Quando o paciente raramente ou nunca obtém um orgasmo e/ou a experiência do orgasmo está marcadamente

reduzida.

4.16. Secura Vaginal

Sensação de secura na vagina com estimulação sexual.

0. Ausente ou duvidosa.

1. Secura vaginal leve com estimulação sexual.

2. Secura vaginal moderada com estimulação sexual.

3. Secura vaginal grave que torna o coito difícil ou torna necessário o uso de lubrificantes.

4.17. Cefaléia

A cefaléia é classificada em a) cefaléia tipo tensão, b) enxaqueca, c) outra formas de cefaléia.

0. Ausente ou duvidosa.

1. Cefaléia leve.

2. Cefaléia moderada com incômodo, mas que não interfere na vida diária do paciente.

3. Cefaléia acentuada que interfere na vida diária do paciente.

4.18. Dependência Física

Aparecimento de sintomas vegetativos e/ou somáticos após a descontinuação da droga em questão, baseado nos

3 últimos meses. Pode ser avaliado somente quando se tentou interromper o uso da droga.

0. Nada sugere dependência física .

1. Após a interrupção há sintomas vegetativos leves como taquicardia e sudorese.

2. Após a interrupção há sintomas vegetativos moderados a graves, ansiedade e inquietação.

3. Após a interrupção, há sintomas vegetativos graves, ansiedade, inquietação e/ou convulsões.

4.19. Dependência Psíquica

Dependência psíquica é definida como um forte desejo de continuar usando a droga devido aos seus efeitos

psíquicos (ou pelos efeitos que pensa que tem), quando estes efeitos são vistos pelo médico como indesejáveis

ou desnecessários. A avaliação deve ser baseada nos 3 últimos meses.

0. Ausente ou duvidosa.

1. Dependência psíquica leve mas não séria.

2. Dependência psíquica clara mas sem complicações médicas ou sociais.

3. Dependência psíquica acentuada, com desejo compulsório de continuar usando a droga a qualquer custo. O

uso da droga deve ter provocado complicações médicas ou sociais.

89

Escala UKU de Efeitos Colaterais

Paciente:________________________________Idade:_______________

Data:_____/______/______

Efeitos

Colaterais Sintomas

Não Aval. Relação Causal

9 0 1 2 3 imp pos prb

1.1 Dificuldade de concentração

1.2 Astenia/lassidão/cansaço

1.3 Sonolência/sedação

1.4 Dificuldade de memória

1.5 Depressão

1.6 Tensão/inquietação

1.7 Aumento da duração do sono

1.8 Diminuição da duração do sono

1.9 Aumento da atividade onírica

1.10 Indiferença emocional

2.1 Distonia

2.2 Rigidez

2.3 Hipocinesia/ acinesia

2.4 Hipercinesia

2.5 Tremor

2.6 Acatisia

2.7 Convulsões epilépticas

2.8 Parestesias

3.1 Alteração da acomodação visual

3.2 Aumento da salivação

3.3 Diminuição da salivação

3.4 Náuseas/ vômitos

3.5 Diarréia

3.6 Constipação

90

3.7 Distúrbios da micção

3.8 Poliúria/ polidipsia

3.9 Tontura ortostática

3.10 Palpitacões/ taquicardia

3.11 Aumento da tendência para suar

4.1 Eritema

4.1.a Eritema morbiliforme

4.1.b Eritema petequial

4.1.c Eritema urticariforme

4.1.d Eritema psoriático

4.1.e Eritema não classificado

4.2 Prurido

4.3 Fotossensibilidade

4.4 Aumento de pigmentação

4.5 Ganho de peso

4.6 Perda de peso

4.7 Menorragia

4.8 Amenorréia

4.9 Galactorréia

4.10 Ginecomastia

4.11 Aumento da desejo sexual

4.12 Diminuição da desejo sexual

4.13 Disfunção erétil

4.14 Disfunção ejaculatória

4.15 Disfunção orgástica

4.16 Secura vaginal

4.17 Cefaléia

4.17.a Tipo tensão

4.17.b Enxaqueca

4.17.c Outras formas

4.18 Dependência física

4.19 Dependência psíquica

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ANEXO 4 – EUROQOL-5D

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ANEXO 5 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DOS DESPORTOS - SECD

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - FACS

DEPARTAMENTO DE MEDICINA

Rua Atirador Manoel da Silva Neto, s/n, Aeroporto – Fone: (84) 3315 2248

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa “Estudo Farmacoeconômico do tratamento

da esquizofrenia com antipsicóticos atípicos no SUS” que é coordenada pela Profa. Dra. Caroline

Addison Carvalho Xavier de Medeiros e que segue as recomendações da resolução 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde e suas complementares. Sua participação é voluntária, o que significa

que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga

nenhum prejuízo ou penalidade. Essa pesquisa procura avaliar as relações de custo-utilidade entre

medicamentos antipsicóticos atípicos utilizados no tratamento da esquizofrenia.

Caso decida aceitar o convite, você será submetido (a) ao(s) seguinte(s) procedimentos:

Assinar este termo, coleta de dados por meio de uma entrevista objetiva e individual com a aplicação

de um questionário, com duração de 30 (trinta) minutos, realizado por um acadêmico do curso de

Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). O estudo traz riscos

mínimos potenciais e previsíveis para os sujeitos arrolados, que incluem constrangimentos para

responder as perguntas do questionário. Você terá os seguintes benefícios ao participar da pesquisa:

Aprender novas informações sobre o medicamento o qual está utilizando, estimar possíveis melhoras

ou pioras na qualidade de vida após o uso do medicamento e contribuir para a definição de estratégias

de ação locais e nacionais que levem à melhoria das relações custo-eficácia e custo-utilidade dos

antipsicóticos atípicos. Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado

em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será

feita de forma a não identificar os voluntários.

Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, você será ressarcido,

caso solicite. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta

pesquisa, você terá direito a indenização. Você ficará com uma cópia deste Termo e toda dúvida que

você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para a pesquisadora responsável

Profa. Caroline Addison Carvalho Xavier de Medeiros, no endereço Faculdade de Ciências da Saúde

(FACS), Rua Atirador Miguel da Silva Neto, S/N, CEP: 59607-360 ou pelo telefone (84) 88171456.

Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa

95

da UERN no endereço Comitê de Ética em Pesquisa, Rua Atirador Miguel da Silva Neto, s/n –

Aeroporto – Fone: ou pelo telefone (84) 3315-2180.

Consentimento Livre e Esclarecido

Estamos de acordo com a participação no estudo descrito acima. Fomos devidamente esclarecidos

quanto aos objetivos da pesquisa, aos procedimentos aos quais seremos submetidos e dos possíveis

riscos que possam advir de tal participação. Foram-nos garantidos esclarecimentos que venhamos a

solicitar durante o curso da pesquisa e o direito de desistir da participação em qualquer momento, sem

que nossa desistência implique em qualquer prejuízo a nossa pessoa ou de nossa família. A nossa

participação na pesquisa não implicará em custos ou prejuízos adicionais, sejam esses custos ou

prejuízos de caráter econômico, social, psicológico ou moral. Autorizamos assim o publicação dos

dados da pesquisa a qual nos garante o anonimato e o sigilo dos dados referentes a nossa

identificação.

Local:_______________________________________Data:_______________________

Participante da pesquisa:

Nome:

Assinatura:

Pesquisador responsável:

Nome: Caroline Addison Carvalho Xavier de Medeiros

Assinatura:

Endereço Profissional: Faculdade de Ciências da Saúde – FACS. Rua Atirador Miguel da Silva Neto,

S/N, CEP 59607-360 Mossoró RN. Fone: (84) 33152248.

Comitê de Ética em Pesquisa Endereço: Rua Atirador Miguel da Silva Neto, s/n – Aeroporto –

Fone: ou pelo telefone (84).3315-2180.

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ANEXO 6 – APROVAÇÃO NO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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ANEXO 7 – ARTIGO ENVIADO

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ANEXO 8 – ACEITE DO ARTIGO

--------------------------- Mensagem Original ---------------------------- Assunto: Decision on your manuscript #PSAQ-297 De: "Jeffrey Borenstein" <[email protected]> Data: Sab, Fevereiro 22, 2014 8:30 pm Para: Aurigena Antunes Araújo <[email protected]> -------------------------------------------------------------------------- Dear Antunes, We are pleased to inform you that your manuscript, "Quality of Life in Patients with Schizophrenia: the impact of socio-economic factors and adverse effects of atypical antipsychotics drugs.", has been accepted for publication in Psychiatric Quarterly. You will receive an e-mail from Springer in due course with regards to the following items: 1. Offprints 2. Colour figures 3. Transfer of Copyright Please remember to quote the manuscript number, PSAQ-297, whenever inquiring about your manuscript. With best regards, Jeffrey Borenstein Editor-in-Chief This is an interesting study on an important topic which will be of interest to our readers. Thank you for your submission.