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CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRA ANALISTA DO BANCO CENTRAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula Demonstrativa Olá, Futuros (as) Colegas! Apresento a vocês o curso de Macroeconomia e Economia Brasileira voltado à preparação para a prova de Analista do Banco Central. Com a autorização de provimento pelo MPOG de 400 vagas para o cargo de Analista do BACEN, lembro que está mais do que na hora de intensificar os estudos. Como sempre faço questão de lembrar, trata-se de uma ÓTIMA oportunidade, visto que o subsídio de ingresso é de R$ 13.609,00, com aumento já confirmado, o que levará o subsídio em janeiro de 2014para R$ 14.289,00 e, em janeiro de 2015, de R$ 15.004,00. Bem, previamente à apresentação do curso, julgo oportuno realizar a minha apresentação a você. Sou analista do BACEN. Leciono em cursos preparatórios para concursos desde 2005, já tendo dado aulas em diversos cursos preparatórios presenciais e, em especial, no Ponto dos Concursos. Dentre alguns cursos já oferecidos, destaco os de Economia, Finanças Públicas e matérias afins, para concursos como Consultor do Senado Federal, Banco Central, Receita Federal, Tesouro Nacional, Ministério do Planejamento (Analista de Planejamento e Orçamento e Especialista de Políticas Públicas, etc.), Controladoria Geral da União, Polícia Federal e mais alguns outros. Com relação ao curso, destaco que este será composto, além da abordagem teórica de cada item do conteúdo programático, uma grande quantidade de exercícios gabaritados e comentados, o que permitirá com que vocês esclareçam as dúvidas decorrentes da resolução das questões, referentes à matéria.

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CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI

Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 1

Aula Demonstrativa

Olá, Futuros (as) Colegas!

Apresento a vocês o curso de Macroeconomia e Economia Brasileira

voltado à preparação para a prova de Analista do Banco Central.

Com a autorização de provimento pelo MPOG de 400 vagas para o cargo

de Analista do BACEN, lembro que está mais do que na hora de intensificar os

estudos. Como sempre faço questão de lembrar, trata-se de uma ÓTIMA

oportunidade, visto que o subsídio de ingresso é de R$ 13.609,00, com

aumento já confirmado, o que levará o subsídio em janeiro de 2014para R$

14.289,00 e, em janeiro de 2015, de R$ 15.004,00.

Bem, previamente à apresentação do curso, julgo oportuno realizar a

minha apresentação a você. Sou analista do BACEN. Leciono em cursos

preparatórios para concursos desde 2005, já tendo dado aulas em diversos

cursos preparatórios presenciais e, em especial, no Ponto dos Concursos.

Dentre alguns cursos já oferecidos, destaco os de Economia, Finanças

Públicas e matérias afins, para concursos como Consultor do Senado

Federal, Banco Central, Receita Federal, Tesouro Nacional, Ministério do

Planejamento (Analista de Planejamento e Orçamento e Especialista de

Políticas Públicas, etc.), Controladoria Geral da União, Polícia Federal e mais

alguns outros.

Com relação ao curso, destaco que este será composto, além da

abordagem teórica de cada item do conteúdo programático, uma grande

quantidade de exercícios gabaritados e comentados, o que permitirá com que

vocês esclareçam as dúvidas decorrentes da resolução das questões,

referentes à matéria.

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Recentemente foram aplicadas provas para dois importantes cargos,

Analista de Finanças e Controle e Agente Fiscal de Rendas, respectivamente,

pelas bancas ESAF e FCC, as quais são fortes candidatas a banca do próximo

concurso do BACEN. Analisando cuidadosamente as questões cobradas nestas

provas, ficou clara a mudança na forma de exigências das bancas. De questões

meramente teóricas, passou-se a exigir do concursando (a) uma visão analítica

do assunto destacado no enunciado, o que leva a concluir que o candidato (a)

terá que literalmente aprofundar o seu conhecimento sobre os temas.

Reitero que a ressalva feita acima não é um mero “chute”, mas sim uma

conclusão fundamentada, de modo que você acredite na necessidade de contar

um curso que de fato não te ensine só o “básico”, ok?

Com relação ao cronograma e a distribuição do conteúdo programático,

seguindo o edital do concurso de 2010, informo que as aulas serão

disponibilizadas uma vez por semana, seguindo o seguinte cronograma abaixo:

Aula e Data Conteúdo programático

Aula Demonstrativa Balanço de pagamentos.

Aula 1 – dia 16 de abril de

2013

Contas nacionais, Balanço de

Pagamentos.

Aula 2 – dia 23 de abril de

2013

Agregados Monetários, criação e

destruição de moeda e multiplicador

monetário.

Aula 3 – dia 30 de abril de

2013

Política fiscal. modelos

macroeconômicos – Modelo

Keynesiano.

Aula 4 – dia 07 de maio de

2013

Objetivos e instrumentos de política

monetária, regime de metas para a

inflação. Curva de Phillips, expectativas

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racionais e inflação.

Aula 5 – dia 14 de maio de

2013

Modelos de determinação da renda em

economia fechadas.

Aula 6 – dia 21 de maio de

2013

Modelos de determinação da renda em

economias abertas. Regimes cambiais

e taxa de câmbio de equilíbrio. Termos

de troca.

Aula 7 – dia 28 de maio de

2013

Economia Brasileira: crise de 1930 e a

origem do modelo de substituição de

importações no Brasil. As políticas de

intervenção do Estado na primeira

metade da década de 1950. O Plano de

Metas e a industrialização pesada. A

crise da economia brasileira na

primeira metade da década de 1960 e

as reformas estruturais no início do

governo militar. Auge e declínio do

“milagre” econômico (1968-1973). II

PND.

Aula 8 – dia 04 de junho de

2013

A crise da dívida externa na década de

1980. Planos heterodoxos de

estabilização. O Plano Real e a

economia brasileira pós estabilização.

Transformações do sistema financeiro

brasileiro.

Lembro a vocês que caso ocorra a publicação do edital no decorrer do

curso, farei as adaptações necessárias para que vocês tenham a plenitude do

conteúdo programático coberto.

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Uma vez apresentado o calendário das aulas com os respectivos

assuntos a serem tratados em cada uma delas, gostaria de informá-los que

poderei fazer pequenas alterações, caso necessário, nos conteúdos de cada

aula, buscando torná-la mais didática.

Passemos aos primeiros conceitos relativos à macroeconomia, em

especial aqueles relacionados ao balanço de pagamentos. A título ilustrativo e

de fixação de conteúdo, apresento algumas notas relativas ao resultado das

contas componentes do BP ao longo de 2011.

Bem vindos ao curso! Estou à disposição de vocês.

Um grande abraço, Mariotti

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1. O Balanço de Pagamentos

Considera-se que o comércio internacional (o comércio entre os países) é

benéfico à economia do nosso país, pois este traz vantagens decorrentes da

divisão do trabalho (bens e serviços disponíveis) e da especialização (cada país

se especializa nos bens e serviços em que possui vantagem comparativa). O

chamado princípio das vantagens comparativas, estudado na parte da

economia chamada de internacional, baseia-se no fato de que se cada país

deve produzir e vender os produtos com os quais possui maior vocação,

produzindo a um menor custo, e assim ensejando um acúmulo de divisas

(dinheiro) suficientes para adquirir os bens e serviços para os quais tem menor

vantagem comparativa1.

Observação: O Brasil, por exemplo, possui vantagens comparativas na

extração (produção) de minério de ferro e de soja, produtos considerados

commodities, que são aqueles produtos que têm o seu preço negociado no

âmbito do mercado internacional, ou seja, a definição do seu valor é

decorrente das relações entre a oferta e a procura pelo em âmbito global.

3.1 Estrutura do Balanço de Pagamentos

O Balanço de pagamentos é um registro estatístico-contábil de todas as

transações econômicas realizadas entre os residentes do país com os

residentes dos demais países no mundo, também chamados de não residentes

da economia. De outra forma, pode-se dizer que estão registrados no Balanço

de Pagamentos todas as exportações e importações de mercadorias e serviços,

os fretes de mercadorias, os seguros destas, os empréstimos recebidos e feitos

no exterior por empresas e pelo governo nacional, bem como uma série de 1 Podemos dizer que o Brasil possui vantagem comparativa em relação aos Estados Unidos na produção de produtos agropecuários.

No caso dos EUA, estes possuem vantagem comparativa na produção de softwares e hardwares. O resultado mais lógico seria a

exportação por parte do Brasil de produtos agropecuários para o EUA e a importação de produtos associados à tecnologia da

informação.

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outros bens, serviços e rendas. Diz-se assim que o Balanço de Pagamentos

registra todas as transações com mercadorias, serviços e capitais entre a

economia nacional e o resto do mundo.

A estrutura do Balanço de Pagamentos se divide em duas grandes

partes, os chamados Balanço de Transações Correntes e o Balanço

Financeiro e de Capital. Na maior parte dos concursos as questões versam

sobre as transações correntes que, conforme verificaremos mais adiante, são

responsáveis pelo que chamamos de poupança externa ou despoupança

externa.

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Box referente às regras de contabilização do Balanço de Pagamentos:

Quanto às regras de contabilização do Balanço de Pagamentos, destaca-

se que para as transações correntes, quando as movimentações se

constituírem em despesas a serem pagas ao exterior, estas serão debitadas,

sendo creditadas quando se referirem a receitas obtidas em transações

realizadas com o exterior.

Contabilização das Transações Correntes

Despesas pagas Contas debitadas

Receitas recebidas Contas creditadas

No caso das transações realizadas na Conta Financeira e de Capital,

quando estas se constituírem em empréstimos ou investimentos realizados

para/no exterior, bem como pela amortização de empréstimos e retorno de

investimentos, respectivamente contraídos e recebidos anteriormente, seu

registro se dará por meio de débitos nas contas (rubricas) específicas. O

registro se dará por meio de créditos nas respectivas contas quando

ocorrerem a contratação de empréstimos do exterior e o recebimento de

investimentos, assim como o retorno de empréstimos e investimentos

anteriormente realizados para/no exterior.

Contabilização da Conta Financeira e de Capitais

Invest. no Exterior./Emprestimos Contas debitadas

Feitos no Exterior / Amort. Emprést.

Contratação de Empréstimos/ Contas creditadas

Recebimento de Investimentos

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A. Balanço Comercial (Mercadorias)

. Importações (débito) (FOB - free on board)

. Exportações (crédito) (FOB - free on board) 1 J1~7:4 . ~ . ' ? . ~a .as . ~ . .

B. Balanço de Serviços e Rendas (Resultado Líquido)

Serviços . Viagens Internacionais (Turismo) . Transportes (Fretes) . Seguros . Serviços Diversos . Serviços Governamentais (Embaixadas) . Royalties.

Rendas (dos fatores de produção) . Salários . Lucros, Dividendos e bonificações (ações) . Juros (títulos da dívida)

C. Transferências Correntes (unilaterais)

. Bens doados

. Moeda (dinheiro doado) Obs.: Excluem-se as transferências relativas ao patrimônio de migrantes internacionais. (diplomatas)

D.

Balanço de Transações Correntes ou Saldo em Conta Corrente (Resultado Líquido de A+B+C)

Déficit ou Superávit

E.

Conta de Capital

. Mutação de Patrimônio de Migrantes Internacionais (diplomatas) . Aquisição/cessão de bens não financeiros não produzidos, tais como cessão de marcas e patentes

Conta Financeira “Capitais Autônomos”

. Investimento Brasileiro Direto (no exterior)

. Investimento Estrangeiro Direto

. Reinvestimentos (Multinacionais)

. Empréstimos e financiamentos

. Amortizações

. Investimento em Portfólio (ações e outros)

. Derivativos Financeiros

. Empréstimos de Regularização (FMI, BIRD)

F. Erros e Omissões

G. Saldo do Balanço de Pagamentos Resultado Líquido de D + E + F

H. Variação das Reservas Internacionais Variação das Reservas = Saldo do Bal. de Pgtos.

G + H = 0

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3.1.1 Balanço Comercial

O Balanço Comercial registra as entradas (importações) e saídas

(exportações) de mercadorias sob o conceito FOB (free on board), isto é,

incluindo as despesas até o embarque no navio transportador, seja no país,

seja no exterior. As despesas com seguros e fretes das mercadorias

exportadas e importadas fazem parte do conceito CIF (cost, insurance and

freight), sendo registradas em contas próprias do Balanço de Serviços. As

entradas de recursos provenientes das exportações são registradas com sinal

positivo enquanto as importações são registradas com sinal negativo.

Toda vez que o volume financeiro das exportações for maior que o das

importações, ocorre um Superávit no Balanço Comercial. Diferentemente,

quando as importações forem maiores que as exportações gera-se um Déficit

no Balanço Comercial.

Nota 1:

O balanço comercial tem apresentado resultado superavitário nos últimos três anos (em 2010

US$ 20,14 bilhões, em 2011 US$ 29,8 bilhões e, em 2012, US$ 19,41). O resultado positivo,

em 2012, foi bem inferior ao ocorrido em 2011, decorrente especialmente da queda do

volume das exportações. Importante considerar que os saldos destas contas podem ser

afetados tanto pelo preço quanto pela quantidade dos bens exportados e importados. Uma

elevação das importações, decorrente da valorização da moeda nacional frente à moeda de

troca internacional (dólar), faz com que cada dólar passe a valer cada vez menos reais, o que

estimula as importações de bens e desestimula as exportações.

Série Temporal disponível em: http://www.bcb.gov.br/?SERIEBALPAG

3.1.2 Balanço de Serviços e Rendas

O segundo componente do Balanço de Pagamentos é o Balanço de

Serviços e Rendas. São classificados como Serviços não fatores quando

fizerem referência aos bens não tangíveis, tais como viagens internacionais,

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transportes e seguros, sendo estes ainda classificados como não-remunerações

dos fatores de produção. As Rendas, diferentemente dos serviços não fatores,

são remunerações dos fatores de produção (juros, lucros e dividendos), tanto

é que esta parte do balanço também é chamada de balanço de serviços

fatores. Ocorrerá um Superávit no Balanço de Serviços e Rendas quando o

volume financeiro de entrada de recursos for maior que o de saída. Caso

contrário, teremos um Déficit no Balanço de Serviços e Rendas.

Nota 2:

Diferentemente do balanço comercial, o balanço de serviços e rendas tem apresentado nos

últimos três anos déficits significativos, com resultados negativos de US$ 76,52 bilhões em

2012, US$ 85,27 bilhões em 2011 e US$ 70,32 bilhões em 2010. Estes déficits são devidos

especialmente à rubrica de rendas (juros e lucros de aplicações financeiras). As principais

subrubricas deficitárias são as referentes ao pagamento de rendimentos sobre as aplicações

em renda variável (ações) e em títulos de renda fixa, representado, em sua maioria, por

dívidas do governo federal.

Série Temporal também disponível em: http://www.bcb.gov.br/?SERIEBALPAG

3.1.3 Transferências Correntes ou Unilaterais

As Transferências Correntes ou Unilaterais representam as doações e

as remessas de migrantes. Conforme o próprio nome diz, as transações são

unilaterais, ou seja, sem uma contrapartida em bens, serviços ou rendas.

Não existe a entrada efetiva de recursos. Como estamos falando de um

balanço, que também é estruturado pelo método das partidas dobradas,

para todo crédito ou débito sempre haverá um registro contrário em

alguma outra rubrica, diferenciando-se em qual será em função de se

tratar de doações de bens (alimentos, veículos), que têm contrapartida na

conta de importações, ou de doações em espécie (dinheiro), contabilizadas

no balanço de capitais (conta financeira), conforme veremos mais à frente.

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Nota 3:

A rubrica de Transferências Correntes é historicamente positiva, tendo o seu

resultado decorrente do fato do Brasil ser uma economia em desenvolvimento,

muito mais recebendo bens e recursos do que remetendo para o exterior.

Nos anos de 2010, 2011 e 2012 os seus resultados foram, respectivamente, de

US$ 2,90 bilhões, US$ 2,98 bilhões e US$ 2,84 bilhões.

3.1.4 O Saldo das Transações Correntes

O saldo ou resultado do BP em Transações Correntes é igual à soma dos

saldos do Balanço Comercial, do Balanço de Serviços e Rendas e das

Transferências Unilaterais. Se o resultado for positivo, isto é, se as vendas de

mercadorias, de serviços e rendas, e as transferências unilaterais superarem

as respectivas compras, ou seja, saída de recursos, teremos o que chamamos

de Superávit do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes. De

forma inversa, se as aquisições de mercadorias, de serviços e rendas e de

transferências unilaterais superarem as vendas, teremos o chamado Déficit

do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes.

Nota 4:

Como decorrência dos constantes déficits do balanço de serviços e renda, os saldo de

transações correntes, nos últimos três anos, fechou deficitário nos montantes de US$ 54,24

bilhões (2012), 52,48 bilhões (2011).US$ 47,23 bilhões (2010).

Com fins de aplicação, vejamos então uma questão sobre os pontos até agora

abordados:

(Aud. Subst./TCE-RO – FCC/2010) Dados extraídos da Conta Corrente

do Balanço de Pagamentos do Brasil, referentes ao ano calendário de

2009, em milhões de dólares americanos:

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Déficit no Balanço de Transações Correntes................... 24.302

Superávit em Transferências Unilaterais Correntes......... 3.338

Déficit em Rendas e Serviços ......................................... 52.930

Exportação de Mercadorias (FOB) .................................. 152.995

O valor da Importação de Mercadorias (FOB) naquele ano equivaleu,

em milhões de dólares americanos, a

(A) 131.013.

(B) 124.397.

(C) 152.007.

(D) 138.697.

(E) 127.705.

Comentários:

Essa questão é muito interessante de ser resolvida, uma vez que consolida

todos os entendimentos pertinentes ao balanço de pagamentos que abordamos

na parte inicial da aula.

Já são disponibilizados na questão informações referentes ao resultado das

transações correntes, que neste caso é deficitário, o superávit das

transferências unilaterais, o déficit do balanço de rendas e o resultado da conta

de exportações.

Considerando que a questão solicita do candidato o resultado referente á conta

de importações, basta apenas substituirmos os valores na fórmula já

apresentada, para então chegarmos ao resultado:

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TC = (Exp – Imp) + (Balanço de Serv. E Rendas) + (Res. Trans. Unil)

- 24302 = (152.995 – Imp) + (- 52930) + 3338

Imp = 127.705

Viu como fica fácil resolver este tipo de questão por meio da aplicação da

fórmula?

Gabarito: letra “e”.

3.2 As contas de Capital e Financeira

A outra parte componente do Balanço de Pagamentos é representada

pela Conta Capital e Financeira. Nas suas rubricas incluem-se todos os regis-

tros de movimentação financeira de ativos e passivos. Trata-se assim dos

“principais2” dos empréstimos e financiamentos, dos investimentos produtivos

e especulativos (portfólio), das amortizações de empréstimos e financiamen-

tos, das operações com derivativos financeiros (opções, futuros), bem como os

reinvestimentos de lucros obtidos por empresas estrangeiras instaladas no

país.

Destaque: Em adição ao acima narrado, bem como de forma a não repetir

literalmente a descrição dos itens componentes do Balanço de Pagamentos,

reproduzo o link de acesso às informações do Balanço de Pagamentos no

Brasil, disponível no sítio do BACEN:

http://www.bcb.gov.br/pec/sdds/port/balpagam_p.htm

2 Toda dívida contraída é composta do principal, que nada mais é do que o dinheiro tomado emprestado, e dos juros a serem pagos

em decorrência do dinheiro tomado emprestado.

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O registro contábil das entradas de recursos nas Contas de Capital e

Financeira também é feito com sinal positivo, assim como nas contas das

transações correntes. Existe, no entanto, uma importante diferença: estes

registros representam o aumento dos passivos com o exterior, uma vez que a

realização de investimentos no país por estrangeiros constitui uma confissão

de dívida, direta ou indireta, além de poder estar suscetível à retirada pelos

investidores quando assim entenderem (aplicações em portfólio). Da mesma

forma, caso ocorram saídas de recursos, será reduzido o passivo do país com o

exterior, destacando-se logicamente que esta redução tende a promover uma

piora no resultado da Conta Financeira e de Capital.

O resultado da Conta Financeira e de Capital poderá ser deficitário ou

superavitário, em função do total de recursos externos que entrarem ou

saírem do país. Esse resultado é apurado mensalmente, sendo sujeito a

variações ao longo do ano.

Nota 5:

Tendo sido o Brasil umas das “vedetes” do cenário internacional no passado recente, elevou-

se consideravelmente o volume de recursos ingressantes no país destinados à compra de

ativos (papéis) de empresas em bolsas de valores e de títulos emitidos pelo governo federal e

por grandes empresas necessitadas de recursos a serem destinados à ampliação de suas

capacidades produtivas.

Esta grande “enxurrada” de recursos levou a Conta Financeira e de Capitais a um superávit,

em 2010, de US$ 99,66 bilhões, de US$ 112,4 bilhões em 2011 e de US$ 72,76 bilhões em

2012.

Série Temporal também disponível em: http://www.bcb.gov.br/?SERIEBALPAG

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3.3 Erros ou omissões

Erros ou omissões é a rubrica utilizada para “fechar” o Balanço de

Pagamentos, uma vez que existem pequenas diferenças entre os saldos

constatados nas contas supramencionadas. Considerando a existência de

entradas e saídas de produtos na economia que não são contabilizados,

resultado de contrabandos e descaminhos, além da existência de discrepâncias

temporais em termos das estatísticas de dados, o objetivo da rubrica é a de

zerar as diferenças constatadas.

3.4 O resultado (saldo) do Balanço de Pagamentos

O saldo total do Balanço de Pagamentos é representado pelo

batimento do saldo em Transações Correntes adicionado do saldo da

Conta Capital e Financeira. Se o resultado for positivo temos um Superávit

no Balanço de Pagamentos, também chamado de excesso de entrada de

divisas estrangeiras. Caso o resultado seja negativo temos um Déficit no

Balanço, representando um excesso de saída de moeda estrangeira. Na

ocorrência de um superávit do BP conclui-se que existirá um aumento das

Reservas Internacionais do país, uma vez que mais entrou moeda estrangeira

do que saiu. No caso contrário, ocorrerá uma diminuição das Reservas

Internacionais.

Importante considerar que todo país apresenta naturalmente dívidas com

o exterior. Trata-se da conhecida dívida externa. Em situações em que

ocorram superávits no balanço de pagamentos, que acaba por aumentar o

nível de reservas internacionais em moeda estrangeira do país, diz-se que este

mesmo país reduziu o seu endividamento externo líquido, que nada mais é do

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que a diferença entre o total de dívida que o país possui com o exterior3 e o

total de reservas internacionais que este mesmo país possui. As dívidas

constituem passivos enquanto as reservas internacionais constituem ativos

para com o exterior.

Nota 6:

Em função dos superávits da Conta Financeira, o resultado do balanço de pagamentos nos

anos de 2010, 2011 e 2012 foi positivo, tendo alcançado os volumes, respectivamente, de

US$ 49,10 bilhões, US$ 58,63 bilhões e US$ 18,90 bilhões.

Cabe destacar que a grande queda do resultado do BP em 2012 decorreu de um conjunto de

fatores. Conforme pode-se perceber com base nas descrições sobre os resultados das contas

já realizado, esta redução decorreu especialmente da redução do superávit da conta

financeira.

3.5 Os “antigos” Capitais Compensatórios

Conforme dissemos, caso o BP seja superavitário ocorrerá uma variação

positiva no volume de reservas internacionais em moeda estrangeira. Já se o

resultado for deficitário, ocorrerá uma variação negativa no volume de

reservas internacionais do país, uma vez que as contas (dívidas) com o

exterior necessitam ser pagas. O fundo responsável por este pagamento é

representado pelo total de aplicações em moeda estrangeira em posse da

União, administradas pelo Banco Central do Brasil. Caso o estoque de reservas

não seja suficiente para fazer frente ao déficit do balanço de pagamentos o

Brasil terá que lançar mão dos chamados Empréstimos de Regularização,

tal como o recebido pelo Brasil para fazer frente crise internacional ocorrida em

1999.

3 Destaca-se que a dívida do país que mencionamos não se refere tão somente à dívida pública externa, mas também a toda dívida

privada contraída por empresas e por pessoas físicas com pessoas e empresas estrangeiras.

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Destaca-se que, segundo a nova metodologia de apuração do BP, os

empréstimos de regularização (FMI) são registrados na Conta Financeira,

mesmo sendo utilizados apenas para fechamento do resultado negativo do

próprio BP.

A interpretação acima narrada parte do pressuposto de que o Balanço de

Pagamentos, assim como um balanço de empresa, deve fechar. Ainda

novamente, se o resultado do Balanço de Pagamentos for deficitário, e não

existir saldo suficiente de Reservas Internacionais, a necessidade de

empréstimos será positiva.

Dessa maneira podemos repetir que um Superávit no BP indica uma

variação positiva das Reservas Internacionais (sobra de dinheiro proveniente

de superávits do balanço). Vale reforçar novamente que os empréstimos de

regularização referem-se às linhas de recursos especiais de organismos

internacionais utilizados para financiar o Déficit do BP, tais como os emprésti-

mos do FMI, do Banco de Compensações Internacionais, etc. A variação das

Reservas Internacionais representa o movimento líquido de entrada e saída de

divisas, como Dólares, Euros, Pesos e Ouro Monetário.

Outro ponto importante de ser considerado refere-se ao denominado

Passivo Externo. Conforme foi verificado, na ocorrência de um déficit nas

transações correntes, deve existir um conseqüente superávit da Conta de

Capital e Financeira com o objetivo de fechamento do BP sem a necessidade

de serem utilizadas as Reservas Internacionais.

Como esse fechamento em equilíbrio se dá apenas em teoria, é comum a

variação das Reservas. Ocorre que, em condições em que as Transações

Correntes apresentem resultado deficitário, haverá a necessidade natural da

ocorrência de resultado superavitário da Conta Capital e Financeira. Esta conta

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demonstra a variação do Passivo Externo do país, sendo que caso esta

necessite ser superavitária, ocorrerá por conseqüência uma variação positiva

do Passivo Externo. Adicionalmente, destaca-se que este Passivo Externo pode

ser mensurado de forma bruta ou líquida. Será Passivo (ou Endividamento)

Externo Bruto quando não forem abatidas do seu resultado o Saldo de

Reservas Internacionais do país. Diferentemente, será considerado Passivo

Externo Líquido quando forem abatidas do saldo do passivo as Reservas

Internacionais.

Por fim, é importante considerar que este Passivo Externo Bruto poderá

se transformar em Ativo Externo Líquido, desde que o saldo de Reservas

Internacionais seja maior do que o próprio Passivo Externo Bruto.

1.6 Definição de Renda Liquida Enviada ao Exterior – RLEE

Ao conceituarmos o Balanço de Pagamentos, verificamos que estes

recursos se subdividem em:

� Rendas dos Fatores de Produção (salários, lucros, dividendos e

juros), que recebem este nome por remunerarem os fatores de

produção empregados no processo produtivo. (Relembre-se que os

lucros são a própria renda da atividade produtiva, os juros são a

remuneração ou renda do capital empregado).

A Renda Liquida Enviada ao Exterior - RLEE é exatamente o

resultado proveniente do total das rendas enviadas ao exterior menos o total

das rendas recebidas do exterior.

RLEE = Renda Enviada ao Exterior – Renda Recebida do Exterior

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Denomina-se RLEE por um simples fato: Como a quantidade de

empresas estrangeiras instaladas no Brasil é muito superior o número de

empresas brasileiras instaladas no exterior, o total de Renda Enviada é maior

que o de Renda Recebida.

Destaque: Entenda bem esse conceito, pois ele será bastante necessário no

estudo das contas nacionais.

1.7 O Resultado das Transações Correntes como (Des) Poupança

Externa

A ocorrência de Déficit ou Superávit no Balanço de Pagamentos em

Transações Correntes tem resultados diretos sobre a Identidade

Macroeconômica já estudada. Considerando que o saldo das Transações

Correntes é responsável pela medição das transações com o exterior, caso

ocorra déficit, ou seja, o país mais compre do que venda bens, serviços e

rendas do exterior, ocorrerá um aumento da Poupança Externa, também

entendida como um Superávit do Setor Externo. Diferentemente, caso o

país mais venda bens e serviços do que compre, teremos um Déficit do Setor

Externo, também chamado de Despoupança Externa.

Pode-se traduzir o resultado da poupança ou despoupança externa por

meio das equações abaixo, em que “X” representa o somatório, em dinheiro,

de bens (exportações) e serviços não fatores; “RRE” são as rendas recebidas

do exterior e “TUrec” as transferências unilaterais de entrada. De forma

contrária, “M” representa o total de bens e serviços não fatores; “REE” são as

rendas enviadas ao exterior e “TUenv” as transferências unilaterais enviadas

ao exterior. Dessa forma temos:

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� Se (X + RRE + TUrec – M – REE - TUenv) > 0, teremos

Superávit com o exterior, também chamado de Despoupança

Externa ou mesmo de Superávit em Transações Correntes; e

� Se (X + RRE + TUrec – M – REE - TUenv) < 0, teremos Déficit

com o exterior, chamada de Poupança Externa ou mesmo Déficit

em Transações Correntes.

Vale mencionar que em questões de concursos o examinador utiliza o

conceito da poupança externa e suas derivações em diversas formas. Vejamos

algumas características:

• Quando o examinador falar em “Exportações de bens e

serviços não fatores”, ele está fazendo a soma de

todas as Exportações de bens e de serviços não fatores

de produção, ou seja, serviços que não sejam rendas

provenientes dos fatores de produção. Na verdade o

examinador está apartando as Rendas Recebidas do

Exterior, que representam a remuneração dos fatores

de produção presentes no exterior;

• Quando o examinador falar de “Importações de bens e

serviços não fatores” ele está fazendo a soma de todas

as Importações de bens e de serviços não fatores, ou

seja, de serviços que também não sejam rendas

provenientes dos fatores de produção. Na verdade, o

examinador está apartando as Rendas Enviadas ao

Exterior.

Vamos agora a mais uma questão antiga, mas bastante útil e que aborda

a metodologia descrita acima:

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(APO/MPOG – ESAF/2003) Considere os seguintes dados para uma

economia hipotética: exportações de bens e serviços não-fatores =

100; importações de bens e serviços não fatores = 50; déficit no

balanço de pagamentos em transações correntes = 10. Com base nas

identidades macroeconômicas básicas para uma economia aberta e

com governo, podemos afirmar que essa economia apresentou:

a) renda líquida enviada ao exterior igual a 60.

b) renda líquida recebida do exterior igual a 60.

c) renda líquida enviada ao exterior igual a 40.

d) renda líquida recebida do exterior igual a 40.

e) renda líquida enviada ao exterior igual a 50.

Perceba que desde o início o examinador já fala em exportações de bens

e serviços não-fatores, ou seja, se são não-fatores, deve-se excluir todo o

tipo de renda proveniente dos fatores de produção. Segunda coisa, o

examinador fala em exportações de bens e serviços, incluindo não só o

balanço comercial, mas também o balanço de serviços.

Feita estas considerações passemos a calcular o resultado.

A questão fala do balanço de pagamentos em transações correntes, que

é composto pelo balanço comercial, pelo balanço de serviços e rendas e pelas

transferências unilaterais. Dessa forma, tem-se:

• balanço de transações correntes é deficitário em 10;

• exportações de bens e serviços não-fatores = 100;

• importações de bens e serviços não fatores = 50

• transferências unilaterais (não se fala, logo consideramos = 0)

Lembrando que fórmula do balanço de transações correntes =

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(X – M) – RLEE + TU

-10 = (100 – 50) – RLEE + 0

- RLEE = - 60

RLEE = 60

Como a Renda é LIQUIDA enviada ao exterior, concluímos que está ocorrendo

maior saída de renda proveniente dos fatores de produção do que entrada.

Gabarito: letra “a”.

Obs.: Vale lembrar que caso exista valor para as transferências unilaterais,

deve-se aplicar o sinal de acordo com o seu resultado.

Para fins de entendimento e consolidação, será mantida a expressão do

saldo do balanço de Pagamentos em Transações Correntes na forma já

expressa, ou seja, TC = (M – X), não esquecendo de aplicar, é claro, a fórmula

pertinente para cada tipo de questão!

Para fixação, tem-se mais uma simples questão a respeito do Balanço de

Pagamentos:

(ECONOMISTA/EMATER – FUNDATEC/2008) Observando-se o saldo da

conta de transações correntes do balanço de pagamento de um país

podemos observar que o país está incorrendo em déficit em relação ao

resto do mundo. Tal déficit poderá resultar, em um determinado ano,

de:

I – Poupança externa nula.

II – Pagamento de juros da dívida externa superior ao superávit

comercial.

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III – Importações maiores que as exportações, estando o restante da

conta corrente em equilíbrio.

Marque:

a) se apenas a I estiver correta.

b) se apenas a II estiverem corretas.

c) se apenas a I e a II estiverem corretas.

d) se apenas a II, a III estiverem corretas.

e) se a I, a II, a III estiverem corretas.

Comentários:

Conforme descrito na análise do resultado do balanço de pagamentos em

transações correntes, toda vez que ocorrer um déficit nesta conta, gera-se, por

conseqüência, uma poupança externa positiva. Sendo assim pode-se

concluir que a alternativa “I” está incorreta.

Analisando a alternativa “II”, verifica-se que quando o pagamento de juros ao

exterior é superior ao superávit comercial, existe um grande indicativo de que

ocorrerá um déficit das transações correntes e uma conseqüente geração de

poupança externa, já que as transferências unilaterais, mesmo sendo

superavitária com o exterior, não será superior ao resultado negativo

proveniente do pagamento de juros da dívida externa. De acordo com este

entendimento conclui-se que a assertiva “II” está correta.

Quando os demais itens das transações correntes (balanço de serviços, de

rendas e transferências unilaterais) estão em equilíbrio, na ocorrência das

importações maiores do que as exportações, o resultado será um déficit nas

transações correntes. Com essa conclusão pode-se então afirmar que a

assertiva “III” também está correta.

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Gabarito: letra “d”.

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Questões Propostas:

1 - (APO/MPOG – ESAF/2010 – com alterações) Quanto ao balanço de

pagamentos de um país, sabe-se que:

a) o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança comercial

com o balanço de serviços e rendas e as transferências unilaterais correntes,

salvo erros e omissões.

b) o saldo do balanço de pagamentos, se positivo (superávit), implica redução

em igual medida do endividamento externo líquido, no período.

c) o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança comercial

com a conta de serviços e rendas, salvo erros e omissões.

d) a conta Capital e Financeira iguala (com sinal trocado) o saldo total do

balanço de pagamentos.

e) a conta Capital e Financeira iguala (com o sinal trocado) o saldo de

transações correntes, salvo erros e omissões.

2 - (APO/MPOG – ESAF/2003) Considere os seguintes dados para uma

economia hipotética: exportações de bens e serviços não-fatores =

100; importações de bens e serviços não fatores = 50; déficit no

balanço de pagamentos em transações correntes = 10. Com base nas

identidades macroeconômicas básicas para uma economia aberta e

com governo, podemos afirmar que essa economia apresentou:

a) renda líquida enviada ao exterior igual a 60.

b) renda líquida recebida do exterior igual a 60.

c) renda líquida enviada ao exterior igual a 40.

d) renda líquida recebida do exterior igual a 40.

e) renda líquida enviada ao exterior igual a 50.

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3 - (ECONOMISTA/SFE – CESGRANRIO/2008) Um país recebe

poupança externa quando

a) acumula reservas de divisas internacionais.

b) apresenta um déficit em conta corrente no seu balanço de pagamentos.

c) exporta mais do que importa (balanço comercial superavitário).

d) a entrada líquida de capital do exterior é positiva.

e) o investimento direto do exterior é vultoso.

4 – (ADMINISTRADOR/BNDES – CESGRANRIO/2009) O fato de um

país ter um déficit na conta-corrente de seu balanço de pagamentos

significa que

(A) está havendo perda de reservas internacionais.

(B) seu balanço comercial é deficitário.

(C) a conta de capital do seu balanço de pagamentos é superavitária.

(D) a poupança externa que está entrando no país é positiva.

(E) a renda líquida enviada ao exterior é positiva.

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Gabarito Comentado:

1 - (APO/MPOG – ESAF/2010 – com alterações) Quanto ao balanço de

pagamentos de um país, sabe-se que:

a) o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança comercial

com o balanço de serviços e rendas e as transferências unilaterais correntes,

salvo erros e omissões.

b) o saldo do balanço de pagamentos, se positivo (superávit), implica redução

em igual medida do endividamento externo líquido, no período.

c) o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança comercial

com a conta de serviços e rendas, salvo erros e omissões.

d) a conta Capital e Financeira iguala (com sinal trocado) o saldo total do

balanço de pagamentos.

e) a conta Capital e Financeira iguala (com o sinal trocado) o saldo de

transações correntes, salvo erros e omissões.

Comentários:

a - o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança

comercial com o balanço de serviços e rendas, das transferências

unilaterais correntes e da conta financeira e de capital, salvo erros e

omissões. INCORRETA

b – Conforme verificamos nos itens 1.4 e 1.5, caso ocorra um superávit do

balanço de pagamentos, ocorrerá por consequência um aumento das reservas

internacionais do país e, consequentemente, uma redução do endividamento

externo líquido, derivado do batimento entre o endividamento externo bruto e

as reservas internacionais. CORRETA

c – resposta dada pela assertiva “a”. INCORRETA

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d – O resultado do balanço de pagamentos, derivado da soma das

transações correntes e da conta Capital e Financeira iguala a variação das

reservas internacionais. INCORRETA.

e - resposta dada pela assertiva “d”. INCORRETA

Gabarito: letra “b”.

2 - (APO/MPOG – ESAF/2003) Considere os seguintes dados para uma

economia hipotética: exportações de bens e serviços não-fatores =

100; importações de bens e serviços não fatores = 50; déficit no

balanço de pagamentos em transações correntes = 10. Com base nas

identidades macroeconômicas básicas para uma economia aberta e

com governo, podemos afirmar que essa economia apresentou:

a) renda líquida enviada ao exterior igual a 60.

b) renda líquida recebida do exterior igual a 60.

c) renda líquida enviada ao exterior igual a 40.

d) renda líquida recebida do exterior igual a 40.

e) renda líquida enviada ao exterior igual a 50.

Comentários:

Perceba que desde o início o examinador já fala em exportações de bens e

serviços não-fatores, ou seja, se são não-fatores devemos excluir todo o

tipo de renda proveniente dos fatores de produção. Segunda coisa, o

examinador fala em exportações de bens e serviços, incluindo não só o

balanço comercial, mas também o balanço de serviços.

Feita estas considerações já podemos calcular o resultado.

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A questão fala do balanço de pagamentos em transações correntes, que

é composto pelo balanço comercial, mais o balanço de serviços e rendas, mais

transferências unilaterais. Assim, montemos o entendimento:

-o balanço de transações correntes é deficitário em 10;

-exportações de bens e serviços não-fatores = 100;

-importações de bens e serviços não fatores = 50

-transferências unilaterais (não se fala, logo consideramos = 0)

Formula do balanço de transações correntes = (X – M) – RLEE + TU

-10 = (100 – 50) – RLEE + 0

- RLEE = - 60

RLEE = 60

Como a Renda é LIQUIDA enviada ao exterior, concluímos que está

ocorrendo maior saída de renda proveniente dos fatores de produção do

que entrada.

Gabarito: letra “a”.

Obs.: Vale lembrar que caso tenhamos valor para as transferências unilaterais,

devemos aplicar o sinal de acordo com o seu resultado.

Para fins de aplicação neste material manteremos o saldo do balanço de

Pagamentos em Transações Correntes na forma já expressa, ou seja, TC = (M

– X), não esquecendo de aplicar, é claro, a fórmula pertinente para cada tipo

de questão!

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3 - (ECONOMISTA/SFE – CESGRANRIO/2008) Um país recebe

poupança externa quando

a) acumula reservas de divisas internacionais.

b) apresenta um déficit em conta corrente no seu balanço de pagamentos.

c) exporta mais do que importa (balanço comercial superavitário).

d) a entrada líquida de capital do exterior é positiva.

e) o investimento direto do exterior é vultoso.

Comentários:

Conforme já batido e que DEVE ser fixado. O DÉFICIT DAS TRANSAÇÕES

CORRENTES corresponde à POUPANÇA EXTERNA.

Gabarito: letra “b”.

4 – (ADMINISTRADOR/BNDES – CESGRANRIO/2009) O fato de um

país ter um déficit na conta-corrente de seu balanço de pagamentos

significa que

(A) está havendo perda de reservas internacionais.

(B) seu balanço comercial é deficitário.

(C) a conta de capital do seu balanço de pagamentos é superavitária.

(D) a poupança externa que está entrando no país é positiva.

(E) a renda líquida enviada ao exterior é positiva.

Comentários:

Conforme bastante debatido na aula, um resultado deficitário no balanço de

transações correntes do Brasil tem o significado de geração de poupança

externa, ou seja, o exterior mais recebeu recursos do país (juros, lucros, etc.)

do que envio recursos para o país.

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Gabarito: letra “d”.