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EXCIPIENTES e CLASSIFICAÇÃO DE MEDICAMENTOS Cesar Augusto - UFRJ - Faculdade de farmácia

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Page 1: Aula Excipientes

EXCIPIENTESe CLASSIFICAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Cesar Augusto - UFRJ - Faculdade de farmácia

Page 2: Aula Excipientes

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Excipientes

Origem excipere: reunir;

Definição atual:Toda substância distinta do Principio Ativo que se adiciona a uma Forma Farmacêutica e que pode desempenhar diferentes funções;

Função primária:Viabilizar a administração do fármaco a seres vivos com praticidade, conforto, segurança, eficiência e reprodutibilidade.

UFRJ - Faculdade de farmácia

Page 3: Aula Excipientes

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Excipientes

Função principalAuxiliar a transformação

Fármaco MEDICAMENTO

Page 4: Aula Excipientes

Tipos e Funções de ExcipientesDiluentes:

Conferem as características primárias das formas farmacêuticas: peso, volume, forma física, consistência.

Sólidos (comprimidos, cápsulas, pós, etc.): Excipientes ou DiluentesSemi-sólidos (pomadas, géis, etc.): BasesLíquidos (xaropes, emulsões, suspensões, injetáveis, etc.): Veículos

Adjuvantes técnicos:Conferem características especiais às formas farmacêuticas;

EstabilidadeAroma/sabor Liberação do fármaco, etc.

Page 5: Aula Excipientes

Tipos e Funções de Excipientes

Influência na EstabilidadeAntioxidantes

Quelantes

Conservantes

Estabilizantes

Tamponantes

Modificadores de pH

Influência na PreparaçãoEmulsões e suspensões: agentes emulsificantes,suspensores

Géis: agentes gelificantes

Sólidos: diluentes, lubrificantes

Page 6: Aula Excipientes

Tipos e Funções de Excipientes

Influência na Absorção do FármacoDesintegrantesMolhantesLubrificantesModificadores da liberaçãoAgentes de revestimento

A funcionalidade do excipiente depende daFF do qual faz parte!

O mesmo excipiente pode exercer mais deuma função farmacotécnica.

Page 7: Aula Excipientes

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Critérios de escolha de Excipientes:

CompatibilidadeEstabilidadeToxicidadeAdequação: biodisponibilidade, características organolépticasCusto

Page 8: Aula Excipientes

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Formas Farmacêuticas Líquidas: Principais Veículos e Solventes

Água purificada

Álcool etílico: C2H5OH. Depois da água é o solvente mais utilizado em farmácia, contudo em preparações orais seu uso decaiu devido à restrições legais de sua utilização (RE n° 543, 19/04/2001 e RE n° ‏(25/01/2002 ,1

Álcool diluído: Partes de água e álcool.

Glicerina:CH2OH.CHOH.CH2OH. Líquido viscoso, transparente e doce. Possui qualidades conservantes. Muito empregada em produtos de uso interno.

Propilenoglicol:CH3CH(OH)CH2OH. Líquido viscoso miscível com água e etanol.

Sorbitol: CH2OH.CHOH(4).CH2OH. Solvente e edulcorante. Possui propriedades molhantes e umectantes. Sabor doce, por isso pode substituir o açúcar. Não calórico (produtos diet)

Page 9: Aula Excipientes

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Formas Farmacêuticas Líquidas: USO DE ADJUVANTES

Corretivos de pH (NaOH, acido cítrico, ácido fosfórico);

Sequestrantes (EDTA) ,agem como estabilizantes :‏quelando cátions metálicos.

Page 10: Aula Excipientes

Conservantes (nipagin/metilparabeno, nipazol/propilparabeno)‏: inibem a proliferação bacteriana e fúngica por inibir a biossíntese de ácido fólico.

Metilparabeno

Propilparabeno

Ácidopara-aminobenzóico

(PABA)‏

Sulfadiazina

Formas Farmacêuticas Líquidas: USO DE ADJUVANTES

Page 11: Aula Excipientes

Umectantes (glicerina, propilenoglicol) mantêm :‏a umidade das formulações;

Propilenoglicol Glicerina

Edulcorantes (sacarose, sacarina, sorbitol)‏: confere sabor adocicado a formulações;

Aromatizantes;

Corantes.

Formas Farmacêuticas Líquidas: USO DE ADJUVANTES

Page 12: Aula Excipientes

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AcetonaÁlcool isopropílicoDietilenoglicolPEG 400 e PEG 600ClorofórmioÉterÓleos fixosÓleo mineral

Formas Farmacêuticas Líquidas:Outros solventes – co-solventes

Usados em menor proporção

Page 13: Aula Excipientes

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Excipientes ou veículos – FF LíquidasExcipientes ou bases – semi-sólidos

FF Líquidas: excipiente = veículo

Ex: Água, solução hidroalcóolica, bases líquidas (xarope, elixir), etc.

FF semi-sólidas = bases Ex: bases para pomadas e cremes, PEG,

vaselina, lanolina, óleos, etc

UFRJ - Faculdade de farmácia

Page 14: Aula Excipientes

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Formas Farmacêuticas Sólidas:Principais Diluentes

Função de diluente (excipiente)‏SUBSTÂNCIA

Função de adjuvante farmacotécnico

AmidoNão há descrição de incompatibilidades

Desintegrante (comprimidos) ‏

ManitolIncompativel com metais Ferro Al e Cobre.

Uso de 10 a 90 %

Absorção da umidade

Celulose microcristalina (CMC) Incompatível com oxidantes fortes, é higroscópica

Adjuvante: antiaderente ou lubrificante ( 5 a 20%).

LactoseIncompatível com aminas primárias –anfetaminas e aminoácidos

Desintegrante

TalcoIncompatível com sal quaternário de amônio

Pode ter ação secativa e lubrificante.

Page 15: Aula Excipientes

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Formas Farmacêuticas Sólidas:Adjuvantes técnicos

Desintegrantes:Aumento da área superficial de contato com o solvente e, consequentemente, da velocidade de dissolução;

Ex: Croscarmelose sódica, Crospovidona

Page 16: Aula Excipientes

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Tensoativos ou molhantes:Aumentam a molhabilidade do fármaco, aumentando a velocidade de dissolução;

Ex: Lauril sulfato de sódio (1 a 2%), docusato sódico (0,5%) ‏

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Formas Farmacêuticas Sólidas:Adjuvantes técnicos

Lauril Sulfato sódico

Page 17: Aula Excipientes

Formas Farmacêuticas Sólidas:Adjuvantes técnicos

Estearato de Magnésio

Lubrificantes:Retardam a molhabilidade e consequentemente a dissolução do sólido;

Auxiliam na prensagem por diminuir a aderência do póao maquinário de compactação;

Estearato de Mg (0,25 a 2,0%), CMC (p/ uso interno).

Page 18: Aula Excipientes

Formas Farmacêuticas Sólidas:Adjuvantes técnicos

Agentes de revestimento:

Impedem temporariamente o contato do fármaco e outros excipientes com o meio externo;

Motivos para revestir um comprimido:

Mascarar sabor, cheiro ou cor

Conferir proteção química ou física

Controlar liberação do fármaco

Melhorar o aspecto

Page 19: Aula Excipientes

Formas Farmacêuticas Sólidas:Adjuvantes técnicos

Polímeros para revestimento não-gastroresistentes

- Hidroxipropilmetilcelulose(Hipromelose)‏

- Celulose Microcristalina Sódica- Polietilenoglicóis (p.ex:

Macrogol)‏

Celulose

Polietilenoglicol

Hidroxietilcelulose

Page 20: Aula Excipientes

Formas Farmacêuticas Sólidas:Adjuvantes técnicos

Polímeros para revestimento gastro-resistentes

Acetoftalato de celulose

Polímeros acrílicos

PVPA

Polimetilcrilato Poliacrilato

Page 21: Aula Excipientes
Page 22: Aula Excipientes

Cipro® Solução para infusãociprofloxacino

FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕESCipro® é apresentado sob a forma de solução para infusão, na concentração de

0,2%, em frascoscom 50, 100 e 200 ml.VIA INTRAVENOSA

COMPOSIÇÃO

Cipro®400 Solução para infusão - 200 ml de solução para infusão contêm 400 mg de ciprofloxacino

e 1800 mg de cloreto de sódio (31 mmol).Componentes inertes: ácido láctico, cloreto de sódio, ácido clorídrico e água.

Page 23: Aula Excipientes

Dormonid® (maleato de midazolam) – comprimidos revestidos de 7,5 mg:

Princípio ativo: 1 comprimido revestido de Dormonid® contém 10,20 mg de maleato de midazolam, que corresponde a 7,5 mg de 8-cloro-6-(2-fluorofenil)-1-metil-4H-imidazo [1,5a] [1,4] benzodiazepina(midazolam).

Excipientes: lactose, celulose microcristalina, amido pré-gelatinizado, estearato de magnésio, hidroxipropilmetilcelulose, talco e dióxido de titânio.

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Page 25: Aula Excipientes

Toragesic®trometamol cetorolaco

FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕESComprimidos sublinguais 10 mg: caixa contendo 10 comprimidos.

Uso AdultoUso Oral

COMPOSIÇÃOCada comprimido SL 10 mg contém:

trometamol cetorolaco .................................................................10 mgexcipiente*q.s.p ...........................................................................1 comp

*sorbitol, carboximetilcelulose sódica, sacarina sódica, crospovidone, aroma limão, lactose, celulose microcristalina, estearato de magnésio, dióxido de

silício.

Page 26: Aula Excipientes

PANTOZOL!!! DORMONID SL!!!!COMPLEXO B!!!! WARFARIN!!! PROLOPA!!! EFEXOR!!! CIPRO!!! FENTANIL!!! PROPOFOL!!!

Page 27: Aula Excipientes

Prolopa® Rochelevodopa + cloridrato de benserazida

AntiparkinsonianoIDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO

Nome do produto: Prolopa®Nome genérico: levodopa + cloridrato de benserazida

Formas farmacêuticas, via de administração e apresentaçõesProlopa® comprimidos 250 mg. Uso oral. Caixa com 30 comprimidos birranhurados.

Prolopa® HBS* cápsulas 125 mg. Uso oral. Caixa com 30 cápsulas.Prolopa® comprimidos dispersíveis 125 mg. Uso oral. Caixa com 30 comprimidos dispersíveis.

USO ADULTOComposição

Princípio ativo: levodopa + cloridrato de benserazida.- Prolopa® comprimidos 250 mg: contém 200 mg de levodopa (L-dopa) e 57 mg de cloridrato de

benserazida, correspondente a 50 mg de benserazida.Excipientes: manitol, fosfato de cálcio dibásico, celulose microcristalina, amido, povidona, estearato

de magnésio, etilcelulose, óxido de ferro vermelho, ácido silícico, dioctilsulfosuccinato de sódio.- Prolopa® HBS* cápsulas 125 mg: contém 100 mg de levodopa (L-dopa) e 28,5 mg de cloridrato

debenserazida, correspondente a 25 mg de benserazida.

Excipientes: hipromelose, óleo vegetal hidrogenado, fosfato de cálcio dibásico anidro, manitol, talco,povidona, estearato de magnésio.

- Prolopa® comprimidos dispersíveis 125 mg: contém 100 mg de levodopa (L-dopa) e 28,5 mg decloridrato de benserazida, correspondente a 25 mg de benserazida.

Excipientes: ácido cítrico anidro, amido pré-gelatinizado, celulose microcristalina, estearato demagnésio.

Page 28: Aula Excipientes
Page 29: Aula Excipientes

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Cloridrato de Ciprofloxacina 3,49% EDTA dissódico 0.05%Nipagin 0.1%Glicerina 10%Agua destilada q.s.p

Agente quelante

PA

conservante

veículoumectante

CIPROFLOXACINA SOLUÇÃO 30 mg/mL:

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Leite de Magnésia® Phillips 83 mg/ml suspensãoComposição qualitativa e quantitativa

Hidróxido de magnésio............................................................83 mg/ml

Excipiente(s): água, bicarbonato de sódio, essência de hortelã-pimenta,sacarina sódica, glicerol

Forma farmacêutica: Suspensão oral.

Page 31: Aula Excipientes

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Classificação de medicamentos

Atuação nostecidos

GÁS SOLUÇÃOVAPOR

POMADA DEACIDO SALICÍLICO

+ CANFORA

LÍQUIDO

AAS DISSOLVIDO NOS FLUIDOS DO TGI

AÇÃO LOCAL AÇÃO SISTÊMICA

• EFEITO MEDICAMENTOSO SUBSTÂNCIAS DISSOLVIDAS

Page 32: Aula Excipientes

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Classificação de medicamentosESTADO SÓLIDOGásEm solução

Disseminação p/ os tecidos

Líquidos orgânicos

transformação

2. MEDICAMENTOS DIAGNÓSTICOSContrastes radiológicos : Não deve

haver solubilização

Ex: sulfato de bárioX

Caso CELOBAR - ENILA (intoxicação) ‏

Page 33: Aula Excipientes

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Medicamentos absorvidos (ação sistêmica)‏Medicamentos locais Medicamentos tópicos Tópicos de ação sistêmica (transdérmicos) ealguns medicamentos tópicos podem sofrer absorção sistêmica

Classificação quanto a ação

Page 34: Aula Excipientes

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Uso interno (administração geralmentevia oral), PORÉM: A ação É local

(geralmente não há absorção sistêmica)‏

Ex: subnitrato de bismuto (mucosa gástrica)‏Antihelmínticos (piperazina - luz intestinal) ‏Bacitracina e neomicina (luz intestinal) ‏

Medicamentos Locais

UFRJ - Faculdade de farmácia

Page 35: Aula Excipientes

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Medicamentos Tópicos

Uso externo (pouca ou nenhuma absorção sistêmica)‏Aplicação: pele e mucosas acessíveis Ação: localEx:colírio sulfato de zinco;pomadas;cremes; gotas nasais contendo antissépticos (rinosoro®)‏

Page 36: Aula Excipientes

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Medicamentos TópicosClassificação quanto à ação :

Antiinflamatórios;Revulsivos;QueratoplásicosQueratolíticosCáusticosProtetoresAntisépticos e parasiticidas

UFRJ - Faculdade de farmácia

Page 37: Aula Excipientes

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Classificação dos medicamentos tópicos

Edemas

DESIDRATAÇÃO DOS TECIDOS

1.ANTIINFLAMATÓRIOS ou antiflogísticos

Vaso constrição local

Coagulação das albuminas tissulares

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Podem ser:1.1-Adstringentes

1.2-Emolientes

1. ANTIINFLAMATÓRIOS ou antiflogísticos

AÇÃO: Constrição das superfícies mucosas, pele, vasos e tecidos

Ex: sulfato de cobre, alúmen, sulfato de zinco, calamina,hamamélis

Tem ação bactericida e desodorante

AÇÃO: amolecimento dos tecidos por ativação da circulação local (calor e umidade) aumento das defesas leucocitárias

Gomas, mucilagens, silicones, glicerina, propilenoglicol, sorbitol,alantoína, borragem (borago officinales).

Page 39: Aula Excipientes

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Podem ser:1.3. Demulcentes

1.4. Outros antiinflamatórios

ANTIINFLAMATÓRIOS ou antiflogísticos

Exceção:Uso interno porém a AÇÃO é local (mucosa garganta) :xarope de altéia, mel*

* ANVISA, 08/2008: Não usar em crianças de até 1 ano(botulismo infantil em amostras contaminadas).

•Sintéticos: Hidrocortisona livre e acetato, betametasona valerato,dexametasona fosfato sódico, acetonido de fluorocinolona

•Naturais Arnica, azuleno (Camomila), acido glicirrízico (arroz)‏

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2. REVULSIVOS

Ação irritante local hiperemiaHá produção de efeitos indiretos de dois tipos: uma ação

à distância sobre estruturas profundas e uma estimulação reflexa dos centros bulbares. Provoca umrápido alívio da dor nas estruturas subjacentes, muito provavelmente pela vasodilatação causada econseqüentemente aumento da circulação.

Podem ser:2.1. Rubefacientes (+ suaves)‏2.2 Vesicantes (+ enérgicos)‏

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2. REVULSIVOS

2.1. RubefacientesUsos: dores reumáticas, bronquite, entorsesEx: Terebentina, canfora, salicilato de metila, mentol

2.2 VesicantesUsos: dores intensas de pericardite e ciáticas Ex: cantáridas (tintura), ácido acético, mostarda

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3. QUERATOPLÁSICOS

Ação: estimula renovação da camada córnea promovendo a queratinização

Ex: Trinitrofenol, Ictiol,alcatrão da hulha, óleo

de cade, coaltar,bálsamo do peru,

resorcina

Page 43: Aula Excipientes

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Ação:dissolução de formações queratínicasUso: calosidades e cicatrizes queratinizadas

4. QUERATOLÍTICOS

EX: colódio salicilado, ácido retinóico, fibrolisina (injetável

local), peróxido de benzila (usos: acne, rosácea)

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5. CÁUSTICOS

FUNÇÃO:Destruição e corrosão de tecidosUso: verrugas, condilomas e papilomas,desvitalizantes da polpa dentária.

Ácido tricloroacético (em clorofórmio, ácido acético em

formol, cloreto de zinco (3 a 5%),podofilina (25%).

Page 45: Aula Excipientes

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referências

Delineamento de Formas Farmacêuticas. AULTON, M.E. 2005, 2ª Edição, Ed. Artmed;Guia Prático da Farmácia Magistral. FERREIRA, A.O. 2002, 2ª Edição.A prática farmacêutica na manipulção demedicamentos. THOMPSON, J.E. 2006, Ed.ArtmedTecnologia Farmacêutica. PRISTA, N. et al. 1995, Vol1. Ed. Calouste Gulbekian.