aula - absorÇÃo 2014.pdf
TRANSCRIPT
PRIMÓRDIOS DA HISTÓRIADA HUMANIDADE
Acreditava-se que as doenças eram conseqüência de posseção demoníaca ou castigo divino.
Os doentes estavam possuídos
Utilização de coisas para tornar o corpo inóspito ao demônios, como por exemplo:-Fezes;-Restos de animais
Os doentes estavam possuídospor demônios.
•Praticavam terapiasStandardizadas
OS EGIPCIOS
• Desenvolveram algumasEspecialidades médicas
• Desenvolveram programasde saúde pública e saneamento
OS GREGOS
ACREDITAVAM QUE O DESTINO DOS
HOMENS REPRESENTAVA UM MERO HOMENS REPRESENTAVA UM MERO
CAPRICHO DOS DEUSES
A CURA E A PROTEÇÃO DIVINA ANDAVAMDE MÃOS DADAS
Hipócrates
– Acreditava que as doenças tinham causas naturais e NÃO
SOBRENATURAIS;SOBRENATURAIS;
– Enfatizava a importância da ética na medicina;
– Por suas idéias ajudou a livrar a medicina do misticismo.
FARMACOLOGIAFARMACOLOGIA
É a ciência ou disciplina que estuda as interações entre as drogas e os sistemas biológicos.
DROGA (OMS) – É toda substancia de estrutura química bem definida ou não, o qual poderá ser
obtida através do reino vegetal, animal ou mineral e sintética cujo o objetivo é diagnosticar, prevenir
ou tratar uma determinada patologia.
CONCEITOS
REMÉDIO - (re = novamente; medior = curar): substância animal, vegetal, mineral ou sintética; procedimento (ginástica, massagem, acupuntura, banhos); fé ou crença; influência: usados com intenção benéfica.
FÁRMACO - (pharmacon = remédio): estrutura química conhecida; propriedade de modificar uma
PLACEBO - preparação farmacêutica que não possui nenhuma substância ativa (fármaco).
FÁRMACO - (pharmacon = remédio): estrutura química conhecida; propriedade de modificar uma função fisiológica já existente. Não cria função.
IDIOSSINCRASIA - Refere-se as reações particulares ou especiais do organismo às drogas, comumente chamadas de reações idiossincrásicas.
PRÓ-DROGA OU PRÓ-FÁRMACO: substância que necessita sofrer metabolização para tornar-se ativa.
CONCEITOS DE DOSE
DOSE DE ATAQUE OU INICIAL é a dose de determinado fármaco que deve ser administrada no início do tratamento, com o objetivo de atingir rapidamente a concentração efetiva (concentração-alvo), normalmente utilizada em hospital.
DOSE DE MANUTENÇÃO é a dose necessária para que se mantenha uma concentração plasmática efetiva. Utilizada na terapia de dose múltipla, para que se mantenha a concentração no estado de equilíbrio estável (steady state).
DOSE - É a quantidade capaz de provocar uma resposta terapêutica desejada no paciente.
DOSE EFETIVA – É a quantidade a ser administrada de uma droga, de uma única vez, a fim de produzir o efeito terapêutico.
DOSE LETAL – Pode levar o organismo a falência generalizada e toxicidade, levando a morte.
DOSE MÁXIMA – É a maior quantidade da droga, administrada, capaz de produzir um efeito terapêutico.
POSOLOGIA - É o estudo da dosagem com fins terapêuticos.
LATÊNCIA - É o inicio do efeito, logo após a administração.
TEMPO DE “MEIA VIDA” - A meia-vida (T1/2) é o tempo necessário para que a concentração
plasmática de determinado fármaco seja reduzida pela metade. Supondo então que a concentração
plasmática atingida por certo fármaco seja de 100 mg/mL e que sejam necessários 45 minutos para
que esta concentração chegue a 50 mg/mL, a sua meia-vida é de 45 minutos.
CONCEITOS
STEADY STATE ou estado de equilíbrio estável é o ponto em que a taxa de eliminação do fármaco é
igual à taxa de biodisponibilidade, ou seja, é quando o fármaco encontra-se em concentração
constante no sangue.
EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM (EPP ou FPE) é o efeito que ocorre quando há biotransformação
do fármaco antes que este atinja o local de ação. Pode ocorrer na parede do intestino, no sangue
mesentérico e, principalmente, no fígado.
MEDICAMENTO:
- Preparações c/ drogas de ação farmacológica que são utilizadas de acordo com suas indicações e propriedades.
PODE SER:
MAGISTRAL É AQUELE PREPARADO POR MANIPULAÇÃO EM
UMA FARMÁCIA A PARTIR DE UMA FÓRMULA
PRESCRITA POR UM MÉDICO.
PODE SER:
OFICINAL MEDICAMENTOS QUE SÃO PREPARADOS NAS
PRÓPRIAS FARMÁCIAS DE ACORDO COM
NORMAS E DOSES ESTABELECIDAS NAS
“FARMACOPÉIAS” E COM UMA DESIGNAÇÀO
UNIFORME.
Então podemos dizer que todo medicamento é uma droga,
mas nem toda droga é uma medicamento.
Segundo ANVISA – classifica “medicamento” como um produto farmacêutico, tecnicamente ou elaborado, com finalidade profilática, paliativa, curativa, ou para fins de diagnostico.
COADJUVANTES TERAPÊUTICO
É a substância que auxilia no tratamento, embora não seja a substância principal (princípio ativo).
EXEMPLO: Finalidade seja anorexígeno – inibir o apetite
(anorexígeno) FEMPROPOREX – principio ativo
(ansiolítico) DIAZEPAM – coadjuvante Terapêutico
(antidepressivo) FLUOXETINA - coadjuvante Terapêutico
É a substância responsável pela manutenção da forma farmacêutica. Ex: colorir, preservar, estabilizar, melhorar o sabor solubilizar (Amido, EDTA, Vit. C, Antioxidantes, Lactose, etc..)
COADJUVANTES TÉCNICO
(antidepressivo) FLUOXETINA - coadjuvante Terapêutico
(diurético) FUROSEMIDA - coadjuvante Terapêutico
(hormônio tireóide) T3 e T4 – coadjuvante Terapêutico
Descreve a apresentação do medicamento pela qual foi produzido. A
forma farmacêutica determina a via de administração e tem por objetivo
também viabilizar a eficiência do tratamento.
FORMA FARMACÊUTICA
Exemplo
Drágeas:
Comprimidos revestidos por uma substância de modo a evitar
a sua fácil desagregação, para:
Substância Ativa: Fármaco responsável pelas
ações farmacológicas da preparação
farmacêutica.
COMPRIMIDOS DRÁGEAS CAPSULAS COLÍRIOS POMADAS E CREMES
a sua fácil desagregação, para:
-Proteger a substância ativa da umidade e luz,
-Ocultar características organolépticas indesejáveis;
-Facilitar a ingestão;
-Proteger a substância ativa da destruição estomacal.
farmacêutica.
RAMs -Reações Adversas de Medicamentos
Farmacovigilância é a ciência e asatividades relativas à detecção, avaliação,compreensão e prevenção dos efeitosadversos e quaisquer outros problemasassociados a medicamentos.associados a medicamentos.
(OMS 2002)RDC 04/2009 Art. 2º; Portaria CVS 05/2010 Art. 2º
Evento adverso
É qualquer ocorrência médica adversaque se apresente durante o tratamentocom um produto farmacêutico mas quenão necessariamente guarda umarelação causal com o tratamento.relação causal com o tratamento.
The Uppsala Monitoring Centre: www.who-umc.org/umc.html
Reação Adversa a Medicamento
É uma resposta nociva e não intencional aouso de medicamento e que ocorre em Dosesnormalmente utilizadas em seres humanospara a profilaxia, diagnóstico ou tratamentopara a profilaxia, diagnóstico ou tratamentode doenças.
Na RDC 04/2009 os eventos adversossão classificados como:
I. Suspeita de Reações Adversas a Medicamentos;II. Eventos Adversos por desvios da qualidade demedicamentos;III. Eventos Adversos decorrentes do uso não aprovado demedicamentos;medicamentos;IV. Interações medicamentosas;V. Inefetividade terapêutica, total ou parcial;VI. Intoxicações relacionadas a medicamentos;VII. Uso abusivo de medicamentos;VIII. Erros de medicação, potenciais e reais;
Centro de Vigilância SanitáriaNúcleo de Farmacovigilância
• 1 em 10 pacientes hospitalizados sofrem dano devido aproblemas no cuidados à saúde em países desenvolvidos;
• 67% das prescrições de medicamentos apresentam um o umais erros; 46% dos erros ocorrem em novas recomendaçõesmais erros; 46% dos erros ocorrem em novas recomendaçõesna internação e na alta hospitalar;
• 25.000 a 30.000 eventos adversos , passíveis de prevenção,que levaram a incapacidade permanente em pacientes naAustrália (2006):
- 11% problemas de comunicação- 6% habilidade profissional
�Técnica incorreta (tempo de infusão diferente dotempo de infusão diferente do especificado paradeterminados produtos;
�Esquecimento
�Letra ilegível
�Duplicidade terapêutica
Tipos de erros de medicação
�Duplicidade terapêutica
�Interação
�Falha técnica no equipo
�Monitoração inadequada
�Erro no preparo
�Uso off Label
Uso de medicamentos para indicações não aprovadas e
para as quais não há base científica adequada;
compreende o uso em situações divergentes da bula de
Off Label
compreende o uso em situações divergentes da bula de
um medicamento registrado na Anvisa. Pode incluir
diferenças na indicação, faixa etária/peso, dose,
frequência, apresentação ou via de administração.
Anvisa 2009
Tratamento das RAMs
EXEMPLO DA CASCATA IATROGÊNICA
• IECA (HAS) produz tosse seca• Codeína (tosse seca) produz constipação• Laxante (constipação) produz dor abdominal• butilescopolamina (dor abdominal) produz• butilescopolamina (dor abdominal) produzdistúrbio cognitivo• Cinarizina (distúrbio cognitivo) produzdepressão• Fluoxetina (Depressão)....
• Via oral– Absorção intestinal– Absorção sublingual
• Via inalatória
• Outras vias
Vias de Administração Vias de Administração de Medicamentosde Medicamentos
• Via Parenteral – Via intradérmica– Via sucutânea– Via intramuscular– Via endovenosa
• Outras vias
– Retal
– Ocular
– Intranasal
– Dérmica
Discutir: vantagens e desvantagens de todas as vias???
Farmacodinâmica: mecanismo de ação.
Farmacocinética: destino do fármaco
Biodisponibilidade – indica a quantidade de drogas que atinge seu
local de ação ou um fluido biológico de onde tem acesso ao local de
ação. É uma fração da droga que chega à circulação sistêmica.ação. É uma fração da droga que chega à circulação sistêmica.
Bioequivalência – é a equivalência farmacêutica entre dois produtos,
ou seja, dois produtos são bioequivalentes quando possuem os mesmos
princípios ativos, dose e via de administração, e apresentam
estatisticamente a mesma potência.
FASE I
FARMACÊUTICA
FASE II
FARMACOCINÉTICA
FASE III
FARMACODINÂMICA
Fármaco disponível para absorção
Fármaco disponível para ação
FARMACOLOGIAFARMACOLOGIA
Disponibilidade biológica
DOSEDOSEDOSEDOSE EFEITOEFEITOEFEITOEFEITO
Desintegração
Desagregação
Dissolução
Absorção
Distribuição
Metabolismo
Excreção
Integração
Fármaco
x
Receptor
Disponibilidade farmacêutica
Absorção
É definida como a passagem de uma substância do
local onde foi administrada para a corrente sanguínea.
A única via de administração que não passa
pelo processo de absorção é a intravenosa
BARREIRAS BIOLÓGICAS
� Epitélio Gastrintestinal
� Endotélio Vascular
� Membrana Citoplasmática� Membrana Citoplasmática
� Barreira Hematoencefálica
� Barreira Placentária
TRASPORTE ATRAVÉS
DA MEMBRAMA CELULAR
• Endocitose• Pinocitose• FagocitoseAtivos • Fagocitose
• Com Auxílio de MoléculasTransportadoras
• Difusão Facilitada• Difusão Lipídica• Filtração
Ativos
Passivos
Permeação dos fármacos através de membranas
Moléculas polares-Água, íons
Diâmetro0,4 nm
MacromoléculasVitamina B12
-Lipossolubilidade-Ionização
Fatores importantes
Permeação dos fármacos através de membranas
Difusão simples
-Lipossolúveis
Transporte ativo-transportadores Endocitose
Fármacos
-Concentração
Organismo
-Via de administração
Absorção
Fatores que modificam a absorção
-Concentração
-Forma farmacêutica
-Sólida, líquida, gasosa, ..
-pKa (ionização)
-Grau de partição O/A
-Tamanho da molécula (PM)
-Vascularização,
-pH meio (ionização)
-Superfície absorção
-Presença de alimento
-Alteração fluxo sanguíneo
-Massagem, aplicação de calor,..
-Idade, presença de doença,..
OrganismoFármacos
Absorção
Diferentes formulações
da digoxina
Diferentes vias de
administração
FormulaçãoVias de administração
Fatores que modificam a absorção
A maioria dos fármacos penetram nas células por da difusão na forma não ionizada
através da membrana celular
Grau de ionizaçãopKA do FÁRMACO
pH do MEIO
ABSORÇÃO45
MENOS Lipossolubilidade
MAISLipossolúvel
MAIOR MENOR
Ácidos e bases
Primeira Definição: Arrhenius (1884)
Ácidos e Bases de Bronsted-Lowry (1923)
Ácido: é um doador de próton.
Base: é um aceptor de próton.
Recapitulando
46
Força de um ácido
e de uma base
-Ácido forte ou fraco
-Base fraca ou forte
COMO SABER SE A DROGA É
HIDRO OU LIPOSSOLÚVEL?
A solubilidade de uma drogadepende de sua polaridadedepende de sua polaridade
• Molécula Polar = Droga Hidrossolúvel
• Molécula Apolar = Droga Lipossolúvel
pH DO MEIO E IONIZAÇÃO DA MOLÉCULA
• Para ácidos fracos: pKa = pH + log HA
A-
• Para bases fracas: pKa = pH + log B-
BOH
• pH = pka →→→→ Ácidos e Bases estão 50 % ionizados
(Handerson-Hasselbach)
• pH = pka →→→→ Ácidos e Bases estão 50 % ionizados
• pH maior pka →→→→ Ácidos muito ionizadosBases pouco ionizadas
• pH menor pka →→→→ Ácidos pouco ionizadosBases muito ionizadas
Grau de ionização
Os ácidos fracos e as bases fracas são bem absorvidos
53Os fármacos são, em geral, ácidos ou bases fracas cujas formas neutrae ionizada se mantém em equilíbrio quando em solução.
-Acidificação da urina
-Acelera excreção de bases fracas
-Retarda de ácidos fracos
Grau de ionização
-Alcalinização da urina
-Acelera excreção de ácidos fracos
-Retarda de bases fracas
Prática: Alcalinização da urina (bicarbonato) no tratamento de
superdosagem com aspirina56
Proporção da distribuição do fármaco em um sistema de duas fases, uma em solvente
orgânico (lipofílico) e outra aquoso (hidrofílico)
Coeficiente de partição (P)
Solvente geralmente usado para fase orgânica é o 1-octanol. Uma aproximação
experimental para o valor de P de um fármaco pode ser obtido pela relação de
solubilidade em 1-octanol / água
57
[conc. Fármaco em clorofórmio][ Conc. Fármaco em água]P =
-Por via de regra, quanto mais alto o coeficiente de partição o/a, maior a velocidade de absorção
-ENTRETANTO, o coeficiente não pode ser demasiadamente alto, pois pode dificultar a dissolução dos fármacos nos líquidos do trato gastrointestinal.
Coeficiente de partição
Coeficiente de partição (P)Lo
garí
rimo
de a
tivid
ade
Coeficiente de partição ÓTIMO
Lipossolubilidade diminuída:-Fármaco permanece na fase
aquosa
Lipossolubilidade aumentada:-Fármaco não sofre partição no meio aquoso, difícil veiculação
59
ConcentraçãoPlasmática
CMTConcentração
máxima tolerável
BIODISPONIBILIDADE
Descreve a proporção e velocidade de aparecimento da droga na
circulação sistêmica após ser administrada.
Tempo
CMEConcentração mínima eficaz
Cmax
Absorção Excreção
BIOEQUIVALÊNCIA
Bioequivalência – consiste na demonstração de equivalência
farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma
forma farmacêutica, contendo idêntica composição
qualitativa e quantitativa de princípio (s) ativo (s), e que
tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados
Definição da anvisa
tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados
sob um mesmo desenho experimental
Equivalentes Farmacêuticos:
-Apresentam a mesma concentração do FÁRMACO (PA)
-A mesma forma farmacêutica
-Mesma via de administração
Nível terapêutico
500 mg
250 mg
Concentração máxima
DL(dose Letal)
Fase ascendente
Predomina
Fase descendente
-Distribuição
-Metabolização
-Excreção
[ ] Plasmática do Fármaco
Nível tóxico
GRAFICO 1
Duração do efeito
Nível subterapêutico
TEMPO
0’ 30’ min. 08 horas 48 horas
Nível plasmático efetivo
DE(dose efetiva)
Predomina ABSORÇÃO
Latência
(T ½)
GRAFICO 2
1000mg 1000mg
500 mg
750 mg
875 mg
437,5 mg
937,5 mg
468,5 mg
1000 mg
Steady state
[ ] P
lasm
átic
a do
fárm
aco
1000 mgConcentração
máxima tolerada
Nível [ ] Plasmática é
250 mg
375 mg
08 h. 16 h. 24 h.
TEMPO
[ ] P
lasm
átic
a do
fárm
aco
(T ½)
125 mg
62,5 mg
Nível Plasmático
efetivo
estabilizado
100 mg
500 mg
BIBLIOGRAFIA BIBLIOGRAFIA
- Lüllmann, Color Atlas of Pharmacology © 2000 Thieme
- Penildon Silva, et al. Farmacologia. 7º edicção.Guanabara, RJ, 2006.
- Rang, H.P. et al. Farmacologia. 6º edição. Ed. ELSEVIER. RJ, 2007.
- PLT – Princípios de Farmacologia
Esse material serve como base de estudo para a sua disciplina. Para responder questionários, casos clínicos, estudo dirigidos e avaliações o material de pesquisa eutilização é o PLT de Farmacologia e livros de apoio.