aula urinalise 2015
TRANSCRIPT
21/07/2015
1
UNIVERSIDADE DA REGIÃO DA CAMPANHA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DISCIPLINA DE LABORATÓRIO CLÍNICO
SISTEMA URINÁRIO
E
URINÁLISE
Profª Regina P. Reiniger
RIM
Fonte: Junqueira e Carneiro, 2004
FUNÇÕES DA URINA
Eliminação de substâncias produzidas pela catabolismo
corporal.
Ex. ureía, creatinina, pigmentos biliares e os uratos.
Eliminar excesso de substâncias – íons Na, K, Cl, H
Eliminação de medicamentos e drogas ingeridas
Perda de metabólitos orgânicos
Manutenção da homeostasia normal do plasma
21/07/2015
2
Histofisiologia renal
Filtração, formação urina primária
Densidade- 1008-1012
Absorção 65% água, vitaminas, Glicose
Mecanismo de contra corrente
Absorção 15% água, e NaCl
Ação HAD e Aldosterona
Absorção 10% água e NaCl, excreção de K
Ação HAD a absorção + 9% água
Glomérulo
Alça de Henle
Fonte: Junqueira e Carneiro, 2004 ±1025
INDICAÇÕES PARA O EXAME DE URINA
Solicitar o exame de urina quando:
Sinais clínicos de doença renal ou vias urinárias, tais como:
dor local,
dificuldade de urinar ou
irregularidades na freqüência de micções
e/ou na quantidade de urina eliminada, principalmente
se associadas a um aumento da ingestão de água
INDICAÇÕES PARA O EXAME DE URINA
Suspeita de doença generalizada,
Como exame de triagem nos internamentos,
principalmente cirúrgicos
Quando houver interesse em complementar o
diagnóstico,
Acompanhar o quadro clínico e estabelecer um
prognóstico
MÉTODOS DE COLETA
-As amostras de urina podem ser obtidas:
-cateterização via uretral direto ao
recipiente, ou através de seringa.
- cistocentese inserção de agulha direto
na bexiga e aspira-se o conteúdo via seringa.
- micção natural ou espontânea.
OBS: mínimo – 10 ml.
Problemas da micção espontânea: Recipientes para as Amostras
-Frascos limpos e a prova de vazamento
-Ser identificado: paciente, horário da coleta.
-Frasco transparente
-Não adicionar conservantes
à amostra.
-Análise imediata a coleta.
-Demora de mais de 30’ a
amostra deve ser refrigerada
21/07/2015
3
URINÁLISE
Composto por:
Exame Físico
Exame Químico
Exame do Sedimento
EXAME FÍSICO
. VOLUME
-POLIÚRIA terapia diurética, aumento ingestão de
líquidos, nefrite crônica, diabetes, piômetra...
- OLIGÚRIA diminuição do volume ingerido, exercícios,
diminuição da pressão sanguinea,
nefrite aguda, febre, vômitos e diarréia...
-ANÚRIA diminuição da circulação periférica,
cardiopatias e colapso
EXAME FÍSICO
. COR
- INCOLOR A AMARELO PÁLIDO
- AMARELO ESCURO A ÂMBAR
- AMARELO ÂMBAR OU MARRON
- AMARELO ESVERDEADO
EXAME FÍSICO
. ASPECTO
- LÍMPIDO OU TRANSPARENTE
- TURVO
- FLOCULENTO
- LEITOSO
EXAME FÍSICO
. ODOR
- NORMAL
- PÚTRIDO
- AMONIACAL
- ACETONA
21/07/2015
4
DENSIDADE – avalia o funcionamento renal.
EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO
. DENSIDADE
- AUMENTADA – desidratação, diabetes mellitus,
nefrite aguda, cistite
- DIMINUIDA – diabetes insipidus, ingestão
excessiva de líquidos, uremia, nefrite crônica
EXAME QUÍMICO
EXAME QUÍMICO
-pH – concentração de Hidrogênio
Dieta vegetal – urina alcalina ( bicarbonato de Ca)
Dieta rica em proteínas e cereais – ácida
Fosfatos ácidos de Na e Ca
EXAME QUÍMICO
- Urina Alcalina
. Demora da urianálise
. Cistite – estafilococus e proteus
. Retenção urinária vesical
-Urina Ácida
. Alimentação rica em proteínas
. Febre, jejum, diabetes mellitus
EXAME QUÍMICO
-PROTEÍNAS = PROTEINÚRIA
. Fisiológica – exercícios musculares, convulsões, ingestão
excessiva de proteínas, função renal alterada.
. Patológica
a. Enfermidades renais
b. Enfermidades pós-renais
21/07/2015
5
EXAME QUÍMICO
-ACETONA = ACETONÚRIA
. Acidose, jejum, hepatopatias, febre em jovens,
. Diabetes mellitus (pequenos animais),
. Cetose – vacas – desequilíbrio alimentar
ovelhas – hipoglicemia (prenhez)
EXAME QUÍMICO
-GLICOSE = GLICOSÚRIA substância de Umbral
Associado a hiperglicemia:
. Diabetes mellitus
. Tratamento parenteral com glicose
. Hiperadrenocorticismo
. Ingestão excessiva de açúcares
EXAME QUÍMICO
-Glicosúria não associada a Hiperglicemia:
. Nefropatias
. Nefropatias com lesão no T.C.Proximal
Diabetes Mellitus
. GLICOSÚRIA . DENSIDADE AUMENTADA
. CETONÚRIA . POLIÚRIA
. HIPONATREMIA O alto nível de glicose sanguínea na diabetes produz glicose na urina e faz o
paciente urinar frequentemente pelo efeito osmótico nos rins
Diabetes Mellitus
. GLICOSÚRIA
. DENSIDADE AUMENTADA
. CETONÚRIA
. POLIÚRIA
. HIPONATREMIA
A falta ou resistência à insulina age sobre muitos órgãos, produzindo uma variedade de efeitos
EXAME QUÍMICO
-SANGUE (OCULTO)
. Hematúria nefrite, nefrose, congestão passiva,
neoplasias, urolitíase, uretrite, cistite
. Hemoglobinúria babesiose, leptospirose, AIE
21/07/2015
6
EXAME QUÍMICO
-UROBILINOGÊNIO
. É um cromógeno formado nos intestinos por ação
bacteriana redutora de bilirrubina.
Excretado nas fezes
Circulação portal fígado Bile
Excretado (2%) pelos rins
.Diminuição – obstrução das vias biliares
- distúrbios intestinais e nefrite
. Aumento – hepatite por incapacidade ou remoção
- cirrose hepática
- icterícia hemolítica
-UROBILINOGÊNIO
EXAME QUÍMICO
-BILIRRUBINA
. Aumento – hepatopatias – hepatite infecciosa canina
- leptospirose
- neoplasias
- Obstrução das vias biliares
-INDICAN
. Formado e absorvido – intestino
. Eliminado – Rins
. Constitui o produto final do metabolismo
EXAME SEDIMENTO
TÉCNICA
. Colocar 5 a 10 mL da amostra de urina em tubo cônico.
. Centrifugar por 5 a 10 min (1000 a 1500 rpm).
. Desprezar o sobrenadante, deixando apenas 0,5 mL no tubo.
. Ressuspender o sedimento.
. Depositar duas gotas do sedimento em uma lâmina
(separadamente).
. Colocar, em seguida, uma lamínula sobre a primeira
gota para observação do sedimento a fresco não-corado.
. Depositar uma gota do corante urinário
(STERNHEIMER-MALBIN) sobre a outra gota do sedimento,
homogeneizar e cobrir com lamínula para observação do
sedimento urinário corado.
. A observação do sedimento é realizada ao
microscópio, com baixa intensidade de luz, utilizando
primeiramente um menor aumento (100x) e depois a um
maior aumento (400x).
EXAME SEDIMENTO
. ORGANIZADO . NÃO ORGANIZADO
-Células epitelias - Cristais
-Hemácias
-Leucócitos
-Cilindros
-Espermatozóides
-Muco
-Bactérias
21/07/2015
7
No exame de sedimento são observados:
- células de descamação
(renais, pelve, vesicais, uretrais e vaginais),
- hemácias, leucócitos,
- cilindros (hialinos, leucocitários e granulosos),
- cristais, bactérias, muco e espermatozóides.
Os cristais e cilindros são identificados e quantificados por
campo de menor aumento (100x).
A quantificação das células de descamação é feita por
números por campo de maior aumento (400x) e o restante por
cruzes (+,++,+++) por campo (400x).
EXAME SEDIMENTO
. ORGANIZADO
-Células epiteliais presença discreta
-Hemácias normal – 1 a 4 média p.c
-Leucócitos normal – 1 a 4 x p.c.
-Cilindros normal - ausente
-Espermatozóides
-Muco
-Bactérias
Leucócitos – cão – x40
Hemácias – cão – x40
Célula epitelial de descamação – x40
21/07/2015
8
Cilindro Céreo – x40
Espermatozóides
Bactérias
EXAME SEDIMENTO
. NÃO ORGANIZADO CRISTAIS
Cristais amorfos – x40
Carbonato de cálcio Fosfato Triplo
Urato de amônio
21/07/2015
9
Cilindros /campo de (100x)
Hialinos 0 a 2 0 a 2
Granulosos 0 a 1 0 a 1
Celulares 0 0
Céreos 0 0
Leucócitos /campo (400x)
Micção natural < 10 < 10
Cateterização < 5 < 5
Cistocentese < 3 < 3
Eritrócitos /campo de (400x)
Micção natural < 10 < 10
Cateterização < 5 < 5
Cistocentese < 3 < 3
Células epiteliais
Tipo Escamosa de transição Escamosa de transição
Agrupadas Não Não
Tamanho Variável Variável
Cristais
Tipo Variável Variável
Número (0, 1+, 2+, 3+) Variável Variável
Bactérias
Tipo (cocos, bastonetes) Nenhum Nenhum
Número (0, 1+, 2+, 3+) Nenhum Nenhum
Caninos Felinos
pH densidade Proteínas cilindros leucócitos hemácias diagnóstico
6 - 6,5 aum/ norm + / ++ pres.aum pres.aum raras nefrite aguda *
5 - 6,5 Diminuida /
1012-1020
+ / ++ pres.aum pres. Aum raras nefrite crônica*
6 - 6,5 aum ou
dim
3+/ 4+ pres.aum pres. Aum variáveis glomerulonefrite **
8,0 Dim/1006-
1012
+ / ++ Ausentes pres.aum aumentada pielonefrite bovinos**
alcalino aum(> 1025) - / + / ++ Ausentes pres. Aum aum/bact. Cistite *
alcalino aum/normal - / + ausentes pres. aum aum/cristais cálculo +
ESQUEMA LABORATORIAL PROPOSTO PARA DIAGNÓSTICO
DE ALGUMAS DOENÇAS DO SISTEMA URINÁRIO COMUNS EM
VETERINÁRIA
Teremos processo inflamatório renal
. Proteinúria
. Cilindrúria TRÍADE
. Leucocitúria
Proteinúria pequena casos crônicos
Proteinúria de grande magnitude, sem significativa hematúria e leucocitúria -
Glomerulonefrite
Proteinúria sem cilindros origem pós renal
Densidade aumentada fase aguda das nefrites
Densidade diminuída processos renais crônicos
EXERCÍCIOS!!!!
1. Amostra de urina, coletada com cateter, de um cão macho de 6 anos de idade.
Ex.Físico Ex.Químico Ex.Sedimento
Volume: 20 ml . Proteínas: ++ . Cilindros: xpc 3 a 4 granulo.
Aspecto: turvo . S. Oculto: + . Cél. Epi.: 1 a 2 x pc
Reação: ácida . Bilirrubina: ausente . Leucócitos: x pc 5 a 10
Cor: amarela C.Cetônicos: ausen. . Hemácias: x pc 10 a 15
pH: 5,5 . Glicose: ausente . Bactérias: Pres. moderada
Densidade: 1.039 . Cristais: oxalato de cálcio
2. Amostra de urina recebida de um cão não cateterizado
Ex.Físico Ex.Químico Ex.Sedimento
Volume: 40 ml . Proteínas: + . Cilindros: xpc 1 a 2 hialinos
Aspecto: limpido . S. Oculto: ausente . Cél. Epi.: Ocasionais
Reação: ácida . Bilirrubina: ausente . Leucócitos: x pc 4 a 6
Cor: amarela C.Cetônicos: ausen. . Hemácias: x pc 1 a 4
pH: 6,0 . Glicose: ausente . Bactérias: Pres. raras
Densidade:1.012 . Cristais: ausentes
3. Amostra de urina recebida de um cão cateterizado
Ex.Físico Ex.Químico Ex.Sedimento
Volume: 15 ml . Proteínas: +++ . Cilindros: ocasionais hial.
Aspecto: turvo . S. Oculto: ausente . Cél. Epi.: Ocasionais
Reação: ácida . Bilirrubina: ausente . Leucócitos: x pc 6 a 8
Cor: amarela . C.Cetônicos: ausen. . Hemácias: x pc 0 a 4
pH: 5,5 . Glicose: ausente . Bactérias: Pres. raras
Densidade: 1.022 . Cristais: ausentes
4. Amostra de urina, coletada com cateter, de um cão encaminhado ao consultório.
Ex.Físico Ex.Químico Ex.Sedimento
Volume: 30 ml . Proteínas: ++ . Cilindros: ausentes
Aspecto: turvo . S. Oculto: +++ . Cél. Epi.: Ocasionais
Reação: alcalina . Bilirrubina: ausente . Leucócitos: + de 50 pc
Cor: amarela . C.Cetônicos: ausen. . Hemácias: x pc 20 a 30
pH: 8,5 . Glicose: ausente . Bactérias: muitos cocos
Densidade:1.026 . Cristais: fosfatos amorfos
21/07/2015
10
5. Amostra de urina de um cão obtida por caterização.
Ex.Físico Ex.Químico Ex.Sedimento
Volume: 45 ml . Proteínas: aus. . Cilindros: ausentes
Aspecto: turvo . S. Oculto: aus. . Cél. Epi.: Ocasionais
Reação: alcalina . Bilirrubina: ausente . Leucócitos: ausentes
Cor: amarela . C.Cetônicos: ausen. . Hemácias: ausentes
pH: 8,0 . Glicose: ausente . Bactérias: raros cocos
Densidade:1.025 . Cristais: fosfatos amorfos
6. Amostra de urina de cão encaminhada ao laboratório e coletada por cistocentese.
Ex.Físico Ex.Químico Ex.Sedimento
Volume: 30 ml . Proteínas: - . Cilindros: ausentes
Aspecto: turvo . S. Oculto: aus. . Cél. Epi.: Ocasionais
Reação: neutro . Bilirrubina: ++ . Leucócitos: ausentes
Cor: amarelacarregado . C.Cetônicos: ausen. . Hemácias: ausentes
pH: 7,0 . Glicose: ausente . Bactérias: ausentes
Densidade: 1.040
Hora do Rango!!!!!