barth credo respostas

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Barth Credo Respostas

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RESPOSTAS S QUESTESEm 5 e 6 de abril de 1935(A partir de um Relatrio Taquigrfico)Permitam-me a princpio dizer umas poucas palavraspessoavs. .Quando eu estudei as dezoito cartas que recebi e assetenta questes que elas continham, tornou-se muito claropara mim que vocs e eu no estamos totalmente baseadosno mesmo fundamento, e que. devemos manter isto em vista.eu quando estiver escutando s suas questes e vocsquando estiverem escutando s minhas respostas. Esta diferenano uma diferena absoluta - no existe tal coisaentre homens. uma diferena relativa quanto ao fundamento,no qual descobrimos nossas capacidades e. comotal, tem tido que ser constantemente guardado na memria.223224 - ApndiceO que nos une o compartilhamento de um forte interessena questo teolgica e eclesistica. O que nos separa, relativamente, o fato de que eu gastei os ltimos quatorze anosde minha vida na Alemanha. Por outro lado, vocs estovivendo como Holandeses na Holanda. Isto no irrelevante.Devo, antes de tudo, dizer a vocs que. em contrastecom a posio da qual eu falo, as questes colocadas a mimme parecem especificamente Holandesas. Todas as suas questesdenunciam at certo ponto que vocs ainda so capazesde perseguir a teologia com conforto, com uma certa tranqilidadee desprendimento em considerao a seus problemas,tais como aquelas que uma vez conhecemos na Alemanha,mas que hoje no conhecemos mais. Aqui, a possibilidadedeleitvel ainda a de vocs de, realmente se levantaremcontra as questes teolgicas, de observ-las, de traz-lasmais para mais perto em si mesmas. E agora este Professorapareceu de repente da Alemanha e, em considerao amuitos assuntos, disse algo muito definido, de um modo atcerto ponto comprometedor, e vocs, a partir das suas situaes- que tornaram-se muito claras em suas cartas - estofazendo um movimento mais ou menos cauteloso e defensivo.Vocs prefeririam que todas as questes, ou tantas quantopossveis, pudessem ser deixadas abertas. Embora conhecidascomo cabea da Teologia Dialtica s eu no sou obastante dialtico para vocs! E mais. vocs podem ainda sedispor a cultivar certas linhas de pensamento favoritas; vocsdesejam ter certas p eculiaridad es confirmadas, outras rejeitadas.Uma profuso de faces estavam evidentementeesperando para ouvir o que eu tinha a dizer acerca dos seusinteresses em especial. Deste ponto de vista, um certo desapontamentono poderia ser evitado - vocs no devem tornartudo isto como sendo uma crtica. Tem sido um grandeprazer para mim ver que ainda possvel ter esta espcie deApndice - 225teologia no mundo de hoje, pois eu estou convencido queh necessidade tambm de uma teologia deste tipo, comopode bem ser ainda o caso aqui com vocs.Eu venho de uma Igreja, e eu venho de uma faculdadecuja vida exterior e interior, muito diferente da vida da suaIgreja aqui - e de sua faculdade. Inteirem-se acerca do quetem acontecido durante estes ltimos meses na Alemanha eBonn. Onde tais coisas so possveis, um vento muito diferenteest soprando. E, no como se estas coisas tivessemcomeado na Alemanha alguns meses atrs; na realidade,elas vm ocorrendo h anos, e, em suas pressuposies, propriamentefalando, desde o fim da Guerra. Tudo isto temsido na Alemanha um desafio para a Igreja e para a teologia,tem sido e um desafio para cada telogo individual oferecerresistncia, decidir, confessar. Quando vocs olharem paratrs sobre as minhas prelees, ou ouvir agora s minhasrespostas s suas questes, vocs precisaro refletir que tal a situao da qual eu estou falando. Esta situao, este chamadodireto a partir da exigncia da vida, da aflio que aIgreja na Alemanha est sofrendo neste momento tem, naturalmente,seu lado bom e seu lado perigoso. iVlas, no hnenhuma negao que a situao de uma ecclesia militanspode mostrar um parentesco mais prximo com os grandestempos do passado da Igreja, com os tempos nos quais odogma da Igreja surgiu. Uma atitude interna bastante diferente involuntariamente adotada para este dogma, a queser adotada em uma calma situao eclesistica, na qual ela meramente honrada e. provavelmente, tambm, criticadacomo legado de um passado que no mais existe.Deixemos estas observaes serem mencionadas deantemo para mostrar e explicar, de uma maneira amigvel,como impossvel para ns concordarmos inteiramente.Para o restante, ns estamos conectados suficientemente226 - Apndiceprximos para desejar compreender um ao outro e. emgrande parte, tambm sermos capazes de fazer o mesmo.- E agora, eis a resposta de algumas (somente algumas) dasmuitas questes colocadas para mim. Arranjados, at ondepossvel, de acordo com o assunto.I. DOGMTICA E CATECISMOTanto a Dogmtica como o Catecismo almejam ser instruoda doutrina Crist com base na Sagrada Escritura.Existe isto que entende ser dito de suas tarefas emcomum: necessariamente 'pastoral e 'crtica" em ambosos casos e no ser feito nada para atribuir Dogmtica atarefa crtica, e ao Catecismo a pastoral. O objetivo de ambospode ser compreendido na concepo da doutrina p u ra . Adoutrina, pois eles so ambos pastorais, doutrina p u ra .pois eles tm de ser ambos crticos. Assim, na Igreja primitivanenhuma distino fundamental foi desenhada entre atarefa da Dogmtica e a tarefa do Catecismo. Cirilo de Jerusalm,Enquirdio de Agostinho! Que predileo tem sidomostrada para o Catecismo de Heidelberg como livro-textopara as prelees dogmticas, enquanto, por outro lado. aDogmtica do perodo da Reforma, o Institutio de Calvino.foi um trabalho catequtico, como o nome declara.A real diferena entre a Dogmtica e o Catecismo. eu imagino, melhor descrita pelos conceitos, investigaoe instruo. Como em toda cincia, assim, aquios dois, tambm, no devem ser distinguidos, em princpio.seno apenas na prtica. A Dogmtica Catecismopara a ecclesia docens. isto . para aqueles queso eles mesmos chamados mais tarde para dar instruocomo ' catequistas. Portanto, a Dogmtica est. principalmente.preocupada em estudar bem os assuntos,Apndice - 227com apresentao de questes, com incitaes respostas.Por outro lado, o Catecismo a Dogmtica daecclesia audiens, tencionada, em primeiro lugar, paraos jovens, mas, como mostrado especialmente peloCatecismo do perodo da Reforma, completamente tencionada,tambm, com sua nfase especial na formulaode respostas, para toda a Igreja. Como a ecclesiadocens e audiens, assim, tambm, a Dogmtica e oCatecismo devem ser distinguidos, no teoricamente,mas apenas in actu. A Dogmtica tem que manter emvista o fato de que existe um Catecismo. Por outro lado,o Catecismo ser somente de uso nas mos do professorquando este professor est dogmaticamente instrudo.A partir deste ponto de vista, eu posso responder,tambm, questo adicional, concretamente formada:Em princpio deve ser possvel e justificvel para aDogmtica questionar, at mesmo, uma resposta doCatecismo.II. DOGMTICA E EXEGESEO Credo est sujeito Escritura, e a Dogmtica tem,portanto, que ser continuamente corrigida pela Exegese. Eleest sujeito ao seu controle. Assim, devemos, claro, nosfamiliarizar com o que para ser entendido por Exegese. Aexegese que , se eu puder usar a expresso, pr-ordenadapara a Dogmtica, deve ser uma tentativa para compreendera Sagrada Escritura no seio da Igreja: ela deve ser, portanto,uma exegese teolgica. Por isso, eu quero fazer entenderuma exposio e explanao est tem diante de seus olhos.essa questo que para ser colocada aos profetas e apstolos:A que grau dado a ns. aqui neste texto, o testemunhoda Palavra de Deus? A exegese teolgica uma exegese228 - Apndiceque levada a efeito sob uma pressuposio bem definida.Isto , em primeiro lugar, que o leitor do Velho e do NovoTestamento se lembre que, neste livro, a Igreja tem, at agora,ouvido a Palavra de Deus; e, em segundo lugar, que esteleitor ou investigador l na expectativa de que ele prprio,tambm, ouvir ao seu tempo a Palavra de Deus. O lugar daexegese teolgica encontra-se bem entre esta recordao eesta expectativa, correspondendo, ao tempo da Igreja, entrea Ascenso de Cristo e a Segunda Vinda. Portanto, essaexegese que norma para a Dogmtica no uma exegesedesprovida de pressuposies. No existe tal coisa. A alegadaliberdade de pressuposies das quais uma certa Gnose estacostumada a ostentar, simplesmente significa que uma vezmais uma outra pressuposio est sendo feita. Concretamenteisto significa que a revelao de Deus no para serlevada em conta; que, pelo contrrio, possvel adotar umaatitude neutra para aquilo a que a Escritura aponta, tal como possvel tornar esta atitude em relao a outras coisas. Estaneutralidade, esta despreocupao acerca da revelao deDeus, e, portanto, esta liberdade de pressuposies7 umapressuposio exatamente como outra qualquer. Por umaquesto de mtodo, temos que escolher quais dentre estaspressuposies devero ser vlidas e, claro, na Igreja, apenasuma levada em considerao como significante e relevante.Se existe uma Igreja, ento o Canon para ser lido deuma forma que corresponda Igreja, isto , com aquela recordaoe aquela expectativa que eu mencionei. Por favortomem nota que, em tudo isso eu disse que, a pretenciosapalavra exegese pneumtica no passou dos meus lbios.Eu estou perfeitamente satisfeito em favorecer uma exegeseteolgicaTal exegese teolgica o critrio de todas as proposiesda Dogmtica. No preciso dizer que ela , tambm,Apndice - 229o critrio pelo qual o Credo e todas as histricas Confissesda Igreja so medidas, e tero sempre que ser medidas. Aolongo de toda a linha da Dogmtica, o princpio da Reformaacerca da Escritura deve, fundamentalmente, permanecer emvigor. Se realmente acontecer que tal exegese teolgica vissea si mesma compelida a investigar certas partes do Credo,(Nascimento Virginal, Ressurreio?), teria que ser dada fora esta investigao sem fazer reclamaes. Mas, para investigara ressurreio de Cristo a partir do Credo - issosomente poderia ser a investigao de uma exegese nomuito teolgica. Uma exegese teolgica admitir, de umavez, que o resurrexit tertia die se coloca no centro dotestemunho do Novo Testamento de tal maneira que delapode ser dito: este testemunho se sustenta, ou desaba comesta declarao. Da Ascenso e do Nascimento Virginal umaexegese teolgica certamente no ir dizer que eles se colocamno centro do testemunho do Novo Testamento, mas, emvez disso, que eles se colocam, de um modo muito marcante, sua margem. Certamente o Nascimento Virginal cercadocom pontos de interrogao dignos de nota, e a Dogmtica,no tratamento disso, deve manter esse fato em vista. Comrespeito minha preleo. eu espero que vocs se lembremno apenas de que eu tomei acerca deste ponto uma posiopositiva, mas, tambm, como e em qual conexo (res esignum) eu fiz isso. Eu cheguei na posio de assegurarfirmemente o Nascimento Virginal e de ter averiguado noNovo Testamento que aqui uma espcie de sinal dado, oqual, para a Igreja primitiva, foi em todos os eventos, suficientementeimportante para ser incorporado ao Credo: nosentido que eu apresentei ali a doutrina do Nascimento Virginal,eu acredito ser capaz de justific-lo antes das reivindicaesde uma exegese teolgica. Portanto, eu no possoaceitar a objeo de que eu errei o caminho na exegese230 - Apndiceteolgica, pois eu tenho que colocar a contra-questo de quese no , antes, uma exegese que cr ela mesma estar emliberdade para averiguar o Nascimento Virginal, que deveser descrita como uma exegese no-teolgica?III. DOGMTICA E TRADIOEu vejo em minhas prelees que um particular malestar surgiu com respeito complexidade destas questes!Eu no sei se eu consigo me justificar aos seus olhos, mas euquero tentar explicar a vocs a minha atitude acerca desteproblema. Por qual padro crtico a tradio deve sermensurada? Por tradio deve ser entendido, digamos, a somatotal das vozes dos Pais. Em nenhuma circunstncia, obviamente,este coro de vozes da Igreja primitiva pode serconsiderada como uma segunda fonte de revelao (assimcomo ela considerada na Igreja Catlica Romana, ondelogicamente o ofcio do ensino vem frente como terceirafonte de revelao). No! o que deve ser dito a isso. OTridentinum que reconheceu a tradio como fonte de revelaoda mesma maneira como o caso da Sagrada Escritura,e o Vaticano com o seu dogma da infalibilidade do Papa,significa a auto-apoteose da Igreja, que um dos mais sriose enormes erros da Igreja Catlica Romana. Em contrastecom isso, o princpio da Reforma acerca da Escritura colocoua Igreja permanentemente sob a autoridade da profticaapostlicaPalavra da Bblia; ele fez isso achando que, nestadistino humana entre a Igreja e a Sagrada Escritura, comop ro fe s so r da Igreja, existe expresso a permanente, duradouradiferena entre o Senhor da Igreja e a Igreja como aassemblia dos crentes na terra. Esta barreira entre a Escriturae a Igreja que aponta como um sinal para a barreira entrea Igreja e o seu Senhor, tem sido ultrapassada no CatolicismoApndice - 231Romano. A tradio no revelao. Mas existe aindaisto a ser dito - e em consonncia com os Pais da IgrejaPrimitiva e da Reforma - que na Igreja nunca poder haverqualquer questo quanto a saltar por cima omitindo os sculose. de imediato, (cada qual confiando na acuidade dosseus olhos e na franqueza do seu corao) encade-los coma Bblia. Este o Biblicismo que significantemente apareceumuitas vezes nos sculos dezoito e dezenove com a idia deque possvel descartar com um gesto arrogante o Niceno, aOrtodoxia, o Escolaticismo, os Pais da Igreja, as Confisses,e se agarrar s Bblia! Eu estou me lembrando de G.M e n k e n , j. T. B e c k , H o fm a n d e E r l a n g e n , A d o l f S c h l a t t e r , todos,significantemente. homens talentosos! Este procedimento,que parece manter to logicamente o princpio da Escritura,sempre significou - estranho dizer isso - oaparecimento de uma rica teologia moderna! Pois estesBiblicistas determinados tinham a filosofia contemporneaem suas cabeas, levaram-na com eles para a Bblia e, assim,mais certamente, leram-na a si mesmos na Bblia, no menosdo que os Pais da Igreja e a Escolstica. Eles estavam, semdvida, livres do dogma da Igreja, mas no dos seus prpriosdogmas e concepes. Lutero e Calvino no foram trabalharna Bblia desta maneira. Nem ns deveramos. na Igrejaque a Bblia lida; pela Igreja que a Bblia ouvida. Issosignifica que ao ler a Bblia ns deveramos ouvir, tambm, oque a Igreja, a Igreja que distinguida da minha pessoa, temat agora lido e ouvido da Bblia. Estamos ns em liberdadepara ignorar tudo isso? Os grandes professores da Igreja, osConclios, no possuem uma certamente no celestial mas, mesmo assim, terrena, autoridade humana? No deveramosestar to prontos para dizer, no a ela. Para a minhamente a questo toda da tradio cai sob o Qumio Mandamento:Honrai pai e me? Certamente isto uma autoridade232 - Apndicelimitada; ns devemos obedecer a Deus mais do que ao paie me. Mas ns temos, tambm, que obedecer ao pai e me. E, assim, eu deveria chamar a todos aqueles que ficamexcitados quando ouvem as palavras Ortodoxia. Concilio.Catecismo: Caros amigos, no deve haver nenhuma excitao!No nenhuma questo de escravido e constrangimento. apenas que, na Igreja, a mesma espcie de obedinciaque, como eu espero, voc despende ao seu pai e sua me, exigida de voc com relao ao passado dela,que diz respeito aos mais velhos da Igreja. Isso to somenteuma ordenao. Mais certamente, ns no podemosfazer do ano de 1935 um princpio absoluto, levar a efeitocomo se ele fosse um creatio ex nihilol Nesta obedinciaao passado da Igreja sempre possvel ser um telogo muitolivre. Porm, deve ser guardado na memria que, comomembro da Igreja, como pertencendo ao congregatiofidelium no se deve fa lar sem antes ter ouvido. OsReformadores sabem disso. Vocs esto cientes de que, nasConfisses, eles se referem aos Conclios da Igreja primitivae no pode haver nenhuma questo que. com respeito, tambm,ao contedo de seus ensinamentos, eles no tenhamapelado para os vereditos dados pela Igreja em tempos passados.Poderia ser possvel compreender a doutrina da justificaosem o dogma Trinitariano e Cristolgico?E agora, eu s gostaria de pergunta a vocs o seguinte:O que vocs realmente querem dizer quando usam a palavraOrtodoxia"? Algumas das questes, ao longo desta linha,me surpreendem como estando um pouco fora-de-moda. NaAlemanha, tambm, tivemos experincia disso, deste espectrodo 'liv re ' telogo. Mas. realmente um espantalho, frenteao qual na Holanda, tambm, deve-se fugir! Ortodoxia"significa acordo como os Pais e os Conclios. Desse modoela nunca pode ser um fim em si mesma. A reiniciao doApndice - 233zero um contra-senso. Porm, onde a Ortodoxia rejeitadadesse modo aterrador, a questo surge se esta rejeiono brota de uma ortodoxia de iniciativa prpria, conectada,talvez, com certos modos de pensar dos sculos dezenove evinte, os quais so bem capazes de formar um dogma. Estedogma, tambm, obteve a sua Igreja - com muitas capelas! -mas. na verdade, nunca foi dito s pessoas que a submissodelas esta Igreja deve ser incondicional. Se eles apenassoubessem, definitivamente, que aqui, tambm, existe umvnculo de ligao, eles poderiam a deixar este vnculopermanecer para a Igreja do passado em vigor como, afinalde contas, uma bem respeitvel ocupao. Quanto mais algumescuta e se desfaz da iluso de que o mundo comeoupor si mesmo, quanto mais esse algum descobrir que estePais sabiam de algo, e que os desdenhados escritores ortodoxosdo, digamos, sculo dezessete, foram telogos deestatura. E, pode at mesmo acontecer que, junto a eles, aliteratura teolgica moderna ser achada um pouco inspidae um pouco tediosa. Vocs precisam fazer a experincia vocsmesmos. Eu tambm fui uma vez liberal e conheo o charme!Bem, eu venho sendo perguntado acerca do padropelo qual a tradio para ser mensurada. No pode ser, dequalquer modo, uma questo de abrir os portes amplamentee permitir que toda uma carga de vages da velha doutrinaentrem sem discriminao! O passado, tambm, tinha suamistura de doutrina pura e impura. A norma que determina anossa escolha a Escritura Sagrada. A Escritura Sagrada oobjeto de nosso estudo, e, ao mesmo tempo, o critrio denosso estudo, do passado da nossa Igreja. Como eu li osescritos dos Pais constato que o testemunho da EscrituraSagrada permanece continuamente diante dos meus olhos:eu aceito o que este testemunho interpreta para mim e rejeitotudo aquilo que nele a contradiz. Assim, uma escolha foi234 - Apndicefeita na verdade, certamente no uma escolha de acordocom o meu gosto individual, mas de acordo com o meuconhecimento da Escritura Sagrada.IV. DOGMTICA E FILOSOFIASe abrirmos nossas bocas, nos encontramos no territrioda filosofia. O fato de que isto. tambm, vale para apregao Crist e para a Dogmtica faz-nos lembrar daencarnao do Verbo. A regra para o telogo -, Todas ascoisas so lcitas para mim. Por exemplo, lcito para mim -e, aqui estou respondendo a uma questo - falar do "intelectoe do ntico. Todas as coisas so lcitas para mim, masnada me manter cativo. Agora o que significa permitir quealgum seja tomado cativo? Quando falamos em concepeshumanas e ento, das concepes de uma filosofia definida,ns estamos, como telogos, nos comprometendo com algoque muito perigoso. As concepes, usadas por assim dizersomente como moldes, podem muito bem j ter um contedodefinido que no pode ficar excludo, e que. na ocasio,conduz o telogo para uma seqncia de idias queno tm nada a ver com o que, como telogo, ele tem paradizer. Uma tentativa tem sido feita desde tempos imemoriveiscom a inteno de se encontrar uma sada para fora desteproblema acerca da terminologia teolgica, e esta pelo estabelecimentoda teologia e da filosofia em associao. Estedrama foi desenrolado nos estilos os mais variados. Algumdeu seguimento ao dizer que as concepes filosficas aserem empregadas teriam que ser, em primeiro lugar, tornadasclaras!, desse modo. pressupondo que existem duas fontesde revelao, razo e histria de um lado e a EscrituraSagrada do outro. Se esta concepo do relacionamento entreteologia e filosofia est fundamentalmente errada, ento.Apndice - 235resta apenas um nico caminho possvel, que eu como telogo,tendo a minha linguagem, qualquer que possa ser, forneacom essa linguagem um propsito que me satisfaa emrelao ao testemunho da Escritura Sagrada. Ao tornar meuprprio este testemunho, eu no estou livre de toda filosofia,mas, ao mesmo tempo, eu no estou atado uma filosofiadefinida. Todas as coisas so lcitas para mim, porm, nadame tornar cativo. Ser permitindo que o meu pensamento ea minha fala sejem absolutamente determinados pelo meuobjetivo que o conhecimento teolgico ser formado. A Palavrano est sujeita pressuposies humanas, mas as pressuposieshumanas esto sujeitas Palavra. Naturalmenteestas pressuposies humanas no devem ser extintas, o queno alguma coisa como permitir que a sarx, de maneirasistemtica, tome antecipadamente uma posio fortificadana minha inteltgentia e, realmente, uma outra que permita causa divina decidir sobre a inteltgentia. No umincomodo para ns que as pressuposies humanas estejamsempre presentes, mas o que eu preciso saber como telogo que no o meu negcio fazer uma sntese, mas seguir umcaminho que conduza da matria, que comanda, at a forma.que serve. movendo-se ao longo deste caminho queas concepes teolgicas so genuinamente formadas. Mesmoassim, muitos acidentes iro ocorrer, mas, por baixo, istoindica um curso no qual no ser feita violncia nem teologiae nem no qual se refere a esse assunto filosofia. Praticamenteno aconselhvel aos telogos ligarem-se por umperodo muito longo, ou muito cedo, qualquer concepo.Isto , desaconselhvel para ele ancorar-se sistematicamenteem qualquer terminologia tcnica. Todos vocs sabem quoprontamente ficamos fixados a esse respeito, e quo fcil .ento, aparecer certos costumes, costumes nos quais nossospensamentos correm, e. ao fazerem isso. adquirem um peso236 - Apndicemorto, o qual, em teologia, eles nunca deveriam ter. Paratomar um exemplo, chegou a mim, da a fileira de vocs, areclamao de que eu no usava mais a linguagem da Epstolaaos Romanos. Pelo contrrio, vocs deveriam ficar agradecidosde eu no mais sobrecarreg-los com lacunas"(Hohlraum) e linha-de-morte" (Todeslinie)\ Ela foi til umdia. Hoje seria confuso e enfadonho continuar com isto. Euespero, profundamente, que em cinco ou dez anos, ou sejacapaz de falar mais uma outra lngua do que a que eu falohoje, e que, ento, eu tambm seja compelido a fal-la. Eudeveria, portanto, aconselh-los a parar com esta lamentao.Naquele tempo, todo meu desejo era, na realidade, elucidara Epstola de Paulo para os Romanos. Isso foi realizado parcialmentepor meio de uma estranha incrustao de concepesKantiano-Piatnicas. Eu estava, ento, com liberdadepara usar estas concepes, mas se eu fosse avisado hojeque eu teria que us-las, eu diria com deciso: No.Alm disso, -me forado garganta abaixo que aDogmtica teolgica esteja na obrigao de justificar a simesma em suas elocues diante da filosofia. Para isso aminha resposta da mesma forma: No. A Dogmtica temque se justificar a si mesma somente perante Deus em JesusCristo-, concretamente. perante a Escritura Sagrada dentro daIgreja. Certamente ela tem, tambm, a responsabilidade defalar, de modo que possa ser compreendida, porm, noexiste a menor chance de que alguma filosofia pudesse aquidar um passo frente como norma. um engano pensar quena Epstola dos Romanos eu me direcionei, conscientemente,em criticar negativamente o pensamento do homem moderno.Como homem moderno eu tentei me submeter palavrade Paulo. No pode ser de outro modo que essa Dogmticase coloque contrariamente a toda filosofia, no importa qualforma ela possa ter assumido. De fato a teologia deve seApndice - 237opor a todo tipo de Realismo e Idealismo. Por isso, a importnciade todas as representaes e todas as concepes norepousam nas prprias representaes e concepes, masem sua subsistncia enquanto bens. Todas as nossas atividadesde pensar e falar podem ter somente uma importnciasecundria, e, como atividades da criatura, no conseguem,possivelmente, coincidir, com a verdade de Deus, que afonte da verdade no mundo. O valor do que a teologia tem adizer no medido por nenhum padro, exceto aquele doseu objeto. Existe sempre a possibilidade de que o que dito pode no ser compreendido; essa possibilidade nopode ser excluda. At mesmo a Escritura Sagrada muitofreqentemente no compreendida. Porm, nenhuma filosofiapode entregar a chave para ns. A questo da linguagemapropriada da teologia para ser respondida, no f i naldas contas, somente com orao e uma vida de f.V. A EXEGESE E A CINCIA DA HISTRIANs j falamos da concepo da e x e g e s e teolgicaque entende a Escritura como testemunho da revelao deDeus, isto , como ponteiro para um evento atual tomandolugar no espao e no tempo, um evento, entretanto, que estbaseado diretamente na compaixo de Deus, Que deseja falara ns homens, e ter relacionamentos conosco. O objetodo testemunho Bblico para ser compreendido como umtal evento, um evento que atual, ainda mais porque baseado na compaixo e na vontade de Deus. Os doisno devem ser separados. Existem, por assim dizer, dois planosque se interceptam. A exegese Bblica pode, fundamentalmente,ser apenas interpretao dos textos fornecidos pelaEscritura Sagrada. Sua tarefa nunca poder ser a de tentardescobrir o segredo do testemunho destes textos. Mas este238 - Apndicedeve repetir em forma explanatria o que o testemunho comotal declara, o que os profetas e apstolos testificam dos poderososatos de Deus". Agora existe, tambm, uma outramaneira de considerar este evento, e este testemunho para oevento. Existe uma exegese no-teolgica. Existe o grandeempreendimento da moderna cincia da histria. Por issoeu entenderia o empenho para se desgarrar to longe quantopossvel, dos relatrios dos eventos passados, tudo que acontribuio dos narradores e, assim, expor o que na verdade"o objeto dos relatrios (isto . o que feito e experimentadopelos homens). Este objeto tem que ser executadopela aplicao das categorias de relao histrica e analogiahistrica. O relatrio em considerao mensurado poreles; eles so o critrio, ou antes, o teste de probabilidadepara a discriminao e avaliao dos relatrios. O relatrio conformemente classificado como histria, ou, por outro lado,como mito, saga ou lenda. Se o relatrio no conformenenhuma das categorias, o historiador fala do mito. saga oulenda. A moderna cincia histrica emprega um clculo deprobabilidade que repousa numa concepo de verdade que definitivamente limitada. Suas categorias no trazem nenhumaproviso para a idia de um Deus que atua na histriae testifica a Si Mesmo na histria. Apesar de tudo isso.no poder haver nenhum obstculo fundamental para aaplicao Bblia deste procedimento da moderna cinciahistrica. A Bblia , certamente, entre outras coisas, um documentohumano. No h nenhuma negao quanto a isto. eas conseqncias disto so de modo algum deplorveis. Porque no deveria ser possvel, para o mtodo cientfico dahistria, render seus bem definidos servios investigaoe exposio dos textos da Escritura? A prpria exegese teolgica capaz de aprender disto coisas bem definidas. difcilver por que este mtodo teria pr finalidade s o mbito foraApndice - 239da Faculdade Teolgica. Por que ela no deveria ser aplicada,de maneira a render seus servios, exegese teolgica?Exceto pelo fato de que no deva promover a reivindicaode ser o mtodo da verdadeira exegese! Ela no pode sermais do que um procedimento definido que pode ser aplicado Bblia, dentre outros mtodos, e que, precisamente por suacaracterstica atestica, pode realizar o servio de removerimpurezas. A Bblia um documento humano, tendo o seulugar em toda a histria da religio. A moderna cincia histricatorna possvel a ns compreendermos este documentohumano em seu aspecto humano e. conseqentemente,compreend-la como testemunho de uma forma que nofora aberta aos Reformadores. E agora, neste momento, problemasnaturalmente viro tona. Dirigindo esta investigao,sempre dentro da ocorrncia humana como tal, o mtodo damoderna cincia histrica no pode ser idntico com o daexegese teolgica. Se esta no reconhecida como ocorrnciahumana, ento, no h, de modo algum, nenhuma declaraopositiva a ser feita sobre isto. Alm do mais, a merainterpretao dos textos no o bastante para isto, pois, preciso avanar a partir dos textos para o que est por trsdeles. O telogo, portanto, tem uma atitude para, digamos,um captulo do Evangelho de Mateus, ou mesmo de Joo,diferente daquele do historiador. Para o primeiro, a coisamais importante o texto como tal, enquanto que para oltimo, abstraindo-se do texto, indaga como foi. Conseqentemente,no existem colises entre a exegese teolgica e acincia histrica, quando a cincia histrica reconhece o contedode um texto como histrico. As coisas ficam diferentesquando o historiador acha que incombncia dele falarda saga" ou da "lenda". Alm disso, eu deveria ter pensadoque este fato no teria dado nenhum pretexto para protestoda parte do telogo. As duas concepes obviamente no240 - Apndicesignificam mais do que a realidade de que os relatrios estolidando com um evento que, como evento humano, problemticoe que o pensamento humano, com suas categoriasde relao e analogia, trabalhando com base nessa concepode verdade limitada, acha-o difcil ou impossvel de explicar.Se apenas os telogos do sculo dezenove no tivessem,tambm, sucumbido forma histrica de pensamento,mas tivessem se segurado firmemente sabedoria dos Pais,Est escrito!, no teria havido nenhuma destas dificuldadesquanto a situao da relao entre a exegese e cincia histrica.Falando estritamente, o protesto do telogo pode apenascomear onde o historiador fala do mito . Uma narrativaque deve ser entendida como mito no tem a sua baseem nenhum evento, nem mesmo em algo dito que tenhatomado lugar. Aqui, ao contrrio, no se trata seno de umafantasia humana, uma especulao sobre Deus e o homem.Com a introduo da idia de mito, a teologia v a sua realpressuposio afrontada. No h nada que ela possa fazeraqui seno rejeitar o mtodo histrico. Apesar disto o dilogoentre a exegese e a cincia histrica pode continuar: notrio que as conversaes mais interessantes freqentementetomam lugar quando as pessoas no esto mais falandoumas com as outras! O telogo pode. ento, perguntarao historiador se o motivo dele procurar mitos na Bblia nopossa ser o de que ele , ele prprio, um pensador todomuito-mtico. como de fato. raramente, tem sido sempre imaginado.to mtico como aquele dos sculos dezenove e vintee da para a frente.No devemos ficar surpresos e continuamente encontrartextos na Bblia que no sejam capazes de resistir, face concepo de verdade defendida pela cincia histrica, mas,ao fato de que o historiador ser capaz de classificado somentecomo uma saga" ou lenda. Mas precisamente estesApndice - 241textos chamam a nossa ateno para o fato de que enquantoa Bblia est preocupada com um acontecimento este oacontecimento do poderoso ato de Deusl Qualiter?totaliteraliter do que a cada outro acontecimento! Sobre isso no hnada mais a ser dito; e eu deveria tomar muito cuidado aotratar, por exemplo, sobre o Nascimento Virginal, e no acrescentarnem uma simples palavra quilo que l est declarado.No deve haver nenhuma questo de explanao, deconfrontao no sentido histrico.E agora, em relao a isto, um de vocs colocou-me demodo concreto uma questo especificamente Holandesa, se aserpente no Paraso realmente" falou? Eu decididamente meoporia a caracterizar este incidente como mito. Eu no possoseno, por outro lado. caracteriz-lo, no sentido da cinciahistrica, como histrico, pois o fato de uma serpente estarfalando agora mesmo, pouco capaz de se imaginado ( partede tudo o mais!) como por qualquer um. Porm, eu deveriaperguntar aos caros amigos da serpente falante, se no seriamelhor se agarrar firmemente ao fato de que isto est escritoe prosseguirem com os seus interesses em o qu a serpentefalou? A mim me parece serem palavras muito importantes esignificativas que eu no gostaria, sob quaisquer circunstncias,de perder da Bblia. A fala da serpente , na verdade, oconvite par que o homem enfrenta a Deus com essa questoto insignificante em relao real problema da exegese teolgica:Deus falou? Onde esta questo for ouvida, ali um homemdeve ter a idia de ser como Deus, ali a fruta deve sercomida; ali ele fica refletindo sobre a Palavra de Deus, sobreisso a essa Palavra ele, ento, muito certamente, no serobediente. A atitude de ficar sobre isso com uma postura crtica,como tambm apologtica, deve ser abandonada. O fatode que ns no a abandonamos prova muito claramente quea serpente falou realmente, sim certamente!242 - ApndiceVI. O GOVERNO DA IGREJAEm vista das questes que vocs colocaram para mimem relao a este assunto, eu posso apontar, com nfase,para a Palavra de Jesus, Todo o poder foi dado a Mim noscus e na terra, Quem diz isso o Senhor da Igreja e domundo. Porm, apenas como o Senhor da Igreja ser possvelpara Jesus ser manifesto a ns; como o Senhor do mundoEle est escondido de ns. Ns no conseguimos obterum conhecimento do Seu governo a partir dos eventos domundo, embora no estejamos certamente preocupados aicom nenhum outro poder seno com o dEle. Isto no podesignificar, sob quaisquer circunstncias, que nos tenham sidodados dois pontos de vista, como a senha da qual fui informadoe que foi uma vez passada na Holanda como 1 estandoescrito 2. Isto aconteceu! Somente no Senhor da Escriturae. desse modo. da Igreja, podemos buscar e adorar o Senhorda histria. Se ficarmos obedientes ao Senhor do mundo.isso s pode acontecer pela nossa obedincia ao Senhor daIgreja. O voluntas revelata e o voluntas arcana de Deusno podem ser diferenciadas uma da outra. Portanto, nodeve haver nenhuma intruso aqui de qualquer f derivadada histria, qualquer interpretao da histria, qualquer filosofiada histria. No meio dos eventos do inundo, na histria,devemos aprender a escutar Palavra, devemos serobedientes Escritura, obedientes a Cristo.Mas Jesus Cristo dirige a Sua Igreja como Aquele queRessuscitou, como Aquele que, como o Vitorioso sobre amorte, encontrou Seus discpulos atravs de Sua Palavra e.atravs de Seu Esprito, aos quais Ele a deu. Ele que ouve amocs., ouve a mim! Cristo dirige a Sua Igreja atravs da EscritaraSagrada. "Eu estou com vocs, sempre, mesmo at ofim do mundo?" Isto significa, concretamente, que Eu estouApndice - 243com vocs neste testemunho. A Escritura dirige a Igreja, demodo que a Igreja no pode admitir qualquer tipo de Papado.Para o homem sobra apenas o ministrio da Palavra deDeus; ele no tem nenhuma soberania ali que pudesseempurr-lo para o lugar de Cristo. A soberania est nas mosdo prprio Jesus Cristo 011 com o testemunho dEle, que atarefa da Igreja sempre, e renovadamente, fazer com queseja proclamado novamente. Todos os atos governamentaisda Igreja" podem, no fundo, portanto, ser apenas o ato emque esse governo da Igreja est renovado, o qual est inteiramentenas mos do prprio Jesus Cristo.VII. COMMUNIO SANCTORUM(a) Eu tenho sido conduzido para o Artigo 27 Confessio belgica. no qual a Igreja descrita como coetusomnium vere 'fidelium Christianorum. A expectativa que melhor agarrar-se firmemente ao communio do sancti,uma vez que a certeza da f poderia estar indeterminada aointerpret-la como sancta. Porm, agora o caso, na verdade.de que esta formulao do Artigo 27 na Conf. belg. estsuplementada com a clusula relativa, qui totam suamsalutem in uno J e s u Christo expectant, sanguine ipsiusabluti, et p e r Spiritum eius sanctificati atque obsignati.Aqui nesta clusula ns somos conduzidos ao grande objetivosancta, para a ao de Jesus Cristo. impossvel descrevero sancti sem esta aluso ao sancta. Catecismo deHeidelberg, questo 55- No Artigo VII do ConfessioAu gusta na dito. co n g rega tio sanctorum, in qu aevangetum p u r e docetur et sacramenta recte administrantur.O vocatio interna depende do vocatio externa, para isso que o sancta aponta. Estar na Igreja pode apenassignificar estar em g ra a e, portanto, na participao244 - Apndicedesses tesouros confiados para a Igreja. Se fossemos falar emisolao do sancti deveramos, em nossa interpretao daconcepo da Igreja, estar nos aproximando perigosamenteprximo da idia congregacional, e no pararmos at quepousssemos na idia da associao religiosa.(6) Na mesma relao, e estranho dizer isso, me indagado tambm a questo oposta. Somente se tolerariaouvir do sancta e, a esse respeito, o sancta entendido comosacramenta. Certamente o sacramenta tambm pertenceao sancta. Mas eu recomendaria cuidado, e em nenhumcaso interpretaria sancta exclusivamente como sacramenta.O sancta compreende o divino ato da revelao, da reconciliaoe da existncia, baseado neste ato do Esprito Santo,da Igreja no tempo, no mundo, na histria - da Igreja entendidacomo a totalidade dos sinais, signa, que so exibidosaqui: a assemblia dos fideles, o sermo, os Sacramentos, aBblia todos os quais apontam para este ato divino. Poderiaser dito, utilizando os termos neste sentido, que a Igreja olugar sacramental, isto , o lugar do signa. O lugar daIgreja delimitado pelos Sacramentos: o caminho do Cristo o caminho do Batismo at a Comunho Santa, assim comoa Igreja est no caminho da memria para a expectativa. Eat este ponto o todo, sem dvida, permite a si mesmo serexplicado e visto, tambm, sob a concepo do Sacramento.Mas, nem por um momento, deve ser esquecido que ocoetus fidelium que faz este lugar ser o que ele . No alguma coisa objetiva em si mesma: isso seria uma filosofimia.A Igreja no apenas um lugar, ela ecclesia. Ela umacongregado sanctorum, isto , uma assemblia de homrnsque vem estes sinais, que so invocados por eles,pana quem existe, em face destes sinais, a grande possibilidaded e J No podemos falar da vocatio externa semfalar, ao mesmo tempo, tambm, da vocatio interna. toApndice - 245pouco permissvel divorciar o sancta do sancti quanto ocontrrio. E, assim, eu gostaria de encorajar os dois ltimosquestionadores a corrigirem-se um ao outro, para que ambospossam, ento, acertar o alvo.(c) Finalmente, eu fui questionado sobre o escopo communio sanctorum, e, em particular, sobre a membresiados anjos. Se por communio sanctorum ns entendemos aIgreja, ento a questo sobre a membresia dos anjos paraser respondida na negativa. A Igreja, entendida no sentidodos Reformadores, uma assemblia de homens. Mesmo asconcepes sancti e sancta obviamente se referem a homensque pecaram e que esto agora reconciliados com Deusem Cristo. Aplicar esta afirmao para anjos seria sem sentido.Por outro lado, eu posso dar uma resposta afirmativapara a segunda questo do mesmo questionador. Aocommunio sanctorum pertence no apenas o ecclesiamilitans mas, tambm, o ecclesia triumphans, pentence,portanto, a comunho dos bem-aventurados que se foramantes de ns. Aqui, tambm, eu gostaria de desenhar umalinha e emitir um aviso contra fantasias exuberantes. O quens realmente sabemos dos membros da Igreja que se foramantes de ns, do coro dos Pais da Igreja, professores da Igrejae Reformadores, e todo o restante que tm crido, amado eesperado antes de ns? Ns os conhecemos, de fato. apenascomo membros da Igreja militante, somente depois dacarne que ns conhecemos mesmo a Martinho Lutero, cujatrajetria de monge a Pai da Igreja foi verdadeiramente umatrajetria dentro da ecclesia militans. Tudo que est includona concepo triumphans est acessvel para ns somentepela f. O ponto fraco de quase todas as biografiasCrists , justamente, que seus autores no hesitam em retrataro triunfo" dos heris tornando assim difcil, para ns.obter uma viso correta do ecclesia militans. de modo a.246 - Apndiceem lugar disso, nos fatigarmos com figuras fantasiosas de umoutro mundo que, certamente, no o outro mundo de Deus.Ns temos que olhar para a Igreja sob a Cruz.VIII. A PLURIFORMIDADE DA IGREJAPor pluriformidade da Igreja eu entendo o fato dasmais ou menos nitidamente acentuadas, e parcialmente inofensivas,parcialmente perigosas, divises da Igreja.Quando ns confessamos a nossa f na Igreja de Cristo,ns confessamos a nossa f na Igreja nica, na unasancta ecclesia. Esta una sancta encontra a sua expressono fato de que, ao crer na Igreja, ns no cremos em umaidia da Igreja, mas na Igreja concreta qual acontece depertencermos, isto , na qual fomos batizados. Para ns, Reformada, portanto, a Igreja Reformada. Como certamente,como Igreja ela coetus fidelium. tal como, certamente,ela uma real e visvel assemblia de homens, tal como.certamente, pode ela ser o objeto de f apenas onde esteshomens ento. O fato da fragmentao do una sancta pertences atuais marcas da Igreja, e ela uma indicao deque o Reino de Deus, no tempo, apenas chegou mais perto.Ns no devemos assumir que seja possvel para ns traarmosnesse ponto um plano de Deus e, mesmo, talvez,ficarmos encantados com esta maravilhosa multiplicidade eopulncia. Este um ponto de vista profano, aplicvel, talvez, humanidade, mas no Igreja. Quando eu vejo umaoutra f, ouo uma outra doutrina, percebo uma outra formaoda Igreja, todos os quais, de uma maneira absoluta,me desafiam a uma deciso, como posso eu estar ainda naposio de admirar a multiplicidade disso que, por certo,est to claramente visvel? Onde a f e a confisso so levadasa srio, no h lugar para Com um abrao eu cumpriApndice- 247mento vocs, milhes. Sendo uma questo de opinieshumanas, isto, claro, seria possvel. Mas. como isto umaquesto de diviso na Igreja, ns podemos reconhecer estasdivises somente com h o r ro r e, podemos apenas o ra rpelas suas remoes. Ns verdadeiramente cremos numaIgreja nica. Ns aqui no vemos nada a no ser uma aflioda Igreja, que devemos crer que ser superada, embora,na verdade, a fora para super-la no esteja em nossasmos.Com respeito diviso ns temos que distinguir entreoutras Igrejas e fa lsa s Igrejas. s outras Igrejas ns somoscapazes de reconhec-las em suas diferenas como Igrejasirms". As falsas Igrejas no podem ser descritas assim.Um exemplo destas outras Igrejas, uma que, como constituda.para ns no muito prontamente acessvel, uma quens temos uma certa dificuldade em compreender, a IgrejaLuterana. Talvez, ao escutar a um sermo Luterano eu sintauma leve intranqilidade ao no encontrar a soberania deDeus suficientemente reconhecida - uma conseqncia dainclinao Luterana para permitir um certo valor independente criatura ao encontrar a doutrina da santificaoencurtada, ao encontrar seu entendimento do ofcio comodesagradvel e indigno de confiana, e assim por diante.Mas. apesar destas questes, no se tornou impossvel paramim reconhecer aqui a Igreja nica, a ter real companheirismona f com os Luteranos, ou a tomar parte no servio deComunho Luterano. A unio entre Luteranos e Reformadosno a princpio impossvel.Mas, existe esse outro lado da pluriformidade da Igreja,a possibilidade da falsa Igreja. Ns podemos ser confrontadoscom Igrejas onde no h mais qualquer questo acerca doreconhecimento da verdadeira Igreja nica, mas em face daqual ns nos vemos forados a tomar uma deciso. Por248 - Apndiceexemplo, o dogma Catlico Romano da infalibilidade do Papaexpe a Soberania de Cristo de um modo que se torna impossvelpara mim reconhecer a Igreja onde este dogma estem vigor. Igualmente pertinente o fato de que eu poderianomear a doutrina da justificao do Concilio de Trento comouma que oculta a doutrina da graa irrestrita , ou a doutrinasacramental do Concilio Florentino, como um que infere umanegao da autoridade da Palavra na Igreja. Mas mesmoem considerao a este estado de coisas ser necessrio dizer:os caminhos de Deus so diferentes dos nossos caminhos.Ele conhece a Si prprio em lugares onde no podemosimagin-lO. Na Igreja Romana, tambm, o Batismo solenizado, e a Comunho Santa, mesmo se numa formaterrivelmente distorcida, administrada; na Igreja CatlicaRomana tambm a Bblia explicada, envergonhando-noscom a falta de seriedade e zelo com a qual ela realizada emmuitos outros lugares. Na medida em que, mesmo l,evangelium pure docetur et sacramenta red e administranturns podemos e devemos certamente crer na Igrejamesmo dentro da falsa Igreja.Com relao a isto eu fui indagado acerca da concepo"Protestantismo. Esta palavra descreve o carter polmicoda verdadeira Igreja, mas ela no esgota a concepode Igreja evanglica. Ela "protesta" contra o homem, quedesfaleceria se se colocasse no lugar de Deus e contra ajustificao pelas obras, com respeito qual ela reflete bemque j no sculo dezesseis este protesto foi dirigido no somentecontra Roma, mas, tambm, contra os fanticosiSchwarmer). Nos 400 anos desde a Reforma, o Protestantismotem experimentado uma sria mudana: o racionalismoc o pietismo tentaram reintroduzir o homem e os seus direitos.em oposio a Deus, e a Igreja, em grande parte, sucumbiuaos seus esforos. Tendo ela mesma se tornado umaApndice - 249Igreja papista, ela, com isso, perdeu em grande proporo odireito mais interno de protestar contra Roma. Deixemos aIgreja Evanglica tomar as dores de ser evanglica de modoa assim, se tornar nova e verdadeiramente Protestante.IX. SERMO E SACRAMENTOA questo 66 do Catecismo de Heidelberg discorre sobre:O que so os Sacramentos? Os Sacramentos so sinais eselos santos, visveis, designados por Deus para este fim eque pelo seu uso eles podem mais completamente declarare selar para ns a promessa do Evangelho, a saber, queEle nos concede pela graa irrestrita a remisso dos pecadose a vida eterna por conta do sacrifcio nico de Cristo realizadona Cruz. questo colocada para mim acerca da relaodo Sacramento com o sermo eu gostaria de responder,em primeiro lugar, com um pequeno aviso. No vo ser postosaqui as concepes objetivo e subjetivo, e no suponhamque vocs sero compelidos a estabelecerem a objetividadedos Sacramentos em oposio subjetividade dosermo! Isso induz uma suposio muito precria - uma,eu deveria dizer, que revela pouca f - a suposio de que opregador fala subjetivamente. A pressuposio do sermo,pelo contrrio, apenas que a subjetividade do pregador securva sob a palavra objetiva dos profetas e apstolos e sob aPalavra de Deus das quais eles do testemunho. Certamentens no temos garantia de que, verdadeiramente, isso expresso,de que verdadeiramente isso ouvido. E, em vistadas experincias dos ltimos 200 anos, a tentao de se refugiarda objetividade toda-to-subjetiva do sermo para a objetividade"do Sacramento aparentaria ser muito natural! E.ainda assim, isto um erro. No no Sacramento que averdadeira objetividade est contida, mas. nas Escrituras, em250 - ApndiceCristo. Buscar isto no Sacramento no significaria, nem maise nem menos, seno negar a verdade que a Reforma temia.Qualquer um que no entenda que a Liturgia Romana, atonde ela se apia na doutrina da transubstanciao. realmente,como o Catecismo de Heidelberg. questo 80. diz.idolatria amaldioada", faria muito melhor em se tornar deuma vez. completa e abertamente, um Catlico Romano. Aquiele s pode ser: ou um - ou outro.A outra questo posta foi a de que se a caractersticaespecial do Sacramento no consistiria no fato dele ser nistouma mais profunda condescendncia de Deus". Eu no consigo.entretanto, encontrar nesta expresso uma caractersticapeculiar do Sacramento em contraste com a do sermo.No ser na mais profunda condescendncia, tambm, queeu, pobre pregador, estou para exprimir a Palavra de Deus?Se houver qualquer sinal da profunda condescendncia deDeus, a presena de ns, telogos, no plpito! - Eu gostariade caracterizar a linha-limite de maneira diferente destavez. No sermo um homem fala: o sinal aqui a palavra dohomem. Mesmo no Sacramento existe discurso, mas o traocaracterstico o que feito, o sinal da imerso na gua. dorecebimento de alimento e sustento. O Sacramento me pareceir l para cima no sermo e apontar: No existe meramenteorao aqui, porm, aqui algo feito! E o que feito justamente o evento indicado no Sacramento - o nascimentode um novo homem, seu apoio e sustento na vida espiritual. palavra falada acrescentada a ao. Ao descrever a essnciado Sacramento. Calvino gostou da idia do zelo. Assim.como o rei est presente em seu selo e d importnciaao contedo da carta, assim o Sacramento est ligado com osermo como sinal de Cristo, presente e atuando. - Comrespeito ao Sacramento a Igreja Evanglica cometeu um graveengano. Existe indubitavelmente uma conexo entre aApndice - 251negligncia do Sacramento e o tornar-se Modernista do Protestantismo.Certamente o sermo o prprio ato-culto, masele nunca deveria ter sido isolado da maneira que aconteceuna Igreja Evanglica. Assim como o selo o lembrete daao do Rei e, como tal, indispensvel; assim o Sacramento(observe, no o Sacramento no sentido Catlico Romano!)deve voltar novamente as suas origens. Deveria ser obrigatrioque a Comunho Santa fosse celebrada em todo servio,o que , como bem sabido, o que Calvino se estorou porfazer. Para ser completo, um servio evanglico teria quecomear com o Batismo, com o sermo seguindo-o e concluindocom a Comunho Santa. Da, todos estes movimentoslitrgicos seriam suprfluos!Ao apontar o carter-vento do Sacramento, eu nodevo ser entendido como se estivesse insinuando que o sermo,como tal, no seja, tambm, um evento. Os dois nodevem ser separados. O Batismo e a Comunho Santa so, maneira deles, proclamaes da Palavra; assim, pelo contrrio,o sermo , tambm, algo feito. Ns devemos aprendera compreender novamente esta mtua relao.X. A CONTINUIDADE DA FDuas questes esto para serem discutidas: a questoda continuidade do velho e do novo homem, e a questo dacontinuidade do singular ato da f.(a) Como para ser concebida a continuidade entreo homem reg en erad o e o homem natural! Eu poderiaresponder com a contra-questo, esta continuidade precisaser concebida! necessrio e possvel conceber at queponto eu sou iustus etpeccator! possvel conceber isto: permissvel conceber isto? Existe um terceiro e neutro252 - Apndicelugar, do qual, olhando para fora, poderamos examinar onosso Senhor, eu creio, Tu me ajudas na minha incredulidade?Qualquer palavra sinttica no implicaria que ns estivemosfalsificando a natureza destas duas realidades e tirandopara fora delas a essncia? Do velho e do novo homem oNovo Testamento capaz de dizer nada mais do que isto:que o velho homem est morto, o novo ressuscitou. Aquia carne coloca-se em oposio ao esprito, e o esprito carne. Aqui h uma batalha travada, aqui uma estrada percorrida,aqui uma obra realizada. Isto tudo que pode serdito sobre este assunto. Se eu me encontrar entre duas possibilidades,eu tenho que me decidir por uma, eu precisoopinar. A unidade destas duas possibilidades est em Deus,que me tira do caminho de uma e me coloca em direo outra. Fundamentalmente poderia, entretanto, ser dito comrespeito continuidade entre as duas que o fato de Deusestar tendo pacincia comigo a base para isto; Deus aindaest me deixando ter tempo para dar esta volta. Quando euolho para mim mesmo, tudo que me resta dizer : Como estranho que eu ainda esteja aqui e, ainda, os mesmos seiscentavos velhos que eu era ontem, e nem um bocado melhor.Todos ns, olhando para ns mesmos, no conseguimosdizer nada mais. E, ento, ns abrimos a Bblia e lemos:Deixe a Minha graa ser suficiente para vocs!" Pensarque tais miserveis, como ns, pudessem ter dito isso a simesmos! Em face disto, tudo que pode ser feito - cada dianovamente - louvar e exaltar a Deus. Em face disto, portanto.ficarmos somente envergonhados e. ao mesmo tempo,atender convocao dessa Palavra, sabendo que a morte o que ns merecemos, e que a ns, na verdade, permitidoviver, passando adiante dessas coisas s quais somosantes. neste movimento que ns podemos existir, absolutamentede verdade e. por essa razo mesma, no sem humorApndice - 253tambm. Somente a f pode ter alguma percepo da nossavitria, do nosso progresso. Todas as coisas trabalham juntaspara o bem daqueles que amam a Deus. Em conseqnciadisso, em cada dia, existe, novamente, conforto dado e ajornada renovada. Mas, tambm, em cada dia novamente,em cada nova situao, o homem pecaminoso, em sua totalidade,se colocar face a face com a graa de Cristo em suatotalidade. Particularmente na velha Igreja Reformada, o conceitode progresso na vida Crist teve um papel que no foiinteiramente claro. O real progresso se mostrar, concretamente,precisamente nisto: que ns compreendemos cadavez melhor que somos absolutamente dependentes da graa.Como Lutero disse no fim de sua vida. verdadeiramentecerto: ns somos mendigos! Este o nico sentido no qualns podemos falar da vitria da f.(b) Com respeito continuidade do singular ato f , deve ser apontado que, na verdade, cada ato de f representauma totalidade. Em cada ato de f eu sou colocado emquesto completamente: Isto, meu irmo, foi morto e estvivo novamente. Cada ato de f uma nova resposta parauma nova questo de Deus. Porm, o ato de f nossoacerto com Cristo, que veio e que vir novamente, JesusCristo, o mesmo ontem, hoje e para sempre. Porque Cristo o seu objeto, a f confrontada por aquilo que est impassvel.Que naquilo que do nosso ponto de vista um evento,um aqui e agora , do ponto de vista de Deus, algo eterno,permanente. Esta contradio no ato de f no pode e nodeve ser resolvida. A nossa vida que toma lugar no communiosanctorum eu estou pensando no sancta a promessa,dada a ns. a lembrana e a expectativa que temos que alimentar,tudo nos aponta para aquilo que subsiste. A consolaodo eterno Deus o contedo da f temporria. Estadiferena refletida na diferena entre a f e a devoo. A254 - Apndicedevoo o que ns poderamos descrever como a prontidopara esse ato de f que no momento est em expectativa.Eu diria da devoo: memria e expectativa. Embora emsi mesma, sem sentido (a Religio e o Cristianismo no tmem si mesmos nenhum valor de salvao!), ela tem mesmoassim uma promessa (Sacramento!), uma parcela, tambm,no continuum, presente em f, da consumao divina