aula 00 sistema financeiro nacional2

25
Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00 Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 25 AULA 00: Função e Órgãos Reguladores do SFN SUMÁRIO PÁGINA 1. Apresentação 1-3 2. Cronograma 3-4 3. Função do SFN 4 - 6 4. Conselho Monetário Nacional 7 - 16 5. Conselho Nacional de Seguros Privados 17 - 19 6. Conselho Nacional de Previdência Complementar 19 – 21 7. CRSFN 21 - 22 8. Lista das questões apresentadas 22 - 25 9. Gabarito das questões apresentadas 25 1 - Apresentação Caríssimo aluno, É com grande felicidade que escrevo esta aula demonstrativa de Sistema Financeiro Nacional. Em primeiro lugar, porque sempre me interessei muito pelo dinamismo e pela importância do Sistema Financeiro. Afinal, quantas manchetes de jornal e questões importantes das nossas vidas não envolvem os bancos? Em segundo lugar, porque tenho certeza que estas aulas contribuirão fortemente para você se tornar um servidor público federal. O BACEN deve realizar um grande concurso neste segundo semestre, provavelmente com muitas vagas, como no último realizado no início de 2010. Ademais, diversos órgãos públicos federais costumam exigir conhecimentos sobre o SFN nos seus concursos: CVM; SUSEP; entre outros. Dessa forma, acredito que este curso ajudará muito você no concurso do BACEN (porque este será o nosso foco) e, por tabela, em outros concursos que aparecerem nos próximos meses na área financeira. Enfim, me entusiasmei demais com a matéria e não me apresentei! Meu nome é Caio de Oliveira e estou há mais de três anos envolvido com concurso público e, há dois, com o mercado financeiro. Sou Analista

Upload: franco-bressan

Post on 24-Apr-2015

103 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 25

AULA 00: Função e Órgãos Reguladores do SFN

SUMÁRIO PÁGINA

1. Apresentação 1-3

2. Cronograma 3-4

3. Função do SFN 4 - 6

4. Conselho Monetário Nacional 7 - 16

5. Conselho Nacional de Seguros Privados 17 - 19

6. Conselho Nacional de Previdência Complementar 19 – 21

7. CRSFN 21 - 22

8. Lista das questões apresentadas 22 - 25

9. Gabarito das questões apresentadas 25

1 - Apresentação

Caríssimo aluno,

É com grande felicidade que escrevo esta aula demonstrativa de

Sistema Financeiro Nacional. Em primeiro lugar, porque sempre me

interessei muito pelo dinamismo e pela importância do Sistema

Financeiro. Afinal, quantas manchetes de jornal e questões importantes

das nossas vidas não envolvem os bancos? Em segundo lugar, porque

tenho certeza que estas aulas contribuirão fortemente para você se tornar

um servidor público federal. O BACEN deve realizar um grande concurso

neste segundo semestre, provavelmente com muitas vagas, como no

último realizado no início de 2010. Ademais, diversos órgãos públicos

federais costumam exigir conhecimentos sobre o SFN nos seus concursos:

CVM; SUSEP; entre outros. Dessa forma, acredito que este curso ajudará

muito você no concurso do BACEN (porque este será o nosso foco) e, por

tabela, em outros concursos que aparecerem nos próximos meses na área

financeira.

Enfim, me entusiasmei demais com a matéria e não me apresentei!

Meu nome é Caio de Oliveira e estou há mais de três anos envolvido

com concurso público e, há dois, com o mercado financeiro. Sou Analista

Page 2: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 25

de Mercado de Capitais na Comissão de Valores Mobiliários (vamos

falar bastante sobre ela neste curso) e, anteriormente, trabalhei três anos

como Analista de Comércio Exterior no Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior. Ainda, estou concluindo um MBA em

Finanças pelo IBMEC e sou candidato no CFA Program (fui aprovado no

Level I em dezembro de 2011). Enfim, vou tentar neste curso aliar minha

experiência em concursos, estudo teórico e exemplos da vida real. Com

seu empenho na leitura das aulas e a minha disposição em responder

suas dúvidas por e-mail, teremos boas oportunidades de aprendizado!

Meu método de estudo é simples e direto, mas não abro mão de

lhes ensinar todos os detalhes necessários para que vocês sejam

aprovados no concurso! As aulas seguirão, basicamente, a seguinte

estrutura:

explicação ampla sobre o tema;

análise detalhada dos tópicos cobrados normalmente em concursos,

com exemplos demonstrativos;

apresentação de exercícios já aplicados pela CESGRANRIO –

banca que organizou o último concurso do BACEN – e, quando for

necessário, por outras bancas;

resolução dos exercícios.

Como vocês podem ver, utilizo uma linguagem simples e busco

explicar mesmo o que parece óbvio, mas, como o objetivo é preparar-

lhe para ser aprovado, alcançaremos gradualmente um sólido

conhecimento da matéria.

Neste curso, focaremos exclusivamente no Edital do BACEN do

último concurso. Porém, caso o Edital do próximo concurso seja

publicado durante este curso, tenho o compromisso de oferecer

Page 3: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 25

aulas extras com o conteúdo de SFN não previsto pelo último

Edital!

Em relação ao edital com o qual trabalharemos, a grande

dificuldade que vejo na preparação do concurseiro é que, primeiro, o

conteúdo exige uma atenção constante às novas normativas que surgem

e, segundo, necessita de alguns conhecimentos de economia, direito e

administração para o pleno entendimento da matéria. A grande vantagem

deste curso, na minha opinião, é apresentar informação sempre

atualizada e juntar, num mesmo lugar, diversas disciplinas de forma que

um aluno sem nenhuma bagagem na área possa entender tudo.

2 – Cronograma

O cronograma das nossas aulas será o seguinte (poucas aulas em

maio e um ritmo mais forte em junho):

Aula Demonstrativa (Já disponível)

Função do Sistema Financeiro Nacional e introdução à sua legislação

básica (Lei nº 4.595/64). Órgãos reguladores (composição e

competência): Conselho Monetário Nacional; Conselho Nacional de

Seguros Privados; Conselho Nacional de Previdência Complementar.

Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.

Aula 01 (18/05/2012)

Entidades supervisoras (competências legais e funções): Banco Central do

Brasil; Comissão de Valores Mobiliários; Superintendência de Seguros

Privados; Superintendência Nacional de Previdência Complementar.

Aula 02 (1º/06/2012)

Conceito e classificação de instituições financeiras e de outras instituições

supervisionadas pelo Banco Central. Instituições operadoras (Parte 1).

Aula 03 (15/06/2012)

Instituições operadoras (Parte 2).

Page 4: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 25

Aula 04 (25/06/2012)

Regulamentação Prudencial: o Acordo de Basiléia.

Aula 05 (02/07/2012)

Exercícios extras para revisão.

Agora, vamos ao que interessa!

3 – Função do Sistema Financeiro Nacional Este tópico não foi explicitamente cobrado no último Edital do

BACEN, mas é fundamental para a compreensão dos demais temas.

Portanto, preste atenção!

Sou um mero funcionário público e professor de curso preparatório

para concurso e quero comprar um apartamento no Rio de Janeiro, onde

moro. Certamente, não tenho dinheiro para tanto. Ao contrário, meu

vizinho de bairro Eike Batista, um dos homens mais ricos do Mundo, não

sabe mais onde colocar tanto dinheiro. Eu teria a opção, portanto, de

bater na casa dele e pedir R$ 300 mil emprestado para pagar em 20

anos, mas eu desconfio que os seguranças dele não gostariam muito da

história que tenho para contar. O Sistema Financeiro Nacional, porém,

existe para resolver o nosso problema! O Eike Batista empresta o dinheiro

que ele não consegue gastar para o Itaú, por exemplo, e eu vou à

agência do banco, apresento alguns documentos e o Itaú me empresta o

dinheiro que preciso! Essa é, portanto, a principal função do SFN: fazer a

intermediação do fluxo monetário entre os agentes econômicos

superavitários e os deficitários. No caso, o Itaú faz a intermediação,

eu sou o agente deficitário (ganho menos do que preciso para comprar

um apartamento hoje à vista) e o Eike Batista é o agente superavitário

(não gasta tudo o que ganha).

A função de unir poupadores e “gastadores” (pode chamar de

investidores ou agentes deficitários para ficar mais bonito), apesar de ser

Page 5: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 25

a principal do SFN, não é a única. Uma função secundária, e muitas vezes

esquecida pelos livros de concurso, é a diversificação do risco do

emprestador. Ops, não precisa fazer cara de quem está perdido! Vamos

para outro exemplo. Imagine que eu ainda quero comprar um

apartamento e preciso de R$ 300 mil, mas não conheço o endereço do

Eike Batista. Porém, sei que o Zeca das Couves, meu vizinho de porta,

guarda exatamente R$ 300 mil debaixo do colchão para sua

aposentadoria! Eu bato na porta dele, faço a proposta, ele olha para a

minha cara, mas, apesar de eu estar com gel no cabelo e engomadinho,

fala que não empresta para mim porque eu tenho cara de caloteiro e ele

não gostaria de perder todas as economias que tem. Porém, veja lá, o

Brasil tem um SFN relativamente desenvolvido! Zeca das Couves abre

uma poupança de R$ 300 mil na CEF, que, por sua vez, empresta naquele

mês R$ 100 milhões para que seus clientes possam comprar seus

sonhados apartamentos. Eu sou um desses clientes que consegue

comprar seu apartamento por causa de poupadores como o Zeca das

Couves! Porém, se eu der o calote na CEF, muito provavelmente o Zeca

não vai perder um centavo, porque a CEF é uma instituição financeira

grande e, para que ela quebre, milhares de pessoas têm que dar um

calote conjunto. Assim, o Zeca acaba me emprestando o dinheiro

indiretamente, mas com um risco muito menor que se pegasse toda a sua

poupança e deixasse na minha mão.

Essas são, portanto, as duas principais funções do SFN. Todas as

regras e instituições que estudaremos a seguir nada mais são que

partes desse amplo Sistema que busca cumprir a função de

intermediar o fluxo monetário entre os agentes econômicos superavitários

e os deficitários, diminuindo, ao máximo, o risco daquele que empresta o

dinheiro!

Vamos, então, aquecer os motores com uma questãozinha do

CESPE. Marque Certo ou Errado:

Page 6: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 25

(CESPE; BB 2009)

O SFN atua na intermediação financeira, ou seja, no processo pelo qual os

agentes que estão superavitários, com sobra de dinheiro, transferem

esses recursos para aqueles que estejam deficitários, com falta de

dinheiro.

Solução: Como vimos, é exatamente esta a definição do principal objetivo

do Sistema Financeiro Nacional. Gabarito: Certo.

4 – Conselho Monetário Nacional O Sistema Financeiro Nacional, porém, não é composto apenas por

mim, o Zeca das Couves e a CEF. Na verdade, milhões de pessoas,

milhares de empresas e centenas de instituições financeiras fazem parte

do SFN e efetuam operações muitas vezes mais complicadas que um

empréstimo imobiliário. Dessa forma, é mais que necessário que haja

regulamentação por parte do Governo sobre o SFN, até porque,

como sabemos, quando há uma crise financeira generalizada, todas as

pessoas no país sofrem (veja, por exemplo, a recente crise nos EUA e na

Europa...).

O SFN, portanto, não é composto apenas pelos intermediários, os

agentes superavitários e os deficitários. Há, ainda, órgãos normativos e

entidades supervisoras. Os órgãos normativos, como o próprio nome

sugere, são aqueles que criam normas para limitar e coordenar as ações

dos demais agentes do SFN. As entidades supervisoras, por sua vez,

são aquelas que supervisionam as operações realizadas pelas instituições

financeiras, empresas e pessoas que formam o SFN, aplicando

penalidades, inclusive, quando as normas são desrespeitadas. Antes que

entremos em mais detalhes, veja o quadro abaixo:

Page 7: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 25

Fonte: BACEN

Órgãos normativos

Entidades supervisoras

Operadores

Conselho Monetário

Nacional - CMN

Banco Central do

Brasil - Bacen

Instituições financeiras

captadoras de depósitos à vista

Demais

instituições financeiras

Bancos de Câmbio

Outros intermediários

financeiros e administradores de recursos

de terceiros Comissão de

Valores Mobiliários - CVM

Bolsas de

mercadorias e futuros

Bolsas de

valores

Conselho

Nacional de Seguros

Privados - CNSP

Superintendência de Seguros

Privados - Susep

Resseguradores

Sociedades

seguradoras

Sociedades de

capitalização

Entidades abertas de

previdência complementar

Conselho Nacional de

Previdência Complementar

- CNPC

Superintendência Nacional de

Previdência Complementar -

PREVIC

Entidades fechadas de previdência complementar

(fundos de pensão)

Na aula de hoje, estudaremos o CMN, o CNSP e o CNPC (maior

atenção será dada ao CMN, o qual costuma ser mais cobrado nos

concursos do BACEN). As entidades supervisoras serão estudadas na

próxima aula, com grande foco no BACEN, e as instituições operadoras,

nas duas aulas seguintes. Dessa forma, com a aula de hoje,

entenderemos a parte do quadro acima pintada com cinza.

Pronto! Agora estamos aptos a entender como funciona e para que

serve o CMN.

Segundo a Lei 4.595/64, que criou o CMN, o seu objetivo é o de

formular a política da moeda e do crédito como previsto nesta lei,

objetivando o progresso econômico e social do País. Essa frase é

muito abstrata, mas, em poucas palavras, quer dizer que o CMN tem que

fazer o melhor de si para que o SFN funcione bem, sem que a moeda

nacional se torne disfuncional (você estudará melhor este tópico nas suas

aulas de economia) e garantindo que os investidores tenham dinheiro

para investir.

Page 8: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 25

O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho

Nacional de Previdência Complementar (CNPC), como veremos mais a

frente, têm responsabilidade semelhante à do CMN, mas nas áreas de

seguro e previdência complementar, respectivamente. O CNSP é

responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros

privados e o CNPC tem a competência de regular o regime de previdência

complementar operado pelas entidades fechadas de previdência

complementar (fundos de pensão).

Voltando agora para o CMN, vamos ver os seus principais objetivos.

Em negrito, coloco o texto da lei (muitas questões são dadas para quem

conhece a lei!) e, depois dos dois pontos, explico melhor o que a lei quer

dizer:

Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou

corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de

origem interna ou externa, as depressões econômicas e

outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais: o

CMN é o responsável por controlar a inflação, ou seja, a perda do

poder de compra da moeda. Atualmente, o CMN define a meta de

inflação e o BACEN executa a política monetária para alcançar essa

meta (esse assunto deve ser visto em economia, mas, se você

quiser uma explicação minha, é só me enviar um e-mail).

Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais

necessidades da economia nacional e seu processo de

desenvolvimento: olha o Legislador enchendo linguiça! Essa frase

diz o mesmo que a anterior: o CMN é o responsável por controlar a

inflação, mas sem prejudicar o desenvolvimento nacional.

Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço

de pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização

dos recursos em moeda estrangeira: quando um importador

quer comprar um produto estrangeiro, ele troca reais por dólares e

faz a importação. Para tanto, o Governo tem que ter uma reserva

de dólares, caso contrário a compra pode não ocorrer se os bancos

Page 9: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 25

que fazem câmbio não tiverem também disponibilidades em moeda

estrangeira. Historicamente, o Brasil em muitos momentos não

tinha reserva suficiente de dólares e muitos problemas ocorriam,

não só com importadores, mas também com credores estrangeiros.

É por isso que o CMN tem o poder de editar normas que garantam

uma reserva mínima de dólares para o país.

Orientar a aplicação dos recursos das instituições

financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo em vista

propiciar, nas diferentes regiões do País, condições

favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia

nacional: o CMN deve incentivar as instituições financeiras, por

meio de benefícios ou obrigando mesmo, a conceder crédito para e

incluir no sistema bancário a população de regiões menos

favorecidas, como o Nordeste e o Norte.

Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos

instrumentos financeiros, com vistas a maior eficiência do

sistema de pagamentos e de mobilização de recursos: como

já vimos, o SFN tem a grande missão de conectar poupadores a

investidores. Se essa conecção for bem feita, o país melhorará

porque haverá mais investimento e, portanto, mais riqueza no

futuro. O CMN, portanto, tem o importante objetivo de fazer com

que o recurso para o investimento seja mobilizado de forma rápida

e eficiente.

Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras: o

SFN só tem serventia se grande parte das instituições financeiras

não quebrarem e mantiverem seus compromissos em dia. Esse

objetivo do CMN em negrito quer fizer que ele é responsável por

manter as instituições financeiras (IFs) líquidas (com dinheiro para

cumprir suas obrigações de curto prazo) e solventes (terem, no

total, mais ativos que passivos). Como veremos, esse objetivo é

implementado sobretudo pelo BACEN, tendo o CMN

responsabilidade apenas de criar regras gerais.

Page 10: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 25

Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária,

fiscal e da dívida pública, interna e externa: o CMN tem a

função de coordenar diversas áreas do governo direta ou

indiretamente responsáveis pelo funcionamento do SFN, tais como

monetária (BACEN), creditícia (próprio BACEN e instituições

financeiras de maneira geral), orçamentária (Congresso Nacional e

Ministério da Fazenda), fiscal (Congresso Nacional e Ministério da

Fazenda) e dívida pública (Secretaria do Tesouro Nacional,

pertencente ao Ministério da Fazenda).

Autorizar as emissões de papel-moeda: o Banco Central não

pode emitir papel-moeda sem autorização do CMN!

Estabelecer condições para que o Banco Central da República

do Brasil emita moeda-papel de curso forçado, nos termos e

limites decorrentes desta Lei, bem como as normas

reguladoras do meio circulante: o CMN estabelece limites para o

BACEN emitir reais e esta entidade, com base na sua análise

técnica, emite o quanto achar necessário até os limites impostos. O

papel-moeda é dito de curso forçado, porque não pode ser recusado

como forma de pagamento (o comerciante, por exemplo, pode

recusar cheque, cartão de crédito etc., mas não pode recusar

receber dinheiro).

Determinar as características gerais das cédulas e das

moedas: se o CMN quiser, a nota de R$100 pode ter a cara do Tio

Patinhas, por exemplo. É este órgão normativo o responsável por

definir as características das cédulas e das moedas!

Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as

operações creditícias em todas as suas formas, inclusive

aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte

das instituições financeiras: o CMN é o maior responsável por

regular o crédito, como já dito. Estabelece diretrizes e regulamentos

que devem ser seguidos pelos agentes do SFN e, em alguns casos,

delega essa sua competência para o BACEN melhor regular.

Page 11: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 25

“Delegar sua competência” quer dizer permitir que o seu poder de

regular o crédito possa ser exercido em casos específicos pelo

Banco Central.

Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que

exercerem atividades subordinadas a esta lei, bem como a

aplicação das penalidades previstas: o CMN regula de que

forma as instituições financeiras e demais operadores do SFN (que

estudaremos durante este curso) serão criados, funcionarão e de

que forma serão fiscalizados. Basicamente, a frase em negrito

determina que o CMN deve regular todos os operadores do SFN.

Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem

observadas pelas instituições financeiras: tenho certeza que

você, caro concurseiro, adora contabilidade e estatística! O CMN

também gosta! E ele é o responsável por criar normas gerais para

que a contabilidade de uma instituição financeira seja comparável

com a contabilidade de outra instituição financeira. Ademais, uma

contabilidade uniforme facilita a supervisão, pelo BACEN, das

instituições de sua responsabilidade.

Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos

corretores de fundos públicos: o CMN disciplina de forma geral

as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores e a CVM

fiscaliza.

Não durma, querido aluno!

Vamos fazer uns exercícios agora para você ver como valeu o

estudo acima e depois voltamos para finalizar o tópico CMN!

Marque a opção correta:

Page 12: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 25

(CESPE; CEF 2010)

A Lei nº 4.595/1964, alterada pela Lei nº 6.045/1974, dispõe sobre as

competências do CMN. De acordo com essa lei, compete ao CMN

A determinar as características gerais, exclusivamente, das cédulas e dos

tributos.

B coordenar sua própria política com a de investimentos dos governos

federal, estadual e municipal.

C autorizar as emissões de papel-moeda.

D disciplinar o crédito em determinadas modalidades.

E fixar diretrizes e normas da política internacional.

Solução:

A: o CMN determina as características gerais das cédulas e das

moedas. Os tributos são definidos, claro, pelo Congresso Nacional.

B: o CMN deve incentivar a aplicação de recursos por parte das IFS

públicas e privadas em regiões carentes do país, mas, de forma

alguma, influencia nos investimentos dos governos federais e locais ou

tem uma política própria de investimentos.

C: Correta! Como vimos, o BACEN não pode emitir papel-moeda sem

prévia autorização do CMN.

D: Pegadinha do Malandro! O CMN deve disciplinar o crédito em todas

as suas modalidades.

E: O CMN é responsável por regular o valor externo da moeda e o

equilíbrio no balanço de pagamento do País, mas a política

internacional é algo infinitamente mais amplo e é responsabilidade da

Presidência da República e do Ministério das Relações Exteriores.

(CESGRANRIO; BACEN 2010)

O Conselho Monetário Nacional é a entidade superior do sistema

financeiro nacional, NÃO sendo de sua competência

(A) estabelecer a meta de inflação.

(B) zelar pela liquidez e pela solvência das instituições financeiras.

Page 13: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 25

(C) regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço de

pagamentos.

(D) regular o valor interno da moeda, prevenindo e corrigindo surtos

inflacionários ou deflacionários.

(E) fixar o valor do superávit primário do orçamento público.

Solução: Todas as alternativas estão corretas, exatamente do modo que

estudamos, menos a letra E. Não confunda: o CMN estabelece a meta de

inflação a ser perseguida pelo BACEN, mas não o valor do superávit

primário, que é estabelecido pelo Congresso Nacional.

(ESAF; BACEN 2002)

Entre as atribuições do Conselho Monetário Nacional, definidas pela Lei

4595/64 e legislações posteriores, não se inclui:

a) disciplinar o crédito em todas as suas modalidades.

b) fixar as diretrizes e normas da política cambial.

c) executar a política monetária.

d) expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem

observadas pelas instituições financeiras.

e) disciplinar as atividades das bolsas de valores.

Solução: Viu como as questões praticamente se repetem? A única

alternativa que não corresponde a uma atribuição do CMN é a letra C,

porque o BACEN é o órgão que executa a política monetária. O CMN

apenas define a meta de inflação e as linhas gerais da política monetária,

como a quantia máxima de moeda a ser emitida.

Marque Certo ou Errado:

(CESPE; BB 2009)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é uma das

principais entidades supervisoras do SFN.

Page 14: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 25

Solução: Presente de Natal adiantado! O BNDES é apenas uma Instituição

Financeira. Entidades supervisoras são apenas: BACEN; CVM;

SUSEP; PREVIC. Gabarito: Errado.

(CESPE; BB 2009)

A área normativa do SFN tem como órgão máximo o Banco Central do

Brasil (BACEN).

Solução: Essa é para pegar quem não estudou para a prova, o que não é

o seu caso! Os órgãos máximos do SFN (órgãos normativos) são

apenas: CMN; CNSP; CNPC. Todos começam com “C” de Conselho!

Gabarito: Errado.

(CESPE; BB 2009)

As funções do CMN incluem: adaptar o volume dos meios de pagamento

às reais necessidades da economia e regular o valor interno e externo da

moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos.

Solução: Esse é um exemplo de que ler as leis vale a pena. Leia

novamente os três primeiros objetivos do CMN que destacamos

anteriormente, que, basicamente, podemos resumir em dois: controlar

inflação e regular o equilíbrio do balanço de pagamentos. Gabarito:

Certo.

(CESPE; BB 2009)

O CMN é o órgão formulador da política da moeda e do crédito, devendo

atuar até mesmo no sentido de promover o aperfeiçoamento das

instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência

do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos.

Solução: Mais uma vez repetindo a letra da lei! Lembra que já vimos que

o CMN deve promover a maior eficiência na mobilização de

recursos para proporcionar o investimento? Gabarito: Certo.

Page 15: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 25

Agora que você já exercitou o que aprendeu anteriormente, vamos

avançar mais um pouco na matéria! Se quiser, tome um copo d’água ou

um café e volte com o gás renovado!

Para saber tudo sobre o CMN de forma a gabaritar qualquer questão

sobre o tema, você precisa saber como esse Conselho é composto e de

que forma ele funciona. Isso é fácil.

O CMN é integrado pelo Ministro da Fazenda (que atua como

presidente do Conselho), o Ministro do Planejamento, Orçamento

e Gestão (MPOG) e o Presidente do Banco Central (BACEN).

Portanto, são essas três pessoas que tomam as decisões do CMN, ou seja,

editam suas resoluções ou deliberações sobre todos aqueles temas que

listamos anteriormente.

As reuniões do CMN ocorrem mensalmente ou sempre que o

Presidente do Conselho (o Ministro da Fazenda) convocar uma

reunião extraordinária. Durante essas reuniões e no período entre elas,

o órgão responsável para secretariar o CMN é o BACEN. Por

“secretariar”, entenda-se organizar o local, as convocações, a edição de

atas que resumam o que foi discutido e a divulgação das resoluções e

deliberações do CMN.

Para decidir sobre qualquer tema, incluindo principalmente a edição

de resoluções e diretrizes, o CMN delibera por maioria de votos. O

Presidente do Conselho ainda tem o voto de qualidade e a prerrogativa de

decidir em situações de urgência ad referendum dos demais membros do

CMN.

Opa, com latim fica mais bonito! O Ministro ter voto de qualidade

quer dizer que ele é o último a votar. Ainda, a prerrogativa de decidir ad

referendum do Conselho em casos de urgência e interesse relevante, quer

dizer que o Ministro da Fazenda pode tomar uma decisão em nome do

CMN em caso de urgência e essa decisão será confirmada ou não pelos

demais ministros na reunião seguinte do CMN.

Page 16: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 25

Para finalizar com chave de ouro o estudo sobre o CMN, marque

certo ou errado para as questões abaixo, de elaboração própria:

(Questão do Professor)

O Conselho Monetário Nacional (CMN) é composto pelo Presidente da

República, pelo Ministro da Fazenda e pelo Presidente do Banco Central.

Solução: O Presidente da República não faz parte do Conselho. São

membros apenas: Ministro da Fazenda; Ministro do MPOG;

Presidente do BACEN. Gabarito: Errado.

(Questão do Professor)

As reuniões ordinárias do Conselho Monetário Nacional (CMN) ocorrem

semestralmente e as extraordinárias sempre que convocadas por seu

presidente.

Solução: As reuniões ordinárias ocorrem mensalmente. Gabarito:

Errado.

(Questão do Professor)

As deliberações do Conselho Monetário Nacional (CMN) são por maioria de

votos, tendo o seu presidente direito a voto de qualidade e a prerrogativa

de decidir ad referendum em questões de relevante interesse e

emergenciais.

Solução: Definição perfeita do processo decisório no CMN! Gabarito:

Certo.

Page 17: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 25

5 – Conselho Nacional de Seguros Privados Da mesma forma que o Conselho Monetário Nacional formula as

diretrizes e normas para as instituições financeiras, bolsas, bancos de

câmbio, outros intermediários financeiros e administradores de recursos

de terceiros, o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) formula as

diretrizes e normas para o setor do SFN responsável pelos seguros

privados. São seguros privados os seguros de coisas, pessoas, bens,

responsabilidades, obrigações, direitos e garantias, ou seja, não é só o

seguro de coisas (carro, por ex.), mas também seguro de vida etc.

Ao CNSP, cabe fazer o seguinte:

Fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados;

Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização

dos que exercerem atividades de seguros privados, bem como a

aplicação das penalidades previstas;

Estipular índices e demais condições técnicas sobre tarifas,

investimentos e outras relações patrimoniais a serem observadas

pelas Sociedades Seguradoras;

Fixar as características gerais dos contratos de seguros;

Fixar normas gerais de contabilidade e estatística a serem

observadas pelas Sociedades Seguradoras;

Delimitar o capital das sociedades seguradoras e dos

resseguradores (resseguradores são as seguradoras que fazem

seguro para outras seguradoras);

Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;

disciplinar as operações de co-seguro (quando o valor assegurado é

muito grande – imagine o valor que uma seguradora deveria pagar

para um shopping que pegasse fogo por completo – é comum duas

seguradoras prestarem juntas o serviço de seguro);

Aplicar às Sociedades Seguradoras estrangeiras autorizadas a

funcionar no País as mesmas vedações ou restrições equivalentes

às que vigorarem nos países da matriz em relação às Sociedades

Seguradoras brasileiras ali instaladas ou que neles desejem

Page 18: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 25

estabelecer-se (é a velha lei do olho por olho, dente por dente: por

ex., se os EUA limitam as seguradoras brasileiras lá instaladas de

uma maneira X, as seguradoras americanas instaladas no Brasil

também devem ser limitadas da maneira X, mesmo se essa regra

não valer para as demais seguradoras não norte-americanas

instaladas no Brasil);

Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras,

com fixação dos limites legais e técnicos das operações de seguro

(você pode imaginar que o Governo não quer que as seguradoras

quebrem e, portanto, impõe limites para elas não se arriscarem em

excesso);

Disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor;

Regular a instalação e o funcionamento das Bolsas de Seguro;

fixar as condições de constituição e extinção de entidades

autorreguladoras do mercado de corretagem (são entidades

privadas que ajudam o Governo na regulação dos operadores, com

responsabilidades próprias), sua forma jurídica, seus órgãos de

administração e a forma de preenchimento de cargos

administrativos;

regular o exercício do poder disciplinar das entidades

autorreguladoras do mercado de corretagem sobre seus membros,

inclusive do poder de impor penalidades e de excluir membros;

disciplinar a administração das entidades autorreguladoras do

mercado de corretagem e a fixação de emolumentos, comissões e

quaisquer outras despesas cobradas por tais entidades, quando for

o caso.

O CNSP é constituído pelas seguintes pessoas, que decidem em

nome do Conselho por maioria de votos:

Ministro de Estado da Fazenda, ou seu representante;

representante do Ministério da Justiça;

representante do Ministério da Previdência e Assistência Social;

Page 19: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 25

Superintendente da Superintendência de Seguros Privados - SUSEP;

representante do Banco Central do Brasil;

representante da Comissão de Valores Mobiliários.

O Ministro da Fazenda é o presidente do Conselho ou, se ele estiver

ausente, o Superintendente da SUSEP. Observe bem na lista de membros

que não necessariamente os ministros da Fazenda, Justiça e Previdência

Social precisam estar presentes (não confunda com a regra do CMN), mas

simplesmente seus representantes.

Algumas comissões consultivas funcionam para auxiliar

tecnicamente o CNSP nas suas decisões. Elas devem ser consultadas

obrigatoriamente quando uma decisão for tomada pelo CNSP na área de

competência da Comissão. Por exemplo, se uma diretriz for definida para

a área de seguro de aviões, a Comissão Aeronáutica deve ser consultada.

Além de outras comissões consultivas que podem ser eventualmente

criadas pelo CNSP, obrigatoriamente devem existir as seguintes:

de Saúde;

do Trabalho;

de Transporte;

Mobiliária e de Habitação;

Rural;

Aeronáutica;

de Crédito;

de Corretores.

6 – Conselho Nacional de Previdência Complementar

O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) é o

último dos três conselhos que formam o topo do SFN como órgãos

reguladores. O CNPC regula o segmento - supervisionado pela PREVIC -

de entidades fechadas de previdência complementar. Essas entidades,

chamadas normalmente de “fundos de pensão”, são aquelas que

administram planos de aposentadoria acessíveis exclusivamente aos

Page 20: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 25

empregados ou servidores de uma empresa ou ente federativo específico.

Um exemplo conhecido é o da Caixa de Previdência dos Funcionários do

Banco do Brasil (Previ), que é responsável pela administração de planos

de aposentadoria de funcionários do Banco do Brasil. As entidades de

previdência complementar abertas, por outro lado, são acessíveis a

qualquer interessado, mas são reguladas pelo CNSP e supervisionadas

pela SUSEP.

A legislação não é específica a respeito das funções do CNPC. Ela

define apenas que o CNPC deve exercer “a função de órgão regulador do

regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas

de previdência complementar”. De qualquer forma, pode-se entender que

são funções semelhantes às do CMN e do CNSP.

O CNPC é constituído por um representante de cada um dos

seguintes indicados, que decidem em nome do Conselho por maioria

simples de votos (=metade mais um):

Ministério da Previdência Social, representado pelo seu Ministro de

Estado, que será o presidente do Conselho (o Ministro tem voto de

qualidade em caso de empate, ou seja, desempata as votações se

necessário);

Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc;

Secretaria de Políticas de Previdência Complementar do Ministério

da Previdência Social;

Casa Civil da Presidência da República;

Ministério da Fazenda;

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;

entidades fechadas de previdência complementar (representante

indicado pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de

Previdência Complementar);

patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das entidades

fechadas de previdência complementar; e

Page 21: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 25

participantes e assistidos de planos de benefícios das entidades

fechadas de previdência complementar (representante indicado pela

Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão).

7 – Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional não é

explicitamente mencionado no Edital do último concurso do BACEN. No

entanto, como ele costuma ser cobrado em provas de SFN e está muito

interligado à supervisão do SFN, não custa muito apresentá-lo

brevemente.

Contra as penalidades administrativas aplicadas pelo BACEN e pela

CVM, as partes atingidas podem recorrer, em segunda e última instância,

ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. Ainda, contra os

arquivamentos de processo administrativo, também pode haver recurso

no CRSFN.

O CRSFN é composto por oito conselheiros designados pelo Ministro

da Fazenda, com mandatos de dois anos e possibilidade de recondução

por uma única vez. O Ministro da Fazenda designa cada Conselheiro com

base em uma lista tríplice enviada por alguns órgãos públicos e

associações do mercado financeiro: dois representantes do Ministério

da Fazenda; um do Banco Central; um da CVM; quatro de

associações do Mercado Financeiro tais como ANBIMA, FEBRABAN.

Fazem ainda parte do Conselho de Recursos três Procuradores da Fazenda

Nacional, designados pelo Procurador-Geral da Fazenda Nacional, com

atribuição de zelar pela fiel observância da legislação aplicável, e um

Secretário-Executivo, nomeado pelo Ministro da Fazenda, responsável

pela execução e coordenação dos trabalhos administrativos. Para tanto, o

Banco Central do Brasil e, subsidiariamente, a CVM proporcionam o

respectivo apoio técnico e administrativo. Um dos representantes do

Ministério da Fazenda é o presidente do Conselho e o vice- presidente é o

representante designado pelo Ministério da Fazenda dentre os quatro

representantes das entidades de classe que integram o Conselho.

Page 22: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 25

Agora, para finalizar esta aula, algumas questões sobre o CRSFN:

(CESPE; BB 2009)

O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) é um

órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério

da Fazenda. Com relação ao CRSFN, julgue os itens a seguir.

* É atribuição do CRSFN julgar, em segunda e última instância

administrativa, os recursos interpostos das decisões relativas às

penalidades administrativas aplicadas pelo BACEN quanto a matérias

relativas à aplicação de penalidades por infração à legislação de

consórcios.

Solução: Como veremos melhor na próxima aula, o BACEN fiscaliza os

consórcios e, contra as suas penalidades administrativas, há possibilidade

de recurso no CRSFN. Gabarito: Certo.

* É atribuição do CRSFN adaptar o volume dos meios de pagamento às

reais necessidades da economia, bem como regular os valores interno e

externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos.

Solução: Mais mole que essa impossível! Erradíssima! São funções do

CMN adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da

economia, bem como regular os valores interno e externo da moeda e o

equilíbrio do balanço de pagamentos!

8 - Lista de Questões Apresentadas (CESPE; BB 2009)

1 - O SFN atua na intermediação financeira, ou seja, no processo pelo

qual os agentes que estão superavitários, com sobra de dinheiro,

transferem esses recursos para aqueles que estejam deficitários, com

falta de dinheiro.

Page 23: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 25

(CESPE; CEF 2010)

2- A Lei nº 4.595/1964, alterada pela Lei nº 6.045/1974, dispõe sobre as

competências do CMN. De acordo com essa lei, compete ao CMN

A determinar as características gerais, exclusivamente, das cédulas e dos

tributos.

B coordenar sua própria política com a de investimentos dos governos

federal, estadual e municipal.

C autorizar as emissões de papel-moeda.

D disciplinar o crédito em determinadas modalidades.

E fixar diretrizes e normas da política internacional.

(CESGRANRIO; BACEN 2010)

3 - O Conselho Monetário Nacional é a entidade superior do sistema

financeiro nacional, NÃO sendo de sua competência

(A) estabelecer a meta de inflação.

(B) zelar pela liquidez e pela solvência das instituições financeiras.

(C) regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço de

pagamentos.

(D) regular o valor interno da moeda, prevenindo e corrigindo surtos

inflacionários ou deflacionários.

(E) fixar o valor do superávit primário do orçamento público.

(ESAF; BACEN 2002)

4 - Entre as atribuições do Conselho Monetário Nacional, definidas pela

Lei 4595/64 e legislações posteriores, não se inclui:

a) disciplinar o crédito em todas as suas modalidades.

b) fixar as diretrizes e normas da política cambial.

c) executar a política monetária.

d) expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem

observadas pelas instituições financeiras.

e) disciplinar as atividades das bolsas de valores.

Page 24: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 25

Marque Certo ou Errado:

(CESPE; BB 2009)

5 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é uma das

principais entidades supervisoras do SFN.

(CESPE; BB 2009)

6 - A área normativa do SFN tem como órgão máximo o Banco Central do

Brasil (BACEN).

(CESPE; BB 2009)

7 - As funções do CMN incluem: adaptar o volume dos meios de

pagamento às reais necessidades da economia e regular o valor interno e

externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos.

(CESPE; BB 2009)

8 - O CMN é o órgão formulador da política da moeda e do crédito,

devendo atuar até mesmo no sentido de promover o aperfeiçoamento das

instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência

do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos.

(Questão do Professor) 9 - O Conselho Monetário Nacional (CMN) é composto pelo Presidente da

República, pelo Ministro da Fazenda e pelo Presidente do Banco Central.

(Questão do Professor)

10 - As reuniões ordinárias do Conselho Monetário Nacional (CMN)

ocorrem semestralmente e as extraordinárias sempre que convocadas por

seu presidente.

(Questão do Professor)

11 - As deliberações do Conselho Monetário Nacional (CMN) são por

maioria de votos, tendo o seu presidente direito a voto de qualidade e a

prerrogativa de decidir ad referendum em questões de relevante interesse

e emergenciais.

Page 25: Aula 00 Sistema Financeiro Nacional2

Sistema Financeiro Nacional p/ BACEN

Teoria e exercícios comentados Prof. Caio de Oliveira – Aula 00

Prof. Caio de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 25

(CESPE; BB 2009)

O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) é um

órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério

da Fazenda. Com relação ao CRSFN, julgue os itens a seguir.

12 - É atribuição do CRSFN julgar, em segunda e última instância

administrativa, os recursos interpostos das decisões relativas às

penalidades administrativas aplicadas pelo BACEN quanto a matérias

relativas à aplicação de penalidades por infração à legislação de

consórcios.

13 - É atribuição do CRSFN adaptar o volume dos meios de pagamento às

reais necessidades da economia, bem como regular os valores interno e

externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos.

9 – Gabarito das Questões Apresentadas

Questão Gabarito

1 Certo

2 C

3 E

4 C

5 Errado

6 Errado

7 Certo

8 Certo

9 Errado

10 Errado

11 Certo

12 Certo

13 Errado