aval 9ºano 2ºbimestre

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Avaliações Bimestrais - 2013 – 6º ao 9º ano – 1 AVALIAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA – 2º BIMESTRE Escola: Aluno: Prof.(a) Ano/ Turma: 9º ano 01. O narrador conta que, na infância, tinha medo de (A) ser ignorado pela pessoas. (B) ser absorvido por suas rotinas. (C) dormir na casa do avô. (D) dormir durante o dia. 02.“Acho que era porque durante o dia ele dormia...”, o pronome em destaque se refere (A) ao avô. (B) ao relógio. (C) às pessoas. (D) às paredes. 03. No trecho “fosse na própria magia dos espaço da casa, fosse nos velhos álbuns de fotografia...”, a expressão destacada indica (A) causa. (B) finalidade. (C) tempo. (D) lugar. 04. A repetição do trecho “Outra de menos...” foi utilizado no trecho para (A) sugerir que a vida prevalece à morte. (B) provocar um sentimento de medo no leitor. (C) mostrar a proximidade da morte a cada instante. (D) reproduzir exatamente as batidas da pêndula do relógio. 05. No texto “A pêndula”, o narrador-personagem demonstra ser (A) pensativo. (C) cuidadoso. (B) expressivo. (D) neurótico. BILHETE AO FUTURO Affonso Romano de Sant` Anna Bela ideia essa de Cristóvam Buarque, reitor da Universidade de Brasília, de pedir a diversas pessoas no país q escreva um "Bilhete ao Futuro". O projeto é recolher hoje uma serie de mensagem que seriam abertos perplexidades diante do tumultuado presente e do fabuloso futuro. Oportuníssima e fecunda ideia. Ela nos coloca de frente ao século XXI, nos incita a liquidar de vez o século XX e sair da hipocondria político-social. Pensar o futuro é um exercício da vida. O que projetor para amanhã? […] http://www.gloog.com.br/answer/pt_br/answer_20100822190157AAJjD G6.html?categoryId=396545310 O RELÓGIO Rubem Alves Eu tinha medo de dormir na casa do meu avô. Era um sobradão colonial enorme, longos corredores, escadarias, portas grossas e pesadas que rangiam, vidros coloridos nos caixilhos das janelas, pátios calçados com pedras antigas... De dia, tudo era luminoso. Mas quando vinha a noite e as luzes se apagavam, tudo mergulhava no sono: pessoas, paredes, espaços. Menos o relógio... De dia, ele estava lá também. Só que era diferente. Manso, tocando o carrilhão a cada quarto de hora, ignorado pelas pessoas, absorvidas por suas rotinas. Acho que era porque durante o dia ele dormia. Seu pêndulo regular era seu coração que batia, seu ressonar, e suas músicas eram seus sonhos, iguais aos de todos os outros relógios. [...] De noite, quando todos dormiam, elas saíam. O passado só sai quando o silêncio é grande, memória do sobrado. E o meu medo era por isto: por sentir que o relógio, com seu pêndulo e carrilhão, me chamava para si e me incorporava naquela estória que eu não conhecia, mas só imaginava. Já havia visto alguns dos seus sinais imobilizados, fosse na própria magia dos espaço da casa, fosse nos velhos álbuns de fotografia, homens solenes de colarinho engomado e bigode, famílias paradigmáticas, maridos assentados de pernas cruzadas, e fiéis esposas de pé, ao seu lado, mão docemente pousada no ombro do companheiro. […] SOARES, Magda. Uma Proposta Para o Letramento. Português, 9º Ano. Moderna, p. 91. A pêndula Machado de Assis Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; estirei-me na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada. Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal; esse tic-tac soturno, vagaroso e seco, parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. Imaginava então um velho diabo, sentado entre dous sacos, o da vida e o da morte, a tirar as moedas da vida para dá-las à morte, e a contá-las assim: -- Outra de menos... -- Outra de menos... -- Outra de menos... -- Outra de menos... O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca, e eu pudesse contar todos os meus instantes perdidos. Invenções há, que se transformam ou acabam; as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e perpétuo. O derradeiro homem, ao despedir-se do sol frio e gasto, há de ter um relógio na algibeira, para saber a hora exata em que morre. http://www.ibiblio.org/ml/libri/a/AssisJMM_MemoriasPostumas/node57.html

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Avaliações Bimestrais - 2013 – 6º ao 9º ano – 1

AVALIAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA – 2º BIMESTRE

Escola:

Aluno:

Prof.(a) Ano/ Turma: 9º ano

01. O narrador conta que, na infância, tinha medo de(A) ser ignorado pela pessoas.(B) ser absorvido por suas rotinas.(C) dormir na casa do avô.(D) dormir durante o dia.

02.“Acho que era porque durante o dia ele dormia...”, o pronome em destaque se refere(A) ao avô. (B) ao relógio. (C) às pessoas.(D) às paredes.

03. No trecho “fosse na própria magia dos espaço da casa, fosse nos velhos álbuns de fotografia...”, a expressão destacada indica(A) causa. (B) finalidade. (C) tempo.(D) lugar.

04. A repetição do trecho “Outra de menos...” foi utilizado no trecho para(A) sugerir que a vida prevalece à morte.(B) provocar um sentimento de medo no leitor.(C) mostrar a proximidade da morte a cada instante.(D) reproduzir exatamente as batidas da pêndula do relógio.

05. No texto “A pêndula”, o narrador-personagem demonstra ser (A) pensativo. (C) cuidadoso.(B) expressivo. (D) neurótico.

BILHETE AO FUTURO

Affonso Romano de Sant` Anna

Bela ideia essa de Cristóvam Buarque, reitor da Universidade de Brasília, de pedir a diversas pessoas no país q escreva um "Bilhete ao Futuro". O projeto é recolher hoje uma serie de mensagem que seriam abertos perplexidades diante do tumultuado presente e do fabuloso futuro. Oportuníssima e fecunda ideia. Ela nos coloca de frente ao século XXI, nos incita a liquidar de vez o século XX e sair da hipocondria político-social. Pensar o futuro é um exercício da vida. O que projetor para amanhã? […]

http://www.gloog.com.br/answer/pt_br/answer_20100822190157AAJjDG6.html?categoryId=396545310

O RELÓGIO Rubem Alves

Eu tinha medo de dormir na casa do meu avô. Era

um sobradão colonial enorme, longos corredores, escadarias, portas grossas e pesadas que rangiam, vidros coloridos nos caixilhos das janelas, pátios calçados com pedras antigas... De dia, tudo era luminoso. Mas quando vinha a noite e as luzes se apagavam, tudo mergulhava no sono: pessoas, paredes, espaços. Menos o relógio... De dia, ele estava lá também. Só que era diferente. Manso, tocando o carrilhão a cada quarto de hora, ignorado pelas pessoas, absorvidas por suas rotinas. Acho que era porque durante o dia ele dormia. Seu pêndulo regular era seu coração que batia, seu ressonar, e suas músicas eram seus sonhos, iguais aos de todos os outros relógios.

[...]De noite, quando todos dormiam, elas saíam. O

passado só sai quando o silêncio é grande, memória do sobrado. E o meu medo era por isto: por sentir que o relógio, com seu pêndulo e carrilhão, me chamava para si e me incorporava naquela estória que eu não conhecia, mas só imaginava. Já havia visto alguns dos seus sinais imobilizados, fosse na própria magia dos espaço da casa, fosse nos velhos álbuns de fotografia, homens solenes de colarinho engomado e bigode, famílias paradigmáticas, maridos assentados de pernas cruzadas, e fiéis esposas de pé, ao seu lado, mão docemente pousada no ombro do companheiro.

[…]

SOARES, Magda. Uma Proposta Para o Letramento. Português, 9º Ano. Moderna, p. 91.

A pêndula

Machado de Assis

Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; estirei-me na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada. Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal; esse tic-tac soturno, vagaroso e seco, parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. Imaginava então um velho diabo, sentado entre dous sacos, o da vida e o da morte, a tirar as moedas da vida para dá-las à morte, e a contá-las assim:

-- Outra de menos...

-- Outra de menos...

-- Outra de menos...

-- Outra de menos...

O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca, e eu pudesse contar todos os meus instantes perdidos. Invenções há, que se transformam ou acabam; as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e perpétuo. O derradeiro homem, ao despedir-se do sol frio e gasto, há de ter um relógio na algibeira, para saber a hora exata em que morre.

http://www.ibiblio.org/ml/libri/a/AssisJMM_MemoriasPostumas/node57.html

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Avaliações Bimestrais - 2013 – 6º ao 9º ano – 1

06. “O projeto é recolher hoje uma serie de mensagem...”,o termo destacado indica(A) lugar.(B) causa.(C) tempo.(D) modo.

07. O uso da pontuação […] no final do trecho indica(A) continuação. (B) interrupção. (C) repetição. (D) conclusão.

08. “... nossas esperanças e perplexidades diante do tumultuado presente e do fabuloso futuro.”, a palavra destacada indica(A) adição.(B) oposição.(C) explicação.(D) alternância.

09. A expressão “cultura jovem” foi usada no texto para(A) mostrar que os jovens tem hábitos diferentes dos adultos.(B) explicar que os jovens imitam a cultura dos mais velhos.(C) acrescentar informações importantes da cultura dos jovens.(D) demonstrar que a cultura dos jovens é também vivida pelos adultos.

10. O uso da conjunção mas neste trecho indica(A) conclusão.(B) negação.(C) explicação.(D) afirmação.

11. Segundo o autor, as sociedades tornam-se mais complexas quando (A)surge a adolescência entre a infância e a vida adulta.(B)aumenta a especialização das tarefas e das carreiras profissionais.(C)aparece a “cultura jovem” semelhante ao mundo adulto.(D)chega a passagem da idade e constroem-se convenções de tempo.

12. No texto, as pessoas mais velhas tinham privilégio porque(A) conseguiam se divertir com as histórias das crianças.(B) tinham possibilidade de contar histórias ao menino.(C)voltavam a ser crianças com os acontecimentos vividos.(D) podiam recordar acontecimentos anteriores ao nascimento do menino.

O tempo e você

Alexander Martins Vianna

Nós estamos sempre construindo convenções de tempo. Você aprendeu a contar a passagem de sua idade a partir de aproximadamente 365 dias depois de seu nascimento. Mas esta não é a única forma possível. Em outras sociedades, como alguns grupos tribais da Amazônia, da África e da Polinésia, contam-se os anos pelos ciclos lunares.

Também aprendemos que entre a vida adulta e a infância existe a adolescência. Mas essa é uma etapa criada só no final do século XIX. Em muitas sociedades nossas contemporâneas, os jovens passam direto da infância à vida adulta, sem atravessar uma etapa que se chama adolescência. À medida que as sociedades tornam-se mais complexas e centralizadas, quando aumenta a especialização das tarefas e das carreiras profissionais, a preparação necessária ao desempenho das atividades adultas fica mais prolongada e difícil. Crianças e jovens são isolados dos círculos adultos. Essa vida social cria uma “cultura jovem” diferente do mundo adulto. Nessas sociedades, os jovens seriam pessoas biologicamente maduras, mas socialmente imaturas.

[...]

Ciências Hoje na Escola, 7: Tempo e Espaço, Rio de Janeiro, 1999, p. 6-7.

O mundo sem mim Gustavo Corção

Teria eu uns doze anos quando um dia me assaltou a mente, com particular relevo, a ideia de que o mundo já existira sem mim. Essa ideia é aparentemente trivial, pois nenhum de nós em são juízo, pretende ter sido companheiro de armas de Carlos Magno, ou tripulante da caravela de Cristovão Colombo. O mundo, evidentemente, era mais antigo do que o menino que suspendia o brinquedo para olhar em volta de si com estranheza; ali estavam as pessoas mais velhas, as grossas árvores, as casas, as montanhas, tudo a me falar de uma história anterior e de um cenário anterior. Mas o caso é que eu, de repente, achava muito esquisita essa ideia tão simples. As pessoas mais velhas tinham o privilégio perturbador: bastava-lhes querer, para que dentro delas se armasse um mundo em que eu não era, nem havia necessidade que fosse. Pedia então à mamãe:

― Conta uma história de antigamente.

[...]

Lições de abismo (1950). 15. ed., Rio de janeiro: Agir, 2004, p. 69-71

Também aprendemos que entre a vida adulta e a infância existe a adolescência. Mas essa é uma etapa criada só no final do século XIX.

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Avaliações Bimestrais - 2013 – 6º ao 9º ano – 1

13. A finalidade principal do texto é(A) instruir.(B) narrar.(C) divulgar.(D) convencer.

14. No texto, o narrador busca recordar(A) histórias vividas antes de sua existência.(B)histórias inventadas por sua mãe durante sua infância.(C) acontecimentos que ele viveu quando era menino.(D) acontecimentos que sua mãe havia esquecido de contá-lo.

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