aula 1
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LPT I - 2014.3LPT I - 2014.3AULA 1AULA 1
Profª. Drª. Caroline Rodrigues CardosoProfª. Drª. Caroline Rodrigues [email protected]@unilab.edu.br
Março/2015Março/2015
LÍNGUALÍNGUA Gramática e léxico Instrumento de interação
social
LINGUAGEMLINGUAGEM Instituição humana que
distingue o homem de outros animais
Função comunicativa
REFERENTEREFERENTE
CÓDIGOCÓDIGO
EMISSOREMISSOR MENSAGEMMENSAGEM RECEPTORRECEPTOR
CANALCANAL
INTERPESSOALINTERPESSOAL
Usamos a linguagem para estabelecer/manter
relações sociais
IDENTIFICACIONALIDENTIFICACIONAL
Por meio da linguagem nos identificamos e
identificamos os outros
REPRESENTACIONALREPRESENTACIONAL
Por meio da linguagem, representamos nossa experiência no mundo
FUNÇÕES FUNÇÕES
DA DA
LINGUAGEMLINGUAGEM
FUNÇÕES DE LINGUAGEMFUNÇÕES DE LINGUAGEM
MultifuncionalidadeFuncionalmente complexa por naturezaOs textos não “selecionam” funções específicasAo produzirmos textos, simultaneamente comunicamos, estabelecemos relações sociais, nos identificamos, identificamos nossos interlocutores, representamos o mundo e nossa experiência no mundo
GRAMÁTICAGRAMÁTICA
-sistema linguísticoem uso
gramáticagramática
-manual que apresenta asregras de “falar e escrevercorretamente”-prescritiva e baseada emjuízos de valor-gramática tradicional
GRAMÁTICAGRAMÁTICA
Regras de combinação
Fonológicas Morfológicas Sintáticas
LÉXICOLÉXICO
“Dicionário mental” Vocabulário
VARIAÇÃO LINGUÍSTICAVARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Norma padrãoNorma padrão = modelo homogêneo e idealizado de língua baseado na escrita literáriaInvenção da escritaInvenção da escrita = 6 mil anosIdade da espécie humanaIdade da espécie humana = ± 200 mil anosEstado natural das línguasEstado natural das línguas = heterogeneidade, variação e mudança (fatores linguísticos e sociais)Norma cultaNorma culta = variedades linguísticas efetivamente empregadas por falantes mais escolarizados e de status socioeconômico elevado (prestigiada)
VARIAÇÃO LINGUÍSTICAVARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Fatores linguísticosFatores linguísticos = ordem, contexto fonético, proximidade na sentençaFatores sociaisFatores sociais = tempo (diacrônica), origem geográfica (diatópica), meio de comunicação (diamésica), de estilo (diafásica), classe social (diastrática), grau de escolaridade, idade, sexo, redes sociais.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICAVARIAÇÃO LINGUÍSTICA
No nível fonético-fonológicofonético-fonológico (≠ sotaques)No nível morfológicomorfológico (≠ sufixos)No nível sintático sintático (≠ usos da or. adjetiva)No nível semânticosemântico (≠ de significado)No nível lexical lexical (≠ denominações para um mesmo objeto)No nível estilístico-pragmáticoestilístico-pragmático (≠ estilos a depender do contexto de interação)
VARIAÇÃO LINGUÍSTICAVARIAÇÃO LINGUÍSTICAAnálise da interação verbalAnálise da interação verbal
Contínuo de monitoração estilísticaContínuo de urbanização
Contínuo de oralidade-letramento
VARIAÇÃO LINGUÍSTICAVARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Traços graduais = presentes no português mais geral (sem estigma)Exs.: redução do ditongo /ey/ a /e/: beijo > ['bêjo']ditongação da vogal tônica final seguida de /s/: paz > ['pais']
Traços descontínuos = restritos à fala de poucos (estigmatizados) Exs.: rotacismo: placa > pracaredução do sufixo de gerúndio: comendo > comeno
(BAGNO, 2007, p. 56)
VARIAÇÃO LINGUÍSTICAVARIAÇÃO LINGUÍSTICAESTIGMA E PRESTÍGIOESTIGMA E PRESTÍGIO
Juízos de valorAvaliação social e não linguísticaAs formas linguísticas não têm valor em siValores culturais Bens simbólicos (língua, p. ex.)Língua = comunicação e instrumento de controle social; lugar e meio de conflitos (GNERRE, 1991)
(BAGNO, 2007, p. 77)
COMPETÊNCIA COMUNICATIVACOMPETÊNCIA COMUNICATIVA
O que dizer e como dizê-lo de maneira apropriada a qualquer interlocutor e em qualquer circunstânciaCapacidade pessoal que inclui tanto o conhecimento tácito de um código comum, como a habilidade de usá-loPressão comunicativa no uso da língua em função de três condições: (i) apoio contextual(ii) complexidade cognitiva(iii) familiaridade com as rotinas comunicativas
ATIVIDADE 1ATIVIDADE 1
A adoção de gramáticas [normativas] pelas escolas é bem um sintoma de que elas pouco se preocupam em analisar efetivamente uma língua, mas, antes, em transmitir uma ideologia linguística. Se considerarmos que aquelas gramáticas adotam uma definição de língua extremamente limitada, que expõem aos estudantes um modelo bastante arcaico e distante da experiência vivida, mais do que ensinar uma língua, o que elas conseguem é aprofundar a consciência da própria incompetência por parte dos alunos.
(POSSENTI In: GERALDI, 1999, p. 56)
Escreva um parágrafo crítico-reflexivo acerca do que você leu no texto de Gnerre (1991) e no trecho transcrito acima.
ATIVIDADE 2ATIVIDADE 2
Elaine, 11 anos, residente em Brasília-DF, pais com antecedentes rurbanos, diz o seguinte em uma entrevista sociolinguística na sua escola:“É a cadeia alimentar, né? O ciclo de vida... Porque cada uma vai comendo um animal ou um vegetal pra se alimentar. Isso aqui é a vida na água. Fala assim da fotossíntese, né? Como é que eles respira, como é que as plantas fabrica seu próprio alimento, fabricam o oxigênio para os peixes respirarem. Aqui a cadeia alimentar.
A partir do que foi abordado na aula, como você analisa a competência comunicativa de Elaine à luz das condições propostas por Bortoni-Ricardo (2005)?
BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIA
BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso. São Paulo: Parábola, 2007.BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Nós cheguemu na escola, e agora? Sociolinguística & Educação. São Paulo: Parábola, 2005.GERALDI, João W.(Org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1999. GNERRE, Maurizio. Linguagem, escrita e poder. São Paulo: Martins Fontes, 1991. RESENDE, Viviane de Melo; VIEIRA, Viviane. Leitura e produção de texto na universidade: roteiros de aula. Brasília: EdUnB, 2014.