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Aulas Multimídias Santa Cecília Professor André Araújo Disciplina: Literatura e Redação Série: 2º ano EM

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Aulas Multimídias – Santa Cecília

Professor André Araújo

Disciplina: Literatura e Redação

Série: 2º ano EM

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Poemas Negros – Jorge de LimaTriste Fim de Policarpo

Quaresma – Lima Barreto2º. Ano – prof. André Araújo

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Poemas Negros

• Linguajar espontâneo e liberdade formal

Diabo brasileiro

Enxofre, botija, galinha preta!

Credo em cruz, capeta, pé de pato!

Diabo brasileiro, dente de ouro, botija, onde está?

Credo, capeta, pé-de-pato!

(LIMA, Jorge de. Poemas Negros, p. 13

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Poemas Negros • Memórias da infância do poeta da fazenda

O Medo

O bicho Carrapatu,

O negro velho do surrão

- Foi o medo que passou.

Mas depois chegou o medo,

O medo maior que houve

Que as negras velhas contavam:

Era mula sem cabeça,

Era cabra cabriola

Lobisomens, bestas-feras.

A gente sabia quem era mula sem cabeça.

O lobisomem era Zuza-fogueteriro.

Pelo sinal da Santa Cruz...

E a vovozinha: Reze a oração de Nossa Senhora do Desterro

(LIMA, Jorge de. Poemas Negro, p. 32)

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Poemas Negro• Questões sociais

Banguê

Cadê você meu país do Nordesteque eu não vi nessa Usina Leão de minha terra?Ah, Usina, você engoliu os banguezinhos do país dasAlagoas!Você é grande, Usina Leão!Você é forte, Usina Leão!(...)Onde é que está a alegria das bagaceiras?O cheiro bom do mel borbulhando nas tachas?A tropa dos pães de açúcar atraindo arapuás?Onde é que mugem os meus bois trabalhadores?Onde é que cantam meus caboclos lambanceiros?Onde é que dormem de papos para o ar os bebedoresde resto de alambique?E os senhores de espora?E as sinhás-donas de cocó?

(LIMA, Jorge de. Poemas Negros, p. 23)

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Poemas Negros• A influência afrodescendente associados ao engajamento poético

Essa Negra Fulô

Ora, se deu que chegou(isso já faz muito tempo)no banguê dum meu avôuma negra bonitinha,chamada negra Fulô.

Essa negra Fulô!Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!(Era a fala da Sinhá)— Vai forrar a minha camapentear os meus cabelos,vem ajudar a tirara minha roupa, Fulô!

Essa negra Fulô!

Essa negrinha Fulô!ficou logo pra mucamapra vigiar a Sinhá,pra engomar pro Sinhô! (...)

(LIMA, Jorge de. Poemas Negros, p. 18)

Olá! Negro

Os netos de teus mulatos e de teus cafusose a quarta e quinta gerações de teu sanguesofredortentarão apagar a tua cor!E as gerações destas gerações quando apagarema tua tatuagem execranda,não apagarão de suas almas, a tua alma, negro!Pai-João, Mãe-negra, Fulô, Zumbi,negro-fujão, negro cativo, negro rebeldenegro cabinda, negro congo, negro ioruba,negro que foste para o algodão de U.S.A.,para os canaviais do Brasil,para o tronco, para o colar de ferro, para a cangade rodos os senhores do mundo;eu melhor compreendo agora os teus bluesnesta hora triste da raça branca, negro!(LIMA, Jorge de. Poemas Negros, p.106)

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Pré-Modernismo

• O Pré-Modernismo não pode ser considerado uma escola literária, mas sim um

período literário de transição do Realismo/ Naturalismo para oModernismo.

• RUPTURA COM O PASSADO – Os autores adotaram inovações que feriam oacademicismo;

• REGIONALISMO – A realidade rural brasileira é exposta sem os traços idealizadores doRomantismo. A miséria do homem do campo é apresentada de formachocante;

• LITERATURA-DENÚNCIA – Os livros são em tom de denúncia da realidade brasileira. OBrasil oficial é substituído por um Brasil não oficial (sertão nordestino, caboclosinterioranos, realidade dos subúrbios);

• CONTEMPORANEIDADE – A literatura retrata fatos políticos, situação econômica esocial contemporâneos, diminuindo a distância entre realidade e ficção.

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Pré-Modernismo - AUTORES

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Triste Fim de Policarpo Quaresma

• No Major Policarpo Quaresma afloram tanto as revoltas do brasileiromarginalizado em uma sociedade onde o capital já não tem pátria,quanto a própria consciência do romancista de que o caminhoufanista é e impotente

• Tal duplicidade de planos, o narrativo (relatos dos percalços dobrasileiro em sua pátria) e o crítico (enfoque dos limites da ideologia)aviva de forma singular a personalidade literária de Lima Barreto, emque se reconhece a inteligência como força sempre atuante.

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Triste Fim de Policarpo Quaresma

• O enredo é a procura de deixar de lado o ufanismo romântico.• Policarpo torna-se anacrônico ao viver esse sentimento• O narrador mostra um desencontro social e psíquico; entre o ideal e o real• O romance está dividido em três partes, cada uma com cinco capítulos.• A primeira parte do romance gira em torno do projeto cultural de Policarpo

Quaresma: a defesa das tradições brasileiras, o cultivo da memória nacional, adefesa do idioma nativo (que ele associa ao tupi).

• A segunda parte focaliza o projeto agrícola, a reforma agrária que quer sugerir aogoverno a partir de suas próprias experiências no sítio do “Sossego”

• A terceira parte enfatiza os acontecimentos políticos do governo Floriano e oprojeto de reforma administrativa de Policarpo Quaresma, que o leva a engajar-semilitarmente no episódio da Revolta Armada.

• O triste fim de Policarpo é descobrir na prisão que a pátria que ele amou nãoexiste, dedicou sua vida a um sonho de pátria; não viveu, não teve aventurasoutras que não fossem as coisas da sua terra.