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Audiência Pública 01/2014 Elaboração do Edital do Leilão de Geração nº 02/2014 - Aneel da UHE Três Irmãos 1 Maristela Braga O Sinergia CUT - Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo, o STIEEC - Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Campinas e a FTIUESP - Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de São Paulo, são entidades de classe que representam os trabalhadores da indústria de energia elétrica do Estado de São Paulo, e vêm através desta Contribuição reiterar suas preocupações e revindicações em relação aos interesses dos trabalhadores no processo de licitação da UHE Três Irmãos. Desde a publicação da MP 579/2012, estas entidades se manifestam sobre o assunto, sem, contudo, jamais ter algum de seus pleitos atendidos pela Aneel ou pelo próprio concedente, que em última instância é o responsável pelo processo de licitação ora em curso. Alem de defender os interesses dos trabalhadores, o objetivo dessas entidades em participar ativamente de todas as etapas que envolvem a licitação da UHE Três Irmãos, é o de evitar um retrocesso em relação às licitações ocorridas na década de 90 no setor elétrico brasileiro e em particular no Estado de São Paulo, onde conquistas e instrumentos legítimos de defesa dos direitos dos trabalhadores como o ACT's - Acordos Coletivos de Trabalho, foram garantidos pelos Editais dos leilões ocorridos naquela ocasião. 1 Maristela Braga - Consultora. Fevereiro/2014

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Audiência Pública 01/2014

Elaboração do Edital do Leilão de Geração nº 02/2014 - Aneel da UHE Três Irmãos

1Maristela Braga

O Sinergia CUT - Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São

Paulo, o STIEEC - Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Campinas

e a FTIUESP - Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de São

Paulo, são entidades de classe que representam os trabalhadores da indústria de energia

elétrica do Estado de São Paulo, e vêm através desta Contribuição reiterar suas

preocupações e revindicações em relação aos interesses dos trabalhadores no processo de

licitação da UHE Três Irmãos. Desde a publicação da MP 579/2012, estas entidades se

manifestam sobre o assunto, sem, contudo, jamais ter algum de seus pleitos atendidos pela

Aneel ou pelo próprio concedente, que em última instância é o responsável pelo processo de

licitação ora em curso.

Alem de defender os interesses dos trabalhadores, o objetivo dessas entidades

em participar ativamente de todas as etapas que envolvem a licitação da UHE Três Irmãos, é

o de evitar um retrocesso em relação às licitações ocorridas na década de 90 no setor elétrico

brasileiro e em particular no Estado de São Paulo, onde conquistas e instrumentos legítimos

de defesa dos direitos dos trabalhadores como o ACT's - Acordos Coletivos de Trabalho,

foram garantidos pelos Editais dos leilões ocorridos naquela ocasião.

1 Maristela Braga - Consultora. Fevereiro/2014

Não basta colocar o item 2.3 no Edital de Leilão, na Clausula denominada

Obrigações da Concessionária, que a empresa vencedora deverá assegurar que a operação

da UHE Três Irmãos seja realizada, preferencialmente, por trabalhadores que exerçam suas

funções no referido empreendimento, bem como envidar esforços para a manutenção dos

empregos vinculados à Usina. Isso não passa de uma recomendação sem qualquer valor

legal que garanta sua aplicabilidade por parte daqueles que venha a vencer o Leilão.

Se o poder concedente exige no Edital que o interessado em participar do

Leilão comprove a titularidade de ao menos uma usina hidrelétrica em operação comercial por

tempo não inferior a cinco anos, é porque entende que a operação desse ativo por alguém

que não possua experiência adequada, pode comprometer o sistema elétrico brasileiro que é

predominantemente interligado.

Se por um lado temos um bom motivo técnico que justifica a manutenção dos

atuais trabalhadores da UHE Três Irmãos, do ponto de vista da legislação trabalhista não

resta dúvidas de que o Leilão em discussão trata-se de uma alteração na estrutura jurídica de

uma empresa já existente, e, portanto, de uma sucessão de contrato de trabalho de seus

funcionários.

A CLT - Consolidação das Leis do Trabalho prevê a sucessão do contrato de

trabalho, ao afirmar, em seus artigos 10 e 448, que qualquer alteração na estrutura jurídica

da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados, e que a mudança na

propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos

respectivos empregados.

Consultado um Guia Trabalhista encontramos a seguinte interpretação dos

artigos citados acima que nos parece se encaixar no caso em discussão na presente

Audiência:

"Existe a sucessão, dentre outros casos, quando ocorre mudança na

propriedade da empresa ou alguma alteração significativa na sua estrutura

jurídica, sendo que a empresa continua utilizando-se dos serviços dos

empregados da sucedida.

O contrato de trabalho é firmado entre o trabalhador e a empresa,

independente dos seus titulares e sua eventual mudança ou alteração, por isso

diz-se que é impessoal em relação a quem se encontra à frente do

empreendimento.

Portanto, o verdadeiro empregador é a " empresa", sendo que a transferência

do estabelecimento, supõe também a de todos os elementos organizados da

mesma, dentre eles, o trabalho.

Sendo o vínculo do empregado com a empresa e não com o empregador, salvo

empregador pessoa física, não pode este ser prejudicado por qualquer tipo de

alteração na estrutura jurídica daquela.

A lei protege, pois, o trabalhador em seu emprego, enquanto este existir

independente de quem seja o empregador.

Para que exista a sucessão de empregadores, dois são os requisitos

indispensáveis:

a) que um estabelecimento como unidade econômica passe de um

para outro titular;

b) que a prestação de serviço pelos empregadores não sofra solução

de continuidade.

A literatura brasileira está farta de análise e pareceres dos mais renomados

juristas a respeito do assunto bastando, portanto, apenas ao poder concedente, a decisão de

utilizar-se ou não dessa prerrogativa garantida pela CLT.

Um dos maiores problemas dessa licitação é que o poder concedente e seus

órgãos auxiliares trabalham com a ideia de que se trata apenas de uma licitação para a

escolha de um novo controlador de uma concessão cujo prazo se expirou. Sequer

consideram que diferente da licitação de um novo empreendimento que ainda vai ser

construído, esta usina em questão já existe, se encontra em operação, a energia ali gerada é

importante para o sistema elétrico brasileiro e que, portanto, isso só é possível porque ali já

existem trabalhadores garantindo o seu funcionamento.

Quem quer que assuma seu controle não interromperá seu funcionamento para

fazer uma transição de técnicos e equipes de trabalhadores. O próprio Edital prevê essa

transitoriedade. Portanto na lógica dos trabalhadores esse processo de licitação deve garantir

e exigir explicitamente a manutenção dos atuais empregados e, consequentemente, de todas

as suas garantias e conquistas, e não se limitar apenas a recomendar para o novo

controlador que PREFERENCIALMENTE a operação seja realizada por trabalhadores ali

existentes, como consta da Portaria Ministerial 214/2013.

Os Sindicatos e Federação signatários deste documento solicitam que o

presente Edital exija o cumprimento integral de todos os contratos de trabalho em vigor,

destacando-se como Obrigações do Novo Controlador:

1. Manutenção do quadro próprio de trabalhadores da UHE Três Irmãos existente

no ato da Licitação.

2. Cumprimento dos Acordos Coletivos de Trabalho vigentes firmados com os

Sindicatos representativos dos trabalhadores - (ACT 1997 e 2013).

3. Assegure aos trabalhadores da UHE Três Irmãos, de forma ininterrupta, o

Plano de Saúde e de Previdência Complementar da Fundação CESP,

detalhado e descrito no Relatório Anual da Administração/2102, principalmente

pelas Notas Explicativas: 3.12, 18.1 a 18.3, bem como estendê-lo aos novos

trabalhadores contratados após a licitação (Estatuto Social da Fundação CESP

e Relatório Anual da Administração da CESP/2012).

4. Manutenção de um Representante dos Empregados no Conselho de

Administração da empresa, conforme previsto atualmente no Estatuto Social da

CESP, em seu Artigo 10º.

5. Manutenção dos representantes dos trabalhadores nos Comitês Gestores da

Fundação CESP;

6. Responda pelas obrigações e ações judiciais trabalhistas, previdenciária e

correlatas, relativas aos empregados da UHE Três Irmãos.

7. Mantenha a capacitação técnica de seus empregados visando garantir a

operação segura dos equipamentos e sistemas, respeitando-se, sobretudo, as

normas de saúde e segurança abrangidas pela NR 10 e legislação aplicável.

No entender dos trabalhadores aqui representados, essas são as garantias

mínimas para a preservação daquilo que já foi conquistado num processo anterior de

cisão das empresas do setor elétrico paulista, reiterando que isso ocorreu numa época em

que as condições políticas econômicas nacionais e internacionais, eram muito mais

desfavoráveis que as atuais, já que o Brasil naquela época passava por uma grave

recessão econômica e o neoliberalismo se apresentava como a fórmula mágica para a

superação da crise e o remédio para todos os males.

Como no passado recente, as entidades representativas dos trabalhadores não

irão se furtar de esgotar todas as tentativas de reversão desse processo, pois é nosso

objetivo que o controle do setor elétrico permaneça nas mãos do Estado por entendermos

ser este estratégico e essencial para um projeto de desenvolvimento e de soberania

nacional. Também não irão admitir retrocesso em relação às conquistas dos

trabalhadores.

Licitar usinas que já fazem parte do patrimônio da União não contribuirá em

nada para reduzir tarifas e nem aumentar a oferta de energia para o país. Na recente Lei

12.783/2013, a redução da tarifa de energia elétrica se deu por iniciativa do governo, não

pela “livre concorrência” como apregoam os privatistas neoliberais sempre de plantão.

Pelo contrário, a suposta concorrência no setor elétrico patrocinada pela privatização da

década de 90, foi a responsável por elevar o Brasil ao topo do ranking de países com

tarifas de energia mais elevadas do mundo.

Como dissemos inicialmente, as entidades que subscrevem este documento

nunca se furtaram do debate. Abaixo os principais documentos protocolados sobre o

assunto ate o momento.

A N E X O S

A N E X O I

Consulta Pública 010/2013

Modelagem do Data Room para Licitar UHE Três Irmãos

O processo de licitação da UHE Três Irmãos ora em discussão pela Aneel através da

Consulta Pública 010/2013, é decorrente da recusa do governo de São Paulo de renovar a

concessão da usina nos moldes estabelecidos pela Lei 12.783/2013.

No entendimento dos trabalhadores do setor elétrico trata-se, portanto, de um processo de

privatização, cujo leilão está previsto para janeiro/2014.

O Sinergia CUT - Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do estado de São Paulo, o

STIEEC - Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Campinas e a

FTIUESP - Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de São Paulo,

são órgãos representativos dos trabalhadores energéticos do Estado de São Paulo. O

Sinergia CUT é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, de direito privado constituído para

fins de coordenação, defesa administrativa e judicial, e representação legal da categoria

profissional dos trabalhadores nas Empresas, de Produção, Geração, Transmissão,

Distribuição, Construções de Tubulações, Transporte, de Gás Canalizado, Energia Elétrica,

Eclusas e Serviços de Administração de Hidrovias, em Municípios dos Estados de São Paulo,

Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

É constituído para fins de coordenação, proteção e representação legal da categoria

profissional dos trabalhadores, das empresas de produção de energia ou gás, geração,

distribuição, transformação ou transmissão de energia, cooperativas de eletrificação rural e,

empresas terceirizadas ou interpostas que prestem serviços às empresas vinculadas a estas

atividades fim; em empresas de distribuição, construção de tubulações, transporte de gás

canalizado e empresas terceirizadas ou interpostas que prestem serviços às empresas

vinculadas a estas atividades fim; eclusas e serviços de administração de hidrovias e

empresas terceirizadas e interpostas que prestem serviços às empresas vinculadas a estas

atividades fim.

Portanto, o Sinergia CUT, o STIEEC e a FTIUESP se apresentam nesta Consulta Pública,

cujo objetivo é obter subsídios e contribuições da sociedade sobre a modelagem de data

room para a licitação da UHE Três Irmãos, como os representantes legítimos dos

trabalhadores eletricitários do Estado de São Paulo.

O Estado de São Paulo foi o celeiro da privatização do setor elétrico brasileiro, cujo ciclo teve

início na década de 90. Aqui os trabalhadores e a sociedade presenciaram o desmonte, o

esquartejamento, a cisão e a entrega do seu parque elétrico para a iniciativa privada e

experimentaram, decorrente desse desmonte, o aumento desproporcional da tarifa em

relação aos índices inflacionários, a queda na qualidade dos serviços públicos de energia, a

demissão e o fechamento de postos de trabalho, precarização e terceirização em massa,

alem da elevação no número de acidentes de trabalho.

Apesar daquele momento vivermos numa conjuntura imensamente favorável e adepta ao

neoliberalismo que dominava o cenário econômico mundial e, portanto, a lógica privatista é

que reinava, no processo de privatização paulista os trabalhadores conseguiram, graças a

muita luta e mobilização, garantir conquistas importantes tais como: garantia de emprego,

cumprimento dos Acordos Coletivos de Trabalho, Plano Previdenciário e de Saúde,

participação no Conselho de Administração, dentre outros.

Hoje, pelo modelo que está sendo traçado, não conseguimos enxergar alguma possibilidade

de preservação de conquistas como aquelas alcanças na década de 90. Justamente nesse

momento em que as condições, em tese, estão mais favoráveis decorrentes da própria

falência que o modelo neoliberal sofreu após a crise econômica internacional instaurada a

partir de 2008.

Estamos observando a construção de um processo de licitação "a moda antiga", ou seja,

retrógada, conservadora, neoliberal, condescendente com os interesse de grandes grupos

econômicos, algo que não combina com um país que nos últimos anos recuperou sua

capacidade de crescimento, resgatou o papel do Estado no controle e planejamento de um

projeto de desenvolvimento, que promoveu uma das maiores inclusões sociais de sua

história, melhorou a distribuição de renda e a geração de emprego.

Abrir um processo de consulta pública como esta onde se disponibiliza toneladas de

documentos e informações para serem analisados num curto espaço de tempo, é uma

maneira descarada de apenas cumprir uma formalidade exigida por Lei e não o desejo efetivo

de discutir com a sociedade o melhor modelo para o setor elétrico brasileiro.

Portanto fica aqui a grande dúvida. Participar ou não dessa consulta pública e de todos os

demais momentos que ainda virão ate a efetivação dessa licitação? Participar significa

legitimar este processo contaminado, dirigido e tendencioso. Não participar é permitir que tal

processo transcorra sem nenhum desconforto, obstáculo, questionamento, como se tudo

estivesse ocorrendo dentro da maior harmonia e consenso entre os interesses.

Sabemos que por ser a UHE Três Irmãos a primeira a ser licitada após a edição da Lei

12.783/2013, certamente ela ditará as regras para as demais que virão e por isso esse

processo é emblemático e muito importante.

Um dos maiores problemas dessa licitação é que o poder concedente e seus órgãos

auxiliares trabalham com a ideia de que se trata apenas de uma licitação para a escolha de

um novo controlador de uma concessão cujo prazo se expirou. Sequer consideram que

diferente da licitação de um novo empreendimento que ainda vai ser construído, esta usina

em questão já existe, se encontra em operação, a energia ali gerada é importante para o

sistema elétrico brasileiro e que, portanto, isso só é possível porque ali existem trabalhadores

garantindo o seu funcionamento.

Quem quer que assuma seu controle não interromperá seu funcionamento para fazer uma

transição de técnicos e equipes de trabalhadores. Portanto a lógica é a de que esse processo

de licitação deva garantir e exigir explicitamente a manutenção desses trabalhadores e,

consequentemente, de todas as suas garantias e conquistas e não se limitar apenas a

recomendar para o novo controlador que PREFERENCIALMENTE a operação seja realizada

por trabalhadores ali existentes, como consta da Portaria Ministerial 333/2013. Alias, o próprio

termo preferencialmente é inadequado para ser utilizado num ato legal governamental

exatamente por deixa dúvidas.

Outro aspecto relevante é que, tecnicamente, não é conveniente desmembrar a operação da

UHE Três Irmãos com a da Usina de Ilha Solteira. Ambas pertencem à mesma bacia

hidrográfica e fazem parte do complexo de Urubupungá, onde se encontra, inclusive, o canal

de Pereira Barreto.

Essa tese é compartilhada pela própria Aneel que recentemente se manifestou sobre o

assunto, através do parecer do relator Edvaldo Alves de Santana, no Processo nº

48500.005033/2000-41 e foi acompanhada pela diretoria, onde ele afirma:

“... as Usinas Hidrelétricas Três Irmãos e Ilha Solteira são consideradas como

um único reservatório nos programas para a operação eletroenergética, bem

como têm sua garantia física calculada para o conjunto das duas usinas – o

valor atual é de 1.949 MW médios. Em vista disso, sugeriu aquela área técnica

que fosse recomendado ao MME à avaliação da conveniência de se

compatibilizar o prazo das concessões desses dois empreendimentos, para

que ao final da concessão pudessem ser tratados, efetivamente, como um

complexo no qual as duas usinas são interdependentes”.

Finalmente, o relator conclui: “Diante do exposto e do que consta do Processo

nº. 48500.005033/2000-41, voto pelo encaminhamento ao Ministério de Minas

e Energia - MME, da solicitação de prorrogação do prazo das Concessões das

Usinas Hidrelétricas Três Irmãos, Ilha Solteira e Jupiá, requerida pela

Companhia Energética de São Paulo – CESP, recomendando que sejam

compatibilizados os prazos das concessões dos dois primeiros, a critério do

poder concedente”.

Além disso, o governo perde a oportunidade de expandir a oferta de energia ao licitar a UHE

Três Irmãos separadamente da UHE Ilha Solteira, já que há espaço para a instalação de mais

três máquinas geradoras, na atual estrutura existente, expansão esta não realizada pelo

governo paulista quando esteve a frente daquela concessão.

Pelo exposto reivindicamos a não licitação da UHE Três Irmãos separadamente da UHE Ilha

Solteira conforme sugere a área técnica da própria Aneel - ANEXO 01 (Parecer Relator da

Aneel, Nota Técnica 420/2012 e Decisão da Diretoria Aneel).

Os Sindicatos e Federação signatários deste documento solicitam, no caso de manutenção

da licitação da UHE Três Irmãos, que sejam incluídos no data room as questões abaixo

apresentadas, bem como a documentação que segue em anexo.

OBRIGAÇÕES DOS NOVOS CONTROLADORES:

1. Manter o quadro próprio de trabalhadores da UHE Três Irmãos existente no ato

da Licitação.

2. Cumprir os Acordos Coletivos de Trabalho vigentes firmados com os Sindicatos

representativos dos trabalhadores - ANEXO 02 (ACT 1997 e 2013).

3. Assegurar aos trabalhadores da UHE Três Irmãos, de forma ininterrupta, o

Plano de Saúde e de Previdência Complementar da Fundação CESP,

detalhado e descrito no Relatório Anual da Administração/2102, principalmente

pelas Notas Explicativas: 3.12, 18.1 a 18.3, bem como estendê-lo aos novos

trabalhadores contratados após a licitação - ANEXO 03 (Estatuto Social da

Fundação CESP e Relatório Anual da Administração da CESP/2012).

4. Manter um Representante dos Empregados no Conselho de Administração da

empresa, conforme previsto atualmente no Estatuto Social da CESP, em seu

Artigo 10º - ANEXO 04 (Estatuto Social da CESP).

5. Responder pelas obrigações e ações judiciais trabalhistas, previdenciária e

correlatas, relativas aos empregados da UHE Três Irmãos, principalmente as

relacionadas no ANEXO 05 (relação das Ações Trabalhistas).

6. Manter a capacitação técnica de seus empregados visando garantir a operação

segura dos equipamentos e sistemas, respeitando-se, sobretudo, as normas de

saúde e segurança abrangidas pela NR 10 e legislação aplicável - ANEXO 06

(NR10).

No entender dos trabalhadores essas são as garantias mínimas para a preservação

daquilo que já foi conquistado num processo anterior de cisão das empresas do setor

elétrico paulista, reiterando que isso ocorreu numa época em que as condições políticas

econômicas nacionais e mundiais eram muito mais desfavoráveis que as atuais, já que o

Brasil naquela época passava por uma grave recessão econômica e o neoliberalismo se

apresentava como a fórmula mágica do sucesso.

Como no passado recente as entidades representativas dos trabalhadores não irão se

furtar de esgotar todas as tentativas de reversão desse processo, pois é nosso objetivo

que o controle do setor elétrico permaneça nas mãos do Estado por entendermos ser este

estratégico e essencial para um projeto de desenvolvimento e de soberania nacional.

Também não irão admitir retrocesso em relação às conquistas dos trabalhadores.

Licitar usinas que já fazem parte do patrimônio da União não contribuirá em nada para

reduzir tarifas e nem aumentar a oferta de energia para o país. Na recente Lei

12.783/2013, a redução da tarifa de energia elétrica aconteceu por iniciativa do governo,

não pela “livre concorrência”, como apregoam os privatistas neoliberais sempre de

plantão. Pelo contrário, a suposta concorrência no setor elétrico foi a responsável por

elevar o Brasil ao topo do ranking de países com tarifas de energia mais caras do mundo.

A N E X O II

Contribuição do Sinergia CUT

Audiência 92/2013

Cálculo da parcela dos investimentos vinculados a bens reversíveis ainda não amortizados

ou não depreciados, dos empreendimentos de geração

Setembro/2013

1. Maristela Braga

A presente Audiência tem por objetivo obter subsídios para regulamentar o Art. 2º do Decreto nº 7.850/2013, que regulamenta a Medida Provisória nº 579, de 11 de setembro de 2012, que dispõe sobre as concessões de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, sobre a redução dos encargos setoriais, sobre a modicidade tarifária e, também, que as Usinas

Hidrelétricas passariam a ser remuneradas por tarifa. A MP 579 foi convertida na Lei nº 12.873, em 11 de janeiro de 2013.

O Art. 2º do Decreto nº 7.850/2013, estabelece que :

Art. 2º Deverão ser submetidas à Agência Nacional de Energia

Elétrica - ANEEL até 31 de dezembro de 2013, na forma definida pela Agência, as informações complementares, excetuado o projeto básico

do empreendimento, previsto no art. 10 do Decreto nº 7.805, de 14 de

setembro de 2012, necessárias para o cálculo da parcela dos

investimentos vinculados a bens reversíveis, realizados até 31 de

dezembro de 2012, ainda não amortizados ou não depreciados, dos empreendimentos de geração.

§ 1º A ANEEL fiscalizará os valores de que trata este artigo, com vistas, a critério do poder concedente, à indenização ou ao seu reconhecimento na base tarifária, neste caso incorporados quando

dos processos tarifários.

§ 2º No reconhecimento dos valores de que trata o § 1º será

considerado o efeito econômico-financeiro a partir de 31 de dezembro de 2012, observado o critério de investimento prudente.

O projeto básico do empreendimento citado acima, previsto no Decreto nº 7.805, de 14 de setembro de 2012, estabelece que:

Art. 9º. A indenização do valor dos investimentos dos bens reversíveis

ainda não amortizados ou não depreciados será calculada com base no Valor Novo de Reposição - VNR, e considerará a depreciação e a

amortização acumuladas a partir da data de entrada em operação

da instalação, até 31 de dezembro de 2012, em conformidade com os

critérios do Manual de Contabilidade do Setor Elétrico - MCSE.

Parágrafo único. O valor da indenização será atualizado até a data

de seu efetivo pagamento à concessionária.

Art. 10. Os estudos para a definição do VNR dos empreendimentos de

geração de energia elétrica serão realizados pela Empresa de

Pesquisa Energética - EPE, a partir das informações do Projeto Básico do Empreendimento a ser fornecido à ANEEL pela concessionária de

geração.

§ 1º Os custos unitários utilizados nos estudos de que trata o caput serão obtidos a partir de banco de preços da EPE.

§ 2º Os projetos básicos dos empreendimentos de geração deverão ser

protocolizados junto à ANEEL até 15 de outubro de 2012, observado o disposto no § 5o do art. 15 da Medida Provisória no 579, de 2012.

§ 3º No projeto básico do empreendimento devem constar os quantitativos de materiais, equipamentos hidromecânicos e

eletromecânicos, e serviços.

Art. 11. Os estudos para a definição do VNR das instalações de transmissão autorizadas pela ANEEL a partir de 31 de maio de 2000

serão realizados pela ANEEL, a partir da base atualizada de dados

utilizada para a composição das respectivas Receitas Anuais

Permitidas.

Parágrafo único. Os valores a serem utilizados nos estudos de que trata o caput serão obtidos a partir do banco de preços homologado

pela ANEEL.

Art. 12. O valor da indenização será estabelecido em ato do poder

concedente, até a data da convocação para assinatura dos termos

aditivos aos contratos de concessão.

Em 1º de novembro de 2012, por meio da Portaria Interministerial nº 580, o Ministério de Minas e Energia − MME e o Ministério da Fazenda − MF, complementada pela Portaria Interministerial nº 602, de 29 de novembro de 2012, definiram os valores das indenizações para as usinas hidrelétricas. Restou definir os valores de investimentos realizados após a implantação do empreendimento. Para isso, o Decreto nº 7.850/2012, de 30 de novembro de 2012, estabeleceu que as empresas deveriam submeter à ANEEL informações complementares para o cálculo da parcela dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou não depreciados, cabendo a ela a definição de critérios e procedimentos para cálculo desses investimentos. Portanto, a presente Audiência tem por objetivo estabelecer a metodologia de cálculo, critérios e forma de envio dos dados necessários para comprovação dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou não depreciados. A comprovação da data de entrada em operação da instalação para fins de cálculo da depreciação, será realizada através dos demonstrativos contábeis ou ato do poder público (quando a instalação necessitar de autorização para o início do seu funcionamento). O cálculo desse investimento será pelo VNR - Valor Novo de Reposição, critério este já estabelecido pelo § 1º do art. 15 da Lei nº 12.783/2013 (antiga MP 579/2012). Segundo a Aneel, bens reversíveis são aqueles imprescindíveis à geração de energia elétrica, e a reversão ocorre de forma que não haja descontinuidade no fim dos contratos. Portanto, entende-se como sendo aqueles utilizados, exclusiva e permanentemente, para produção de energia elétrica, cujos investimentos foram realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido. A Aneel estabelece que para comprovação dos investimentos realizados, as concessionárias deverão encaminhar à agência reguladora: Estudos e Projetos relativos aos bens considerados como reversíveis; os quantitativos de materiais, equipamentos hidromecânicos e eletromecânicos e serviços, no formato do Orçamento Padrão Eletrobrás – OPE; os demonstrativos contábeis, ou equivalentes, que comprovem a data de entrada em operação para estabelecimento das taxas de depreciação e a documentação que comprove que os investimentos referem-se a bens reversíveis. Esses dados, informações e documentações deverão ser encaminhados para a Aneel até 31 de dezembro de 2013. Não serão considerados os investimentos decorrentes de alterações na configuração do sistema elétrico realizados após a Resolução Normativa nº 330, de 26 de agosto

de 2008, que estabelece critérios e procedimentos para o ressarcimento dos custos referentes à adequação de instalações pertencentes a centrais geradoras de energia elétrica, motivada por alteração na configuração do sistema elétrico. A base de cálculo para a definição do valor desses investimentos será a mesma utilizada pela EPE para a definição dos investimentos relativos aos projetos básicos, ou seja, a de custos unitários, através do VNR. Os valores reconhecidos dos investimentos realizados serão atualizados pelo IPCA do mês anterior ao pagamento da indenização ou reconhecimento na base tarifária. Para os casos em que o Poder Concedente estabelecer o reconhecimento na base tarifária e não como indenização, o pagamento ocorrerá a partir da revisão tarifária subsequente. A própria Aneel reconhece que os cálculos levantamentos dos investimentos realizados estão sendo feitos a partir de informações de projeto, e não de dados de campo. Para isso ela condiciona a efetivação dos pagamentos com a apresentação de laudos de auditoria independente atestando os quantitativos de materiais, equipamentos hidromecânicos e eletromecânicos e serviços, que deram base à definição dos investimentos. E ainda considera para fins de fiscalização que ela poderá solicitar laudos, perícias e documentação complementar não especificados nesta resolução. Observa-se na presente matéria que a Aneel se limita a regulamentar a metodologia de como identificar os investimentos realizados pelas concessionárias restringindo-se a quantitativos de materiais, equipamentos hidromecânicos e eletromecânicos e serviços, sem, contudo, considerar que para se manter a regularidade, continuidade, segurança e atualidade do serviço de uma central geradora de energia elétrica é preciso mais que equipamentos, materiais e serviços. É preciso de mão de obra altamente qualificada. Novamente perde-se a oportunidade de se regulamentar uma questão tão crucial para a segurança e desempenho do sistema elétrico brasileiro. Desde a edição da medida provisória 579/2012, até a sanção da Lei 12.873/2013, que juntas estabeleceram um novo marco para o setor elétrico, evita-se discutir, legislar e regulamentar as questões que envolvem os trabalhadores desse setor. Isso tem levado empresas como a CESP, no estado de São Paulo, e a Eletrobras, a promoverem programas de demissão visando adequação ao novo modelo. Juntas, a previsão é que haja cerca de 6.000 demissões de trabalhadores neste primeiro momento. Outras empresas, tais como a Cemig, seguirão o mesmo caminho. Desde a grande onda de privatizações promovida pelo governo FHC na década de 90, calcula-se que 50% dos postos de trabalho no setor elétrico desapareceram, algo em torno de 260 mil trabalhadores foram demitidos. São quadros altamente capacitados que foram desperdiçados, cuja formação envolveu investimentos e recursos públicos, uma vez que essas empresas eram estatais. Uma mão de obra que não se forma do dia para a noite. Para um governo que tem como meta manter e ampliar seu crescimento econômico, não poderia se dar ao luxo de desperdiçar tal mão de obra. Mesmo aqueles que já se encontram em idade de se aposentar têm um importante papel a cumprir - o de transmitir conhecimento para as gerações futuras de trabalhadores.

Outro aspecto não abordado pela presente audiência diz respeito a manutenção, conservação e modernização dos equipamentos das unidades geradoras conforme estabelecido pela legislação. Há anos observa-se o abandono e o sucateamento de equipamentos. Antes mesmo de conhecerem as regras que viriam a prevalecer quando do término de suas concessões, as empresas já vinham promovendo uma verdadeira dilapidação desse patrimônio. Não basta apenas, agora, auditar os quantitativos de materiais, equipamentos hidromecânicos e eletromecânicos e serviços, que deram base à definição dos investimentos a serem indenizados e declarados pelas concessionárias, como propõe a Aneel nesta Audiência. É preciso de um trabalho intenso e permanente de fiscalização de campo, in loco, para se verificar as reais condições desse materiais e equipamentos, bem como das condições de trabalho. Casos como o que aconteceu recentemente na Usina Três Irmãos, pertencente à CESP, cuja concessão não foi renovada e retornou para a União, ilustra bem esta situação. Uma máquina encontra-se quebrada e o valor de sua reposição pode chegar a R$29 milhões. Quem pagará esta conta? Faltou fiscalização? Como uma máquina chegou a essa situação às vésperas da devolução da concessão? A Resolução Normativa 330/2008, estabelece como melhoria a instalação, substituição ou reforma de equipamentos em instalações pertencentes a uma CGEE, visando manter a regularidade, continuidade, segurança e atualidade do serviço de geração de energia elétrica, compreendendo a modernidade das técnicas e a conservação das instalações em conformidade com o ato de outorga, com os Procedimentos de Rede e demais atos normativos. Segunda a normativa, são classificados como melhorias, entre outros:

• instalação ou substituição de equipamentos com a finalidade de permitir a plena observabilidade e controlabilidade do Sistema Interligado Nacional – SIN, bem como o seqüenciamento de eventos

• substituição de equipamentos por motivo de obsolescência, vida útil esgotada, falta de peças de reposição ou risco de dano às instalações

• substituição de equipamentos devido a desgastes prematuros ou restrições operativas intrínsecas, de qualquer ordem

A norma também deixa claro a quem compete os custos. As melhorias devem ser executadas e custeadas pelo outorgado assim que se fizerem necessárias, sem necessidade de autorização da ANEEL e sem direito a ressarcimento. A Lei 8.987/1995, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos no Brasil é clara.

O regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos

estabelece que toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de

serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários.

Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade,

cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a

melhoria e expansão do serviço.

Incumbe à concessionária: prestar serviço adequado, na forma

prevista nesta Lei, nas normas técnicas aplicáveis e no contrato e

zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço,

bem como segurá-los adequadamente.

A somatória da falta de uma política clara para o setor em relação ao quadro de profissional, com a ganância do investidor privado que visa acima de tudo o lucro, têm levado ao um sucateamento do setor elétrico que opera com o quadro mínimo de trabalhadores, a maioria terceirizado, não investe em manutenções preventivas e modernizações do sistema e recondiciona máquinas e equipamentos. O resultado tem sido os constantes apagões e a grande elevação de acidentes e mortes de trabalhadores. Portanto, novamente, a Aneel e o poder concedente desperdiçam mais uma oportunidade de regulamentar questões como estas aqui levantadas evitando-se, assim, que casos como estes se repitam.

A N E X O III

Contribuição do Sinergia CUT

Audiência 101/2013

INDENIZAÇÃO DOS ATIVOS DAS CONCESSÕES DE TRANSMISSÃO

RENOVADAS

Outubro/2013

1. Maristela Braga

A presente Audiência tem a finalidade de discutir os critérios para a indenização dos ativos considerados não depreciados existentes em 31 de maio de 2000 das concessões de transmissão de energia elétrica cujas concessões foram renovadas através da Lei nº 12.783/2013. Pela proposta apresentada pela Aneel, a valoração dos ativos, que utilizará a metodologia do Valor Novo de Reposição (VNR), dependerá da elaboração de laudo de avaliação por empresa credenciada pela própria ANEEL e não serão considerados bens como softwares, hardwares, edificações, máquinas e veículos. Esses bens, segundo a Aneel, compõem a Base de Anuidade Regulatória (BAR), com remuneração, amortização e depreciação calculadas na próxima revisão tarifária de receita.

O banco de preços para definição do VNR deverá ser formado com base em informações sobre as compras realizadas pelas concessionárias nos últimos cinco anos e o cronograma para entrega do laudo de avaliação deverá ser informado à ANEEL até o dia 31 de dezembro de 2013. Segundo Nota Técnica nº 402/2013-SRE/SFF/ANEEL, os Contratos de Concessão definem as parcelas de receita que são atribuídas a cada tipo de instalação de transmissão. Assim, o termo RBSE (Rede Básica do Sistema Existente) refere-se às parcelas de receita das instalações componentes da Rede Básica, definidas no anexo da Resolução n.º 166/2000, que atualiza a Composição da Rede Básica do sistema elétrico interligado, suas conexões e as respectivas empresas usuárias das instalações, definida na Resolução ANEEL n° 66, de 16 de abril de 1999, que contemplou as instalações em operação naquela data e as com previsão de entrada em operação até 31 de dezembro de 1999. Ao longo daquele ano foi identificada a necessidade de incluir, retificar e excluir instalações de transmissão componentes ou não da Rede Básica. Por isso a nova Resolução. A NT define que o termo RPC refere-se às instalações de conexão e às Demais Instalações de Transmissão, ambas dedicadas aos respectivos usuários. A soma dessas duas parcelas compõe a Receita Anual Permitida – RAP das concessionárias de transmissão, que deram início ao equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão. De acordo com o art. 15 da MPv 579/2012, que depois se transformou na Lei nº 12.783/2013, as instalações de transmissão de energia elétrica alcançadas pelo § 5º do art. 17 da Lei nº 9.074, de 1995, existentes em 31 de maio de 2000, seriam consideradas totalmente amortizadas, não sendo indenizadas ou incluídas na receita de transmissão. Essas instalações correspondem à RBSE e RPC. Porem, no momento da conversão da MPv 579 na Lei nº 12.783, de 2013, o art. 15 foi alterado, estabelecendo em seu § 2º que “fica o poder concedente autorizado a pagar, na forma de

regulamento, para as concessionárias que optarem pela prorrogação prevista nesta Lei, nas

concessões de energia elétrica alcançadas pelo § 5º do art. 17 da Lei nº 9.074, de 1995, o valor

relativo aos ativos considerados não depreciados existentes em 31 de maio de 2000, registrados pela

concessionária e reconhecidos pela Aneel.” Condição esta que levou empresas como a CTEEP renovar sua concessão.

Portanto, cabe ao órgão regulador definir tal regulamento, objeto desta Audiência, estabelecendo como se dará este pagamento. A forma de valoração dos ativos já foi definida, ou seja, será feita pela metodologia do Valor Novo de Reposição – VNR, a partir do reconhecimento pela ANEEL. Regramento este reiterado pelo pelo art. 9º do Decreto nº 7.805, de 14 de setembro de 2012 A metodologia de valoração está clara no § 1º do mesmo art. 15. O uso do VNR é reforçado pelo art. 9º do Decreto nº 7.805, de 14 de setembro de 2012, como regramento genérico aplicável à valoração dos ativos indenizáveis, conforme se segue:

“Art. 9º A indenização do valor dos investimentos dos bens reversíveis ainda

não amortizados ou não depreciados será calculada com base no Valor Novo

de Reposição – VNR, e considerará a depreciação e a amortização

acumuladas a partir da entrada em operação da instalação, até 31 de

dezembro de 2012, em conformidade com os critérios do Manual de

Contabilidade do Setor Elétrico – MCSE.”

Já a Portaria nº 267, de 13 de agosto de 2013, estabeleceu a competência da ANEEL para realizar os estudos para definição do VNR dos ativos não depreciados existentes em 31 de maio de 2000:

“Art. 1º A Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, observado o

disposto no art. 15, § 2º, da Lei no 12.783, de 11 de janeiro de 2013, realizará

os estudos para a definição do Valor Novo de Reposição - VNR relativo aos

ativos considerados não depreciados existentes em 31 de maio de 2000 das

concessões de transmissão de energia elétrica alcançadas pelo art. 17, § 5º,

da Lei n. 9.074, de 7 de julho de 1995.

Parágrafo único. A ANEEL deverá definir, até 31 de dezembro de 2013, a

regra e os prazos para o envio, pelas concessionárias de transmissão, das

informações necessárias para o cálculo da parcela dos investimentos

vinculados a bens reversíveis existentes em 31 de maio de 2000, não

depreciados até 31 de dezembro de 2012.”

Destaca-se que em nenhum momento houve questionamento por parte das concessionária em relação a utilização do VNR como metodologia para valoração dos ativos.

A proposta apresentada pela Aneel define:

• que os ativos de transmissão componentes da RBSE e da RPC sejam valorados a exemplo do disposto no Item 7, do Submódulo 9.1 do PRORET (que trata da Base de Remuneração Regulatória - RBSE e RBNI), aprovado pela Resolução Normativa nº 553, de 2013, que definiu a metodologia e os critérios gerais aplicáveis ao processo de revisão periódica das Receitas Anuais Permitidas das concessionárias existentes de serviço público de transmissão de energia elétrica.

• a valoração dos ativos dependerá da elaboração de um laudo de avaliação por empresa credenciada junto à ANEEL. Serão excluídos dessa avaliação os seguintes bens: softwares, hardwares, terrenos administrativos, edificações, obras civis e benfeitorias administrativas, máquinas e equipamentos administrativos, veículos, móveis e utensílios. Esses bens passarão a compor a Base de Anuidade Regulatória – BAR, cuja remuneração, amortização e depreciação (exceto de terrenos) serão dadas em forma de anuidades na próxima revisão periódica de receita.

• o laudo deverá relacionar todos os ativos da RBSE e da RPC conforme o padrão definido no Relatório de Controle Patrimonial – RCP.

• o RCP deverá ser entregue atualizado juntamente com o laudo de avaliação, sem se limitar, todavia, aos ativos da RBSE e da RPC. Ou seja, o RCP também deverá contemplar os ativos referentes à RBNI (Novas instalações componentes da Rede Básica autorizadas pela ANEEL) e RCDM (novas instalações de conexão ou demais instalações de transmissão), cujos valores deverão estar compatíveis com as indenizações das concessionárias de transmissão publicadas na Portaria Interministerial MME/MF nº 580, de 1º de novembro de 2012.

• a data-base do laudo de avaliação será 31 de dezembro de 2012, conforme art. 9º do Decreto 7.805, de 2012.

• o banco de preços para definição do VNR será formado com base em informações de todas as compras efetivamente realizadas pelas concessionárias nos últimos cinco anos, podendo retroagir até a data da última aquisição nos casos em que não houver referência nesse período.

• com relação à regra e aos prazos para o envio, pelas concessionárias de transmissão, das informações necessárias para o cálculo do VNR, deverá ser observado o Item 7 do Submódulo 9.1 do PRORET.

• a concessionária deverá informar a ANEEL, até 31de dezembro de 2013, o cronograma para entrega do laudo de avaliação.

Para o caso Cemig-GT propõe-se um tratamento especial em função de a empresa já possuir avaliação completa da base de ativos por meio de laudo de avaliação. Nesse caso, propõe-se a elaboração de um novo laudo contemplando todos os ativos (RBSE, RPC, RBNI e RCDM), incluindo investimentos incrementais realizados após a data-base da última avaliação. Do valor apurado deverá ser subtraída a indenização publicada na Portaria Interministerial MME/MF nº 580, de 1º de novembro de 2012. Segundo a Aneel, essa proposta é uma flexibilização do critério estipulado no Submódulo 9.1 do PRORET, que observa os últimos dois anos. Ela mesma reconhece que a valoração dos ativos, que utilizará a metodologia do Valor Novo de Reposição (VNR), dependerá da elaboração de laudo de avaliação por empresa credenciada pela própria ANEEL e que o banco de preços para definição do VNR deverá ser formado com base em informações sobre as compras realizadas pelas concessionárias nos últimos cinco anos e o cronograma para entrega do laudo de avaliação deverá ser informado à ANEEL até o dia 31 de dezembro de 2013.

Observa-se na presente matéria que a Aneel se limita a regulamentar a metodologia de como identificar os investimentos realizados pelas concessionárias restringindo-se a quantitativos e aquisições realizadas nos últimos cinco anos, sem, contudo, garantir a verificação se os mesmos encontram-se efetivamente instalados. Isso nos reporta a um grave problema verificado no decorrer dos últimos anos que diz respeito a manutenção, conservação e modernização dos equipamentos, conforme estabelecido pela legislação. Há anos observa-se o abandono e o sucateamento de equipamentos. Antes mesmo de conhecerem as regras que viriam a prevalecer quando do término de suas concessões, as empresas já vinham promovendo uma verdadeira dilapidação desse patrimônio. Não basta apenas, agora, auditar os quantitativos de materiais, equipamentos e serviços, que deram base à definição dos investimentos a serem indenizados e declarados pelas concessionárias, como propõe a Aneel nesta Audiência. É preciso um trabalho intenso e permanente de fiscalização de campo, in loco, para se verificar as reais condições desses materiais e equipamentos, bem como das condições de trabalho. O que exige uma grande estrutura de equipe de campo. Com a Aneel não disponibiliza dessa estrutura, ela se limita a ler, analisar e cruzar dados de planilhas, relatórios, manuais e balanços fornecidos pelas empresas. Outro aspecto perverso na identificação desse valores é que a metodologia apresentada sequer considera que para regularidade, continuidade, segurança e atualidade do serviço de transmissão de energia elétrica é preciso mais que equipamentos, materiais e serviços. É preciso de mão de obra altamente qualificada. Novamente perde-se a oportunidade de se regulamentar uma questão tão crucial para a segurança e desempenho do sistema elétrico brasileiro. Desde a edição da medida provisória 579/2012, até a sanção da Lei 12.873/2013, que juntas estabeleceram um novo marco para o setor elétrico, evita-se discutir, legislar e regulamentar as questões que envolvem a mão de obra do setor elétrico brasileiro. Isso tem levado empresas a promoverem demissão e enxugamento de suas equipes visando adequação ao novo modelo, alem da superexposição de seus trabalhadores a uma extensas jornadas de trabalho. É pratica corrente nas empresas a utilização da mesma equipe executando serviços para empresas distintas do mesmo grupo econômico, ou seja, lança-se os custos com mão de obra para efeito de composição de tarifa de maneira distinta e na prática utiliza-se a mesma equipe para executar os serviços em todas as empresas do mesmo grupo. Algo já exaustivamente denunciado pelo Sinergia CUT. Desde a grande onda de privatizações promovida pelo governo FHC na década de 90, calcula-se que 50% dos postos de trabalho no setor elétrico desapareceram, algo em torno de 260 mil trabalhadores foram demitidos. São quadros altamente capacitados que foram desperdiçados, cuja formação envolveu investimentos e recursos públicos, uma vez que essas empresas eram

estatais. Uma mão de obra que não se forma do dia para a noite. Para um governo que tem como meta manter e ampliar seu crescimento econômico, não poderia se dar ao luxo de desperdiçar tal mão de obra. Mesmo aqueles que já se encontram em idade de se aposentar têm um importante papel a cumprir - o de transmitir conhecimento para as gerações futuras de trabalhadores. A Lei 8.987/1995, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos no Brasil é clara.

O regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos

estabelece que toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço

adequado ao pleno atendimento dos usuários.

Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,

eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e

modicidade das tarifas.

A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das

instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.

Incumbe à concessionária: prestar serviço adequado, na forma prevista nesta

Lei, nas normas técnicas aplicáveis e no contrato e zelar pela integridade dos

bens vinculados à prestação do serviço, bem como segurá-los

adequadamente.

A somatória da falta de uma política clara para o setor em relação ao seu quadro de profissionais com a ganância do investidor privado que visa acima de tudo o lucro, têm levado a um sucateamento do setor elétrico que opera com o quadro mínimo de trabalhadores, a maioria terceirizados, não investe em manutenções preventivas e nem em modernizações do sistema. recondiciona máquinas e equipamentos e mantém a maioria das instalações monitoradas a distância. O resultado tem sido as constantes interrupções de energia e o elevado índice de acidentes e mortes de trabalhadores. Portanto, novamente, a Aneel e o poder concedente desperdiçam mais uma boa oportunidade de regulamentar questões como estas aqui levantadas visando o aperfeiçoamento do modelo regulatório e a melhoria dos serviços prestados à população.

A N E X O IV

A N E X O V

A N E X O VI

Campinas, 14 de agosto de 2013. Sg. Car. nº. 0016/13

Ilmo Sr. Marcelo Barros da Cunha Secretário SefidEnergia - Secretaria de Fiscalização de Desestatização e Regulação de Energia e Comunicações Tribunal de Contas da União Brasília, DF Assunto: Referente à renovação da concessão da Usina Três Irmãos.

Prezado Sr.,

Considerando que em 14 de janeiro de 2013, a Lei 12.783/13 entrou em vigor; Considerando que tem sido amplamente divulgado nos meios de comunicação que a licitação da Usina Três Irmãos deve ocorrer em meados de setembro de 2013; Acreditamos que tal licitação não deve ocorrer pelos argumentos de extrema relevância que defenderemos a seguir:

1) Aspectos técnicos: Todos os documentos que serão citados encontram-se apensados ao processo ANEEL 48500.005033/2000-41. Na Nota Técnica 420/2012 – SCG/ANEEL (em anexo), destacamos a seguinte passagem:

“Avaliação da Operação Integrada das UHE Três Irmãos e Ilha Solteira Atualmente, as usinas hidrelétricas de Três Irmãos e Ilha Solteira são consideradas um único reservatório nos programas para a operação eletroenergética bem como tem sua garantia física calculada para o conjunto (de acordo com a resolução n° 453, de 30 de dezembro de 1998 e conforme consta do Anexo n° do Contrato de Concessão n° 003/2004 – ANEEL – CESP) – em 1.949 MWmédios. A SRG, por meio do Memorando n° 37/2012 – SRG/ANEEL, informou, em uma estimativa preliminar, tendo por base a proporcionalidade da energia firme, que a UHE Três Irmãos deteria uma energia firme em torno de 12% do total do conjunto considerando o reservatório equivalente. Diante desta estimativa, verifica-se que a UHE Três Irmãos ficaria com uma garantia física em torno de 230 MWmédios, ou seja, cerca de 28% da potência instalada atual. Considerando a perspectiva de pouco ou nenhum aumento dessa garantia física com a instalação das unidades adicionais, esse percentual seria reduzido para cerca de 18% da potência total a ser atingida (1280MW). Tendo em vista essas ponderações, e considerando que a edição da MP n° 579/2012 possibilitou a reavaliação dos pedidos de prorrogação, seria recomendável o MME avaliar a conveniência de se compatibilizar o prazo das concessões desses dois empreendimentos”.

A Nota Técnica 420/2012 – SCG/ANEEL, de 19/10/2012, foi subsídio ao voto do relator (em anexo), Sr. Edvaldo Santana, em seu parecer sobre a prorrogação do prazo das concessões das Usinas Hidrelétricas – Três Irmãos, Ilha Solteira e Jupiá. Nele, o Sr. Edvaldo Santana afirma no item 9:

“Em sua análise, a SCG observou que as Usinas Hidrelétricas Três Irmãos e Ilha Solteira são consideradas como um único reservatório nos programas para a operação eletroenergética, bem como têm sua garantia física calculada para o conjunto das duas usinas – o valor atual é de 1.949 MWmédios. Em vista disso, sugeriu aquela área técnica que fosse recomendado ao MME a avaliação da conveniência de se compatibilizar o prazo das concessões desses dois empreendimentos, para que ao final da concessão pudessem ser tratados, efetivamente, como um complexo no qual as duas usinas são interdependentes”.

Este voto foi encaminhado à deliberação da Diretoria Colegiada da ANEEL publicou no extrato da decisão (em anexo):

“A Diretoria, por unanimidade, decidiu: (i) encaminhar ao Ministério de Minas e Energia – MME, a solicitação de prorrogação do prazo das concessões das Usinas Hidrelétricas – UHEs Três Irmãos, Ilha Solteira e Jupiá, requerida pela Companhia Energética de São Paulo – Cesp, e (ii) recomendar que sejam compatibilizados os prazos das concessões dos dois primeiros empreendimentos, a critério do Poder Concedente”.

Segue trecho da Nota Técnica n° 176/2012 – Doc/SPE – MME, que dispõe à cerca do requerimento de prorrogação do prazo das concessões de Usinas Hidrelétricas integrantes do Contrato de Concessão n° 003/2004-ANEEL (celebrado entre da CESP e a União):

“A ANEEL recomendou que sejam compatibilizados os prazos das concessões das UHEs Três Irmãos e Ilha Solteira, tendo em vista que as usinas hidrelétricas Ilha Solteira e Três Irmãos possuem Garantia Física definida para o conjunto de usinas. Dessa forma, é tecnicamente recomendável que os prazos as concessões das usinas hidrelétricas Ilha Solteira e Três Irmãos sejam prorrogadas, no limite, ate 18 de novembro de 2041, e com termino na mesma data. Diante do exposto, não se identifica óbice técnico para prorrogar os prazos de concessão das usinas hidrelétrica integrantes do Contrato de Concessão n° 003/2004 até as respectivas datas apresentadas na tabela seguir, uma vez que as concessões prorrogadas nos termos da MP n° 579/2012 passarão a ser remuneradas no regime de tarifa regulada:

Usina Hidrelétrica Término da Concessão

Ilha Solteira 18/11/2041 Jupiá (Eng° Souza Dias) 31/12/2042

Três Irmãos 18/11/2041 No passado, em outros momentos, a discussão sobre a Operação do Complexo Urubupungá (formado pela Usina Três Irmãos, Jupiá, Ilha Solteira e o Canal de Pereira Barreto) e das bacias hidrográficas, foi objeto de intensas discussões e a recomendação da ANEEL, sempre foi no sentido de que tecnicamente a indicação mais adequada é de operação integrada das UHE Três Irmãos e Ilha Solteira por serem consideradas como um único reservatório nos programas para operação eletroenergética, o que tem sido sucessivamente ignorado nesse processo de discussão para a licitação da Usina Três Irmãos. A recomendação da Nota Técnica 420/2012, do Relator e da Diretoria Colegiada, faz total sentido quando pensamos na manutenção da qualidade de operação no complexo, dada a interdependência das usinas e os grandes transtornos que poderiam ocorrer na presença de mais de uma empresa operando.

Vale ressaltar que a Companhia Energética do Estado de São Paulo – CESP não renovou as concessões das Usinas de Jupiá e Ilha Solteira, que devem perseguir os mesmos passos da Usina Três Irmãos, retornando ao controle do poder concedente ao término de suas concessões em 2015. Podendo então ser licitadas ao mercado.

2) Nossa Posição: Nossa posição, enquanto Federação dos Trabalhadores das Indústrias Urbanas do Estado de São Paulo (FTIUESP), entidade sindical que representa aproximadamente 25 mil trabalhadores do setor urbanitário: elétrico, gasista e da água e saneamento, é pela não licitação da UHE Três Irmãos. Somos contrários à licitação para a iniciativa privada de qualquer das concessões por compreendermos e defendermos que o setor elétrico é essencial para o desenvolvimento do país não podendo ficar sob o controle de empresas ou corporações cujos interesses passam, não raramente, ao largo do bem comum dos brasileiros ou da garantia de seu futuro. Temos plena consciência que o futuro da Usina Três Irmãos servirá de paradigma para as demais usinas que se encontram com contratos que não foram renovados e estão vincendos. No Estado de São Paulo sempre lutamos contra a privatização e sentimos os seus impactos perversos na redução de aproximadamente 50% dos postos de trabalho no setor elétrico, incremento da terceirização que mata e mutila trabalhadores e população, além da perda da qualidade da prestação de serviço. Pelo exposto, acreditamos que pelo baixo potencial elétrico que a UHE Três Irmãos representa para o sistema, pelo momento político por que passa o país e pela crise econômica internacional que se arrasta ao longo dos últimos anos, um debate mais transparente envolvendo os trabalhadores e a população sobre o modelo de gestão que podemos aperfeiçoar para o setor elétrico, seria o mais recomendado para o momento. Atenciosamente,

Gentil Teixeira de Freitas

Presidente da Federação dos Trabalhadores das Indústrias Urbanas do Estado de São Paulo - FTIUESP

A N E X O VII

Campinas, 26 de Abril de 2013. Sg. Car. nº. 0011/13 Ilmo Sr.

José Lopez Feijóo Assessor Especial Secretaria-Geral da Presidência da República Brasília, DF Assunto: Reestruturação do Setor Elétrico.

Prezado Senhor,

Considerando que em 14 de janeiro de 2013, a Lei 12.783/13 entrou em vigor; Considerando que a Usina Três Irmãos pertence a um complexo que opera em conjunto formado por três usinas, sendo elas, Três Irmãos, Jupiá e Ilha Solteira; Considerando que a concessão das Usinas de Jupiá e Ilha Solteira vencerá em 2015 e que é amplamente divulgado o interesse na licitação da Usina Três Irmãos (cuja concessão venceu em 2011); Considerando que existe um canal de interligação (nos Rios Paraná e Tietê) entre as Usinas e que a Usina de Ilha Solteira é responsável pelo fluxo de agua para a Usina Três Irmãos; Defendemos que a licitação da Usina Três Irmãos não deve ocorrer agora pelos seguintes motivos:

• A dificuldade da manutenção da qualidade de operação, considerando que se não

estiver regrado o fluxo de água para os controladores das duas usinas (Ilha Solteira e Três Irmãos), a Usina de Ilha Solteira pode não enviar o fluxo necessário para a manutenção da geração e qualidade do serviço na Usina Três Irmãos;

• As ações das empresas por causa do debate a mudança do modelo regulatório foram depreciadas (redução da receita das empresas);

• Nas eleições presidenciais de 2014, teremos como resultado da licitação a privatização das Usinas, neste sentido, ação do governo federal será nivelada à mesma lógica privatista realizada pelo governo do PSDB.

Nossa posição política é pela não privatização, licitação para a iniciativa privada de qualquer das concessões por compreendermos e defendermos que o setor elétrico é essencial para o desenvolvimento do país não podendo jamais ficar sob o controle de empresas ou grande corporações cujos interesses passam, não raramente, ao largo do bem comum dos brasileiros ou da garantia de seu futuro; Contudo, uma vez que se confirme a licitação, solicitamos reunião com o governo federal, a fim de garantir a participação dos trabalhadores no processo, considerando que eles serão impactados diretamente, juntamente com a sociedade, pelas decisões. A participação dos trabalhadores no processo perpassa a elaboração do Edital de Licitação e neste sentido, apresentamos a seguir as condições mínimas que deverão estar garantidas no edital:

• A garantia de submissão aos padrões de saúde e segurança do trabalho, respeito aos direitos e garantias dos consumidores;

• A garantia de que as atividades fins para o cumprimento do objeto da concessão,

só sejam realizadas por trabalhadores do quadro próprio; • A garantia da manutenção do Fundo de Pensão – Fundação CESP, garantindo aos

atuais trabalhadores e estendendo-o aos que vierem a ser contratados, mantendo as contribuições praticadas, tanto as de responsabilidade dos novos controladores, com as de responsabilidade dos empregados provedores-beneficiados, preservando-se todos os direitos adquiridos;

• A obrigação de manter as conquistas obtidas pelos trabalhadores e as garantias

constantes em Acordo Coletivo de Trabalho, estendendo as mesmas aos trabalhadores que vierem a ser admitidos pela companhia;

• A garantia de manutenção do representante dos empregados no Conselho de Administração;

Entendemos ainda que o edital deva garantir a manutenção dos profissionais certificados e qualificados que já se encontram exercendo a operação da usina, sua administração e seu funcionamento, além de cláusulas que evitem a precarização e o desemprego. Que os Acordos Coletivos celebrados sejam respeitados bem suas cláusulas de proteção ao emprego, mesmo em caso de reestruturação, fusões, incorporações ou mudanças na estrutura societárias das empresas. Redução ICMS nos Estados

Considerando que os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná não renovaram as concessões da CESP, CEMIG e COPEL, em completo descompasso com o interesse da população e descompromisso com o desenvolvimento do país; O debate da redução do ICMS nos estados é uma medida que complementa o esforço realizado pelo governo federal e neste sentido, nos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo a discussão tem sido feita via elaboração de projeto de iniciativa popular que mais tarde pode ser estendido para todo o Brasil. Considerando que o Grupo Eletrobras juntamente com a concessionária de distribuição de energia elétrica do Estado de São Paulo, mantem o Programa Federal Luz para Todos e que o Grupo Eletrobras por entender que este novo modelo trouxe prejuízo, está realizando cortes. O corte no Programa Luz para Todos se expressa através da demissão de trabalhadores e fechamento de escritórios nos estados, trata-se de uma decisão que em nosso entendimento não é do governo federal, mas das empresas que sob a lógica da redução de custos não consideram a sua importância para a sociedade. No Estado de São Paulo faltam ainda 10 mil ligações a serem feitas. Considerando que Furnas está implementando ações no sentido de fechar escritórios e intensificará um programa de demissões de trabalhadores, divulgou uma nota que a partir de 1º. de maio (data tão importante à luta dos trabalhadores) o pagamento do adicional de periculosidade que sempre foi realizado sobre o total da remuneração, em cumprimento à nova lei de periculosidade (Lei 12.740/12) e contrariando o acordo coletivo de trabalho e processo judicial transitado e julgado sobre a matéria, a empresa realizará este pagamento sobre o salário.

Medida Provisória 605/2013 altera a Lei 10.438/2002

Considerando que tramita a Medida Provisória 605/2013 e que a emenda 026, apresentada pelo Deputado Federal Arnaldo Jardim (PPS/SP), propôs a inclusão de um artigo, o mesmo permite o reagrupamento das concessões; A emenda foi incorporada ao relatório, que tem votação prevista para o dia 14 de maio, na comissão mista responsável por sua análise. Empresas como a CPFL Energia, que possui sete distribuidoras no Estado de São Paulo, sob um único contrato, poderão enxugar suas estruturas administrativas, causando demissões em um processo de reestruturação que impactará diretamente os trabalhadores e a qualidade do serviço prestado à população. Entendemos por fim que a garantia da retomada do crescimento industrial, de uma melhor distribuição de renda e o constante combate a miséria é incompatível com a precarização das condições de trabalho, demissões e insegurança na prestação de um serviço público de qualidade. Somos favoráveis ao modelo de desenvolvimento e à redução da tarifa, contudo, não somos favoráveis ao governo privatizante com empresas reduzindo custos às custas dos trabalhadores e da sociedade brasileira. Atenciosamente,

Gentil Teixeira de Freitas

Presidente da Federação dos Trabalhadores das Indústrias Urbanas do Estado de São Paulo - FTIUESP

A N E X O VIII

Campinas, 15 de abril de 2013. Sg. Car. nº. 0475/13 Ao Exmo. Sr. Edison Lobão Ministro de Estado Ministério de Minas e Energia Brasília/DF Assunto: Solicitação de reunião referente à Usina Três Irmãos – CESP. Prezado Senhor, Considerando as profundas alterações que a Lei 12.783/13 engendrou no setor elétrico brasileiro, o processo de reestruturação implementado pelas empresas e os impactos à classe trabalhadora eletricitária; Considerando que aliado a tudo isso, em São Paulo o governo estadual não aderiu ao processo de renovação das concessões nas Usinas da Cia Energética de São Paulo - CESP (Três Irmãos, Jupiá e Ilha Solteira); Considerando que somos contrários à licitação para a iniciativa privada de qualquer das concessões por compreendermos e defendermos que o setor elétrico é essencial para o desenvolvimento do país não podendo jamais ficar sob controle de empresas ou grandes corporações internacionais cujos interesses passam, não raramente, ao largo do bem comum dos brasileiros ou da garantia de seu futuro; Considerando que foram amplamente veiculadas pela mídia informações da parte do governo federal que a Usina Três Irmãos será licitada nos próximos meses; Considerando que estas decisões impactarão a sociedade e diretamente 500 trabalhadores da CESP; Solicitamos reunião com V.Exa a fim de discutir sobre o futuro da Usina Três Irmãos – CESP para, no caso de confirmada licitação, garantir a participação dos trabalhadores no processo e

neste sentido, diante do exposto, aproveitamos o ensejo para apresentar a seguir as condições mínimas que um novo controlador deverá assumir e que deverão estar garantidas no Edital de Licitação:

• A garantia de submissão aos padrões de saúde e segurança do trabalho, respeito aos direitos e garantias dos consumidores;

• A garantia de que as atividades fins para o cumprimento do objeto da concessão,

só sejam realizadas por trabalhadores do quadro próprio; • A garantia da manutenção do Fundo de Pensão – Fundação CESP, garantindo aos

atuais trabalhadores e estendendo-o aos que vierem a ser contratados, mantendo as contribuições praticadas, tanto as de responsabilidade dos novos controladores, com as de responsabilidade dos empregados provedores-beneficiados, preservando-se todos os direitos adquiridos;

• A obrigação de manter as conquistas obtidas pelos trabalhadores e as garantias

constantes em Acordo Coletivo de Trabalho, estendendo as mesmas aos trabalhadores que vierem a ser admitidos pela companhia;

• A garantia de manutenção do representante dos empregados no Conselho de

Administração; Entendemos ainda que o edital deva garantir a manutenção dos profissionais certificados e qualificados que já se encontram exercendo a operação da usina, sua administração e seu funcionamento, além de cláusulas que evitem a precarização e o desemprego. Que os Acordos Coletivos celebrados sejam respeitados bem suas cláusulas de proteção ao emprego, mesmo em caso de reestruturação, fusões, incorporações ou mudanças na estrutura societárias das empresas. Entendemos por fim que a garantia da retomada do crescimento industrial, de uma melhor distribuição de renda e o constante combate a miséria é incompatível com a precarização das condições de trabalho, demissões e insegurança na prestação de um serviço público de qualidade. Atenciosamente,

Carlos Alberto Alves Secretário Geral

A N E X O IX

Campinas, 03 de abril de 2013. FTIUESP Sg. Car. nº 0004/13 Ao Ilmo. Sr. Romeu Rufino Diretor Geral ANEEL – Agencia Nacional de Energia Elétrica Brasília, DF Assunto: Usina Hidrelétrica Três Irmãos Prezado Senhor Diretor Geral,

No dia 07/11/12 estivemos na ANEEL, em reunião com o então Diretor Geral Sr. Nelson Hubner para discutir as medidas provisórias 577 e 579. A medida provisória 579/2012, que propôs a renovação antecipada dos contratos de concessão e a redução das tarifas de energia com a desoneração de encargos, trouxe consigo indagações sobre a situação dos contratos vincendos e que já haviam vencido no Estado de São Paulo.

Neste sentido, solicitamos reunião na mesma altura para a discussão específica destas questões e outros temas de interesse da sociedade como a transferência dos ativos de Iluminação Pública aos municípios. Esta reunião nunca foi agendada.

Reiteramos nossa preocupação com o futuro da prestação do serviço com qualidade para a sociedade e a garantia de trabalho digno aos trabalhadores do setor elétrico paulista nas correspondências 1661/12 e 0062/13 que objetivavam esclarecimentos referentes à prorrogação das concessões das Usinas da CESP.

Para além do Estado de São Paulo não ter renovado as concessões das Usinas da CESP em Ilha Solteira e Jupiá, a Usina de Três Irmãos encontra-se com a concessão vencida desde 2011.

Falamos aqui de aproximadamente 500 trabalhadores que serão impactados pelas decisões que forem tomadas e de toda a sociedade. Diferentemente da ANEEL que alegou desconhecimento em sua resposta (Ofício n. 260/2012 – SER/ANEEL) sobre nossa

correspondência 1556/12 sobre o número de trabalhadores (de quadro próprio ou terceiros) que seriam impactados pela medida provisória 579/12, esta entidade sindical enquanto representante dos trabalhadores vive todos os dias os impactos das decisões à classe trabalhadora.

A Usina Três Irmãos – CESP e a Usina de Ilha Solteira pertencem à mesma bacia hidrográfica, o que nos aponta para a necessidade que sua operação seja realizada pela mesma concessionária.

Destacamos que somos contrários à licitação para a iniciativa privada de qualquer das concessões vencidas ou vincendas por compreendermos e defendermos que o setor elétrico é essencial para o desenvolvimento do país não podendo jamais ficar sob controle de empresas ou grandes corporações internacionais cujos interesses passam, não raramente, ao largo do bem comum dos brasileiros ou da garantia de seu futuro.

Defendemos que estas concessões permaneçam sob o controle do estado. E explicitamos nossa posição com a nossa história, no caso paulista, da especificidade do processo de privatização do setor elétrico e suas consequências.

A privatização reduziu aproximadamente 50% dos postos de trabalho no setor elétrico e trouxe consigo o fantasma da terceirização que mata, mutila e coloca em risco as vidas dos trabalhadores e da população que também sofre acidentes e com a falta de qualidade da prestação de serviço.

Somos trabalhadores, somos sociedade, somos atores principais que através de nossa experiência estamos credenciados para dialogar com as instituições do governo, esta agencia reguladora e defender os interesses e as conquistas históricas dos trabalhadores do setor elétrico pelo bem comum do povo brasileiro.

Se esta licitação vier de fato a ocorrer, que sejamos convocados a participar desta discussão para a defesa de condições mínimas. É certo que não conseguimos muitas vezes segurar a roda da história com as mãos, apesar de sabermos das consequências, mas ao lutarmos por nossa participação como no processo de privatização das empresas paulistas, pudemos evitar ou reduzir grandes resultados negativos aos trabalhadores e sociedade.

Considerando que não há obras de infraestrutura sem O&M e custos indiretos, ou seja, não há licitação de uma Usina sem seus trabalhadores, sua manutenção, sua operação, portanto, trata-se de uma licitação que deverá considerar o corpo funcional ali existente, a história e suas conquistas, seus passivos e benefícios.

Porem a história nos ensinou que o momento correto para se exigir e garantir o cumprimento dessas condições mínimas se dá na elaboração do edital de licitação.

Diante do exposto apresentamos a seguir as condições mínimas que um novo controlador deverá assumir e que deverão estar garantidas no Edital de Licitação:

• A garantia de submissão aos padrões de saúde e segurança do trabalho, respeito aos direitos e garantias dos consumidores;

• A garantia de que as atividades fins para o cumprimento do objeto da concessão,

só sejam realizadas por trabalhadores do quadro próprio; • A garantia da manutenção do Fundo de Pensão – Fundação CESP, garantindo aos

atuais trabalhadores e estendendo-o aos que vierem a ser contratados, mantendo as contribuições praticadas, tanto as de responsabilidade dos novos controladores,

com as de responsabilidade dos empregados provedores-beneficiados, preservando-se todos os direitos adquiridos;

• Fica assegurado aos trabalhadores abrangidos pela Fundação CESP, demitidos em

razão da mudança do controle acionário, o direito de resgate integral dos recursos capitalizados em seu nome no PSAP – Plano de Suplementação de Aposentadoria e Pensão, assim distribuídos:

• A obrigação de manter as conquistas obtidas pelos trabalhadores e as garantias constantes em Acordo Coletivo de Trabalho, estendendo as mesmas aos trabalhadores que vierem a ser admitidos pela companhia;

• A garantia de manutenção do representante dos empregados no Conselho de

Administração;

• No momento da licitação, aos empregados que contarem com no mínimo 25 anos de serviço na empresa, ficam assegurados todos os seus direitos trabalhistas e previdenciários, inclusive os da Fundação CESP e a permanência do vinculo empregatício, salvo se houver razão de justa causa comprovada;

Na hipótese de licitação da Usina Três Irmãos, entendemos que o edital deva garantir

a manutenção dos profissionais certificados e qualificados que já se encontram exercendo a operação da usina, sua administração e seu funcionamento, alem de cláusulas que evitem a precarização e o desemprego. Que os Acordos Coletivos celebrados sejam respeitados bem suas cláusulas de proteção ao emprego, mesmo em caso de reestruturação, fusões, incorporações ou mudanças na estrutura societárias das empresas.

Entendemos que a garantia da retomada do crescimento industrial, de uma melhor distribuição de renda e o constante combate a miséria é incompatível com a precarização das condições de trabalho, demissões e insegurança na prestação de um serviço público de qualidade.

Certos de contarmos com Vossa compreensão desde já agradecemos e nos colocamos à disposição.

Ficamos no aguardo de Vossa manifestação.

Atenciosamente,

Gentil Teixeira de Freitas

Presidente da Federação dos Trabalhadores das Indústrias Urbanas do Estado de São Paulo - FTIUESP

A N E X O X

A N E X O XI

Campinas, 29 de Janeiro de 2013. Sg. Car. nº 0091/13 Ilmo Sr. Gilberto Carvalho Ministro Chefe da Secretaria Geral da Presidência. Brasília - DF Assunto: Solicitação de Audiência.

Vossa Excelência,

Primeiramente vimos por desta cumprimentá-lo pela ousadia e coragem de

renovar as concessões do setor elétrico em benefício da modicidade tarifária para todo o conjunto da população brasileira. Ato este se soma a tantos outros num esforço permanente buscando a eliminação da pobreza, uma distribuição de renda mais justa e tornando a nossa indústria mais competitiva.

Porem é papel desta entidade apresentar a V.Ex.ª as preocupações inerentes da classe trabalhadora, no caso a categoria eletricitária, impactada diretamente pela publicação da Lei 12.783/2013.

Novamente destacamos a ousadia deste governo de renovar todas as concessões pertencentes ao grupo Eletrobras, decisão esta, infelizmente, não compartilhada por pelos governadores de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

Em São Paulo encontramos um cenário ainda mais desalentador, pois há décadas vem sendo governado por um partido privatista que aplica a risca o projeto de desmonte do setor elétrico desde os primórdios do governo FHC. Esse governo frequentemente vem a público dizer que não investirá um centavo no setor elétrico paulista, apontando um cenário ainda mais preocupante para os trabalhadores eletricitários.

Diante da recusa de não renovar as Usinas pertencentes à CESP, 77% de seu parque gerador, o governo de São Paulo já colocou a Usina Três Irmãos em disponibilidade, já que sua concessão venceu em 2011.

As Usinas de Três Irmãos, Jupiá e Ilha Solteira, juntas, abrigam mais de 500

trabalhadores. Portanto, vimos até V.Ex.ª solicitar audiência para que possamos debater os

impactos que a decisão do Governo do Estado de São Paulo causou a categoria eletricitária paulista, altamente qualificada e que presta um serviço público essencial à sociedade.

Certos de Vossa compreensão nos colocamos à disposição e desde já agrademos.

Atenciosamente, Gentil Teixeira de Freitas Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Campinas - STIEEC

C/C: Sr. José Lopes Feijóo Assessor Especial da Secretaria Geral da Presidência.

A N E X O XII

Campinas, 26 de novembro de 2012. Sg. Car. nº 1556/12 Ilmo. Sr.

Nelson Hubner

Diretor Geral ANEEL – Agencia Nacional Energia Elétrica Brasilia, DF Assunto: Número de Trabalhadores abrangidos pela Medida Provisória 579 Senhor Diretor Geral, Considerando que o Sinergia CUT é uma entidade sindical que representa cerca de 20 mil trabalhadores do setor energético (elétrico e gás canalizado) abrangendo a maior parte das geradoras, distribuidoras e transmissoras com área de concessão no Estado de São Paulo e alguns municípios de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Considerando que enquanto categoria urbanitária, esta entidade sindical é filiada à Federação Nacional dos Urbanitários da CUT a qual representa os trabalhadores eletricitários em nível nacional. Considerando que a Medida Provisória 579 ,publicada em 11 de setembro de 2012, trará benefícios significativos à população brasileira, mas que também poderá impactar diretamente os trabalhadores do setor, principalmente nas empresas: Companhia Energetica do Estado de São Paulo (CESP), Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), Furnas Centrais Elétricas S/A e Empresa Metropolitana de Água e Energia, e das empresas do Grupo Rede Energia S/A e CPFL Jaguariúna S/A. Tem a presente finalidade de solicitar a Vossa Senhoria evocando a Lei de Acesso à informação, Lei nº 12.527/2011, as seguintes informações:

a) Relacionar por localidade o número de trabalhadores existente em cada concessionária (geradoras, transmissoras e distribuidoras) que se encontra em processo de vencimento de sua concessão conforme estabelecido pela Medida Provisória 579, independente da mesma ter ou não formalizado o pedido de renovação junto à Aneel;

b) Que a informação identifique quantos desses trabalhadores são do quadro próprio da concessionária e quanto são trabalhadores terceirizados;

Certo que podemos contar com a vossa colaboração. Atenciosamente, Carlos Alberto Alves Secretário Geral

A N E X O XIII

A N E X O XIV