aulas de direito internacional

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Aulas introdutórias de direito internacional.

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PROFESSOR: Martel

Bibliografia: Valrio Mazuoli Internacional PblicoInternacional Privado Nadia Arajo

1. Consideraes Gerais: antes do sculo XX, o direito internacional era um direito distante, que nao tinha importncia no cenrio jurdico. At o sec. XX, o direito internacional era conceito abstrato sem nenhuma impositividade sobre os indivduos, visto que era restrito aos Estados e a uma questo voluntria de puramente livre e de acordo com a boa vontade, sem amarras.O sec. XX muda essa perspectiva, principalmente a partir da segunda guerra. O fim da guerra marca mudana de perspectiva, em que as naes se juntam e estabelecem princpios que vao nortear a conduo da vida das pessoas, estabelecendo tambm normas que vao gerar modificaes internas nos Estados. O Direito Internacional passa a ser algo central, deixando de ser perifrico. As regras internacionais deixam de ser mera perspectiva e passam a ser respeitados por todos os Estados. Isso passa a ser enfatizado na conveno dos direitos humanos, estabelecendo a dignidade da pessoa humana, por meio do qual todos os sistemas normativos devem gravitar. 2. Direito Internacional Pblico x Privado: o que separa um do outro o interesse tutelado nesta situao.No Internacional Pblico, tutela-se o interesse estatal, ultrapassando o privado e se expandindo para a comunidade. Aqui, lida-se com as instituies que tramitam e se movem no cenrio internacional. Nota-se que o principal sujeito das relaes o Estado. A cooperao entre os Estado e a busca pelo equilbrio fundamenta este Direito.No Direito internacional privado, lida-se com o interesse particular, com o interesse individual. Aqui, lida-se com a esfera privada, com o indivduo dentro de sua casa, trabalho, famlia. Aqui, lida-se com situaes internas, mas que por forcas e caractersticas que possuem, elas se projetam no plano internacional. O principal ator das relaes o indivduo. Busca-se a soluo de conflito em que mais de um ordenamento interno chamado para resolver. 3. DIREITO INTERNACIONAL PBLICO: 1a fase: Antiguidade clssica: no havia a viso do direito internacional como temos hoje. Os atores, aqui, no lidavam de forma organizada/sistemtica. Na antiguidade, com a influncia do divino, do religioso, isso marca prioritariamente a relao dos povos, de modo que se nao se comunga de determinada religio, nao existe importncia no contexto. Isso, porm, o contrrio do que busca o direito internacional. Entretanto, algumas razes do que veio mais tarde a ser este direito nascem. O primeiro tratado que h conhecimento foi em 3.100 a.C. Primeira iniciativa entre duas cidades da Mesopotmia de nao resolver suas situaes com base na fora, mas atravs de uma convergncia de vontades. Alm disso, comeam a aparecer as normas consuetudinrias (costumes), sendo at hoje uma das principais fontes do direito internacional, respondendo a aspectos que as normas escritas ainda no tiveram condio de responder. Sao regras repetidas tantas vezes que normal agir daquela forma, tornando-se um costume determinadas situaes. Essas normas geram perspectivas de tratados baseados nela. Esse perodo tambm foi marcado pela ascenso de imprios, trazendo perspectiva de uma organizao mais ampla do sistema normativo, em que povos de diferentes matizes esto submetidos mesma regra. H tambm a busca de equilbrio entre potencias para evitar disputas desnecessrias, proclamada entre Imprios.Porm, os Imprios ruram e a Idade Mdia ascendeu na Europa, nao sendo perodo de grandes progressos para o Direito Internacional.Mais tarde, reorganizou-se o procedimento feudal e os Estados nacionais comearam a ser formados pela identidade dos povos, criando uma perspectiva de ter territrio, povo e governo separado e independente. 2a fase: o ano de 1.648 marca o fim da guerra dos 30 anos, que foi uma guerra de enorme escala, pois praticamente todas as naes europeias enfrentaram-se como catlicos e protestantes. Ocorreu, assim, a Paz de Vestflia, selando o fim da guerra entre os Estados aps a assinatura deste tratado. o ponto histrico eleito pelos autores como o momento de surgimento do direito internacional. A importncia de Vestfalia vem na historia pela percepo de que o Estado sujeito de direitos no cenrio internacional, podendo atuar neste sentido, celebrando tratados, dispor situaes, defender suas posies. Por isso que na Paz de Vestfalia vislumbra-se como o incio do direito internacional. Alm disso, a Paz de Vestfalia chama a ateno para o principio da igualdade jurdica entre os Estados, ou seja, todo Estado juridicamente igual ao outro. Tambm consolidada a perspectiva de soberania dos Estados, de modo que cada Estado defende a convenincia dos acordos e no mais o Papa. Tambm foi determinado que a religio do Estado determinada internamente e no mais pela Igreja Catlica. Isso d a perspectiva de que dentro de cada Estado, quem define as situaes o prprio Estado, nao sendo possvel a um Estado interferir em assunto internos de outro Estado, nao sendo possvel a um Estado se meter em assunto de outro Estado. Em Vestfalia houve a assuno do Pacta Sunt Servanda, que nunca mais perdeu esse status. a perspectiva de que quando um Estado adere a um tratado, ele se responsabiliza pelo tratado e passvel de ser cobrado por ele, como tambm exigir que outro Estado cumpra este tratado. Em 1918, final da 1a guerra, inmeras situaes acontecem na Europa. Marca-se, neste ano, o fim da dinastia Habsburgo, ultimo dos imprios centrais que tinham razes no processo medieval. Marca, tambm, o tratado de Versailles. A liga das naes iniciativa das potencias vencedores para a criao de um palco internacional, evitando-se a carnificina da primeira guerra. Neste palco, todas as naes estavam presentes e os debates poderiam evitar as guerras. Foi a primeira iniciativa em perspectiva de colocar certa moderao na soberania dos Estados. Aqui, tenta-se minorar a autonomia total dos Estados, mitigando os excessos s interpretaes de autonomia. Mostra-se uma iniciativa de se tentar compor as relaes internacionais, agora nao atravs da simples iniciativa dos Estados, mas sim uma nova investida das naes em busca de outra forma de ver as relaes internacionais.O ps-segunda guerra marcou iniciativa aps o pacto de Versailles, que foi a Organizao das Naes Unidas.Avana-se, assim, para a concepo de Direito Internacional ps-moderno, ja havendo o reconhecimento de que existem normas previstas que obrigam os Estados de forma taxativa. So normas de obrigao erga omnes, essenciais convivncia internacional e reconhecidas pela comunidade internacional. Essas normas sao chamadas de jus cogens, sendo normas fundamentais nas relaes internacionais, normas impositivas que nao podem ser ignoradas pelos Estados. O desrespeito a elas fundamenta a relao dos Estados a esse desrespeito, desde que nao sejam medidas de natureza fsica, agressiva, violenta. Nao considerada interveno indevida nos assuntos de um Estado quando se toma medidas nos Estados para que ele cumpra as normas de jus cogens. A principal das normas sao os direitos humanos, a dignididade da pessoa humana. Alm disso, reconhece-se a preservao do meio ambiente. 3.1. Caractersticas: No campo do direito internacional, lidamos com duas ordens de fontes diferentes: a ordem das fontes internas; e a ordem das fontes internacionais. Aqui, nao ficamos restritos apenas a ordens internas. A multiplicidade de fontes, portanto, uma caracterstica importante do direito internacional publico. Os costumes tambm tem foras no sistema internacional. Outra caracterstica importante a relao de coordenao entre os Estados, ou seja, a situao imposta num processo de formao das regras em conjunto pelos Estados que participam do sistema internacional.

Direito Internacional

1. Fundamento do Direito Internacional Pblico: a teoria voluntarista d a percepo de que as regras e obrigaes do direito internacional decorre da vontade dos Estados, gerando a coercibilidade das regras do direito internacional. No se pode lastrear nica e exclusivamente, porem, a situao na vontade do Estado. Se voc lastreia tudo 100% na vontade do Estado, significa que os Estados podem, simplesmente, abandonar tudo e cai tudo por agua abaixo. Seria criada uma percepo de insegurana sobre tudo. Essa corrente voluntaria, ento, passa a enfrentar a oposio de filsofos do Direito que determinam que existem princpios superiores ao Estado. Nasce a corrente objetivista, que parte do princpio de que existem regras superiores vontade do Estado, que tem origem no Direito natural e que se impe aos Estados independentemente da vontade. Em muitos livros chama-se de corrente naturalista, que se baseia quase exclusivamente no direito natural. Essa corrente tambem enfrentou crticas: primeiro porque ela anula a vontade dos Estados, entendendo que, aqui, no h vontade de adeso dos Estados, ou seja, eles sao obrigados a aderir. A situao objetivista explica o que acontece, mas ela no traduz a origem, nao indicando como e de onde vieram as regras, como identificar os princpios acima da vontade dos Estados. Atualmente, a corrente que melhor explica foi desenvolvida por um Autor italiano, lastreado no principio do pacta sunt servanda. A ideia trazida pelo italiano de que estaramos diante da espcie de misto da concepo voluntarista e da concepo objetivista. No se pode pensar em direito internacional sem a adeso do Estado, de modo que correto afirmar que a adeso dos Estados faz parte do Direito internacional e tambm a coercibilidade dessas normas. Aliada a essa vontade existe a percepo de que essa vontade gera princpios norteadores da sociedade internacionais, existindo regras que so caras sociedade, nao dando ao Estado a possibilidade de se eximir do cumprimento. Essas regras so condensadas no que se chama de jus cogens. 2. Fontes2.1. Classificao: material (nao existe utilidade das fontes materiais. Sao aspectos polticos, econmicos, sociais, histricos, que geram as propostas e normas de direito internacional propriamente ditas.) x formal (internas; internacionais: lideramos mais com fontes internacionais. Mas isso nao tira a importncia das fontes internas)2.2.1. Fontes internasa) a lei b) a jurisprudnciac) a doutrina: professor no considera como fonte, mas a doutrina influencia as decises. Diz o professor que a maioria considera que doutrina no fonte formal.2.2.2. Fontes internacionais: art. 38, do Estatuto da Corte Internacional de Justia, vinculada s naes unidas. Serve como parmetro sistematizados para fontes internacionais. Os costumes, tratados e princpios gerais do Direito so fontes primrias do Direito Internacional. As declaraes unilaterais e a equidade so chamados de meios auxiliares de resoluo de conflitos, ou seja, so instrumentos importantes, mas nao os primeiros a serem buscados na soluo dos conflitos. Doutrina e jurisprudncia entendem que o art. 38 no esgota as fontes de direito internacional, ou seja, um rol meramente exemplificativo para se entender as fontes, um indicativo de onde se deve procurar, mas no esgota a situao em si mesmo. No h hierarquia entre as fontes primria, segundo a prpria jurisprudncia da corte. Na prtica, as regras de tratado tem sido mais comum do que as regras de costumes, invertendo a lgica que vinha desde a paz de Westphalia, em que primeiro os costumes apareciam. A segurana trazida pelos tratados muito maior do que as normas consuetudinrias. No Estatuto da Corte existe a autorizao de que a parte pode fundamentar seu pleito pelo costume. A prova pelo costume difcil. No entanto, quando se lida com tratado, isso no ocorre, pois o tratado nao exige prova. Por isso usa-se os tratados mais do que normas consuetudinrias, mas isso nao implica hierarquizao. O art. 38 estabelece que a corte ir buscar como instrumentos para fundamentao de suas decises as seguintes fontes:a) Os costumes: a.1) conceito: prtica reiterada de determinada conduta. Bevilqua dizia que possvel delinear fases na construo do costume. Inicialmente temos o cenrio em que os Estados apresentam o conflito. Em uma segunda fase existe a soluo apresentada para o conflito e em uma terceira situao existe a aceitao dos Estados de que aquela soluo a melhor possvel para aquela hiptese. Por fim, na quarta fase, h a repetio desta soluo todas as vezes que um problema semelhante acontece, tornando-se exigvel de uma parte para a outra.a.2) elementos constitutivos: em termos gerais, temos um elementos objetivo, que a situao conflituosa e a soluo dada, repetida vrias e vrias vezes. Alm disso, temos o elemento subjetivo, que diz que a soluo se d porque o Estado compreendeu que este comportamento a melhor forma de soluo para o problema. A repetio aliada adeso gera a norma consuetudinria. b) Tratados: principal instrumento de trabalho do Direito Internacional, nao no sentido hierrquico, mas no que tem sido mais utilizado.b.1) Conceito: o professor prefere se valer de um conceito trazido na Conveno de Viena de 1969, que puxou os Estado em busca da criao de uma norma internacional para formulao, estruturao, vigncia, nulidade, extino, suspenso e todos os casos do Tratado. A Convencao de Viena, ento, a Bblia em termos de anlise de tratados. Tem caracterstica importante, visto que a estruturao de costumes em tratados no plano internacional. a compilao de tudo que havia de consuetudinrio em regras escritas. A conveno de 1969 diz, no art. 2o, que tratado o acordo celebrado entre Estado, consubstanciados em dois ou mais textos, feito sob a forma escrita e baseado no Direito Internacional. Essa formulao traz uma viso clssica no direito internacional na perspectiva de que s quem pode celebrar tratados so Estados. Entretanto, isso foi modificado no sculo XX para se incluir as Organizacoes Internacionais como atores nas relaes de Direito Internacional. Em funo disso, em 1986, tambm em Viena, a sociedade internacional fez reviso ampla da conveno de 1969, em que passou-se a integrar as organizaes internacionais no conceito de tratado. Portanto, Tratado o Acordo celebrado entre Estado, ou entre Estado e Organizacoes Internacionais, ou entre organizaes internacionais consubstanciados em dois ou mais textos, feito sob a forma escrita e baseado no direito internacional. Quando o texto fala em acordo para deixar claro que deve haver uma adeso voluntria do Estado ou organizao voluntria ao texto normativo, nao sendo possvel haver o Tratado se houve coao, erro, simulao, ou seja, o Estado deve livre e autonomamente aderir a este tratado. No cenrio internacional existem influncias, acordos, mas no legal a situao de um tratado que foi feito sob a mira de um canho. Apenas Estados ou Organizaes Internacionais de carter supranacional podem firmar tratados. Pessoa fsica no firma tratado, muito menos PJ de Direito Privado. Os Estados que firmam tratado so os reconhecidos como Estados no cenrio internacional. Se o Brasil no reconhece Taiwan como Estado, o Brasil no firma tratado com Taiwan. Para firmar tratado, portanto, preciso que o Estado seja reconhecido enquanto Estado. Quando a estrutura federativa Federao, quem representa o Estado a Unio no cenrio internacional. As organizaes internacionais, para que tenham personalidade jurdica internacional com capacidade para celebrar tratados, preciso que na sua carta constitutiva isso tenha sido previsto. Ou seja, preciso que na criao daquela organizao, os Estados devem ter reconhecido seu poder de celebrar tratados. Como dito, o tratado pode ser consubstanciado em um ou mais textos. Assim, o fato de precisar de anexos no descaracteriza o acordo como tratado. No possvel o tratado oral. O tratado deve ser por escrito. Por fim, lastreado no direito internacional, o tema sobre o qual o tratado vai versar no tem limitaes no cenrios internacional, ou seja, o tratado pode versar sobre qualquer tema e situao, desde que nao viole as regras fundamentais de convivncia da sociedade internacional, em outras palavras, desde que no viole o jus cogens. No podemos ter um tratado para derrogar/violar princpios fundamentais da convivncia entre os povos. Hiptese: tratado que busque o genocdio de uma etnia.

b.2) Formao/incorporao: a formao do tratado comea a partir do movimento dos atores do cenrio internacional no sentido da necessidade de estruturao de solues e regras de determinada problemtica. No existe uma informao de como comear a formao de um tratado, que pode iniciar com a vontade de um tratado negociar com outro tratado a soluo, bem como pode comear a partir de conferencia cientifica que demonstre o problema. Pode, tambem, comear a partir de um anteprojeto apresentado por uma conveno internacional. Qualquer dessas hipteses gera o incio de uma negociao para a formao do tratado. Essa fase trabalhar o texto do tratado. aqui que sero construdas as estruturas do tratado, onde o texto bsico ser confeccionado. Nos sculos XVI, XVII quem participava era os chefes de Estado. No meio do sculo XIX, percebeu-se que havia um desgaste se os chefes de Estado fizessem isso. Passaram a enviar emissrios dos Estados com plenos poderes para realizar essas negociaes. Atualmente, a negociao dos tratados feito com emissrios plenipotencirios para a confeco destes textos, de forma a construir o texto de maneira adequada aos seus interesse. No Brasil, a CF/88 diz que cabe ao poder executivo, com exclusividade, celebrar tratado. A doutrina, de forma unanime, entende que, ao se dizer que cabe o Executivo celebrar tratado, est a embutido a percepo de que a negociao do tratado ser feito pelo Poder Executivo Federal (presidncia da republica) que, ou faz pessoalmente ou manda emissrios com plenos poderes. Normalmente so diplomatas graduados que vo representar o Brasil nestas discusses.

A 2a fase a assinatura do tratado. Quando se d essa fase isso significa que as fases interessadas concluram pelo texto do tratado. Assim, o Estado tem interesse naquele texto, se vinculando formalmente a aquele texto, mas no materialmente. A assinatura do tratado no significa adeso ao tratado, mas uma ligao formal ao tratado, um interesse, vontade de participar, mas ainda no estamos participando. A assinatura, normalmente, feito pelo Presidente da Repblica, sendo possvel se fazer representar por emissrios com plenos poderes.

A 3a fase da formao a fase da Ratificao, em que o Estado adere, de forma REAL, ao texto de tratado, passando a, de fato, se integrar e assumir responsabilidade em funo daquele texto. A partir da ratificao aquele Estado ou organizao Internacional pode ser cobrado pelo que est escrito no texto internacional. Neste sentido, a formalizao desta ratificao ocorre atravs do que se chamar de Depsito do Instrumento de Ratificao, sendo este o nome formal que se d ao aviso aos demais Estados de que aquela pactuao foi aderida por aquele Estado. Isso se d de forma direta aos pases que fazem parte do Tratado (no caso de multilateral) ou bilateralmente. O Estado pode ratificar a totalidade do tratado ou ratificar o Tratado com reservas, tornando-se possvel ao Estado estabelecer restries aos textos do tratado. O Brasil pode ratificar um tratado de 40 artigos, mas fazer reserva em relao a 02. Assim, o Brasil pode ser cobrado por 38 artigos, mas aqueles 02 no pode cobrar. No se pode derrogar, porem, regras de jus cogens pela vontade dos Estados. Alem disso, pode nao ser possvel a reserva da Clausula de PACKAGE DEAL, que exige que o Estado, ao aderir, o faa por inteiro ou no. OU se adere a tudo ou no se adere. Nao se pode mutilar o tratado. No sistema brasileiro, para que haja a ratificao de um tratado, deve haver aval do Congresso Nacional. A CF/88 deixa claro que os tratados que gerem qualquer tipo de nus para o sistema brasileiro, para o Tesouro Nacional, implicam na IMPRESCINDIBILIDADE DO AVAL DO LEGISLATIVO. A nica exceo sao os acordos executivos, ou seja, acordos firmados pelos Estados em que a natureza dele meramente tcnica, como ajustes numricos, tecnolgicos. A regra, portanto, passar pelo Poder Legislativo. Quando a presidncia assina o tratado, ela transforma isso em mensagem para o congresso e sustenta o porqu tem interesse em ser aprovada essa situao, cabendo ao Congresso debater essa situao e analisar se vai ou no concordar com esse pedido. O congresso pode concordar com o pedido e aprovar a ratificao, como pode nao concordar com o pedido e rejeitar a ratificao e o congresso pode aprovar o pedido com reservas, mas o Congresso no pode alterar o texto do tratado, tendo em vista que a negociao feita pelo Executivo. A regra geral serve para quase todos tipos de tratado, com exceo dos que versam sobre Direitos Fundamentais. A EC/45 diz que esses tratados tem um trmite diferente do comum, pois estes, por terem procedimento especial, ao serem aprovados eles entram no sistema com status de Emenda Constitucional, integrando o bloco da constitucionalidade. Neste sentido, o tratado de Direitos Fundamentais passa a ter o status de norma constitucional. b.3) Interpretaob.4) nulidade, suspenso e extinob.5) obrigao de terceiros

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FONTES:

Costumes: comportamentos reiterados que se tornam exigveis;

3. Tratado: uma convergncia de vontades. Ocorre segurana conferida pelos tratados.

Formao/Incorporao: 1a fase: fase de negociao dos termos; 2a fase: assinatura do tratado. Ainda no obriga as partes.; 3a fase: Ratificao. O congresso nacional deve ser ouvido, exceo dos acordos executivos de natureza tcnica. Vota-se a ratificao conforme a aprovao de uma norma federal. Podem ser feitas reservas ao texto, tais como discordncia ao texto e o que o congresso entende. O Congresso no poder modificar clusulas, tendo em vista que cabe ao Poder Executivo tal tarefa. Porem, o congresso poder aceitar inteiramente, aceitar com reserva ou no aceitar um tratado. Aps a EC/45 h novo procedimento sobre tratados que versam sobre direitos humanos: devem seguir o procedimento de uma EC. Disposto acima. CLASSIFICAO: i) Quanto ao nmero de partes: bilateral, multilateral;ii) Possibilidade de adeso: abertos: admite que novas partes podem agregar-se a este texto, como exemplo o Mercosul, Unio Ueropeia; Fechado: no abre possibilidade de outros entrarem.iii) Normas: h os tratados contrato e os normativos. Os normativos possuem regras gerais a serem adotadas pelos signatrios. Os tratados contrato estabelecem regras especficas para cada uma das partes, separando-as.Terminologia: os textos internacionais podem ser vrios nomes: tratado, conveno, pacto, Declaraco, acordo, carta, protocolo etc. Em geral utiliza-se a expresso tratado para abranger todos. Na prtica, todos so iguais. O texto (contedo) ser distinto, mas a forma ser distinta.

Interpretao: a interpretao de tratados lastreada no princpio da boa-f. Ou seja, deve-se sempre ver o texto da melhor forma possvel e de que a interpretao literal. Quanto mais literal a interpretao, mais correta ser. Os tratados tero: nome, ttulo, prembulo (signatrios, considerandos), dispositivo (clusulas), assinatura.

Nulidade, suspenso e extino: se o tratado no cumpre as condies de validade, como atuao dos Estados, coao para ratificao dos Estados, o tratado ser nulo. A nulidade do tratado fundamento para a quebra do tratado. A suspenso do tratado s ocorrer se o prprio tratado previu ou se houve acordo entre os signatrios sobre esta suspenso. No h obrigatoriedade nesta suspenso, mas ela possvel. A extino ocorre quando: h acordo entre as partes, prevendo que o tratado no tenha mais utilidade. Alm disso, pode ser extinto por clusula que preveja sua durao ou porque o tratado atingiu seu objeto especfico. possvel a um Estado, entendendo no ser mais conveniente, retirar-se deste tratado. Essa sada chamada de denncia. Aqui, o pas no tem mais interesse. A denuncia ato unilateral pelo qual o Estado desincompatibiliza-se do tratado. Ele responder pelos seus atos, de modo que se sua sada causou danos, ele deve responder por esses danos. Mas da mesma forma que o Estado tem o poder de entrada, ele denuncia quando quiser. A denncia no tem forma especifica, bastando a comunicao aos demais membros do tratado. Se h justificativa sobre a sada, no h indenizao. No texto da CF/88, no est expresso denuncia a tratado. A doutrina entende que, como o poder de celebrar tratado dado presidncia, tambm possvel o tratado ser denunciado pelo presidente. Hoje est polmico se a denuncia precisa do aval do congresso. Diz-se que a presidncia denuncia de acordo com sua convenincia e oportunidade. A doutrina moderna vem contestando isso, por entender que, se h o aval do congresso para ingresso, deve haver para sair. . possvel a extino de um tratado quando se verificar que as condies que geraram o tratado se modificaram de tal maneira que no mais possvel segui-lo. No entanto, pelo Rebus Sic Standibus, deve ocorrer mudanas que determinaram a extino do tratado, de modo que as condies que geraram inicialmente o tratado mudaram de forma to raidical que inviabilizam a utilidade do tratado. Obrigao perante terceiros: no possvel a um Estado exigir cumprimento de um acordo que ele no tenha participado. Ento, se o Estado A e B fizeram um Acordo, o Estado C no pode exigir que A cumpra esse acordo, ainda que C se beneficie com esse cumprimento, ele nao ter o poder. S quem pode tomar essa iniciativa o Estado B. Existem situaes em que o acordo pode gerar benefcios/responsabilidades de outros Estados, mas esse benefcios e essas responsabilidades s podem gerar frutos se o Estado C aceitar o encargo.

4. Princpios gerais do Direito: outra fonte importante considerada primria pela Corte Internacional de Justia. Duas ordens: a) Principios gerais do direito internacional: os princpios que podem ser abstrados das relaes internacionais podem ser fontes; b) Principios gerais do direito das naes civilizadas: o entendimento era de que os princpios gerais dos ordenamentos internos (neste caso, as naes europeias) tambm deveriam ser fonte do direito internacional. Essa situao, porem, est superada, pois hoje entende-se que qualquer principio que seja aceito pelas naes em geral tambm fonte do direito internacional. Os princpios sao consagrados por todos os ordenamentos. EX: principio do contraditrio. Nao precisa, portanto, estar previsto no ordenamento jurdico internacional. Os princpios gerais DO direito sao do ordenamento internacional. Os princpios gerais DE direito esto nos ordenamentos internos, mas podem ser utilizados pelo ordenamento internacional.

5. Outros: paralelas a elas, existem as fontes secundrias, que so os atos/ declaraes dos Estados. Uma declarao do Estado gera repercusses no Direito do Estado, sendo tambm fonte do Direito internacional; Alem disso, a equidade tambm fonte de Direito.Alm disso, a doutrina tambm pode ser utilizada como fonte internacional. Sempre doutrinadores se renem para nortear discusses de direito internacional. H institutos para congregar a comunidade de doutores sobre o direito internacional. No mbito do direito internacional privado existe o UNIDROIT.Alm da doutrina, h tambm a jurisprudncia. Aqui, preciso chamar ateno de que no existe, no campo civil, nenhum tribunal internacional que tenha poder ou jurisdio sobre os Estados em escala global. Temos em escala regional, como o tribunal das comunidades europeias, que surge com estrutura judicial com jurisdio sobre os Estados que componham a Unio Europeia. No campo penal, temos o tribunal penal internacional. Este tem, por fora do tratado de Roma, poder de jurisdio sobre os Estados. Atraves deste tratado, os Estados abriram mo de sua soberania em funo deste tratado. A EC/45 acrescentou par. 4o do art. 5o, CF, deixando claro que o Brasil est submetido ao Tribunal Penal internacional, ou seja, deixou claro que estamos dentro da jurisdio internacional e abrimos mo da jurisdio em funo do TPI.6. Conflito entre fontes: conflito entre normas do direito internacional e normas do direito interno. Passou cada vez a ser mais comum do tratado internacional versar sobre temas que tambm sao tratados leis internas do pas, ficando em situao de confronto entre o Direito interno e o direito internacional. Teorias:6.1. Consideraes Gerais: 6.2. TeoriasMonismo x dualismo: a corrente DUALISTA entendia que a situao das ordens interna e internacional poderiam ser organizadas de forma grfica em dois crculos que se tangenciam, mas que no se tocam. Para os dualistas, a ordem internacional existe em funo de atores especficos, Estados ou atores internacionais, tendo normas especificas atravs de costumes internacionais ou tratados, que tem todo aspecto de estruturao e por isso ela completamente diferente do ordenamento interno. Para os dualistas, no possvel uma norma atingir a outra. As normas da ordem internacional existem para a ordem internacional, nao tendo que ver com a ordem interna. Uma norma internacional, para os dualistas, no pode ser usada internamente. Em verdade, segundo os dualistas, se os Estados reproduzirem o contedo do tratado em forma de lei interna, haver o conflito entre esta lei interna e a outra lei interna. Atualmente, porm, a viso dualista j resta superada, tendo em vista que as normas internacionais tiveram crescimento bastante grande. possvel que um comportamento interno seja influenciado pela norma internacional. No h distanciamento, como previsto pelos dualista. Por isso, hoje ganha maior repercusso a viso monista. Nesta viso, existe uma nica ordem jurdica, que organizada em estratificaes, ou seja, existem camadas, esferas dentro dessa ordem jurdicas, que sao organizadas de forma a estabelecer como ficam as regras dentro desta ordem. Ou seja, possvel o conflito, mas resolve-se o conflito a partir do momento em que se organiza as normas dentro da ordem jurdica. Neste sentido, os monistas se separam em 3 subcorrentes: a) Monista internacionalista: sustenta que existe um sistema hierrquico entre as normas e que as normas do direito internacional esto acima das normas do direito interno, ou seja, no topo da pirmide esto as normas internacionais e na base da pirmide, as normas internas. O direito internacional, portanto, nao pode ser combatido pelas normas internas. Ou seja, nao escusvel ao Estado deixar de cumprir um tratado alegando a existncia de ordem interna, revelando, na viso da conveno de Viena, que as regras internacionais sao prevalentes sobre as regras internas dos Estados; b) Monista nacionalista: entende que o direito interno quem d a balisa para o Direito Internacional, organizando a situao do direito internacional e por isto ele est no topo e nao na base; c) Monista moderada: Em que pese o ordenamento ser uma s, no entre normas internacionais e normas internas uma hierarquia, de modo que todas esto no mesmo patamar, ou seja, existe circunstancia de paridade entre as normas. A norma do direito internacional, portanto, do mesmo valor das normas de direito interno. Assim, em eventual conflito entre as normas, prevalecer a norma mais nova sobre a norma mais antiga. Norma internacional mais nova derroga norma interna mais antiga, assim como o contrrio verdadeiro. No plano prtico, as situaes se modificam, discutindo, por exemplo, no sistema brasileiro se lidamos com lei ou com a Constituio, no sendo comum uma filiao a qualquer das teorias.6.3. Conflito entre tratado e lei: a) Doutrina: a doutrina brasileira , majoritariamente, monista internacionalista, no caso de tratado x lei. O direito internacional, portanto, prevalece sobre o direito interno. Para a maior parte dos doutrinadores h supralegalidade dos normas internacionais sobre as normas brasileiras. Ou seja, quando o brasil forma uma relao no plano internacional, esse tratado no pode ser atingido por uma norma interna, mas somente por uma outra norma internacional. b) Jurisprudncia: a jurisprudncia do STF, at a dcada de 1970, tinha a mesma posio da doutrina, ou seja, prevalncia do direito internacional. Entretanto, no julgamento do RE 80004, cujo fim ocorreu em 1977, a jurisprudncia do STF mudou radicalmente. Os ministros entenderam que no existia, no ordenamento, nenhuma regra que deixasse clara a prevalncia do direito internacional sobre o direito interno, ou seja, nada que dissesse que tinha que prevalecer um sobre o outro. Alm disso, a votao do processo de incorporao dos tratados semelhante lei interna e, portanto, teria a mesma posio hierrquica que a norma interna. O STF passou a assumir uma posio monista moderada. Norma interna, portanto, pode retirar eficcia de norma internacional, se for posterior e norma especial. c) Legislao: a legislao brasileira comum no possui regra estabelecendo se h prevalncia do direito internacional ou do direito interno no sistema brasileiro, com uma exceo: o art. 98 do CTN. O STF deixou claro que o art. 98 s teria atuao no sistema tributrio, ou seja, somente tratados e convenes de natureza tributria poderiam ser vistas por esse dispositivo. O STF sustentou que no era qualquer tratado tributrio, mas apenas os tratados contrato (diferena entre tratado contrato e tratado normativo) de natureza tributria que tem prevalncia sobre leis ordinrias. Em que pese ser essa a posio jurisprudencial brasileira, perceptvel que alguns ministros novos possuem nova viso sobre o tema. H uma posio de retomada da supralegalidade do direito internacional, ou seja, de posio superior das regras internacionais sobre as regras ordinrias internas. 6.4. Conflito entre Tratado e Constituioa) Doutrina: a doutrina brasileira muda a posio quando se fala em conflito entre tratado e const. Neste caso, todas as regras estariam abaixo da Constituicao, tanto as internas como as internacionais. Para a doutrina, as regras so supralegais, mas so Infraconstitucionais. Os doutrinadores entendem a prevalncia do direito interno sobre o direito internacional. H, portanto, uma mudana de perspectiva do monismo internacionalista para o monismo nacionalista.b) Jurisprudncia: a jurisprudncia do STF no aceita qualquer situao da CF ser atingida por conta de uma norma internacional, concordando com a doutrina. A regra da CF prevista no art. 102, III, estabelece o controle de constitucionalidade de Lei ou tratado. Dessa forma, como o legislador constitucional diz que possvel o controle de constitucionalidade, havendo o controle dos tratados, no h que se falar em superioridade das normas internacionais.c) Legislao: art. 102, III, CF.d) A questo relativa aos tratados de direitos humanos: neste ponto dos direitos humanos, a interpretao dada pelo STF de prevalncia da CF sobre normas internacionais: uma norma internacional votada 2x em cada casa e por 3/5 dos seus membros tem eficcia de norma constitucional. O STF entendeu que no era possvel que uma norma votada de maneira ordinria, como o eram as normas internacionais, com aprovao simples nas casas do congresso, gerasse o efeito de emendar a constituio. De maneira formal, nao era possvel que essas normas atingissem a CF. Mais uma vez, a EC/45 suprimiu esse problema e quando os tratados forem votados de modo especial, integraro as normas constitucionais. Nao sendo votados dessa maneira, tem status infraconstitucional. Apesar da EC/45, a jurisprudncia continuou irregular com essa situao, pois muitos nao se conformavam com a possibilidade de priso civil do depositrio infiel, at porque o Pacto Sao Jos da Costa Rica foi aderido pelo Brasil, sem reservas. Prevaleceu o entendimento do Gilmar Mendes, no sentido de que, por falta do detalhe formal, seriam normas supralegais. O entendimento do Supremo de que as normas de direito internacional que versem sobre direitos humanos e no tenha sido votadas nas duas casas, 2x e aprovadas por 3/5 dos membros no tem status constitucional, mas apenas status supralegal, estando em patamar superior s normas legais ordinrias, de modo que nenhuma norma ordinria pode atingi-lo. No caso do depositrio infiel ficou o entendimento de que a CF no foi atingido, continuando a ser prevista na CF a priso do depositrio infiel. Entretanto, como essa disposio precisa ser regulamentada, nao podendo advir do pacto sao jos da costa rica, no h possibilidade de qualquer tipo de priso civil, que nao seja a do devedor de alimentos. O entendimento que prevaleceu no STF foi no sentido de que ou tinha a votao formal ou no tem status constitucional. Gilmar Mendes apresentou soluo intermediaria par ao caso: no texto constitucional, pois nao foi formalmente votado, nao podendo a CF ser emendada. Mas o contedo especial para ser considerada lei ordinria comum. Ministro Gilmar props que os textos constitucionais votados anteriores a 2004, mas que tivessem contedo de direitos fundamentais tivessem status supralegal, nao estando no patamar das normas ordinrias, nem das normas constitucionais. Esto logo abaixo da CF e acima das normas comuns. Isso serviria para deixar a posio das normas internacionais como inatacveis pelas regras ordinrias. Apenas uma norma da mesma natureza (supralegal) poderia atacar essas normas. Assim, o pacto sao jos da costa rica no tem patamar constitucional, mas tem supralegal. Na prtica, a priso do depositrio infiel no pode acontecer, pois no h nenhuma regulamentao sobre isso, pois isso esvaziou a norma constitucional. *ler sobre pacto sao jos e a EC/45. Quando um texto internacional absorvido atravs da EC/45, ele absorvido atravs do bloco da constitucionalidade, gerando efeitos no plano constitucional, mas no implica na revogao expressa de uma regra constitucional. Ao absorver aquele tratado, o texto vai gerar uma interpretao conforme a constituio em funo daquele tratado, mas nao implica na retirada de um pedao da palavra escrita na Constituio.

SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL

1. Consideraes Gerais: aps a paz de Westphalia, apenas os Estados internacionais eram sujeitos de direito internacional. Mas o sec. XX demonstrou outros sujeitos do direito internacional. O primeiro e principal ator que se deve apontar o Estado. Todos os Estados tem, juridicamente, o mesmo status. Alm disso, se percebe a criao de organismos intergovernamentais que atuam no cenrio internacional e que, por isso, so sujeitos de direito e deveres no cenrio internacional. Esses organismos, tambm chamados de Organizaes Internacionais, so formadas a partir da vontade dos Estados. Diferente do processo de estruturao dos Estados, em que h elementos tnicos, histricos, sociolgicos, no caso das organizaes internacionais, o nascimento delas formados por um ato jurdico, a partir de uma carta que estrutura a vontade dos Estados de gerar novo organismo para atuao no cenrio internacional. Em que pese tenham nascido da vontade dos Estados passam a ter vontade prpria e, por isso, atuao prpria no cenrio internacional, passando a ser sujeitos de direito e deveres e passando a participar tambm da estruturao das regras internacionais. A doutrina internacional tambm chama ateno para a situao de certas coletividades que no so intergovernamentais, mas que so coletividades que passam a atuar tambm no plano internacional, sendo chamadas de coletividades no governamentais. Essas coletividades surgem em situaes especificas, como a hiptese de um processo de guerra civil dentro de um Estado, em que h um grupo armado que se contrape a um governo, assumindo uma personalidade apartada do Estado. Ainda que seja momentneo o reconhecimento, a coletividade vista como um ser atuante no cenrio internacional (Estado de beligerantes, que implica que, ao termos um processo de guerra civil em que h negociaes diretas com os rebeldes, se reconhece naquele momento uma atuao naquele grupo de rebeldes no cenrio internacional). Parecido com isso o estado de insurgncia, que implica em retirada forada da estrutura de governo que existe, mas sem a utilizao do brao armado, mas em confronto de tal envergadura que existe a situao de ter que negociar com estes sujeitos, no sendo desprezvel a fora que ele tem. Por fim, ainda existe a situao de outros sujeitos internacionais chamados indivduos. Hoje, j se percebe a situao de que seres humanos individualmente considerados tambm podem atuar no cenrio internacional. Existem hipteses j estabelecidas em que o individuo no precisa da intermediao do Estado para atuar. Tem reconhecida, em certos aspectos, a sua personalidade no cenrio internacional, sendo, tambm, sujeito de direito internacional. Essas situaes deixa claro que existem graus diferenciados nas atuaes dos diferentes sujeitos de direito internacionais. O Estado tem atuao para tudo e o individuo tem para algumas atitudes. Essa diminuio com relao s atitudes no retira a qualidade de sujeitos de direito internacional, no retira a atuao no cenrio internacional. 2. Estado2.1. Introduo: Todos os Estados tem, juridicamente, o mesmo status. No importa o tamanho do Estado. H, ainda, o elemento soberania como elemento a mais que gerar novas atribuies e impactos na atuao destes Estados no cenrio internacional, at porque as regras de direito internacional se organizam na perspectiva de organizar esse exerccio soberano nos Estados. importante lembrar que os elementos clssicos constitutivos do Estado so: POVO, TERRITRIO E GOVERNO. Para termos a estruturao de um Estado preciso que tenha elemento fsico (territrio, que pode ser uno, fragmentado, grande, pequeno), elemento subjetivo (povo) e o Governo (quem direciona e realiza as atividades, sendo a expresso soberana do Estado). O elemento soberania faz parte de toda a discusso do Direito Internacional, vez que tudo sempre vai girar em torno da soberania dos Estados. 2.2. Surgimento do Estado: para efeitos de direito internacional, o surgimento do Estado no tem uma regra claramente estabelecida. A junco dos elementos do Estado levam ao surgimento do Estado, mas no h um caminho nico para gerar um Estado. No processo histrico v-se inmeras possibilidades: a) Formao: desenvolvimento histrico a partir da congregao de poderes leva existncia de um Estado visto em uma reunio; o Estado tambm pode surgir a partir de um processo de b) emancipao: parte do Territrio dos Estados pode se rebelar contra outros Estado, contra a matriz, havendo processo de emancipao, formando novos Estados no cenrio internacional; c) Separacao dos Estados: Estados que antes estavam congregados, mas que por processo de fragmentao, acabou havendo a separao um dos outros. Ademais, tambm possvel surgimento do Estado pelo processo de d) Fuso: dois Estados independentes surgem para formar um terceiro Estado. 2.2.1. Reconhecimento do Estado de Governo: Para que haja a relao entre o Estado que surgiu e os demais Estados, preciso que os outros Estados, no cenrio internacional, reconhecam que ali surgiu um novo Estado. A situao do reconhecimento do Estado fundamental como surgimento do Estado no cenrio internacional. a partir desse reconhecimento que o novo Estado estar autorizado a tratar relaes internacionais diretas, receber e remeter representantes diplomticos etc. O problema est em entender-se como pode ser absorvido o reconhecimento do Estado. Duas teorias trabalham sobre isso: a) Constitutiva: percebe a situao do reconhecimento do Estado como um elemento da prpria constituio do Estado, ou seja, o Estado precisa ter esse reconhecimento, seno ele no existir para oc enrio internacional. imprescindvel, portanto, para a sua existncia o reconhecimento pelos demais Estados. Antes de ser Estado seria um aglomerado de pessoas em cima de um territrio. Os efeitos pelo reconhecimento so ex nunc.; b) Declaratria: a teoria declaratria entende que para ter um Estado necessrio ter elementos constitutivos dele: povo integrado em um territrio e organizado por um governo. Situacoes entrelaam-se e geram, por conta dessas relaes, em um Estado. O reconhecimento por outros Estados um processo de relao entre eles, estabelecendo novos patamares de relacionamento, mas a existncia do Estado no depende do reconhecimento pelos outros Estados. Os efeitos do reconhecimento so retroativos, deixando claro que a situao era pre-existente. A teoria constitutiva predominou no sculo XIX. Atualmente, a teoria declaratria a mais aceita, entendendo que o Estado pre-existe e o reconhecimento apenas consagra algo que a estrutura do mundo j v claramente existente e que o estado, ao se constituir, mesmo no tendo sido reconhecido, tem o direito de se defender de ataques e agresses externas e, assim sendo, j existe. Neste sentido, percebe-se que ele no depende, para a sua existncia, do reconhecimento por outros. A constituio da OEA deixa clara a adoo pela teoria declaratria.Reconhecimento do Estado Reconhecimento de Governo: quando se fala em reconhecimento de Estado, fala-se em reconhecimento do Estado para o mundo. Quando se fala em reconhecimento de governo, sabe-se que aquele Estado existe, mas discute-se a legitimidade daquele governo. Ningum questiona a existncia do Paraguai, por exemplo, mas questionou-se a eleio do governo paraguaio da forma como foi. O reconhecimento de Estado irrevogvel. No momento que o Brasil reconheceu algum Estado, no tem volta!!!!!! Outro aspecto que o ato unilateral, ou seja, cada Estado decide, por si s, se vai ou no reconhecer aquele Estado. O reconhecimento pode ser individual, mas um conjunto de Estados tambm pode reconhecer, mas a deciso, repita-se, unilateral. No h procedimento expresso sobre como deve ser feito esse reconhecimento. No necessria a homologao pelo Congresso para reconhecimento de um Estado porque do Executivo o reconhecimento. 2.3. Extino Do Estado2.4. Sucesso do Estado