aula 2 - introdução à criminalística
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CRIMINALÍSTICACRIMINALÍSTICAFundamentos
UFRJ – Faculdade de FarmáciaUFRJ Faculdade de FarmáciaProf. Fabio Luiz Costa de Souza
D E F I N I Ç Ã OD E F I N I Ç Ã O1947 – 1º Congresso Brasileiro de Polícia Técnica - SP
“Disciplina cujo objetivo é o
reconhecimento e interpretação dos
i dí i t i i t í l ti indícios materiais extrínsecos relativos ao
crime ou à personalidade do criminoso”crime ou à personalidade do criminoso
Evolução Histórica até a Criminalística
O Imperador Cesar na Roma Antiga foi oO Imperador Cesar, na Roma Antiga foi oprimeiro a mandar fazer “exame do local” quandoseu servo Plantius Silvanius foi acusado deassassinar sua mulher Apronia atirando a de umaassassinar sua mulher Apronia, atirando-a de umajanela. Ao examinar o quarto de dormir do casal,encontrou claros sinais de violência.
EXAME DO LOCAL DO CRIME
Um d s spect s Um dos aspectos MAIS IMPORTANTES da CRIMINALÍSTICA
Evolução Histórica até a Criminalística
Século XVI
1560 - França
Ambroise Poré – médico cirurgião queAmbroise Poré – médico cirurgião quedescreveu pela 1ª vez
ferimentos produzidos por armas de fogo
1563 – Portugal
João de Barros – explorador que publicou pela 1ª vezp q p pobservações sobre coleta de impressões digitais, palmares eplantares em contratos de compra e venda de escravos na China
Evolução Histórica até a Criminalística
Século XVII
1665 – Itália
Marcelo Malpighi– médico anatomistaque publicou pela 1ª vez
Estudos sobre os relevos papilares das polpas digitais e das palmas das mãos
Evolução Histórica até a Criminalística
Século XVIII
1753 – França
Dr. Boucher – médico que publicoupela 1ª vez
Estudos sobre balística
Evolução Histórica até a Criminalística
Século XIX
A CRIMINALÍSTICA começa a tomar forma
1823 - Alemanha
Johannes Evangelist Purkinje – publicaJohannes Evangelist Purkinje publica
o primeiro “TRATADO DE DATILOSCOPIA”
1840 - França
Orfila – usando a química e a toxicologiaq gcomo ferramentas elucida pela 1ª vez um casode envenenamento por Arsênio
Evolução Histórica até a Criminalística
Século XIX
1844 - Roma
P I ê i VIII bli b l lPapa Inocêncio VIII – publica uma bula papalrecomendando a intervenção de médicos na elucidaçãode assuntos criminais
1850 - Bélgica1850 Bélgica
Jean Stas – usando novamente a química e a toxicologia como ferramentas elucida outro caso de
envenenamento, mas desta vez por Nicotina
Evolução Histórica até a Criminalística
Século XIXHenry Faulds – médico inglês que trabalhava em um hospital em Tóquio (Japão)
1858
Trabalhando de forma d d independente sugerem que a
coleta de impressões digitais passe a ser feita com tinta preta p pde imprensa padronizando assim
a identificação pessoal
Willian James Herschel – delegado do governo inglês na Índia
Evolução Histórica até a Criminalística
Século XIX
1864 - Itália
C L b édi i iã d iCesare Lombroso – médico e cirurgião-dentista,propõe o SISTEMA ANTROPOMÉTRICO como processode identificação pessoal
”
1866 – Estados Unidos
Allan Pinkerton – introduz aFOTOGRAFIA FORENSEFOTOGRAFIA FORENSE
Evolução Histórica até a Criminalística
Século XIX
1882 - Itália
Al h B till i RETRATO FALADOAlphonse Bertillon – cria o RETRATO FALADO
”
Evolução Histórica até a Criminalística
Século XIX
1888 - Inglaterra
Sir Francis Galton foi convidado pelo LondonSir Francis Galton foi convidado pelo LondonRoyal Institute para opinar sobre o melhor sistemade identificação pessoal. Após estudos comparativos,
l i i t DATILOSCÓPICOconcluiu que o sistema DATILOSCÓPICO eraSUPERIOR ao sistema antropométrico
O SISTEMA DATILOSCÓPICO acabaria sendo adotado como sistema de identificação
pessoal em TODO O MUNDO
Evolução Histórica até a Criminalística
Século XIX
1893 - Áustria
Hans Gross publica o “MANUAL PARAHans Gross publica o MANUAL PARA
JUÍZES DE INSTRUÇÃO” formalizando assim pela
1ª vez a disciplina da CRIMINOLOGIA e passando a1 vez a disciplina da CRIMINOLOGIA e passando a
ser reconhecido como PAI DA CRIMINOLOGIA
Evolução Histórica até a Criminalística
Séculos XIX e XX
1896 - Argentina
Juan Vucetich simplifica o Sistema DatiloscópicoJuan Vucetich simplifica o Sistema Datiloscópicoque passa a ser adotado na Argentina em substituição aoSistema Antropométrico
”1903 – Brasil
É criado o Gabinete de IdentificaçãoÉ criado o Gabinete de Identificação
do Rio de Janeiro e o Brasil passa a adotar o
SISTEMA DATILOSCÓPICO DE VUCETICHSISTEMA DATILOSCÓPICO DE VUCETICH
para identificação pessoal
Evolução Histórica até a Criminalística
Séculos XX e XXI
”A CRIMINALÍSTICA teve grande evolução, A RIMINALÍS I A teve grande evolução,
principalmente a partir da introdução dos
MÉTODOS INSTRUMENTAIS de análise
Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Perícia Criminalística
Estã l i n d s à:Estão relacionados à:
Observação
Análise
Interpretação
Descrição
Documentação da prova
Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Perícia Criminalística
1º Princípio - OBSERVAÇÃO1 Princípio OBSERVAÇÃO
Princípio da Troca de Locard
Toda vez que dois corpos entram em contato,q p ,haverá sempre um intercâmbio entre esses corpos
ÍNão há CONTATO que não resulte em VESTÍGIOS. Sua
DETECÇÃO pode ser por vezes DIFÍCIL a OLHO NÚ,
d Á E Í / exigindo ANÁLISES QUÍMICAS e/ou
INTRUMENTAIS de ALTA SENSIBILIDADE
Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Perícia Criminalística
2º Princípio - ANÁLISE2 Princípio ANÁLISE
A análise pericial deve sempre seguir o MÉTODO CIENTÍFICO
A perícia tem por objetivo definir como o fato ocorreu A perícia tem por objetivo definir como o fato ocorreu,
valendo-se para isso de uma criteriosa coleta de dados –
INDÍCIOS e VESTÍGIOS – que permitam estabelecer INDÍCIOS e VESTÍGIOS que permitam estabelecer
conjecturas sobre como se desenvolveu o fato, a partir das
quais formula-se hipóteses coerentes sobre o fato ocorridoquais formula se hipóteses coerentes sobre o fato ocorrido
Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Perícia Criminalística
3º Princípio - INTERPRETAÇÃO3 Princípio INTERPRETAÇÃO
Princípio da INDIVIDUALIDADE
“Dois objetos podem ser INDISTIGUÍVEIS, mas NUNCA serão IDÊNTICOS”
p
j p ,
Há 3 níveis de enquadramento para a identificação:q p ç
Genérica
E ífEspecífica
Individual
Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Perícia Criminalística
IdentificaçãoGENÉRICAGENÉRICA
Estojos de
cartuchos deflagradasg
de arma de fogo
Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Perícia Criminalística
IdentificaçãoESPECÍFICA
Estojos de cartuchos Estojos de cartuchos
deflagradas de arma de
fogo do tipo revólver oug p
rifle, em calibre .38,
fabricados pela CBC, com
carga “SPL+P+”
Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Perícia Criminalística
Identificação INDIVIDUAL
Estojos de cartuchos deflagradas de arma de fogo do tipo revólver
ou rifle, em calibre .38, fabricados pela CBC, com carga “SPL+P+”
ÓHIPÓTESES para se chegar à Identificação INDIVIDUAL
Todos foram disparados na mesma arma ?Todos foram disparados na mesma arma ?
Foram disparados de um revólver ou de um rifle ?
Todos foram disparados na mesma época ?Todos foram disparados na mesma época ?
Eram cartuchos originais de fábrica ou recarregados ?
Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Perícia Criminalística
Identificação INDIVIDUAL
Para se chegar à IDENTIFICAÇÃO INDIVIDUAL de cada estojo, são
necessárias ANÁLISES QUÍMICAS e/ou INSTRUMENTAIS a fim de
IDENTIFICAR ELEMENTOS que INDIVIDUALIZEM cada estojo
A ANÁLISE PERICIAL FORENSE deve SEMPRE alcançar o
ÚLTIMO NÍVEL de enquadramento para IDENTIFICAÇÃOq p Ç
Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Perícia Criminalística
4º Princípio - DESCRIÇÃO
O RESULTADO de um EXAME PERICIAL FORENSE é CONSTANTE em relação ao TEMPO
Tal fato é consequência direta do 2º Princípio Fundamental da Perícia Criminalísticap
“A análise pericial deve sempre seguir o MÉTODO CIENTÍFICO”
Os RESULTADOS de um EXAME PERICIAL FORENSE devem ser expostos na forma de um LAUDO, de forma
CLARA, RACIONALMENTE DISPOSTOS , BEM , ,FUNDAMENTADOS, em LINGUAGEM ÉTICA e
JURIDICAMENTE PERFEITA
Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Perícia Criminalística
5º Princípio – DOCUMENTAÇÃO DA PROVA5 Princípio DOCUMENTAÇÃO DA PROVA
Toda AMOSTRA deve ser DOCUMENTADA desde o seu “NASCIMENTO “ no LOCAL DO CRIME até sua ANÁLISE e NASCIMENTO no LOCAL DO CRIME até sua ANÁLISE e DESCRIÇÃO FINAL, de modo a estabelecer um HISTÓRICO
COMPLETO e FIEL da sua ORIGEM
Princípio baseado na CADEIA DE CUSTÓDIA DA PROVA PERICIAL Princípio baseado na CADEIA DE CUSTÓDIA DA PROVA PERICIAL
que visa proteger a FIDELIDADE da prova material, evitando
PROVAS FORJADAS ou INCLUÍDAS no conjunto das demaisj
Estrutura da Segurança Pública nos Estrutura da Segurança Pública nos Estados Brasileiros
Secretarias Estaduais deSegurança Pública
Polícia Militar Polícia CivilPolícia Militar Polícia Civil
Policiamento Ostensivo
Investigação Policial
PolíciaCientífica
A Ação Policial nos Estados Brasileiros
R á l l POLICIAMENTO OSTENSIVO Responsável pelo POLICIAMENTO OSTENSIVO e o
CONFRONTO DIRETO. Em geral, é a primeira a chegar ao
LOCAL DO CRIMELOCAL DO CRIME
Responsável pela INVESTIGAÇÃO POLICIAL,
i l i d PESQUISA DE VESTÍGIOS incluindo a PESQUISA DE VESTÍGIOS no
LOCAL DO CRIME, por meio da sua
POLÍCIA CIENTÍFICAPOLÍCIA CIENTÍFICA
A Investigação Policial
O DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL é o presidenteO DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL é o presidente
do INQUÉRITO POLICIAL cujo objetivo é a
APURAÇÃO DOS FATOS para envio do APURAÇÃO DOS FATOS para envio do
INQUÉRITO ao MINISTÉRIO PÚBLICO
Na APURAÇÃO DOS FATOS, o DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL
pode solicitar o apoio da POLÍCIA CIENTÍFICA para produção de
um LAUDO PERICIAL que ajude a ESCLARECER OS FATOS
fundamentando a CONCLUSÃO do INQUÉRITO
A Abertura do Processo Criminal
No MINISTÉRIO PÚBLICO, o PROMOTOR DE
JUSTIÇA analisa o INQUÉRITO quanto ao
PREENCHIMENTO DOS REQUSITOS e oferece
a DENÚNCIA, ou solicita ao JUIZ o
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO
O Laudo Pericial no Contexto da O Laudo Pericial no Contexto da Investigação até o Processo Criminal
O LAUDO PERICIAL é o documento no qual o PERITO descreve
todo o processo pelo qual passou um MATERIAL PERICIADO, desde o seu
E E E Á E E E E éRECEBIMENTO, ANÁLISES FORENSES, RESULTADOS até as
CONCLUSÕES.
Um LAUDO PERICIAL deve ser CLARO e OBJETIVO, ao mesmo
tempo conter TODOS os DADOS e OBSERVAÇÕES necessários ao seu BOMtempo conter TODOS os DADOS e OBSERVAÇÕES necessários ao seu BOM
ENTENDIMENTO de modo a esclarecer os QUESTIONAMENTOS
elaborados pela JUSTIÇAelaborados pela JUSTIÇA
A Requisição da Perícia Forense
Na Fase de InvestigaçãoNa Fase de Investigação
Cabe ao DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL que preside oCabe ao DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL que preside oINQUÉRITO POLICIAL requisitar a PERÍCIA FORENSE
“Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo dedelito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado” (CPP –Art. 158)
“Determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito ouqualquer outras perícias” (CPP – Art. 6 – Inciso VII)
A Requisição da Perícia Forense
Na Fase de Remessa ao Ministério PúblicoNa Fase de Remessa ao Ministério Público
Cabe ao PROMOTOR DE JUSTIÇA que analisa aCabe ao PROMOTOR DE JUSTIÇA que analisa aFUNDAMENTAÇÃO da DENÚNCIA requisitar a PERÍCIA FORENSE casojulgue necessários maiores esclarecimentos para decidir se oferece aDENÚNCIA ou solicita ao JUIZ o ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITOQ Q
“Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos edocumentos complementares ou novos elementos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que devam ou possamfornecê-los” (CPP – Art. 47)
A Requisição da Perícia Forense
Na Fase do Processo CriminalNa Fase do Processo Criminal
Cabe ao JUIZ que preside o PROCESSO CRIMINAL requisitar aCabe ao JUIZ que preside o PROCESSO CRIMINAL requisitar aPERÍCIA FORENSE sempre que:
Julgar necessário para FORMAÇÃO DA SUA CONVICÇÃO sobre o caso
Julgar que a requisição de qualquer das partes envolvidas, por meio de seusÁ
g q q q q p padvogados, é NECESSÁRIA AO ESCLARECIMENTO DA VERDADE
“Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz (...) negará a períciap , j ( ) g prequerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento daverdade” (CPP – Art. 184)
A Requisição de Nova Perícia Forense
SOMENTE JUIZ id PROCESSO CRIMINAL dSOMENTE o JUIZ que preside o PROCESSO CRIMINAL pode
requisitar a REVISÃO DO LAUDO PERICIAL ou a realização de NOVA
PERÍCIA FORENSEPERÍCIA FORENSE
“No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões,obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir aobscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir aformalidade, complementar ou esclarecer o laudo” (CPP – Art. 181)
“A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo exame, porp q p , poutros peritos, se julgar conveniente” (CPP – Art. 181 – Parágrafo Único)
O Laudo Pericial como Prova Forense
Código de Processo Penal
“O juíz não ficará adstrito ao laudo [pericial], podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte” (CPP – Art. 182)
Tal prerrogativa legal demonstra uma preocupação dop g g p p çlegislador de que o LAUDO PERICIAL não sejaapreciado pelo JUIZ como uma VERDADEABSOLUTA, corroborado pelo ARTIGO 155 do CPPp
“O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzidaj ç p p ç p pem contraditório judicial...” (CPP – Art. 155)
O Laudo Pericial como Prova Forense
A p in ípi NÃO há HIERARQUIA nt s PROVAS nst nt s d A princípio, NÃO há HIERARQUIA entre as PROVAS constantes do PROCESSO CRIMINAL, apresentando TODAS o MESMO VALOR.
Na PRÁTICA é relativamente COMUM que a PROVA PERICIAL seja Na PRÁTICA, é relativamente COMUM que a PROVA PERICIAL seja preponderante sobre as PROVAS SUBJETIVAS
A PROVA PERICIAL é produzida com FUNDAMENTAÇÃOCIENTÍFICA a partir dos elementos materiais encontrados enquanto asCIENTÍFICA a partir dos elementos materiais encontrados, enquanto asPROVAS SUBJETIVAS dependem do TESTEMUNHO ouINTERPRETAÇÃO das pessoas, o que pode ocasionar ERROS desde asimples INCAPACIDADE das pessoas relatarem um fato até a situaçãosimples INCAPACIDADE das pessoas relatarem um fato até a situaçãode MÁ-FÉ, quando existe a intenção de DISTORCER os FATOS para queNÃO SE CHEGUE À VERDADE
O Laudo Pericial como Prova Forense
A QUALIDADE do LAUDO PERICIAL
Tem INFLUÊNCIA DIRETA na FORMAÇÃO da CONVICÇÃO DO JUIZ
E consequentemente no RESULTADO FINAL do PROCESSO CRIMINAL