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Aula 17 – Ligações covalentes e
metálicas
Em nossa aula passada falamos de ligações iônicas, aquelas que ocorrem
entre átomos com grandes diferenças de eletronegatividade. Entretanto, essa
não é a única forma que os átomos podem se ligar, sendo as outras formas o
assunto dessa aula.
LIGAÇÕES COVALENTES E METÁLICAS
Observe abaixo, na tabela 1, passada na aula passada, algumas
características de algumas substâncias.
Tabela 1 - Substâncias diferentes suas propriedades
Substância Ponto de Fusão (ºC) Conduz corrente no estado sólido?
Conduz corrente no estado líquido?
Cloreto de Lítio 614 Não Sim Cloreto de Cálcio 782 Não Sim Cloreto de Sódio 801 Não Sim Brometo de Potássio 1003 Não Sim Óxido de Alumínio 2015 Não Sim Óxido de Magnésio 2800 Não Sim
Álcool Etílico -117 Não Não Cloro -101 Não Não Água 0 Não Não Naftalina 80 Não Não
Iodo 114 Não Não Glicose 142 Não Não
Alumínio 660 Sim Sim Prata 962 Sim Sim Ouro 1064 Sim Sim Cobre 1535 Sim Sim Platina 1772 Sim Sim
Nessa aula falaremos sobre o comportamento do segundo e terceiro
grupo de substâncias mostradas na tabela:
LIGAÇÕES COVALENTES
Observando as substâncias classificadas na tabela como parte do grupo
2 na tabela, temos essas: Álcool etílico – CH3CH2OH; Cloro – Cl2; Água – H2O;
Naftalina – C10H8; Iodo – I2 e glicose, C6H12O6. Avaliando elas mais
profundamente observamos que todas são formadas por ametais. Com isso,
podemos afirmar:
Substâncias formadas pela união de átomos de ametais (incluindo
o H) apresentam baixos pontos de fusão e ebulição e não conduzem a
corrente elétrica quando puras nos estados líquidos ou sólidos*.
A ligação entre átomos de ametais não pode ser iônica, pois como
verificamos, ametais precisam de elétrons para completar o octeto. Assim, entre
átomos de ametais, a ligação química ocorre de outro modo, chamado de ligação
covalente!
Considere um átomo de cloro. Ele não é estável isoladamente, pois possui
7 elétrons na camada de valência. Para se estabilizar, vimos que ele deve, ao
participar de uma ligação iônica, receber mais 1 elétron.
Há, entretanto, outro modo de esse átomo atingir a estabilidade. Ele pode
“compartilhar” um elétron com outro átomo que também fara o mesmo. Dessa
maneira, cada átomo passará a ter o usufruto comum do par de elétrons
compartilhado, ficando assim com o octeto completo. O resultado é uma
molécula de cloro,formada por dois átomos desse elemento.
Fórmula Eletrônica Fórmula Estrutural Fórmula
Molecular
Esse compartilhamento de elétrons que leva a formação de moléculas é
chamado de ligação covalente.
Observe a molécula de etanol, mais complexa que a do cloro:
Note que os elementos que compõe essa molécula são o Carbono (C), o
Oxigênio (O) e o Hidrogênio (H), sendo esses ametais. Em função desse fato
não há diferença significativa na eletronegatividade desse elementos para formar
uma ligação iônica, formando eles entre si apenas ligações covalentes. Veja, por
exemplo, a ligação entre um átomo de hidrogênio e um de carbono, representada
abaixo.
O Carbono, um elemento da família 4A, possui 4 elétrons em sua camada
de valência. Já o Hidrogênio possui apenas 1. Para ficarem estáveis, de acordo
com a teoria do octeto, o hidrogênio deve receber 1 elétron e o carbono 4
elétrons. Em função dessa busca por estabilidade, esses dois elementos
compartilham os elétrons de sua camada de valência. Note que o hidrogênio
precisa de apenas um elétron para a estabilidade, compartilhando apenas um
elétron com o carbono, conforme visto na figura acima. Entretanto, para o
carbono atingir a estabilidade ele necessita realizar mais ligações, visto que
mesmo compartilhando um elétron com o hidrogênio esse ainda permanece com
5 elétrons. Por isso, o carbono se liga aos demais elementos presentes na
molécula de etanol.
Propriedades das substancias covalentes
As substâncias formadas com ligações covalentes podem ser
encontradas nos três estados físicos na natureza (sólido, líquido e gasoso).
Entretanto, seus pontos de ebulição e fusão são muito mais baixos quando
comparados com os das substâncias iônicas. E quando puras essas substâncias
NÃO conduzem eletricidade.
LIGAÇÕES METÁLICAS
As ligações metálicas são características de substâncias formadas
exclusivamente por átomos de metais, como aqueles classificados no terceiro
grupo da tabela 1. Esse tipo de ligação explica algumas propriedades
apresentadas pelos metais que são diferentes das observadas em substâncias
formadas por ligações iônicas ou covalentes. Por exemplo, os metais, em sua
maioria, podem ser encontrados no estado sólido à temperatura ambiente (25°C)
e apresentam cor acinzentada e brilho característico.
Assim como nas substâncias iônicas verificamos a formação de um
retículo cristalino, onde não há moléculas propriamente formadas, mas sim
átomos muito próximos e sobrepostos aos outros. Nesse caso, representamos o
retículo cristalino do metal apenas com o símbolo do elemento que o compõe,
como Fe para o ferro, Au para o ouro, entre outros. Veja os exemplos nas figuras
abaixo.
Mercúrio – Hg (O único metal líquido
a temperatura ambiente)
Cobre - Cu Ouro - Au
Experiências com raios X levam a crer que os átomos dos metais se
organizam em uma estrutura na qual os cátions ficam agrupados fixos com um
“mar” de elétrons localizados em torno dos cátions. Esses elétrons são
provenientes da camada de valência e não são atraídos por nenhum núcleo em
particular, por isso os chamamos de deslocalizados. Para compreender melhor,
veja a figura abaixo:
Os elétrons, representados pelo símbolo negativo (-), tem a liberdade de
se moverem por toda a extensão do retículo cristalino, sendo esses responsáveis
por algumas propriedades dos metais, como:
Condutibilidade;
Elevados PF e PE.
Maleabilidade* (capacidade de serem moldados
em lâminas e chapas muito finas);
Ductibilidade* (capacidade de serem moldados
fios);
Observando essas propriedades podemos compreender como e por que
os metais são tão utilizados para formarem fios elétricos, recipientes que
suportem aquecimento como panelas e outros frascos, bem como as suas
diversas outras aplicações, sejam na forma de ligas (combinando dois ou mais
metais) ou com um único elemento químico.
Ficou com alguma dúvida? Mande um email para a
profª em [email protected]
*Essas propriedades podem
ser explicadas pela sobreposição dos núcleos positivos na formação do retículo cristalino. Aplicando-se uma pressão sobre uma determinada região do metal, os átomos dessa irão “escorregar” sobre os outros. Com esse deslizamento podem se formar as lâminas ou fios desejados.