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TRE/PE ANALISTA (QUESTÕES) Professor Thiago Godoy

Direito Civil

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TRE/PE ANALISTA (QUESTÕES) Professor Thiago Godoy

Direito Civil

CURSO DE ATUALIZAÇÃO JURÍDICA 2011.

Professora Aryanna Manfredini

Sumário:

1. Prazo para a Fazenda Pública apresentar Embargos à Execução........02 2. TST admite eficácia liberatória de acordo firmado sem ressalvas em

comissão.................................................................................................05 3. Dano Moral - Prescrição: Lesão ocorrida antes da EC 45/2004.............06 4. Inaplicabilidade da multa do 475-J, CPC................................................06 5. SDI-1: Não compete à JT decidir ação de cobrança de honorários

advocatícios............................................................................................10 6. Honorários: JT rejeita competência em demanda entre sindicato e

sindicalizado............................................................................................11 7. TST afasta competência da JT para julgar demanda de servidor público

temporário...............................................................................................11 8. SDI-1 considera válido recurso apresentado na quinta-feira depois do

carnaval...................................................................................................12 9. Segunda Turma admite que três empregadores façam apenas um

depósito recursal.....................................................................................13 10. SDI-1 rejeita recurso de industriário fundamentado em súmula.............14 11. Depósito recursal deve ser feito em conta vinculada ao FGTS.............14 12. JT não é competente para julgar execução fiscal da Ordem dos Músicos

do Brasil..................................................................................................15 13. SDI2 mantém decisão que extinguiu processo por conluio entre as

partes......................................................................................................16

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1. Acórdão 3ª Turma do TST Prazo para a Fazenda Pública apresentar Embargos à Execução:

PROCESSO Nº TST-AIRR-119300-79.2009.5.03.0147 Nov/2011

ACÓRDÃO (Ac. 3ª Turma) AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA - DESCABIMENTO. FAZENDA PÚBLICA. EMBARGOS À EXECUÇÃO. CONTAGEM DO PRAZO RECURSAL. A teor do art. 774 da CLT,o início do prazo para interposição de recursos se dá com a intimação (ciência oficial do ato processual que se quer impugnar). Dessa forma, é inaplicável ao processo do trabalho o disposto no art. 241, II, do CPC. Inteligência do art. 769 da CLT. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento em Recurso de Revista n° TST-AIRR-119300-79.2009.5.03.0147, em que é Agravante FUNDAÇÃO CULTURAL CAMPANHA DA PRINCESA e AgravadaARLY GONÇALVES SALOMÉ CURI. Pelo despacho recorrido, originário do Eg. Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, denegou-se seguimento ao recurso de revista interposto (fls. 135/136). Inconformada, a Executada interpõe agravo de instrumento, sustentando, em resumo, que o recurso merece regular processamento (fls. 137/145). Sem contraminuta. Os autos não foram encaminhados ao D. Ministério Público do Trabalho (RI/TST, art. 83). É o relatório.

VOTO ADMISSIBILIDADE. Presentes os pressupostos objetivos e subjetivos de admissibilidade, conheço do agravo de instrumento. MÉRITO. Pontue-se, de início, que, tratando-se de recurso de revista interposto em fase de execução, despicienda a indicação de violação de normas infraconstitucionais e a apresentação de divergência jurisprudencial, ante o disposto no art. 896, § 2º, da CLT. FAZENDA PÚBLICA. EMBARGOS À EXECUÇÃO. CONTAGEM DO PRAZO RECURSAL. O Regional negou provimento ao agravo de petição da Executada, sob os seguintes fundamentos (fls. 103-v/105): -Insurge-se a Agravante contra o não conhecimento dos seus Embargos à Execução, por intempestivos. Aduz, em síntese, que o artigo 1º-B da Lei nº 9.494/07, acrescido pelo artigo 4º da MP nº 2.180-35/01, estipula o prazo de 30 dias para a Fazenda Pública opor os referidos Embargos. Defende, ainda, que a decisão proferida pelo C. TST, no julgamento do Incidente de Uniformização de Jurisprudência suscitado no Processo nº TST-RR-70/1992-011-04-00.7, que declarou a inconstitucionalidade do artigo 4º da MP nº 2.180-35/01, foi suspensa pela liminar concedida pela Suprema Corte, na ADC 11 MC-DF. Desta feita, requer sejam conhecidos os seus Embargos à Execução, eis que opostos no trintídio mencionado.

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Examino. Com efeito, o artigo 730 do CPC determina que, 'na execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, citar-se-á a devedora para opor embargos em 10 (dez) dias (...)'. Lado outro, o artigo 884 da CLT estipula que 'garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação'. Entretanto, a Medida Provisória nº 2.180-35, de 24/08/2001, através do seu artigo 4º, acrescentou o artigo 1º-B na Lei nº 9.494, de 10/09/1997, a qual disciplina a aplicação da tutela antecipada contra a Fazenda Pública, fixando, in verbis: 'O prazo a que se refere o caput dos arts. 730 do Código de Processo Civil, e 884 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a ser de trinta dias'. A respeito disso, de fato, o Pleno do C. TST, no Incidente de Uniformização de Jurisprudência suscitado no Recurso de Revista nº TST-RR-70/1992-011-04-00.7, declarou a inconstitucionalidade do artigo 4º da referida Medida Provisória nº 2.180-35, de 24/08/01, nos moldes apontados pelo d. Juízo de origem. Contudo, o STF, nos autos da Medida Cautelar apresentada na Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 11, deferiu liminar para suspender todos os processos em que estivesse em discussão a constitucionalidade do art. 1º-B da Medida Provisória nº 2.180-35, conforme se lê da seguinte ementa, in verbis: 'FAZENDA PÚBLICA. Prazo processual. Embargos à execução. Prazos previstos no art. 730 do CPC e no art. 884 da CLT. Ampliação pela Medida Provisória nº 2.180-35/2001, que acrescentou o art. 1º-B à Lei federal 9.494/97. Limites constitucionais de urgência e relevância não ultrapassados. Dissídio jurisprudencial sobre a norma. Ação direta de constitucionalidade. Liminar deferida. Aplicação do art. 21, caput, da Lei nº 9.868/99. Ficam suspensos todos os processos em que se discuta a constitucionalidade do art. 1º-B da Medida Provisória nº 2.180-35'(ADC 11 MC, Relator (a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 28/03/2007, DJe-047 DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-06-2007 DJ 29-06-2007 PP-00020 EMENT VOL 02282-01 PP-00463 LEXSTF v. 29, n. 343, 2007, p. 110-123 REVJMG v. 58, n. 180, 2007, p. 505-511) - destaques acrescidos. Ressalte-se que a eficácia da referida liminar foi prorrogada, através do julgamento da Questão de Ordem em Medida Cautelar na Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 11 (julgada em 26/08/2009 e publicada no DJE em 11/12/2009). Feitas tais observações, impende afirmar que, considerando a liminar concedida pelo STF e a sua prorrogação, até que a citada Corte Superior venha a se manifestar, definitivamente, sobre o tema, prevalece o prazo previsto no artigo 1º-B, da Lei nº 9.494, de 10/09/1997, acrescido pelo artigo 4º da Medida Provisória nº 2.180-35, de 24/08/01. Sobreleva ressaltar que a decisão proferida pelo Excelso STF não pode ser preterida pela manifestação plenária do C. TST no Incidente de Uniformização

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de Jurisprudência noticiado, sobretudo porquanto aquela é mais recente que esta. Deste modo, efetivamente, a Fazenda Pública, como parte integrante do polo passivo da demanda, dispõe do prazo de 30 (trinta) dias para apresentar seus Embargos à Execução. Entretanto, compulsando-se os autos, verifica-se, da certidão de f. 58, que a ora Agravante foi citada para ciência da execução e, querendo, opor os embargos pertinentes, em 23/06/2010 (dies a quo), iniciando-se, a partir desta data, a contagem do trintídio legal, que se findou em 23/07/2010 (dies ad quem). A data da predita citação é confirmada pela assinatura do Diretor da Fundação Cultural Campanha da Princesa, aposta no Mandado de Citação Contra Órgão Público, juntado à f. 59. Destarte, tendo a Executada protocolizado os seus Embargos à Execução somente em 26/07/2010, conforme constou das f. 61/62, tem-se que, mesmo em se observando o prazo de trinta dias, ainda assim são os mesmos extemporâneos. Assim sendo, não merece reparo a r. decisão a quo que não conheceu da medida aviada, ainda que por fundamentos diversos, eis que, de fato, os Embargos à Execução opostos pela Executada são ostensivamente extemporâneos. Diante do exposto, nego provimento.- Sustenta a Agravante que os embargos à execução são tempestivos. Afirma que a contagem do prazo recursal inicia-se a partir da juntada aos autos do mandado judicial cumprido. Aponta violação dos arts. 5°, II e LV, da CF, 222, -c-, 224 e 241, II, do CPC e 796 da CLT. Sem razão. Dispõe o art. 769 da CLT: -Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título-. Por sua vez, o art. 774, caput, da CLT, está assim redigido: -Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal.- A CLT, portanto, tem norma própria fixando o início da contagem dos prazos recursais, art. 774 da CLT, sendo inaplicável o disposto no art. 241, II, do CPC. Dessa forma, considera-se a data do recebimento do mandado de citação como marco inicial da contagem do prazo para apresentação dos embargos à execução. No caso em análise, verifica-se que os embargos à execução são intempestivos, pois a Executada tomou ciência da execução em 23.6.2010 e a contagem do trintídio legal encerrou-se em 23.7.2010. No entanto, os embargos só foram protocolizados em 26.7.2010. Não se vislumbra, assim, ofensa ao art. 5°, II e LV, da CF. Mantenho o r. despacho agravado. Em síntese e pelo exposto, conheço do agravo de instrumento e, no mérito, nego-lhe provimento.

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ISTOPOSTO ACORDAM os Ministros da Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, conhecer do agravo de instrumento e, no mérito, negar-lhe provimento. Brasília, 09 de novembro de 2011. Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira Ministro Relator PROCESSO Nº TST-AIRR-119300-79.2009.5.03.0147

2. Notícia do TST TST admite eficácia liberatória de acordo firmado sem ressalvas em comissão

de conciliação 11/11/2011

O entendimento que prevalece atualmente no Tribunal Superior do Trabalho sobre o alcance do termo de conciliação firmado entre empregado e patrão perante uma comissão de conciliação prévia é no sentido de reconhecer que esse documento tem eficácia liberatória geral, desde que não haja ressalvas. Nessas situações, o empregador fica isento da obrigação de pagar eventuais diferenças salariais reivindicadas posteriormente na Justiça pelo trabalhador. Recentemente, a Sexta Turma do TST julgou um recurso de revista do Banco do Brasil exatamente com esse tema. A empresa contestou a obrigação de ter que pagar horas extras decorrentes de intervalo intrajornada a ex-empregado que havia assinado um termo de conciliação. A condenação tinha sido imposta pelo Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região, no Mato Grosso. Na primeira instância, o juiz concluiu que houve quitação das verbas trabalhistas perante a comissão de conciliação prévia e considerou improcedente o pedido do trabalhador. Já o TRT condenou o banco a pagar as horas extras requeridas, por avaliar que a quitação estaria limitada às parcelas que constavam expressamente no termo de conciliação. Quando o recurso chegou ao TST, o relator, ministro Maurício Godinho Delgado, aplicou ao caso a interpretação majoritária da casa, apesar de entender que a eficácia liberatória geral do termo de conciliação abrange apenas a matéria, as questões e os valores que foram objeto da demanda submetida à comissão de conciliação, não impedindo que o trabalhador busque na Justiça outros direitos. Como explicou o ministro Godinho, a Subseção I de Dissídios Individuais já decidiu que o recibo de quitação lavrado nas comissões de conciliação prévias, em princípio, tem força ampla de quitação. Assim, não havendo ressalvas no documento assinado pelo banco e o ex-empregado(conforme parágrafo único do artigo 625-E da CLT ), o termo tinha eficácia liberatória geral, afirmou o relator. Por consequência, os ministros da Sexta Turma reformaram o acórdão do Regional e julgaram improcedente o pedido do trabalhador. (Lilian Fonseca/CF) Processo: RR-106400-24.2007.5.53.0003 O TST possui oito Turmas julgadoras, cada uma composta por três ministros, com a atribuição de analisar recursos de revista, agravos, agravos de instrumento, agravos regimentais e recursos ordinários em ação cautelar. Das

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decisões das Turmas, a parte ainda pode, em alguns casos, recorrer à Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SBDI-1).

3. Acórdão 2ª Turma do TST Dano Moral - Prescrição: Lesão ocorrida antes da EC 45/2004

PROCESSO Nº TST- RR - 146200-71.2005.5.15.0029 25/02/2011

Ementa: POLO PASSIVO. O recurso de revista, quanto a esta insurgência, não logra conhecimento, na medida em que o autor não indica quais dispositivos de lei ou da Constituição Federal entende terem sido violados, bem como não alega contrariedade a nenhuma súmula ou orientação jurisprudencial, tampouco transcreve arestos para comprovação de divergência jurisprudencial, restando desfundamentado o recurso, ante o disposto no item I da Súmula nº 221 desta Corte e no artigo 896 da CLT. Recurso de revista não conhecido neste particular. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ACIDENTE DE TRABALHO. PRESCRIÇÃO. AÇÃO AJUIZADA NA JUSTIÇA DO TRABALHO APÓS A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004. LESÃO OCORRIDA ANTES DA REFERIDA EMENDA. TRANSCORRIDOS MENOS DE DEZ ANOS ENTRE A LESÃO E A DATA DA VIGÊNCIA DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. APLICAÇÃO DA REGRA DE TRANSIÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL DE TRÊS ANOS CONTADOS DA ENTRADA EM VIGOR DO NOVO CÓDIGO. A jurisprudência deste Tribunal se firmou no sentido de que, se a lesão ocorreu antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004, a prescrição aplicável é a do Código Civil. Assim, é de se observar se transcorreu mais de dez anos da data da lesão, por ocasião da entrada em vigor do Código Civil de 2002, hipótese em que será mantido o prazo prescricional vintenário anteriormente previsto. Por outro lado, se não tiver transcorrido mais de dez anos, a contar da data da lesão, deve ser aplicada a regra de transição prevista no artigo 2.208 do Código Civil de 2002, ou seja, o prazo prescricional de três anos a partir da vigência do novo Código Civil. In casu, trata-se de pedido de indenização por danos morais, decorrente de acidente de trabalho, ocorrido em 24/09/1999, logo, sob a égide do Código Civil de 1916 e antes da Emenda Constitucional nº 45/2004. E, não transcorrendo a metade do prazo prescricional de vinte anos, nos termos do artigo 2.028 do novo Código Civil, incide, na espécie, a prescrição de três anos prevista no artigo 206, § 3º, do mesmo diploma legal, contada a partir de sua vigência, ou seja, 11/01/2003, razão por que a aplicação da prescrição trabalhista, neste caso, viola o disposto no artigo 2.028 do Código Civil. Recurso de revista conhecido e provido para afastar a prescrição e determinar o retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem, a fim de que examine o pedido de indenização decorrente de dano moral, como entender de direito. Processo: RR - 146200-71.2005.5.15.0029 Data de Julgamento: 16/02/2011, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 25/02/2011.

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4. Acórdão 1ª Turma do TST Inaplicabilidade da multa do 475-J, CPC:

PROCESSO Nº TST – RR – 51800-60.2007.5.13.0026 18/08/2011

A C Ó R D Ã O (1ª Turma) ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LABOR EXPOSTO A RUIDO EXCESSIVO. ARTIGO 5º, INCISO II, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. OFENSA REFLEXA. O artigo 5º, II, da Constituição da República não incide de forma direta na hipótese dos autos, que se exaure na exegese de legislação infraconstitucional. Inviável, daí, o processamento da revista pelo permissivo da alínea c do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho. Recurso de revista de que não de conhece. MULTA PREVISTA NO ARTIGO 475-J DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. APLICAÇÃO ÀS EXECUÇÕES NO PROCESSO DO TRABALHO. IMPOSSIBILIDADE. Encontra-se firmado nesta Corte superior entendimento no sentido de que a Consolidação das Leis do Trabalho traz regramento específico quanto à execução, resultando inaplicável a multa prevista no artigo 475-J do Código de Processo Civil ao Processo do Trabalho. Em se tratando de recurso de revista interposto a decisão proferida na fase de conhecimento, afigura-se viável a veiculação do recurso de revista mediante demonstração de dissenso jurisprudencial, ou mesmo de violação do próprio dispositivo da lei processual civil, aplicado a hipótese com ele incompatível. Precedentes da Corte. Recurso de revista conhecido e provido, com ressalva do entendimento pessoal do Relator. Vistos, relatados e discutidos estes autos do Recurso de Revista n.º TST-RR-51800-60.2007.5.13.0026, em que é Recorrente NORFIL S.A. - INDÚSTRIA TÊXTIL e Recorrida IVANILDA FÉLIX DE ARAÚJO. O egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região, por meio do acórdão prolatado às fls. 192/197, negou provimento ao recurso ordinário interposto pela reclamada, confirmando a sentença no tocante à sua condenação ao pagamento de adicional de insalubridade, bem como à aplicação da multa prevista artigo 475-J do Código de Processo Civil. Deu, ainda, provimento ao recurso ordinário interposto pela reclamante para elevar para 20% o percentual do adicional de insalubridade. Inconformada, interpõe a reclamada o presente recurso de revista, mediante razões recursais aduzidas às fls. 201/208. Busca a reforma do julgado para afastar da condenação o adicional de insalubridade, bem como a aplicação da multa prevista no artigo 475-J do Código de Processo Civil, esgrimindo com ofensa a dispositivos de lei e da Constituição da República e transcreve arestos para demonstração do dissenso de teses. Admitido o apelo por meio da decisão monocrática proferida às fls. 211/212, foram apresentadas contrarrazões às fls. 215/217. Dispensada a remessa dos autos à douta Procuradoria-Geral do Trabalho, à míngua de interesse público a tutelar. É o relatório.

VOTO I - CONHECIMENTO 1 - PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL.

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O recurso é tempestivo (publicação da decisão ocorrida em 23/1/2008, quarta-feira, conforme certidão lavrada à fl. 198, e recurso protocolizado em 29/1/2008, à fl. 201). A reclamada encontra-se regularmente representada, conforme procuração carreada à fl. 27. Custas recolhidas (fl. 173) e depósito recursal efetuado no valor total arbitrado à condenação (fls. 154 e 174). 2 - PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. O Tribunal Regional, consoante acórdão prolatado às fls. 194/196, negou provimento ao recurso ordinário interposto pela reclamada, confirmando a sentença no tocante à sua condenação ao pagamento de adicional de insalubridade. Deu, ainda, provimento ao recurso ordinário interposto pela reclamante para elevar para 20% o percentual do adicional de insalubridade. Concluiu, com base em prova pericial, que a empregada laborava exposta a ruído excessivo e que os protetores auriculares fornecidos pela empresa não neutralizavam a insalubridade. Sustenta a reclamada, por meio das razões do recurso de revista apresentadas às fls. 202/204, não ser devido o pagamento do adicional de insalubridade e reflexos. Argumenta que o perito concluiu pela ausência de insalubridade no ambiente de trabalho da reclamante, tendo em vista a neutralização do agente ruído pelos equipamentos de proteção fornecidos pela empresa. Argui ofensa ao artigo 5º, II, da Constituição da República. O recurso de revista, contudo, não se viabiliza pelo permissivo do artigo 896 consolidado, porquanto o artigo 5º, II, da Constituição da República não incide de forma direta na hipótese dos autos, que se exaure na exegese de legislação infraconstitucional. Com efeito, afigura-se indisfarçável o propósito da recorrente de ver caracterizada ofensa a norma constitucional por via reflexa, o que não se coaduna com o disposto no artigo 896, c, da Consolidação das Leis do Trabalho. Observe-se, a respeito, o entendimento já consagrado pelo excelso Supremo Tribunal Federal: A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, pronunciando-se em causas de natureza trabalhista, deixou assentado que, em regra, as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição, circunstância essa que impede a utilização do recurso extraordinário. Precedentes (AGRAG-280649/DF, 2ª Turma, Relator Ministro Celso de Mello, publicado no DJU de 23/3/2001). Inviável, daí, o processamento do recurso pelo permissivo da alínea c do artigo 896 consolidado. Ante o exposto, não conheço do recurso de revista. MULTA PREVISTA NO ARTIGO 475-J DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. APLICAÇÃO AO PROCESSO DO TRABALHO. IMPOSSIBILIDADE. A Corte de origem negou provimento ao recurso ordinário interposto pela reclamada, confirmando a sentença no tocante ao entendimento no sentido da aplicabilidade prevista no artigo 475-J do Código de Processo Civil ao caso em exame. Valeu-se, à fl. 195, das seguintes razões de decidir: Da aplicabilidade da multa do artigo 475-J do CPC. A recorrente inconforma-se com a aplicação da multa do artigo 475-J do CPC, que, para ela, é incabível no processo trabalhista.

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A irresignação é inconsistente. As recentes alterações no Código de Processo Civil atendem ao princípio constitucional da efetividade do processo e também à finalidade precípua da Justiça Laboral, razoe por que se mostra próprio e legítimo aplicá-las ao processo do trabalho, subsidiariamente. Mantém-se a decisão atacada, também, quanto a esse detalhe. Sustenta a reclamada, em suas razões de recurso de revista apresentadas às fls. 204/207, em síntese, que a multa prevista no artigo 475-J do Código de Processo Civil é incompatível com o Processo do Trabalho. Esgrime com ofensa ao artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho e transcreve arestos para cotejo de teses. O aresto transcrito às fls. 205/206 autoriza o conhecimento da presente revista, porquanto perfilha tese diversa da esposada na decisão de origem, no sentido de que a multa prevista no artigo 475-J do Código de Processo Civil não se aplica ao Processo do Trabalho. Ante do exposto, conheço do recurso de revista por divergência jurisprudencial. II - MÉRITO MULTA PREVISTA NO ARTIGO 475-J DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. APLICAÇÃO AO PROCESSO DO TRABALHO. IMPOSSIBILIDADE. Cinge-se a controvérsia a determinar se o artigo 475-J do Código de Processo Civil é aplicável ao processo do trabalho, em face da previsão específica da Consolidação das Leis do Trabalho quanto à execução. A Consolidação das Leis do Trabalho traz regramento específico quanto à execução no âmbito da Justiça do Trabalho. Dispõe a Consolidação, nos artigos 876 a 892, sobre a forma como se processará a execução nesta Justiça Especial, estabelecendo que o executado será citado para o cumprimento da decisão ou acordo, no modo e sob as cominações estabelecidas, ou para o pagamento, quando se tratar de condenação em dinheiro, da quantia devida no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sob pena de penhora (art. 880). A disposição do artigo 474-J do Código de Processo Civil, por outro lado, traz regramento específico para o âmbito de sua aplicação, dispondo que o devedor deverá ser intimado para o cumprimento da sentença no prazo de quinze dias sob pena de acréscimo de dez por cento ao montante da condenação a título de multa. Entende a douta maioria dos integrantes desta Corte superior que os dispositivos em comparação estão a disciplinar procedimentos diferentes para a execução. De acordo com o artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho, as disposições do Código de Processo Civil somente poderão ser aplicadas no âmbito trabalhista nos casos omissos, o que, evidentemente, não se enquadra na presente hipótese, em que há regramento específico. Diante disso, a determinação da Corte de origem, no sentido da aplicação do regramento civil na execução trabalhista, em detrimento das normas próprias e específicas da Consolidação das Leis do Trabalho, afronta o artigo 769 da referida Consolidação. Nesse sentido, orientaram-se os seguintes precedentes deste colendo Tribunal Superior do Trabalho: RR-173640-62.1997.5.03.0027, Rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, 2ª Turma, DJU de 4/9/2009; RR-92600-33.2006.5.13.0005, Rel. Min. Rosa Maria Weber, 3ª Turma, DJU de

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18/12/2009; RR-151100-30.2005.5.15.0116, Rel. Min. Antônio José de Barros Levenhagen, 4ª Turma, DJU de 4/12/2009; RR-45740-43.2007.5.13.0003, Rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, 5ª Turma, DJU de 18/12/2009; RR-117900-64.2007.5.09.0072, Rel. Min. Ives Gandra Martins Filho, 7ª Turma, DJU de 26/6/2009; e RR-52400-50.2008.5.13.0025, Rel. Min. Maria Cristina IrigoyenPeduzzi, 8ª Turma, DJU de 18/12/2009. Ante o exposto, com ressalvas do meu entendimento pessoal, dou provimento ao recurso de revista para declarar a inaplicabilidade do artigo 475-J do Código de Processo Civil ao Processo do Trabalho. ISTOPOSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, conhecer do recurso de revista apenas quanto à aplicação da multa prevista no artigo 475-J do Código de Processo Civil ao Processo do Trabalho, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, dar-lhe provimento para declarar a inaplicabilidade do artigo 475-J do Código de Processo Civil ao Processo do Trabalho. Brasília, 03 de agosto de 2011. Processo: RR - 51800-60.2007.5.13.0026 Data de Julgamento: 03/08/2011, Relator Ministro:Lelio Bentes Corrêa, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 19/08/2011.

5. Notícia doTST SDI-1: Não compete à JT decidir ação de cobrança de honorários advocatícios

30/06/2010

O contrato de prestação de serviços advocatícios envolve relação de índole civil. Com esse entendimento a Seção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) declarou a incompetência da Justiça do Trabalho para julgar ação de cobrança de honorários advocatícios. A Seção aceitou recurso da Cooperativa de Crédito dos Médicos de Santa Rosa (RS). Contratado pela cooperativa para prestar assessoria jurídica, um advogado buscou na Justiça do Trabalho o recebimento de verbas honorárias consideradas devidas pela prestação de seus serviços. As instâncias anteriores (21ª Vara do Trabalho de Porto Alegre e o Tribunal Regional da 4ª Região (RS) declararam a incompetência da Justiça do Trabalho para julgar a questão e extinguiram o processo sem julgamento de mérito. Diante disso, o advogado recorreu ao TST. Ao analisar o recurso de revista, a Terceira Turma do TST considerou a Justiça do Trabalho competente para julgar a cobrança de honorários advocatícios. Para a Turma, o caso se enquadra na relação de trabalho remunerado, cuja competência é da justiça trabalhista, conforme a nova redação do artigo 114, IX, da Constituição Federal. Com o advento da Emenda Constitucional n° 45/2004, ampliou-se a competência da Justiça do Trabalho, que passou a processar e julgar outras controvérsias decorrentes das relações de trabalho. Assim, a cooperativa interpôs recurso de embargos à SDI-1, reafirmando a incompetência da justiça trabalhista para apreciar essas ações. O relator do recurso na seção, ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, deu ao caso entendimento diverso da Terceira Turma. Em sua análise, a ação de cobrança de honorários não se insere no conceito de relação de trabalho. Trata-se, sim, de vínculo contratual (profissional liberal e cliente) de índole eminentemente

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civil, não guardando nenhuma pertinência com a relação de trabalho de que trata o artigo 114, incisos I e IX , da Constituição Federal. Vieira de Mello Filho apresentou, também, duas decisões da SDI nesse mesmo sentido. Ainda segundo o ministro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que detém a competência para decidir conflito de competência (artigo 105, I, “ d” ), firmou entendimento, por meio de Súmula n° 363, de que compete à Justiça Estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente. Assim, seguindo o voto do relator, a SDI-1, por unanimidade, deu provimento ao recurso de embargos da cooperativa, reconhecendo a incompetência da Justiça do Trabalho e determinou a remessa do processo à Justiça Comum Estadual para julgar a ação. Ressalvaram entendimento o ministro João OresteDalazen e a ministra Maria de Assis Calsing. (RR-75500-03.2002.5.04.0021)

6. Notícia do TST Honorários: JT rejeita competência em demanda entre sindicato e sindicalizado

07/06/2011

A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho declarou a Justiça do Trabalho incompetente para decidir a demanda de um trabalhador que questionou o direito de o sindicato da sua categoria descontar percentual relativo a honorários de advogados das verbas trabalhistas que ganhou judicialmente. Compete à Justiça Comum decidir essa ação, informou o ministro Caputo Bastos, relator do recurso do sindicato na Turma. Em setembro de 2008, o empregado entrou com reclamação na 2ª Vara do Trabalho de Uberaba (MG), alegando que o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas de Uberaba e Região (Stiquifar) havia retirado indevidamente um percentual de verbas trabalhistas deferidas judicialmente. O sindicato justificou que apenas descontou cerca de R$ 38 mil relativos aos honorários de advogados a que tinha direito como substituto processual na ação contra a Fosfértil S. A. – Fertilizantes Fosfatados. Insatisfeito com a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, que confirmou a sentença de primeiro grau que declarara a competência da Justiça do Trabalho para julgar o caso e, assim, determinou a devolução dos valores ao empregado, o sindicato recorreu ao TST. Alegou que se tratava de uma relação de consumo, de natureza civil e, portanto, não competia o julgamento pela Justiça Especializada. Ao examinar o recurso na Segunda Turma, o relator deu razão ao Stiquifar. O ministro Guilherme Caputo esclareceu que a Justiça do Trabalho é competente para apreciar ações oriundas da relação de trabalho, conforme determina o art. 114 da Constituição. Mas que, no caso, a ação fora ajuizada por empregado contra o sindicato da sua categoria, pretendendo a devolução do valor que lhe foi descontado das verbas trabalhista que ganhou em decisão judicial anterior. Não se trata, portanto, de vínculo empregatício entre patrão e empregado nem de “ verbas de natureza trabalhista, derivadas da prestação de serviços de empregado a determinado empregador” , afirmou o relator. Ao contrário, a relação jurídica estabelecida entre sindicato e sindicalizado derivava de contrato de prestação de serviços de advocacia e, assim, a demanda está inserida no “ âmbito da relação de consumo, de natureza civil” , explicou.

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Ao final, o relator declarou a incompetência da Justiça do Trabalho para processar e julgar a ação e determinou a remessa dos autos à Justiça Comum do Estado de Minas Gerais. A decisão foi unânime. (RR-128400-19.2008.5.03.0042)

7. Notícia do TST TST afasta competência da JT para julgar demanda de servidor público

temporário 14/06/2011

A competência para julgar demandas envolvendo trabalhadores temporários da administração pública é da Justiça Comum, e não da Justiça do Trabalho. Decisão nesse sentido tomou a Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ao analisar recurso do município de Gravataí, no Rio Grande do Sul. O julgado segue o entendimento do Supremo Tribunal Federal que, em decisão plenária, declarou que a relação jurídica existente nesses casos é de direito público. Um empregado do município ajuizou reclamação trabalhista pleiteando, entre outros, pagamento de horas extras, adicional de insalubridade, férias com 1/3, aviso prévio, seguro-desemprego e multa do artigo 477 da CLT. A sentença considerou nulo o contrato de trabalho mantido entre as partes, com base no inciso II do artigo 37 da Constituição Federal (necessidade de aprovação em concurso público). Assim, entendeu que o trabalhador fazia jus apenas ao recolhimento do FGTS na conta vinculada. O município, por sua vez, arguiu a incompetência da Justiça do Trabalho para apreciar a demanda, mas tanto a Vara do Trabalho de Gravataí quanto o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) não aceitaram o argumento. Para o Regional, a matéria afeta à caracterização do contrato de emprego deve ser apreciada pela Justiça do Trabalho. “ A existência de lei especial disciplinando o contrato por tempo determinado que visa a atender necessidade temporária de excepcional interesse público (artigo 37, inciso IX, da Carta Magna) não desloca a competência desta Justiça Especial quando é denunciado desvirtuamento na pactuação” , destacou o TRT. O município obteve êxito, quanto ao tema, ao recorrer ao TST. O ministro Renato de Lacerda Paiva, relator, ao examinar o recurso de revista, decidiu pela incompetência material da Justiça do Trabalho para apreciar a demanda, em conformidade com a jurisprudência do STF. Segundo ele, na sessão plenária do STF de 21/08/2008, no julgamento do recurso extraordinário RE 573.202/AM, ficou decidido que compete à Justiça Comum Estadual e Federal conhecer de toda causa que verse sobre contratação temporária de servidor público. Processo: RR 215500-02.2005.5.04.0232

8. Notícia do TST SDI-1 considera válido recurso apresentado na quinta-feira depois do carnaval

01/12/2011

A divergência aberta pelo ministro Brito Pereira, no julgamento de processo envolvendo o Banco ABN Amro Real S/A, saiu vitoriosa na Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais (SDI1) do Tribunal Superior do Trabalho, ao considerar tempestivo o recurso de revista interposto pelo banco no dia 7/2/2008, um dia depois da quarta-feira de cinzas, definido como ponto

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facultativo pelo Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (3ª Região). Como o Bradesco tomou ciência da decisão contra a qual pretendia recorrer no dia 29/1/2008, o prazo recursal começou a contar a partir de 30/1 e terminaria no dia 6/2, quarta-feira de cinzas, mas o recurso só foi interposto na quinta-feira. Os embargos do banco chegaram até a SDI-1 depois que a Quarta Turma do Tribunal rejeitou seu agravo de instrumento por intempestividade. Por não haver, no processo, qualquer certidão notificando a suspensão do prazo em 6/1/2008. A Resolução Administrativa nº 97/2007 do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG), apresentada pelo Banco, apenas atestava que a quarta-feira de cinzas foi declarada ponto facultativo, mas não certificava a ausência de expediente forense ou mesmo a suspensão de prazo recursal. Para a Turma, independentemente de ser ponto facultativo ou feriado, caberia ao banco comprovar inexistir expediente forense na data indicada. Caso contrário, presume-se que o funcionamento da Justiça foi normal. No julgamento dos embargos à SDI-1, o advogado do Bradesco sustentou da tribuna que a Resolução Administrativa nº 97/2007 listava os feriados nacionais, entre eles o dia 6/2/2008 como ponto facultativo. Por esse motivo, somente ingressou com o recurso no dia seguinte. O relator, juiz convocado Hugo Carlos Scheuermann, votou no sentido de não conhecer dos embargos do banco. Em seguida, o ministro Brito Pereira abriu divergência, lembrando que o ponto facultativo, instituído na época do antigo Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), evoluiu e hoje é "um sofisma do feriado". Como a divergência do ministro foi vencedora, ele redigirá o acórdão que conheceu e deu provimento aos embargos do banco. Processo: AIRR-47240-29.2007.5.03.0002

9. Notícia do TST Segunda Turma admite que três empregadores façam apenas um depósito

recursal 09/11/ 2011

Três empregadores, condenados solidariamente a pagar diferenças salariais a um trabalhador, podem recolher um único valor de depósito recursal se apresentaram o recurso em conjunto. Foi o que aconteceu no caso relatado pelo presidente da Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Renato de Lacerda Paiva. Depois de terem sido condenados na Vara do Trabalho de origem, os três entraram com um único recurso ordinário no Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES) pedindo para serem excluídos da ação com o argumento de que inexistia relação de emprego entre eles e o trabalhador. Contudo, o TRT considerou o recurso deserto por falta de pagamento do depósito recursal, na medida em que os três empregadores se utilizaram do único valor depositado com esta finalidade. Para o Regional, o depósito recursal era devido por cada um dos três, pois se um fosse excluído da ação, o valor do depósito seria devolvido ao que tivesse feito o recolhimento, sem prejudicar a garantia da execução na hipótese de condenação (incidência da Súmula nº 128, item III, do TST). Ainda segundo o Tribunal, não importava o fato de o recurso ter sido apresentado em petição única, uma vez que o depósito recursal tem dupla função garantir a execução e impedir recursos

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protelatórios. Na avaliação do ministro Renato Paiva, o processo não trata da hipótese prevista no item III da Súmula nº 128 do TST, tendo em vista que nenhum dos três empregadores alega a responsabilidade dos outros pelas verbas trabalhistas. Ao contrário, defendem a mesma tese jurídica de ilegitimidade passiva na causa pela inexistência dos requisitos da relação de emprego. Tanto é que os três recorreram em conjunto com um mesmo recurso, em petição única. Mesmo havendo pedido para serem excluídos da ação, o relator concluiu que eles podem ser beneficiados pelo recolhimento do depósito feito apenas por uma das partes, pois, no caso, ou todos serão excluídos da ação ou todos permanecerão. Por consequência, o relator afastou a deserção do recurso ordinário e determinou o retorno do processo ao Regional para analisar os pedidos. A decisão foi acompanhada pelos demais ministros da Segunda Turma.Processo: RR-16200-49.2006.5.17.0010

10. Notícia do TST

SDI-1 rejeita recurso de industriário fundamentado em súmula 04/11/2011

Por questão processual, a Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho não conheceu do recurso de um empregado da Mundial S. A. Produtos de Consumo contra decisão desfavorável da Sexta Turma do Tribunal, que considerou prescrita a sua reclamação trabalhista. Seu recurso foi fundamentado indevidamente em contrariedade a preceito sumular. No recurso à SDI-1, o empregado alegou que a decisão da Turma que deu conhecimento ao recurso de revista da empresa contra acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), que lhe fora favorável, contrariou a Súmula 337 do TST. “ No entanto, súmulas de natureza processual, como a indicada, não servem para dar conhecimento a recurso de embargos na SDI-1, salvo em situações excepcionais, o que não é a do caso” , afirmou o ministro Brito Pereira, relator dos embargos à SDI-1. O relator explicou que a finalidade do recurso de embargos é a uniformização da jurisprudência das Turmas pela SDI-1, enquanto a indicação de contrariedade à Súmula 337 apenas “ traz a pretensão de revisão do conhecimento do recurso de revista” . Assim, somente cabem recursos àquela seção se for demonstrada divergência jurisprudencial, ou seja, decisões de Turmas do TST que “ divergem entre si, ou das decisões da seção de dissídios individuais, salvo se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula ou orientação jurisprudencial do TST ou do Supremo Tribunal Federal” . É o que estabelece o artigo 894, inciso II, da CLT. A decisão foi unânime.Processo: E-ED-R -2600-87.2008.5.04.0030

11. Notícia do TST Depósito recursal deve ser feito em conta vinculada ao FGTS

02/12/2011

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A atual jurisprudência do TribunalSuperior do Trabalho considera válido somente o depósito recursal feito em conta vinculada ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. O depósito judicial realizado na sede do juízo é admitido apenas nas hipóteses em que a ação trata de relação de trabalho não submetida ao regime do FGTS.Como esse entendimento está consolidado na Súmula 426 do TST, os ministros da Quarta Turma não conheceram de recurso de revista da IFER Industrial contra a exigência do depósito recursal em conta vinculada do FGTS de ex-empregado da empresa que ajuizara reclamação trabalhista. No caso relatado pela ministra Maria de Assis Calsing, a empresa recorreu do resultado da sentença de origem ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP). Contudo, o TRT nem chegou a analisar o apelo por considerá-lo deserto, ou seja, por falta de pagamento do depósito recursal. Segundo o Regional, o documento juntado aos autos pela empresa dizia respeito a depósito judicial, o que significava que o ato não atingira sua finalidade, pois o valor recolhido deveria permanecer em conta vinculada do FGTS do trabalhador, como determina o artigo 899, parágrafos 1º e 4º, da CLT. Embora a empresa tenha argumentado que o ato atingiu a finalidade, que é garantir a execução, a ministra Calsing concluiu que a decisão do Regional de rejeitar o recurso estava de acordo com a jurisprudência do TST. A relatora observou ainda que não ofende os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal) o entendimento que considera exigível o depósito recursal em conta vinculada ao FGTS. Assim sendo, a relatora votou pelo não conhecimento do recurso de revista da empresa e foi acompanhada pelos demais integrantes da Quarta Turma.Processo: RR-35900-74.2008.5.02.0263

12. Notícia do TST JT não é competente para julgar execução fiscal da Ordem dos Músicos do

Brasil 27/10/2011

As alterações efetivadas pela Emenda Constitucional nº 45/2004 não transferiram para a Justiça do Trabalho a competência para processar e julgar execução fiscal promovida por conselho de fiscalização profissional. Continua a prevalecer, nesses casos, o entendimento da Súmula nº 66 do Superior Tribunal de Justiça, que atribui tais casos à Justiça Federal. Com esse fundamento, a Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento a agravo de instrumento da Ordem dos Músicos do Brasil em ação de execução fiscal contra o Município de Santa Bárbara do Monte Verde (MG). Na ação, o Conselho Regional da Minas Gerais da Ordem dos Músicos do Brasil pretendia a cobrança de multa administrativa do município no valor de R$ 1 mil, por infração ao disposto nos artigos 54, 56 e 57 (fiscalização do trabalho e penalidades) da Lei nº 3.857/1960, que criou a OMB e dispõe sobre a regulamentação do exercício da profissão de músico. A Ordem solicitou a intimação pessoal do representante do município para embargar a cobrança no prazo de 30 dias e, transcorrido o prazo ou julgados improcedentes os embargos, fosse determinada a expedição de requisição de pequeno valor (RPV) e a condenação do município ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios à razão de 20%.

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Contudo, a 15ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte (MG) indeferiu os pedidos, por considerar que, embora ampliada pela EC 45, a competência da Justiça do Trabalho se restringe às ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho (artigo 114, inciso VII, da Constituição da República), diferente da fiscalização do exercício da profissão do músico. Ainda assim, a OMB buscou a reforma da sentença no Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG), que, com base no mesmo artigo constitucional, disse que a própria Lei nº 3.857/60 estabelece a competência da fiscalização do trabalho dos músicos, no Distrito Federal, ao Departamento Nacional do Trabalho e, nos estados e territórios, às respectivas Delegacias Regionais, ressalvando a competência da Ordem dos Músicos para a fiscalização quanto ao exercício profissional. Convencido de aplicar-se ao caso a Súmula nº 66 do STJ, o colegiado citou arestos no mesmo sentido e manteve a sentença. O caso chegou ao TST após a rejeição do recurso de revista da Ordem dos Músicos pelo Regional. Em sua análise, o ministro Walmir Oliveira da Costa observou que as alterações da EC nº 45/2004 não ensejaram a transferência para a Justiça do Trabalho da competência para processar e julgar execução fiscal promovida por conselho, como a OMB. Portanto, não há incompatibilidade entre a norma constitucional e a Súmula nº 66 do STJ, que detém competência constitucional em razão da matéria, devendo prevalecer o entendimento daquela Corte Superior. Nesse sentido, o ministro citou alguns julgados do TST, e foi acompanhado à unanimidade pela Turma.Processo: AIRR-166100-76.2009.5.03.0015

13. Notícia do TST SDI2 mantém decisão que extinguiu processo por conluio entre as partes

11/11/2011

A Subseção 2 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso de um chefe de operações da Fazenda Nova Querência Empreendimentos Imobiliários Ltda., no Tocantins, e com isso manteve decisão do TRT da 10ª Região (DF/TO) que reconheceu a existência de conluio entre as partes e extinguiu o processo. Para a SDI-2, ficou evidenciado que o operador e a empresa engendraram ação trabalhista e se utilizaram do processo judiciário para fraudar a lei, ao constituírem título executivo privilegiado em detrimento de terceiros. A ação rescisória (instrumento pelo qual se busca desconstituir uma decisão judicial transitada em julgado) foi ajuizada pela Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª Região contra o chefe de operação e a Fazenda Nova Querência ao verificar que, em processo transitado em julgado na Vara do Trabalho de Gurupi (TO), ele ajuizara reclamação trabalhista contra a fazenda, em cujo quadro societário figurava seu pai, requerendo o pagamento de diversas parcelas trabalhistas. Ocorre que a Nova Querência não compareceu à audiência inaugural, com a justificativa de que seu representante residia em Goiânia e não dispunha de recursos para se deslocar até Gurupi. O juiz de primeiro grau não aceitou a justificativa e a reclamação tramitou à revelia. A empresa não se manifestou em nenhuma das fases processuais, ainda que notificada e intimada pelos meios legais.

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A sentença julgou procedente a ação e reconheceu o vínculo empregatício entre as partes. Após os cálculos, o chefe de operações recebeu a quantia líquida de R$ 167 mil. Lide simulada Na fase de execução, o bem indicado para penhora foi um terreno da zona suburbana de Gurupi, com área de 3,30 hectares, avaliado em R$ 800 mil, sem que mais uma vez a Nova Querência se insurgisse. Levado o imóvel a leilão, o chefe de operações, junto com outros dois beneficiários de outras ações trabalhistas semelhantes ( também objeto de ação rescisória já impetrada pelo MPT) ofertaram lance para arrematação do bem no valor total de seus créditos líquidos, R$ 497 mil. Todavia, o juiz indeferiu o pleito de arrematação e desconsiderou a personalidade jurídica da empresa ao verificar que o imóvel era objeto de dez constrições bancárias e fiscais (hipotecas em favor do BNDES e do Banco do Brasil), além de execuções fiscais da Fazenda Pública de Tocantins, e três constrições trabalhistas em valor muito acima da avaliação do lote. Diante dos fortes indícios de lide simulada, o juiz do trabalho indeferiu o pedido e solicitou a intervenção do MPT para as providências necessárias. Convencido da existência de conluio entre as partes, e com base no inciso III do artigo 485 do Código de Processo Civil, o MPT interpôs ação rescisória perante o TRT-DF/TO para rescindir a sentença proferida na reclamação trabalhista originária. Ante os fatos delineados, o Regional concluiu que as partes pretenderam constituir crédito ilegítimo a fim de fraudar a lei e o direito de terceiros utilizando-se do aparato judicial. A rescisória foi julgada procedente e a a sentença proferida no processo originário foi desconstituída. Em novo julgamento, o TRT declarou extinto o processo original sem resolução do mérito. Os argumentos do chefe de operações no recurso à SDI-2 não conseguiram modificar o convencimento do relator, ministro Vieira de Mello Filho, para quem este pretendeu arrematar o imóvel gravado com ônus reais, que passaria à sua propriedade, livre e desembaraçado, não fosse o indeferimento do juiz. “Com essa ação, seria possível preservar o bem da empresa dos demais gravames existentes sobre ele”, afirmou o ministro. O imóvel, assim, voltaria ao patrimônio da família de modo até mais benéfico, porque liberado das hipotecas que sobre ele recaíam, frustrando qualquer execução que visasse satisfazer o crédito de outros credores. Ao observar a revelia voluntária da Nova Querência, o ministro Vieira de Mello lembrou que o TST já firmou posição no sentido de que essa revelia pode levar à configuração da colusão, citando em seu voto a Orientação Jurisprudencial nº 94 da SDI-2. Processo: ROAR-3500-95.2008.5.10.0000