audiência de massas e novas perspetivas- teoria da comunicação

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Page 1: Audiência de Massas e Novas perspetivas- Teoria da Comunicação

Ano letivo 2016/2017

Jornalismo e Comunicação 1º ano

Teoria da Comunicação

Audiência de massas e novas perspetivas sobre os media e a sociedade

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Jornalismo & Comunicação

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Índice Introdução ............................................................................................. 3

Comunicação.......................................................................................... 4

Sociedade de Massas .............................................................................. 4

Cultura de Massas .................................................................................. 4

O Conceito de «Massas» ......................................................................... 5

Quando se deu a mudança de público para audiência .............................. 6

O surgir dos novos públicos de novo ....................................................... 6

Fatores do movimento da decadência das massas ................................... 6

Novas perspetivas sobre os media e a sociedade ..................................... 7

Web.2.0 ................................................................................................. 8

Conclusão .............................................................................................. 9

Bibliografia ........................................................................................... 10

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Jornalismo & Comunicação

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Introdução Este trabalho é elaborado no âmbito da Unidade Curricular de Teoria da Comunicação e

tem como temática “Audiência de massas e novas perspetivas sobre os media e a

sociedade”. Neste trabalho iremos tecer reflexões acerca deste tema, com o intuito de o

compreendermos com uma maior exatidão.

A comunicação é um processo complexo, o que conduziu a vários estudos realizados

por sociólogos, filósofos, que tinham como objetivo perceber melhor como funcionava

o processo comunicativo. A comunicação é essencial à socialização, à aculturação e à

formação/educação do individuo. Os processos de produção, reprodução e transmissão

sociais e culturais dependem, assim, da comunicação. O conceito de comunicação é

geralmente aplicado à troca de informações sob a forma de mensagem.

Com o desenvolvimento dos meios de comunicação de massa, o processo comunicativo

começou a ser unilateral, ou seja, a comunicação era apenas realizada num sentido, não

existe qualquer tipo de proximidade entre o emissor e o recetor. Este fato foi um dos

que contribuiu para a emergência das “massas” e a decadência dos “públicos”, ou seja,

os indivíduos deixaram de exercer opinião sobre a informação que lhes era fornecida

através dos meios de comunicação de massa. Estes meios de comunicação de massa são

meios cuja presença no nosso quotidiano é muito clara. A nossa sociedade está muito

dependente destes meios de comunicação para exercer o papel de recetor da informação

por eles transmitida.

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Comunicação A comunicação é uma palavra derivada do termo latino "communicare", que tem como

interpretação a "partilha ou participação em algo". É através da comunicação, que os

humanos e os animais partilham as diferentes informações entre si, tornando o

procedimento da comunicação uma atividade fundamental para a vida em sociedade.

A comunicação é também composta como uma necessidade primordial da vida em

sociedade, visto que a comunicação é um processo imprescindível à própria

sobrevivência do Homem enquanto ser “eminentemente social”.

Sociedade de Massas A sociedade de massa foi criada no século XX como representação de um tipo de

sociedade marcada pela produção em grande escala de bens de consumo, pela

concentração industrial, pela expansibilidade dos meios de comunicação de massa,

como por exemplo a televisão, a rádio, as publicações impressas pela rede de

computadores (Internet), pelo consumismo desenfreado, pelo conformismo social e pela

ação da publicidade, que incita as pessoas a se comportarem como simples

consumidores e não como cidadãos providos de espírito crítico

A sociedade de massas é vista como uma estrutura social concebida pela maneira de

produção capitalista, devido ao aumento demográfico que foi uma consequência da

industrialização progressiva e do desenvolvimento urbano (imigração) a ela relacionado

estão os grandes aglomerados e a revolução dos transportes e do comércio, ou seja, a

terciarização da administração económica como empresas, industrias, entre outros.

Cultura de Massas A cultura de massa é aquela considerada, por uma maioria, sem valor cultural real. Ela é

difundida nos meios de comunicação de massa e é avaliada por ela. É necessário

compreender que massa não é uma definição de classe social, e sim uma forma de se

referenciar a globalidade da população.

No princípio do século XX, a cultura tornou-se alcançável a vastas camadas da

população deixando de estar apenas disponível para a elite, surgindo assim a cultura de

massas. Os fatores que estiveram no início desta cultura foram o desenvolvimento das

Tecnologias conectadas aos meios de comunicação social, o alargamento da

escolaridade a um número superior de indivíduos, o aumento dos tempos livres,

proporcionado pela diminuição da carga horária de trabalho.

A cultura de massas é também definida como não tradicional visto que não está ligada

essencialmente a modos de expressão tradicionais, como o folclore, costumes

tradicionais, canções, histórias populares.

Como não elitista por não ter sido criada pelas elites, como produção de massa por ter

sido produzida segundo regras maciças da fabricação industrial e devido à submissão do

mercado.

Como popular e homogeneizada visto que se destina a um grande grupo de pessoas. A

“Cultura Popular” é de outro modo uma forma alternativa de referenciar a cultura de

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massas, porque esta é de caracter popular e apreciada por muitas pessoas. Como

comercial por obedecer à coerência comercial, é subjugada pelas normas do mercado.

De uma forma geral a cultura de massas acaba por estandardizar a forma como a

sociedade pensa, age, de acordo com regulamentos culturais em vigor.

O Conceito de «Massas» O conceito de «sociedade de massas» apenas foi completamente desenvolvido depois da

Segunda Guerra Mundial, mas as ideias essenciais deste conceito já circulavam antes do

final do século XIX. O termo chave deste conceito «massas» reúne em si um grande

número de conceitos importantes que são necessários para compreender como o

processo de comunicação de massa tem vindo a evoluir ao longo do tempo. Nos seus

usos primordiais, este termo continha em si associações negativas. Referia-se à

multiplicidade de pessoas comuns que eram vistas como não educadas, ignorantes e

completamente irracionais, sem regras e mesmo violentas. O termo «massas» podia

também ser usado num contexto positivo, especialmente na tradição socialista onde

assentava a força e a solidariedade das classes trabalhadoras quando eram organizadas

para fins coletivos ou quando tinham de resistir à opressão. Os termos «suporte de

massas», «movimento de massas» e «Acão de massas» são exemplos onde grande

número de pessoas atuando em conjunto podem ser vistas a uma luz positiva. As

diferentes avaliações da ideia de massa refletem diferentes perspetivas políticas ou

pessoais, mas relacionam-se também com as massas serem ou não legitimamente

constituídas e atuando de maneira racional e ordenada. Mesmo assim, a atitude

dominante para os fenómenos de massas tem sido negativa, mesmo quando não

constituem ameaça à ordem social estabelecida.

Herbert Blumer (1993) foi o primeiro a definir formalmente massa como um novo tipo

de formação social na sociedade moderna, em contraste com outras formações como o

grupo, a multidão e o público.

Como Raymond Williams (1961: 289) comentou: «não há massas, só maneiras de ver

pessoas como massas». Ao proceder a este comentário Williams pretende dizer-nos que

não existem massas, o que existe é diferentes maneiras de ver as pessoas como massas.

A palavra «massa» tem também implicações desagradáveis quando aplicada a um

conjunto de pessoas. Sugere uma coleção amorfa de indivíduos, sem grande

individualidade. O conceito de massas define-se por ser um grande agregado, pela

indiferenciação, pela imagem negativa dominante, pela carência de ordem ou

organização e por ser um refletor da sociedade de massas.

A massa é constituída de um conjunto homogéneo de indivíduos que, enquanto seus

membros são essencialmente iguais, indiferenciáveis, mesmo que provenham de

ambientes homogéneos, diferentes e de outros grupos sociais. A massa é composta por

pessoas que não se conhecem e que não possuem regras de comportamento, tradições e

estrutura organizativa.

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Quando se deu a mudança de público para audiência Como já foi por nós referido a definição da palavra público consiste num conjunto de

pessoas que obtém a sua informação e opinião através dos meios de comunicação de

massa. A nova audiência era tipicamente maior que qualquer grupo, multidão ou

público. Era largamente dispersa e os seus membros não se conheciam uns aos outros.

A multidão é maior, mas ainda restrita e com fronteiras observáveis num dado espaço.

É, no entanto, temporária e raramente se forma de novo com a mesma composição.

Pode possuir um alto grau de identidade e ter a mesma disposição, mas em geral não

existe estrutura ou ordem na sua composição moral e social. Pode atuar, mas as suas

ações são habitualmente vistas como tendo um caracter afetivo e emocional, muitas

vezes mesmo irracional. A audiência de massas era caracterizada por grandes números,

largamente dispersa, anónima, heterogénea porque existiam indivíduos de todos os

extratos sociais e grupos demográficos e não organizada “e sem iniciativa”.

O surgir dos novos públicos de novo O surgir dos novos públicos de novo deve-se ao facto de os indivíduos voltarem a ter

opinião sobre a informação que assimilam através dos meios de comunicação de massa.

É a chamada opinião pública. Sobre a opinião pública Walter Lippmann afirmava no

inicio do século passado que “Sendo suposto ela constituir a mola principal das

democracias, seria razoável esperar sobre a mesma encontrar uma vasta literatura. Mas

não é assim. Existem excelentes livros sobre governos e partidos, isto é, sobre a

maquinaria que em teoria regista as opiniões publicas após formadas. Mas quanto ás

fontes que as constituem, os processos de formação, existe muito pouco. De um modo

geral, a existência da força designada como opinião pública é simplesmente dada como

adquirida”. Com esta afirmação, Walter pretende dizer-nos que a opinião pública é algo

com extrema importância nas democracias e nas sociedades e por isso deviam existir

livros ou outros documentos que explorassem este tema com uma maior exatidão.

Também afirma que existem livros muito completas acerca de temas como o governo e

os partidos, ou seja, sobre o registo das opiniões públicas após formadas. Concluiu

dizendo que a opinião pública é vista na sociedade como um dado adquirido.

Nos nossos dias, a opinião pública expressa cada vez mais um interesse teórico

pluridisciplinar, ou seja, a opinião pública já não se centra num somente num tema, ou

assunto, mas sim numa variedade dos mesmos.

Fatores do movimento da decadência das massas Nos dias de hoje vemos que a decadência de massas está cada vez maior, devido ao

regresso dos públicos. Com o aparecimento da internet, através das redes sociais, blogs

entre outros, vemos que o público emerge.

O fator do movimento da decadência de massas deve-se à emergência do público visto

que todas as pessoas têm a acessibilidade para “construir notícias” e divulga-las nas

redes sociais, serem terem necessidade da formação de um curso jornalístico ou até

mesmo de seguir as regras de composição de notícias.

O excerto do livro “A breve história da internet”, de Barry M.Leiner “A Internet

revolucionou o mundo do computador e das comunicações como nada antes dela. A

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invenção do telégrafo, telefone, rádio e computador lançaram as bases para esta

integração de capacidades sem precedentes. A Internet é, simultaneamente, uma aptidão

para emissão a nível mundial, um mecanismo para a disseminação da informação e um

media para a colaboração e interação entre os indivíduos e os seus computadores, sem

olhar à localização geográfica.”

Mostra-nos a importância da internet e o que ela trouxe de bom como por exemplo a

rápida “propagação” de informação, ou seja, hoje em dias as noticias sabem-se ao

minuto e isto não acontecia na década de 50 por exemplo e que as pessoas podem

ajudar-se umas às outras na realização de notícias sem terem de estar no mesmo sitio,

visto que através do email ou até dos chatsrooms se podem enviar informações e ajudar

na realização das notícias.

Novas perspetivas sobre os media e a sociedade As novas perspetivas estão relacionadas com o desenvolvimento das novas tecnologias,

como é o caso da internet e das redes sociais que são utilizadas por um grande número

de pessoas e ao longo dos anos têm-se desenvolvido enquanto meios de comunicação de

informação. Atualmente, as pessoas já não obtêm a sua informação somente em meios

de comunicação de massa como a televisão, o rádio ou os jornais, começando a obterem

a sua informação em redes sociais como o Facebook ou o Twitter que já não

concentram em si apenas funções de lazer e entretenimento, mas sim funções de

informar.

As cadeias de televisão estão a apostar mais forte no seu desenvolvimento a nível

digital, pois como referido anteriormente, as pessoas já não obtêm informação em meios

de comunicação de massa, mas sim em páginas de redes sociais bem como sites de

vídeos. A aposta das cadeias de televisão tem acentuado em criação de sites onde os

conteúdos são disponibilizados para visionamento futuro, aplicações que qualquer

pessoa pode descarregar para o telemóvel, tablet, smartphone e em criação de páginas

em redes sociais onde as noticias vão sendo publicadas conforme vão chegando á

estação de televisão.

Outro caso semelhante ao das cadeias de televisão é o dos jornais em papel. Na nossa

sociedade é muito reduzido o número de pessoas que ainda lê jornais em papel. Devido

a este acontecimento, muitos jornais foram forçados a terminar as suas funções e outros

para tentarem sobreviver foram forçados a pensar noutras alternativas. Essas

alternativas assentaram na criação de sites onde as noticias passaram a ser publicadas.

Em suma, as novas perspetivas assentam essencialmente no desenvolvimento das novas

tecnologias. Derivado deste facto, as pessoas, mais propriamente centrado na nova

geração, a geração qua já nasceu no inicio ou mesmo no auge das novas tecnologias,

começaram a substituir os meios tradicionais de comunicação, a televisão, o rádio e os

jornais por meios digitais onde a informação é mais acessível, mais barata e o mais

importante, a informação é mais atual. Enquanto que nos jornais, por exemplo, a

impressão é realizada á meia noite para depois serem distribuídos e a informação

recebida depois da hora de fecho da escrita já só irá ser publicada no jornal do dia

seguinte, nos meios de comunicação digital, a informação quando é conhecida é logo

divulgada por estes meios. Esta é uma razão que leva as pessoas a optarem pelos meios

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de comunicação digital em detrimento dos meios de comunicação tradicional. Se

perguntarmos por exemplo, aos nossos avós, eles dir-nos-ão que não há meios de

comunicação digital que possam substituir a sensação que temos ao podermos ter um

jornal nas nossas mãos.

Os media começaram a ter um papel fundamental na sociedade, no sentido de

contribuírem para a formação de opinião dos indivíduos em relação a temáticas como é

o caso da política, em que a sociedade formula a sua opinião acerca de um partido

politico, de um tema, ou de um politico através da informação fornecida pelos media.

Os media passam assim a ter uma relação de dependência com a sociedade, porque a

informação por si transmitida está dependente da recetividade que a sociedade irá ter em

relação a essa informação.

Web.2.0 A Web 2.0 é o termo usado para descrever a segunda geração de comunidades e

serviços na Internet, mais participativa e interativa. A Web 2.0 utiliza-se especialmente

por meio de buscadores, redes sociais, blogs, sites.

Os impactos da internet nas empresas e práticas jornalísticas foram potencializados com

a popularização da web 2.0. A implicação de cidadãos comuns, antes considerados

simples leitores na publicação e edição de assuntos jornalísticos tem se tornado numa

prática cada vez mais comum. A esta tendência atribui-se a noção de jornalismo

participativo, jornalismo cidadão ou mesmo jornalismo open-source.

Um dos sites mais emblemáticos desta tendência é o Digg, que possibilita que os

usuários publiquem artigos divulgados em outros sites. Estes textos recebem votos

(diggs) da comunidade e os mais populares ganham destaque na principal página do

site. Ao permitir a ação direta do público na hierarquização da informação, este

mecanismo dirige inovações às técnicas tradicionais de edição jornalística, qualificada

pelo centralismo na figura do editor.

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Conclusão

Para concluirmos o nosso trabalho apresentamos uma frase de Bernard Voyenne, um

jornalista francês. Com esta frase Bernard, resume de certa forma o trabalho por nós

elaborado, na medida em que comunicar é um processo complexo, mas essencial para

podermos viver em sociedade. Se não existisse o processo comunicativo, os indivíduos

não se conseguiriam entender, o que tornaria impossível a vivência em sociedade. a

comunicação pode ser muitas vezes mal interpretada pelo recetor, porque existem

fatores exteriores que direta ou indiretamente acabam por influenciar o processo

comunicativo.

Após esta reflexão, ficamos a compreender a importância dos media para a sociedade e

as mudanças que o seu desenvolvimento acarretou. Na elaboração do nosso trabalho

procedemos também à definição de dois conceitos chave nesta temática, o conceito de

públicos e o conceito de massas. Estes dois conceitos são de extrema importância para a

compreensão deste tema, pelo fato de ser em redor deles que surge a questão das

audiências de massas e das novas perspetivas sobre os media e a sociedade, o tema

central da reflexão por nós tecida.

“viver em sociedade é comunicar”.

Bernard Voyenne

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Bibliografia Wolf, Mauro. Teorias da Comunicação