autobiografia de josé saramago

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  • 8/18/2019 Autobiografia de José Saramago

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    AUTOBIOGRAFIA DE JOSÉ SARAMAGO

    Nasci numa família de camponeses sem terra, em Azinhaga, uma pequena

    povoação situada na província do Ribatejo, na margem direita do rio Almonda, a uns cemquilómetros a nordeste de isboa! "eus pais chamavam#se $os% de &ousa e "aria da

    'iedade! $os% de &ousa teria sido tamb%m o meu nome se o funcion(rio do Registo )ivil,

    por sua própria iniciativa, não lhe tivesse acrescentado a alcunha por que a família de meu

    pai era conhecida na aldeia* &aramago! +)abe esclarecer que saramago % uma planta

    herb(cea espontnea, cujas folhas, naqueles tempos, em %pocas de car-ncia, serviam

    como alimento na cozinha dos pobres.! &ó aos sete anos, quando tive de apresentar na

    escola prim(ria um documento de identificação, % que se veio a saber que o meu nome

    completo era $os% de &ousa &aramago/ Não foi este, por%m, o 0nico problema deidentidade com que fui fadado no berço! 1mbora tivesse vindo ao mundo no dia 23 de

    Novembro de 2455, os meus documentos oficiais referem que nasci dois dias depois, a 26*

    foi graças a esta pequena fraude que a família escapou ao pagamento da multa por falta

    de declaração do nascimento no prazo legal!

    7alvez por ter participado na 8rande 8uerra, em 9rança, como soldado de

    artilharia, e conhecido outros ambientes, diferentes do viver da aldeia, meu pai decidiu, em

    245:, dei;ar o trabalho do campo e trasladar#se com a família para isboa, onde começou

    a e;ercer a profissão de polícia de segurança p0blica, para a qual não se e;igiam mais

    +e;pressão comum então/. que ler, escrever e contar! 'oucos

    meses depois de nos termos instalado na capital, morreria meu irmão 9rancisco, que era

    dois anos mais velho do que eu! 1mbora as condiç=es em que vivíamos tivessem

    melhorado um pouco com a mudança, nunca viríamos a conhecer verdadeiro desafogo

    económico! $( eu tinha 2? ou 2: anos quando pass(mos, enfim, a viver numa casa

    +pequeníssima. só para nós* at% aí sempre tínhamos habitado em partes de casa, com

    outras famílias! @urante todo este tempo, e at% maioridade, foram muitos, e

    frequentemente prolongados, os períodos em que vivi na aldeia com os meus avós

    maternos, $erónimo "elrinho e $osefa )ai;inha!

    9ui bom aluno na escola prim(ria* na segunda classe j( escrevia sem erros de

    ortografia, e a terceira e quarta classes foram feitas em um só ano! 7ransitei depois para o

    liceu, onde permaneci dois anos, com notas e;celentes no primeiro, bastante menos boas

    no segundo, mas estimado por colegas e professores, ao ponto de ser eleito +tinha então

    25 anos/. tesoureiro da associação acad%mica/ 1ntretanto, meus pais haviam chegado

    conclusão de que, por falta de meios, não poderiam continuar a manter#me no liceu! A0nica alternativa que se apresentava seria entrar para uma escola de ensino profissional, e

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    assim se fez* durante cinco anos aprendi o ofício de serralheiro mecnico! B mais

    surpreendente era que o plano de estudos da escola, naquele tempo, embora obviamente

    orientado para formaç=es profissionais t%cnicas, incluía, al%m do 9ranc-s, uma disciplina

    de iteratura! )omo não tinha livros em casa +livros meus, comprados por mim, ainda que

    com dinheiro emprestado por um amigo, só os pude ter aos 24 anos., foram os livrosescolares de 'ortugu-s, pelo seu car(cter , que me abriram as portas para a

    fruição liter(ria* ainda hoje posso recitar poesias aprendidas naquela %poca distante!

    7erminado o curso, trabalhei durante cerca de dois anos como serralheiro mecnico numa

    oficina de reparação de automóveis! 7amb%m por essas alturas tinha começado a

    frequentar, nos períodos noturnos de funcionamento, uma biblioteca p0blica de isboa! 1

    foi aí, sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de

    aprender, que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e apurou!

    Cuando casei, em 24::, j( tinha mudado de atividade, passara a trabalhar num

    organismo de &egurança &ocial como empregado administrativo! "inha mulher, Dlda Reis,

    então dactilógrafa nos )aminhos de 9erro, viria a ser, muitos anos mais tarde, um dos

    mais importantes gravadores portugueses! 9aleceria em 2446! 1m 24:E, ano do

    nascimento da minha 0nica filha, Fiolante, publiquei o primeiro livro, um romance que

    intitulei A Viúva, mas que por conveni-ncias editoriais viria a sair com o nome de Terra do

    Pecado! 1screvi ainda outro romance, Claraboia, que permanece in%dito at% hoje, e

    principiei um outro, que não passou das primeiras p(ginas* chamar#se#ia O Mel e o Fel  ou

    talvez Luís, filho de Tadeu… A questão ficou resolvida quando abandonei o projeto*

    começava a tornar#se claro para mim que não tinha para dizer algo que valesse a pena!

    @urante 24 anos, at% 2433, quando publicaria Os Poemas Possíveis , estive ausente do

    mundo liter(rio portugu-s, onde devem ter sido pouquíssimas as pessoas que deram pela

    minha falta!

    'or motivos políticos fiquei desempregado em 24:4, mas, graças boa vontade de

    um meu antigo professor do tempo da escola t%cnica, pude encontrar ocupação na

    empresa metal0rgica de que ele era administrador! No final dos anos GH passei a trabalhar numa editora, 1st0dios )or, como respons(vel pela produção, regressando assim, mas

    não como autor, ao mundo das letras que tinha dei;ado anos antes! 1ssa nova atividade

    permitiu#me conhecer e criar relaç=es de amizade com alguns dos mais importantes

    escritores portugueses de então! 'ara melhorar o orçamento familiar, mas tamb%m por 

    gosto, comecei, a partir de 24GG, a dedicar uma parte do tempo livre a trabalhos de

    tradução, atividade que se prolongaria at% 2462* )olette, 'Ir agerJvist, $ean )assou,

    "aupassant, Andr% Konnard, 7olstoi, Kaudelaire, Ltienne Kalibar, NiJos 'oulantzas, Menri

    9ocillon, $acques Roumain, Megel, Ramond Kaer foram alguns dos autores que traduzi!Butra ocupação paralela, entre "aio de 243E e Novembro de 2436, foi a de crítico liter(rio!

    http://www.josesaramago.org/terra-do-pecado-1947/http://www.josesaramago.org/terra-do-pecado-1947/http://www.josesaramago.org/terra-do-pecado-1947/http://www.josesaramago.org/terra-do-pecado-1947/

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    1ntretanto, em 2433, publicara Os Poemas Possíveis, uma coletnea po%tica que marcou

    o meu regresso literatura! A esse livro seguiu#se, em 24EH, outra coletnea de

    poemas, Provavelmene Alegria,   e logo, em 24E2 e 24E? respetivamente, sob os

    títulos !ese Mundo e do Ouro e  A "agagem do Via#ane , duas recolhas de crónicas

    publicadas na imprensa, que a crítica tem considerado essenciais completacompreensão do meu trabalho posterior! 7endo#me divorciado em 24EH, iniciei uma

    relação de conviv-ncia, que duraria at% 2463, com a escritora portuguesa Dsabel da

    Nóbrega!

    @ei;ei a editora no final de 24E2, trabalhei durante os dois anos seguintes no

    vespertino !i$rio de Lisboa como coordenador de um suplemento cultural e como

    editorialista! 'ublicados em 24E: sob o título As O%ini&es 'ue o !L eve, esses te;tos

    representam uma bastante precisa dos 0ltimos tempos da ditadura que viria a ser 

    derrubada em Abril daquele ano! 1m Abril de 24EG passei a e;ercer as funç=es de diretor#

    adjunto do matutino !i$rio de (oícias, cargo que desempenhei at% Novembro desse ano

    e de que fui demitido na sequ-ncia das mudanças ocasionadas pelo golpe político#militar 

    de 5G daquele m-s, que travou o processo revolucion(rio! @ois livros assinalam esta

    %poca* O Ano de )**+, um poema longo publicado em 24EG, que alguns críticos

    consideram j( anunciador das obras de ficção que dois anos depois se iniciariam com o

    romance Manual de Pinura e Caligrafia, e, sob o título Os A%onamenos , os artigos de

    teor político que publiquei no jornal de que havia sido diretor!

    &em emprego uma vez mais e, ponderadas as circunstncias da situação política

    que então se vivia, sem a menor possibilidade de o encontrar, tomei a decisão de me

    dedicar inteiramente literatura* j( era hora de saber o que poderia realmente valer como

    escritor! No princípio de 24E3 instalei#me por algumas semanas em avre, uma povoação

    rural da província do Alentejo! 9oi esse período de estudo, observação e registo de

    informaç=es que veio a dar origem, em 246H, ao romance Levanado do Cho, em que

    nasce o modo de narrar que caracteriza a minha ficção novelesca! 1ntretanto, em 24E6,

    havia publicado uma coletnea de contos, Ob#eo -uase, em 24E4 a peça de teatro A

    (oie, a que se seguiu, poucos meses antes da publicação de Levanado do Cho, nova

    obra teatral, -ue Farei com ese Livro.! )om e;ceção de uma outra peça de teatro,

    intitulada A /egunda Vida de Francisco de Assis e publicada em 246E, a d%cada de 6H foi

    inteiramente dedicada ao romance* Memorial do Conveno, 2465, O Ano da More de

    0icardo 0eis, 246:, A 1angada de Pedra, 2463, 2is3ria do Cerco de Lisboa , 2464! 1m

    2463 conheci a jornalista espanhola 'ilar del Río! )as(mo#nos em 2466!

    1m consequ-ncia da censura e;ercida pelo 8overno portugu-s sobre o

    romance O 4vangelho segundo 1esus Criso  +2442., vetando a sua apresentação ao

    http://www.josesaramago.org/os-poemas-possiveis-1966/http://www.josesaramago.org/os-poemas-possiveis-1966/http://www.josesaramago.org/os-poemas-possiveis-1966/http://www.josesaramago.org/provavelmente-alegria-1970/http://www.josesaramago.org/provavelmente-alegria-1970/http://www.josesaramago.org/deste-mundo-e-do-outro-1971/http://www.josesaramago.org/bagagem-viajante-1973/http://www.josesaramago.org/bagagem-viajante-1973/http://www.josesaramago.org/o-ano-de-1993-1975/http://www.josesaramago.org/o-ano-de-1993-1975/http://www.josesaramago.org/manual-de-pintura-e-caligrafia-1977/http://www.josesaramago.org/os-apontamentos-1976/http://www.josesaramago.org/os-apontamentos-1976/http://www.josesaramago.org/levantado-do-chao/http://www.josesaramago.org/levantado-do-chao/http://www.josesaramago.org/levantado-do-chao/http://www.josesaramago.org/objecto-quase-1978/http://www.josesaramago.org/objecto-quase-1978/http://www.josesaramago.org/objecto-quase-1978/http://www.josesaramago.org/a-noite-1979/http://www.josesaramago.org/a-noite-1979/http://www.josesaramago.org/que-farei-com-este-livro/http://www.josesaramago.org/a-segunda-vida-de-francisco-de-assis-1987/http://www.josesaramago.org/memorial-do-convento-1982/http://www.josesaramago.org/o-ano-da-morte-de-ricardo-reis-1984/http://www.josesaramago.org/o-ano-da-morte-de-ricardo-reis-1984/http://www.josesaramago.org/jangada-de-pedra-1986/http://www.josesaramago.org/jangada-de-pedra-1986/http://www.josesaramago.org/historia-cerco-de-lisboa-1989/http://www.josesaramago.org/o-evangelho-segundo-jesus-cristo-1991/http://www.josesaramago.org/os-poemas-possiveis-1966/http://www.josesaramago.org/provavelmente-alegria-1970/http://www.josesaramago.org/deste-mundo-e-do-outro-1971/http://www.josesaramago.org/bagagem-viajante-1973/http://www.josesaramago.org/o-ano-de-1993-1975/http://www.josesaramago.org/manual-de-pintura-e-caligrafia-1977/http://www.josesaramago.org/os-apontamentos-1976/http://www.josesaramago.org/levantado-do-chao/http://www.josesaramago.org/objecto-quase-1978/http://www.josesaramago.org/a-noite-1979/http://www.josesaramago.org/a-noite-1979/http://www.josesaramago.org/que-farei-com-este-livro/http://www.josesaramago.org/a-segunda-vida-de-francisco-de-assis-1987/http://www.josesaramago.org/memorial-do-convento-1982/http://www.josesaramago.org/o-ano-da-morte-de-ricardo-reis-1984/http://www.josesaramago.org/o-ano-da-morte-de-ricardo-reis-1984/http://www.josesaramago.org/jangada-de-pedra-1986/http://www.josesaramago.org/historia-cerco-de-lisboa-1989/http://www.josesaramago.org/o-evangelho-segundo-jesus-cristo-1991/

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    'r%mio iter(rio 1uropeu sob prete;to de que o livro era ofensivo para os católicos,

    transferimos, minha mulher e eu, em 9evereiro de 244?, a nossa resid-ncia para a ilha de

    anzarote, no arquip%lago de )an(rias! No princípio desse ano publiquei a peça 5n

    (omine !ei , ainda escrita em isboa, de que seria e;traído o libreto da ópera !ivara, com

    m0sica do compositor italiano Azio )orghi, estreada em "Onster +Alemanha., em 244?!Não foi esta a minha primeira colaboração com )orghi* tamb%m % dele a m0sica da

    ópera "limunda, sobre o romance Memorial do Conveno, estreada em "ilão +Dt(lia., em

    244H! 1m 244? iniciei a escrita de um di(rio, Cadernos de Lan6aroe, de que estão

    publicados cinco volumes! 1m 244G publiquei o romance 4nsaio sobre a Cegueira e em

    244E Todos os (omes e O Cono da 5lha !esconhecida  ! 1m 244G foi#me atribuído o

    'r%mio )am=es, e em 2446 o 'r%mio Nobel de iteratura!

    1m consequ-ncia da atribuição do 'r%mio Nobel a minha atividade p0blica viu#se

    incrementada! Fiajei pelos cinco continentes, oferecendo confer-ncias, recebendo graus

    acad%micos, participando em reuni=es e congressos, tanto de car(cter liter(rio como

    social e político, mas, sobretudo, participei em aç=es reivindicativas da dignificação dos

    seres humanos e do cumprimento da @eclaração dos @ireitos Mumanos pela consecução

    de uma sociedade mais justa, onde a pessoa seja prioridade absoluta, e não o com%rcio

    ou as lutas por um poder hegemónico, sempre destrutivas!

    )reio ter trabalhado bastante durante estes 0ltimos anos! @esde 2446,

    publiquei Folhas Políicas 7)*89:)**;ncias da More  +5HHG. e As Pe'uenas Mem3rias 

    +5HH3.! Agora, neste Butono de 5HH6, aparecer( um novo livro* A Viagem do 4lefane, um

    conto, uma narrativa, uma f(bula!

    No ano de 5HHE decidiu criar#se em isboa uma 9undação com o meu nome, a

    qual assume, entre os seus objetivos principais, a defesa e a divulgação da literatura

    contempornea, a defesa e a e;ig-ncia de cumprimento da )arta dos @ireitos Mumanos,al%m da atenção que devemos, como cidadãos respons(veis, ao cuidado do meio

    ambiente! 1m $ulho de 5HH6 foi assinado um protocolo de ced-ncia da )asa dos Kicos,

    em isboa, para sede da 9undação $os% &aramago, onde esta continuar( a intensificar e

    consolidar os objetivos a que se propPs na sua @eclaração de 'rincípios, abrindo portas a

    projetos vivos de agitação cultural e propostas transformadoras da sociedade!

    Nota Q @epois de A Viagem do 4lefane, $os% &aramago escreveu Caim, O Caderno e O

    Caderno 55 , publicados em 5HH4 e que não chegou a acrescentar sua Autobiografia!

    http://www.josesaramago.org/nomine-dei-1993/http://www.josesaramago.org/nomine-dei-1993/http://www.josesaramago.org/nomine-dei-1993/http://www.josesaramago.org/nomine-dei-1993/http://www.josesaramago.org/ensaio-sobre-a-cegueira/http://www.josesaramago.org/todos-os-nomes/http://www.josesaramago.org/todos-os-nomes/http://www.josesaramago.org/o-conto-da-ilha-desconhecida-1998/http://www.josesaramago.org/folhas-politicas-1976-1998/http://www.josesaramago.org/a-caverna-2000/http://www.josesaramago.org/maior-flor-mundo-2001/http://www.josesaramago.org/maior-flor-mundo-2001/http://www.josesaramago.org/o-homem-duplicado-2002/http://www.josesaramago.org/ensaio-sobre-lucidez-2004/http://www.josesaramago.org/don-giovanni-ou-o-dissoluto-absolvido-2005/http://www.josesaramago.org/don-giovanni-ou-o-dissoluto-absolvido-2005/http://www.josesaramago.org/as-intermitencias-da-morte-2006/http://www.josesaramago.org/pequenas-memorias-2006/http://www.josesaramago.org/pequenas-memorias-2006/http://www.josesaramago.org/a-viagem-do-elefante-2008/http://www.josesaramago.org/a-viagem-do-elefante-2008/http://www.josesaramago.org/a-viagem-do-elefante-2008/http://www.josesaramago.org/caim-2009/http://www.josesaramago.org/caim-2009/http://www.josesaramago.org/o-caderno-2009/http://www.josesaramago.org/o-caderno-2-2009/http://www.josesaramago.org/o-caderno-2-2009/http://www.josesaramago.org/nomine-dei-1993/http://www.josesaramago.org/nomine-dei-1993/http://www.josesaramago.org/ensaio-sobre-a-cegueira/http://www.josesaramago.org/todos-os-nomes/http://www.josesaramago.org/o-conto-da-ilha-desconhecida-1998/http://www.josesaramago.org/folhas-politicas-1976-1998/http://www.josesaramago.org/a-caverna-2000/http://www.josesaramago.org/maior-flor-mundo-2001/http://www.josesaramago.org/o-homem-duplicado-2002/http://www.josesaramago.org/ensaio-sobre-lucidez-2004/http://www.josesaramago.org/don-giovanni-ou-o-dissoluto-absolvido-2005/http://www.josesaramago.org/don-giovanni-ou-o-dissoluto-absolvido-2005/http://www.josesaramago.org/as-intermitencias-da-morte-2006/http://www.josesaramago.org/pequenas-memorias-2006/http://www.josesaramago.org/a-viagem-do-elefante-2008/http://www.josesaramago.org/a-viagem-do-elefante-2008/http://www.josesaramago.org/caim-2009/http://www.josesaramago.org/o-caderno-2009/http://www.josesaramago.org/o-caderno-2-2009/http://www.josesaramago.org/o-caderno-2-2009/

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    'ostumamente, foram publicados Claraboia  +concluído em 24G? e publicado em

    5H22. e Alabardas, alabardas, 4s%ingardas, es%ingardas   +5H2:., romance incompleto que

    $os% &aramago estava a escrever em 5H2H!

    http://www.josesaramago.org/claraboia-2011/http://www.josesaramago.org/alabardas-alabardas-espingardas-espingardas/http://www.josesaramago.org/alabardas-alabardas-espingardas-espingardas/http://www.josesaramago.org/claraboia-2011/http://www.josesaramago.org/alabardas-alabardas-espingardas-espingardas/