aula 03 - técnicas e temas - prova discursiva

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Curso de Técnicas e Temas para AFT 2013 Direito Constitucional – Aula 03 Equipe Estratégia www.estrategiaconcursos.com.br 1 Fala galerinha de todo o Brasil! E, então, estão gostando da dinâmica do curso? Procurem assimilar o melhor do estilo de cada professor para, assim, desenvolver ou aprimorar seu estilo próprio de resolver questões discursivas. Espero que aproveitem mais esta aula. Preparados?! Aos estudos! Cyonil Borges. AULA 03 – CURSO DE TÉCNICAS E DE TEMAS DE DISCURSIVAS P/ AFT 2013

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  • Curso de Tcnicas e Temas para AFT 2013 Direito Constitucional Aula 03

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    Fala galerinha de todo o Brasil!

    E, ento, esto gostando da dinmica do curso? Procurem assimilar o

    melhor do estilo de cada professor para, assim, desenvolver ou

    aprimorar seu estilo prprio de resolver questes discursivas.

    Espero que aproveitem mais esta aula.

    Preparados?! Aos estudos!

    Cyonil Borges.

    AULA 03 CURSO DE TCNICAS E DE TEMAS DE DISCURSIVAS P/ AFT 2013

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    TEMAS EM SEQUNCIA

    TEMA I 2000 TCU - AUFC

    Disserte sobre os atos sujeitos a registro do Tribunal de Contas da Unio, observando, em especial, os seguintes tpicos:

    1 - atos que esto sujeitos a registro do TCU;

    2 - aspecto desses atos sob o qual predomina a apreciao pelo TCU;

    3 - a variedade diferenciada porventura existentes de atos, para efeito de registro pelo TCU entre os de rgos da Administrao

    Direta e os de entidades da Administrao indireta Federal;

    4 - as consequncias advindas das decises do TCU, que resultem impugnaes a esses atos sujeitos sua jurisdio; e

    5 - consideraes gerais pertinentes.

    Extenso: mnimo de 15 e mximo de 30 linhas.

    TEMA II 2008 SENADO - ADMINISTRAO

    Discorra sobre dois princpios constitucionais da ordem econmica.

    Extenso mxima: 40 linhas.

    TEMA III 2011 Titular de Servios Notariais e Registrais

    Dispe o artigo 5 (Ttulo II Dos Direitos e Garantias Fundamentais Captulo I Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos), inciso

    XXXIV, alnea a, da Constituio Federal: so a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petio

    aos Poderes Pblicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. Discorra sobre o instituto ali previsto, abordando

    clara e objetivamente os seguintes pontos:

    a) Sua origem histrica;

    b) Se possvel a sua utilizao como instrumento de defesa

    jurisdicional;

    c) Se possvel o seu manejo tambm por estrangeiros;

    d) Se seu uso restrito defesa de direitos individuais, to-

    somente e;

    e) Quais os destinatrios da petio.

    Extenso mxima: 30 linhas.

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    TEMA IV 2010 OAB/Unificado I

    Considerando que a assembleia legislativa de um estado da Federao promova emenda ao seu regimento interno na qual se

    determine que a instalao de comisses parlamentares de inqurito seja aprovada pelo plenrio da Casa, responda, de modo

    fundamentado, aos seguintes questionamentos.

    A emenda em questo seria constitucional?

    Poderia ser proposta ao direta de inconstitucionalidade contra

    a nova norma regimental?

    Extenso: 30 linhas.

    TEMA V 2012 SENADO FEDERAL

    Em sede de Comisso Parlamentar de Inqurito instalada no Senado

    Federal para aprovar supostas irregularidades na construo, pelo governo federal, de usina hidreltrica em determinada regio do pas,

    aps a oitiva de vrias testemunhas, o presidente da CPI o indaga sobre a possibilidade de adoo das seguintes medidas, sob a

    justificativa de serem imprescindveis para o avano das investigaes:

    I. Quebra dos sigilos bancrio, fiscal e telefnico do Presidente

    da Comisso de Licitao do rgo encarregado pela

    contratao das construtoras responsveis pelas obras, bem

    como de diversos integrantes da diretoria dessas empresas,

    solicitando-se, ainda, em carter sigiloso, a interceptao

    das ligaes telefnicas feitas a partir dos nmeros de

    celulares pertencentes aos aludidos investigados;

    II. Encaminhamento de ofcio Polcia Federal determinando

    que proceda busca e apreenso de documentos e

    computadores na sede das construtoras contratadas para a

    realizao das obras sob investigao;

    III. Proibio de que advogados de testemunhas e indiciados

    interfiram em qualquer circunstncia, nos depoimentos ainda

    a serem prestados por seus clientes Comisso, embora

    possam assistir s inquiries;

    IV. Convocao, por via postal ou telefnica, de pessoa

    envolvida com os fatos para prestar depoimento, a fim de

    que esclarea tudo o que sabe, sob pena de conduo

    coercitiva, com a advertncia de que no poder se calar

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    sobre fato relevante nem faltar com a verdade. Caso

    contrrio, poder ser preso em flagrante.

    Analise a viabilidade de cada medida pretendida, indicando, se for o caso, as adaptaes que se faam necessrias para evitar

    possveis questionamentos em sede judicial. Fundamente toda a sua resposta.

    TEMA VI 2010 - PGFN

    Em que consiste o fenmeno da recepo de normas? Uma norma recepcionada poder ter sua forma adequada nova ordem

    constitucional?

    Extenso mxima: 15 linhas.

    TEMA VII 2010 BNDES - ADVOGADO

    De acordo com o que dispe o art. 62 da Constituio Brasileira, em

    caso de relevncia e urgncia, o Presidente da Repblica poder adotar medidas provisrias, com fora de Lei.

    O Presidente da Repblica editou as medidas provisrias X e Y, sendo que a medida provisria X modifica uma Lei complementar

    federal que dispe sobre matria constitucional. Todavia, no

    reservou a Lei complementar, e a medida provisria Y estabelece algumas normas gerais em matria de legislao tributria (nos

    termos do art. 146, III, CRFB), modificando artigos do Cdigo Tributrio Nacional.

    Diante desse quadro,

    a) explique os conceitos de inconstitucionalidade formal e inconstitucionalidade material, e, em seguida, avalie a

    constitucionalidade das medidas provisrias X e Y.

    b) apresente a posio do STF a respeito de um processo judicial no qual a inconstitucionalidade (formal/material) da medida provisria X

    posta em questo por no ser urgente ou relevante.

    Extenso mxima: 40 linhas.

    TEMA VIII 2011 TJMG - CARTRIO

    IDENTIFIQUE na Constituio Federal e CONCEITUE, de forma

    sucinta, trs princpios constitucionais do Direito Tributrio.

    ATENO A resposta a ser elaborada deve conter o mximo de 15 linhas.

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    TEMA IX 2007 MP/MG - PROMOTOR

    Discorrer sobre Poder Constituinte:

    a) Poder Constituinte Originrio: Definio, Titularidade e Caractersticas.

    b) Poder Constituinte Derivado: Definio, Titularidade e Caractersticas.

    c) Apontar e comentar as limitaes explcitas ao Poder Constituinte

    Derivado em vigor na Constituio Brasileira de 1988.

    Extenso mxima: 40 linhas.

    TEMA X 2007 SEBRAE

    A Constituio da Repblica estabelece que o exerccio da

    competncia tributria no irrestrito. Nesse sentido, discorra acerca das limitaes constitucionais ao poder de tributar.

    Extenso mxima: 15 linhas.

    TEMA XI 2010 OAB/2

    Uma lei estadual foi objeto de Ao Direta de Inconstitucionalidade

    (ADI) ajuizada junto ao STF.

    Supondo que o Tribunal tenha se pronunciado, neste caso, pela inconstitucionalidade parcial sem reduo de texto, explique o

    conceito acima, apontando quais os efeitos da declarao de inconstitucionalidade neste caso.

    Extenso mxima: 30 linhas.

    TEMA XII 2008 IBFC - ABDI

    Discorra sobre a postura a ser adotada pelo Poder Executivo, quando da execuo de suas atividades tpicas, em face de lei ou ato

    normativo de contedo inconstitucional ainda no declarado pela via do controle concentrado pelo Supremo Tribunal Federal.

    Extenso: 15 linhas.

    TEMA XIII - 2010 OAB-1

    Em caso que considerou de grande relevncia e urgncia, o presidente da Repblica editou medida provisria, publicada em 30

    de outubro e convertida em lei no dia 14 de novembro do mesmo ano, majorando as alquotas do imposto territorial rural, a partir de

    1. de janeiro do ano seguinte.

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    Nessa situao hipottica, a majorao das alquotas do referido imposto foi estabelecida de acordo com o previsto na Constituio

    Federal? A partir de que momento poderia o imposto, com as novas alquotas, ser cobrado? Fundamente ambas as respostas.

    Extenso mxima: 30 linhas.

    TEMA XIV - 2009 OAB-1

    O defensor pblico geral da Unio apresentou, no Supremo Tribunal Federal (STF), proposta de edio de smula vinculante em matria

    penal. Autuada a proposta, foi publicado o edital, no qual era estabelecido o prazo de 5 dias para a manifestao de interessados.

    Decorrido o prazo de 5 dias, no tendo havido manifestao de qualquer interessado, os autos foram enviados comisso de

    jurisprudncia do STF, que aprovou, por unanimidade, a proposta, aps a oitiva do procurador-geral da Repblica. A smula vinculante

    foi, ento, publicada no Dirio Oficial da Unio.

    Considerando a situao hipottica apresentada, responda, de forma fundamentada, se est correto o procedimento adotado para a

    elaborao da smula vinculante, em especial, no que diz respeito:

    - legitimidade para a propositura;

    - possibilidade de manifestao de interessados;

    - ao papel do procurador-geral da Repblica;

    - ao quorum para aprovao da referida smula.

    Extenso mxima: 30 linhas.

    TEMA XV - 2009 TCE-RN ASSESSOR TCNICO

    O TCE/RN decidiu cancelar a aposentadoria de determinado servidor, concedida pela administrao no ano de 2002, por irregularidades

    formais quanto certido de tempo de servio, com efeitos ex tunc, e determinou, tambm, que ele devolvesse os valores percebidos. O

    servidor, inconformado com a deciso do TCE/RN, impetrou mandado de segurana, a fim de anular a deciso proferida, arguindo coisa

    julgada administrativa, ofensa aos princpios da boa-f e da segurana jurdica, no que se refere aos efeitos da deciso proferida,

    em especial determinao de devoluo das quantias recebidas.

    Acerca da situao hipottica acima, e considerando a legislao estadual que regulamenta a matria e a posio do STF nesse

    sentido, redija um texto que aborde, necessariamente, de forma objetiva e fundamentada, os seguintes aspectos:

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    - competncia do TCE/RN para apreciar a matria;

    - contagem do prazo decadencial previsto em lei;

    - possibilidade de a deciso ser apreciada pelo Poder Judicirio diante da coisa julgada administrativa;

    - natureza jurdica do ato administrativo de concesso de aposentadoria.

    Extenso mxima: 60 linhas.

    TEMA XVI - 2005 PGE-SP - PROCURADOR

    Nos moldes da teoria constitucional moderna, a doutrina ptria distingue na estrutura normativa da atual Constituio Federal

    Brasileira cinco categorias de elementos, segundo sua natureza, funo e finalidade. Mencione essas cinco categorias e explique

    brevemente do que tratam.

    Extenso mxima: 20 linhas.

    TEMA XVII 2012 - Consultor Senado Federal

    Em acrdo prolatado no julgamento da ADI 3.3128-DF (DJ

    18.02.2005), o Supremo Tribunal Federal examinou pedido para que fosse declarada a inconstitucionalidade do art. 4, da Emenda

    Constitucional n 41/2003, porquanto a cobrana de contribuio previdenciria de servidores pblicos aposentados violaria direito

    adquirido e, por conseguinte, infringiria clusula ptrea.

    O Exmo. Sr. Ministro Joaquim Barbosa, em seu voto, destacou:

    Contudo, ante a amplitude desmesurada que se lhe quer atribuir, vejo a teoria das clusulas ptreas como uma construo conservadora, antidemocrtica, no razovel, com uma preocupao oportunista e

    utilitarista a fazer abstrao de vrios outros valores igualmente protegidos pelo nosso sistema constitucional.

    Em contrapartida, o Exmo. Sr. Ministro Carlos Ayres de Britto afirmou:

    Sr. Presidente, quando o Ministro Joaquim Barbosa falou que as futuras geraes estariam sendo sacrificadas pela gerao contempornea da Constituio, lembrei-me de um argumento muito

    usado pelos constitucionalistas logo chamados de neoconstitucionalistas europeus, que justificavam a reforma de constituies, inclusive de clusulas ptreas, para possibilitar o

    ingresso de Estados na Unio Europeia e o argumento era exatamente esse, uma gerao no pode sacrificar a outra, no tem o

    direito de emparedar o futuro. Acontece que h uma diferena entre gerao e nao. A Constituio originria obra de qu? Da nao

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    (...). E , dentro de uma mesma nao, as geraes vo se sucedendo. Toda nao multigeracional. No h espao para uma gerao se

    sentir oprimida por outra se a nao permanece a mesma (...)

    Considerando as distintas interpretaes apresentadas, conceitue

    clusulas ptreas e analise o seu significado para o exerccio do poder constituinte derivado.

    Extenso mxima: 60 linhas.

    TEMA XVIII OAB - 2010

    Em 2005, o STF julgou procedente ADC ajuizada pelo Procurador-Geral da Repblica visando declarao de constitucionalidade de

    uma lei federal que estava sendo questionada em diversos processos judiciais pelo pas, gerando uma controvrsia judicial em torno da sua

    adequao ao texto constitucional. Nas eleies ocorridas em outubro de 2010, um determinado parti do poltico conseguiu, pela primeira

    vez em sua histria, eleger um parlamentar, no caso um deputado federal, graas coligao partidria firmada com um partido poltico

    de maior expresso e base eleitoral.

    O diretrio nacional do referido partido poltico pretende, no prximo ano, aps o incio da sesso legislativa, ajuizar uma ADI contra a

    mencionada lei federal, a partir de argumentos que no foram enfrentados pelos ministros do STF em 2005.

    Analise a pretenso do partido poltico, considerando os seguintes

    tpicos:

    I. A legitimidade para a propositura da ao.

    II. A possibilidade de o STF declarar a inconstitucionalidade da lei

    (com ou sem modulao dos efeitos).

    Extenso mxima: 30 linhas.

    TEMA XIX 2012 - Analista STJ

    Redija, de forma fundamentada, um texto dissertativo acerca da

    inviolabilidade domiciliar, garantida pela Constituio Federal no art. 5., inciso XI. Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes

    aspectos:

    - conceito de domiclio para a Constituio Federal;

    - autoridades com poder de ordenar a violao domiciliar;

    - hipteses de admissibilidade de violao domiciliar.

    Extenso mxima: 30 linhas.

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    TEMA XX Analista Senado Federal - 2008

    Classifique a atual Constituio Federal quanto aos seguintes aspectos: contedo, forma, modo de elaborao, origem e

    estabilidade. Comente-os.

    Extenso mxima: 30 linhas.

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    QUESTES COMENTADAS

    TEMA I 2000 TCU - AUFC

    Disserte sobre os atos sujeitos a registro do Tribunal de Contas da Unio, observando, em especial, os seguintes tpicos:

    1 - atos que esto sujeitos a registro do TCU;

    2 - aspecto desses atos sob o qual predomina a apreciao pelo TCU;

    3 - a variedade diferenciada porventura existentes de atos, para efeito de registro pelo TCU entre os de rgos da Administrao

    Direta e os de entidades da Administrao indireta Federal;

    4 - as consequncias advindas das decises do TCU, que resultem impugnaes a esses atos sujeitos sua jurisdio; e

    5 - consideraes gerais pertinentes.

    Extenso: mnimo de 15 e mximo de 30 linhas.

    ORIENTAES GERAIS

    A dissertao sobre os atos sujeitos a registro do TCU, conforme competncia extrada do inciso III do art. 71 da CF/1988:

    III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, na administrao direta e indireta,

    includas as fundaes institudas e mantidas pelo poder pblico, excetuadas as nomeaes para cargo de provimento em comisso,

    bem como a das concesses de aposentadorias, reformas e penses, ressalvadas as melhorias posteriores que no alterem o fundamento legal do ato concessrio;

    Assim, o TCU aprecia a legalidade, para fins de registro:

    dos atos de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, na administrao direta e indireta;

    das concesses de aposentadorias, reformas e penses;

    Porm, o TCU no aprecia a legalidade, para fins de registro:

    das nomeaes para cargo de provimento em comisso;

    das melhorias posteriores das aposentadorias, reformas e penses que no alterem o fundamento legal do ato concessrio.

    A apreciao da legalidade dos atos de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, compreende as admisses de empregados pblicos,

    regidos pela Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), da mesma

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    forma que os servidores estatutrios, regidos pela Lei 8.112/1990. Inclui tambm as admisses em carter temporrio, geralmente

    realizadas por empresas pblicas e sociedades de economia mista. As nomeaes para cargo em comisso so a nica exceo, sendo

    dispensadas da apreciao pelo TCU para fins de registro.

    Quanto s concesses de aposentadorias, reformas e penses, o dispositivo somente alcana os benefcios que so pagos

    com recursos do Tesouro Nacional aos servidores pblicos federais, civis e militares ou seus beneficirios. Assim, o TCU no aprecia as

    aposentadorias concedidas aos empregados pblicos das entidades da administrao indireta conta do Regime Geral de Previdncia Social

    (RGPS), que obedece a regime prprio.

    Vamos ento paragrafao.

    PARAGRAFAO

    Percebam que, mais uma vez, o roteiro foi traado. Cumpre-nos, portanto, a distribuio dos pargrafos. Vejamos:

    1 PARGRAFO (introduo) cabe ao candidato a apresentao da competncia constitucional do TCU para a apreciao da legalidade, para fins de registro, dos atos de admisso dos

    servidores, bem como dos atos de aposentao, reforma e penso.

    2 PARGRAFO (desenvolvimento aspecto que predomina na apreciao) nos termos da CF/1988, o TCU verifica o ato sob o aspecto da legalidade e no da convenincia e oportunidade.

    3 PARGRAFO (desenvolvimento variedade diferenciada) a variedade de atos sujeitos a registro bem vasta: atos de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, na administrao direta e

    indireta (incluindo as fundaes institudas e mantidas pelo Poder

    Pblico), bem como de concesses de aposentadoria, reforma e penso civil e militar. No entanto, apesar de vasta, h limitaes, so

    elas: as nomeaes para cargo de provimento em comisso e atos posteriores s aposentadorias, reformas e penses que tiverem o

    mesmo fundamento legal do ato concessrio inicial.

    4 PARGRAFO (desenvolvimento consequncias advindas das decises) citar que da apreciao o TCU pode conceder ou negar o registro do ato, com determinao ao rgo para que anule o respectivo ato.

    5 PARGRAFO (consideraes gerais pertinentes) exposio de que o controle previsto na Constituio tem por objeto as despesas de longo prazo para o Estado, esclarecendo, ainda, que

    outras formas de fiscalizao podem ser promovidas na rea de recursos humanos, exemplo das auditorias.

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    PROPOSTA DE SOLUO

    Segundo a Constituio Federal, compete ao Tribunal de Contas

    da Unio (TCU) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, na administrao pblica

    direta e indireta, bem como os atos de concesso de aposentadoria, reforma e penso. No entanto, esto excludas dessa apreciao as

    nomeaes para cargos em comisso, em razo da natureza temporria deste provimento, como tambm as melhorias

    posteriores dos atos de concesso que no alterem o fundamento legal.

    No exerccio dessa competncia, o TCU limita-se a apreciar a

    legalidade do ato, no analisando os aspectos de convenincia ou oportunidade. Nessa apreciao, o TCU verifica, por exemplo, se os

    beneficirios de uma aposentadoria possuem todos os requisitos legais para a sua concesso, tais como, tempo de contribuio,

    tempo de servio pblico e idade mnima.

    O registro no se aplica aos benefcios obtidos pelo Regime Geral de Previdncia Social (RGPS), mas to somente s

    aposentadorias, penses e reformas concedidas aos servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo. Assim, os empregados de

    empresas estatais, integrantes da Administrao Indireta, tero

    apenas seus atos de admisso apreciados pelo Tribunal, pois as aposentadorias e as penses so concedidas pelo Instituto Nacional

    do Seguro Social no mbito do RGPS. J os servidores estatutrios da Administrao Direta, Autrquica e Fundacional tm seus atos de

    admisso e de aposentadoria apreciados pelo TCU, visto que se aposentam pelo Regime Prprio dos Servidores Pblicos.

    Ao apreciar o ato, o Tribunal poder consider-lo legal e,

    consequentemente, conceder o registro, ou consider-lo ilegal, tornando sem efeito a concesso provisria. O Tribunal poder,

    ainda, determinar ao rgo que retifique o ato inquinado para que ele atenda aos preceitos legais atinentes concesso, devendo o ato

    retificado ser novamente submetido apreciao do Tribunal.

    Esse controle, institudo pela Constituio, tem como objeto os atos que importem despesas de longo prazo para o Estado sem,

    contudo, excluir outras formas de fiscalizao sobre as despesas de pessoal, que constituem os itens mais representativos no oramento

    pblico.

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    TEMA II 2008 SENADO - ADMINISTRAO

    Discorra sobre dois princpios constitucionais da ordem econmica.

    Extenso mxima: 40 linhas.

    ORIENTAES GERAIS

    Esse tema, apesar de aparentemente fcil, no costuma ser muito cobrado. Assim, uma questo dissertativa sobre ele pode pegar muita

    gente de surpresa.

    Os princpios constitucionais da ordem econmica esto previstos no art. 170 da Constituio Federal, aqui exposto:

    Art. 170. A ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho

    humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia social, observados os seguintes

    princpios:

    I - soberania nacional;

    II - propriedade privada;

    III - funo social da propriedade;

    IV - livre concorrncia;

    V - defesa do consumidor;

    VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e servios e

    de seus processos de elaborao e prestao;

    VII - reduo das desigualdades regionais e sociais;

    VIII - busca do pleno emprego;

    IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte.

    IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte

    constitudas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administrao no Pas

    A questo pede para discorrer sobre dois desses princpios, o que facilita a vida do candidato, que pode escolher os que melhor tiver

    compreenso.

    Escolheremos a propriedade privada e a sua funo social, visto que, por um princpio decorrer do outro, facilita o encadeamento das ideias

    do texto dissertativo. (Veja que so dois princpios diferentes: 1 propriedade privada; 2 funo social da propriedade).

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    PARAGRAFAO

    1 PARGRAFO (introduo) o candidato pode traar um panorama geral sobre a ordem econmica, citando o caput do art.

    170 da CF.

    2 PARGRAFO (desenvolvimento aspecto que predomina na apreciao) nos termos da CF/1988, citar vrios princpios constitucionais da ordem econmica (de preferncia todos), e escolher dois para discorrer.

    3 e 4 PARGRAFOS (desenvolvimento os dois princpios escolhidos) discorrer sobre os princpios escolhidos, tratando sobre tudo o que souber sobre eles (e que couber em dois

    pargrafos, claro).

    5 PARGRAFO (concluso) trmino da dissertao, concluindo sobre a importncia desses princpios.

    PROPOSTA DE SOLUO

    Segundo a Constituio Federal, a ordem econmica, fundada

    na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia

    social, observados alguns princpios.

    Os princpios constitucionais da ordem econmica, previstos no

    art. 170 da Constituio Federal, compreendem: a soberania

    nacional; a propriedade privada; a funo social da propriedade; a livre concorrncia; a defesa do consumidor; a defesa do meio

    ambiente, inclusive tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e servios e de seus processos de elaborao

    e prestao; a reduo das desigualdades regionais e sociais; a busca do pleno emprego; e o tratamento favorecido para as

    empresas de pequeno porte constitudas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administrao no Pas.

    A propriedade privada, tratada pela Constituio Federal como

    direito fundamental, a base para um estado capitalista. No h como conceber uma economia de mercado sem a existncia e

    proteo da propriedade privada. Assim, todos tm direito de ser proprietrios de bens materiais e imateriais (propriedade

    intelectual), e de ter meios para a proteo desse direito. Sem a permisso da propriedade privada, a prpria atividade econmica

    estaria comprometida.

    Apesar de ser garantida a propriedade privada, essa no absoluta, pois a Constituio Federal determina que a propriedade

    privada deve atender a sua funo social. Assim, possvel que haja

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    restries propriedade privada, caso ela no esteja atendendo sua

    funo social, o que pode implicar a desapropriao dos bens.

    Assim, os princpios constitucionais da ordem econmica so de

    uma relevncia mpar para a atividade produtiva nacional, permitindo que a economia se desenvolva sob a gide normativa do

    Estado.

    TEMA III 2011 Titular de Servios Notariais e Registrais

    Dispe o artigo 5 (Ttulo II Dos Direitos e Garantias Fundamentais Captulo I Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos), inciso XXXIV, alnea a, da Constituio Federal: so a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petio aos Poderes Pblicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou

    abuso de poder. Discorra sobre o instituto ali previsto, abordando clara e objetivamente os seguintes pontos:

    a) Sua origem histrica;

    b) Se possvel a sua utilizao como instrumento de defesa

    jurisdicional;

    c) Se possvel o seu manejo tambm por estrangeiros;

    d) Se seu uso restrito defesa de direitos individuais, to-

    somente e;

    e) Quais os destinatrios da petio.

    Extenso mxima: 30 linhas.

    ORIENTAES GERAIS

    A base doutrinria dessa questo encontra-se no livro de autoria de Gilmar Ferreira Mendes e outros, Curso de Direito Constitucional, 4

    ed., So Paulo: Saraiva, 2009, pp.611 e seguintes.

    No uma questo fcil. Esse um tema que gera muitas dvidas

    nos concurseiros.

    Como a questo solicitou muitas informaes, temos que ser mais objetivos. Inclusive, a objetividade foi destacada no enunciado da

    questo.

    Ateno para no se esquecer de discorrer sobre nenhum dos pontos solicitados. Procure riscar os itens que voc j tiver tratado, como se

    fosse um check list.

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    PARAGRAFAO

    Percebam que, mais uma vez, o roteiro foi traado. Cumpre-nos, portanto, a distribuio dos pargrafos que, nesse caso, fica fcil.

    Vejamos:

    1 PARGRAFO (introduo) Como foi solicitada a origem histrica, ela pode ser a prpria introduo.

    2 PARGRAFO (desenvolvimento instrumento de defesa jurisdicional) tratar sobre a possibilidade de utilizar o direito de petio como instrumento de defesa jurisdicional.

    3 PARGRAFO (desenvolvimento manejo por estrangeiros) discorrer sobre a possibilidade de estrangeiros tambm utilizarem esse direito.

    4 PARGRAFO (desenvolvimento se o uso restrito defesa de direitos individuais) argumentar se o uso desse direito restrito defesa dos direitos individuais.

    5 PARGRAFO (desenvolvimento destinatrios da petio) tratar sobre os destinatrios da petio.

    6 PARGRAFO (concluso) fechamento da questo.

    PROPOSTA DE SOLUO

    O direito de petio, que configura clssico direito fundamental,

    possui origem no conhecido Bill of Rights ingls, datado de 1689, resultado da Revoluo Gloriosa, de 1688.

    Esse direito, na verdade, consiste em importante instrumento

    de defesa no jurisdicional dos direitos individuais, gerais ou coletivos, sendo de ndole administrativa.

    Apesar de o caput do art. 5 da Constituio Federal dispor que

    os direitos individuais se aplicam aos brasileiros e estrangeiros residentes no pas, o Supremo Tribunal Federal entende que os

    direitos individuais se estendem aos estrangeiros, independentemente de residirem ou no no pas. Assim, por

    evidente, o direito de petio pode e , de fato, exercido tanto por nacionais como por estrangeiros.

    O direito de petio presta-se, notrio, tanto defesa de

    direitos individuais contra eventuais abusos, como tambm para a defesa de interesse geral e coletivo. Portanto, no se restringe

    apenas defesa dos direitos individuais.

    A petio elaborada deve ser destinada ao rgo ou

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    autoridade competente vinculado ao objeto do inconformismo

    manifestado pelo peticionante.

    Dessa forma, percebe-se a importncia do direito de petio

    para defesa contra o abuso de direito e a obteno de informaes, sendo um direito fundamental positivado na atual Constituio da

    Repblica.

    TEMA IV 2010 OAB/Unificado I

    Considerando que a assembleia legislativa de um estado da

    Federao promova emenda ao seu regimento interno na qual se determine que a instalao de comisses parlamentares de inqurito

    seja aprovada pelo plenrio da Casa, responda, de modo fundamentado, aos seguintes questionamentos.

    A emenda em questo seria constitucional?

    Poderia ser proposta ao direta de inconstitucionalidade contra

    a nova norma regimental?

    Extenso: 30 linhas.

    ORIENTAES GERAIS

    A emenda seria materialmente inconstitucional, j que se trata de

    norma constitucional de observncia obrigatria por todos os entes

    federativos.

    Os requisitos indispensveis criao das comisses parlamentares

    de inqurito esto dispostos, estritamente, no 3.o do artigo 58 da Constituio Federal:

    As comisses parlamentares de inqurito (...) sero criadas pela Cmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um tero de seus

    membros, para a apurao de fato determinado e por prazo certo (...).

    Como se trata de norma geral e abstrata, a medida pode ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade.

    EMENTA: ACAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 34, 1.o, E 170, INCISO I, DO REGIMENTO INTERNO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SAO PAULO. COMISSAO PARLAMENTAR DE INQUERITO. CRIACAO. DELIBERACAO DO PLENARIO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA. REQUISITO QUE NAO ENCONTRA RESPALDO NO TEXTO DA CONSTITUICAO DO BRASIL. SIMETRIA. OBSERVANCIA COMPULSORIA PELOS ESTADOS-MEMBROS. VIOLACAO DO

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    ARTIGO 58, 3.o, DA CONSTITUICAO DO BRASIL. 1. A Constituio do Brasil assegura a um tero dos membros da Cmara dos Deputados e a um tero dos membros do Senado Federal a criao da comisso parlamentar de inqurito, deixando, porem, ao prprio parlamento o seu destino. 2. A garantia assegurada a um tero dos membros da Cmara ou do Senado estende-se aos membros das assemblias legislativas estaduais garantia das minorias. O modelo federal de criao e instaurao das comisses parlamentares de inqurito constitui matria a ser compulsoriamente observada pelas casas legislativas estaduais. 3. A garantia da instalao da CPI independe de deliberao plenria, seja da Cmara, do Senado ou da Assemblia Legislativa. Precedentes. 4. No ha razo para a submisso do requerimento de constituio de CPI a qualquer rgo da Assemblia Legislativa. Os requisitos indispensveis a criao das comisses parlamentares de inqurito esto dispostos, estritamente, no artigo 58 da CB/88. 5. Pedido julgado procedente para declarar inconstitucionais o trecho s ser submetido a discusso e votao decorridas 24 horas de sua apresentao, e, constante do 1.o do artigo 34, e o inciso I do artigo 170, ambos da Consolidao do Regimento Interno da Assemblia Legislativa do Estado de So Paulo (ADI 3619, Relator(a): Min. Eros Grau, Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2006, DJ 20-04-2007 PP-00078 EMENT VOL-02272-01 PP-00127).

    No espelho da banca, existia uma observao quanto correo:

    atribuir pontuao integral s respostas em que esteja expresso o contedo do dispositivo legal, ainda que no seja citado,

    expressamente, o numero do artigo.

    PARAGRAFAO

    1 PARGRAFO (introduo) O candidato pode falar sobre a funo tpica de fiscalizao do Poder Legislativo, que exercida tambm por meio de comisses parlamentares de inqurito.

    2 PARGRAFO (desenvolvimento aspecto que predomina na apreciao) a CF/1988 estabelece o direito da minoria, em que basta um tero dos parlamentares decidirem pela instalao da CPI.

    J h entendimento do STF nesse sentido.

    3 PARGRAFO (desenvolvimento) o dispositivo constitucional (art. 58, 3 da CF) que trata sobre instalao da CPI norma de

    reproduo obrigatria pelas constituies estaduais (h entendimento do STF nesse sentido tambm). Dessa forma, uma

    alterao regimental nesse sentido seria inconstitucional.

    4 PARGRAFO (desenvolvimento consequncias advindas das decises) por se tratar de norma geral e abstrata, a medida pode ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade.

    5 PARGRAFO (concluso) fechamento da questo.

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    PROPOSTA DE SOLUO

    As funes tpicas do Poder Legislativo incluem legislar e

    fiscalizar. Esta ltima pode ser exercida por meio de Comisso Parlamentar de Inqurito - CPI, que tero poderes de investigao

    prprios das autoridades judiciais e sero criadas para a apurao de fato determinado e por prazo certo, sendo suas concluses, se for o

    caso, encaminhadas ao Ministrio Pblico, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

    De acordo com a Constituio Federal, as comisses

    parlamentares de inqurito podero ser criadas pela Cmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,

    mediante requerimento de um tero de seus membros. De acordo com o Supremo Tribunal Federal - STF, a garantia de instalao das

    comisses parlamentares de inqurito independe de aprovao pelo Plenrio da Casa legislativa. Dessa forma, garante-se o direito da

    minoria de requerer a instalao de CPI, conforme opo do

    legislador constitucional originrio.

    Segundo o entendimento do STF, o dispositivo constitucional

    que trata sobre criao de comisses parlamentares de inqurito norma de reproduo obrigatria pelas constituies estaduais.

    Assim, a emenda em questo est eivada de inconstitucionalidade.

    Por apresentar vcio de inconstitucionalidade e ser uma norma geral e abstrata, a emenda pode ser objeto de controle concentrado

    de constitucionalidade e ser contestada por meio, por exemplo, de Ao Direta de Inconstitucionalidade.

    Assim, est patente a inconstitucionalidade da emenda

    apresentada, eis que restringe o direito das minorias parlamentares que uma garantia constitucional.

    TEMA V 2012 SENADO FEDERAL

    Em sede de Comisso Parlamentar de Inqurito instalada no Senado

    Federal para aprovar supostas irregularidades na construo, pelo governo federal, de usina hidreltrica em determinada regio do pas,

    aps a oitiva de vrias testemunhas, o presidente da CPI o indaga sobre a possibilidade de adoo das seguintes medidas, sob a

    justificativa de serem imprescindveis para o avano das investigaes:

    i. Quebra dos sigilos bancrio, fiscal e telefnico do Presidente

    da Comisso de Licitao do rgo encarregado pela

    contratao das construtoras responsveis pelas obras, bem

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    como de diversos integrantes da diretoria dessas empresas,

    solicitando-se, ainda, em carter sigiloso, a interceptao

    das ligaes telefnicas feitas a partir dos nmeros de

    celulares pertencentes aos aludidos investigados;

    ii. Encaminhamento de ofcio Polcia Federal determinando

    que proceda busca e apreenso de documentos e

    computadores na sede das construtoras contratadas para a

    realizao das obras sob investigao;

    iii. Proibio de que advogados de testemunhas e indiciados

    interfiram em qualquer circunstncia, nos depoimentos ainda

    a serem prestados por seus clientes Comisso, embora

    possam assistir s inquiries;

    iv. Convocao, por via postal ou telefnica, de pessoa

    envolvida com os fatos para prestar depoimento, a fim de

    que esclarea tudo o que sabe, sob pena de conduo

    coercitiva, com a advertncia de que no poder se calar

    sobre fato relevante nem faltar com a verdade. Caso

    contrrio, poder ser preso em flagrante.

    Analise a viabilidade de cada medida pretendida, indicando, se for o caso, as adaptaes que se faam necessrias para evitar

    possveis questionamentos em sede judicial. Fundamente toda a sua resposta.

    ORIENTAES GERAIS

    A proposta de dissertao envolve os poderes e as limitaes das Comisses Parlamentares de Inqurito. Para esse tema, alm das

    disposies constitucionais que lhe so relativas, h necessidade que o candidato domine tambm o entendimento jurisprudencial e

    doutrinrio sobre o assunto.

    Como a dissertao era para ser feita em apenas 30 linhas, no h muito espao para que o candidato divague demais sobre os assuntos

    propostos, devendo haver conciso e objetividade na resposta.

    Um dos aspectos mais relevantes a ser abordado nessa questo a reserva de jurisdio. A Constituio Federal determina que alguns

    direitos ou garantias individuais somente podem ser afastados por ordem do Poder Judicirio. Dessa forma, a CPI no pode invadir a

    competncia reservada do Judicirio.

    Com isso em mente, o candidato deve analisar se as medidas propostas pelo Presidente da CPI violam ou no a reserva de

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    jurisdio.

    Ademais, a questo exige que o candidato domine outras posies jurisprudenciais das garantias individuais dispostas no artigo 5 da

    CF, tais como a extenso da inviolabilidade domiciliar aos escritrios profissionais, o direito no autoincriminao e a priso em flagrante

    pelo crime de falso testemunho.

    Por fim, deve ser lembrado que CPI aplicam-se, quando couber, as disposies do Cdigo de Processo Penal.

    Enfim, vamos paragrafao.

    PARAGRAFAO

    1 PARGRAFO (introduo) O candidato pode traar, brevemente, as prerrogativas constitucionais da CPI, destacando a

    limitao da reserva de jurisdio.

    2 PARGRAFO (desenvolvimento quebra de sigilo e interceptao telefnica) tratar sobre a possibilidade da CPI determinar a quebra de sigilo bancrio, fiscal e telefnico, destacando que a deciso deve ser fundamentada e adotada pela maioria dos

    membros. Discorrer que a CPI no pode determinar a interceptao telefnica reserva de jurisdio e que esse s possvel para instruo de processo penal.

    3 PARGRAFO (desenvolvimento busca e apreenso de documentos) discorrer sobre a impossibilidade de determinao de busca e apreenso, destacando a garantia da inviolabilidade domiciliar e sua extenso aos escritrios profissionais.

    4 PARGRAFO (desenvolvimento participao do advogado) argumentar sobre a garantia constitucional ao contraditrio e ampla defesa e do papel do advogado na defesa desses direitos.

    5 PARGRAFO (desenvolvimento intimao da testemunha) tratar sobre a aplicao do Cdigo de Processo Penal e a intimao pessoal da testemunha, bem como sobre a possibilidade de conduo

    coercitiva. Diferenciar que o acusado no pode ser conduzido coercitivamente.

    6 PARGRAFO (desenvolvimento depoimento das testemunhas/acusados) discorrer sobre o direito no autoincriminao, bem como sobre a diferena dos depoimentos de

    acusados e testemunhas, destacando que estas tm obrigatoriedade de falar a verdade e podem ser presas por crime de falso

    testemunho.

    7 PARGRAFO (concluso) fechamento da questo.

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    PROPOSTA DE SOLUO

    A Constituio Federal prev que a Comisso Parlamentar de Inqurito (CPI) ter poderes de investigao prprios das autoridades judiciais. Entretanto, os poderes da CPI no so ilimitados e

    esbarram, muitas vezes, na reserva de jurisdio.

    Assim, a partir do caso concreto colocado, conclui-se que no h ilegalidade na determinao da quebra dos sigilos bancrio, fiscal e

    telefnico dos investigados, desde que a deciso seja fundamentada e tomada pela maioria dos membros da CPI. Entretanto, a CPI no

    pode ordenar a interceptao telefnica, visto que essa medida s pode ser autorizada pelo Judicirio para casos de instruo de

    investigao criminal. Entretanto, a CPI poder requisitar tal medida ao Judicirio, desde que o fato investigado possa ser enquadrado

    como crime punvel com pena superior deteno.

    Ademais, a CPI no pode ordenar a busca e apreenso de documentos e bens, visto que a garantia constitucional de

    inviolabilidade domiciliar estende-se, conforme construo jurisprudencial, aos escritrios profissionais. Dessa forma, para que

    seja vlida, a medida deve ser solicitada ao Judicirio, nico que pode afastar a citada garantia.

    Quanto participao do advogado, destaca-se que, em razo

    das garantias constitucionais do contraditrio e da ampla defesa, o advogado poder sempre acompanhar seus clientes e interferir nos

    trabalhos da comisso quando houver ameaa ou violao aos direitos da testemunha ou indiciado. Entretanto, por ser ato

    personalssimo, o advogado no pode interferir no depoimento

    prestado se no houver violao ou ameaa a direito.

    Alm disso, ressalta-se que CPI aplicam-se, no que couber, as

    disposies do Cdigo de Processo Penal (CPP), especialmente, quanto intimao e ao depoimento das testemunhas. Dessa forma,

    com fundamento no CPP, a intimao das testemunhas e dos

    acusados dever ser pessoal. Ademais, caso haja recusa da testemunha a comparecer perante a CPI, poder ser determinada a

    sua conduo coercitiva. Entretanto, conforme entendimento do STF, no cabvel a determinao coercitiva dos indiciados.

    Por fim, cumpre destacar que, em relao aos depoimentos, todos

    os depoentes, seja testemunha ou indiciado, tm o direito a calar-se caso a resposta possa, de alguma forma, incrimin-los, sem que o

    silncio importe em crime de falso testemunho. Ademais, somente a testemunha e no os acusados precisa firmar termo de compromisso de falar a verdade, sendo que a prestao de informaes falsas pode configurar crime e ensejar a priso em

    flagrante. Entretanto, a obrigatoriedade de falar a verdade no se

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    aplica aos indiciados, que podem mentir ou permanecer em silncio, em razo da proteo constitucional no autoincriminao.

    Assim, para que no incorra em ilegalidade, o Presidente da CPI

    deve observar os direitos e garantias individuais dos envolvidos, bem

    como os limites constitucionais impostos pela reserva de jurisdio.

    TEMA VI 2010 - PGFN

    Em que consiste o fenmeno da recepo de normas? Uma norma

    recepcionada poder ter sua forma adequada nova ordem constitucional?

    Extenso mxima: 15 linhas.

    ORIENTAES GERAIS

    O tema requer conhecimento acerca do direito intertemporal. preciso que o aluno revele ao examinador que conhece o impacto que

    a atuao do poder constituinte originrio produz no mundo jurdico com o estabelecimento de uma nova constituio do Estado. Nesse

    caso, interessa falar em recepo material e revogao tcita. Sigamos.

    PARAGRAFAO Numa exposio de 15 linhas, o candidato deve entender que

    ainda que possua vasto contedo acerca do tema a ser abordado, ter que limitar suas ideias e apenas explorar os aspectos principais.

    Seguramente, o estudioso tem em mente contedo para nmero maior de linhas que o exigido como mximo.

    Contudo, preciso saber que no se quer que o aluno exponha

    tudo o quanto saiba sobre o tema, mas as ideias centrais e mais relevantes, articuladas de modo ponderado, propiciando boa

    compreenso pelo examinador.

    No caso em estudo, pensamos na construo de uma resposta com aproximadamente quatro pargrafos, cada um deles com

    aproximadamente quatro ou cinco linhas, admitindo as variaes para atingir o nmero mximo exigido, por ser a nossa meta.

    No primeiro pargrafo, fizemos breve introduo aduzindo o

    impacto no ordenamento vigente em razo do advento de uma nova Constituio.

    J no segundo, ingressamos na temtica exigida, explicando

    suas caractersticas, o que reforamos com mais argumentos e dados no terceiro pargrafo.

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    Conclumos a redao com o quarto pargrafo. Neste apresentamos a deduo da no recepo de normas, tratando assim

    da revogao como decorrncia da no recepo material.

    A seguir, vejamos um possvel resultado.

    PROPOSTA DE SOLUO

    Com o advento de uma nova Constituio, h, de regra, a revogao integral da norma constitucional precedente, o que nem

    sempre ocorrer com as normas infraconstitucionais editadas sob a gide da Constituio anterior.

    No ordenamento brasileiro, por exemplo, concebeu-se o

    fenmeno da recepo material. Tal fenmeno consiste na necessidade de se aproveitar as normas infraconstitucionais editadas

    sob a vigncia das constituies anteriores, desde que compatveis materialmente com a nova Constituio. Assim, embora as normas

    infraconstitucionais pretritas sejam incompatveis sob a perspectiva formal, sero aplicadas, se, sob o ponto de vista dos contedos,

    revelarem-se harmoniosas com a nova ordem jurdica.

    Com efeito, para fins de recepo, no se exige a compatibilidade de forma, razo pela qual, ainda que a norma tenha

    sido editada sob um processo legislativo atualmente no mais existente ou diverso do que se requer para o tema pela nova

    Constituio, a norma ser aplicvel. Portanto, as normas infraconstitucionais que no se ajustarem materialmente nova

    Constituio sero automaticamente revogadas e inaptas regulao

    de relaes jurdicas.

    TEMA VII 2010 BNDES - ADVOGADO

    De acordo com o que dispe o art. 62 da Constituio Brasileira, em

    caso de relevncia e urgncia, o Presidente da Repblica poder adotar medidas provisrias, com fora de Lei.

    O Presidente da Repblica editou as medidas provisrias X e Y, sendo que a medida provisria X modifica uma Lei complementar

    federal que dispe sobre matria constitucional. Todavia, no

    reservou a Lei complementar, e a medida provisria Y estabelece algumas normas gerais em matria de legislao tributria (nos

    termos do art. 146, III, CRFB), modificando artigos do Cdigo Tributrio Nacional.

    Diante desse quadro,

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    a) explique os conceitos de inconstitucionalidade formal e inconstitucionalidade material, e, em seguida, avalie a

    constitucionalidade das medidas provisrias X e Y.

    b) apresente a posio do STF a respeito de um processo judicial no qual a inconstitucionalidade (formal/material) da medida provisria X

    posta em questo por no ser urgente ou relevante.

    Extenso mxima: 40 linhas.

    ORIENTAES GERAIS

    Apesar de as provas discursivas serem uma realidade, nem sempre

    as bancas nos brindam com o padro de resposta. Quando muito, as organizadoras se restringem mera apresentao de espelho de correo, o qual, no entanto, no contm grandes elucidaes sobre o entendimento da organizadora, servindo, ao contrrio, para

    fragilizar o concurso, especialmente tratando-se de uma prova subjetiva.

    A organizadora que elaborou a presente questo parece fugir a essa

    regra. O candidato pode at no concordar com a resposta dos elaboradores, mas a banca expe, comumente, o padro desejado de

    resposta, de tal sorte a garantir aos candidatos o exato conhecimento do entendimento adotado.

    vista dessas consideraes, reproduzimos, a seguir, o caminho

    apresentado pela organizadora. Vejamos:

    a) A inconstitucionalidade de um ato normativo pode ser formal ou material, o que significa dizer que um ato pode

    desrespeitar a Constituio tanto pela forma como foi aprovado (desrespeitando regras de processo ou de

    competncia) como pelo seu contedo (desrespeitando direitos, bens e valores previstos no texto constitucional). No

    primeiro caso, tratar-se-ia de inconstitucionalidade formal, e no segundo, de inconstitucionalidade material, conceitos que

    no se confundem com os de normas formalmente constitucionais e normas materialmente constitucionais

    (classificao, inclusive, de utilidade duvidosa).

    Como o enunciado da questo no informa o contedo das medidas provisrias X e Y, no possvel avaliar a

    constitucionalidade material dos referidos atos normativos, sendo possvel, contudo, avaliar a constitucionalidade formal.

    Nesse sentido, pode-se afirmar que a medida provisria X formalmente constitucional, pois uma lei complementar que

    trate de assunto de lei ordinria pode ser revogada por lei ordinria. Este entendimento, embora seja o mais razovel e

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    encontre amparo na melhor doutrina, no era o adotado pelo STJ, que tinha jurisprudncia em sentido oposto (lei

    complementar, em qualquer caso, s poderia ser revogada por lei complementar). Contudo, o STF, rgo de cpula do Poder

    Judicirio e, portanto, instncia superior ao STJ, firmou o entendimento que j era compartilhado pela doutrina. A

    medida provisria Y estabelece algumas normas gerais em

    matria de legislao tributria (nos termos do art. 146, III, CRFB). Embora no haja um dispositivo constitucional que

    vede expressamente a edio de medida provisria sobre normas gerais em matria de legislao tributria, esta a

    concluso a que se chega a partir da leitura sistemtica da Constituio, mais especificamente do disposto nos arts. 62,

    1, III, que veda a edio de medida provisria sobre matria reservada a lei complementar, e 146, III, que dispe

    que cabe lei complementar estabelecer normas gerais sobre legislao tributria.

    b) O STF firmou jurisprudncia no sentido de que no tocante

    aos requisitos de relevncia e urgncia o controle deve ser predominantemente poltico (exercido pelo Congresso

    Nacional) e no judicial. A jurisprudncia consolidada do STF admite, no entanto, algumas excees que permitem a

    avaliao judicial dos critrios de urgncia e relevncia, a saber: hipteses de abuso de poder de legislar ou de

    clara falta de razoabilidade da medida. Portanto, nestas hipteses (que so excepcionais) cabe o exame por qualquer

    rgo do Poder Judicirio, em sede de controle difuso de

    constitucionalidade, ou apenas pelo STF, em caso de controle concentrado de constitucionalidade. O desrespeito a estes

    pressupostos implicaria a inconstitucionalidade formal da medida provisria.

    Enfim, vejamos uma possvel soluo.

    PROPOSTA DE SOLUO

    A diviso das funes estatais adotada por ns relativa. Assim, ao lado das funes tpicas, os Poderes realizam atividades

    atpicas, como a licitao efetuada pela Cmara dos Deputados, de

    natureza administrativa, e a edio de medidas provisrias pelos Chefes do Executivo, de funo normativa.

    O exerccio dessas funes submete-se ao controle recproco entre os Poderes, a teoria dos Freios e Contrapesos, reforando-se,

    assim, a relativa independncia entre os Poderes. Por exemplo: a

    expedio de medidas provisrias pelo Presidente da Repblica encontra restries procedimentais e materiais. Tais diplomas, com

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    fora de lei, devem observar os pressupostos de relevncia e urgncia para sua edio e no podem tratar de matrias como

    nacionalidade, direito penal e reservada Lei Complementar. O desrespeito a tais parmetros permite ao Congresso Nacional a

    recusa da medida provisria (controle poltico) e ao Judicirio o controle de constitucionalidade.

    Sobre o controle de constitucionalidade, a doutrina expe que a

    inconstitucionalidade de um ato normativo pode ser formal ou material. Na inconstitucionalidade formal ou nomodinmica, o ato no

    observa as regras do processo legislativo ou de competncia, exemplo de projeto de iniciativa Parlamentar que verse sobre regime

    jurdico dos servidores, por ser matria de competncia privativa do

    Chefe do Executivo. J a inconstitucionalidade material ou nomoesttica ocorre quando h ofensa aos direitos, bens e valores

    constitucionais, exemplo de lei que proibisse o acesso a cargos pblicos de indivduos da raa X, por ferir a dignidade da pessoa humana.

    Vencidas tais consideraes, percebe-se, no caso descrito da questo, que a medida provisria X constitucionalmente formal e que a medida provisria Y, formalmente inconstitucional. Primeiro porque a medida provisria X modifica Lei federal apenas formalmente Complementar, ou seja, que regula assunto a ela no reservado pelo texto constitucional. Segundo porque a medida Y, ao estabelecer algumas normas gerais em matria tributria, atingiu, reflexamente, matria reservada lei complementar pelo texto

    constitucional, de acordo com o art. 146, inc. III, da CF/1988. Quanto inconstitucionalidade material, o enunciado da questo no informa

    o contedo das medidas provisrias, o que torna impossvel avaliar a constitucionalidade dos referidos diplomas.

    Por fim, a respeito do posicionamento do STF quanto ao

    controle dos requisitos de relevncia e urgncia da medida provisria X, entende-se que o controle deva ser predominantemente poltico e no judicial. No entanto, o STF abre excees, como: o abuso de poder de legislar ou a falta de razoabilidade da medida. O desrespeito

    a tais excees implicaria a inconstitucionalidade formal da medida, possibilitando o seu exame por qualquer rgo do Poder Judicirio, o

    controle difuso, ou pelo STF, de forma concentrada.

    TEMA VIII 2011 TJMG - CARTRIO

    IDENTIFIQUE na Constituio Federal e CONCEITUE, de forma

    sucinta, trs princpios constitucionais do Direito Tributrio.

    ATENO A resposta a ser elaborada deve conter o mximo de 15 linhas.

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    ORIENTAES GERAIS

    A questo aborta o Sistema Tributrio Nacional. necessrio que o aluno identifique, no texto constitucional, os princpios que esto nele

    contidos. Aps identificar os princpios, preciso que eles sejam conceituados.

    O tema aberto, ou seja, existem vrios princpios constitucionais

    tributrios, e a questo solicitou apenas trs. Assim, o aluno possui certa liberdade de atuao, podendo escolher aqueles princpios que

    mais domina. Sigamos.

    PARAGRAFAO Nessa questo, podemos fazer a seguinte estrutura:

    1 PARGRAFO (introduo) Bastante sucinta, tendo em vista o mximo de linhas permitido.

    2 PARGRAFO (desenvolvimento primeiro princpio) tratar sobre um dos princpios.

    3 PARGRAFO (desenvolvimento segundo princpio) tratar sobre outro princpio.

    4 PARGRAFO (desenvolvimento terceiro princpio e concluso) tratar sobre o ltimo princpio. Pelo nmero mximo de linhas permitido, talvez no seja possvel fazer um pargrafo s para a concluso. Nesse caso, uma concluso breve poderia ser

    includa nesse pargrafo.

    5 PARGRAFO (concluso) tecer breve concluso acerca do tema.

    A seguir, vejamos um possvel resultado.

    PROPOSTA DE SOLUO

    No texto constitucional, possvel identificar vrios princpios do direito tributrio, entre eles, o princpio da anterioridade tributria,

    o da noventena e o da legalidade tributria.

    O princpio da anterioridade tributria consiste na vedao de que o tributo seja cobrado no mesmo exerccio financeiro em que

    haja sido publicada a lei que os houver institudo ou aumentado. De acordo com o Supremo Tribunal Federal, esse princpio um direito

    individual, constituindo em clusula ptrea.

    J o princpio da noventena, ou anterioridade nonagesimal, probe cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em

    que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

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    Segundo o princpio da legalidade tributria, vedado aos entes federativos exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabelea.

    Por fim, apesar de todos esses princpios possurem excees, eles so de fundamental importncia para a segurana do

    contribuinte, que fica relativamente protegido contra o arbtrio do

    Estado.

    TEMA IX 2007 MP/MG - PROMOTOR

    Discorrer sobre Poder Constituinte:

    a) Poder Constituinte Originrio: Definio, Titularidade e

    Caractersticas.

    b) Poder Constituinte Derivado: Definio, Titularidade e

    Caractersticas.

    c) Apontar e comentar as limitaes explcitas ao Poder Constituinte Derivado em vigor na Constituio Brasileira de

    1988.

    Extenso mxima: 40 linhas.

    ORIENTAES GERAIS

    A classificao da Constituio tema que requer

    conhecimentos doutrinrios. Notadamente, os doutrinadores no

    costumam ser uniformes quanto classificao, razo pela qual

    teremos que fazer escolhas em nossa redao, seja quanto s

    terminologias utilizadas, seja quanto s opes a partir de critrios.

    Vamos assim nos orientar pela doutrina majoritria. Abaixo,

    resumo efetuado com base no livro do autor Leo Holthe. A CF/1988

    classificada:

    a) quanto forma, em Constituio escrita (e no histrica,

    costumeira ou no escrita);

    b) quanto ao contedo, em Constituio formal (e no material

    ou substancial);

    c) quanto ao modo de elaborao, em Constituio dogmtica

    (e no histrica, costumeira, consuetudinria ou no escrita);

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    d) quanto origem, em Constituio democrtica ou

    promulgada ou votada ou popular (e no outorgada ou,

    ainda, cesarista ou pactuada);

    e) quanto estabilidade/alterabilidade, em constituio rgida

    (e no inaltervel, flexvel ou semiflexvel). A existncia de

    clusulas ptreas na CF/1988 (art. 60, 4) faz com que o autor

    Alexandre de Moraes a classifique como superrgida. Esse

    mesmo motivo classifica a CF como parcialmente

    inaltervel.

    f) quanto ideologia, em constituio ecltica, compromissria

    ou pluralista (e no ortodoxa);

    g) quanto extenso, em constituio longa, prolixa ou

    analtica (e no breve, concisa ou sinttica);

    h) quanto finalidade, em constituio dirigente (e no garantia

    ou negativa, ou, ainda, balano);

    i) quanto ao objeto, em constituio social (e no liberal).

    PARAGRAFAO

    Num exposio de 40 linhas, no se revela fcil a tarefa de

    expor a classificao da Constituio de 1988 nos critrios exigidos.

    Desse modo, teremos que primar pela completude sem deixar de

    lado a brevidade, alis, o grande desafio do concursando.

    PROPOSTA DE SOLUO

    No que se refere classificao da Constituio Federal, apesar

    das divergncias doutrinrias que existem a respeito, pode-se afirmar que os critrios para a classificao no so poucos, variando

    conforme o idealizador do critrio e o referencial adotado.

    Quanto estabilidade, conforme a doutrina majoritria, pode-se afirmar que a Constituio brasileira rgida, pois apresenta um

    processo mais rigoroso, formal e solene de alterao do seu texto, especialmente quando comparado com a modificao da legislao

    infraconstitucional. Referido processo se desenvolve por meio de propostas de emendas constituio, havendo limitaes materiais,

    processuais e circunstanciais definidas na prpria Constituio.

    Essa classificao justifica o princpio da supremacia formal que

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    caracteriza a Constituio republicana sobre o ordenamento jurdico

    e que tutelada por mecanismos de controle de constitucionalidade expressos no prprio texto constitucional.

    J no que se refere forma, a Constituio brasileira escrita e analtica, por se expressar num documento sistematizado e

    solenemente aprovado, contendo tudo quanto o constituinte

    entendeu como relevante para a regncia do Estado brasileiro. A Constituio Federal no se limita a tratar apenas de princpios ou

    normas gerais, mas tambm estabelece detalhes sobre a temtica apresentada.

    Relativamente origem ou processo de formao, pode-se dizer

    que a Constituio brasileira de 1988 foi promulgada, uma vez que positivada a partir de deliberao feita por um rgo constituinte

    legitimado a tanto pelo povo.

    No que diz respeito ao modo de elaborao, trata-se de uma

    Constituio dogmtica, uma vez que construda de acordo com os

    valores concebidos e reinantes quando de sua promulgao.

    Por fim, quanto ao contedo, pode-se dizer que uma

    Constituio formal, haja vista apresentar regras que, no obstante possam no ter contedo constitucional, revestem-se de forma

    Constitucional. No se discute a valorao do contedo para se

    compreender tratar-se de uma norma de carter superior, ou seja, norma que ocupa o pice do sistema normativo do Estado, ainda que

    seu contedo no tenha importncia que justificasse ser posta na Constituio.

    Os aspectos para a classificao da Constituio Federal de 1988

    so os mais diversos, como diversos so os aspectos doutrinrios sobre a matria. Apesar de a doutrina nem sempre ser unnime, no

    h como olvidar que as classificaes implicam uniformidade, facilitando, assim, a compreenso do todo constitucional.

    TEMA X 2007 SEBRAE

    A Constituio da Repblica estabelece que o exerccio da

    competncia tributria no irrestrito. Nesse sentido, discorra acerca das limitaes constitucionais ao poder de tributar.

    Extenso mxima: 15 linhas.

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    ORIENTAES GERAIS

    Este um modelo sempre excelente para uma prova, pois

    curto, direto e sem rodeios. Solicita-se do candidato discorrer sobre

    as limitaes constitucionais ao poder de tributar. O problema

    enfrentado, mais uma vez, a limitao de linhas (se vira nas 15

    LINHAS!), ganhando realce, portanto, o adequado planejamento.

    Antes da paragrafao, propriamente dita, vamos tempestade

    de ideias, isto , rpidos lembretes tericos, de forma a garantir aos

    amigos a construo da dissertao sem necessidade de, nesse

    momento, socorrer-se aos bons e recomendados manuais de Direito

    Tributrio. Vejamos:

    Competncia tributria: uma prerrogativa de que so

    portadoras as pessoas polticas, que se consubstancia na faculdade

    de legislar para a produo de normas jurdicas sobre tributos. No

    devendo ser confundida, como vimos, com a capacidade tributria

    ativa.

    Princpio da predominncia do interesse: o princpio da

    predominncia do interesse o princpio geral que norteia a

    repartio de competncia entre as entidades federativas, segundo o

    qual Unio cabero as matrias e as questes de predominante

    interesse geral, ao passo que com os Estados ficaro as matrias e os

    assuntos de interesse regional e com os Municpios, as questes de

    predominante interesse local.

    Limitaes ao poder de tributar: as limitaes constitucionais

    ao poder de tributar se desdobram em princpios e em imunidades.

    Os Princpios Constitucionais Tributrios ou os Princpios Jurdicos da

    Tributao tratam de verdadeiras limitaes constitucionais ao poder

    de tributar dos entes polticos que elaboram leis para instituir tributos

    no Brasil, entre eles conhecemos: capacidade contributiva, legalidade

    tributria, anterioridade, irretroatividade, isonomia tributria.

    Imunidades tributrias: As Imunidades so regras

    constitucionais que impedem os entes polticos de exercer sua

    competncia tributria sobre determinadas pessoas ou situaes.

    Entre elas temos: imunidade recproca, religiosa, objetiva sobre

    livros, jornais e peridicos.

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    PARAGRAFAO

    Agora, vejamos a paragrafao (mdia de trs a cinco linhas

    por pargrafo, mantendo-se, assim, a simetria):

    1 PARGRAFO (introduo) o amigo concursando, depois

    de mencionar que o poder de tributar garante a edio de leis para a

    instituio de tributos, deve esclarecer que a competncia, para

    tanto, no absoluta, existindo, no texto constitucional, as limitaes

    ao poder de tributar. Esse o gancho para o pargrafo subsequente.

    2 PARGRAFO (desenvolvimento tipos de limitaes

    constitucionais) o candidato pode expor que as limitaes ao

    poder de tributar desdobram-se em princpios e em imunidades. A

    organizadora no nos deixou espao suficiente para os conceitos de

    princpios e imunidades, por isso, recomendvel que o candidato

    apresente exemplos, afinal, como se diz por a, um exemplo diz

    mais que mil palavras!

    3 PARGRAFO (desenvolvimento tipos de limitaes

    infraconstitucionais) o comando da questo solicita-nos discorrer

    sobre as limitaes constitucionais e no sobre as limitaes

    infraconstitucionais. Assim, o pargrafo tem efeito puramente

    didtico.

    4 PARGRAFO (concluso) o arremate da dissertao tem

    peso comparvel com o da introduo. Ultimamente, temos

    percebido, na anlise da concluso pelas organizadoras, certa

    severidade. Muitos concursandos tm sido penalizados por

    desconhecimento da problemtica, por argumentao inexata

    e, ainda, por fuga do tema. Como isso pode acontecer se com a

    concluso no se cria uma nova ideia, mas apenas se sintetiza as

    premissas perpassadas pelo texto, questiona o candidato. porque

    a concluso tambm parte da dissertao, portanto toda

    cautela no fechamento da prova subjetiva.

    Prontos? Ento, mos obra. Recomendamos que, antes da

    leitura da proposta de soluo, o amigo concursando rascunhe o

    planejamento da dissertao, isto , faa uma simulao de como

    ficaria a sua prova subjetiva.

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    PROPOSTA DE SOLUO1

    Ao conferir a competncia tributria da Unio, dos Estados, do

    Distrito Federal e dos Municpios, a Constituio Federal outorgou a essas pessoas polticas o poder de instituir tributos. Entretanto, essa

    faculdade no sem fronteiras, destacando-se um conjunto de princpios e de normas que delimita a competncia, as chamadas

    limitaes ao poder de tributar.

    A visualizao dessas limitaes desdobra-se nos princpios constitucionais, como os da legalidade, do no confisco e da

    anterioridade, que protegem os cidados e os contribuintes contra o abuso do Estado no exerccio do poder de tributar; e nas

    imunidades, como o caso da imunidade recproca, a qual probe que os entes polticos faam incidir impostos sobre o patrimnio, a

    renda e os servios uns sobre os outros.

    Tais limites da competncia tributria no se resumem aos listados no texto constitucional; tambm existe campo para a

    aplicao de outros normativos (resoluo do Senado, por exemplo), que, em certas situaes, demarcam o poder de tributar na criao

    ou na modificao dos tributos.

    Assim, as limitaes ao poder de tributar devem ser entendidas como balizas que servem para definir o campo prprio de atuao do

    Estado quanto ao estabelecimento de exaes, permitindo-se, dessa maneira, compatibilizar o exerccio da atividade tributante como os

    direitos e garantias fundamentais do cidado-contribuinte.

    TEMA XI 2010 OAB/2

    Uma lei estadual foi objeto de Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ajuizada junto ao STF.

    Supondo que o Tribunal tenha se pronunciado, neste caso, pela

    inconstitucionalidade parcial sem reduo de texto, explique o conceito acima, apontando quais os efeitos da declarao de

    inconstitucionalidade neste caso.

    Extenso mxima: 30 linhas.

    ORIENTAES GERAIS

    De acordo com os ensinamentos da doutrina, a

    inconstitucionalidade parcial sem reduo de texto uma modalidade

    de declarao de inconstitucionalidade prevista que tem como 1 Sntese do Luciano Amaro (Direito Tributrio Brasileiro. 16 edio. Editora Saraiva, 2010, p. 127-8).

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    consequncia a declarao de inconstitucionalidade de uma

    determinada interpretao, sem afetar o texto da norma. Nesse caso,

    o texto da norma permanece inalterado, mas determinada

    interpretao, que a princpio poderia ser feita da norma,

    considerada inconstitucional.

    Essa modalidade de declarao de inconstitucionalidade tem

    importantes consequncias nos processos de fiscalizao abstrata,

    como o caso da ADI, pois a declarao de inconstitucionalidade, no

    do texto da norma, mas de sua interpretao, ter eficcia contra

    todos (erga omnes) e efeito vinculante. Vejamos o disposto no art.

    28 da Lei 9868/1999.

    A declarao de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade,

    inclusive a interpretao conforme a Constituio e a declarao

    parcial de inconstitucionalidade sem reduo de texto, tm eficcia

    contra todos e efeito vinculante em relao aos rgos do Poder

    Judicirio e Administrao Pblica federal, estadual e municipal.

    PARAGRAFAO

    Agora, vejamos a paragrafao (mdia de trs a cinco linhas

    por pargrafo, mantendo-se, assim, a simetria):

    1 PARGRAFO (introduo) tratar brevemente sobre as

    tcnicas de controle de constitucionalidade: interpretao conforme a

    Constituio e declarao de nulidade sem reduo de texto (apenas

    citar, sem explicar).

    2 PARGRAFO (desenvolvimento explicar as tcnicas)

    falar sobre a interpretao conforme a Constituio e sobre a

    declarao de nulidade sem reduo de texto.

    3 PARGRAFO (desenvolvimento

    inconstitucionalidade parcial sem reduo de texto) falar

    sobre a inconstitucionalidade parcial sem reduo de texto,

    explicando seu conceito e apontando os efeitos da declarao de

    inconstitucionalidade.

    4 PARGRAFO (concluso) fechamento da dissertao.

    No despreze essa parte. Faa uma sntese do que foi dito e conclua.

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    PROPOSTA DE SOLUO

    Dentre as vrias tcnicas de controle de constitucionalidade dos

    atos normativos, destacam-se a interpretao conforme a Constituio e a declarao de nulidade sem reduo de texto.

    Apesar de tais tcnicas incidirem sobre normas com dois ou mais sentidos possveis, no se confundem.

    Na tcnica de interpretao conforme, o Tribunal empresta

    norma uma nica soluo constitucional, enquanto que, na declarao de nulidade sem reduo, o texto da norma permanece

    inalterado, mas determinada interpretao, que a princpio poderia ser feita da norma, considerada inconstitucional. Percebe-se,

    assim, que a interpretao conforme bem mais restritiva que a declarao de nulidade sem reduo do texto, isso porque no

    garante ao exegeta ofertar norma outra interpretao a no ser aquela declarada como constitucional pelo Tribunal.

    A declarao parcial de inconstitucionalidade, a exemplo da

    tcnica interpretao conforme, tem importantes consequncias nos processos de fiscalizao abstrata, como o caso da ADI da questo

    ora analisada, pois a declarao de inconstitucionalidade no do texto da norma, mas de sua interpretao, ter eficcia contra todos

    ou erga omnes, bem como, efeito vinculante em relao aos rgos do Poder Judicirio e Administrao Pblica federal, estadual e municipal.

    Por todo o exposto, no caso descrito na questo, com a declarao da inconstitucionalidade parcial sem reduo de texto da

    lei estadual, em sede de Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADI),

    o Supremo Tribunal Federal fixou determinada interpretao como sendo inconstitucional. Essa declarao, como sobredito, ter eficcia

    contra todos e efeito vinculante em relao aos rgos do Judicirio e Administrao Pblica de todos os entes federativos.

    TEMA XII 2008 IBFC - ABDI

    Discorra sobre a postura a ser adotada pelo Poder Executivo, quando

    da execuo de suas atividades tpicas, em face de lei ou ato normativo de contedo inconstitucional ainda no declarado pela via

    do controle concentrado pelo Supremo Tribunal Federal.

    Extenso: 15 linhas.

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    ORIENTAES GERAIS

    Embora, de regra, as leis devam ser cumpridas at que sejam

    retiradas do ordenamento jurdico, os Chefes do Poder Executivo

    podem se negar a cumprir uma lei por a entenderem inconstitucional,

    mesmo que no haja manifestao do Poder Judicirio nesse sentido.

    Assim, a postura do Poder Executivo de se abster de seguir

    uma lei flagrantemente inconstitucional.

    PARAGRAFAO

    Como o nmero de linhas solicitado reduzido, faremos uma

    pequena introduo, um pargrafo de desenvolvimento e um de

    concluso:

    1 PARGRAFO (introduo) tratar brevemente sobre a atuao

    do Poder Executivo.

    2 PARGRAFO (desenvolvimento postura adotada pelo

    Poder Executivo) falar sobre a submisso, acima de tudo, do

    Poder Executivo s normas constitucionais.

    3 PARGRAFO (concluso) fechamento da dissertao. Concluir

    sobre o poder-dever que tem o Chefe do Poder Executivo em se

    negar a seguir uma lei inconstitucional.

    PROPOSTA DE SOLUO

    Apesar de independentes, os Poderes da Repblica acham-se

    vinculados observncia de princpios constitucionais e legais. Assim, quando da execuo de suas atividades, o Poder Executivo s

    pode agir quando autorizado e nos limites da lei.

    No entanto, o cumprimento do princpio da legalidade tem aplicao restrita, pois, embora o atendimento dos textos legais seja

    essencial para o desempenho das atividades administrativas, o Poder Executivo baliza-se, antes de tudo, pelas normas constitucionais que

    demarcam a linha fundamental do Estado Democrtico de Direito.

    Por isso, conclui-se que o Poder Executivo, por meio da deciso de seus agentes polticos, no caso, Chefes do Executivo, tem o

    dever-poder de negar-se a cumprir, no caso concreto, normas de flagrante contedo inconstitucional, sem prejuzo do controle de

    constitucionalidade exercido posteriormente pelo Poder Judicirio.

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    TEMA XIII - 2010 OAB-1

    Em caso que considerou de grande relevncia e urgncia, o presidente da Repblica editou medida provisria, publicada em 30

    de outubro e convertida em lei no dia 14 de novembro do mesmo ano, majorando as alquotas do imposto territorial rural, a partir de

    1. de janeiro do ano seguinte.

    Nessa situao hipottica, a majorao das alquotas do referido imposto foi estabelecida de acordo com o previsto na Constituio

    Federal? A partir de que momento poderia o imposto, com as novas alquotas, ser cobrado? Fundamente ambas as respostas.

    Extenso mxima: 30 linhas.

    ORIENTAES GERAIS

    sabido que nem sempre foi creditado no Brasil que as

    medidas provisrias poderiam instituir e majorar tributos. O problema

    estaria na expresso fora de lei. Porm, com o advento da Emenda

    Constitucional 32/2001, a matria restou pacificada em seu artigo 62,

    2, que assim dispe:

    Art. 62 2 Medida provisria que implique instituio ou majorao

    de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II,

    s produzir efeitos no exerccio financeiro seguinte se houver sido

    convertida em lei at o ltimo dia daquele em que foi editada.

    A regra apresentada verdadeira proteo aos contribuintes

    contra a voracidade da Unio em instituir ou majorar tributos por

    medida provisria e cobr-los no mesmo exerccio financeiro. Esse

    o princpio da anterioridade na medida provisria, cabendo afirmar

    que, apesar da publicao e do nascimento da medida, esta passaria

    a gerar efeitos somente a partir do dia primeiro de janeiro do ano

    financeiro seguinte quele em que a mesma foi editada. Cabe a

    observao de que a necessidade de converso da medida no ano

    anterior cobrana se apresenta obrigatrio apenas para os

    impostos e com as excees do II, IE, IPI e IOF, pois impostos com

    funo extrafiscal.

    O aluno deve lembrar que vigncia da lei diverge da eficcia da

    lei. No caso da medida provisria, a vigncia imediata, ocorre com

    a publicao do ato pelo chefe do Executivo. No entanto, a sua

    eficcia fica sujeita observncia do princpio da anterioridade e,

    mais recentemente, da noventena. Para a proteo do sujeito

    passivo, dos dois prazos (noventena e anterioridade na MP) deve ser

    utilizado o prazo maior.

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    PARAGRAFAO

    Vamos ao roteiro:

    1 PARGRAFO (introduo) o candidato pode tratar do

    princpio da anterioridade tributria e nonagesimal.

    2 PARGRAFO (desenvolvimento) exceo a esses

    princpios e relao com o imposto territorial rural.

    3 PARGRAFO (desenvolvimento) tratar da relao entre

    os princpios e a figura da medida provisria.

    4 PARGRAFO (desenvolvimento) falar a partir de que

    momento o imposto poderia ser cobrado.

    5 PARGRAFO (concluso) falar que a majorao da

    alquota est em desacordo com a Constituio Federal e finalizar a

    dissertao.

    Vejamos uma possvel soluo.

    PROPOSTA DE SOLUO2

    Segundo a Constituio Federal de 1988 (CF/1988), a lei que cria ou majora o tributo deve ser anterior ao exerccio financeiro em que o tributo ser cobrado, o princpio da anterioridade anual. A lei

    deve, tambm, observar a antecedncia mnima de 90 dias entre a data de publicao da lei e a data em que passa a ter efeitos, o

    princpio da anterioridade mnima.

    Entretanto, tais princpios comportam excees, como o caso dos impostos que, por atenderem a certos objetivos extrafiscais,

    necessitam de maior flexibilidade e demandam rpidas alteraes. O Imposto Territorial Rural (ITR) no se enquadra entre as excees,

    devendo, portanto, obedincia cumulativa aos princpios da anterioridade e da noventena.

    A aplicabilidade de tais princpios que visam proteo do contribuinte quanto a no surpresa do aumento da carga tributria tem uma leve sutileza tratando-se de medidas provisrias. Conforme

    a CF/1988, a instituio ou a majorao de impostos, em regra, s surtir efeitos no exerccio financeiro seguinte, isso se a medida

    provisria tiver sido convertida em lei at o ltimo dia daquele em que foi editada. A noventena, por sua vez, contada da publicao

    da medida provisria, a no ser que a lei de converso altere

    substancialmente a medida, seguindo orientao do STF.

    2 Sntese dos livros dos autores Luciano Amaro e Eduardo Sabbag.

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    Diante dessas consideraes, sabendo que, no caso concreto, a medida provisria expedida pelo presidente da Repblica, majorando o ITR, foi convertida em lei no dia 14 de novembro, a incidncia dar-

    se-ia em 1 de janeiro do ano seguinte (anterioridade). Porm, observada a antecedncia mnima de 90 dias da data de publicao

    da medida provisria (30 de outubro) (anterioridade mnima), a

    incidncia dar-se- em fevereiro do ano seguinte.

    Assim, considerando que a majorao da alquota do ITR est a

    partir do dia 1 de janeiro do ano seguinte data de converso da medida provisria em lei, conclui-se que o princpio da anterioridade

    mnima no foi observado. Como o fato gerador do ITR peridico,

    definindo-se por fico jurdica, no dia 1 de cada ano, neste caso, o aumento repercutir apenas no fato gerador do segundo ano seguinte

    ao da publicao da medida provisria.

    TEMA XIV - 2009 OAB-1

    O defensor pblico geral da Unio apresentou, no Supremo Tribunal

    Federal (STF), proposta de edio de smula vinculante em matria

    penal. Autuada a proposta, foi publicado o edital, no qual era estabelecido o prazo de 5 dias para a manifestao de interessados.

    Decorrido o prazo de 5 dias, no tendo havido manifestao de qualquer interessado, os autos foram enviados comisso de

    jurisprudncia do STF, que aprovou, por unanimidade, a proposta, aps a oitiva do procurador-geral da Repblica. A smula vinculante

    foi, ento, publicada no Dirio Oficial da Unio.

    Considerando a situao hipottica apresentada, responda, de forma fundamentada, se est correto o procedimento adotado para a

    elaborao da smula vinculante, em especial, no que diz respeito:

    - legitimidade para a propositura;

    - possibilidade de manifestao de interessados;

    - ao papel do procurador-geral da Repblica;

    - ao quorum para aprovao da referida smula.

    Extenso mxima: 30 linhas.

    ORIENTAES GERAIS

    Mais uma vez os amigos devem se posicionar acerca de uma

    situao-problema.

    De pronto, questiona-se: est correto o procedimento para a edio da smula? Decerto, a resposta no deve se resumir ao sim

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