aula 5 - lacan e a lógica do sujeito

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Aula 5 - Lacan e a Lógica Do Sujeito

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  • Mdulo V LacanAula 1 (Introduo ao pensamento lacaniano)

    J a c q u e s L a c a n

    A l g i c a d o s u j e i t o

  • Jacques Lacan (1901-1984) nasceu em Paris, tornou-seconhecido por formular uma teoria profunda e complexa sobreo homem, sob a gide do retorno Freud redefiniu as categorias psicanalticas conhecidas e criou outras,

    novas, sob a perspectiva do estruturalismo e da lingustica seusestudos sobre lingustica basearam-se nos estudos de Saussure

    Lacan destaca que o homem est inserido em um universo delinguagem, aspecto este que o diferencia das demais espciesdo mundo animal a linguagem no homem no tem apenas a funo de comunicar,

    mas tambm de criar sentidos sua existncia, fazendo dele umser especial

    diferente de autores como Klein e Winnicott, considera que oinconsciente freudiano seria estruturado como linguagem e nopor fantasias primitivas selvagens que teriam de ser domadas emuma suposta maternagem compreensiva

    Introduo

  • Lacan construiu sua teoria sobre a constituio do sujeito, apartir da relao entre o desejo e a lei (no no sentido jurdico) de modo geral o que caracteriza o homem a sua condio de ser

    desejante, condio esta que nunca cessa, ou seja, o desejo nunca secomplementa ou se encerra

    Para Lacan o desejo pressupe a falta, estaramos sempreatrs ou desejando quilo que imaginamos nos faltar a elaborao do Complexo de dipo possui em Lacan uma funo

    fundamental e humanizante, onde a relao entre o desejo e a lei vo seestabelecendo e constituindo o sujeito

    enquanto para Winnicott a formao de um self se mostravaanteriormente necessria para elaborar e lidar com o complexo, paraLacan este processo de elaborao (dipo) que dar origem constituio do sujeito

    Se para Freud o desejo se origina na perda da simbiose do beb com ame, para Lacan, j nesta etapa o desejo exerce funo primordial eestruturante na constituio

    A constituio do sujeito

  • Como observado, o desejo est diretamente relacionado falta, esta falta (eterna) que move nosso desejo, sempreincessante, sempre irrealizvel, pelo menos na realidade na constituio do sujeito e no desenvolvimento e percepo das

    diferenas sexuais, a distino dos gneros tambm marcada pela falta:De fato, a diferena dos sexos constitui-se, de sada, em torno da noo defalta: o rgo genital feminino s diferente do rgo genital masculinoporque lhe falta alguma coisa (...) Esta concepo de alguma coisa que faltaconfere inevitavelmente um lugar, o nico possvel, ao que se supe faltar: oregistro imaginrio (DOR, 1985, p. 75)

    Da, talvez, a confuso que s vezes se faz, segundo Lacan,entre os termos falo e pnis (a falta de um pnis) em Freud o falo, portanto, apenas um elemento que d nome ao objeto que falta,

    ou o que se deseja (ser/ter):O complexo de dipo se dar, ento, em torno da localizao respectiva dolugar do falo no desejo da me, da criana e do pai, no curso de uma dialticaque se desenvolver sob a forma do ser e do ter (DOR, 1985, p. 76).

    O Desejo, a Falta e o Falo

  • (...) no se deve perder de vista que esta referncia flica prevalente na obrade Freud, est na maioria das vezes implcita, metaforizando assim, alisbastante bem, o status subjetivo do objeto flico para o sujeito: que no cessade justificar que o possui; que pergunta com assiduidade quem no o tem,enquanto que, no final das contas, ningum o tem (DOR, 1985, p. 73)

    O Desejo, a Falta e o Falo

  • Lacan pensa que o ser humano tem uma representaofantasmtica do corpo, na qual este aparece fragmentado(corpo como quebrado, em pedaos) esta imago do corpo continua a se expressar durante toda a vida adulta,

    nos sonhos, delrios e processos alucinatrios

    A imagem do beb (por volta dos 6 meses) de seu prpriocorpo refletida no espelho o surpreende, pois ele se vesculpido em uma gestalt que nada mais do que umaimagem antecipatria da coordenao e integridade que aindano possui nesse momento

    (...) a criana no experimenta inicialmente seu corpo como uma totalidadeunificada, mas como alguma coisa dispersa. Esta experincia fantasmtica docorpo esfacelado, cujos vestgios nos aparecem tanto na configurao dealguns sonhos, como nos processos de destruio psictica, realizada nadialtica do espelho, cuja funo neutralizar a disperso angustiante docorpo, favorecendo a unidade do corpo prprio (DOR, 1985, p. 79)

    A constituio do sujeito

  • Neste processo, o beb cria uma identificao com algo que no ,mas que vir a ser uma falcia

    identifica-se com um imaginrio (fantasma) Para Lacan, esse processo se repete na relao do beb com a me,

    ou melhor, com o olhar dela

    estgio do espelho: identifica-se, ou tenta ser, buscandosempre se moldar, vir a ser o que o olhar da me lhe reflete

    Para o autor, nesse momento (estgio do espelho) o beb busca noregistro do imaginrio, vir a ser a imagem refletida no olhar da me

    vir a ser o desejo da me desde o incio, o homem fica preso a esta iluso, da qual

    procurar se aproximar pelo resto de sua vida

    o sujeito se constitui atravs das identificaes com os outrosseres humanos

    O estgio do espelho

  • O Curioso caso de Benjamin Button

  • O eu constitudo nesta etapa, no registro imaginrio o ego ideal uma imago antecipatria prvia, o que no somos, mas

    queremos ser, imagem narcsica cujo alcance persegue ohomem incessantemente

    No estgio do espelho, a criana se identifica com uma imagoantecipatria de si mesma e em seguida com o desejo da me

    (1 momento do dipo) o olhar do outro produz em mim, minha identidade, por

    reflexo. Atravs dele, sei quem sou e nesse jogo narcisista, meconstituo a partir de fora

    Comeo a conhecer-me. No existo. Sou o intervalo entre o que desejoser e os outros me fizeram, ou metade desse intervalo, porque tambmh vida ... Sou isso, enfim ... Apague a luz, feche a porta e deixe de terbarulhos de chinelos no corredor. Fique eu no quarto s com o grandesossego de mim mesmo. um universo barato.

    Fernando Pessoa (lvaro de Campos)

    1 momento do dipo

  • Neste primeiro momento (estgio do espelho) a criana est alienadaem um imaginrio da me, anseia ser o desejo da me (o que ela nopossui e deseja ter): o falo

    o filho seria o falo da me, buscar ser esse objeto flico, seudesejo ser o objeto faltante seu desejo o desejo do outroEsta relao fusional suscitada pela posio particular que a criana mantmjunto me, buscando identificar-se com o que supe ser o objeto de seudesejo. Esta identificao, pela qual o desejo da criana se faz desejo dodesejo da me, amplamente facilitada, e at induzida, pela relao deimediao da criana com a me, a comear pelos primeiros cuidados e asatisfao das necessidades (...) Este objeto susceptvel de preencher a falta dooutro , exatamente, o falo. A criana depara-se, assim, com a problemticaflica em sua relao com a me, ao querer constituir-se ela mesma como falomaterno. A respeito disso, pode-se falar de uma indistino fusional entre acriana e a me, uma vez que a criana tende a identificar-se com o nico eexclusivo objeto do desejo do outro (DOR, 1985, p. 81)

    Para Lacan, a agressividade surge do encontro entre a identificaonarcisista, da qual portador e as fraturas/rupturas s quais estaimago est submetida

    1 momento do dipo

  • Num segundo momento, o pai (terceiro) passa a participar doprocesso, privando a me do beb

    o olhar da me se volta para o pai, o que leva a criana a prem dvida a sua identificao flica

    dilema: ser ou no ser o falo?

    em seu ponto de vista, o pai parece ser o objeto flico possvel o objeto de desejo da me tem agora um nome (significante) que

    embora nunca seja dito, ser enunciado por intermdio de infinitasverbalizaes nome do pai

    Nesse momento, em casos favorveis, intervm a castrao, isto , o paiintervm, retirando a criana da situao de ter que satisfazer a falta materna,retirando-a da situao cativa em que se encontrava, rompendo o par narcsico(BARRETA, 2012, p. 162).A criana , pois, intimada a questionar a sua identificao flica e, ao mesmotempo, a renunciar a ser o objeto do desejo da me. Correlativamente, doponto de vista da me, o pai a priva do falo que ela supostamente tem sob aformada criana identificada com o objeto de seu desejo (DOR, 1985, p. 85).

    2 momento do dipo

  • Para Lacan, a me que apresenta, permite ao pai (terceiro) entrarneste processo

    ao privar a criana de ser o falo, o pai (terceiro) assume afuno castradora media, intercede na relao didica entreme e filho

    a criana descobre que o desejo de cada um deve se submeter lei do desejo do outro (Lei do Pai)

    inicia-se o ingresso no registro simblico

    passa-se da iluso de ser o falo para a de ter o falo supondo que o pai tem o objeto o qual a me deseja

    ter aquilo que preenche o desejo da meO segundo momento do dipo a condio prvia indispensvel pela qual acriana deve passar para aceder simbolizao da lei, que marca o declnio docomplexo de dipo. Neste encontro com a lei do pai, ela , com efeito,confrontada com a questo da castrao, que a interpela atravs da dialticado ter, em cuja dependncia o desejo da me encontra-se doravante (DOR,1985, p. 86).

    2 momento do dipo

  • O Terceiro momento representa o declnio do complexo de dipo o ingresso no registro simblico se d quando a criana

    renuncia a sua condio de ser (relao didica) e entra numtringulo de negociao que lhe permita ter o falo

    inicia-se o jogo de identificaes, baseado em quem tem o falo?A confrontao da criana com a relao flica modifica-se de maneiradecisiva, no sentido em que ela deixa a problemtica do ser para aceitarnegociar, por conta prpria a problemtica do ter. Isto s advm na medida emque o pai no mais lhe aparece como um falo rival dela junto me. Namedida em que h o falo, o pai no mais quele que priva a me do objetode seu desejo (...) A criana tal como a me, encontra-se, ento, inscrita nadialtica do ter: a me que no tem o falo pode desej-lo naquele que o detm;a criana, igualmente desprovida, poder tambm cobia-lo l onde ele seencontra (DOR, 1985, p. 86).

    3 momento do dipo

  • me

    beb

    Eu sou o falo(registro imaginrio)

    1 momento

    2 momento

    Sou ou no sou o falo?

    3 momentoQuem tem

    o falo?pai

    (registro simblico)

    Dinmica psicticaforcluso

    Dinmica perversadenegao

    Dinmica neurticarepresso

    Complexo de dipoEm Lacan

  • O estruturalismo de Lacan referencia-se a partir da estrutura delinguagem, atravs da linguagem que o indivduo se insere nacultura e se constitui como sujeito

    A lngua um complexo sistema de relaes entre signos lingusticos(imutveis e mutveis ao mesmo tempo)

    A unidade fundamental da linguagem o signo:

    composto de uma imagem acstica (significante - S) e umconceito (significado - s)

    o significado aquilo a que o significante se refere um no existe sem o outro o significante no existe sem o

    significado, apenas um objeto, o significado por sua vez, sem oauxlio do significante impensvel, indizvel, o inexistente

    Conceitos lingusticos

    Cadeira (S) significanteObjeto que serve para sentar,

    acomodar a pessoa (s) significado

  • No processo lingustico, a associao entre um (S) e um (s) arbitrria, podendo se relacionar de diversas maneiras em umadeterminada comunidade lingustica

    Eu aprendo

    Ateu = a teu comando = comandado de Deus

    Para Saussure, o ordenamento dos significantes (S) e dossignificados (s) pode se relacionar de duas maneiras:

    por semelhana (metfora) por contiguidade (metonmia)

    Conceitos lingusticos

  • A metfora tradicionalmente repertoriada nos tropos do discursocomo uma figura de linguagem de estilo fundada em relaes desimilaridade e de substituio

    de forma simplificada: metfora consiste em designar algumacoisa por meio do nome de outra coisa

    Por exemplo:

    O que eu sinto por ela um fogo (paixo)Atirou-se sobre o inimigo como um lobo (ferozmente, brutalmente)

    Esquematicamente teramos:

    O processo metafrico

    S1s1

    paixo

    S2s2

    fogo

    S2S1s1

    s2excludo, necessrio uma operao mental

    para encontr-lo

    S1s1

    S2s2

  • Em seu princpio, a metfora consiste em designar alguma coisa pormeio do nome de uma outra coisa

    ela , portanto, no sentido pleno do termo: substituiosignificante, como formula Lacan

    Na medida em que a metfora mostra que os significados (s) extraemsua coerncia unicamente da rede de significantes, o carter destasubstituio significante demonstra a autonomia do significante emrelao ao significado e: por conseguinte a supremacia do significanteAtirou-se sobre o inimigo como um lobo (ferozmente, brutalmente)

    O processo metafrico

    S1s1

    ferozmente

    S2s2

    lobo

    S2S1s1

    s2excludo, necessrio uma operao mental

    para encontr-lo

    S1s1

    S2s2

  • Etimologicamente o termo metonmia significa: mudana de nome esta figura de estilo de linguagem elaborada segundo um processo de

    transferncia de denominao: por meio do qual um objeto designado por um termo diferente

    daquele que lhe habitualmente prprio no entanto, esta alterao de denominao (significantes) s possvel

    porque existem certas condies de ligao entre os dois termos(significantes) contiguidade

    Por exemplo:

    matria-objeto: vrias pernas passaram apressadamentecontinente-contedo: "beber um copoparte-todo:uma vela no horizonte ;andar em um 8 cilindrosmarca-produto: vou ali tirar um xeroxsmbolo pelo objeto simbolizado: no te afastes da cruzinstrumento-usurio: os microfones foram atrs do jogadorlugar-produto: fumei um saboroso havana

    O processo metonmico

  • Esquematicamente teramos:

    Hoje eu estava no div

    S1s1

    anlise

    S2s2

    div

    S2( ... ... ... S1)s1

    s2S1s1

    S2s2

    O processo metonmico

    (ao contrrio da metfora, o significante no passa sob a

    barra de significao)

    Para Lacan, no s o sujeito se insere e inserido atravs dalinguagem, como o inconsciente se estrutura como linguagem

    os processos de condensao e deslocamento dos sonhos sorespectivamente processos metafricos e metonmicos

    o desejo funciona atravs de um processo metonmico(metonmia do desejo)

  • O sintoma um processo metafrico, pois para Lacan:

    o sintoma um retorno da verdade. Ele no se interprete a no serna ordem do significante, que s tem sentido em sua relao comoutro significante

    Se o sintoma uma metfora, no metfora diz-lo (...) poiso sintoma uma metfora, quer se queira ou no diz-lo

    Para Lacan o sintoma deve ser resolvido em uma anlise delinguagem, porque uma linguagem cuja palavra deve ser liberada

    Se o inconsciente se revelar, atravs das formaes que lhe so prprias, e seestas forem efeito da estrutura de linguagem, ser pelos cortes e erros dodiscurso que se tornaro acessveis conscincia. Assim, no haveria outraforma de acesso ao inconsciente, seno a escuta atenta do paciente espera deque um lapsus, um chiste, um sonho, desvendem a combinatria peculiar deassociaes, que subjaz a estas produes (...) Lacan critica duramente asideias daqueles que propem que presena e a atitude emptica do analista nasesso tm um efeito curativo. Privilegia-se a palavra porque por meio delaque temos acesso ao inconsciente (...) Suas pontuaes, seus erros, seusesquecimentos, a cadeia do discurso, tudo isso so ferramentas com que contao analista (BLEICHMAR; BLEICHMAR, 1999, p. 153).

    O inconsciente estruturado com linguagem

  • A aceitao da lei do pai (2 momento) produz uma primeirasubstituio metafrica substitui-se o significante falo pelosignificante nome do pai:

    O nome do pai uma metfora, um significante que surge no lugar do outrosignificante. No caso do significante nome do pai, trata-se de um significanteque surge no lugar do primeiro significante introduzido na simbolizao, osignificante materno. Este significante materno, ou me simblica, a meque alterna entre presena e ausncia (BARRETA, 2012, p. 162).(...) o pai simblico, o nome-do-pai, uma metfora do desejo da me (falo)que ao nome-lo afasta e barra este desejo. O significado ficar, desse modo,para sempre perdido, mas o significante do nome-do-pai dar origem a umacadeia significante e estar presente na fantasia neurtica (BARRETA, 2012,p. 163).

    A metfora do nome-do-pai

    S1 (falo)s1 (desejo da me)falo

    S2 (nome do pai)s2 (desejo da me)nome do pai

    S2S1s1

    s2excludo, necessrio uma operao mental

    para encontr-lo

    S1s1

    S2s2

  • Na teoria lacaniana este processo estruturante o primeiroprocesso de simbolizao, o ingresso no mundo dos significantes

    Isso significa basicamente que o Complexo de dipo marca a passagem daidentificao com o objeto imaginrio do desejo da me (falo imaginrio),para a identificao com o significante do nome do pai. Troca-se umaidentificao por outra, uma identificao imaginria por outra simblica,com a diferena que nessa ltima estamos no reino da cultura, com suas leisprprias, suas proibies, mas tambm no reino onde cada um tem o seu lugar(BARRETA, 2012, p. 163).

    o significante falo se torna inconsciente, porm altamenteinvestido, atraindo outros significantes associadosmetonimicamente com a metfora nome-do-pai

    a partir da simbolizao, todos os objetos de desejo que o sujeitoenuncia no so mais do que deslocamentos metonmicos dosignificante primordial: o falo (inconsciente)

    A metfora do nome-do-pai

  • inconsciente

    S1

    falo

    cadeia falada (significantes)S2 ... .... .... S3 ... ... ... S4 ... ... ...

    nome do pai

    recalque

    A metonmia do desejo

    S2S1s1

    s2

    falodesejo da menome do pai

    desejo da me

    S1

    falo

    ICs Cs

    S2

    nome do pai

  • O sujeito psicolgico nasce ao ser includo na ordem do significantee na lei do pai, reconhecendo a castrao e se tornando umperpetuador da cultura

    com esse ato o seu psiquismo clivado, ou seja, uma parte deleser-lhe- inteiramente desconhecida seu inconsciente

    o sujeito inicia a sua constituio alienado no desejo do outro equando ingressa no registro simblico alienado de si mesmo

    No dipo, a criana deve abandonar a posio de objeto do desejo,ocupando, portanto, uma posio na qual passa a ser sujeito dodesejo de objetos substitutivos

    O sujeito Lacaniano

    Ego ideal(o que no somos, mas queremos ser)

    Narcsico

    Ideal de ego(ser parte da estrutura perpetuadora

    da Lei, o que se espera que seja)

    dipo