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www.cers.com.br TRIBUNAIS 2014 Direito Civil Luciano Figueiredo 1 Bens Jurídicos Tema III Material para o Curso Módulo Básico dos Tribunais. Elaboração: Luciano L. Figueiredo 1 . 1. Conceito de Bens Jurídicos Toda a utilidade física ou ideal, que seja objeto de um direito subjetivo. 2. Classificação 2.1 Bens considerados em si mesmos I. Móveis e Imóveis Bens Imóveis Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Bens Imóveis em Virtude da Lei: Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II o direito à sucessão aberta. Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; II os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. 1 Advogado. Sócio do Figueiredo & Figueiredo Advocacia e Consultoria. Graduado em Direito pela Universidade Salvador (UNIFACS). Especialista (Pós-Graduado) em Direito do Estado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestre em Direito Privado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor de Direito Civil. Palestrante. Autor de Artigos Científicos e Livros Jurídicos. Fan Page: Luciano Lima Figueiredo. Twitter: @civilfigueiredo. Instagram: @lucianolimafigueiredo. Bens Móveis Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. Bens Móveis em Virtude da Lei: Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: I as energias que tenham valor econômico; II os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. II. Fungíveis e Infungíveis (Classificação dos Bens Móveis) Bens Fungíveis Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Bens Infungíveis III. Consumíveis e Inconsumíveis (Classificação dos Bens Móveis) Bens Consumíveis Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.

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TRIBUNAIS 2014 Direito Civil

Luciano Figueiredo

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Bens Jurídicos Tema III

Material para o Curso Módulo Básico dos Tribunais.

Elaboração: Luciano L. Figueiredo1.

1. Conceito de Bens Jurídicos Toda a utilidade física ou ideal, que seja objeto de um direito subjetivo. 2. Classificação 2.1 Bens considerados em si mesmos I. Móveis e Imóveis Bens Imóveis

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

Bens Imóveis em Virtude da Lei:

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II – o direito à sucessão aberta. Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I – as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; II – os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

1 Advogado. Sócio do Figueiredo & Figueiredo Advocacia

e Consultoria. Graduado em Direito pela Universidade

Salvador (UNIFACS). Especialista (Pós-Graduado) em

Direito do Estado pela Universidade Federal da Bahia

(UFBA). Mestre em Direito Privado pela Universidade

Federal da Bahia (UFBA). Professor de Direito Civil.

Palestrante. Autor de Artigos Científicos e Livros

Jurídicos. Fan Page: Luciano Lima Figueiredo. Twitter:

@civilfigueiredo. Instagram: @lucianolimafigueiredo.

Bens Móveis

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

Bens Móveis em Virtude da Lei:

Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: I – as energias que tenham valor econômico; II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

II. Fungíveis e Infungíveis (Classificação dos Bens Móveis) Bens Fungíveis

Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.

Bens Infungíveis III. Consumíveis e Inconsumíveis (Classificação dos Bens Móveis) Bens Consumíveis

Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.

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Bens Inconsumíveis IV. Divisíveis e Indivisíveis (Classificação tanto de Bens Imóveis quanto Móveis) Bens Divisíveis

Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

Bens Indivisíveis

Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.

V. Singulares e Coletivos (Classificação de Bens Móveis) Bens Singulares

Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.

Bens Coletivos ou Universalidades

Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias. Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

Como é na hora da prova? 01. (TRT. 11R. FCC. 2012) Um fundo de comércio, uma biblioteca e um rebanho uma universalidade de: a) direito, direito e fato, respectivamente. b) direito c) fato d) fato, fato e de direito, respectivamente. e) fato, direito e de direito, respectivamente. 2.2 Bens reciprocamente considerados Principal x Acessório Os bens acessórios se dividem em: a) Frutos. Os frutos se classificam: I. Quanto à sua natureza:

a) naturais b) industriais c) civis (também denominados de rendimentos) II. Quanto à ligação com a coisa principal:

a) colhidos ou percebidos b) pendentes

c) percipiendos d) estantes

e) consumidos b) produtos d) as pertenças

Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.

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e) as benfeitorias - Necessária - Úteis - Voluptuárias Arts. 96 e 97 do CC:

Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. § 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. § 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. § 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.

f) partes integrantes Na hora da prova? 02 (TRT 12. FCC. 2013). Em relação aos bens: (A) pertenças são bens que constituem partes integrantes de outros bens móveis ou imóveis, para incremento de sua utilidade. (B) são móveis os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. (C) infungíveis são os bens móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. (D) não perdem o caráter de bens imóveis as edificações que, separadas do solo, mas conservando sua unidade, forem removidas para outro local. (E) as benfeitorias podem ser principais, acessórias, singulares e coletivas.

2.3 Bens públicos e particulares O CC/02 divide em público ou privado os bens segundo o titular do domínio.

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

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# As Sociedades de Economia Mista e ás Empresas Públicas aplicam-se as regras dos bens públicos ou dos bens privados? Enunciado 287 do CJF:

287 – Art. 98. O critério da classificação de bens indicado no art. 98 do Código Civil não exaure a enumeração dos bens públicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem pertencente a pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à prestação de serviços públicos.

Como é na hora da prova? 03. (TRT. 20R. 2011. FCC) A respeito dos bens públicos é correto afirmar: a) Os bens dominicais constituem patrimônio das pessoas jurídicas de direito público e, por isto, são inalienáveis. b) Os terrenos e edifícios usados pelo próprio Estado para execução de serviço público especial são considerados bens de uso geral ou uso comum do povo. c) as praças, ruas e estradas podem ser alienadas quando destinadas ao uso comum do povo. d) os bens de uso comum do povo não perdem essa característica se o Estado disciplinar o seu uso de maneira onerosa. 04 (Prova: FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Execução de Mandados/ Direito Civil / Bens;) Considere: I. Praça da Sé - São Paulo - Capital. II. Gonzaga - Praia da Cidade de Santos - SP. III. Rio Tietê. IV. Edifício onde se localiza a Prefeitura Municipal da cidade W.

V. Terreno Público destinado à instalação da autarquia municipal X. De acordo com o Código Civil brasileiro, considera-se bem público de uso especial os indicados APENAS em a) I e IV b) I, II e III. c) I, IV e V. d) III, IV e V. e) IV e V. 05. (Prova: FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária / Direito Civil / Bens;) No tocante à classificação de bens, segundo o Código Civil brasileiro, considere as seguintes benfeitorias realizadas em um apartamento tipo cobertura com trinta anos de construção visando a habitação de um casal de meia idade, sem filhos: I. Impermeabilização do terraço com a aplicação de manta e colocação de pisos novos. II. Substituição da fiação elétrica do apartamento. III. Colocação de tela nas varandas. IV. Criação de painel de pastilhas azuis com mosaico na entrada do apartamento visando diferenciá-la do apartamento vizinho. V. Construção de um lavabo em parte da sala de almoço. Com relação aos bens reciprocamente considerados, são benfeitorias úteis as indicadas APENAS em a) IV e V. b) I, II, III e V. c) I, III e V. d) III e V. e) I, II e III.

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GABARITO 01. C 02. D 03. D 04. E 05. D