aula 2 - lavagem de capitais

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  • 7/26/2019 Aula 2 - Lavagem de Capitais

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    LEGISLAO PENAL ESPECIAL Matria Professor Renato BrasileiroMaterial de Apoio elaborado pela monitora Daniella

    LEGISLAO PENAL ESPECIAL

    Disciplina: Lei de Lavagem de Dinheiro

    Prof.: Renato Brasileiro

    Aula n: 02

    MATERIAL DE APOIO MONITORIA

    NDICE

    I. Anotao de Aula

    II. Lousa Eletrnica

    III. Simulado

    I.

    ANOTAO DE AULA

    11. Tipo Objetivo:

    Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localizao, disposio, movimentao ou propriedadede bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infrao penal. (Redao dada pela

    Lei n 12.683, de 2012)I - (revogado); (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)II - (revogado); (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)III - (revogado); (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)IV - (revogado); (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)V - (revogado); (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)VI - (revogado); (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)VII - (revogado); (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)VIII - (revogado). (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)Pena: recluso, de 3 (trs) a 10 (dez) anos, e multa. (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012) 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilizao de bens, direitos ou valoresprovenientes de infrao penal: (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)

    I - os converte em ativos lcitos;II - os adquire, recebe, troca, negocia, d ou recebe em garantia, guarda, tem em depsito, movimentaou transfere;III - importa ou exporta bens com valores no correspondentes aos verdadeiros.

    2 Incorre, ainda, na mesma pena quem:I - utiliza, na atividade econmica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabe serem

    provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo; 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem: (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)I - utiliza, na atividade econmica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infrao

    penal; (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)II - participa de grupo, associao ou escritrio tendo conhecimento de que sua atividade principal

    ou secundria dirigida prtica de crimes previstos nesta Lei.

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    3 A tentativa punida nos termos do pargrafo nico do art. 14 do Cdigo Penal. 4 A pena ser aumentada de um a dois teros, nos casos previstos nos incisos I a VI

    do caputdeste artigo, se o crime for cometido de forma habitual ou por intermdio de organizaocriminosa.

    5 A pena ser reduzida de um a dois teros e comear a ser cumprida em regime aberto,podendo o juiz deixar de aplic-la ou substitu-la por pena restritiva de direitos, se o autor, co-autor oupartcipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam

    apurao das infraes penais e de sua autoria ou localizao dos bens, direitos ou valores objeto docrime. 4o A pena ser aumentada de um a dois teros, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos

    de forma reiterada ou por intermdio de organizao criminosa. (Redao dada pela Lei n 12.683, de2012)

    5o A pena poder ser reduzida de um a dois teros e ser cumprida em regime aberto ousemiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplic-la ou substitu-la, a qualquer tempo, por pena restritivade direitos, se o autor, coautor ou partcipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestandoesclarecimentos que conduzam apurao das infraes penais, identificao dos autores, coautores epartcipes, ou localizao dos bens, direitos ou valores objeto do crime.(Redao dada pela Lei n12.683, de 2012)

    Ocultar: esconder a coisa.Dissimular: Disfarar/escamotear

    A doutrina diz que a dissimulao seria uma ocultao com fraude.

    Crime de ao mltipla ou contedo variado.

    Aplica-se um dos princpios (especialidade, subsidiariedade, consuno) que regem o conflito de

    normas: princpio da alternatividade.

    Se o agente praticar mais de uma ao tpica no mesmo contexto ftico, responde por apenas um

    crime.

    O crime de lavagem seria um crime material, formal ou de mera conduta?

    Quanto figura do art. 1, caput,teramos um crime de natureza material.

    RHC 80.816.

    Cuidado: Alguns doutrinadores dizem que esse crime seria de natureza formal

    J quanto ao delito do art. 1, 1, no h dvida de que se trata de crime de natureza formal. O mesmo

    acontece com o 2.

    Objeto material do crime

    Bem jurdico Objeto material

    Bem jurdico: bem da vida que tutelado pelo tipo

    penal

    Objeto material: So as pessoas ou coisas sobre as

    quais recai a conduta do agente.

    Bens, direitos ou valores produto direito ou indireto de infrao penal.

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    Produto direito X produto indireto

    Produto direto (producta sceleris): So os bens que chegam s mos do criminoso como resultado direto

    da prtica delituosa (coisa alheia mvel subtrada no furto).

    Produto indireto ou proveito da infrao (fructus sceleris): Trata-se do proveito obtido pelo criminoso com

    o resultado da utilizao econmica do produto direto do delito.

    12. Tipo Subjetivo

    Punio exclusivamente a ttulo de dolo. A punio a ttulo de culpa excepcional.

    Elementos do dolo: cognitivo e volitivo. O dolo nada mais que conscincia e vontade, voc tem

    consciente do que est fazendo e tem vontade de pratic-lo.

    Com as mudanas feitas na lei houve uma melhora. Antes da Lei. 12.683/12, o dolo do autor da lavagem

    tambm devia abranger o crime antecedente. Com o advento da mencionada lei, basta que o autor da

    lavagem tenha conscincia de que tais bens so produtos de infrao penal.

    O crime de lavagem pode ser punido a ttulo de dolo eventual (o agente prev o resultado e assume o

    risco)?

    O art. 339, CP - admite apenas o dolo direito, porque o legislador na prpria redao excluiu o dolo

    eventual.

    Art. 180, CP a expresso de que sabe ser produto de crime exclui o dolo.

    Lei de lavagem art. 1, quadro comparativo.

    Todas as modalidades de lavagem (art. 1, caput, 1, I, II e III, e 2, I) admitem a punio a ttulo de

    dolo direito e eventual, exceo do inciso II do 2, do art. 1. Essa ltima figura delituosa s admite

    dolo direito.

    Teoria da cegueira deliberada: Das instrues da avestruz. Ex. da pessoa que transporta uma mochila a

    pedido de uma pessoa suspeita. Ele evita olhar a mochila para, eventualmente sendo parado, falar que

    no sabia o que tinha dentro.

    Teoria das instrues da avestruz: No crime de lavagem de capitais, se o agente deliberadamente evita a

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    conscincia quanto origem ilcita dos bens, assume o risco de produzir o resultado ocultao ou

    dissimulao, razo pela qual pode responder pelo crime a ttulo de dolo eventual.

    Art. 9, XII, Lei 9.613.

    Caso de fortaleza: Crime de lavagem cometido na sexta-feira, no sbado os bandidos compraram 11veculos de luxo e ainda deixaram 250.000 de crdito na concessionria. Os empresados foram

    denunciados, por se ter entendido que era ntida a situao, foram condenados em primeira instncia e

    absolvidos pelo tribunal, pois a poca do crime no se admitia do dolo eventual.

    13. Revogado rol dos crimes antecedentes do art. 1, Lei 9.613/98.

    Art. 1 Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localizao, disposio, movimentao ou propriedadede bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime:I - de trfico ilcito de substncias entorpecentes ou drogas afins;II - de terrorismo;II de terrorismo e seu financiamento;(Redao dada pela Lei n 10.701, de 9.7.2003)III - de contrabando ou trfico de armas, munies ou material destinado sua produo;IV - de extorso mediante seqestro;V - contra a Administrao Pblica, inclusive a exigncia, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,de qualquer vantagem, como condio ou preo para a prtica ou omisso de atos administrativos;VI - contra o sistema financeiro nacional;VII - praticado por organizao criminosa.VIII praticado por particular contra a administrao pblica estrangeira (arts. 337-B, 337-Ce 337-D doDecreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Cdigo Penal). (Inciso includo pela Lei n 10.467, de11.6.2002)

    Pena: recluso de trs a dez anos e multa. 1 Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilizao de bens, direitos ou valoresprovenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo:

    I. Trfico de drogas: Com base no art. 44, Lei 11.343/06, conclui-se que o trfico de drogas est previsto

    no art. 33, caput, e 1, e art. 34,36 e 37. Lembre-se que a associao para fins de trfico do art. 35 no

    equiparado a hediondo.

    II.Terrorismo e seu financiamento:

    Correntes

    1 No h previso legal no Brasil (LFG, Silva Franco).

    2 Estaria prevista no art. 20, Lei 7.170/83 (Lei de Segurana Nacional). Faz-se nesse caso a

    interpretao analgica.

    Art. 20 - Devastar, saquear, extorquir, roubar, seqestrar, manter em crcere privado, incendiar,depredar, provocar exploso, praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo poltico

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    ou para obteno de fundos destinados manuteno de organizaes polticas clandestinas ousubversivas.Pena: recluso, de 3 a 10 anos.Pargrafo nico - Se do fato resulta leso corporal grave, a pena aumenta-se at o dobro; se resultamorte, aumenta-se at o triplo.

    Interpretao analgica uma frmula casustica seguida de uma frmula genrica.

    III. Contrabando ou trfico de armas.

    Estatuto do desarmamento, Lei 10.826, art. 17 e 18. Tambm no art. 12, Lei 7.170/83

    IV. Extorso mediante seqestro: CP, art. 159.

    V. Crimes contra a administrao pblica: CP, Art. 312 a 359-H. A doutrina diz que crimes contra a

    administrao devem ser interpretados em sentido amplo, devendo ser citada tambm a Lei.

    8.666/96 e o Decreto-Lei 201/68 (crime de responsabilidade de prefeitos e vereadores).

    VI. Crimes contra o sistema financeiro nacional: Lei 7.492/86, citar tambm a Lei 6.385/76.

    VII. Crime praticado por organizao criminosa (aguardar prximas aulas).

    VIII. Crime praticado por particular contra a administrao pblica estrangeira: CP, art. 337-B, 337-C e

    337-D.

    14. Tentativa

    Crime plurissubsistente. Admite a tentativa. Art. 1 , 3, Lei 9.613/98.

    15. Causa de aumento de pena:

    Art. 1, 4, Lei 9.613/98.

    Lei n. 9.613/98 (Redao original) Lei n. 9.613/98, com redao

    dada pela Lei n. 12.683/12

    4A pena ser aumentada de 1 (um)

    a 2/3 (dois teros), nos casos previstos

    nos incisos I a VI do caput deste artigo,

    se o crime for cometido de forma

    habitual ou por intermdio de

    organizao criminosa.

    4 A pena ser aumentada de um a

    dois teros, se os crimes definidos nesta

    Lei forem cometidos de forma reiterada

    ou por intermdio de organizao

    criminosa.

    Aumento - 1/3 a 2/3:

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    Habitualidade criminosa ( uma caracterstica do criminoso, uma pessoa que faz do crime a sua

    atividade habitual) No confundir com crime habitual (caracterstica do crime, aquele crime que

    demanda a prtica reiterada de determinada conduta. Exemplos: 229, 282, CP).

    O crime de lavagem de capitais no crime habitual.

    O aumento tambm incidir quando o crime for praticado por intermdio de organizao criminosa.

    16. Colaborao premiada

    16.1. Conceito:

    Trata-se de tcnica especial de investigao por meio da qual o acusado, em troca por determinado

    prmio legal, no s confessa o delito como tambm presta informaes relevantes sobre o fato delituoso.

    Diferena da delao premiada (LFG, Granzinoli): A delao uma espcie de colaborao na qual um

    terceiro incriminado:

    Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localizao, disposio, movimentao ou propriedadede bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infrao penal. (Redao dada pelaLei n 12.683, de 2012)(...) 5o A pena poder ser reduzida de um a dois teros e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,

    facultando-se ao juiz deixar de aplic-la ou substitu-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos,se o autor, coautor ou partcipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestandoesclarecimentos que conduzam apurao das infraes penais, identificao dos autores, coautores epartcipes, ou localizao dos bens, direitos ou valores objeto do crime.(Redao dada pela Lei n12.683, de 2012)

    Na delao voc tem que incriminar terceiros.

    H quem diga que a colaborao e a delao premiadas seriam incompatveis com a tica e a moral, seria

    o estado incentivando.

    16.2. Previso legal:

    Lei 8.072/90 (crimes hediondos): art; 8, pargrafo nico.

    Art. 159, 4, CP

    Lei 9080/95: alterou a Lei 7.492/86, que passou a prever a delao premiada no art. 25, 2. Tambm

    foi alterada a lei 8.137/90, passando a ter delao premiada no art. 16, pargrafo nico.

    Lei 9.034/95: Art. 6.

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    Em todos eles a lei prev que a colaborao premiada uma causa de diminuio de pena (1/3 a 2/3).

    Dificilmente voc encontrava algum caso em que o criminoso ajudava, pois os benefcios concedidos eram

    poucos. A lei de lavagem um marco da colaborao e delao premiadas.

    Lei n. 9.613/98 (Redao original) Lei n. 9.613/98, com redao

    dada pela Lei n. 12.683/12

    5 A pena ser reduzida de 1 (um) a

    2/3 (dois teros) e comear a ser

    cumprida em regime aberto, podendo o

    juiz deixar de aplic-la ou substitu-la

    por pena restritiva de direitos, se o

    autor, coautor ou partcipe colaborar

    espontaneamente com as autoridades,prestando esclarecimentos que

    conduzam apurao das infraes

    penais e de sua autoria ou localizao

    dos bens, direitos ou valores objeto do

    crime.

    5A pena poder ser reduzida de um

    a dois teros e ser cumprida em regime

    aberto ou semiaberto, facultando-se ao

    juiz deixar de aplic-la ou substitu-la, a

    qualquer tempo, por pena restritiva de

    direitos, se o autor, coautor ou partcipe

    colaborar espontaneamente com asautoridades, prestando esclarecimentos

    que conduzam apurao das infraes

    penais, identificao dos autores,

    coautores e partcipes, ou localizao

    dos bens, direitos ou valores objeto do

    crime.

    Benefcios da lei de lavagem:

    Diminuio da pena e fixao do regime inicial aberto ou semiaberto;

    Substituio da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos;

    Independentemente dos requisitos do art. 44, CP.

    Perdo judicial: causa extintiva da punibilidade.

    Tudo depende do grau de colaborao.

    Lei. 9.807/99 (Lei de proteo s testemunhas), art. 13 e 14.

    Art. 13. Poder o juiz, de ofcio ou a requerimento das partes, conceder o perdo judicial e aconseqente extino da punibilidade ao acusado que, sendo primrio, tenha colaborado efetiva evoluntariamente com a investigao e o processo criminal, desde que dessa colaborao tenharesultado:I - a identificao dos demais co-autores ou partcipes da ao criminosa;II - a localizao da vtima com a sua integridade fsica preservada;III - a recuperao total ou parcial do produto do crime.Pargrafo nico. A concesso do perdo judicial levar em conta a personalidade do beneficiado ea natureza, circunstncias, gravidade e repercusso social do fato criminoso.

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    Obs 1: Como a lei 9.807/99 no trata de um crime especfico, funcionando como regramento geral,

    entende-se que os art. 13 e 14 podem ser aplicados qualquer crime, desde que no haja previso

    especial especfica em sentido diverso.

    Obs 2: se se entender que os trs incisos so de observncia obrigatria, a aplicao desse dispositivo

    ficaria restrita ao crime de extorso mediante sequestro praticado em concurso de agentes no qual tenhahavido o pagamento do preo do resgate. Portanto, a aplicao desse dispositivo legal deve se dar de

    acordo com o caso concreto, ou seja, sendo possvel o preenchimento dos trs incisos, haver

    necessidade da observncia de todos eles para a incidncia do perdo judicial. Caso seja possvel o

    preenchimento de apenas um dos incisos, o quanto basta para a incidncia do art. 13.

    necessrio que os trs incisos estejam presentes concomitantemente?

    Se entender que os trs incisos so de observncia obrigatria, a aplicao desse dispositivo ficariarestrita ao crime de extorso mediante seqestro praticado em concurso de agentes no qual tenha havido

    o pagamento do resgate. Portanto, a aplicao desse dispositivo legal deve se dar de acordo com o caso

    concreto, ou seja, sendo possvel o preenchimento dos trs incisos, haver necessidade da observncia de

    todos eles para a incidncia do perdo judicial. Caso seja possvel o preenchimento de apenas um dos

    incisos, o quanto basta para a incidncia do art. 13.

    Lei 11.343/06, art. 41.

    Lei 12.529/11, art. 87. Aqui a delao premiada ganha o apelido de acordo de lenincia (tambm

    chamada de brandura ou doura).

    16.3. Eficcia objetiva da colaborao premiada.

    As informaes prestadas pelo agente devem ser objetivamente eficazes.

    Art. 6, Lei de crimes organizados: A palavra espontnea: para que os criminosos sejam beneficiados,

    deve ter partido dele essa ideia?

    Para que o criminoso faa jus ao prmio legal, basta que sua colaborao seja voluntria no

    necessariamente espontneo.

    16.4. Acordo de colaborao premiada

    Acordo de colaborao premiada: Trata-se de acordo sigiloso celebrado entre o Ministrio Pblico e o

    acusado, com a presena de advogado, a ser submetido homologao do juiz, que no

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    poder deixar de observ-lo por ocasio da sentena, caso o colaborador tenha cumprido todas as

    obrigaes pactuadas. Para os tribunais, esse acordo no deve constar dos autos e nem se tornar pblico,

    nem mesmo para os advogados dos demais acusados delatados (STF, HC 90.688; AP 470 QO 3).

    Momento o acordo de colaborao premiada pode ser feito na fase investigatria. Durante a fase

    processual tambm perfeitamente possvel que seja feita. Agora, a lei passou a prever que acolaborao pode ser prestada at mesmo durante a execuo penal. Isso tudo, desde que dotada de

    eficcia objetiva.

    Qual seria o instrumento para conseguir a colaborao premiada na execuo? Tem doutrinador que

    afirma que deve ser atravs da reviso criminal, no o melhor instrumento, pois tal instrumento para

    impugnar uma sentena que tem erro. O ideal que ela passe a ser tratada como um incidente da

    execuo.

    16.5 Valor probatrio da colaborao premiada e observncia do contraditrio.

    Obs.1: A colaborao premiada, por si s, no pode fundamentar um decreto condenatrio (STF, HC

    84.517).

    Obs.2: Se o colaborador vier a ser ouvido durante o processo, os advogados dos acusados delatados tero

    direito de fazer reperguntas (STF, HC 90.830).

    17. Competncia criminal.

    CUIDADO: 109, VI, CF Em uma leitura precipitada poderia ser levado a acreditar que todo crime

    contra o sistema financeiro e a ordem econmico-financeira seja julgado pela JF, mas em realidade s

    nos casos determinados em lei.

    Em regra, crimes contra a ordem econmico-financeira so julgados pela justia estadual, salvo se houver

    disposio legal em sentido contrrio.

    Em regra, a competncia para o julgamento da lavagem de capitais da Justia Estadual (STJ, CC

    32.861). No entanto, a competncia ser da Justia Federal nas seguintes hipteses:

    a) Quando praticada em detrimento de bens, servios e interesses da Unio, suas autarquias e

    empresas pblicas (CF, art. 109, IV);

    b) Quando a infrao penal antecedente for de competncia da Justia Federal;

    c)

    Quando a lavagem de capitais for praticada alm do territrio nacional (CF, art. 109, V crimes

    previstos em tratados ou conveno internacional + internacionalidade territorial do resultado

    relativamente conduta delituosa).

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    17.1. Varas especializadas para a lavagem de capitais.

    Art. 12, Lei. 5010/66.

    Obs.1: H previso legal autorizando a especializao de varas para o julgamento de quaisquer crimes,

    inclusive o de lavagem;

    Obs.2: Com a CF/88, o Conselho da Justia Federal passou a ter atribuies meramente administrativas eoramentrias (art. 105, pargrafo nico, II, da CF). Portanto, luz da CF/88, a competncia para

    especializao de varas recai sobre o respectivo Tribunal Regional Federal.

    Obs.3: A especializao de varas no matria submetida ao princpio da reserva legal em sentido

    estrito, mas apenas ao princpio da legalidade em sentido amplo (ex: provimentos, portarias, etc.).

    II. LOUSA ELETRNICA

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    III. SIMULADO

    1 Prova: FUNDEP - 2012 - Prefeitura de Belo Horizonte - MG - Auditor Direito - Os crimes de

    lavagem de dinheiro, previstos na Lei n. 9.613/98, so delitos acessrios e,

    a) por sua importncia secundria, admitem o perdo judicial.

    b) portanto, no admitem tentativa.

    c) por consectrio, caso o servidor seja condenado pelo crime principal, ficam aqueles absorvidos.

    d) assim, s se configuram se, efetivamente, os bens, direitos e valores obtidos forem provenientes de

    crimes anteriores.

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    2. Prova: FUNCAB - 2012 - PC-RJ - Delegado de Polcia - Oto, a fim de dificultar eventual

    investigao, depositou vrios cheques de terceiros, recebidos como produto de concusso da qual

    participou, em contas-correntes de trs empresas de sua propriedade, s quais esperava ter acesso.

    Observando o caso concreto, analise as assertivas abaixo:

    I. Oto deve responder por favorecimento real e lavagemde capitais.II. A figura de lavagem de capitais caracterizada pela ocultao ou dissimulao da origem, da

    localizao, da disposio, da movimentao ou da propriedade dos valores respectivos, provenientes,

    direta ou indiretamente, de qualquer infrao penal.

    III. Se reconhecido que Oto praticou o crime de lavagem de capitais, resta excluda sua participao no

    crime de concusso.

    IV. O tipo de lavagem de dinheiro no reclama nem o xito definitivo da ocultao ou dissimulao, visado

    pelo agente, nem o vulto e a complexidade dos exemplos de requintada engenharia financeira

    transnacional.

    Agora, indique a opo que contempla apenas as assertivas verdadeiras.

    a) I e II.

    b) II e III.

    c) III e IV.

    d) I e III.

    e) II e IV.

    3. Prova: CESPE - 2012 - TCE-ES - Auditor de Controle Externo Direito - Com base na lei que

    trata dos crimes de lavagem de dinheiro e no que dispe o CP acerca dos crimes contra a administrao

    pblica

    e contra a f pblica, julgue os itens subsequentes.

    A mencionada lei determina, de forma expressa, o dever legal de o advogado e de a pessoa jurdica que

    preste, ainda que eventualmente, consultoria jurdica, assessoria, consultoria e assessoramento

    comunicar atividade suspeita de lavagem de dinheiro.( ) Certo ( ) Errado

    III-GABARITO

    1- D

    2- E

    3- Errado