aula foucalt e bourdieu

5
Sociologia – 2ª parte 17/10/2011 Gênero e Sexualidade Michel Foucault- Francês , pensador , filosofo , que bebeu nas veias de Marx. Era ativista politico. Dialogo com Burdie, Satre, ESTRUTURALISTA . Começa discutindo em alguns textos entre corpo e sexo (no sentido da anatomia). “Cada sexo tem o seu corpo” sexo <=> corpo O sexo é o que determina as características que serão projetadas desse corpo? Mulher – desvalorização Quando pensamos em corpo e sexo, fazendo o recorte da MATÉRIA, não da prática cultural. O corpo da mulher mais frágil, desvalorizada perto do corpo do homem. Corpo e sexo indissociável. Aparelho reprodutivo da mulher e o seu sexo estão ligados. Podemos sair e pensar: que corpo é esse atravessado por um sexo? Que sexo é esse que é capaz de engendrar, fornecer, fomentar definições e características, do tipo a mulher é frágil, sensível, o homem é racional, etc. O corpo é realmente essa estrutura que explica-se por si só? Transexual => sente que aquele não é o corpo ? O sexo é só um detalhe anatômico? Ele é capaz de definir o indivíduo no mundo? Seria determinante? Se perguntarmos prum transexual, talvez o órgão seja talvez só um detalhe que ele queira tirar. O sexo e a sexualidade é um constructo social, e que não é uma delimitação incontornável, de forma inexorável, que determina como sera a existência do indivíduo do mundo. Transexual, como ele se enxerga? Será que ele se enxerga exatamente como uma mulher? Ou como uma forma múltipla? Sera a mulher como a mulher que conhecemos? Será que a morfologia tem que ser homem , mulher, isso deve determinar d forma dominante a nossa existência? Cartonista LAERTE, que se veste de mulher mas não tem comportamento feminino, não se porta como uma mulher, não se identifica como tal, é casado, não tem trejeitos de um homossexual, tem uma personalidade ou sexualidade que vai para além dessa determinação tanto fisiológica, biológica quanto cultural. PARA CASA: PROCURAR NO YOUTUBE ALGUMA ENTREVISTA DO LAERTE. A microfísica do poder; até o sex XVII o que era protegido era o corpo do rei, com ameaças de guerra, com um curandeiro abençoar o corpo do rei para proteger a nação. A partir do sex XVIII XIX protege-se o corpo social. Duas perspectivas: poder e corpo. Poder: difundido na sociedade, como se fosse algo que esta tao espalhado que é emanente a cada ser humano, faz parte da própria constituição do ser, difundido, espalhado. E ele gera o corpo social. (pensamos em consenso, mas não da forma como conhecemos.) O poder gera o corpo social, mas não necessariamente ele precisa ser coeso, ter consenso, existem as lutas dentro deste corpo social. Weber leva o poder num sentido diferente de dominação. Maas Foucault aproxima seu poder de uma dominação (weberiana) A partir do séc XVII inicia um poder de controle sobre o corpo e uma vigilância a sexualidade. Controle da sexualidade, pensamos na repressão, constrangimento ao se falar sobre isso, não se fala sobre isso.

Upload: gabriela-velloso

Post on 29-Jan-2018

228 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Aula Foucalt e Bourdieu

Sociologia – 2ª parte 17/10/2011

Gênero e Sexualidade

–Michel Foucault-Francês , pensador , filosofo , que bebeu nas veias de Marx. Era ativista politico. Dialogo com Burdie, Satre, ESTRUTURALISTA .Começa discutindo em alguns textos entre corpo e sexo (no sentido da anatomia).“Cada sexo tem o seu corpo”sexo <=> corpoO sexo é o que determina as características que serão projetadas desse corpo? Mulher – desvalorizaçãoQuando pensamos em corpo e sexo, fazendo o recorte da MATÉRIA, não da prática cultural. O corpo da mulher mais frágil, desvalorizada perto do corpo do homem.Corpo e sexo indissociável. Aparelho reprodutivo da mulher e o seu sexo estão ligados.

Podemos sair e pensar: que corpo é esse atravessado por um sexo? Que sexo é esse que é capaz de engendrar, fornecer, fomentar definições e características, do tipo a mulher é frágil, sensível, o homem é racional, etc.O corpo é realmente essa estrutura que explica-se por si só? Transexual => sente que aquele não é o corpo ?O sexo é só um detalhe anatômico? Ele é capaz de definir o indivíduo no mundo? Seria determinante? Se perguntarmos prum transexual, talvez o órgão seja talvez só um detalhe que ele queira tirar.O sexo e a sexualidade é um constructo social, e que não é uma delimitação incontornável, de forma inexorável, que determina como sera a existência do indivíduo do mundo.Transexual, como ele se enxerga? Será que ele se enxerga exatamente como uma mulher? Ou como uma forma múltipla? Sera a mulher como a mulher que conhecemos? Será que a morfologia tem que ser homem , mulher, isso deve determinar d forma dominante a nossa existência?

Cartonista LAERTE, que se veste de mulher mas não tem comportamento feminino, não se porta como uma mulher, não se identifica como tal, é casado, não tem trejeitos de um homossexual, tem uma personalidade ou sexualidade que vai para além dessa determinação tanto fisiológica, biológica quanto cultural.

PARA CASA: PROCURAR NO YOUTUBE ALGUMA ENTREVISTA DO LAERTE.

A microfísica do poder; até o sex XVII o que era protegido era o corpo do rei, com ameaças de guerra, com um curandeiro abençoar o corpo do rei para proteger a nação.A partir do sex XVIII XIX protege-se o corpo social. Duas perspectivas: poder e corpo.Poder: difundido na sociedade, como se fosse algo que esta tao espalhado que é emanente a cada ser humano, faz parte da própria constituição do ser, difundido, espalhado. E ele gera o corpo social. (pensamos em consenso, mas não da forma como conhecemos.) O poder gera o corpo social, mas não necessariamente ele precisa ser coeso, ter consenso, existem as lutas dentro deste corpo social.Weber leva o poder num sentido diferente de dominação. Maas Foucault aproxima seu poder de uma dominação (weberiana)A partir do séc XVII inicia um poder de controle sobre o corpo e uma vigilância a sexualidade.

Controle da sexualidade, pensamos na repressão, constrangimento ao se falar sobre isso, não se fala sobre isso.

Page 2: Aula Foucalt e Bourdieu

Poder sobre a sexualidade que passa a ser como um controle, mas como estimulação. Nunca se falou tanto sobre a sexualidade quanto naquele momento, mas falar sobre isso não quer dizer que está tudo controlado. É uma forma de controle. É saber o que acontece e , a partir dai, controlar , determinar o que é normal, o que deve ser tratado no psiquiatra, oq deve ser controlado na família, na escola. Esse controle repressão é na verdade um controle estimulação.O fucol vai dizer que nada é mais material físico do que o controle do poder sobre o corpo, o corpo esta continuadamente a esta normalização, a investida do poder.O nosso corpo esta impregnado por este controle, este poder. Vai disciplinar, regular, normalizar tudo que diz respeito ao corpo.Se ele não existisse, o corpo não passaria de uma massa bruta. Como se o poder desse forma ao corpo, se não o existisse o corpo seria algo bruto.Confissão: os sujeitos eram estimulados a falar sobre sexo (em consultórios, católica, na escola)Se a regulação e o entendimento do seu corpo não se da pelos pressupostos daquilo que é considerado normal, você é tido como herege.Todo prazer não ordenado esta suscetível a este efeito de psiquiatrizacao, ele pode ser sujeito , candidato a ser incorporado numa ordem de disciplinarização.Isto tudo é uma luta pela capacidade de nomear o real. O controle não precisa ser necessariamente repressivo, nem indulgente (permissivo), pode se dar por outras esferas, ele é sutil. Fucou concebe a sexualidade como dispositivo histórico. O que prevaleceu nessa trama da historia foram esses jogos normativos.A historia é feita de caminhos, interrupções, não é linear, é cheia de percalços O que está fora do estabelecido é aberração, portador do perigo.Começa a falar da sexualidade periférica, no sentido daquilo que não é normal.Sodomia = prática que leva a ideia de promiscuidade. Sexo anal.A sexualidade não foi bruscamente reprimida interrompida. O capitalismo lucra com a sexualidade.

Essas praticas de confissão, que estão nas instituições, tudo isso é peça e elemento fundamental para o controle sobre o indivíduo. Que se controla através do saber. Por isso a instituição dessas confissões. Os desdobramentos desses discursos, desse saber, que é o controle. Nunca se puniu essas perversões menores. Tarado como doença mental.O que esta em disputa entre os pais e os filhos é o CORPO. No sentido da virgindade da menina, etc. O corpo pertence aos pais, à família. A forma de se conhecer a sexualidade é diferente no Oriente e no Ocidente. A ciência sexual se da mais por uma concepção acadêmica (medicina, insituicoes jurídicas etc) e no Oriente é a partir do ato sexual, do conhecimento do corpo que se reverbera em um conhecimento diferente.Utilizam-se tantos instrumentos pedagógicos quanto os tratamentos médicos.Poder e prazer não se anulam nem se voltam um contra o outro. Se entrelaçam nesses organismos complexos na sociedade e assim se manifestam. É uma luta que se retroalimenta.

Poder é uma trama estendida a toda a sociedade, no sentido de que está entrelaçado , não tem como escapar.

Gênero e Sexualidade = relação com a historicidade, por isso algumas criticas com relação a definições quanto a gênero e sexualidade.

Poder & Prazer: esta relacionado a questão de controle e repressão O poder que se exerce sobre a sexualidade não visa reprimir este poder, pelo contrario, ele quer ele ele apareça como forma de controle.

Todo diferente do “heterossexual”, o normal, é transformado pelo poder, norma, em um bode

Page 3: Aula Foucalt e Bourdieu

expiatório. Como os homossexuais tem se reafirmado cada vez mais, mas , ao mesmo tempo, são objetos de extrema violência.

19/10/2011

O conceito de gênero foi construído sobre bases politicas.Representações sociais binárias (feminino ~ masculino / homem ~mulher)

Ainda hoje há prescrições de como deve ser a mulher, o feminino, etc.

Identidade dilacera o corpo.

Os comportamentos ligados a sexualidade são históricos e por isso mutavies, dinâmicos, relacionados ao espaço tempo que ocorrem.No sistema heterossexual existe uma dupla moral, a moral que oprime o feminino (esses limites não são determinados) e uma outra moral relacionada ao masculino.A mulher está mais sujeita a desonra social. Existe uma permissão maior, compreensão maior em relação ao homem.

Histórico do feminismo vem do séc XIX .

Se esta subordinação da mulher frente o homem não é natural, como chegamos nela, como ela se mantem?

GENERO (conceito mais morder no): um conjunto de arranjos através dos quais a matéria prima biológica do sexo humano e da procriação é modelada pela intervenção social humana.

O gênero não se constitui de forma similar em contextos históricos diferentes.

24/10/2011

BourdieuInfluencia estruturalista.

Conceitos:HabitusResgata de Aristóteles, toda as disposições que temos para agir, pensar, que estão incorporadas no nosso ser. O ponto de partida não é nem a sociedade (estruturalista) e nem os indivíduos (existencialista). A teoria não oscila entre o estruturalismo e o existencialista, é como se fosse o meio termo disso. No senso comum: é ação irrefletida, que esta rotinizado. Não faz uma grande distinção entre habitus e habito, mas os interpretes resgatam o sentido de Aristóteles, da disposição irrefletida de fazer algo.Habitus é importante para pensar classe pois ele não é emanente ao sujeito, não é da esfera da natureza, mas sim do social, da cultura.O habito pode estar ligado ao que esta aprendido, e o desdobramentos disso é o habito de fazer determinada forma.O habitus é encarnado, incorporado, e vem do reino da cultura.Ha uma diferença entre quando alguém aprende, há um ato racional, esta consciência racionalizada não existe no HABITUS.

Page 4: Aula Foucalt e Bourdieu

Nao há nem o objetivismo estruturalista, nem o subjetivismo existencialista.Existe esta coerção da estrutura, mas o indivíduo tem sim uma atuação, não esta engessado nesta estrutura, totalmente conformado. Ha a possibilidade de agencia do sujeito.Habitus vem com a socialização, que vai sendo incorporada desde o 1 dia do indivíduo (nascimento). Este reino do social age sobre o indivíduo. O primeiro lugar é a família, depois a escola,etc.As acoes dos indivíduos podem esbarrar na estrutura, mas não quer dizer que eles não tem possibilidade de ação. Ha espaços para este sujeito, ele não esta livre, mas há espaço.A complexidade do habitus não depende de um indivíduo só, mas de toda a coletividade.Livro “A distinção pratica social do julgamento”, neste livro ele discute sobre o gosto, e a ideia de gosto esta muito vinculada a ideia de habitus, o gosto por determinada literatura, artes, não é eminentemente pessoal, subjetivo, mas ele se relaciona com o sujeito que é socializado. O habitus é inerte, mas não é imutável.O habitus de um indivíduo nunca sera o mesmo de outro indivíduo. Mas Bourdieu usa o conceito de Campo social:Instrumento de analise, um local demarcado (por um sociólogo), uma área a ser estudada.É um espaço, recortado pelo sociólogo, hierarquizado, dentro deste campo existem relações de poder.Polos + e - :Existem relações de poder que estão em disputa entre esses agentes.Os + e os – são agentes em disputa neste campo, buscam a emergência ou a possibilidade de dizer o que é verdadeiro, que nomear o que é real.Ha a ortodoxia, que é dominante, tem o poder de dizer a verdade, de dizer o que é aquilo, e a heterodoxia é o que vai contra a primeira.A heterodoxia não concorda contra a ortodoxia, que quer se tornar uma ortodoxia, quer se tornar o real, a verdadeira.No campo há DOXA (ex> desenvolvimento sustentável, no campo ambiental), é um discurso que pode ser manejado por todos os agentes, que é aquilo que é indiscutível, que tanto a ortodoxia quanto a heterodoxia tentam dizer o que é, querendo preenchê-la.Não se discute que existe o desenvolvimento sustentável, o que é discutido é como deve ser feito, o que ele é exatamente.Os agentes detêm cada qual um capital especifico, maior, menor, e estão em disputa pela ortodoxia, que é a dominação de dizer o que é verdade, de nominar o real.Eles manejam um tipo de capital, extensão do conceito de capital pra Marx. Existem outros tipos de capital, além do econômico, que são o simbólico, cientifico, cultural e muitas vezes sera o habitus quem vai determinar qual capital você tem. Se você tem mais ou menos capital cultural, que esta indissociavelmente ligado a sua experiencia escolar. A herança familiar sera determinante do capital familiar. Cada um destes capitais, determinando do campo de disputa, sera mais valorizado.O ribeirinho, em tese, não tem o mesmo capital cientifico que um técnico. Este capital é muito importante no campo de disputa apresentado, então o ribeirinho teria menos chances de sair da heterodoxia para a ortodoxia, e determinar o que é a verdade no desenvolvimento sustentável.Ha a disputa entre a heterodoxia e a ortodoxia, sendo a ultima o discurso que , naquele momento, é o prevalecente, o verdadeiro.A capacidade de determinar As posições dos agentes estão definidas pelos capitais.Os profanos, todos aqueles que não tem formação no direito, jurídica, de profanos.Ex: Direito = DOXA , ele não é questionávelO que esta em disputa é qual direito.Juiz tem um capital simbólico muito grande no campo judicial, o poder pode estar concentrado mais

Page 5: Aula Foucalt e Bourdieu

nele do que no advogado.O juiz no campo da medicina, seu poder exercido, simbólico, do anel, é menor no campo da medicina do que no campo judiciário.Qual o direito dele de dizer qual a doença.O poder simbólico e o capital simbólico esta muito vinculado ao capital cultural. Aquele que tem o apoio cultural, quase invariavelmente terá um poder simbólico no geral.Muitas vezes o sujeito tem determinado poder num campo, e terá em outro campo também.HOMOLOGIA => similaridades, situações homologas.A ortodoxia, os ortodoxos são os verdadeiros legítimos para dizer o que é a DOXA

Violência simbólicaTem a ver com a dominaçãoEh o exercício de uma pratica que faz com que os dominados atuem ou pensem ou pratiquem algo porque estão sob o exercício desta violência, que não necessariamente é física.O dominado faz porque acredita que aquilo é legitimo, esta num nível .A maior violência simbólica é aquela que não conseguimos nem perceber.Ex: um modelo de ensino onde o professor tá na frente em um quadro.

Capital econômicoCapital simbólico Dominação social

O habitus pode criar uma possibilidade de classe ! Ex: modo de se vestir no Direito.As pessoas com os mesmos habitus podem ter os mesmos capitais, por isso são passiveis de apresentar dominação social frente aos outros.A historia de vida (habitus)

A teoria do habitus dele não é nada determinante.Ha esta carga social que recebemos toda hora.

Ex: Juíza, o capital cultural dela não é o mesmo que o de um desembargador entrevistado também, o capital cultural esta relacionado a sua experiencia escolar, embora não seja determinante.O capital cultural não é melhor ou pior, mas é maior ou menor.

Habitus são estruturas, tem um vinculo muito maior com o passado, com o que você adquiriu , do que com o sentido de transformação.São estruturas que foram estruturadas e são estruturantes, são capazes de conformar determinadas realidades ou dar mais forca a outra.

O Bourdieu não esta preocupado com o futuro.Quando nascemos, a sociedade já existe, incorporamos os valores do lugar, que já estão vigentes nesse lugar, por isso são estruturas estruturadas.

O habitus é construído de forma única, mas através da coletividade.